Luiz Eduardo Pelosi Thiago Góes
Rocklivre Site de cobertura jornalística do cenário de Rock Independente na Bahia
Salvador / 2007.1
Luiz Eduardo Pelosi Thiago Góes
Rocklivre Site de cobertura jornalística do cenário de Rock Independente na Bahia
Trabalho de conclusão do curso de Jornalismo, do Centro Universitário da Bahia - FIB, desenvolvido no formato de projeto experimental por Luiz Eduardo Pelosi e Tiago Góes, com orientação da professora Debora Lopez.
Salvador / 2007.2
AGRADECIMENTOS Agradecemos muito a Debora Lopez, nossa orientadora que nos guiou de forma espetacular, aos professores Leila Nogueira, Mônica Celestino, Ana Spannenberg, Sérgio Luiz Gadini, Marilei Fiorelli, Pedro Carvalho, Carmen Vasconcelos e Mahomed Bamba, pelas colaborações imprescindíveis. Aos amigos Marcelo Freire, Júlia Ribeiro e Maria Cristina Pascoal, pela contribuição acadêmica. Aos amigos Romeu Rodrigues, Eric Bispo, Rogério Pinheiro, Rafael Nunezz, Bernardo Von Flach, Teófilo Henrique, Cláudio Pan, Vládesk Falcão e Carolina Barbosa pelas contribuições durante a construção do site. A equipe dos sites PalcoMp3, BahiaRock, RecifeRock e ao pessoal do Programa Encarte. Aos produtores, fãs do rock e músicos Eduardo Aguadé Figueirêdo, Luisão Pereira, Paula Berbert, Fábio Cascadura, Raul Motta, Ednilson Sacramento, Jera Cravo, Sérgio Franco Filho, João Carlos Maniac, Sandra de Cássia, Viktor Lemoz, RB Lo Han, Sandro Salles, Sandro Menezes, Armando Menezes, Raphael Mileski, Isadora Ribeiro, Magno Félix, Heder Monteiro, Rafael Bittencourt, Alexandre Afonso e Hugo Sá. As bandas Mirabolix, Malcom, Matiz, Starla, Cascadura, Lo Han, NilBrazil, Sine qua non, Cobalto, Hard Call e SouPop. Por fim, a todos que de alguma forma contribuíram positivamente para a conclusão desse projeto. Eduardo Pelosi agradece: Meus pais, por me ensinar os mais importantes princípios e caminhos para toda a vida. A Carol, por todo amor, carinho e por me fazer feliz. A Deus por absolutamente tudo. Aos amigos Téo, Bernardo, Júlia, Goiaba, Vlad, Romeu, Vitor, Milena, Marcela, Metal, Eric, Alex, Debora, Marcelo, Cristina, Itairony, Ronald, Marcelo e todos os outros tantos que não caberiam aqui, por se interessarem e me incentivarem em cada momento da construção desse trabalho. A minha família, por acreditar no meu trabalho e torcer pelo meu sucesso. A Pedro Carvalho e todos os colegas da Metta, pelo incentivo e pela compreensão. A toda grande família Classe E. Por último, ao Rock, que faz parte de todos os momentos da minha vida. Thiago Góes agradece: A Deus, Sandra Maria Góes da Silva, Maria das Graças Silva Souza, Alberice Góes da Silva, Luis Gustavo Silva Souza, Sheyla Karen Silva Souza, Simone Santos Pinto, Dilton Figueiredo, Graça Bittencourt, Jarbas Murilo, Ricardo Caldas, João Cardoso, Antonieta Figueiredo, aos meus tios Rilson, Rockmar e Ramon Figueiredo, Jacira Batista Cerqueira e Tia Tim, Dona Rute, Maria Crsitina Pascoal, Itairony, Ronald e Marcelo, Débora Lopez, Willy, Resgivan, Jailton, Selma e Henrique do RTVC, Antônio Tinoco de Carvalho, Ana Cláudia Almeida, Heber Nonato, Uziel, Patrícia, Enéas, Zenaide, Dona Nete, Moura, e a todos do HSBC Porto Seco, aos colegas do Lúcia Helena, Manuel Novaes, do curso Idéia e do curso Status e a todos os colegas do curso de Jornalismo da FIB 2004.1, aos músicos da banda Narf, aos músicos e fontes das matérias do Rock Livre, a família e amigos em geral.
RESUMO Este memorial foi desenvolvido para o site de notícias sobre o rock independente na Bahia, Rocklivre, projeto experimental realizado como trabalho de conclusão de curso. Para desenvolver o projeto através dos pontos teóricos relacionados, começamos analisando desde o surgimento do termo cultura até os primeiros periódicos que tratavam do assunto. Durante o memorial discutiremos os conceitos de jornalismo cultural, suas especificidades, seus critérios de noticiabilidade, o surgimento da imprensa musical, seu desenvolvimento e como se dá o jornalismo cultural e de música e qual espaço o rock tem na mídia. Abordaremos o jornalismo online, suas fases e principais características, o uso de hiperlinks e da multimidialidade como ferramenta primordial para a construção do site, além de estruturar a arquitetura da informação. Além disso, vamos analisar como a Internet transformou o jornalismo e quais as especificidades do texto jornalístico para a web e o que é preciso para se construir um site com navegabilidade eficiente. A proposta editorial e o projeto gráfico do site foram desenvolvidos aqui, com base em todos esses pontos citados. A partir deste memorial, pudemos construir o site através de conceitos e argumentos sólidos. Palavras-chave: Rock Independente, Jornalismo Cultural, Jornalismo Online, Rock na mídia
LISTA DE APÊNDICES Apêndice 01 - Tabulação da Pesquisa de Mercado Apêndice 02 - Pauta Reportagem Especial Apêndice 03 - Pauta Toplivre Apêndice 04 - Pauta Matéria Músicos Apêndice 05 - Pauta Matéria Estúdios Apêndice 06 - Pauta Entrevista Apêndice 07 - Pauta Rádio Comunitária Apêndice 08 - Agenda de Shows Apêndice 09 - Coluna do Rogério Pinheiro Apêndice 10 - Coluna do Cláudio Pan Apêndice 11 - Reportagem Especial Anos 90 Apêndice 12 - Matéria Emos Apêndice 13 - Matéria Estúdios Apêndice 14 - Matéria Músicos Apêndice 15 - Matéria Casas de Shows Apêndice 16 - Top Livre Apêndice 17 - Cobertura Frib Apêndice 18 - Cobertura Workshow Apêndice 19 - Cobertura Encarte Apêndice 20 - Cobertura Motofest Apêndice 21 - Entrevista Jera Apêndice 22 - Lançamentos Apêndice 23 - Curiosidades Apêndice 24 - Guia de Estúdios Apêndice 25 - Túnel do Tempo Apêndice 26 - Guia de Casas de Shows Apêndice 27 - Últimas notícias
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Layout da página inicial...............................................................................80 Figura 02 – Layout das páginas secundárias...................................................................81 Figura 03 – Capa do BahiaRock.....................................................................................94 Figura 04 – Página inicial do iBahia Rock.....................................................................97
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO..........................................................................................................07 1. JORNALISMO CULTURAL .....................................................................................13 1.1 JORNALISMO DE MÚSICA ...................................................................................27 2. JORNALISMO ONLINE ............................................................................................30 2.1 MULTIMIDIALIDADE............................................................................................39 2.2 JORNALISMO CULTURAL NA WEB ...................................................................50 3. ROCK NA MÍDIA ......................................................................................................57 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................68 4.1 PESQUISA DE MERCADO .....................................................................................68 4.2 ANÁLISE DE SIMILARES......................................................................................68 4.3 CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA EDITORIAL .....................................................68 4.4 PROJETO GRÁFICO ...............................................................................................68 4.5 PRODUÇÃO DO SITE .............................................................................................68 4.6 PUBLICAÇÃO..........................................................................................................69 4.7 ORÇAMENTO ..........................................................................................................69 4.8 EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS ........................................................................69 5. ROCKLIVRE ..............................................................................................................70 5.1 PROPOSTA EDITORIAL .......................................................................................70 5.2 PROJETO GRÁFICO ...............................................................................................79 5.3 ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO ....................................................................82 5.4 PESQUISA DE MERCADO .....................................................................................88 5.5 ANÁLISE DE SIMILARES......................................................................................93 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................99 REFERÊNCIAS ............................................................................................................104 APÊNDICES .................................................................................................................112
x APRESENTAÇÃO
Quando bandas de rock começam a produzir novas composições, para construir uma identidade musical e gravar músicas próprias, na maior parte das ocasiões eles não contam com a ajuda das gravadoras. Trata-se das bandas independentes, que - seja em busca da fama ou por prazer dos músicos - fazem shows, gravam discos e divulgam tudo por conta própria. O diretor da Universal - maior distribuidora de CD’s e DVD’s da América Latina - Benjamin Guimarães Martins (2007), declara1 que, hoje, as distribuidoras e as grandes gravadoras só investem em trabalhos musicais consolidados. Ele explica que isso diminui, a cada dia, a probabilidade de uma gravadora investir em uma “grande promessa”. Segundo Martins, hoje é mais provável que a gravadora assuma a distribuição de um trabalho musical pronto, com CD gravado e bem produzido, público consolidado e agenda repleta de shows. Isto ocorre devido ao custo que a produção de um material profissional gera. Em média, a produção, gravação, mixagem, masterização e prensagem de um disco custam entre oito e dez mil reais2. No momento em que as gravadoras passam a investir em algum músico ou grupo, o retorno da alta quantia financiada é esperado rapidamente. Este cenário tem feito com que as grandes gravadoras diminuam a quantidade investimentos em bandas novas. Para conseguir chegar à fama, as bandas independentes produzem suas músicas e divulgam através dos meios disponíveis. Há pouco mais de uma década, esta divulgação era feita através das Fitas Demo – gravações caseiras ou feitas em estúdios pequenos, duplicadas em Fita Cassete – e de apresentações em bares e casas de show. Em meados da década de 90 este cenário foi modificado, os CDs substituíram as Fitas Demo e as bandas independentes ganharam um novo espaço para divulgação do seu trabalho, a Internet. De acordo com o jornalista Kid Vinil, a solução para as bandas independentes é “[...] fazer que nem o CSS [Cansei de Ser Sexy]3 e o Bonde [do Rolê]4. Vendagem de 1
Em entrevista ao site Portal das Hortênsias, publicada em 10 Out. 2007. Disponível em: < http://www2.pdh.com.br/site.asp?arquivo=noticias.asp&id_noticia=104 >. Acessado em: 14 Out. 2007. 2 Custo estimado com base em pesquisa informal realizada com bandas independentes de Salvador, também na reportagem “Por um lugar ao sol”, publicada no Correio Braziliense, em 21 Jul. 2003. Disponível em: < http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20030721/cadc_mat_210703_28.htm >. Acessado em 14 Out. 2007. Também baseado em artigo publicado no site Music Studio, disponível em: < http://www.musicaudio.net/dicas/cd_audio.htm >. Acessado em: 14 Out. 2007. 3 Banda paulista, formada em 2003, que têm feito sucesso fora do país, sendo requisitada para tocar em grandes festivais de Rock pelo mundo. [nota nossa]
CD não existe mais, então a alternativa é disponibilizar o máximo de informações na rede”5. Um dos recursos muito utilizados pelos grupos independentes são os sites de divulgação sonora, voltados para músicos. Um dos sites mais utilizados por bandas independentes no Brasil, para este tipo de divulgação é o PalcoMp36. Segundo Gustavo Morais, um dos responsáveis pelo portal, mais de 160 bandas de rock da região metropolitana de Salvador disponibilizam uma página dentro do site com músicas próprias para download. Apesar da produção intensa dos grupos de rock independente da capital baiana - em 2006 foram lançados mais de 30 discos - e do interesse da indústria fonográfica por algumas bandas, como Pitty, Canto dos Malditos na Terra do Nunca, Cascadura, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e Meteora, este é um terreno pouco explorado pela mídia local. O grupo de bandas, produtores, público e casas de shows voltados para este universo é chamado de cena independente (STRAW apud JANOTTI, 2003). O rock independente na Bahia, de acordo com o site BahiaRock7, possui mais de 500 bandas em atividade, que lançam CD’s e EP’s8 anualmente, com eventos em pelo menos vinte, dos trinta dias do mês. Dentro deste universo, se calcularmos que cada banda possui pelo menos três integrantes e que, no mínimo, cinco pessoas acompanham a carreira de cada músico já encontramos um universo de 7.500 consumidores de rock independente na Bahia. Apesar da existência do site BahiaRock, dentro deste cenário não há um meio de comunicação jornalístico especializado, que priorize a informação e ofereça conteúdo noticioso, com recursos multimidiáticos e utilize os critérios de noticiabilidade. Isto ocorre porque o BahiaRock foi criado e é mantido por pessoas que não possuem
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Trio curitibano que tem o trabalho elogiado pela revista Rolling Stone (Americana) e pelo The New York Times, realizando shows por toda a Europa e América do Norte. [nota nossa] 5 Declaração dada em entrevista ao jornalista Gustavo Miller, para o Estado de S. Paulo, publicada em 08 Out. 2007. Disponível em: < http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=12055 >. Acessado em: 13 Out. 2007. 6 Site que disponibiliza um espaço para as bandas independentes criarem uma página com dados, fotos e músicas para download. Disponível em: < www.palcomp3.com.br >. Acessado em: 18 Ago. 2007. 7 Site que divulga eventos e lançamentos do rock baiano e possui um banco de dados com bandas locais. < www.bahiarock.com.br >. Acessado em: 18 Ago. 2007. 8 Gravação musical mais curta que um Álbum e mais longa que um compacto. Possui, aproximadamente, entre quatro e oito faixas com duração que varia de 15 a 35 minutos.
formação jornalística. O site se encarrega apenas de divulgar a agenda de shows da cidade e produzir conteúdo opinativo esporadicamente9. Na Bahia, os estilos musicais predominantes no mainstream10 são o Axé Music, o Pagode e o Forró. No site de uma das FM’s com maior audiência de Salvador, a Piatã FM, a seção “Top 10” é dividida em três quadros, um para cada estilo citado acima. Outras quatro rádios de grande audiência (também segundo o Ibope), a Itaparica FM, Nova Salvador, Bahia FM e Itapoan FM, têm em sua lista “Top 10”, apenas composições dos estilos musicais predominantes no mainstream baiano. A indústria fonográfica está sempre em busca de novos talentos que produzem músicas de Axé Music, Pagode e Forró, para contratar os possíveis sucessos. Porém, outros estilos como o Rock, Reggae, Rap e MPB também contam com várias produções musicais. Todo ano, no circuito independente de Salvador, que além de possuir uma grande quantidade de bandas e discos é contemplada por um público fiel, conforme indicado na pesquisa de amostragem do público e do mercado de rock independente em Salvador11 executada neste projeto. Neste mapeamento12, 90% do público local afirmou que busca informações sobre o cenário independente de rock através da Internet. Em outra pergunta de múltipla escolha da pesquisa, 69,5% do público disse que gostaria de obter informações sobre o assunto através de um site especializado, o suporte mais votado dentro da questão. Através desses dados constatamos que o mais interessante a se propor e a maneira mais eficiente de atingir o público que produz e consome rock em Salvador é a criação de um site com notícias, coberturas, reportagens especiais e entrevistas. Trata-se de um público fiel (56,5% acompanha as bandas locais há mais de cinco anos e 91,5% há pelo menos um ano) que gosta de se informar sobre o assunto e carece de conteúdo de qualidade. A faixa etária é variada, porém, de acordo com a pesquisa de mercado o público mais “atuante” concentra-se na faixa entre 14 e 30 anos.
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As especificidades do site Bahia Rock serão analisadas no item “Análise de Similares”. Artistas contratados de grandes gravadoras e com acesso a grandes estúdios (RIBEIRO, 2006) 11 A metodologia e tabulação da pesquisa estão descritas no capítulo de “Procedimentos Metodológicos”. 12 O modelo do questionário e a tabulação dos resultados estão disponíveis no apêndice 01, neste memorial. 10
A criação de um veículo de comunicação especializado, que possa difundir, discutir, aperfeiçoar e ampliar este grupo social tem a intenção de contribuir para minimizar essa lacuna do cenário independente. O site é um veículo atrativo pela acessibilidade e pela possibilidade de ampliação do conteúdo. Além disso, permite a convergência de mídias e nos dará a possibilidade de expor informação sobre esses produtos através da multimidialidade. Como o tema proposto é ligado à música, exploraremos constantemente o uso das ferramentas de áudio e vídeo para enriquecer o conteúdo das produções. O site irá cobrir a cena independente de rock em Salvador com matérias sobre shows e discos, entrevistas, reportagens especiais, agenda, guia de casas de shows, estúdios e classificados em um produto jornalístico online que explore de forma eficiente a multimidialidade. Após um estudo de nomes, Rocklivre foi escolhido para batizar o projeto. A junção do nome do gênero musical que abordaremos, com a palavra “livre”, que denota liberdade, independência, algo desimpedido, aberto e espontâneo. Um nome escolhido por sua simplicidade, objetividade, facilidade de propagação, disponibilidade técnica – endereço de domínio disponível para registro na Internet - e conexão com o tema. No Rocklivre vamos abordar13 as novidades e lançamentos da cena local, trazer informações atualizadas, bastidores da cena, análise de discos e shows, repercutir as últimas notícias sobre as bandas e produções locais, nacionais e internacionais, cobrir os eventos que acontecem na cidade, entrevistar os personagens mais importantes, as referências da cena e as figuras pitorescas e oferecer informações sobre serviços úteis para músicos, para o público local e para qualquer pessoa que necessite ou se interesse por informações sobre o rock independente de Salvador. O veículo pretende construir todo o conteúdo informativo com o uso da multimidialidade e dos hiperlinks. Com a construção desse site especializado, poderemos conquistar um cenário pouco explorado, que obtém uma escassa atenção dos grandes veículos de comunicação. Este produto pode expor a produção de rock independente na cidade para todo o mundo, difundir a cultura baiana, fortalecer a produção local e construir um canal de informação e debate para o público do rock independente soteropolitano.
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A proposta editorial do site será detalhada no capítulo “Rocklivre”.
Um bom exemplo da importância deste trabalho é o cenário independente de Recife. Na capital do estado de Pernambuco, as bandas que gravaram discos de forma independente e divulgaram através da Internet já representam um pólo de produção musical de qualidade. Alguns grupos fizeram sucesso lançando suas músicas para download gratuito na rede, tocaram por todo país e só depois foram ter atenção das gravadoras, como o Mombojó (PE), Rabujos (PE), Vamoz! (PE), Fresno (RS), Moptop (RJ) e Cansei de ser sexy (SP). Estas bandas chegaram ao conhecimento do público de outros estados através dos veículos de comunicação especializados, como o site Recife Rock14. Ao contrário de Recife, em Salvador o público de rock independente não possui canais que ofereçam informações completas e atualizadas sobre o assunto. Além do BahiaRock - que se limita a divulgar os eventos que estão para acontecer e os lançamentos de discos e eventos que são enviados para o site -,dois programas de rádios locais (Educadora e 88 Pop Rock) são dedicados ao Rock, porém, nestes programas o único espaço para o cenário independente são as agendas de eventos e, ocasionalmente, entrevistas. Recentemente, entrou no ar na TV Salvador o programa Encarte, um programa voltado para o mesmo público, mas, exclusivamente de entrevistas com as bandas. Seis meses depois, o Encarte foi suspenso da programação por falta de patrocínio e voltou a ser exibido apenas na Internet. Através da análise da cena e dos veículos existentes, a escolha do tema e do suporte foi feita por considerarmos que há uma lacuna na imprensa local e por ser um cenário de interesse e conhecimento empírico dos autores do projeto. Além disso, trata-se de um mercado que anseia por novidades e não é explorado pela grande mídia. Este cenário também tem atraído, cada vez mais, a atenção da indústria fonográfica e de públicos de outros estados. Para conseguir elaborar um projeto que possa suprir essa lacuna este memorial foi construído com a base teórica do Jornalismo Cultural, Imprensa Musical e Jornalismo Online. O jornalismo cultural será apresentado no primeiro capítulo, com o aprofundamento do Jornalismo Musical em um subcapítulo. Em seguida, traçaremos um panorama do rock na mídia massiva, mostrando como o gênero musical é abordado por veículos de comunicação desde o seu surgimento. O capítulo de Jornalismo Online vai 14
Site criado por três jornalistas, que realiza reportagens, cobertura de shows, resenhas de discos, colunas e produz notas diárias sobre o rock independente de Recife. Disponível em: < www.reciferock.com.br >. Acessado em: 23 Mai. 2007.
desenvolver a base teórica para a construção do produto proposto neste memorial, no subcapítulo Multimidialidade, abordaremos o uso deste conceito dentro do nosso projeto experimental. O último subcapítulo sobre Jornalismo Online tratará do jornalismo cultural na web. No capítulo seguinte, abordamos o espaço que o rock tem tido na mídia, desde a sua existência e como a imprensa especializada apura e produz textos sobre o assunto. Para finalizar, o capítulo intitulado Rocklivre traz a proposta editorial completa do site, descrevendo todas as seções e seus conteúdos, o seu projeto gráfico, a arquitetura da informação e uma análise dos principais similares. Nas considerações finais, abordaremos as conclusões sobre a construção de um site jornalístico para o rock independente, a importância da utilização de recursos multimidiáticos e de hiperlinks no produto e como foram alcançados ou transformados os objetivos do site.
x 1. JORNALISMO CULTURAL Para se compreender o jornalismo cultural, é necessária uma compreensão, também, da cultura e da indústria cultural. De acordo com as definições de Teixeira Coelho (1980), E.B. Taylor (1874) e María J. Villa (1998) entendemos que a manifestação social de um determinado grupo ou região, definida de forma simples como cultura, engloba um grande leque de produções, costumes, valores e hábitos. O intercâmbio de culturas sempre despertou o interesse do homem, tanto dentro de uma mesma esfera social, como entre diferentes realidades sociais. Este intercâmbio é o combustível do surgimento de novas manifestações, da transformação de culturas existentes e da proteção de manifestações por grupos de adeptos. A definição de cultura tem se modificado ao longo dos últimos séculos. Os pesquisadores Euler e Denise Siqueira fazem um apanhado dessas definições, desde o século XIII, até o surgimento dos primeiros suplementos culturais no século XIX: [...] a palavra cultura, oriunda do latim, significava no século XIII os cuidados dispensados à terra ou ao gado (CUCHE, 1999). Na metade do século XVI, o termo cultura foi empregado para designar o desenvolvimento de uma faculdade humana da mesma forma que se cultivava o solo. [...] Ao longo do século XVIII, no Iluminismo, cultura se refere à formação, à educação do espírito, da alma. Em seguida, houve uma inversão nessa estrutura: passando a cultura - ação de educar - a designar o indivíduo que fosse ou não seu portador. [...] Cultura e civilização significavam a totalidade dos saberes tais como as artes, as letras, a ciência e a filosofia que permitem que o homem se diferencie da natureza. [...] (SIQUEIRA e SIQUEIRA, 2004, s/p)
No século XVIII a divisão da definição de Cultura e Civilização, pelos alemães, forjou a forma como nós entendemos a cultura hoje. A cronologia do próprio significado para o termo cultura, relatada por Euler e Denise Siqueira, já demonstra como as manifestações culturais vão se modificando ao longo do tempo e criam novas culturas. Para María J. Villa (2000), o conceito de cultura se divide em duas linhas: a primeira define que a cultura provém do saber e é utilizada para definir um grupo de pessoas que possuem o conhecimento e o bom gosto e que qualificam de forma positiva ou negativa as manifestações culturais dividindo a sociedade no grupo dos cultos e o grupo dos ignorantes. A outra linha define a cultura como o modo de vida de um povo, que descende do mesmo conceito do século XIII apontado por Euler e Denise Siqueira. Villa explica que a antropologia define o termo como o “sentir de uma comunidade”. Através da definição antropológica, somada à idéia de que cultura é todo o modo de vida de uma
sociedade, a pesquisadora aponta a divisão do conceito em três formas simples: “primeiro o estado desenvolvido de uma mente (uma pessoa “culta”), segundo os processos desse desenvolvimento (os “interesses culturais” e os “processos culturais”) e, por último, os meios destes processos (as “artes” e as “produções intelectuais”)” (VILLA, 2000, p. 05) 15. A definição de Villa reflete a conotação citada por Siqueira e Siqueira durante o Iluminismo. A conexão destes conceitos demonstra que a cultura envolve uma miscelânea de definições, que são modificadas de acordo com a realidade cultural de cada autor. A primeira definição expressa o sentido de erudição da cultura, a importância social de um indivíduo é, constantemente, mensurada pelo seu nível de conhecimento. Este hábito acabou por criar novos adjetivos, que dividem as pessoas em cultas e incultas. A segunda forma deste conceito desenha o sentido histórico e comunitário da cultura, a divisão social por “tribos” e nações, o surgimento de novas culturas e todo o processo de transformação das culturas já existentes. Na última definição, Villa trata simplesmente dos produtos culturais, do que é produzido, transformado e praticado pelo homem, por um grupo social ou por toda humanidade. Esta última definição trata exatamente do que o jornalismo cultural tem trabalhado como cultura desde o surgimento dos primeiros suplementos especializados. O jornalismo cultural propõe a difusão, análise e discussão das produções intelectuais, artísticas, de seus criadores, as pessoas cultas e dos processos de criação cultural, das três definições citadas por Villa. Sérgio Luiz Gadini (2004, p. 95-96), define que o jornalismo produzido pelos cadernos dos diários brasileiros e por “uma série de espaços, periódicos, seções ou mesmo programas que, aos seus modos, também têm como temas iniciativas e eventos próprios ao campo cultural” que, orientados pelas características do jornalismo, abordam temas “relacionados ao campo cultural, instituem, refletem e projetam modos de ser, pensar e viver dos receptores, efetuando assim uma forma de produção singular do conhecimento humano”. Estes conhecimentos humanos são exatamente os produtos culturais definidos por Villa em sua definição de cultura. O conceito acima traçado por Gadini demonstra o que o jornalismo cultural entende como cultura e o que as publicações especializadas abordam como produções culturais. A partir dessa definição, o autor também explica como ocorre a produção cultural jornalística no nosso país: 15
No original: “1) estado desarrollado de la mente (una persona "culta"); 2) los procesos de ese desarrollo (los "intereses culturales" o los "procesos culturales") y 3) los medios de estos procesos (las "artes" y las "producciones intelectuales").” (tradução nossa)
O jornalismo cultural, como toda invenção discursiva (e, em cultura, talvez, de modo mais freqüente), oscila entre a reprodução do já existente e disponível para o consumo e a criação parcialmente permitida e existente nos cadernos. Uma criação que se dá por meio de critérios de noticiabilidade, que orientam a escolha de pautas, matérias, ensaios, críticas, notas breves e imagens que reforçam ou imprimem visibilidade a certas situações nem sempre conhecidas do público. (GADINI, 2004, p. 96)
Os critérios de noticiabilidade, citados por Gadini, são definidos de acordo com a realidade de cada veículo, baseado nas teorias do jornalismo, como indica Manuel Chaparro (1994, p. 119-120) ao afirmar que “só é notícia o relato que projeta interesses, desperta interesses ou responde a interesses”. Ao classificar a notícia a partir do interesse, Chaparro faz uma definição primária, que necessita ser lapidada de acordo com a produção jornalística, visto que muitos relatos deixam de ser notícias e muitas notícias deixam de despertar, projetar ou responder ao interesse de algum leitor. Chaparro (1994, p. 119) ainda explica que “esse atributo de definição pode alcançar maior ou menor intensidade, dependendo da existência, em maior ou menor grau, de atributos de relevância no conteúdo.” Estes atributos de noticiabilidade são enumerados por autores como Lorenzo Gomis, Mário Erbolato, Carlos Franciscato, Aline Garrido (que trata dos critérios de noticiabilidade no Jornalismo Cultural) e Manuel Chaparro, a depender de “circunstâncias temporais, culturais e regionais, não previsíveis” (CHAPARRO, 1994, p. 119), novos critérios podem aumentar a intensidade do interesse na informação. São essas circunstâncias, por exemplo, que definem a diferenciação de alguns destes critérios de noticiabilidade no jornalismo cultural, como abordaremos mais adiante. Com base nos estudos de Carl Warren, Manuel Chaparro define os principais atributos de relevância da notícia: Atualidade, proximidade, notoriedade, conflito, conhecimento, conseqüências, curiosidade, dramaticidade e surpresa. Estes serão considerados em nosso trabalho, como os principais critérios de noticiabilidade no jornalismo, pois reúnem os atributos mais importantes. No entanto, no jornalismo cultural é preciso re-organizar e redefinir alguns destes critérios. Aline Garrido (2002, p. 32) afirma que o jornalismo cultural “tem sua prática diferenciada de uma série de preceitos e regras estabelecidos na atividade periodística em geral”. Essas diferenças são definidas, em primeiro lugar, através da análise de “até que ponto o jornalismo cultural é guiado pelo jornalismo e até que ponto ele é guiado pela cultura”
(GARRIDO, 2002, p. 32). A atualidade, por exemplo, “não é o único nem o principal critério a orientar a definição das pautas” (GARRIDO, 2002, p. 32), uma vez que se observa na produção jornalística cultural a produção de matérias sobre obras, autores e fenômenos culturais do passado, prática comum e que é bem aceita pelo leitor desse tipo de gênero e que dificilmente é aceita em outras editorias, como cotidiano, política, economia. Esses pontos destacam particularidades do jornalismo cultural em relação a outras produções jornalísticas. Além desse primeiro ponto, vários outros diferenciais nos critérios de noticiabilidade no jornalismo cultural são destacados por Garrido: [...] Outros critérios de noticiabilidade, como a singularidade e a excepcionalidade, orientam o discernimento do que deve se transformar em pauta. Mas esses parâmetros devem ser utilizados com bom senso e cuidado na temática musical. Por exemplo, não é legítimo que uma crítica de música aborde o trabalho de um artista pelo fato dele ter matado a mãe ou por ser hermafrodita. Os critérios gerais de noticiabilidade devem ser subordinados ao que é próprio do jornalismo musical, caso contrário terminam por desvirtuá-lo. Esse procedimento é comum no que diz respeito às abordagens da música popular, pois particularidades da esfera privada da vida dos artistas via de regra são de interesse do público, e o jornalista termina por se aproveitar desse foco de interesse para angariar leitores. A singularidade deve, sim, ser considerada como critério, não no que tange a certos aspectos extra musicais e apelativos, mas tão somente às próprias características da obra musical, ou do que quer que esteja de alguma forma atrelado à sua produção e execução. No caso das performances, por exemplo, a superprodução de um espetáculo permite a produção de matérias jornalísticas sobre o aparato técnico a ser utilizado. (GARRIDO, 2002, p. 34)
Neste ponto, a autora detecta uma prática constante nos espaços voltados para o jornalismo cultural. Hoje, é comum que as produções jornalísticas de cultura cometam o equívoco de tratar, também, de aspectos pessoais de artistas e de fofocas dos bastidores das cenas culturais. Outro ponto destacado por Garrido em relação aos critérios de noticiabilidade do jornalismo cultural é a antecipação. Grande parte dos eventos e lançamentos são planejados com antecedência, o que permite a antecipação da produção de matérias. Como o lançamento de um CD, por exemplo, que é enviado pelos produtores culturais antes da data de divulgação, para as redações, com a intenção de conseguir a publicação de textos sobre a obra antes ou no dia do lançamento. Através do uso desses critérios, mesclando a base estabelecida do jornalismo com as demandas do meio cultural, o conteúdo produzido nos cadernos, suplementos e produtos editoriais culturais desperta o interesse dos leitores. Este conteúdo precisa ser compreendido, principalmente, como a difusão, a exploração, discussão e análise de manifestações culturais, de artes, idéias e crenças populares.
Jorge Rivera (1995, p. 15) explica que o jornalismo cultural se desenvolve através de duas concepções básicas: “a concepção ilustrada, que restringe o campo às produções das belas artes e letras, e a concepção que envolve toda a antropologia cultural16”. Segundo o pesquisador, a primeira definição pode ser sintetizada como “o recorte escolhido [pelos suplementos culturais] – destinado a uma minoria de intelectuais – das produções mais refinadas do espírito humano17” (RIVERA, 1995, p. 15), em outras palavras as produções “destinadas a uma minoria consumidora” de arte e literatura em alto nível. Esta concepção costuma ser difundida através de veículos seletos, voltados para um grupo específico. A segunda concepção é bem definida, de acordo com Rivera (1995, p. 15-16), por E. B. Taylor, ao definir a cultura como o “conjunto complexo que inclui o conhecimento, crenças, arte, moral, lei, costumes e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade18”. É esta concepção ilustrada que engloba o conteúdo dos suplementos de cultura, revistas, fascículos. Na divisão estabelecida por Rivera, a concepção ilustrada pode ser encarada como o “tipo” de cultura freqüentemente tratada pelos veículos de comunicação. Já a concepção antropológica, sustentada, também, por Taylor (apud RIVERA, 1995) reflete a discussão incessante acerca do jornalismo cultural sobre o que ele é hoje e o que, teoricamente, deveria ser. Estes conceitos de Rivera e Taylor estão construídos com base em matrizes antropológicas e sociais. Desta maneira, eles acabam se afastando um pouco de como o jornalismo cultural existe e de como ele é realizado, entretanto eles são de fundamental importância para se compreender a inserção da cultura no jornalismo. Outra definição do jornalismo cultural como “a forma de conhecer e difundir os produtos culturais de uma sociedade através dos meios de comunicação de massa”19, feita por Ivan Tubau (apud VILLA, 2000), se aproxima um pouco mais de como se 16
No original: “... la concepción ilustrada que restringía el campo a las produciones selectivas de las “bellas letras” y “las bellas artes”, y la que – sobre todo a partir de la expansión de las perspectivas de la antropología cultural - lo ampliaba hasta convertirlo en una muestra más abarcativa e integradora” (tradução nossa) 17 No original: “... el recorte escogido – destinado a una minoría de conocedores – de las producciones más refinadas del espíritu humano.” (tradução nossa) 18 No original: “...como “conjunto complejo que incluye conocimiento, creencias, arte, moral, ley, costumbres y otras capacidades y hábitos adquiridos por el hombre como miembro de la sociedad”.” (tradução nossa) 19 No original: "... la forma de conocer y difundir los productos culturales de una sociedad a través de los medios masivos de comunicación" (tradução nossa)
formou o jornalismo cultural. Já Gadini (2002, p.15) prefere não definir o gênero focado nos conceitos já estabelecidos de cultura, utiliza-os apenas como matrizes e define o jornalismo cultural através de suas rotinas produtivas, noticiabilidade, agendamento e produção editorial do próprio jornalismo cultural. Desta forma, Gadini define o gênero como “a produção / veiculação e consumo / recepção ou identificação dos modos de ver, pensar, agir e (se) expressar dos indivíduos ou grupos humanos” (GADINI, 2003, p.214). Em nossa visão, a definição de Gadini é, realmente, mais focada no Jornalismo, pois discute o conceito através das teorias e práticas jornalísticas, enquanto Rivera define o jornalismo de cultura utilizando como base teorias antropológicas e sociológicas, que permitem entender mais a formação do jornalismo cultural e sua evolução do que como ele realmente é. No artigo “Una aproximación teórica al periodismo cultural”, María J. Villa reflete de forma provocativa sobre o conceito de jornalismo cultural: Poderíamos afirmar que todo jornalismo é, na verdade, um fenômeno cultural por sua origem, objetivos e procedimentos, entretanto quando devemos definir o jornalismo cultural e suas maneiras de se manifestar, tanto nas formas mais específicas (revistas especializadas) como nos suplementos culturais dos jornais, nos encontramos em uma zona de "indefinição", situada entre o que se entende por jornalismo e literatura, por um lado; e por outro, a 20 difusão de produtos culturais denominados artísticos. (VILLA, 2000, p. 02)
Essa idéia demonstra, mais uma vez, como os pesquisadores que estudam o gênero confrontam o que é visto como jornalismo cultural, feito nos jornais diários, revistas especializadas, etc – a cobertura da produção cultural de massa e da cultura erudita com o que eles acreditam que deveria ser – e é feito por raros veículos, com linhas editoriais que encaram as crenças, costumes e outras capacidades adquiridas pela sociedade como cultura. Esta provocação demonstra que não há um consenso, entre os autores que estudam o tema, sobre a definição exata do que é o jornalismo cultural. Quando Villa cita a zona de “indefinição”, ela mostra a variedade de conceitos do jornalismo cultural, onde os autores buscam diferentes vias e chegam a diferentes conclusões. Apesar dos diversos caminhos, todos os autores desenvolvem conceitos interessantes em relação ao gênero. A escolha da matriz produtiva faz com que Gadini se aproxime mais da prática do jornalismo cultural, o que achamos mais adequado 20
No original: “Podríamos afirmar que todo periodismo es, en definitiva, un fenómeno cultural por sus orígenes, objetivos y procedimientos; sin embargo, cuando debemos definir al eriodismo cultural y sus maneras de manifestarse, tanto en las formas más específicas (revistas especializadas) como en los suplementos culturales de los periódicos, nos encontramos en una zona de "indefinición", situada entre lo que se entiende por periodismo y literatura, por un lado; y por el otro, la difusión de productos culturales denominados artísticos.” (tradução nossa)
utilizar para a realização de um novo produto que produzirá conteúdo relacionado ao jornalismo cultural. Tanto Rivera (1995), quanto Vílla (2000), Gadini (2004), Herom Vargas (2000) e Garrido (2002) destacam um ponto peculiar no jornalismo cultural: a informação se mistura e está muito mais próxima da opinião do que nos outros gêneros. Especificamente no Brasil, desde o surgimento das primeiras publicações literárias e culturais, entre as décadas de 20 e 40, como a Revista de Antropofagia, a Klaxon, a Estética e a Terra Roxa (RIVERA, 1995, p. 55), o jornalismo cultural não segue a tendência de outras editorias que segregam os gêneros informativos e opinativos (GADINI, 2004). Isso demonstra a necessidade dos suplementos culturais de atuarem como indicador de qualidade das produções de cultura, reflexo da posição do espectador, que sempre quer saber e filtrar qual obra é boa ou ruim, qual está dentro da sua lista de interesses e atende aos seus requisitos e leva os jornalistas a suprir essa demanda. Ao exercer a função crítica, o jornalismo cultural passa a qualificar e quantificar o valor das manifestações culturais e de seus realizadores. Com isso, os produtores e fomentadores das obras analisadas passam a procurar uma maneira de seduzir o interesse do jornalista de cultura, para obter uma visão favorável do seu produto, como define Herom Vargas: Alguns dos sintomas do estado atual do jornalismo cultural têm a ver com sua permanente sujeição aos ditames da lógica mercantil no capitalismo, visível na incorporação da dinâmica da publicidade e no consumo/leitura imediata. [...] A questão é simples: como toda mercadoria dentro do sistema capitalista, a notícia não escapa do valor de troca, do rótulo colorido e prazeroso, da divulgação em públicos gerais ou específicos, do dever de ser interessante, atual e de fácil entendimento, do baixo custo de produção, da facilidade de acesso e, por fim, de sua função de gerar lucros à estrutura industrial que a produz, seja ela pequena, média ou grande. [...] Antes, o jornalismo não sofria ação tão forte do mercado e dos divulgadores, não era pressionado a publicar a mais recente informação para servir ao leitor. Hoje, há a presença constante do serviço, uma atividade jornalística cuja finalidade é transmitir, de forma objetiva e clara, dados de utilidade prática ao leitor a respeito de algo que esteja acontecendo ou irá acontecer na área cultural [...] (VARGAS, 2000, p. 01 e 04)
Ao destacar esses sintomas, Vargas (2000) comenta que é um processo decorrente das modificações da produção cultural, da dinâmica e da estrutura do mercado artístico, que inegavelmente, exerce algum tipo de força no jornalismo cultural. Uma das conseqüências, segundo Vargas, é a utilização do material disponibilizado pelos produtores e assessores do evento, que pode ser manipulado como uma pauta, para a construção de uma matéria de qualidade, com aprofundamento e análise ou, utilizado
negativamente, como um texto pronto para ser publicado. Outros pontos negativos da cobertura jornalística cultural são citados por Gadini, Vargas e Garrido, que destacam falhas na apuração, agendamento e nos critérios de noticiabilidade. Um dos problemas da cobertura periódica cultural brasileira, conforme Gadini (2004, p.100-101) é o excessivo uso da agenda cultural como critério de noticiabilidade. Em conseqüência disso, muitas produções culturais são pautadas de acordo com o calendário local de eventos já agendados, de feriados e de datas comemorativas. Um dos itens mais discutidos quando se fala de Jornalismo Cultural, é o referenciado por Aline Garrido e por Herom Vargas, debatido em um ensaio publicado na revista Bravo!, onde o crítico cultural Sérgio Augusto de Andrade reclama sobre o jornalismo cultural que é feito no Brasil. “Ele propõem [sic] a extinção dos cadernos de cultura, afirmando que os mesmos "fundem banalidade e ignorância".” (GARRIDO, 2002, p. 36). Trata-se de uma crítica radical à prática de orientação pela agenda feita pelos periódicos de cultura no Brasil. O crítico também “associa a má qualidade da produção de crítica cultural nesses cadernos à submissão dos jornalistas ao show-business” (ANDRADE apud GARRIDO, 2002, p. 36), reflexo da relação entre produtores e músicos, com jornalistas, como já abordamos nesse capítulo, que é cercada de cortesias e pequenos presentes, com a seguinte afirmação: Como muitas vezes a entregam ao escrutínio de noviços e amadores, o joio também tem destaque assegurado em todos os cadernos, pois estes, ao contrário do que acontecia em décadas passadas, se orientam muito mais pela agenda de estréias e lançamentos (e seu respectivo clima de oba-oba) do que pela imaginação (ANDRADE apud GARRIDO, 2002, p.36)
Esta afirmação foi utilizada por Aline Garrido para reformar a constatação feita pela jornalista Márion Strecker, ex-editora do caderno Ilustrada, do jornal Folha de São Paulo, pensa que se o leitor pode reagir de forma negativa se "sentir inferiorizado por nunca ter ouvido falar de um personagem que subitamente ganha a capa do jornal (...) ou se sentir agredido ao verificar que o jornal dedica um extenso espaço editorial a um tipo de comportamento que ele considera desprezível" (STRECKER apud GARRIDO, 2002, p. 36), uma afirmação que não combina com o ineditismo que o jornalismo oferece. Gadini (2004, p. 100) considera que as rotinas de agendamento e o calendário no jornalismo cultural seguem a mesma linha da produção jornalística geral. Esta constatação demonstra como os veículos nacionais estão pautados no calendário de eventos, priorizando os grandes shows, peças e exposições e esquecendo-se da
possibilidade de produção de um conteúdo mais atrativo e criativo. Para o autor, a agenda sempre está presente como critério de noticiabilidade, “mesmo que [as pautas] não sejam sempre determinadas por critérios como atualidade, ineditismo, factual, proximidade, universalidade, etc.” (GADINI, 2004, p. 100). A impressão de que o calendário de produções culturais acompanha o calendário letivo também é confirmada por Gadini. Principalmente quando se trata de eventos em cidades turísticas, abundantes no final e no começo do ano, como, por exemplo, o Carnaval de Salvador, que se torna notícia desde o início do verão, até pouco depois do evento, tomando o espaço que poderia ser ocupado com notícias e análises sobre outros tipos de produções culturais que são efervescentes na capital baiana. Outro exemplo é a indústria cinematográfica, que realiza os principais lançamentos no primeiro mês das duas férias escolares anuais (Julho e Dezembro), sem contar com atividades relacionadas a datas comemorativas. Certamente, trata-se de um ponto crítico do jornalismo cultural e a fuga desta prática pode facilitar a diferenciação do veículo, conquistando maior credibilidade e público. Apesar de não considerar uma regra única, Gadini (2004) conclui que existem três fatores que delimitam o agendamento da produção jornalística cultural. O autor sintetiza de forma organizada a sua posição e a dos outros autores, como Aline Garrido (2002), Herom Vargas (2000) e Marcelo Coelho (2003), em relação às rotinas produtivas nesta definição: [...] o que se pode facilmente verificar é que a pauta – da matéria principal, capa ou abertura de página – parece, com muita freqüência, determinada pelos seguintes fatores: a) lançamentos de maior impacto no mercado cultural, seja em decorrência de grandes investimentos na divulgação publicitária, não diretamente paga, mas que projeta e influencia a seletividade dos próprios editores; b) eventos de reconhecido impacto público em uma das principais metrópoles do País – Rio de Janeiro e São Paulo [...]; c) estratégias de marketing que integram determinados produtos a partir das expectativas forjadas pelos autores ou produtores culturais. [...] De toda forma, na maioria dos casos, o agendamento das páginas dos cadernos parte das indústrias de cultura, seja de casas editoriais, distribuidoras de cinema, gravadoras, calendário de eventos anualmente programado [sic], dentre outras variáveis. (GADINI, 2004, p.100-102)
Ao analisar esses pontos negativos, vemos que o Jornalismo Cultural não é vítima da produção acelerada e da divulgação massiva dos produtos culturais “enlatados”, e sim cúmplice, parte do processo, que tem como alvo, o consumo em larga escala do público. Para Marcelo Coelho (2003), outro problema da cobertura jornalística cultural é a definição do lançamento do novo álbum de um artista popular que vende milhões de discos ou a escolha do filme blockbuster como grande manchete. “[...] não está nada
claro que o grande público que vá ver um blockbuster esteja interessado em ler sobre um blockbuster.” (COELHO, 2003, p. 134). Esta prática demonstra como a Indústria Cultural toma conta dos espaços jornalísticos voltados para a produção de cultura. Ao analisarmos o surgimento da Indústria Cultural e seu comportamento atual, também percebemos como essas problemáticas - já citadas na produção de conteúdo jornalístico de cultura - sofrem uma forte influência desta indústria. O conceito de Indústria Cultural, definido pela primeira vez por Theodor Adorno e Max Horkheimer, filósofos alemães da Escola de Frankfurt, se consolida com a ascensão do Capitalismo e da Revolução Industrial, no século XVIII. De acordo com os estudos de Adorno e Horkheimer, a Indústria de Cultura surge quando os produtos culturais passam a ser encarados como um negócio e começaram a ser produzidos em escala. Essa produção passou a ter maior importância nas páginas dos jornais por serem distribuídas para a comercialização com acesso de grande parte do público leitor. A partir dessa produção em larga escala, a exploração de bens considerados artísticos ou de lazer passam a ser tachados por esse termo. Este surgimento, de acordo com Teixeira Coelho (1980) acontece em paralelo com o aparecimento dos primeiros jornais impressos através dos tipos móveis, criados por Gutenberg. Coelho (1980, p. 11) ainda destaca dois pontos resultantes do surgimento da Indústria Cultural: “a reificação (ou transformação em coisa: a coisificação) e a alienação”, ingredientes necessários para a sociedade absorver a cultura de massa. A conseqüência desses novos conceitos é a transformação da cultura de um instrumento de expressão, manifestação social e conhecimento em um produto com valor monetário, produzido em larga escala e difundido, na mesma proporção, pelos veículos de comunicação de massa. Atualmente, não só o agendamento com base nos eventos e obras culturais do mainstream afetam a cobertura jornalística cultural. Mesmo em veículos que abrem espaço para a produção independente, a prioridade da manchete sempre é da pauta sobre o mainstream. A página inicial do site BahiaRock21, por exemplo, no dia 18 de Agosto, destacava o lançamento do disco de Kiko Loureiro, guitarrista da banda Angra, famosa no Brasil e no mundo. Em grandes sites de notícias como o Terra22, G123, Folha
21
Disponível em: < www.bahiarock.com.br >. Acessado em: 18 Ago. 2007. Disponível em: < www.terra.com.br/musica >. Acessado em: 18 Ago. 2007. 23 Disponível em: < http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,7085,00.html >. Acessado em: 18 Ago. 2007. 22
Online24, UOL25 e A Tarde26, o destaque ainda era dado para o aniversário de morte do cantor Elvis Presley, segunda celebridade morta que mais vende em todo mundo. Estes destaques são exemplos de que, tanto publicações sobre a cena mainstream, como veículos voltados para a divulgação de produções independentes selecionam como manchete a divulgação relacionada aos artistas que mais vendem no mercado fonográfico. Além disso, o custeio de transporte e hospedagem para a cobertura de eventos e dos press-kits recheados com brindes são práticas comuns, segundo Sérgio Luiz Gadini, nos veículos que produzem conteúdo jornalístico cultural. O caso da cantora Maria Rita, que no lançamento do disco “Segundo”, enviou as músicas em Ipod para trinta jornalistas, é um bom exemplo disso. O fato chamou atenção pelo valor do equipamento oferecido, na época custava entre 600 e mil reais, sendo considerado como um jabá27, aceito por alguns jornalistas e devolvido por outros. Isto acabou gerando uma “guerra” entre os grandes veículos, que trocaram acusações sobre o aceite dos aparelhos comprados pela gravadora Warner. A revista Veja (edição 1.925, ano 38, nº 40, 05 Out. 2005.) tratou o caso como “O mensalinho da Maria Rita” e criticou ferozmente a revista Época. Quando viagens são oferecidas aos repórteres, os custeios costumam ser destacados no rodapé das matérias, onde os veículos indicam que o repórter viajou a convite da produção do evento. Esta prática é corriqueira em grandes e pequenos veículos. Às vésperas do lançamento de um novo disco e da realização de um show no Brasil, o cantor Robbie Williams realizou um show no Chile. Um repórter do jornal O Globo viajou, a convite dos produtores do evento, para cobrir o show28 e relatou que a apresentação “vale por seus momentos musicais e o aparato visual”. Além disso, o repórter conclui que o cantor “Robbie Williams aperfeiçoou o formato de shows para grandes estádios que tem entre seus pioneiros grupos como Rolling Stones e Queen”. Este fato não impede que o repórter tenha analisado o show independente da passagem. Entretanto, em uma análise breve de várias reportagens feitas por diferentes veículos 24
Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ >. Acessado em: 18 Ago. 2007. Disponível em: < http://musica.uol.com.br/ >. Acessado em: 18 Ago. 2007. 26 Disponível em: < http://www.atarde.com.br/cultura/ >. Acessado em: 18 Ago. 2007. 27 “Quantia paga ao Dj em dinheiro ou mercadoria para que eles executam exaustivamente um determinado número musical [ou divulguem informações positivas sobre um artista].” (JANOTTI, 2005, p. 6 e 7) 28 Antônio Carlos Miguel foi o enviado especial de O Globo e públicou uma matéria sobre o evento no dia 13 de Outubro de 2006. Disponível em: < http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2006/10/13/286104624.asp >. Acessado em: 03 Set. 2007. 25
que receberam ajuda da produção do evento, não encontramos nenhum texto que trouxesse os pontos negativos, como veremos a seguir. O festival Abril pro Rock, realizado em Recife com a presença de grandes bandas nacionais, bandas independentes e esporadicamente artistas internacionais, é evidenciado como um evento que usa desse tipo de prática para garantir a sua cobertura. Várias reportagens de veículos diferentes afirmaram que o jornalista foi convidado pela produção do evento. Ao tornar explícito o convite, o veículo tenta resolver ou minimizar essa relação junto ao público. Na 12ª edição do festival em Recife, ocorrida em 2004, o evento convidou e contou com a presença do Jornal do Brasil29. No ano seguinte, outro grande veículo que utilizou a cortesia oferecida pelos produtores do evento foi o jornal Folha de São Paulo, em Abril de 200530. Outros veículos de grande porte, como o portal de notícias da Rede Globo, o G131, e o jornal Correio Braziliense32 já utilizaram as viagens pagas para cobrir eventos. Porém, não são apenas as publicações de grande porte que aceitam convites, o portal de música independente Dynamite33 e o site voltado para a cobertura de notícias sobre música brasileira, CliqueMusic34, fazem parte do grupo. Em uma interessante análise da gastronomia no jornalismo cultural brasileiro, Renata Maria do Amaral (2006) frisa que na cobertura gastronômica não há um consenso no aceite de convites.
