CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO HELIÓPOLIS

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Centro Cultural e Esportivo

Heliópolis TRABALHO FINAL DE GRADUACÃO | LETÍCIA JORGE DATTILO


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A arte existe porque a vida não basta - Ferreira Gullar, escritor.


Centro Cultural e Esportivo Heliópolis Orientanda: Letícia Jorge Dattilo Orientadora: Adriana Prado Belleza Universidade São Judas Tadeu 2021 - São Paulo


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DEDICATÓRIA Dedico este trabalho às minhas avós, Caterina Mussari Dattilo e Syla Madella Jorge, e aos meus pais, Silvana Jorge e Roberto Salvatore Dattilo, por serem minha base, meu exemplo de vida e por sempre me apoiarem na realização desse sonho.


AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus e aos meus orixás por me darem força para concluir essa etapa da minha vida. Aos meus pais que sempre foram a base de tudo e me incentivaram para que tudo isso acontecesse. A minha orientadora, Adriana, por todo ensinamento e paciência para desenvolvimento do trabalho. Ao meu namorado e a todos os meus amigos que direta ou indiretamente me ajudaram nessa fase.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEU Cine CIA UNAS IBGE IAPI INPS IAPAS PAM SABESP ONG ACHE HAB./HA CEI EMEF EMEI ETEC CCA ZPI 1 ZEIS HIS HMP AV CPTM SESC

Centro Educacional Unificado Cinema Companhia União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários Instituto Nacional de Previdência Social Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social Posto de Assistência Médica Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo Organizações não governamentais Associação dos Comerciantes de Heliópolis Habitantes por hectare Centro de Educação Infantil Escola Municipal de Ensino Fundamental Escola Municipal de Ensino Infantil Escola Técnica Estadual Centro para Criança e Adolescente Zona Predominantemente Industrial Zonas Especiais de Interesse Social Habitação de Interesse Social Habitação para o Mercado Popular Avenida Companhia Paulista de Trens Metropolitanos Serviço Social do Comércio


LISTA ICONOGRÁFICA Imagem 1 – Foto de Content Pixie Fonte: Unsplash. Disponível em: < https://unsplash.com/photos/woMD-vhzOHI > Acesso em: 10/04/2021. Imagem 2 – Foto de Dan Farrell Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/fT49QnFucQ8 > Acesso em: 10/04/2021. Imagem 3 - Foto de Tim Mossholder Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/zs-PAgqgenQ > Acesso em: 10/04/2021. Imagem 4 – Foto de Alice Donovan Rouse Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/yu68fUQDvOI > Acesso em: 10/04/2021. Imagem 5 – Foto de John Schaidler Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/9V3Q2W_mRLE > Acesso em: 10/04/2021. Imagem 6 – Foto de Ahmad Odeh Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/JhqhGfX_Wd8 > Acesso em: 10/04/2021. Imagem 7 – Foto de Kazuo Ota Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/rLWKOJaZISU > Acesso em: 10/04/2021. Imagem 8 – Arte e Cultura (com modificação da autora). Fonte: Jornal do trabalhador, 2019, não paginado. Disponível em: < http://www.jornaldotrabalhador.com.br/2019/01/15/ nucleos-de-arte-e-cultura-estao-com-inscricoes-abertas/ > Acesso em: 11/03/2021. Imagem 9 – Hábitos Culturais (com modificação da autora). Fonte: Folha de S. Paulo.com, 2013, não paginado. Disponível em: < http://bit.ly/2SYd6Cp > Acesso em: 11/03/2021.

Imagem 10 – Subprefeitura do Ipiranga. Fonte: Gestão Urbana, 2016, pág. 5. Disponível em: < https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/ uploads/2018/02/QA-IP.pdf > Acesso em: 15/03/2021. Imagem 11 – Gráfico população sem acesso próximo a equipamentos de cultura. (com modificações da autora) Fonte: Gestão Urbana, 2016, pág. 11. Disponível em: < https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/ uploads/2018/02/QA-IP.pdf > Acesso em: 15/03/2021. Imagem 12 – Foto de Danilo Alvesd Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/fi6eFuzHbFE > Acesso em: 10/04/2021. Imagem 13 - Mapa de localização do Heliópolis (autoria própria). Fonte: Geosampa Imagem 14 – Alojamentos provisórios da década de 80. Fonte: Unas.org, 2020, não paginado. Disponível em: < https://www.unas.org.br/heliopolis > Acesso em: 12/03/2021. Imagem 15 – Mutirão para construção de moradias. Fonte: Unas.org, 2020, não paginado. Disponível em: < https://www.unas.org.br/heliopolis > Acesso em: 12/03/2021. Imagem 16 - Gráfico População entre Distrito do Sacomã e Favela do Heliópolis (autoria própria). Fonte: PUCSP Imagem 17 - Gráfico Homens e Mulheres no Distrito do Sacomã (autoria própria). Fonte: ObservaSampa Imagem 18 - Faixa Etária no Distrito do Sacomã (autoria própria). Fonte: ObservaSampa Imagem 19 - Mapa equipamentos urbanos Heliópolis (autoria própria). Fonte: Geosampa


Imagem 20 - Mapa educação Heliópolis (autoria própria). Fonte: Geosampa

Imagem 33 – Favelas (autoria própria). Fonte: Geosampa

Imagem 21 - Mapa cultura Heliópolis (autoria própria). Fonte: Geosampa

Imagem 34 - Uso e Ocupação do Solo (autoria própria). Fonte: Geosampa

Imagem 22 – Fachada UNAS. Fonte: Facebook, 2021. Disponível em: < https://www.facebook.com/UNASheliopolis/photos/3492386717475121 > Acesso em: 18/03/2021.

