TURISMO E SAÚDE
Programe sua viagem e fuja dos efeitos da troca de fuso horário Transporte aéreo é o meio mais rápido de se atravessar vários países. No entanto, essa facilidade pode causar desconforto ao corpo humano
Letícia Marina A palavra "jet lag" se refere ao desequilíbrio no "relógio biológico" após viagens longas, com a mudança de fuso horário. Quanto maior é a diferença entre o ponto de partida e o de chegada, mais acentuados serão os efeitos da troca de horário. O relógio interno tem como referência o sol e não a hora oficial determinada, por isso, quando se altera rapidamente a rotina do dia e da noite pode causar vários desconfortos. Dentre os principais sintomas estão: dor de cabeça, insônia, cansaço, irritação, problemas na alimentação e diminuição do rendimento físico e mental. Estudos recentes confirmam que voar para o leste causa um desconforto maior do que no sentido inverso. Uma vez que viajar para o Oriente significa a perda de várias horas. Dados também confirmam que a adaptação é 20% mais lenta neste percurso. Vale ressaltar que o grau de desconforto varia de pessoa para pessoa. Os sintomas manifestam-se após o desembarque e duram, em média, um dia para cada diferença de fuso horário. Imagem: IBGE
Os passageiros "Os passageiros não se importam muito com a mudança de fuso horário, só perguntam a hora em que chegarão ao local", conta o agente de viagem Evandro Zambeli. A procura por viagens internacionais é grande na empresa em que Evandro trabalha, representam cerca de 40% das vendas de pacotes. No entanto, ele explica que os clientes não pedem muitas informações sobre os efeitos da mudança. "A empresa dá dicas sobre os melhores horários de viagens, mas a maioria das pessoas não se preocupa muito com os efeitos", explica. O estudante de economia Fellipe Avelino viajou para os Estados Unidos em julho de 2005. Ele conta que não pesquisou sobre os efeitos da troca de fusos, e nem precisou. A diferença
de horário é de apenas 2 horas, por isso, os efeitos do "jet lag" não foram intensos. O estudante conta que teve problemas apenas com a alimentação, mas se adaptou a rotina local em menos de uma semana. O estudante conta que os efeitos do "jet lag" foram mais acentuados na volta, em dezembro de 2006. Devido ao horário de verão, a diferença de horário passou a ser de 3 horas. Ele diz que além da desorientação quanto ao horário ainda teve dificuldades para dormir a noite e sonolência durante o dia. O estudante de direito Winder Garcia, 22 anos, fez sua primeira viagem internacional em fevereiro deste ano. O jovem foi para os Emirados Arábes, local com 7 horas de diferença do Brasil. Ele conta que uma boa noite de sono foi seu principal aliado para evitar os efeitos do "jet lag". "Dormi muito bem na primeira noite e não tive problemas de adaptação", conta. No entanto, na segunda viagem para outro país, também para o Oriente, sentiu os efeitos da mudança de fuso horário. Em julho, o estudante foi para o Egito, cerca de 6 horas de diferença, e conta que teve maiores problemas de adaptação. "Tive insônia e dificuldade para alimentar. Na hora de comer, não tinha fome", diz. Ele conta que passou 15 dias no país e que os sintomas duraram cerca de uma semana. Orientação médica O clínico geral Antônio Borges diz que se programar antes da viagem é a melhor forma de evitar os efeitos do fuso horário. O médico explica que adaptar o organismo gradativamente para a viagem pode amenizar os efeitos da "jet lag". "Alguns dias antes da viagem, a pessoa deve pesquisar sobre o fuso horário e tentar seguir o horário do local", explica Antônio. "Adaptar o sono também é importante. Procure dormir mais cedo ou mais tarde, depende da diferença de horário do país", indica. “Aproveite durante a viagem para dormir e tentar se colocar na hora do local, ou então, quando chegar, não dormir até o horário certo”, diz a enfermeira Michelle Araújo. Ela explica que se a orientação não for seguida, é muito mais difícil entrar no ritmo do horário do país. A enfermeira diz que em caso de insônia extrema, o viajante deve procurar orientação médica. “Não dá pra tomar algo sem prescrição, ainda mais para insônia”, diz. Outra dica da profissional é não comer em horários muito afastados, no entanto, não é preciso forçar para se alimentar. “Como o desconforto dura apenas alguns dias, não é tão ruim se alimentar de forma irregular”, diz. Quanto ao horário de viagem, o Dr. Antônio Borges diz que é melhor programar para chegar ao local durante o dia, para aproveitar a luz do sol e adaptar-se melhor à rotina do país.
