Akademicos 38

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Akadémicos Suplemento do JORNAL DE LEIRIA, da edição 1322, de 12 de Novembro de 2009 e não pode ser vendido separadamente.

Federação Académica de Leiria 04 e 05

FOTO: ANDREIA ANTUNES

União que faz força

Nuno Mangas

ILUSTRAÇÃO: RUI LOBO

Presidente do IPL

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“Se tivéssemos uma Universidade, os estudantes poderiam fazer todos os graus académicos em Leiria” 06 e 07


Vai lá, vai... Abertura Director: José Ribeiro Vieira jose.vieira@movicortes.pt Director Adjunto: João Nazário direccao@jornaldeleiria.pt Coordenadora de Redacção Alexandra Barata alexandra.barata@jornaldeleiria.pt Coordenadora Pedagógica Catarina Menezes cmenezes@esecs.ipleiria.pt Apoio à Edição Alexandre Soares asoares@esecs.ipleiria.pt Secretariado de Redacção André Mendonça, Sara Vieira Redacção e colaboradores Ana Arsénio, Andreia Antunes, André Mendonça, Ângela da Mata, David Sineiro, Dora Matos, Élio Salsinha, Inês Lopes, Iolanda Silva, Luís Almeida, Marcelo Brites, Nadir Silva, Sara Vieira, Tânia Marques Departamento Gráfico Jorlis - Edições e Publicações, Lda Isilda Trindade isilda.trindade@jornaldeleiria.pt Maquetização Leonel Brites – Centro de Recursos Multimédia ESECS–IPL leonel@esecs.ipleiria.pt

Presidente do Instituto Politécnico de Leiria Nuno Mangas presidencia@ipleiria.pt

Director da ESECS Luís Filipe Barbeiro

barbeiro@esecs.ipleiria.pt

Directora do Curso de Comunicação Social e Educação Multimédia Alda Mourão

Começo por saudar todos os estudantes do Instituto Politécnico de Leiria, desejando-lhes desde já um bom ano de trabalho e sucesso académico norteado pelo respeito mútuo entre estudantes e entre estudantes e restante comunidade académica. Os novos estatutos do IPL, que entraram em vigor em Julho de 2008, contemplam a existência de um novo órgão, o Provedor do Estudante, eleito por sufrágio universal pela comunidade estudantil do IPL. Ao Provedor do Estudantes compete a função de defender e promover os direitos e os interesses legítimos dos estudantes do IPL. A actividade do Provedor contempla duas vertentes principais. Uma vertente reactiva, atendendo as queixas, petições e participações dos estudantes, referentes à não observância das normas gerais do IPL, que poderão provir directamente dos estudantes ou das associações estudantis, e proferir recomendações pertinentes aos órgãos adequados para as atender. Outra vertente, mais pró-activa, baseada na realização de recomendações genéricas, destinadas a acautelar os interesses dos estudantes, nos domínios da actividade académica e da acção social. É do conhecimento da comunidade académica que todos os cursos do IPL foram adequados ao modelo de organização de

Bolonha, onde o Ensino se centra na aquisição de competências e no desenvolvimento da capacidade de trabalho autónoma dos estudantes. Este tipo de ensino reforça a autonomia e as competências de auto-aprendizagem dos estudantes, factores muito valorizados pelo mercado de trabalho. Contudo, a transição do modelo de ensino dito convencional para o modelo de Bolonha é um processo incompleto. O sucesso desta transição depende da vontade não só da comunidade estudantil como também de todo o corpo docente do IPL e constituí um desafio que se torna imperativo vencer a curto prazo. Se atendermos à forma como têm decorrido as actividades lectivas designadas de Orientação Tutorial (OT) percebemos, desde logo, que o caminho a trilhar ainda é longo. Os estudantes não aderem em massa a este tipo de actividades. Porquê? Será pela não obrigatoriedade deste tipo de actividade lectiva? Será pelo pouco interesse que estas actividades despertam aos estudantes? Torna-se pois fundamental debater e reflectir sobre este desafio, a curto prazo, para que possamos dar ainda melhores condições aos nossos estudantes que potenciem a sua inserção no mercado de trabalho, cada vez mais escasso e exigente.

amourao@esecs.ipleiria.pt

Carlos Rabadão Provedor do Estudante do IPL

Os textos e opiniões publicados não vinculam quaisquer orgãos do IPL e/ou da ESECS e são da responsabilidade exclusiva da equipa do Akadémicos.

