Akadémicos Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1341, de 25 de Março de 2010 e não pode ser vendido separadamente.
42 Mercado de trabalho
Oportunidades e desafios em rede 04 e 05
Carminho “O fado esteve sempre presente na minha vida” 06 e 07
FOTO: DAVID SINEIRO
Fadista
Director Adjunto: João Nazário direccao@jornaldeleiria.pt Coordenadora de Redacção Alexandra Barata alexandra.barata@jornaldeleiria.pt Coordenadora Pedagógica Catarina Menezes cmenezes@esecs.ipleiria.pt Apoio à Edição Alexandre Soares asoares@esecs.ipleiria.pt Secretariado de Redacção Dora Matos, Filipa Araújo Redacção e colaboradores Ângela da Mata, Anne Abreu, Carla Silva, David Sineiro, Diana Almeida, Dora Matos, Filipa Araújo, Ivo Santos, Joana Roque, Juliana Batista, Mariana Rodrigues, Maria Pereira, Nadir Silva, Sara Vieira, Tiago Figueiredo
Nos nossos dias, a empregabilidade e a procura de emprego reveste-se de contornos que são claramente distintos dos típicos de há alguns anos atrás. O conceito de “emprego para toda a vida” deixou de ser uma realidade e a mobilidade entre funções desempenhadas na empresa ou entre empregos é cada vez mais frequente. Este paradigma conduz a maiores exigências em termos de qualificação e de versatilidade de quem procura emprego, sendo as entidades de sistema científico e tecnológico, e em particular de ensino universitário e politécnico, um forte aliado dessa qualificação, através da maior adaptação dos planos curriculares dos diversos cursos que ministram. Do ponto de vista das entidades empregadoras, a fonte de know-how que advém dos diversos colaboradores, por vezes multifacetados, pode conduzir a um esforço adicional de estabilização das equipas de trabalho internas. O Instituto Politécnico de Leiria, desde a sua origem, sempre primou pela forte proximidade com o tecido industrial, o que
permitiu desde cedo, e ainda permite, uma identificação das necessidades de colaboradores qualificados por parte das empresas com o perfil dos seus diplomados. Embora os níveis de empregabilidade se verifiquem mais generosos em áreas tecnológicas e das ciências empresariais, a generalidade dos diplomados do IPL encontram à sua disposição diversos mecanismos de procura e criação de emprego. A bolsa de emprego e o centro empreendedor do IPL, onde o incentivo à implementação do próprio negócio é fomentado e acompanhado, são apenas alguns exemplos. No âmbito das temáticas da inovação, tecnologia, formação e emprego, o IPL, em parceria com a ExposalãoBatalha, realiza nos próximos dias 25 a 28 de Março, o FITEC 2010 – Fórum de Inovação Tecnologia e Emprego. Neste certame, os visitantes poderão conhecer o IPL através de uma mostra do conhecimento, tecnologia e investigação que se faz na instituição. Leopoldina Alves Directora do Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento (CTC) Instituto Politécnico de Leiria
Departamento Gráfico Jorlis - Edições e Publicações, Lda Isilda Trindade isilda.trindade@jornaldeleiria.pt Maquetização Leonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–IPL leonel@esecs.ipleiria.pt
Presidente do Instituto Politécnico de Leiria Nuno Mangas presidencia@ipleiria.pt
Director da ESECS Luís Filipe Barbeiro
barbeiro@esecs.ipleiria.pt
Directora do Curso de Comunicação Social e Educação Multimédia Alda Mourão amourao@esecs.ipleiria.pt
Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.
dora matos
música 26 de Março, 21:30
7 de Abril, 22:00
Cinema S. Jorge, Lisboa
Campo Pequeno, Lisboa
Alphaville Alphaville em Lisboa no próximo dia 26 de Março. Inacreditável? É o concerto mais esperado pelos fãs dos anos 80… Os donos de Forever Young – uma das baladas mais conhecidas - vêm apresentar uma festa dançante no Campo Pequeno, ao som de êxitos como Big in Japan, Sounds Like A Melody, Jet Set, ou Dance With Me. Depois de festejarem 25 anos de existência, os alemães vêm até Lisboa mostrar o melhor do techno pop alemão.
