LIGA-TE À FUNDAÇÃO #002

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“Se eu consigo, vocês também!” Carlos Alves, Embaixador da Corrida do Adepto, não cede às limitações físicas

Juntos pelos golos fora do relvado Francisco Dias da Silva (Presidente do Gil Vicente FC) e Tiago Lopes (CEO Casa Pia AC) demonstram importância do Futebol na Responsabilidade Social

PARCEIRO INSTITUCIONAL:

Fundação do Futebol – Liga Portugal apadrinhou a escola Kukula (“crescer”), na província de Gaza, na vila de Macia, a convite da GASPORTO (Grupo de Ação Social do Porto) e com o contributo das Sociedades Desportivas e da APAF


“Se eu consigo, vocês também!” fundação do futebol

Carlos Alves é um exemplo de resiliência, perseverança e tenacidade: recusa vergar-se às limitações motoras que o condicionaram à nascença e faz questão de superar todas as barreiras. É, por isso, o embaixador da Corrida do Adepto. Membro do grupo de atletismo Run Tejo, começou a correr há cinco anos, aos 39, por brincadeira

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FICHA TÉCNICA Liga-te à Fundação DIRETOR: Tiago Madureira EDITOR: Mário Duarte REDATORA: Elsa Bicho DESIGN E PAGINAÇÃO: Adriano de Carvalho e Tiago Cunha PERIODICIDADE: Bimestral

Carlos Alves, embaixador da Corrida do Adepto, recusa-se a perder para a incapacidade motora. É a prova viva de que a força de vontade cruza metas e supera quaisquer adversidades – “e porque não?”. Nunca se deu por vencido pelas limitações do próprio corpo, é cinturão negro de Taekwondo e grande fã de Bruce Lee! Hoje, com 44 anos, é o embaixador da Corrida do Adepto, que volta a realizar-se na manhã da final da Allianz Cup, em Leiria (dia 29 de janeiro de 2022). “O convite foi-me feito através do meu treinador, Carlos Freitas,

com quem a Liga Portugal conversou. Ele lembrou-se de mim como exemplo de alguém que supera as suas limitações”, explica Carlos, que sempre gostou de pôrse à prova. Por obra do destino, diz, conheceu o atual treinador/amigo, que prometeu pô-lo a correr. “Quis ver o que a máquina dava. Fiquei com mais consciência do que o corpo humano é capaz de fazer. E tudo melhorou no meu dia a dia. Fiquei mais alegre, ativo. Preciso fazer desporto para manter-me bem, se não regrido. A minha única opção é continuar. E, se eu consigo, vocês também!», desafia Carlos, inspetor das Finanças de profissão, com percurso académico na área da Gestão e Contabilidade. www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt


Maratona? Porque não? Carlos Alves não permite limitações ao sonho e garante só parar quando o corpo vencer a cabeça

mais, mesmo quando o corpo não responde. Sentir-me preso em mim mesmo só me estimula a desafiarme a mim próprio. Se alguma vez pensei desistir? Já, mas não fui capaz. Só pensava que, se tinha chegado até ali, só iria ‘morrer’ no fim. Houve uma prova, com calor extremo, em que estava mesmo supercansado, em que o corpo só pedia para parar. Mas só o fiz depois de passar a meta – só se ‘morre’ depois de acabar!”, enfatiza Carlos Alves, contando que, após terminar as provas, o maior conforto é mesmo o abraço do treinador Carlos Freitas e de todos quantos o acompanham na corrida sem fim, que é superar-se a si próprio.

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Carlos Freitas é treinador de Carlos Alves há cinco anos e é com inegável orgulho que fala do corredor. “Já tinha trabalhado com um guia de pessoas invisuais e achei interessante treinar alguém com as limitações do Carlos. Tem sido um processo fantástico ver a sua extraordinária evolução. Primeiro, comecei a trabalhar a caminhada correta com ele; seguiu-se o fortalecimento muscular de todo

o corpo, passamos às corridas contínuas e, passados alguns meses, estreou-se numa corrida de 8 km em que o objetivo era, tão só, chegar ao fim sem caminhar. Apostamos, depois, nos treinos de resistência, até que me disse que tinha o sonho de fazer uma meiamaratona. E assim foi. Na meiamaratona dos Descobrimentos, em Lisboa, correu os 21 km. Foi um feito incrível, que coroou o esforço de anos. Agora, estamos já a trabalhar com o José Fernandes, treinador de velocidade”, conta o técnico, desvendando o sonho que se segue: a maratona, pois claro. “O que sinto quando corro? Liberdade! Sinto que a cabeça quer

