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ABR 2018
Lร DERES VOLTAM A REUNIR A 9 DE MAIO EM COIMBRA
Até
A televisão da NOS é a preferida dos portugueses Adere e junta-te à família
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Liga ou vai a uma loja
EDITORIAL
OLHOS NOS OLHOS
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uando, há sensivelmente um ano, desafiei os presidentes das sociedades desportivas, numa reflexão tornada pública no jornal A Bola (a 25 de abril de 2017), poucos acreditaram no que haveria de acontecer a 07 de março, em Coimbra: a realização da I Cimeira de Presidentes. E vamos já para o segundo fórum de líderes, a 09 de maio, poucos dias após o lançamento deste número 3 da “Liga-te”. Talvez por isso faça sentido voltar a falar em união da indústria do futebol profissional, no apelo que então fiz e que encontrou eco: vamos debater os nossos problemas e o nosso futuro olhos nos olhos. Encontrarão, nestas páginas, os efeitos desse eco, pela voz dos presidentes. Encontrarão, também, muitos dos motivos
no Paços de Ferreira. Ou, quando falamos em medidas concretas e desenvolvimento, ficar a conhecer as conclusões das nossas Jornadas Anuais, entre alterações regulamentares, propostas legislativas e posicionamentos dos nossos parceiros no futebol, com especial destaque para o fantástico envolvimento da NOS. A indústria do futebol, que a Liga Portugal representa, cresce muito além das polémicas mediáticas, que se esvanecem na espuma dos dias. Está, porém, aquém do escrutínio mediático, razão pela qual queremos emparceirar com os Media e os jornalistas, a quempretendemos oferecer mais conteúdos positivos, tentando abrir as portas dos clubes e da nossa própria organização. Vamos entrar em maio, o mês de todas as decisões. Saberemos qual será
que fazem da nossa indústria algo muito singular e extraordinário, como o rumo da vida de Mabil, que foi criança no maior campo de refugiados do Quénia, emigrou e tornou-se cidadão e internacional da Austrália e hoje é avançado
o campeão de um dos mais disputados campeonatos de sempre. Conheceremos o nosso futuro imediato, quer na II Cimeira de Presidentes, quer em Assembleias Gerais com propósitos de alteração regulamentar e ajustamento
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de quadros competitivos, com especial destaque para novo ciclo das equipas B. Esta indústria, que hoje funciona com planos de negócio e de atividades, com requisitos e regras financeiras muito definidas e transparentes, assim como com exigentes metodologias de gestão está a estruturar-se profissionalmente. Há hoje, em crescendo, uma grande sintonia entre todos as instituições com responsabilidades no futebol: a Liga, Federação Portuguesa de Futebol e todos os nossos parceiros de atividade e representantes das classes dos jogadores, treinadores e árbitros. Tenho a certeza de que o futuro próximo nos trará, a todos, boas notícias.
Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal.
LIGA-TE Nº3
RIGOR
Futebol profissional unido Liga juntou à mesma mesa os Presidentes de 30 Sociedades Desportivas. Dia 9 de maio há novo encontro, em Coimbra
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oi há menos de um ano que Pedro Proença revelou a intenção de querer juntar os Presidentes das Sociedades Desportivas à mesma mesa. Dia 7 de março de 2018 fica, então, marcado no calendário como o dia em que o futebol profissional mostrou sinais de união, mas, acima de tudo, vontade de querer avançar num caminho único e resolver questões importantes. A 1.ª Cimeira de Presidentes, que decorreu no Convento de São Francisco, em Coimbra, demorou mais de três horas e acabou em clima de tranquilidade. Estiveram representadas 30 Sociedades Desportivas, sendo que da Liga NOS apenas o Sporting CP se negou a estar presente, enquanto da LEDMAN Liga Pro apenas os presidentes do CD Nacional e do Sta. Clara informaram que não podiam comparecer, explicando ambos os motivos da ausência. Com sala cheia ficou clara a mensagem de agregação à volta dos interesses do futebol profissional. Foram quatro as grandes conclusões desta 1.ª Cimeira de Presidentes, começando, desde logo, pela marcação da 2.ª Cimeira, para dia 9 maio, a ter lugar também no Convento de São Francisco. Outra das conclusões passou pela solicitação feita pelas Sociedades Desportivas, para que Pedro Proença apresente, no prazo de 60 dias, um projeto de alteração do atual modelo de governação da Liga Portugal. Ficou também decidido criar uma comissão composta por Sociedades Desportivas para que, juntamente com o Presidente da Liga, debata com a Federação Portuguesa de Futebol temas relacionados com o futebol profissional. Definiu-se, igualmente, a comissão liderada pela Direção Executiva da Liga para desenvolver o modelo de continuidade das equipas B, que ainda integra um grupo de trabalho da LEDMAN LigaPro.
