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LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ
O HANDEBOL NO MARANHÃO E TIÃO – VERDADES E MITOS
LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Academia Ludovicense de Letras Academia Poética Brasileira
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Recebi duas mensagens, recentes, perguntando-me sobre “Tião”, jogador de Handebol, chamado de ‘o maravilha negra’i, que surgiu em São Luís nos anos 1970, época em que, supostamente, essa modalidade foi implantada por aqui. Para esclarecer essa questão, volto à introdução dessa modalidade de esportes no Maranhãoii: O Handebol teve uma primeira apresentação, no Maranhão, em 1960, pelos professores Luiz Gonzaga Braga, e o professor José Rosa, ambos do hoje IF-MA. José Geraldo de Mendonça participou dessa apresentação e deu o seguinte depoimento: “... a primeira exibição de Handebol no Maranhão foi realizada na quadra da Escola Técnica em 1960, por dois grupos de atletas que o prof. Braga treinou, no dia 23 de setembro. Prof. Braga foi participar de um treinamento de professores das Escolas Técnicas fora do estado e quando veio trouxe uma bola de handebol, selecionou dois grupos de atletas alunos dele de educação física. Marcou na quadra interna aqui onde hoje é o prédio grande, com esparadrapo no chão as áreas de gol do handebol e fez no dia 23 de setembro uma exibição; até então era desconhecido no Maranhão, mas só ficou nisso; ele trouxe a ideia, treinou dois grupos de educação física, e no dia 23 de setembro... eu estava nesse grupo; lembro, Edil (Edir Muniz, sobrinho do Prof. Braga); Edir (Carvalho) estava mais Abdoram era do grupo,
Abdoram, Frazão, parece que Walmir também estava, parece que o Macário (da Costa) também era deste grupo” (in Entrevistas)iii Ainda em 1967, é ministrado um curso, através de convênio entre os estados do Maranhão e São Paulo, pelo Prof. Nelson Gomes da Silva, com 120 horas de duração, com uma turma de 25 candidatos. Após o término do curso, foi realizado um jogo de Handebol entre os participantes. De acordo com o Prof. José Maranhão Penha, foi o primeiro jogo disputado no Maranhão, na modalidade. Participantes do curso: Ana Rosa de Souza Silva; Benedita Duailibe; Clarice Barros Rosa; Dinorah Pacheco Muniz; Elena da Conceição Pereira; Florileia Tomasia de Araújo; Felicidade Mendes de S. Nascimento; Ivete D´Aquino Castro; Ivone da Costa Reis; Julio Elias Pereira (Major Julio); Maria José Reis Maciel; Maria das Graças R. Pereira; Maria da Conceição Sá Melo; Maria da Glória Castro Fernandes; Maria de Jesus Carvalho de Brito; Maria do Rosário Silva Maia; Maria do Rosário Silva; Maria da Conceição Santos Souza; Neide Moreira da Silva; Odinéia Trompa Falcão; Pedro Ribeiro Sobrinho; Reginaldo Heluy; Sebastiana de Carvalho Pires; Sonia Maria dos Santos Resende. Em 1970, o Handebol já era disputado quando da realização do 3º. Campeonato Intercolegial, organizado pelo Serviço de Educação Física, Recreação e Esportes, sob a direção de Mary Santos. O Batista foi o campeão de Handebol (randedebol); nas demais modalidades disputadas: Liceu Maranhense (Basquetebol e Futebol de Salão); São Luís (Voleibol Masculino) e a Escola Normal (Voleibol Feminino). Os municípios cujas equipes foram campeãs de suas chaves são: Pedreiras, Esperantinópolis, Timon, Chapadinha, Itapecuru, Guimarães, Cururupu, Pinheiro, Peri-Mirim, Codó, Zé Doca, Colinas, Paço do Lumiar, Primeira Cruz, e Humberto de Camposiv . Ainda havendo dúvidas quanto à data, segundo José Maranhão Penha, houve um curso foi em 1970 pelo Prof. Wilson Carlos dos Santos; Laércio Elias Pereira o dá como 1971. Em 1971, chega ao Maranhão o Professor piauiense Jamil de Miranda Gedeon Filho; veio ministrar um curso de atualização em Handebol; como consequência deste curso, o Handebol começou a ser difundido no Estado; o Prof. Jamil coordenou a modalidade de Handebol nos IV Jogos Intercolegiais, tendo participado dessa competição 11 (onze) escolas da Capital: Liceu Maranhense, Escola Normal, Santa Teresa, Conceição de Maria, Cardoso Amorim, Nina Rodrigues, São Luís, Luís Viana, CEMA, SENAC, além de 82 (oitenta e dois) municípios do interior, dentre estes, Imperatriz, Balsas, Barra do Corda, Passagem Franca, Timon, Coroatá, Pedreiras, Bacabal, Santa Inês, Chapadinha,