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“Vivam! Senão, o que andamos aqui a fazer?” Conhecido no atletismo por Pikachu, Carlos Alves deixa apelo à participação massiva na Corrida do Adepto

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Carlos Alves, “Pika” para os amigos, “escolheu” a alcunha à boleia dos pokémons. Carlos Freitas conta como. “Na altura, era eu quem andava entretido com aquilo e não conseguia apanhar o Pikachu. Então, o Carlos disse-me -apanha-me a mim. E ficou. Toda a gente no país o chama de Pica. Ele também imita bem o Pikachu- faz uns gestos a mandar uns raios e a alcunha ficou”, explica o treinador, vincando que, apesar das brincadeiras e amizade, o nível de exigência para com Carlos Alves é igual aos demais. “O Carlos é sinónimo de superação. Uma lição para todos, mas também leva umas reprimendas, quando o apanho online à uma da manhã. O descanso é o treino invisível que nunca pode ser descurado”, ressalva.

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Já o embaixador fez questão de ir passando a palavra a quem estará na linha da frente, dia 29 de janeiro de manhã, em Leiria. “A minha mensagem? Volto a dizer-vos: se eu consigo, vocês também! Eu não imaginava o que era correr. Sempre fiz outros desportos. Tentem. Saiam do sofá, calcem os ténis e façam alguma coisa por vocês próprios. O meu lema é acreditar. Acreditar

sempre”, ri-se Carlos, projetando correr até o corpo dizer definitivo não. E reforça: “Tentem fazer antes de dizerem que não conseguem. Experimentem! Vão gostar e ficar com o vício. Esta Corrida do Adepto, para mais, é diferente - tem futebol, diversão, no final vai ser uma grande festa! Saiam do sofá e terminem a prova. Façam algo giro. Vivam! Senão, o que andamos aqui a fazer?»

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opinião de luís estrela, Coordenador da Fundação do Futebol

Fundação do Futebol recebe Estatuto de Utilidade Pública

Parceria de cooperação tem um fito próprio: reduzir o sofrimento humano Foi celebrada a 13 de outubro uma parceria de cooperação entre a Estoril Praia SAD e a Cruz Vermelha Portuguesa com o intuito de angariar fundos para ajudar os mais necessitados. Ignacio Beristain, Presidente da Estoril Praia SAD, apontou à atenção prestada a temas relativos à Responsabilidade Social. “É um passo mais num caminho que já há muito é trilhado pela SAD. No ano passado, tivemos uma ação muito importante com o nosso parceiro Gelpeixe, apoiando famílias carenciadas, a campanha de plantar uma árvore por cada golo marcado, porque entendemos que a SAD deve mostrar o seu compromisso

com a comunidade. É importante ganhar e jogar bom futebol, mas também é importante ter o tempo e o espaço para ajudar quem necessita”, vincou. Já Francisco George, Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa na altura, referiu a relevância desta associação. “O Futebol é uma atividade muito popular, arrasta multidões e a Cruz Vermelha pode tirar benefícios, porque há uma proporção inaceitável de portugueses em condições precárias”, observou, concretizando: “Auxiliamos centenas de milhares de pessoas, no que respeita à alimentação, a idosos, a pessoas mais vulneráveis quanto à violência doméstica, temos bolsas de estudo e estamos empenhados em reduzir o sofrimento humano.”

Pulmão do Jogo - A campanha que deu rosto à 12.ª jornada Nos nove jogos da ronda 12 da Liga Portugal Bwin, numa ação de sensibilização para o cancro do pulmão, foram atribuídos prémios Pulmões do Jogo, levando em conta os dados estatísticos recolhidos na partida. A iniciativa da Fundação do Futebol - Liga Portugal, Liga www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt

Portuguesa Contra o Cancro e Associação Pulmonale visou aproveitar a notoriedade e mediatização do Futebol Profissional para alertar de forma massiva para a doença que, se diagnosticada em fase inicial, vê aumentar exponencialmente a taxa de cura.

