Dedicamos esse trabalho a todas as integrantes da PrograMaria por toda a ajuda e incentivo. Juntas, sabemos que somos fortes para continuar uma luta justa e levantar a bandeira para um mundo melhor.
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intro.exe “Mulheres não sabem programar”,
“computação é coisa de homem” ou até mesmo “ela é mulher, mas é uma excelente programadora” são alguns dos muitos preconceitos disfarçados de elogio que mulheres da área de programação e T.I. escutam dentro do ambiente de trabalho. O porquê de tudo isso? Ser mulher é um desafio imenso. Ser uma mulher IN TECH é mais um dos muitos obstáculos que ainda precisamos vencer. Quando o assunto é tecnologia, quais os grandes nomes que virão a nossa cabeça? Se falarmos em computação, provavelmente Bill Gates e Steve Jobs. Na astronomia Neil Armstrong ou Buzz Aldrin. E na computação? Ah, claro que o Tim Berners-Lee, certo? O ponto que queremos chegar é: quase todos os nomes são de homens. Sempre homens. Exclusivamente homens.
as mulheres eram líderes em ciência dacomputação.
Acredite: há algumas décadas atrás
Mas por que essa agora informação nos soa tão distante? A partir de 1984 a representação feminina neste campo caiu drasticamente e, atualmente, apenas 25% das mulheres trabalha nesta área no Brasil. O objetivo do trabalho desenvolvido pela agência Mauds tem a missão de abrir esta discussão e analisar a importância da PrograMaria - projeto feminista focado em mulheres que são ou querem ser programadoras. Foram feitas pesquisas de campo e em profundidade, captação de dados em livros e principalmente no ambiente digital com a finalidade de elaborar as melhores propostas para o projeto e um planejamento de campanha assertivo para o seu público-alvo.
Mas vamos supor que eram as mulheres que cuidavam de softwares. O que você diria? 11
truct group_info init_groups = { .usage = ATOMIC_INIT(2) }; struct group_info *groups_alloc(int gidsetsize){ struct group_info *group_info; int nblocks; int i;
nblocks = (gidsetsize + NGROUPS_PER_BLOCK - 1) / NGROUPS_PER_BLOCK; /* Make sure we always allocate at least one indirect block pointer */ nblocks = nblocks ? : 1; group_info = kmalloc(sizeof(*group_info) + nblocks*sizeof(gid_t *), GFP_USER); if (!group_info) return NULL; atomic_set(&group_info->usage, 1);
if (gidsetsize <= NGROUPS_SMALL) group_info->blocks[0] = group_info->small_block; else {
for (i = 0; i < nblocks; i++) { gid_t *b; b = |
struct group_info init_groups = { .usage = ATOMIC_INIT(2) }; struct group_info *groups_alloc(int gidsetsize){
you have been hacked by mauds
S
omos uma agência composta por mulheres que acreditam na publicidade e propaganda fora da mesmice, da piada batida e do layout óbvio. Queremos ser a agência diferentona, sem nóia e sem caô.
who is mauds pesquisar
E, para nos guiar nessa empreitada, canonizamos como inspiração: Maud Wagner.
Ela foi simplesmente a primeira tatuadora da história, lá por 1904. A mulher era porreta mesmo, aprendeu com o marido o ofício e treinava em sua própria pele. Na raça. Sem medo. Além disso, usava métodos pioneiros e foi a última que se tem notícia a aplicar a técnica de tatuagem manual. Ou seja, escolhemos uma ótima persona para amadrinhar nossa agência. Assim como ela, queremos ser avant-guard, explorar caminhos diferentes, sem temer o incorreto, botando a cara no Sol. Afinal, quem faz por convicção, faz sem
medo de repreensão. Então, a seguir, as Mauds do século 21.
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Letícia Lucena
Melissa Ruiz
Monique Gallon
Diretora de Arte
Redatora
Social Media
_fluente em memes e imagens chiques.
_escreve entre um temaki e outro.
_o maior pokémon que você respeita.
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ser mulher, homem, jovem ou velho, magro ou gordo, branco ou negro. Ninguém quer comprar algo que não se identifica.
mulher na agência Não é só "mais uma agência" no mercado. É um movimento. Um grupo que acredita na causa. A gente procurou e não se viu. A gente não se exergou e se cobrou por não estar ali. Se sentiu um produto e não se sentiu público pra nenhum produto que não fosse os que prendessem e limitasse a gente num papel. Aprendeu o que era bonito, se odiou ao olhar no espelho. Achou que o horizonte fosse só o que os olhos conseguem ver. A publicidade despertou para as mulheres: 71% delas acredita que as marcas devem se responsabilizar pela mensagem que passa as suas consumidoras. FemVersating funciona, basta checar resultados. Não perdemos só socialmente ao apostar em velhas ideias, pode
A gente olha pro lado e quer se encontrar. Nunca deveria ter sido diferente. E se depender da Mauds, não será.
missão Por meio da publicidade, realizar trabalhos com inovação, empoderamento e que respeite todos. Estamos a favor de um mundo por igualdade.
visão Uma comunicação em que todos se encontrem e, assim, um mundo com mais tolerância.
valores Qualidade, criatividade, eficiência, organização, inovação e empoderamento.
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POR LIBERDADE. POR REPRESENTATIVIDADE. POR EMPODERAMENTO.
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H
_mulheres em tech Lugar de mulher é onde ela quiser. Inclusive na tecnologia
istoricamente mulheres não se vincularam à tecnologia e ciência por questões sociais. Esperava-se que elas cuidassem da família e, como “procriadoras”, sempre ligadas à maternidade. O início dos anos 80 contribuiu com a adesão das mulheres aos cursos de Medicina, Direito e Física. Mas foi em 1984 que a participação feminina na computação despencou, coincidindo com o lançamento dos computadores pessoais. Mesmo com o acesso aos PCs em casa, o apelo comercial voltou-se para o público masculino. Instalou-se então a narrativa que levaria as mulheres para longe da revolução computacional e da cultura tech.
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Segundo o último levantamento do IBGE com essas informações, Censo 2010, mulheres representam apenas 1/4 das 520 mil pessoas que trabalham com computação no Brasil. Para piorar, o salário médio das mulheres no setor de T.I. é 34% menor do que o dos homens, e, nos cargos de chefia, elas ganhavam 65% a menos. Meg Urry, diretora do centro de Astronomia e Astrofísica de Yale, denuncia que vê muitas mulheres deixando a Física não por conta de talento, mas por causa do desencorajamento de se sentir “menosprezada, desconfortável e de encontrar barreiras no caminho para o sucesso”. Meg também reclama que mulheres não aprenderam a se gabar dos seus feitos como os homens e tendem a internalizar fracassos. Enquanto os homens colocam a culpa em alguém e são socializados a reagir aos outros e considerar suas ideias sempre. “Não pergunte o que nós pensamos, não tente formar consenso. Apenas bata na mesa e nos diga o que fazer”, disse um colega certa vez a Meg. Muitas mulheres não foram educadas para se comportar dessa maneira ou não gostam de agir assim por questão de personalidade ou medo de serem julgadas quando o fazem. 20
Precisamos pensar em programação como solução - para alguns de nossos muitos - problemas. Se apenas homens estiverem nesses espaços, comandando a tecnologia, provavelmente teremos poucas soluções para esta questão em pauta. Está na hora de mudarmos esse cenário e só conseguiremos essa mudança com inspiração, reconhecimento e referências. Quanto mais mulheres estiverem presentes na área, mais meninas enxergarão na programação uma possibilidade.
Mulheres são pessoas. Portanto, merecem direitos iguais; Mulheres devem ganhar salários iguais aos dos homens no desempenho da mesma função; Mulheres têm o direito de ir e vir nas ruas: andar sozinhas e de serem respeitadas;
LIBERTÉ, ÉGALITÉ, FRATERNITÉ Manifesto de Aline Valek [adaptado]
Mulheres não devem ser discriminadas no mercado de trabalho e suas oportunidades não devem ser limitadas aos papéis de gênero que a sociedade impõe sobre elas; Não é obrigação da mulher cuidar da casa, dos filhos e do marido. Os afazeres domésticos e cuidado com as crianças devem ser de igual responsabilidade para homens e mulheres; Nenhuma mulher é uma propriedade. Nenhum homem tem o direito de agredir fisicamente ou verbalmente uma mulher, ou ainda determinar o que ela pode ou não fazer;
Se duas mulheres decidem viver juntas (ou dois homens), isso não é da conta de ninguém e o Estado deveria reconhecer legalmente essas uniões; Não existe tal coisa como “mulher de verdade”. Todas as mulheres são bem reais, independente de se encaixar em algum padrão; Amar o próprio corpo e se sentir bem com a própria aparência não deve depender dos padrões de branquitude e magreza que a sociedade racista e gordofóbica determinou como “beleza”; O homem não tem mais libido que a mulher, nada foi comprovado biologicamente, a diferença do desejo sexual varia entre pessoas dos dois gêneros, portanto, essa não é uma justificativa para cometer abusos; Mulher não “tem que” nada, se não quiser. Isso vale para ser “amável” ou falar palavrão, fazer sexo ou não fazer, se depilar ou não depilar, etc;
Mulheres não existem em função de embelezar o mundo. Muito menos em função da aprovação masculina; 21
A representação das mulheres deve contemplar toda a sua diversidade: somos negras, brancas, indígenas, transexuais, magras, gordas, heterossexuais, lésbicas, bi, com ou sem deficiências. Nenhuma de nós deve ser invisível na mídia, nas histórias e na cultura; A voz das mulheres precisa ser valorizada. A opinião das mulheres, suas vivências, ideias e histórias não podem ser descartadas ou consideradas menores pelo fato de serem mulheres; O espaço político também é um direito da mulher. Devemos ter direito ao voto, a sermos votadas, representadas politicamente e a termos nossas questões contempladas pelas leis e políticas públicas; Papéis de gênero são construções sociais e não verdades naturais e universais. Nenhum papel de gênero deve limitar as pessoas, homens ou mulheres, ou ainda permitir que um gênero sofra mais violência, seja mais discriminado, tenha menos direitos e considerado menos gente; 22
O corpo da mulher é de direito somente da mulher. A ela cabe viver a sua sexualidade como bem entender, decidir como vai dispor de seu corpo e da sua imagem, com quem ou como vai se relacionar; Qualquer ato sexual sem consentimento é estupro. Nenhum homem tem o direito de dispor sexualmente de uma mulher contra a vontade dela; Assédio de rua é uma violência. A mulher tem o direito ao espaço público (e também ao transporte público) sem ser constrangida, humilhada, ameaçada e intimidada por assediadores; A representação da mulher na mídia não pode nos reduzir a estereótipos que nos desumanizam e ajudam a nos oprimir; Mulheres não são produtos. Não podem ser tratadas como mercadoria, isca para atrair homens, moeda de troca ou prêmio; Nunca é culpa da vítima.
O ciberfeminismo (PLANT, 1997; ADAM, 2001; FERNANDEZ, WILDING, 2002. WILDING, 2001) é o termo usado para designar a parte do movimento feminista que se compromete com questões como a identidade e os direitos das mulheres no ciberespaço e como ferramenta de emancipação e empoderamento das mulheres
NA WEB: DO THE REVOLUTION O feminismo é para todas. Não importa se for você estiver na rua, em casa, na praça ou na web.
também é a casa da interatividade. Uma possibilidade recente de troca de ideias de saberes de forma intensa e única. Com a popularização do acesso a internet, hoje é possível participar da militância feminista no ambiente virtual, seja com opiniões divergentes ou até mesmo novas informações.
Da mesma forma que há movimentos feministas nas cidades físicas e das mais variadas vertentes, na internet também existem sites, blogs, grupos de discussões e de disseminação da luta feminista. Esse espaço é extremamente importante porque, no mundo real, quase não existe mais separação do On/Off. E não tem como negar a influência da internet e seus meios sob o nosso comportamento.
O filósofo francês Pierre Lévy define o ciberespaço não apenas como a infraestrutura material da comunicação, mas também como o universo oceânico de informações que ela abriga. Além desse universo de informações, a internet 23
“
A fim de provar a inferioridade da mulher, os antifeministas apelaram não somente para a religião, a filosofia e a teologia, como no passado, mas ainda para a ciência: a biologia, psicologia experimental, etc. Quando muito, consentia-se em conceder ao outro sexo a ‘igualdade dentro da diferença’. Essa fórmula, que fez fortuna, é muito significativa: é exatamente a que utilizaram em relação aos negros dos EUA as leis de Jim Crow; ora, essa segregação, pretensamente igualitária, só serviu para introduzir as mais extremas discriminações.” (Simone de Beauvoir, em “O Segundo Sexo”). Simone de Beauvoir descreveu o que acontece hoje em relação à programação e não temos como ignorar esse fato vivendo em um mundo onde é MUITO importante saber programar. Por isso, esse projeto chamou tanta a atenção da agência Mauds e você vai entender o porquê: nós nos reunimos com a PrograMaria para conhecer a sua história que encheu nossos corações de esperança e os olhos de admiração por mulheres que se propõem a mudar a vida de outras mulheres.
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who is programaria pesquisar
Fundada em 2015, a PrograMaria atua online e offline. O projeto foi criado por seis garotas incríveis com um sonho em comum: empoderar mulheres através da programação. Com orgulho, apresentamos Caroline Magalhães, Patrícia Jenny, Luciana Heuko, Daiana Buffulin, Iana Chan e Luciana Fernandes. Em março de 2015, a inquietação em relação à falta de representatividade feminina tornou-se uma oportunidade para tomar uma iniciativa. Elas encararam o desafio de fazer parte da construção de uma mudança nesse cenário.