Itapecuru-Mirim, Humberto de Campos, Rosário, São José de Ribamar, Viana, Pinheiro, Carutapera, Guimarães; sendo que este último Município, foi o campeão feminino da competição. Também em 1971, no Governo Pedro Neiva de Santana os Jogos Intercolegiais foram substituídos pelos FEJ – Festival Esportivo da Juventude, idealizado por Cláudio Vaz dos Santos, que substituíra Mary Santos na direção dos esportes tanto no Município quanto no Estado; em 1972, a realização do 2º. FEJ. Cláudio Alemão contou com a colaboração de Antônio Maria Zacharias Bezerra de Araújo – o Prof. Dimas; nesse ano, também, foi ministrado um curso pelo MEC antigo Curso de Suficiência, para formação de professores - em que o maranhense Ary Façanha de Sá era o Coordenador. Diversos professores e técnicos participaram desses cursos e foram dadas aulas das mais variadas modalidades esportivas. Um dos professores não veio e um antigo jogador de basquetebol - ex-seleção brasileira ministrou as aulas de Handebol (Laércio afirma que esse curso pode ter sido dado antes deste ano). Em um outro curso, no Governo Nunes Freire, sendo Coordenador de Esportes Cláudio Vaz dos Santos, veio uma equipe do Rio de Janeiro com três professores para ensinar Basquete (Rui); Atletismo (José Teles da Conceição); e Handebol (um professor de nome Wilson (sic, Maranhão diz que esse professor esteve aqui em 1970, Laércio, em 1971). A memória do esporte no Maranhão credita a Antônio Maria Zacharias Bezerra de Araújo, o Prof. Dimas, a introdução do Handebol no Maranhão, após assistir a modalidade nos JEB´s de Belo Horizonte, em 1971. Ao retornar a São Luís, começa a ensinar a modalidade e a introduz a partir dos II FEJ, idealizados por ele e Cláudio Vaz dos Santos, o Cláudio Alemão. A segunda escola a praticar o Handebol, segundo essa versão, foi o Colégio Batista “Daniel De LaTouche”, do qual Dimas era professor, muito embora o Prof. Rubem Goulart (também professor da ETFM, nessa época) já houve feito uma apresentação da modalidade naquela escola. Logo a seguir, o Colégio Maranhense, dos irmãos Maristas (Dimas também era professor), e foi organizada uma Escolinha no Ginásio Costa Rodrigues. No ano de 1973, o Prof. Laércio Elias Pereira faz sua primeira visita ao Maranhão: tendo voltado da Olimpíada com vários cursos de Handebol e sendo treinador da General Motors EC, da Seleção Paulista Feminina que iria para os JEBs, e da Escola Superior de Educação Física de São Caetano; convidado a dar cursos pelo Brasil pela ODEFE, houve um circuito de cursos que incluía Maceió, São Luís e Manaus. Em São Luís, enquanto dava o curso, ajudava o Prof. Jamil Gedeon a treinar o time de Handebol que ia para os JEBs. Deu problema no curso de Manaus e o Cláudio Vaz pediu que ficasse treinando no tempo que estaria em Manaus. Depois, pediu para que acompanhasse a equipe nos JEBs em Brasília. Acertou a ida para Brasília, conseguindo classificar a equipe para as quartas de finais; mas no dia que ia começar essa fase, o Basquete levou todos os atletas para jogar o Campeonato Brasileiro em Fortaleza; o Maranhão ficou em oitavo. Quando da realização dos – agora - JEM´s -, Laércio veio para arbitrar os jogos, tendo apitado uma memorável partida entre Batista e Marista, ambos treinadas pelo Prof. Dimas; Laércio trouxe um seu atleta da GM para auxilia-lo na arbitragem: Edivaldo Pereira, o Biguá,; além do Handebol, Biguá apitou várias outras modalidades. Terminado os JEM´s, Biguá se estabelece no Maranhão – primeiro, como atleta, a seguir como técnico, depois como jornalista e dirigente esportivo; acabou virando cidadão