Prefeitura Municipal de Poços de Caldas DIVISÃO DE PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO E TOMBAMENTO
FICHA DE INVENTÁRIO (conforme modelo IEPHA)
ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS E URBANÍSTICAS – CONJUNTO PAISAGÍSTICO, TURÍSTICO E BALNEÁRIOS TERMAIS
Fontes termais dos Macacos e Conjunto da IPAC Nº 08 Praça Dom Pedro II Endereço: Praça Dom Pedro II Coordenadas: Propriedade: Prefeitura Municipal de Poços de Caldas Responsável: Prefeitura Municipal de Poços de Caldas Situação de Ocupação: Pública Uso antigo: Praça Uso atual: Praça ( )Registro de Bem Imaterial (X )Tombamento ( )Entorno de Bem Tombado Proteção Legal: ( )Regulação Urbana Outro: Inventário Instância: ( )Federal ( ) Estadual ( ) Municipal Tipo de Proteção: ( )Isolado ( )Conjunto ( ) Nenhum Decreto/homologação: Inscrição Livro de Tombo: Cadastro imobiliário 00.02.003.0002.0000 Em 1775, as águas termais dos poços de Caldas (que posteriormente daria nome a cidade), já eram conhecidas em toda a região. No século XIX, os poços sulfurosos atraiam numerosos visitantes do Rio de Janeiro, principalmente em busca de remédio para suas doenças. Em 1818, o Governador de Minas Gerais, Dom Manoel Francisco de Portugal e Castro, parente e amigo do rei Dom João VI, esteve tratando da saúde, e em sua companhia vieram vários funcionários públicos, um pelotão de cavalaria e oito carpinteiros que fizeram acomodações para 40 pessoas, já que junto às fontes não havia casas. Em 1815, o fazendeiro de conceição do Rio Verde, Joaquim Bernardes da Costa, estava fazendo sua terceira estação balneária e acabou convencendo seus filhos a requererem sesmarias naquele local por conta das pastagens naturais que cercavam as fontes. Seu filho, Joaquim Bernardes da Costa Junqueira, após a demarcação das terras em 1820, adquiriu as propriedades de seus irmãos e fundou a fazenda do Barreiro, o primeiro centro habitado na região das fontes. Em 1872, o médico e senador Doutor Joaquim Floriano de Godoy assumiu a presidência de Minas Gerais, e posteriormente, se interessou pelas águas sulfurosas dos Campos de Caldas. Após examinar relatórios sobre as condições físicas do local, decretou em 14 de outubro do mesmo ano a desapropriação dos lotes ao redor das fontes, para assim então iniciar um povoado, indenizando os proprietários. Porém essa desapropriação não foi efetuada, pois o Major Joaquim Bernardes da Costa Junqueira doou um total de 40 alqueires para a construção da cidade. Em 16 de janeiro de 1882, os concessionários da Empresa Balneária dos Poços de Caldas deram início às suas atividades nas Caldas, e construíram provisoriamente barracões de tábuas de pinho em cada um dos grupos de fontes termais. Nos Macacos, que foi inaugurado em 1896, era provido de uma sala de espera, onze quartos e dez banheiros, assim proporcionando um local mais organizado e adequado para a realização dos banhos termais. Contextualização:
Designação:
Análise Entorno situação e ambiência: Histórico: Descrição: Fatores de Degradação
Situa-se no centro de Poços de Caldas, na Praça Dom Pedro II. Trata-se de uma região com uma tradicional frequência turística, devido às suas fontes termais e ao balneário pertencentes à Fonte Termal Macacos e ao Conjunto da Praça Dom Pedro II. Seu entorno está bastante verticalizado, com a presença de diversos edifícios com mais de quatro pavimentos, chegando até dezesseis andares. O caráter dos imóveis ao redor é variado, entre comercial, residencial e serviços. Nas laterais para as ruas Rio Grande do Sul e Corrêa Neto, existem pontos de ônibus. Já na lateral para a Rua Barros Cobra, há trailers de lanches, e ambos contribuem para que o fluxo de pessoas e veículos seja intenso. A denominação das fontes termais dos macacos consiste em duas versões: uma delas é por conta dos símios que viviam próximos da região e outra por conta da Princesa Isabel, que chagou a visitar o local. A princesa tinha uma fazenda denominada Macacos e após sua visita aquele logradouro passou a ser ponto de passeio dos cariocas. Assim, por analogia, estendeu-se o