“O caminho faz-se caminhando” e a Fundação do Futebol, com apenas três anos, sabe bem o longo percurso que tem pela frente. Recentemente, a Presidência do Conselho de Ministros reconheceu à Fundação do Futebol – Liga Portugal o Estatuto de Utilidade Pública devido às relevantes atividades de interesse geral no âmbito da Responsabilidade Social. É o reconhecimento da ação desta instituição nos seus cinco eixos principais: a inclusão social, a proteção de valores, a promoção da ciência e tecnologia ao serviço do futebol, a sustentabilidade ambiental e as grandes causas humanitárias. A declaração do Estatuto de Utilidade Pública, atribuída por um período de 10 anos de acordo com o Despacho n.º 9871/2021, menciona também o facto da Fundação do Futebol já antes ter sido agraciada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude com a Bandeira da Ética. Esta é uma verdadeira maratona no intuito de ajudar e melhorar a vida das comunidades e dos adeptos que encontram no Futebol Profissional um refúgio. Pequenos passos que a Fundação do Futebol abraça de bom grado.

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Cruz Vermelha a par da Estoril Praia SAD

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Fundação do Futebol assegura ensino básico em Moçambique

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Escola na província de Gaza, na Vila de Macia, recebeu apoio, carinho e muito Futebol graças às contribuições das Sociedades Desportivas das competições profissionais e da APAF

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A convite da GASPORTO (Grupo de Ação Social do Porto), a Fundação do Futebol – Liga Portugal apadrinhou a escola Kukula, que significa “crescer” na língua nativa, a changana, ajudando a que as crianças disponham de uma sala de aulas para aprender

e de acompanhamento em disciplinas tão importantes como a matemática, o português, as ciências, a cidadania, bem como outras atividades extracurriculares. “Este projeto pretende que as crianças tenham durante todo o ano letivo condições para prosseguirem os seus estudos e sonhos. Assim, poderão aprender português, matemática, ciências, cidadania, educação física,


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artes e praticar atividades extracurriculares, acompanhadas por professores locais visando integração num sistema de ensino em que seja fácil permanecerem. Quisemos contribuir para uma vida saudável, de progresso e evolução para que acreditem neles próprios”, apresenta Luís Estrela, Coordenador da Fundação do Futebol, agradecido ao Futebol Profissional que muito ajudou no apoio levado a Macia. “Ao oferecermos-lhes uma bola de futebol, um caderno, um livro, uma camisola de uma Sociedade Desportiva, demos-lhes um Natal antecipado. Muitas destas crianças nunca tinham tido brinquedos. Foi muito gratificante, uma experiência muito forte de se ver e de se viver. Queremos que se desenvolvam e que naquela sala que apadrinhamos guardem os seus sonhos para que um dia recordem a nossa passagem. Esta viagem só foi possível graças à colaboração de todas as Sociedades Desportivas que permitiram que hoje o Futebol profissional português esteja presente na vida destas crianças com peso simbólico muito significativo”, sublinha o responsável da Fundação do Futebol.

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Crescer de mãos dadas Ajuda privilegia crianças órfãs, bem como outras crianças integradas em situações familiares vulneráveis

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Além do Kukula – Fundação do Futebol – Liga Portugal, nome dado ao espaço apadrinhado em Moçambique, outras realidades se depararam à Fundação do Futebol que teve por companhia o Embaixador da Liga Portugal, Jorge Andrade. O projeto ‘Crescer de Mãos Dadas’ cuida de crianças órfãs que carecem de todo o amparo, sem virar costas a outros miúdos que, mesmo na companhia dos pais, apresentem ameaçadora vulnerabilidade emocional e social. Comida, vestuário, companhia, colo… o programa cruza diversas valências dentro das possibilidades da comunidade e dos apoios pontuais que vão chegando a Moçambique.