29
João Bernardo Caldeira viajou a convite da produção do evento e públicou uma reportagem sobre o evento em 19 de Abril de 2004. Disponível em: < http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernob/2004/04/19/jorcab20040419003.html >. Acessado em: 03 Set. 2007. 30 O repórter Daniel Buarque cobriu o Abril pro Rock em Recife para a Folha de São Paulo e públicou uma das matérias sobre o evento no dia 18 de Abril de 2005. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u50364.shtml >. Acessado em: 03 Set. 2007. 31 Em 07 de Julho de 2007 o Portal G1 públicou uma matéria do repórter Bruno Maia enviado à Roskilde, Dinamarca, para a cobertura do Roskilde Festival. Disponível em: < http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL65694-7085-9615,00.html >. Acessado em: 03 Set. 2007. 32 A produção do show comemorativo de 35 anos da carreira de Maria Bethânia, convidou o repórter Irlam Rocha Lima para viajar até o Rio de Janeiro e assistir ao espetáculo. No dia 06 de Setembro de 2001 o Correio Braziliense públicou uma matéria sobre o evento. Disponível em: < http://www2.correioweb.com.br/cw/2001-09-06/mat_11672.htm >. Acessado em: 03 Set. 2007. 33 Em novembro de 2006, Luciano Carioca Vitor viajou representando o site Dynamite, a convite da produção do festival Demo Sul, que reúne bandas independentes da região Sul do Brasil em Londrina e destacou que o festival foi “cheio de diferenças musicais e cem por cento coerente com a cena independente”. Disponível em: < http://www.dynamite.com.br/portal/view_show_antiga.cfm?materia=983 >. Acessado em: 03 Set. 2007. 34 O MADA, festival que mescla bandas independentes com grupos famosos em Natal/RN contou com a presença de Marco Antônio Barbosa, “enviado especial” do CliqueMusic, entre os dias 15 e 17 de Maio de 2003. Logo no início do seu texto, Barbosa rasga elogios ao festival: “Não houve qualquer alma musical que tenha saído insatisfeita da quinta edição do festival MADA (Música Alimento da Alma), realizado no último fim de semana (entre os dias 15 e 17) na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Na maior e mais bem sucedida versão do evento, o MADA confirmou seu nome como grande foco revelador de novos talentos (posição na qual rivaliza com o Abril Pro Rock, realizado em abril no Recife) e mostrou ótimos shows de nomes consagrados do pop nacional.” Disponível em: http://www.cliquemusic.com.br/br/Acontecendo/Acontecendo.asp?Nu_materia=3996
[...] o critério que utilizamos para escolher os dois veículos cujas críticas analisamos aqui – o jornal Folha de S.Paulo e a revista Gula – foi a garantia do anonimato dos jornalistas. Em ambas as empresas, os críticos freqüentam os restaurantes avaliados sem se identificar e pagam sua conta, como qualquer cliente. Essa atitude pode parecer um detalhe insignificante, mas na verdade garante ao crítico liberdade e certeza de que não será tratado de forma diferenciada por estar avaliando o estabelecimento. É comum, em outros jornais e revistas, que os jornalistas visitem restaurantes após serem convidados, sendo inclusive recebidos pelos donos dos estabelecimentos ou pelos chefs de cozinha. Em geral, tais convites são intermediados por assessorias de imprensa, que ajudam a promover a imagem dos seus clientes. (AMARAL, 2006, p. 4)
Este caso demonstra que, apesar de em outros tipos de cobertura jornalística cultural o aceite de convites ser banalizado, na cobertura gastronômica, geralmente, há um cuidado na análise anônima, uma precaução que pode ser tomada, também, no caso do jornalismo musical. Os exemplos citados apontam para a possibilidade de que o efeito da cortesia influencia diretamente na produção jornalística imparcial, os “enviados especiais” quando não elogiam a organização do evento, também não fazem críticas, em nenhum dos casos. Aline Garrido também compartilha da opinião de que a imparcialidade deixa de existir após o aceite do convite, “[...] o prejuízo na credibilidade é sempre maior que o benefício que o convite pode acarretar, que seria somente a economia de dinheiro e a diversão do jornalista.” (GARRIDO, 2002, p. 71). Vale ressaltar que Garrido entrevistou três editores dos principais veículos impressos da Bahia, o jornal A Tarde, o Correio da Bahia e a Tribuna da Bahia. Os três declararam aceitar convites, quando julgam que o evento é importante, mas apenas o editor da Tribuna da Bahia admitiu que este convite poderia prejudicar a imparcialidade da cobertura. No cenário independente de Salvador, os produtores também costumam oferecer convites e cortesias para o evento, como uma forma de solicitar a cobertura daquele veículo de comunicação no dia do show, além dos músicos, que enviam suas gravações em mp3 e em CDs, para que as músicas sejam disponibilizadas no site ou que o veículo publique uma crítica sobre a obra. Como se trata de uma cena com pequenas proporções, em comparação com os grandes eventos musicais, esta cortesia pode ser considerada como uma credencial de imprensa, uma vez que os produtores oferecem apenas o acesso ao evento, sem direito a camarotes, bebidas, comidas, brindes, etc. Mesmo assim, para que isso não afete na cobertura do evento, é necessário deixar bem
claro aos produtores que a cortesia não implica em uma reportagem positiva sobre o evento, ou numa crítica positiva a obra, no caso de uma gravação musical. Apesar de ser predominante a análise de jornais, cadernos de cultura e revistas especializadas, por outros autores, acreditamos que programas de rádio e televisão, sites especializados, fanzines e até fóruns de discussão possuem igual ou maior atenção sobre a cena de rock soteropolitana. Na pesquisa de mercado desenvolvida para este projeto, em questão de múltipla escolha, 90% do público afirmou acompanhar as novidades do cenário independente soteropolitano pela Internet, 79% disseram acompanhar através de conversa com amigos, enquanto apenas 19,5% demonstraram se informar através de jornais e revistas e 18% através de rádio e televisão. Estes dados demonstram a preferência massiva da rede mundial de computadores na busca por informações sobre a cena local. No site de relacionamentos do Google, o Orkut35, existem mais de quarenta grupos baianos que discutem rock. O maior deles, intitulado BahiaRock36, possui mais de 3.600 membros. Trata-se de um público consumidor em potencial para o nosso projeto, visto que além de fornecer informações sobre o rock local via Internet, ainda daremos tratamento jornalístico à temática. Atualmente, nos grandes veículos de comunicação, o jornalismo cultural cobre a produção de novas obras e peças de artes plásticas, teatro, cinema e música do mainstream. O espaço reservado para as produções independentes nos grandes veículos é pequeno, geralmente restringe-se esse tipo de cobertura apenas para a divulgação dos eventos na agenda cultural. Esporadicamente, os grandes meios publicam análises sobre alguma obra que foi ou será lançada de forma independente – como no caso do lançamento do álbum “Sublime mundo crânio”, do grupo Lasciva Lula37 – ou apenas noticiam esses lançamentos – como no caso da Folha de S. Paulo. Recentemente, a Folha públicou uma matéria sobre o lançamento do álbum independente do músico Edu Krieger, que vendeu até então apenas três mil cópias38 – ou apenas realizam uma entrevista com o artista – como a publicada pelo portal Ibahia com o músico Fábio
35
Disponível em: < http://www.orkut.com/ >. Acessado em: 25 Ago. 2007. Disponível em: < http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=77130 >. Acessado em: 25 Ago. 2007. 37 Disponível em: < http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL4159-7085,00.html >. Acessado em: 03 Set. 2007. 38 Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u328040.shtml>. Acessado em: 03 Set. 2007. 36
Cascadura, da banda Cascadura39. O espaço de jornalismo cultural preenchido nos grandes periódicos costuma ser ocupado pelas produções da Indústria Cultural. Filmes produzidos em Hollywood, peças de teatro com atores renomados, álbuns e concertos de músicos contratados por grandes gravadoras, como já citamos, mantêm uma relação estreita com o jornalismo cultural, principalmente com o jornalismo musical, que costuma ocupar um espaço de destaque nos periódicos. 1.1. JORNALISMO DE MÚSICA A evolução social e tecnológica das produções culturais, causada pelo surgimento da Indústria Cultural, culminou em uma maior demanda da cobertura jornalística voltada para a música, surgindo assim essa subdivisão, que será abordada neste capítulo. O advento da eletricidade, da radiodifusão e da gravação fonográfica, tornou a música um dos carros chefes desta indústria cultural. Com a criação das mídias reprodutoras (fonógrafo e gramofone), passaram a surgir também veículos especializados, entre as décadas de 1920 e 1930. Messias Guimarães Bandeira (2001, p. 02) enfatiza que o surgimento de “tecnologias de registro e reprodução com origem no fonógrafo criado por Thomas Edison em 1877” foi fundamental para a “difusão pública e massiva” da música. A cobertura de música pelo jornalismo cresceu junto com a evolução tecnológica deste tipo de produção cultural, proporcionando o surgimento de dezenas de veículos de comunicação, voltados especificamente para a cobertura do chamado jornalismo de música. Este subgênero engloba revistas especializadas, jornais e semanários voltados para o mercado musical, revistas para músicos e técnicos, fanzines, revistas sobre os bastidores do show-business, literatura acadêmica e cadernos de cultura ou suplementos de jornais (GARRIDO, 2002, p. 15). A música ocupa um espaço de destaque nesses canais de divulgação das produções culturais. A jornalista Aline Garrido define a imprensa musical e destaca o que essa área oferece um vasto leque de produtos editoriais:
O termo imprensa musical dá conta de uma grande variedade de publicações, que podemos dividir em sete grandes blocos: 1) revistas especializadas que cobrem amplamente a área musical ou restritas a um gênero específico; 2) 39
Disponível em: < http://ibahia.globo.com/rock/entrevista_interna.asp?modulo=2876&codigo=125397>. Acessado em: 03 Set. 2007.
jornais e semanários voltados para os negócios do mercado da música; 3) revistas voltadas para músicos e interessados na aparelhagem técnica de execução da música; 4) fanzines caseiros; 5) revistas voltadas para fãs e revistas sobre os bastidores do show-business; 6) literatura acadêmica e 7) cadernos de cultura ou suplementos publicados em jornais de circulação diária. Além dessas sub-divisões, muitas revistas de interesse geral tratam da música popular com regularidade, como os semanários Veja e Isto É, sendo a primeira a revista mais lida no Brasil.[...] Existe um grande mercado editorial voltado para a música popular. É possível encontrar publicações as mais diversas sobre o assunto, desde semanários especializados com resenhas de shows e críticas de lançamentos discográficos, calendários produzidos por gravadoras com informações sobre o mercado fonográfico, fanzines, até revistas e pôsteres com biografia e informações de bastidores da vida particular dos artistas. (GARRIDO, 2002, p. 09/05)
A imprensa musical surge nas décadas de 50 e 60 junto com a explosão da indústria musical, na Inglaterra e logo em seguida nos Estados Unidos. Deve-se destacar como os veículos mais importantes dentro desta cobertura, as revistas Melody Maker (19262000), a New Music Express (1952) e a Rolling Stone (1967), que se consolidaram como revistas de crítica musical. As últimas duas citadas ainda estão em circulação e são consideradas as principais publicações de jornalismo de música, servindo de referência a cada edição, para a pauta de outros veículos. De acordo com Garrido (2002), as publicações brasileiras mais antigas surgiram na década de 1970, entre elas estão o Som Três, a Mixtura Moderna, A História e a Glória do Rock Arranjo e Música do Planeta Terra. Em 1972, passou a ser editada a Rolling Stone brasileira, que durou 34 edições, no período de um ano. Esta mesma revista voltou a ser publicada em 2006. Atualmente, as revistas nacionais mais notórias na cobertura jornalística sobre música são a Bizz, a Rock Brigade, Dynamite, Rolling Stone e a Guitar Player. Estas publicações produziam e produzem críticas musicais, coberturas de eventos, entrevistas com artistas e guias com os principais lançamentos do último período. Na Bahia, a imprensa musical, segundo Garrido, é encontrada em pequenas revistas sobre o show-business do Axé Music e em suplementos culturais dos jornais diários como o Caderno 2 e o Caderno Dez! (A Tarde) e o Folha da Bahia (Correio da Bahia). Além desses suplementos, rádios como a Educadora FM, Transamérica, Metrópole e Globo FM produziram alguns programas voltados para a informação sobre o cenário musical local e também utilizaram toda a sua programação para inserir notícias do mundo da música. Na Internet, portais como UOL, Terra, IG40 e G1 disponibilizam 40
Disponível em: < http://www.ig.com.br/capas/musica/ >. Acessado em: 05 Set. 2007.
canais específicos de jornalismo sobre música. Nos sites de produção informativa local, nenhum veículo disponibiliza um canal de informação sobre o cenário musical, esta cobertura é inserida nos canais culturais ou se resume apenas a agenda cultural. O portal local Ibahia.com, utiliza o canal “Shows e Música” para exibir apenas a agenda cultural. O portal oferece um hot site41 voltado para o rock, onde as últimas notícias datam de setembro de 2006. No portal online do maior jornal de circulação do estado, o A Tarde, a cobertura musical é inserida no canal “Cultura”42, dividindo o espaço com toda a cobertura cultural. O site do jornal Correio da Bahia, publica um canal chamado “Discomania”43, que, apesar de conter informações musicais limita-se a análise de discos em lançamento. Neste apanhado, podemos perceber que, apesar de existir diversas publicações existentes em nível Internacional e Nacional, o estado da Bahia, considerado um local de constante produção cultural e tamanho potencial musical, possui uma cobertura jornalística de música restrita aos veículos não-especializados. Quando se trata da cena independente a atenção dos veículos é mais escassa. Trata-se do embrião da produção cultural, visto que, como já citamos neste capítulo, a maioria dos artistas inicia o trabalho de forma independente, em busca de apoios. A falta de cobertura jornalística para a cena independente faz com que o público não obtenha conteúdo informativo sobre o assunto. Além da falta de informação sobre a cena e sobre novos projetos e iniciativas, os eventos realizados pelos artistas e as obras produzidas acabam não chegando ao conhecimento do público.
41
Este hotsite será analisado de forma mais detalhada na Análise de Similares. Disponível em: < http://ibahia.globo.com/rock/>. Acessado em: 05 Set. 2007. 42 Disponível em: < http://www.atarde.com.br/cultura/ >. Acessado em: 05 Set. 2007. 43 Disponível em: < http://www.correiodabahia.com.br/ >. Acessado em: 05 Set. 2007.
2. JORNALISMO ONLINE O surgimento de novos meios de comunicação possibilita ao jornalismo ampliar o seu campo de atuação, sua linguagem e diversificar a sua rotina produtiva. Com o passar dos anos, a medida que novas tecnologias surgem, o jornalismo procura se adaptar a novas necessidades. De origem textual, o jornalismo teve que conciliar suas especificidades a estrutura do rádio quando o mesmo surgiu como importante veículo comunicativo. Assim também foi com o surgimento da TV e assim tende a ser com qualquer outro meio de comunicação de grande alcance do qual o jornalismo faça parte. O desenvolvimento tecnológico trouxe um importante suporte para o jornalismo. Apesar de se tratar de um fenômeno recente, a Internet tem crescido de forma rápida e intensa. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em abril de 2007, e encomendada pela agência de propaganda F/Nazca Saatchi & Saatchi, em pouco mais de dez anos após o seu surgimento, o número de brasileiros que acessam a Internet é superior a 49 milhões. Ainda segundo a pesquisa, aproximadamente 39% dos brasileiros fazem uso diário da Internet. Destes, mais de 60% tem entre 16 e 24 anos. É justamente essa combinação entre desenvolvimento tecnológico e a disseminação da Internet que favorecem o surgimento de um novo modelo jornalístico denominado jornalismo online. Este novo modelo é a adaptação da prática jornalística a um novo suporte que permite a potencialização de suas características44 assim como traz também novas especificidades. Para Luciana Mielnickzuk (2003) o termo online reporta a idéia de conexão em tempo real, com informações continuas. É possível identificar, através da própria história do jornalismo, uma relação muito próxima com o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação. Para Angéle Murad (1999) o conceito do jornalismo está diretamente associado ao veículo do qual são divulgadas as notícias. Para o autor é dessa relação que surgem denominações como jornalismo impresso (jornal), telejornalismo (televisão), radiojornalismo (rádio) e mais recentemente jornalismo online (Internet). O jornalismo online começou a dar os seus primeiros passos nos Estados Unidos por volta da década de 80. Contudo, ainda não havia uma produção específica para a Internet, o que só começou a acontecer entre 1993 e 1995. Segundo Palacios (2005), em 44
As características do jornalismo online serão abordadas mais a frente neste capítulo
1994, existiam apenas vinte páginas jornalísticas na web, todas americanas. Já em meados de 1995 existiam mais de 470 sites. No Brasil, as empresas jornalísticas entraram na rede a partir de iniciativas isoladas. O Jornal do Brasil foi o primeiro jornal brasileiro a fazer uma cobertura completa no espaço virtual, em maio de 1995. Em 1996, O Universo Online lançou o primeiro jornal em tempo real, em língua portuguesa, da América Latina”. (JANAÍNA BARCELOS, 2003, p.2).
No Brasil, o número de jornais online cresce constantemente. Em matéria publicada no Portal Brasil45, segundo a World Press Trends, o Brasil, no ano 2000, foi o país em que seus jornais impressos tiveram mais versões publicadas na Internet. Ainda de acordo com a matéria, segundo a ANJ (Associação Nacional de Jornais) todos os 119 filiados em 2000 já possuíam e-mails. Destes, 102 já tinham páginas próprias na rede. Em 1997, por exemplo, dois anos após o crescimento exponencial de publicações jornalísticas americanas na Internet, o pesquisador André Manta já disponibilizava em página publicada pela Facom (Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia), o endereço46 de 27 jornais em seu Guia de jornalismo. Hoje, através do Guia de Mídia47 já é possível encontrar um sistema de busca detalhado sobre webjornais e jornais impressos no Brasil. O site disponibiliza o endereço de mais de 500 publicações de todo país. Os jornais do estado de São Paulo são separados dos demais estados e divididos em cinco segmentações: capital, bairros, grande São Paulo, litoral e interior totalizando mais de 130 jornais. Ou seja, o Estado de São Paulo, sozinho, é responsável por mais de 25% da produção jornalística do Brasil. Esse crescimento de publicações brasileiras na Internet acompanha a tendência mundial do setor. Segundo pesquisa realizada pela Associação Mundial de Jornais (WAN) e publicado em 05 de junho de 2006 pelo site Terra48, a visita a jornais eletrônicos cresceu mais de 8% de 2004 para 2005 e aproximadamente 200% levando-se em consideração o período entre 2001 e 2005. A pesquisa não revela o número de sites existente, mas afirma que o número de jornais na Internet cresceu 20% em 2005.
45
Disponível em: <http://www.portalbrasil.net/brasil_economia.htm>. Acessado em: 04 Out. 2007. Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/manta/Guia/jornais.html>. Acessado em: 29 Nov. 2007. 47 Disponível em: <http://www.guiademidia.com.br/jornais.htm>. Acessado em: 17 Out. 2007. 48 Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1032811-EI294,00.html>. Acessado em: 16 Nov. 2007. 46
Embora o número de acessos a jornais tenha crescido, o perfil do usuário ainda é um complicador para o jornalismo. “Fazer com que o internauta permaneça mais que alguns segundos em uma página web é um desafio” (Raquel Gomes de Oliveira, 2005, p.2). Contudo, a própria Internet oferece possibilidades para que o jornalismo consiga este feito: A Web tem espaço ilimitado, mas os leitores têm atenção limitada. Atentar para as características específicas do meio e para suas potencialidades pode contribuir para a elaboração de estratégias de persuasão e construções criativas e interessante da narrativa, de modo a prender a atenção do usuário e indicar a criação de uma gramática própria para o webjornalismo. (BEATRIZ RIBAS 2004 p.10).
As especificidades do meio, citada por Ribas (2004), são resultado da potencialização das características do jornalismo na Internet. Segundo Marcos Palacios (2002) as características do jornalismo online são continuidades de características já existentes em suportes anteriores, como o rádio e a televisão. Embora a disponibilidade de recursos técnicos - e conseqüentemente de aplicação dessas características - varie de site para site, Palacios (2002) define seis características como centrais para o jornalismo online: interatividade, personalização de conteúdos, hipertextualidade, multimidialidade, instantaneidade e memória. A interatividade permite ao usuário exercer influência sobre o conteúdo. Para Mielnickzuk (2000) a interatividade é um dispositivo significativo no âmbito digital por duas razões: A primeira é que a própria interatividade está diretamente relacionada ao hipertexto49 e segundo, ele possibilita uma nova relação mais próxima entre o usuário e o texto. Com isso, a interatividade permite ao veículo conhecer melhor os seus leitores e assim, através das informações capturadas, utilizá-las até mesmo em seu planejamento. Isso possibilita ao veículo jornalístico ter acesso, de uma maneira mais rápida, a receptividade do seu produto junto ao usuário. Para Palacios e Mielnickzuk (2001) no jornalismo online não se pode falar simplesmente em interatividade e sim em uma série de processos interativos. Eles permitem ao usuário escolher caminhos, o que deseja ver e como quer participar de um site. Existe interação entre o emissor e o receptor, podendo até mesmo haver troca de papéis entre eles. O usuário tanto envia quanto recebe informação, como destaca Murad: 49
Como os textos jornalísticos são apresentados na Internet. Possibilita inter-relação entre textos e facilita a inserção de multimídia.
Se os sites, os bancos de dados e as listas de discussão são excelentes ferramentas para coletar dados e selecionar novas fontes, o correio eletrônico, por sua vez, revela-se instrumento eficaz para conhecer os desejos e atender aos interesses do leitor, que pode, por exemplo, sugerir assuntos, enfoques e entrevistados. Essa é apenas uma das possibilidades abertas pela interatividade, que torna seus participantes ativos e os autoriza a serem produtores de informação. (MURAD, 1999, s/p).
Já a personalização de conteúdos, segundo José Afonso Silva Jr. (apud BARBOSA, 2001), faz com que os conteúdos já utilizados deixem de ser tratados como depósitos e passem a ser atualizáveis, segundo a lógica de cada usuário. Para Ivassaki de Deus (2005) a grande vantagem da personalização para os veículos jornalísticos está no fator venda. Segundo a autora, com a interatividade é possível descobrir o perfil do usuário e assim personalizar os anúncios obedecendo aos interesses específicos. É quando o usuário tem a possibilidade de interferir direta ou indiretamente na disposição do conteúdo que acessa. De acordo com Palacios e Mielnickzuk (apud FRANCISCATO, 2004) isso pode ocorrer de duas formas: por meio de newsletters, por e-mails, ou pela configuração da primeira página do site, privilegiando informações de maior interesse do leitor. Um facilitador na busca pela informação mais importante na Internet chama-se Hipertextualidade. Palacios (2004) explica que esse recurso permite que os textos dialoguem entre si por meio de hiperlinks. Na Internet, a hipertextualidade incorpora à sua estrutura uma narrativa jornalística mais complexa, que utiliza mídias como imagem, áudio e vídeo na apresentação e construção dos fatos. Um bom exemplo de como a hipertextualidade se aplica ao jornalismo na Internet, é quando um usuário segue uma teia de links para aprofundar-se em um determinado assunto. Segundo Palacios (2004) o usuário utiliza os links para procurar informações relacionadas ao assunto que despertou o seu interesse. Ele pode tanto acessar a vídeos, fotos e áudios relacionados ao assunto, acessar a reportagens passadas e temas relacionados etc. Essa é uma característica da hipertextualidade potencializada com a Internet. A multimidialidade50 permite a utilização e uso complementar de várias mídias no âmbito digital. Já a instantaneidade refere-se à velocidade com que um fato é levado a conhecimento público. A instantaneidade permite ao jornalismo online auxiliar os seus 50
A mutlimidialidade é um fator diferencial para o projeto. Por isso, será explicada mais a frente, em um capítulo específico.
usuários a tomar decisões com bases em informações atuais. Altas e quedas em bolsas de valores, acidentes de trânsito, greves em setores estratégicos como correios e bancos, por exemplo, são fatos que quando noticiados previamente à população evitam uma série de transtornos. Uma pesquisa realizada pelo Guia do Webjornalista51, em 2003, revelou que cerca de 41% dos entrevistados consideravam a instantaneidade como fator que melhor caracteriza o jornalismo feito para a Internet. Segundo Palacios (2002) a instantaneidade, ou atualização continua, está presente em muitos webjornais e o maior exemplo disso, é que muitos deles disponibilizam as chamadas “últimas notícias”, o que permite ao usuário estar sempre informado sobre o que está acontecendo e até mesmo um acompanhamento contínuo sobre determinado fato. Devido ao grande fluxo de informações geradas pela instantaneidade, a memória tem papel fundamental no jornalismo online, pois através de um sistema de bancos de dados ela possibilita que informações de edições passadas possam ser consultadas a qualquer momento. Para Barbosa (2004), o uso do banco de dados como memória, em aplicação ao jornalismo na Internet, possibilita aumentar o fluxo da informação de forma ininterrupta e em diversos formatos midiáticos como textos, imagens e áudio. Segundo Palacios (2002), a memória, em âmbito web, é ao mesmo tempo instantânea múltipla e cumulativa, isso possibilita que o conteúdo de um jornal produzido hoje possa estar disponível em qualquer outro momento, além de otimizar o processo de busca pela informação desejada. Palacios (1999) explica ainda que a memória permite ao webjornalismo produzir e oferecer informação ao usuário em maior escala se comparado aos veículos impressos. Além disso, ela também age simultaneamente com outras características do jornalismo online como a instantaneidade, interatividade e a hipertextualidade. A memória no Jornalismo na Web pode ser recuperada tanto pelo Produtor da informação, quanto pelo Utente, através de arquivos online providos com motores de busca (search engines) que permitem múltiplos cruzamentos de palavras-chaves e datas (indexação). Sem limitações de espaço, numa situação de extrema rapidez de acesso e alimentação (Instantaneidade e Interatividade) e de grande flexibilidade combinatória (Hipertextualidade), o Jornalismo tem na Web a sua primeira forma de memória Múltipla, Instantânea e Cumulativa. (PALACIOS, 2002, p.7)
51
Disponível em: <http://www.jornalistasdaweb.com.br/index.php?pag=displayConteudo&idConteudoTipo=1&idConteudo =229>. Acessado em: 17 Nov. 2007
As características citadas por Palacios (2002) acabam diferenciando os produtos jornalísticos, uns dos outros, de acordo com a forma como essas características são aplicadas. Nem todos os veículos utilizam essas características levando em consideração as possibilidades que a Internet oferece. Assim, existem produtos jornalísticos que continuam ainda como meras cópias de versões impressas. Apesar disso, existem também publicações específicas para a Internet, que contemplam o caráter híbrido da rede e utilizam suas ferramentas. A Internet possui produtos jornalísticos em diferentes estágios de produção, segundo Mielnickzuk (2001), ao longo da história do jornalismo online é possível identificar três fases distintas. Estas fases variam de acordo com a descoberta e aperfeiçoamento de novas tecnologias e da adaptação das práticas jornalísticas de outros meios de comunicação, como o rádio e a TV, para o meio digital. São fases que acontecem simultaneamente variando de veículo para veículo. A primeira fase é denominada transpositiva. Em geral, é a reprodução dos jornais impressos na Internet. Não há nenhuma preocupação em adaptar o conteúdo do impresso para as especificidades de Internet. Os recursos multimidiáticos ainda não são muito explorados. A segunda fase é a da metáfora. Embora o material disponibilizado na Internet ainda permaneça, em sua maioria, como cópia dos jornais impressos, começam a aparecer inserções de elementos interativos como links, hipertexto e emails, Mielniczuk (2001). Com o tempo, os jornais web também passam a incorporar publicações de notícias entre os intervalos das edições impressas. Como os jornais impressos saiam apenas uma vez por dia, exceto em edições extraordinárias, os jornais eletrônicos se configuraram como uma nova opção de informação atual, assim como rádio e a TV. Com o tempo, alguns veículos passam a fazer atualizações instantâneas o que resulta em uma nova forma de disseminar a informação. A agilidade na atualização de conteúdos possibilitou o surgimento de uma categoria de informação na Web, as Breaking News, ou Últimas Notícias, que tornaram-se uma característica lançada pelos portais e adotada pela maioria das versões digitais dos jornais impressos. Essa agilidade permite também o que muitos veículos chamam de tempo real. Acompanhar um determinado acontecimento em tempo real, (BEATRIZ RIBAS, 2004 p.6)
O terceiro estágio é a fase do webjornalismo. Produtos que se enquadram nesse estágio exploram bem as características do jornalismo online. São criadas produções editorias específicas para a Internet com o objetivo de preencher um mercado potencial. Segundo Mielnickzuk (2001) é nesta fase que aspectos como interatividade, multimidialidade e
hipertextualidade são potencializadas na rede. Os produtos webjornalísticos utilizam mais vídeos, áudios e imagens, estimulam a participação dos usuários e desenvolvem conteúdo específico para a própria Internet. Para simplificar o entendimento em relação às fases do jornalismo, Leila Nogueira (2005) resume como as mesmas podem ser identificadas através de alguns elementos. Para a fase transpositiva: texto e fotos. Metáfora: fotos, textos, infográficos, hipertextos, e-mails, chats etc. E por fim, na última fase, o webjornalismo: textos, fotos, hipertexto, e-mails, chats, áudio e vídeo feitos especificamente para a Internet. A Internet, por sua vez, oferece ao jornalismo uma grande variedade de possibilidades no que se refere à produção e disseminação da notícia. As noções de tempo e espaço do jornalismo impresso dão lugar a imensurável extensão da notícia na Internet. Segundo Murad (1999, s/d), a Internet é um suporte de comunicação com informação contínua e que a possibilidade de utilizar características como a multimidialidade integrada a interatividade e de forma simultânea, por exemplo, interfere no modo como o jornalista concebe a produção jornalística. Um primeiro aspecto, muito importante a ser considerado, é que o meio referido opera online e a noção de tempo e de espaço são diferentes das utilizadas para o jornal impresso, para a televisão e para o rádio. Na Web, os produtos jornalísticos podem ser atualizados constantemente e o espaço que a informação ocupa não é problema [...]. (MIELNICKZUK, 2001, p.5)
O modelo de concepção da notícia na Internet, em relação ao impresso, segundo Mielniczuk (2002), apresenta as seguintes diferenças: Se comparado ao modelo tradicional, a notícia no jornal digital é apresentada de forma mais fragmentada. “A fragmentação do discurso é uma das características marcantes da narrativa na Web” (RIBAS, 2004 p.3), enquanto no jornalismo impresso a informação virá em um texto único e coeso. Os jornais impressos sugerem uma leitura seqüencial de informações, enquanto no webjornalismo o hipertexto permite ler o conteúdo da matéria de forma não linear. A leitura não linear da Internet, já configura uma outra mudança significativa, no que se refere à construção textual. Segundo Mielniczuk (2001) a teoria da Pirâmide Invertida que norteia a produção informativa primando que o fato mais importante está no topo do texto - é modificada no jornalismo online que contempla que o mais importante está
lado a lado com outras informações. Isso possibilita uma mudança na narrativa buscando atender as especificidades da Internet: As mudanças na forma de busca, leitura e recepção da informação exigem nova maneira de escrever que contemple as relações com o tempo e o espaço. O desenvolvimento de linguagem própria deve contemplar não só formas diferentes de contar a história, como também modos de como disponibilizar as informações ao público. Assim, o jornalista precisa se ater às especificidades do novo meio. (MURAD, 1999, s/p)
Uma dessas especificidades é de que não há predominância de uma mídia para apresentar a informação. As informações em formatos de áudio ou imagem, por exemplo, encontram-se em posição de equilíbrio em relação a outras mídias. Ainda sob a perspectiva de mudança, a Internet trouxe uma nova forma de cobrir notícias. Hoje pautas são realizadas levando em consideração o fator multimidialidade em sua cobertura. Para um evento musical, por exemplo, é possível que a pauta indique que a cobertura deverá ser feita com vídeos e áudios com cenas dos shows e entrevistas. Acontecimentos climáticos podem ser minuciosamente observados através dos recursos fotográficos, nos quais, com a tecnologia disponível, é possível fazer a ampliação de imagem e capturar com precisão o detalhe mais importante da imagem. Essa necessidade em especificar e detalhar cada vez mais as informações é explorada por alguns sites como forma de atrair usuários, uma vez que, para Ivassaki De Deus (2005), os recursos multimidiáticos tornam o jornalismo online mais atrativo que o jornalismo impresso. A possibilidade de utilizar recursos como textos, fotos, imagens, mapas e áudio, integrando-os na mesma mensagem, bem como de conectar, por meio do hipertexto, a matéria a informações de arquivo e/ou complementares disponíveis na home do próprio veículo ou em outro site, sem dúvida, incrementam a produção. (MURAD, 1999, s/p)
Sites como o Globo Esporte52 possuem sessões que oferecem recursos multimídias nas reportagens, como: “Galeria de Fotos”, “Recordar é viver”, “Vídeos”, “Blogs” e “Colunas”. A sessão “Galeria de fotos”, por exemplo, abriga informação contida em imagens. Já na sessão “Recordar é viver”, as informações são exibidas através de vídeos e textos. A exceção são os destaques, as notícias mais importantes, que aparecem na primeira página do site, que geralmente são publicadas apenas com textos. Trata-se das notícias mais recentes, que causam maior impacto. Em alguns casos, essas notícias também podem vir acompanhadas de vídeos, links, imagens ou infográficos. Essa 52
Disponível em: < http://globoesporte.globo.com/>. Acessado em: 20 Nov. 2007
conjuntura de possibilidades em relação à veiculação de conteúdo jornalístico e a potencialização de mídias são alguns fatores que diferenciam o jornalismo online do impresso. O site do jornal Folha de São Paulo53, por exemplo, possui sessões no site específicas para a multimidialidade. Os canais “TV Uol” e “Vídeos” – com conteúdo em formato de vídeo e “Galerias” – com conteúdo fotográfico e infográfico, são algumas opções multimídias oferecidas no site. Assim como também existem sessões que privilegiam características da Internet, com: “Interação” – para interatividade e “O que já foi notícia” – para recuperação de notícias já divulgadas. O Folha Online, como é conhecida e versão digital do jornal, possui editorias destacadas em seu layout. Junto a vários anúncios publicitários o site utiliza bastante hipertexto para chamadas de matéria. Além disso, são disponibilizadas informações do jornal impresso. Assim, o leitor pode ter acesso a essas informações e acompanhar o desdobramento desses fatos através do site. Em relação a outros meios de comunicação, a Internet detém a multimidialidade como diferencial de cobertura. Para Suzana Barbosa (2001) esta característica integra a narrativa jornalística, complementando informações através de imagens, áudios, vídeos e animações, provocando com cada uma dessas linguagens diferentes reações nos sentidos da percepção humana. No rádio, por exemplo, não há uma segunda chance para explicar a narrativa, por isso à necessidade de objetividade na transmissão da informação. Na web, além de manter essa objetividade, muitas vezes as webrádios, como são chamadas as rádios digitais, disponibilizam imagens e às vezes até vídeo para complementar a informação. Alguns Portais webrádios como o Celeirosences54 funcionam como uma espécie de rádio multimídia. Nele podem ser encontrados, músicas, vídeoclips, fotos, agenda de artistas, links para várias outras webrádios, comentários sobre filmes e até mesmo links para sites de gastronomia. Segundo Márcio Massano, Coordenador estratégico de arrecadação do ECAD (Escritório Central de
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Disponível em: < http://www.folha.uol.com.br/ >. Acessado em: 20 Nov. 2007 Disponível em: < http://webradio.celeirosences.com/ >. Acessado em: 31 Out. 2007
Arrecadação e Distribuição) em entrevista a Rádio Agência 55 existem aproximadamente 10 mil webrádios em funcionamento no Brasil. Em comparação a televisão, a Internet tem a possibilidade de ampliar o que a TV já oferece. Imagem, texto e áudio agindo simultaneamente já é uma configuração encontrada na própria TV, o diferencial é que a Internet, além de potencializar o uso da multimidialidade, possui uma linguagem mais próxima e informal com o usuário, diferente da formalidade jornalística da TV. Para Pollyana Ferrari (2003), a Internet não é sisuda, tem humor e seu público é mais receptivo a estilos não convencionais, pois não há tanto compromisso ao navegar por vários canais. Contudo, os vídeos para a Internet no Brasil são feitos como se fossem produzidos para a TV. Em entrevista a Carlos Castilho, no site do Observatório da Imprensa56, Rosental Calmon Alves57, revela que os grandes portais brasileiros impulsionaram os vídeos na Internet como se estivessem fazendo televisão na rede. Por isso é difícil encontrar algum produto jornalístico nacional onde a linguagem dos produtos multimidiáticos e sua concepção de produção visem atender as especificidades do meio, no caso a Internet. 2.1 MULTIMIDIALIDADE As novas tecnologias da informação configuram importantes características de produção quando aplicadas ao jornalismo digital. A evolução de equipamentos digitais como computadores, câmeras, processadores, softwares etc. junto a novas formas de transmissão de conteúdo via satélite e de compactação de arquivos para armazenamento de dados aperfeiçoam métodos, ampliam possibilidades e disseminam a informação. A influência da informática nos processos de difusão da informação é decisiva. Conduz à adoção de novo modelo informacional distributivo, dinâmico e hipertextual, no sentido de atender os usuários conectados em redes eletrônicas, de modo não mais linear, mas respeitando sua estrutura cognitiva, suas demandas singulares, independentemente da localização geográfica. Tal dinamicidade pressupõe maior agilidade, precisão, completeza, consistência e densidade. (MARIA DAS GRAÇAS TARGINO, 1995, p.3)
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Disponível em: < http://www.radioagencia.com.br/noticia.php?noticia=14794&categoria=2 >. Acessado em: 02 Nov. 2007 56 Disponível em: < http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=311ENO002 >. Acessado em: 17 Out. 2007 57 Professor titular de jornalismo online na Faculdade de Jornalismo da Universidade do Texas, excorrespondente do Jornal do Brasil em Washington (Estados Unidos) e um dos jornalistas que participaram do lançamento do primeiro jornal brasileiro na Internet, o Jornal do Brasil em 1995..