DR
akademicos@esecs.ipleiria.pt
Uma agenda do mês
01 de Abril, 21:30
Campo Pequeno, Lisboa
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Diabo na Cruz Virou! é o nome do novo do álbum de Diabo na Cruz, um quinteto criado em 2008 por Jorge Cruz, a quem se juntam Bernardo Barata (voz e baixo), João Gil (teclados), João Pinheiro (bateria) e B Fachada (viola e vozes). No Campo Pequeno, em Lisboa, apresentam o seu primeiro álbum, um disco de rock que vai ao encontro do folclore e da música tradicional portuguesa. Este é um registo original e cheio de ritmo, que obteve grandes elogios da crítica.
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JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010
Maria De Medeiros e The Legendary Tigerman The Legendary Tigerman é o convidado especial de Maria de Medeiros no concerto de apre sentação do seu novo álbum, Penínsulas & Continentes. O músico acompanhará a actriz e intérprete portuguesa em These Boots Are Made For Walking – música integrante do seu álbum, Femina. No dia seguinte, Maria de Medeiros vai apresentar o seu novo trabalho de originais no Auditório Municipal de Gaia, mas, desta vez, sem a presença de Paulo Furtado. Já à venda, os bilhetes para Lisboa custam entre 18 e 30 Euros, enquanto para o espectáculo de Gaia têm o preço único de 10 Euros.
DR
Director: José Ribeiro Vieira jose.vieira@movicortes.pt
Abertura
música 5 de Abril, 21:30
Pequeno Auditório, Centro Cultural e Congressos, Caldas da Rainha
O Laço Branco O Laço Branco, de Michael Haneke, é um filme alemão que tem vindo a arrebatar vários prémios internacionais. A película retrata uma escola rural alemã em 1913, local de castigos rituais. Será que os rituais tem um efeito sobre o sistema escolar e são um precursor do fascismo? Este é um filme sobre as sementes da violência e do nazismo. O realizador recebeu no Festival de Cannes, a Palma de Ouro para Melhor Filme.
DR
Vai lá, vai...
Está a dar
Mini-Craque descobre talentos
FOTO: JUVENTUDE VIDIGALENSE
nadir silva
O Estádio Dr. Magalhães Pessoa, recebeu, no dia 14 de Março, a segunda edição do Projecto Mini-Craque. O Mini-Craque é um evento desportivo na área do atletismo, desenvolvido com o objectivo de descobrir novos talentos e implementar o gosto pela prática da modalidade. Nataniel Lopes e João Nuno, alunos da ESECS, finalistas do curso de Desporto e Bem-Estar, tiveram a oportunidade de organizar a segunda edição do Mini-Craque, no âmbito da unidade curricular de Estágio a decorrer no
clube desportivo Juventude Vidigalense, responsável pelo projecto. A ideia inicial partiu do professor Paulo Reis, antigo docente na ESECS, treinador e um dos directores do clube desportivo Juventude Vidigalense, que justifica a iniciativa com o facto de se ter dado conta, que muitas crianças não praticam desporto fora do ambiente escolar. No clube trabalham professores de educação física que lhe foram dando conta desta situação, levando-o a agir, explica.
O Mini-Craque destina-se a estudantes do 3º e 4º ano de escolaridade, “idade em que as crianças já têm alguma coordenação motora” argumenta Nataniel Lopes. O aluno refere ainda que muitas crianças podem ter talento para a modalidade sem o saberem. Corrida de quarenta metros, lançamento de vortéx, salto em comprimento e corrida de resistência… o evento englobou áreas do atletismo, que segundo Nataniel, são por vezes desconhecidas do público.
O projecto contou com duas fases. Uma de pré-selecção das crianças participantes dentro das escolas e a final que se realizou no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa. O autor da ideia Paulo Reis, afirma terem participado no evento cerca de 400 crianças de 31 escolas, o que é um dado demonstrativo do sucesso da iniciativa, conclui. Apesar de já ter existido uma primeira edição do Mini-Craque “esta foi muito melhor”, acrescenta. Paulo Reis salienta ainda que o trabalho dos estagiá-
rios foi fundamental para o sucesso do projecto e explica que eles foram o elo de ligação entre o clube e as escolas, para além de terem dado “mais dinamismo ao evento”. Nataniel Lopes justifica o empenho com o gosto pela actividade, segundo o aluno “a partir daí as coisas acontecem naturalmente”. Frisa mesmo que os estagiários, “respeitando a dinâmica de funcionamento da instituição, podem e devem ter um papel activo” junto dos respectivos centros.