Imagem 35 – Gabarito (autoria própria). Fonte: Geosampa

Imagem 23 – Fachada Instituto Baccarelli. Fonte: Instituto Baccarelli.org, 2020. Disponível em: < https://www.institutobaccarelli.org.br/ > Acesso em: 18/03/2021.

Imagem 37 - Mapa de Mobilidade (autoria própria). Fonte: Geosampa

Imagem 24 – CEU Heliópolis. Fonte: Portal Prefeitura, 2015. Disponível em: < http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Main/Noticia/Visualizar/PortalSMESP/Inauguracao-do-CEU-Heliopolis > Acesso em: 18/03/2021. Imagem 25 - Mapa esporte Heliópolis (autoria própria). Fonte: Geosampa Imagem 26 - Localização do terreno (autoria própria). Fonte: Geosampa Imagem 27 – Indicação do levantamento fotográfico (autoria própria). Fonte: Geosampa Imagem 28 - Imagens do entorno e do terreno atualmente. Fonte: Google Earth Acesso em: 18/03/2021. Imagem 29 - Diagrama de distancias (autoria própria). Imagem 30 - Foto de Julie and the moon. Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/F-X05iw4bCQ > Acesso em: 11/04/2021. Imagem 31 – Foto de Satélite. Fonte: Geosampa Imagem 32 – Zoneamento da área envoltória ao terreno (autoria própria). Fonte: Geosampa

Imagem 36 – Topografia (autoria própria). Fonte: Geosampa

Imagem 38 - Mapa de Transporte (autoria própria). Fonte: Geosampa Imagem 39 – Fachada Centro Cultural em BAUD Fonte: ArchDaily, 2016. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/790622/centro-cultural-em-baud-studio-02 > Acesso em: 15/04/2021. Imagem 40 – Fachada SESC Pompéia. Fonte: ArchDaily, 2013. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi > Acesso em: 31/03/2021. Imagem 41 - Planta setorizando as atividades do projeto (modificada pela autora). Fonte: ArchDaily, 2013. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi > Acesso em: 31/03/2021. Imagem 42 – Planta da circulação do projeto com o programa (modificada pela autora). Fonte: ArchDaily, 2013. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi > Acesso em: 31/03/2021. Imagem 43 – Elevações das fachadas com a distribuição do programa (modificada pela autora). Fonte: ArchDaily, 2013. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeia-slash-lina-bo-bardi > Acesso em: 31/03/2021.


Imagem 45 – Apresentação no pátio externo no Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI. Fonte: ArchDaily, 2014. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/624395/centro-cultural-e-esportivo-zhoushi-udg-yangzheng-studio > Acesso em: 31/03/2021. Imagem 46 – Planta do nível térreo (modificada pela autora). ArchDaily, 2014. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/624395/centro-cultural-e-esportivo-zhoushi-udg-yangzheng-studio > Acesso em: 31/03/2021. Imagem 47 - Planta do primeiro pavimento (modificada pela autora). ArchDaily, 2014. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/624395/centro-cultural-e-esportivo-zhoushi-udg-yangzheng-studio > Acesso em: 31/03/2021. Imagem 48 – Fachada SESC Guarulhos. Fonte: ArchDaily, 2021. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/924666/sesc-guarulhos-dal-pian-arquitetos > Acesso em: 09/04/2021. Imagem 49 – Vista de cima SESC Guarulhos. Fonte: ArchDaily, 2021. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/924666/sesc-guarulhos-dal-pian-arquitetos > Acesso em: 09/04/2021. Imagem 50 – Planta do subsolo (modificada pela autora). Fonte: ArchDaily, 2021. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/924666/sesc-guarulhos-dal-pian-arquitetos > Acesso em: 09/04/2021. Imagem 51 – Planta do térreo (modificada pela autora). Fonte: ArchDaily, 2021. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/924666/sesc-guarulhos-dal-pian-arquitetos > Acesso em: 09/04/2021. Imagem 52 – Planta do piso intermediário (modificada pela autora). Fonte: ArchDaily, 2021. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/924666/sesc-guarulhos-dal-pian-arquitetos > Acesso em: 09/04/2021.


Imagem 53 – Planta do primeiro pavimento (modificada pela autora). Fonte: ArchDaily, 2021. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/924666/sesc-guarulhos-dal-pian-arquitetos > Acesso em: 09/04/2021.

Imagem 73 - Corte AA

Imagem 54 – Foto de Matthieu Comov Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/koo_vYrlU_U > Acesso em: 03/06/2021.

Imagem 76 - Corte DD

Imagem 55 – Diagrama de desenvolvimento de volumetria (autoria própria). Imagem 56 – Plano de massas (autoria própria). Imagem 57 – Diagramas de estudo (autoria própria). Imagem 58 – Programa de necessidades. Imagem 59 – 3D 1 volumetria. Imagem 60 – 3D 2 volumetria. Imagem 61 – 3D 3 volumetria. Imagem 62 – 3D 4 volumetria. Imagem 63 – 3D 5 volumetria. Imagem 64 – 3D 6 volumetria. Imagem 65 – Implantação Imagem 66 – Planta nível 761,5 Imagem 67 – Planta nível 757,5 Imagem 68 – Planta nível 753,5 Imagem 69 – Planta nível 751,5 Imagem 70 – Planta nível 748,5 Imagem 71 – Planta nível 745,5 Imagem 72 – Planta nível 741,5

Imagem 74 - Corte BB Imagem 75 - Corte CC

Imagem 77 - Corte EE Imagem 78 - Corte FF Imagem 79 - Foto de Quino Al Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/Mup6T3LT2VY > Acesso em: 05/06/2021. Imagem 80 - Foto de Fonte: Unsplash Disponível em: < https://unsplash.com/photos/Mup6T3LT2VY > Acesso em: 05/06/2021.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 2 TEMÁTICA 18 2.1 TEMA

