GUIA DE RELVADOS NATURAIS NO ÂMBITO DAS COMPETIÇÕES PROFISSIONAIS PORTUGUESAS
NOTA INTRODUTÓRIA: “Um Guia Orientador”
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“Experiência ao serviço do futebol”
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MANUTENÇÃO DE RELVADOS NATURAIS
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A importância da manutenção
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Construção adequada
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Tarefas gerais de manutenção
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Reparação após utilização
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Corte
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Rega
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Arejamento superficial e em profundidade
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Fertilizações
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Tratamentos sanitários
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Espalhamento de areia
Ressementeiras
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Marcações
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Verti-cut
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Recuperação de fim-de-época
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Monitorização dos relvados
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Formação da equipa de manutenção
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GUIA PARA CLASSIFICAÇÃO DE RELVADOS NATURAIS
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Parâmetros de classificação
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Medição
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Sistema de Rega
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Taxa de infiltração
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Planimetria
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Regularidade
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Compactação
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Resistência à torção
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Densidade
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Grau de infestação
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Altura de Corte
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Plano de Manutenção
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Aspecto Visual
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RECOMENDAÇÕES DE PROTEÇÃO DE RELVADOS
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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UM GUIA ORIENTADOR
A Liga Portugal, motivada pelo engrandecimento das competições profissionais que organiza, entende ser sua missão apoiar, com os mais eficazes e inovadores conhecimentos técnicos, as Sociedades Desportivas na gestão das suas infraestruturas. Para tal, em parceria com a empresa RED, desenvolveu este Guia de Relvados para o futebol profissional, documento que permitirá às Sociedades Desportivas a consulta objetiva das necessidades técnicas que produzam os efeitos desejados nos “tapetes verdes” do futebol. Da mesma forma, servirá para divulgar as melhores práticas, de acordo com recomendações da FIFA, desde a sua construção até às atividades regulares de manutenção, com a intenção de elevar os padrões de qualidade a médio prazo. O relvado é um elemento fundamental para desempenhos técnicos e para o espetáculo televisivo, pelo que este Guia pretende ser orientador das competições profissionais portuguesas. No mesmo, fazemos a integração de elementos específicos, gerados a partir das discussões dos Grupos de Trabalho da Liga Portugal, adaptando-os ao contexto das competições e dos competidores profissionais. Além dos enquadramentos e soluções necessários para a manutenção dos relvados a cargo das Sociedades Desportivas, este Guia sugere critérios que permitirão premiar avaliar a situação e evolução dos relvados. Nele se encontram a definição de parâmetros de classificação objetivos e mensuráveis, assim como os modelos de implementação destes critérios nos termos da classificação regular de relvados e de vistorias nos termos regulamentares.
Pedro Correia
(Diretor Executivo Coordenador da Liga Portugal)
A EXPERIÊNCIA AO SERVIÇO DO FUTEBOL
A RED – Relvados e Equipamentos Desportivos Lda. – tem vindo desde a sua fundação a dedicar-se com especial enfoque à construção e manutenção de relvados desportivos naturais para competições profissionais. Tendo já mais de 28 anos de experiência nesta actividade, podemos constatar que, apesar do crescimento verificado nos últimos anos, a importância dada aos relvados pelos mais diversos agentes desportivos ainda não é transversal a todos. Um relvado em bom estado é uma condição fulcral não só para garantir a prática da modalidade, mas também para assegurar a integridade física de todos os intervenientes. Igualmente, um excelente relvado permite potenciar ao máximo o investimento feito pelas Sociedades Desportivas nos seus jogadores, bem como a atracção de importantes contratos de apoio publicitário. A condição de um relvado é determinada por diversos factores, sendo essencial seguir-se um modelo de construção adequado e um plano de manutenção completo e detalhado ao longo da época de forma a não surgirem imprevistos. Neste Guia procura-se detalhar os vários parâmetros e operações a ter em conta de forma a que todos possam aplicar as melhores práticas possíveis nos seus terrenos de jogo. No âmbito da melhoria contínua dos relvados nacionais, a RED congratula-se por esta parceria celebrada com a Liga Portugal, permitindo-nos elaborar um manual único e pioneiro em Portugal, esperando que este contribua para a cada vez maior sensibilização e atenção para o palco onde os jogadores demonstram toda a sua qualidade.