No jornalismo online, as novas tecnologias permitem que características como a instantaneidade, a memória, a hipertextualidade etc. sejam potencializadas em relação a outros suportes. Isso porque o âmbito digital, proporcionado pelo avanço tecnológico, permite que recursos midiáticos sejam combinados a características do meio, o que gera para o jornalismo uma nova forma de produção. Para Marcelo Flizikowski (2004), essas mudanças ocasionadas pelas novas tecnologias da informação são decorrentes de transformações contínuas no jornalismo, evoluções e não um aspecto recente como se imagina. Luciana Mielniczuk (2001) conclui que independente de serem novidades do meio digital ou potencialização de suportes anteriores o fator de relevância é a potencialização que a multimidialidade atinge ao juntar-se ao suporte digital. A multimidialidade é uma característica do jornalismo online que influencia direta ou indiretamente na apresentação dos fatos. Ela propicia informação ao usuário através de vídeos, imagens, áudios, animações, hipertextos etc. ou até mesmo em mídias simultâneas como no caso do áudio-vídeo. São potencializações que representam uma nova estrutura, em relação ao jornalismo praticado em veículo impressos, onde o conteúdo produzido para a Internet visa atender às necessidades específicas da própria rede. A Multimidialidade do Jornalismo na Web é certamente uma Continuidade, se considerarmos que na TV já ocorre uma conjugação de formatos mediáticos (imagem, som e texto). No entanto, é igualmente evidente que a Web, pela facilidade de conjugação dos diferentes formatos, potencializa essa característica. (MARCOS PALACIOS, 2003, p.7)
Mesmo se tratando de um fenômeno recente, a Internet atingiu em 2005, segundo a ComScore Networjs58 mais de 800 milhões de usuários espalhados por todo o mundo. Para Ivassaki de Deus (2005) o crescimento de parte desse público está associado à atratividade que a multimidialidade oferece. Segundo a autora, o jornalismo online é mais atrativo que o tradicional por permitir ao seu usuário fazer uso de recursos como vídeos, áudios, gráficos e elementos interativos, multimidiáticos, em um mesmo ambiente.
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Disponível em: <http://info.abril.uol.com.br/aberto/infonews/112005/10112005-8.shl>. Acessado em: 04 Nov. 2007
Em relação ao webjornalismo, o conceito de multimidialidade, defendido por Mielniczuk (2004), refere-se à convergência de formatos de mídias tradicionais como imagem, áudio, texto e vídeo, para o jornalismo digital na narração de um fato. Segundo Palacios (2005) a multimidialidade não representa uma ruptura para o jornalismo, mas sim a continuidade e potencialização de características que já existiam em suportes anteriores. A multimídia já existia mesmo antes da invenção do computador. O jornal impresso o texto vem acompanhado de fotografias. Na TV, por exemplo, é possível ter ao mesmo tempo: texto, som e imagem. A diferença em relação à multimidialidade existente em meios tradicionais como a TV é que na Internet as mídias se potencializam quando incorporadas a características como interatividade, instantaneidade e memória, por exemplo. Contudo, o conceito de multimidialidade, como é aplicado na Internet, não está restrito somente à disponibilidade de diversas mídias e sim, também, como elas são aplicadas. Segundo Beatriz Ribas (2004) um produto informativo que só disponibilize o acesso às mídias de maneira separada, não consegue realizar, propriamente, uma mensagem multimídia. Para isso é preciso conciliar de forma harmoniosa as diferentes características de linguagem que cada mídia possui, sem que isso comprometa a informação a ser transmitida. Além disso, o acesso a várias mídias, de forma simultânea, é o que configura essa mensagem. Segundo Janaína Barcelos (2001), os próprios profissionais de comunicação, que já iniciaram atividades na Internet, têm desenvolvido uma linguagem específica para o meio, baseada no diálogo das técnicas jornalísticas que conhecem, com os recursos multimidiáticos. Existem adaptações entre o modo jornalístico tradicional, praticado nos veículos impressos, e o jornalismo web, o que acaba resultando em uma nova forma de fazer jornalismo. Para Palacios (2002) isso não implica dizer que o jornalismo praticado na web é “mais avançado” ou “mais apropriado” do que o jornalismo feito em jornais impressos. No entanto, a Internet propicia ao jornalismo não só a capacidade de potencializar esses recursos midiáticos, de quebrar barreiras físicas e de tempo/espaço, como também de combiná-los. Os jornalistas viveram várias revoluções, e a Internet é mais uma. Em todas elas foi preciso recriar a forma de contar histórias [...] O vídeo na Internet não é melhor do que na TV; o áudio na Internet não é melhor do que no
rádio; mas a Internet tem todos esses meios. (PERRET apud DORIA, 2002, s/p)
Os níveis de utilização destes recursos midiáticos estão diretamente ligados às três fases do jornalismo digital. Embora as fases já tenham sido abordadas no início do capítulo59, analisaremos agora sob o ponto de vista da multimidialidade, onde os produtos jornalísticos são classificados, dentro das fases propostas por Mielniczuk (2001) e de acordo com a aplicabilidade da multimidialidade em seu conteúdo. Essas fases estão presentes no jornalismo atual e não atuam de forma cronológica. Elas convivem simultaneamente. Na primeira fase, por exemplo, denominada de transpositiva, Mielniczuk (2001) sugere que o conteúdo publicado em um veículo impresso é integralmente reproduzido em sua versão digital e quase não utiliza recursos multimidiaticos. O site do jornal Correio da Bahia60 enquadra-se nesta fase. Seu conteúdo, em sua maioria é transcrito da versão impressa, exceto pela sessão “Últimas notícias” que é o único segmento em que o jornal atualiza as suas informações sem dependência de conteúdo do jornal impresso. Muitos jornais online, como o Uol61 e o Terra62, em suas sessões de últimas notícias recorrem a agências de notícias63 para manter o seu produto atualizado. A metáfora, segunda fase do jornalismo digital, começa a dar os primeiros passos em relação ao aproveitamento de recursos de multimídia. Existem produtos que mesmo tendo uma matriz impressa, como é o caso do site do Jornal A Tarde64, trabalham suas versões online de forma separada. Embora a versão online também seja abastecida com conteúdo do jornal impresso, suas redações na sede do grupo A Tarde, ficam separadas editorialmente. O que ao menos indica a intenção de estabelecer processos diferentes de produção. Por fim, mesmo que o conteúdo do site possa conter transcrições das versões impressas, há esboços de utilização de recursos como animações e gráficos, por
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As três fases do jornalismo já foam abordadas no capítulo Jornalismo Online. Disponível em: < http://www.correiodabahia.com.br >. Acessado em: 17 Out.2007 61 Disponível em: < http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/11/11/ult1808u105233.jhtm >.Acessado em: 11 Nov.2007 62 Disponível em: < http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2065042-EI294,00.html >.Acessado em 11 Nov.2007 60
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Disponível em: < http://www.atarde.com.br/capa/ >. Acessado em: 17 Out. 2007
exemplo, e às vezes complementações com fotos, ou vídeos de notícias lançadas pelo jornal impresso. Existe ainda uma segunda característica aplicada para a segunda fase do jornalismo online. Também são considerados produtos da fase metáfora, aqueles que possuem algum tipo de multimídia, mas o seu conteúdo obedece a padrões de produção próprios de outros suportes. O portal Terra65, com o canal “TV Terra”66, se enquadra na segunda definição. É um site que não contém similar impresso e apesar de possuir rico material de vídeo, esses arquivos são concebidos como se fossem ser exibidos na TV, não atentando para uma linguagem específica para a Internet. Por fim, a terceira fase do jornalismo na Internet, denominada de webjornalismo, é a que contempla iniciativas mais ousadas em aproveitamento das especificidades da Internet. São sites que produzem materiais específicos para a Internet. O site El País67, por exemplo, é a versão digital do jornal El País que, segundo matéria publicada no site do Yahoo! Notícias68, é o maior jornal impresso da Espanha como aproximadamente 700 mil exemplares no domingo e 430 mil nos demais dias. O site mantém a força do impresso com cerca de 700 a 800 mil usuários por dia e produz conteúdo específico para a Internet. Os vídeos, por exemplo, mantém o caráter objetivo da Internet, são relativamente curtos, apresentam linguagem clara e trazem uma novidade: anúncios publicitários antecedem os vídeos produzidos pelo site. O layout inicial da página também favorece a multimídia, pois facilita encontrar arquivos como fotos, vídeos, áudios e gráficos. Diante da perspectiva de adaptação de produção e veiculação de informação a um novo meio, elementos característicos da multimidialidade também seguem o mesmo caminho. Para Suzana Barbosa (2004), a objetividade jornalística deve prevalecer, mas o que se deve buscar alcançar é, dentro desta premissa, explorar as possibilidades permitidas pelo suporte digital. Para Pollyana Ferrari (2003) a melhor forma de explorar tais possibilidades perpassa pela procura do jornalista em buscar histórias que possam
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Disponível em: < http://terra.com.br/capa/index.html >. Acessado em: 17 Out. 2007 Disponível em: < http://terratv.terra.com.br/templates/home.aspx?channel=2457&manual=true >. Acessado em: 17 Out. 2007 67 Disponível em: < http://www.elpais.com/ >. Acessado em: 02 Nov. 2007 68 Disponível em: < http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/071016/entretenimento/cultura_midia_elpais_reformulado_pol >. Acessado em: 18 Out. 2007 66
contadas de uma melhor forma na Internet do que em outras mídias. O jornalismo pode aproveitar-se dos recursos multimidiáticos para narrar histórias mais criativas e atrativas para os usuários, como ressalta Ivassaki de Deus: Deixar o jornal muito mais atraente é uma das características do jornal online, o recurso de multimídia em que são combinados os textos com sons e imagens deixam o jornal muito mais atraente. Talvez esta seja a característica que mais atraia o leitor. É muito fascinante estar lendo a notícia e poder ver as imagens em seu tempo real ou ouvi-las. Num jornal impresso não seria possível usufruir desta característica (IVASSAKI DE DEUS, 2005, p.8).
Segundo Tom Kennedy (2007), editor de multimídia do jornal eletrônico americano The Washington Post, em trecho reproduzido no blog do GJOL69 existe uma adequação de abordagem mais fluida para demandas de um assunto específico, com influências de áudio e vídeo. O resultado, em comparação à produção de um vídeo para TV com as atividades feitas no Washington Post, é uma abordagem visual mais informal e com menos regras. Ou seja, o uso de recursos multimidiáticos permite ao veículo utilizar uma linguagem mais próxima, mais atrativa para o usuário. O áudio é um desses recursos, que, assim como outros elementos da multimidialidade, também passou por adaptações70. Com a chegada da Internet surge uma nova configuração de acesso aos arquivos de áudio. Surgem programas que compactam arquivos para torná-los leves, para que os mesmos pudessem transitar mais facilmente para a rede. Esta conversão poderia ser feita através de programas ou hardware específicos que comprimiam os arquivos antes de serem enviados pela rede. Entretanto, a compressão, naquele contexto, significava perda de qualidade: quanto maior a compressão, maior também a quantidade de informação que se perdia (SANTINI e DE LIMA, s/d, p.7).
Existem várias possibilidades de aplicação dos recursos multimidiáticos. Para Jakob Nielsen (apud BIANCO, 2001) os arquivos de áudio no jornalismo online devem ter uso Grupo de pesquisa de Jornalismo Online da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Disponível em: < http://gjol.blogspot.com/2007/03/usando-vdeo-no-jornalismo-online.html >. Acessado em: 02 Out.2007 69
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Por se tratar de um site voltado para música, as especificidades o áudio necessitam ser explicadas mais detalhadamente.
efetivo e conteúdo de qualidade. Já para Martinez Filho (2002) o áudio pode ser utilizado na Internet tanto para transmissão de conteúdo como para servir de referência a uma ação do usuário na Internet, como o som de um “click” quando um link é selecionado. A disponibilização de canções pode servir como complemento de conteúdo e de identificação a um material que o usuário procura. Por exemplo, ao entrar em um site de berçários, canções de ninar podem referenciar o destino do usuário sem que o mesmo precise de texto para tal compreensão. É um sistema de informação que contempla a sonoridade. No site Globo Esporte71, o áudio é utilizado durante a transmissão de uma partida de futebol narrada em texto, sons de apitos e gritos de torcida anunciam quando há uma falta ou um gol. Há um link para a rádio Globo, que também transmite os jogos simultaneamente, assim o usuário pode acompanhar a narração em tempo real. Isso permite ao usuário que só deseja estar informado sobre o placar do jogo, continuar com a página do site aberta enquanto realiza outras tarefas. Para Nélia R. Del Bianco (2001) a utilização do som em sites na Internet tem várias possibilidades graças ao desenvolvimento tecnológico. Segundo a autora, uma alternativa para desenvolver o uso do áudio é investir em modelos criativos de edição e facilitar o download de arquivos de áudio para os usuários. Bianco define seis características que norteiam a aplicação de áudio em sites de natureza jornalística: O áudio não pode ser meramente decorativo; necessariamente deve transmitir conteúdo significativo; pode ampliar a cobertura (permitir várias vozes que complementam o texto na tela); pode produzir efeito narrativo de natureza sensorial que dá ao usuário uma dimensão afetiva dos acontecimetnos que, em muito, supera a frieza do texto objetivo; é uma forma de agregar valor à notícia; deve estar inserido no corpo do texto da notícia de modo que possa ser ouvido enquanto o usuário lê a matéria ou navega em busca de outras informações. (BIANCO apud SALOMÃO, 2004, s/p)
Ainda segundo Bianco (apud SALOMÃO, 2004) existe um certo conservadorismo no uso do áudio na Internet. Segundo a autora, mesmo em páginas na Internet de emissoras de rádio, as propostas apresentadas e as possibilidades de interatividade, ainda assim não conseguiram formatar o áudio como suporte principal do site. Para não confirmar essa premissa proposta por Bianco, o presente projeto pretende privilegiar o áudio na
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Disponível em: < http://globoesporte.globo.com/ >. Acessado em: 30 Out.2007
cobertura de eventos e na produção de matérias, além de ofertar notas, músicas, entrevistas e comentários em áudios para os usuários. Ainda no campo de aplicação de elementos de multimídia, o texto também passa por significativas adaptações. Segundo Mielnickzuk (2002) os webjornais usam dois tipos de narrativas textuais, normalmente mescladas a recursos multimidiáticos. Uma que contempla a demanda mais imediatista, que ocasiona abordagens mais resumidas, caracterizadas por textos curtos e que limitam-se ao registro dos acontecimentos. São textos apresentados para atender as demanda de atualização do site. O outro modelo de narrativa é o que abrange uma abordagem mais profunda dos fatos, com textos mais longos. Ainda segundo Mielniczuk (2002), essa segunda narrativa é utilizada por webjornais, que criam seções especiais para abordagens mais específicas sobre determinados assuntos, o que facilita o uso da multimidia “Em reportagens maiores, com mais dados e fontes, pode-se utilizar links para hipertextos de áudio, vídeo e galerias de fotos, tornando a leitura leve e agradável” (Ferrari, 2003, p.50). Em matérias de maior aprofundamento a possibilidade de inserir arquivos multimidiáticos aumenta, uma vez que o campo de abordagem narrativa também é maior. Para Marcelo Souza (2006) a hipertextualidade é a principal estrutura narrativa da Internet, pois, possibilita a navegação através de uma teia de textos relacionados na rede de computadores. Ainda segundo o autor, a associação de diferentes formatos multimidiáticos por meio de links é o principal ponto de formação da narrativa web. Palacios (2005), também ressalta a importância do hipertexto ao afirmar que o mesmo é um extraordinário agregador que facilita o funcionamento de recrusos multimidia. O uso de links pode ligar informações entre textos ampliando a informação. Mesmo em se tratando de adaptações a um novo suporte, existem elementos da multimidialidade, como fotos, imagens, que conservam suas particularidades independentemente do suporte em que estejam empregados. Segundo Ferreira (2003) por conta da sua universalidade, por ser um elemento de fácil compreensão e assimilação, a imagem empregada no jornalismo online mantém sua estrutura original contemplada no jornalismo impresso. Mesmo em se tratando de adaptações a um novo suporte não podemos dizer que há diferenças fundamentais entre a imagem fotográfica empregada na
Web e a usada no jornalismo impresso. A imagem fotográfica na Web, assim como no impresso, em certas ocasiões assume o papel de texto autônomo. A imagem jornalística deve prescindir de uma legenda ou um texto escrito cuja função
é
contextualizadora.
Isto
é,
é
regra
do
fotojornalismo,
indiferentemente do suporte em que a imagem produzida seja legível e compreensível (FERREIRA, 2003, p.7).
Contudo, o avanço tecnológico oferece ao fotojornalismo a possibilidade de ampliar seu campo de atuação. “A Internet associada à funcionalidade cada vez maior de computadores, celulares, PDAs, laptops, gera um novo e dinâmico espaço de veiculação das fotografias jornalísticas, que abastecem esse mercado online 24 horas por dia” (MUNHOZ, 2007, p.03). Além da ampliação de produtos que comportem a fotografia jornalística existem diferenças relacionadas à publicação destas imagens. Segundo Ferreira (2003), o fotojornalismo acontece no âmbito online de duas formas: analógico e digital. No método analógico, a foto é capturada e digitalizada posteriormente, através de um scanner. Essa foto é lançada digitalmente para a web. No método digital, a imagem vai direto da máquina para a web. A grande vantagem deste segundo método está na maior velocidade, maior número de imagens, geralmente disponibilizadas em galerias de imagens, menor custo e em menor tempo. O fotojornalismo na web é potencializado em relação ao impresso porque as novas tecnologias permitem, segundo Ferreira (2003), uma velocidade de digitalização, praticamente, em tempo real, com recursos de memória amplos, banco de dados digitais de imagens; eliminação de custos extras como fotolitos, ampliações etc. Partindo da mesma premissa, de desenvolvimento tecnológico, Munhoz cita três momentos significativos para o fotojornalismo: 1) Em 1995, com a digitalização da transmissão dos negativos, já se ganhava muito tempo e dinheiro, mas o sistema ainda era precário, pois só era possível enviar duas ou três fotos por dia. 2) O segundo avanço viria logo em seguida, em 1998, com o uso de câmeras digitais as fotos podiam ser transmitidas em poucos segundos direto do local da notícia; 3) E finalmente, já no século XXI, a digitalização de todos os arquivos das grandes agências e a criação de bancos de dados integrados na Internet, possibilitaram que agências como a AFP, AP e Reuters oferecessem, em tempo real, fotos de qualquer acontecimento que ocorresse no mundo, colocando essas três
agências no domínio da produção fotojornalística atual. (MUNHOZ, 2007, p.4).
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, o próprio jornalismo online acaba incorporando elementos próprios. O uso das animações é um elemento criado no meio digital, mas trata-se da potencialização de gráficos, dos cartoons e ilustrações presentes no modelo impresso. Segundo Rubén Alvarez (s/d), o flash é a tecnologia mais usada na Internet para a criação de animações vetoriais, que são animações em que as imagens são representadas a partir de linhas ou vetores, e que possuem propriedades próprias como cor, espessura etc. Ainda segundo Alvarez, a grande vantagem do flash é que se trata de animações leves e que precisam de pouco tempo para serem carregadas. Embora não tenha, a princípio, caráter jornalístico, Carlos Castilho (2005), cita em reportagem publicada no site do Observatório da Imprensa72 um novo modelo de jornalismo denominado “jornalismo flash”, onde a principal virtude é criar uma participação mais intensa dos usuários em relação a páginas comuns, que não utilizam o flash. Segundo Castilho (2005) o jornalismo na Internet assume cada vez mais uma postura diferente da maioria das versões online de jornais impressos. A principal evidência é o uso crescente de animação e paginação dinâmica, baseada em flash. O Rocklivre pretende utilizar recursos de multimídia para ampliar o conteúdo informativo do site. Serão utilizados vídeos produzidos pelo próprio site, assim como links para vídeos disponibilizados em outros veículos e sites de compartilhamento como o YouTube. Os vídeos produzidos pelo Rocklivre terão caráter leve e dinâmico, de produção simples e com linguagem informal. Serão utilizados em coberturas, entrevistas, reportagens e especiais. Os vídeos existentes em outras páginas, não produzidos pelo Rocklivre, serão apenas linkados complementado informações contidas em texto. A viabilidade destes recursos foi identificada junto ao público alvo, através do resultado obtido em pesquisa de mercado73, realizado no mês de julho, onde 96% dos entrevistados utilizam conexão banda larga. Este fator também potencializa a utilização de recursos de áudio, animações e imagens.
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Disponível em: < http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=350ENO001 >. Acessado em: 22 Out. 2007 73 Pesquisa de mercado em anexo no apêndice 01.
Em relação aos arquivos de áudio, o site pretende utilizar tal recurso como elemento bem familiar ao público. Trata-se de um site que pretende explorar recursos sonoros. Músicas e entrevistas serão disponibilizados de acordo com as especificidades de cada matéria. A idéia é utilizar entrevistas em áudio em todas as matérias. Caso alguma banda seja abordada em alguma reportagem, músicas serão disponibilizadas para downloads, mediante autorização das próprias bandas, ou linkada para o site onde as músicas possam estar hospedadas. Pretende-se privilegiar o áudio por entendermos ser este o principal referencial de um site que pretende abordar algum segmento musical. Em relação aos textos, o Rocklivre pretende utilizar uma linguagem de fácil assimilação74. Usaremos links nos textos para entrelaçar as informações, seja ele um link interno, que remeta a uma informação já publicada no próprio site, ou um link externo que leve a outras abordagens sobre o tema que o Rocklivre aborda. Poderemos utilizar textos fragmentados, quando um fato solicitar atualizações constantes, mas priorizaremos a divulgação em potencial de todas as informações apuradas. As imagens, outro recurso midiático bastante utilizado pelo Rocklivre, terão uma sessão própria. Contudo, cada galeria poderá ser vista separadamente através de links inseridos em matérias às quais as galerias estão relacionadas. O objetivo é não separar as imagens da lógica narrativa das reportagens. Todas as fotos capturadas em coberturas de eventos, entrevistas e reportagens estão disponíveis na seção “Galeria”. Fotos também serão encontradas nas matérias.
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Trataremos da linguagem e do uso de recursos multimidiáticos e de hiperlinks na Proposta Editorial e na Arquitetura da Informação.
2.2 JORNALISMO CULTURAL NA WEB O jornalismo cultural online é a abordagem jornalística de segmentos culturais no âmbito digital. O webjornalismo cultural, como também é conhecido, surge no final dos anos 90 com a Internet ainda em seus primeiro passos. Nessa época, ainda não se produzia conteúdo específico para os sites, o que os incluía na fase transpositiva75. Contudo, é sobre o cenário do avanço tecnológico e do crescimento da indústria cultural que a Internet se configura com uma nova proposta de comunicação. “Se o rádio levou 38 anos para ter audiência global de 50 milhões de pessoas, a TV aberta, 16 anos, e a TV a cabo, dez, a Internet com a www precisou de apenas cinco anos para atingir 200 milhões de pessoas”. (SUSANA BARBOSA, 2001, p.2). A rápida disseminação da Internet é também reflexo de uma sociedade que procura informação. Além, disso outros fatores contribuem para sua rápida disseminação. Segundo Nísio Teixeira e Mariana Mól (2003) a Internet é ao mesmo tempo âmbito de pesquisa e de publicação de produção. Para Geane Carvalho Alzamora (2001), a Internet é o meio mais híbrido que o ser humano criou até agora, por isso, o jornalismo cultural encontra na Internet o suporte mais adequado para produção e difusão do sincretismo cultural, ou seja, a diversidade de manifestações sócio-culturais e possíveis apropriações pela arte. Se considerarmos que o jornalismo cultural no Brasil tenha começado na década de 20 haverá, por tanto, uma diferença superior a 80 anos entre o crescimento deste segmento jornalístico cultural no Brasil e o início da atividade jornalística cultural na Internet. A partir desta constatação é possível sugerir que o jornalismo cultural tenha constituído suas bases de atuação, seus conceitos e sua rotina de produção atentando para as necessidades dos suportes existentes até então, como o jornal impresso, o rádio e a televisão. Com isso, acreditamos que a prática jornalística atual não contemple as mesmas necessidades de 80 anos atrás, e com a chegada da Internet essas necessidades necessitam ser revistas. Um jornal na WWW não é um jornal em papel visto numa tela. Ele tem que ser mais: oferecer “links”, propor leituras não lineares, tornar disponíveis arquivos, estimular a participação do público, embutir recursos como sons e imagens fixas e animadas, etc. Não se trata mais de “um jornal”, como papel de embrulhar peixe, mas de outra mídia [...]. (ANDRÉ LEMOS, 1997, p.8)
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A fase tranpositiva é umas das três fases do jornalismo porpostas por Luciana Mielniczuk (2001) onde o conetúdo do jornal impresso é transposto integralmente para o suporte digital.
Com o advento da internet novas necessidades são implantadas no jornalismo cultural, que dialoga com a indústria cultural reestruturando rotinas e readaptando prazos. Um projeto editorial de um produto cultural em âmbito web pode não somente abrigar diferentes linguagens, como também diversificar sua periodicidade. Segundo Teixeira e Mól (2003), os sites jornalísticos culturais, que não tem mais problemas de tempo ou espaço graças a Internet, podem acompanhar a periodicidade dos eventos culturais como peças de teatro, filmes, shows etc. como também disponibilizar materiais referentes aos eventos durante a sua temporada. Como exemplo, a crítica de uma peça de teatro, feita em sua estréia, pode permanecer disponível enquanto a peça ainda estiver em cartaz. O jornalismo cultural agora pode utilizar as potencialidades da Internet em sua produção. As seis características do jornalismo online, interatividade, personalização de conteúdos, hipertextualidade, multimidialidade, instantaneidade e memória, propostas por Marcos Palacios (2002), possibilitam ao jornalismo cultural na web diferenciar-se do modelo utilizado pelos veículos impressos. Para Teixeira (2003), a convergência de mídias e a articulação de linguagens que a Internet possibilita é o ponto onde as especificidades do jornalismo cultural e do jornalismo feito para a web se encontram. A possibilidade de atender a demanda cultural utilizando suportes multimidiáticos diferentes como áudio, vídeo e imagens é notada quando áudios de entrevistas, por exemplo, são utilizados em coberturas jornalísticas de algum evento, ou quando trailers de filmes são usados para complementar informações sobre lançamentos nos cinemas. Afinal, a convergência de mídias e articulação de linguagens possibilita, por exemplo, que trechos de uma entrevista possam ser disponibilizados em áudio, bem como do CD que foi objeto de crítica. Da mesma forma pode-se incluir o vídeo para ilustrar ou reforçar determinadas passagens de um texto informativo e/ou interpretativo sobre algum material audiovisual. Um projeto editorial (...) pode, além de contemplar o caráter híbrido de linguagens, abrigar o caráter híbrido da periodicidade. O serviço de roteiro cultural pode respeitar a atualização, diária ou não, de seus mais diversos setores, como peças de teatro, filmes em cartaz, shows, podem ocupar quantas "páginas" quiserem, sem prejuízo para o espaço destinado às matérias ou sem sofrer riscos de redução. (TEIXEIRA apud TEIXEIRA E MÓL, 2003, p.6).
Em relação à linguagem Alzamora (2001), acredita que o jornalismo feito para a Internet articula três matrizes de linguagens, sonora, visual e verbal, em suportes distintos. Há ainda a possibilidade de fusão entre as linguagens, o que pode resultar em outras formas de comunicação, como a audio-visual. Ou seja, é a sistematização dessas
linguagens em diferentes recursos multimidiáticos que proporciona o caráter híbrido e se configura como uma novidade para a produção jornalística na Internet. Para Teixeira (2003), essa sistematização pode favorecer a produtos culturais como fotos, tiras e crônicas que agora passam a contar com a possibilidade de, até mesmo, terem inclusão de animações em sua narrativa. Além de mudanças na narrativa, na utilização de linguagens, a nas formas de produção das notícias, a Internet trás também outra mudança significativa na rotina de produção dos jornais culturais ao redimensionar os deadlines, que funcionam como prazos a serem cumpridos para o fechamento de uma edição ou de uma reportagem. Com a Internet, e a conseqüente possibilidade de instantaneidade que os veículos jornalísticos culturais adquiriram através da potencialização dos recursos multimidiáticos, os deadlines, segundo Teixeira (2003), ganham nova especificação e passam a ser definidos pela velocidade e precisão com que o conteúdo é disponibilizado na Internet logo após o seu fechamento textual. Ou seja, como o conteúdo pode ser imediatamente publicado abandona-se o antigo conceito ao qual os prazos de fechamento eram regidos pela escala industrial de operação gráfica. Além de proporcionar todas essas possibilidades ao jornalismo cultural, a Internet também se configura como uma alternativa viável para disseminação da produção frente ao monopólio da indústria cultural sobre os meios de comunicação. Segundo Daio Borges (apud ANDRÉ FONSECA, 2006), é importante que os jornalistas, culturais ou não, garantam a sobrevivência do jornalismo na Internet, isso implica em oferecer um produto com maior teor de aprofundamento, que atenda as necessidades dos leitores que buscam textos menos superficiais, como também torna-lo auto-sustentável, atendendo também as necessidades de mercado, aos quais o caráter de serviço e entretenimento estão presentes.
Segundo Denise Siqueira e Euler Siqueira (2007) esse caráter de serviço presente no jornalismo cultural se deve ao crescimento dos grupos sociais que agora “consomem” obras e produtos culturais e não mais os apreciam, exigindo assim mudanças no jornalismo. Com isso, alguns veículos de comunicação como o jornal A Tarde,
começam a segmentar produtos76 na Internet, visando atender a demanda de informação de um segmento específico. [...] existe também um forte processo de segmentação que leva os veículos a se especializarem em áreas limitadas voltadas para um público cada vez mais restrito e que consome com seriedade esse tipo de informação temática detalhada. São os casos de sites ou revistas que tratam de temas específicos, como música, cinema, moda etc. (HERON VARGAS, 2004, p.5)
Essas produções são encontradas em formatos de revistas, portais, sites etc. e oferecem maior quantidade de conteúdo em relação aos cadernos culturais de veículos impressos. Para compreender como funcionam esses produtos, e entender as suas diferenças selecionamos quatro sites culturais como modelo de atuação do jornalismo cultural na Internet. O primeiro site, O Omelete, aborda temas variados sobre cultura, seu slogan é: Entretenimento levado a sério. Escolhemos um site cultural com essas características para podermos realizar um contraponto entre um site sobre cultural com ampla abordagem e outro que possui abordagem específica. O segundo site analisado é o Cineinsite, que trabalha com conteúdo específico sobre cinema. Seu slogan é: o cinema no clique do mouse. Após analisarmos os dois primeiros modelos, optamos por selecionar dois sites com conteúdo específico para rock, por se tratar do mesmo enfoque do presente projeto. Escolhemos o RockWave e o Whiplash por serem dois sites com conteúdo nacional e internacional sobre o gênero musical. A partir da análise desses quatro produtos, pretendemos identificar como os mesmos utilizam as características da Internet e o que trazem de novo em relação à produção jornalística realizada nos cadernos culturais impressos. O primeiro produto a ser analisado foi o Omelete77 . Trata-se de um site cultural com linguagem simples e objetiva. Aborda segmentos culturais como cinema, televisão, música, história em quadrinhos etc. Possui também sessão específica para games e lançamentos em DVD. Cada sessão possui informações sobre as últimas novidades do segmento em questão. Como exemplo, a sessão de música trás as últimas novidades do âmbito musical, a sessão de história em quadrinhos trás as últimas novidades em relação a gibis, e assim por diante. Embora o site concentre um grande número de informações elas são disponibilizadas ao leitor apenas em hipertexto e imagens. Não há vídeos ou 76 77
Um exemplo desses produtos com abordagem específica, o Cininsite, será analisado mais a frente Disponível em: <http://www.omelete.com.br/>. Acessado em: 09 Nov. 2007
áudios disponíveis no site. Existem indicações de livros, DVD´s e até mesmo uma coluna com críticas e crônicas sobre lançamento de livros, no qual existem cotações que indicam qual produto merece ser lido e quais não são considerados tão importantes. Além disso, o Omelete possui um serviço de cadastro de usuários ao qual permite que o leitor interessado possa receber, por e-mail, as novidades do segmento específico que ele deseja, como cinema, música, história em quadrinhos ou televisão. A equipe do Omelete é composta de 19 pessoas, sendo quatro delas jornalistas. O segundo site é o Cineinsite78. É uma página do grupo A Tarde e trata especificamente de cinema. Nele é possível encontrar listas de filmes já exibidos ou que ainda estão nos cinemas, assim como uma vasta relação de atores e atrizes. Possui também um destaque da semana, onde a sinopse do filme relacionado é disponibilizada para os usuários. Há também a programação das salas de cinema de Salvador e do interior do estado da Bahia, com os filmes em cartaz, preços e horários das seções. O site também divulga um ranking com as maiores bilheterias no Brasil e nos Estados Unidos e uma relação de filmes que entrarão em cartaz. Existem também espaços para os últimos lançamentos em DVD e as últimas notícias do cinema, trailers de filmes, críticas, perfil da semana e assim como o Omelete, um sistema de cadastro de usuário para recebimento de informações por e-mail. Em relação ao Omelete, o Cineinsite possui maior diversidade de informações e sessões, uma vez que se trata de um produto específico para cinema e, mesmo o conteúdo não tendo sido feito pelo próprio site, disponibiliza vídeos de curta metragem para o usuário. O terceiro site analisado é um site específico para rock chamado RockWave79. O site possui informações sobre bandas e artistas internacionais e adota o slogan: sua música está aqui. Tem espaço para agenda, lançamentos, colunas, rádio interativa e TV RockWave. Contudo, a “rádio interativa” apenas disponibiliza faixas de áudio para serem escutadas pelo usuário. Não há locução, narrativa e seqüência de canções. Nesta mesma linha está a TV RockWave. Seu conteúdo é feito basicamente por vídeos disponibilizados no You tube. Não há vídeos produzidos pelo próprio site. O site utiliza poucos recursos midiáticos e até mesmo em alguns especiais há somente três fotos, sem qualquer outro recurso como áudio ou vídeo. O interessante é que o RockWave oferece 78 79
Disponível em: <http://www.cineinsite.com.br/>. Acessado em: 09 Nov. 2007 Disponível em: <http://www.rockwave.com.br/>. Acessado em: 09 Nov. 2007
uma página gratuita, dentro do próprio site, aos usuários que possuem um grupo musical. Nela é possível adicionar fotos, release, agenda, músicas para downloads, notícias e até mesmo fã-clube, além de estabelecer contatos com diversas outras bandas cadastradas. Este é um exemplo da idéia proposta por Texeira e Mol (2003) de que a Internet funciona ao mesmo tempo como ambiente de pesquisa e divulgação. No entanto, essa divulgação ocorre de forma limitada, pois o RockWave é um site predominantemente hipertextual que pouco utiliza os recursos multimidiáticos, portanto, reside neste fator uma das principais diferenças entre o RockWave e a proposta do RockLivre, uma vez que o presente projeto pretende usar a multimidialidade como diferencial de produção. O Whiplash80 foi o último site analisado. Trata-se de um produto específico para rock com mais de dez anos de existência com o slogan: Whiplash! O mais completo site do Brasil. Sua primeira página possui um grande conteúdo de informações que podem confundir o usuário que procura que por um determinado assunto. Contudo, possui boa quantidade de notícias, sessões para agenda, matérias, entrevistas, traduções, informações sobre CDs, DVDs, shows etc. Ainda possui colunas que vão desde coleções pessoais de artistas do rock a análise de discos que não foram considerados sucesso. O site dispõe também de um rico material de curiosidades sobre bandas e artistas e de textos relacionados ao rock. O site também oferece ao seu usuário a possibilidade de divulgar notas ou comentários sobre álbuns, artistas ou notícias. Entretanto, o texto é publicado na integra e há uma nota do site avisando a quem possa se interessar pelos textos, que os mesmos não possuem edição. Embora o Whiplash tenha maior quantidade de informações em relação ao RockWave o site também não disponibiliza produção multimídia específica para a web. Não há vídeos e áudios produzidos pelo site, nem mesmo hiperlink nos textos da matéria que remetam a algum arquivo multímida fora do site. Com isso, assim como o RockWave, o Whiplash também tem predominância hipertextual e os recursos de multimídia, exceção às fotos, ainda são pouco explorados. Ao analisar estes quatro produtos culturais é possível perceber que a multimidialidade é um fator ainda pouco explorado no jornalismo cultural na Internet. Embora algumas
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Disponível em: <http://whiplash.net/>. Acessado em: 09 Nov. 2007
características do jornalismo online como interatividade e instantaneidade estejam presentes nestes sites, e até mesmo a personalização, através de newsletters como acredita Betariz Ribas (2004) ser essa uma das formas de como tal característica pode ocorrer, nenhum deles dispõe de conteúdo multimídia produzido especificamente para a Internet. Destes quatro produtos, três não possuem similar impresso, Omelete, RockWave e o Whiplash. O Cineinsite é uma extensão na Internet da abordagem sobre cinema feita pelo Jornal A Tarde, como isso diferencia-se do similar impresso por questões tecnológicas. Sua estrutura narrativa é similar ao que é feito no jornal impresso. Contudo, apesar de o site reproduzir conteúdo do jornal também há material inédito. Já os outros três sites, por não possuírem similares impressos, publicam na Internet materiais editados de outros sites ou jornais. Destes, o Omelete, embora não faça bom uso da hipertextualidade, é o que consegue fugir da formalidade padrão dos textos impressos pois possui uma linguagem simples e popular, mais característica para a Internet. Embora a Internet possibilite ao jornalismo novas possibilidades de produção, apresentação e estrutura da notícia ela ainda é pouco aproveitada em relação a sua potencialidade. Fora a possibilidade de utilizar os recursos oferecidos pela Internet, o jornalismo cultural em muito se assemelha à abordagem do jornalismo impresso. As características da Internet surgem como uma alternativa para tornar o jornalismo cultural mais interessante. Contudo, é necessário que os jornalistas usem essas características como diferencial de cobertura e não somente como mais uma possibilidade.
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3. ROCK NA MÍDIA O rock é o principal recorte temático deste projeto. Este gênero musical, que surgiu na década de 50, era qualificado por muitos, entre eles jornalistas e pelos próprios adeptos do gênero, como polêmico, transgressor e revolucionário. Para Steven Connor (1996, p. 151), “o rock pode ser considerado a forma cultural pós-moderna mais representativa”. Este ritmo representa a personificação do principal paradoxo das culturas de massa contemporâneas. Ou seja, o rock tem alcance global e essa abrangência possui caráter unificador. Contudo, este estilo musical também pode ser responsável pela ploriferação de estilos, de comportamentos. Existem diversos estilos musicais como o heavy metal, o punk e o hardcore, que têm suas origens no Rock’n’roll e, ainda assim, possuem características próprias. Torna-se paradoxal a capacidade do gênero musical de unir pessoas em torno de um estilo musical e ao mesmo tempo separá-las de acordo com as segmentações que possui. É como se pessoas fossem adeptas a um partido nacional, mas que em cada estado as suas representações tivessem características diferentes. Este paradoxo reflete tanto no gênero em si, como nos seus subgêneros e nas comunidades que produzem o estilo musical. Jeder Janotti (2003, p. 81) relata que os subgêneros do rock – punk, heavy metal, rock latino, progressivo, alternativo, grunge etc. – “formam fronteiras que se interligam através da produção, circulação e consumo das práticas de socialidades presentes no rock”. O universo do rock permite que seus subgêneros possam ser compartilhados por uma mesma pessoa. Esta interligação pode ser percebida quando o autor descreve a estante de discos de um rockeiro: “Em uma estante de livros ou CD’s é possível perceber rigidez, ecletismo, falta de especificidades ou hibridismos” (JANOTTI, 2003, p. 86). Sua variedade de opções é o que satisfaz aos mais diversos interesses, aos mais diferentes estilos. O rock perpassa valores e questões contempladas na juventude. Apesar disso, para poder compreender como este estilo chegou ao público jovem, além de atentarmos para o momento político é importante considerar o momento histórico. Parte da energia e das expressões do rock passam por valores que envolvem os desejos, as frustrações e os medos presentes na adolescência. Mas não se pode pensar nesses elementos sem lembrar a mediação existente entre afetos ligados aos momentos históricos e as culturas locais. A ênfase no sexo, na diversão e na ruptura na fase da adolescência, presente na década de cinqüenta, foi fortemente influenciada pelas condições de produção do pósguerra, assim como a politização do rock na década de sessenta está relacionada às condições de produção que envolviam, entre outros fatores, a
Guerra do Vietnã e a penetração do Rock nos ambientes universitários (JANOTTI, 2002, p. 30)
O ritmo pode ser calmo ou agressivo, revolucionário ou introspectivo, doce ou ríspido, ou até mesmo todos os adjetivos citados de uma só vez. “As diversas configurações do rock engendram o todo da idéia do que vem a ser rock ao mesmo tempo que articula fragmentos dos vários gêneros, através de intertextualidade e tensões” (JANOTTI, 2002, p.26). O contexto histórico que envolve o rock é o ponto de partida para todos os demais estilos derivados. Isso mantém o aspecto comum entre eles. As diferenças entre os segmentos do gênero, seus diversos estilos musicais, começam a ser percebidas por causa das especificações regionais. No âmbito geográfico, o gênero é constituído em comunidades globais, cenários regionais e cenas locais. A comunidade de sentido global é partilhada nos discos, nas entrevistas, sites oficiais, imagens, nas grandes turnês e nas atividades midiáticas [...]. Os cenários [regionais] são filtrados pelas revistas, distribuidoras / gravadoras nacionais, apropriação das entrevistas e críticas pelos zines / sites locais que possibilitam a construção das diversas cenas, local privilegiado da apropriação dos gêneros e de interação constante com as referências oriundas do esquema das comunidades [...]. Na construção da cena [local] estariam presentes os espaços de show de rock [...], a diferenciação entre as grandes cadeias de distribuição e lojas especializadas, enfim toda especificidade que passa pelo encontro do rock como um fenômeno global-midiático e a especificidade do consumo/produção midiático localizado. (JANOTTI, 2003, p. 90)
Com a Internet, a produção local tornou-se global. Desta forma, podemos identificar que, mesmo com subgêneros que formam tribos sociais e mesclam o global como o local, o rock se consolida como uma rica manifestação cultural massiva. Segundo Valente (2003) no final do século XX a Internet surge como novo suporte de comunicação que pode ampliar o contato do fã com o artista. Os dados biográficos, os arquivos de áudio, arquivos de Mp3 permitem acesso direto ao trabalho do artista. Isso possibilita ao artista tornar-se mais conhecido entre os adeptos do estilo musical que ele pratica. Uma banda de rock que tem seu trabalho divulgado pela web pode conseguir atrair um maior número de pessoas para os seus shows. O público consegue a música pela Internet, através de downloads, e caso goste, passa a buscar mais informações e até mesmo freqüentar os shows da banda. A Internet fez com que barreiras geográficas tenham sido quebradas possibilitando que mais pessoas pudessem ter acesso à produção de artistas e grupos que, anteriormente, só poderiam ser acompanhados através do que é noticiado pela grande mídia. Contudo, a
Internet também propiciou que qualquer pessoa ligada à rede pudesse ter acesso a downloads de músicas, de qualquer parte do mundo. Seja baixando arquivos com consentimento de artistas ou gravadoras, ou até mesmo de maneira ilegal, sem autorização de gravadoras, o que é considerado crime. Em artigo publicado no site da USP81, Circe Bonatelli (2007) afirma que de acordo com estimativas da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, sigla em inglês), já é superior a um bilhão o número de músicas baixadas sem licença no ano de 2006 no Brasil. Segundo notícia veiculada pelo site Terra82, o Brasil é o quinto país do mundo em número de músicas baixadas ilegalmente na Internet. Através destes downloads mais pessoas têm tido acesso a canções produzidas em outros países, o que de fato fortalece a disseminação da obra do artista em todo mundo. Mas, se por um lado, o artista é favorecido pelo alcance que a Internet tem, por outro, a gravadora, que repassa um pequeno percentual das vendas dos cd´s para o artista, diminui a sua arrecadação. Contudo, Segundo Inácio Escolar (2001) A pirataria não acabará com a criação musical, contudo, poderá acabar com os tratos abusivos que a indústria fonográfica impõe. Segundo Bruno Medina, em entrevista publicada no site da Revista Oba, Oba83, os shows ainda são a principal fonte de renda dos artistas O percentual de ganho é muito pequeno, cerca de 8% a 15% (dependendo do artista) do preço de fábrica. O resto do dinheiro vai para pagar despesas de divulgação, editora das músicas e etc. Não só o Los Hermanos como a maioria dos artistas tira sua sobrevivência dos shows, sem dúvida nenhuma.(MEDINA, 2007, s/p)
A aquisição de músicas pela Internet de forma ilegal tem resultado em uma intensa batalha entre o público e as gravadoras. O público deseja ter acesso à música de seu artista preferido gratuitamente, enquanto as gravadoras não querem perder o direito a comercialização das obras de seus artistas. Esse aspecto tem fortalecido o cenário regional e tem fortalecido os shows de grandes artistas que, com a Internet se tornam mais conhecidos mundialmente e com isso passam a ter mais públicos em seus shows fora de seus países de origem.