MODA E ECONOMIA
Crescimento da Indústria têxtil impulsiona a concorrência em Goiás Vendas no setor têxtil representam 165,10% do crescimento da indústria no estado Letícia Marina
O Brasil é um país conhecido por sua diversidade. Tendo em vista esta característica, a indústria têxtil teve de se adaptar ao que o brasileiro quer e ao que cada classe pode pagar. Segundo dados do IBGE, o setor registra uma série histórica de crescimento, iniciada em 2001, com alta acumulada de 11,8% no comércio. Números divulgados em pesquisas sobre o tema mostram que o goiano tem investido cada vez mais na aparência. Puxada pelo setor têxtil, as vendas na indústria goiana registraram alta de 26,3% em março deste ano em relação a 2009. A produção de roupas foi responsável por 165,10% deste crescimento. Mas levanta a questão: É um crescimento igualitário ou partes desta grande indústria lucram mais do que outras? Vale ressaltar que a indústria de roupas em Goiânia abrange mais do que grandes lojas de departamentos. Sua expansão é vista principalmente no comércio informal. A venda em feiras ou na rua representa um grande concorrente para os Shoppings. “É um concorrente desleal”, diz o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado de Goiás (Sinvest), José Divino Arruda. Ele explica que não vê o comércio informal como algo ilegal, pelo contrário, é uma necessidade de sobrevivência. No entanto, declara que estes trabalhadores não enfrentam a mesma burocracia que um dono de loja, pois não pagam impostos e não tem licença. A.R, lojista, prefere ter sua identidade mantida em sigilo. Ela afirma que a maior dificuldade que enfrenta para se manter no setor têxtil são os impostos. Ela admite que o comércio informal seja um grande concorrente para a sua microempresa, por isso, tem de buscar medidas para sobreviver neste meio. Uma das ações é a sonegação de notas fiscais. A comerciante deixa claro para o cliente que não consegue passar uma mercadoria com preço menor com a emissão de nota fiscal para poucas peças, e a grande maioria aceita. “À medida que o cliente chega à feira é muito difícil ele retornar querendo comprar alguma coisa da gente”, diz A.R. Já a vendedora Ana Paula Simiema não acredita que o comércio informal represente um grande concorrente para as lojas de departamento. “O público que compra em shopping é diferente do público que compra em feira”, declara.
Giselly Valentim Silva e Bruna Valentim mostram o outro lado do comércio informal. As feirantes garantem que a autonomia neste setor motivou bastante o ingresso, além do interesse pela moda. Comércio Informal X Shopping Os índices comprovam que os goianos têm comprado mais em feiras ou no mercado de rua ao invés dos Shoppings. Analisando os números divulgados pelo Centro de Pesquisas Econômicas e Mercadológicas CDL/ALFA sobre o Dia das Mães de 2009 e 2010, observa-se esta preferência. A alta é crescente. Em 2009, o comércio varejista teve alta de 3% em relação a 2008, puxado pela redução do IPI nos produtos de linha branca. O comércio informal foi mais visitado do que os Shoppings, no entanto, nota-se que há mais lojas deste segmento nas ruas. Em 2010, esta diferença foi reforçada. A indústria lucrou 12% a mais do que no ano passado e cerca de 43,6% dos consumidores optaram pelas lojas de rua. O consumidor A grande concorrência na indústria têxtil trouxe muitos benefícios ao consumidor. Diversidade de produções, queda do preço e o investimento em peças com maior qualidade podem ser citados como itens que melhoraram. A estudante de jornalismo, Lays Vieira, acredita que o comércio informal ganha na questão de diversidade. Ela diz que em lojas de departamento há o risco de comprar algo que todo mundo tenha, e que nesta questão, as feiras ganham. Em contraponto, ela afirma que o shopping acaba ganhando no espaço. “O Shopping tem mais vantagens. Se ficar cansada pode parar para comer ou para ir ao cinema”, declara.