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LIGA-TE Nº3
RIGOR
REAÇÕES DOS PRESIDENTES ÁLVARO BRAGA JÚNIOR
PRESIDENTE DO BOAVISTA FC “Juntou a esmagadora maioria dos presidentes e percebemos que, por ventura, a Liga precisa de um novo modelo de governação, e creio que todos estarão de acordo, envolvendo as Sociedades Desportivas. Todos não somos demais para resolver problemas, embora já tenhamos resolvido alguns. O próprio presidente da Liga, que tem nas mãos a missão de apresentar um novo modelo de governação, saberá como fazê-lo. Houve uma enorme serenidade e assertividade em alguns pontos e provou-se que o Conselho de Presidentes com poder para deliberar poderá ser um ótimo modelo governativo.”
ANTÓNIO GASPAR DIAS
PRESIDENTE DO FC PENAFIEL “Esta Cimeira de Presidentes veio dizer-nos o quão importante é reunirmo-nos e, à volta de uma mesa, discutir o que nos diferencia e de pôr os nossos pontos de vista em cima da mesa, olhos nos olhos, sem subterfúgios, e discutir aquilo que é importante para o futebol português. De onde viemos, onde estamos e para onde queremos ir. Hoje foi o início de um conjunto de cimeiras de presidentes que vão acontecer ao longo do tempo. Ficou claro da importância de nos reunirmos para falar sobre o que nos aproxima e distancia. Em relação ao que nos distancia, de-
vemos chegar a um ponto neutro de entendimento. Quanto mais coesos e unidos nós formos, melhor e maior será o futebol português. Conseguimos entender-nos e isso é importante.”
PINTO DA COSTA
PRESIDENTE DO FC PORTO “Foi uma excelente ideia do Presidente Pedro Proença, que mais uma vez demonstrou a sua preocupação com o futebol português em tentar juntar os presidentes, algo que conseguiu, para discutirmos aquilo que tem sido feito e o que pode ser o futuro, como o género de governação. Há aqui um aspeto que devo realçar que é, por unanimidade, toda a gente reconheceu que Pedro Proença e a sua equipa tem feito um trabalho extraordinário. Realmente, uma Liga que tinha cinco milhões de passivo há dois anos e oito meses, conseguir dar a voltar e resolver o passivo, tendo hoje uma solidez financeira invejável. Foi um trabalho notável de gestão, o que me agrada
muito verificar. No meu entender, se a governação está boa deve manter-se. Foi proposto que os presidentes das SAD’s tenham intervenção e um acompanhamento do presidente e do próprio executivo, podendo contribuir para as decisões a tomar.”
PAULO LOPO
PRESIDENTE DO LEIXÕES SC “É fundamental manifestar este aglomerado de presidentes que aqui estiveram, quase a maioria, demonstrando uma união muito grande entre todos, muito para além de um "G" qualquer. Temos a perfeita consciência que a evolução do futebol e do modelo comercial e desportivo das nossas ligas passa por aqui. Falamos sobre os temas da atualidade, numa reunião que correu muito bem, com entendimento grande entre as partes e criaram-se as raízes necessárias para continuar a desenvolver o futebol profissional.”