Miguel Teixeira Bastos (Diretor da RED)
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A IMPORTÂNCIA DA MANUTENÇÃO _________________________________ A correcta manutenção de um relvado natural é essencial para assegurar excelentes condições de jogo, bem como o rendimento, satisfação e segurança dos jogadores. Por outro lado, há que garantir também um bom aspecto visual do campo e a sua longevidade. Só uma boa estrutura de manutenção (equipa e equipamentos) aliada a um plano de trabalhos e utilizações bem estruturado podem potenciar um relvado em excelentes condições durante toda a época. Por outro lado, os parâmetros do relvado têm de ser continuamente monitorizados de forma a antecipar problemas que possam surgir e rapidamente adaptar adequadamente o plano de manutenção inicial. Um bom relvado natural, quando correctamente mantido e apresentado, é crucial para permitir que os jogadores possam demonstrar toda a sua qualidade técnica. Mais ainda, a qualidade do relvado pode afectar diversas áreas do jogo, incluindo jogadores, equipa técnica, árbitros, equipa médica, espectadores e telespectadores. Um relvado mal mantido e apresentado desmotiva os espectadores e os intervenientes, aumenta o risco de lesões, diminui o rendimento dos jogadores e não contribui para o crescimento do desporto.
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CONSTRUÇÃO ADEQUADA _________________________________________ É fulcral que um campo seja construído de base correctamente, pois uma má construção pode tornar inútil um correcto e bem executado plano
Exemplo de estrutura de um relvado Um campo mal construído pode implicar maiores custos de manutenção, menos tempo de utilização e pior rendimento dos jogadores.
de manutenção. Um relvado natural tem de ser correctamente projectado e a execução da obra deverá estar a cargo de uma empresa especializada do sector, com larga experiência. Todas as partes integrantes do sistema de um relvado natural (drenagem, base, sistema de rega e relva) são essenciais para o seu comportamento e longevidade.
TAREFAS GERAIS DE MANUTENÇÃO __________________________________ Reparação após utilização Após cada utilização, os danos causados devem ser devidamente reparados por uma operação manual, vulgarmente denominada de “bater campo”, que consiste em fechar todos os rasgos existentes no relvado, assim como repor todos os abatimentos provocados pela utilização.
Após cada utilização o relvado deve ser limpo com a passagem de máquinas de corte rotativas que aspiram os detritos orgânicos resultantes do uso.
Corte Uma das importantes operações de manutenção do relvado é o corte das plantas. Este deve ser feito mecanicamente, usando máquinas com rolo de lâminas helicoidais, com 86 ou 91 cm de largura de corte, removendo sempre a parte das plantas cortadas. A frequência dos cortes depende sobretudo das condições climatológicas, da frequência da rega, da fertilização e do uso/função pretendida para o relvado.
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De um modo geral, no mínimo são realizados 4 cortes por semana, de abril a setembro, e 3 cortes por semana de outubro a março. Os relvados durante os períodos de competição devem apresentar uma altura homogénea cerca dos 22 mm de altura. O relvado deve ser sempre que possível cortado no dia de jogo no sentido transversal do campo, dividindo o campo em 18 faixas, conforme figura ao lado:
Rega A rega dos relvados é importante para sustentar a vida e saúde da planta. As regas devem ser efetuadas sempre que o grau de humidade do solo não for suficiente para assegurar a vida e o normal desenvolvimento das plantas.
O sistema de rega deve ser correctamente projectado, escolhendo os equipamentos correctos, assegurando o caudal necessário e a cobertura de toda a área relvada e, idealmente, de forma a poder ser controlado remotamente aspersor a aspersor.
Arejamento superficial e em profundidade Durante a época devem ser realizados arejamentos superficiais e em profundidade, consoante as necessidades e o tempo disponível, devendo ser efectuados em média uma vez por mês de competição. Os arejamentos superficiais consistem em ligeiras escarificações para remoção das partes mortas das plantas e, também, de algas que se formam pelo deficiente arejamento entre plantas e pela humidade. Arejamentos em profundidade através de Verti-Drain’s que incrementam o aumento do comprimento e do volume radicular, assim como beneficiam as condições de drenagem do solo principalmente a instantânea. A correcta escolha do equipamento, vazadores e timing da operação são factores essenciais para obter o máximo rendimento da tarefa.
