Letícia Pacheco | (TFG) Final Graduation Project 2022

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MENB

MEMORIAL DA ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL

AUTORA: LETÍCIA PACHECO REIS DE SOUZA



UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

LETÍCIA PACHECO REIS DE SOUZA 160131979

ORIENTADOR PROF. ELIEL AMÉRICO SANTANA

BANCA EXAMINADORA PROF. EDUARDO PIERROTTI ROSSETTI (UnB) PROF. FÁBIO MACÊDO VELAME (UFBA)

BRASÍLIA, MAIO DE 2022


RESUMO

O Memorial da Escravidão Negra no Brasil - MENB - é uma proposta para a cidade de Salvador, na Bahia, que visa relembrar o papel da escravidão na formação da sociedade brasileira e, ao mesmo tempo, valorizar a cultura negra assimilada no Brasil, em diferentes nichos da sociedade, como na arte, na gastronomia, na religião, na linguagem, na arquitetura etc. Ao longo do trabalho, será feita uma breve contextualização histórica, além de uma justificativa da relevância do tema, mostrando os objetivos do projeto. Em seguida, serão apresentadas referências de edificações e espaços internos; análises da cidade de Salvador e do local de implantação do edifício; os primeiros estudos e propostas volumétricas no terreno selecionado; o projeto em si, com todas as suas nuances formais e conceituais, por meio de diretrizes, incluindo sugestões paisagísticas; por fim, serão descritas as estimativas de áreas do projeto e, depois, as referências bibliográficas utilizadas concluem o desenvolvimento do trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Memorial. Escravidão. Salvador.


AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a muitas pessoas, porém, citarei apenas alguns nomes específicos: ao meu orientador, professor Eliel Américo, por me ajudar ao longo de todo o percurso do trabalho final de graduação; ao professor Eduardo Rossetti, por fazer parte da banca avaliadora, dando sugestões muito pertinentes ao trabalho, inclusive fundamentais, como a escolha do terreno; ao professor Fábio Velame, pelo auxílio inicial no primeiro contato com a temática; à Nikolle Soares, por compartilhar informações de Salvador (BA) relacionadas com a legislação, além de fornecer imagens do terreno; ao Ronei Ximenes, por esclarecer dúvidas e sugerir soluções estruturais para a proposta projetual; e ao Luis Guilherme Pires, por compartilhar seus estudos paisagísticos relacionados à etnobotânica. Agradeço aos meus amigos (da Terra e espirituais), aos meus familiares e aos professores, por suas contribuições no aprendizado da arquitetura e urbanismo, que será, em poucos dias, espero, minha eterna profissão!


SUMÁRIO


SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

8

REFERÊNCIAS DE PROJETO

26

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

34

DIPLOMAÇÃO 1

48

PROPOSTA PROJETUAL

65

DIRETRIZES PROJETUAIS

105

PROGRAMA DE NECESSIDADES

109

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

114


APRESENTAÇÃO


Escritor Machado de Assis (1839-1908). (Revista Galileu)

TEMA Vários aspectos da identidade brasileira originam-se da escravidão negra, que trouxe, apesar das circunstâncias trágicas, a riqueza da cultura africana para o Brasil. Muitas são as contribuições oriundas da presença negra no país, contudo, destaca-se a origem, a escravidão. A língua portuguesa no Brasil absorveu expressões europeias, africanas (palavras do dia a dia, como ‘cafuné’, ‘caçula’ e ‘muvuca’ são expressões de origem africana) e indígenas e no universo literário pôde ser utilizada por importantes autores negros, como Cruz e Sousa e Machado de Assis.

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Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (1704). (Foto: @brunorez)

Os escravos trouxeram consigo conhecimentos e técnicas utilizadas no campo, nas minas e nas cidades, criando obras pelo Brasil afora, como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Salvador. Na arte, de um modo geral, na religiosidade (candomblé e outras religiões de matriz africana) e na gastronomia, também constata-se a influência da África, hoje, parte do cotidiano. O interesse pelo tema vem de um desejo pessoal de encarar a escravidão, compreendendo-a como parte da formação do Brasil e de toda uma cultura heterogênea, rica, que deve ser estudada e celebrada, porém, não esquecida, sobretudo sua origem por meio do Tráfico Negreiro.

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Memorial JK, Brasília - DF. (Foto: Mariana Heinz)

JUSTIFICATIVA | Por que um memorial?

“Originalmente, nos Estados Unidos, por exemplo, memorial indicava um patrimônio de pedra e cal, geralmente em um espaço público destinado a emular ou enaltecer alguma figura de escol, de impacto na história nacional, ou a recordar o marco físico e simbólico de uma conquista, ou alguma tragédia, ou evento brutal, como os mortos na Segunda Guerra Mundial, o Holocausto, etc. Há exemplos dessa fórmula no Brasil, como o Memorial JK, em Brasília, ou o monumento aos soldados mortos na revolução comunista de 1935, no Rio de Janeiro. Os memoriais são, assim, na acepção de Pierre Nora, lugares de memória, ou seja, espaços que brotam para bloquear a ação do esquecimento, fixando um conceito, imortalizando o que pereceu, corporificando o imaterial.” Gunter Axt | Historiador O memorial, diferentemente de outras tipologias arquitetônicas, não apresenta um conjunto de diretrizes ou mesmo um programa de necessidades específico, isto é, pré-estabelecido e com funções mínimas a cumprir. Por isto, apresenta-se como uma tipologia versátil, cujo tema escolhido poderá ser desenvolvido com autonomia, dialogando de forma mais sistemática com o próprio espaço em que será implantado.

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Primeira foto do trabalho no interior de uma mina de ouro, 1888, Minas Gerais. (Marc Ferrez/Acervo Instituto Moreira Salles).

Por que ‘Memorial da Escravidão Negra no Brasil’?

“Nenhum outro assunto é tão importante e tão definidor para a construção da nossa identidade.” Laurentino Gomes | Escravidão - Vol.1 Hoje, globalmente, têm-se discutido as consequências do tráfico negreiro e da escravidão, sobretudo para o continente americano e para o próprio continente africano. Brasil e Estados Unidos, países com a maior população negra fora da África, enfrentam impasses ao lidar com o racismo, desigualdade social e outras questões diretamente ligadas ao passado colonial, em um conflito constante entre esquecer e recordar, a exemplo do debate sobre ter o direito ou não de intervir em monumentos outrora dedicados à escravocratas, em ambos os países. Pessoalmente, acredito que seja importante conservar toda e qualquer memória (se viável, inclusive, economicamente para o Estado ou por meio privado), com uma abordagem semelhante ao dos judeus ao preservar campos de concentração utilizados na Alemanha Nazista. Vejo como necessário concretizar a memória da escravidão negra no Brasil por meio de um ou mesmo vários memoriais, como espaços de reflexão, lembrança e de aprendizado.

