Liga-te à Fundação #003

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Final Four Allianz CUP 2021-22

HÁ GOLOS SEM BOLAs NEM BALIZAs

Cumpridos sonhos de vida Angariadas 16 toneladas de alimentos com os oito golos marcados Igualdade, acessibilidade e sustentabilidade garantidas


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Por todos os adeptos

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Pelos adeptos, para os adeptos, com os adeptos. Foi assim que se fez, mais uma vez, a festa do Futebol na Final Four da Allianz Cup. A “bola” rolou ainda antes do apito inicial no relvado do Municipal de Leiria, com o concerto de Richie Campbell, a 22 de janeiro, e prolongou-se até depois da final, a 29. Foram muitas as atividades e diversões que decorreram nesses dias na Fanzone, montada no Jardim Luís de Camões, no centro de Leiria, e a afluência foi muito grande, por parte de famílias, jovens e não só. Mas não foram só os

A festa do Futebol foi promovida, uma vez mais, em prol de quem a faz e motiva: os adeptos! E todos foram lembrados – os que estiveram em Leiria… e não só adeptos que marcaram presença na cidade do Lis que foram lembrados. Em dias de jogo, a Final Four Allianz CUP 2021-22 proporcionou a interação dos jogadores das equipas à chegada ao Estádio Municipal de Leiria com os utentes do CMRA - Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, no âmbito da parceira mantida entre a Fundação do Futebol - Liga Portugal e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A iniciativa, feita de forma digital e através de videowall, visou proporcionar a manifestação de apoio mútuo entre adeptos especiais, em momento particularmente delicado das suas vidas, e os seus ídolos, atletas, treinadores e dirigentes, como o Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, que também se associou ao evento de interação com os utentes do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt


Golos que venceram a fome! Foram oito os tiros certeiros das quatro equipas na Final Four: valeram 16 toneladas de alimentos para ajudar os mais carenciados

golo marcado na Final Four, a Allianz, patrocinadora oficial da competição, procedesse à doação de uma tonelada de alimentos à Rede de Emergência Alimentar, oferta igualada pela Fundação do Futebol - Liga Portugal, que duplicou a oferta de uma tonelada de bens essenciais, por cada golo validado. Face aos resultados verificados (Sporting CP, 2 – Santa Clara, 1;

SL Benfica, 1 – Boavista FC, 1; e SL Benfica, 1 – Sporting CP, 2), foram marcados oito golos na Final Four, o que correspondeu, portanto, à doação conjunta de 16 toneladas de alimentos, entregues no Banco Alimentar Leiria/Fátima, que canalizou para cerca de 50 instituições locais, bem como pessoas e famílias carenciadas. Porque há golos que fazem a diferença!

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A Final Four da Allianz CUP 2021/22, realizada em Leiria, traduziu-se na oferta conjunta de 16 toneladas de alimentos para a Rede de Emergência Alimentar, numa iniciativa que resultou da parceria entre a Allianz e a Fundação do Futebol – Liga Portugal. Ao abrigo da campanha “Fome? Só de Golos!”, ficou estipulado que, por cada

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Uma outra forma de retribuir

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Profissionais de saúde do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão tiveram visita guiada, conheceram os bastidores da competição e assistiram aos jogos em local privilegiado

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Tratar bem quem cuida dos nossos – e, no fundo, quem merece. Foi seguindo este princípio e sob o mote “Para Vencer os Maiores Adversários” que a Fundação do Futebol – Liga Portugal, em associação com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, recebeu os funcionários do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. Estes profissionais de saúde tiveram a oportunidade de conhecer os bastidores da competição e da preparação do jogo, assistindo ao mesmo num local privilegiado, recebendo um tratamento personalizado e cuidado, tal como

fazem diariamente com os utentes do CMRA - Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. Esta foi a forma encontrada de manifestar o profundo apreço, agradecimento e reconhecimento para com estes profissionais de saúde, que acabaram por estar em representação de todas as outras

unidades hospitalares, as mais diversas, que continuam a enfrentar as dificuldades e constrangimentos inerentes à pandemia. Acabou por ser, assim, uma singela retribuição, em ambiente de futebol, por toda a atenção e cuidado diário que prestam diariamente aos utentes do seu estabelecimento sanitário. www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt


A iniciativa da Fundação do Futebol - Liga Portugal e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa proporcionou que a final a Allianz CUP fosse disputada com uma bola especial, personalizada com desenhos feitos por crianças hospitalizadas no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. Desta forma, não só receberam uma mensagem de esperança e força para enfrentarem diariamente os maiores desafios, nos tratamentos e na reabilitação a que procedem, como estiveram no centro do jogo e da sua decisão. Foi sem hesitações que o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão acedeu prontamente www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt

ao desafio da Fundação do Futebol – Liga Portugal e da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para que as crianças e jovens que recorrem aos seus serviços fizessem desenhos de esperança a serem estampados nos

seis gomos brancos da bola da final, processo que ficou a cargo da empresa Metro Numbers que se associou, desta forma, à iniciativa, como se pode ler, com mais detalhe, na página 15 desta edição.

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Crianças hospitalizadas no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão foram a jogo, vendo estampados no esférico com que se disputou a final os seus desenhos

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Seguir por uma via mais acessível e sustentável

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A parceria estabelecida entre a Fundação do Futebol – Liga Portugal e a Sociedade Ponto Verde fez questão que as preocupações ambientais estivessem sempre em campo na Final Four da Allianz CUP 2021-22. Nos diferentes espaços do evento desportivo, fosse no acesso ao estádio, na Fan Zone, no Miniestádio ou na Tenda do Adepto foi garantida a existência de equipas de mochileiros que ajudassem à separação do lixo, esclarecendo dúvidas sobre a reciclagem e apelando para a consciencialização ambiental, incentivando à separação do lixo, à redução deste tipo de consumo e à reutilização de elementos. Todos os espaços que albergaram toda a Final Four, estavam devidamente equipados para a separação e consequente tratamento do lixo, num trabalho conjunto desenvolvido pela Valorlis e pela Câmara Municipal de Leiria. Em paralelo à preocupação ambiental, foi tomada em linha de conta a acessibilidade de todos ao estádio e aos eventos que decorreram no âmbito da Final Four. Foram criadas todas as condições

Não se esgotaram nos golos, festa e divertimento as ações inerentes à Final Four da Allianz CUP. Preocupações ambientais e de acessibilidade tiveram espaço importante na agenda de apoio, segurança, acessibilidade e comodidade a todas as 25 pessoas com mobilidade reduzida – e respetivos acompanhantes que

assistiram aos jogos da competição, tendo sido criado um Guia de Acessibilidades para facilitar todos os procedimentos.

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Estes não se cansam Sábado de manhã, 10h00. O sol de 29 de janeiro ainda não aquecia, mas cerca de mil corredores (ou caminhantes) não se intimidaram e fizeram-se à estrada, em Leiria. Foi, assim, dado o tiro de partida da sexta edição da Corrida do Adepto, evento integrado na Final Four da Allianz CUP que este ano se realizou em formato presencial e virtual, e rondou o milhar de participantes, o que se traduz num tremendo sucesso. Quem corre por gosto, não cansa e estes não se cansaram. Cada participante podia optar por percorrer 5 ou 10 km de caminhada ou corrida e registaram-se inscrições desde França, Suíça e Brasil, com os corredores na vertente virtual a receberem em casa um kit de corrida, composto por uma camisola da cor escolhida - a camisola laranja, www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt

alusiva ao fair-play, foi a mais solicitada -, um dorsal e um diploma de participação. A solidária Corrida do Adepto 2022 manteve a ESConline como Main Sponsor, tendo contado ainda com o apoio da Câmara Municipal de Leiria, Instituto Português do Desporto e da Juventude, organização técnica da HMS Sports, SABSEG, Meu Super, Lacatoni e Solinca. A acompanhar o arranque do evento que voltou a contar com a participação de Carlos Alves, embaixador da prova, estiveram o Presidente da Liga Portugal, Pedro

Proença, o Presidente e o Vereador da Câmara Municipal de Leiria, Gonçalo Lopes e Carlos Palheira, bem como a Presidente da Rede de Emergência Alimentar, Isabel Jonet. Todos os participantes tiveram oportunidade de fazer valer a sua Responsabilidade Social e proceder a uma doação para a Rede de Emergência Alimentar.

