Painel Centro Cultural SC

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CATEDRAL METROPOLITANA

Em Florianópolis os aterros foram obras de grande impacto urbano e ambiental. Objetivando resolver questões sanitárias e viárias atuaram como alicerces de planos diretores que previam

grandes projetos paras as baías. Com o passar do tempo, interesses diversos se sobrepuseram às políticas de desenvolvimento e não se tem mais que alguns traços dos espaços de lazer antes propostos.

Especificamente na região do Terminal percebese um conflito, pois a relação de um terminal urbano entre a malha construída histórica e o parque metropolitano parcialmente executado é

conflituosa. Isso se dá devido à barreira que é criada pela circulação em massa de ônibus, obstáculo físico, visual e sonoro que reforça a distância até o mar. Hoje o grande aterro é um local subutilizado e

a ausência de um plano global para a área permite que diversos projetos sem conectividade sejam implantados não levando em conta sua importante posição dentro da cidade.

CENTRO CULTURAL SANTA CATARINA

NOVO USO PARA A ÁREA DO TERMINAL CIDADE DE FLORIANÓPOLIS

LINHA DO MAR ANTES DO ATERRO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO UFSC 2016.2 ACADÊMICO LEODI ANTÔNIO COVATTI ORIENTADOR AMÉRICO ISHIDA

ATUAL LINHA DO MAR +12,2

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MERCADO PÚBLICO

+0,4 O zero de projeto é a cota +2,60 acima do nível do mar. A Avenida Paulo Fontes está a +2,80.

CORTE DE CONTEXTO TRANSVERSAL AA

ALFÂNDEGA

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PRAÇA XV DE NOVEMBRO

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LOCALIZAÇÃO

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MUSEU DO SANEAMENTO Centro Cultural Santa Catarina Avenida Paulo fontes, Florianópolis, Centro Santa Catarina, Brasil

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CORTE DE CONTEXTO LONGITUDINAL BB

APRESENTAÇÃO

PROJETO DO CENTRO CULTURAL

CENTRO CULTURAL SANTA CATARINA

A partir das relações de projeto e do entendimento das preexistências foi proposta uma implantação coerente às especificidades do local. O desenho da praça e as linhas de perspectiva que salientam as edificações relevantes são provenientes desse processo. A locação do edifício na porção sudoeste da área de intervenção também é resultado da mesma dinâmica, considerando o entorno tangível sob a forma de patrimônio edificado e o intangível, como o patrimônio cultural e ambiental. No local escolhido foram dispostos três volumes paralelos ao terminal e à Avenida Paulo Fontes, colocando o Forte Santa Bárbara em evidência ao criar uma rua interna (imagem 1). O quarto volume corresponde ao segundo e último andar e é o grande elemento que transpassa todo o comprimento do projeto e arremata o edifício, tornando-o apreensível como todo. Desse modo foi possível organizar uma estratégia para o programa da edificação onde os diferentes níveis pudessem estruturar seu funcionamento global. O térreo serve como cooptador, centralizando atividades do quotidiano como cinema, oficinas e restaurante (imagem 2), tendo na arquitetura do terminal - agora local de feiras e acontecimentos espontâneos - um elemento de atração e aproximação no sentido de dar suporte e complementação às atividades culturais. O primeiro andar serve à biblioteca, à sala de estudos e ao

Proposta de novo uso para área do Terminal Cidade de Florianópolis, também conhecido como Terminal Antigo ou Terminal Velho. É uma região estruturante e fundamental para a cidade, tendo sido construída sobre parte do grande aterro dos anos 1970. É fronteiriço a norte à antiga orla, onde estão presentes algumas edificações tombadas; a sul face ao Parque Metropolitano da Baía Sul, ou Parque Metropolitano Dias Velho, com desenho do paisagista Roberto Burle Marx e parcialmente executado (1978), sendo recentemente objeto de projeto; a oeste é circundado pela praça Fernando Machado - onde se encontra o monumento ao antigo Trapiche Municipal; e a leste seguido pelo Forte Santa Bárbara e Avenida Hercílio Luz, além das visuais do maciço do Morro da Cruz e Hospital de Caridade.

TERMINAL CIDADE

ENTENDER AS PREEXISTÊNCIAS Área de extrema importância para a cidade, com grande potencial, entorno pulsante dia e noite. Lugar onde se pode perceber as diferentes fases de Florianópolis, dos vetores de crescimento e das decisões do poder público em relação ao aterro e ao patrimônio. O novo uso consiste na requalificação urbana do local e é idealizado através da proposição de um equipamento de cultura que leve em conta as características físicas como ruas e eixos; histórico-culturais como espaços e edificações importantes; e ambientais, como o clima e os ventos, principalmente o sul. Por se tratar de um local estruturante na malha ressalta-se a importância do uso público e democrático através de atividades que possam agregar conhecimento e lazer à população, bem como potencializar e preservar as atividades que já ocorrem nos arredores. OBJETIVOS a) Busca pela valorização das edificações históricas, da antiga linha do mar, dos vestígios arquitetônicos do passado e do presente. Cada arquitetura colocandose como testemunho do desenvolvimento urbano. Desenho que permita a valorização e destaque dos elementos relevantes. b) Proposição de equipamento coletivo que possibilite o uso da área no período noturno e aos finais de semana, haja vista o forte potencial local e as atividades que acontecem no entorno como feiras, mostras e shows.