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Disponível em: < http://www.usp.br/espacoaberto/ptcapa.htm >. Acessado em: 25 Set. 2007. Disponível em: < http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI1196311-EI4802,00.html >. Acessado em: 25 Set. 2007. 83 Disponível em: < http://64.233.169.104/search?q=cache:uhcWTRT1mAUJ:www.obaoba.com.br/noticias/revistao/107/com p_02.htm+qual+o+percentual+do+artista+na+venda+do+cd&hl=ptBR&ct=clnk&cd=11&gl=br&lr=lang_pt >. Acessado em: 25 Set. 2007. 82
Os shows, as produções literárias voltadas para o segmento, às lojas que comercializam produtos de rock são responsáveis pela particularização, pela regionalização da produção. “Nas apropriações locais estão envolvidos os locais de show, a tensão com as musicalidades regionais, a diferenciação entre grandes cadeias de distribuição [...] enfim, as especificidades produzidas nos encontros do rock” (JANOTTI JR., 2002, p.31) Hoje, estando no Brasil, por exemplo, é possível ouvir o mesmo tipo de som realizado nos Estados Unidos, ainda assim, é justamente nos shows, na forma de execução das canções produzidas aqui, junto aos aspectos locais, na forma de cada público se manifestar, que o Rock é dimensionado para o aspecto local. Vários públicos têm acesso ao mesmo CD, às mesmas músicas, o que é diferente são as formas de demonstrar apreço às canções. Salvador tem público para o rock. Segundo Fábio Cascadura, vocalista da banda baiana Cascadura, em entrevista para o site iBahia Rock84, afirma que há um mercado com um potencial muito grande a ser explorado, que o público baiano precisa ter mais acesso às produções. Uma rádio dedicada ao rock, para que a produção atinja um público que, de fato, tem interesse, mas não consegue chegar até o artista. É muito difícil atingir um público só com Internet e shows. Todos os meios de comunicação são interessantes, mas o rádio é um veículo de extrema importância. Existe público para consumir o rock. Alguém precisa ter coragem e visão empresarial para isso senão vamos continuar com um mercado potencial desprezado. Temos hoje na cidade dois programas de rock, o Alta Voltagem e A Hora do rock, que são as duas únicas trincheiras dentro do rádio que abrem espaço para o rock. (CASCADURA, 2006, s/p)
Contudo, o rock baiano ainda não encontrou o perfil do seu público. Segundo Rafael Saldanha (2005, p. 25) a indústria editorial brasileira na década de 60 não tinha, ainda, uma definição sobre o público Rock’n’Roll. “O adolescente era um segmento novo do mercado, surgido após a segunda metade da década de 50[...]”. A primeira publicação nacional especializada para o gênero foi a Revista do Rock, editada pela jornalista e compositora Janette Adib, fundada em agosto de 1960. Na mesma década, surgiram os periódicos Baby Face, Rock News e Os reis do Iê-iê-iê. Até então, o jornalismo de Rock era feito por pessoas de fora da área musical. Com a chegada da revista Rolling Stone, na década de 1970 uma nova perspectiva de abordagem passou a ser usada. A grande mudança que aconteceu com a chegada da Rolling Stone foi que agora a revista era produzida por uma geração que já estava envolvida com o rock. Eram jovens que tinham crescido com o ritmo, e que não precisavam 84
Disponível em: < http://ibahia.globo.com/rock/entrevista_interna.asp?modulo=2876&codigo=125397 >. Acessado em: 30 Set. 2007.
usar gírias a todo instante para se aproximarem do público alvo. Além disso, outra característica que aparece pela primeira vez na Rolling Stone é a visão crítica do rock como arte e forma de expressão, fruto da geração que já não enxergava o rock'n'roll como um produto que só duraria por mais alguns anos. (SALDANHA, 2005, p. 26)
A revista Rolling Stone trouxe ao grande público a visão de quem participava e conhecia como funcionava o âmbito do Rock naquela época. Até então, a cobertura jornalística não demonstrava tanto interesse pelo Rock, julgando este ser um gênero passageiro. Era como se você fosse definir uma tribo indígena apenas pela língua que fala ou pela roupa que veste. A Rolling Stone durou 34 edições, de 1º de fevereiro de 1972 a cinco de janeiro de 1973. Em 2005 a revista voltou a ser publicada. O grande marco de abertura de um dos principais subgêneros do rock, o heavy metal, no Brasil foi o Rock in Rio I, realizado no Rio de Janeiro em 1985, que evidenciou o despreparo da imprensa, até então, em cobrir um grande evento, sem que para isso fosse necessário recorrer a rótulos. Contudo, a massificação do evento na mídia foi responsável pelo aparecimento de novos artistas. Os fãs tiveram seus estereótipos acentuados pelos grandes conglomerados multimidiáticos e, por outro lado, puderam observar a força da divulgação desses conglomerados quando viram seus ídolos serem veiculados exaustivamente nas rádios e redes de TVs nacionais. O termo metaleiro, adotado pela Rede Globo para se referir aos fãs de heavy metal, ficou proibido entre os apreciadores de heavy metal. As publicações especializadas adotaram o nome headbanger como tentativa de preservação da identidade grupal. Mas, se por um lado, a TV Globo ´caricaturou` os fãs, por outro lado, o Rock in Rio foi fundamental na divulgação do rock pesado por todo o Brasil, o que contribuiu para a criação de inúmeras bandas e para um aumento considerável do público brasileiro de heavy metal (JANOTTI JR. 2002, p.250)
A partir daí, durante as décadas de 80 e 90, houve um crescimento exponencial do número de publicações especializadas em Rock. Surgiram revistas como a Pipoca Moderna, Rock Passion, Intervalo, Bizz, Backstage, Rock Press, Roadie Crew. Essas edições tentavam seguir uma linha mais próxima possível da Rolling Stone, contudo, a que mais se aproximou deste estilo e chegou até a fazer mais sucesso foi a Revista Bizz. Posteriormente chamada de Show Bizz. Entretanto, até 1995, segundo alega o próprio editor da revista, Emerson Gasperin, em entrevista ao site da Universidade Federal de Santa Catarina85, a revista possuía uma crise de identidade, não tomava posicionamento em relação a sua proposta editorial, isso resultava no fato de acabar sendo pautada pelo 85
Disponível em: < http://www.jornalismo.ufsc.br/arquivo/noticias/no/semana4.html >. Acessado em: 30 Set. 2007.
próprio mercado fonográfico, não tinha definido o que queria fazer e acabava fazendo o que mercado proporcionava. Contudo, após esse período a ShowBizz conseguiu encontrar um formato próprio. Em 2005, Rafael Saldanha mapeou as 15 maiores publicações de rock no Brasil, são elas: Revista Comando Rock, Disconnected, Dynamite, o tablóide International Magazine, o Jornal do Rock, a revista Jovem Pan, Laboratório Rock, Metal Head, Metal Massacre, MOSH, Outracoisa86, Revista Transamérica, Roadie Crew, Rock Brigade, Rock Press, Valhalla Metal Magazine e Bizz, em sua nova fase (ShowBizz). Entre os veículos que surgiram após 2005, destaca-se a volta da publicação Rolling Stone, com uma tiragem mensal de 100 mil exemplares. De todas as mídias existentes entre as décadas de 70, 80 e 90 a que mais prestou serviços ao rock foi o meio impresso, através da publicação de periódicos. Era mais fácil, embora não fossem tantas assim, encontrar uma publicação específica de rock em uma banca de revista do que na rádio ou na TV. O rádio, contudo, encontrou na década de 80 o melhor momento para o Rock´n´roll. Atraído pelo sucesso de várias bandas de rock nacional como Legião Urbana e Engenheiros do Hawaii as rádios passaram a incluir rock´n´roll em sua programação. Em Salvador, este espaço era divido com a axé music, mas artistas como Raul Seixas e a banda Camisa de Vênus representavam o rock de Salvador na programação. Além disso, Marcelo Nova, líder da banda Camisa de Vênus, era o apresentador do programa Rock Special, que ficou no ar de 1978 a 1982 na rádio Aratú FM. Marcelo Nova voltou a apresentar um programa de rádio no início da década de 90 na rádio Transamérica. Passada a grande fase do Rock nacional, a década de 80, já não era tão constante ouvir Rock’n’roll nas rádios de Salvador. O cenário melhorou entre meados e o fim dos anos 90 quando rádios como Jovem Pan e Transamérica começaram a investir no Rock’n’Roll e em seus subgêneros. Essas rádios tocavam muita música internacional, importavam sucessos de bandas como Nirvana, Pearl Jam, Green Day, Offspring e atualizavam os ouvintes com o que havia de mais interessante no cenário internacional.
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Publicada pelo músico Lobão.
Até a chegada da Internet, eram as rádios a principal fonte que o público tinha de ouvir os maiores sucessos do rock nacional e internacional. Na TV não existia um horário ou programa específico para Rock´n´Roll. E entre os anos 80 e 90 ainda era possível ver na televisão bandas como Legião Urbana, Titãs e Ira. Era em programas como o do “Chacrinha” que eles se apresentavam. Isso levando-se em consideração que o som que essas bandas produziam era considerado “leve” se comparado ao das bandas de Heavy Metal, Punk e outros gêneros mais “pesados” do Rock. Ou seja, o Rock veiculado pela mídia era mais próximo do rock feito nos anos 60, na época da Jovem guarda e dos Beatles do que propriamente de gêneros mais pesados como o punk, o grunge e o heavy metal. Quando uma banda de heavy metal foi vista em algum programa de televisão? Isso começaria a mudar com a chegada de um importante canal de televisão. Um fato importante para a cobertura jornalística nacional, em relação ao Rock’n’roll, foi a entrada dos canais internacionais de TV a cabo no Brasil, no início dos anos 90. Segundo artigo disponível no site87 Tudo Sobre TV, no dia 15 de setembro de 1991 a TVA, primeira emissora de TV a cabo do país, coloca no ar o primeiro canal específico de música: Showtime. Este é o marco de um segmento que depois traria canais como a Multishow, MTV Brasil e o VH1, pertencente a MTV Latina, mas que possui produção nacional e conteúdo jornalístico. O maior marco na imprensa nacional, referente ao cenário do Rock, foi à chegada da MTV Brasil. Versão brasileira da MTV americana, o canal de TV está no ar desde 20 de outubro de 1990. Trata-se do maior canal de música do Brasil, que inicialmente baseava sua programação em reprodução de vídeo clipes e hoje apresenta programação diversificada, mas basicamente voltada para o público jovem, em geral, adeptos do Rock’n’roll. Durante a década de 1990 até pouco após o ano 2000, as produções mais importantes, dentre os veículos de comunicação foram: MTV Brasil (Televisão), Transamérica e Jovem Pan (Rádio) e ShowBizz (Periódicos).
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Disponível em: < http://www.tudosobretv.com.br/histortv/historcab.htm# >. Acessado em: 13 Set. 2007.
Em Salvador, o espaço jornalístico dedicado ao Rock é pequeno. Não há nenhum veículo especializado impresso. O caderno Dez!, do Jornal A Tarde, assim como o A Tarde Cultural, frequentemente se pauta através dos eventos, produções e lançamentos de discos das bandas de rock baianas, entretanto, este caderno não é exclusivamente dedicado ao gênero, abordando também questões de interesse do público juvenil local. Contudo, é preciso haver independência jornalística quanto ao que é publicado. O jornalismo normalmente pauta o cenário artístico fonográfico, quando o contrário acontece, quando o mercado artístico fonográfico pauta o jornalismo, é sinal de que os critérios de noticiabilidade são sobrepostos por outros interesses. Existem vários eventos culturais publicáveis e é justamente através dos critérios de noticiabilidade que será possível estabelecer quais fatos devem ser publicados e quais não detêm tanta importância. A necessidade de se pensar sobre critérios de noticiabilidade surge diante da constatação prática de que não há espaço nos veículos informativos para a publicação ou veiculação da infinidade de acontecimentos que ocorrem no dia-a-dia. Frente a volume tão grande de matéria-prima, é preciso estratificar para escolher qual acontecimento é mais merecedor de adquirir existência pública como notícia. Muitos autores ao analisar a seleção de notícias concentram sua atenção nos valores-notícias (características do fato em si) e na ação pessoal do profissional, mas, ao avançarem nas comprovações de que a seleção prossegue no trajeto do tratamento dos fatos dentro da redação, costumam empregar como sinônimos seleção e valores-notícia. (SILVA, 2004, p. 4)
Os valores notícia têm a função de hierarquizar a veiculação de acontecimentos de interesse público. São critérios que permitem ao jornalista fazer a distinção do que é notícia e do que é apenas interessante. Ele permitirá ao veículo de comunicação preencher o seu produto com conteúdo jornalístico atual, que terá a informação baseada em valores de informação e não permitirá que o jornalista faça do uso da narrativa um critério de veiculação. “Pensar sobre a narrativa como valor-notícia sugere uma inversão nos procedimentos jornalísticos” (SALOMÃO, 2004). Os cadernos culturais dos jornais impressos de Salvador norteiam critérios de noticiabilidade que contemplam primeiramente aspectos comerciais, o que acaba resultando em uma cobertura superficial dos veículos jornalísticos culturais sobre os eventos culturais. O caderno cultural, intitulado “Caderno Dois”, do Jornal A Tarde, publica em sua agenda cultural os eventos e shows de rock locais. Entretanto, o acompanhamento, a cobertura desses eventos raramente é feita. Ocasionalmente, o
suplemento de cultura do Jornal Correio da Bahia menciona novos discos de bandas locais, nacionais e internacionais, com breves comentários. Um espaço curto que divide atenção com anúncios às vezes até maiores do que o espaço cedido para exposições. Contudo, a narrativa é muito mais mercadológica, do que propriamente reflexiva. Na mídia televisiva, estreou recentemente, na TV Salvador, o programa semanal Encarte, que surgiu inicialmente no YouTube!88 e realiza entrevistas com bandas e músicos locais e de outros estados (quando estão de passagem pela cidade). Após seis meses, o Encarte saiu da programação televisiva, por falta de patrocínio, voltando a ser exibido apenas pela Internet. Entre os programas radiofônicos especializados no gênero, apenas o programa Curto Circuito, da rádio Transamérica - que durou quatro anos, foi suspenso no início do mês de maio deste ano e possuía espaço para entrevistas e divulgação de notícias sobre a cena local, e o Alta Voltagem e o Hora do Rock são específicos para o rock’n’roll. Com a disseminação da Internet e o posterior aparecimento do jornalismo cultural na rede, nos anos 90, esse espaço foi expandido no meio digital. Com isso, a Internet se tornou o foco de divulgação para bandas, como explica Júlia Ribeiro: A Internet, junto com outras tecnologias cada vez mais acessíveis, vem se mostrando uma arma poderosa para que essas bandas atinjam não só seu público-alvo, mas também consigam ocupar o lugar destinado a elas na mídia, a exemplo de sites, revistas, jornais e programas de televisão e rádio que abrem espaço, mesmo que pequeno, para os artistas de rock independentes. Ao oferecer na Internet produtos próprios como músicas avulsas (ou até mesmo vender o CD completo), camisetas, adesivos, fotos e agenda de shows dentre outros serviços, as bandas têm a chance de se apresentar ao público sem a interferência das grandes empresas de comunicação. (RIBEIRO, 2006, p. 22)
Embora seja interessante para as bandas de rock ter uma relação mais próxima com o seu público, sem intermediários, ainda é muito importante a atuação da mídia, enquanto intermediadora dessa relação. Contudo, a falta de apoio da mídia para as bandas de rock baianas demonstra um espaço vazio, que resulta no surgimento de sites de divulgação e
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Canal do Programa Encarte no YouTube! Disponível http://www.youtube.com/user/programaencarte >. Acessado em: 13 Set. 2007.
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do uso de canais de publicações gratuitas multimídias, como Fotolog89, PalcoMp390, Trama Virtual91, Purevolume 92, YouTube93, e Bahia Rock 94. Todos esses canais configuram uma importante alternativa de divulgação para bandas iniciantes. O fotolog tem sido usado por muitas bandas de rock de Salvador para divulgar fotos da banda e dos shows que realizam. Além disso, existem Fotologs que também podem disponibilizar áudio para fotos visualizadas. O Palco MP3 e o Trama Virtual são espaços onde o usuário poderá baixar arquivos de áudio para conhecer melhor o trabalho do artista. Estes sites disponibilizam o material com o consentimento do artista, que procura o site como alternativa para divulgação do seu trabalho. O YouTube! oferece arquivos de vídeos tanto para usuários cadastrados como pra quem não tem cadastro. Através deste site a banda pode disponibilizar trechos de shows e assim divulgar o seu trabalho por duas mídias: o áudio e vídeo. E por fim, o BahiaRock95, que é um site baiano, voltado para o rock local. De todos estes veículos, o BahiaRock é o que atua mais incisivamente no cenário do Rock de Salvador sendo o veículo que mais contribui para a produção no cenário alternativo. Seções como, Bandas, Classificados e Agenda, contribuem para valorização da produção das bandas da cidade. Esses adventos comunicativos não suprem à carência jornalística que existe e muitos não se propõem a isso. É justamente sobre esta lacuna que o presente projeto pretende agir. É importante lembrar que cobertura jornalística e divulgação são aspectos distintos. Contudo, os espaços que divulgam produções podem pautar, e alguns já pautam, os jornais como também servir de fontes. Para Jeder Janotti (2003, p. 78), esta falta de espaço é resultado da pressão da axémusic. De acordo com o vocalista da banda Malcom, Eric Bispo, em entrevista concedida a Eduardo Pelosi, em 23 de maio de 2007, o rock soteropolitano é carente de
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Disponível em: < http://www.gigafoto.com.br/ >. Acessado em: 25 Set. 2007. Disponível em: < http://palcomp3.cifraclub.terra.com.br/ >. Acessado em: 25 Set. 2007. 91 Disponível em: < http://tramavirtual.uol.com.br/ >. Acessado em: 25 Set. 2007. 92 Disponível em: < http://www.purevolume.com/fakenumber >. Acessado em: 25 Set. 2007. 93 Disponível em: < http://br.youtube.com/ >. Acessado em: 25 Set. 2007. 94 Disponível em: < http://www.bahiarock.com.br/ >. Acessado em: 25 Set. 2007. 95 Por se tratar do principal similar do produto proposto, o Bahia Rock será analisado na capítulo de Analise de similares. 90
investimento financeiro e midiático. “Acredito que Salvador, como outras cidades do interior, possui um grande público com perfil intelectual”, relata.
x 4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A criação de um site de notícias sobre o Rock Independente na Bahia exigirá a realização dos seguintes procedimentos: 4.1. PESQUISA DE MERCADO A pesquisa de mercado foi utilizada para orientar o projeto editorial do site. Através desse estudo podemos definir os canais e os formatos utilizados, de acordo com a preferência do público-alvo. A pesquisa foi aplicada em forma de questionário, de amostragem não probabilística, aplicado para 200 dos 3.800 participantes da comunidade “Bahia Rock” do site de relacionamentos Orkut. 4.2. ANÁLISE DE SIMILARES A análise de similares permitiu realizar o diagnóstico do conteúdo dos dois sites que produzem algum tipo de conteúdo sobre rock independente na Bahia, o BahiaRock e o canal de rock do iBahia. Através dessa análise, detectamos as falhas e os acertos, para construir o nosso produto de forma eficiente, criativa, diferenciada e sem os erros já cometidos por outros similares. 4.3. CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA EDITORIAL A proposta editorial foi construída através do resultado da pesquisa de mercado. Este procedimento definiu os canais existentes e o formato dos textos e dos conteúdos multimidiáticos no site. 4.4. PROJETO GRÁFICO A elaboração do projeto gráfico definiu o nome do site e o seu visual. A partir do nome, desenvolvemos a logomarca que, por sua vez, foi utilizada como base para a construção do layout das páginas. 4.5. PRODUÇÃO DO SITE O processo de produção do Rocklivre foi feito através da apuração de pautas, realização de entrevistas, cobertura de acontecimentos ligados ao rock independente, cobertura de lançamento dos discos, apuração de gravações, ensaios, produção de eventos e shows.
Com o material apurado foram desenvolvidos, editados e publicados textos, gravações de áudio e de vídeo que compõem o conteúdo informativo do site. 4.6. PUBLICAÇÃO A publicação do site foi feita antes da apresentação do projeto. Publicar o site com o acesso restrito, em endereço escondido, para iniciar o processo de atualização do conteúdo e de estrutura dos recursos multimidiáticos. Através desse procedimento, iremos desenvolver rotinas produtivas para a atualização das páginas. 4.7. ORÇAMENTO Este projeto teve custos com o registro, construção de sistema de atualização e hospedagem do site na Internet. Além dessas despesas, custos operacionais, com transporte de pessoal e telefonemas foram contabilizados. O custo estimado do projeto é de aproximadamente R$500,00. 4.8. EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS Utilizar computadores – equipados com softwares de edição básica de áudio e de imagens e com conexão à Internet de banda larga –, telefones, câmera digital, gravador digital, câmera filmadora, ilha de edição de áudio e ilha de edição de vídeo. Os equipamentos necessários a serem utilizados são provenientes da infra-estrutura da faculdade, além dos equipamentos pessoais dos realizadores do projeto.
5. ROCKLIVRE 5.1. PROPOSTA EDITORIAL O objetivo desta proposta é estruturar a base editorial de um portal informativo sobre rock independente em Salvador. Através dessa proposta, vamos delimitar os objetivos, caminhos e formatos de cada parte do site, para construir a arquitetura informacional96 do produto. O veículo será desenvolvido com foco na multimidialidade, uma das principais características da web97. Este veículo tem a intenção de ser o principal canal de difusão, análise e discussão da cena soteropolitana de rock. Para delimitar os formatos de cada parte do site, utilizamos a pesquisa de mercado, realizada no mês de Junho, com 200 pessoas que acompanham o rock independente de Salvador. Após um estudo com várias sugestões de nomes, Rocklivre foi o nome escolhido para batizar o projeto. A junção do nome do gênero musical que abordaremos, com a palavra “livre”, que denota liberdade, independência, algo desimpedido, aberto e espontâneo. Um nome escolhido por sua simplicidade, objetividade, facilidade de propagação, disponibilidade técnica – endereço de domínio disponível para registro na Internet - e conexão com o tema. No Rocklivre vamos abordar as novidades e lançamentos da cena local, trazer informações atualizadas, bastidores da cena, análise de discos e shows, repercutir as últimas notícias sobre as bandas e produções locais, nacionais e internacionais, cobrir os eventos que acontecem na cidade, entrevistar os personagens mais importantes, as referências da cena e as figuras pitorescas. Os gêneros de rock mais abordados nas coberturas foram escolhidos pela quantidade de pessoas que indicaram seus gêneros preferidos através da pesquisa de mercado, entre eles estão o rock alternativo, pop rock, grunge, rock progressivo, metal, indie rock, punk, hardcore e hard rock. O veículo vai estimular a discussão de tudo que for publicado, com os usuários, construir um acervo jornalístico multimídia, oferecer informações sobre serviços úteis para músicos, para o público local e para qualquer pessoa que necessite ou se interesse por informações sobre o rock independente de Salvador.
96
A arquitetura da informação do produto será detalhada no sub-capítulo Arquitetura da Informação, do memorial. 97 Conforme conceituado no memorial, no capítulo Multimidialidade.
Mais da metade do público está na faixa etária de 19 a 25 anos e 47% dos entrevistados são estudantes universitários, dois terços são do sexo masculino. Estes dados nos permitem dizer que a maior parte do conteúdo será desenvolvido para usuários homens, jovens universitários. Trata-se de um público fiel, mais de 56% acompanha as bandas locais há mais de cinco anos e apenas 8,5% acompanha há menos de um ano. Agregando o conhecimento empírico aos dados, acreditamos que o ideal para a construção do conteúdo são textos curtos, conectados, em uma abordagem mais aprofundada dos assuntos, para atender ao principal perfil do nosso público e ser atrativo para o público que ainda não se encaixa para esse perfil. A construção das páginas será feita com base em um sistema de gerenciamento de publicação online, chamado Joomla, que vai agilizar, organizar e proteger toda a publicação. O sistema foi escolhido após uma pesquisa em sites especializados e de especialistas em programação, e, de acordo com a pesquisa, este é o sistema mais versátil, estável e completo, para possibilitar o registro em CD, foi construída também uma versão simplificada em HTML (linguagem básica da Internet). A página inicial será dividida em três colunas principais: a primeira (à esquerda) com a lista de canais disponíveis, a segunda (central) poderá ser dividida em duas ou ser utilizada como uma grande coluna, contendo os principais destaques do portal, com matérias, especiais e entrevistas e a terceira (do lado direito da tela) será a coluna auxiliar, com o plantão de notícias, agenda, curiosidades, entre outros espaços. Esta divisão foi feita com base em um estudo comparativo, com diversos sites, selecionando as características que julgamos mais atraentes para facilitar uma navegação rápida e fácil. Os textos produzidos para o site terão uma linguagem coloquial, voltada para o público jovem, com textos curtos, explorando a mistura de textos, áudios em vídeos nas telas, conectando as narrativas através de hiperlinks internos e externos, utilizando recursos tipográficos como boxes, chamadas, chapéus, intertítulos e legendas (para fotos, vídeos e áudios). Na pesquisa de mercado, constatamos que aproximadamente 80% do público entrevistado navega mais de três horas por dia e 96% do público utiliza banda larga. Estes números nos permitem explorar mais o uso de recursos multimídia. Estes recursos serão explorados em nível de prioridade: O áudio foi escolhido como a principal ferramenta a ser utilizada, já que mais de 94% dos usuários costumam ouvir músicas, gravações, locuções ou programas em áudio enquanto navegam na Internet; as fotos
serão exploradas como recurso secundário, para compor uma informação imagética, com o recurso que é largamente utilizado por sua versatilidade, complexidade e factualidade; e os vídeos em terceiro nível, por exigir mais recursos técnicos, mais tempo de produção e um melhor equipamento dos usuários para a visualização. A atividade jornalística estará presente na produção de notas, matérias, reportagens especiais, análises de produções, entrevistas, cobertura de eventos e guia de serviços. O site trará como informação complementar, solicitada pelo público na pesquisa de mercado, notícias dos bastidores de gravações e shows, obedecendo a interesses jornalísticos em detrimento de qualquer tipo de interferência, análise de discos e shows, informações técnicas sobre equipamentos, agenda e cobertura de eventos e entrevistas com personagens que fazem parte do cenário. Áudios, vídeos e fotos serão usados em toda produção jornalística, que serão inseridos através de sites de publicação como YouTube!98 (para vídeo) e IJigg99 (para áudio) e embutidos nas páginas do Rocklivre através do código fornecido por esses sites. O Rocklivre pretende ser o veículo referência de informação sobre rock em Salvador e de Salvador. O site deve produzir matérias e reportagens criativas, com o uso de três fontes ou mais, sempre aprofundando os temas que estão em discussão na cena. Os fatos que ocorrerem dentro da cena de rock independente soteropolitana, devem ser analisados, conforme os critérios de noticiabilidade do jornalismo - atualidade, proximidade,
notoriedade,
conflito,
conhecimento,
conseqüências,
curiosidade,
dramaticidade e surpresa, conforme definido e discutido no capítulo de Jornalismo Cultural do Memorial - e apurados, quando os redatores julgarem o fato como uma notícia. A linguagem deve ser de fácil compreensão, permitindo toques de humor e o uso de expressões coloquiais e gírias, de forma natural, para se aproximar do tipo de linguagem utilizada pelo público alvo e tornar a leitura interessante para esse público. O Rocklivre deve explorar o uso dos recursos de áudio e vídeo, além de gráficos e fotos, para compor um conteúdo multimídia, conforme a hierarquia já estabelecida nesta proposta. Além disso, o site deve buscar explorar novos recursos fornecidos pela web,
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Site que disponibiliza um espaço para os usuários inserirem vídeos e compartilharem com outras pessoas. [ www.youtube.com ] 99 Site semelhante ao YouTube! que, ao invés de ser um espaço para vídeos, é um espaço para a publicação e compartilhamento de áudios. [ www.ijigg.com ]
como mapas interativos, galerias multimídias, agregadores de conteúdo e geotagging100. O veículo deve preservar a imparcialidade, deixando o juízo de valores sobre as produções apenas para as seções opinativas. O site vai oferecer um espaço de interatividade para os usuários, trata-se de um fórum de discussão101 criado no site de relacionamentos Orkut para o debate sobre os temas abordados pelo conteúdo informativo. Essa interatividade cria um importante espaço de contato entre o veículo e o público e de discussão entre os usuários do site, estimulando o diálogo e a participação ativa do usuário em relação ao que é produzido no Rocklivre. Foi constatado que a maioria dos entrevistados da pesquisa de mercado procura informações sobre o cenário diariamente (34,5%) e semanalmente (38,5%). Com base nesses dados o site terá atualizações diárias, semanais, mensais e também por demanda. A classificação da periodicidade de atualização de cada item do site será definida no item abaixo de descrição das seções. Seções Últimas notícias – Neste canal serão publicadas no site informações sobre o universo do rock independente e as maiores novidades sobre o rock no mundo. Na página inicial, este conteúdo será localizado no alto da lateral direita do site. O conteúdo será produzido no formato de notas e pequenas matérias, com conteúdo em áudio e pequenos vídeos ilustrativos. Esta é uma sessão com atualização diária, porém, não é a seção com destaque prioritário do Rocklivre. O objetivo da seção é manter o usuário informado sobre tudo que acontece no mundo do rock. Matérias – O canal de matérias incluirá a publicação semanal de assuntos ligados à cena soteropolitana, com pautas produzidas pela redação do site. O conteúdo desta seção também contemplará, como um complemento às informações locais, a repercussão local dos assuntos abordados nas publicações nacionais e internacionais. Essas matérias serão construídas com áudios, hipertextos e fotos. Todo sábado, ao menos uma nova matéria vai ser publicada, o dia foi escolhido por entendermos que no fim de semana o usuário tem mais tempo para ler e está mais acessível a este tipo de 100
Processo de referenciação geográfica para sites, que consiste em dispor a posição exata do local citado dentro de um mapa. 101 Comunidade no Orkut, conforme descrito mais adiante nas seções.
conteúdo. Apesar da periodicidade semanal, o canal pode ser atualizado de acordo com a demanda dos acontecimentos. As últimas matérias serão dispostas na coluna central da página inicial, mescladas a produções de outros canais. Quando a matéria falar de uma banda específica, serão disponibilizadas, em um quadro, informações sobre o estúdio e os equipamentos que a banda utiliza. Agenda – Nesta sessão de serviço, a lista cronológica dos próximos shows e lançamentos que vão ocorrer na cidade estará disponível. Ao acessar um evento específico o usuário poderá conferir os detalhes do evento, quem vai participar, que horas começa, além da localização, com um link interno para o “Guia de Palcos”, que será descrito neste projeto, com o mapa de acesso ao local. Nos dias de quinta-feira, será feito um resumo do que acontecerá no final de semana, que vai ser destacado na página inicial. A atualização deste item será feita sob demanda, sempre que um novo evento surgir. As novas demandas desta seção devem ser analisadas como possíveis pautas para outras seções. Lançamentos – Os lançamentos musicais, CDs, EPs, singles, mp3, videoclipes e sites oficiais de bandas serão divididos, em um canal, em três categorias: local, nacional e internacional. Com atualização semanal, aos domingos, o canal também terá suas últimas novidades dispostas no lado direito da página inicial, abaixo das últimas notícias e da agenda. O conteúdo desta seção será exibido com informações de serviços, caso exista no site, algum texto opinativo sobre a obra, deve haver um link. Além das informações, os principais lançamentos podem contar com a publicação de trechos em áudio ou vídeo. Todos os itens publicados terão uma imagem, como a foto da capa, no caso de um disco, por exemplo. Coberturas – As coberturas de eventos serão publicadas no formato de matérias, todas as segundas-feiras, com gravações em áudio de entrevistas durante o evento, fotos e textos. As coberturas do fim de semana estarão em destaque na parte central da página inicial, junto com as matérias, os especiais e as entrevistas. Estas coberturas serão importantes na construção do conteúdo factual e no registro jornalístico da movimentação da cena de rock independente de Salvador.
Especiais – A reportagem especial será publicada na primeira quarta-feira do mês. Como se trata de um conteúdo mais aprofundado, que precisa de apuração mais detalhada, definimos que este será mensal e escolhemos o dia da semana para evitar o choque com outros conteúdos. Com uma abordagem aprofundada, o especial deve ser construído com o uso de diversas telas e fontes, com áudios de entrevistas e gravações musicais, hipertextos com fotos e gráficos, além de vídeos. Os especiais terão a função de mostrar um conteúdo aprofundado sobre fatos históricos; reportagens sobre comunidades; histórias de sucesso ou fracasso; reportagens de conteúdo didático; novas idéias e tendências propostas por bandas, músicos ou técnicos; e qualquer outro tema que esteja estimulando o debate entre o público do site. Entrevistas - Este canal trará entrevistas com personagens importantes e peculiares da cena local, além de conversas com músicos de outros estados e do mainstream nacional e de profissionais de outras áreas, que tenham algo interessante para abordar sobre o rock. A depender da disponibilidade técnica, estas entrevistas serão realizadas em formato de áudio, vídeo ou texto, nesta ordem de prioridade, divididos em blocos por temas, com atualizações quinzenais, nas quintas-feiras. Algumas destas entrevistas serão transformadas em perfil, de acordo com o julgamento dos editores. Top 10 – O Top 10 vai contar, semanalmente, com indicações feitas por um músico ou uma pessoa, que terá sua profissão destacada, dos dez artistas, discos ou músicas preferidas e de cinco filmes ou livros e três itens do que foi preterido na escolha entre filmes e livros, de acordo com a preferência da fonte. Como por exemplo, um médico, que gosta de Rock e indica suas dez músicas preferidas, cinco livros e três filmes de que mais gosta. Estas indicações vão ser publicadas às sextas-feiras, devidamente linkadas, para páginas externas que permitam o usuário a saber mais sobre aquele produto, como por exemplo biografia dos artistas, trechos das músicas, trailers de filmes e resenhas de livros. Galerias – As galerias de fotos, áudios e vídeos estarão agrupadas em um só canal. Todo o conteúdo dessas mídias estará também nas galerias, como uma espécie de biblioteca multimídia do Rocklivre.
Túnel do tempo – Esta sessão será atualizada semanalmente, aos domingos, e vai mostrar tudo o que aconteceu na história do mundo da música, durante aquele período. Além da data e da breve descrição do fato, o túnel do tempo irá trazer uma pequena foto ilustrativa e trechos de músicas ou vídeos, variando de acordo com o fato e com a disponibilidade de material histórico. Comunidade – A comunidade Rocklivre será um espaço dentro do site de relacionamentos Orkut102, onde os usuários e os redatores do site vão discutir temas de interesse geral. A comunidade servirá como termômetro do que os usuários estão achando do conteúdo publicado. No site, vamos linkar os tópicos relacionados a matérias publicadas, para estimular o debate dos usuários sobre o assunto. Colunas – Este será um espaço reservado para os colunistas do site. As colunas serão criadas em formato de blogs onde os colunistas vão disponibilizar os textos, podcasts ou vídeos produzidos. Os colunistas serão escolhidos pela equipe do site, pessoas com conhecimento empírico notável sobre a cena independente local e sobre rock em geral, profissionais que trabalham com rock, músicos e produtores, serão convidados a expor suas idéias no Rocklivre. Os blogs também vão exibir um mini-currículo do autor e serão sempre criados pelo Rocklivre. Classificados – Este canal vai trazer a lista de equipamentos e acessórios musicais, cadastrados pelos usuários, para troca e venda. Além disso, haverá um espaço para busca e cadastro de músicos sem bandas. Links indicados – Todo o tipo de site de interesse do público estará disponibilizado no canal, como sites de bandas, ferramentas para interação musical, sites de música, portais de rock independente de outros locais, sites com jogos e quiz musicais, além de novas idéias e criações da web que envolvam o rock. Guia Livre – O canal será um guia, que irá oferecer informações sobre as casas de shows e estúdios da cidade. Cada lugar terá suas características principais descritas, além de link para o site, mapa do local, endereço e telefones de contato. Futuramente, a 102
Rede social online criada pelo Google. Ao final da proposta, descreveremos outros usos do Orkut pelo site Rocklivre. [ www.orkut.com ]
seção vai oferecer também, opinião das pessoas sobre o local. Por se tratar de um guia, esta é uma seção será atualizada de acordo com o surgimento ou fechamento de algum estabelecimento. Mapa do site – O mapa do site vai orientar o usuário que queira conhecer a estrutura de navegação do portal. Esta sessão será fixa e só deve ser modificada caso um novo canal seja criado no Rocklivre. Busca – A busca será uma ferramenta do site, para a localização de qualquer conteúdo inserido nas páginas do portal. Curiosidades – Na página inicial haverá um box chamado “Curiosidade do rock”. Estas curiosidades serão inseridas no portal de acordo com a pesquisa produzida e serão alteradas diariamente, através de um sistema de publicação, que exibirá a “Curiosidade do dia”. Fale conosco - Canal de comunicação para os usuários entrarem em contato com a equipe do Rocklivre. O “Fale conosco” vai contar com várias opções de contato, como e-mail, Orkut, chat online, telefone e endereço da redação do site.
Tabela de atualizações Este gráfico define o dia de atualização e a periodicidade de cada seção do site. Domingo Últimas Notícias
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Segunda
Terça
●
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Quarta
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Quinta
Sexta
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Sábado
● ● ●103
● ●104
● ●105
Entrevistas
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Top 10
●
●
● ●106
Blogs Curiosidades
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Especiais
Túnel do Tempo
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Agenda Coberturas
Mensal
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Matérias Lançamentos
Semanal
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● ●
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As seções: Fale Conosco, Busca, Mapa do Site, Classificados, Guia Livre, Comunidade, Galerias e Links Indicados serão atualizadas de acordo com a demanda.
Utilização de ferramentas da web A produção de conteúdo para o site vai utilizar o suporte de algumas ferramentas da web para oferecer um conteúdo multimídia, diversificado e interativo. Para exibir os vídeos utilizados no site, vamos publicá-los no site de compartilhamento de vídeos YouTube!, através dessa publicação, poderemos embutir os vídeos no Rocklivre. No caso dos áudios, utilizaremos o site Ijigg, ferramenta semelhante ao YouTube! que publica arquivos de áudio. Essas duas ferramentas vão facilitar a publicação de conteúdo multimídia e permitir um carregamento mais rápido e seguro desses arquivos. Para mostrar mapas nas matérias, indicando casas de shows e locais onde ocorreram ou 103
Esta seção será atualizada de acordo com a Demanda, porém, no dia indicado haverá um destaque na página inicial com o que acontecerá no final de semana. 104 O Especial, como indicado mensalmente e descrito na Proposta Editorial, será publicado na primeira quarta-feira do mês. 105 Esta seção tem atualização diferenciada, com publicação quinzenal. 106 Os blogs podem variar entre atualizações mensais ou semanais, a depender do colunista.