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Pfuka u Famba significa “Levanta-te a Anda” Centro materno infantil acautela que bebés subnutridos possam crescer saudáveis de recém-nascidos em avançado estado de subnutrição. Muitos

chegam ao centro materno infantil acompanhados de avós, vizinhas, primas, cuidadoras no papel das falecidas mães. Bebés há, também, que, mesmo ao colo das respetivas mães, carecem, na mesma, de ajuda, alimento e supervisão.

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Esta a força de ajuda a bebés subnutridos da vila de Macia com que a Fundação do Futebol teve contacto nos dias passados em Moçambique. A taxa de mortalidade das mães em trabalho de parto é muito elevada, tal como o número

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“Experiência incrível” fundação do futebol

Jorge Andrade, embaixador da Liga Portugal, diz ser um privilegiado por ter conhecido Macia e o projeto Kukula

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De coração cheio. Foi assim que Jorge Andrade, Embaixador da Liga Portugal, diz ter regressado de Macia. Enternecido pelos dias passados na escola Kukula, emocionado, ainda, com a companhia dos mentores do projeto Crescer de Mãos Dadas, acarinhado pela mamã Fátima do Pfumka u Famba, Jorge Andrade recorda jogos e brincadeiras com crianças tão fáceis de fazer felizes. “Foi uma experiência incrível. As camisolas das Sociedades Desportivas do futebol profissional deixaram supercontentes os meninos, que adoraram vestir igual aos jogadores. Deliraram com as camisolas dos clubes! Ficaram super entusiasmados com todas as atividades e brincadeiras. Agora sinto-me em paz, tranquilo, com mais vontade de continuar a ajudar e a participar neste tipo de ações. Foi uma experiência excecional, que já mudou a minha visão do quotidiano e da nossa vida normal. Incrível como um simples gesto pode alterar tanta coisa”, comenta o antigo jogador, agradecido pelo imenso carinho e alegria, impossível de quantificar.

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Francisco Dias da Silva presidente do Gil Vicente FC

Francisco Dias da Silva foi dando vidas ao Gil Vicente FC ao longo da sua vida. Hoje, o clube de Barcelos tem uma situação estável e almeja a outros patamares, sem nunca esquecer os mais frágeis e necessitados, demonstrando sempre grande consciência social na região

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“Há que tomar a iniciativa, depois é uma dinâmica que se cria”

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Tem 72 anos, tomou as rédeas do Gil Vicente FC aos 38, deixou-o no principal escalão do futebol nacional e foi chamado a intervir quando o descalabro (desportivo e não só) estava consumado. Francisco Dias da Silva reergueu o clube, deu-lhe uma nova vida, com o apoio das forças vivas da região de Barcelos e voltou a colocá-lo no primeiro patamar, a Liga Portugal bwin. E sempre com particular atenção ao capítulo da Responsabilidade Social. “É muito importante que os clubes tenham noção da sua função social, para que faça sentido todo o trabalho desenvolvido no dia a dia. E com estes jovens especiais a relevância aumenta. O Futebol tem muitas coisas boas e os clubes são muito importantes na sociedade. Não só por contribuírem para o orçamento de Estado. Temos diversas ações sociais a funcionar no Gil Vicente FC. Sabemos que há muita gente com dificuldades e, no futuro, teremos, certamente, outras iniciativas para apoiar os que mais precisam”, enfatizou ao ser distinguido com o prémio de Responsabilidade Social de agosto, no âmbito da apresentação do reforço Marcelo com um vídeo do jogador a fazer doces na Amar 21 – Associação de Apoio à Trissomia 21 -, alertando para a realidade desta comunidade tão especial.

“Não basta ser um clube de I Liga. Um clube de I Liga depois tem muito mais por trás, toda uma comunidade, em que é preciso ter essa sensibilidade e criar essas condições. A exigência tem de ser também nessa vertente, porque passa também por cativar os adeptos, com as visitas às escolas, às instituições, aos hospitais… Acho que é importante o clube ter essa consciência social. Se sentimos e estamos dispostos a fazer o bem a alguém, temos de ter condições para isso. Somos hoje um clube muito bem visto por diversas instituições da cidade e do concelho, porque temos essa iniciativa e vamos continuar a fazê-lo”, assegurou Francisco Dias da Silva. E o presidente do Gil Vicente FC