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Cerimônia de Candomblé. (Segredos do Mundo - Portal R7)

Por que em Salvador - BA?

Segundo o historiador Cândido Domingues, o Porto de Salvador foi o maior porto negreiro na Idade Moderna, entre os séculos XV e XVIII, até a independência brasileira, em 1822. Comercializou 14,82% dos africanos sobreviventes que chegariam às Américas. Segundo o banco de dados ‘Slave Voyages’, dos 1.172.575 africanos embarcados com destino ao porto de Salvador, 117.745 morreram ainda na travessia ou pouco tempo depois da chegada, em cerca de três séculos e meio. Em 2011, Salvador foi declarada a capital negra da América Latina, no 21º Encontro Iberoamericano de Afrodescendentes, com representantes da América Latina, África e Caribe. É uma cidade em que a herança africana é expressa de diversas formas: pelos sabores na culinária, pelos ritmos e instrumentos na música, pelas religiões e pela própria identidade.

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Grupo Olodum. (Foto de Mauro Akin Nassor/Arquivo Correio)

Em 2017, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 8 em cada 10 moradores de Salvador eram negros (autodeclaravam-se de cor preta ou parda). Eram 2,425 milhões, 82,1% dos moradores da cidade - a capital com maior número de pessoas que se afirmam negras no país. As informações acima reforçam a ligação entre a escravidão e a cidade de Salvador, o que evidencia a importância da escolha do local na implementação do memorial, estabelecendo um elo entre passado, presente e futuro.

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Foto: Oluwatoyin Adedokun

OBJETIVO “[...] A ignorância ou ocultação de eventos históricos importantes constitui um obstáculo à compreensão mútua, à reconciliação e à cooperação entre os povos.” UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura “Os lugares de memória da escravidão são lugares controversos, são lugares que você atravessa tensões. Tensões históricas, tensões atuais, disputas por narrativas. Como celebrar o lugar da dor? Como transformar aquilo em um monumento? Da perspectiva de quem?” Maurício Barros de Castro | Escritor e professor do Instituto de Artes da UERJ Não se pretende simbolizar três séculos e meio de escravidão negra por meio do memorial, e sim, localizar materialmente no tempo/espaço uma reflexão sobre o que ela representou e representa na construção da identidade brasileira, sobretudo a cultural e a social. “[...] Enquanto não superarmos a escravidão, não teremos paz - nem os escravizados, nem os escravizadores.” Zulu Araújo | Arquiteto e urbanista 15


O Mercado de Escravos, de Gustave Boulanger (1882)

CONTEXTUALIZAÇÃO | Escravidão A origem da palavra ‘escravo’ vem do termo ‘eslavo’ (slavus), comumente utilizado para identificar os habitantes dos Bálcãs, do Leste Europeu, do sul da Rússia e das margens do Mar Negro - povos que já foram escravizados no passado (GOMES, 2019). A escravidão fez-se presente em inúmeras civilizações, desde o Antigo Egito, também no Império Babilônico, na Grécia Antiga, no Império Romano, na China Imperial, dentre outras sociedades. Foram escravizados povos de diferentes regiões, etnias e culturas, porém, como a escravidão negra no Novo Mundo, antes, jamais existiu. Durou três séculos e meio e envolveu quatro continentes - Europa, África, América e Ásia (GOMES, 2019). Segundo a Organização britânica, Anti-Slavery International, estima-se que hoje existam cerca de 40 milhões de pessoas vivendo em condições análogas à escravidão, um número mais do que três vezes maior que o de africanos escravizados até meados do século XIX. Ainda hoje, aproximadamente, 800 mil pessoas são traficadas internacionalmente ou mantidas em ambientes de servidão, como cativos (GOMES, 2019).

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Engenho Manual que Faz Caldo de Cana, de Jean-Baptiste Debret (1822)

Escravidão negra - Contexto brasileiro A utilização de mão-de-obra escrava foi a solução encontrada por Portugal para garantir a posse da terra da Colônia, por meio da implantação da produção açucareira em certos trechos do litoral, no século XVI. Senhores, escravos e trabalhadores assalariados constituíam a sociedade açucareira, entre a Casa-grande (casarão ou sobrado que abrigava o senhor de engenho e sua família, além de capatazes para sua segurança pessoal) e a Senzala (alojamento precário onde habitavam os escravos) (COTRIM, 2003). Porém, é importante ressaltar o trajeto do Atlântico até o Brasil e as inúmeras pessoas que pereceram entre a África e o Novo Mundo. Segundo Joseph Miller, conforme citado por Gomes (2019, p. 45-46): - Entre 40% e 45% dos negros escravizados morriam no trajeto entre as zonas de captura e o litoral; - Dos restantes, entre 10% e 15% pereciam durante o mês que, em média, ficavam à espera do embarque nos portos africanos; - Dos sobreviventes que embarcavam nos navios negreiros, outros 10%, em média, morreriam na travessia do oceano; (Os navios negreiros eram chamados de ‘tumbeiros’, considerados túmulos flutuantes. Há relatos, inclusive, de que tubarões mudaram sua rota migratória em razão dos corpos lançados ao mar, que tornaram-se seu novo alimento) - Mais 5% perdiam a vida durante o processo de venda e transporte para os locais de trabalho (exigia longas caminhadas a pé por trilhas perigosas e traiçoeiras); - Por fim, mais 15% faleceriam nos três primeiros anos de cativeiro em terras do Novo Mundo.

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O Velho Orfeu Africano, de Jean-Baptiste Debret (1826)

Outro aspecto significativo foi a prática da escravidão que antecede a chegada dos europeus, já existente no território africano. Segundo o historiador John Thornton, “[...] Os cativos não apenas eram numerosos como o mercado de escravos já estava muito bem organizado.” Participavam reis, chefes de povoados e autoridades locais na escravização, principalmente após disputas políticas e como condenação à prática de crimes. Após a chegada dos europeus, tornou-se de fato um sistema de negócio lucrativo, tanto para os europeus quanto para os líderes mencionados da África (GOMES, 2019). Os grupos africanos que vieram ao Brasil eram de diversas partes da África, mas foram os bantos (geralmente da Angola e do Congo) e os sudaneses (provinham do Benin, Nigéria e Guiné, na África Ocidental) os principais povos trazidos à Colônia e ao Império. Segundo o historiador Laurentino Gomes, “no interior do país eram agricultores, tropeiros, marinheiros, pescadores, vaqueiros, mineradores de ouro e diamante, capangas e seguranças de fazendas; nas cidades eram empregados domésticos, sapateiros, marceneiros, vendedores ambulantes, carregadores de gente e mercadoria, açougueiros, entre muitas outras funções.” A descoberta de ouro no final do século XVII foi primordial na fundação das cidades, o começo da vida urbana. Resultou na expansão territorial e populacional, além da própria transferência da capital, em 1763, de Salvador para o Rio de Janeiro, o que beneficiou o transporte do ouro e a comunicação com a metrópole. 18