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vão ocorrer qualquer evento citado nos textos e vídeos, vamos utilizar o serviço Google Maps, que permite a realização do geotagging e livre utilização do mapa pelo Rocklivre. O site de relacionamentos Orkut, será utilizado como um dos canais de comunicação com o público, através da comunidade do Rocklivre que será criada no Orkut. Além disso, utilizaremos o Orkut para a apuração de fatos, contato com fontes e pesquisa de possíveis pautas, em outras comunidades relacionadas com a cena de rock soteropolitana. Novos serviços podem ser sugeridos para a utilização no site, de forma a agregar valor ao nosso conteúdo, facilitar a visualização do conteúdo produzido pelo Rocklivre pelo usuário e agilizar a produção dos repórteres. 5.2. PROJETO GRÁFICO O projeto gráfico do Rocklivre foi realizado a partir da criação da logomarca. A idéia da logomarca, que utiliza uma fonte com letras fortes, de fácil legibilidade e memorização, exibe também a transformação de um vinil em pixel, o vinil representando o surgimento do rock e sua popularização, sem utilizar o clichê da guitarra, e a pixelização, que representando o rock no mundo moderno, no tempo do mp3 e da Internet, suporte que utilizaremos. As cores utilizadas para a criação da identidade gráfica foram o laranja e o preto, cores que combinam com harmonia e que dão um aspecto moderno. A partir do desenvolvimento da logomarca, passamos a estudar e criar o layout do site. Optamos por utilizar a divisão de três colunas verticais, para possibilitar uma rolagem vertical, já que a rolagem de páginas horizontalmente dificulta a leitura. A primeira coluna conta com o menu de acesso a todas as seções do Rocklivre, para facilitar a navegação. A coluna central do site destaca as principais atualizações e a coluna da esquerda abre espaço para as últimas notícias e as curiosidades, além de outras seções que podemos escolher para um destaque secundário. Abaixo das colunas, utilizamos uma coluna horizontal, com largura menor que a tela para evitar rolagem, onde destacaremos as atualizações de seções como entrevista, guia livre, classificados, galeria, etc. A principal fonte utilizada é a “Trebuchet”, uma fonte que permite uma visualização suave e uma leitura confortável, ideal para o tipo de leitura em monitor. Nas páginas internas, optamos pelo uso do fundo preto na coluna de exibição dos textos, também para facilitar a leitura, já que o preto não emite luz através do monitor, ao
contrário do branco. Ocasionalmente, a utilização das cores pode ser modificada para indicar uma matéria especial ou despertar a curiosidade, além de renovar o visual para o leitor quando ele já estiver saturado da configuração atual. O projeto gráfico do Rocklivre foi desenvolvido com a principal intenção de proporcionar um site graficamente agradável e com layout diferenciado dos sites atuais, como pode ser conferido nas imagens a seguir. Figura 01: Layout da página inicial
Figura 02: Layout das pรกginas secundรกrias
5.3. ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO Para oferecer um site com conteúdo capaz de despertar o interesse do leitor, conduzi-lo pela história de forma agradável e oferecer ao usuário a escolha de quais conteúdos ele quer visualizar, é necessário estruturar a arquitetura informacional do veículo. Para o Rocklivre, a arquitetura da informação é imprescindível e serve como base para a construção de todo o conteúdo do site, pensando, primeiramente, em uma estrutura que utilize de forma otimizada todos os recursos oferecidos pela web. Esta estrutura deve sempre levar em conta o que o público do site quer visualizar, como navega esse público, quais recursos os usuários estão preparados para utilizar, quais tipos de hiperlinks são mais utilizados e como eles lêem as matérias na web. Para Luiz Agner (2003), a arquitetura da informação (AI) é o mapeamento do conteúdo, disponibilizado de modo que seja possível criar um caminho próprio em direção ao conhecimento. Agner ainda define que se trata de uma tarefa que une três campos: “a tecnologia, o design e o jornalismo/redação” (2003, p. 02). Neste tópico, abordaremos a arquitetura da informação focada no jornalismo, feita para sites jornalísticos, para que possamos definir a estrutura de conteúdo do Rocklivre. A definição cunhada por Peter Morville e Louis Rosenfeld delimita o conceito de AI dentro do jornalismo: No site jornalístico, a arquitetura da informação consiste em organizar e categorizar o conteúdo noticioso a partir de um projeto conceitual que lista todo um procedimento estratégico. Ela demanda destreza do editor na definição dos leads e na redação de textos que sejam apropriados às características intrínsecas da Web, das quais salientamos a compreensão do hipertexto informático e a adequação das condições ergonômicas da leitura em tela. (Rosenfeld e Morville APUD Andrade, 2003, p. 39)
A organização citada deve ser feita levando em conta que o jornalismo para a web é uma nova forma de redigir matérias. Pensar na arquitetura da informação em um site jornalístico é como o planejamento gráfico no caso de um jornal impresso, é um passo importante para facilitar a leitura, a compreensão e o aprofundamento do conteúdo publicado. Apesar de ser baseada nos padrões do jornalismo impresso, a redação jornalística para a web se configura de forma diferente. Isto ocorre por causa dos recursos adicionais oferecidos pelas páginas eletrônicas – como hiperlinks, recursos multimidiáticos e interatividade – e pelo suporte (o monitor), que proporciona uma
forma diferenciada de leitura107. Atualmente, grande parte dos jornais online publica textos feitos para o jornalismo impresso. Uma prática definida por Sven Birkets como “empurra-ware” (apud RICH, 1998, p. 03). Apesar de ser comum, esse tipo de comportamento por parte dos jornais torna o site uma simples versão do impresso. O texto feito para os jornais de papel não tem o tamanho apropriado para a Internet, nos estudos feitos por Carole Rich (1998), constata-se que o leitor se perde durante a leitura de textos mais longos. Para garantir um aproveitamento do conteúdo pelo leitor, é fundamental que seja desenvolvido um formato que envolva o usuário com o texto, utilizando a hipertextualidade, que faz com que o leitor interaja, efetivamente, com o andamento da leitura. Para isso, temos que levar em conta os elementos de hipermídia que a web possibilita. Primeiramente, como já foi abordado no capítulo sobre jornalismo online, o hiperlink (ou link) é a principal forma de conexão dos conteúdos oferecidos, “o mais importante é pensar o link como o recurso que promove a relação entre a leitura e a utilização, entre a escrita e a realização da hipermídia” (GOSCIOLA, 2003, p. 82). Esta possibilidade de interseção feita pelo link é que vai tornar realidade a conversão de mídias, dentro de uma mesma reportagem. No Rocklivre, por exemplo, utilizamos pequenos balões, ao lado dos hyperlinks, para ampliar a discussão de forma multimídia. Uma vez que o usuário passa o mouse em cima do hyperlink feito em uma citação de uma fonte, por exemplo, é aberta uma pequena janela onde se tem um áudio ou um vídeo, com a fala completa da fonte. Quando se fala de hiperlink, vemos que a sua utilização deve ser feita de forma que o leitor tenha a possibilidade de direcionar a sua leitura, selecionar o conteúdo que será consumido108. Carole Rich (1998) destaca o hipertexto como a característica distintiva do jornalismo online. De acordo com Rich, esta possibilidade torna o texto jornalístico na web não-linear, o que o diferencia do texto linear feito para o impresso e propicia o desenvolvimento de estruturas hipertextuais que dão profundidade ou continuidade a história. Segundo Javier Díaz Noci (2002, p. 152-154), existem sete tipos de estruturas hipertextuais: a linear, que possui uma estrutura fechada, onde as partes do discurso estão interligadas de forma seqüencial, oferecendo em cada página apenas um link para a tela seguinte ou a anterior; a ramificada, semelhante à linear, mas com a possibilidade de se acessar links 107 108
Como já foi citado no capítulo de Jornalismo Online. Abordaremos o uso do hiperlink no Rocklivre mais adiante.
com informações complementares, que após acessadas é necessário voltar para a tela anterior e continuar a leitura; a paralela, que possui uma tela de entrada única e outra de saída, mas oferece uma série de links ordenados para serem acessados em sequência, onde todas as possibilidades terminam no mesmo ponto; a concêntrica, que consiste em uma série de sequências lineares interligadas, que sempre acabam numa última tela ou na tela de entrada, sem que se estabeleça nenhuma relação com as telas de outra história; a hierárquica ou arbórea, onde a partir de uma tela inicial, é oferecido ao usuário vários links, e em cada tela é oferecida a oportunidade do usuário escolher seu caminho; a reticular, que consiste na utilização de mais de um tipo das estruturas já citadas, separadamente, numa mesma história e a mista, onde se misturam dois ou mais tipos de estruturas na mesma tela. Para o conteúdo jornalístico desenvolvido para web, acreditamos que a estrutura ideal é a hierárquica. A estrutura das matérias e reportagens do Rocklivre devem seguir esta composição, permitindo a construção de uma narrativa com profundidade e a interação do usuário com o texto. Por haver conteúdos diferenciados, também utilizaremos outros tipos de estruturas, dentro do site. Em seções com conteúdos mais curtos, que ocupam apenas uma tela, a estrutura escolhida será a ramificada. De acordo com Lúcia Leão (1999, p.111), a estrutura de hipertexto permite que diferentes partes de um documento estejam conectadas de forma “multidimensional”. Estes argumentos tornam explícito que, para formar uma teia de hipertextos, é preciso pensar de forma não-linear, os links constroem caminhos com inúmeras alternativas, um usuário pode, por exemplo, começar a ler um texto e através dele clicar num link que lhe explique determinada expressão ou conceito e em seguida voltar ao texto anterior, compreendendo o que foi dito. Em um site de notícias, o visitante pode ler uma notícia sobre um caso que já gerou outras informações e, através dos links, acompanhar todo o desenrolar do fato. Quando se fala de música, como no caso do Rocklivre, o usuário pode ler sobre um disco, um grupo ou um evento e através do conteúdo informativo conhecer as músicas citadas, ver fotos e vídeos sobre o artista ou sobre o evento, esta possibilidade de direcionar, através do hiperlink no texto, para outras mídias torna possível a publicação de conteúdo hipermídia. Marcelo Souza (2006) ressalta a importância da multimidialidade no hipertexto: Pois ela [a multimidialidade] a associa por meio de links a outros elementos textuais, típicos dos demais suportes, exige uma leitura multilinear,
proporciona ao usuário uma visão mais completa dos fatos com diversas visões (multivocalidade), além de poder criar um ambiente interativo de imersão, com imagens, áudio e vídeo. (SOUZA, 2006, p.33)
Essa utilização de recursos multimídias, no conteúdo jornalístico para a web, é um dos pontos que requer estruturação informacional. A associação de elementos textuais com imagens, áudios e vídeos faz parte do planejamento da arquitetura da informação, para a utilização inteligente da hipermídia. Para deixar mais clara a compreensão da hipermídia, Gosciola (2003) delineia a distinção dos termos “hipermídia” e “multimídia”. Como o termo multimídia costuma ser “equivocadamente” usado como descrição técnica e de marketing por “fabricantes de computador, desenvolvedores de software, editores e outros para descrever o conteúdo hipermídia e o hardware ou software que permitem realizá-la”, é necessário definir que a “hipermídia vai além da multimídia, por trazer ênfase na interatividade e no acesso não-linear promovidos pelos links entre os conteúdos” (GOSCIOLA, 2003. p. 34). Para que toda essa construção não-linear possa fazer sentido e permitir que o usuário saiba o caminho que está seguindo, precisamos orientar a forma como o visitante vai navegar pelos hiperlinks. De acordo com André Lemos et al (2004, p. 12), “navegar, no jargão telemático, significa mover-se de tela em tela, ou de página em página, por meio da ativação de hiperlinks”, os critérios utilizados para exibir os hiperlinks nas páginas e orientar o usuário é chamado de navegabilidade. Assim como Lemos, Angèle Murad (2000) considera que “o site jornalístico deve garantir a navegabilidade, utilizando recursos que facilitem a navegação e a localização dos usuários dentro do site”. Os principais itens para facilitar a navegabilidade serão descritos aqui de acordo com a divisão feita por Lemos et al (2004), basicamente, são três itens principais, o primeiro é o “menu de navegação global” ou barra de menu (apontada por Murad como o principal item), onde o usuário tem acesso à links de cada seção ou canal do site, o “menu de navegação local”, que oferece os sub-itens de uma das seções principais, o “menu de navegação remota”, que disponibiliza recursos relacionados ao conteúdo da página que está sendo acessada no momento, estes menus devem ser escolhidos na hora de desenhar o layout do site, em regiões de fácil visualização. Para Díaz Noci (2002, p. 209) qualquer site deve ser desenvolvido pensando no usuário final, ele explica que deve se adequar o layout ao conteúdo para facilitar a navegação. Este desenvolvimento racional da informação na web é definido por Gosciola (2003, p. 145) como o roteiro de hipermídia:
O roteiro de hipermídia elabora a associação direta entre os recursos técnicos específicos para a navegabilidade não-linear em ambientes hipermidiáticos definidos pelos links e os diversos conteúdos apresentados através dos respectivos meios – ou seja, os conteúdos em forma de texto, gráfico, áudio e vídeo -, planejados por um trabalho de roteirização e organizados por um sistema de autoração. (GOSCIOLA, 2003, p. 145)
Apesar de não focar essa roteirização no jornalismo, o autor descreve o caminho para a roteirização de conteúdo em hipermídias. Primeiramente, ele utiliza como base o roteiro para um filme, pensando “de que forma os conteúdos da obra chegarão ao usuário e como ele responderá aos conteúdos” (Gosciola, p.150). Ele afirma ainda que este roteiro deve ser definido principalmente pelo link, por permitir a “troca de direção, e a retórica e a estilística dessas novas tecnologias de informação” (Gosciola, p. 152), o autor deixa claro que o roteirista deve abrir as possibilidades para o usuário ter diversos caminhos diferentes para navegar. Através do conceito de Steve R. Cartwright, Vicente Gosciola indica os estágios dessa roteirização em: “Desenvolvimento de programação hipermídia”, onde o autor do site analisa os programas e ferramentas necessárias, estabelece as metas do projeto, analisa o público, o ambiente e os objetivos e constrói o design do produto. O segundo estágio é denominado de “Criativo”, o período da préprodução onde se faz o esboço do roteiro do conteúdo, o storyboard e o fluxograma do uso de multimídias e a autoração interativa. Na terceira e última etapa, se estabelece um plano para buscar os cenários que devem ser utilizados, o tipo de especialistas que precisarão ser utilizados para desenvolver o projeto, a pesquisa fotográfica e os aspectos legais. No jornalismo, esse processo é apontado por Carole Rich quando ela afirma que “escrever em forma não-linear requer uma maneira diferente de planejamento, organização e elaboração de uma história” (Rich, 1998, p. 05). Assim como Gosciola, Rich aponta a necessidade de se criar um storyboarding no momento da pauta, dividindo os blocos da história e incluindo os áudios, fotos e vídeos, um passo “crucial” na organização da informação. Carole Rich aponta que o texto jornalístico para a web deve possuir entretítulos e ser dividido em blocos de informações. Quando se opta por dividir esses blocos em telas diferentes, é necessário tratar “cada bloco como uma história separada” (Rich, p. 08). Jakob Nielsen (apud Carole Rich) indica que o texto deve ser 50% mais curto quando feito para a web, por causa da dificuldade de leitura
que a tela proporciona. Outra mudança de estilo indicada por Rich, para a redação na web, é o uso de subtítulos curtos (desde que não repita conteúdo do lead), através desses subtítulos o jornalista na web constrói um caminho mais atraente para conduzir o leitor que na web costuma “escanear” a tela em busca da informação interessante – e proporcionar uma melhor navegabilidade das páginas. Ao pensar a navegabilidade do site, tivemos o cuidado de oferecer todas as seções ao usuário em um mesmo menu de “navegação global” Lemos et al (2004), para evitar que o usuário se perca ao escolher sua direção nas páginas e para que ele possa encontrar a informação necessária em uma próxima visita ao site. Na organização do conteúdo multimidiático, ao invés de colocar todo o texto em um grande bloco e oferecer outras telas com o conteúdo multimídia, como é desaconselhado por Carole Rich e Jakob Nielsen, optamos por embutir os vídeos e áudios na mesma página do texto relacionado, oferecendo o conteúdo por blocos de mídias. Os hiperlinks de conteúdo informativo produzidos no Rocklivre são apresentados na barra ao lado do texto, dentro dos itens “Saiba mais”, “Links”, “Áudios” e “Vídeos”, quando se trata de uma ampliação de algum ponto específico do texto, ou de alguma declaração de uma fonte, esse hiperlink vem dentro do texto, assim como os links de referência nos nomes de bandas, sites, casas de shows, estúdios e etc. Apesar de Carole Rich apontar que o hyperlink deve ser utilizado fora do texto, ao invés de embutido, acreditamos que os links devem ser aplicados das duas formas, tanto embutido no texto como listado ao final dele, a depender do caso. O modo de utilização pode ser julgado pelo redator, assim como o uso de boxes na matéria impressa. Quando se trata de orientar o usuário sobre onde ele está no site, optamos por utilizar em todas as páginas uma barra de caminho, que organiza de forma hierárquica qual a seção, sub-seção e item ele está acessando. As seções interligam-se levando o usuário a informações de forma rápida, quando uma fonte ou um tema for abordado em telas de matérias diferentes, elas serão interligadas. Desde a cor do layout, até as ferramentas de multimídia usadas no site, foram concebidas obedecendo às especificidades projetadas pela arquitetura da informação. Mesmo que o site já esteja finalizado, toda vez que for necessário atualizar algum conteúdo é possível que apareça uma nova situação, que ainda não tinha sido pensada. Toda e qualquer adaptação, implantação ou mudança realizada no site, levará em consideração a facilidade de navegação contemplada pela arquitetura da informação.
5.4. PESQUISA DE MERCADO Esta pesquisa de mercado foi realizada entre os dias 1 e 14 do mês de Junho, através de questionário on-line, com 17 questões de múltiplas escolhas (ME) e de única escolha (UE) com respostas objetivas. A pesquisa foi aplicada a 200 pessoas que acompanham as produções de rock independente na Bahia, a seleção de pessoas foi feita com base nos usuários que participam ativamente dos fóruns de discussão sobre a cena local e suas bandas. Os dados coletados mostraram em grande parte, o que os autores deste trabalho previam na etapa inicial da pesquisa, o que tornou viável o desenvolvimento do projeto experimental. O perfil do público de rock independente de Salvador é refletido nessa pesquisa. A amostragem de 200 pessoas foi definida com base na quantidade de usuários da maior e mais popular comunidade de discussão sobre rock na Bahia, no site de relacionamentos Orkut, que possui pouco mais de 3.000 membros. Este número de amostragem também pode ser estimado como o público médio dos eventos rotineiros com bandas independentes, nos finais de semana, em Salvador. A faixa etária predominante, no resultado, foi entre 19 e 25 anos de idade (50,5%). As duas faixas secundárias são as entre 12 e 18 anos (25,0%) e 26 e 30 anos (18,5%). A faixa com mais de 30 anos ficou com a menor porcentagem válida (6,0%) e apenas uma faixa ficou sem nenhuma porcentagem, a que agrupava pessoas com menos de 12 anos. A segunda questão definiu também o gênero majoritário do nosso público, masculino (69,0%). O público feminino corresponde a aproximadamente um terço (31,0%). O último dado do perfil pessoal foi o de atividade, que dividiu os usuários em estudantes de nível médio, universitários, trabalhadores autônomos, empregados, empresários e outras atividades. A maior parte do público se definiu como estudante de nível universitário (47,0%) com os estudantes de nível médio ocupando a segunda maior parcela (20,5%). Com base nessas questões, definimos que o perfil pessoal da maior parte do nosso público são homens, estudantes, na faixa entre adolescentes e jovens. Por conta disto, o conteúdo do site será desenvolvido com uma linguagem voltada para esse público e com uma postura mais informal, bem humorada e que traga ao mesmo tempo uma reflexão crítica dos temas abordados.
No segundo bloco, as questões técnicas relacionadas ao nosso suporte definiram os recursos que podemos explorar no site. A conexão de banda larga é utilizada por 96% do nosso público, o que nos permite o uso de áudios, animações, vídeos e outros recursos gráficos. Dos 200 entrevistados, 148 disseram utilizar a Internet por mais de 3 horas durante o dia. Dessa parcela, 69 pessoas passam mais do que 6 horas por dia. Este alto índice de usuários que navegam por mais de três horas indica a necessidade de haver algum tipo de atualização mais frequente no site. Outra questão que nos ajudou a indicar as periodicidades de atualização do conteúdo perguntou diretamente com que frequência os usuários procuravam se informar sobre a cena local. A maioria (38,5%) indicou que busca informações semanalmente, 34,5% dos entrevistados indicaram buscar informações diariamente, 14,5% responderam que se informam sobre o rock independente apenas uma vez por mês, 6,5% definiram que se informam a cada dois dias e 6% declararam buscar informações quinzenalmente. A seção de “últimas notícias”, com atualização diária, foi criada com a intenção de suprir a demanda diária de acesso. A definição de atualização de algumas seções semanalmente e de outras mensalmente foi feita com base nesses resultados. Com relação ao conhecimento sobre as bandas e o cenário de rock independente da Bahia, os entrevistados mostraram que acompanham as bandas há, no mínimo, mais de um ano. Com exceção de 17 pessoas que disseram ouvir as bandas locais há menos de um ano, 35% afirmou acompanhar a cena local entre um e cinco anos, 33,5% declararam que ouvem as bandas baianas há mais de cinco anos e 23% já acompanham o rock independente na Bahia há mais de 10 anos. Essa predominância de pessoas que já são familiarizadas com as bandas locais nos permite utilizar as expressões comuns na cena e falar de bandas que já são notáveis na cena sem a necessidade de uma contextualização mais profunda. A questão que solicitava a indicação de quais mídias eram utilizadas para acompanhar as novidades da cena local afirmou a definição da Internet como suporte ideal para o produto. Na questão de múltipla escolha, enquanto a mídia impressa foi indicada apenas por 19,5% e o Rádio e a TV foram indicados por 18% dos entrevistados, a Internet foi apontada por 90% dos usuários como meio utilizado para acompanhar as novidades do
cenário local. Além dessas mídias, 79% indicou que acompanha as novidades através de conversas entre amigos. Outra questão de múltipla escolha confirmou a eleição da Internet como suporte ideal, a pergunta queria saber por quais meios o entrevistado gostaria de obter informações sobre o rock local. A maioria das respostas (69,5%) definiu “Site Especializado” como o meio desejado, 61,5% indicaram a TV, 51,5% gostariam de obter informações nos jornais ou revistas, 44% responderam que desejavam programas de rádio que informassem sobre a cena local e 32,5% desejam receber notícias por e-mail. Quando questionados sobre o que falta nos programas, jornais ou sites que os entrevistados buscam para se informar, 67,5% indicaram que sentem falta de análises de discos e shows, 64,5% carecem de informações atualizadas, 55,5% gostariam que existissem mais entrevistas, 50,5% solicitam informações dos bastidores da cena de rock local, 46,5% sentem falta de áudios para download, 42,5% de vídeos e 30% de mais fotos. Esses dados demonstram uma grande carência de conteúdo informativo diversificado e atualizado constantemente. Através dessas respostas, principalmente das indicações sobre análise de discos e informações dos bastidores, detectamos a necessidade de conteúdo opinativo no site, como críticas e colunas. A escolha pela criação da comunidade no Orkut foi feita como uma tentativa de repercutir o que é produzido no site e estimular a discussão dos temas abordados. Visto que 58,5% dos entrevistados indicaram que não discutem sobre as novidades do rock independente em fóruns comunidades ou listas de e-mails, contra 41,5% que afirmaram discutir, compreendemos que uma boa parcela já participa de discussões e por isso, é importante estimular o público para o crescimento deste número. Para saber se era interessante trazer informações sobre cada banda da cena de rock local, perguntamos aos entrevistados como eles fazem para obter informações, quando conhecem uma nova banda através de um show ou de uma música. Na resposta da questão de múltipla escolha, 78,5% indicaram a busca por um site oficial da banda, 75,5% dos usuários procuram informações no Orkut, 63,5% perguntam para os amigos, 46,5% buscam se a banda possui fotolog, 44% usam os sites de busca para tentar achar informação em qualquer lugar, 21% buscam o blog da banda e apenas 20,5% vão pesquisar informações sobre essas bandas em sites de notícia. Mais uma vez, o resultado
comprova que trata-se de um conteúdo que, por ser escasso em sites de notícias, os usuários preferem utilizar outros meios para chegar a esse tipo de informação. A questão de múltipla escolha que perguntou aos entrevistados quais vertentes do Rock ele preferia, será utilizada para a hierarquização do conteúdo relativo aos sub-gêneros. Alternativo
64,0%
Rock and roll 61,0% Pop Rock
49,5%
Hardcore
43,5%
Grunge
41,5%
Hard Rock
38,5%
Punk
37,0%
Outros
36,0%
Indie
33,5%
Progressivo
31,0%
Surf Music
26,5%
Brit Rock
24,5%
Rockabilly
22,5%
Trash Metal
20,0%
Samba Rock
18,0%
Death Metal
16,5%
Heavy Metal
16,0%
Folk/Country
16,0%
Rock Emocore
15,0%
Folk Rock
14,5%
Gótico/Dark
13,5%
Power pop
9,5%
Glam
8,0%
Rock Gospel
2,0%
Para reforçar a intenção de explorar, como principal recurso multimídia, o uso de áudios no site, perguntamos aos entrevistados se eles costumam ouvir música enquanto navegam. Apenas 6% declararam que não ouviam nada enquanto utiliza a Internet. A maioria dos usuários, 90,5% declarou ouvir cd’s e arquivos de mp3, 24,5% afirmaram ouvir webrádios e 5% responderam que ouvem rádio FM/AM enquanto utilizam a Internet. Na pergunta sobre a frequência mensal em shows de rock, 38,5% dos entrevistados declararam ir a entre dois e três shows por mês, 28% disseram levar mais de um mês para ir a um show, 15% afirmaram freqüentar apenas um show por mês, 10,5% vão a quatro ou mais shows mensalmente e 8% declararam não ir a eventos. Através dessa questão, definimos que o site cobrirá em média três shows por mês. As duas últimas questões foram realizadas para estudar a hipótese da futura comercialização de produtos das bandas locais no site. Na primeira pergunta, os entrevistados indicaram se compravam produtos e quais tipos de produtos compravam das bandas locais. Apenas 30% declararam não comprar produtos de bandas locais, 68% compram CD’s, 36,5% compram camisetas das bandas e 7,5% compram outros produtos como chaveiros, broches, pulseiras, bonés, posters e etc. A última questão, perguntou apenas aos entrevistados que afirmaram comprar produtos das bandas locais, onde eles adquirem os discos e souvenirs. Dos 70% de usuários que afirmaram comprar algum produto, 41% adquirem em shows, 17,5% em lojas especializadas, 10% compram pela Internet, 9,5% através de amigos e 8,5% adquirem os produtos em outros locais. Estas duas questões não vão refletir no site, pois optamos por não construir uma seção comercial. A pesquisa de mercado foi de fundamental importância para o direcionamento deste projeto experimental. Através da tabulação das respostas, foi possível traçar um breve raio-x do que o público procura em um site informativo sobre rock independente e quais as lacunas existem nas opções atuais de veículos que abordam o assunto.
5.5. ANÁLISE DE SIMILARES Neste capítulo, vamos discutir sobre o formato, conteúdo, aparência, diferenciais e os pontos negativos e positivos de produtos similares ao proposto neste projeto. Nesta análise, observaremos quais técnicas de formatação de conteúdo para web são utilizadas, com o objetivo de buscar o que deve e o que não deve ser feito em nosso projeto experimental. O primeiro produto que iremos analisar é o principal site sobre rock independente na Bahia, o BahiaRock [ www.bahiarock.com.br ]. Com cinco anos de existência, o BahiaRock foi criado por amigos, com a intenção de divulgar a cena independente local. Apesar de utilizar termologias jornalísticas para o que é publicado, como por exemplo “matéria” e “notícia”, trata-se de um site que é desenvolvido sem o conhecimento das técnicas de formatação de conteúdo para Web e sem o conhecimento das técnicas jornalísticas. Dividido em três colunas verticais de conteúdo e uma complementar de anúncios, o BahiaRock conta com as seguintes seções: Agenda, Bandas, Músicas, Videoclipes, Matérias, Galeria de Imagens, Colunas, Classificados, Dúvidas (FAQ), Procurar, Contato, Equipe e Enquete, dispostas nessa ordem citada, na primeira coluna, localizada no canto esquerdo das páginas. Na coluna central da página inicial, são publicados nove shows ou resenhas em destaque. Cada destaque é apresentado com um título, uma imagem (geralmente um recorte do cartaz do show), com um texto de chamada. Na terceira coluna, do lado direito da tela, encontramos uma caixa de busca, um calendário com a agenda de eventos e links para novas bandas e músicas cadastradas na seção, conforme a imagem a seguir.
Figura 03: Capa do BahiaRock
A seção de Agenda do BahiaRock traz um calendário, que apresenta detalhes de shows, quando o usuário clica em alguma data. Esses detalhes são geralmente compostos de um pequeno release, bandas que vão tocar no evento, data, hora e localização de onde o show será realizado. Na seção “Bandas” encontramos uma divisão por ordem alfabética, onde em cada link, você tem acesso a páginas com bandas de A até E, em outro link, bandas de F até J, por exemplo. Ao clicar no nome de alguma banda, temos acesso a uma página com a foto de divulgação do grupo, um pequeno release, o nome dos integrantes e os endereços para contato. Na página da banda, há a possibilidade do usuário cadastrado comentar sobre o grupo. A seção de Músicas traz uma lista de músicas enviadas pelas bandas e disponíveis para download, estas músicas não estão organizadas por artista, na mesma página você visualiza músicas de diversos artistas.
Para efetuar o download das músicas é necessário efetuar o cadastro gratuito. Uma seção recém incluída no site é o espaço para Videoclipes, nesta seção os clipes são divididos por artistas, ao clicar no nome do artista o usuário é direcionado para uma página com a lista de clipes daquele grupo ou cantor. Quando clicamos no nome da música é exibida uma outra página com o vídeo, publicado via YouTube!, embutido na página. O usuário cadastrado também pode comentar na página do videoclipe. A seção “Matérias” é dividida em seis categorias: Cobertura de eventos, Entrevistas, Reviews [Resenhas] de CDs e DVDs, Charges, Websites e Outras matérias. Apesar de chamar tudo isso de matéria, os textos divulgados no BahiaRock não apresentam nenhuma formatação jornalística e todos os textos são opinativos. Não há uma periodicidade especifica de atualização dessas categorias. Na seção de cobertura de eventos o último texto publicado data do dia 10 de Julho de 2007, alguns textos publicados nesta página são textos enviados por leitores e produtores de eventos. Na categoria de entrevistas também não há periodicidade específica, porém a produção é maior do que as outras categorias, essas entrevistas são realizadas sempre como entrevistas pingue-pongue e publicadas em um bloco único de textos com fotos intercaladas. A categoria de resenhas de discos traz textos opinativos, publicados pelos membros do BahiaRock e por colaboradores que enviam resenhas, sempre em um bloco de texto com a imagem da capa do disco e espaço de comentário para usuários registrados. A categoria de charges possui uma lista de ilustrações, publicadas entre fevereiro de 2006 e fevereiro de 2007, que abordam temas e bandas de todo o mundo do rock, feitas pelo cartunista Marcio Baraldi, da revista Rock Brigade. Na categoria de matérias sobre websites, foram publicados, apenas em fevereiro de 2006, resenhas sobre os sites de bandas independentes. A última categoria da seção de matérias, intitulada “Outras Matérias” conta com uma lista de diversos textos, com informações sobre eventos e sobre novidades das bandas de rock independente. A seção “Galeria de Imagens” oferece uma lista de galerias fotográficas das coberturas de eventos realizadas pelo site ou enviada por colaboradores. A seção de colunas conta com textos de três colunistas. O primeiro colunista é Aguirre Talento, estudante de jornalismo da Ufba, publicados entre setembro e dezembro de 2006, o segundo colunista é o jornalista Luciano Matos, suas colunas são retiradas do seu blog El Cabong, por último, o músico Marcelo Martins, creditado como colunista do jornal A Tarde, que publicou duas colunas em setembro de 2006. A seção de classificados oferece espaço para a compra, venda e troca de equipamentos e instrumentos musicais, o anúncio de procura de músicos para compor bandas, aulas de
música e estúdios para ensaio e gravação. A seção de dúvidas oferece uma lista de perguntas e respostas sobre como se cadastrar no BahiaRock, como inserir informações de uma banda, como anunciar, etc. Na seção de contato é disponibilizado o endereço, telefone e endereço eletrônico, além de um formulário de contato direto via e-mail. A penúltima seção sobre a Equipe traz o nome, foto e e-mail dos quatro membros do site. Em uma análise geral, verificamos que se trata de um site desatualizado, exceto pela agenda de eventos, que não possui recursos multimidiáticos produzidos pelo BahiaRock, só faz uso de hiperlinks no texto quando querem linkar para a página de uma banda específica, não oferece links internos para conteúdo relacionado e não utiliza das técnicas jornalísticas para a produção de conteúdo. Outro similar que analisamos, foi o hotsite iBahia Rock [http://ibahia.globo.com/rock ], publicado pelo Portal Ibahia.com. O site oferece textos informativos sobre rock, sobre a cena de rock na Bahia, além de entrevistas, agenda, matérias, perfil de bandas, coluna “Sonar”, notícias, clipes, “rádio”, contato e expediente, como pode ser conferido na imagem a seguir.
Figura 04: Página inicial do iBahia Rock
A primeira seção (Rock) oferece quatro pequenos textos divididos em: rock, rock no Brasil, rock na Bahia e Raul Seixas, os textos são sempre acompanhados de imagens e fotos. A segunda seção é chamada de “Circuito” e oferece uma lista de locais onde ocorrem shows de rock em Salvador, apenas com o nome do local e o endereço. A seção de entrevistas oferece dez entrevistas, com personalidades locais e nacionais do rock, entre elas está Pitty, Fábio Cascadura, Pedro Pondé, Marcelo Nova e Humberto Gessinger. As entrevistas são publicadas em forma de pingue-pongue, com um bloco único de texto, intercalado com fotografias. A seção de agenda possui apenas dois eventos do dia 4 de Agosto, sem arquivo ou novas atualizações. As matérias produzidas pelos jornalistas são publicadas na seção “Matérias”. Ao todo, são sete matérias sobre assuntos como rock no carnaval de Salvador, música alternativa no Festival de Verão, a história do punk e a cobertura da 1ª convenção de tatuagem em Salvador. As matérias
possuem pouquíssimos hiperlinks e o conteúdo de cada matéria é publicado apenas em uma tela com texto e fotos. A seção de perfil traz uma biografia de algumas bandas da cena local, com fotos e links para os sites das bandas. A coluna “Sonar” possui textos sobre o rock independente baiano, produzidos pela jornalista Gabriela Almeida, que apresenta o programa “Hora do Rock”, na rádio Globo FM. Na seção de notícias é aberta uma lista intitulada “Outras notícias”, com sete textos, publicados entre agosto e setembro de 2006, sobre eventos, premiações e lançamentos das bandas locais. A seção de Clipes oferece uma lista com quatro clipes, de bandas soteropolitanas, para visualização em streaming. Na penúltima seção, chamada de Rádio, é aberta uma janela pop-up que toca músicas de algumas bandas baianas. Por fim, a seção intitulada “Sua Banda” é um espaço para as bandas enviarem informações para possíveis pautas. Apesar da produção jornalística, com textos de qualidade, o iBahia Rock é um site desatualizado, com poucos recursos e textos formatados para o jornalismo impresso. O iBahia Rock não explora o uso de hiperlinks nos textos, não oferece interatividade ao usuário e não utiliza recursos multimídias nas coberturas jornalísticas.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Desenvolvemos este projeto experimental através das bibliografias utilizadas, das entrevistas e apurações realizadas e dos debates sobre os temas abordados, que foram imprescindíveis para a evolução do projeto. Ao longo dos sete meses de produção, as transformações não ocorreram apenas dentro dele, percebemos que o rock independente de Salvador, também se modificou. Esta é uma cena que está crescendo com o surgimento de novas bandas, novos discos, novas idéias. O site desenvolvido neste projeto experimental também sofreu mudanças, alguns itens foram ampliados e outros reduzidos, para tornar o conteúdo do site compatível com o embasamento teórico sobre jornalismo cultural e jornalismo online. Ao analisar a relação do rock independente com a mídia soteropolitana, percebemos que o espaço existente na mídia voltado para a cena é muito restrito e desde então não foi ampliado. Até hoje, o principal similar analisado, o BahiaRock, apesar de não ser um site jornalístico, é o principal meio utilizado pelo público para buscar informações. Por isso identificamos uma lacuna, um mercado em potencial, que nem mesmo blogs, sites ou revistas eletrônicas especializadas, publicadas até então, conseguiram preencher. É claro que, com a Internet, a divulgação da produção melhorou, contudo, ainda havia, como ainda há, espaços para iniciativas mais ousadas, para tanto, era necessário ter essa afirmação junto ao público, daí então surge a necessidade de conhecer melhor o público-alvo para o projeto. O mapeamento do público, através da pesquisa de mercado, possibilitou identificarmos que tipo de informação este público sente falta, quais recursos tecnológicos poderíamos utilizar e como o conteúdo poderia ser formatado. A pesquisa de mercado permitiu definir o perfil do público, como faixa etária, sexo, atividade, quanto tempo freqüenta a cena, gêneros do rock preferidos, quanto tempo gasta em acesso a Internet, quais recursos midiáticos são mais utilizados etc. Através dessa análise, também foi possível construir uma proposta editorial voltada para o website, pensando no conteúdo, no formato, na periodicidade de cada tipo de informação publicada, na linguagem a ser utilizada nos textos e até mesmo em um formato padrão para divulgação de notícias. Ao analisar o jornalismo cultural, foi possível perceber toda a evolução do conceito de cultura e o que os jornalistas e as publicações sobre o assunto entendem como cultura.
Foi possível concluir também que os critérios de noticiabilidade do jornalismo cultural se modificam em relação aos critérios gerais, definidos por autores como Erbolato, Gomis e Chaparro. Outra peculiaridade do jornalismo cultural é a proximidade entre os gêneros informativos e opinativos, que em algumas ocasiões se misturam. Essa constatação foi importante para definirmos o que seria informativo e o que seria opinativo no site. Optamos então por enfatizar o informativo e reservar um espaço específico para o opinativo, a seção de colunas. Durante a análise de como os principais veículos de comunicação abordam a cultura, pudemos identificar os pontos positivos e negativos do que seria aproveitado no Rocklivre. Ainda dentro do jornalismo de cultura, abordamos a imprensa musical, para definir as especificidades da cobertura jornalística sobre música. A abordagem deste tema permitiu ter uma noção de como funciona esse tipo de cobertura, desde o seu surgimento, na década de 1950, na Bahia, no Brasil e no mundo. Nesta análise, pudemos concluir que apesar da quantidade de publicações jornalísticas sobre música no Brasil e no mundo, a Bahia – conhecida por sua diversidade cultural – possui uma cobertura jornalística musical escassa e resumida a editorias dos grandes veículos de rádio, televisão e impressos. A cobertura da produção cultural independente baiana dificilmente é encontrada nesses veículos e acabam sendo difundidas apenas através da Internet. Ao tratar do jornalismo online, percebemos que a Internet ainda não é abordada pelos veículos de comunicação como um fator diferencial. O jornalismo ainda encontra-se em fase de adaptação as novas necessidades que a Internet ocasiona. Embora se trate de um suporte de comunicação em constante crescimento, muitos veículos de comunicação não atentaram para as suas especificidades. Características como hipertextualidade e interatividade já existiam em suportes anteriores, entretanto, é na Internet que elas se potencializam e agem como um dos diferenciais entre o modelo para web e o modelo impresso. Por considerarmos a multimidialidade como uma característica renovada com a Internet, optamos por destacá-la e procuramos entender os seus potenciais e como os veículos de comunicação podem utilizar essa característica. A análise da multimidialidade foi imprescindível para que pudéssemos confirmar que, diante do aproveitamento feito pelos veículos de comunicação em relação à multimidialidade e o resultado obtido em nossa pesquisa de mercado, havíamos encontrado, para a nossa proposta, o fator diferencial entre o nosso projeto e os produtos já existentes no mercado.
A redação de textos voltados para o website foi se moldando conforme as páginas eram montadas, os hiperlinks definidos e os recursos multimidiáticos selecionados. O conteúdo multimídia também foi se formatando ao decorrer das apurações. Foi possível dar a ênfase desejada para a multimidialidade, tanto no uso dos áudios como dos vídeos. Durante a produção desse conteúdo, buscamos evitar utilizar padrões de televisão ou rádio para essas mídias. Assim, foi possível estabelecer um formato específico de áudios e vídeos para o site. No início, acreditávamos que os vídeos e áudios deveriam ser colados e exibidos como um só, em cada tela do site. Após a experiência com a construção das matérias e a seleção dos hiperlinks, vimos que os elementos multimídias deveriam ser expostos em fragmentos, conforme a ligação estabelecida com o texto. Em nenhum momento, existiram dúvidas sobre a escolha do suporte para a criação do produto. Durante esse trabalho, ficou evidente a importância da utilização de recursos multimídias e de hiperlinks, como novos recursos jornalísticos, em um site de notícias. Após termos abordado o jornalismo cultural e em seguida o jornalismo online e a multimidialidade como fator de destaque, ainda foi preciso estabelecer uma relação entre esses dois capítulos, uma vez que a nossa proposta se enquadra em uma abordagem específica de um segmento cultural aplicado na Internet. Com isso, desenvolvemos o capítulo sobre jornalismo cultural na web, onde foi possível verificar que, assim como o modelo impresso, também possui características de serviço e textos pouco informativos, onde grande parte do conteúdo é destinado ao entretenimento. Acreditamos que grande parte dessa característica é reflexo da influência da indústria cultural e do consumismo. Entretanto, identificamos que a Internet, por ser um suporte híbrido e que ao mesmo tempo é ambiente de produção de divulgação como afirmam Teixeira e Mól, possibilita que produções independentes sejam desenvolvidas e divulgadas o que nos parece ser uma alternativa viável ante o monopólio cultural que a indústria exerce sobre os meios de comunicação. Diante desse cenário, foi necessário atribuir ao produto aspectos que contemplassem a necessidade de mercado, também oferecendo guia de serviços, e a necessidade jornalística, enquanto produto cultural. Assim, consolidamos a necessidade de oferecer ao público, um produto especializado em rock, que disponibilizasse informações de serviço sobre a cena cultural, mas que também não fosse superficial e possibilitasse ao rock espaço para suas produções, enquanto manifestação cultural, uma vez que esse gênero musical não dispõe ultimamente de muito espaço na mídia.
Por fim, traçamos uma perspectiva cronológica sobre o Rock na mídia. Constatamos que este gênero conhecido mundialmente não é tão valorizado pela mídia de Salvador, reflexo da atuação da indústria cultural que prioriza outros estilos musicais que visam apenas o lucro como sugerem Adorno e Horkheimer. Através da pesquisa de mercado, ficou constatado que a Internet seria o suporte mais viável para uma produção voltada para o rock. Seu custo-benefício é amplamente favorável e é através deste suporte que algumas iniciativas, algumas produções específicas para rock, estão sendo feitas. Com isso, a Internet se firma como a mídia ideal, o espaço onde o público da cena de rock em Salvador busca informações e pesquisa sobre os novos grupos, as novas produções musicais e os eventos que ocorrem na cidade. A web também foi útil no processo de produção do site. A utilização de ferramentas de busca, de sites de relacionamento como o Orkut e o Myspace e de sites voltados para bandas como o PalcoMp3, o Tramavirtual e o Purevolume foram importantes para a apuração de informações, busca de contatos e pautas e para o mapeamento da cena local. Além disso, utilizamos recursos disponíveis na Internet como o Google Maps (para a criação de mapas), Slide (galerias de fotos), YouTube! (publicação de vídeos), BoomMp3 (áudios), Snap (acesso de hiperlinks dentro da página), Blogger (publicação de textos), Google Agenda (agenda de eventos), FreeFind (busca), Joomla (gerenciamento de conteúdo) e Orkut (interatividade) para oferecer um conteúdo mais diversificado e com uma tecnologia que facilite a navegabilidade, a acessibilidade e a construção das páginas. Conforme estabelecemos na proposta editorial, ao definir as pautas de matérias e coberturas, conseguimos contemplar tipos de bandas e públicos diferentes dentro da mesma cena. Foi possível fazer uma ampla cobertura sobre a cena independente do rock soteropolitano, com matérias sobre shows, músicos, estúdios, tribos, reportagem especial, entrevista, lançamentos, curiosidades, histórias, guia de casas de shows e estúdios, agenda e outras seções, sempre fazendo uso de hiperlinks e de recursos multimidiáticos. Na Internet, o Rocklivre possibilita a exposição do rock independente de Salvador para todo o mundo, uma amostra de que a diversidade musical baiana é muito maior do que se imagina lá fora. Também dentro da cidade, o Rocklivre é um canal de informação e debate para o público que gosta de rock.
Este projeto experimental deu início a um produto pretende se expandir e se consolidar com base no que foi construído até aqui. Acreditamos que o caminho ideal para ser seguido é definido no memorial. Para estabelecer o site como um veículo, o próximo passo será trabalhar na divulgação do site e estruturar a sua rotina produtiva para garantir a atualização de conteúdo, fundamental neste processo. Pesquisar e trabalhar com temas como jornalismo cultural, jornalismo de música, jornalismo online e o rock na mídia tornou possível a construção do site de notícias sobre a cena independente de Salvador da forma planejada, com a atitude e o peso do rock.