16

19

2.2 JUSTIFICATIVA 20

3 INFLUÊNCIA DA ARTE E DA CULTURA 4 O LUGAR 26 4.1 HISTÓRIA DO LOCAL 4.2 POPULAÇÃO 29

27

4.3 EQUIPAMENTOS URBANOS 4.3.1 EDUCAÇÃO 4.3.2 CULTURA 4.3.3 ESPORTE

31

32 33 35

4.4 ÁREA DE INTERVENÇÃO

37

22


5 LEVANTAMENTOS 5.1 ZONEAMENTO

O PROJETO

7.1 PARTIDO

43

5.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO 5.3 GABARITO

7

42 44

60

61

7.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES 64

45

7.3 LEGISLAÇÃO

66

5.4 TOPOGRAFIA 46

7.4 VOLUMETRIA

66

5.5 MOBILIDADE

47

5.5.1 CONEXÕES

7.5 ESTUDO PRELIMINAR 47

5.5.2 TRANSPORTE 47

6 REFERÊNCIAS PROJETUAIS 6.1 SESC POMPÉIA - SÃO PAULO

49

6.2 CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO ZHOUSHI - CHINA 52 6.3 SESC GUARULHOS - SÃO PAULO

55

48

8 9

68

CONSIDERAÇÕES FINAIS 88 BIBLIOGRAFIA

90


1

INTRODUÇÃO

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Neste Trabalho Final de Graduação será abordado a importância da arte e da cultura no desenvolvimento social da população, especialmente da mais carente, moradores da favela do Heliópolis, distrito do Sacomã, situada na Subprefeitura do Ipiranga e considerada a maior ocupação não regulamentada de São Paulo e a segunda maior da América Latina. O projeto tem como objetivo a inclusão social, por meio de um equipamento de cultura para todas as idades, o que incentiva a prática do lazer e do entretenimento para toda a comunidade.

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TEMÁTICA

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2.1. TEMA

A etimologia da palavra Centro vem do latim

Além disso, o autor mostra que dificilmente se

pode ter o mesmo desenvolvimento quando não se

significados refere-se ao lugar onde se reúnem pesso-

tem as mesmas oportunidades.

as com alguma finalidade.

Já a palavra Cultural, do latim cultus, diz

Cultural é um espaço onde as pessoas podem conviver

respeito à cultura, ou seja, aos costumes de uma

para o desenvolvimento pessoal e da cidade como um

determinada sociedade.

todo.

centrum e tem relação com diversos conceitos. Um dos

O

Centro

Cultural

origina-se

com

Isto posto, é possível concluir que o Centro

um

conjunto de equipamentos culturais com o objetivo de popularizar o acesso à cultura, de modo a possibilitar e facilitar aos cidadãos o acesso aos bens culturais e às informações de forma abrangente.

Segundo

o

antropólogo

Franz

Boas,

os

elementos culturais, que representam os principais aspectos na formação de uma determinada cultura são fundamentais para o desenvolvimento psicológico e fisiológico das raças. Franz afirma que as raças não são essencialmente diferentes umas das outras, e que o desenvolvimento de um povo depende da sua cultura e, principalmente, da educação que recebe.

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2.2. JUSTIFICATIVA

Analisando a favela de Heliópolis nota-se uma

Nesse

sentido,

o

papel

do

Centro

riqueza cultural imensa. O guia cultural do bairro

Cultural é fornecer recursos para o indivíduo

afirma: “nossa comunidade é uma festa constante”.

conhecer, desenvolver e criar novos olhares sobre

Atualmente, existem diversos equipamentos cultu-

o mundo, por meio da arte, além de fortalecer a

rais que servem de apoio à população que reside na

identidade individual e coletiva dos moradores.

comunidade, tais como: o CEU Heliópolis Professora

Locais de conhecer, de pensar,

Arlete Persoli (reconhecido como Polo Cultural), a

de elaborar, de criar... Espaços de

Biblioteca Comunitária, o Instituto Bacarelli, o Cine

ação contínua e não-linear, não-

Favela, a Cia de teatro Heliópolis, e o Centro Cultural

convencional, de fazer a cultura viva.

Poliesportivo da UNAS, equipamentos os quais não

Espaço de fortalecer as individuali-

atende a população inteira da comunidade.

dades para atuarem coletivamente,

de maneira criativa, elaborando a

É comum encontrar na favela do Heliópolis o

Hip Hop (conhecido também como dança de rua),

cultura com as próprias mãos.

o samba, o funk e muito forró. A maioria desses

eventos acontecem hodiernamente em bares e restaurantes, ou até mesmo na rua, que os grupos tomam conta. Em vista disso, esse projeto tem como objetivo trazer para esse bairro um espaço identitário para a população, para que tomem posse e tenham lugar adequado para os ensaios e apresentações.

20- CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO HELIÓPOLIS

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(RAMOS, 2007, p107).


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3

INFLUÊNCIA DA ARTE E DA CULTURA

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7

Depreende-se, portanto, que a arte pode

ser analisada e constituída pelos sujeitos, por meio da dança, do cinema, da música, da pintura, dentre outras.

A arte e a cultura são elementos importantes

e essenciais no desenvolvimento do indivíduo, são ferramentas de auxílio à propagação de saberes. É Imagem 8 – Arte e Cultura (com modificação da autora).

por meio da arte que podemos diferenciar, apreciar e adquirir conhecimentos das diferentes culturas

O termo “cultura” abrange diversos âmbitos.

existentes, visto os sentimentos e opiniões, que são

Para Ramos (2007) cultura é instrumento de resgate

expressos, dizerem muito sobre a pessoa que o fez.

e formação de identidade. É o que vivenciamos to-

dos os dias, um conjunto de conhecimento, valores,

sendo muito discutida no processo de aprendizagem

símbolos, tradições, ideias e realizações humanas.

infantil.