maranhense. Em 1974, em janeiro, o Prof. Laércio Elias Pereira volta para morar no Maranhão; é estabelecida a “Missão” do Handebol, com a chegada posterior de Horácio e Viché (Vicente Calderoni Neto); o Projeto Handebol – a “Missão do Laércio” - foi estabelecida pelo Cláudio Vaz e apoiada pelo Secretário de Educação Magno Bacelar. Além do Handebol, o objetivo era implantar um curso de Educação Física na então FESM (hoje, UEMA) sendo aprovada a Lei de no. 3489, de 10 de abril de 1974, que “cria a Escola Superior de Educação Física do Estado do Maranhão e dá outras providências”; foi publicada no Diário Oficial do Estado do Maranhão de 10 de maio de 1974 – ano LXVII, num. 88, pg. 1). Dimas, compreendendo suas limitações na modalidade, se afasta, passando a dar todo o apoio aos “paulistas” que estavam chegando, e se dedicando a sua outra paixão, a Ginástica Olímpica. É dessa época a grande rivalidade do Handebol Maranhense, era entre o Batista e a Escola Técnica (IF-MA), nascida de um jogo entre o Batista - base da seleção maranhense que foi aos JEB's - e a Escola Técnica - no final dos JEM's. O primeiro técnico da ETFM foi Aldemir Carvalho de Mesquita, posto assumido depois pelo Prof. Juarez Alves de Sousa e a seguir, pelo Laércio Elias Pereira; com a sua saída assumiu a equipe o Prof. José Maranhão Penha. O Maranhão participa do Campeonato Brasileiro Adulto Masculino, realizado em Fortaleza, conseguindo um terceiro lugar; com Álvaro Perdigão e Raimundo Nonato Vieira (Vieirinha) (goleiros); Luís Fernando Figueiredo, Vicente Calderoni Filho (Viché), EdiValdo Pereira da Silva (Biguá), Sebastião Sobrinho Pereira (Tião), Phillipe Moses Camarão (Phil), Rubem Goulart Filho (Rubinho), Manoel de Jesus Moraes, Antonio Luis Amaral Pereira, Joel Gomes da Silva, José
Maria (Zeca); o técnico era Laércio Elias Pereira. Além do Adulto Masculino, o Maranhão participa do Juvenil Feminino – o primeiro brasileiro – em São Paulo, contando com reforços do time da GM. No ano de 1975, surge a Federação Maranhense de Handebol – FMAH -, tendo como primeiro presidente Laércio Elias Pereira; a federação não era legalizada. No ano seguinte, 1976, em agosto, a Federação Maranhense de Handebol convoca para treinamento visando o II Campeonato Brasileiro Adulto Masculino, Belo Horizonte - 2ª quinzena de outubro; Apresentação: Domingo, 8 de agosto de 1976 – 7:00 horas, Ginásio Charles Moritz: convocados os seguintes atletas: SAMPAIO CORREA Futebol Clube - Luis Carlos Ribeiro – BOI; Sebastião Pereira Sobrinho – TIÃO; José MURILO; João DAMASCENO; Manoel de Jesus Moraes; José LOPES Neto; FERNANDO Souza; IVAN Soares Telles; CLUBE RECREATIVO JAGUAREMA - Francisco de ARRUDA; Louis Phillip Camarão – PHIL; Fernando Antonio Lima – TONHO; ALEXANDRE Nonato Moraes; José Castelo Branco – TADEU; GRÊMIO LÍTERO RECREATIVO PORTUGUÊS - ALVARO Perdigão; LUIS FERNANDO Figueiredo; Vicente Calderoni Filho – VICHÉ; Luis Verônico DUGUEIRA; ANTONIO CARLOS Pereira; MOTO CLUBE DE SÃO LUÍS - José Henrique Azevedo – MANGUEIRÃO; José GILSON Caldas; Rubem Teixeira Goulart – RUBINHO; José Carlos R Santos – BAGAGE; Antonio ZACHARIAS Castro; MARCIO Vasconcellos; MARANHÃO ATLÉTICO CLUBE: JOEL Gomes Costa; LUIS HENRIQUE Neves; Sérgio Abreu – SERGIO ELÉTRICO; DEMERVAL Viana Pinheiro; Técnico: Laércio Elias Pereira. O Maranhão sagrou-se campeão do II CAMPEONATO BRASILEIRO DE HANDEBOL; a equipe era formada por: Luis Fernando, Mangueirão, Álvaro, Gilson, Rubinho, Ricardo, Joel, Moraes, Tião, Viché, e Ivan; o técnico foi o prof. Laércio Elias Pereira, tendo como auxiliar o Prof. José Maranhão Penha. O Prof. Laércio só pode chegar para os últimos jogos, e a equipe foi dirigida até então pelo prof. Maranhão. No ano seguinte, 1977 – JEB´S – Brasília – Maranhão vice-campeão masculino e vice-campeão no feminino. Oo Prof. Marco Antonio Gonçalves (Marcão), substitui o prof. Laércio na presidência da FMHA. Em 1978 – JEB´S – João Pessoa-PB –3º. Lugar masculino.
