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TRANSPORTE
63 COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE
As dificuldades para se chegar a região eram enormes pois não havia estrada nem transporte. Viajava-se a cavalo, acompanhando o caminho das tropas de burro, havendo mais facilidade de comunicação com São João dos Patos, distante 40 quilometros, do que com Pastos Bons, sede do municipio, distante 30 quilometros. Era mais facil ir a Floriano-PI e dai para outros estados do Nordestes do que para a Capital, São Luís.
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De Barão de Grajaú até São João dos Patos havia uma estrada vicinal (carroçal), em que trafegam caminhões, procedentes de todo o Nordeste, carregando mercadorias, principalmente o sal e a querosene. Faziam questão de passar mais tempo em Paraibano, em razão do comércio e da hospedagem. Já havia dois hotéis, enquanto em Pastos Bons, nenhum.
Floriano era o ponto de abastecimento mais próximo, tanto que a rimeira primeira estrada construida foi ligando o Brejo a Floriano, por onde se escoava a produção e onde eram adquiridos os implementos e as mercadorias necessárias para a própria sobrevivencia da região.
Em 1935, João Paraibano adquire um caminhão77 – o primeiro! –que servia de transporte para a cidade. Adquirido na cidade de Fortaleza. Para trazer esse caminhão, foi necessário abrir caminho a facão. As pessoas que moram próximo a estrada existente, utilizada pelas tropas de burros, fugiam assustadas pensando que era o fim do mundo, pois não conheciam carro que não fosse de tração animal. Ouviam o barulho do motor e fugiam para o meio do mato.
Em Paraibano, já circulava o caminhão de Joana da Rocha Santos, para transporte de produtos agricolas adquiridos em Paraibano e levadas para São João dos Patos. Toda a produção adquirida por Dona Noca e transpoirtada para sua cidade, saia como produto daquele municipio, não pagando-se os impostos e taxas a Pastos Bons. Dai naquela epoca São Joao dos Patos ter uma grande produçãoi agricola, cuja queda vai se refletir quando da emancipação do municipio.
Mais tarde, João adquire outro caminhão, assim como Guilhermino adquire seu Forde 1948 do sr. Anisio Nunes (custou 78 mil cruzeiros); em 1950, adquire outro caminhão, em São Luis, por 100 contos de reis. Outros
64 caminhões são adquiridos, como o do sr. Francisco Gomes Ribeiro, o do sr. Antonio Diniz Barros, o do sr. João Furtado de Brito, e outros, conforme nos informa Eliza Brito Neves Barros.78
Propaganda dos caminhões Ford, Diário de São Luis, 1948
Antes, nessas viagens, levava-se de dois a cinco dias. Dois dias em viagem a cavalo; cinco dias, das tropas de burro transportando as mercadorias. Ia-se até Nova Iorque por terra e depois de lá, pelo rio, até Floriano, onde as mercadorias eram entregues ao comerciante Marques Jacob, Salomão, Calixto Lobo. Saia do Brejo com vinte, trinta animais - cavalo, burro, jumento. A estrada era só barro... Depois, compra-se em Fortaleza, Recife, São Paulo.
Em principio, o dia de grande movimento era o domingo, quando acorriam pessoas de toda a região. Depois, mudou para o sábado. Algumas pessoas vinham umas poucas vezes por ano, geralmente no verão, para se abastecer e levam, as vezes, ate uma semana de viagem.
Lembra Eliza Brito (2013):
Seu Agostinho Rocha, residente proximo ao sr. Francisco Gomes Ribeiro – Chico Siebra – tinha em frente à sua casa um frondoso cajueiro, onde se amarravam os animais de montaria, equipados com selas cravadas de arrebites brilhantes, cilhas fortes, crnonas bem astofadas cobertas com coxinilho ou pelegos coloridos, arreios finamente trabalhados, estribos cromados ou bonitas caçambas presas às selas por loros afivelados. Tudo para conforto e orgulho do cavaleiro, que sempre portava esporas nos pés e pendurava na mão uma chibata igualmente enfeitada com metais. Quanto às mulhres, essas coitadas!... quase sempre vinha à pe´[...] p. 25
65 João Paraibano, em 1943, deixa o Brejo, indo se instalar em Imperatriz79 . Os negócios são assumidos por Bernardino, Guilhermino de Brito Lira, Marcos de Brito Lira, José de Brito Sobrinho. Campos e Damasceno (2012)80 apresentam-nos da seguinte forma o desenvolvimento da região do Brejo, com a chegada dos Paraibanos:
O município de Paraibano surgiu nos moldes da corrente pastoril, e como todas as cidades, é resultado de um processo que foi se consolidando ao longo dos anos com esforço de seus habitantes que foram traçando o seu perfil. A esse respeito Callai (2000, p. 84) comenta: O espaço construído resulta da história das pessoas, dos grupos que nele vivem, das formas como trabalham, como produzem, se alimentam e fazem / usufruem o lazer. Isto resgata a questão da identidade e a dimensão de pertencimento. É fundamental, neste processo que se busque reconhecer os vínculos afetivos que ligam as pessoas aos lugares, às paisagens [...] 81 Não se sabe ao certo quem primeiro chegou às terras paribanenses, segundo dados do IBGE, o local onde está situado o sítio urbano da cidade, pertencia ao Sr. José Fernandes, de origem desconhecida. Em 1920, chegou ao local, o paraibano Antônio Brito Lira, acompanhado de seus familiares, em busca de melhores condições de vida, já que a seca assolava seu Estado (BRASIL, 2011) 82 .