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APÊNDICES
APÊNDICE 01 Tabulação da Pesquisa de Mercado Opção
Percentual
1. Idade: (UE) Menos de 12 Anos
(0)
12 à 18 anos
25,0%
19 à 25 anos
50,5%
Entre 26 e 30 anos Mais de 30 anos
Número exato
18,5% 6,0%
(50) (101) (37) (12)
TOTAL
100,0%
2. Sexo: (UE) Masculino
69,0%
(138)
Feminino
31,0%
(62)
TOTAL
100,0%
200
3. Atividade: (UE) Estudante Nível Médio
20,5%
Estudante Universitário Autônomo Empregado
47,0% 4,5%
200
(41) (94) (9)
15,5%
(31)
Empresário
6,0%
(12)
Outras atividades
6,5%
(13)
TOTAL
100,0%
200
Opção 4. Qual seu tipo de conexão à Internet? (UE) Discada
Percentual
4,0%
(8)
Banda Larga
96,0%
TOTAL
100,0%
5. Quantas horas por dia você acessa a Internet? (UE) Menos de 1 hora 4,0% Até 2 horas
Número exato
(192) 200
(8)
17,0%
(34)
Entre 3 e 6 horas
44,5%
(89)
Mais de 6 horas
34,5%
(69)
TOTAL
100,0%
200
6. Há quanto tempo você ouve bandas baianas de Rock Independente? (UE) 1 ano ou menos 8,5%
(17)
Entre 1 e 5 anos
35,0%
(70)
Mais de 5 anos
33,5%
(67)
Mais de 10 anos!
23,0%
TOTAL
(46)
100,0%
200
7. Por onde você acompanha as novidades do cenário independente local? (ME) Jornal / Revista Internet Rádio / TV Conversa com amigos
19,5%
(39)
90,0%
(180)
18,0%
(36)
79,0%
(158)
8. O que falta nos programas, jornais ou sites que você acessa? (ME) Entrevistas
55,5%
(111)
Informações Atualizadas
64,5%
(129)
Informações dos bastidores da cena
50,5%
(101)
Análise de discos e shows
67,5%
(135)
Fotos
30,0%
(60)
Vídeos
42,5%
(85)
Mp3 para baixar
46,5%
(93)
Opção
Percentual
Número exato
9. Com que frequência você procura se informar sobre o cenário de rock independente? (UE) Todo dia 34,5%
(69)
A cada dois dias
(13)
6,5%
Semanalmente A cada quinze dias
38,5% 6,0%
Uma vez por mês
(12)
14,5%
TOTAL
(77) (29)
100,0%
200
10. Por qual meio você gostaria de obter informações sobre o Rock Baiano? (ME) Rádio
44,0%
(88)
TV
61,5%
(123)
Jornais/Revistas
51,5%
(103)
32,5%
(65)
Site especializado
69,5%
(139)
11. Você discute sobre as novidades do rock independente baiano em fóruns, comunidades ou listas de e-mails? (UE) Sim
41,5%
(83)
Não
58,5%
(117)
TOTAL
100,0%
200
12. Quando você conhece uma banda nova, em um show ou através de gravações, você procura mais detalhes sobre o grupo? Como? (ME) Através de amigos 63,5% (127) Pelo site oficial da banda
78,5%
(157)
Fotolog
46,5%
(93)
Através de sites de notícias
20,5%
Orkut
75,5%
Blog
21,0%
Sites de buscas Outros meios Não procuro me informar
44,0% 14,0% 1,5%
(41) (151) (42) (88) (28) (3)
Opção
Percentual
Número exato
13. De quais destas vertentes você gosta? (ME) Pop Rock
49,5%
(99)
Progressivo
31,0%
(62)
Grunge
41,5%
(83)
Alternativo
64,0%
(128)
Indie
33,5%
(67)
Brit Rock
24,5%
Heavy Metal
(49)
16,0%
Trash Metal
(32)
20,0%
Death Metal
(40)
16,5%
(33)
Punk
37,0%
(74)
Hardcore
43,5%
(87)
Emocore
15,0%
Surf Music
26,5%
Rockabilly Gótico/Dark
(53)
22,5%
(45)
13,5%
Hard Rock Folk Rock
(30)
(27) 38,5%
(77)
14,5%
(29)
Glam
8,0%
(16)
Power pop
9,5%
(19)
Rock and roll Rock Gospel
61,0%
(122)
2,0%
(4)
Samba Rock
18,0%
(36)
Folk/Country Rock
16,0%
(32)
Outros
36,0%
(72)
14. Você costuma ouvir música enquanto navega na Internet? (ME) Ouço webrádio
24,5%
Ouço meus cd's e mp3
90,5%
(49) (181)
Ouço rádio FM/AM
5,0%
(10)
Não costumo ouvir música enquanto navego
6,0%
(12)
Opção
Percentual
Número exato
15. Quantos shows de Rock você frequenta por mês? (UE) Quatro ou mais
10,5%
(21)
Entre três e dois shows Apenas um
38,5% 15,0%
Levo mais de um mês pra ir em um show Não vou à shows
(77) (30)
28,0%
(56)
8,0%
TOTAL
(16) 100,0%
200
16. Você compra produtos de bandas independentes? Quais? (ME) Cd's
68,0%
(136)
Camisetas
37,5%
(75)
Chaveiros, broches, pulseiras, bonés, posters..
7,5%
Não compro nada
(15) 30,0%
(60)
17. Caso você compre produtos de bandas independentes, onde você mais costuma comprar? (ME) (Questão não obrigatória) Shows Internet Lojas especializadas
41,0% 10,0%
(82) (20)
17,5%
(35)
Com amigos
9,5%
(19)
Outros lugares
8,5%
(17)
TOTAL
86,5%
200
APÊNDICE 02 Pauta Reportagem Especial Repórter
Eduardo Pelosi Rocklivre
Pauteiro
Eduardo Pelosi Data
29/08/2007
Prazo
10/09/2007 Retranca
Especial Anos ‘90 Histórico / Informações
A década de 1990 proporcionou ao Rock baiano um aumento exponencial no número de bandas existentes.
As evoluções tecnológicas - como produção em série de
instrumentos e o uso de componentes eletrônicos - e a queda no preço de instrumentos, estimulada pelo plano Real e pela valorização da moeda junto ao Dólar americano, foram fatores fundamentais para que isso ocorresse. Neste especial, vamos fazer um panorama da cena de rock soteropolitana nos anos ’90, mostrar como aconteciam os shows, onde os músicos costumavam se reunir, quais artistas nacionais e internacionais eram vistos como referência, como era feita a divulgação, a gravação das músicas sem o computador e a Internet e qual a diferença dos equipamentos da época e dos de hoje. Bandas como Cascadura (que ainda está na ativa), Inkoma, Dead Billies, Lisergia, Dois Sapos e Meio, Treblinka e Penélope, faziam shows e gravavam fitas-demo em busca de diversão, rock’n’roll e sucesso. A cantora Pitty, hoje famosa nacionalmente, era vocalista da banda Inkoma e surgiu no rock em meados da década passada. Alguns integrantes do Dead Billies hoje tocam na banda Retrofoguetes, Luisão Pereira (guitarrista do Penélope) hoje é produtor musical e trabalha em uma carreira solo, outros músicos mudaram de profissão, mudaram de cidade e até de país. Enfoque / Viés
Vamos trazer as histórias e as opiniões dos músicos da época, para construir uma reportagem especial com fatos inusitados, cronologia da cena nos anos ’90, as histórias das bandas e o que aconteceu com os músicos daquela época. É interessante, também, apurar o que eles se imaginavam fazendo depois do ano 2000 e o que eles fariam de diferente se começassem a carreira musical hoje. Além dos músicos, vamos entrevistar personagens importantes, que participavam ativamente do cenário, como o representante da MTV na Bahia, Donjorge e o ex-produtor da Treblinka, Raul Motta. Desdobramento / Contextualização
A reportagem deve se desdobrar a partir dos relatos. Planejamos usar as telas
secundárias para contar as histórias de cada banda. Uma das telas também será utilizada para os entrevistados contarem como se imaginavam no futuro e o que fariam de diferente se começassem hoje. É importante realizar pelo menos duas entrevistas em áudio, que possam ser utilizados trechos com curiosidades, análises e explicações sobre alguma música e uma em vídeo, para ser utilizada junto com os vídeos de bandas da época, além das entrevistas em texto. É interessante apurar a possibilidade do uso de vídeos da época, fornecidos pelas fontes. 1ª Tela – A tela de abertura da reportagem vai trazer um panorama do rock em Salvador nos anos de 1990. Com depoimentos dos entrevistados e trechos de músicas em áudio, vamos traçar uma cronologia dos fatos e do surgimento de algumas bandas. É interessante também tentar utilizar o infográfico, de linha do tempo, para a narrativa. 2ª Tela – A tela secundária vai mostrar o que aconteceu com os músicos, o que eles fazem hoje, como eles se imaginavam no futuro e o que eles fariam hoje. Também utilizaremos depoimentos de como eles vêem a cena local hoje. 3ª, 4ª e 5ª Tela – As telas seguintes devem mostrar o aprofundamento das entrevistas, com um pouco da história de algumas bandas, separadamente. O conteúdo dessas telas será definido após a apuração do repórter, que indicará quais bandas podem ter suas histórias destacadas. Arquitetura da Informação
1ª Tela
2ª
3ª
4ª
5ª
Fontes
Banda Cascadura – 15 anos de carreira Paula Berbert (71) 9127-7803 cascadura@marcatexto.com.br
Pitty – Ex-vocalista da Inkoma Luciana Cruz (Assessora de Imprensa) luciana@supernovacomunicacao.com luciana@namoral.com Retrofoguetes – Os membros tocavam na banda Dead Billies retrofoguetes@retrofoguetes.com CH – (71) 9955-1693 Rex – (71) 3358-4919/ 3314-1772 Eduardo Aguadé – Músico, já tocou com Pitty no início dos anos ’90 e frequentou a cena durante toda a década http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=14974680927049760675 eduardo.aguade@gmail.com eduardo_aguade@hotmail.com Rodrigo Nunezz (Inkoma e Pimps) http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=7287737054236401928 Donjorge – Representante da MTV na Bahia donjorge@compos.com.br http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=11385959535175807898 Treblinka Artur Ribeiro artur.ribeiro@gmail.com http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=5657629104416485822 Raul Motta http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=14001000573556059101 Lisergia Alexandre Fortunato alexxandrefortunato@hotmail.com teoriaorganicainstinto@gmail.com http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=6239414335754227045 Dead Billies Morotó http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=12923316969974698789 Nancyta – Cantora, tem atualmente uma banda auto-intitulada e participou de bandas nos anos ‘90 grazzers@terra.com.br Dois sapos e meio Guilherme Neves http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=2548146351401220393 Penélope Luisão Pereira http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=10882399117064139417 Jeder Janotti (Jornalista, professor e pesquisador, já publicou estudos sobre a cena Rock de Salvador) jeder@ufba.br (71) 3263-6192
APÊNDICE 03 Pauta Toplivre Repórter
Eduardo Pelosi Rocklivre
Pauteiro
Eduardo Pelosi Data
29/08/2007
Prazo
10/09/2007 Retranca
Top Livre Nenê Altro (Dance of Days) Histórico / Informações
Formada a partir de um projeto do vocalista e fundador Nenê Altro, a banda paulista de hardcore, Dance of Days, é considerada a maior referência nacional do gênero e também do emocore, só no site TramaVirtual, mais de 7.000 usuários são cadastrados como fãs do grupo. O Dance of Days teve a sua primeira música lançada em 1997, atualmente grupo possui oito discos e um DVD lançado. Além de Nenê Altro nos vocais, a banda é integrada por Fausto Oi (baixo), Marcelo Tyello (guitarra), Samuel Rato (bateria) e Marcelo Verardi (guitarra). O vocalista, polêmico por suas declarações e seu visual andrógeno, é uma fonte interessante para a primeira atualização do Top Livre, além de músico, Nenê já publicou um livro de poesias e é influenciado por artistas como Nick Cave, Ian Curtis, Iggy Pop, Morrisey. Enfoque / Viés
A sessão será iniciada com uma breve introdução sobre quem é Nenê Altro. Vamos solicitar ao entrevistado uma lista com 10 músicas, bandas/cantores ou discos preferidos e 5/3 filmes ou livros. Os itens indicados vão contar com links externos, para oferecer ao usuário mais informações sobre a obra. Além disso, haverá um link interno para uma página com informações da banda do entrevistado e para uma página didática sobre o gênero musical preferido do músico. Desdobramento / Contextualização
1ª Tela – O Top Livre será disposto em uma tela única, com imagens, vídeos e áudios, embutidos na tela, relacionados aos artistas e obras listados pelo músico. Arquitetura da Informação
1ª Tela
Fontes
Nenê Altro E-mail: deadqueenmail@gmail.com Tel: 11 8103.9260
APÊNDICE 04 Pauta Músicos em outros estilos Repórter
Thiago Góes Site: Rock Livre!
Pauteiro
Thiago Góes Data
29/08/2007
Prazo
10/09/2007 Retranca
Músicos – rock - estilos Histórico / Informações
Salvador é uma cidade conhecida internacionalmente por suas belezas naturais, pelas suas ruas históricas, comidas típicas e principalmente por ser o palco da maior festa de rua do planeta: o carnaval. Contudo, essa festa é feita por músicos de várias influências musicais. De influências latinas, a percussividade africana e até mesmo o rock´n´roll. Vale lembrar que Durval Lelys, Ricardo Chaves e a banda Jammil e uma noites passaram por experiências no cenário do rock no início de suas carreiras. Os rockeiros sempre foram rotulados por não serem adeptos a misturas com outros estilos comerciais e que não tivessem relação com seu envolvimento político e social. Há de se ressaltar que dentro do próprio rock existem estilos que não relacionam-se muito bem. Daí a perplexidade de muitos rockeiros em imaginar que algum músico de rock possa incorporar estilos. No entanto, não é só para o axé que vários músicos estão migrando. O pagode, o arrocha, ritmos caribenhos estão na lista de estilos que servem como fonte de renda para diversos músicos. Vários motivos podem ter influenciados esses artistas a entrarem no mundo do entretenimento e deixarem de lado o rock´n´roll e é justamente sob essa perspectiva que realizaremos uma matéria.
Enfoque / Viés
A matéria deverá abordar quais aspectos fazem os músicos que tocam rock partirem para outros estilos musicais. Saber se eles conciliam estilos, se esquecem o rock, se
pensam ou realizam projetos voltados para o rock. É importante saber como eles ingressam em outro estilo. Se montam bandas para ganhar dinheiro ou são indicados por alguém do meio. É importante saber se os músicos entram em outros estilos apenas para ganhar dinheiro ou até mesmo para seguir carreira no novo segmento. Saber onde o rock acontece em Salvador, e ouvir relatos de experiências de músicos que tem o rock como estilo preferencial e aprenderam a tocar outros estilos para ganhar dinheiro.
Desdobramento / Contextualização
1ª Tela – A primeira tela apresentará o contexto do rock em Salvador enquanto estilo musical pertencente a uma realidade diferente dos chamados estilos de entretenimento como o axé e o pagode. Haverá um link externo que levará o usuário a conhecer um pouco mais sobre a história do rock 2ª Tela – A segunda tela levará o usuário a conhecer experiências de músicos que tocam outros estilos musicais ou fazem projetos paralelos entre o rock e gêneros como forró, pagode e axé. Haverá um link que levará o usuário a um arquivo de áudio de um músico relatando a sua experiência. 3ª Tela – Cenários alternativos serão encontrados pelo usuário na terceira tela. É onde os músicos que sobrevivem do rock se satisfazem profissionalmente tocando rock para quem gosta de rock. Haverá um link que levará o usuário a conhecer um pouco mais sobre o Palco do Rock, o principal festival de rock da cidade. Também haverá outro link para direcionar o usuário a conhecer outros espaços de rock, fora do Rio Vermelho, principal palco do cenário de rock de Salvador. 4ª Tela – A última tela levará o usuário ao fechamento de matéria. Onde será abordada a questão da tolerância musical em relação a estilos variados e de como funciona o ingresso de um músico para o cenário do axé. Nela o usuário poderá ter acesso aos links das comunidades que o entrevistado está diretamente relacionado.
Arquitetura da Informação
1
2
3
4 Fontes
* Ricardo Caldas (Guitarrista) 71-3353-6512 * Clรกudio Coutinho (Produtor) 71-8884-1763 * Maguinho (Guitarrista e Diretor musical) 71-9925-9514 * Jair Rocha (Baterista) http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=18085892250300798938
APÊNDICE 05 Pauta Estúdios de Rock Repórter
Thiago Góes Site: Rock Livre!
Pauteiro
Thiago Góes Data
29/08/2007
Prazo
10/09/2007 Retranca
Estúdios – Serviços Histórico / Informações
Salvador é uma cidade que contempla grande diversidade de hábitos e tradições. Vários são os estilos musicais que a cidade abriga por entre suas ruas e avenida. Incalculáveis são as bandas que existem na cidade. Assim, é compreensível que haja estúdios das mais diversas qualificações e dos mais diversos preços para abrigar tantas linhas musicais diferentes. Estima-se que haja ao menos um estúdio para ensaio de bandas em cada bairro da cidade. Assim, é compreensível que este estúdio esteja preocupado em atender o maior número de bandas possível na sua comunidade. Cada estúdio cobra por aquilo que oferece. Quanto mais sofisticados os equipamentos disponíveis para ensaios ou gravações, quanto maior o número de instrumentos, maior será o custo do período dos ensaios. Existem estúdios, localizados em áreas mais próximas a periferia como Tancredo Neves, que cobram R$30 por três horas de ensaio no estúdio, enquanto estúdios localizados em regiões como Pituba que chegam a cobrar R$90 pelas mesmas três horas de ensaio. No entanto, o rock´n´roll, apesar de já ter projetado nomes como Raul Seixas e Camisa de Vênus, e ter recentemente revelado Pitty para o cenário musical, não dispõe de grande número de estúdios específicos para bandas de rock. Normalmente os estúdios adaptam a sua estrutura de som que tanto para rock como para os demais estilos. Diferentes estilos de música exigem freqüências diferentes de potência. Um estúdio que se propõe a atender vários estilos musicais precisa estar preparado para oferecer sistemas de sons diferentes. Instrumentos de percussão, por exemplo, que geralmente são do estúdio, ficam sempre dispostos na sala de ensaio, mesmo que uma banda de
rock dificilmente os use. Embora existam estúdios capacitados a oferecer uma excelente qualidade de som, existem vários fatores que estão contribuindo para que cada vez mais bandas deixem de ensaiar nos estúdios. Contudo, os principais fatores são: * softwares de gravação (possibilitam que músicos possam construir canções inteiras sozinhos) * home estúdios (permite aos músicos ensaiar em espaço residencial sem preocupação com o tempo de ensaio) * barateamento de tecnologias (permite que músicos tenham acesso a programas mais sofisticados com preços mais competitivos) É interessante identificar como os músicos procuram os estúdios. Saber quais possíveis reclamações os músicos tem dos estúdios e os proprietários de estúdios têm dos músicos. O objetivo da matéria é explicar como os estúdios se adaptam para o rock´n´roll. Buscar catalogar o maior número de estúdios possíveis para posteriormente ser produzido um guia de estúdios. Explicar como se monta e como funciona um home estúdio. Demonstrar, através de filmagem de equipamentos, o que um estúdio tem a oferecer para as bandas.
Enfoque / Viés
Será uma matéria de serviços. Terá como objetivo disponibilizar aos usuários informações sobre os estúdios da cidade e segmentá-los por categoria. Estúdios para ensaio, para gravação e ensaio-gravação. A idéia é fazer um guia com informações sobre os principais estúdios da cidade. Estúdios que se dediquem exclusivamente ao rock´n´rool terão prioridade. Contudo, qualquer estúdio que trabalhe com o segmento deverá ser relatado neste guia de serviços. Pretendemos explicar como pode ser montado um estúdio em casa e como ele funciona. Mostrar como funciona os equipamentos de um estúdio e o que eles podem oferecer as bandas. A matéria usará um estúdio, e um home estúdio, para ilustrar o funcionamento geral.
Desdobramento / Contextualização
1ª Tela – A primeira tela apresentará o tema da reportagem. Haverá a imagem de um estúdio. Nesta tela, haverá um texto inicial, apresentação, que contextualizará o assunto
para os usuários explicando o que é um estúdio, como funciona e qual a sua importância para o cenário do rock em Salvador. O texto servirá de base para as outras informações da matéria. Haverá um link que levará o usuário para uma seção onde ele encontrará mapas que mostrarão como encontrar alguns estúdios. Haverá também links que encaminharão o usuário a uma tela que conterá informações sobre estúdios da cidade. A idéia é disponibilizar informações sobre o maior número possível de estúdios. 2ª Tela – A segunda tela levará o usuário a conhecer informações sobre alguns estúdios de Salvador. Nele, o usuário poderá encontrar o perfil do estúdio, equipamentos, preços, horários, serviços, perfil do estúdio e meios para contatos como: telefone, site ou e-mail. Esta tela terá imagens de estúdio. 3ª Tela – A terceira tela levará o usuário a uma sessão onde estarão disponíveis mapas que localizem graficamente alguns estúdios de Salvador. A tela terá mapas com nomes de ruas próximas ao local e com setas que indiquem o melhor roteiro para chegar ao estúdio.
Arquitetura da Informação
1
2
3
Fontes
* Armando Menezes (Proprietário de Estúdio) / 71-8896-9749, 71-3387-9749 * Danilo Monteiro (Músico) / 71-8849-2226 * Sandro Sales (Proprietário de Home Estúdio) / 71- 3306-7106 * Raphael Mileski, (Proprietário de Estúdio) / 71- 8154-0971 * Anael Moreira (Músico) / 71-9615-9177 Os músicos entrevistados relatarão na matéria quais são os principais aspectos atentados na hora de escolher um estúdio para ensaio. Falarão sobre a estrutura técnica, em geral, dos estúdios que conhecem e se já tiveram algum problema em algum estúdio como perder algum material, se machucar com problemas estruturais do estúdio, etc.
APÊNDICE 06 Pauta Entrevista Repórter
Eduardo Pelosi Rocklivre
Pauteiro
Eduardo Pelosi Data
29/08/2007
Prazo
10/09/2007 Retranca
Entrevista Viktor Lemoz (Cobalto) Histórico / Informações
A entrevista será realizada com o músico Viktor Lemoz, vocalista da banda Cobalto. Lemoz é o novo vocalista da banda de metal independente, criada em 1999, que lançará seu novo disco “Metamorphic” no início de Setembro. O último CD da Cobalto, “Elemental”, projetou a banda internacionalmente, durante o último ano, o grupo fez tournê pela Europa, tocando em países como Finlândia, Alemanha, República Tcheca e Bélgica, e de férias no Brasil com shows no mesmo palco de bandas renomadas mundialmentes, como Kreator, Whitesnake e Apocalyptica. Enfoque / Viés
A sugestão é entrevistar o músico para saber como ele começou sua carreira, que trabalhos já foram realizados, como foi o processo de ingresso na Cobalto e como ele está planejando a nova fase da carreira. Desdobramento / Contextualização
A entrevista deve ter trechos em texto, com ampliações do tema em vídeo e áudios de músicas do novo álbum gravado pelo músico. 1ª Tela – A tela inicial vai situar o leitor sobre a história do personagem em texto, vai expor o início do diálogo, com as principais questões destacadas na edição e com o uso imagens ilustrativas. Além do conteúdo, esta tela vai trazer um link para a versão completa em áudio, um resumo em vídeo e outro para a versão completa em texto, da entrevista, para oferecer uma opção ao usuário que não possa ou não queira acessar o conteúdo multimídia.
2ª Tela – A segunda tela trará a entrevista completa, editada, em formato de vídeo, com frases importantes destacadas e um link para a versão em texto da entrevista. 3ª Tela – Esta tela vai exibir a versão em texto da entrevista, com fotos ilustrativas, trechos de produções do músico em áudio e com um link para a versão em vídeo da entrevista. Sugerimos fazer uma pequena matéria com os outros integrantes da Cobalto, falando sobre o novo lançamento e o novo vocalista e linkar à entrevista, como uma quarta tela.
Arquitetura da Informação
1ª Tela
2ª Tela
3ª Tela
Fontes
Viktor Lemoz E-mail: vhdesignbr@gmail.com MSN: vhdesignbr@hotmail.com Tel: 71 8112.3060
APÊNDICE 07 Pauta Matéria Emos Repórter
Thiago Góes Site: Rock Livre!
Pauteiro
Thiago Góes Data
29/08/2007
Prazo
10/09/2007 Retranca
Emo - Comportamento Histórico / Informações
A expressão Emo tem causado polêmica no cenário do Rock atual. Mas, o que vem a ser Emo? É um gênero musical recente, baseado no Hardcore melódico, ou Emocore como também é conhecido, que atrai diversos adeptos que enxergam na essência do gênero musical um cúmplice para os sentimentos mais profundos dos adolescentes. O Emocore tem adeptos espalhados por todo o Brasil e muitos de seus membros têm a banda CPM22 como a principal referencia do estilo no Brasil Os locais preferidos dos Emos para encontrar os amigos são shoppings e cinema. As letras são extremamente sentimentais e é possível identificar um Emo pela roupa que ele veste. Meninos e meninas vestidos com roupas coloridas, quase em tons “bebês”, com maquiagens escuras nos olhos, franjas longas escondendo parte do rosto, fazem parte do contexto estético escolhido pelos adeptos. A palavra Emo vem da abreviação do inglês emotional hard core, e teve origem em Washington, nos Estados Unidos. O gênero nasceu na década de 80 e ganhou força no Brasil recentemente no início de 2001. No Brasil, a primeira banda a se declarar adepta do estilo Emo foi a Dance of days, que já tem oito Cds independentes gravados. O estilo Emo prega que toda forma de manifestação de sentimento é válida e que o importante é demonstrar o que sente. No entanto, o estilo Emo não é visto com tanta passividade por muitos que não são adeptos ao gênero. No Orkut, existem mais de cem comunidades que repreendem o “estilo Emo de ser”. Entre as comunidades mais curiosas estão: Se emo é punk Xuxa é Heavy M. (33.290 membros), Até o leão virou emo (27.457 membros), Filtro anti emo
no orkut já! (25.589 membros), Se ema é bixo emo é bixa (79.979 membros). Em Salvador, os Emos ainda são poucos se comparados a outros gêneros do rock, mas é interessante identificar bandas que realizem o estilo musical Emo, saber como eles lidam com o preconceito e como convivem com outros estilos musicais, além de saber como descobriram o gênero musical. As bandas Throw Up, The Losers e Hard Call podem explicar melhor como funciona o circuito Emo em Salvador.
Enfoque / Viés
Será uma matéria de comportamento. Terá como objetivo traçar um perfil do estilo Emo em Salvador. É importante saber como eles se comportam, quais as principais bandas que eles escutam, como são tratados e como tratam as tribos de outros estilos musicais. É interessante mostrar tudo aquilo que identifique o estilo Emo. As gírias, as roupas, os gostos e se o estilo Emo varia de uma região para a outra. E importante entrevistar integrantes de bandas Emos, como The Losers e a Hard Call, adeptos do estilo Emo e integrantes de comunidades que apoiam e que rejeitam o estilo Emo. É interessante verificar também por que existem bandas que tocam o Emocore, mas não se consideram bandas Emo.
Desdobramento / Contextualização
1ª Tela – A primeira tela apresentará o tema da reportagem. O texto contextualizará o usuário sobre o universo Emo. Ao final do texto haverá links externos com reportagens de outros sites sobre o universo Emo, para que o usuário possa procurar mais informações sobre o assunto, se assim desejar. Entre o texto estarão links que levarão o usuário para uma sessão com vídeos de bandas Emos. Outro link levará o usuário a uma sessão com arquivos de áudios de bandas Emo. 2ª Tela – Através de links integrados ao texto, o usuário será levado a uma segunda tela levará no qual o mesmo poderá assistir a vídeos de bandas Emos. 3ª Tela – Por meios de links integrados ao textos, o usuário chegará a terceira tela que disponibilizará ao usuário uma sessão de arquivos de áudio.
Arquitetura da Informação
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Fontes
* Banda The Losers Contato: thelosers_@hotmail.com Fotolog: www.fotolog.net/thelosers_ Trama Virtual: www.tramavirtual.com.br/the_losers Purevolume: http://www.purevolume.com/thelosersca Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1738035
* Banda Hard Call Fotolog: http://www.fotolog.com/hardcallrock Purevolume: http://www.purevolume.com/hardcall Myspace: http://www.mysapce.com/hardcallrock Youtube: http://www.youtube.com/user/ramortis Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1758392
* Thay (Proprietária da uma comunidade favorável ao Emo no Orkut) http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=15297039948115848555 (Perfil) http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8760167 (Comunidade)
* Isa (Proprietária da uma comunidade favorável ao Emo no Orkut) http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=12531435282295435870 (Perfil) http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=12597383 (Comunidade)
* Yuri Siqueira (Proprietário de uma comunidade contra o Emo) http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=12180836025282718033 (Perfil) http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=5322446 (Comunidade)
* Jéssica Trombini (Proprietária de uma comunidade contra o Emo) http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=15379864067971755862 (Perfil) http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1664455 (Comunidade)
APÊNDICE 08 Agenda de Shows Novembro / 2007
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
No War! Yes Rock! 01 de novembro (quinta-feira) as 22:00hs Zauber Multicultura (Ladeira da Misericórdia - Centro) R$ 12,00 (Antecipado) e R$ 15,00 (No local) Zefirina Bomba (PB). Djs: Nilmahal e Jerus Nazdac. Convidados: Pessoas Invisíveis e The Honkers 8894-1381 / 9983-3342 / 3326-2964
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Laboratório Acústico da Cascadura 01 de novembro (quinta-feira) as 22:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) R$ 12,00 + R$ 5,00 de consumação Banda Cascadura + participações especiais 3334-6640
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Acord + Quarteto de cinco no World bar 02 de novembro (sexta-feira) as 21:00hs World Bar - Rua Dias D'Ávila, 26 - Barra R$ 7,00 Banda Acord e Quarteto de cinco + Cerveja dobrada até às 23:00 horas 3264-5223
Evento Data e horário Local
Água suja e Jam Session 02 de novembro (sexta-feira) as 22:00hs Mosteiro de Francisco, Av. Oceânica, 613 - Barra (ao lado da clínica - Planeta Animal) R$ 7,00 (Couver artístico) Água suja + convidados 9957-47663 / 9957-4663 / 3247-2572
Preço Atrações Informações Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Hallowen Beatlemaníaco - Beatles In Senna 03 de novembro (sábado) as 22:00hs Mosteiro de Francisco, Av. Oceânica, 613 - Barra (ao lado da clínica - Planeta Animal) R$ 7,00 (Couver artístico) Beatles in Senna 9957-47663 / 9957-4663 / 3247-2572
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Workshow de Jone Frank 07 de novembro (quarta-feira) as 13:30hs Praça da Piedade – Centro – próximo ao Shopping Center Lapa Gratuito Jone Frank 8887-1334
Evento Data e horário Local Preço
Show com a Banda Rad + e Convidados na Boomerangue 07 de novembro (quarta-feira) as 22:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) R$ 10,00 (sem taxa de consumação)
Atrações Informações
Banda Rad + convidados 3334-6640, 3267-2312, 9985-2190, 8737-0105
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Willy W Eletroacústico 08 de novembro (quinta-feira) as 21:00hs Creperia Sacre 227 (Rua da Paciência 227 - ao lado da farmácia Santana - Rio Vermelho) Couvert artístico R$ 6,00 (seis reais - sem consumação mínima) Willy W e convidados 9163-3257
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Laboratório Acústico da Cascadura 08 de novembro (quinta-feira) as 22:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) R$ 12,00 + R$ 5,00 de consumação Banda Cascadura + participações especiais 3334-6640
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Abismo Solar, From Hell e Mundo Tosco no Dubliners Iris Pub 09 de novembro (sexta-feira) as 22:30hs Dubliners Irish Pub – Av. Sete de setembro, 3691 - Porto da Barra R$10,00 – com direito a duas bebidas – Obs.: O estabelecimento não aceita cartões de credito. Abismo Solar, From Hell e Mundo Tosco. 3264-6698
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Sua nota é um show – Lobão e Cascadura 09 de novembro (sexta-feira) as 18:30hs Concha Acústica do TCA (Teatro Castro Alves) - Campo Grande 10 (dez) notas ou cupons fiscais Lobão e Cascadura 3339-8014
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Show com a Banda Koyotes 09 de novembro (sexta-feira) as 21:00hs Rock´n Sandwich (em frente ao Bom preço do Rio Vermelho) Gratuito Banda Koyotes Não divulgado
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Attrito Rock - Bandas Novas (2ª Final) 10 de novembro (sábado) as 14:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) 8,00 (antecipado) e 15,00 (com 5,00 podendo ser revertidos pra consumo) - na porta Festival de bandas novas – Atrações não reveladas 3334-6640
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Mangue Beat in Concert 10 de novembro (sábado) as 18:00hs Concha Acústica do TCA (Teatro Castro Alves) - Campo Grande R$ 12,00 (meia - antecipado - 1º lote) e R$ 15,00 (meia) Otto, Mundo Livre S/A e Pirigulino Babilake 3339-8014
Evento Data e horário Local
Festa Havaiana 10 de novembro (sábado) as 20:00hs Praia de Stella Mares
Preço Atrações Informações
R$ 25,00 Chimarruts, Diamba, Circuladô de Fulô, Capitão Parafina e os Haoles 3533-5000, 8807-0877, 3331-8798
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Mangue Beat in Concert 10 de novembro (sábado) as 18:00hs Concha Acústica do TCA (Teatro Castro Alves) - Campo Grande R$ 12,00 (meia - antecipado - 1º lote) e R$ 15,00 (meia) Otto, Mundo Livre S/A e Pirigulino Babilake 3339-8014
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Show com Cidadão Instigado e Radiola 10 de novembro (sábado) as 22:00hs Zauber Multicultura (ladeira da misericórdia centro) R$ 12,00 (com canhoto do Show Mangue Beat in Concert) e R$ 14,00 (na hora) Cidadão Instigado e Radiola 9619-5245
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Cavern Beatles - 2ª Temporada! 10 de novembro (sábado) as 21:00hs Creperia Sacre 227 (Rua da Paciência 227 - ao lado da farmácia Santana - Rio Vermelho) R$ 8,00 (Sem Consumação) Cavern Beatles 9619-5245
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Cascadura Private Hell's Club 10 de novembro (sábado) as 22:00hs World Bar (Rua Dias D'Ávila, 26 - Barra) R$ 10,00 + R$ 5,00 de consumação Banda Cascadura e convidados 3264-5223
Evento Data e horário Local
Maniac Metal Fight III – 3º Round 11 de novembro (domingo) as 17:00hs Café Teatro Sitorne (Rio Vermelho – na rua do colégio Manoel Devoto, em frente ao Bompreço) R$ 8,00 (Antecipados) e R$ 10,00 (Na porta) Knightrider, Soul Brave, Draconi e Burning Heart 3354-1735
Preço Atrações Informações Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Titãs e Paralamas 11 de novembro (domingo) as 18:30hs Concha Acústica do TCA (Teatro Castro Alves) - Campo Grande R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia) primeiro lote / R$ 60,00 (inteira) / R$ 30,00 (meia) segundo lote. Titãs e Paralamas + participações de Carlinhos Brown e Marcelo Camelo 3339-8014
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Lançamento CD do Lampironicos 14 de novembro (quarta-feira) as 22:00hs Zauber Multicultura (ladeira da Misericórdia - Centro) A confirmar Lampironicos + participações especiais + djs. 9983-3342 / 3326-2964
Evento Data e horário
Não passe o feriado em casa! 15 de novembro (quinta-feira) as 14:00hs
Informações
Iderium Bar (Rio Vermelho) - Rua Guedes Cabral, 20 R$ 7,00 Cardiac (SP) e One Last Sunset (SE). Pocket show com: Diante dos Olhos, Ocarina, Lumpen, Veredicto, Feeling This, Vulgo, Joke e Dxkt 3334-0967
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Laboratório Acústico da Cascadura 15 de novembro (quinta-feira) as 22:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) R$ 12,00 + R$ 5,00 de consumação Banda Cascadura + participações especiais 3334-6640
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Show Com Forgotten Boys (SP), Demoiselle, The Honkers e Mortícia 16 de novembro (sexta-feira) as 22:00hs Zauber Multicultura (Ladeira da Misericórdia - Centro) R$ 15,00 Forgotten Boys (SP), Demoiselle, The Honkers e Mortícia 9143-6122 / 3381-3906 / 3283-7666
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
O melhor do pop rock com as bandas SR40 e Jai Luna 17 de novembro (sábado) as 21:00hs Bar Bond Canto - Rua Lídio Mesquita, 51 – Rio Vermelho R$10,00 - na porta, R$10,00 – casadinha antecipada, R$7,00 ingresso antecipado SR40 e Jai Luna 3492-4193 / 3326-7266 / 9998-1457
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Transformers' Party! 17 de novembro (sábado) as 22:00hs Zauber Multicultura (Ladeira da Misericórdia - Centro) R$10,00 U.D.R (MG), Solange, Tô aberta!, DJ Adriana Prates e VJ Crazymonkey + Curtas animados + HQ's + Intervenções artísticas 8721-1879
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Rock na cidade baixa 17 de novembro (sábado) as 16:00hs Clube de Regatas Itapagipe – Ribeira R$ 5,00 Five Head, Overflow, Cronica 167, Hard Call, Metropolis e Dinastya Não divulgado
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Matinê Cascadura (para menores) 18 de novembro (domingo) as 18:00hs Café Teatro Sitorne (Rio Vermelho – na rua do colégio Manoel Devoto, em frente ao Bompreço) A ser confirmado Banda Cascadura + participações especiais 3354-1735
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Matiz e Pessoas Invisíveis 18 de novembro (domingo) as 18:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) R$10,00 (sem taxa de consumação) Matiz e Pessoas Invisíveis 3334-6640
Evento
Show com a Banda Rad + e Convidados na Boomerangue
Local Preço Atrações
Data e horário Local Preço Atrações Informações
21 de novembro (quarta-feira) as 22:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) R$ 10,00 (sem taxa de consumação) Banda Rad + convidados 3334-6640, 3267-2312, 9985-2190, 8737-0105
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Laboratório Acústico da Cascadura 22 de novembro (quinta-feira) as 22:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) R$ 12,00 + R$ 5,00 de consumação Banda Cascadura + participações especiais 3334-6640
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
2ª Convenção de Tatuagem da Bahia 23 de novembro (sexta-feira) as 18:00hs Ginásio de Esportes de Lauro de Freitas R$ 10,00 + 1k de alimento Banda Cascadura, Demoiselle, Roots Nayabinghi, Incactus Não divulgado
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
1º Encontro de Blueseiros de Salvador 23 de novembro (sexta-feira) as 22:00hs Bar Fuar Fuia – Av Simon Bolívar (ao lado do Hotel Solar da Bahia) R$ 10,00 Água suja + convidados 3232-9562
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Utsupra e Os três procurados 23 de novembro (sexta-feira) as 23:00hs Nhô caldos – Rua da Paciência, 116 - Rio Vermelho Gratuito. Koudan, Andirá, Apollion, Soul Brave, Infinite e mais uma banda a confirmar. 3335-1004
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
IV Dark Cerimonial 24 de novembro (sábado) Clube de Engenharia – Rua Carlos Gomes, 31 - Centro R$ 15,00 Luxúria de Lilith, Litania Ater, Sacrilégios, Nuntus e Imperial Baphomet 3492-1183 / 3322-3149
Evento Data e horário Local Preço Atrações
2ª Convenção de Tatuagem da Bahia 24 de novembro (sábado) as 15:00hs Ginásio de Esportes de Lauro de Freitas R$ 10,00 + 1k de alimento Matanza (RJ), Retrofoguetes, Suspensão e Freak Show com Freak Cube La Chica Ganchos (GO), Yglo (GO), Os Mizeravão, Lou, Theatro de Séraphin Não informado
Informações Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Cavern Beatles - 2ª Temporada! 24 de novembro (sábado) as 21:00hs Creperia Sacre 227 (Rua da Paciência 227 - ao lado da farmácia Santana - Rio Vermelho) R$ 8,00 (Sem Consumação) Cavern Beatles 9619-5245
Evento
Cascadura Private Hell's Club
Data e horário Local Preço Atrações Informações
24 de novembro (sábado) as 22:00hs World Bar (Rua Dias D'Ávila, 26 - Barra) R$ 10,00 + R$ 5,00 de consumação Banda Cascadura e Radio Nave 3264-5223
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
2ª Convenção de Tatuagem da Bahia 25 de novembro (domingo) as 14:00hs Ginásio de Esportes de Lauro de Freitas R$ 10,00 + 1k de alimento HeadHunter DC, Premiação do Concurso de Tattoo, King Kobra, Necropsy Room (GO), Cobalto, Sangria, Hell Label Não informado
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Ronei Jorge e Os Ladrões de bicicleta 28 de novembro (quarta-feira) as 22:00hs Tom do sabor – Rua João Gomes, 249 – Rio Vermelho Couvert: R$ 30,00 Ronei Jorge e Os Ladrões de bicicleta 3334-5677
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Laboratório Acústico da Cascadura 29 de novembro (quinta-feira) as 22:00hs Boomerangue Eventos (Rua da Paciência, 307, Rio Vermelho) R$ 12,00 + R$ 5,00 de consumação Banda Cascadura + participações especiais 3334-6640
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Sua nota é um show – Pato fu 30 de novembro (sexta-feira) as 18:30hs Concha Acústica do TCA (Teatro Castro Alves) - Campo Grande Trocado por 10 (dez) notas ou cupons fiscais Pato fu, Ronei Jorge e Os Ladrões de bicicleta 3339-8014
Dezembro / 2007
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Bahia Pop 01 de dezembro (sábado) as 21:00hs Wet'n Wild – Av. Luis Viana Filho - Paralela Pista: R$25,00 (meia), Camarote: R$40,00 Natiruts, Adão Negro, Charlie Brown Jr. e Márcio Mello 3176-4200, 3342-4000
Evento Data e horário Local
Hoje você morre a sangue frio 01 de dezembro (sábado) as 19:30hs Rock Sandwich - Av. Osvaldo Cruz - Rio Vermelho (Em frente ao colégio Manoel Devoto). R$ 3,00. Banda Sangue Frio Não divulgado
Preço Atrações Informações Evento Data e horário Local
16 anos de Malefactor 02 de dezembro (domingo) as 15:00hs Café Teatro Sitorne (Rio Vermelho – na rua do colégio Manoel Devoto, em frente ao Bompreço)
Preço Atrações Informações
Não divulgado Malefactor, Violentrash e Megaorion + participações especiais 3354-1735
Evento Data e horário Local
Willy W Eletroacústico 06 de dezembro (quinta-feira) as 21:00hs Creperia Sacre 227 (Rua da Paciência 227 - ao lado da farmácia Santana - Rio Vermelho) Couvert artístico R$ 6,00 (seis reais - sem consumação mínima) Willy W e convidados 9163-3257
Preço Atrações Informações Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
Maravilhoso Natal do Retrofoguetes 14 de dezembro (sexta-feira) as 22:00hs Zauber Multicultura (Ladeira da Misericórdia - Centro) R$ 15,00 - (R$12 até meia-noite) Dj Rex versus Dj Nancyta, Dj Chico versus Dj Cebolae e + vocalistas de bandas da cidade. 9983-3342 / 3326-2964
Evento Data e horário Local Preço Atrações Informações
2º Heavy Metal Force 22 de dezembro (sábado) as 20:00hs Anexo do Clube de Engenharia – Rua Carlos Gomes, 31 - Centro R$ 6,00. Koudan, Andirá, Apollion, Soul Brave, Infinite e mais uma banda a confirmar. 3492-1183 / 3322-3149
APÊNDICE 09 Coluna do Rogério Pinheiro Rock independente e You Tube. Por Rogério Pinheiro. (Fundador do site BahiaRock, ex-integrante da banda Josh, apreciador do rock independente soteropolitano e de boas bebidas) As bandas da cena independente sempre procuraram meios alternativos para divulgar suas músicas, afinal, é indispensável propalar seus sons e ideais. Porém, competir com o mainstream sempre foi algo um tanto quanto difícil, principalmente por problemas de ordem financeira. Com o surgimento do YouTube! muitas bandas viram que esta seria uma boa oportunidade de divulgação, e começaram a espalhar seus vídeos pelo mundo afora. Muitos aproveitam e gravam um clipe ao vivo, pois os custos são menores. Hoje, não somente quem se mantém no underground utiliza este recurso, mas também o mainstream utiliza-se deste site para divulgar seus clipes e shows. Dessa forma, foi levantado um importante ponto. Já que existem tantas bandas com vídeos no YouTube!, por que não escrever sobre algumas delas? Assim, ficou decidido comentar algumas dessas gravações, além de passar informações a respeito dos responsáveis pelas composições. Godmak – Artificial Program Inside Esta é uma banda que ainda está em seus primórdios e conta com os músicos Mário César nos vocais, Tiago Shade na bateria, Victor Mattos na guitarra e Ricardo Nova no baixo. Devido ao cast, a Godmak apresenta grande maturidade e bagagem musical, tendo os componentes participado de expressivos nomes da cena local como Insilent, Reflections Bleed, Mystifier, Doykod, Moral Chip e Peacemaker. Apresentam como proposta realizar um thrash industrial bastante vigoroso, e suas principais influências são Darkane, Fear Factory, Soilwork, Meshugga e The Haunted. Gravou recentemente sua primeira música (Seis estão finalizadas, e faltam cinco para fechar o primeiro álbum) e fez um clipe ao vivo da Artificial Program Inside, música que fala sobre a alienação das pessoas no contexto atual e a quebra de protocolos. http://www.youtube.com/watch?v=OlmnmW6GM14 Hoje Você Morre – Despotismo A HVM surgiu numa época em que a cidade realmente precisava de bandas barulhentas e com vocais gritados. Dessa forma Roberto Gomes, vocal, Marcelo Adam, guitarra, Rogério Gagliano, baixo, e Jera Cravo, bateria, unem-se para tocar grindcore, de forma bem trabalhada e agressiva, tendo como principais influências Helmet, Sick of it All, Slayer, Municipal Waste, Impaled Nazarene e Suicidal Tendencies. Experiência também não falta para os rapazes, que já participaram da Automata, Contenda, Adcional, Lou, A Sangue Frio, Yun Fat e Pato Rocko, entre outras.
