Ficha de Inventário Edifício Esther

Page 1

Prefeitura Municipal de Poços de Caldas DIVISÃO DE PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO E TOMBAMENTO

FICHA DE INVENTÁRIO (conforme modelo IEPHA)

ESTRUTURAS ARQUITETÔNICAS E URBANÍSTICAS – CONJUNTO PAISAGÍSTICO, TURÍSTICO E BALNEÁRIOS TERMAIS

Designação: Edifício Esther IPAC Nº 111 Rua Assis Figueiredo, 1225 / 1223 / 1241 / 1209 / 1217 - Rua Barros Cobra, 19 sala 11 / 19 sala 12 / 19 sala 13 / 19 sala 14 / 19 sala 21 / 19 sala 22 / 19 sala 23 / 19 sala 25 / 19 sala 31 / 19 sala Endereço: 32 / 19 sala 33 / 19 sala 34 / 19 sala 41 / 19 sala 42 / 19 sala 43 / 19 sala 44 / 19 sala 51 / 19 sala 52 / 19 sala 53 / 19 sala 54 / 19 sala 61 / 19 sala 62 / 19 sala 63 / 19 sala 64 / 11 / 29 Coordenadas: Latitude: - 21.789246; Longitude: - 46.566219 Propriedade: José Carlos Gonçalves Carneiro Responsável: Ana Elisa Carneiro; Ana Cândida Carneiro Situação de Ocupação: Alugado Uso antigo: Residencial e comercial Uso atual: Residencial e comercial ( )Registro de Bem Imaterial ( )Tombamento ( )Entorno de Bem Tombado ( )Regulação Urbana Outro: Inventário Instância: ( )Federal ( ) Estadual (X ) Municipal Tipo de Proteção: ( )Isolado ( )Conjunto ( ) Nenhum Decreto/homologação: Inscrição Livro de Tombo: Cadastro imobiliário 00.01.014.0018.0001 a 00.01.014.0018.0031 O movimento turístico em Poços de Caldas cessou repentinamente com o decreto feito pelo presidente Eurico Gaspar Dutra em 1946, que tornara ilegal os jogos e, consequentemente, os cassinos em todo o país. Tal proibição foi um baque para as estâncias hidrominerais, que passaram por um período de inatividade, custando a se refazerem economicamente. Fez-se necessário investir em outros atrativos turísticos na cidade. No entanto, não somente o turismo se desenvolveu neste período histórico, mas todos os setores da vida pública. As indústrias hoteleira, de laticínios, de doces e de vinhos foram as grandes beneficiadas. Durante a década de 50, o município estava em ascensão industrial devido a identificação em 1952 da presença de urânio no minério de zircônio, assim novas mineradoras vieram para cidade. Em 1954, estando por terminar o contrato feito em 1930 entre a Prefeitura Municipal e a Companhia Sul Mineira de Eletricidade, o prefeito Martinho de Freitas Mourão resolveu, de acordo com a Câmara, reverter os serviços de Força e Luz ao Município. Criou então o Departamento Municipal de Eletricidade, com autonomia financeira, administrativa e econômica. Durante esse período de progresso, outros marcos aconteciam na cidade como o crescimento do uso de automóveis pelos habitantes e o início da verticalização, quando prédios como o Edifício Esther foram construídos. O imóvel está inserido na Rua Assis Figueiredo, esquina com a Rua Barros Cobra, que são as principais ruas comerciais da cidade, e possuem intenso fluxo de veículos e pedestres. Os passeios são largos e não arborizados e a fiação elétrica nessa área da cidade é subterrânea, favorecendo a visibilidade da fachada. Próximo ao local no qual está inserido o imóvel, há diversos prédios residenciais e comerciais, com gabaritos entre três e quinze pavimentos. O Edifício Esther está próximo a outros imóveis inventariados, como o Edifício Seregy, o antigo Restaurante Fenícia, o Edifício Borsatto, além do antigo Banco do Comércio e Indústria e do antigo Unibanco. Análise Entorno situação e ambiência:

Contextualização:

Proteção Legal:


Histórico: Descrição: Fatores de Degradação Elementos para Preservação Medidas de Conservação Estado de Conservação:

O início da construção do prédio se deu por volta de 1956, pelo construtor Oliveira Germano, de propriedade de Teodomiro Carneiro. Para realizar a construção, Teodomiro vendeu uma fazenda e uma chácara que era localizada onde atualmente é a Coopoços. Inicialmente, o prédio teria 9 pavimentos, mas devido ao gasto da construção e para evitar dívidas, o prédio foi finalizado em 7 pavimentos. Os apartamentos sempre foram destinados à locação, não eram vendidos. Por isso, quando outros prédios foram construídos, alguns inquilinos se mudaram do Edifício Esther. Teodomiro Carneiro era proprietário da Casa Cristal, localizada em frente ao local onde seria o Edifício Esther e, posteriormente, passou a funcionar no térreo do Edifício Esther. A loja vendia materiais para construção e os filhos e Teodomiro, Célio e José Carlos Gonçalves Carneiro, o ajudavam na loja. Em 1968, após uma esclerose múltipla, Teodomiro faleceu. A Casa Cristal passou a ser comandada pelos seus herdeiros, mas foi à falência em 1969 e fechou. Atualmente, o prédio ainda é de propriedade dos herdeiros de Teodomiro Carneiro e netos, permanecendo com o perfil de apartamentos para locação. O Edifício Esther se situa na esquina da Rua Assis Figueiredo com Rua Barros Cobra e não possui recuos frontal e lateral. O imóvel possui sete pavimentos, sendo de uso comercial o pavimento térreo e residencial os pavimentos superiores. O imóvel possui esquadrias em metal e madeira ainda originais, seus elementos da fachada são em composição simétrica. A parte destinada à residência é dividida em dois blocos. O acesso da área residencial é feito pela fachada secundária (Rua Barros Cobra), enquanto que o acesso à área comercial é feito pela fachada principal. No térreo houve descaracterização. O elevador do imóvel é original da construção, tem seu interior revestido em madeira. Este edifício se caracteriza pela repetição de aberturas, frisos no entorno das aberturas, cimalhas e elemento vazado em quadriculado no vão lateral do edifício. Como a fiação elétrica nessa área da cidade é subterrânea, a visibilidade da fachada não é prejudicada. Por se tratar de um imóvel comercial e residencial, o fluxo intenso de pedestres e a poluição dos veículos contribuem para os danos na edificação. O imóvel também está sujeito a degradação pelas intempéries.

→ Elementos que compõem a fachada → Volumetria e ritmo das aberturas → Elementos vazados em quadriculado no vão lateral do imóvel e no hall de entrada.

→ Pintura da fachada; → Manutenção e pintura das esquadrias; → Manutenção periódica do telhado.

( )Excelente

(X )Bom

( )Regular

( )Ruim

( )Péssimo

( )Demolido


Análise do Estado de Conservação: Intervenções: Referências Bibliográficas:

Suas características principais se mostram preservadas, como a volumetria e os elementos de composição da fachada.

As intervenções feitas ao longo dos anos foram realizadas no interior dos apartamentos e nas lojas do térreo do imóvel. O térreo do imóvel se encontra descaracterizado devido à perda dos detalhes em malhas vazadas que haviam originalmente.

Entrevista com Ana Maria Lobato Carneiro (esposa de José Carlos Gonçalves Carneiro) em 28/06/2018. Acervo da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento. Acervo do Museu Histórico e Geográfico de Poços de Caldas. Elaboração da ficha em 2018:

Ficha Técnica:

Arq. Letícia Siqueira Loiola Coord. da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento

Arq. Lícia Perote de Almeida Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento

Bianca Gonzaga Rodrigues Estagiária de Arquitetura e Urbanismo


Documentação Fotográfica:

Figura 1: Imóvel demolido para a construção de Edificio Esther, sem data. Foto: Acervo do Museu Histórico e Geográfico.

Figura 2: Vista parcial de Poços de Caldas, sem data. Foto: Acervo do Museu Histórico e Geográfico.


Figura 3: Vista aérea de Poços de Caldas em 1961. Foto: Acervo do Museu Histórico e Geográfico.

Figura 4: Edifício Esther durante a década de 70. Foto: Acervo do Museu Histórico e Geográfico.


Figura 5: Edifício Esther durante a década de 90, quando ainda possuia os elementos vazados em quadriculado no térreo. Foto: Acervo da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento.

Figura 6: Fachada do Edifício Esther durante os anos 2000. Foto: Acervo da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento.


Figura 7: Fachada Edifício Esther, 2013. Foto: Acervo da Divisão de Patrimônio Construído e Tombamento

Figura 8: Fachada para Rua Assis Figueiredo. Foto: Letícia Siqueira Loiola (28/06/2018)


Figura 9: Fachada para Rua Assis Figueiredo. Foto: LetĂ­cia Siqueira Loiola (28/06/2018)

Figuras 10 e 11: Detalhes das esquadrias de ferro e madeira da fachada. Foto: LetĂ­cia Siqueira Loiola (28/06/2018)


. Figura 12: Detalhe das esquadrias de ferro. Foto: LetĂ­cia Siqueira Loiola (28/06/2018).

Figura 13: Entrada para os apartamentos, com o detalhe em elemento vazado em quadriculados. Foto: LetĂ­cia Siqueira Loiola (28/06/2018).


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.