Fazenda Quititi, no Rio de Janeiro, 1865. (Georges Leuzinger/Instituto Moreira Salles)

Muitas foram as tentativas de fuga, inclusive tentativas de suicídio, para dar fim ao trabalho escravo. Os quilombos (ou mocambos), desde o século XVII, abrigavam, além dos escravos, segundo Gilberto Cotrim, soldados desertores, pessoas perseguidas pela justiça, comerciantes, simples aventureiros e indígenas, que temiam o avanço europeu. O que era necessário à subsistência era encontrado e fabricado ali, sustentado por atividades como a agricultura e a caça. O mais famoso deles foi o de Palmares. Segundo estimativas, abrigou mais de 20 mil habitantes, em 65 anos de existência. Nos séculos XVIII e XIX, muitas transformações globais, de ordem política, econômica e social ocorreram no mundo, a exemplo da Independência do Brasil, em 1822, a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra no século XVIII, a Revolução Francesa, em 1789, dentre inúmeros outros eventos. O cenário mundial foi determinante para o fim da escravidão no Brasil, em 1888, com a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel. O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, dada a dependência da mão-de-obra escrava na exploração dos recursos do território, além do próprio lucro do tráfico de cativos. Outras leis precederam esta, como a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885), um processo gradual, no qual a presença dos imigrantes - novos trabalhadores assalariados das fazendas de café gradativamente substituiu o trabalho escravo (COTRIM, 2003).

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Missa campal em celebração ao fim da escravidão em 17 de maio de 1888 (Foto: Antonio Luiz Ferreira / Acervo Instituto Moreira Salles)

Hoje, sabe-se que os escravos recém libertos não tiveram amparo para recomeçar a vida em liberdade. A maioria manteve-se nas fazendas onde trabalhavam ou seguiram com seus ofícios de empregados domésticos, vendedores ambulantes, dentre outras profissões da vida urbana. Não foram assistidos pelo Estado, nem para obterem moradia e trabalho nem para educar-se em escolas e universidades.

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CONTEXTUALIZAÇÃO | Estatísticas

População Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, 56,10% das pessoas declaram-se negras no Brasil. Considera-se a população negra sendo a soma de pretos e pardos. 19,2 milhões assumem-se pretos, enquanto 89,7 milhões afirmam-se pardos. Trabalho Segundo o IBGE, em 2018, em seu estudo ‘Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil’, constatou-se que os negros são a maior população que trabalha no Brasil - 54,9% - e, ao mesmo tempo, representavam dois terços das pessoas desempregadas - 64,2%. Pretos e pardos são também os maiores trabalhadores informais - 47,3%, enquanto brancos correspondem a 34,6%. O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social realizou uma pesquisa e constatou que 4,9% dos cargos em Conselhos de Administração são ocupados por negros nas 500 empresas de maior faturamento do Brasil. Além disso, aponta que pretos e pardos são, em maioria, no mercado de trabalho, aprendizes e trainees, 57% e 58%, respectivamente. Renda Segundo o IBGE, R$1.846 era a média de rendimento domiciliar per capita de brancos em 2018, enquanto que negros ganhavam R$934, quase a metade. Outro dado relevante é a quantidade de negros entre a população brasileira mais rica (10% com maior rendimento do país), são apenas 27,7%. No extremo oposto, o percentual de pretos e pardos em pobreza e pobreza extrema (baseado no valor adotado pelo Banco Mundial de US $5,50 para viver por dia como ‘em pobreza’ e US $1,90 ‘em pobreza extrema’) chegou a 32,9% da população negra, enquanto brancos representam 15,4%. Sistema carcerário Em 2017, o Ministério da Justiça e Segurança Pública fez o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, concluindo que 61,6% dos presos eram pardos ou pretos e 34,38% dos detidos eram brancos. Constatava também que os crimes de roubo e tráfico de drogas eram os mais cometidos e que jovens, pretos ou pardos, com baixa escolaridade, representavam a maior população carcerária. 21


CONTEXTUALIZAÇÃO | Estatísticas

Vítimas de violência 75,5% das pessoas assassinadas no Brasil são negras, segundo o Atlas da Violência de 2017. A pesquisa aponta também que um jovem negro possui 2,5 vezes mais chance de ser uma vítima de homicídio do que um jovem branco. O potencial de morte entre pretos e pardos cresceu 33,1%, em 10 anos - de 2007 a 2017 - enquanto que a porcentagem entre brancos aumentou em 3,3%. No mesmo período citado anteriormente, entre as mulheres negras, cresceu 29,9% a taxa de assassinatos, enquanto a de mulheres não-negras cresceu 4,5%. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, são as mulheres pretas e pardas as mais expostas à morte motivada por violência doméstica, ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher - Feminicídio - representam 61% das vítimas. Representatividade nos três poderes Nas eleições de 2018, negros eleitos correspondiam a 24,4% dos deputados federais e 28,9% dos deputados estaduais. Eram mais representativos enquanto vereadores, 42,1% dos eleitos nas eleições municipais de 2016. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça de 2013, 83,8% dos magistrados são brancos, 14,2% são pardos e 1,4% são pretos. Nos Tribunais Superiores, 1,3% são pretos, 7,6% são pardos e apenas três negros já compuseram a turma do STF - Supremo Tribunal Federal: os ministros Joaquim Barbosa, indicado em 2003, Hermegenildo de Barros, nomeado em 1919 e aposentado em 1937, e Pedro Lessa, ministro entre 1907 e 1921. Educação O analfabetismo entre negros diminuiu em dois anos, passou de 9,8%, em 2016, para 9,1%, em 2018. Porém, ainda é alto se comparado entre brancos, que era de 3,9%, em 2018, segundo o IBGE. Uma novidade no ensino superior público, segundo o estudo do IBGE ‘Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil’, são os estudantes pretos e pardos enquanto maioria nas universidades públicas, sendo 50,3% do total. Outro aumento é o número de negros de 18 a 24 anos que estudam. Passaram de 50,5%, em 2016, para 55,6% em 2018. 22


CONTEXTUALIZAÇÃO | Linha do Tempo (GOMES, 2019 / COTRIM, 2003)

1503 - Início oficial do tráfico de africanos para os domínios espanhóis na América.

1697 - Chegam a Salvador as primeiras notícias de que há ouro em Minas Gerais.

1727 - Início do cultivo de café no Brasil.

1711 - Fundação das vilas de Mariana, Vila Rica e Sabará, em Minas Gerais.

1535 - Engenhos de açúcar começam a funcionar em Pernambuco. Notícias da chegada dos primeiros escravos africanos ao Brasil.

1444 - Registro do primeiro leilão de africanos escravizados em Portugal, diante do infante Dom Henrique, na Vila de Lagos, Algarve.

