Vanguardas e outras práticas inovadoras na arte e na literatura

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Gracinéa I . Oliveira Renata Moreira (Orgs)

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Vanguarda s e ou t ra s p r รก t i ca s inovad oras n a a r t e e na litera t u ra



Gra c inéa I. Oliveira Rena ta Moreira (Org s )

Vanguarda s e ou t ra s p r á t i ca s inovad ora s n a a r t e e na litera t u ra

Primeira ed içã o Belo Horizo nte, M G 201 8


Copyright © 2018 by Ana Érica Reis da Silva Kühn, Andréa Soares Santos, Atilio Bergamini, Daiane Carneiro Pimentel, Éderson Luís Silveira, Fernanda Dusse, Gracinéa I. Oliveira, Gustavo Cerqueira Guimarães, Luiz Henrique, Luiz Lopes, Marcela Magalhães de Paula, Paulo Geovane e Silva, Renata Moreira e Sarah Maria Forte Diogo. Todos os direitos reservados.

Organização Gracinéa I. Oliveira e Renata Moreira Conselho Editorial Maria do Rosário Alves Pereira (CEFET-MG) Alcione Gonçalves (CEFET-MG) Carla Barbosa Moreira (CEFET-MG) Rebecca Pedroso Monteiro (UFVJM) Márcio Ronei Cravo Soares (FACISABH) Carlos Eduardo de Souza Lima Gomes (FACISABH) Paulo Roberto de Souza Dutra (Stephen F. Austin State University) Adélcio de Souza Cruz (UFV) Projeto gráfico e diagramação Leticia Santana Gomes

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Vanguardas e outras práticas inovadoras na arte e na literatura/ Gracinéa I. Oliveira, Renata Moreira (Orgs.), 1.ed. – Belo Horizonte: CEFET-MG, 2018. 258p. : il. Vários autores Inclui referências ISBN: 978-85-99872-45-1

1. Vanguarda (Estética). 2. Literatura. 3. Arte. I. Oliveira Gracinéa I. II. Moreira, Renata. III. Título CDD: 700.411

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca CEFET-MG Campus I Bibliotecário: Wagner Oliveira Braga


SUMÁRIO

VANGUARDA: sempre agora ou sempre passado?

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NEGRISMO, CUBISMO E MODERNISMO BRASILEIRO

Luiz Henrique Silva de Oliveira

CLARICE LISPECTOR: corpo, vanguarda e pensamento Luiz Lopes

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TRADUÇÃO, PAIDEUMA E VANGUARDA: duas antologias, duas gerações Andréa Soares Santos

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VANGUARDA E PÓS-VANGUARDA EM REVISTA: os periódicos do Concretismo paulista e a construção de imagem dos artífices do movimento Renata Moreira

UM RELATO EM FRAGMENTOS Daiane Carneiro Pimentel

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79

ISTO NÃO É UM INCESTO: notas sobre Magritte, Brant, Foucault e

os funcionários da verdade Éderson Luís Silveira

PAULO LEMINSKI E O CONCRETISMO: uma relação de desleitura Ana Érica Reis da Silva Kühn

MISTURA DE GÊNEROS (E ARTES): a narratividade poética de Al Berto e João Gilberto Noll Gustavo Cerqueira Guimarães

VANGUARDA E VIOLÊNCIA Fernanda Dusse

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AS MULHERES NAS LETRAS AFRICANAS: vanguarda e militância Paulo Geovane e Silva

POESIAS VISO-VIRTUAIS E UMA POÉTICA DIGITAL: o Concretismo no século XXI sob o olhar de Victor Az Sarah Maria Forte Diogo

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A META-AUTORIA E A AUTOFICÇÃO NA CIBERCULTURA: os limites da mimesis em criações literárias na rede Marcela Magalhães de Paula

TEXTO E IMAGEM / EROTISMO E POLÍTICA NA OBRA DE CARLOS BARROSO: análise do livro-objeto Cunilíngua Pátria Gracinéa I. Oliveira

UMA CRÍTICA DE MEIA-TIGELA

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Atilio Bergamini

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BIOGRAFIAS

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VANGUARDA: sempre agora ou sempre passado? Não estaríamos num ambiente de vanguarda se entre tantos não surgissem brigas, dissidências, intolerâncias. Marcos Augusto Gonçalves