Compartilham, assim como suas colegas de curso e trabalho, e as todas experiências que envolvem suas vidas profissionais, elas encararam o desafio de fazer parte da construção de uma mudança nesse cenário. O primeiro passo, além de muita discussão e planejamento foi se inscrever no projeto no edital da VAI TEC, da Ade Sampa, agência criada pela Prefeitura de São Paulo programa que apoia financeiramente projetos de tecnologias inovadoras, abertas e colaborativas, relevantes para as políticas públicas municipais. Com o brilho nos olhos e um edital na mão, as meninas tiveram a certeza que estavam no caminho certo. Para aproximar mais mulheres desse universo, o edital foi o grande apoio financeiro para dar start ao projeto e lançar o site oficial da PrograMaria em novembro. Depois disso, o apoio foi imenso e totalmente orgânico. O próximo trecho contém spoiler da parte de mídia e redes sociais: mas é importante saber que essa causa foi abraçada nas redes, o que analisando o contexto,
faz a gente acreditar no potencial em que conteúdos relevantes têm para gerar buzz e engajamento mesmo sem nenhum investimento de mídia. A PrograMaria oferece cursos, palestras, eventos e workshops para mulheres interessadas na aprendizagem de programação - que é o processo de escrita, teste e manutenção de um programa de computador. Em 11 de dezembro de 2015, a PrograMaria recebeu o Prêmio Mulheres Tech em Sampa, promovido em parceria pela Rede Mulher Empreendedora, Google For Entrepreneurs e Tech Sampa. Atualmente, o projeto prossegue com uma das campanhas sobre debate da temática, onde os internautas utilizam a hashtag #SerMulherEmTech nas redes sociais para ajudar a divulgar a PrograMaria e contar suas histórias sobre os desafios enfrentados, as barreiras (a serem) vencidas e as discriminações vivenciadas no cotidiano deste mercado. Além disso, no mês de maio de 2016, iniciou-se a campanha do curso presencial “Eu Progr{amo}”, que possui a finalidade de introduzir as mulheres à programação com foco em desenvolvimento web. 25
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objetivo O principal objetivo da PrograMaria é lutar por um futuro sustentável e sem desigualdade de gêneros no ramo da tecnologia da informação e informática. Ampliar o espaço para o debate sobre o seguimento tecnológico em relação às mulheres, além de compartilhar aprendizados e conhecimento, são tópicos necessários para manter o potencial desta iniciativa. Para que isso fosse executado da maneira mais assertiva, as integrantes da PrograMaria foram atrás de informações, de números e da história das mulheres na computação para produzir conteúdo e iniciar sua divulgação. A PrograMaria intenciona na problemática de destacar a falta de representatividade feminina na área da programação e tecnologia que cada vez mais cresce no mundo todo. O projeto impulsiona mulheres que se interessam ou atuam neste segmento, com o interesse de atrair novas profissionais e inserir mais mulheres neste campo.
para onde ir A missão é empoderar meninas e mulheres por meio da programação.
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Edital da VAI TEC
conquistas Por ainda ser considerado um projeto de pequeno porte, possuir maior parte de sua atuação na internet de maneira orgânica e não aceitar doações para financiar a iniciativa, a Programaria se inscreveu no programa da VAI TEC em outubro de 2015 e concorreu a um edital com valor total de R$24.600. Também ganhou um prêmio no valor de R$10.000 ao concorrer no Prêmio Mulheres Tech em Sampa, que ocorreu em dezembro de 2015. A seguir o detalhamento do uso de verba conseguida via edital: 28
Administrado pela ADESAMPA (Agência de desenvolvimento de São Paulo), o valor do subsídio foi de R$24.600 para ser usado durante o período de novembro de 2015 a novembro de 2016. A PrograMaria fez um plano de distribuição orçamentária e submeteu ao ADESAMPA no processo de inscrição. O valor foi distribuído para pagar os profissionais envolvidos na execução e manutenção do site e na administração da página oficial no Facebook durante 1 ano (designer, programadora e jornalistas e ilustradora, anuidade do servidor do site); 1 notebook; materiais de divulgação - cartão de visita, adesivo e camiseta; produção 2 de oficinas de front-end até novembro de 2016; e custos de produção em geral - como, principalmente, a alimentação. Por ser uma verba proveniente de recurso público, o projeto precisa prestar contas para comprovar que tudo está sendo usado de acordo com o orçamento enviado. Nele estava discriminado como e quando o dinheiro seria investido. No caso da PrograMaria, a ADESAMPA
decidiu que o depósito do dinheiro seria realizado em duas etapas: primeiro R$17.890. Após isto, na prestação de contas desse valor, se tudo for gasto conforme o orçamento, a ADESAMPA aprova a liberação da segunda parcela. Nessa prestação de contas, foram enviados comprovantes de cotação de preço, boletos e notas fiscais para comprovação de cada item do orçamento. Também foi preciso enviar extratos da conta. E, além disso, é necessário comprovar se o projeto alcançou as metas estabelecidas previamente: prints de conteúdo no site e do Facebook, links de sites e jornais onde foram entrevistadas e falaram sobre a causa.
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Prêmio Mulheres Tech em Sampa
O valor do prêmio foi de R$ 10 mil e os responsáveis pelos projetos selecionados deveriam prestar contas ao final do projeto sobre os resultados alcançados e utilização dos recursos conforme o regulamento. A Comissão de Avaliação poderá, a seu exclusivo critério, enviar representante para acompanhar a execução dos projetos vencedores. Os documentos solicitados na prestação de contas são: relatório de atividades, material de divulgação e registro (fotos ou vídeos), relatório de impacto, demonstrativo financeiro das despesas realizadas no projeto regularmente preenchido e assinado pelo proponente. Qualquer alteração no projeto seja de seu conteúdo, orçamento ou na ficha técnica, deverá ser previamente informada e autorizada pela Coordenação do Prêmio e, quando necessário, pela Comissão de Avaliação. A não aprovação da prestação de contas do projeto sujeitará o proponente a devolver o total das importâncias recebidas, acrescidas da respectiva atualização monetária, em até 30 (trinta) dias da publicação do
despacho que as rejeitou. As propostas que não resultarem em evento ou produto gratuito deverão ter preços populares, como também prever obrigatoriamente a destinação de, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus produtos ou ações como devolução pública, sob forma de ingressos, doação para escolas, bibliotecas e outros. Com este prêmio, a PrograMaria pretende investir no curso “Eu Progr{amo}”.
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30
_quem faz acontecer
S
são seis as mulheres inspiradoras que coordenam o projeto: Caroline Magalhães, Patrícia Jenny, Luciana Heuko, Daiana Buffulin, Iana Chan e Luciana Fernandes. Não há somente uma função para cada integrante, todas se organizam para assumir tal operação na gestão de equipe e exercer o que for necessário para a iniciativa da PrograMaria.
Quem são as Marias? E quem ajuda a Programaria acontecer?
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voluntários.zip
execução.exe
Para levar a causa ainda mais longe, voluntários são bem-vindos (homens e mulheres) para participar e ajudar em suas conquistas. No site oficial, os interessados em se voluntariar devem se inscrever e selecionar as opções das funções nas quais desejam atuar, informar sobreconhecimento e disponibilidade para tal.
A Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADESAMPA) é responsável pela execução. Atua como um serviço social autônomo, dotado de personalidade de direito privado de fins não econômicos, de interesse coletivo e de utilidade pública. Têm por finalidade promover a execução de políticas de desenvolvimento local, especialmente as que contribuam para o crescimento econômico, a atração de Aos que possuem interesse em operar como pro- investimentos, a redução das desigualdades regionais, a gramadores, poderá contribuir para o projeto escrevendo e competitividade da economia, a geração de emprego e revisando conteúdo técnico para publicações do site e redes renda, o empreendedorismo, a economia solidária e a sociais da PrograMaria, auxiliando na manutenção do site, inovação tecnológica. participando do desenvolvimento de iniciativas futuras, dando aulas em cursos e oficinas. Também é possível se inscrever para outras áreas e exercer trabalhos como jornalista, designer, ilustrador, fotógrafo, produtor e cooperação.rar monitoria de eventos.
apoio.rar O projeto Programaria se inscreveu no Programa de Valorização de Iniciativas Tecnológicas (VAI TEC), instituído pela Agência São Paulo de Desenvolvimento (ADE SAMPA), e ganhou o edital oferecido pela VAI TEC. 32
Com o objetivo de articular e potencializar as iniciativas de fomento à economia solidária, direitos humanos e trabalho decente no município de São Paulo, o Centro Público realizará eventos, oficinas, seminários e atividades culturais que fortaleçam a interlocução entre os referidos empreendimentos e a sociedade. A Prefeitura de São Paulo exerce a cooperação da PrograMaria através do desenvolvimento, trabalho e empreendimento.
friends friendsadd+ add+
Para atender a demanda de projetos financiados pela PrograMaria, estão presentes outras instituições do mesmo segmento para ajudar a realizar sua missão. Garoa Hacker O Garoa é um local aberto e colaborativo que disponibiliza espaço e infraestrutura para que entusiastas de tecnologia realizem projetos em diversas áreas, como segurança, hardware, eletrônica, robótica, espaço-modelismo, software, biologia, música e artes plásticas.
Programaria friends add+ Offline
As atividades se distribuem em três pilares: inspirar, debater e aprender. A PrograMaria valoriza as iniciativas presenciais como palestras, eventos e oficinas pelo Brasil inteiro que abordam assuntos sobre o universo tecnológico e com foco na introdução à lógica de programação e ao desenvolvimento web. Os mais emblemáticos para a organização ocorreram no Mulheres Tech Day (2016), Rodada Hacker (2015), Campus Party Brasil (2015) e Preto Café (2015).
Clube Wefit Tecnologia Estratégica Agência com foco em tecnologia estratégica que utiliza as melhores práticas de gestão de projetos, do RUP ao SCRUM. imagens Campus Party 2015 Oitentaedois Coletivo que busca finalizar projetos de diversas vertentes, desde design à tecnologia.
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público-alvo público alvo Mulheres das classes B e C, entre 18 a 35 anos, que estão em constante contato com a internet no dia a dia e possuem interesse em tecnologia e informática.
O primeiro perfil de mulheres são as curiosas, de 18 anos e que ainda estão na dúvida sobre o que seguir na carreira profissional e, por isso, estão abertas para conhecer novas referências e vivenciar experiências que lhes aproximem de universos intelectuais desconhecidos.
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O segundo perfil de mulheres que fazem parte do target da PrograMaria são aquelas que conduzem algum projeto, seja ele pessoal, social ou de outro segmento. Jovens-adultas, possuem idade a partir de 25 anos e são empreendedoras ou desejam empreender. Querem obter autonomia em todas as áreas, serem independentes e poder montar o seu negócio, o que significa saber programar.
As mulheres de 30 anos formam o terceiro perfil. Nesta idade, tendem a fazer uma “auditoria da vida”, para avaliar satisfação e conquistas. Elas buscam experiências que incrementem o seu currículo, precisam se destacar e ser uma profissional mais flexível. Tornar-se uma programadora é ótima opção para contribuir com as diversas exigências do mercado.
comunicação atual
buzz da internet
A PrograMaria abraça novos diálogos - de carreiras e tecnologia até liderança, política e economia. O conteúdo proporcionado para as mulheres é eficaz e assertiva em seu seguimento, com foco no empoderamento e prática ativa em suas ações.
Por ter potencialidade na internet, as estratégias de comunicação utilizadas pela PrograMaria envolve, principalmente, o uso das redes sociais - que se consolidaram como um ambiente promissor para o mercado publicitário, para a divulgação de forma inteiramente orgânica.
O uso dalinguagem textual é simples e acessível, e costumam fazer brincadeiras usando os códigos de programação na redação. O seu contato constante com esse universo habilita a traduzir qualquer conteúdo relevante às mulheres. Ao usar uma linguagem otimista e conciliadora em seus encontros, ampliam horizontes e inspiram mudanças reais de dentro para fora.
O site possui cerca de 20.000 visualizações mensalmente, onde o público dominante são as mulheres entre 18 e 24 anos. Nele, é possível encontrar todas as informações importantes relacionadas à PrograMaria.