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Fertilizações As fertilizações são essenciais para assegurar que a planta tenha todos os nutrientes de que necessita para se desenvolver. De acordo com os resultados das análises periódicas a realizar, as adubações sólidas devem ser calendarizadas reduzindo as perdas do adubo por lixiviação e exportação. Os adubos a utilizar devem ser microgranulados com uma formulação consentânea com as necessidades da planta e com a época do ano em que se procede à fertilização. Durante a época devem também ser realizadas fertilizações foliares para reequilibrar rapidamente a planta de alguma carência evidenciada. Geralmente, os adubos a utilizar na altura de outono/inverno deverão ter uma formulação mais rica em potássio (p. ex. 5-5-10), enquanto que durante a primavera/verão mais rica em azoto (p. ex. 14-2-7).
Tratamentos sanitários Perante as condições climatológicas (temperaturas altas e humidade) do nosso País é fundamental considerar tratamentos preventivos e curativos contra as doenças fúngicas dos relvados. Sempre que as sintomatologias ofereçam dúvidas recorrer-se-á a análises fitopatogénicas para identificação dos fungos presentes. As doenças fúngicas mais recorrentes no nosso País com maior significado nefasto para a planta que devem ser combatidas preventivamente são:
• Fusarium roseum;
• Sclerotinia homoeocarpa;
• Pythium blight (em ressementeiras);
• Laetisaria fuciformis;
• Curvularia lunata;
• Drechslera spp;
• Leptosphaerulina spp.
Os tratamentos preventivos a executar contra as doenças referenciadas devem ser feitos com fungicidas indicados para o controlo dessas patologias. Os fungicidas são utilizados nas concentrações recomendadas para a cultura da relva e de uma forma alternada para minimizar os riscos da criação de resistências. Os tratamentos a executar devem ser do conhecimento dos utilizadores do relvado para avaliação do risco que estes possam ter contra a saúde humana e meio ambiente. A aquisição e aplicação dos produtos fitofármacos carece de licença legal, conforme legislação em vigor – lei nº 26/2013 de 11 de abril.
Espalhamento de areia A operação de espalhamento de areia contribui para o melhoramento da regularidade da superfície, bem como do solo existente e da drenagem. Por outro lado, contribui também para assegurar uma superfície de jogo mais firme. Durante a época são efectuados espalhamentos ligeiros (12 a 14 m3 por operação), idealmente de dois em dois meses.
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Ressementeiras Após cada utilização do relvado, as áreas de baliza, as faixas dos árbitros assistentes e pequenas áreas danificadas devem ser ressemeadas de forma a assegurar a manutenção do nível de densidade desejado ao longo de todo o ano. As sementes a utilizar nas pequenas ressementeiras devem ter a mesma composição florística das que foram inicialmente utilizadas na produção do relvado. No outono/inverno a densidade da relva diminui. Nesta altura do ano, deverá proceder-se a ressementeiras integrais do relvado, com espécies que apresentem uma baixa temperatura de germinação e um rápido estabelecimento.
Marcações É importante que o relvado seja marcado com as medidas de acordo com a regulamentação existente. As linhas devem ser marcadas regularmente, de forma nítida e com tinta com formulação adequada para não queimar a relva. A correcta marcação de um relvado contribui decisivamente para um bom aspecto visual do mesmo, potenciando um melhor espectáculo ao vivo e televisionado.
Verti-cut Operação de limpeza da manta morta que se acumula na superfície que caso não seja regularmente efectuada, irá provocar obstrução à drenagem, bem como potenciar o aparecimento de fungos prejudiciais à saúde da planta.
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RECUPERAÇÃO DE FIM-DE-ÉPOCA _______________ No final da época desportiva deve-se proceder a um trabalho de manutenção mais profundo, por forma a preparar o campo para suportar as exigências de um novo período de utilização intensiva. Esta operação engloba trabalhos de descompactação e arejamento (com extracção) em associação com escarificações, espalhamentos de areia (60 a 70 m3 por campo) e ressementeira integral do relvado. Deve-se prever cerca de uma semana para a realização desta tarefa e quatro semanas de paragem após a conclusão dos trabalhos e antes da primeira utilização.