akademicos@esecs.ipleiria.pt

Uma agenda do mês Literatura 12 a 15 de Novembro XI Mostra de Doces & Licores Conventuais de Alcobaça Sobejamente conhecida a nível nacional e internacional, a XI Edição conta com a presença de cerca de 40 participantes, incluindo representantes estrangeiros de países como: Bélgica, França, Espanha, Polónia e Brasil. Música 14 de Novembro, 22:30 Orfeão Velho de Leiria

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MailBox Este “Quarteto de Jazz” apresenta improvisações extremistas e conjuntas, não se contentando apenas com o Jazz, pelo que mistura vários estilos para criar um som marcante e único. JORNAL DE LEIRIA 12.11.2009

iolanda silva

Literatura 19 de Novembro, 21:30 Teatro José Lúcio da Silva

Os Monólogos da Marijuana Adaptado de um dos espectáculos mais aplaudidos da off-Broadway Nova-iorquina do ano de 2003, nesta encenação são discutidos os prós, os contras, as contradições, as crenças, as ilusões e todas as questões que se levantam acerca da controversa marijuana de uma forma irónica e cheia de humor.

Música 20 de Novembro, 21:30 Teatro José Lúcio da Silva

Ana Moura Ana Moura apresenta em Leiria “Leva-me aos Fados”. Este é o quarto álbum de estúdio da fadista, o sucessor do multi-galardoado “Para Além da Saudade” (2007). “Leva-me aos Fados” conta com uma lista de participações de luxo de onde se destacam José Mário Branco, Gaiteiros de Lisboa, Manuela de Freitas, Amélia Muge e Tózé Brito. Tal como os anteriores, tem a produção de Jorge Fernando.


Ká entre nós

FOTO: LUÍS ALMEIDA

élio salsinha

O Instituto Politécnico de Leiria (IPL), desenvolveu em conjunto com a Junta de Freguesia de Leiria o projecto “Geracções”, cujo objectivo é promover na cidade a co-habitação entre um jovem estudante até aos 30 anos e um sénior com idade superior a 50. Será assim possível aos estudantes do IPL habitar numa residência particular onde resida uma pessoa sénior que tenha manifestado disponibilidade para acolher um jovem. Este tipo de iniciativa é novidade em Portugal, mas “o conceito noutros países europeus, nomeadamente em Espanha, encontra-se muito desenvolvido e faz acreditar que é possível ter sucesso”, revela Isabel Varregoso, coordenadora do projecto. A docente acredita ainda que o projecto é benéfico, tanto para

os jovens, como para os seniores, uma vez que “aos mais velhos, ajuda a combater o isolamento e, aos mais novos, oferece a possibilidade de desenvolver valores sociais para melhorar o convívio entre gerações”. Este é o primeiro ano da iniciativa e segundo Isabel Varregoso, “é ainda necessário desmistificar alguns receios de ambos, para que o projecto possa melhorar no futuro”. A nível de financiamento, os casos são analisados individualmente com base na situação económica de cada um. Está previsto que cada estudante contribua para as despesas da casa com um valor que será calculado, tendo por base as despesas das residências de estudantes. Os alunos interessados em participar neste programa po-

derão fazer a sua inscrição junto dos Serviços de Acção Social do IPL, enquanto os idosos se deverão dirigir à Junta de Leiria. A selecção será feita por uma equipa multidisciplinar, que integrará assistentes sociais e especialistas em gerontologia, a qual “tentará conjugar os interesses dos idosos e dos estudantes”. As manifestações de interesse ainda não são muitas, mas “o mais importante não é o número de pessoas inscritas, e sim mostrar que é possível fazer, uma vez que este não é um projecto de grandes massas”, conclui a coordenadora do projecto. O “Geracções” avançará este ano lectivo em regime experimental, abrangendo apenas alunos das Escolas de Leiria do IPL e idosos que residam na freguesia de Leiria.

Comemoração dos 30 anos da ESECS

Da ESEL à ESECS: 30 Anos de Memórias andré mendonça

A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) celebra, este mês, 30 anos de existência, apresentando nas suas instalações uma exposição alusiva às memórias da instituição. Fotografias de época de estudantes, docentes e funcionários não docentes, registos

da construção do edifício da Escola e alguns objectos relativos à sua actividade, são alguns dos elementos expostos ao público. Fundada em 1979, a ESECS iniciou as suas actividades no ano lectivo de 1986/87 no edifício actual. Embora as actividades se centrem hoje no Campus 1 do

IPL, junto à Câmara Municipal de Leiria, pela história da instituição recorda-se a presença de um pólo nas Caldas da Rainha e as instalações do antigo convento de Santo Estêvão, recuperado hoje como instalações da futura Federação Académica de Leiria.

