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Sobre os Autores

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73 POLITICA

Desde que os “Paraibanos” “invadem” o territorio de Dona Noca, iniciando a comercialização e, especialmente, a monetarização (uso de dinheiro vivo para pagamento de bens e serviços), Joana da Rocha Santos torna-se “inimiga” dos Brito Lira. Primeiro, de João Paraibano a quem persegue usando seu poder político e, quando este deixa a região desgostoso com essas perseguições, volta-se para Guilhermino, herdeiro do posto de pessoa mais influente do Brejo. João não se envolve com a politica, deixa para Guilhermino essa parte. Quando os Teixeira, de Pastos Bons, assumem o comando politico da região, é com estes que os “Paraibanos” passam a se defrontar, até a emancipação política do Municipio e a transformação do povoado em cidade.

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Sobre Dona Noca

A região “dos pastos bons” – Pastos Bons e São João dos Patos e seus entorno – era dominada politicamente pela família Rocha Santos, de Patos. Joana da Rocha Santos –Dona Noca –foi prefeita de São João dos Patos83 durante

83 O município de São João dos Patos surgiu na primeira metade do século XIX, com a ocupação da região por criadores e lavradores oriundos do município de Passagem Franca, atraídos pela fertilidade das terras. A aglomeração iniciou-se entre duas lagoas denominadas de "Lagoa de São

João" e "Lagoa dos Patos", por esse motivo recebeu seu primeiro nome LAGOAS. Posteriormente, influenciado pela veneração, por parte dos moradores da localidade de São João Batista, que se tornaria o Padroeiro da cidade, e com isso, passou a se denominar a localidade de" Lagoa de

São João "mais tarde São João dos Patos". Teve como prefeita Joana da Rocha Santos considerada a primeira prefeita do Brasil, mulher que se tornou lenda na região, por uma visão evolutiva para seu tempo.

74 a ditadura Vargas84. Seu irmão, Eurico da Rocha Santos, além de comerciante, foi Deputado. Seu cunhado, José Neiva dos Santos – dos Neiva, de Pastos Bons –, fora Juiz de Direito, depois Senador da República. O “imbróglio” entre os Rocha Santos e os Brito Lira começa quando a Sra. Joana da Rocha Santos, em 1939, se apodera de um poço de água que servia à cidade – até então o relacionamento era cordial, embora já houvesse uma rivalidade comercial. Guilhermino se opõe, dizendo que a água era pública. Segundo o Sr. Manoel Coelho, teria começado com João Paraibano, devido à rivalidade comercial, o que causou sua saída da cidade85 . Aproveitou-se da ocasião para intensificar as perseguições...86

Dona Noca havia adquirido uma propriedade, fazendo uma cerca em torno de uma aguada, onde as pessoas se abasteciam. Guilhermino não aceita, pois tinha conhecimento de que não se podia proibir o acesso à fonte de água potável.

Guilhermino vende algumas cabeças de gado, para custear uma viagem a São Luis, a cavalo. Na Capital, procura o Chefe de Policia de modo a resolver a questão. O que aconteceu, apesar de todo o poderio da “Rainha do Sertão”. D. Noca tinha seus aliados na cidade, conforme relata o Sr. Valentim Florencio de Carvalho:

D. Noca para mim era muito boa, mas para os outros era meia carrasca. Porque mandava matar, fazer o diabo. Ela dizia que nunca casou para homem não governar ela.

84 Dona Noca da Rocha Santos, a única mulher no Brasil a Administrar um município por 30 anos. Dona Noca foi a primeira prefeita do Brasil, em São

João dos Patos - não eleita -, vale a pena salientar que esse titulo que São João dos Patos teve a primeira prefeita mulher e real, porque era tempo de ditadura, era tempo da Ditadura Vargas, década de trinta sendo ela nomeada para o cargo. http://edmilsongil.blogspot.com.br/2014/05/saojoao-dos-patos-familia-rocha-santos.html 85 João Paraibano deixa o Brejo e muda-se para um lugar chamado Alto Alegre, no Piauí, em 1943. Depois, em 1955, volta para o Maranhão, estabelecendo-se em Imperatriz, tornando-se um dos grandes comerciantes do Vale do Tocantins. 86 O Sr. Valentim Carvalho, do Marajá, ex-empregado de D. Noca, em seu depoimento afirma que: “D. Noca para mim era muito boa, mas para os outros era meia carrasca (...) porque ela mandava matar, fazer o diabo (...) ela dizia que nunca casou para homem não governar ela (...) quando tinha festejos, ela trazia as raparigas (...) para insultar e criar problemas com os Paraibanos.” (in DEPOIMENTOS, VAZ, 1990, obra citada).

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