Vamos então à trajetória de Tião: a primeira busca é na Wikipédiav: e lá está o ‘verbete’ “Sebastião Rubens Pereira”:
Sebastião Rubens Pereira (ou Sebastião Rubens Sobrinho Pereira, conforme algumas fontes vi conhecido como Tião (São Luís, 20 de janeiro de 1957 — São Luís, 9 de novembro de 2005) foi um jogador de handebol brasileiro. Trajetória Esportiva: Sua carreira como atleta teve início nos Jogos Escolares Maranhenses (JEM's), onde foi revelado na década de 1970. Em competições, Tião fez parte das equipes do CEMA, Liceu e do Colégio Marista e Batista. Sua estreia na Seleção Maranhense de Handebol Juvenil aconteceu em dezembro de 1973, no Estádio Caio Martins, em Niterói, no Rio de Janeiro; na ocasião, a seleção conquistou o quarto lugar no campeonato brasileiro. No ano seguinte, Tião voltou à competição com a equipe juvenil, em Osasco, em São Paulo, onde chegaram ao pódio com o terceiro lugar. Também em 1974, Sebastião Pereira jogou na seleção maranhense adulta pela primeira vez, conquistando mais uma vez o terceiro lugar.
O reconhecimento nacional veio em 1976, quando Tião, foi considerado o melhor jogador de handebol do país. No campeonato brasileiro disputado no Rio de Janeiro, a seleção maranhense foi campeã na categoria adulto. Primeiro maranhense a participar da seleção brasileira de handebol, Tião foi reconhecido internacionalmente como um grande armador central, posição em que jogava com mais frequência, embora dominasse todos os postos específicos do jogo de handebol. Durante sua passagem pela Europa, Tião foi objeto de estudo de diversos pesquisadores do esporte das melhores universidades europeias, como as da Romênia, Espanha, Alemanha, França, Hungria e das antigas universidades da Iugoslávia, Alemanha Oriental e União Soviética, que dominavam o cenário internacional naquela época: os cientistas queriam compreender a corporeidade do negro maranhense em seus atos de exibição de gala, da sua técnica corporal, nos principais palcos do esporte europeu e mundial. Morte e homenagens - Tião faleceu aos 48 anos por complicações de cirrose hepática. Como homenagem, Antônio Isaías Pereira, então presidente da Fundação Municipal de Desportos e Lazer, conseguiu mudar o nome do ginásio de esportes do Parque do Bom Menino para Ginásio Tião.
Na França, em Nice, durante uma edição da Copa Latina de Handebol, ele foi intitulado como o “Maravilha Negra do Handebol Mundial” pelo jornal francês L'Équipe, e homenageado com um monumento.