Gravaram recentemente seu primeiro cd “Nada é tão ruim que não possa piorar”, que conta com dez faixas (Sendo nove composições próprias e A Thousand Miles, de Vanessa Carlton), com lançamento previsto para o início de novembro. Gravaram também um “clipe” – na verdade um simples vídeo de divulgação – da faixa Despotismo, que, segundo a própria banda, fala sobre “um paralelo traçado entre nazismo e satanismo moderno, tentando mostrar as diferenças e similaridades entre ambos, finalizando com uma visão pessoal sobre os temas”. http://www.myspace.com/hojevocemorre http://www.fotolog.com/hojevocemorre http://www.youtube.com/watch?v=G8XcsD9E5pA
APÊNDICE 10 Coluna do Cláudio Pan Brinquedoteca Sonora Americana Por: Cláudio Pan (Caçador de novas bandas, bem interessantes e promissoras, de todas as tendências, no Myspace) Assim, pessoas lado b de um grande projeto podem criar seus grandes projetos também. Essa figura, o homem por trás do Half-Handed Cloud, anda de ônibus pelos Estados Unidos da América assinando papelada de hotel como trombonista da banda do Sufjan Stevens, os Illinoisemakers. Bem. O sujeito parece ter saído diretamente de um filme do Wes Anderson, essa mente fantasiosa que reproduz os estados unidos lindamente através de um vasto acervo de estereótipos complexos provindos da história do entretenimento. Ou melhor: ele saiu de um deles - A Vida Marinha de Steve Zissou, Os Excêntricos Tennenbauns. Criatura das profundezas da cultura americana, este rapaz californiano une o sonho americano lo-fi da década de 90 (Guided by Voices, Yo La Tengo, em termos) ao espírito americano de pom-pons psicodélicos em campos de futebol americano adolescentes sessentista: no quartinho em que grava as músicas, Brian Wilson dos Beach Boys certamente jogaria um videogame estilo Toe Jam & Earl, fumaria um no esquema e comeria uns hamburgueres, entre uma sessão e outra de gemas pop-indie no talo. O cara, John Ringhofer (se alguém tinha alguma dúvida sobre sua procedência relacionada ao imaginário Wes Anderson, acabou), certamente sintonizado com Sufjan, Danielson e toda a cena brooklyn-folk, esculpe em seu som a unidade da música americana, em torno do encontro lúdico entre suas raízes e suas sonoridades. Fazendo o banjo e o tecladinho barato (tipo Casio) conversarem muitas vezes como uma pequena orquestra de brinquedo, o cara faz um som que eu só posso classificar como: refinado nacionalismo weird. PS: Pra não ficar só na ronda pelas instituições da América, bom registrar que o sotaque synth-kinks (banda mais vitoriana - inglesa impossível) da 'Foot on the brake', quarta música, é irresistível. http://www.myspace.com/handycloud
APÊNDICE 11 Especial Rock nos Anos 90 Anos 90
Quando o rock de Salvador se transformou por: Eduardo Pelosi
Enquanto o Grunge nascia em Seattle no início dos 90, grandes bandas brasileiras como Paralamas e Titãs enfrentavam dificuldades para vender discos. Em Salvador, Úteros em Fúria, Dr. Cascadura, Head Hunter D.C. e Dead Billies surgiam para movimentar a cena local junto com Cravo Negro, Treblinka e Utopia. Entre o final da década de 80 e o começo dos anos 90 onde o rock sofria transformações em todo o mundo, de acordo com Fábio Cascadura [vocalista da banda Dr. Cascadura] a cidade vivia "uma verdadeira ressaca na cena rock, até o surgimento de bandas como Úteros em Fúria", considerada por Fábio como a referência fundamental no rock de Salvador da época, que influenciou o crescimento da cena. "A Úteros em Fúria foi uma banda sem precedentes em Salvador, os caras mandavam muito bem ao vivo", complementa Rodrigo Nunes [exbaterista da Inkoma, antiga banda de Pitty, e da Pimps]. O músico e produtor Luisão Pereira [ex-guitarrista da Penélope] tocou até 1992 na banda Cravo Negro. Nessa época, segundo Luisão o surgimento de novas bandas já proporcionava a Salvador uma renovação no rock. "Durante a década de 90, contávamos com um ambiente onde existiam duas ou três cenas em paralelo. As bandas locais tinham espaço na rádio e o público dos eventos era bem maior", conta Luisão. Eduardo Aguadé, frequentava os shows na época e continua comparecendo aos eventos hoje. Para Eduardo, as bandas da época eram ótimas, mas os shows também tinham problemas, principalmente embaixo do palco. "O público era muito segmentado. Uma pessoa de outra tribo em um show de Metal, por exemplo, era descriminada, podia até rolar briga. Hoje vemos várias tribos diferentes no mesmo show, sem brigas e confusões", conta Eduardo.
Rock de Salvador ocupava outros espaços antes da Internet Para quem freqüentava a cena na década de 90, era comum ouvir músicas bandas como Úteros em Fúria, Dr. Cascadura, Head Hunter D.C., Dead Billies, Cravo Negro, Treblinka e Utopia na programação da 96 FM e em alguns programas de outras rádios como Transamérica e a Rádio Cidade [hoje, Metrópole]. Os shows rolavam em locais como o Zouk Santana [em frente ao atual Pós-tudo], Kripton [Fashion Club], Faculdade de Economia [na Piedade], Pachá [Amaralina], o Hotel Pelourinho e o Circo Picolino. "Em Salvador haviam muitos lugares pra show. Alguns são marcantes, como o Pachá, em amaralina, o Parque de Pituaçu com o Rock'in'Bahia e a Cruz Vermelha, no Campo Grande, que sempre tinha shows de bandas de metal", conta Eduardo Aguadé, que frequenta os eventos de rock da cidade até hoje. A produção dos shows e festivais era bem diferente de hoje. Sem a Internet, as bandas divulgavam os eventos com cartazes e panfletos que eram distribuídos e colados pela cidade. “Nunca tivemos muito espaço para divulgação. A gente comprava aqueles moldes com letras vazadas, fazia o cartaz a mão e mandava tirar xerox”, explica Fábio Cascadura, vocalista da
banda Cascadura. A divulgação também era feita através do Telefanzine e nas lojas Uivo Coringa e Maniac. Raul Motta era produtor das bandas Cravo Negro e Treblinka, o seu trabalho era conseguir espaços para as bandas tocarem e buscar patrocinadores, que hoje em dia não são fáceis como na época. “Os donos de bares e empresas davam apoio, eu chegava a entrar numa loja de shopping na cara de pau e conseguia verba, hoje isso é mais difícil”, comenta Raul, que utilizava os patrocínios para pagar a divulgação e o som dos shows.
Boca a boca e Fita Demo reinavam na década de 90 Se comparada com a década passada, a rock possuem mais ferramentas hoje. O caro, a popularização do computador e gravam o disco, para só depois montar bandas Cravo Negro e Penélope.
produção de musical e a divulgação das bandas de processo de produção de uma fita demo era muito da Internet facilitaram tudo isso. "Hoje as pessoas a banda", conta Luisão Pereira, ex-guitarrista das
"Hoje todo mundo monta uma banda e quer fazer show. Tem muitos grupos que nãoo tem talento e competência. Por isso, ficam um tempinho no cenario e desaparecem. Ficou fácil hoje comprar uma guitarra, amplificador e, com a Internet, fazer uma divulgação no Orkut e Myspace. Ficou mais fácil do que era antigamente", comenta Eduardo Aguadé, que sempre acompanhou os shows da cena local. Apesar dessa vantagem, alguns espaços deixaram de existir. “Hoje, as bandas não têm espaço nos meios de comunicação da cidade, eles deixam muito a desejar, salvo algumas exceções a divulgação acabou sendo toda canalizada para a Internet”, critica Fábio Cascadura, guitarrista da banda Cascadura. Antes da Internet, Rodrigo Nunes [ex-baterista da Pimps], Luisão e Fábio contam que a divulgação era toda na base de panfletos, big-hands ou lambe-lambe [cartazes com um custo baixo, que eram colados em muros pela cidade e hoje são proibidos] e posters. Sem contar com o principal meio de divulgação, a propaganda boca a boca. Fábio lembra como era feito na época. “Tinha também o Telefanzine, que foi importante pra cena”, afirma o ex-baterista da Inkoma, Rodrigo Nunes. Tratava-se de um fanzine eletrônico, criado em julho de 1996 por Ednilson Sacramento, que através do telefone trazia notícias da cena local, shows, entrevistas e lançamentos de discos. Tudo através do número 533-6640, o custo era de ligação local.
Músicos sentem falta dos antigos festivais O rock de Salvador na década de 90 contava com alguns festivais, que foram extintos, deixando a cena local sem grandes eventos. Os músicos e freqüentadores da cena lembram com saudades do Garage Rock e do Boom Bahia Festival. É o que Luisão Pereira, Fábio Cascadura, Rodrigo Luna e Ednilson Sacramento apontam, também, como a principal carência da cena hoje. “Hoje, faltam festivais como o Garage Rock, na Faculdade de Economia, e o Boom Bahia Festival tinham um público alto”, declara Luisão Pereira, que teve a sua banda [Penélope] descoberta pela imprensa e pelas gravadoras no Abril pro Rock, festival de Recife. Rodrigo Nunes [ex-baterista da Inkoma] comenta que quase todos os shows lotavam, o público comparecia em peso, principalmente quando rolavam festivais como o Boom Bahia e o
Garage. Fábio Cascadura concorda: “Sinto falta desses grandes eventos, quando existiam festivais na cidade as bandas conseguiam uma maior projeção, conseguiam circular e se integrar dentro da cena”. Este público era em média de 600 pessoas por evento, segundo Fábio Cascadura. “Já chegamos a colocar mil pessoas em nossos shows”, relata o vocalista da Cascadura, que ainda está na ativa. Na Kripton, o público também era grande, Luisão conta que em alguns eventos a casa atingia a marca de 2.000 pessoas. Entretanto, Fábio ressalta que a quantidade de pessoas nos shows não diminuiu por falta de grandes espaços, “o público hoje é maior, porém, acontecem mais shows no mesmo dia. Os espaços não diminuíram, apenas mudaram, a cidade sempre foi carente de espaço para shows e não é só com o rock.”
APÊNDICE 12 Matéria Emos
O som Emocore e os Emos em Salvador por: Thiago Góes
O Emocore é um gênero musical que começou em Washington, nos Estados Unidos em meados da década de 80, e tem como principal característica as letras românticas ao som de Hardcore. Essa linha melódica tem seguidores por todo o Brasil. Em Salvador, os Emos, como são conhecidos os fãs do Emocore, ainda são poucos se comparados a outros gêneros do rock. Por aqui, várias bandas como Djunks, Hard Call, Lamúria, Moe já tocaram ou tocam o Hardcore melódico. Para muitos músicos e fãs as maiores referências deste estilo são as bandas paulistas CPM22 e Dance of Days e Fresno. Mesmo tendo fãs Emos, muitas bandas que fazem o Emocore não consideram ter algum tipo de ligação com o estilo. Segundo Tiago Xavier, vocalista da Hard Call, uma coisa não depende da outra. “Fazemos o Emocore, mas não quer dizer que somos adeptos do estilo Emo. Não temos nada contra, a gente procura apenas a linha musical do Emocore ” revela. A Hard Call, que já teve uma fase Emocore, atua no cenário de Salvador há quatro anos e hoje adere ao slogan “Qualquer coisa core”. Ramon Santana, guitarrista da banda, explica que o crescimento do som Emocore está relacionado ao estilo Emo e também conta como foi a experiência da banda com o estilo.
Como funciona o Emocore na cidade Não há em Salvador uma casa de shows própria para o Emocore. As bandas costumam se apresentar em locais como a Boomerangue e o Idearium no Rio Vermelho. Para Tiago Xavier, as duas casas se tornaram referência. "Atualmente são os locais onde é mais fácil encontrar bandas tocando Emocore". Ainda haviam duas casas que fecharam as portas, mas que tinham shows de Emocore, casos da Miss Modular e da Calypso. Várias bandas que fazem o Hardcore melódico na Bahia utilizam a Internet como meio de divulgação. É mais fácil criar uma página na web do que entrar na programação de uma rádio ou de um programa de TV. Alexandre Afonso, apresentador do programa de webrádio, Rock Freeday explica porque a rádio não toca Emocore. A banda Djunks, por exemplo, investe no Myspace para divulgar seu trabalho. O sistema permite que bandas ofertem arquivos de áudio, vídeo e galeria de imagens. Para Rodrigo Backham, estudante, não há meio melhor para acompanhar o artista preferido. “Em Salvador, além de comentários, só mesmo pela internet para saber o que rola. Conheci a Djunks através do Myspace. Lá acompanho a agenda deles”.
Longe de ser unanimidade O "jeito Emo de ser", como muitos adeptos do estilo chegam a frisar, está longe de ser unanimidade no cenário de rock baiano. Várias são as justificativas que muitas pessoas
encontram para não gostar deste estilo. Para o músico, Carlito Gomes, 20 anos, o interesse dos Emos está muito além do contexto musical. Os Emos não são vistos com bons olhos por muita gente. No Orkut, por exemplo, existem mais de cem comunidades contra o “estilo Emo de ser”, embora também existam comunidades a favor. Entre as comunidades mais curiosas contra o estilo estão: Se emo é punk Xuxa é Heavy Metal, com 33.290 membros, Até o leão virou emo, com 27.457 membros, Filtro anti-emo no orkut já!, que tem 25.589 membros, Se ema é bixo, emo é bixa que conta com 79.979 membros. A estudante Jéssica Trombini, que mora em São Paulo, tem uma comunidade no orkut contra os Emos e fala por que não gosta do estilo. “Não gosto de Emos por causa da coisa toda de ouvir as músicas e querer sumir do mundo, falar da vida e do mundo como se tudo fosse um inferno. Além, do que, em muitos shows, os mesmos estão sempre bêbados (pelo menos aqui onde moro), e muitos tendem ao homo ou bissexualismo”. Mesmo a polêmica sobre os Emos, em alguns casos, já tendo passado de simples discussões sobre estilos musicais, como relata a estudante Isadora Brandão, conhecida como Isa. O preconceito mencionado por seus adeptos, vem da idéia que pessoas de outras tribos do rock´n´roll tem sobre sua sexualidade. "A maioria das pessoas podem até achar isso, mas nem todo Emo é gay" comenta o estudante Leonardo Cajado, 16 anos.
Muito mais do que fãs do Emocore O termo Emo tem causado polêmica no cenário do Rock baiano. Mas, o que vem a ser Emo? A palavra Emo vem da abreviação do inglês emotional hard core. O gênero nasceu na década de 80 e ganhou força no Brasil recentemente, no início de 2001. Os Emos enxergam na essência do Emocore um cúmplice para seus sentimentos mais profundos. No entanto, não é somente pelo estilo musical que é possível identificar um Emo. Para a estudante Isadora Brandão, que freqüenta o cenário Emo há pouco mais de um ano, algumas características ajudam a identificar um Emo. Segundo Leonardo Cajado, os Emos tem uma característica própria. “O emo é fácil de ser reconhecido por que é diferente”, revela. Meninos e meninas vestidos com roupas com cores fortes, geralmente camisas de cor única, com maquiagens escuras nos olhos, franjas longas escondendo parte do rosto, calçados All Star e comportamento dócil em público fazem parte do jeito de ser e de agir dos Emos. Os locais preferidos para encontros são shoppings, em praças de alimentação, e cinema, pois aí também se concentra o público. jovem.
APÊNDICE 13 Matéria Estúdios
Músicos fazem o show que o público não vê por: Thiago Góes
Ao ver uma banda se apresentar com arranjos bem definidos, com pausas e retomadas bem feitas muitas pessoas podem se perguntar: “Como conseguem fazer isso?”. A resposta: “Muito ensaio”. É o que afirma o baterista Alessandro Santos. “Claro que além de muito ensaio é preciso um mínimo de talento e muita vontade, tudo isso é testado quando vamos para estúdio. É lá que o show acontece antes do público ver”, completa. Um estúdio musical é o espaço que bandas e artistas utilizam para ensaiar canções, compor arranjos, e até mesmo simular shows. Segundo Armando Menezes, proprietário do TNT Estúdio, existem três tipos de estúdios, mas para Heder Monteiro, baixista da Mr. Pop, é a educação musical que fará a diferença final. “O problema é quando ensaia uma coisa e no show faz outra. O estúdio é o show entre quatro paredes”, revela. São vários os estilos musicais que Salvador abriga entre suas ruas e avenidas. Impossível calcular as bandas que existem na cidade. Para Sandro Menezes, proprietário do Estúdio Blitz, o que não falta é estúdio na cidade.
Estúdios se equipam para atender a demanda Os estúdios variam de acordo com o objetivo. Existem locais que trabalham com ensaios e gravações, outros apenas gravações ou ensaios. Geralmente, os estúdios trabalham com equipamentos voltados para atender a vários estilos musicais. “Não há muita diferença. O que vai diferenciar é que tipo de instrumento você vai usar. Como o rock, bandas de pagode e axé também tem baixo, guitarra e bateria”, diz o baixista André Santos. Estúdios que dispõem de duas caixas de guitarra geralmente o fazem para as bandas de rock. Mas, os que possuem instrumentos de percussão demonstram que o espaço também é utilizado por bandas de axé e pagode. Para Armando Menezes, existem algumas diferenças entre preparar o estúdio para uma banda de rock e uma de axé, por exemplo. Cada estúdio cobra por aquilo que oferece. Para Sandro Menezes, quanto maior o custo, maior será o preço do período dos ensaios. Existem espaços para ensaio na Pituba que chegam a cobrar R$ 90 por três horas de ensaio, enquanto outros, como na Mata Escura, por exemplo, cobram R$ 30 pelas mesmas três horas.
Por dentro de um estúdio de rock “Não são muitos os estúdios próprios para rock em Salvador. Uma vez fui ensaiar em um estúdio em Brotas e havia uma banda de pagode ensaiando. Quando terminaram ainda esperamos quase vinte minutos até a banda toda esvaziar o local”, revela Cássio Prado, mais conhecido como Oliver, guitarrista da banda Dona Arcênia.
Estúdios se tornam verdadeiras saladas musicais, tamanha a variedade sonora das bandas. Mas existem espaços que se preparam para suprir as necessidades de um determinado estilo. Raphael Mileski, proprietário do RM Estúdio, explica porque abriu um estúdio voltado para bandas de rock. O local é freqüentado por bandas de rock e funciona de acordo com a agenda de ensaios. Raphael começou a trabalhar com o estúdio no ano passado e esse ano comprou duas salas no Shopping Ponto Cinco, trazendo o RM Estúdio para o Parque Júlio César, na Pituba. Segundo Raphael, questões físicas e comerciais também influenciaram para que ele montasse um estúdio para rock. No Rm poucas bandas ensaiam pela manhã durante a semana. À tarde e a noite o movimento começa a aumentar e algumas vezes os músicos ficam até 01:00hs fazendo Rock´n'roll. Nome
RM Estúdio
Localização
Alameda Pádua, shopping Ponto 5, sala 13 e 14, Parque Julio César
Preço
R$ 25,00 2 hs e R$ 30,00 3 hs
Segmento
Ensaio
Equipamentos
Uma caixa de baixo (cabeçote behringer de 450 w + meteoro 4/10 + meteoro 1/15), duas caixas de guitarra (2 cabeçote Carvin – transistor - + 2 Meteoro MHA900 4/12), bateria com quatro estantes, caixa, maquina de chimbal com chimbal) e três microfones (Shure Sm58, AKG D3000 e Audix OM2)
Contato
8164-0971 - Raphael Mileski
Quero fazer minha música sozinho Uma boa opção para quem tem um pouco de talento, dedicação e dinheiro para investir é montar o seu próprio estúdio caseiro. O Home studio, como é popularmente conhecido, é um espaço em uma residência onde é possível criar novas canções, testar novos arranjos e até mesmo produzir um CD com qualidade razoável. Com um custo mais baixo do que o de um estúdio comercial, ele pode ser montado para atender as necessidades específicas do seu proprietário. O guitarrista Sandro Salles, proprietário do Viagem home estúdio FOTOS, explica o que é necessário para montar um estúdio caseiro. O avanço tecnológico é o principal responsável pelo surgimento e popularização dos home stúdios. O desenvolvimento de softwares de gravação, que permite criar canções sozinho e o barateamento de tecnologias, programas mais sofisticados com preços mais competitivos, ajudam a popularizar os estúdios caseiros. Sandro Salles revela o quais programas são necessários para fazer funcionar um home stúdio.
APÊNDICE 14 Matéria Músicos Por que é difícil fazer rock em Salvador Quem nunca ouviu dizer que Salvador é a terra do axé? O som do carnaval é levado a todo país como símbolo da alegria que a cidade tem a oferecer. Mas, quem também já não ouviu o famoso “toca Raul” em alusão ao famoso rockeiro baiano? O problema é que a indústria do carnaval sufoca a produção de rock na mídia. Mesmo assim, muitas produções alternativas acontecem, mas esses eventos só chegam ao conhecimento do público através do boca a boca ou pela internet. Para o produtor Cláudio Coutinho, o problema está em dois fatores: cultural e comercial. “A cultura musical na Bahia premia a sonoridade, independente do contexto. Se der pra balançar o povo está dentro. Salvador, com praias e lindas mulheres, transpira sensualidade, isso reflete na musicalidade. Existem músicas muito boas, mas geralmente elas são feitas pra vender o carnaval e tocar na praia”, comenta o produtor. O rock é um gênero musical fora deste contexto. Historicamente109, ele traz uma idéia de rebeldia, revolução e liberdade que o identifica, mundialmente, como o estilo musical preferido entre os jovens. Mas, em Salvador este quadro é diferente. São justamente estilos como pagode e axé que estão entre os mais ouvidos pelos jovens. Há 28 anos no cenário do rock em Salvador, o vocalista e guitarrista Maguino Felix, ou Maguinho como é mais conhecido, identifica110 a cena musical como importante fator na formação de um público.
Como diriam os Titãs: desejo, necessidade O axé, o pagode, o forró, e até mesmo o arrocha, são estilos não tão distantes da realidade de vários músicos roqueiros. Muitos precisam, por causa do pouco espaço que o rock tem na mídia, aprender a tocar esses estilos para poder ganhar dinheiro. Para Ricardo Caldas, guitarrista da SouPop111, é importante passar por essa experiência112.
109
http://www.clubrock.com.br/news/historiadorock.htm Link para o vídeo onde Maguinho explica como sua geração conheceu o rock. 111 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=38056758 112 Link para o áudio onde o guitarrista comenta suas experiências 110
“Seria ótimo poder fazer tudo aquilo que a gente quer. Mas acho, de certa forma, que isso valoriza o rock em Salvador. Queremos um espaço para o som, mas não queremos ver o rock como algo puramente comercial. Se for assim, prefiro me manter fora da mídia. Quero ganhar dinheiro, mas quero estar feliz profissionalmente”. Ao fazer essa declaração, o vocalista Alexandre Chagas toma como base a experiência que vive. O músico participa de dois projetos diferentes. Ele toca há quatro anos em uma banda de rock chamada Temporal. Nela, toca composições próprias da banda, assim como covers de artistas como Nirvana113 e Pearl Jam114. Já no outro projeto, com a banda de forró Arrasta nó, assume a guitarra e toca o forró pé-de-serra, estilo bastante executado no nordeste entre maio e julho. “Essa época só rola isso. Como a Temporal para no meio do ano, eu aproveito para matar o cachê tocando forró. Eu preferia estar tocando rock, mas o forró é tranquilo. Já cheguei a tocar pagode por dinheiro e isso eu não quero repetir”, revela.
Rock'n'roll é no Rio Vermelho Embora existam espaços e eventos alternativos recentes implantados em São Caetano (Café Ateliê – JC Barreto), Cajazeiras, Cabula, Itapoã115 e até mesmo o Palco do Rock 116
que, apesar de acontecer somente no carnaval, é o movimento mais diversificado de
rock de Salvador, é ainda no Rio Vermelho que se encontra o maior foco de eventos destinados ao rock independente. O Rio Vermelho é conhecido como palco obrigatório para bandas iniciantes. Casas de show como Boomerangue117, Nhô Caldos118 e Idearium119 abrem espaço para bandas de rock darem “voz” as suas guitarras. Anael Moreira, vocalista e guitarrista da banda Cirúrgica, fala120 sobre isso.
113
http://www.nirvana-music.com/ http://www.pearljam.com/ 115 http://www.garagemmp3.com.br/dimensoes-distorcidas 116 http://www.accrba.com.br/ 117 http://www.boomerangueeventos.com.br/ 118 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=15950434 119 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1407202 120 Link para o áudio de Anael 114
Para Alex Góes, cantor e sócio da Boomerangue, o Rio Vermelho é uma referencia para música na Bahia. "O Rio Vermelho é o melhor bairro para a noite em Salvador. A oportunidade de ter um bar aqui caiu como uma luva. Os bares da região já apresentaram, na Prefeitura, um projeto de contenção para ampliar a área de estacionamento na orla, mas nada foi feito ainda. O Rio Vermelho merecia ser como o Greenwich Village121, em Nova York".
Espaço para todos Diante de toda diversidade musical que Salvador possui o que se procurar atingir é o equilíbrio e a tolerância entre gêneros musicais diferentes. Para Jarbas Murilo, vocalista da SouPop, é importante continuar produzindo. “E preciso criar, não só músicas como também oportunidades. O cenário é forte, há muita coisa boa e uma hora a mídia não vão ter mais como ignorar”, comenta. Para o baterista Jair Rocha, que toca na banda de axé, Bafafá122, e nas horas vagas se divide entre dois projetos, Os Manos Pretos123 e a Formação objetiva124, o mercado ainda não privilegia a diversidade. “Em um mercado tão competitivo ainda é importante que alguém indique músicos para projetos. Mas, se o cara não for bom, não fica. A mídia promove a música do entretenimento e estilos de cunho social como o rock e o reggae não tem esse perfil. Conheço várias bandas que não estão no mercado por esse motivo”, analisa. Mas mesmo com a falta de apoio que as bandas tem, em comparação a estilos mais comerciais, o rock não para de produzir. Para André Luiz, proprietário da Teto de Vidro Entretenimento e Marketing125, o cenário do rock em Salvador entra em uma nova fase126.
121
http://www.nycgv.com/about.asp http://www.bandabafafa.com.br/ 123 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=3533655 124 http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=17045281 125 http://www.tetodevidro.com.br/# 126 Link para o áudio de André Luiz 122
APÊNDICE 15 Matéria Casas de Shows Rock de Salvador em busca de bons palcos por: Eduardo Pelosi Conhecida como terra do Axé, a Bahia também possui uma grande quantidade de bandas de Rock. Em Salvador, nos finais de semana acontecem de três a quatro shows por noite. A movimentação nos palcos da cena underground é intensa, mas falta estrutura para as bandas mostrarem seu trabalho. O rock independente de Salvador cresce desde a década de 1990. De acordo com o site PalcoMp3, mais de 150 bandas atuam hoje na cidade. Apesar disso, músicos e produtores reclamam da falta de locais preparados para receber eventos, que geralmente são adaptados. Atualmente, os shows rolam em casas de pequeno e médio porte, o ingresso varia entre cinco e vinte reais. De acordo com o produtor musical Jera Cravo, a estrutura oferecida para os eventos deixa muito a desejar. "A maioria das casas de shows são adaptadas para receber bandas e nem sempre possuem uma estrutura de palco, som e iluminação decente. Estamos realmente carentes de bons lugares para tocar", conclui. Para Rafa Breschi [também conhecido como RB], vocalista da Lo Han, ainda não há uma casa em Salvador que ofereça uma estrutura ideal. “Na maioria dos casos, o que temos são barzinhos com um espaço pra show. A estrutura é mínima, falta equipamento, espaço e estrutura pras bandas. Só temos uma estrutura legal quando acontecem festivais”, explica RB.
Rio Vermelho é o principal território do Rock A maioria dos shows de rock da cidade acontece no Rio Vermelho, que possui algumas casas voltadas para esse tipo som. O Idearium, espaço mais famoso da região, fica na praia da Paciência e comporta até 300 pessoas. A orla marítima e o Centro também abrigam alguns espaços, como o Dubliner's Irish, um pub bem no estilão irlandês na Barra, e a Zauber Multicultura, localizada no Comércio e com capacidade para 400 pessoas. Para Alex Góes, um dos donos da Boomerangue, trata-se do melhor bairro para a noite em Salvador, a única desvantagem é a falta de estacionamento. “Os bares da região já apresentaram, na Prefeitura, um projeto de contenção para ampliar a área de estacionamento na orla, mas nada foi feito ainda. O Rio Vermelho merecia ser como o Greenwich Village, em Nova York”, diz Alex. Mas há também lugares novos, desconhecidos e casas que só são utilizadas por músicos e públicos do bairro. O diretor do selo Torto Fonogramas, Sérgio Franco Filho, considera que poucos espaços têm uma estrutura aceitável e ao mesmo tempo que algumas casas fecham as portas, surgem novas oportunidades. “O Calypso, que era uma das casas mais movimentadas da cena, fechou as portas. A Zauber é um espaço bem bacana, mas é longe pra quem não tem carro, a Boomerangue e o Café Teatro Sitorne são casas bacanas e novas, no Rio Vermelho. É óbvio que existem muitas outras casas em bairros que têm quase um cenário próprio, como a cidade baixa e a periferia da cidade.”
Bandas locais tocam sem ganhar cachê As bandas locais não costumam receber cachê pelos shows, apenas dividem o lucro quando os próprios músicos produzem o evento. Sandra de Cássia, presidente da Associação Cultural Clube do Rock, ressalta que os patrocínios e apoios para as bandas independentes em Salvador são raríssimos. “99% das bandas de rock não recebem cachês. Tocam sempre de graça. As bandas são seus próprios produtores, arcam com os custos de seus shows e muitas vezes o que ganham é para bancar os eventos”, critica a presidente da associação que organiza o Palco do Rock no carnaval. Apesar disso, a realização de shows de Rock em Salvador vale a pena, é o que afirma João Carlos, diretor da gravadora Maniac Records. Para João, mesmo com custo alto, o público comparece aos eventos e há retorno. "Em 2005, mais de 4 mil pessoas foram ao show do Angra, no Espetáculo (antiga sede de praia do Bahia). No ano passado, fizemos o Maniac Metal Fest [festival que já está em sua quarta edição] no extinto Rock In Rio Café, que reuniu mais de 2 mil pessoas, este retorno é gratificante!", comenta João. O público que freqüenta os shows considera que os preços baixos e a qualidade dos grupos compensa os problemas. "Temos muitos shows bons acontecendo todo final de semana, o público é amigável e ordeiro, ao contrário do que muita gente pensa. Os shows de Rock são opções baratas, com diversão garantida", relata o estudante Renato Vieira.
Vocalista da Malcom analisa três palcos da cidade Eric Bispo, vocalista da banda Malcom, aponta os pontos positivos e negativos de três das principais casas de show. Confira a análise do cara e comente o que você acha dos espaços para shows que existem na cidade. Teatro Sitorne CONTRA: A localização ainda não é bem conhecida pelo público, o espaço é relativamente pequeno, estrutura direcionada para teatro. Não há uma estrutura de bar. PRÓS: Estrutura de palco com suportes e espaço para performances variadas, iluminação, caixas PA, mesa de áudio e ar condicionado. Atualmente a melhor pedida para shows de baixo custo e de estrutura mediana. Idearium CONTRA: O custo da casa é caro para o que oferecem, sem equipamentos de áudio, bar da proprietária, acústica pessima. PRÓS: Boa localização, ausência de problemas com sucom, juizado de menores e coisas do tipo. The Best Hall CONTRA: Completamente fora do circuito da cena, difícil acesso para público que não tem carro, possue censura de 21 anos (impossibilitando grande parte do público rock frequentar), bar da casa e com consumação mínima.
PRÓS: Casa com todo o suporte de áudio, boa estrutura de banheiros e boite.
APÊNDICE 16 Top Livre
Viktor Lemoz, novo vocalista da Cobalto Viktor Lemoz é o novo vocalista da banda de metal independente Cobalto, criada em 1999, que acaba de lançar seu novo disco “Metamorphic”. O último CD da Cobalto, “Elemental”, projetou a banda internacionalmente, durante o último ano, o grupo fez turnê pela Europa, tocando em países como Finlândia, Alemanha, República Tcheca e Bélgica, com shows no mesmo palco de bandas renomadas mundialmente, como Kreator, Whitesnake e Apocalyptica. O músico escolheu seus dez discos, cinco f filmes e três livros preferidos, confira: CDS
Cobalto – Metamorphic Não é por ser o CD da minha banda, mas por ser um álbum onde quatro caras se dedicaram e suaram muito para que o trabalho fosse recompensado e reconhecido. Me orgulho em dizer que este é o meu CD Nº1, com toda certeza. Peso, agressividade, versatilidade e um som coeso.
Metallica – Master of Puppets Claro, tinha que estar entre os primeiros, minha vida de músico começou por causa desta banda, mas não deste CD (foi o Black Album), mas quando ouvi este CD fiquei extremamente apaixonado pelos riffs de guitarra executados, os solos, as viradas de bateria, a velocidade com a qual eram tocadas as músicas. Metallica, paixão a primeira ouvida. (risos).
Pantera – The Great Southern Trendkill Bom, tentar descrever este CD do Pantera é quase um crime pra mim, porque é a perfeição do Thrash Metal, nada bate esse CD, é porrada na orelha do início ao fim, algo extraordinário, vocais rasgados e com um teor de raiva ao extremo, riffs poderosos de Dimme Bag (R.I.P) e as pancadas nas cordas de Rex junto as viradas de Vinnie Paul.Se fosse descrever este CD diria com uma palavra: PERFEITO!
Black Label Society – Eternal 1919 Bom, o que posso dizer? Meu irmão! (risos) Melhor guitarrista do mundo, em minha opinião. Velocidade, técnica, solos alucinantes, os quais muitos não são qualquer um que executa com perfeição e neste álbum estão mais do que explícitos, além da voz surpreendente que este cara tem. Zakk Wylde, STAY STRONG! /,,/
Soilwork – Stabbing The Drama Essa é uma banda que conheço há pouco tempo, alguns poucos anos, mas que me conquistou pela subida que deu no decorrer dos seus lançamentos, dois álbuns anteriores a este não me agradam tanto quanto este, lançado em 2005 e que posso dizer, com toda franqueza e certeza, melhor álbum lançado, no gênero Death Metal, neste ano.
Machine Head – The Blackening Outra paixão, onde além de fã, sou um grande admirador do frontman desta banda, o Robbert Flyyn, um cara carismático e que conquistou o mundo com sua voz e seu carisma. Letras perfeitas e que retratam melhor que qualquer outra a vida e dia-a-dia das pessoas. O Machine Head já passou por muitos “estilos”, variou bastante suas músicas e chegou nesse CD, o qual uniu todos os álbuns da sua carreira em um só, pelo menos no meu ponto de vista.
Divine Heresy – Bleed The Fifth Banda descoberta a pouco tempo, do ex-guitarrista do Fear Factory (banda que gosto muito por sinal, mas os últimos CDS não me agradam tanto quanto estes lecionados aqui), Dino Cazares juntamente com uma revelação no vocal, Tommy Vext, o ex-baterista do Hate Eternal e mais o ex-guitarrista do Nile. Uma banda que conseguiu unir o industrial, o Death Metal e o melódico. Uma união original e que resultou num sucesso absoluto.
Darkane – Expanding Senses Descobri essa banda em 2004, se não me falhe a memória. Ouvi comentários de que era ruim, que não era um Death Metal legal, que “fugia das raízes do Death”. Comprei exatamente, este álbum e escutei.
Gostei muito! No inicio estranhei a voz do vocalista, bem diferente, mas depois me acostumei e digo, o cara canta muito, né pouco não. E também para completar, o baterista e maestro e compositor dos arranjos da banda, ai já sabe, banda perfeita até o talo!
Nevermore – Dead Heart In a Dead World Pow, Nevermore é sacanagem (desculpe o termo). Uma banda que tem um guitarrista chamado Jeff Lomis, que faz cada solo mais maravilhoso que o outro e um vocalista que canta de uma forma única e totalmente original, Warrel Dane. A banda ta completa. Esse, com toda certeza é o melhor álbum de toda carreira do Nevermore, dizem que o álbum é uma história contada por Warrel Dane e que no álbum ele chora pela perda de um ente querido.
Matanza – A Arte do Insulto Pra terminar e completar, não poderia faltar meu CD de balada, quando saio no fim de semana tem que ter Matanza, tenho que ouvir as músicas desses caras, porque é muito louco. No começo não gostava de Matanza, mas depois virou uma droga que vicia e não tem mais cura. Este sim é um álbum para sair e fazer bagunça. (risos). Filmes
Jason V (A new Beginning) JASON É TUDO! Sem mais comentários. Sou fascinado por todos os filmes, mas escolher um, seria esse, com certeza, a volta é sempre mais legal (risos).
300 Um filme incrível e que eu vi mais de 20 vezes aqui em casa, emocionante cada batalha e a vontade de vencer demonstrada no filme. O filme do ano.
Fast and Furious I Velocidade! Adrenalina! Aventura! Loucura! É comigo mesmo (risos). Filme perfeito que assisto até hoje e não canso.
Do que as mulheres gostam Um filme bastante interessante e que conta uma historia muito boa também. Estava assistindo na televisão, por acaso, quando vi que o Mel Gibson poderia ler os pensamentos das mulheres, me interessei, vi até o filme e fiquei deslumbrado com o filme. Dei muitas risadas também. Porque é exatamente na vida real (risos).
Toy Story O primeiro filme de animação gráfica e o meu maior amor, tenho em VHS e não dispenso por nada. Sei todas as falas, cenas e erros de animação deste filme, pra se ter uma idéia de como eu já o vi e como eu gosto de vê-lo (risos). Livros
O Xangô de Bakerstreet Um livro de Jô Soares, o qual só comprei por nunca ter visto um livro deste autor antes, acabei lendo e gostando, um livro que tem uma trama de suspense muito legal.
Fortaleza Digital Por acaso, comprei este livro, mas deixei-o por um bom tempo largado, acabei criando coragem e li, logo na primeira leitura já estava na metade do livro. Cada capítulo é uma nova emoção. Muito bom, aconselho!
O valor do design Meu livro de cabeceira, não largo por nada, um guia, uma biblioteca, um livro prático e que ajuda na minha profissão, dia após dia. Excelente livro e que amo de paixão.
APÊNDICE 17 Cobertura Frib Beirú
FRIB quer entrar no calendário de festivais por: Thiago Góes Em uma bela tarde de sábado, reunir a galera para ouvir muito rock. Foi com essa idéia que o público presente ao FRIB II, segundo Festival de Rock Independente do Beirú, desembarcou na associação de moradores do Conjunto Arvoredo. O FRIB é um evento multicultutal que dá chance a artistas do próprio bairro. Criado em maio deste ano pela banda Sine Qua Non. Renato Almeida, baterista fala sobre o objetivo do evento. A Sine Qua Non chamou mais três bandas: Neophonia, Valle Negro, Gramodisco para atrair a galera, que por apenas R$3,00 ouviu a mais de seis horas de muita música, poesia e irreverência. Devas e Jerby, vocalistas da banda Valle Negro, comentam a importância dos festivais e a participação da banda no FRIB II. Leonardo Bonfim, da Neophonia, e Giovane Cidreira, da Gramodisco, também falam sobre o evento A primeira edição do FRIB aconteceu em maio deste ano e contou com a participação de seis bandas, poesias e artistas de rua. Na segunda edição, realizada no dia 06 de outubro, as poesias ficaram por conta de Davi Nunes, poeta do próprio bairro, que teve o seu livro Negro Beirú, premiado na Bienal do Livro de 2007.
APÊNDICE 18 Cobertura Workshow Angra Rafael Bittencourt dá um show de guitarra por: Thiago Góes Mais do que uma aula de guitarra o workshow de Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra, foi uma excelente oportunidade para os fãs estarem mais próximos do guitarrista, que, sempre bem humorado, ainda concedeu uma sessão de autógrafos no final do evento. O público mostrava grande expectativa em prestigiar a apresentação de Bittencourt. Para Rafael Oliveira e Gabriela Cavalcanti, é uma grande oportunidade para ver o artista que acompanham de longe. Para Flávia Oliveira não é só a música que importa. Já para Camila Marques além de ver Rafael tocando, ela pode aproveitar para pegar dicas com o guitarrista. O workshow realizado no dia 27/10, no Café Teatro Sitorne no Rio Vermelho, não contou só com a presença de fãs do guitarrista. Músicos como o baixista Joel Moncorvo e o guitarrista Hugo Sá prestigiaram o evento que teve todos os ingressos vendidos. Durante o workshow era possível ver gente sentada no chão do Teatro tentando imitar com os dedos os movimentos que Bittencourt fazia na guitarra. Com sucessos do Angra, composições e clássicos do rock, Rafael divertiu a platéia com comentários bem humorados sobre técnicas de guitarra e música em geral. O evento foi organizado pelo Rock FreeDay e contou com a ajuda de vários patrocinadores. O workshow teve distribuição de brindes e ao final, durante a sessão de autógrafos, Rafael Bittencourt fez um balanço sobre a apresentação.
APÊNDICE 19 Cobertura Encarte Jam Rock
Encarte festeja um ano com muito rock por: Eduardo Pelosi
O Programa Encarte, que entrevista bandas de rock da Bahia, acaba de completar um ano. Para comemorar, os criadores do programa realizaram uma festa de aniversário, no dia 18 de outubro na Boomerangue, sem bolo e guaraná ou balões, mas com muito rock. A festa contou com a presença de 12 bandas no palco, que além de tocarem suas músicas se misturaram em jam sessions curiosas. Algumas das bandas que foram entrevistadas no programa realizaram na festa pocket shows, de vinte minutos cada. O primeiro show foi da banda Demoiselle, em seguida Stancia, Starla, Formidável Maloca (Enio e Damm), Matiz, Capitão Parafina, Pessoas Invisíveis + Vinil 69, Irmãos da Bailarina, Game Over Riverside e The Honkers para fechar a noite. O público presente era uma mistura de integrantes das bandas, amigos e fãs do programa e das bandas presentes. Entre as jams pode-se conferir a mistura de Matiz com Capitão Parafina, Vinil 69 com Pessoas Invisíveis e a Formidável Família Musical com Ênio e a Maloca. Além das apresentações, a organização do evento merece um destaque, por conseguir reunir tantas bandas e manter a pontualidade dos shows. Durante os intervalos, a trilha sonora ficava por conta da equipe do Encarte e o público também pôde conferir algumas edições do programa no telão e uma exposição com fotos dos bastidores. Rodrigo Luna – que dirigiu videoclipes de bandas como Automata, Mirabolix, Matiz e Plane of Mine [este último premiado como melhor videoclipe independente no festival Gramado Cine e Vídeo] – prestigiou a festa realizada pelos amigos, além de admirador do programa, ele já participou também da produção de algumas edições e achou interessante o formato escolhido para a realização da festa. Para Luna, o Encarte é uma importante iniciativa que abre espaço pras bandas independentes, “Além de iniciativas como essa, precisamos também de um bom festival de música e uma publicação em papel, revista ou fanzine, que abririam mais espaços para as bandas independentes”, explica.