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CONTEXTUALIZAÇÃO | Linha do Tempo (GOMES, 2019 / COTRIM, 2003)

1776 - Declaração da Independência dos Estados Unidos.

1807 - Proibição do tráfico de escravos na Inglaterra.

1822 - D. Pedro proclama a independência do Brasil.

1808 - Proibição do tráfico de escravos nos Estados Unidos. A corte portuguesa de Dom João chega ao Rio de Janeiro.

1789 - Queda da Bastilha. É concebida a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, na França.

1763 - A capital do Brasil é transferida de Salvador para o Rio de Janeiro.

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CONTEXTUALIZAÇÃO | Linha do Tempo (GOMES, 2019 / COTRIM, 2003)

1850 - É extinto o tráfico de escravos no Brasil.

1889 - Fim do Império e proclamação da República, instalando-se um governo provisório.

(1888 - 2022) - Liberdade...

1888 - Promulgação da Lei Áurea, declarando extinta a escravidão no Brasil.

1847 - Introdução dos primeiros imigrantes na fazenda de café Ibicaba, em São Paulo.

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REFERÊNCIAS DE PROJETO


REFERÊNCIAS DE PROJETO | Chichu Art Museum

2004 Arquiteto Tadao Ando O Museu de Arte de Chichu contribuiu para o projeto por privilegiar o vazio, o chão. O arquiteto decidiu não ocupar o terreno com níveis acima, para não bloquear a visão da paisagem natural do mar na ilha de Seto, no Japão, adotando uma circulação linear enterrada (com algumas aberturas por onde há a passagem de luz do Sol), que conduz às salas de exposição, também subterrâneas. A obra também foi uma referência na criação dos espaços de exposição, pois utiliza materiais em tons claros (como o concreto mais liso e claro, utilizado com frequência por Tadao Ando). Além disso, promove salas específicas para cada artista: James Turrell, Claude Monet e Walter de Maria.

Chichu Art Museum. (Foto: SRF Schweizer Radio und Fernsehen)

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REFERÊNCIAS DE PROJETO | Chichu Art Museum

Espaços | James Turrell, Claude Monet e Walter de Maria (Fotos de Iwan Baan)

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REFERÊNCIAS DE PROJETO | Museu da Língua Portuguesa

2000 - 2006 (Reforma e adaptação) Arquitetos Pedro e Paulo Mendes da Rocha A reforma no Museu da Língua Portuguesa é uma referência por empregar novas tecnologias na construção da narrativa que envolve a formação da língua portuguesa. O museu conta com áreas permanentes, como a linha do tempo ao lado, que envolve a mistura entre textos, imagens e vídeos. Possui espaços em que são projetadas imagens e possivelmente apresentam também material em áudio. De forma a aproveitar o espaço, mesmo os corredores são educativos e informativos sobre a língua. Outra exposição curiosa é a ’Falares’, em que totens apresentam narrativas em vídeo, por meio da fala de pessoas do cotidiano e de artistas nacionais.

Exposição permanente - Linha do tempo. Foto: Museu da Língua Portuguesa

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REFERÊNCIAS DE PROJETO | Museu da Língua Portuguesa

1 | Exposição Praça da Língua; 2 | Exposição Laços de Família; 3 | Exposição Falares (Fotos 1, 2 e 3: Arquivo Museu da Língua Portuguesa)

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REFERÊNCIAS DE PROJETO | Sede do SEBRAE

2010 Arquitetos Gruposp + Luciano Margotto O edifício contribuiu para a proposta sobretudo no tratamento da fachada. Foram utilizados brises móveis, os quais não se conectam diretamente com as esquadrias, pois possuem uma passagem técnica de manutenção entre a vedação interna e a externa. Isto ajuda no contexto climático de Brasíllia, criando camadas de entrada do Sol, proporcionando uma melhor sensação térmica nos ambientes internos. A capacidade de movimentar os brises reforça a adaptabilidade do sistema, considerando a transição do Sol, não só diariamente, como na variação de sua angulação pelas estações do ano. Faz uso de um material mais leve, com os brises em chapas de aço perfuradas, que trazem permeabilidade visual, inclusive à noite, destacando a transparência da fachada.

Sede do SEBRAE. Foto: Nelson Kon

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REFERÊNCIAS DE PROJETO | MASP - Museu de Arte de São Paulo

1968 Arquiteta Lina Bo Bardi Engenheiro Figueiredo Ferraz Consultoria Engenharia de Projeto SA

e

Para o projeto, o edifício do MASP apresenta-se como uma referência estrutural, ao empregar o uso de vigas protendidas (Método Ferraz), realizando o feito na época de vencer um vão de 74 metros, com um conjunto de 4 pilares e 4 vigas de grande dimensão. O desenho a seguir mostra, de forma simplificada, como a viga superior sustenta as lajes-calhas que formam a cobertura, como a viga central, engastada em uma laje nervurada por cima, apoia-se nos pilares, e, ao mesmo tempo, suporta a carga da laje inferior atirantada a ela.

MASP. Foto: Arquivo do Masp/Reprodução (Uol)

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REFERÊNCIAS DE PROJETO | MASP - Museu de Arte de São Paulo

MASP - Desenho estrutural. Imagem: Arquivo ILBPMB

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO


CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Mapas de localização

Mapa do Brasil - Localização de Salvador | Fonte: Google Earth Pro | Edição: autoral

Mapa de Salvador | Fonte: Google Earth Pro | Edição: autoral

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Mapa de localização

Localização do terreno | Fonte: Google Earth Pro | Edição: autoral

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Mapa de situação

Legenda

1 Rampa do Mercado Modelo 2 Comando do 2º Distrito Naval 3 Capitania dos Portos da Bahia 4 Porto Trapiche Residence 5 Elevador Lacerda 6 Praça Castro Alves 7 Ladeira da Preguiça 8 Edifício Sulacap 9 Palácio Rio Branco 10 Museu Cultural Afro Brasileiro 11 Espaço Cultural da Barroquinha O terreno está localizado no Centro Antigo de Salvador, próximo ao mar e à marcos históricos e turísticos de grande relevância para a cidade, como o Mercado Modelo e o Elevador Lacerda. Está também ao lado de um complexo cultural, o Espaço Cultural da Barroquinha e de frente para a Praça Castro Alves. Ligado à temática do memorial, há o Museu Cultural Afro Brasileiro a cerca de 300 metros do terreno e muito próximo está a Ladeira da Preguiça, que ligava o Porto de Salvador à Cidade Alta, por onde escravos passavam carregando mercadorias e empurrando carroças. Mapa de Situação | Fonte: Google Earth Pro | Edição: autoral

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | LOUOS & PDDU

Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo Zoneamento (Mapa 01A) ZCMe: Zona Cenralidade Metropolitana ZEIS (Mapa 01B) ZEIS 2: Edificação ou conjunto de edificações deterioradas, desocupadas ou predominantemente sob a forma de cortiços ou habitações coletivas. Centralidades (Mapa 01C) ZCMe - CA (Centro Antigo)