Nos dias 16, 17 e 18 de Abril, a Tum’Acanénica vai organizar a 13ª edição da Real FesTA, o já tradicional festival de tunas académicas em homenagem a D.Dinis – o Trovador. Para quem não conhece, a Real FesTA trata-se de um festival de tunas mistas que, ao longo das 12 edições anteriores, tem vindo a assegurar um lugar “cativo” na programação cultural da cidade e no panorama tunante nacional. O evento contará com cerca de 200 participantes, que durante três dias, tomarão
de assalto a cidade de Leiria. Estarão presentes diversas tunas convidadas tais como a Viriatuna (Viseu), a EnfTuna (Portalegre), TAUA (Açores) e a VicenTuna (Lisboa), que irão representar diversos pontos de Portugal. O elenco ascenderá ao palco do Teatro José Lúcio da Silva, no dia 17 de Abril, pelas 21:00. O espectáculo encerrará com a actuação da tuna anfitriã – a Tum’Acanénica – Tuna Mista da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria, que se prepara para come-
morar o seu 15º aniversário, já em Maio deste ano. O tema escolhido deste ano designase como “A Evolução da Espécie – A História das Tunas”. É pretendido desta forma demonstrar uma clara evolução pelos séculos da História desta manifestação artística e cultural. Os bilhetes estarão à venda no próprio Teatro José Lúcio da Silva com preços entre 3 (estudantes)e 5 Euros (restante público). A organização promete “originalidade” para esta 13ª edição da Real FesTA.
Festival de Tunas
Real FesTA está de volta
FOTO: JOÃO MATIAS
Anne Abreu e Tiago Figueiredo
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Novas Tecnologias
Está a dar Online com empregadores A Internet e as Redes Sociais vieram para ficar. Colocam empregadores e candidatos em rede, criando novas oportunidades, mas também novos desafios na construção de percursos e na gestão de informação. Texto: David Sineiro, Diana Almeida, Maria Pereira
As novas tecnologias podem ser uma poderosa ferramenta de articulação com o mercado de trabalho. Por um lado, a existência de um número crescente de portais de emprego, alguns especializados por área (como é o caso do Carga de Trabalhos que disponibiliza anúncios de emprego na área da Comunicação), potencia a divulgação e disseminação das ofertas de trabalho, comunicando com os públicos de forma cada vez mais orientada. Por outro, a possibilidade de criação e partilha de portefólios digitais, currículos e vídeo-currículos, permite, aos candidatos, inovações nos modos de se dar a conhecer ao mercado. Tiago Lapa, sociólogo e docente na ESECS, explica que, ainda que os canais de procura de emprego continuem a ser importantes e se verifiquem variações no impacto da tecnologia consoante o sector de actividade, são possibilitadas “formas criativas de marketing pessoal”. Páginas pessoais em blogues ou redes sociais como o Facebook, o Myspace ou o Twitter podem também constituir factores de diferenciação no
mercado de trabalho, evidenciando perfis, hobbies, áreas de interesse e competências, aumentando as possibilidades e o alcance da comunicação, facilitando a criação de redes de contactos e criando um potencial acrescido de interacção entre empregadores e candidatos. A empresa de telecomunicações Optimus, por exemplo, lançou durante o mês de Março uma campanha de recrutamento exclusiva para utilizadores do Facebook. O interessado deveria tornar-se “fã” da página da Optimus nesta rede social, e disponibilizar o seu currículo como resposta ao anúncio de emprego. Tiago Lapa explica ainda que há pesquisas que revelam que indivíduos com muitos laços fracos (com muitos conhecidos) “têm uma maior probabilidade de obter informações relevantes sobre as oportunidades que aparecem no mercado de trabalho do que um indivíduo com poucos laços fracos”. Um fenómeno que o docente indica não ser novo mas poder ser acentuado pelas redes sociais. “Sites como o Facebook podem constituir