DR

Está a dar

IPL promove co-habitação entre jovens e seniores

FOTO: IOLANDA SILVA

Projecto Geracções

Dura praxe, é praxe?

andré mendonça

Ingressar no ensino superior pode ser considerado um momento agridoce. Por um lado a possibilidade de obter um grau académico elevado e assim melhorarmos as nossas possibilidades futuras de conseguir um emprego melhor. Por outro a eventual mudança de cidade e o consequente abandono de costumes, amigos e família. Mas entrar num curso superior é também sinónimo de praxe: conjunto de tradições, usos e costumes de uma comunidade académica. Esta é a versão oficial. No entanto, para alguns, é um conjunto de desrespeitos, imbecilidades e humilhações. A verdade é que nem todos podemos gostar do mesmo. E é para isso que existe o termo “anti-praxe”. Concorde-se com ele ou não, este termo, traduzido na prática e à minha letra quererá dizer: Eu sou “anti-praxe” porque sou contra uns quantos frustrados que não sabem o que são as tradições académicas e só usam o traje para poderem realizar actos de humilhação e de violência barata, “carregando” no caloiro as suas frustrações pessoais. Reconheço, porém, que nem todos os “anti-praxe” o serão por este motivo. Mas gosto de acreditar que sim. Porque a praxe não é para humilhar ou desrespeitar o caloiro. É sim para ajudar o recém-chegado à Universidade a integrar-se no ambiente universitário, a criar amizades e a desenvolver laços de sólida camaradagem para com o seu curso e a sua Academia. No fundo dar-lhes a possibilidade de obterem uma “segunda família”. E isso oferece-se como? Com gritos, berros e “agressões” físicas e psicológicas? Não. Oferece-se com um modelo militar, em que os caloiros ficam em sentido, marcham e recebem ordens e insultos como se estivessem na recruta? Não. No entanto esta segunda é um “mal” necessário. Porque considero que em tudo deve haver uma hierarquia, para que as coisas funcionem correctamente. O problema está na forma como se quer impor essa hierarquia e o seu respeito adjacente. É que o respeito não se ganha, conquista-se. E o que vejo, é que muito poucos o sabem conquistar, querendo impô-lo à força e aos gritos, quando se pode fazê-lo com calma e num tom normal, com brincadeiras e jogos que até ajudem a reforçar os laços entre os próprios “praxados”. Porque a ideia é que os caloiros respeitem o traje e o possam, mais tarde, vestir com orgulho, temos o dever de os ensinar bem. E, por exemplo, quantos caloiros saberão que o Traje Académico foi criado para simbolizar a igualdade entre todos os estudantes? Poucos ou nenhuns. Mas estes mesmos caloiros talvez saibam os decibéis que ecoam da “esganiçada” do curso “x” que, quase todos os dias, teve perto de lhes conseguir rebentar os tímpanos. E, qual círculo vicioso, para o ano, infelizmente, este texto poderá ainda ser actual. É triste, mas já é da “praxe”!

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Está a dar

As Associações de Estudantes da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e da Escola Superior de Saúde criaram a Federação Académica de Leiria. Objectivo: unir esforços e desenvolver projectos em áreas como a cultura, o desporto, a formação ou a acção social.

TEXTO: sara vieira e tânia marques foto: sara vieira

ESECS, ESTG, ESSLEI

Associações de Estudantes criam Federação Académica JOÃO RODRIGUES PRESIDENTE DA COMISSÃO INSTALADORA DA FAL

À semelhança das grandes academias, o Instituto Politécnico de Leiria goza agora de uma voz colectiva, dotada de autonomia estatuária, administrativa e financeira. Resultante da congregação de esforços da Associação de Estudantes (A.E.) da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) e Escola Superior de

Saúde (ESSLEI), a nova Federação Académica de Leiria (FAL) afirma pretender constituir-se como uma associação estável, quer a nível financeiro, quer a nível social, de forma a potenciar o associativismo, apoiar o desenvolvimento técnico e cultural dos alunos e fornecer maiores apoios sociais. A FAL é constituída por uma Comissão Instaladora, responsável por planear e

fazer executar, os ideais, planos e fundamentos da Federação, sempre no espírito da sua fundação e sob as orientações da Declaração de Intenções. Para o presidente do Órgão Executivo da Comissão Instaladora, João Rodrigues, 26 anos, a principal preocupação é “haver um espaço comum de trabalho e opiniões”, explicando que o edifício associativo tem agora mais um “andar”.