COMPORTAMENTO
Madrastas versus Enteados Nos contos de fadas as madrastas assumem uma imagem maligna, estão sempre maquinando planos para tirar os enteados do caminho. Mas e na vida real, essa relação pode ser diferente?
Letícia Marina
“Madrasta: Mulher casada em relação aos filhos de um anterior matrimônio do marido; Mãe pouco carinhosa; Mãe que maltrata os filhos”. Essas são as definições encontradas em qualquer dicionário de Língua Portuguesa. Em nossa sociedade é comum as madrastas terem uma imagem pejorativa, e muitas vezes, pode ser inserida na cultura do indivíduo desde a infância. É só citar os clássicos contos da Disney, como Branca de Neve e Cinderela. A primeira, por inveja da beleza da enteada, a vilã recorre a uma maça envenenada para matá-la. Na segunda história, a malvada madrasta obrigava a enteada a trabalhar em um regime de quase escravidão. Mas na vida real nem sempre é assim.
“Pele branca como a neve, cabelos negros como o ébano e os lábios vermelhos cor de sangue”, são características que fariam de Anna Karen, 19, uma perfeita Branca de Neve. Mas Rita de Cássia Guimarães, nem de perto é a madrasta má da história. Casada há um ano com o pai de Anna, Rita conseguiu aos poucos construir uma boa relação com sua enteada.
Anna Karen afirma que o primeiro contato não foi fácil. “O ciúme é inevitável, afinal cresci com meu pai e minha mãe juntos, e como todo o filho, não queria a separação”. A idade da nova madrasta, 27 anos mais nova que o pai, também representou para a enteada outro empecilho na aproximação. Mas para Rita de Cássia, essa diferença de idade facilitou a relação com a enteada depois de um tempo, já que quase se igualava com a idade da mesma. Com muita paciência e perseverança, Rita conseguiu superar a resistência da enteada. E como no final de um conto de fadas, se casou com o pai de Anna e ainda a teve como uma de suas “damas de honra”.
Outra enteada que está longe de ter uma madrasta da “Disney” é Anauara Maia, 20 anos. Depois da morte da mãe, em 2003, a jovem enfrentou muitas dificuldades. “Era muito difícil viver um dia após o outro, com três irmãs e um pai, de vez em quando alguém tinha que fazer o papel de mãe. E não é fácil”. Com a chegada da madrasta, Inácia Araújo, 39 anos, tudo mudou.
Assim como Anna Karen, a aproximação de madrasta e enteada foi um pouco complicada. “Fiquei com muito ciúme no início. Para mim era complicado o fato de alguém estar no lugar da mamãe, mas com o tempo vi que não era isso, e aprendi que ninguém substitui o outro”, diz Anauara, que
hoje tem a madrasta como um referencial de vida e luta. A madrasta garante que a convivência e o tempo foram os fatores que mais contribuíram para que hoje as duas tenham uma relação de amor e cumplicidade. “Ajudamo-nos mutuamente, acredito que tenho contribuído para que cresçam de forma saudável, e tenho certeza que elas têm proporcionado que eu amadureça de forma grandiosa cada vez mais”.
A Intermediadora
A relação de enteados e as “boas-drastas” não são comuns apenas no universo feminino. Thiago Costa, 23 anos, conheceu sua madrasta, Hedra do Carmo, quando tinha 12 anos. Depois da separação dos pais, Thiago e seu irmão foram morar com a mãe. Mas depois de um tempo, a mãe optou por prosseguir com a carreira profissional, o que demandava muitas viagens, e os dois tiveram de ir morar com o pai.