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Foram cerca de mil os participantes na já tradicional e sempre solidária Corrida do Adepto. Mais uma vez, todos ganharam – pela interação, pelo exercício e pelo contributo no apoio aos mais carenciados

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O “impossível” tornado realidade

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Márcio Vieira e Luís Franco, adeptos de SL Benfica e Sporting CP, respetivamente, e com diferentes níveis de mobilidade reduzida, viram os seus desejos cumpridos, assistiram a jogo da sua equipa e estiveram com os seus ídolos

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Vieira, adepto benfiquista de 44 anos, teve o acidente de viação que o deixou preso a uma cama, comunicando apenas por SMS, já que apenas consegue mover a mão direita. Acompanhado pelos pais

octogenários, com a ajuda dos irmãos, o leiriense possui plena atividade cerebral e intelectual, tendo mesmo publicado um livro, exemplificando a sua força e capacidade de superação.

Memorável. Foi assim o jogo da primeira meia-final da Allianz CUP 2021-22, entre SL Benfica e Boavista FC, para Márcio Vieira. Tetraplégico, confinado a uma maca, viu a Fundação do Futebol adaptar um camarote do Estádio Municipal de Leiria, para que assistisse ao jogo, concretizando um dos seus desejos. Mais marcante ainda foi o momento devido à visita do Presidente do SL Benfica, Rui Costa, que lhe ofereceu uma camisola oficial autografada. Há duas décadas que Márcio www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt


opinião de luís estrela, Coordenador da Fundação do Futebol

Lado a lado com os artistas Também a segunda meia-final da Allianz CUP 2021-22, entre Sporting CP e Santa Clara, ficou marcada por mais uma iniciativa de Solidariedade e Responsabilidade Social. Luís Franco, adepto ferrenho dos leões, tinha o sonho de conhecer os jogadores da equipa verde e branca e a Fundação do Futebol – Liga Portugal concretizou-o. Em articulação com o Sporting CP, possibilitou que um desejo antigo do jovem Luís se tornasse

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realidade. Pedro Gonçalves, Jovane Cabral, Tiago Tomás, Luís Neto e Gonçalo Esteves autografaram um cachecol e, no final do jogo, ofereceram-lhe uma camisola. O jovem adepto enfrentou dificuldades extremas no passado e sofre de escoliose lombar (desvio lateral da coluna), tendo já sido submetido a três intervenções cirúrgicas. Luís Franco começou por estagiar na CM Leiria e acabou por ficar a colaborar com o município.

A Fundação do Futebol esteve na Final Four com 12 projetos. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, nosso parceiro institucional ajudou-nos a proporcionar aos profissionais e utentes do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e do Centro de Capacitação D. Carlos I, experiências inesquecíveis, levando a sociedade ao futebol, com as equipas, com o espetáculo e com a bola da final que teve os desenhos das crianças do CMRA. Os quatro finalistas foram igualmente participativos, empenhados e generosos ao terem assumido os nossos projetos, como deles. Proporcionou a 114 utentes, de 16 instituições leirienses, um dia especial, vivendo o futebol por dentro. Leiria galvanizou-se com o Concerto Solidário, com parte das receitas para a Fundação do Gil. Márcio Vieira e Luis Franco realizaram os seus desejos, provando que qualquer incapacidade não é impeditiva de realizar sonhos. Com a Sociedade Ponto Verde e a Valorlis, reduzimos a pegada carbónica na Final Four. A Corrida do Adepto percorreu as ruas da cidade, com as cores dos clubes. Lacatoni, SABSEG, Vitalis, Solinca, Rádio Comercial, Run Tejo, HMS e Câmara Municipal de Leiria assumiram o pelotão encabeçado pela ESConline. Na campanha “Fome? Só de Golos”, a Fundação e a Allianz duplicaram os 8 golos obtidos, em 16 toneladas de alimentos para a Rede de Emergência Alimentar. Mais que ter muitos projetos e parceiros, o fundamental é ter os parceiros certos, pois há muitos golos que não precisam de balizas.

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Parceiros Certos

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Mural da satisfação Foi em Matosinhos que foi criado um espaço de reconhecimento e prestado tributo a figuras de maior relevo do historial do Leixões SC – entre elas, está o Sr. Avelino, o roupeiro de “sempre” dos Bebés do Mar Não é o Muro das Lamentações, de todo. É, antes, o Mural da Satisfação, do Reconhecimento, um tributo a figuras maiores do historial centenário do Leixões SC, entre as quais entra o Sr. Avelino, roupeiro ao longo de décadas do emblema de Matosinhos. É com passo curto, tímido, mas sobretudo humilde, que chega junto de nós, para dar conta do que sente ao ver o seu rosto “imortalizado” junto de Óscar Marques ou Vítor Oliveira.