encontram nas grandes superfícies”. Da parte dos fabricantes existe um cuidado especial na confecção e apresentação dos mesmos, mas apesar disso “são produtos simples para se consumirem em casa”, acrescenta. Por ser um conceito novo, a afluência ao espaço ainda é algo reduzida, embora seja cada vez mais “crescente”, afirma Ana Laia. E sublinha que a

loja “está a cair no hábito das pessoas de Leiria”, pelo que de um modo geral quem por lá passa volta sempre uma segunda vez, conclui. A ideia de que os produtos gourmet são só para alguns bolsos não se aplica neste caso. A gerente afirma ter produtos para todos os bolsos, com preços que variam entre um euro e meio a cento e sessenta euros.

Que prós e contras?

A Federação conta com alguns apoios institucionais, como o Instituto Português da Juventude (IPJ) e a Câmara Municipal de Leiria (CML). André Sousa, 22 anos, presidente da AE da ESTG, considera estes apoios importantes na medida em que “salvaguardam processos como: pedidos de apoio, candidaturas, projectos e apoio ao estudante (pessoal

Konsumo Obrigatório O “culto do paladar” em Leiria

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Desde chás de chocolate com especiarias, a compotas de pêssego com amareto, encontra-se um pouco de tudo no Sant’Ana Gourmet, uma loja de produtos de excelência, situada no mercado Sant’Ana, em Leiria. Segundo Ana Laia, gerente da loja, são oferecidos neste espaço “produtos alimentares de qualidade superior quando se compara com aqueles que se

Entre os produtos mais vendidos estão os chás, as compotas e as bolachas. A oferta diferencia-se pelos sabores pouco usuais como chás de frutos com menta e chás de algas, produtos Fauchon (marca francesa identificada como símbolo internacional de requinte), chocolates, bombons, patés diversos, especiarias, chutneys e champanhe, somando-se a “excelente quali-


FOTOS: DORA MATOS

De Karas 1. Vejo a praxe como uma actividade divertida. Eu tenho dois pontos de vista quanto à praxe.

1. O termo “praxe” não te é desconhecido. Como caracterizas a praxe? 2. Quais são os benefícios da praxe? 3. As praxes são sinónimo de…

Primeiro, deves levar a praxe de uma forma descontraída, “na desportiva”, isto para te integrares mais facilmente no teu curso, na escola. Segundo, penso que mesmo o facto de te manteres afastado das “praxes” não te vai limitar em nada. 2. Crias novas amizades e conheces novos espaços. 3. Uma tentativa de valorização da vida académica. IVO SANTOS ANIMAÇÃO CULTURAL – 1º ANO

1. Para mim as praxes são um meio de integração na vida de estudante universitário.

2. Consegues adaptar-te de forma mais fácil ao

1. Provavelmente tenho uma ideia diferente da

ambiente escolar…conheces outro mundo… 3. Convívio.

FÁTIMA CALADO COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO MULTIMÉDIA – 1º ANO CORALIE ANTUNES COMUNICAÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO MULTIMÉDIA – 1º ANO

e jurídico)”. No entanto revela que existem dificuldades a superar, causadas nomeadamente pela curta duração do mandato. Quem partilha da mesma opinião é João Rodrigues, que realça o esforço dos organismos académicos: “quando um indivíduo é eleito para um cargo é-lhe pedido um esforço quase sobre-humano, para além de estudar, ainda tem de estar a comandar os destinos de 4 mil alunos”. A principal vantagem desta união, para Rui Jordão, 20 anos, Presidente da AE da ESSlei e vice-presidente da Comissão Instaladora da FAL, é “a boa relação que se criou entre as Associações de Estudantes” e, em particular, a possibilidade de “desmistificar a não participação activa na vida académica na Escola Superior de Saúde”. O Gabinete de Projectos “será uma mais-valia para os alunos”, refere André Sousa, acrescentando que

“normalmente existem projectos com pernas para andar, mas que acabam por terminar aquando do término do respectivo curso”. Pedro Batalha, presidente da AE do Campus 1 do IPL, acredita não existir qualquer desvantagem na criação da Federação, e estima o aumento de poder que cada Associação irá possuir, “vamos ganhar peso perante o IPL”, declara a voz da ESECS. As associações académicas da Escola Superior de Artes e Design (ESAD) e da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) ainda não estão federadas. Para a constituição da fundação só eram necessárias três associações, aliando-se as mais próximas. O Presidente da Comissão Instaladora diz que “a distância geográfica e emocional é longa”. Mesmo assim, não afasta a ideia de poder existir um intercâmbio com as duas entidades escolares.

maioria em relação à praxe. Eu não participei na praxe e penso que muitos rituais são escusados, como por exemplo o facto de gritarem, insultarem os caloiros… A praxe não precisava ser tão agressiva. 2. Permite novos conhecimentos, que podem ser uma mais-valia no futuro. 3. …espírito académico.