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RIGOR
CARLOS PEREIRA
PRESIDENTE DO MARÍTIMO M “A adesão foi fantástica, teve um debate construtivo ao longo de três horas com quatro temas importantes: conselho de presidentes, novo modelo de gestão, as equipas B e os sub-23 e o financiamento. Foi proveitoso, abrimos uma nova página e todos estão a contribuir. O grupo de trabalho que está a ser criado para poder dar o seu contributo é composto por todos. Tudo o que envolve os presidentes melhora o futebol português. Não tenho dúvidas que ficou demonstrado que esta conjugação de esforços e união vai trazer grandes benefícios.”
HORÁCIO BASTOS
PRESIDENTE DO UD OLIVEIRENSE “A iniciativa é ótima e deve repetir-se. Daqui pode sair a consolidação do fu-
PEDRO PROENÇA | PRESIDENTE DA LIGA PORTUGAL
"UM MOMENTO DE VIRAGEM"
tebol profissional, dentro de um G33. Todas as Sociedades Desportivas têm um objetivo em comum, devem entender-se, discutir aqui e depois passar à prática. Definindo bem as regras por todos nós, certamente iremos ter frutos, em prol de um melhor futebol profissional. Com bom senso, conseguimos unir os clubes e, tendo em conta a nossa realidade, conseguimos fazer um bom trabalho. Hoje, com o Vídeo-Árbitro, somos um bom espelho para a Europa do futebol. Vários países vão introduzi-lo futuramente, pois traz benefícios para o futebol. Logo que possível, deve ser implementado na segunda liga.” www.ligaportugal.pt
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edro Proença era, naturalmente, um homem satisfeito no final da reunião, que o próprio considerou “um momento de viragem na Liga Portugal” e também de “agregação do futebol profissional.” “Tivemos a possibilidade de mobilizar os presidentes das Sociedades Desportivas que tiveram a capacidade de se sentar à mesa, iniciar um conjunto de reuniões para discutir e refletir sobre assuntos do futebol profissional”, afirmou o responsável no final da reunião à Liga-te e à Liga TV. Revelando que “foram solicitados alguns desafios ao Presidente da Liga”, Pedro Proença enumerou o trabalho que teria pela frente a pedido das Sociedades Desportivas. “Um estudo exaustivo sobre uma alteração de paradigma do modelo de governação da 7
própria Liga, estudar de forma incisiva sobre os impactos das equipas B na LEDMAN LigaPro”, disse, considerando isto como “um trabalho de continuidade.” A verdade é que Pedro Proença lançou o repto às Sociedades Desportivas e a resposta foi esmagadora. Recorde-se que já a 25 de abril de 2017, o Presidente da Liga Portugal havia mostrado, em declarações feitas publicamente, a vontade de ter os Presidentes juntos a discutirem o futebol profissional. “A primeira vez em que a Direção Executiva e o Presidente da Liga pediram para que as Sociedades Desportivas estivessem presentes, elas responderam de forma muito afirmativa e positiva. Esta é verdadeiramente a casa dos clubes”, concluiu.
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NOTÍCIAS
COMISSÃO DE INSTRUTORES CONCLUIU 28 PROCESSOS EM DOIS MESES A Comissão de Instrutores da Liga Portugal concluiu, no período compreendido entre fevereiro e março deste ano, um total de 28 processos. Destes, 16 foram processos disciplinares e 12 processos de inquérito. Por comparação face aos períodos homólogos das épocas anteriores, e tendo por referência a data de 30 de março de 2018, verifica-se um acréscimo no número total de processos instaurados. Concretamente, 42 por cento face à época 2016/2017 e de 94 por cento em relação à temporada 2015/2016. A 2 de abril de 2018, data da consulta dos presentes dados, a Comissão de Instrutores tinha já concluído 74 por cento do número total de processos instaurados na presente época desportiva.