Atualmente, a incorporação da cultura vem

É um conhecimento ensinado à sociedade, presen-

O processo escolar da criança é onde,

te nas conversas e comemorações. É o conjunto de

por natureza, ela entra em contato

valores que foi desenvolvido por meio das histórias

com outros grupos sociais, presen-

dos povos.

cia a diversidade e compreende as

Arte, por sua vez, é definida como um movi-

origens culturais. Adotar e estimular

mento que expressa a estética visual, desenvolvida

o entendimento da cultura a nível

por artistas que se baseiam em suas próprias emo-

educacional, promove a participação

ções, geralmente retratado por memórias de uma

do indivíduo no processo de entendi-

época vivida. A arte só tem êxito se tiver um artista

mento, facilitando sua sociabilização

por trás dela, que expresse um sentimento ou uma

e respeito ao diferente. (INSTITUTO

opinião, e pessoas que a apreciem.

HUMANIZA, 2018).

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Sendo assim, desde cedo a criticidade das

crianças é trabalhada, de modo a desenvolver a compreensão das diversas culturas, que existem e compõem a própria essência.

Sabe-se que, no Brasil, o acesso às expressões

artísticas e culturais é escasso, devido à dificuldade da população, principalmente a de baixa renda, em não poder arcar com os custos de eventos e atividades culturais ligadas ao universo privado. O Brasil é admirado por sua diversidade cultural e produção artística. No entanto, o que é produzido em solo nacional é inacessível para uma grande parcela da população, segundo o IBGE (2010), as regiões metropolitanas concentram 41% de todo consumo cultural. Em outras palavras, existe um descompasso entre a oferta dos produtos artísticos e o acesso a eles. (GOMES, 2016, não paImagem 9 – Hábitos Culturais (com modificação da autora).

ginado). Com base nessa concepção, pode-se inferir que a cultura no Brasil é vista como mercadoria e, portanto, não tem a finalidade de educar ou inserir o indivíduo a um grupo social, mas sim de extrair lucro a partir dele. 24- CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO HELIÓPOLIS

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Com o gráfico acima, conclui-se que a grande

maioria dos brasileiros não consomem a cultura do país. Além do mais, conforme pesquisa realizada em 2013, pelo Ministério da Cultura, 75% dos brasileiros ou não frequentam, ou nunca foram a um museu, e a justificativa da grande maioria dos entrevistados é que “não se sentem pertencentes à expressão cultural oferecida por eles”. (GOMES, 2016, não paginado).

Imagem 11 – Gráfico população sem acesso próximo a equipamentos de cultura. (com modificações da autora)

Já em uma escala menor, nota-se que entre os 3

distritos da Subprefeitura do Ipiranga, Cursino, Sacomã e Ipiranga, o que menos têm acesso a equipamentos culturais é o Sacomã, distrito da favela de Heliópolis.

Nesse sentido, objetiva-se neste trabalho propor

um equipamento cultural e esportivo, público e identitário, para incentivar a população residente nesta área da cidade de São Paulo.

Imagem 10 – Subprefeitura do Ipiranga.

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4

O LUGAR

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2

4.1. HISTÓRIA DO LUGAR

Imagem 13 - Mapa de localização do Heliópolis.

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Heliópolis, no distrito do Sacomã, e na Subpre-

feitura do Ipiranga, é a maior favela de São Paulo e a segunda maior da América Latina, localizada a 8km do centro da capital, com aproximadamente 1 milhão de metros quadrados e com população estimada em 200 mil habitantes. Em 1942, o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários – IAPI adquiriu a área hoje ocupada pela comunidade. Em 1966, os Institutos do INPS - Instituto Nacional de Previdência Social se unificaram e, assim, a terra ficou com o IAPAS – Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social, que em 1969, construiu o Hospital Heliópolis e o Posto de Assistência Médica – PAM. Ainda sobre o terreno da favela, uma parte foi reivindicada pelo Estado para uso da SABESP e o restante foi negociado com a Petrobras.

Com a intenção de abrir vias públicas, a prefei-

tura de São Paulo retirou 153 famílias das favelas Vila Prudente e Vergueiro, entre 1971 e 1972, acomodando-as em alojamentos “provisórios”, dentro de Heliópolis, os quais se tornaram permanentes no terreno pertencente ao IAPAS. Além disso, famílias migrantes do Nordeste, trabalhadores do Hospital Heliópolis e do PAM também construíram seus barracos na localidade. 28- CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO HELIÓPOLIS

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Imagem 14 – Alojamentos provisórios da década de 80.

Após o surgimento da favela de Heliópolis,

começaram as disputas por terra. Algumas pessoas (conhecidos por grileiros) envelheciam os documentos forjados, para com isso impedirem as ocupações e poderem comercializar os terrenos. A partir disso, surgiu a mobilização dos moradores em grupos de liderança em defesa da posse de terra, ato que marca a história da comunidade.


da população do mesmo. (IBGE - Censo 2010). Segundo a Gestão Urbana da Prefeitura de São Paulo, neste mesmo ano de 2010, a participação de jovens é de 18,7%, enquanto a de idosos é de 13,8%. Além disso, considera-se os distritos Sacomã e Ipiranga os mais vulneráveis com 14,5% e 9,2%, respectivamente.

O distrito do Sacomã, por sua vez, possui o 3º

maior índice de ocupação por favelas dentre todos os distritos, sendo 31% de seus domicílios, superado apenas por Vila Andrade e Jaguaré. Possui, em média, Imagem 15 – Mutirão para construção de moradias.