Que projectos vão ser desenvolvidos? embora confesse que não seja de fá-

Cultura, desporto, formação e acção social. São estas áreas as privilegiadas no conjunto de projectos que a FAL pretende promover. O papel do departamento cultural é realçar a actividade das tunas (actualmente sete) e dinamizar o teatro, a literatura, a fotografia, as artes plásticas, etc. Eventos como a Semana Académica e a Recepção ao Caloiro devem ser do interesse de todos, como reforça André Sousa, “entreajuda, trabalho voluntário e camaradagem era ouro sobre azul na realização destes eventos”. A vestir a camisola da FAL está o departamento de desporto, que vai dinamizar, ainda mais, a prática desportiva, através da introdução de novas modalidades, como as artes marciais e râguebi. Para Pedro Batalha, presidente da AE da ESECS o desporto é uma área prioritária,

cil concretização: “actualmente não temos capacidade financeira nem logística para concretizar esse objectivo”. Relativamente a projectos de formação, Rui Jordão declara que os planos da FAL para a ESSlei “passam pela aposta na formação extra-curricular”, nomeadamente em cursos de primeiros socorros, sublinhando que tudo o que não seja formação graduada vai ser alvo de atenção. No que respeita ao apoio social, vão ser equacionadas várias possibilidades, revela João Rodrigues, aclarando que os apoios também podem ser dados pela autarquia e/ou empresas. Porém, o mais importante para o vice-presidente da Comissão Instaladora da FAL é “criar uma estrutura associativa sólida”, dotando a Academia, “de todas as armas necessárias para se fazer ouvir.”

nadir silva

DR

dade a uma a excelente imagem”, acrescenta a gerente. Como não podia deixar de ser, estão ainda em destaque os vinhos portugueses. ” Bons vinhos portugueses”, frisa Ana Laia. Reserva Especial Ferreirinha e Cortes de Cima são alguns dos que se podem encontrar. Há ainda um whisky chinês “considerado um os melhores do mundo”!

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Nuno Mangas, Presidente do IPL

Sentado “Os nossos jovens não podem estar à espera no mocho que lhes caia um emprego do céu” Sentou, vai ter k explicar O novo presidente do IPL, Nuno Mangas, mostra-se satisfeito com todo o seu percurso na instituição e sente-se confiante em relação ao futuro. Os estudantes são sempre a sua principal preocupação e garante que fará os possíveis para que os actuais desafios sejam ultrapassados. TEXTO: Inês lopes FOTOS: andreia antunes

Enquanto estudante universitário, exerceu alguma actividade de destaque? Nos últimos anos de curso de engenharia electrotécnica, estive envolvido nas comissões de curso e na preparação da queima das fitas, em Coimbra. Formalmente, nunca exerci um cargo de dirigente nas associações académicas. Como foi o seu percurso profissional até chegar a presidente do IPL? Após terminar o curso integrei, durante dois anos, a equipa do plano estratégico na Comissão de Coordenação da Região Centro. Foi um trabalho aliciante de fim de curso e permitiu-me ter uma visão mais abrangente da região. Regressei a Ourém, de onde sou natural, colaborei com a escola profissional de Pombal e fui responsável por uma disciplina no ISLA, em Leiria. Em 1993 entrei no IPL como assistente na ESTG, no departamento de Engenharia Electrotécnica. Acabei o mestrado e passei a professor adjunto e, em 1997, fui convidado para ser presidente do conselho directivo. Em 2004 ascendi a vice-presidente do IPL, ficando responsável por áreas como o ensino à distância, os cet, o desenvolvimento das unidades de investigação e a promoção do empreendedorismo. Todos os cargos foram muito gratificantes. O que pensa do elevado número de recém-licenciados no desemprego? É difícil quando se acaba uma formação superior e não se entra rapidamente no mercado de trabalho. Quando comparo as estatísticas dos últimos anos, verifico que o emprego qualificado está a crescer. É preferível ser-se qualificado, mesmo que isso implique dificuldades de inserção do mercado de trabalho. As elevadas taxas de desemprego não de-