FORTE SANTA BÁRBARA

PARQUE METROPOLITANO

c) Projeto em harmonia com a malha urbana adjacente, capaz de reestruturar os fluxos e servir de convite para as atividades propostas no programa. PROGRAMA Pensado para dar suporte às atividades da cidade e trazer as pessoas em períodos onde há o esvaziamento do centro, atuando de forma complementar ao agregar novas atividades a um espaço já apropriado pela população.

RELAÇÕES DE PROJETO 1. Eixos estruturantes O eixo longitudinal representa a antiga orla do mar. Em destaque as edificações e conjuntos históricos de referência urbana. Os eixos transversais destacam e reforçam a relação da área de intervenção com a malha adjacente. Em destaque a fachada histórica, o museu do saneamento, o Forte Santa Bárbara e o Parque Metropolitano.

PRAÇA CINEMA OFICINAS RESTAURANTE BIBLIOTECA ESPAÇO DE COWORKING ESPAÇO EXPOSITIVO

2. Ligação Praça Fernando Machado - Avenida Hercílio Luz Com intenção de conectar as bordas da área foi desenhado um caminho arborizado provido de canteiros e bancos destinados a fazer a ligação da Praça Fernando Machado até a Avenida Hercílio Luz, hoje arborizada e provida de ciclovia. Este caminho também demarca simbolicamente o limite da antiga orla e ressalta os elementos arquitetônicos de maior destaque.

3. Estrutura existente e praça Sob a cobertura do terminal já acontecem atividades como feiras, shows e apresentações, por isso optou-se por retirar somente parte da estrutura visando desobstruir a vista para o Forte, colocar em evidência a fachada histórica e conformar uma praça paralela ao Calçadão da Rua João Pinto, onde há grande fluxo de comércio nos fins de semana.

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espaço de coworking por se tratar de um espaço de estudo e concentração, diferentemente do térreo, onde há circulação intenda de pessoas. Ainda assim possui generosas aberturas para ambas as interfaces, o terminal e a Baía Sul, além das passarelas longitudinais, verdadeiros belvederes (imagem 3). O segundo e último andar, por sua vez, é o espaço destinado às mostras, exposições e performances. Local de reflexão, contemplação e interação onde o intangível se faz protagonista (imagens 4 e 5). Também conta com um terraço onde é possível contemplar grande parte do skyline de Florianópolis. A circulação pela edificação se dá longitudinalmente por caminhos no térreo e passarelas no primeiro andar, sendo o segundo andar em planta livre. Cada volume é servido por circulação vertical independente dotada de elevador do tipo montacarga panorâmico, que possibilita tanto o deslocamento de usuários, equipamentos, mobiliários ou obras quanto a visualização das atividades nos diferentes níveis. Em relação à materialidade escolheram-se revestimentos capazes de tornar a edificação adequada ao clima e aos ventos predominantes, e que também ressaltassem a clareza das formas simples do projeto. O o revestimento dos dois primeiro pavimentos se dá através de placas cimentícias enquanto o pavimento do espaço expositivo é revestido por painéis metálicos perfurados que sombreiam e filtram o vento.

AVENIDA HERCÍLIO LUZ

4. Forte Santa Bárbara, atualmente Museu Naval Além de desobstruir o entorno do Forte Santa Bárbara, foi proposto desenho de canteiros que levem o olhar do observador em direção à edificação histórica. Jatos de água circundam o forte, onde é possível a interação com a água, remetendo à antiga posição do edifício à beira-mar.

Imagens 4 e 5: Perspectivas do 2° andar, espaço expositivo, com layouts alternativos para espetáculos diversos, nas imagens, à esquerda, exposição de arte; à direita, apresentação de dança. A versatilidade do espaço se dá pela planta livre com paineis retráteis instalados na porção central da espaço. Tanto o mobiliário quando as divisórias podem ser facilmente transportados pelos elevadores monta-carga.

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1° ANDAR - BIBLIOTECA +4,00 1. DML 2. BANHEIROS 3. HALL 4. ESPAÇO DE COWORKING 5. ARMÁRIOS 6. SALA 1 7. SALA 2 8. SALA 3 9. BANHEIROS 10. RECEPÇÃO 11. BIBLIOTECA 12. ARMÁRIOS 13. HALL 14. BANHEIROS 15. COPA 16. DML 17. SALA DE ESTUDOS 18. ADMINISTRAÇÃO

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TÉRREO +0,40 +0,40 1. DML 2. BANHEIROS 3. HALL 4. SALA DE PROJEÇÃO 5. CINEMA 6. CAFÉ 7. BANHEIROS 8. HALL B 9. OFICINAS 10. HALL 11. BANHEIROS 12. ALMOXARIFADO 13. RESTAURANTE 14. COZINHA 15. CARGA E DESCARGA 16. ACESSO GARAGEM

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PARQUE METROPOLITANO

Imagem 1: Relação entre o Terminal, com eventual feira de rua, e o edifício proposto. Ao fundo o Forte Santa Bárbara e o maciço do Morro da Cruz reforçam a perspectiva privilegiada dos patrimônios construídos e paisagísticos da ilha.