A realidade do território sofreu mudanças

238 mil habitantes, 174,54 hab./ha, sendo, aproximadamente, 200 mil da favela de Heliópolis.

intensas, porém muitas famílias ainda são atingidas pela vulnerabilidade social. Nos dias atuais, Heliópolis conta com 18.080 imóveis (a maioria dos barracos se transformou em construções de alvenaria), mais de 100 entidades (religiosas, associação de moradores, ONGs), e mais de 3 mil pontos comerciais, segundo levantamento feito pela Fundação Casper Líbero, UNAS e Associação dos Comerciantes de Heliópolis (ACHE).

4.2. POPULAÇÃO

A favela do Heliópolis é localizada na Subprefei-

tura do Ipiranga, a qual ocupa 2,5% da área do MunicíImagem 16 – Gráfico População entre Distrito do Sacomã e Favela do Heliópolis.

pio de São Paulo e abrigava, em 2010, 4,1%

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O gráfico acima demonstra que, dentro do

Distrito do Sacomã, o bairro mais populoso é o de Heliópolis, restando para os 43 outros bairros do Distrito, apenas, 38 mil habitantes do total de 238 mil.

Imagem 18 – Faixa Etária no Distrito do Sacomã.

Já levando em consideração os gráficos acima,

nota-se que a maioria da população do Distrito são

Imagem 17 – Gráfico Homens e Mulheres no Distrito do Sacomã.

mulheres, entre 18 e 59 anos, em seguida, as crianças e jovens de 0 a 17 anos e, por último, a população com 60 anos ou mais. Por conseguinte, destaca-se que a maioria da população se encontra na idade ativa, ou seja, fazem parte do grupo que exerce/pode exercer uma atividade econômica.

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4.3. EQUIPAMENTOS URBANOS

Heliópolis com sua extensão de 1 milhão de metros quadrados possui grande quantidade de escolas infantis da rede pública, entretanto conta apenas com um único espaço caracterizado no mapa acima como teatro/cinema e show: o UNAS. O maior e mais importante equipamento de todo o território é o CEU Heliópolis, no Sul do mapa, onde encontra-se alguns equipamentos culturais, como uma biblioteca, um ginásio poliesportivo, espaço multiuso, além de 6 escolas. Muitos outros equipamentos encontram-se nos limites do território, porém fora do bairro de Heliópolis.

Imagem 19 – Mapa equipamentos urbanos Heliópolis.

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4.3.1. EDUCAÇÃO Heliópolis é conhecido atualmente por “Bairro Educador”, isso graças à Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Campos Salles, que se localiza no CEU Heliópolis e atende alunos do primeiro ao nono ano do ensino fundamental. O educador e ex-diretor da escola, Braz Rodrigues Nogueira, foi quem desenvolveu a ideia de derrubar as paredes das salas de aula e formar salões de estudo, com o objetivo de praticar a autonomia. Braz afirma que “os muros, que antes serviam para proteger a escola, estavam afastando a comunidade daquele ambiente”. Além das aproximadamente 12 escolas infantis, públicas, localizadas no mapa acima, o equipamento que mais se destaca no bairro é o CEU, que abriga 3 prédios de CEIs (Centro de Educação Infantil), beneficiando cerca de 525 crianças de 0 a 3 anos e 11 meses, uma EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil), uma EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) e uma ETEC (Escola Técnica Estadual).

Imagem 20 – Mapa educação Heliópolis.

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4.3.2. CULTURA

bairro

Quando se fala de cultura no do

Heliópolis,

destacam-se

3

pontos importantes: o CEU, chamado pela comunidade de Polo Cultural, o UNAS e o Instituto Baccarelli.

O UNAS (União de Núcleos, As-

sociações dos Moradores de Heliópolis e Região), localizado na Rua da Mina Central, surgiu como comissão dos moradores, no ano de 1978, na luta pelo direito à moradia. Uma entidade sem fins lucrativos, que trabalha para atender às necessidades da comunidade. Além disso, possui 720 pessoas trabalhando, 52 projetos sociais e atinge cerca de 10 mil pessoas por mês. Os projetos envolvem: educação, assistência social, cultura, esporte, empreendedorismo, direitos humanos, juventude e movimentos de base. Em 2020, UNAS foi designada como uma das 100 melhores ONGs brasileiras pela

Imagem 21 – Mapa cultura Heliópolis.

AMBEV, Instituto Doar e O Mundo Que Queremos.

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Imagem 22 – Fachada UNAS.

Imagem 23 – Fachada Instituto Baccarelli.

O UNAS trabalha com 11 CCA’s (Centro para

Após a iniciativa solidária, em 1996, do

Criança e Adolescente), distribuídos pelo Heliópolis

Maestro Silvio Baccarelli, por meio da criação da

e Região, o que beneficia não só cerca de 1560 crian-

Orquestra Heliópolis, primeira em uma favela, surge

ças e adolescentes de 6 a 14 anos, mas também seus

o Instituto Baccarelli, dedicado à área cultural, social

familiares, que se encontram em situação de vulne-

e educacional. Essa é uma das principais organizações

rabilidade social. Os CCA’s desenvolvem atividades

sem fins lucrativos e governamentais, ocupando uma

socioculturais e educacionais no período em que as

área de 5 mil metros quadrados, que atende, por

crianças não estão nas escolas.

ano, mais de 1200 crianças e adolescentes, a partir de 4 anos de idade. Em suma, conta não só com 16 equipes de musicalização infantil, mas também com 13 corais, 48 turmas de coletivos de instrumentos e 4 orquestras.