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“Que é que eu hei de dizer? Estou feliz por estar ali. Foi uma surpresa do presidente, do Moreira, ele é que decidiu. Foi por trabalhar cá há muito

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tempo, era o empregado mais antigo, a Esmeralda foi embora, já reformada, e eu continuei. Enquanto precisarem, eu vou andando”, conta, antes de lembrar como tudo começou: “Trabalhava ali na Senhora da Hora, nos carrinhos. A ‘patroa’ lavava cá a roupa, já era lavadeira, vim para aqui. Morávamos aqui, mas o Leixões agora precisou, tivemos que sair.” “Sou o roupeiro das camadas jovens. Agora, há menos que fazer… Eles agora vão para Lavra e por aí fora… Quando era tudo aqui, era sempre a aviar, de segunda a segunda, a entrar às sete da manhã e nunca tinha horário certo”, lembra, recordando o jogador que lhe ficou na memória: “Olhe, passaram muitos por mim, mas o Bruno China foi um jogador que me marcou muito. Agora, até está a treinar o Felgueiras. Tive muitos, foram muitos os que passaram por aqui. Mas ele, quando esteve aqui, antes de ir embora, pegou numa camisola e deu-ma. Ficou marcado.”

Presidente elogia guardião do Estádio do Mar Jorge Moreira, presidente do Leixões SC, explica a génese da ideia, as razões do projeto e da inclusão do histórico roupeiro no mural. “O futebol transcende as quatro linhas, é muito mais do que isso, e a parte humana tem de ser muito mais enaltecida e valorizada, porque é muitas vezes esquecida. Todas estas pessoas tiveram um papel determinante na formação não de grandes atletas, mas de grandes homens, de grandes cidadãos, porque acabaram por transmitir os valores que o Leixões SC considera intocáveis e eles foram decisivos nessa variante. Todos eles viveram aqui, mas o Avelino Guedes, o nosso ‘fashion adviser’, o mestre da rouparia durante anos, morou, fisicamente, no Estádio do Mar, é verdade. Na entrada principal do estádio, era um guardião do Estádio do Mar, que tem um simbolismo muito especial, porque foi construído com dinheiro proveniente da pesca, é algo que nos diz muito. A verdade é que, durante anos, o Avelino teve o condão de ser o protetor, o guardião, do nosso estádio, da nossa fortaleza, da nossa casa.” A Responsabilidade Social, assegura Jorge Moreira, sempre foi uma prioridade para o Leixões SC: “É algo que nos move. Até porque Matosinhos é uma cidade onde, infelizmente, existem muitos jovens provenientes de contextos sociais desfavorecidos.” www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt


Dois afegãos, outro oriundo do Benim: três refugiados – entre tantos outros – que deixaram as condições nefastas nos seus países e reencontraram a alegria de viver com uma bola nos pés. No Estrela da Amadora. Fomos conhecer a sua história Morteza e Ramal. São os nomes dos dois afegãos de 18 anos recémchegados e acolhidos pelo Estrela da Amadora. A barreira linguística é ainda um (grande) entrave, mas ainda assim, deixaram-nos as suas primeiras impressões. “Sinto-me muito bem nesta equipa de futebol em Portugal. Tenho esta oportunidade de jogar futebol, que é algo que eu queria desde que sou criança e agora tornou-se realidade. Os treinos estão a correr bem”, relata-nos o primeiro, dando a palavra ao compatriota: “Agora, tenho objetivos diferentes, que passam por jogar futebol a um nível profissional. Quero melhorar a minha técnica. Esta oportunidade também pode melhorar a minha condição geral de vida.” Num patamar distinto está Jules [Atiogbe], originário do Benim, que é já uma das grandes esperanças do clube, onde chegou em 2021. O promissor extremo que fez 19 anos a 11 de janeiro fala português e apresenta-se. “Cheguei a Portugal há dois anos. www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt

Morteza

Ramal

Jules

José Faria

A integração foi complicada, mas passou a correr tudo bem desde que cheguei ao Estrela. No Benim, tive problemas de religião com a minha família, tive a oportunidade de vir para Portugal e vim. Cheguei sozinho, não foi fácil, mas a Santa Casa [da Misericórdia de Lisboa], indicou-me este caminho, segui-o, e ainda bem, todos me ajudaram”, relata o jovem jogador. José Faria, coordenador do futebol de formação do Estrela

da Amadora, explica os motivos que levam o emblema da Reboleira a assumir um papel de relevo na vertente de Responsabilidade Social. “O Estrela, sendo não só um histórico, mas estando localizado muito perto da capital, onde chegam muitas pessoas deslocadas, muitos refugiados, tem de ser um clube recetor. Não ficamos indiferentes às dificuldades das pessoas que aqui nos aparecem”, começa por referir, sem deixar de assumir os eventuais dividendos desportivos (e financeiros) que possam advir da aposta e do serviço prestado: “Sim, temos que ser frontais. Há aqui dois caminhos, o da vertente social - e não vamos deixar de ajudar por ter mais ou menos qualidade -, mas se for um atleta que nos apercebemos ter potencial, não vamos desperdiçar. O futebol não deixa de ser um negócio e o nosso papel é também valorizar ativos. Se recebermos um Jules, um atleta que vem do Terceiro Mundo, e transformar a vida dele num sonho tornado realidade, de poder ajudar a família com esta porta que se abre para a Europa, é algo que nos apraz a nós e a eles, também.” Perante o desafio de se pronunciar sobre a possibilidade de Jules vir a ter um contrato profissional, José Faria não se faz rogado: “Não só é possível, como é quase garantido. Ainda tem idade de júnior, joga na equipa B, mas trabalha regularmente no plantel principal e não fica atrás dos outros.

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Renascidos pelo futebol

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Todos por uma causa A terminar o ano de 2021, multiplicaram-se as ações de Solidariedade e Responsabilidade Social no Futebol Profissional. Resultado: todos saíram a ganhar! Imbuídos do espírito solidário e natalício que marca a época, os Clubes e Sociedades Desportivas do Futebol Profissional procederam e promoveram muitas dezenas – quase uma centena - de ações de Responsabilidade Social

“Juntos Venceremos”

O Leixões SC venceu o Prémio de Responsabilidade Social de novembro pela campanha “Marcar golos pela Solidariedade!”, trocando ingressos para a receção ao CD Trofense por alimentos e bens de primeira necessidade entregues à Obra do Padre Grilo, o que valeu a recolha de mais de três mil alimentos entregues à instituição sem fins lucrativos que acolhe crianças e jovens em risco. Norberto Sousa, assessor de comunicação dos “bebés do mar”, adiantou que no Leixões SC se pretende que este seja “mais do que um clube de futebol”. “Temos também esta vertente social. (…) Oferecíamos bilhetes em troca de alimentos, ficámos todos a ganhar. As pessoas, que puderam assistir a um jogo do Leixões SC, e os meninos da Obra do Padre Grilo, que vão poder ter refeições diferentes e mais variadas também”, concluiu. Também Raquel Esperança, Presidente do Conselho Fiscal da Fundação do Futebol – Liga Portugal, referiu ter tido “muito gosto em entregar este prémio ao Leixões SC porque, para além da própria doação à Obra do Padre Grilo, também contribuiu para divulgá-la e apoiá-la, por tudo o que tem feito aqui pela cidade de Matosinhos”, observou, incentivando: “Ajudem, de alguma forma, e sintam que fazem parte desta onda solidária que o Leixões SC iniciou.”

O FC Porto foi um dos vencedores do Prémio de Responsabilidade Social de dezembro ao decorar a nova ala pediátrica do Hospital São João com elementos associados ao emblema, como jogos, entretenimento e ambiente de estádio. Tiago Gouveia, Diretor de Marketing dos “dragões”, sustentou que o clube “sempre esteve ao lado do Hospital São João”. “A nossa responsabilidade é total, no futebol jogado e com quem nos contacta. Essa responsabilidade tem de ser constante, não pode ser esporádica”, apontou, vincando que esta será “uma ligação eterna e que une as marcas da comunidade em prol das pessoas e para as pessoas sem qualquer sentido de necessidade individual”. Já Hélder Gomes, Branding Manager do FC Porto, abordou o conceito da nova sala da Ala Pediátrica. “Apresentámos várias propostas e foi precisamente a mais suave que o Hospital escolheu. Colocamos a nossa bandeira monocromática, tudo de uma forma muito suave, e depois achámos que era interessante colocar uma frase para os miúdos poderem absorver, escolhemos ‘juntos venceremos’ dada a finalidade da sala”, destacou. Também Mário Costa, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portugal, referiu que o FC Porto “marcou um belo golo, talvez um dos mais belos da sua história”.