A relação com o pai não era muito boa, “Eu sou muito parecido com o meu pai, e isso fazia a gente bater muito de frente”. No entanto, a entrada de Hedra na vida dos três homens, modificou muita coisa, não só a relação dos enteados com a madrasta, mas também de pai e filhos. A madrasta conquistou os enteados respeitando o espaço de cada um, com muita conversa e compreensão. Atuando no papel de mãe, Hedra sempre ajudou e cuidou de seus enteados, seja em questões escolares ou na relação com o pai. Thiago garante que a madrasta amenizou a relação que tinha com o pai. “Ela é a paciência dele”.
Respeito conquistado
Graziela Freire Vieira, psicóloga e professora da Universidade Católica de Goiás, afirma que as atitudes tomadas pelas madrastas acima, como respeitar o espaço que os enteados conquistaram em sua família, mostrar-se amiga e compreensiva, é de fundamental importância para construir uma boa relação com os enteados. “Além disso, os padrastos/madrastas devem demonstrar-se abertos para conhecer os enteados e para participar da vida deles”.
Para melhorar essa relação, é essencial que os pais tenham conversas abertas com os filhos sobre o assunto, e que ressaltem que os sentimentos não se modificaram com a presença do padrasto/madrasta. Os pais e padrastos também devem ouvir o que os filhos/enteados têm a dizer e respeitar os seus sentimentos. “Através de conversas, é possível eliminar falsas verdades e quebrar mitos que os filhos constroem a respeito do padrasto/madrasta.
A psicóloga também acredita que histórias infantis podem influenciar na visão que as crianças terão de seus padrastos. “Essas imagens fazem parte da nossa cultura, e o nosso comportamento também é influenciado por ela. Mas esta influência pode ser facilmente quebrada quando os padrastos/madrastas se mostram pessoas totalmente diferentes daquelas apresentadas nas histórias infantis”.
RITMOS DE GOIÂNIA
Um espaço para todos os gostos musicais Goiânia pode até ser considerada nacionalmente como a capital do sertanejo, mas seus 1,24 milhão de habitantes contam com uma grande diversidade musical. Goiânia pode até ser considerada nacionalmente como a capital do sertanejo, mas seus 1,24 milhão de habitantes contam com uma grande diversidade musical. O especial "Ritmos de Goiânia" visa mostrar os tesouros musicais escondidos nos mais de 739 mil quilômetros quadrados da capital de Goiás. Os gêneros musicais, por terem tanta diversidade, conseguem agradar a "gregos e troianos". Praticamente, todas as idades, classes sociais e sexo têm preferência por algum estilo musical específico. Alguns os consideram como uma forma de expressão, outros como um método eficaz de relaxamento, mas todos concordam que é acima de tudo uma boa diversão. Anauara Maia, 19, estudante de Direito da PUC-GO, acredita que Goiânia possui muitos ritmos, porque segundo ela existem alguns estabelecimentos que em cada dia da semana toca um ritmo musical diferente, por mais que existam tantos outros que só abrangem um estilo musical. Já Ronaldo Rodrigues, 19, universitário, afirma que o goiano ouve quase todos os tipos de música, mas quanto à produção, o campo fica restrito aos que cantam sertanejo e pop rock. A música está muito presente no meio universitário. A professora e mestre em música, Vanessa Bertolini, ministra aulas para alunos de 8 a 75 anos, e possui uma grande quantidade de alunos acadêmicos, sendo que 50% deles fazem música apenas por lazer , entretanto há também aqueles que visam se profissionalizar. A musicista diz que a preferência musical de seus alunos é música popular, mas que sempre os incentiva a aprender outros estilos e idiomas. "A diversidade de ritmos agrega e devemos ser ecléticos", diz. Ela ainda explica que nem todas as camadas da sociedade goiana têm acesso às apresentações artísticas, e que se todos pudessem ver os corais, as orquestras e os shows populares, haveria uma maior diversidade de interesses. "Não importa o estilo, devemos cantar com técnica, qualidade, conforto e prazer", conclui.