entende que a Fundação do Futebol pode e deve ser o veículo para uma interação entre os clubes mais efetiva, para maior alcance e abrangência nas ações de Responsabilidade Social. “Sim, vai com certeza ser, porque as pessoas, por vezes, se não fazem, não é por mal, é uma questão de despertar para as coisas e haver alguém que tome a iniciativa. Depois, os outros lá vão. É uma dinâmica que se vai criando, não tenho dúvidas”, perspetivou, para concluir: “O que posso dizer aos adeptos do Gil Vicente é que continuem a apoiar o clube, que precisa, mas que continuem também a apoiar estas causas, e apelava a que estivessem sempre disponíveis para apoiar aqueles que mais necessitam.” www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt


Tiago L s o e p “Fazer a diferença Tiago Lopes, CEO do Casa Pia AC, enfatiza a importância do futebol ao nível da responsabilidade social e afiança que a administração está imbuída do espírito casapiano e em total sintonia com a instituição com pergaminhos no apoio social e cultural

CEO Casa Pia AC

O Casa Pia AC venceu o prémio de Responsabilidade Social de setembro, com uma iniciativa em que pôs os jogadores de diversas nacionalidades que compõem o seu plantel a dizer na sua língua o lema do clube: “Voamos Juntos!” Uma ação que teve como pano de fundo a inclusão e a diversidade cultural. “É um prémio de toda a administração, de todo o departamento de marketing e comunicação, que tem programado ao longo destes últimos meses um conjunto de iniciativas sociais e culturais de enorme relevo naquilo que é o nosso projeto no seu todo e esta foi uma delas”, elucidou Tiago Lopes, CEO do Casa Pia AC, antes de prosseguir: “Como surge? Surge com o interesse profundo, genuíno de representatividade daquilo que é o universo casapiano. A Casa Pia é um marco importante na história desportiva e social do país. Não é por acaso que hoje o Casa Pia tem um departamento de Performance, um departamento de Nutrição, e também um departamento de Línguas. Porque a língua em si é um marco importante do que representa cada uma dessas culturas. Os nossos atletas têm hoje aulas privadas em diferentes idiomas, de inglês, de francês, de italiano e, naturalmente, de português. Esta iniciativa espelha o respeito diário por essas culturas. Sabendo nós que quanto mais os nossos atletas se adaptarem à nossas crenças, comportamentos, tradições e cultura, mais rápido se www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt

sentem integrados e disponíveis.” Tiago Lopes afiançou total articulação com a Casa Pia e estar a Sociedade Desportiva imbuída do espírito da instituição solidária: “Há uma grande sintonia e simbiose, comunicamos com grande regularidade e outras iniciativas sociais vão acontecer.” A Responsabilidade Social acaba por ser tema premente na atualidade do emblema casapiano, assegurou o seu responsável máximo. “O futebol tem que dar de volta à sociedade. Temos uma

responsabilidade cada vez maior de estar ao nível dos padrões de uma sociedade cada vez mais desenvolvida. Sabemos que fazemos tudo para ganhar ao fim de semana, mas há outras vitórias a conquistar. Se conseguirmos fazer a diferença junto de uma criança, de um jovem, de um sénior ou de um agrupamento, é uma vitória. Que outras vitórias estão ao nosso alcance? Cada vez mais, a nossa administração, junto do universo casapiano, está presente”, rematou Tiago Lopes.

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junto de uma criança também é uma vitória”

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Apelo a duas “Voamos Juntos!” vozes premiado multicultural

O FC Famalicão e o FC Vizela conquistaram o Prémio de Responsabilidade Social do mês de outubro pela campanha “Unidos por uma Causa”. Juntos, apelaram à ajuda e compra do Pirilampo Mágico, com o objetivo de angariar fundos para a Fenacerci - Federação Nacional de Cooperativas de Solidariedade Social- e ACIP- Ave Cooperativa Intervenção Psico-Social -, instituições que apoiam crianças com deficiência mental e carências económicas. Tiago Madureira, Diretor Executivo da Liga Portugal, entregou o prémio a Miguel Ribeiro e Diogo Godinho, presidentes do FC Famalicão e do FC Vizela, respetivamente.