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Atualmente, a página oficial no Facebook conta com 12.761 curtidas e as coordenadoras utilizam desta plataforma para atualizar os fãs e postar sobre as novidades e informações importantes que desejam repassar para o seu target. Ainda nesta rede social, disseminam o seu debate em grupos específicos voltados para tecnologia, internet, programação e militantes do feminismo que abrangem um número considerável de membros que se identificam com o gênero feminino. Além disso, há o grupo oficial da PrograMaria no Facebook para os fãs do projeto discutirem e compartilharem informações sobre a causa. O apoio do VAITEC foi essencial para que mulheres da área tecnológica conhecessem o PrograMaria e inte- grassem à iniciativa. Espontaneamente, o projeto chegou até o Catraca Livre e foi realizada uma matéria que gerou buzz imediato,
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divulgando ainda mais o projeto de forma orgânica. A PrograMaria, por ser uma iniciativa social essencial na atualidade, também foi destaque em outras matérias de veículos renomados no Brasil. A campanha #SerMulherEmTech foi lançada logo no início da fundação da PrograMaria e foi a maneira que elas encontraram para dar voz a essas histórias e promover a troca de experiências e de apoio entre essas mulheres. O objetivo é abrir espaço para o debate e mostrar que as violências, tão naturalizadas, não devem ser toleradas e precisam ser enfrentadas. Para participar, basta usar a hashtag nas redes sociais e relatar as experiências vivenciadas dentro do ramo da tecnologia.
identidade visual
A Programaria utiliza, principalmente, duas cores:roxo e verde-água. No logo, é possível perceber a brincadeira que fazem em relação à programação de computador, ao utilizarem a letra “M” entre as chaves, referindo-se aos códigos usados em programação. Desde o início, este é o logo oficial e não sofreu nenhuma alteração.
paleta de cores
aplicação vertical
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redes sociais
Após a análise de conteúdo que é postada nas redes sociais, é possível perceber que não há um planejamento digital: há uma ausência de metas que devem ser atingidas online, as postagens são feitas aleatóriamente e de assuntos diversos curso Eu Progr{amo}, pesquisas com link de outros sites, posts de datas comemorativas, fotos de workshops e oficinas, entre outros. Além de que a inscrição para o curso só poder ser feita através do Facebook.
para ver a página de Facebook, acesse:
fb.com/programaria
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site
No site oficial, o conteúdo é voltado para curiosidades, dados e informações sobre o mundo da tecnologia. Porém, não há postagens com frequência e está desatualizado, além de não tem uma boa experiência de usuário (UX).
para ver o site da Programaria, acesse:
programaria.org
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juntas na luta Quem mais acredita na mesma luta que a PrograMaria? Veja outros projetos do Brasil de mulheres que programam para mulheres que também querem programar:
Reprograma Projeto de mulheres que oferecem curso de programação, onde as alunas possam contribuir da melhor maneira para o setor tecnológico brasileiro, conquistando assim maiores possibilidades para acessar oportunidades profissionais nesse setor. Programaê O projeto vem para ajudar a desconstruir a noção de que o público masculino é mais capacitado e apto a programar. Elas utilizam da iniciativa empoderando mulheres, tecnicamente e politicamente. A ideia é promover um espaço de formação básica para mulheres que queiram saber mais sobre programação, mas não sabem por onde começar. Mulheres na Computação Fundado por Camila Achutti, uma das líderes do movimento por igualdade de gêneros no mercado de T.I., este projeto tem a finalidade de ensinar programação e desenvolver habilidades de liderança e empreendedorismo para jovens mulheres que desejam se destacar no mercado. 40
MariaLab Coletivo que surgiu de uma ideia: a grande maioria dos hackerspaces e makerspaces no Brasil e no mundo, embora sejam receptivos com as mulheres, não só têm uma maioria de frequentadores masculina como, por conta disso, acabam por deixar de lado algumas características e necessidades compartilhadas pela maioria das mulheres na área de STEM. Sentimos a necessidade de ter um espaço criado por mulheres. Rodada Hacker A RodAda Hacker é uma rede focada no estímulo à apropriação de novas tecnologias por meninas e mulheres, que se baseia na realização de oficinas colaborativas especialmente desenhadas para o público feminino. Os encontros, para quem quer imaginar e construir projetos incríveis e recriar tecnologias da rede, ocorrem desde 2012 em diversas partes do país. Projeto Tutoras É um projeto sem fins lucrativos de aprendizagem colaborativa com mulheres empoderando mulheres através da programação. As tutoras são voluntárias, por isso as aprendizes poderão aprender a programar sem gastar nada com isso e o farão do conforto do lar, pois a tutoria ocorre de maneira remota através de redes sociais e aplicativos de troca de mensagens.
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Eu Progr{amo}
O principal produto é o curso presencial “Eu Progr{amo}”, que teve seu lançamento no começo de 2016. Projeto-piloto da PrograMaria, possui a finalidade técnica de levar às mulheres a aprendizagem sobre os conceitos básicos da Lógica de Programação e Desenvolvimento Web. Além disso, a proposta é que os saberes produzidos nesse processo sejam capazes de transformar de alguma forma a vida das mulheres. A PrograMaria também acredita que através do curso pode empoderar as mulheres a fim de se tornarem protagonistas na luta e nas suas vidas (não que essas sejam separadas). Espaços como esse, destinados a mulheres, são importantes ferramentas para que as mulheres falem, reflitam e participem ativamente da construção do feminismo.
parceiros
Para a realização do Eu Progr{amo}, a PrograMaria se uniu a quatro parceiros para financiar a iniciativa. São eles: FIAP, Intel, Programae e Caelum. O espaço para o curso foi cedido pela FIAP, que é o centro em excelência em tecnologia mais renomado do Brasil. A Intel, empresa multinacional de tecnologia, contribui com uma verba para oferecer o coffee-break durante os intervalos entre as aulas. O Programaê é um movimento que quer aproximar a programação do cotidiano de jovens de todo o país e irão oferecer dez bolsas de estudos para o curso Eu Progr{amo}, podendo ajudar mulheres que não possuem condições financeiras para participar. A Caelum, escola para desenvolvedores, oferece bolsas de estudos para os seus cursos livres para as alunas que tiverem 100% de presença durante as aulas do Eu Progr{amo}.
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objetivos do curso Capacitar mulheres a realizar pequenos projetos e estimular o estudo constante; Fortalecer as comunidades de mulheres que estudam programação; Obter formação de banco de talentos.
requisitos Para se inscrever e participar da seleção, basta acessar o site oficial e preencher os dados. Também é necessário apresentar os seguintes requisitos:
conteúdo das aulas
HTML
É a linguagem de marcação principal de toda a web. No curso, será ensinado como ela funciona e como montar páginas simples.
CSS
Cascading Style Sheets (CSS) complementa o HTML, dando estilo e forma às suas páginas web. Conceitos básicos para fazer o site ficar mais atrativo.
JAVA
JavaScript é a linguagem de programação mais utilizada na web. Ele é responsável pela maioria das interações que vemos nos sites.
JQuery
Será usado uma das bibliotecas mais populares de JavaScript para adicionar recursos de interação aos projetos desenvolvidos. #
#
# # #
#
#
Pessoas que se identificam com o gênero feminino; Possuem conhecimentos básicos sobre informática; Nenhum ou pouco conhecimento em HTML, CSS E JavaScript; Ter disponibilidade para participar de todas as aulas. 43
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R
_sem controle O macroambiente, o cenário cultural, demográfico, tecnológico e político legal, ufa! São muitas coisas ao redor da Programaria.
ecentemente surgiram notícias que mulheres lideram o uso de redes sociais. Mas onde estão as mulheres na liderança nesses serviços de internet? Notamos que os maiores êxitos da internet dos últimos anos - como o Google, Facebook e Twitter - foram criados por homens. Esse predomínio latente do público masculino tende a ser naturalizado culturalmente, de forma que pensemos que homens são biologicamente mais aptos para programar e mulheres mais adequadas a relações interpessoais.
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cultural.jpeg Surgiram notícias que as mulheres lideram no uso de redes sociais. Mas onde estão as mulheres na liderança nesses serviços de internet? Notamos que os maiores êxitos da internet dos últimos anos - como o Google, Facebook e Twitter - foram criados por homens. Esse predomínio latente do público masculino tende a ser naturalizado culturalmente, de forma que pensemos que homens são biologicamente mais aptos para programar e mulheres mais adequadas a relações interpessoais. Porém, mulheres não são naturalmente inferiores aos homens em nenhuma função e estas inferioridades são construídas socialmente desde a infância. Mães e pais não sonham que suas filhas se tornem programadoras, tampouco as meninas encontram muitas referências femininas nas áreas de exatas. Assim, a falta de estímulo e de referências não gera motivação e acaba por compor o quadro de ausência de mulheres na tecnologia. No olhar antropológico,podemos começar a falar 48
sobre manifestação do preconceito de gênero na criação de meninos e meninas. Enquanto as meninas são criadas para exercerem o papel de cuidadoras, mães, donas de casa e seus atributos sociais são mais estimulados, os meninos brincam com brinquedos que incentivam um maior conhecimento de tecnologia, matemática, esportes, etc. Existe todo um padrão de consumo para a infância que reforça papéis de gênero desde o início de nossas vidas, determinando também a maneira como nos encaixar nele quando se constata que os pais dos estudantes esperam menos que suas filhas trabalhem em campos relacionados à ciência, à tecnologia, à engenharia ou à matemática do que seus filhos. “Na escola, 74% das meninas demonstram interesse nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, mas na hora de decidir por uma graduação, apenas 0,4% dessas meninas escolhem Ciência da Computação.” (MELTZOFF; ANDREW, 2015). No Brasil, cerca de 11% das mulheres foram aprovadas nos vestibulares de 2015 nos de engenharia de computação nas principais universi-
dades do país tiveram. Segundo o psicólogo americano Andrew Meltzoff, manter um diálogo aberto com os filhos desde o início da infância é o caminho para impedir que estereótipos sobre homens e mulheres desestimulem o público feminino a seguir esta carreira de ciência, tecnologia, engenharia e matemática Em dezembro de 2015, a Programaria fez um pedido via Lei de Acesso à Informação para o MEC/Inep sobre a representatividade feminina nos cursos relacionados à computação. Apesar de o número de matrículas efetuadas ter crescido muito nos últimos 24 anos (586%), o número de mulheres não acompanhou esse aumento na mesma proporção. Resultado: o índice já baixo de 34,89% em 1991 está ainda mais baixo, 15,53%. Segundo o último Censo da Educação Superior disponível, de 2013, numa sala de 100 pessoas, apenas 15 são mulheres.
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_presença das mulheres nos cursos de computação 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000
50.000
2013
2012
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2000
1999
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1992
0
1991
número de matrículas nos cursos da área de computação
“Esse cenário de baixa procura pelas mulheres nos cursos de tecnologia acontece no Brasil inteiro. 79% das mulheres que entram em cursos de tecnologia desistem no primeiro ano da faculdade. Não estamos sabendo lidar com essa barreira. Não temos um ambiente favorável para essas garotas se desenvolverem.” (ACHUTTI; CAMILA, 2015). Poucas mulheres conseguem se manter em cursos de tecnologia, já que a maior parte dos alunos é composto por homens e, muitas vezes, torna o ambiente hostil e transmite desconforto e repressão para as mulheres ali presentes. O problema persiste na faculdade. Um exemplo disso é o primeiro dia de aula da Camila Achutti, que cursou Ciência da Computação, no Instituto de Matemática e Estatística (IME), da Universidade de São Paulo (USP). A única mulher em uma sala com 49 homens. Para narrar o dia a dia e a dinâmica de trabalho com garotos, que sempre a colocavam na posição de fazer relatórios ao invés de programar ou mesmo, como sua relação com professores era associada com favores sexuais, ela criou o blog Mulheres na Computação. O blog cresceu e muitas estudantes do Brasil passaram a enviar depoimentos semelhantes. Esses rela-
_anos Total de Matrículas
tos das leitoras e da própria Camila, foram o apoio para que todas continuassem em seus cursos sem desistir da profissão. Elas são mais frequentemente excluídas de cargos de criatividade e inovação, sendo indicadas para cargos menos satisfatórios e com tarefas de menor visibilidade e exigência. Elas ainda têm que provar seu valor diversas vezes e suas ideias são solenemente ignoradas até que um homem dê a mesma sugestão. Um estudo de Harvard, Wharton e do MIT descobriu que as vozes dos homens
Total de Matrículas - Feminino
Fonte: MEC/Inep
são mais persuasivas, objetivas e lógicas do que as das mulheres, mesmo quando leem o mesmo texto. Os pesquisadores descobriram que, nas avaliações de desempenho, as mulheres recebem feedbacks mais vagos e críticas quanto as suas personalidades, enquanto os homens recebem conselhos de mudança baseados nos seus resultados. Um estudo com 1800 profissionais revelou que sem lideranças mais diversificadas, as mulheres têm 20% menos chances de conseguir apoio para suas ideias do que os homens brancos e heterossexuais. 49
demográfico.png _representatividade 100
80 70
Porcentagem de mulheres matriculadas
2013 15,5% 84,5%
2012 15,9% 84,1%
2011 16,2% 83,8%
2010 16,8% 83,2%
2009 17,6% 82,4%
2008 18,4% 81,6%
0
2006 18,8% 81,2% 2007 17,6% 82,4%
10
2005 19,8% 80,2%
77,9%
2003 22,1%
20
2004 20,7% 79,3%
76,3%
72,8,7%
2000 27,2%
2002 23,7%
69,9%
1999 30,1%
74,7%
67,1%
1998 32,9%
30
2001 25,3%
65,6%
1997 34,4%
63,8%
1996 36,2%
63,2%
1994 37,8%
63,3%
62,7%
1993 37,3%
1995 36,7%
63,3%
40
65,1%
50
1992 36,7%
60
1991 34,9%
porcentagem de alunos matriculados
90
Porcentagem de homens matriculados
Fonte: MEC/Inep
Então, podemos afirmar que há uma “brecha digital de gênero” (CASTAÑO, 2008; ALONSO, 2007; WACJMAN, 2006). Este termo se refere aos obstáculos das mulheres ao acesso à rede e também sobre as dificuldades que enfrentam para se apropriarem da cultura tecnológica devido a hegemonia 50
masculina nas áreas estratégicas de formação, pesquisa e no emprego na área de T.I. Essa brecha engloba dados estatísticos que medem presença e ausência por gênero, idade, classe social e demais indicadores sociais.
O Brasil possui estimativa de 206.081.432 habitantes em 2016 e o estado de São Paulo, o mais populoso, com 44.749.699 de habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O gênero predominante, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílios (Pnad), aponta que as mulheres são predominantes com 51,5% do volume geral da população. As mulheres passaram a viver mais, têm tido menos filhos, ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho e, atualmente, são responsáveis pelo sustento de 37,3% das famílias. A pesquisa da Stack Overflow Developer Survey em 2015 sobre a disparidade de gênero no mercado da computação mostra que as mulheres ocupam 5,8% deste mercado, enquanto os homens dominam com 91,2%. Os 1,7% são de gêneros não declarados e 0,5% são outros.