Brandão Rodrigues, e ao secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo. O diretor de Tecnologia da Liga Portugal, Miguel Faria, apresentou-lhes o programa inovador e totalmente digital, que já permitiu a poupança de “uma tonelada de papel” com um sistema que está pronto para “funcionar em pleno há dois anos”. Mas também no Future of Football IV, congresso organizado pelo Sporting CP, a Liga Portugal elucidou as dezenas de visitantes – e também os próprios congressistas – acerca do e-Liga, aplicado nas competições profissionais do futebol português.
LIGA PORTUGAL NO CURSO DE FAIR PLAY SOCIAL DA LALIGA Certificada pela Universidade Internacional da Andaluzia, a LaLiga inaugurou
PRIMEIRO DEBATE “FUTEBOL E MEDIA” A sede da Liga Portugal foi palco de um debate inovador no âmbito das re-
ANTÓNIO COSTA CONHECE O E-LIGA
o curso “LaLiga Fair Play Social: como conseguir valor desde a responsabilidade social”. Na reunião de inauguração estiveram presentes vários representantes de clubes espanhóis e de fundações, sendo que a Liga Portugal também se fez representar. Nesta sessão foi abordada a planificação estratégica da responsabilidade social, a relação com patrocinadores, tendo sido apresentados alguns exemplos de impacto social em matérias de terceira idade, crianças e meio ambiente.
O e-Liga, plataforma digital que promoveu a desmaterialização da generalidade dos processos que ocorrem nos dias de jogo, por exemplo, relatórios de árbitros e delegados, esteve em destaque, no mês de março, na Centro de Alto Rendimento do Jamor – Mário Moniz Pereira, onde teve a oportunidade de o apresentar ao Primeiro-Ministro, António Costa, ao ministro da Educação, Tiago LIGA-TE Nº3
lações entre o futebol e os media, debate esse que envolveu as Sociedades Desportivas, o Sindicato de Jornalistas, o CNID e representantes dos Órgãos de Comunicação social. Uma das principais conclusões foi a necessidade da criação de um Grupo de Trabalho, que arrancará a 24 de setembro, onde serão discutidos temas prementes para os diversos intervenientes presentes no debate. A iniciativa da Liga Portugal contou com mais de 30 participantes, numa ação que se enquadra na credibilização do futebol profissional e promove o debate entre Sociedades Desportivas, Sindicato de Jornalistas, CNID e os representantes de Órgãos de Comunicação Social.
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AGENDA
ABRIL MAIO JUNHO
RIGOR
27/ABRIL ASSEMBLEIA GERAL DA LIGA PORTUGAL
9/MAIO CIMEIRA DE PRESIDENTES
(CONVENTO DE S. FRANCISCO - COIMBRA)
13/MAIO ÚLTIMA JORNADA DA LIGA NOS + ENTREGA DE TROFÉUS
13/MAIO ÚLTIMA JORNADA DA LEDMAN LIGAPRO + ENTREGA DE TROFÉUS
MAIO GRUPO DE TRABALHO JURÍDICO (FECHO ALTERAÇÃO REGULAMENTAR)
MAIO FECHO DO ORÇAMENTO E PLANO DE ATIVIDADES
MAIO 5.ª VISTORIA AOS ESTÁDIOS
14/JUNHO INÍCIO DO MUNDIAL (FINAL A 15 DE JULHO)
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LIGA-TE Nº3
RIGOR ANTÓNIO BARROSO Diretor de Comunicação da Liga Portugal
FUTEBOL E MEDIA
a maior preocupação – nas gerações vindouras. A Liga Portugal deve ter um papel fundamental na preservação da imagem das competições profissionais e dos seus protagonistas no chamado palco mediático. Mas estou convicto de que o organismo tem, também, uma missão a cumprir nesta relação entre os dois setores. Tal como o terá, também, a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC),
CONVERGÊNCIA
S
em alarmismos, mas com a consciência de que a Liga Portugal tem por missão a defesa da imagem das suas competições e dos seus protagonistas, entendemos que não bastava diagnosticar o que apelidámos de violência comunicacional, quando o presidente do organismo, Pedro Proença, esteve na Assembleia da República para debater a “Violência no Desporto”. Desde então, mostrámos disponibilidade e aplicámos o nosso know how para o debate sobre a relação entre o futebol profissional e os Media, reflexão para a qual convidámos, em abril, os diretores de Comunicação e Imprensa das sociedades desportivas, os