Formato Existem três formatos básicos em que uma história em quadrinhos pode se apresentar:
Comic book é o formato impresso, das revistinhas, livros e graphic novels. Pode ser vertical, horizontal ou quadrado. As ideias do projeto gráfico para uma revista ou livro podem dialogar diretamente com a elaboração da história e narrativa. Aqui, a visualização da história acontece de duas em duas páginas. Podemos considerar esse espaço como nosso espaço compositivo para a distribuição dos quadrinhos. Recursos gráficos como páginas desdobráveis também podem ser empregadas. O ato de virar as páginas e a quantidade de páginas disponíveis orienta o estilo narrativa, que aproxima-se mais do modelo de conto literário ou filme cinematográfico com sequencias mais integradas. FanzineO termo fanzine é um neologismo formado pela contração de fanatic e magazine, do inglês, que viria a significar magazine do fã. Tratava-se de uma publicação independente, praticamente artesanal, quase sempre de pequena tiragem, impressa em mimeógrafos, fotocopiadoras, ou pequenas impressoras offset. Além de publicação independente, o fanzine é considerado um trabalho “autoral” porque muitas vezes centraliza diversas funções (edição, texto, revisão, escolha e produção de imagens, etc) em uma só pessoa, o autor do fanzine. Está muito vinculado às filosofias de contracultura e cultura underground, devido a suas características de produção e distribuição que seguem à margem dos canais comerciais. Os primeiros fanzines surgiram nos Estados Unidos, na década de 1930, com publicações amadoras de ficção científica. Popularizou-se muito no Brasil durante as décadas de 1980 e 1990, ajudando a divulgar o trabalho e ideias de diversos artistas. Para saber mais, procure o livro O Rebuliço apaixonante dos fanzines, de Henrique Magalhães, editora Marca de Fantasia.
Tiras consagradas nos jornais, as tiras em quadrinhos prestam-se a contar episódios curtos, em um a cinco painéis. Tem um formato horizontal, mas podem ser dispostas na vertical também. Seu formato procura aproveitar o espaço disponível nos jornais. Pede uma narrativa mais fragmentada, contida. Mesmo fazendo parte de uma série, cada tira deve poder ser lida independente das outras. Aproxima-se do haicai ou do mini-conto. Frequentemente é utilizada nas webcomics. Web comics São os quadrinhos pensados para internet. Muitos autores utilizam esse meio para divulgar seu trabalho. Por uma questão de diversas conveniências de visualização e produção, geralmente os web comics são simplesmente tiras digitalizadas e dispostas no site ou blog. Entretanto, há diversos autores que se valem dos recursos da mídia como elemento constitutivo de sua narração, utilizando gifs animados e barras de rolagem para criar trabalhos que perderiam muito se passados para outro formato.
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Uma lista de webcomics interessantes Malditos Designers de Rômolo - ideafixa.com/malditosdesigners Malvados de André Dahmer - malvados.com.br Ordinário de Rafael Sica - rafaelsica.zip.net Diário de Virgínia de Cátia Ana - diariodevirginia.com Puny Parker de Vitor Cafaggi - punyparker.blogspot.com Wulffmorgenthaler de Mikael Wullf e Anders Morgenthaler: wullfmorgenthaler.com Born like an artist de Ida Eva Neverdahl - jellyvampire.nettserier.no/2011/05/09/ “Quadrinho do Bêbado” por Vincent Giard - aencre.org/blog/juste/bd/page/2/ Uma lista de 10 webcomics - http://goodcomics.comicbookresources.com/2010/06/14/she-has-no-head-10-webcomics-i-love/
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Roteiro Roteirizar é planejar sua história. Tudo começa com uma ideia. Pode ser um acontecimento, uma piada, uma opinião, uma poesia, um guia de instruções. Você tem o objetivo de comunicar alguma coisa. Tenha sempre isso em mente: o objetivo é comunicar algo a alguém. Tendo a ideia, você escolhe o formato (comic book, tira, web comic) mais adequado para ela. Nem sempre as coisas funcionam assim. Às vezes, olhando para um formato, do nada vem uma ideia que explora as possibilidades desse formato. Daí surge uma história que além de passar uma ideia brinca com a linguagem e os limites da mídia. Por exemplo, a web comic Born like an artist da norueguesa Ida Eva Neverdahl (http://jellyvampire.nettserier.no/2011/05/09/) A partir da escolha do formato, vamos escrever nosso roteiro. Existem diversos formas para escrever um roteiro. Roteiristas como Alan Moore e Neil Gaiman utilizam um modelo que lembra muito o roteiro de cinema, com descrição de cenas e diálogos. Entretanto, alguns autores, como Grant Morrison, preferem utilizar também os thumbnails, que é um pequeno esboço do layout das páginas. Em uma história em quadrinhos, é preciso considerar o layout, a quantidade de quadrinhos por página, o espaço dos textos nos balões, a escolha e enquadramento da cena no quadrinho, o tipo de transição entre um quadrinho e outro, a utilização ou não de onomatopéias, etc
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Desenho Você não precisa saber desenhar para fazer uma história em quadrinhos. Pode escrever o roteiro e dar as orientações para o desenhista. Entretanto, tanto o roteirista quanto o desenhista devem conhecer bem as características da linguagem. Um ótimo desenhista pode não ser um bom desenhista de histórias em quadrinhos, por não conseguir transmitir um ritmo de narrativa. A questão da narrativa e linguagem dos quadrinhos é mais complexa do que parece e requer um tempo de estudo, lendo diversas obras em quadrinhos e buscando literatura a respeito da questão da linguagem. Além do conhecimento da linguagem, o desenhista deve ter um conhecimento do próprio estilo. Nem todo mundo precisa ter um desenho realista e nem toda a história pede um desenho realista. O que importa é ter um estilo de desenho que ajude na narrativa.
Uma biblioteca básica Narrativas Gráficas, de Will Eisner. Editora Devir. Quadrinhos e Arte Sequencial, de Will Eisner. Editora Devir. Desvendando os Quadrinhos, de Scott McCloud. Editora M. Books. Desenhando os Quadrinhos, de Scott McCloud. Editora M. Books. Diseño de Cómic y Novela Gráfica, de Gary Spencer Millidge. Parramon Ediciones.
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