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Solidariedade marca golos

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comum: fazer o bem no mês de dezembro – mais, concretamente, 89: 56 ao nível da Liga Bwin, 33 a partir da Liga SABSEG. Face à abrangência, pertinência e propriedade das ações efetuadas foram, excecionalmente, atribuídos três Prémios de Responsabilidade Social em dezembro – a FC Porto, SC Braga e Fundação Benfica. Antes, porém, em novembro, foi a ação do Leixões SC a ser distinguida

“Braga Solidário “Fábrica e Cruz Vermelha” de Sorrisos” A Fundação Benfica foi outro dos promotores de ações relativas à Responsabilidade Social a ser distinguido pela Fundação do Futebol – Liga Portugal com o Prémio de dezembro, ao possibilitar um Natal mais feliz a famílias, crianças e jovens institucionalizados, ao criar uma “Fábrica de Sorrisos” aos mais carenciados. “Todos os colaboradores do SL Benfica financiaram alimentos, roupas e brinquedos. Atingimos um número muito interessante, com 500 crianças e 100 pessoas identificadas como sem-abrigo. Foi um trabalho importantíssimo que fizemos sem qualquer sacrifício e este prémio que nos foi atribuído é, de facto, uma honra”, salientou Carlos Móia, Presidente Executivo da Fundação Benfica. Alberto Santos, Vogal do Conselho de Administração da Fundação do Futebol – Liga Portugal, deixou o seu apreço pela iniciativa desenvolvida pela Fundação Benfica. “Os clubes que geram muitas emoções dentro do estádio conseguem sair fora do estádio e tocar nos corações das pessoas que mais precisam. E a Fundação Benfica tem feito um trabalho notável nessa matéria”, observou o responsável da Fundação do Futebol, enaltecendo o trabalho desenvolvido, neste caso, pela Fundação Benfica em dezembro, com a campanha “Fábrica de Sorrisos”.

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O SC Braga também foi distinguido com o Prémio de Responsabilidade Social de dezembro, ao associar-se à distribuição de alimentos e agasalhos aos sem-abrigo. O Presidente António Salvador, que participou na iniciativa, deixou a sua perspetiva: “É um despertar de consciências. No Natal, em conjunto com a Cruz Vermelha, fomos para a rua ajudar quem mais precisa. Este é um prémio que nos deixa orgulhosos e que dá mais alento a todos. Com certeza que iremos continuar a trabalhar nestas causas para combater as desigualdades sociais.” Já Sílvia Gomes, responsável pelo projeto “Braga Solidário”, vincou a “vontade do SC Braga em dar reposta às necessidades da sociedade”. “Esta é uma distinção que nos orgulha imenso e estamos sempre ativos e alerta para os problemas que temos na nossa comunidade”, observou. Raquel Esperança, Presidente do Conselho Fiscal da Fundação do Futebol – Liga Portugal, comentou a iniciativa do clube minhoto. “O SC Braga foi uma das Sociedades Desportivas que no mês de dezembro se destacou, nomeadamente junto dos sem-abrigo em conjunto com a Cruz Vermelha. Atribuímos este prémio de forma a fomentar este tipo de iniciativas, contribuindo também para a Responsabilidade Social no futebol”, rematou.

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A arte de tornar todos um

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A Lacatoni voltou a associar-se à Fundação do Futebol e equipou os participantes na Corrida do Adepto que foi, mais uma vez, um sucesso. Respeitando as diferenças, por objetivos comuns, como a perseverança e a solidariedade

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A Lacatoni é uma empresa com 30 anos, criada em Portugal, na zona de Braga, com experiência no mercado de artigos desportivos, e mais uma vez associou-se à Fundação do Futebol – Liga Portugal colaborando com os equipamentos a serem utilizados na Corrida do Adepto. Foi José Carlos Carvalhal, filho do técnico e fundador da marca, Carlos Carvalhal, atualmente ao comando do SC Braga – a par dos também treinadores e fundadores, Alberto Pereira (Lakota) e António Soares (Toni), formando o anagrama em que resulta a marca “Lacatoni” – quem nos recebeu. “É gratificante para nós, podermos trabalhar com a Fundação do Futebol – Liga