RITMOS DE GOIÂNIA
Sertanejo divide opiniões na capital Ritmo se popularizou no final da década de 20, e é provavelmente o mais conhecido e procurado em Goiânia, mas ainda divide opiniões O Sertanejo é provavelmente o ritmo mais conhecido e procurado em Goiânia. É praticamente impossível encontrar um goiano que nunca tenha ouvido ao menos um trecho deste estilo musical. O ritmo, que se popularizou no final da década de 20, foi inspirado nas canções caipiras, e por isso pode-se perceber características rurais em suas primeiras produções, como a utilização de viola caipira, acordeão e gaita. Além de letras que invocam o romantismo e a melancolia. No entanto, diferentemente da música Caipira que aborda temas como a vida no campo, histórias de bichos, fábulas e episódios, o Sertanejo dá mais ênfase em temas como o adultério, traição e frustração. Com o passar dos anos, o estilo deixou de ser apenas do interior, e começou a ser produzido na zona urbana. Com isso, foi absorvendo novas influências, como a música country norte-americana. Assim, os músicos começaram a trocar a viola caipira pela guitarra, apenas mantendo o dueto e o romantismo. Leandro Borges, 21 anos, estudante de contabilidade, afirma que o sertanejo está presente em sua vida desde a infância. Ele gosta da freqüente inovação existente no ritmo, como o surgimento de novas bandas e a modificação constante do cenário musical. Entretanto, deixa claro que Goiânia não se prende apenas ao sertanejo, tem muitos outros ritmos. Rodrigo Gomes, 20 anos, estudante de jornalismo, possui uma posição neutra em relação ao estilo musical. "O sertanejo faz parte da cultura popular do estado de Goiás, mas atualmente vem sendo explorado pelas grandes gravadoras para dar lucro imediato", diz. Já Lays Vieira, 21 anos, estudante de jornalismo, não gosta do fato de Goiânia ser considerada a capital do sertanejo, pois é como se os goianos fossem "julgados" pela maioria. O cantor Alessandro Gontijo Lucas, há quatro anos integrante do “Trio Pankadão”, acredita que as letras, músicas e ritmo, fazem com que o sertanejo seja um gênero tão procurado, "É mais fácil cair na boca do povo", diz. O trio toca em bares e rodeios de Goiânia e interior, e possui um público de jovens a adultos, por isso se esforçam para agradar todas as idades durante o show, mas o cantor garante que o Sertanejo Universitário é o mais pedido.
RITMOS DE GOIÂNIA
Chorinho conquista novos adeptos em Goiânia Projeto “Grande Hotel Revive o Choro” contribui para resgatar, valorizar e incentivar em Goiânia este ritmo com mais de um século de existência
Nesta semana o especial “Ritmos de Goiânia” aborda o gênero considerado por muitos como a primeira música popular urbana típica do Brasil; o Choro ou Chorinho.
O ritmo originado do Rio de Janeiro, com mais de um século de existência, não faz jus ao nome, pois analisando as grandes produções, percebe-se justamente o contrário, por ser agitado e alegre. A melodia é executada por um ou mais instrumentos de solo, como bandolim, cavaquinho, flauta, violão e pandeiro.
Em Goiânia, o projeto “Grande Hotel Revive o Choro”, idealizado por Marley Costa e Oscar Wilde, tem como objetivo resgatar, valorizar e incentivar o choro, formando platéias e novos profissionais. As apresentações realizadas em frente ao Grande Hotel, no Centro de Goiânia, só puderam acontecer através do apoio do Secretário da Cultura, na época, Kleber Adorno, e pela parceria indispensável do Clube do Choro.
Marley Costa afirma que o choro é um gênero que agrada todas as faixas etárias, e com isto, é uma alternativa para se inserir em um contexto que não é totalmente dominado pela mídia. Seu projeto, que teve início em 2007 e realizou mais de 80 apresentações, fez ressurgir mais de 15 grupos de choro em Goiânia.