ZEIS - Zona Especial de Interesse Social ZCMe - Zona Centralidade Metropolitana ZPR3 Zona Predominantemente Residencial 3 ZEIS 2 - 163 Centro Histórico (Mapa 01B) Fragmento - Mapa 01A

Fragmento - Mapa 01B

Fonte: SUCOM - Secretaria Municipal de Urbanismo

Fonte: SUCOM - Secretaria Municipal de Urbanismo

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | LOUOS & PDDU

SAVAM - Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (Mapa 02A) Trecho 4 - Conceição até a encosta da Vitória Centro Antigo de Salvador: APCP - Área de Proteção Cultural e Paisagística Gabarito ABM - Área de Borda Marítima (Mapa 03) APR - Área de Proteção Rigorosa, definida pela Lei n° 3289/83 Lei n° 3289/83 Art. 117 - Com objetivo de manter rigorosamente a visibilidade, a tipologia e as demais características originais das primitivas edificações, todas as intervenções efetuadas nos imóveis tombados isoladamente, áreas tombadas e nas Áreas de Preservação Rigorosa estão sujeitas às limitações quanto: a) à determinação de recuo, afastamento, gabarito e volumetria; b) ao tratamento das fachadas e da cobertura; c) à abertura ou fechamento de envasaduras e a proporção de cheios e vazios; d) às soluções de ordem estrutural e/ou espacial; e) às soluções e ao tratamento dos elementos internos; f) às soluções de tratamento exterior, sobretudo as referentes à iluminação, mobiliário, arborização, engenhos publicitários e sinalização; g) à fixação de taxa de ocupação. Parágrafo Único - As normas referidas no presente artigo serão estabelecidas pela SPHAN - Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia e Prefeitura. APCP - Área de Proteção Cultural e Paisagística Parque de bairro

Fragmento - Mapa 02A Fonte: SUCOM - Secretaria Municipal de Urbanismo

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | LOUOS & PDDU

Classificação viária (Mapa 04) Via coletora II Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município - Preservação da Centralidade metropolitana do Centro Antigo - Previsão de implantação: Terminais de Conexão Intermodal e corredores de média capacidade - Previsão de ascensor a ser implantado - Não faz parte das rotas de transporte de carga - Ponto crítico do trânsito: Av. Lafayete Coutinho (Implantação de via arterial Ligação Lapa/Barroquinha/Av. do Contorno)

Via Arterial I Via Arterial II Via Coletora I Via Coletora II Fragmento - Mapa 04 Fonte: SUCOM - Secretaria Municipal de Urbanismo

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Aspectos bioclimáticos

Salvador é classificada como Zona Bioclimática 8, segundo a NBR 15220. Predominam ventos oriundos do Sul e do Sudeste ao longo do ano e a incidência solar é expressiva durante grande parte do ano. Sombreamento e ventilação cruzada são algumas das estratégias para a região. O clima de Salvador é tropical, com temperaturas próximas aos 25°C, em média, ao longo do ano. As precipitações anuais são expressivas, sem estações não chuvosas bem definidas. Principalmente entre abril e julho, o índice pluviométrico anual é superior a 1800 milímetros (mm). O terreno em questão está circundado por vias coletoras, por isso não é exposto a ruídos expressivos que exijam intenso isolamento acústico.

Esquema bioclimático - Edição: autoral | Fonte: Google Maps

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Fotos do local

Legenda da vista - Edição: autoral | Fonte: Google Maps / Foto do local | Fonte: Adriana Pacheco

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Fotos do local

Legenda da vista - Edição: autoral | Fonte: Google Maps / Foto do local | Fonte: Adriana Pacheco

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Fotos do local

Legenda da vista - Edição: autoral | Fonte: Google Maps / Foto do local | Fonte: Adriana Pacheco

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Fotos do local

Legenda da vista - Edição: autoral | Fonte: Google Maps / Foto do local | Fonte: Adriana Pacheco

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Fotos do local

Legenda da vista - Edição: autoral | Fonte: Google Maps / Foto do local | Fonte: Google Maps

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CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO | Fotos do local

Legenda da vista - Edição: autoral | Fonte: Google Maps / Foto do local | Fonte: Google Maps

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DIPLOMAÇÃO 1


DIPLOMAÇÃO 1 | Análise

Praça Castro Alves

Alguns objetivos foram traçados reavaliando a implantação: conservar o Edifício Sulacap como marco visual na parte alta do terreno, permitindo a permeabilidade visual do caminhante em direção ao mar, com o espaço memorial enterrado; conectar a parte mais alta com a parte mais baixa por meio de uma escadaria, próxima ao Beco do Sodré (rua de baixo), como uma continuidade; propor um paisagismo misto, com espaços verdes e com os espaços memoriais enquanto praças secas; tornar o entorno do terreno ativo, com fachadas voltadas para a rua, na parte baixa; demolir o casarão existente e criar um novo edifício que fará parte do memorial, interligado por uma passarela (em referência ao arquiteto João Filgueiras Lima).

Edifício Sulacap

Complexo Memorial

Imagem isométrica da proposta em seu contexto urbano e topográfico | Autoral


DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete do terreno e entorno imediato | Esc. 1:750 | Foto: autoral

Foi importante fazer uma maquete para estudar o terreno, que possui um caimento de 15 metros. 50


DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete do terreno e entorno imediato | Esc. 1:750 | Foto: autoral

A partir da maquete, possibilidades de volumes e formas começaram a serem testadas. 51


DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

Após testar diferentes volumetrias em maquete, a proposta acima foi escolhida como ponto de partida para desenvolver o projeto. 52


DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Maquete

Maquete com proposta inserida no terreno | Esc. 1:750 | Foto: autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Croquis

Perspectiva - Projeto na cidade de Salvador | Desenho autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Croquis

Perspectiva - Projeto na cidade de Salvador | Desenho autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Croquis