Dentro deste universo de tecnologia e feminismo, a Programaria apoia a causa da inclusão do público que se identifica com o gênero feminino em seu projeto. Por isso, é importante fazer recortes para mulheres negras e transexuais quando o assunto é desigualdade. Estes segmentos sociais não tem espaço no mercado de trabalho formal por causa do preconceito cultural presente na sociedade. “Não é segredo que a diversidade não é o forte da comunidade da tecnologia, e nós estamos sempre atrás de oportunidades que ajudem a mudar isso. Hoje, um quarto das vagas de Tecnologia de Informação são de mulheres, e mulheres negras representam apenas 3% das cientistas e engenheiras. A situação é clara: temos um longo percurso a seguir para criar uma comunidade mais diversa, aberta e inclusiva”, disse o Google - uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Quando se pensa em um profissional ativo no mercado de trabalho relacionado à tecnologia, a primeira imagem que geralmente se projeta não é a de uma mulher negra.
Nem a segunda. Nem a terceira. A desconstrução do estereótipo de carreira relacionado às negras é discussão séria sobre diversidade racial no setor: a tecnologia é um ambiente predominantemente branco. No Twitter, estima-se que dois por cento dos funcionários são negros, um número que é menor do que chocante para aqueles que trabalham dentro de suas muitos escritórios. Os números do Facebook e Google refletem muito do mesmo: ambos empregam algumas centenas de trabalhadores negros entre dezenas de milhares. Os desafios em que travestis e transexuais enfrentam no mercado de trabalho devido ao preconceito também são grandes. Segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), 90% das travestis e transexuais estão se prostituindo no Brasil. “Ainda que elas queiram arranjar um emprego com rotina, horário de trabalho e carteira assinada, o preconceito fica evidente quando elas se candidatam a uma vaga”. (LAPA, 2013). Embora seja mais do que necessário o Brasil avançar na questão LGBT, também observamos conquistas de direitos e políticas públicas.
disparidade de gênero no mercado da computação homens mulheres não declarado outros
92,1% 5,8% 1,7% 0,5%
Fonte: Stack Overflow Developer Survey/2015
O Brasil é país membro da Organização Internacional do Trabalho (OIT) desde a década de 1950 e, em 1965, o país ratificou a Convenção nº 111 da OIT11 sobre discriminação em matéria de emprego e profissão. A especialista em tecnologia da informação, Daniela Andrade, é mulher transexual e possui 18 anos de carreira na tecnologia da informação, incluindo duas graduações e duas pós-graduações. Neste ano, ela participou do Fórum Internacional de Software Livre em Porto Alegre para discutir sobre a inclusão de grupos oprimidos no mercado de TI. “A filosofia do software livre já carrega consigo uma preocupação social importante, que é possibilitar que a sociedade tenha acesso igualitário à internet e à informação. Eu creio que isso significa, também, incluir as minorias discriminadas”, afirmou Daniela. 51
das atividades desenvolvidas por trabalhadoras negras: 39,08% das muleconômico.gif heres negras estão inseridas em relações precárias de trabalho, seguidas pelos homens negros (31,6%), De 2004 a 2014 a diferença sala- mulheres brancas (26,9%) e homens rial entre mulheres e homens diminuiu, brancos (20,6%). A mulher negra com o rendimento feminino ultrapas- também encontra muito mais barreisando os 70% da renda masculina – e o ras e os diagnósticos preparados pelo tempo médio de estudo das mulheres DIEESE/SEADE, IBGE e IPEA revelam aumentou com relação aos homens – que: O salário médio dessa trabalha6,4 anos para elas e 5,3 para eles, dora continua sendo a metade do segundo pesquisa realizada pelo salário da trabalhadora branca, Ministério do Trabalho e Previdência a trabalhadora negra continua sendo Social (MTPS) e pelo Instituto de Pesqui- aquela que se insere mais cedo e é a sa Econômica Aplicada (Ipea) em março última a sair do mercado de trabalho. de 2016. Os dados também confirmam Mesmo quando sua escolaridade é que mulheres ainda recebem 30% a similar à escolaridade da companheira menos do salário que os homens (na branca, a diferença salarial gira em média, R$ 1.288 contra R$ 1.831, em torno de 40% a mais para a branca. 2014). Mulheres negras têm um índice maior de desemprego em qualquer lugar do No período analisado, observa- país. mos a estabilização da presença feminina no mercado de trabalho. Em 2005, A taxa de desemprego das 59% das mulheres em idade economi- jovens negras chega a 25%. Os rendicamente ativas trabalhavam, passando mentos das mulheres negras em para 56% em 2011 e 57% no último ano comparação com os homens brancos analisado. nas mesmas faixas de escolaridade A série histórica da Pnad aponta também um alto índice de precarização 52
não ultrapassam os 53% Porém, neste ano algumas empresas, como Facebook e Microsoft, possuem e/ou
já realizaram a meta de eliminar as diferenças salariais entre homens e mulheres. Isso significa que independentemente do gênero, funcionários que tiverem experiência e funções similares ganham o mesmo salário. No entanto, vale ressaltar que apesar de atingir a igualdade de salários, empresas de tecnologias ainda lutam para melhorar a diversidade no ambiente de trabalho.
tecnológico.mov
Nos últimos 10 anos, o mundo passou por grandes mudanças e os avanços da tecnologia, o aumento da expectativa de vida da população e as demandas da sociedade causaram impactos importantes na economia e nos negócios, determinando novas tendências de trabalho. Por isso, a maioria das profissões terá que se adaptar às novas exigências tecnológicas para acompanhar o novo ritmo do mercado. “As pessoas já começam a perceber as novas formas de agir. Profissões não surgem por acaso. Há forças no ambiente que as empurram. E, na maioria das vezes, vêm de cima para baixo. As empresas exigem determinadas qualificações. Os que não se adaptam são dispensados.” (SPERS; RENATA, 2015).
político-legal.tiff
A Lei nº 13.243, sancionada em 11 de janeiro de 2016 pela ex-presidente Dilma Rousseff, alterou o Marco Legal da Inovação do Brasil. O objetivo da nova lei é aprimorar as ações para o incentivo à pesquisa, à inovação e ao desenvolvimento científico e tecnológico do país. De um modo geral, a medida torna mais simples as regras paralicitações e compras, favorece o trabalho e a remuneração de pesquisadores do setor público, torna mais permissiva a captação de recursos, além de reformular o direito de propriedade intelectual. Outro ponto relevante é que a lei permite o compartilhamento da infraestrutura de pesquisa públicas, beneficiando a parceria com entidades privadas.
53
s
w
projeto inovador
desconhecimento do projeto no meio
atende as demandas atuais
branding
curso Eu Progr{amo}
mídias sociais desatualizadas
reconhecimento do público que apoio o projeto
comunicação pouco didática estrutura organizacional
inspirar mulheres, mostrando que há um mundo de possibilidades contribui para que mais mulheres se insiram na área da tecnologia fomenta a discussão no meio voluntários qualificados
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falta de apoio pós-curso ausência de voluntários
o
t
ausência de profissionais da área de T.I. movimento feminista grandes empresas abrangendo a diversidade ascensão da classe C na tecnologia
crise econômica resistência e preconceito por parte das mulheres machismo
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forças forças Projeto inovador A PrograMaria foi uma das pioneiras em abrir um espaço de discussão sobre programação para as mulheres, além de oferecer um curso especializado para o público feminino e com preço acessível, comparado aos cursos oferecidos pelo mercado. Atende as demandas atuais O projeto é pioneiro e antecipa uma demanda sócio-cultural que tende a crescer. Curso Eu Progr{amo} O curso é o único produto da PrograMaria e seu valor possibilitou a visibilidade do projeto para o público. Além da aprendizagem do conteúdo, ele se torna completo por ajudar também em fatores que as mulheres ali presentes buscam. Ele se diferencia de outros cursos de programação devido valorizar a potencialidade das alunas, 56
mostrando que elas podem sim aprender o conteúdo, cria um ambiente seguro e amigável para troca de conhecimento, experiência e apoio; inspira a autonomia e promove a cultura de colaboração e solidariedade. Reconhecimento do público que apoia o projeto Apesar de não ser popular no setor em que atua, o público pequeno que acompanha o projeto é fiel e gosta de compartilhar com os amigos, pois sabem o quão importante é fazer parte desta discussão que a PrograMaria propõe.
hobby, a PrograMaria mostra essas e outras possibilidades que podem ser conquistadas. Mesmo que não vá trabalhar na área, aprender a programar já é considerada uma habilidade do século 21, por desenvolver o raciocínio lógico, a criatividade e a solução de problemas. Contribuir para que mais mulheres se insiram na área da tecnologia E isso vai gerar mais oportunidades de emprego para as mulheres, aumentar as diversidades desse mercado e diminuir o déficit de profissionais do setor. Fomentar a discussão no meio
Inspirar mulheres, mostrando que há um mundo de possibilidades Um dos três pilares da PrograMaria é inspirar e, com certeza, essa missão é totalmente cumprida pelo projeto. Por meio da informação que transmitem nas mídias sociais, conseguem abrir os olhos de muitas delas que não se sentem a vontade de pertencer ao mundo da programação. Seja para fazer um pequeno projeto, conquistar uma vaga em alguma empresa ou simplesmente aprender programação por
Expert em programação e feminismo, o projeto possui força para abrir essa discussão que é tão necessária na nossa atualidade. Continuar questionando sobre o assunto é essencial para chamar a atenção nesta problemática e a PrograMaria faz com que as pessoas possam ter uma visão do quão importante é a presença de diminuir o preconceito da mulher no setor. Outra oportunidade é levar essa discussão para outras áreas em que mulheres também se identificam em que não se
sintam representadas e podendo inspirar outros projetos ou serviços para serem uma solução, assim como a PrograMaria é para a computação. Voluntários qualificados Todos os voluntários, tanto para ajudar nos eventos quanto no curso Eu Progr{amo}, são capacitados para exercer suas devidas funções no projeto. Um exemplo disso é no próprio curso: a tutora voluntariada para a segunda turma foi a Luciana Heuko que é designer formada pela FAUUSP, programadora front-end, co-fundadora da startup Habemus e que também já ministrou diversas oficinas de desenvolvimento web.
fraquezas
Desconhecimento fora do meio O conhecimento da Programaria dentro do movimento feminista na internet é grande. As meninas tem alguns projetos parceiros que também atuam em relação a causa, e a disseminação da ideia de um projeto que seja para as mulheres é forte em grupos feministas. Essa comunicação é orgânica e quase que boca a boca, só que como é na internet dizemos que é um conteúdo sharable. Ou seja, muita gente fica sabendo, mas muita gente do meio. Sabemos que muitas mulheres não tem acesso a esses espaços e por isso essa “divulgação” não as inclui. Assim, como na área tecnológica, precisamos de conhecimento fora do nosso meio para que o projeto possa crescer cada vez mais. Por não ter uma divulgação muito bem estruturada, o alcance se limita em quem já conhece o projeto. A PrograMaria não é conhecida no meio tecnológico e quando dizemos isso, estamos falando de empresas grandes
e eventos de tecnologia, por exemplo. Isso também se deve ao fato de não investirmos em mídia para ter um alcance maior. Sem mídia, contamos apenas com o crescimento orgânico. Tanto dos conteúdos, curso e projeto em si. No momento, o projeto faz uma comunicação dirigida para mulheres que possivelmente se interessem por um curso de tecnologia e que muito provavelmente já estejam engajadas em algum outro projeto feminista. E, apesar de ser ótimo o projeto ser conhecido no meio, ele precisa também ser conhecido fora dele, e não ter esse awareness é um pouco preocupante para os rumos que o projeto irá tomar. A PrograMaria precisa ser o mais conhecida possível, para que também haja reconhecimento da causa, para que possa transformar a vida de muitas mulheres. Branding A Programaria não possui uma gestão ou posicionamento de marca bem definida, isso inclui site. O branding deve alinhar toda a empresa à estratégia de Marca e tem como objetivo criar uma proposta de valor para ser único e bem executado. Por isso, é preciso rever os conceito e personificação à marca, 57
gerando uma relação interpessoal, de credibilidade e confiança, além de se destacar entre os projetos, ONG’s e empresas com serviços similares. Mídias sociais desatualizadas Não existe uma frequência de postagens nas redes sociais do projeto, além disso, os pilares de conteúdo também não são bem definidos. Quando as pessoas conhecem a uma marca e se identificam de alguma maneira, mas não são impactadas pelo conteúdo, é muito provável que caia no esquecimento. Ao analisar os canais e frequência, percebemos que não há um planejamento digital que seja concisa, clara e que entregue o seu objetivo de comunicação. A PrograMaria também não está presente no Instagram e Linkedin - que são canais importantíssimos para investimento online e fortalecer a imagem da marca. Comunicação pouco didática Sabemos que nem todas as mulheres conhecem o movimento feminista e a área programação. E, se o ob58
jetivo do projeto é tornar a programação mais acessível, a comunicação tem que ser clara e didática para todas. E não é só dizer o que é a programação e o que envolve um curso de programação, mas o que podemos fazer com ela. Como já falamos aqui, não temos representatividade na tecnologia, então, como inspirar mulheres a se tornarem programadoras? Mostrar aonde elas podem chegar através dessa ferramenta. Estrutura organizacional Por ser um projeto independente, as integrantes se dividem em diversas tarefas, mas não tem estabelecido a organização de como devem fazer essa divisão. Quando a agência Mauds se reuniu com o PrograMaria, descobrimos que as meninas também trabalham e utilizam as horas vagas para fomentar o projeto, além de se reunirem todas as segundas-feiras em um espaço coworking para discutir suas realizações. Por isso, a prioridade são as necessidades do momento, os problemas que devem ser resolvidos e as principais tarefas que devem ter andamento.