O vencedor do prémio de Responsabilidade Social de setembro foi o Casa Pia AC, com um vídeo a assinalar o Dia Europeu das Línguas, ao juntar jogadores de várias nacionalidades a pronunciarem, nas respetivas línguas, o lema da equipa: “Voamos Juntos!” Uma iniciativa pela inclusão e diversidade cultural. O prémio foi entregue por Raquel Esperança, Presidente do Conselho Fiscal da Fundação do Futebol – Liga Portugal, e recebido pela venezuelana Catalina Ramirez, Diretora de Comunicação do Casa Pia AC.

Golo pela Amar 21 O Gil Vicente FC foi distinguido com o prémio de Responsabilidade Social do mês de agosto, por ter apresentado o reforço Marcelo com um vídeo a fazer doces na Amar 21 – Associação de Apoio à Trissomia 21, chamando a atenção para esta comunidade tão especial. Francisco Dias da Silva, presidente do Gil Vicente FC recebeu o prémio de Alberto Santos, membro do Conselho de Administração da Fundação do Futebol- Liga Portugal.

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vence com Sócio Solidário

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O FC Arouca recebeu o prémio de Responsabilidade Social de julho graças à campanha Sócio Solidário, iniciativa que leva os sócios do clube, ao pagarem as suas quotas, contribuam para a regularização dos sócios com menos condições. José Américo, vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral do FC Arouca, recebeu a distinção de Mário Costa, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portugal e vice-presidente da Fundação. www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt


O vencedor já estava encontrado: os miúdos!!! O “Joga pelas Crianças” realizou-se a 5 de setembro, no Restelo, e já se sabia quem saía a ganhar. E foi sobre a vitória dos mais novos que se pronunciaram Beatriz Imperatori, diretora executiva da UNICEF, Mário Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portugal, e Luís Estrela, coordenador da Fundação do Futebol

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eventos ocorram de forma mais focada e com mais notoriedade e mais visibilidade.” Luís Estrela, coordenador da Fundação do Futebol, fez questão de frisar a especificidade das necessidades em causa: “O valor de um destes bilhetes dá para 56 vacinas contra o sarampo, algo que nós já damos como um dado adquirido, e a que tantas crianças não têm acesso. Essas 56 vacinas por cada bilhete solidário dão para

imunizar 28 crianças para essa doença.” “O futebol tem a obrigação de reconhecer e associar-se a causas tão nobres e genuínas como as que envolvem as necessidades básicas das crianças”, vincou, antes de vaticinar um prognóstico para a partida que se iria realizar pouco depois: “O vencedor já está encontrado, muito antes do jogo ter início: são as crianças, que são alvo de todo o trabalho incansável da UNICEF.”

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“É muito, muito importante. Primeiro, porque nos lembramos todos que estamos aqui por uma causa tão importante, por todas as crianças do mundo. Depois, porque estamos aqui com alegria”, começou por referir Beatriz Imperatori, diretora executiva da UNICEF, antes de prosseguir: “Todos jogamos em equipa, por um motivo, por um objetivo, é a mesma coisa. Estamos aqui todos unidos. Este espírito do futebol, do desporto, é algo que não devemos perder. O espírito de equipa, todos juntos conseguimos. Julgo que é bonito estarmos aqui todos juntos, a Liga, a Fundação do Futebol, a UNICEF, por um objetivo comum: ajudar as crianças.” Já Mário Costa, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portugal, vincou a notoriedade que o futebol confere a este tipo de iniciativas: “O futebol tem um fator catalisador e mobilizador. A UNICEF, por si só, é uma instituição que já faz muito em termos sociais, tem um papel muito importante em todo o mundo, com diversas iniciativas, se juntarmos o futebol, com esta capacidade de mobilizar, incentivar e fazer acontecer, consegue-se que os

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António

diretor da Unidade de Apoio à Autonomização da Santa Casa

“As crianças estiveram paradas durante ano e meio, se desconfinarem com iniciativas solidárias, melhor”

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Santinha

A Santa Casa levou quase duas centenas de crianças ao Restelo, ao jogo de solidariedade da UNICEF, uma de tantas outras iniciativas: voltar à normalidade possível e levar as crianças a conviverem, brincarem e crescerem juntas, aprendendo a ajudar, é o mote