Monitorização dos relvados Para se manter um relvado natural em boas condições ao longo de toda a época é necessário proceder a uma constante monitorização do seu estado. Esta monitorização é efectuada não só por uma inspecção visual diária, bem como por frequentes análises de solo e medições de alguns parâmetros. Só conhecendo o completo estado do relvado, é possível definir os tratamentos e/ou operações a efectuar e as necessidades de produtos a adquirir. Em termos regulamentares prevê o Regulamento das Competições da Liga Portugal que o relvado tenha a obrigatoriedade de ser avaliado pela Liga no final de cada época desportiva, antes do início de cada época desportiva e nos meses de novembro, janeiro e março, ficando os clubes obrigados a proceder aos melhoramentos aconselhados pela Liga (anexo IV ao Regulamento das Competições).
Formação da equipa de manutenção Como em todas as áreas, a formação contínua das equipas de manutenção dos relvados é essencial para melhor desempenharem o seu trabalho. A equipa deve receber formação sobre todas as tarefas normais de manutenção, bem como sobre os produtos e equipamentos que utilizam. A valorização dos recursos humanos potencia o aumento de qualidade dos relvados, aportando benefícios financeiros e de imagem para a entidade dona do relvado. Cada relvado deverá ser mantido no mínimo por duas pessoas em regime permanente, sendo que poderá existir alguma economia de escala com o aumento do número de campos.
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No âmbito do regulamento das competições, a Liga Portugal realizará, no decurso da época desportiva, vistorias periódicas de avaliação do estado dos relvados nos respetivos estádios. Para isso, torna-se necessário estabelecer parâmetros de classificação que sejam relevantes, consistentes e objetivos. Deste exercício resultaram três grandes pilares:
1. Estrutura: avalia elementos estruturais do relvado que derivam da sua própria construção;
2. Performance: elementos relacionados com o comportamento espectável do relvado e da bola durante uma
partida;
3. Manutenção: avalia elementos relacionados com a manutenção do relvado, nomeadamente o seu aspeto
visual.
O seguinte quadro detalha os parâmetros de classificação de cada pilar e sugere níveis de classificação:
PARÂMETROS DE CLASSIFICAÇÃO ___________________________________ TIPO
PARÂMETROS MENSURÁVEIS
Estrutura
Sistema de rega
Estrutura
Taxa de infiltração
Estrutura
Planimetria
Performance
Regularidade
NÍVEIS DE CLASSIFICAÇÃO 1 – 95%
2 – 75%
3 – 55%
Cobertura total; controlo por sectores e individual dos aspersores
Cobertura total; controlo por sectores
Cobertura deficiente; rega por canhões
> 30 mm/h
30 =< 15 mm/h
< 15 mm/h
Avaliado após levantamento topográfico das cotas do campo <=15 mm
< 15 < 18 mm
> 18 mm
Performance
Compactação
=< 16 bar
< 16 < 22 bar
> 22 bar
Performance
Resistência à torção
>= 36 Nm
35 < 25 Nm
< 25 Nm
Manutenção
Densidade
>= 90%
89% < 75%
< 75%
Manutenção
Grau de infestação
< 10%
11% < 40%
> 41%
Manutenção
Altura de corte
=< 25 mm
=< 25 mm
=< 25 mm
Manutenção
Plano de manutenção
Existência ou não de plano de manutenção adequado (incluindo análises de solo); composição da equipa de manutenção; equipamento disponível.
Manutenção
Aspecto visual
O campo deverá estar cortado e marcado para se poder analisar este parâmetro.
Nota: o sistema de classificação considera relvados: • Premium: cumpre entre 85 e 100% dos parâmetros elencados; • Golden: cumpre entre 70 a 85% dos parâmetros elencados; • Silver: cumpre entre 55 a 70% dos parâmetros elencados.