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4.3.3. ESPORTE

Imagem 24 – CEU Heliópolis.

O CEU, por sua vez, projetado pelo

arquiteto Ruy Ohtake e fundado em 2015, tornou-se um dos programas mais inovadores e importantes da cidade de São Paulo. Nele encontra-se: espaço multiuso (cinema ou teatro), com estrutura para 120 pessoas, um ginásio poliesportivo, uma biblioteca de 3 andares, com grande acervo de livros, acesso à internet e atividades culturais, torre cidadania, onde acontecem aulas de dança, artes plásticas,

Imagem 25 – Mapa esporte Heliópolis.

culinária, artes marciais e cursos de capacitação profissionais e um FabLab, que conta com impressoras 3D gratuitas.

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Nota-se, pelo mapa ao lado, que o bairro He-

Além desses equipamentos, um campo de

liópolis é precário quando se fala de esporte, porém

futebol invadido é responsável pelo lazer das crian-

o futebol tem grande importância na comunidade,

ças e pela harmonia dos times de moradores da

visto que são mais de 40 times de futebol diferen-

comunidade, mesmo com a estrutura extremamen-

tes, equipes estruturadas, com sede própria e esta-

te precária. Luciano Cirino, diretor da Associação e

tuto, apesar da falta de infraestrutura. A título de

da equipe do Bafômetro (time de futebol), decla-

explicação, tem-se a fala do diretor, Edson Arthur da

ra sobre a escassez das opções de lazer, e diz que

Silva, de um dos times do bairro, o Cantareira, que

o projeto da escola de futebol atinge quase 1000

afirma “Campo mesmo, só temos um. Temos algumas

garotos, que ao invés de estarem na rua com influ-

quadras, mas todas pequenas. O campo original era

ências negativas, estão aprendendo a jogar bola.

na área onde hoje ergueram o hospital. Fizemos um acordo para construir no terreno, mas até agora não temos oficializado que esse local é da comunidade. Por isso, consideramos o campo como área invadida”.

O CEU é o único local na comunidade onde se

encontra um ginásio poliesportivo com infraestrutura padrão, que proporciona para a população competições de vôlei, futsal, handebol e basquete. Além dele, há um projeto do UNAS, “Futsal Heliópolis”, o qual atende 150 crianças, em seis turmas, de 6 a 17 anos, no Centro da Criança e Adolescente (CCA).

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4.4. ÁREA DE INTERVENÇÃO

Imagem 26 – Localização do terreno.

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O terreno escolhido para o Centro Cultural e Esportivo Heliópolis se localiza na esquina entre a Aveni-

da Comandante Taylor e a Rua Visconde de Camamu, possui aproximadamente 18,3 mil metros quadrados e encontra-se na Operação Urbana Consorciada Bairros do Tamanduateí, a qual determina abertura de uma via logo atrás do terreno, de maneira a valorizar ainda mais a área. Ao lado da favela da Gleba F, o terreno faz divisa com a Vila Carioca, comunidade de 28 mil habitantes, atualmente um vasto estacionamento para caminhões.

Imagem 27 – Indicação do levantamento fotográfico.

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Imagem 1 - Rua Comandante Taylor.

Imagem 2 - Rua Comandante Taylor.

Imagem 3 - Esquina Rua Comandante Taylor e Rua Visconde de Camamu.

Imagem 4 - Esquina Rua Comandante Taylor e Praça Barão de Belém.

Imagem 5 - Esquina Rua Comandante Taylor e Praça Barão de Belém.

Imagem 6 - Esquina Rua Comandante Taylor e Rua Visconde de Camamu.

As imagens 1, 3, 7 e 8 demonstram o terreno estudado. Na imagem 1 é possível ver o ponto de ônibus, o qual terá grande valor e importância no partido, na fachada do terreno, pela Rua Comandante Taylor, a futura principal do projeto. A imagem 3 representa o foco do projeto, ao se tratar da esquina do terreno. Já na imagem 7, podemos ver o acesso do estacionamento atual e, o nível que o terreno se encontra plano. Na 8, tem-se o grande morro formado no fim do terreno, resultado da movimentação de terra, o qual impede a visualização e o próprio acesso. No projeto pretende-se criar uma rua para facilitar o acesso diretamente por dentro das vielas da favela ao lado do terreno, demonstrada na imagem 2. As demais imagens demonstram o entorno imediato, que permitem a percepção dos gabaritos e do fluxo de carros e pedestres, concluindo que na Rua Comandante Taylor esse fluxo é extremamente maior, o que conta com grande movimentação de pessoas, carros e ônibus. Já na Rua Visconde de Camamu e Praça Barão de Belém (vistas nas imagens 4, 5 e 6) possuem um fluxo menor, principalmente de pedestres.

Imagem 8 - Rua Visconde de Camamu. Imagem 7 - Rua Visconde de Camamu. Imagem 28 – Imagens do entorno e do terreno atualmente.

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Conclui-se que os únicos locais que

promovem cultura e esporte é o UNAS, CEU Heliópolis e Instituto Baccarelli, que se encontram cerca de 1,53 km e 2,15 km, respectivamente, de distância do terreno escolhido para o desenvolvimento do trabalho, no entanto não atendem a todas as pessoas da comunidade.

Depreende-se, portanto, que a loca-

lização do Centro Cultural e Esportivo Heliópolis proposto tem grande valor. Além de atender a comunidade da Vila Carioca, atenderá à parte da população que não tem acesso aos equipamentos já existentes, além de se tornar um complemento aos mesmos.

Imagem 29 – Diagrama de distancias.

