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Terapêutica da hiperglicemia no doente internado............. 61

Capítulo 16

Retinopatia diabética

Francelino Ferreira

A retinopatia diabética (RD) é uma complicação microvascular da diabe‑ tes e é uma das principais responsáveis pela cegueira evitável nos adultos (Figura 16.1). O controlo da diabetes é fundamental para prevenir esta com‑ plicação, assim como o adequado rastreio e referenciação atempada.

Estima‑se que a prevalência da RD em Portugal seja superior a 16%, de acordo com o estudo RETINODIAB (2009‑2014).

Praticamente todos os doentes com diabetes tipo 1 desenvolvem RD. No caso dos diabéticos tipo 2, estima‑se que 50‑80% apresentem RD ao fim de 20 anos de doença. Sabe‑se também que ocorre um agravamento durante a gravidez, devido a alterações hemodinâmicas, hormonais e presença de fatores de crescimento. Da mesma forma, pode ocorrer também um agra‑ vamento durante o primeiro ano de insulinoterapia, possivelmente devido à diminuição do volume plasmático e aumento dos fatores de crescimento.

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A B

Figura 16.1: A. Visão normal; B. Visão de um doente com RD.

Do ponto de vista fisiopatológico, a RD desenvolve‑se através de várias alterações induzidas pela hiperglicemia. A diabetes mal controlada origina a acumulação de sorbitol, aumento do fluxo retiniano e acumulação de pro‑ dutos tóxicos da glicosilação, o que, por sua vez, promovem alterações da

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