Falta de apoio pós curso Sem nenhuma ação fornecida após o curso, as meninas formadas podem muitas vezes não saber como utilizar o que aprenderam no curso de forma prática e isso pode agregar o seu currículo ou como elas podem trabalhar em um projeto pessoal, por exemplo. Como sabemos, as motivações negativas são – e muitas - para que as mulheres não sigam carreira na tecnologia, então precisamos de apoio do começo ao fim para que as mulheres possam enxergar de modo real e possível, sua inserção no meio. A falta desse acompanhamento pode fazer com que o curso caia no esquecimento e seja mais uma tentativa, mal sucedida, de compor o ambiente tecnológico, de torná-lo também lugar de mulher. Um ambiente, onde, todas as mulheres se sintam confortáveis e reconhecidas, dignas de seus trabalhos. O pós curso é como um pós venda, uma maneira de engajar mais ainda que já está engajada com a causa, e que essa, possa também passar para outras pessoas a sua experiência significativa e transformadora. Sem esse retorno, o curso não tem sentido em existir.
Ausência de voluntários Notamos que não há divulgação dessa necessidade de voluntários em nenhuma das redes sociais e existe uma certa dificuldade em pessoas que se interessam em se voluntariar, pois possivelmente não possuem disposição, tempo livre ou qualificação na função.
oportunidades
Ausência de profissionais na área de T.I. Profissionais com capacitação suficiente para atividades ligadas a software e serviços de T.I. estão cada vez mais escassos, segundo aponta diversas publicações do Observatório Softex em 2015. Com o curso profissionalizante da PrograMaria com foco em desenvolvimento web, mais mulheres terão acesso a essa aprendizagem e terão a oportunidade de se inserir no mercado de trabalho, que é carente de profissionais preparados no setor.
Movimento feminista O novo feminismo não é mais um movimento formado por mulheres brancas de elite. Isso é passado e as questões sociais que precisam ser solucionadas despertaram uma diversidade de mulheres que acreditam fazer justiça na igualdade de gênero. Nesse momento contemporâneo, temos líderes como Malala Yousafzai, Alicia Garza, Don McPherson, Janet Mock e Laverne Cox. Isso significa que estamos crescendo ao abraçar e celebrar a diversidade que entrou em evidência. Outro fator importante neste movimento de mudança é o nosso acesso à tecnologia. Em cinquenta anos, podemos ter uma atmosfera totalmente diferente. Em 1966, a forma mais utilizada de ativismo era protesto físico e em organização. Em 2016, o ativismo online tornou-se a vanguarda dos movimentos sociais. Mais da metade dos brasileiros possuem acesso à internet e esta tem sido a plataforma perfeita para os jovens a unirem suas forças. Ativismo não é mais para aqueles que podem se dar ao luxo de tirar o dia de folga do trabalho ou sacrificar perder o emprego por causa de protestos, ou para aque les que podem contratar
alguém para cuidar de crianças ou membros da família enquanto se envolve na militância como se fosse em 1966. A internet está presente praticamente em todos os lugares e facilitou o acesso à informação sobre o movimento feminista, o poder de disseminar a militância e fazer com que o ciberfeminismo cresça cada vez mais. Mercado em expansão Com todas as mudanças no consumo e o crescimento da tecnologia, a programação ganhou ainda mais notoriedade e, sem ela, a demanda dentro deste mercado não teria crescido. A indústria da tecnologia está sempre em fluxo e frequentes de novos produtos e categoria de inovação. Mas ultimamente temos visto ainda maior volatilidade do que o habitual, e isso começou a afetar a composição de hardware e software das empresas. Cada vez mais, as empresas de tecnologia estão reexaminando a estrutura de seus negócios e tomando medidas corajosas para um melhor desempenho financeiro e isto está acontecendo porque as suas margens de lucro e participação de mercado estão com concorrentes que querem avançar e inovar sempre, como 59
as startups que, muitas vezes, são bem financiados. Os clientes estão mais exigentes e esse mercado tecnológico está buscando maior desempenho, melhores recursos e mais independência de plataforma e flexibilidade. Grandes empresas abrangendo a diversidade No Brasil, esses desenvolvimentos junto às reivindicações do movimento negro e do movimento sindical colocaram em pauta as questões dediscriminação e diversidade raciais e geraram um diálogo nacional em torno delas. As instituições públicas, privadas e as do terceiro setor começaram a assumir o desafio de diminuir a discriminação racial e ao mesmo tempo procurar maneiras de abraçar a diversidade racial que caracteriza o país. Começou a ser uma exigência fazer com que o maior número de funcionários diferentes possíveis façam parte das equipes profissionais das empresas. As diversidades dos trabalhadores, pode ser em vários setores e várias ocupações, desde conhecimento técnico, que influencia sua forma de atuação, até diferenças de faixa etária ou diversidades étnicas e culturais . 60
Ascensão da classe C na tecnologia O Google divulgou recentemente o estudo “Classe C, de Conectados”, em parceria com o Instituto Data Popular, em que mostra toda a força deste consumidor no mercado digital do Brasil. São mais de 48,3 milhões de usuários conectados da classe C, superando a população digital de países como México e Itália, e até mesmo o total de habitantes do Canadá.
Resistência e preconceito por parte das mulheres
Apesar do maior acesso a discussão sobre o feminismo ter sido democratizado com a internet, sabemos que essa realidade ainda é distante para muitas mulheres. Os estereótipos de gênero que são introduzidos na infância e reforçados na vida das mulheres, por exemplo: as mulheres são incentivadas a brincar de boneca e de cozinha na infância, brincadeiras que são ligadas ao dia a dia de uma dona de casa. Não há nenhum problema em ser dona de casa, o ameaças problema é não poder ter outra escolha. As mulheres aprendem como devem se comportar e como devem agir. Por falta de Crise econômica informação, uma mulher pode interpretar de forma errada o feminismo e ter resistênA crise econômica também influen- cia em conhecer mais sobre. Muitas delas ciou o mercado de T.I. Sendo assim, um reproduzem o machismo todos os dias fato apontado foi o aumento da rotativida- porque foram ensinadas assim e é muito de nas empresas do setor. Segundo o importante que possamos ajudá-las a censo anual do mercado de Tecnologia da desconstruírem esses conceitos Informação, que é feito pela Federação das pré-estabelecidos. Quanto mais apoio Associações das Empresas Brasileiras de tivermos das mulheres, o projeto cresce e a Tecnologia da Informação (Assespro Na- gente ajuda a construir uma sociedade em cional), a rotatividade no mercado de traba- que o lugar da mulher seja onde ela quiser. lho na área é maior no Brasil do que a média da América Latina.
Machismo Machismo é o produto do sistema estrutural patriarcal que até hoje edifica a nossa sociedade. E consiste na exaltação da figura masculina e submissão da figura feminina, exercendo uma relação opressora em diversos níveis sociais que vão desde o abuso sexual e violência doméstica, ao campo hierárquico do mercado d trabalho. Segundo o livro “Faça Acontecer” de Sheryl Sandberg, COO do Facebook, entre os problemas apontados por mulheres para falta de confiança no mercado de trabalho estão a falta de modelos de mulheres bem-sucedidas dentro de empresas, pequenos atos de discriminação no cotidiano, sentir-se julgada por decisões pessoais e ser avaliada por critérios diferentes do que os usados com os colegas do sexo masculino. Existem muitas barreiras para uma mulher no mercado de trabalho. E ser mulher não é o único preconceito que muitas mulheres tem que enfrentar, existem também o preconceito racial e contra mulheres transexuais.
_o machismo nosso de cada dia Alguns termos podem ajudar a entender o porquê o machismo está nos detalhes no dia a dia: /// Manterrupting A palavra é uma junção de man (homem) e interrupting (e interrupção). Em tradução livre, manterrupting significa “homens que interrompem”. Este é um comportamento muito comum em reuniões e palestras mistas, quando uma mulher não consegue concluir sua frase porque é constantemente interrompida pelos homens ao redor. /// Bropriating O termo é uma junção de bro (curto para brother, irmão, mano) e appropriating (apropriação) e se refere a quando um homem se apropria da ideia de uma mulher e leva o crédito por ela em reuniões. Quando colocamos uma ideia, muitas vezes não somos ouvidas. E então, um homem
assume a palavra, repete exatamente o que você disse e é aplaudido por isso. /// Mansplaining O termo é uma junção de man (homem) e explaining (explicar). É quando um homem dedica seu tempo para explicar a uma mulher como o mundo é redondo, o céu é azul, e 2+2=4. E fala didaticamente como se ela não fosse capaz de compreender, afinal é mulher. Mas o mansplaining também pode servir para um cara explicar como você está errada a respeito de algo sobre o qual você de fato está certa, ou apresentar ‘fatos’ variados e incorretos sobre algo que você conhece muito melhor que ele, só para demonstrar conhecimento. /// Gaslighting É a violência emocional por meio de manipulação psicológica, que leva a mulher e todos ao seu redor acharem que ela enlouqueceu ou que é incapaz. É uma forma de fazer a mulher duvidar de seu senso de realidade, de suas próprias memórias, percepção, raciocínio e sanidade. 61
forças
X
oportunidades
Inovação não é melhorar um processo já em curso, mas fazer algo que nunca foi feito antes. Na área de T.I. esse conceito fica mais evidente por conta do vazio na representatividade feminina nos centros tecnológicos. Sardenberg (Brasil, 2006a) expõe que “a tendência de crescente participação da mulher na pesquisa e desenvolvimento tecnológico é um forte sinal da modernidade do país”. Entretanto, no fluxo natural da sociedade patriarcal, elas são desencorajadas a seguir essa carreira. Todavia Schienbinger (2001, p.37) alerta que “o processo de trazer mulheres para a ciência exigiu, e vai continuar a exigir, profundas mudanças estruturais na cultura, métodos e conteúdo da ciência”. Nesse argumento, empoderar mulheres e permitir que a escolha de estar ou não em um ambiente tão masculinizado seja única e exclusivamente da mulher. Para isso é preciso muni-las com conhecimento e incentivo tendo em vista uma barreira tão grande. Logo, PrograMaria oferecer cursos capacitatórios não implica em mudar a vida de mulheres apenas, mas mudar o cenário de inovação tecnológica da comunidade. Consequentemente do país. 62
fraquezas
X
ameaças
De acordo com uma pesquisa de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade da população (50,1%) brasileira tem acesso à internet. Este dado seria uma grande oportunidade no ambiente digital se não fosse barreira quase intransponível da hegemonia masculina que ofusca e silencia a voz da inovação feminina. Esta é a principal ameaça pois depende de uma profunda mudança estrutural na sociedade.
manter comunicação de qualidade com o público-alvo para promover a inovação tecnológica proposta. O ecossistema financeiro do projeto não é auto suficiente para sustentar injeção de capital. Frentes digitais como website e redes sociais são as principais formas de diálogo com a comunidade, entretanto, apresentam sérias dificuldades de atingir mulheres e explanar a logística. Sendo assim, este se torna a barreira mais iminente e de sofisticada sistemática.
Em paralelo, a economia enfraquecida também é um ponto de atenção. De acordo com estudo do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (GVcia) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP). Em 2015 a média de investimento em T.I. manteve um índice de 3,01%, contra 4,48% em 2014. Essa queda impacta diretamente o mindset dos executivos de hierarquia operacional que, em tempo de crise, adotam política de austeridade. Desse modo a possibilidade de um ato de inovação pode ser considerado arriscado e investimento vira sinônimo de gasto desnecessário. Afunilando este quadro, PrograMaria não dispõe de recursos para 63
64
_temos que pesquisar
N
esta etapa, foram realizadas três pesquisas pela agência Mauds uma quantitativa e outras duas qualitativas. A primeira, pesquisa de campo, com o objetivo de identificar o público da PrograMaria. A segunda, de profundidade, entrevistamos as alunas do curso Eu Progr{amo}. E por último, mas não menos importante, uma pesquisa de profundidade sobre empoderamento feminino.
Identificar o público alvo, além de conhecer quem já fez parte do curso Eu Progr{amo}
65
objetivo Verificar a relação da tecnologia e o público feminino, conhecer o target e a importância da atuação da PrograMaria no meio.
faixa etária
19,5%
menos que 18 anos 18 a 25 anos 26 a 35 anos 36 a 45 anos mais de 46 anos
76,9%
público-alvo Mulheres que se interessam ou atuam na área da tecnologia.
metodologia Quantitativa realizada via internet.
amostra Foram obtidas 1.331 respostas de pessoas que se identificam com o gênero feminino, na maioria entre 18 e 25 anos. O maior índice de respostas foi em São Paulo, mas obtivemos grande alcance e também contamos com respostas de mais estados do Brasil e do exterior:35,2% Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Brasília, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Norte e Nova Iorque. Composta majoritariamente por mulheres de classe média com renda familiar de 4 a 6 salários mínimos e que possuem interesse em tecnologia, apesar de nunca ter trabalhado na área. 66
48,1%
Você teria disponibilidade de participar dos cursos e workshops da PrograMaria aos sábados?
Sim Não Talvez
Você se interessa por programação?
26,5%
25,4%
58,8%
Sim Não Sim, faço curso de programação Sim, trabalho com programação
35,2%
conclusão
Quais as dificuldades que te distanciam em relação à programação?