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IMAGEM 30


5

LEVATAMENTOS

IMAGEM 31 31 IMAGEM


1

5.1. ZONEAMENTO

Conforme mapa ao lado, nota-se que ZPI 1

(Zona Predominantemente Industrial) e ZEIS 1 (Zonas Especiais de Interesse Social) predominam no entorno. Conforme classificação da prefeitura, ZPI 1 são áreas destinadas a maior diversificação de usos não residenciais e ZEIS 1, são áreas com assentamentos precários e informais que necessitam ser urbanizados e regularizados do ponto de vista fundiário. Com isso, pode-se concluir que a grande maioria do entorno do terreno ou são indústrias ou são lotes irregulares.

O terreno em questão encontra-se em ZEIS 2,

consideradas pela prefeitura como “glebas ou terrenos desocupados, não utilizados ou subutilizados, que devem servir para a produção de HIS (Habitação Imagem 32 – Zoneamento da área envoltória ao terreno.

de Interesse Social), HMP (Habitação para o Mercado Popular) e usos não residenciais”.

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5.2. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Imagem 33 – Favelas.

Imagem 34 – Uso e Ocupação do Solo.

Na figura 32, localizam-se as favelas do entorno

imediato do terreno e conclui-se fácil acesso ao projeto proposto, valorizando-o. Já a figura 33, demonstra a predominância dos usos nas quadras. Nota-se que há uma divisão nítida entre o Heliópolis, ao lado esquerdo do mapa, caracterizado por uso residencial, e a Vila Carioca, do lado direito, por uso industrial.

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5.3. GABARITO

Na figura 34, constata-se predominância de

baixo gabarito, com lotes de 1 a 5 pavimentos, nos quais identificam-se quadras residenciais e quadras industriais. Já em médio gabarito, encontram-se prédios baixos de 6 a 15 pavimentos e, altos, apenas uma quadra com um conjunto residencial de prédios com 17 pavimentos. Os lotes vazios são escassos, contando com o estacionamento do Hospital Heliópolis e o terreno pertencente a Petrobrás.

Imagem 35 – Gabarito.

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5.4. TOPOGRAFIA

Imagem 36 – Topografia.

A topografia do entorno é muito presente no

O terreno atualmente é um grande estacionamen-

Heliópolis, ao lado esquerdo do mapa, onde encon-

to para caminhões e sua topografia é marcada por 3

tram-se as favelas, a área é mais acidentada. Já ao

pontos: um grande declive na Rua Comandante Taylor,

lado da Vila Carioca, onde predominam indústrias e

um acesso único pelo centro do terreno, na descida

galpões a inclinação é mais leve, quase imperceptível.

da Rua Visconde de Camamu, onde encontra-se plano, com um declive irrelevante, e um grande morro de terra ao final do lote.

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5.5. MOBILIDADE 5.5.1. CONEXÕES

5.5.2. TRANSPORTE

Imagem 37 – Mapa de Mobilidade.

O

bairro

Heliópolis

Imagem 38 – Mapa de Transporte.

é

delimitado

pela

É de suma importância analisar a chegada no

Estrada das Lágrimas, fazendo divisa com o Ipiranga,

terreno, para a melhor compreensão do local. Com o

pela Avenida Guido Aliberti, divisa com São Caetano, e

mapa acima, é possível notar boa concentração de meios

pelas Avenida Almirante Delamare e Rua Comandante

de transporte no entorno, como: o terminal de ônibus

Taylor (principal acesso do terreno em questão), divisa

Sacomã, as estações de metrô Sacomã e Tamanduateí,

com a comunidade da Vila Carioca. Além disso, nas pro-

além de grande quantidade de pontos de ônibus, sendo

ximidades do terreno, passa a linha 2, verde, do Metrô,

um deles exatamente na entrada do terreno escolhido, o

e a linha 10, turquesa, da CPTM, de modo a possibilitar

qual vai ser incorporado e de grande valor no desenvolvi-

o fácil acesso ao local.

mento do projeto. 2021

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6

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

IMAGEM 39


Sesc Pompéia

Localizado na cidade de São

Paulo, com início das obras em 1977 e conclusão em 1986, SESC Pompéia é um projeto da arquiteta italiana Lina Bo Bardi, com colaboração dos arquitetos André Vainer e Marcelo Carvalho Ferraz.

O SESC é uma intervenção em

um edifício pré-existente, anteriormente conjunto de galpões de uma antiga fábrica de tambores que já serviam como espaço de lazer para a comunidade. O objetivo de Lina era manter os galpões e multiplicar as atividades que ocorriam no local e, com isso, concebeu duas novas torres em concreto armado em uma área vazia ao fundo do terreno, com “buracos” que possibilitam iluminação e ventilação cruzada. Para a arquiteta, o sucesso do projeto vem por reconstituir um espaço de convívio social, de maneira a reunir no mesmo local, indiví-

Imagem 40 – Fachada SESC Pompéia.

duos de qualquer faixa etária.

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Imagem 41 – Planta setorizando as atividades do projeto. (Modificada pela autora).

Imagem 42 – Planta da circulação do projeto com o programa. (Modificada pela autora).

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Imagem 43 – Elevações das fachadas com a distribuição do programa. (Modificada pela autora).

O projeto é dividido em 4 setores: esportivo, administrativo, serviços, cultura e lazer. Além das duas circulações

horizontais principais, possui as passarelas, uma das grandes protagonistas do projeto. O programa do SESC é amplo, haja vista a construção das áreas de lazer, como restaurantes e cafés, teatro com foyer para apresentações, além das salas e quadras, tornando-se base para o desenvolvimento do projeto proposto.

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Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI

Projetado pelo escritório de arquitetura UDG YangZheng Studio, em 2013, o Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI localiza-se na cidade de Zhoushi, ao norte do estado de Kunshan, na China, em uma rua comercial e de lazer. Uma das grandes qualidades do projeto é o caráter aberto e participativo. Imagem 44 – Fachada Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI.