um meio poderoso para ampliar a nossa rede de laços”. Nuno Pais, 32 anos, a actuar na área da auditoria, revela que a sua presença nas redes, especialmente no Linkedin, onde vai registando o seu currículo, tem permitido divulgar o seu percurso nacional e internacionalmente. Ainda que refira não ter activamente procurado emprego, a sua presença neste espaço social especialmente vocacionado para partilhas de perfis profissionais, já fez com que lhe chegassem algumas propostas. As empresas de recrutamento são exemplo de entidades que contactam de perto com os candidatos e que utilizam muitas das funcionalidades das novas tecnologias. Sofia São João, consultora da Unidade Sul da Factor H, caracteriza a empresa como sendo um intermediário entre o candidato e a entidade empregadora, responsável por desenvolver processos de recrutamento e avaliações psicológicas de candidatos para várias outras entidades. Segundo explica, a Factor H não se encontra representada em nenhuma rede social, por considerar que o seu grau
de internacionalização/ público-alvo, não o justifica. Assim, Sofia São João, refere que a relação da empresa com as redes sociais (nomeadamente o Linkedin, especialmente dedicado a relações profissionais) é meramente “exploratória”, pois sempre que possível ou se solicitado pelo cliente, é feita uma pesquisa que assenta numa lógica de confirmação de alguns dados, verificação de recomendações, e eventualmente na procura de uma experiência muito específica que possa ajustar-se às pretensões do cliente. Ainda assim, Sofia São João salienta que não há contratações feitas totalmente com base neste método. Neste sentido, a Consultora de Recursos Humanos afirma que “acompanhando a normal evolução tecnológica, é evidente que cada vez mais esta será uma porta (mais uma) que poderá servir o objectivo das empresas de Recrutamento Humano, facilitando a interacção directa entre quem recruta e quem é recrutado”, sublinhando, no entanto, “a importância de outras fases, de carácter presencial, que se revestem de extrema relevância em todo o processo” .
Konsumo Obrigatório Ensaboar-se com arte Situada na praça Rodrigues Lobo em Leiria e com portas abertas desde Novembro, a recente loja Enjabonarte vende sabonetes confeccionados através de um processo tradicional de empaste a frio. Porque a pele é o órgão do corpo em que os outros mais reparam, esta nova loja vende 21 diferentes tipos de sabonetes, para que cada cliente possa eleger o seu
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favorito e “ensaboar-se com arte”, tal como refere Diogo Teles, o proprietário da loja em Leiria. Elaborados a partir de azeite e de glicerina, estes sabonetes têm como “função essencial a hidratação”, salienta Diogo Teles. Morango, karité, coco, argilas do Mar Morto, aloé vera e chocomint são algumas das opções que esta loja coloca ao dispor dos clientes “com produtos naturais, feitos artesanalmente”, acrescenta. Enjabonarte nasceu em Espanha, onde são confeccionados to-
dos os produtos. Começou por ser um negócio de família que mais tarde foi expandido e que em 2000 chegou a Portugal, inaugurando a sua primeira loja na cidade do Porto. Coimbra foi a segunda cidade a receber a arte dos “mestres saboneteiros”, como refere o proprietário da loja em Leiria. Além dos sabonetes, esta loja vende também sais de banho, champôs, cremes corporais, atafonas (tipo de sais de banho que podem ser usados como creme hidratante), saboneteiras, luvas esfolian-
tes e bombas efervescentes, “que foram o grande produto sensação do Natal”, sublinha Diogo Teles. Este é um novo conceito ao qual têm aderido principalmente mulheres entre os 30 e os 50 anos de idade, no entanto também os homens se têm revelado apreciadores dos produtos. A loja dispõe de ofertas consoante as ocasiões: casamentos, dia dos namorados ou dia da Mãe, para quem gosta de oferecer um presente com glamour. Uma loja perfumada.
Páginas pessoais em blogues ou redes sociais como o Facebook, o Myspace ou o Twitter podem constituir factores de diferenciação no mercado de trabalho.