Parece muito difícil Falta de representativade das mulheres nesta função
22,4% 18,2% 10,2%
Tenho interesse, mas não tenho tempo Nunca tive acesso a este tipo de informação
49,1%
Você se interessa pela área ligada à tecnologia e internet? Sim Não
85,5% 14,5%
41% das mulheres desistem de trabalhar na área da tecnologia. Você apoiaria um projeto para inserir mais mulheres neste ramo? Sim Não
99,8% 0,2%
Ao perguntarmos às entrevistadas se elas são engajadas no movimento feminista, 84% disseram que sim. Além de sabermos que estamos falando com garotas que se interessam por este movimento, provocamos curiosidade também sobre do que se tratava a pesquisa e os passos seguintes. Depois, perguntamos se as entrevistadas tinham interesse por programação, entendemos então, com a análise das respostas (maioria negativas) que as meninas acreditam que o aprendizado é muito difícil, além de não conseguir idealizar no que isso poderia contribuir para a sua carreira ou vida profissional. Mostramos o cenário atual da participação de mulheres no mercado da tecnologia, e perguntamos se as entrevistadas apoiariam um projeto que incentivasse a inserção de mais mulheres no ramo - e o retorno foi bastante positivo! Para finalizar, apresentamos a PrograMaria e entendemos que muitas mulheres apoiariam e participariam do projeto, só não tiveram interesse antes porque não conhecia. Com a pesquisa, enxergamos o potencial de fazer esse projeto crescer cada vez mais, alcançando mais mulheres e trazendo um mundo de possibilidades através da programação, que até então, elas desconheciam.
Você é engajada no movimento feminista? Sim Não
84% 16%
para ver o formulário completo, acesse: Você conhece a PrograMaria? 11,3% Sim Não
88,7%
http://bit.ly/2gdC9NL 67
objetivo Obter resultados sobre a importância do curso Eu Progr{amo}.
público-alvo
#1 Rafaella Basile 26 anos, arquiteta urbanista 1- Como foi o seu contato com a programação? Eu não sabia nada de programação, era um universo completamente desconhecido e me sentia muito impotente. Foi desafiador, mas muito gratificante!
Alunas que participaram do curso.
metodologia Qualitativa através de entrevistas em profundidade.
amostra Foram coletadas respostas de 6 alunas: Mariana Salera Marangoni, Nádia Regina Braga dos Santos, Rafaella Basile, Juliana Rotta, Angela Meire Teixeira e Gabriela Pires. A estrutura conta com as seguintes perguntas: 1- Como foi o seu contato com a programação? 2- Como você ficou sabendo do curso Eu Programo? 3- Qual foi sua melhor experiência durante o curso? 4- Qual o seu conselho para empoderar mulheres programadoras? 68
2- Como você ficou sabendo do curso Eu Progr{amo}? Pelo Facebook. 3- Qual foi sua melhor exeriência durante o curso? Conhecer tantas mulheres maravilhosas! Poder ouvir suas histórias, vê-las mais confiantes e felizes ao longo do curso foi o mais importante para mim. 4- Qual o seu conselho para empoderar mulheres programadoras? Nós mulheres não precisamos desbravar esse mundo sozinhas. Existem muitas manas que podem ajudar a fazer do mundo da programação um lugar mais acolhedor.
#2 Mariana Salera Marangoni 23 anos, designer gráfico 1- Como foi o seu contato com a programação? Antes do curso, era praticamente nulo. Achava que era quase uma língua alienígena, inacessível e impossível de aprender. Apesar disso, tinha uma certa fascinação pela área, por conta do meu interesse em jogos digitais e tecnologia. 2- Como você ficou sabendo do curso Eu Programo? Eu soube pelo Facebook. Achei uma iniciativa incrível e decidi tentar participar. Tinha acabado de me mudar para São Paulo e seria uma boa maneira de começar algo novo. 3- Qual foi sua melhor experiência durante o curso? É difícil escolher uma só. Acho que foi uma combinação da superação por estar aprendendo algo que nunca imaginei que conseguiria e com a inspiração por estar em um lugar seguro, cheio de outras meninas com projetos incríveis em diversas áreas.
4- Qual o seu conselho para empoderar mulheres programadoras? Não desistam, por mais intimidador que pareça. Não há nada mais empoderador e satisfatório do que quebrar as barreiras para aprender algo que te interessa, e mostrar que mulheres são sim capazes de atuar em qualquer área que quiserem.
#3 Nádia Regina Braga dos Santos 27 anos, arquiteta 1- Aconteceu no próprio curso e foi extremamente construtivo. . 2- Uma amiga que sabia que eu gostava da área me indicou. 3- Foi uma experiência de autonomia e sororidade muito significativa na minha vida. Uma vivência do feminismo que irei levar para a vida. 4- Estar sempre junto e ajudando outras mulheres a se empoderarem através da programação.
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#4 Juliana Rotta 31 anos, socióloga e educadora 1- Eu dava oficinas sobre cultura digital em escolas públicas e buscando material para isso acabei encontrando várias referências à programação e atividades básicas para ensinar as crianças. Uma das mais interessantes foi a campanha “gringa” Hour of Code, que tinha o Obama mandando uma mensagem para as crianças que dizia: "Se você quer mudar o mundo, escreva em códigos". 2- Facebook. 3- Escrever minha primeira linha de código! Aconteceu em uma simulação que a gente podia fazer em qualquer site de jornal e época escrevi que os culpados da Samarco eram presos e pagavam a multa do Ibama! 4- Procurem por mulheres programadoras que nos ajude. Esse é um universo pouco explorado por mulheres e um dos mais importantes pra gente participar.
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#5 Angela Meire Alves Teixeira 35 anos, estudante de Psicologia 1- Sou estudante de Psicologia e faço parte de um projeto chamado Psicocast, onde gravamos Podcast voltados para a área da educação. Então houve a necessidade de mexer nas redes sociais e criar um site, o que me levou a pensar na programação, pois acredito que ambas áreas são determinantes para que algo concretamente aconteça. 2- Vi um post no Facebook e me inscrevi. Nem coloquei muita fé porque foram muitas mulheres e a maioria com algum conhecimento sobre programação, mas mesmo assim fiquei confiante, pois a ideia principal era exatamente não ter esse conhecimento. 3- Todas as vivências no curso foram importantes, mais o workshop de Design Thinking me impressionou demais e vi muito da Psicologia nisso! 4- Acredite em você! Nunca deixe que ninguém diga o que você deve fazer, nem mesmo aquela pessoa que você mais considera. No fundo, a gente sabe a escolha certa, só precisamos de coragem!
#6 Gabriela Pires da Silva 30 anos, Designer Gráfico (autônoma) 1- Eu sempre tive muito medo de Exatas. Cresci escrevendo e lendo muito e segui profissionalmente para a área de Artes/Ciências Sociais Aplicadas (hoje sou designer). Internalizei a ideia de que matemática e afins não eram para mim - que aliás, é o que acontece com muitas mulheres pois apesar de achar uma área incrível, acreditava ter muita dificuldade. Com o passar do tempo, como designer, eu cultivei aquela sensação de que alguma coisa me faltava. Sempre tive um amor platônico pela programação mas nunca começava de fato a estudar. No fim, por trabalhar como profissional autônoma, foi necessidade de ampliar a gama de serviços que ofereço que me deu o empurrão para eu finalmente iniciar meus estudos. 2- Pelo Facebook. Lembro que um amigo que sabia que eu me interessava por Programação me marcou na chamada do curso. Me candidatei de maneira bem despretensiosa. Não tinha nada a perder então, resolvi tentar.
3- A troca durante todo o curso. A atenção de todas as meninas envolvidas no projeto e a maneira como elas interagiam com as alunas, sempre nos incentivando a ultrapassar nossos limites, a pesquisarmos por nós mesmas e encontrarmos nossas próprias respostas. Além disso, uma das palestras vistas no curso me marcou muito. O tema era Cultura Hacker e FOSS (Free and Open-source Software) - ministradas pela Camilla Gomes e pela Haydee Svab - e foi uma daquelas coisas que acontecem na vida que sentimos como um divisor de águas. A partir dela nunca mais vi a Internet, o consumo de softwares e nossa responsabilidade como usuários da mesma maneira. Aliás, o curso como um todo foi um divisor de águas em minha vida pessoal e profissional. Fui ainda contemplada com uma bolsa de estudos em outro curso de front-end organizado por um dos patrocinadores, o que só me fez continuar estudando. 4- Primeiro de tudo é não cultivar a ideia de que mulheres só têm aptidão para as Ciências Humanas. Temos também, e muito, para as Exatas. É um trabalho de muito tempo, pois tentar aprender
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uma coisa que sempre disseram que somos incapazes exige dedicação, desconstrução daquelas imagens errôneas que temos de nós mesmas e um exercício de auto estima. É preciso acreditar em si mesma e saber que a curva de aprendizado é a mesma para todo mundo. Ainda mais na programação que pode ser uma área muito frustrante. É um incessante escrever o código, errar, consertar e testar de novo e de novo… até dar certo! Mas é assim com todo mundo, do estudante ao sênior. Apesar disso, a Programação nos ensina muito de nós mesmas, nos ensina a ter mais foco, mais dedicação e muita paciência.
conclusão É possível concluir que o papel do Eu Progr{amo} faz sim a diferença na vida das alunas participantes: ensina e empodera. Todas ficaram sabendo sobre o curso pelo Facebook, o que concretiza a força da PrograMaria nas redes sociais. A maioria delas, sem conhecimento em programação, disse que se inscreveram sem a esperança de serem selecionadas. Seja aprender programação para tocar um projeto ou pelo simples gosto de querer aprender, o que foi ensinado satisfez as necessidades desejadas. 72
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objetivo++ Tornar oprojeto conhecido e aumentar o seu share of mind.
objetivos+ Promover parceria com o público-alvo, oferecendo oportunidades e ferramentas na aprendizagem da programação; Ser referência na inclusão da mulher dentro da área da tecnologia.
estratégia Rebranding; Parceria com grandes investidores; Promover ações (online e offline) para gerar experimentação do produto; Criar vínculo entre a marca e o público. 76
como-fazer.exe
Valores da marca
Elaborar novo conceito e realinhamento dos pilares Rebranding da marca
Nova identidade visual INSTITUCIONAL
Brandbook
B2B (business-to-business)
Criar uma apresentação institucional para os investidores Criar site institucional
Mídias online
MERCADOLÓGICO
Planejamento de ações offline
Elaborar um planejamento de social media Curso itinerante: caminho das Marias Festival de encerramento: #SouMulherePosso 77
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plano de comunicação atual loading...
99%
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error404 Problema de comunicação: O projeto não é conhecido no setor em que atua.
objetivos Criar um mecanismo de comunicação para incentivar mulheres a ingressarem na área de tecnologia
Apresentar e posicionar a marca e seus valores para os públicos de interesse
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Apresentar novas ferramentas de comunicação online
Gerar identificação dos públicos com a marca
Criar engajamento (viralização da marca)
missão Empoderar meninas e mulheres com tecnologia e programação.
novos valores A agência Mauds analisou com cuidado toda a proposta da PrograMaria. Percebemos que é preciso alinhar os pilares do projeto com clareza e de forma mais didática para concretizar aonde elas querem chegar. Por isso, propomos uma nova estruturação de como explicar isso ao mundo. Primeiro, acreditamos que se nomear como um projeto feminista é necessário para reforçar os seus objetivos. Veja porquê:
Quando falamos de empoderamento, pode parecer um conceito muito abstrato, mas tem muito mais a ver com sensação. É uma sensação realmente muito boa e animadora sentir que se nos unirmos, conseguiremos muito mais conquistas do que se continuarmos a nos ver como o mundo quer que nos vejamos: sendo concorrentes uma das outras. Empoderadas, sabemos que juntas podemos ser pessoas ainda mais fortes.
Além disso, o curso Eu Progr{amo} também proporciona uma experiência pessoal única: mulheres com histórias parecidas enxergam a representatividade e uma nova possibilidade em suas vidas. São essas mulheres que vão ajudar a construir uma sociedade em que todas nós sejamos mais incentivadas a ter novas conquistas.
valores
A Programaria é um projeto feminista, que acredita que homens e mulheres devem ter igualdade de direitos e oportunidades. O projeto foi criado a partir do conceito feminista e existe para fortalecê-lo. Dentro dessa visão proposta, a empatia, sororidade e respeito às mulheres, não podem ser esquecidos. Entender que não somos A PrograMaria sonha com que as iguais e que não fizemos parte dos mulheres possam ter mais escolhas e mesmos espaços e que não tivemos os alta inserção no mercado de trabalho mesmos acessos. Compreender a dor da na área tecnológica. Por isso, promo- semelhante e se solidarizar com ela, indeve cursos de programação para mulhe- pendente de ser algo distante da sua vida. res, para que no futuro - e que esse seja próximo - elas possam estar mais presentes neste segmento. 81
id-visual-versao-2.pdf O logo atual é simples e destaca o M do nome entre chaves, o que remete aos códigos de programação, além de evidenciar o feminino da marca. Mas sua aplicação é difícil, já que a palavra geralmente é quebrada e a tipografia é fina, que fazem com que a marca fique ilegível na redução. Além disso, raramente a marca é aplicada na comunicação digital do projeto, o que dificulta que o nome Programaria gere lembrança no público. Na nova proposta de comunicação, nós fugimos do mainstream de logos de tecnologia. Eles sugerem que tudo siga um padrão: sempre com tipografias retas, que transmitem pouca flexibilidade em diversidade. Então, a Mauds escolheu uma tipografia com mais peso e elementos curvos que passam a ideia de movimento. Também trabalhamos a tendência dos gradientes, que se popularizou de forma mais discreta e sutil, pois achamos que assim como a fonte, as cores também devem transmitir um certo movimento. 82
logo atual
sugestão de logo
Agora, enfatizamos os elementos que são símbolos da programação. Os mesmos de antes {}, também possuem um asterisco no centro, mostrando que a mudança vem de dentro. Isso é, no empoderamento da mulher. Além disso, as chaves iguais e opostas, de frente com a outra, demonstram a igualdade entre homem e mulher, mas que cada um está num ponto diferente. Então, o asterisco também representa a união e força para isso acontecer. Como a Programaria tem foco digital, nas cores escolhemos rosa e roxo, fazendo um degradê, atual tendência de web design. Podemos usar variações de cores puras de fundo e aplicação de map gradient em imagens relacionadas à Programaria. Todas elas podem ser feitas com branco e pode fazer dupla com outra cor. Exemplo: Roxo x Rosa Roxo x verde Azul x Amarelo Amarelo x Roxo Amarelo x Rosa Amarelo x Verde Verde x Roxo
sugestão de degradê e logo
sugestão de paleta
sugestão de aplicação 83
a que veio
No encontro da Mauds com a PrograMaria, que ocorreu no começo de 2015, foi brifado que as idealizadoras do projeto não aceitam doações e só financiam sua ações com o budget dos editais - que não é o suficiente. Portanto, não há verba que sustente o projeto por um longo prazo e a campanha proposta pela agência.