Entre esses grupos, há o conhecido e diferente Chorare. E apresenta como diferencial o fato de ser o único grupo em Goiás, em que há a inserção do choro cantado. Karine Serrano, cantora do grupo, afirma que a inserção do canto se deu por acreditarem que as três paixões do brasileiro são melancolia, poesia e ritmo. “O público que acompanha o único gênero musical, genuinamente brasileiro, o Choro, vem recebendo novos adeptos, mas no Grande Hotel constatamos, através de uma pesquisa feita pela PUC-GO, que a faixa etária predominante era entre 20 a 35 anos”, diz.
O jovem Tiago Pires, 22 anos, estudante de jornalismo, diz que gosta de música brasileira, e que o choro é um gênero diferente das músicas que somos acostumados a ouvir, pois vem como uma nova opção para curtir e aproveitar. “O choro é um gênero musical calmo e atrativo. Sua melodia e ritmo agradam quem gosta da música brasileira, e o som instrumental faz com que ele seja diferente”, diz.
RITMOS DE GOIÂNIA
Goiânia abre espaços para bandas de Rock O rock revela ser um atrativo para os jovens da capital. Sob influência de outras bandas surgem cada vez mais novos grupos deste gênero no cenário musical goiano.
O rock teve seus primeiros passos nos Estados Unidos na década de 50. O gênero considerado inovador e diferente unia letras simples e ritmo dançante, combinação perfeita que logo caiu no gosto popular. Neste período, um jovem que em pouco tempo seria coroado como o Rei do Rock, Elvis Presley, já dominava o cenário com seu ritmo rápido e ousada dança.
Uma década depois, em Liverpool, surgia o quarteto que revolucionou o rock mundial, The Beatles. George, John, Paul e Ringo, além de influenciar bandas até hoje, ainda foram responsáveis por fazer do gênero, então marginalizado, uma arte. E junto com a banda Rolling Stones, também ingleses, proporcionaram a invasão inglesa nos Estados Unidos, tornando o rock mundialmente conhecido.
Durante este período e nos anos posteriores, o rock assumiu uma imagem de rebeldia e transgressão, não só por apresentar batidas mais pesadas, mas também por letras que incentivavam manifestações contra guerras e movimentos pacifistas. Atualmente, o rock ganhou características de outros ritmos.
No Brasil, os artistas do rock, com suas letras românticas e ritmo acelerado, como Celly Campello e a Jovem Guarda, conquistaram os jovens de todo país. Mais adiante, o ritmo já adquire letras que falam do cotidiano e características mais singulares.
Em Goiânia, o ritmo antes ofuscado pelo sertanejo, revela ser um atrativo para os jovens da capital. Sob influência de bandas como Mr. Gyn e Pedra Letícia, surgem cada vez mais novos grupos deste gênero no cenário musical goiano.
Uma dessas revelações é a banda Brat Pack, que conta com Marcos no vocal, Danilo Torchio no vocal e guitarra, Gustavo no baixo e Tadeu na bateria. Há três anos juntos, o quarteto toca músicas próprias, de autoria do baixista, e covers do cenário Hard Core. De acordo com o músico Danilo Torchio, 19, o rock agrada porque abre portas para novos estilos todos os dias, e é exatamente essa constante mutação, a característica marcante do ritmo.
O estilo aparentemente gera uma sensação de liberdade, algo fora do padrão. “O diferencial é justamente esse, a emoção com que se canta, o sentimento que desperta, os riffs de guitarra mexendo com a platéia, a bateria, o baixo, a presença de palco, os gritos de emoção, todos os sentimentos misturados em um único som, que chamamos de rock”, diz Torchio.
A abrangência e as variações do ritmo fazem com que o estudante Danilo Batista, 18, se interesse pelo mesmo. Para o jovem, que se diz eclético, o rock trata-se musicalmente de algo bem elaborado e complexo.
“Hoje existem muitas bandas boas que se inspiraram nas bandas que ‘inventaram o rock’, mas também existem outras que se dizem roqueiras, mas que produzem apenas músicas que vendem sem se preocupar em fazer algo de qualidade e que siga um estilo”, afirma Batista.