Perspectiva - Projeto na cidade de Salvador | Desenho autoral

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DIPLOMAÇÃO 1 | Croquis

Perspectiva - Projeto na cidade de Salvador | Desenho autoral

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PROPOSTA PROJETUAL


PROPOSTA PROJETUAL Com o objetivo de priorizar a vista para a Baía de Todos-os-Santos e ao mesmo tempo proteger contra a grande insolação, o novo edifício será enterrado e com proteção solar na fachada oeste, mais crítica no período da tarde. Repensando sobre a demolição do casarão ao lado do terreno, constatou-se a sua relevância enquanto elemento arquitetônico do século XIX, além de sua presença na paisagem. Por isto, optou-se por conservá-lo e propor uma nova edificação ao lado, a Torre, interligada por uma passarela ao memorial em si. O casarão não foi incorporado ao projeto e se sugere o uso dele enquanto edifício de habitação (com a possibilidade de atender populações em vulnerabilidade social em comunidades adjacentes). Uma grande praça pública conecta o memorial à Praça Castro Alves, logo à frente do lote. É dividida em três momentos: o anfiteatro - um espaço onde apresentações artísticas e outras atividades podem ocorrer; a praça central - onde há um grande espelho d’água, que, quando seco, pode ser utilizado como palco, além de bancos em volta dos recortes do jardim, que convidam à permanência no espaço; a praça de esquina - assemelha-se à Praça Castro Alves enquanto espaço de contemplação. O memorial é um percurso de lembrança: a rampa de entrada, por estreitar-se em direção ao jardim, convida os visitantes, já no início, a uma experiência individual. O jardim formado por espécies de origem africana (simboliza a saída dos escravos das zonas litorâneas da África), revela-se para quem adentra o ambiente, permitindo o caminhar ao redor e a contemplação da paisagem com vista em direção ao mar. Em seguida, a rampa circular (com pequenas aberturas verticais por onde o visitante verá imagens projetadas na parte interna) conduz aos espaços multissensoriais. No primeiro corredor, o usuário passa por uma linha do tempo com projeções, sons e odores, relacionados à escravidão, à chegada ao Brasil, à vida nas fazendas, nas cidades e nos quilombos. Há duas salas interativas, de realidade virtual (metaverso) e uma sala de exibição permanente dedicada à obra de um artista. O segundo corredor, diferentemente do primeiro, é mais iluminado, exposto ao Sol, e nele, ao longo do percurso, serão programados áudios com histórias de pessoas (narradas em 1ª pessoa) que tiveram papel chave na escravidão ou mesmo histórias fictícias baseadas em relatos históricos. Em seguida, perpassando novamente pela rampa, o visitante é conduzido para o espaço das esculturas. Nele, haverá o trabalho de escultores que retratarão a escravidão, traduzindo as angústias e sofrimentos do povo negro em seu “fim”, na morte calada e coletiva.


PROPOSTA PROJETUAL

Há o espaço de acervo temporário, com acesso único por uma rampa linear lateral, onde artistas poderão exibir seus trabalhos. O ambiente pode ser usado também para outros eventos, vernissages e afins. A parte administrativa do memorial possui um fluxo próprio, que se inicia no nível do espaço das esculturas, ao lado dos banheiros. Há uma entrada privada especial com um elevador de acesso aos andares do vestiário/refeitório/cozinha e da administração. Este mesmo elevador conduz ao subsolo técnico, com acesso restrito à funcionários, sem conexão com o acervo temporário adjacente. A torre complementa o papel do memorial, ao proporcionar ambientes de lazer, estudo, artísticos, que provocam reflexões sobre o assunto abordado para de lá da passarela. A passsarela superior descoberta conduz o visitante ao Café da Torre, que é também um mirante para a Baía de Todos-os-Santos. Abaixo dele, há o acesso a um acervo temporário, dedicado a novos artistas que abordam temas sobre etnia, raça, escravidão e correlatos, podendo abrigar obras como esculturas na parte externa ao edifício, no final da passarela. Os próximos andares inferiores são a sala de estudos e biblioteca, com foco nos temas abordados no memorial; o outro andar encontra-se no nível da rua, recepciona os usuários e possui uma pequena livraria. Por último, há as salas multimídia, onde podem haver palestras, exibição de filmes e documentários. O edifício conta ainda com dois andares técnicos, com reservatórios e similares, tanto na parte superior quanto no subsolo.


PROPOSTA PROJETUAL | Perspectivas

Praça Castro Alves

MENB (Praça)

Edifício Sulacap

Imagem isométrica da proposta em seu contexto urbano e topográfico | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Perspectivas

Casarão

MENB (Torre)

Imagem isométrica da proposta em seu contexto urbano e topográfico | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Perspectivas

MENB (Passarela - Memorial / Torre)

Estacionamento público

Imagem isométrica da proposta em seu contexto urbano e topográfico | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Vista aérea

Imagem aérea da proposta em seu contexto urbano | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Desenhos técnicos

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PROPOSTA PROJETUAL | Desenhos técnicos

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PROPOSTA PROJETUAL | Desenhos técnicos

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PROPOSTA PROJETUAL | Desenhos técnicos

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PROPOSTA PROJETUAL | Desenhos técnicos

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PROPOSTA PROJETUAL | Desenhos técnicos

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PROPOSTA PROJETUAL | Desenhos técnicos

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PROPOSTA PROJETUAL | Desenhos técnicos

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PROPOSTA PROJETUAL | Explodida - Memorial

Nível 0 Praça pública descoberta

Nível 1 Jardim público

Nível 2 Espaço multissensorial

Nível 3 Espaço das esculturas

Nível 4 Acervo temporário Subsolo técnico

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PROPOSTA PROJETUAL | Estrutura

O sistema estrutural escolhido, como dito anteriormente, foi inspirado na estrutura do edifício MASP, de Lina Bo Bardi, com adequações de escala e adaptações à forma do memorial. São 6 vigas de concreto protendidas, apoiadas em pilares de mesma dimensão, 50x50 cm, distribuídas em um vão de 19 metros. Vencem o vão principal longitudinal de 37 metros. Na praça principal, pretende-se utilizar um sistema de vigas descontínuas, para que os recortes na laje acima do jardim possam ser vazios, isto é, sem que as vigas sejam expostas. Para vencer o menor vão na outra extremidade do memorial, propõem-se o mesmo sistema, porém, com 3 vigas. A parte circular central é formada por paredes espessas que sustentam as rampas internas, uma estrutura independente. A passarela também é composta por vigas de concreto protendidas, conectadas ao memorial e à torre. A torre possui uma estrutura perimetral vigas de concreto protendidas apoiadas em pilares, permitindo vãos internos de 11 metros. A casca estrutural formada irá conter parte das instalações elétricas e hidráulicas da edificação, como a passagem de tubos para coleta de água da chuva. A cobertura é formada por painel OSB e manta TPO como membrana impermeabilizante. Diagrama da estrutura principal protendida | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Ilustração

Perspectiva com casarão e torre em destaque e memorial ao fundo | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Ilustração

Perspectiva subindo a Rua do Sodré | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Ilustração

Perspectiva descendo a Rua do Sodré | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Ilustração

Corte transversal entre o Memorial e a Torre | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Ilustração

Corte longitudinal | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Acessos

Acesso público (Pedestres) Acesso semi-público (Público externo + público interno do memorial) Acesso interno (Visitantes do memorial + funcionários) Acesso restrito (Funcionários) Corte longitudinal | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Colagem

Imagem virtual do MENB | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual da praça pública | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do anfiteatro | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do anfiteatro | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual da entrada do memorial | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do jardim | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual da rampa circular central | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do espaço multissensorial | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do espaço multissensorial - Sala de realidade virtual (Metaverso) | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do espaço multissensorial - Sala do artista (Desenhos do quadrinista Marcelo D’salete) | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do espaço multissensorial | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do espaço das esculturas | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do acervo temporário (espaço de eventos) | Autoral (Obras de arte: Akintayo Akintobi, Hillary D Wilson e Aluu Prosper)