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Calma, nós temos a solução: antes de tudo, nossa proposta é trabalhar a ação B2B (Business to Business) da PrograMaria. No B2B, empresas oferecem produtos ou serviços para outras empresas, é preciso criar uma apresentação institucional do projeto e apresentar aos investidores de interesse. Conquistar um investidor da área da tecnologia é ideal para garantir a verba, financiar o projeto e a campanha proposta.
Para conferir a apresentação na íntegra, escaneie o QR code ou acesse: http://bit.ly/2f5RRpm Por isso, a Mauds criou uma apresentação institucional da PrograMaria para fazer uma parceria com grandes investidores que possuem relação com o projeto.
Possíveis parcerias:
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mídias online
Como a PrograMaria teve início na web, é muito importante que elas sempre tenham potencial no ambiente online. Mas, ao analisarmos o site e as redes sociais, foi possível perceber que há uma certa inconsistência e não possuem atualizações frequentes.
A SOLUÇÃO Recriar o site oficial e elaborar um planejamento de social media, sempre alimentando todas as plataformas com o marketing de conteúdo.
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O Marketing de Conteúdo é uma maneira de engajar com o público através da criação de conteúdo relevante e de qualidade nas plataformas digitais blogs, sites, redes sociais, e-mail marketing, entre outros. O objetivo é gerar engajamento e vínculo com as pessoas que acompanham as páginas. De acordo com as últimas pesquisas do Content Marketing Institute e da MarketingProfs, 91% dos profissionais de marketing B2B adotaram o marketing de conteúdo. Em média, os profissionais de marketing B2B agora investem 1/3 de seu orçamento para iniciativas de marketing através do conteúdo, pois apresentam resultados incríveis: marca de sensibilização, aquisição de novos fãs e geração de leads.
novo site Então, para deixar o site da PrograMaria mais atrativo e sempre alimentado de conteúdo, primeiro fizemos um novo site. O site foi desenhado considerando os padrões do Bootstrap, um framework que facilita a programação e construção da versão responsiva. Para conferir o site na íntegra, escaneie o QR code ou acesse: http://bit.ly/2f5RRpm
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mídias sociais
mas pra que?
Um estudo de janeiro de 2016 mostra como o brasileiro está conectado nas redes sociais. São 103 milhões de contas ativas nas redes sociais e 88 milhões de conexões via aplicativos de social media para dispositivos móveis.
103 milhões de contas ativas nas redes sociais
88 milhões de aplicativos de social media em dispositivos móveis
267 milhões de pessoas com aparelhos celulares Fonte: We Are Social Para melhorar e ativar totalmente as redes da PrograMaria, desenvolvemos um planejamento estratégico de social media. 88
As redes sociais também são um campo de batalha para o feminismo, principalmente devido a visibilidade. Por isso, precisamos ter uma estratégia que vá de encontro a oportunidade de ter espaço e alcance. É o momento de construir base para disseminar o empoderamento feminino através da informação no meio digital.
metas Divulgar a nova comunicação e aplicar o rebranding nas redes; Empoderar mulheres por meio da informação; Gerar buzz no ambiente digital fomentando o interesse em programação; Tornar o Facebook como principal canal para divulgação das novidades e ações do projeto;
se fosse uma pessoa tom Amigável, empático e próximo.
linguagem Acessível e didática.
propósito Informar e empoderar.
Julia Tolezano, ou melhor, Jout jout, é uma youtuber famosa por tratar de assuntos variados com leveza e humor. Os temas de seus vídeos geram identificação e dão voz também a discursos empoderadores. O mais importante é que a Jout Jout é didática e acessível, o famoso "gente como a gente" e é por isso que muitas pessoas se sentem próximas e acolhidas, e é assim que tem que ser o tom de voz da nossa comunicação. 89
#1 Criar conhecimento do projeto para um público em geral e empoderar mulheres por meio da informação.
A Programaria não é conhecida por grande parte do seu público que quer atingir e, por isso, é necessário ganhar mais fãs nas páginas e gerar um vínculo.
#2 Campanha #PorSerMulher e #SouMulherePosso
Através dessas duas hashtags, vamos engajar e dar voz as mulheres: elas poderão compartilhar suas experiências em geral e na tecnologia nas redes sociais. O objetivo da primeira é que as mulheres contem o que já deixaram de fazer por ser mulher e, na segunda hashtag, o que podem fazer por ser mulher.
#3 Divulgar as ações
Com narrativas e posts informativos, vamos fazer a divulgação de todas as ações propostas pela Mauds.
frequência Todos os dias.
fases As fases irão caminhar juntas. São três abordagens em foco que vamos trabalhar o conteúdo nas redes sociais no período de três meses:
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#hashtag
#PorSerMulher Não deveríamos nos limitar a fazer nada porque somos mulheres. Deveríamos ser donas de nossas próprias escolhas, mas se você estiver atento a realidade, sabe que não é como acontece todos os dias. Se você ainda dúvida disso, pense todas as ressalvas que uma mulher ouve antes de sair de casa. “Essa roupa é muito curta” “Não saia sozinha” “Depois não reclame se algo acontecer”. É difícil desconstruir esses conceitos e estereótipos de gênero, que se afirmaram dentro da sociedade machista, onde mulher tem que isso ou aquilo, ou algo de ruim pode acontecer a ela por merecimento. Para fomentar essa discussão das limitações da mulher por conta de uma sociedade patriarcal, convidamos mulheres de idades e condições diferentes para nos contar o que já deixaram de fazer por ser mulher.
O resultado é um mini documentário e pílulas de vídeos são ações dentro do planejamento de social media e poderão ser assistidos no canal do Youtube. Com isso, queremos engajar usuárias com a campanha #PorSerMulher para que descrevam uma situação que já lhe aconteceu. Porquê isso é importante? Essa hashtag tem a função de conectar mulheres para que pratiquem empatia umas com as outras, além da identificação, que pode abrir os olhos de uma mulher a entender que deixar de fazer algo por ser mulher não deve ser normatizado e sim combatido.
#SouMulherePosso Como continuidade da campanha para a hashtag #PorSerMulher, a ideia aqui é promover o empoderamento. Ou seja, o caminho é mostrar a nossa força como mulher. A ideia do mini documentário foi levantar discussão com a pergunta “O que você já deixou de fazer por ser mulher?” No segundo momento, queremos mostrar o empoderamento das mulheres também através de suas experiências. Por isso, a campanha nas redes sociais tem o objetivo de incentivar mulheres a se empoderarem através desse espaço e voz. “Lugar de mulher é onde ela quiser.”
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pilares editoriais
#1 Clipagem de mulheres em tech
#2 Empoderamento
Divulgar notícias importantes relacionadas a conquistas ou a relação da mulher com a tecnologia.
Reforçar por meio da informação que as mulheres podem ser o que quiserem, retratando as ações delas em locais onde a voz dominante não acredita existir nenhuma mulher.
Exemplo de Post Copy:
Exemplo de Post Copy:
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#3 Divulgar as ações de campanha
#4 Posts de Oportunidade
Os posts serão voltados para divulgar as ações propostas pela agência Mauds. Além da mídia offline, queremos usar as redes sociais para gerar ainda mais alcance e atrair mais fãs.
Aproveitaremos uma noticia ou acontecimento que esteja sendo muito falado e faremos um post relacionando com assuntos do nosso interesse e que façam parte dos nossos objetivos de comunicação nas redes sociais. Exemplo:
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#5 Playlists Playlists criam momentos, e até mesmo conexões. Afinal, gostos musicais unem as pessoas. Por isso, vamos trabalhar com playlists em que o objetivo é gerar identificação e, é claro, empoderamento feminino.
formatos
Photo Post Post estático com arte. Vídeo Post Post com vídeo produzidos pelo Programaria ou por outros meios mas que tenham afinidade com os objetivos de comunicação para redes sociais. Live Transmissões ao vivo com entrevistas e cobertura de eventos.
acesse: 94
http://spoti.fi/2gqwWm7
exemplo de vídeo
Confira a série de vídeo que produzimos para Programaria http://bit.ly/2fi4kJZ
cronograma Os posts de oportunidade podem ser encaixados em qualquer um dos dias.
período
segunda
terça
quarta
quinta
sexta
sábado
domingo
maio
empoderamento
campanhas #
playlists
campanhas #
ações
empoderamento
clipagem
junho
ações
playlists
empoderamento
clipagem
ações
empoderamento
ações
julho
empoderamento
ações
clipagem
empoderamento
playlists
ações
empoderamento
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campanhas
Conceito da campanha: A mulher pode chegar onde ela quiser.
“
As mulheres podem, sim! Podem o que quiserem. O objetivo dessa campanha é dar voz e mostrar que o direito de escolha precisa existir para todas. E essa é a nossa luta.
’’
ação piloto Muitas mulheres nunca tiveram contato com o básico da informática e uma das maiores razões é a falta de acesso. Falta de acesso por localização e por condições sociais. Por isso, o ProgramaBus vai levar a tecnologia para mulheres periféricas de São Paulo, desembarcando em CEUs da cidade. 96
objetivo
Existem muitas empreendedoras na periferia, e é por uma questão de sobrevivência. Todo mundo conhece a moça que faz um doce ou que oferece outro serviço por conta própria. Pensando nisso, o objetivo do curso é, além de ensinar o básico da programação, é direcionar esse aprendizado para a construção de um App.
app? Porque precisamos mostrar para as minas onde aprogramação pode levá-las. Para gerar esse interesse, a gente vai mostrar como a programação pode melhorar e mudar a vida de qualquer mulher, de qualquer profissão e classe social.
Curso Itinerante: PROGRAMABUS Assinatura: O caminho para o empoderamento Local: São Paulo, capital. Público-alvo: meninas e mulheres, de 15 a 25 anos, que moram em regiões periféricas.
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modo de fazer Vamos equipar um ônibus com computadores, wifi e materiais necessários para que as alunas tenham aula ali dentro. Desembarcaremos em 9 CEUs da cidade de São Paulo e, no final desta tour do ProgramaBus, faremos um grande evento musical de encerramento no CEU Itaquera.
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seleção Após a divulgação do curso, que iremos detalhar mais a frente, as mulheres interessadas em participar, poderão se inscrever através do site da Programaria e entrar para o processo seletivo. As 25 primeiras que se inscreverem e estarem de acordo com os critérios de seleção estabelecidos pela PrograMaria, irão participar.
tour
O ProgramaBus desembarca e permanece por uma semana em cada um dos CEUs escolhidos - Água Azul, Paraisópolis, Campo Limpo, Butantã, Aricanduva, São Miguel, Guaianases e Itaquera
CEU São Miguel
CEU Guaianazes
CEU Itaquera CEU Butantã CEU Ariacanduva
CEU Água Azul
CEU Paraisópolis CEU Campo Limpo
CEU Santo Amaro
onde chegar Impactar a vida das alunas, mostrando para elas que há um mundo possibilidades dentro da programação. A motivação proposta pelo curso é o principal para que elas levem isso adiante. 99
brindes No começo do curso, as alunas irão receber um kit com materiais personalizados da PrograMaria, que poderão ser utilizados durante o curso: 1 caneta, 1 sketchbook, 1 camiseta, 1 ecobag, 1 power bank e 1 pen drive com todo o conteúdo das aulas em arquivos digitais.
Para sempre estar conectada é preciso bateria, no kit haverá um power bank.
Para levar pra casa o material do curso, um pen drive de 4GB.
Haverá 3 modelos de estampas para as camisetas de algodão.
Para anotar observações das aulas, uma caneta de plástico esferográfica da cor azul.
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Para guardar as anotoações, um sketchbook sem pauta com 200 folhas, tamanho A5.
Para levar todos os brindes e carregar a Programaria sempre consigo, uma ecobag 35x20cm.
ação pós curso Após o curso, as alunas e o público interessado poderá se canditar em vagas especialmente para mulheres na área de T.I. Em parceria com o Trampos, será criada uma landing page onde as mulheres poderão criar o seu currículo online gratuitamente e se candidatar em vagas de emprego
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ação de encerramento E para encerrar, ou melhor, para fomentar mais ainda essa iniciativa: Festival “Sou Mulher e Posso”
O festival vai acontecer no CEU Itaquera, onde será a última parada do ProgramaBus, e reunirá música, palestras e rodas de debate. Além de divulgar o projeto Programaria, a intenção do evento é empoderar mulheres periféricas para que possam ocupar o lugar que quiserem na sociedade. Também é o momento de unir todas as mulheres que se interessam pela mesma causa que a Programaria quer transmitir.