Mas, se as redes sociais trazem consigo novas formas de actuar por parte de candidatos e empregadores, podendo constituir mais uma ferramenta estratégica na procura de oportunidades, um pouco por todo o lado são relatados episódios que levantam também novas questões, nomeadamente, ao nível da gestão de informação. Quando uma finalista decidiu partilhar no Twitter a sua experiência de
pretação excessiva dos twits publicados. O estágio acabou por ser anulado, obrigando-a a realizar um outro na época de recurso, uma segunda experiência melhor sucedida. Não culpa as redes sociais que considera “em tudo úteis para partilha de informação seja ela de que tipo for; sentimentos, novidades, novas experiências ou apenas simples brincadeiras entre amigos que não podem ir para uma esplanada conversar. Contudo, há que lembrar que quando a página é pública e sem qualquer tipo de restrições, estamos a permitir que qualquer pessoa a visite e tire de imediato as suas conclusões e que faça a sua própria interpretação do que escrevemos.” O caso suscita uma reflexão sobre outros impactos que estas novas realidades podem ter nas relações entre indivíduos e empregadores ou potenciais empregadores. O carácter, por vezes, intimista e convivial de blogues, twitts e posts, pode fazer esquecer o alcance e as implicações das mensagens. O conteúdo
público está, muitas vezes, acessível a amigos, colegas, pais, empregadores e nem todos lêem a mesma frase da mesma maneira. Tiago Lapa refere que em muitas situações “esse tipo de sites estão num limbo em termos simbólicos, umas vezes são considerados espaços públicos, outras vezes espaços privados. E mesmo que sejam entendidos como exclusivamente privados por muitos dos seus usuários, estão muitas vezes abertos ao escrutínio público”, podendo originar condicionamentos ao nível das relações laborais. Entre desafios e oportunidades, colocam-se questões relativas a um equilíbrio delicado entre vida pessoal, social e profissional. Para Tiago Lapa, esse equilíbrio passará por cada um encontrar uma política pessoal de presença na rede, pelo conhecimento das políticas de privacidade e das possibilidades de gestão de informação disponibilizadas nessas redes e por instrumentos legais que permitam salvaguardar direitos.
Joana Roque, Juliana Batista E Carla Silva
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FOTOS: IVO SANTOS
Moeda de duas faces
estágio, mal sabia que esses mesmos twits seriam lidos e mal vistos pela entidade receptora. A ex-aluna revela que durante o seu estágio as redes sociais eram encaradas como um meio onde poderia acompanhar os seus colegas, conhecendo as experiências de cada um naquela nova etapa da vida académica, e tal como eles, também ela partilhava as suas primeiras impressões relativamente ao mundo do trabalho. Refere que com a passagem dos dias e algum desânimo relativamente à actividade, a sua presença no Twitter se foi intensificando, interagindo com os colegas, como se no pátio da escola estivessem: “relatei momentos caricatos passados no estágio mas também em casa, no autocarro enfim, coisas banais que poderiam ser incluídas numa conversa normal do dia-a-dia”, argumenta. A questão gerou um conflito com a empresa. Numa situação em que admite dever ter tido mais cuidado, considera também ter havido uma inter-
FOTO: LUÍS ALMEIDA
Normalmente, num processo de recrutamento a empresa reúne com o cliente e desenvolve o processo, definindo o perfil da função, delineando as características que o cliente procura no candidato. Redige o anúncio, publica-o e recebe os currículos, fazendo a triagem, as convocatórias, fazendo provas escritas, realizando as entrevistas e redigindo os relatórios finais. Assim, no recrutamento, entre todas as candidaturas, apenas 3 a 5 pessoas são apresentadas ao cliente que as entrevista e selecciona.
Sentado Carminho, Fadista no mocho “Vejo muitos jovens nos concertos que dou” Sentou, vai ter k explicar Mais conhecida por Carminho, filha da fadista Teresa Siqueira, estreou-se a cantar em público, no Coliseu de Lisboa, com apenas 12 anos. Foi considerada revelação feminina de 2009 com o seu primeiro álbum Fado, mas diz que é com naturalidade que lida com a fama
KURTAS Melhor concerto já visto Bobby McFerrin Um concerto que gostava de ver Queen (que já não vou conseguir) Uma música We are the World (Mickael Jackson) Artista Amália Rodrigues Um filme África Minha Um livro O Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde)
Texto: Filipa Araújo Fotos: Ivo Santos
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Como nasceu a paixão pelo fado? O fado esteve sempre presente na minha vida, a minha mãe é fadista há muitos anos e sempre frequentámos casas de fado. Anos depois, a minha mãe teve a sua própria casa, portanto foi um tipo de música constante na minha infância.
Como é que acabou por optar pela música? Depois de acabar o curso fui fazer uma viagem para tentar descobrir um pouco mais de mim, dos meus gostos, descobrir a minha verdadeira vocação. Foi aí que percebi que realmente gostava muito de cantar fado, que tinha meios e condições de fazer disso uma profissão e, então, tomei a minha decisão.