Várias questões contornam o problema da vanguarda. Desde a nomenclatura, exaustivamente conhecida, que remete ao militarismo, mas o ultrapassa, até itens nos quais temos de demorar nosso olhar, como a questão do apelo do tempo que jamais para. A vanguarda, em seu aspecto programático, seria palco de uma aporia: ao mesmo tempo em que estaria sempre na ponta-de-lança dos movimentos, desbravando territórios, também imediatamente seria ultrapassada, na medida em que, se cremos num tempo orientado pelo progresso, em que faz sentido a vanguarda, esse mesmo tempo é responsável por datá-la, conjugando um lugar sempre atravessado por outra vanguarda. Não é, entretanto, o que parecem crer Décio Pignatari e companhia, quando indagados sobre o dito passadismo da vanguarda. Para o autor, a vanguarda é mal compreendida quando evocada como inovação sempre. Segundo ele, deve-se vê-la não como constante inovação, mas como permanente contribuição (PIGNATARI, 1993). Nesse sentido, propomo-nos aqui a pensar a contribuição constante para o fazer artístico das obras de diversos produtores, sob diferentes enfoques. Contribuem para tal perquirição membros de distintas instituições. São discutidos temas e autores amplamente variados, tanto em suas práticas e proposições, quanto temporal e geograficamente múltiplos. Assim, temos o Negrismo contraposto ao Cubismo e ao Modernismo brasileiro, estudados por Luiz Henrique Silva de Oliveira; a obra de Clarice Lispector na sua relação com o corpo, o pensamento e a vanguarda, propostos por Luiz Lopes; uma conexão entre paideuma, vanguarda e tradução, discutidos por Andréa Soares Santos; as revistas do Concretismo e a construção 9


de imagem dos membros do grupo Concreto, pensadas por Renata Moreira. Neste bloco, percebe-se uma preocupação em pensar os movimentos de vanguarda tradicionais – brasileiros ou não – e alguns de seus aportes teóricos. Questões sobre influência, encontros de gerações e modos individuais de lidar com os legados das vanguardas são debatidos aqui. Seguem a tais discussões um estudo voltado à obra de Milton Hatoum, por Daiane Carneiro Pimentel; certa conexão entre Magritte, Foucault e algumas propostas no âmbito da educação atual, por Éderson Luís Silveira; uma associação da obra de Paulo Leminski ao Concretismo, por Ana Érica Reis da Silva Kühn e a questão da narratividade poética na obra de Al Berto e de João Gilberto Noll, por Gustavo Cerqueira Guimarães. Aqui, apropriações da vanguarda nas produções particulares são discutidas, desde abordagens aparentemente mais distantes da arte, como as proposições relativas à educação a partir de usos das compreensões de vanguarda, até aquelas muito propriamente ligadas ao escopo artístico stricto sensu. Nelas, é possível perceber aproximações e distanciamentos dos temas, gêneros e objetivos próprios à vanguarda, especialmente relacionados às práticas de autores cuja obra temporalmente nos é vizinha. Dão sequência aos debates o diálogo sobre a relação vanguarda/ violência, por Fernanda Dusse, e a contribuição das mulheres nas letras africanas, promovidas por Paulo Geovane e Silva. Aqui, os olhares se voltam às questões de fundo social, fortemente imiscuídas ao território da arte. A ideia de crueldade, subsídio teórico trazido de Artaud, serve de base para pensar as obras de Rubens Fonseca e Paulo Lins. Já a questão das mulheres e suas lutas, nas pessoas de Alda do Espírito Santo, Noémia de Sousa e Ana Paula Tavares, é mote para discutir o discurso pós-colonial de alguns países africanos como um movimento de vanguarda ideológica. Finalizam os capítulos uma exposição de questões sobre Victor Az., por Sarah Maria Forte Diogo; a intepretação de problemas sobre a meta-autoria e autoficção na cibercultura, por Marcela Magalhães de Paula; uma análise do livro-objeto Cunilíngua Pátria, por Gracinéa I. Oliveira e, por último, fechando de forma instigante 10


nossas perquirições, um texto sobre a obra do Poeta de Meia-Tigela, por Atílio Bergamini. Tais produções nos fazem perceber que a vanguarda, mais do que um conceito datado, funda possibilidades para práticas muito atuais de arte, envolvendo o contemporâneo, seja em sua inscrição digital, marginal, material, entre outras delimitações. Dialogam aqui os conceitos de autoficção, mimesis, concretude das obras e como tais aspectos contribuem para produtos inovadores, bem íntimos do que entendemos por vanguarda. Anima-nos a intenção de que esta obra seja lida e discutida por todos os públicos afeitos ao tema, que aporte como um momento de pensamento e crítica, reafirmando a importância da arte de vanguarda. As Organizadoras. REFERÊNCIAS GONÇALVES, Marcos Augusto. Os descompassos das vanguardas. Caderno Mais! Folha de S. Paulo, 08 de dez. 1996. PIGNATARI, D. Vanguarda e Expectativa. In: 30 anos – Semana nacional de poesia de vanguarda (1963/93). Belo Horizonte: Prefeitura Municipal / Secretaria Municipal de Cultura, 1993.

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