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segura o fôlego Rodas de debate Rosa Luz
Coletivo ‘Nós, mulheres da periferia’: um convite para adentrar ao mundo dessas mulheres a partir de suas vivências. Palestras com Influencers feministas Nátaly Neri: Feminista negra, possui mais de 115 mil inscritos no seu canal do Youtube, “Afros e Afins”, e cria diálogos de temas que necessitam de visibilidade.
Nátaly Neri
Rosa Luz: Negra, mulher trans e periférica. Rosa fala sobre diversos assuntos sobre a sua realidade para mais de 9 mil inscritos no seu canal Barraco da Rosa. Vanessa Tonini: Formada em sistemas para internet e com pós-graduação em desenvolvimento web, Hoje atua como Agile Coach na empresa Lambda3
Vanessa Tonini 103
Gostou? Não conhece? Escuta a playlist que preparamos pro festival
é o poder, viu?
http://spoti.fi/2gbA7LK
Escolhemos um time de mulheres do cenário musical para representar o que a PrograMaria acredita.
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_Karol Conka
_Tássia Reis
_Mc Linn da Quebrada
_Clarice Falcão
_Elza Soares
Rapper, cantora e compositora brasileira. Considerada uma das principais representantes do Rap feminino do pais.
Dançarina de street dance, formada em moda, começou a rimar por incentivo das amigas e hoje representa as mina do rap na cena musical.
"Bicha, trans, preta e periférica. Nem ator, nem atriz, atroz. Bailarinx, performer e terrorista de gênero." E bota o terror mesmo, com muito funk e representatividade LGBT.
Atriz, cantora, compositora, roteirista e humorista. É uma figura importante no feminismo e algumas de suas letras falam sobre relacionamentos abusivos e empoderamento.
Cantora e compositora de samba, bossa nova, MPB, sambalanço, samba rock e samba jazz. Premiada pelo vinil "A mulher do fim do mundo".
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_mãos à obra
D
epois de todo o conceito, chega a hora de executar o plano tático como forma de redenção para mulheres a fim de empoderá-las. O primeiro passo é fazê-las acreditar que podem, sim, ingressar nesta área tão masculinizada. O projeto entra como recurso de embasamento para esses primeiros passos rumo ao sucesso
Chamar a atenção das mulheres para a área tecnológica e apresentar a PrograMaria
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objetivo
público-alvo
#1
Mulher
Fomentar interesse nas mulheres para a área tecnológica
18-35 anos
#2 Gerar awareness para o projeto como ferramenta de iniação no ambiente digital
Periférica Usa transporte púbico Conectada nas redes sociais Interesse em tecnologia Buscando independência financeira
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cenário 1 Estratégia: Qual é o melhor ambiente para ela receber esse estímulo de mídia?
#1 Fomentar interesse nas mulheres para a área tecnológica
mobiliário urbano redes sociais
#2 Gerar awareness para o projeto como ferramenta de iniação no ambiente digital
AdWords
KPI’s
#1 Fomentar interesse nas mulheres para a área tecnológica
redes sociais
#2 Gerar awareness para o projeto como ferramenta de iniação no ambiente digital
aumento de buscas sobre programação
mobiliário urbano
AdWords
engajamento
matrícula
tráfego no site 109
funil de conversão
mobiliário urbano
Awareness: captar atenção de mulheres para programação
adwords
redes sociais
Interesse: mostrar oportunidades na área de tecnologia
Desejo: fornecer inforações que incentivem a inscrição
Ação: inscrição no curso introdutório
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#1 Fomentar interesse nas mulheres para a área tecnológica
#2 Gerar awareness para o projeto como ferramenta de iniação no ambiente digital
adwords Investimento: : R$ 9.000 Alcance: 45.000 pessoas
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peças
metrô Investimento: R$ 3.129 Alcance: 3.177.000 pessoas Caracterização socioeconômica dos usuários da rede do Metrô
Feminino: 55%
Texto: lugar de mulher é onde ela quiser inclusive na tecnologia. Valentina Tereshkova: Primeira mulher a ir para o espaço
Masculino: 45%
Classe Social
A1 1%
A2 13,10%
B1 40,60%
B2 37,10%
C1 7,70
C2 0,50%
D 0,10%
Texto: lugar de mulher é onde ela quiser inclusive na tecnologia. Carol Shaw: Primeira mulher a trabalhar na indústria dos games
Média de idade dos usuários 35% 30% 25% 20% 15% 10% 5%
25%
18%
12%
11%
3% 0-17
18-24
Fonte: Mídia Kit Metrô 112
31%
25-34
35-44
45-54
55+
idade
Texto: lugar de mulher é onde ela quiser inclusive na tecnologia. Hedy Lamarr: Precursora da telefonia moderna e wifi
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formato
facebook Investimento: R$ 9.000 Alcance: 1.500.000 pessoas
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Formato: carrossel e posts comuns patrocinados Como funciona: imagens rotativas Justificativa: publicação segmentada para a cidade onde o ônibus do PrograMaria está visando gerar interesse nas mulheres para a área tecnológica e apresentar o curso.
overview Compilado com distribuição da verba de mídia, investimento, pessoas alcançadas e formatos usados. Abaixo da parte de mídia o valor da produção das peças e agenciamento de campanha com otimizações diárias de 20%, como praticado no mercado.
veículos
distruibuição
investimento
alcance
formato
metrô
15%
R$3.129
3.177.000
sanca de trem 1,12 x 0,30m
43%
R$9.000
1.500.000
publicação impulsionada
AdWords
43%
R$9.000
45.000
sem*
execução produção
R$1.000
gestão
R$4.225,80
total
R$26.354,80
4.722.000
*Search Engine Marketing
115
cronograma A campanha começará com os 3 veículos simultaneamente para já gerar interesse sobre o tema. E ao longo dos outros dois meses as plataformas sociais e AdWords garantirão a sustentação do buzz.
maio
junho
mobiliário urbano
redes sociais
AdWords
116
julho
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cenário 2 Estratégia: Qual é o melhor ambiente para ela receber esse estímulo de mídia?
#1 Fomentar interesse nas mulheres para a área tecnológica redes sociais
#2 Gerar awareness para o projeto como ferramenta de iniação no ambiente digital
AdWords
KPI’s
#1 Fomentar interesse nas mulheres para a área tecnológica
redes sociais
#2 Gerar awareness para o projeto como ferramenta de iniação no ambiente digital 118
aumento de buscas sobre programação
mobiliário urbano
AdWords
engajamento tráfego no site
matrícula
funil de conversão
Awareness: captar atenção de mulheres para programação
adwords
redes sociais
Interesse: mostrar oportunidades na área de tecnologia
Desejo: fornecer inforações que incentivem a inscrição
Ação: incrição no curso introdutório
#1 Fomentar interesse nas mulheres para a área tecnológica
#2 Gerar awareness para o projeto como ferramenta de iniação no ambiente digital
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formatos Formato #1: carrossel e posts comuns patrocinados Como funciona: imagens rotativas Justificativa: publicação segmentada para a cidade onde o ônibus do PrograMaria está visando gerar interesse nas mulheres para a área tecnológica e apresentar o curso.
facebook Investimento: R$ 8.500 Alcance: 1.000.000 pessoas
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Formato #2: canvas Como funciona: conteĂşdo interativo Justificativa: apresenta o curso oferecendo experiĂŞncia interativa em tela cheia com alto poder de engajamento
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adwords Investimento: : R$ 3.000 Alcance: 15.000 pessoas Formato: paid search Como funciona: conteúdo interativo Justificativa: os primeiros resultados das buscas no Google são os anúncios e consequentemente os mais clicados
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remarketing Usar estímulo de mídia para impactar quem jã demonstrou interesse pelo curso, mas não preencheu o cadastro ou abandonou no meio do processo. a usuária
vai ao site
sai sem praticar nenhuma ação
o facebook mostra o anúncio
o usuário clica e volta para o site
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overview Compilado com distribuição da verba de mídia, investimento, pessoas alcançadas e formatos usados. Abaixo da parte de mídia o valor da produção das peças e agenciamento de campanha com otimizações diárias de 20%, como praticado no mercado.
veículos
distruibuição
investimento
alcance
metrô facebook
74%
R$8.500
1.500.000
AdWords
43%
R$3.000
45.000
execução produção
R$1.000
gestão
R$2.300,00
total
R$14.800,00
*Search Engine Marketing
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1.015.000
formato publicação impulsionada
sem*
cronograma A campanha começará com os 3 veículos simultaneamente para já gerar interesse sobre o tema. E ao longo dos outros dois meses as plataformas sociais e AdWords garantirão a sustentação do buzz.
maio
junho
julho
redes sociais
AdWords
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126
conclusĂŁo
127
U
m grupo de 3 mulheres se uniram por terem ideias parecidas mas esse trabalho aconteceu por um motivo maior do que afinidades. Quando tivemos contato com o feminismo, sabíamos que ele tinha que estar presente também na nossa profissão. Por quê algo que nos ajuda na vida pessoal não pode também ajudar outras mulheres através da publicidade? E foi por isso que escolhemos trabalhar com o projeto Programaria. Um projeto de mulheres para mulheres. Se você leu esse TCC sabe que estamos o tempo todo falando sobre pensar umas nas outras. Sabe também, que, feminismo nada tem a ver com superioridade, feminismo é sobre equidade de direitos, oportunidades iguais. O nosso primeiro objetivo foi tornar o projeto mais conhecido e como consequência, conseguir mais apoio, parceiros e investimento. Para que isso rolasse, a gente desenvolveu uma nova identidade visual, planejamento de conteúdo e planejamento de mídia novinhos, tudo para que o projeto se tornasse mais didático e também mostrasse mais a sua cara, como um projeto feminista que ele é. Isso foi bem importante, porque sem o 128
feminismo o Programaria não existiria. E foi pensando nisso também que percebemos que olhar para a periferia era muito necessário. Necessário porque a programação, assim como o feminismo, pode mudar a vida das mulheres. E é esse empoderamento que a gente, desde o começo, queria que as meninas conhecessem. Para chegar até o nosso público, planejamentos o curso itinerante que levaria a aula até as alunas. E o nosso desafio foi levar esse assunto de uma maneira leve e que gerasse interesse por parte das mulheres, para que isso acontecesse, ele precisava fazer parte de algo que fizesse sentido para elas no dia-a-dia. Muitas mulheres tem seus micro negócios na periferia, como a venda de doces, serviços de limpeza, artesanato, enfim, uma série de atividades que também fazem gerar o dinheiro local e crescer também. Daí surgiu a ideia do aplicativo, que pode fazer com que esse micro negócio cresça mais ainda, fique mais conhecido e mostre as mulheres o mundo de possibilidades que elas possam ter. E foi uma delícia pensar em tudo isso,
muito mais do que a gente imaginava porque ao logo do semestre que desenvolvemos, porque a gente amadureceu com esse trabalho, aprendeu a olhar umas para as outras de maneira diferente também - com mais empatia- e também com mais força. Força porque agora somos 3 publicitárias que podem sim trabalhar com tesão, porque podemos sim fazer uma publicidade inclusiva, que represente mais as mulheres. Agora sabemos que não precisamos reforçar estereótipos de gênero na publicidade e nem aceitá-los. Não só sabemos como também temos como dever fazer publicidade inclusiva, e é por isso que a gente quer continuar e crescer dentro dessa profissão. Porque de nada vale trabalhar sem tesão e sem amor pelo o que faz, não é? Por nós e por todas as mulheres que nunca vão parar de lutar, seja quem forem elas, que seja sempre para termos nosso espaço, para que possamos fazer nossas escolhas e termos todos os nossos direitos. E que estejamos sempre unidas.
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REFERÊNCIAS
BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro: Record Bestbolso, 2015. BUTLER, Judith. Problemas de Gênero - Feminismo e Subversão da Identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. ROWBOTHAM, Sheila. Além dos fragmentos: O feminismo e a construção do socialismo. São Paulo: Brasiliense, 1981. SAFFIOTI, Heleieth. A mulher na sociedade de classes (São Paulo: Expressão Popular, 2013). TOUAINE, Alain. O Mundo das Mulheres. 1. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2007. WOOLF, Virginia. Um Teto Todo Seu. 1. ed.: Tordesilhas, 2014. PROGRAMARIA. Por que Faltam Mulheres no Campo da Tecnologia? {online} Disponível na internet via https://www.programaria.org/sobre-nos/. Arquivo capturado em novembro de 2015. Think Olga. Como as Mulheres estão Construindo o Futuro. {online} Disponível na internet via http://thinkolga.com/2016/04/07/como-as-mu lheres-estao-construindo-o-futuro/. Arquivo capturado em 7 de abril de 2016. Think Olga. Por que Precisamos Conquistar a Tecnologia. {online} Disponível na internet via http://thinkolga.com/2014/08/06/por-que-precisa mos-conquistar-a-tecnologia/. Arquivo capturado em 6 de agosto de 2014. Think Olga. Mulheres Inspiradoras de 2015. {online} Disponível na internet via http://thinkolga.com/2015/11/27/mulheres-inspiradoras-de-2015/. Arquivo capturado em 27 de novembro de 2015. Think Olga. Os Desafios de Ser #MulherEmTech. {online} Disponível na internet via http://thinkolga.com/2016/02/24/os-desafios-de-sermulheremtech/. Arquivo capturado em 27 de novembro de 2015. Think Eva. O Despertar da Publicidade para Mulheres. {online} Disponível na internet via http://www.thinkeva.com.br/#!O-despertar-da-publici dade-para-mulheres/cnp/54d1000a0cf27bee9ef7a41c. Arquivo capturado em 30 de julho de 2015. 131