Imagem 2: Perspectiva a partir da passarela do 1° andar, ligação entre os blocos da biblioteca. Destaque para as atividades sob a cobertura do terminal. As camadas de história se sobrepõe, o contemporâneo sob a forma do Centro Cultural, e o passado representado pelo Terminal Cidade e pelas fachadas da Rua Antônio Nico da Luz, onde está localizado o caminho arborizado e onde se tinha a antiga linha do mar.

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2 ° ANDAR - ESPAÇO EXPOSITIVO +8,40 1. DML 2. BANHEIROS 3. HALL 4. ESPAÇO EXPOSITIVO 1* 5. BANHEIROS 6. CAMARIM* 7. HALL 8. ESPAÇO EXPOSITIVO 2* 9. HALL 10. ADMINISTRAÇÃO 11. BANHEIROS 12. COPA 13. DML 14. TERRAÇO *LAYOUTS SUGERIDOS EM LINHA PONTILHADA

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O projeto dialoga e incorpora os elementos existentes, como o Parque Metropolitano e o Terminal Cidade, além de colocar em evidência o Museu do Saneamento e o Forte Santa Bárbara.

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Imagem 3: Perspectiva a partir do bloco do restaurante voltado para o Parque Metropolitano. Os canteiros são dotados de bancos e servem como interface à avenida de tráfego rápido protegendo os pedestres e as atividades voltadas para essa fachada.

As possibilidades de atividades são amplificadas pela facilidade de modificação espacial, haja vista as dimensões do ambiente e os diversos pontos de shatfs dispostos na planta. Pisos e forros em cores neutras possibilitam grande variedade de composições internas.

DETALHE FACHADA 1. UNIDADES EXTERNAS DE AR-CONDICIONADO CENTRAL, 34HP. 2. TELHA DE FIBROCIMENTO CRFS - CIMENTO REFORÇADO COM FIOS SINTÉTICOS - APOIADA EM TERÇAS DE ALUMÍNIO, INCLINAÇÃO DE 8,7%. 3. SHED DE VENTILAÇÃO DO TELHADO. 4. PAINEL FOTOVOLTÁICO POLICRISTALINO 250W. 5. FORRO METÁLICO DO TIPO CELL FRAME FIXADO NA LAJE. SUPORTE DAS LUMINÁRIAS FIXADO NAS FACES DO FORRO. 6. PAREDE DE BLOCO CERÂMICO 9X14X19 COM PINTURA PVA. 7. PAINEIS EXTERNOS DO TIPO SCREEN PANEL EM ALUMÍNIO PERFURADO. FIXAÇÃO EM ESTRUTURA DE ALUMÍNIO FIXA À PAREDE DA EDIFICAÇÃO. 8. CHAPA INTERNA DE MADEIRA COMPENSADA, ESTRUTURA EM QUADROS DE ALUMÍNIO COM TRILHO. 9. PERFIL METÁLICO I ABAS IGUAIS FIXADO NA LAJE. 10. LAJE EM CONCRETO ARMADO 15CM, INCLINAÇÃO DE 5% . 11. ESQUADRIA EM ALUMÍNIO COM LÂMINA DE VIDRO 2MM. 12. ELEVADOR ELÉTRICO DO TIPO MONTA-CARGA. ESTRUTURA PORTANTE EM AÇO E VIDRO SEM CASA DE MÁQUINAS. 13. PISO DE CIMENTO QUEIMADO SOBRE LAJE. 14. LAJE NERVURADA 40CM. 15. PAREDE VENTILADA COM PLACAS CIMENTÍCIAS FIXADAS EM PERFIS METÁLICOS. 16. SUPERFÍCIE EM CONCREO ARMADO 10CM. 17. SHED DE VENTILAÇÃO DA GARAGEM.

Imagens 6 e 7: Acima, perspectiva interna a partir do hall do cinema que, assim como nos outros blocos, conta com elevador do tipo monta-carga, permitindo o deslocamento de materiais que possam servir de apoio, como por exemplo, a atividades e reuniões pós-sessão. Aos fundos, o café atua como foyer de recepção e possui abertura para o Parque Metropolitano.

Perspectiva a partir do Forte Santa Bárbara. Destaque para o Centro Cultural, o Terminal, a área de praça e feiras e o caminho arborizado que leva à Praça Fernando Machado.

À direita, perspectiva interna das oficinas parcialmente abertas e do hall. As salas contam com mobiliários de tamanhos variados, tanques e bancadas reforçadas de concreto, o que possibilita a realização de diversas atividades, desde aulas de desenho até aulas práticas de conserto de bicicletas.


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