Imagem 45 – Apresentação no pátio externo no Centro Cultural e Esportivo ZHOUSHI.

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Imagem 46 – Planta do nível térreo. (Modificada pela autora).

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Imagem 47 – Planta do primeiro pavimento. (Modificada pela autora).

O Centro Cultural e Esportivo faz modificações significativas no espaço urbano e conduz para uma nova e

melhor qualidade de vida. É um projeto que herda a tradição, mas ao mesmo tempo possui características contemporâneas, e tem como objetivo propagar a cultura na cidade de Zhoushi. 54- CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO HELIÓPOLIS

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Sesc Guarulhos

Em uma área de 34.200 m2 nasce o SESC Guarulhos, projetado pelo Dal Pian Arquitetos. Segundo a descrição enviada pela equipe, o edifício procura “favorecer e suscitar o encontro, a convivência e a interação entre pessoas.” Conta com atividades culturais, de ensino, de saúde, de recreação e lazer.

Imagem 48 – Fachada SESC Guarulhos.

Imagem 49 – Vista de cima SESC Guarulhos.

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Imagem 50 – Planta do subsolo. (Modificada pela autora).

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Imagem 51 – Planta do térreo. (Modificada pela autora).

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Imagem 52 – Planta do piso intermediário. (Modificada pela autora).

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Imagem 53 – Planta do primeiro pavimento (modificada pela autora).

A grande praça de convivência no térreo, além de receber o fluxo externo e distribuir as atividades, pode

ser vista de todos os pavimentos, contando com um vasto pé direito. O ginásio e a piscina coberta também possuem pés direitos duplos, podendo ser vistos do andar superior. O projeto está localizado em um ambiente urbano de crescimento e transformação, tendo como objetivo servir de polarizador cultural e comunicador social. 2021

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7

O PROJETO

IMAGEM 54


7.1 PARTIDO

O

partido

do

projeto

se

desenvolve

por meio de fluxos, com uma rua central para pedestres, que liga a Rua Comandante Taylor com a nova rua proposta, continuação da Maciel Parente, tendo também acesso pela Visconde de Camamu. O baixo gabarito também foi um partido importante, levando em consideração o intuito de fazer algo identitário para comunidade, com sensação de pertencimento. O impacto que a proposta traz tanto para as pessoas que usufruem do espaço, quanto para as que passam por ele, pois além de poder circular entre os blocos, sem necessariamente acessá-los, essa volumetria permite que o olhar de quem passa consiga ver toda extensão do terreno. Além disso, os blocos foram espaçados por praças englobadas entre eles, de forma a criar espaços de permanência dentro do edifício.

Imagem 55 – Diagrama de desenvolvimento de volumetria (autoria própria).

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Imagem 56 – Plano de massas (autoria própria).

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O projeto conta com, além da passagem central, cinco blocos individuais, com acessos diretos do nível da rua. No um encontra-se o teatro, com o foyer, no dois a administração e a piscina, no três o ginásio, e ambos os dois ultimos contam com vestiários e mezaninos. Já no quatro há o bloco das exposições e da biblioteca, e no cinco o café, salão de jogos, brinquedoteca, refeitório e os andares das salas, sendo algumas delas: dança, luta, estudos e grafite.

Em cima do bloco dois encontra-se

uma praça elevada, na qual tem entrada tanto entre o um e dois, quanto por uma passarela que liga ao andar das salas de estudo.

Entre o quatro e o cinco a praça

criada tem como objetivo, além da passagem para dentro do projeto, servir como barreira sonora para os andares das salas e o espaço de exposições.

Imagem 57 – Diagramas de estudo (autoria própria).

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7.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES

64- CENTRO CULTURAL E ESPORTIVO HELIÓPOLIS

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Imagem 58 – Programa de necessidades.

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7.3 LEGISLAÇÃO

7.4 VOLUMETRIA

ÁREA DO TERRENO: 18.850 m2 TAXA DE OCUPAÇÃO: 57% | 10.896 m2 COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO: 0,58 | 10.969 m2 ÁREA PERMEÁVEL: 43%

- ÁREA VERDE: 13% | 2.500 m2

- PISO DRENANTE: 30% | 5.769 m2

Imagem 59 – 3D 1 volumetria.

Imagem 60 – 3D 2 volumetria.

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Imagem 61 – 3D 3 volumetria.

Imagem 63 – 3D 5 volumetria.

Imagem 62 – 3D 4 volumetria.

Imagem 64 – 3D 6 volumetria.

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7.4 ESTUDO PRELIMINAR





















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CONSIDERAÇÕES FINAIS

IMAGEM 79


Esse Trabalho Final de Graduação teve como principal

objetivo criar uma área de lazer, entretenimento e permanência para a comunidade Heliópolis, a segunda maior favela da América Latina. Após estudos do local foi possível notar a escassez de equipamentos culturais, de modo a concluir que os existentes não suprem a toda população. Com isso, foi desenvolvido um projeto de um Centro Cultural e Esportivo, que engloba salas de estudos, salas de dança, picadeiro para circo, salas de grafite, um teatro para apresentações, um ginásio com duas quadras, uma piscina olímpica, sala de exposições temporárias, uma biblioteca, entre outros, todos de uso público. O partido do projeto surge a partir de seu entorno, visto que esta localizado em um terreno ao lado da favela, e, portanto, de baixo gabarito. A partir disso, o principal conceito é projetar um edifício identitário, para dar sensação de pertencimento, misturando-se com a comunidade pelo olhar de quem passa.

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BIBLIOGRAFIA

IMAGEM 80


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