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vem ser impedimento para que se prossigam os estudos, vale sempre a pena saber mais. É importante ter qualificações, saber pensar, saber estar, saber ser. Apesar de Portugal ter um baixo número de diplomados, temse vindo a assistir à promoção do empreendedorismo como perspectiva de futuro. As boas ideias normalmente têm futuro. Para isso é necessário criatividade, inovação e empreendedorismo. Os nossos jovens não podem estar à espera que lhes caia um emprego do céu. Há actividades conexas às áreas de formação que são boas oportunidades de trabalho. Licenciou-se em engenharia e agora exerce cargos de gestão. Sente saudade de algo relacionado com a sua área? Não sinto saudades porque muitas das actividades que desenvolvo no Instituto estão relacionadas com a engenharia. A minha formação é uma mais-valia e sinto-me totalmente realizado, pois gosto daquilo que faço. É meio caminho andado gostarmos daquilo que fazemos para termos um bom desempenho nas nossas funções. Às vezes do que sinto mais falta é do contacto com os estudantes e de dar aulas, mas era complicado compatibilizar os horários. Sempre que sou contactado pelos estudantes procuro recebê-los. É uma forma de estar, de sentir um pouco da instituição e das suas preocupações e anseios. Quais os desafios que se colocam, neste momento, ao IPL? São muitos (risos). O grande desafio é a qualificação do corpo docente e o objectivo é que metade atinja o grau de doutoramento. Com isto, vamos poder garantir mais qualidade no ensino, na investigação e desenvolvimento (I&D) e na transferência de conhecimento para o exterior. Felizmente acho que


Kultos

david sineiro

Sacanas Sem Lei: The Inglorious ‘Basterds’

KURTAS Uma obra arquitectónica Sagrada Família em Barcelona Um político Sá Carneiro

Um livro Os Maias, de Eça de Queirós

alcançaremos este objectivo até ao final de 2010. Vamos apostar na bolsa de emprego, nos estágios, no aumento de cursos em regime pós-laboral e especialização tecnológica, bem como no ensino à distância e nos mestrados. Por outro lado, há desafios ao nível da qualidade do Instituto e esta é uma tarefa de melhoria contínua. No contexto de crise económica nacional, o IPL poderá ver o seu campo de actuação limitado? Espero que não. Não conhecemos, ainda, o orçamento para 2010. O número de estudantes que recorreram à bolsa é superior ao ano anterior e há dificuldades no pagamento das propinas. Temos procurado encontrar respostas para essas necessidades. No próximo ano, se a taxa de inflação for negativa, o valor da propina não aumentará, antes pelo contrário. Apesar da incerteza de como será o próximo ano, espero que a instituição consiga ultrapassar dificuldades socioeconómicas que possam surgir. Se a instituição trabalhar em conjunto vamos seguramente conseguir. Como pensa apoiar os alunos na inserção no mercado de trabalho? Principalmente através da criação de mais estágios curriculares. Com a entrada em vigor do processo de Bolonha, muitos cursos perderam os seus estágios e a intenção é recuperá-los. Estes são um óptimo instrumento de inserção e per-

mitem um primeiro contacto entre a entidade empregadora e o estudante. Em 2009, o número de ofertas de emprego foi muito significativo. No entanto, muitas vezes há um desconhecimento dessas mesmas ofertas. A nossa divulgação é um papel importante neste domínio. Que novas infra-estruturas são esperadas no IPL? Está em construção a segunda fase do edifício pedagógico e uma cantina residência junto à ESTM, em Peniche. Na ESAD.CR, procede-se à requalificação do edifício pedagógico e à reconversão do antigo hospital para biblioteca e espaços de exposições. Em Leiria, na ESECS, está em curso a construção do pavilhão destinado a trabalhos de grupo, que será concluído no próximo ano. Ao longo dos anos demos um grande salto qualitativo, mas é evidente que continua a haver necessidades e dificuldades. O meu compromisso aqui é identificá-las junto da direcção das escolas e encontrar soluções. É o meu compromisso e é a minha preocupação.