apelido ao passeio em Poços. Segundo a historiadora Nilza Botelho Megale, em seu livro Memórias Históricas de Poços de Caldas, “A Empresa Balneária inaugurou também em 1896, a 27 de fevereiro, o estabelecimento termal dos Macacos, com 11 banheiras de classe em azulejos brancos e 13 de 2ª classe em madeira de cedro. Os serviços de pedreiro estiveram a cargo do mestre Antônio Alves da Silva e Luiz Tremoulet e os de carpintaria sob a direção do construtor João Batista Pansini (Ottoni, 1960). O edifício tinha o formato de um I, com uma parte central de janelas altas envidraçadas e duas no sentido horizontal, tendo sido a face de trás desmanchada posteriormente. Na mesma época, podemos notar pelas fotos, havia a presença de um posto meteorológico na praça. Este prédio foi demolido pela Hidrominas, que construiu, durante o Governo Rondon Pacheco, um edifício moderno com 20 banheiros (10 masculinos e 10 femininos), inaugurado a 14 de março de 1975, denominado balneário Dr. Mário Mourão, em homenagem ao grande médico e crenologista de Poços de Caldas”. Consta no acervo da Secretaria de Planejamento o projeto do prédio atual, datado de 1973, tendo como o autor do projeto o engenheiro Luiz Henrique Benedito Ottoni. A praça também sofreu alterações de desenho, em 1992, tendo sido preservado o desenho original somente na sua porção sul. Durante o Projeto Centro Vivo em 1995, o fontanário também foi remodelado, substituindo o antigo que era em azulejos brancos pelo atual em formato circular e cobertura de policarbonato. Atualmente, segundo o site da Prefeitura Municipal de Poços de Caldas, o Balneário é destinado para banhos de imersão que são realizados em cabines individuais, composta por banheira, pia, espelho e todo aparato necessário para conforto e comodidade do banhista. A água utilizada nos banhos sai diretamente da fonte, a uma temperatura de 41ºC. Dessa maneira, os banhistas podem relaxar e desfrutar das propriedades medicinais das águas sulfurosas e termais. O banho de imersão sulfuroso proporciona uma ação sedativa, descongestionante, relaxante, analgésica e vasodilatadora. O fontanário é constituído de alvenaria, azulejo e uma cobertura de policarbonato. Suas águas sobem a uma temperatura média de 41°C. Sua composição química é resultante da lixiviação das rochas e do solo que enriquece a água com minerais, assim possuindo características distintas das águas comuns. Está situado na Praça Dom Pedro II, que é constituída de um jardim planejado, uma ponte executada pelo engenheiro Agostinho Tucci, que esteve em Poços de Caldas entre 1910 e 1920. O fontanário de águas sulfurosas situa-se no centro da praça, ao lado está localizada uma edificação caracterizada pelo estilo moderno, o Balneário Doutor Mário Mourão, além dos banheiros de uso público. Na outra lateral da praça, está localizada a ponte sobre o ribeirão de Caldas e uma fonte luminosa. O principal fator de degradação é seu uso como praça pública, ainda mais com o funcionamento de feiras aos finais de semana, além de eventos, que são realizados com frequência. Também está sujeita à degradação pelo tempo e pela exposição às intempéries.
Elementos para Preservação Medidas de Conservação Estado de Conservação: Análise do Estado de Conservação: Intervenções: Referências Bibliográficas:
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Fontanários Canteiros Ponte Alvenaria constituinte da fonte Cobertura de policarbonato Balneário Jardins
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Manutenção periódica dos jardins que compõem a praça Manutenção periódica dos fontanários Manutenção periódica da ponte Conscientizar o público para o bom uso das águas e da praça em si.
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( )Excelente
(X)Bom
( )Regular
( )Ruim
( )Péssimo
( )Demolido
A Fontes termais dos Macacos e Conjunto da Praça Dom Pedro II se encontram em bom estado de conservação, não havendo sido descaracterizada após seu tombamento. No entanto, um dos fatores que corroboram para a descaracterização da praça, são os trailers de lanches.