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A tarde estava ensolarada, “jogava-se” a partida solidária de futebol promovida em parceria entre a Fundação do Futebol e a UNICEF, o Restelo espraiava-se sobre o Tejo, quase 200 crianças a cargo da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assistiam ao “Joga pelas Crianças”. António Santinha, diretor da Unidade de Apoio à Autonomização da Santa Casa, salientou a importância de ações de índole solidária, sobretudo na atual conjuntura. “Estas iniciativas, agora, para nós, são muito importantes, porque todas as crianças estiveram paradas durante um ano e meio, por isso ganha relevância esta retoma. Se for possível, então, que se proceda com iniciativas solidárias, melhor”, considerou o responsável da Santa Casa, que se mostrou indiferente quanto ao vencedor da partida que iria realizar-se minutos depois: “O aspeto competitivo não é aquele que é mais importante para nós, mas a participação.”

Alan (o marcador do golo) no apoio à dupla de avançados Nuno Gomes e Carla Couto. O técnico Manuel Fernandes teve ainda à sua disposição no banco Quim, Raminhos, Luciano Gonçalves, Toy, Dino D’Santiago, Conguito, João Pedro Pais, Daizer, Ana Silva e José Condessa. Os árbitros da partida foram Pedro Henriques e Eunice Mortágua. “Têm muita importância, por que são as figuras que os miúdos conhecem da televisão, das telenovelas e da praça pública e, portanto, há aqui um misto entre o que é a realidade e a ficção”, observou António Santinha, reportando aos participantes no encontro de solidariedade. O

responsável da Santa Casa focou também a relevância da quebra de uma rotina particularmente asfixiante para crianças que tiveram de ficar confinadas em casa. “O nosso grupo tem à volta de 180 pessoas, entre crianças, alguns familiares, auxiliares e técnicos connosco, aqui, hoje [5 de setembro], ainda é um grupo bastante grande”, começou por apresentar, passando a observar: “Foi muito tempo sem eventos, sem atividades programadas, portanto, nesta retoma, em todas as atividades em que é possível participar, nós estamos na linha da frente, porque é muito importante para os miúdos. Foi um ano e meio de paragem muito complicado.”

Figuras públicas foram trunfos

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Programa de atividades retomado A retoma, no início de setembro, estava em curso e era com otimismo que António Santinha avaliava as ações realizadas. “Já foram retomadas as atividades das férias, com todas as regras de segurança, tivemos a Colónia de Férias. Já têm acontecido também outros eventos, como alguns concertos, a própria Feira do Livro também foi aproveitada. Todas as atividades e eventos em que nós temos também participação como Santa Casa, aproveitamos essa mais-valia para que os jovens

possam participar e, na medida do possível, interagir e conviver, algo que tanta falta lhes faz”, começou por referir, prosseguindo: “Houve o Lisboa Bike Tour, entre outras atividades propostas e apoiadas por nós que vão acumulando e enriquecendo a experiência destas crianças”. “Os miúdos pedem o futebol, pedem os craques, poderem estar com outras pessoas, poderem estar uns com os outros, que é o que não tem podido acontecer. É por aí que nós vamos”, rematou António Santinha.

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A participação de diversas figuras públicas no evento que decorreu a 5 de setembro foi apontado como um trunfo de relevo para cativar a atenção das crianças. Recorde-se que a equipa UNICEF alinhou de início com Nélson Pereira na baliza, Paulo Battista, Hugo Leal David Carreira e Fernando Mendes no setor mais recuado, Marco Costa, Jorge Corrula e Silas no meio-campo e Fradique, Edite e Pedro Fernandes na frente. O treinador Toni contou no banco de suplentes com Paulo Santos, Pedro Alves, António Ferreira, Filipe Gaidão, Nélson Rosado, Sérgio Rosado, Chakall, Mickael Carreira, Rúben da Cruz, Rodrigo Gomes e Francis Obikwelu, que foi a “arma secreta” e marcou os dois golos da vitória por 2-1. Já a equipa da Fundação do Futebol teve Helton como guardaredes titular, Luís Marvão, Ricardo Rocha e Jorge Andrade numa linha de três, com João Pinto, Chainho, Pedro Teixeira, Sima Sabrosa e

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