Luz, câmera, ação! Paloma Guedes e Renato Gaiarsa tiveram a iniciativa em outubro do ano passado, o programa em formato de vídeo, começou a ser exibido no YouTube! e durante 4 meses pela TV Salvador, hoje já conta com quase 30 mil exibições no site de vídeos. A idéia de criar o programa foi de Paloma, que explica como o Encarte surgiu. Durante esse primeiro ano, Renato conta que muitas bandas entraram em contato para participar, ele explica como é feita a seleção das bandas. Renato ainda destaca que durante os vinte programas realizados muita coisa mudou. Apesar disso, existem também dificuldades, após um ano, os produtores resolveram dar uma pausa, mas não sabem se haverá continuação em 2008.
O vocalista e guitarrista da banda Starla, Rodrigo Longo, diz que, graças ao encarte, a banda pôde atingir um público muito maior. “Iniciativas com essa ampliam a difusão do trabalho realizado pelas bandas locais. O pessoal do Encarte mostrou que é possível correr atrás e fazer um produto interessante. Para a gente isso é estimulante!”.
APÊNDICE 20 Cobertura Motofest Born to be wild
Motociclistas e roqueiros juntos no Motofest por: Eduardo Pelosi e Thiago Góes
Difícil ver um motociclista numa estrada, com jaqueta de couro e não escolher como trilha sonora para a cena um rock’n’roll. Entre os dias 12 e 14 de outubro rolou o Bahia Motofest, um encontro de motociclistas baianos, no Costa Verde Tênis Club, de graça e com muito rock. Em volta da área do palco de shows, centenas de motos enfileiradas, vários stands com artigos de couro, metal e peças para motos. Na primeira noite do evento, fomos conferir o som das bandas NilBrazil [antiga New Beatles] e Lo Han, que mostraram a força da ligação do rock com motociclismo. Além dos grupos de rock, o público curtiu um show de manobras com a participação de quatro motociclistas. A banda NilBrazil apresentou um repertório mais eclético, com pop e rock. Além das composições do grupo, a banda tocou músicas de “Come as you are”, do Nirvana, até “Não quero dinheiro”, de Tim Maia. “Nós vamos tocando o que dá na telha. Tocamos baladas, rock nacional e internacional. Graças ao nosso entrosamento, não subimos no palco com um repertório fechado, criamos na hora, de acordo com a recepção do público”, explica Marcus Vergne, vocalista da banda. De acordo com Rafa Breschi, vocalista da banda Lo Han e também conhecido como RB, os motociclistas e o rock sempre tiveram tudo a ver. “A união começou na década de 50. O hino dos motociclistas é Born to be wild, do grupo Steppenwolf”, explica RB. A música ficou imortalizada como hino graças ao filme “Easy Rider”. A Lo Han não abriu mão de tocar a música, influenciado por bandas como Deep Purple, Led Zeppelin, Black Sabbath, Whitesnake e AC/DC, o grupo seguiu com seu repertório de Classic Rock. O motoqueiro Miguel Lessa, membro do grupo “Moto-estrada Mensageiros de Cristo”, conta que vai ao evento para encontrar com os amigos e com membros de outros grupos do estado. “Nós também fazemos ações de responsabilidade social, recolhemos doações de alimentos para creches e crianças. No ano que vem, queremos recolher cestas básicas aqui no evento”, ressalta o motoqueiro. Apesar da forte ligação com o rock, os motociclistas se mostram muito ecléticos. Miguel explica que “a paixão pela moto se mistura um pouco com o rock, mas não é apenas isso, gostamos também de MPB, Forró e Blues”. Um dos organizadores do Motofest e membro da Associação de Motociclistas da Bahia [AMOBA], James Leal, explica como funciona o evento e conta que são escolhidas bandas de rock para tocar no encontro porque é o que o público gosta. “Além do rock, misturamos blues, jovem guarda e samba, motociclista é a soma disso tudo”, comenta.
APÊNDICE 21 Entrevista Jera Cravo Dono do Vértice Estúdio e baterista das bandas Lou, A Sangue Frio e Hoje Você Morre conta como começou a curtir rock, fala sobre os estúdios da cidade, a cena local e sobre suas bandas. Rocklivre: Como você começou a curtir rock? Jera Cravo: Eu ouvia um pouquinho de tudo, quando era guri. Mas eu comecei a ir pra shows quando teve o do Sepultura em Salvador, em 1991. Antes já ouvia, esporadicamente, o que passava no rádio. RL: Você passou a ir também para shows de bandas locais? Jera: Eu comecei a ir pra shows de metal, que rolavam ali na Associação Atlética, também em uma casa chamada Sabor da Terra. RL: Na época havia um público específico nos shows? Jera: Eu andava só nesses shows de metal, só tinha metaleiro, não sei nem o que tinha fora isso na época. Depois é que comecei a ouvir bandas como Dois Sapos e Meio, Lisergia. Nessa época eu já tocava também, em 1996. RL: Você começou a tocar quando? Jera: Comecei em 1994. RL: Você sempre tocou bateria? Jera: Eu fiz três aulas de violão clássico, mas nem aprendi nada. RL: Você começou a tocar sozinho ou montou uma banda logo? Jera: Eu já comecei a tocar com uma banda, com três amigos. Um já sabia tocar e os outros dois compraram os instrumentos junto comigo. Eu comprei a bateria, o outro comprou uma guitarra e o outro comprou um baixo. E tinha outro que tocava já guitarra há mais tempo. A gente tocava Raimundos, “For whom the Bell tolls” do Metallica, essas porras... RL: Vocês chegaram a fazer shows? Jera: A gente fez um show, só não lembro quando foi, mas deve ter sido em 1994, por aí. O show foi ali no Imbuí, entre a Boca do Rio e o Imbuí, naquela avenida que tem ali, num barzinho. Foi a nossa banda e outra banda que chamava Hell Tracks, eu acho. RL: E a banda de vocês, como era o nome? Jera: Era Tênis Surrado. RL: Logo depois você começou a trabalhar com gravação? Jera: Não, isso apareceu lá pra 1998, na primeira vez que fui pra um estúdio, ser gravado. Eu fui com a Pimps, minha banda na época. E aí eu acompanhei o processo todo, fiquei amigo da galera, na época era Alfredo o dono do estúdio, inclusive ele é o pai do Rodrigo que toca na Djunks. Foi aí que eu comecei a me interessar. Olhava revistas e documentários sobre estúdios, depois que eu fui pros Estados Unidos, que a Internet já estava funcionando mais, eu comecei a pesquisar nela. Isso no ano anterior ao curso que eu fiz. Depois eu fiz o curso de áudio, aí entrei de vez nesse trabalho.
RL: Qual foi o curso que você fez? Jera: Foi um curso de engenharia de gravação, no Recording Institute, lá no MI [Musician Institute]. Era um curso, basicamente, de áudio. RL: Logo em seguida você voltou pra Salvador e começou a trabalhar com isso? Jera: Foi. O curso acabou em Junho de 2001, eu voltei pra cá em Novembro do mesmo ano e montei o estúdio em Março de 2002. Foi só o tempo de organizar tudo e terminar a obra. RL: O que você acha da oferta de estúdios de ensaio em Salvador? Jera: Tem muitos estúdios de ensaio, a maioria deles com bons equipamentos dentro, quase nenhum com a acústica da sala preparada para ensaio, mas tem estúdio pra todo mundo. Eu não diria que supre a demanda não, mas dá pra ensaiar. RL: Como é a qualidade técnica desses estúdios? Jera: Eles são bons em qualidade técnica. Só acusticamente que deixam a desejar, o único que eu me lembro que tem um tratamento melhor é a sala nova do Kamikaze, que fica em Brotas e do antigo Cucaracha, no Itaigara. São as únicas que me lembro que são bem trabalhadas acusticamente para ensaio. O resto é tudo “arrumadinho”, que dá pra quebrar o galho. RL: E os estúdios de gravação? Jera: Dos pequenos e médios estúdios, a maioria está no mesmo nível do meu. Tanto em equipamento, como em acústica. Dos estúdios grandes aqui nos temos estúdios bons pra caralho! O estúdio de Durval tem equipamentos “top”, que poderiam estar em qualquer estúdio do mundo, apesar da sala não ser nada demais. Tem o WR, tem o de Carlinhos Brown, que tem uma sala excelente e equipamento pra caralho também. Tem um novo, que vai abrir aqui perto, do pessoal da Sangria com outro sócio, que vai ter uma sala foda, desenhada pelo mesmo cara da Toca do Bandido, vai ter equipamentos bons. De estúdios caros nós estamos bem supridos. RL: Para as bandas novas, o que você indica para as que estão começando a compor para gravar um CD independente? Jera: Acho que o principal é ensaiar bastante. A galera acha que está tocando tudo certinho, mas no final das contas nunca está. E tem também que ouvir muita música, prestando atenção no que está acontecendo, nos discos que eles gostam, em cada parte da música, para tentar absorver as coisas boas, ao invés de ficar só ouvindo tudo por alto. Mas, basicamente é ensaiar mesmo e prestar atenção no que está fazendo. RL: Em comparação com outros períodos, como você vê a cena de Salvador hoje? Jera: Com relação às bandas, tem muitos grupos bons. Com relação aos lançamentos, está um pouco mais devagar do que os últimos dois anos, que tiveram muitos discos novos. Quanto aos shows, está a mesma merda de sempre, quase nenhum lugar pra tocar, o público incerto. A qualidade técnica das bandas melhorou um pouco em relação aos últimos anos, mas melhorou muito em comparação a dez anos atrás. A tendência é essa, as bandas melhorarem, fazer músicas com um pouco mais de cuidado e no fim das contas nadando, nadando e morrendo na praia, como sempre foi [risos]. RL: Falta alguma coisa para a cena local? Jera: Falta profissionalismo dos músicos, que vai fazer com que haja um profissionalismo das casas de shows, das pessoas envolvidas no processo de divulgar, de lançar os discos. Mas, primeiro tem que ter a mentalidade da galera que está tocando, os músicos daqui ainda são muito “porra louca”. Depois que as bandas começarem a cobrar cachê e criarem o mínimo de respeito a tendência é que os produtores de shows respeitem as bandas, isso vai fazer com que o público tenha respeito. Realmente falta profissionalismo das bandas. RL: Além do profissionalismo, você acha que falta alguma coisa do público? Jera: Eu não sei, o público é uma coisa muito incerta. A gente está meio que num limbo, a galera antiga que freqüentava muitos shows já passou da idade de ir para todos os eventos. É
um pessoal que já ta com seus 30 anos e só vai quando é uma banda que eles gostam muito. A galera um pouco mais nova, com seus 20 e poucos anos, às vezes não tem a grana pra ir pra todos os shows, ou faz outras coisas, não são freqüentadores assíduos. A galera que é adolescente, que pode até freqüentar mais, está totalmente “porra louca”, só quer saber de baixar música na Internet e ficar vendo MTV. Quando eu tinha 18 anos, todo mundo ia para os shows. Independente do que estivesse rolando, todo fim de semana a gente ia para os shows, se fosse bom a gente entrava. Eu não vejo isso acontecendo hoje. O público hoje é muito incerto, você tem uma banda e não sabe se o público é fiel. Acho que na realidade falta uma maior divulgação dos trabalhos daqui pra ver se fideliza mais o público. Talvez se tivesse mais espaço na mídia, em TV, rádio, jornais, a galera se interessaria mais. Realmente, se eu soubesse o que é preciso para laçar o público, eu já estava rico, fazendo shows todo o fim de semana. [Risos] RL: Como você vê hoje as casas de show da cidade? Jera: Das casas que a gente tem acesso pra fazer shows, a maioria é uma merda. A única que presta é a Boomerangue, que dá o mínimo de estrutura, apesar de ter um palco pequeno, mas é o melhor espaço para a gente tocar. A Zauber é uma porcaria, o Sitorne é um teatro, não é uma casa de show, o Idearium é uma porcaria, o World Bar eu fui uma vez e não pretendo ir mais, toda hora pediam para abaixar o som e nem tava alto. A Zauber não é que seja uma porcaria, a localização dela que é. A gente tem cinco, seis casas, para trezentas bandas, a oferta está muito aquém do que a gente precisa. Teriam que abrir mais umas cinco casas de porte médio, que coubessem entre 500 e 700 pessoas, para poder suprir. Aí obviamente ia dividir mais o público, é uma bola de neve. RL: Como músico, com quantas bandas você toca hoje? Jera: Estou com três bandas, A Sangue Frio, Lou e Hoje Você Morre [HVM]. A Lou está terminando o disco, Jorge Solovera [o produtor da banda] já está mixando, para ver o que a gente ainda vai acrescentar, voltamos a fazer shows agora no final do ano. A Hoje Você Morre está também para lançar o disco, gravamos mais três músicas e filmamos um clipe que será faixa multimídia no disco. A Sangue Frio é uma banda que já existia e eu entrei agora, já tem dois discos gravados e eu estou aprendendo as músicas para começarmos a fazer shows. RL: A Hoje Você Morre é uma banda nova, qual a proposta dela? Jera: A proposta é tocar para se divertir, não se estressar, fazer a música acabar o mais rápido possível [risos]. RL: Qual é a linha da banda? Jera: A linha é hardcore crossover, metal core, essas porras. Eu não conheço muito do estilo, mas acho que é metal core. A intenção é essa, fazer a música e dar risada. Acho que o público pode levar a sério, mas pra gente é só curtição. RL: E como músico, na hora de gravar, você se mete na parte técnica ou separa um trabalho do outro? Jera: Não, quando eu estou sendo gravado eu me meto totalmente. No caso da Lou eu opino menos, porque Solovera já trabalhava com a banda, antes de eu entrar. Mas com a Automata eu sempre me meti em tudo, desde a bateria até a voz, na Hoje Você Morre, também, apesar de que na HVM cada um já sabe o que vai fazer, então não tem muito que mecher. Hoje em dia, eu quero me meter sempre, só na Lou mesmo que já tinha outra pessoa encarregada, então prefiro lavar minhas mãos.
APÊNDICE 22 Lançamentos Salvador Lampirônicos – Caia na Madrugada O antigo vocalista, Nikima, saiu da banda pouco antes do início das gravações do novo disco. Com Vince de Mira nos vocais, a gravação do novo disco dos Lampirônicos durou seis meses e foi feita no estúdio do grupo. “Caia na Madrugada” é lançado três anos depois do último disco [Toda Prece] e conta com onze faixas inéditas e foi produzido por Marcelo Santana e Mangaio. Data: 14 de Novembro
Formato: CD Gravadora/selo: Maquinário/Audiolab [Selo Independente] Preço: n/d Saiba mais: http://www.myspace.com/lampironicos Rádio Patrulha – O Som do Outro Formado por Erlo Freitas [Voz e Guitarra], Nuno Nunes [Baixo e vocais] e Lucas Santos [Bateria], o grupo baiano lança o seu primeiro EP influenciado por grupos britânicos, como Beatles, Police, Rolling Stones e Strokes, além de bandas brasileiras como Paralamas, Barão Vermelho e Legião Urbana. Data: 14 de Novembro Formato: Mp3 Gravadora/Selo: Independente Preço: Grátis! Saiba mais: http://www.myspace.com/radiopatrulha Starla – Euforia A música leva o nome do disco, que será lançado ainda este ano. O grupo contou com a produção de Luisão Pereira [ex-guitarrista da Penélope] e promete participações de figuras já conhecidas do rock baiano nas outras faixas do novo disco. Data: 06 de Setembro Formato: Mp3 Gravadora/Selo: Independente Preço: Grátis! Saiba mais: http://www.myspace.com/starlaweb Cobalto - Metamorphic
Criada em 1999, a banda conseguiu com seu último, “Elemental”, se projetar internacionalmente. Durante o último ano, fizeram turnê pela Europa, tocando em países como Finlândia, Alemanha, República Tcheca e Bélgica, com shows no mesmo palco de bandas renomadas mundialmentes, como Kreator, Whitesnake e Apocalyptica. Como o seu novo vocalista, Viktor Lemoz, o grupo lança o disco “Metamorphic” e tenta dar continuidade ao sucesso obtido nos últimos anos. O novo clipe, da música “Fearing To
Bleed”, já está sendo gravado e deve ser lançado até o final do ano. Data de Lançamento: 11 de Setembro Formato: CD Gravadora/Selo: Torto Fonogramas [Selo Independente] Preço: R$ 20,00 Saiba mais: http://www.cobalto1.com/ / http://www.myspace.com/cobalto Brasil Udora – Goodbye Alô
Após lançar “Libert Square” e fazer uma longa turnê nos Estados Unidos, o grupo mineiro Udora [ex-Diesel] traz um novo disco, dessa vez com músicas em português e produzido pelo tecladista do Skank, Henrique Portugal. Após a saída do baterista Jean Dolabella, que agora toca com o Sepultura, o grupo apresenta seu novo disco totalmente voltado para o mercado nacional com o vocalista Gustavo Drummond, Leonardo Marques na guitarra, Daniel Debarry no baixo e PH na bateria. Data: 27 de Outubro Formato: CD Gravadora/Selo: Independente Preço: R$ 15,00 Saiba mais: http://www.udora.com Nação Zumbi - Fome de Tudo Após trocar a Trama pela Deck Disc, o grupo lança seu sétimo disco, com doze faixas inéditas, produzidas por Mario Caldato. Entre os principais destaques do disco estão “Bossa Nostra”, “Carnaval” [com arranjo do maestro Ademir Araújo, da Orquestra Popular do Recife, e participação de Junio Barreto nos vocais], “Assustado” [com participação de Money Mark, tecladista dos Beastie Boys] e “Fome de Tudo”. Data: 25 de Outubro Formato: CD Gravadora/Selo: Deck Disc [Gravadora Independente] Preço: R$ 24,90 Saiba mais: http://www.fomedetudo.com/ Mundo Radiohead – In Rainbows Acaba de ser dado um grande passo para a mudança da indústria fonográfica. O novo disco do grupo inglês é na verdade um arquivo de 48.4 megabytes que contém 10 arquivos de mp3. Para adquirir a obra, você pode pagar o valor que quiser! Na hora de fechar o carrinho de compras do site da banda você digita o valor que quer pagar. Com essa inovação, o Radiohead - que não trabalha mais com grandes gravadoras - dá um soco no queixo da indústria fonográfica. Além da versão online que acaba de ser lançada, no dia 3 de Dezembro estará disponível uma caixa com o CD que inclui mais músicas, duas versões em vinil, faixas multimídia e um livrinho com as letras, tudo empacotado em capa dura. O pacote sairá por £40,00 [147 reais]. Data: 10 de Outubro Formato: Mp3 Gravadora/Selo: Independente Preço: Quanto você quiser Saiba mais: http://www.inrainbows.com The Killers – Sawdust Logo após a sua vinda ao Brasil, o grupo lança o seu novo disco recheado de covers, lados b e remixes. São 18 faixas, entre elas “Shadowplay” do Joy Division, que também vai ser lançada em vídeo-clipe, com cenas dos shows no Brasil. Junto com o novo disco, o grupo lança oficialmente no YouTube! o clipe de “Tranquilize”, com participação de Lou Reed. Data: 12 de Novembro Formato: CD Gravadora/Selo: Universal Preço: R$ 35,00 Saiba mais: http://www.thekillers.co.uk/ / http://br.youtube.com/watch?v=12bgWhzgJSQ
APÊNDICE 23 Curiosidades Difícil acreditar que grandes astros trabalhavam de carteira assinada não? Confira o que alguns deles faziam antes de se tornarem astros. Phil Collins: ator de teatro infantil Elvis Presley: motorista de caminhão Jimmy Hendrix: Paraquedista Sting: professor Joe Cocker: Encanador Chuck Berry: Cabeleleiro Cinco libras. Foi o que os Rolling Stones pagaram de multa por terem sido flagrados urinando em um posto de gasolina em Londres em março de 1965 A última música que John Bonham, baterista do Led Zeppelin tocou ao vivo foi “Whole lotta love” em julho de 1980, em Berlim. Nove milhões. Foi o número de discos vendidos que os Beatles emplacaram só com o lançamento de Abbey Road, no ano de 1969. Spencer Eldon é o nome do bebê americano que aparece como veio ao mundo na capa do álbum Nevermind, do Nirvana. O Irlandês Peter Rowen recebeu um caixa de chocolate como pagamento pela foto em que aparece na capa do álbum War, do U2. Na época, Rowen tinha apenas cinco anos de idade. Muitas bandas passam por mudanças antes de chegarem ao sucesso. E muitas mudam até de nome. Será algumas delas fariam tanto sucesso se mantivessem seus nomes originais? Os Beatles eram The Silver Beetles O Pink Floyd era The Screaming Abdabs O Queen era Smile O Deep Purple era The roundabouts O Motorhead era Bastard Creedance Clearwater Revival era Tommy Fogerty and the Blue Velvets O Van Halen era Mammoth Os Ramones eram The Tangerine Puppets
APÊNDICE 24 Guia de Estúdios Nome Localização Segmento Preço Equipamentos
Contato Nome Localização Segmento Preço Equipamentos
Contato Nome Localização Segmento Preço
Equipamentos
Contato Nome Localização Segmento Preço Equipamentos
Contato Nome Localização Segmento Preço Equipamentos
Contato
RM Estúdio Alameda Pádua, shopping Ponto 5, sala 13 e 14, Parque Julio César Ensaio R$ 25,00 2 hs e R$ 30,00 3 hs Uma caixa de baixo (cabeçote behringer de 450 w + meteoro 4/10 + meteoro 1/15), duas caixas de guitarra (2 cabeçote Carvin – transistor - + 2 Meteoro MHA900 4/12), bateria com quatro estantes, caixa, maquina de chimbal com chimbal) e três microfones (Shure Sm58, AKG D3000 e Audix OM2) 8164-0971 - Raphael Mileski Estúdio Blitz Conjunto Recanto Verde, Box 18, Mata Escura Ensaio R$ 25,00 3hs Uma caixa de baixo (Meteoro), Uma caixa de guitarra (Staner), Bateria Tama com duas estantes, caixa, maquina de chimbal, um microfone Seenheiser e cinco Leson, três surdos, dois timbais e um par de congas 8825-8802 – Sandro Menezes TNT Estúdio Som Rua Silveira Martins 208 C, Cabula - em frente a Insinuante Ensaio e gravação R$ 50,00 3 hs ensaio e gravação R$ 70,00 a hora da gravação (acima de seis horas = R$60,00 a hora) e R$10,00 reais para ensaios com até três phones de retorno Um amplificador de guitar Marshal (70w) e um Laney (120w), um amplificados de baixo Hartke (200w), bateria Pearl Export, duas estantes, maquina de chimbal e caixa, dois microfones (ensaio) Shure beta SM58 e dois Akg D770. Para gravação Condensador Sanson C03 8896-9749 – Armando Menezes Sonora Estúdio Rua Maragogipe n° 561 - Loja 1, Rio Vermelho Ensaio R$ 25,00 2 hs e R$ 30,00 3 hs Um cabeçote para guitarra Randall Titan (Transitor) + 4X12 Randall e um Laney VH100 (valvulado), um cabeçote para baixo AMPEG 3 Pro (Pré-valvulado), bateria Odery, duas estantes e caixa Tama Swing Star, microfones Shure beta SM58, PA Oneal 9207-3295 – Vicente J Moura Estúdio Rua 9 de Outubro, nº 7A, Candeal Pequeno. Conj. Sapucaia. Gravação, captação de áudio, produção de bandas e artistas, edição e composição de jingles, sopts, arranjos e trilhas em geral. R$ 40 por hora (há negociação em projeto mais longos) Amplificador Fender Stage 100 (100w) + caixa com 4 falantes de 12 (300w) e Hartke Transient Attack 210 Combo (300w), microfones AKG C3000B, Shure Sm 57, Shure SM-58, Shure PG-52, Shure PG-56 (3x), Shure PG-81 (2x) (Condensadores), Samsom CO3 Multi-Pattern Condenser, bateria Mapex, dois tons, caixa e pratos. O estúdio ainda disponibiliza guitarras e baixos para gravações 9135-0807 / 3276-0732 – João Paulo Moura
Nome Localização Segmento Preço Equipamentos
Contato Nome Localização Segmento Preço
Equipamentos Contato Nome Localização Segmento Preço
Estúdio Saloh Parque Julio César 197 - pituba Ensaios Período promocional R$40,00 até o fim do ano Dois amplificadores de guitarra Peavy com 2 bocas e + um cabeçote Meteoro com 4 bocas. Um amplificador para Baixo Fender. Bateria Pearl completa (pedal, caixa, bumbo, banco, 2 estantes e dois tons), + equipamentos de percussão. Um amplificador para Teclado Peavy. 4 microfones Shure sm58 - 6 Behringuer xm8.500 e + 2 Sunnheiser e835 3353-3234 Vértice Estúdio Av. Santa Luzia, 372 – Horto florestal. A 500m da Av. Lucaia ou da Av. Valdemar Falcão Gravação, masterização, mixagem De seg. a sex das 18:00hs as 22:00hs, R$60,00 a hora. Durante a semana das 09:00hs as 18:00 por R$300,00 a vista, com duas horas de almoço. Fins de semana por R$60,00 a hora. Pagamentos parcelados necessitam ser acordados anteriormente. Pacotes a negociar Confira no site (http://www.verticeestudio.com/) 3276-6604, 8804-5681 - verticeestudio@bol.com.br
Equipamentos Contato
Groove Estúdio Rua Gregório Maquende, 331 - Jardim Armação Gravação Pacote mínimo com oito horas de gravação por R$1.000,00. Para projeto mais longos há negociação nos valores. Existe um sistema de hospedagem para bandas onde a utilização desse serviço não é cobrada, apenas custos operacionais. Confira no site (http://www.groovestudio.com.br/capa.asp) 3362-0762 - contato@groovestudio.com.br
Nome Localização Segmento Preço Equipamentos Contato
Estúdio WR Bahia Rua Maestro Carlos Lacerda, n 55, Garibaldi – Rio Vermelho Gravação Consulte Confira no site (http://www.wrbahia.com.br/paginas/studios/st1.htm#) 3492.1242 / 3492.0534
Nome Localização Segmento Preço Equipamentos Contato
Estúdio Jazz Café Conj. Recanto do Cabula – próximo a Uneb - Cabula Ensaios e gravação Consulte Confira 3385-7322
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Estúdio Base Rua Professor Severo Pessoa, 27 - Federação Ensaios e gravação Consulte Confira 3245-8963 / 3331-0897 - contato@estudiobase.com.br
APÊNDICE 25 Túnel do Tempo Em nossa primeira viagem pelo Túnel do Tempo, saiba quem lançou disco, que músico bateu o carro, qual roqueiro foi preso, qual apagou as velinhas e quem quebrou sua primeira guitarra! 29 de Outubro 1957 - "Oh Boy!" de Buddy Holly & the Crickets é lançado. 1971 - Duane Allman, guitarrista eleito pela revista Rolling Stone como o segundo melhor de todos os tempor, morre em um acidente de motocicleta aos 24 anos. 1975 - Joan Baez se torna membro do Bob Dylan's Rolling Thunder Revue. 1977 – O Meat Loaf lança seu Segundo album, "Bat Out Of Hell". 1982 - Paul McCartney e Michael Jackson lançam "Girl is Mine" 1991 – Três integrantes do Pink Floyd se acidentam em uma batida de carro no México. 1996 – Um juiz desistiu das acusações de posse de drogas contra Scott Weiland, cantor do Stone Temple Pilots. O juiz concluiu que Scott Weiland fez progressos significativos na reabilitação contra as drogas. Aniversários: Toby Smith, tecladista (Ex-Jamiroquai) – 37 anos Douglas "SA" Vincent Martinez, vocalist e DJ (311) – 37 anos Roger O'Donnell (The Cure) – 52 anos Peter Green (Fleetwood Mac) – 61 anos Kevin Dubrow (Quiet Riot) – 52 anos ---------------------------------------------------------------------30 de Outubro 1973 - John Lennon lança o disco "Mind Games." 1978 – O filme "KISS Meets the Phantom of the Park" é exibido na NBC-TV. 1986 – Os Beastie Boys lançam o disco "License To Ill." 1988 - Kurt Cobain quebra sua primeira guitarra no palco. 1995 – David Bowie, Pink Floyd e The Velvet Underground são incluídos na calçada da fama do Rock. Aniversários: Joey BellaDonna, vocalista (Anthrax) – 47 anos Chris Slade, baterista (ex-AC/DC) – 61 anos Timothy B. Schmidt, baixista (The Eagles) – 60 anos Gavin Rossdale, vocalista (Bush) – 40 anos ---------------------------------------------------------------------31 de Outubro 1983 - Paul McCartney lança o disco "Pipes of Peace" 1995 - Alice in Chains lança, somente em vinil, o disco homônimo. 1997 – Mais de 200 ingressos falsificados para o show de estréia da volta do grupo Jane’s Addiction foram apreendidos em Nova York. 1998 – O KISS inicia a turnê do disco Psycho Circus, com um show em uma festa de halloween em Los Angeles. Nada mais, nada menos que os Smashing Pumpkins abriram o show de estréia.
Aniversários: Tom Paxton – 70 anos Larry Mullen Junior, baterista (U2) – 46 anos Johnny Marr, guitarrista (The Smiths) – 44 anos King Ad-Rock (Adam Horowitz), rapper (Beastie Boys) – 41 anos Linn Berggren, vocalista (Ace Of Base) – 37 anos ---------------------------------------------------------------------01 de Novembro 1968 - George Harrison lança a trilha sonora de "Wonderwall." Ele foi o primeiro Beatle a lancer um album solo. 1969 – O disco "Abbey Road", dos Beatles, vai para o primeiro lugar das paradas e permanence no topo por onze semanas. 1994 – O disco acústico MTV do Nirvana, gravado em Nova York, é lançado. Aniversários: Rick Gretch, baixista (Blind Faith) – 62 anos Anthony Kiedis, vocalista (Red Hot Chili Peppers) – 45 anos Rick Allen, baterista (Def Leppard) – 44 anos Magne Furuholmen, guitarrista e tecladista (A-Ha) – 37 anos ---------------------------------------------------------------------02 de Novembro 1962 – O filme "Girls! Girls! Girls!", com Elvis Presley, é lançado no cinema. 1963 – Os Beach Boys' lançam o disco "Be True To Your School”. 1974 - George Harrison inicia sua primeira turnê, após oito anos. Ele foi o primeiro integrande dos Beatles a fazer shows em carreira solo. Aniversários: Reginald Arvizu, baixista (Korn) – 38 anos Carter Beauford, baterista (Dave Matthews Band) – 50 anos Keith Emerson, tecladista (Emerson Lake & Palmer) – 63 anos Dave Pegg, baixista (Jethro Tull) – 60 anos Bobby Dall, baixista (Poison) – 44 anos ---------------------------------------------------------------------03 de Novembro 1988 – O filme "Rattle And Hum", feito em um show do U2, é lançado. 1992 – Bon Jovi lança "Keep The Faith", seu primeiro álbum em cinco anos. 1998 – Quatro grandes lançamentos ocorrem nos Estados Unidos: Alanis Morissette lança o álbum "Supposed Former Infatuation Junkie", Beck lança o disco "Mutations," o U2 lança a coletânea "The Best of 1980-1990" e a caixa "Anthology" com músicas de John Lennon é lançada. Aniversários: Nick Simper, baixista (Deep Purple) – 61 anos ---------------------------------------------------------------------04 de Novembro 1961 - Bob Dylan faz seu show de estréia em Nova York. O show foi visto por 50 pessoas, cada uma pagou dois dólares para assistir a performance. 2002 – O livro "Journals", contendo letras de música e o diário de Kurt Cobain dos anos 1980, foi publicado.
APÊNDICE 26 Guia de Casas de Shows Rio Vermelho Nome: Boomerangue Eventos Endereço: Rua da Paciência, 307 - Rio Vermelho. Telefone: Tel.: [71] 3334-6640 / 3334-5577 Site: http://www.boomerangueeventos.com.br/ Nome: Idearium Bar Endereço: Rua Guedes Cabral, 20 [em frente à Igreja de Santana], Rio Vermelho. Telefone: [71] 3533-6640 Nome: Nhô Caldos Endereço: Rua da Paciência, 116, Rio Vermelho [ao lado do largo da Dinha]. Telefone: [71] 3334-1004 / 8871-5995 Nome: Café Teatro Sitorne Endereço: Rua Dep. Cunha Bueno, 55 [ao lado do colégio Manoel Devoto]. Rio Vermelho. Telefone: [71] 3347-7089 Nome: Teatro Sesi Rio Vermelho Endereço: Rua Borges dos Reis, 09. Rio Vermelho. Cep: 40223-000. Telefone: [71] 3334 0668 / 3335 1529 Site: http://www.sesi.fieb.org.br/teatrosesi/ Nome: Sacre 227 Endereço: Rua da Paciência, 227 [ao lado da farmácia Santana], Rio Vermelho. Telefone: [71] 3334-3288 Nome: Rock’n’Sandwich Endereço: Rua Oswaldo Cruz, 599 [em frente ao colégio manoel devoto, antes da McDonald's], Rio Vermelho Telefone: [71] 3248-5190 Contato: Joca Nome: Balcão Butequim Endereço: Rua da Paciência, 233 [ao lado da farmácia Santana], Rio Vermelho. Telefone: [71] 3334-7450 / 9918-6704 Nome: Bond Canto Endereço: Rua Lidio Mesquita, 51 - Rio Vermelho, 41950-420. Telefone: [71] 3335-6640 Site: http://www.bondcanto.com.br/ Barra Nome: The Dubliner’s Irish Pub [Barra] Endereço: Av. Sete de Setembro, 3691 [embaixo do Barra Turismo Hotel], Porto da Barra. Telefone: [71] 3264-6698 / 8161-4361 Nome: World Bar Endereço: Rua Dias Davila, 26 [no beco da OFF], Barra. Telefone: [71] 3264-5223 / 9617-5945 Contato: Vladmir Nome: Mosteiro de Francisco Endereço: Av. Oceânica, 613 [ao Lado do Planeta Animal], Barra. Centro
Nome: Zauber Multicultura Endereço: Ladeira da Misericórdia, 11 – Comércio. Telefone: 3326-2964 Site: http://www.zaubermulticultura.com.br Nome: The Dubliner’s Irish Pub [Centro] Endereço: Rua da Misericordia 7/9, Praca da Sé, Centro. Telefone: 3322-0476 / 8835 0753 Contato: Marta Nome: Espaço Pop Dance [Clube de Engenharia] Endereço: Av. Carlos Gomes, 31, Centro. Pituaçú Nome: Malagueta Endereço: Av. Otávio Mangabeira, Praia do Corsário [em frente á churrascaria Sal & Brasa, antigo Mamagaya], Pituaçú. Telefone: 3461-1773 Nome: The Best Hall Endereço: Rua Manoel Antônio Galvão, 1075 [Hotel Sol Bahia Atlântico], Pituaçú Telefone: 3362-1460 Pituba Nome: Fashion Club Endereço: Av. Otávio Mangabeira, 2471, Pituba. Telefone: 3346-0012 Site: http://salvador.fashionclub.com.br/ Boca do Rio Nome: Fuar Fuia Endereço: Av. Simon Bolívar [Próximo ao Boi Preto], Boca do Rio. Telefone: 3235-9562 / 9957-4653 Site: http://www.fuarfuia.com/ Vitória Nome: ICBA (Goethe Institut) Endereço: Av. Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória. Cep: 40080-001. Telefone: 3337-0120 Site: http:// www.goethe.de/bahia Campo Grande Nome: Concha Acústica do TCA Endereço: Pça. Dois de julho, s/n, Campo Grande - Salvador – BA Telefone: 3339-8014 / 3319-6432 Av. Tancredo Neves Nome: Saraiva Mega Store Endereço: Av. Tancredo Neves, 2915, Salvador Shopping, 2º Piso. Telefone: 3341-7020 Site: http://www.livrariasaraiva.com.br/nossoseventos/salvador2.htm?ID=BD0D97AF7D70B0E0A332A0131 Av. Paralela Nome: Wet’n’wild Endereço: Av. Paralela, 8951.
APÊNDICE 27 Últimas Notícias 08.11.07 Pra quem gosta de emoção a flor da pele - (Local) Para a gelera que gosta de tatuagem vem aí um prato cheio. É a segunda Convenção de Tatuagens da Bahia, que vai rolar nos dias 23, 24 e 25 de novembro no Ginásio de Esportes de Lauro de Freitas. O evento terá shows de bandas como Cascadura, Retrofoguetes, Cobalto e muito mais. Ao todo serão 17 bandas, mais Djs, campeonatos de arrancada, provas de skate, Suspensão, Freak show, motoclubes e carros antigos. Para maiores informações entre em contato com Nilton Rezende pelo telefone (71) 99989650
Eagles volta com tudo às paradas Após 26 anos de espera, desde o seu último álbum “The Long Run”, o Eagles finalmente presenteia seus fãs com um disco novo. E não é qualquer disco. É o mais vendido nos Estados Unidos, Austrália, Noruega, Holanda e Reino Unido. Segundo a Nielsen SoundScan, empresa americana que monitora a venda de discos, o álbum duplo do Eagles batizado de “Long Road Out of Eden” vendeu em apenas uma semana 711 mil cópias só nos Estados Unidos. Detalhe: só as lojas da rede Wal-Mart vendem o CD. A turnê do álbum só deve rolar em 2008 mas pra quem quiser dar uma conferida em algumas músicas no novo cd da banda é só acessar www.eaglesband.com
No gramado não dá mais - (Nacional) Quem ainda tem esperanças de ver o show da banda inglesa The Police, no Maracanã no dia 08 de dezembro, vai ter que pagar mais caro. Isso por que os ingressos para o gramado que começaram a ser vendidos no dia 26 de outubro já tem dono. Não resta mais nenhum dos 25 mil ingressos vendidos para o setor e que custaram R$190,00. Ah, os ingressos da área vip e cadeiras especiais também viraram lenda e foram todos vendidos por R$500,00. Mas nem tudo é tristeza pessoal, ainda existem ingressos disponíveis para arquibancada lateral, R$160,00 e para o setor azul do estádio por R$270.00. Então galera, quem quiser ver Sting, Andy Summers e Stewart Copeland em ação é bom correr, ou a última notícia do Rock Livre pode ser a de que não há mais ingressos para lugar nenhum no estádio.
09.11.07 Fevereiro nunca esteve tão longe - (Internacionais) Vai ter muita gente roendo as unhas, mas ficou para o dia 05 de fevereiro o lançamento do novo DVD do Iron Maiden intitulado “Live After Death”. Serão dois discos: um com shows da banda em 1984 na turnê do “Powerslave” e o outro repleto de raridades, entre elas a apresentação da banda no Rock in Rio de 1985 para mais de 300 mil pessoas. O DVD ainda trará a continuação de documentário sobre a banda que começou no “The Early Days” lançado em 2005, além de fotos e videoclipes. Para galera não ficar roendo unha, antecipamos que canções como: Churchill Speech / Aces High, Hallowed Be Thy Name, Flight of Icarus e Running Free estarão presentes no DVD. Três cidades privilegiadas – (Nacional) Mais um grande artista internacional vai desembarcar no Brasil. O ex-guitarrista do Kiss, Bruce Kulick, já mandou avisar que dia 05 de dezembro ele vai estar em São Paulo, no Hangar 110. Já no dia 06 toca em Belo Horizonte, no Lapa Multishow e no dia 08 é a vez dos Curitibanos ouvirem as novas canções de Bruce e antigos sucessos do Kiss. Essa não é a primeira vez que o guitarrista vem ao Brasil. Em 1994 Bruce esteve por aqui a trabalho com o Kiss e já chegou até a participar, em outras oportunidades, de encontros dos fãs do Kiss, que são realizados em todo o mundo. Bruce ficou no Kiss de 1984 a 1997.
Sábado tem festival no Sitorne – (Local) Acontece no próximo dia 10, às 17 horas no Café Teatro Sitorne, a terceira edição do Maniac Metal Fight. O evento organizado pelo selo baiano Maniac Records tem um interessante sistema de seleção de bandas. As duas únicas exigências é de que as bandas interessadas não tenham CD gravado e possuam trabalhos próprios. Ao todo são 12 as bandas pré-selecionadas e que passam por júri popular eliminatório até sobrar só uma. A banda vencedora dividirá o palco com outras bandas de maior expressão em um grande show organizado pelo selo. Neste terceiro evento as bandas concorrentes são: Soul Brave, Draconi e Knightrider. Os ingressos custam R$8,00 antecipados e R$10,00 na porta. Maiores informações pelo telefone (71) 3354-1735 10.11.07 Malmsteen e Ardanuy no mesmo dia – Nacional Vai ter muita gente viajando para São Paulo no começo de dezembro. É que um dos maiores guitarristas do mundo, o sueco Yngwie J. Malmsteen se apresentará no Citibank Hall, em São Paulo, no dia 06 de dezembro a partir das 20:45hs. O evento ainda contará com abertura da banda paulistana Dr. Sin. Será uma oportunidade imperdível para ver na mesma noite, Malmsteen e Edu Ardanuy (guitarra do Dr. Sin), quem sabe os dois não tocam juntos? E mais, Malmsteen não virá sozinho. O vocalista Doogie White, o tecladista Michael Troy e o baixista Mick Cervino também estarão presentes. Os ingressos custam R$120,00 para platéia em pé e R$200,00 para camarote. Quem quer cantar no Sirenia? - Internacional Atenção mulheres! Se alguma de vocês é uma cantora experiente e com muito talento, tem um visual legal e é muito apaixonada por música, parabéns! Achamos um novo emprego pra você. É que a banda norueguesa Sirenia divulgou que já começaram os testes para substituir Monika Pedersen, que saiu do grupo na semana passada alegando diferenças musicais. Com isso, o grupo cancelou a turnê que faria na Europa e agora além de começar a compor as músicas do seu próximo trabalho a banda volta suas atenções para a nova vocalista. Com um detalhe, em seu site oficial a banda já avisa: a banda tem de ser prioridade nos próximos anos. 11.11.07 Van Halen, Ozzy Osbourne e Black Label Society juntos no Brasil? - Nacional Ainda é especulação, mas só a idéia de ver esses monstros do rock aqui na Brasil já cria uma expectativa enorme para os fãs do rock. É que alguns empresários brasileiros estão se movimentando para trazer Van Halen, Ozzy Osbourne e Black Label Society para tocarem juntos na segunda quinzena de março de 2008. O local ainda não é cogitado, mas, acredita-se que a cidade que abrigará o evento deve ser escolhida entre São Paulo, Rio de janeiro ou Curitiba. Existem outras bandas com chance de aparecer em terras tupiniquins em 2008. Queen, como Paul Rodgers, e o Kiss também estão na lista. Quem diria - Internacional Essa é nova! Celine Dion, famosa cantora americana conhecida em todo o mundo por suas canções românticas adora Rock pesado. Isso mesmo! Em entrevista concedida ao jornal australiano The Sunday Telegraph, a cantora revelou que pede aos seus engenheiros para testarem o som, quando tocam em locais grandes, com Heavy metal no último volume. “Isso deixa minha adrenalina lá em cima”, revelou a cantora, e sabe qual é a banda favorita da cantora? “Sou uma grande fã do AC/DC há 15 ou 20 anos”, revela Celine ao The Sunday Telegraph