Apesar de crescer rodeada pelo fado seguiu um caminho diferente: Marketing e Publicidade. O que a fez enveredar por aí? Independentemente daquilo que ia fazendo, daquilo que ia estudando, dos objectivos que tinha, sempre cantei fado e, por isso, sempre pensei que fosse um hobbie e não uma profissão. Chegou a altura de seguir para a universidade e escolhi aquilo que achava que queria fazer, Marketing, só mais tarde é que se veio a verificar que ia optar pelo fado a tempo inteiro.
No seu blogue, Soldados do Cozido, fala dessa viagem. Qual o sítio que mais a marcou? Porquê? Escolher apenas um sítio é difícil, houve vários que me marcaram. A Índia, por exemplo, foi um dos locais mais marcantes, não só pela sua cultura tão diferente da nossa, e tão estranha para nós, mas porque fiz voluntariado que me permitiu conhecer muitas pessoas criando laços muito firmes. Quer revelar algum episódio especial da viagem? Tenho imensos episódios especiais. Lembro-me de uma
vez, na Índia, estar a caminho do trabalho e um macaco roubar a comida que tinha na mão. Ainda tentei ir atrás dele, mas não consegui, os macacos são espertos. (risos) Sabemos que fez voluntariado, em que área actuou? Na área humanitária. Trabalhei com moribundos, pessoas que estão à beira da morte. O meu trabalho consistia em tentar tornar a vida dessas pessoas mais confortável, proporcionando um pouco mais de dignidade antes de morrerem. Afirma também no blogue que o voluntariado a ajudou a conhecer-se melhor. Como? Ajudou-me imenso, ajudou-me a perceber os meus limites, a perceber as minhas aptidões, a descobrir várias formas de poder comunicar com as outras pessoas. Quais são as suas maiores referências como cantora? A minha grande referência
é a minha mãe. Mas durante toda a minha vida ouvi muito Beatriz da Conceição, Amália Rodrigues, Carlos do Carmo, Fernando Maurício, Camané, entre muitos outros. Tenho imensas referências. Fado, por defeito, está associado à tristeza, no entanto a palavra remete para “destino”. O que é o fado para a Carminho? Essa é uma pergunta difícil de responder. A definição de fado é sempre diferente para cada pessoa. O fado é a forma como se sentem, como se recebem sentimentos. Na minha opinião, é um momento onde há uma troca entre o fadista e os músicos que transmitem os seus verdadeiros sentimentos, ou aqueles que querem traduzir, ao público, que também tem de estar na disposição de os receber. Considero que o fado passa por uma troca de emoções e de estados de espírito. Não concordo que o fado seja tristeza, para mim o fado é
Kultos
david sineiro
O Livro de Eli
O que representa o álbum Fado? Representa 25 anos da minha vida. Os únicos que tenho. Representa um conjunto de fados que descobri, que me ensinou a minha mãe, e as pessoas que fui ouvindo. Depois, outros que foram surgindo ao longo dos anos, não só que fui cantando, como os que fui ouvindo e que agora tive coragem de interpretar. Representa também o abrir de uma porta para o futuro. Representa ir ao encontro das pessoas que admiro, a escrever e a compor, permitindo coisas novas e inéditas para o meu reportório. Foi considerada revelação feminina. Como lida com isso? Lido bem. Lido com naturalidade, mas também com um grande sentido de responsabilidade. Ser nomeada para uma coisa boa, leva-nos a olhar para nós mesmos e pensar o porquê de aquilo acontecer. Faz-me pensar onde é que tenho de trabalhar para permitir a fidelidade aos meus princípios e às pessoas que gostam de mim e que me reconhecem. Também escreve letras. Como é o processo de criação? É quase nulo, porque eu escrevo pouco. Vou escrevendo, aproveitando os momentos de inspiração, esse é o meu processo. Nada está definido, não sou poe-
ta de profissão, não tenho horas para escrever, não há momentos específicos, nem processos criativos. A única coisa que faço é não ser preguiçosa, quando sinto que tenho alguma coisa para escrever, escrevo. Ser filha da respeitada fadista Teresa Siqueira foi algo que a assombrou enquanto artista? De todo, foi sempre uma grande honra poder intitularme como tal. As pessoas do meio sempre me acarinharam por ser filha de quem sou, mais tarde por ser a pessoa que sou. Mas abriram-se portas através da minha mãe, que teve e tem a sua história no fado, e que hoje em dia é uma pessoa que me apoia imenso, que me critica, que me faz evoluir.