MODA
Confira as principais tendências para este outono/inverno e como usá-las com o clima goiano O começo de uma estação vem sempre acompanhado do lançamento de novas tendências pela indústria da moda. O outono/inverno de 2011 aposta no visual rock n’ roll, em cores quentes, formas marcantes e na atitude ao se vestir. A designer de moda Mariza Rodrigues ressalta a valorização do retrô, vista em itens que remetem à década de 1950 e 1970. Além de babados, minimalistas, futuristas, verde militar e as cores vibrantes. A calça oficial da temporada, sem dúvida, será a legging. A peça saiu das academias e conquistou as ruas com looks para o dia ou para a noite, que podem ser combinados com outros acessórios de peso ou que lhe tragam um ar mais delicado e feminino. No entanto, dê preferência para tons pretos, cinza ou azul marinho na hora da compra. Sucesso na década de 80, a legging voltou à moda nos desfiles de 2007 e promete colar em várias outras estações. “É uma peça básica, vai continuar na moda por muito tempo”, comenta Mariza. Outro item que entrou para a categoria de clássicos do guarda-roupa feminino são as “ankle boots”. Elas são botas curtas, na altura do tornozelo, como o nome sugere em inglês. O sapato confere um peso e rebeldia ao visual e também deve permanecer em alta por mais tempo. “É uma peça que cai bem com saia e vestido, e não é como a bota de cano alto, então deve ficar por mais tempo”, analisa a designer. Cartão vermelho apenas para as mulheres com canelas grossas, o sapato valoriza muito essa parte do corpo. Quem deseja descer do salto vai encontrar no Oxford uma ótima opção de calçados. O item, retirado do guarda-roupa masculino, promete substituir as confortáveis sapatilhas. O modelo ganhou o nome por ser um sucesso entre os estudantes da Universidade de Oxdord, na Inglaterra. Atualmente, pode ser visto com bico fino ou alongado e nas mais diversas cores. Conforto é a palavra-chave desta peça. O rock n’ roll está presente em nossa cultura desde 1950, mas o estilo se firmou nas roupas nesta estação. A influência é percebida em aplicações como: taxas, alfinetes, correntes e o couro. Estas produções pedem cores mais neutras e fechadas, o que dá um ar mais suave ao look urbano. O estilo também ganha um glamour a mais quando misturado com transparência, outra tendência que promete se destacar nesta estação. Outra forte tendência para esta temporada são as peças com inspiração militar. Jaquetas, blazer, coturno, o couro, a cor verde oliva e os ombros altos estão roubando a cena em 2010. Mariza aponta o blazer como sua peça favorita da estação. A mistura deste estilo com o rock vai garantir muitas medalhas ao seu visual. Invasão das cores Quem disse que inverno é a estação das cores sóbrias? O estilo da vez, o color blocking, vem para desmentir a questão. O look consiste em misturar peças de cores diferentes em um mesmo
visual, para formar “blocos de cores”. Em desfiles nacionais e internacionais, percebe-se a preferência pelo vermelho, rosa e laranja. Para quebrar um pouco as cores, é bom misturar com caramelo ou preto. Se a onda do color blocking é demais, a outra aposta da estação são os look monocromáticos. O estilo mescla e forma blocos de cores no mesmo look. Com isso, você pode ficar com os tons neutros, ou inovar com os tons vibrantes. A moda em Goiás As coleções outono/inverno apresentadas em desfiles são para climas mais severos, o que não é o caso do Brasil. É possível adaptá-las para o frio goiano? Mariza Rodrigues garante que essa adaptação é possível. Uma das alternativas que a designer cita é trocar os tecidos. Ao invés de usar um mais grosso, optar por um que seja mais leve e dê um caimento melhor. Quanto à moda em Goiás, a designer diz que os goianos costumam usar peças mais populares, mas que alguns seguem as tendências lançadas pelos desfiles. Ela destaca que moda não é só seguir o que a indústria lança, é principalmente se sentir bem com o que usa e assumir o seu estilo.