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MEDIÇÃO _________________________________________________________ Sistema de rega A rega dos relvados é importante para sustentar a vida e saúde da planta. As regas devem ser efetuadas sempre que o grau de humidade do solo não for suficiente para assegurar a vida e o normal desenvolvimento das plantas. O sistema de rega deve ser correctamente projectado, escolhendo os equipamentos correctos, assegurando o caudal necessário e a cobertura de toda a área relvada e, idealmente, de forma a poder ser controlado remotamente aspersor a aspersor.
Taxa de infiltração A taxa de infiltração mede a velocidade com que a água se infiltra no relvado, permitindo aferir da estrutura de solo existente. A taxa de infiltração é medida com um aparelho idêntico ao da figura abaixo, aferindo a quantidade de água que entra no solo num determinado espaço de tempo.
Planimetria A planimetria, avaliada por levantamento topográfico, tem habitualmente uma configuração de telhado em quatro águas apresentando uma relação entre cotas de acordo com as dimensões da área relvada, como abaixo se indica. Uma planimetria correcta é fundamental para que se promova a escorrência de água superficial, funcionando desta maneira como o primeiro elemento para uma correcta drenagem dos relvados desportivos.
Regularidade A regularidade da superfície relvada é de extrema importância porque se relaciona directamente com o deslizamento da bola e consequente velocidade, com a facilidade recepção e com a acumulação de água nas depressões. A escala utilizada para a avaliação da regularidade da superfície estão definidos no ponto “Parâmetros de classificação”. O processo de medida é feito com a utilização de uma régua de 3m de comprimento, não deformável, medindo a folga entre o relvado e a régua nas zonas de aparentes depressões, não inferior a cinco avaliações por campo. Aconselhando-se a correcção das depressões sempre que sejam superiores a 18mm.
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Compactação A compactação tem efeitos imediatos no estado no relvado, facilmente verificáveis pelo aparecimento de zonas secas, áreas em relva e sem reação à aplicação de água ou fertilizantes. A compactação pode ser medida com um aparelho similar ao da figura abaixo, permitindo avaliar até 60 cm de profundidade. Deve ser medida em 5 pontos diferentes do relvado, sendo depois extraída a média.
Resistência à torção A resistência à torção mede a capacidade do relvado resistir à torção do pé do atleta durante a rotação em apoio. Quanto maior for a resistência à torção, maior será a estabilidade do relvado, contribuindo para proteger as articulações dos atletas e diminuir o risco de lesões. Este parâmetro é medido em 5 pontos do relvado com um equipamento similar ao da figura abaixo, extraindo-se depois a média.
Densidade A densidade reflete a cobertura de relva que temos em todo o campo, sendo a percentagem ideal 100%. No entanto, é muito difícil um relvado apresentar uma cobertura total em toda a época, pelo que se considera como nível 1 todos aqueles que tiverem mais 90% ou mais em média. A densidade é medida visualmente em 5 pontos do relvado, sendo o técnico responsável pela atribuição de uma percentagem por ponto, extraindo-se depois a média.
Grau de infestação O grau de infestação do relvado é medido de forma visual pelo técnico responsável que atribui uma percentagem de cobertura de infestantes. Quanto maior for o grau de infestação, pior será o relvado.
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Altura de corte Uma das importantes operações de manutenção do relvado é o corte das plantas. Este deve ser feito mecanicamente, usando máquinas com rolo de lâminas helicoidais, com 86 ou 91 cm de largura de corte, removendo sempre a parte das plantas cortadas. A altura de corte é uma das principais condicionantes da velocidade do jogo, devendo ser sempre abaixo de 25 mm. É medida em 5 pontos do relvado com um equipamento similar ao da figura ao lado, extraindo-se depois a média.