Sou igual a todos os jovens da minha idade Ainda é possível inovar no fado? Não sei. É difícil definir isso, o fado tem tido vários caminhos, e aqueles que ficam são aqueles que o povo, no sentido lato, quer e permite que fiquem. É preciso esperar para ver. Conheço a história do fado na década de 30
e a forma como evoluiu para a geração da Amália. E foi ela, a Amália, a grande mentora, que permitiu um desenvolvimento e um abrir de novos caminhos ao fado, através de novos compositores. Actualmente sabemos e consideramos as alterações e opções estéticas da Amália como algo clássico, como algo que ficou e que assumimos como fado, como nosso. Como vê a relação entre jovens e o fado? Lindamente! Penso que com o aparecimento de vários fadistas, como a Mariza, abriram-se portas. Têm tido uma grande projecção, tornando o fado mais popular entre os jovens. Eu própria me sinto lisonjeada porque vejo muitos jovens nos concertos que dou. E reparem, estou a ser entrevistada por jovens. (risos). Eu também sou, tenho 25 anos e sou igual a todos os jovens da minha idade, não sou diferente por gostar de fado. É este meu gosto que desperta a curiosidade nos meus amigos, que vão ao meu encontro, aos meus concertos, ao encontro de outros fadistas para descobrir o fado. Qual é o caminho que a Carminho quer seguir? O meu. (Risos) Há algum ritual que não dispense antes de uma actuação? Faço alguns exercícios para preparar a voz. Bebo um chazinho, mas nada de especial.
DR
profundo, encara temáticas da vida, como a tristeza, a alegria, a saudade, a espera, o amor.
Meio despercebido ao lado de Alice no País das Maravilhas, estreou nos cinemas o novo filme de Denzel Washington, O Livro de Eli, um western pós-apocalíptico que merece toda a atenção. O mundo enfrenta a devastação deixada pela guerra nuclear de há 30 anos, os poucos sobreviventes lutam pela vida e para ter sempre mais do que o próximo. A radiação contaminou a água e destruiu a maioria da vegetação. E no entanto, Eli, o personagem de Denzel Washington (Training Day/Malcolm X) continua a sua caminhada solitária escoltando um livro sagrado que pode ser a única salvação da humanidade. Além de ter de sobreviver a saqueadores e às adversidades de um mundo decadente, Eli vai encontrar Carnegie (Gary Oldman – Dracula/ Immortal Beloved), outro sobrevivente da guerra e que conhece o poder presente na palavra daquele livro, querendo usá-lo para ser o novo “messias”. Mila Kunis (Max Payne/Boot Camp) e Ray Stevenson (Rome/Punisher: War Zone) complementam o elenco, se bem que, nesta longametragem, todas as atenções vão estar viradas para o personagem principal. Denzel não costuma participar neste género de filmes, mas fez bem em abrir uma excepção, pois é ele que dá toda a vida e personalidade ao enigmático forasteiro reminiscente de filmes como Por um Punhado de Dólares. O desenvolvimento de personagens está bem feito e o ritmo é bom. O maior defeito está mesmo em Mila Kunis, que por vezes é pouco credível.
Temas sobre a condição humana e o papel da religião no mundo interligam-se com cenas de acção coreografadas e filmadas de forma espectacular num filme violento, mas totalmente justificado. Muitos filmes usam uma pseudohistória para servir a acção, mas em O Livro de Eli, a acção serve a história. Pouco é gratuito nesta obra de dois realizadores gémeos, os irmãos Hughes (From Hell), e os cenários são do mais desolador que temos visto no grande ecrã. O mundo consegue, apesar de tudo, transmitir uma beleza estranha, dada a situação, especialmente na primeira cena do filme, que quase parece um sonho, quando comparada com as restantes, adquirindo quase uma estética de novela gráfica. O som adquire também um papel fundamental, sabendo onde e quando aparecer da forma mais eficiente, mas não sendo nada de extraordinário. Por percorrer um território que já não era bem explorado há vários anos e mostrar uma história adulta e que tem coragem para revelar o lado mau da religião lado-a-lado com o bom, é um filme que merece 9/10.
JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010
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Joana Roque, Mariana Rodrigues
Artes na Educação
No fim-de-semana de 7 a 9 de Maio decorre em Óbidos o encontro As Artes na Educação. O evento tem como objectivo reflectir sobre o papel da educação artística na promoção da criatividade. Os interessados podem inscrever-se online ou por correio até 30 de Março. Informação detalhada em http://blogs.esecs. ipleiria.pt/artes/.
Fórum de inovação, tecnologia, formação e emprego
FITEC volta a marcar presença dora matos
Mais um ano, mais um Fórum de Inovação, Tecnologia, Formação e Emprego. O FITEC está de volta à Exposalão, Batalha. Começa hoje e terá as portas abertas até dia 28. Pretendendo posicionar-se como um “ponto de encontro entre todos os agentes do mercado de trabalho”, a grande aposta do Fórum continua a ser a promoção do emprego, da formação e inovação. Este ano haverá, no entanto, algumas novidades. Para além de o Fórum decorrer em paralelo com o Festival Nacional de Robótica,
Workshops na ESAD
Durante os meses de Abril e Maio, a Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha promove um vasto leque de workshops que focarão temas como Design de Moda (Acessórios), Desenho Digital, Photoshop ou Produção de Evento. As formações têm como objectivos desenvolver competências tecnológicas, apoiar a integração na vida activa e sobretudo proporcionar o desenvolvimento de experiências criativas. As acções são dirigidas a alunos, exalunos e público em geral. Os interessados poderão consultar o programa em www. esad.ipleiria.pt.
também se verifica uma nova aposta ao nível da imagem. Leopoldina Alves, docente do IPL e membro da equipa responsável pela organização do evento esclarece que “as novidades começam pelo facto do layout e imagem do espaço terem sido concebidos internamente, por uma equipa de designers da ESAD – Escola Superior de Artes e Design.” Todos os cursos do Instituto Politécnico de Leiria vão estar representados e, quanto à disposição das áreas de conhecimento, a professora adianta que “será dada
uma importância mais significativa às áreas de formação avançada e aos mestrados”. Estarão também presentes, outros expositores como instituições de ensino superior e profissional, associações empresariais, associações de municípios, instituições de emprego e formação profissional, estruturas de apoio à criação de empresas (incubadoras, centro empreendedor, instituições bancárias, investidores), empresas em geral e imprensa especializada.
INTERNETES Mariana Rodrigues
Torneios de apuramento
IPL garante presença nas fases finais TIAGO FIGUEIREDO
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JORNAL DE LEIRIA 25.03.2010
Workshops, conferências, projectos e actividades nacionais e internacionais… Neste site do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado é possível ficar realmente sensibilizado e encontrar muita informação sobre iniciativas e formas de participar.
DR
http://www.voluntariado. pt/default.asp
Encontro de Estudantes de Informática
Agradável
FOTOS: SAS / IPL
Vai decorrer em Coimbra, de 8 a 11 de Abril, o 5º Encontro Nacional de Estudantes de Informática. Para além das conferências, o ENEI2010 pretende oportunidades de networking e formação, contacto com o mundo empresarial e alguma diversão. Mais informação disponível em http://2010.enei.net/ .
útil
Este foi um mês de novidades. Realizaramse o II Torneio de Apuramento, a Final Four e o Campeonato Nacional Universitário Individual que contaram com a presença de várias modalidades do IPL. No que diz respeito ao II Torneio de Apuramento, tanto o Andebol Feminino, como o Futsal Feminino, e ainda o Hóquei em Patins garantiram o apuramento para a fase final, com particular destaque para a equipa de Hóquei em Patins que venceu o torneio derrotando a equipa campeã nacional em título, a Universidade do Porto. Foram ainda
apurados para a fase de repescagem a equipa de Futsal Feminino e as equipas de Voleibol Masculino e Feminino. Relativamente à Final Four a equipa de Futsal Masculina do IPL também está de parabéns, uma vez que levou de vencida a competição. Já no Campeonato Nacional Universitário Individual o melhor classificado do IPL foi o atleta Diogo Oliveira que alcançou o 5º lugar, representando a modalidade do ténis. As equipas que defendem o IPL vão disputar, entre os dias 26 e 30 de Abril, as Fases Finais na cidade de Matosinhos.
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