É importante ter qualificações, saber pensar, saber estar, saber ser. Como é que a presidência espera apoiar a Federação Académica? O IPL cedeu alguns dos espa-

ços no antigo Convento Santo Estevão, em Leiria, para as actividades da Federação. Iremos apoiar ao nível financeiro, através da acção social escolar, que tem também como objectivo a gestão de actividades culturais. A Federação Académica de Leiria é uma mais-valia e espero que venha trazer outra dimensão às actividades desenvolvidas pelas associações de estudantes. Estas vão continuar a existir e a desempenhar as suas funções e a Federação terá um papel agregador. Que vantagens terão os alunos na possível passagem do IPL a Universidade? O facto de se chamar Instituto Politécnico de Leiria, por lei, limita a sua actividade. O Instituto deve estar limitado pelas suas competências e não por estar inserido no subsistema dos institutos politécnicos. Se tivéssemos uma Universidade, os estudantes poderiam ter a oportunidade de fazer todos os graus académicos em Leiria, o que não acontece actualmente. Assim que o IPL tenha todas as condições e requisitos que a lei exige, deve exigir a sua passagem a Universidade. Não é um processo fácil, vai exigir grande consenso entre toda a comunidade académica. Ao passarmos a Universidade, a imagem social do IPL mudará, também. Quando se defende esta transição não é para deixar de fazer o que já fazemos, muito pelo contrário, é para acrescentar valências. É uma perspectiva de acrescentar valores e competências e não retirar.

A máquina de publicidade montada à volta de Sacanas Sem Lei certamente fez com que a existência do filme não fosse desconhecida para a maioria da população. O que pode ainda não ser do conhecimento geral é que o mais recente filme de Quentin Tarantino é uma obra fascinante e única. É numa França ocupada pelo exército Nazi que se passa esta longa-metragem que fala muito mais sobre o próprio cinema do que sobre a Segunda Guerra Mundial. Não se trata de realizar um tratado sobre História ou de contar um determinado feito. É pura ficção num cenário real. Mas uma ficção que celebra o cinema em toda a sua plenitude. O estilo de Tarantino é incontornável em cada cena com os planos estilizados, as conversas banais e os comportamentos inesperados a saltarem à vista. É possível que muito do que aqui se apresenta só seja aceite mesmo por ser um filme do realizador de Pulp Fiction e Reservoir Dogs, outro qualquer seria considerado demasiado pretensioso por apresentar uma obra destas. Talvez agora que o filme se tornou um enorme sucesso de bilheteira os produtores possam olhar para ele e ver que nem sempre seguir as regras de ouro de Hollywood é essencial. As influências são demais para contar, mas o título talvez remeta para uma das mais importantes, The Inglorious Bastards, um filme italiano de 1978, realizado por Enzo Castellari, e que também conta a história de um particular grupo de soldados americanos. O nome do filme é também o nome de um pequeno grupo de soldados americanos que foram lançados de pára-quedas em França com a única missão de matar Nazis. Esqueçam tudo o que foi aprovado na convenção de Genebra, estes soldados de origem judia vão fazer aos nazis muito pior do que eles fizeram ao seu povo, e dar o mote para um filme violento e cru.

As representações principais são geniais, e muito poderia falar de Brad Pitt (Sete Anos no Tibete / Tróia) como o Lt. Aldo Raine e do seu perfeito italiano, no entanto, é Christoph Waltz que fica com o estrelato. Um actor excelente numa representação que merece todos os prémios a que possa concorrer. Um oficial nazi que ninguém compreende, um homem que dá calafrios a qualquer espectador. Sublime. Também digna de menção é Mélanie Laurent, a “Uma Thurman” de Basterds, num papel de uma judia que é dona de um cinema, uma personagem de aparente fraqueza mas com uma grande força interior. Há também que chamar a atenção para a música, ou não fosse este um filme de Quentin Tarantino, um génio no que toca a escolher músicas para os seus filmes. Não há palavras que façam jus à grandeza deste filme. Tarantino, estás perdoado pelo Death Proof! 10/10

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A Fechar

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Ciclos de Cinema e Debate

Federação Académica de Leiria organiza ”Encontro Intergeracional”

Entre 4 de Novembro e 2 de Dezembro, o grupo PAR, da ESAD.CR, Campus 3, em Caldas da Rainha, exibe cinco filmes, debatendo as suas matérias. A próxima sessão tem data de 4 de Novembro, com a exibição de “Fanny & Alexander”(1982), de Ingmar Bergman. O debate será conduzido pela Prof. Margarida Tavares.

O Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) propõe “1000 brinquedos por 1000 sorrisos”, uma campanha que procura recolher brinquedos movidos a pilhas, de forma a poderem ser adaptados e transformados num “brinquedo especial”. Destinados a crianças portadoras de deficiência, os brinquedos deverão ser entregues na ESECS (Campus 1 do IPL), no espaço do CRID.