José Carlos Ribeiro – mais conhecido como Canhoto, contemporâneo de Tião no início de carreira e das seleções, escreveu em 2007vii: 2.2.3.7 Tião e o L’ Equipe O atleta de maior destaque do handebol maranhense, Sebastião Rubens Sobrinho Pereira, o Tião, a estrela do handebol, encantou o mundo e conquistou vários títulos nacionais para o Maranhão. Tião deixou a expressão do handebol arte. Seu Amadeu João Silva Pereira, pai de Tião, declarou, em conversas informais, que sempre teve muito orgulho do filho com o handebol. Assim, de acordo com informações fornecidas pelo pai, Sebastião Rubens Sobrinho Pereira, o Tião, nasceu em São Luís, em 20 de janeiro de 1957. Sua carreira como atleta de grande destaque teve início nos Jogos Escolares Maranhenses (JEM’s), onde foi revelado na década de 1970. Em competições, Tião fez parte das equipes do CEMA, Liceu e do Colégio Marista e Batista. Sua estreia na Seleção Maranhense de Handebol Juvenil aconteceu em dezembro de 1973, no Ginásio Caio Martins, em Niterói, Rio de Janeiro. Na ocasião, a seleção conquistou o quarto lugar no campeonato brasileiro. No ano seguinte, Tião voltou à competição com a equipe juvenil, em Osasco, em São Paulo, onde chegaram ao pódio com o terceiro lugar. Também em 1974, Sebastião Pereira jogou na seleção maranhense adulta pela primeira vez, conquistando mais uma vez o terceiro lugar. (AROUCHE, 2005)viii O reconhecimento nacional veio em 1976, quando Tião, foi considerado o melhor jogador de handebol do país. No campeonato brasileiro disputado no Rio de Janeiro, a seleção maranhense foi campeã na categoria adulto. Primeiro maranhense a participar da seleção brasileira de handebol. Tião foi reconhecido internacionalmente como um grande armador central, posição em que jogava com mais frequência, embora dominasse todos os postos específicos do jogo de handebol, são os chamados, atualmente, de jogador universal. Jogava bem basquete, voleibol, futsal e magnífico no futebol, além do atletismo, como afirmam seus antigos companheiros do
Bermudão (equipe maranhense) de esporte. Isso se deve, pois os atletas participavam de vários campeonatos em modalidades esportivas diferentes. Na França, em Nice, durante uma edição da Copa Latina de Handebol, ele foi carinhosamente intitulado como o Maravilha Negra do Handebol Mundial pelo Jornal Francês L’Équipe e homenageado com um monumento. Durante sua passagem na Europa, Tião foi sujeito e objeto de estudo de diversos pesquisadores do esporte das melhores universidades europeias, como as da Romênia, Espanha, Alemanha, França, Hungria e das antigas universidades da Iugoslávia, Alemanha Oriental e União Soviética, que dominavam o cenário internacional na quela época. Os cientistas queriam compreender a corporeidade do negro maranhense em seus atos de exibição de gala, da sua técnica corporal, nos principais palcos do esporte europeu e mundial. [...] O estilo Tião de jogar handebol constitui uma expressão humana repleta de valores e significados culturais, que, ao mesmo tempo em que expressa comportamentos, constrói e reconstrói um universo de valores sociais, significados e ressignificados em atitudes; enfim, agindo e representando socialmente seu meio ambiente natural e sociocultural. Compreendido como um elemento da cultura corporal maranhense, Tião manifesta um movimento dialético entre os movimentos padronizados, as técnicas, regras e sua contextualização num determinado momento particular e num grupo específico, estabelecendo formas diferentes para se jogar o handebol.
A forma de jogar handebol como o de Tião expressa a maneira de como o jogador compreende o mundo, que é determinado em função do tempo, espaço e valores próprios de cada grupo.
No sitio Tordesilhas, portal de notíciasix, encontramos a seguinte reportagem: “Canhoteiro e Tião dois esportistas maranhenses que se tornaram lendas dos esportes no Brasil” Sebastião Rubens Pereira mais conhecido como "Tião", foi um jogador de handebol maranhense que iniciou sua carreira nas quadras de São Luís no início dos anos 70. Desde muito cedo Tião chamou a atenção de professores e técnicos, iniciando no CEMA depois LICEU de onde foi contratado para jogar no time do Colégio Marista. O jogador estreou na seleção maranhense em 1973 em Niterói no Rio de Janeiro, na ocasião o Maranhão ficou em quarto lugar o campeonato brasileiro de handebol. Nesse período o Maranhão sempre chegava nas finais do campeonato brasileiro sempre estando entre as quatro melhores equipes do país.
Em 1976 a seleção maranhense adulta finalmente chegava ao topo do campeonato brasileiro de handebol, com uma equipe recheada de grandes jogadores como Phil Camarão, Mangueirão e claro Tião, que se destacou como armador central foi considerado o melhor jogador brasileiro de handebol de 1976.