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual da passarela | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do Café da Torre | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do Café da Torre | Autoral

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PROPOSTA PROJETUAL | Render

Imagem virtual do Café da Torre | Autoral

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DIRETRIZES PROJETUAIS


DIRETRIZES PROJETUAIS

O memorial visa criar espaços úteis à população e à comunidade de Salvador, com foco na cultura e no lazer, diferentemente da função atual, de estacionamento. Possibilitará a conservação da permeabilidade visual, com vista para o mar - Baía de Todos-os-Santos, propondo pequenos espaços verdes e amplas praças secas, tanto para quem visitará o memorial quanto para quem buscará uma área de convivência e lazer, além de criar duas escadarias que descem diretamente da rua da Praça Castro Alves para a Rua do Sodré, tornando ativa uma região em que as fachadas são muros de arrimo pouco pertinentes ao caminhar. O paisagismo etnobotânico, segundo a engenheira agrônoma Lucineide Teixeira, citada no trabalho final de graduação em arquitetura e urbanismo de Luis Guilherme Cruz Pires, em 2019, pela UFBA, é um campo do saber que se dá a partir da fusão entre a ciência botânica e o saber tradicional sobre as plantas, em outras palavras, estuda as aplicações e os usos tradicionais dos vegetais pelo homem. O Jardim Botânico de Salvador - JBSSA - segundo Embya Paisagens & Ecossistemas, vem promovendo atividades no sentido de enaltecer o paisagismo etnobotânico e de formar a comunidade. Já criou uma coleção de espécies nativas da Mata Atlântica utilizadas nos cultos afrobrasileiros da cidade. Este tipo de iniciativa pode ser implementada no jardim do memorial, incentivando a participação da sociedade e a formação de crianças e jovens na preservação e cultivo de espécies vegetais. A seguir, há tabelas com algumas espécies de origem africana, que são uma sugestão do que poderia compor o jardim do memorial.


DIRETRIZES PROJETUAIS | Tabela - Paisagismo (Jardim do Memorial)

Paisagismo - Espécies vegetais Nome popular

Nome científico

Beijinho

Impatiens walleriana

Ametista

Plectranthus saccatus

Hera-do-cabo

Senecio macroglossus

Pata-de-tartaruga

Adromischus cooperi

Planta-picles

Delosperma echinatum

Características Porte O beijo-turco é uma planta herbácea de folhas macias, caule suculento e verde com floração abundante o ano todo. 0.1 a 0.3 metros, 0.3 a 0.4 metros Muito fácil de cultivar, não exige cuidados especiais. Deve ser cultivada sob meia sombra ou luz filtrada, em solo drenável, leve e rico em matéria orgânica, mantido úmido, sem 0.4 a 0.6 metros encharcar. Aprecia o clima ameno e tolera o frio e os ventos, desde que esteja resguardada das geadas. A hera-do-cabo é uma trepadeira perene e muito ramificada, originária da África e de grande valor ornamental. Deve ser cultivada sob meia-sombra, pois a luz solar direta nas horas mais quentes do dia pode queimar a folhagem.

1.8 a 2.4 metros, 2.4 a 3.0 metros

Origem África, Moçambique, Quênia

África, África do Sul

África, África do Sul, Moçambique, Zimbábue

A pata-de-tartaruga, também conhecida como andromicho, é uma espécie suculenta, perene, compacta e de porte pequeno. Menos de 15 cm Deve ser cultivada sob meia-sombra ou sol pleno, África, África do Sul necessitando de luz solar intensa para que as manchas roxas sejam realçadas e, assim, valorizem ainda mais a suculenta. É uma espécie suculenta que apresenta folhas que lembram pepino tipo picles, sendo perene e de grande valor 0.1 a 0.3 metros, 0.3 a 0.4 metros, África, África do Sul ornamental. Essa suculenta pode ser cultivada em áreas 0.4 a 0.6 metros externas ou internas, desde que recebam a luz direta do sol por algumas horas. Fonte: Jardineiro.net . Imagens: INTERNET


DIRETRIZES PROJETUAIS | Tabela - Paisagismo (Jardim do Memorial)

Paisagismo - Espécies vegetais Nome popular

Nome científico

Rosa-do-deserto

Adenium boehmianum

Mãe-de-milhares

Kalanchoe daigremontiana

Arbusto-borboleta

Polygala myrtifolia

Lírio-impala

Adenium multiflorum

Estrela-de-belém

Ornithogalum saundersiae

Características É um arbusto ereto, de crescimento lento, que alcança 1,5 metros de altura. Deve ser cultivada sob sol pleno ou meiasombra, em solo perfeitamente drenável, neutro, arenoso, enriquecido com matéria orgânica e irrigado a intervalos esparsos e regulares. Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia-sombra, em substratos próprios para cactos e suculentas, leve, arenoso, perfeitamente drenável e enriquecido com matéria orgânica. A irrigação deve ser esparsa, permitindo que o substrato seque entre as regas. Sua ramagem é ereta e ramificada, e ela atinge até 1,8 metros de altura se deixada crescer livremente. Deve ser cultivado sob sol pleno ou meia sombra, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado nos primeiros meses de implantação. Produz flores em formato de estrela, simples, de cor branca, rosa ou vermelha, sendo que o tipo mais comum são as de flores brancas, com uma estreita borda vermelha. É uma planta bulbosa, herbácea e florífera

Porte

Origem

0.6 a 0.9 metros, 0.9 a 1.2 metros, África, Angola, Botsuana, 1.2 a 1.8 metros Namíbia

0.9 a 1.2 metros

África, Madagascar

0.6 a 0.9 metros, 0.9 a 1.2 metros, África, África do Sul 1.2 a 1.8 metros

1.2 a 1.8 metros, 1.8 a 2.4 metros

0.6 a 0.9 metros, 0.9 a 1.2 metros

África, África do Sul, Malawi, Suazilândia, Zâmbia, Zimbábue África, África do Sul, Mpumalanga, Província de Natal, Suazilândia

Fonte: Jardineiro.net . Imagens: INTERNET


PROGRAMA DE NECESSIDADES


PROGRAMA DE NECESSIDADES

Nas próximas páginas, serão apresentadas tabelas com a estimativa das áreas que contemplam a implantação do memorial, isto é, o entorno adjacente, como o anfiteatro e a praça de esquina, bem como as áreas do memorial e da torre. O projeto busca promover amplos espaços de circulação, avaliando a possível presença de um grande público, que abrange os visitantes, funcionários e usuários externos, que poderão usufruir do espaço na praça superior, no espaço das esculturas, de caráter semi-público e no piso do acervo temporário, que poderá promover eventos específicos. A circulação é uma prioridade em níveis diversos. No sentido urbano, acontece com duas escadarias laterais, além da própria passarela, que conduz o usuário da praça superior ao Café da Torre, do outro lado. A rampa circular central conecta os pisos do memorial, além de apresentar saídas de emergência para os funcionários que trabalham na parte mais administrativa do memorial.