Em 1896 foi implantado o estabelecimento termal dos Macacos, que posteriormente foi demolido para a construção do balneário moderno, inaugurado em 1975, com o nome de Balneário Doutor Mário Mourão, em homenagem ao ilustre médico. A praça também sofreu alterações de desenho, em 1992, tendo sido preservado o desenho original somente em sua porção sul. Durante o Projeto Centro Vivo, em 1995, o fontanário também foi remodelado, substituindo o antigo fontanário em azulejos brancos pelo atual em formato circular e a cobertura de policarbonato. MEGALE, Nilza Botelho, 1920 – Memórias históricas de Poços de Caldas / Nilza Botelho Megale. 2.ed. ver. E ampliada. – Poços de Caldas, MG : Sulminas, 2002 UNICAMP. Jornal da UNICAMP. Pesquisa avalia a qualidade das águas termais de Poços. Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/ju/610/pesquisa-avalia-qualidade-das-aguas-termais-de-pocos Prefeitura Municipal de Poços de Caldas. Termalismo. Disponível em: http://www.pocosdecaldas.mg.gov.br/site/?page_id=12084 Acervo da Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento. Acervo do Museu Histórico e Geográfico
Ficha Técnica:
Elaboração da ficha em 2018: __________________________________________________ Arq. Letícia Siqueira Loiola Coord. da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento __________________________________________________ Arq. Lícia Perote de Almeida Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento __________________________________________________ Bianca Gonzaga Rodrigues Estagiária de Arquitetura e Urbanismo Documentação Fotográfica:
Figura 1: Construção do sistema de captação da Praça Dom Pedro II, 19/07/1928. Acervo Museu Histórico e Geográfico.
Figura 2: Construção do sistema de captação da Praça Dom Pedro II, 19/08/1929. Acervo Museu Histórico e Geográfico.
Figura 3: Finalização da construção do sistema de captação da Praça Dom Pedro II, sem data. Acervo Museu Histórico e Geográfico.
Figura 4: Praça Dom Pedro II, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 5: Vista área da Praça Dom Pedro II e o antigo Balneário Macacos, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 6: Thermas dos Macacos, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 7: Thermas dos Macacos, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 8: Antigo Balneário Macacos, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 9: Balneario Macacos sendo desmanchado e passando a ser Balneario Dr. Mário Mourão, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 10: Posto de Meteorologia, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 11: Antigo fontanário, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 12: Balneário Macacos e ponte projetada pelo engenheiro Tucci, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 13: Ponte projetada pelo engenheiro Agostinho Tucci, sem data. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas.
Figura 14: Antigo Balneário Dr. Mário Mourão e fontanário, sem data. Acervo da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento.
Figura 15: Fonte luminosa, sem data. Acervo da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento.
Figura 16: Fonte luminosa, sem data. Acervo da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento.
Figura 17: Remodelação do Fontanário da Praça Dom Pedro II, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 18: Remodelação do Fontanário da Praça Dom Pedro II, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 19: Remodelação do Fontanário da Praça Dom Pedro II, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 20: Praça Dom Pedro II remodelada, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 21: Praça Dom Pedro II remodelada, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figuras 22 e 23: Antes e Depois da Ribeirão de Caldas e da ponte executada pelo engenheiro Agostinho Tucci, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 24: Balneário Dr. Mário Mourão, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 25: Vista área da Praça Dom Pedro II, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 26: Balneário Dr. Mário Mourão, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 27: Monumento Doutor Mário Mourão, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 28: Balneário Dr. Mário Mourão, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 29: Fontanário, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 30: Detalhes do fontanário, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 31: Água sulfurosa, sem data. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Locação e Plantas cadastrais
Figura 32: Mapas das Fontes Thermaes de Poços de Caldas, retirado do livro Estudos de Crenologia (Aguas Mineraes Sulfurosas) de Aristides de Mello e Souza de 1936.
Figura 33: Projeto do Balneário Doutor Mario Mourão do Engenheiro Luiz Henrique Benedito Ottoni, 1973. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figura 34: Projeto do Balneário Doutor Mario Mourão do Engenheiro Luiz Henrique Benedito Ottoni, 1973. Acervo Divisão de Patrimônio Histórico e Tombamento.
Figuras 35 e 36: Croqui de implantação, sem escala e imagem de satélite.
Figura 37: Localização do imóvel na área inventariada, dentro da área do município
Figura 38: Mapa da micro e mesorregião de Poços de Caldas.