Daí logo em seguida saiu sua convocação para seleção brasileira onde sempre se destacou entre os melhores, Tião sem dúvidas está entre os três melhores jogadores de handebol do país de todos os tempos. Chegou a jogar na Europa sempre encantando a todos com sua técnica bastante apurada, existe na cidade de Nice na França um monumento em homenagem ao jogador. Universidades da Romênia, França, Hungria e Alemanha desenvolveram estudos na tentativa de compreender a corporeidade do jogador maranhense algo que o ajudava bastante na incrível técnica que apresentava em quadra. Os Franceses o chamaram de Maravilha Negra do Handebol Mundial depois dele se destacar com um dos melhores jogadores de uma Copa realizada em Nice. Tião veio a falecer no ano de 2005 por conta de problemas de saúde ocasionados por uma cirrose hepática.
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Esporte introduzido no Brasil ainda nos anos 30, permaneceu restrito ao estado de São Paulo até 1960, quando, a partir dessa década, ele se difundiu no país graças aos esforços de Augusto Listello, professor da cidade de Santos, que apresentou o esporte a colegas de outros estados de forma didática. Sua popularização definitiva adveio com a sua inclusão nos III Jogos Estudantis Brasileiros realizado em Belo Horizonte - MG em julho de 1971. xi Quanto ao título, verdades e mitos, não encontramos em parte alguma, até o momento, qualquer referencia à atuação de Tião na Europa, diz-se que em Nice, e aos estudos realizados por pesquisadores europeus sobre as características de jogo de Tião. Mesmo seus contemporâneos conseguem informar sobre o assunto, sempre ‘por ouvir dizer’, e Ribeiro (2007) chegou a me consultar se tinha alguma coisa sobre essa participação. Laércio Pereira, mesma coisa: onde estão esses estudos e/ou reportagens do L´Equipe... Biguá, seu companheiro, em consulta recente, após as de Laércio, disse-me que muito do que se fala, em especial sua passagem pela Europa, é imaginação do próprio Tião, já tomado pela bebida... Mito? Ainda não sabemos, mas ao que parece...
AROUCHE, T. Morre Tião, o “Maravilha Negra”. O Imparcial, São Luís, 11 nov. 2005. Esporte, p. 13 Canhoteiro e Tião dois esportistas maranhenses que se tornaram lendas dos esportes no Brasil (tordesilhas.net) DELGADO, Leonardo. HANDEBOL. Handebol (slideshare.net);
Microsoft Word - Unidade_02_Handebol (aquabarra.com.br) Grandes talentos no esporte de São Luís | O Imparcial
Handebol no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) Jornal Pequeno Online (21 de dezembro de 2011). «São Luís – a frieza e esquecimento dos seus ídolos»
MEMORIA TIÃO ESPORTE 10 - YouTube
Morre Tião, ex-jogador da seleção maranhense handebol - Imirante.com RIBEIRO, José Carlos. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL SÃO LUÍS/GUIANA FRANCESA EM ESPORTE ESCOLAR: interfaces socioculturais franco-maranhenses como sugestões para o Programa Segundo Tempo local. Curso de Especialização em Esporte
Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientador: Prof. Dr.
Paulo da Trindade Nerys Silva. São Luis, 2007. Disponível em [PDF] Universidade de Brasília JOSÉ CARLOS RIBEIRO - Free
Download PDF (silo.tips) SANTOS, Mary. Educação (Crônicas). São Luís: SIOGE, 1988, p. 111-112) Sebastião Rubens Pereira – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) Sebastião Rubens Pereira - wikiant.org VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. TIÃO, O MARAVILHA NEGRA. In MARANHAY: revista Lazeirenta 47, AGOSTO 2020 by Leopoldo Gil Dulcio
Vaz - Issuu, p. 19/20 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (org.) ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO/HANDEBOL. São Luís: SEDEL, 2014 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PENHA, José Maranhão. Atlas Mundial do Handebol: História do Handebol do Maranhão (campeoesestaduaisdehandebol.blogspot.com) VAZ, Leopoldo Gil Dulcio; PENHA, José Maranhão. Handebol no Maranhão: biografias de treinadores e atletas pioneiros.
Maranhão.pmd (atlasesportebrasil.org.br) VAZ, Leopoldo Gil Dulcio (org.) ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO/HANDEBOL. São Luís: SEDEL, 2014