III Congresso Internacional de Turismo A Escola Superior

de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM/ IPL), em Peniche, acolhe o III Congresso Internacional de Turismo de Leiria e Oeste, nos dias 25 e 26 de Novembro de 2009, sob o tema “A Imagem e a Sustentabilidade dos Destinos Turísticos”. Pretende debater experiências nacionais e internacionais ligadas às políticas de valorização turística dos territórios, a sua competitividade, sustentabilidade e promoção.

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Foi na passada sexta-feira, 30 de Outubro, que teve lugar o “Encontro Intergeracional”, no recinto da Recepção ao Caloiro de Leria, o qual contou com a presença de cerca de 150 idosos, vindos dos vários Centros de Dia da região de Leiria. Os estudantes do IPL efectuaram no local a realizar diversas actividades de animação em conjunto com os seniores, dandolhes a conhecer um local normalmente

frequentado somente por estudantes. Com esta actividade, a Federação Académica de Leiria (FAL) quis “aproximar a cidade aos estudantes e dar a conhecer um espaço que é deles, e que foi construído por eles”, referiu Margarida Coelho, Directora do Departamento Jurídico da FAL. “Os estudantes também podem dar muito de si à cidade e, não apenas a cidade aos estudantes”, assim como, “desmistifi-

car o que é a Recepção ao Caloiro, evento que algumas pessoas não vêm com bons olhos”, acrescentou. Este encontro contou também com a presença de estudantes trajados que falaram da importância de vestir um traje académico e do respeito que se deve ter para com ele. A iniciativa terminou com um lanche oferecido a todos os idosos presentes.

IPL no 7.º Campeonato Europeu Universitário de Futebol

INTERNETES élio salsinha

TEXTo: marcelo brites

útil

Este é o local certo para qualquer estudante. Aqui encontram-se todas as informações acerca de licenciaturas, pós-graduações e mestrados. O acesso aos exames nacionais do Ensino Secundário é também outra área interessante do site.

FOTOS: PEDRO JERÓNIMO

Sorrisos pela inclusão

Ângela da mata

Wroclaw (Polónia) foi palco, durante este Verão, do 7º Campeonato Europeu Universitário de Futebol, o qual reuniu as 14 melhores equipas em campo. Depois do sucesso das Universíadas, o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) marcou a sua terceira presença num europeu de futebol, passando a ser a equipa portuguesa com mais presenças na prova (2003, 2007 e 2009). As ambições do IPL para este europeu eram altas. Melhorar o 8.º lugar parecia um objectivo algo elevado, porém, havia a esperança de se poder colocar nos primeiros lugares. O primeiro sinal de dificuldade surgiu com o sorteio, tendo ficado num grupo com equipas muito promissoras: Turquia (uma candidata à final, que ficou pelo caminho), Azerbeijão (uma surpresa) e Espanha (defensivamente eficazes e muito consistentes). A representação portuguesa acabou por se colocar no 13.º lugar, imediatamente antes do Chipre, que ocupou o ultimo lugar, falhando-se assim algumas das expectativas. No jogo de despedida, de atribuição dos 13.º e 14.º lugares, houve golos e muita luta.

http://aeiou.guiadoestudante.pt

Apito final e vitória do IPL, perante a Universidade do Chipre, por 4-3, com golos de Joel Domingues(8’), Ruben Sousa(10’, 28’) e de Ricardo Rodrigues(26’). A vitória do campeonato coube à equipa vinda da Ucrânia representada pela Ternopil Pedagogical University, disputando a final com uma equipa do mesmo país. Em entrevista, Miguel Jerónimo, Administrador dos Serviços de Acção Social do IPL, faz um balanço positivo da campanha, e não deixou descartada a possibilidade do IPL vir a organizar uma futura edição deste campeonato, candidatando-se aos Europeus Universitários em 2012. Este foi um campeonato recheado de boas equipas Universitárias, sendo de destacar o companheirismo e animação proporcionados, dentro e fora de campo, pela equipa do IPL. No âmbito do desporto, Miguel Jerónimo anunciou que este ano se prevê arrancar com a modalidade de hóquei em patins, bem como reactivar algumas das modalidades que foram suspensas no último ano lectivo.

agradável

Conhecido como “génio da Internet”, o Akinator é um site muito divertido, onde o objectivo é pensar numa personagem e depois responder às perguntas que nos são colocadas. Por incrível que pareça, o génio adivinha quase sempre em quem pensamos.

http://pt.akinator.com

DR

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