Plano de manutenção A correcta manutenção de um relvado natural é essencial para assegurar excelentes condições de jogo, bem como o rendimento, satisfação e segurança dos jogadores. Por outro lado, há que garantir também um bom aspecto visual do campo e a sua longevidade. Só uma boa estrutura de manutenção (equipa e equipamentos) aliada a um plano de trabalhos bem estruturado podem potenciar um relvado em excelentes condições durante toda a época. Por outro lado, os parâmetros do relvado tem de ser continuamente monitorizados de forma a antecipar problemas que possam surgir e rapidamente adaptar adequadamente o plano de manutenção inicial. Segue um exemplo de um plano de manutenção CAMPO DIAS
CAMPO 1 28 29 30
Corte
1
2
X
X
CAMPO 2 3
4
28 29 30
1
X
X
X
2
CAMPO 3 3
4
28 29 30
1
2
X
CAMPO 4 3
4
28 29 30
1
X
X
X
2
3
4
X
X
X
Tratamento sanitário Espalhamento de areia
X
X
Fertilização Marcação Bater campo
X X
X
X X
X X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Forquilhar Arranjo área gr. Ressementeira Verti drain
X X
Verti cut
Aspecto visual Um relvado bem mantido não chega por si só para apresentar uma boa imagem para os espectadores e a televisão. O campo deverá estar correctamente cortado e marcado, operações a realizar idealmente em dia de jogo. A imagem do relvado é bastante importante actualmente, pois nenhum patrocinador gosta de se associar a imagens menos positivas da competição, seja a nível das bancadas do estádio, seja a nível do relvado.
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X
X
X
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Atendendo a que o relvado é um dos elementos mais relevantes num estádio de futebol, contribuindo significativamente para a visibilidade do evento desportivo e para o retorno do investimento por parte das Sociedades Desportivas, consideramos ser de extrema importância recomendar padrões de utilização que acautelem a sua utilização. Estas recomendações emanam de discussão no seio do Grupo de Trabalho de Competições. Os elementos participantes consideram que, no contexto das competições profissionais de futebol em Portugal: • É unânime a necessidade das Sociedades Desportivas disporem de um campo de treino para evitar ao máximo utilização do campo principal; • Devem ser criadas regras de boas práticas com relação às ativações e ações a terem lugar no dia e no terreno de jogo, devendo ser evitada a utilização das zonas de grande penalidade; • Nos dias de elevada pluviosidade deve ser evitada a realização de ativações e ações que contemplem a entrada no terreno de jogo de muitos elementos; • Deve ser criada a prática das Sociedades Desportivas darem conhecimento à Liga Portugal de todas as utilizações /cedências de estádio para outras competições e/ou atividades, bem como o respetivo plano de utilização e cuidados previstos; • O estado do relvado deve ser acompanhado durante a época de modo a efetuar-se um diagnóstico, para serem tomadas medidas imediatas e concretas, consoante os problemas identificados; • Em cada estádio deve ser dispo nibilizado um plano de utilização de relvado, onde deve constar, nomeadamente, a indicação das respetivas zonas de aquecimento de cada uma das equipas antes e durante o jogo, evitando o uso da zona mais utilizada, conforme assinalada no diagrama ao lado: • O plano de rega deve estar bem definido.
Recomende-se
que,
após o aquecimento das equi pas, deve haver lugar a rega uniforme,
excecionando-se
os
dias com elevada pluviosidade; • É ainda recomendável que se evi tem usos tais como recreação do apanha-bolas, pré ou pós match, dentro das quatro linhas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que este Guia providencie as linhas orientadoras para a manutenção e utilização de relvados naturais no âmbito de competições profissionais de futebol. Num processo de avaliação contínuo, a Liga Portugal constatou a existência de uma lacuna no âmbito dos relvados que são considerados como um dos ativos vitais para o negócio do futebol. Com este Guia, esperamos sensibilizar as Sociedades Desportivas para práticas de referência que visem a melhoria dos relvados no médio prazo. Num espetáculo de futebol que se quer profissional, o relvado é o palco de eleição para os artistas, sendo peça essencial e apelativa no televisionamento de jogos. Importa investir na melhoria de condições de modo a elevar os seus padrões como fator de qualidade e promoção do futebol profissional. Por outro lado, a Liga Portugal estabeleceu com a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) um protocolo para o lançamento de um fundo de infraestruturas que visa, principalmente, apoiar as Sociedades Desportivas do segundo escalão, onde as condições financeiras são mais débeis. Nestas circunstâncias, a melhoria dos relvados será certamente uma prioridade. De modo a promover a desejada melhoria dos relvados, a Liga Portugal irá fazer três medições por época desportiva. Serão ainda premiados o melhor relvado e aquele que mais progredir durante essa mesma época.
Rua da Constituição 2555 4250-173 PORTO
T: +351 228 348 740 www.ligaportugal.pt