Ao chegar à localidade Antonio negociou com José e adquiriu a gleba de terra de 2.000 hectares e assim se tornou proprietário, dando início à produção agrícola e pecuária, alcançando grande sucesso na produção. De 1920 a 1930, enquanto se dedicava à lavoura, os pioneiros construíram casa de tijolos e cobertas e telhas.
Sendo cada vez maiores as colheitas, o povoado foi progredindo e atraindo moradores e com isso, tomando outro aspecto; assim, o lugar cresceu vertiginosamente, tornando-se centro exportador de arroz, milho, feijão, fava e algodão para o Nordeste, de onde vinham, em caminhões de propriedade da família Brito Lira, mercadorias para serem vendidas na região (BRASIL, 2011). De espírito empreendedor, João Brito Lira continuou na liderança e em 1931, organizou uma feira, onde todos pudessem comercializar seus produtos, causando grande repercussão na região, além dos resultados positivos auferidos pelos produtores. Em 1937, dando continuidade ao crescimento e desenvolvimento do povoado foi construído a capela de São Sebastião, padroeiro do lugar e em 1945, os filhos de Antônio Brito Lira, mandaram construir um mercado, para onde foi transferida a feira. Conhecido inicialmente como Brejo do Paraibano, o povoado foi elevado à categoria de município pela Lei Nº 841, de 30 de dezembro de 1952, com o nome de Paraibano, em homenagem a seu fundador. A área integrante do atual município foi desmembrada de Pastos Bons.
79 João Brito Lira (João Paraibano). Comerciante. Chegou a Imperatriz em 1955, vindo de Brejo do Paraibano (MA) (sic), onde nasceu. Fundou a Casa
Paraibana, localizada, à época, na Rua Simplício Moreira. Foi a maior loja comercial da década de (19)50 em Imperatriz. Vendia tecidos, louças, alumínio, miudezas em geral e foi a primeira loja a vender brinquedos a pilha e máquinas de costura. Casado com Edilia (sic) Coelho Brito, com teve seis filhos, entre eles Maria de Jesus Brito, comerciante, uma das primeiras proprietárias de boutique em Imperatriz, a D´J Modas. in SANCHES,
Edmilson (Redator e Editor). ENCICLOPEDIA DE IMPERATRIZ: 150 ANOS: 1852-2002. Imperatriz: Instituto Imperatriz, 2003, p. 318. 80 CAMPOS, Clodomir Lima; DAMASCENO, Maria Rosilene Silva. PERCEPÇÃO SOCIOAMBIENTAL DO BAIRRO SUBESTAÇÃO E ENTORNO: um estudo de caso sobre as nascentes do Riacho Quandus. Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia do Instituto de Educação Superior do Brasil – IESB como requisito parcial para obtenção do grau de licenciado em Pedagogia. Orientadora: Profª Especialista Samantha Borges; Co-orientadora:
Engenheira Civil e Especialista Claudene do Socorro Campos. Paraibano, INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO BRASIL – IESB PÓLO: PARAIBANO-
MA, CURSO: PEDAGOGIA, 2012. 81 CALLAI, Helena Copelti. Estudar o lugar para compreender o mundo. In: CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (Org.). O ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000, citada por CAMPOS e DAMASCENO, 2012, obra citada. 82 BRASIL. IBGE, Estatística do Registro Civil de 2010. Rio Janeiro: IBGE, 2011.
66 Por iniciativa do Senador José Neiva, em 1947, é solicitado a integração do Brejo do Paraibano com o restante do Estado, através da instalação de uma linha telegráfica:
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