Nível - Jardim

Programa de necessidades - Adjacências (Memorial) Espaço Área (m²)

Espaço

Anfiteatro

130,29

Jardim (Circulação)

514,21

Espaço para vegetação

179,55

Praça (Calçadão)

478,19

Recepção

10,54

Circulação (Escadaria)

301,41

Lojinha

10,55

Praça de esquina (Em frente à P. Castro Alves)

204,74

Circulação (Rampa linear)

61,10

Paisagismo

134,68

Circulação (Rampa linear)

135,99

Circulação (Elevador 8 passageiros)

Circulação (Escadarias laterais) (2)

114,00

Administração | Comunicação | Sala de reunião

146,05

1499,30

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia)

7,95

Área total

Área (m²)

Circulação (Rampa circular) Circulação (Passarela coberta)

Varanda

Espaço

Área (m²)

Passarela descoberta

137,37

Passarela coberta

133,47

Área total

270,84 Programa de necessidades - Memorial Nível - Praça pública

Espaço

Área (m²)

83,74 7,40

27,31

Área total

Programa de necessidades - Passarela

118,82

1167,22 Nível - Espaço multissensorial

Espaço Corredor direito - Linha do tempo

Área (m²) 342,17

Salas interativas - Realidade virtual (2)

76,96

Sala permanente - Artista convidado

46,56

Corredor esquerdo - Narrativas

205,43

Circulação (Rampa circular)

118,82

Cozinha | Refeitório

117,21

Espelho d'água / palco artístico

113,09

Vestiário feminino e masculino

Circulação (Rampa de entrada)

170,46

Circulação (Elevador 8 passageiros)

7,40

Piso da praça

800,48

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia)

7,95

Circulação (Passarela) Área total

76,76 1160,79

Varanda Área total

52,88

27,58 1002,96

111


Programa de necessidades - Torre

Nível - Praça das esculturas Espaço

Área (m²)

Nível - Andar técnico

Praça (Circulação)

740,49

Espaço

Espelhos d'água

134,55

Área técnica (Reservatório superior | Outros) Circulação (Elevador 8 passageiros) (2)

89,48 14,80

Escada enclausurada protegida (EP)

16,57

Circulação (Rampa linear) Circulação (Rampa circular)

70,50 118,82

Área

Grelha (Ventilação do subsolo)

31,30

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia)

Circulação (Elevador 8 passageiros | Entrada serviço)

14,28

Área total

WC Feminino

33,22

WC Masculino

33,22

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia) Área total

7,95 1184,33

Nível - Acervo temporário / Área técnica Espaço Acervo temporário | Salão de eventos Recepção

Área (m²) 355,09 4,57

Armazenamento das obras

61,00

Sala curadoria

29,07

Cozinha (eventos)

17,40

4,02 124,9

Nível - Café da torre Espaço Café da torre

Área 77,04

Mirante (Área das mesas externas)

60,6

Circulação (Corredor) Circulação (Elevador 8 passageiros) (2)

10,75

Escada enclausurada protegida (EP)

16,57

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia) Área total

14,80 4,02 183,8

Nível - Acervo temporário

WC PNE (2)

7,95

Espaço Exposição - Acervo temporário

Shafts (Elétrico | Hidráulico)

3,34

Mirante (Acervo temporário - Esculturas)

Área 69,58 56,68

Circulação (corredores)

60,30

WC PNE

Circulação (Rampa linear)

70,50

15,48

Área técnica (Circulação)

220,70

Circulação (Corredor) Circulação (Elevador 8 passageiros) (2) Escada enclausurada protegida (EP)

16,57

Circulação área técnica (Elevador 8 passageiros) Salas técnicas do subsolo Área total

7,40 309,79 1147,11

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia) Área total

4,17 14,80 4,02 181,3

112


Nível - Biblioteca | Estudos Espaço Biblioteca

Área 31,76 38,91

Sala de estudos

4,17

WC PNE Circulação (Corredor) Circulação (Elevador 8 passageiros) (2)

11,71

Escada enclausurada protegida (EP)

16,57

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia) Área total

14,80 4,02 121,9

Nível - Entrada da Torre (Rua do Sodré) Espaço Recepção | Caixa

Área 28,78 16,1

Livraria Circulação (Corredor) Circulação (Elevador 8 passageiros) (2)

44,51

Escada enclausurada protegida (EP)

16,57

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia) Área total

14,80 4,02 124,8

Nível - Salas multimídia Espaço Salas multimídia (2)

Área 68,23 4,17

WC PNE Circulação (Corredor) Circulação (Elevador 8 passageiros) (2)

15,19

Escada enclausurada protegida (EP)

16,57

14,80

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia)

4,02

Área total

123 Nível - Subsolo técnico

Espaço

Área

Área técnica (Reservatório inferior | RTI | Outros) Circulação (Elevador 8 passageiros) (2)

89,48 14,80

Escada enclausurada protegida (EP)

16,57

Shafts (Elétrico | Hidráulico | Rede e telefonia) Área total

4,02 124,9 113


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AXT, Gunter. A função social de um memorial: a experiência com memória e história no Ministério Público. Revista Métis, Rio Grande do Sul, v. 12, n. 24, p. 64-89, jul./dez. 2012. COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. FERES, Lucas; LAGO, Lucas. Casa do Benin na Bahia: projetos, memórias e narrativas. Salvador: Pinaúna, 2021. GOMES, Laurentino. Escravidão: do primeiro leilão de cativos em Portugal à morte de Zumbi dos Palmares. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019. GOMES, Laurentino. Escravidão: da corrida do ouro em Minas Gerais até a chegada da corte de Dom João ao Brasil. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2021. LUPA. Dia da Consciência Negra: números expõem desigualdade racial no Brasil. Folha de São Paulo, São Paulo, 2019. Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/lupa/2019/11/20/ consciencia-negra-numeros-brasil/>. Acesso em: 16 mai. 2021. MIODRAG, Danijela. Memorial Architecture as the Symbol of Remembrance and Memories. South East European Journal of Architecture and Design, Escópia, 2016. Disponível em: <https://www.id-press.eu/seejad/article/view/seejad.2016.10018>. Acesso em: 23 ago. 2021. SEDUR. Louos. Disponível em: <http://www.sucom.ba.gov.br/category/legislacoes/louos/>. Acesso em: 25 out. 2021. SEDUR. PDDU. Disponível em: <http://www.sucom.ba.gov.br/category/legislacoes/louos/>. Acesso em: 25 out. 2021.



MENB


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