Portugal, nomeadamente no Racismo NÃO e na Corrida do Adepto, porque são causas nobres, a que a Lacatoni se associa desde o primeiro momento. Tudo o que sejam causas solidárias e tudo o que a Fundação do Futebol faz, nós apoiamos, porque sabemos que são causas nobres. E no futuro temos a certeza de que iremos continuar”, perspetiva José Carlos Carvalhal. “Eu também joguei futebol, temos o trabalho em equipa, de solidariedade entre nós e o respeito mútuo. Se nós conseguirmos transmitir isso do futebol para a sociedade, estamos no bom caminho. Visto que o futebol é o desporto rei em Portugal e é o espelho da

nossa sociedade, temos que fazer com que o futebol seja o veículo transmissor para o respeito e solidariedade entre todos nós”, aponta, com uma ressalva: “Para isso, é necessário que toda a gente entre no mesmo barco e reme para o mesmo lado. Hoje, isso ainda não acontece, seja com jogadores, clubes ou instituições. Existe uma grande guerra entre todos nós e, se continuarmos assim, o futebol não vai a lado nenhum, nem a sociedade. É necessário criar mais iniciativas e remarmos todos juntos para o mesmo lado.” “Tomando a Corrida do Adepto como exemplo: cada um usa a cor do seu clube na camisola e corre por um objetivo comum, que é chegar ao fim da corrida. Correm todos na mesma direção para chegar a esse objetivo comum, que passa também por ajudar uma causa solidária. Que todos sejamos um!” www.fundacaodofutebol.ligaportugal.pt


Parceiros por um sonho Metro Numbers “vestiu” a bola da final da Allianz CUP, com os símbolos da prova, das equipas que a disputaram e os desenhos das crianças do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. As dificuldades técnicas e práticas não impediram que o sonho se realizasse

pontapés e rolar pelo relvado. Ou seja, o transfer tem de ter qualidade e não pode descolar. E está cada vez melhor!”, garantiu Paulo Mendes. Quanto ao papel da Fundação do Futebol no âmbito da Responsabilidade Social, o CEO da Metro Numbers tem uma ideia clara: é fundamental. “É muito importante a Fundação do Futebol rodear-se de empresas como a Metro Numbers, que colaboram, no sentido de sensibilizar outras pessoas que possam também dar. Isto é uma oportunidade de dar. O que é que nós damos? Um bocadinho do nosso tempo, do nosso trabalho, do nosso talento, cada um dá aquilo que pode. Se todos dermos um bocadinho, penso que será benéfico para toda a gente. E o Futebol também é isso. E a Fundação tem um papel fundamental, ao fazer a ponte entre potenciais colaboradores e pessoas que necessitam de ajuda”, rematou.

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Paulo Mendes, CEO da Metro Numbers, recebeu-nos e começou por explicar uma ligação que caminha para as duas décadas “Somos fornecedores e parceiros da Liga desde 2005, fornecemos a numeração, os nomes do lettering oficial, trabalhamos com a Liga há já muitos anos” – antes de revelar como nasceu a parceria com a Fundação do Futebol: “Somos especialistas em transfers. Fazemos para várias aplicações, mas sobretudo para tecidos, para

as camisolas dos jogadores de futebol. Fomos contactados pela Fundação do Futebol no sentido de aceitarmos um desafio: se haveria possibilidade de aplicarmos desenhos de crianças nas bolas de futebol. E nós aceitámos. Percebemos que era no âmbito da Responsabilidade Social e pusemos todo o nosso saber, todo o nosso talento ao serviço da Fundação, no que precisar de nós, pode contar com isso.” “Fomos incumbidos de colocar o emblema da Final Four na bola oficial da Liga, os emblemas dos dois finalistas e seis desenhos de crianças, que foram escolhidos, em seis gomos diferentes. Isto é um trabalho, tecnicamente, difícil de fazer, porque se trata de transpor um desenho, um traço, para um transfer, o que já de si, não é fácil, e temos ainda uma componente prática. Esta não será uma bola de exposição, é de jogo, vai levar

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