Media, o Sindicato dos Jornalistas e o CNID, além de outras entidades. Estes dois setores – Media e Futebol – interagem com uma frequência incomensurável, embora se rejam por leis e regras próprias. Porém, a sua intensa convivência obriga a um novo caminho ao nível da conduta e da ética. E o que podia parecer lírico ou reduzível à mera discussão de procedimentos de segurança nos jogos transformou-se no momento-zero de um processo diplomático que tem recolhido imensos apoios dos dois lados da “barricada”. Outras reuniões se seguirão, assim como a constituição de um novo fórum. O palco mediático do futebol é gigantesco. É também muito popular e dado a excessos muitas vezes disfarçado de paixão clubística. Excessos esses que têm origem e reflexo nos clubes, nas equipas, nas redações, no quotidiano profissional dos jornalistas e dos responsáveis pela comunicação das sociedades desportivas, nas audiências e – aqui LIGA-TE Nº3
que só por impossibilidade de agenda, devidamente justificada, esteve impossibilitada de se fazer representar neste momento-zero, que decorreu na nossa sede, no Porto. O futebol profissional é, há já alguns anos, o setor de atividade mais escrutinado do País. É um assunto prioritário da Imprensa especializada, da generalista, da tradicional e da digital, da nacional e regional. É um “alvo” de dezenas de comentadores e opinion makers, uns mais independentes que outros. O nosso futebol, onde há mais talento do que factos polémicos, tem sido “bombo da festa” nos Media quando, muitas das vezes, nem se sabe como ecoa o bombo nem onde é a festa. O que acontece, muitas das vezes, por ser tão grande a necessidade e a importância de corresponder a audiências ou a mecânicas atuais de caça-leitores. No Parlamento, alertámos para a contenção da violência comunicacional. E, sem complexos, apelámos à responsabilidade dos diretores de Comunicação e Imprensa das sociedades desportivas, dos Media e da Administração Central. Mas não queremos condicionar o direito à crítica nem o escrutínio jornalístico. Bem pelo contrário. O que queremos é apelar, olhos nos olhos e com medidas ajustadas às realidades, à responsabilidade de todos, onde a Liga se inclui. Queremos trabalhar de modo a contribuir com conteúdos mais positivos e verdadeiros; queremos que se pense e discuta o futebol com equidade; e temos a ambição de emparceirar com o Media na defesa da integridade competitiva e até pessoal. O caminho é este. Será difícil trilhá-lo, mas é este. 10
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ombater e debater a “violência no desporto”. Foi este o desafio feito pela Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto e Comissão de Assuntos Constitucionais a alguns responsáveis de organismos, que estiveram toda a manhã de 10 de abril no Parlamento junto de Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, e João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e Desporto. Pedro Proença, líder da Liga Portugal, foi um dos convidados do debate, moderado por António Magalhães, diretor do Jornal Record, e que contou também com as presenças de Fernando Gomes, Presidente da FPF, Joaquim Evangelista, Presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, Luciano Gonçalves, Presidente da APAF, José Manuel Lourenço, Presidente do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Constantino, Presidente do Comité Olímpico de Portugal e Carlos Paula www.ligaportugal.pt
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“A INDÚSTRIA PRECISA DE QUEM LUTE”
O lider da Liga Portugal abordou a “violência no desporto” num debate no Parlamento e prometeu tudo fazer para melhorar a situação. “Contem com a Liga”, disse Cardoso, Presidente da Confederação do Desporto de Portugal. E foi ali, perante uma plateia composta por muitos representantes de Sociedades Desportivas, que Pedro Proença deu a garantia de querer unir “as forças da Liga, do Sindicato do Jogadores, da Federação Portuguesa de Futebol, Árbitros e Treinadores, a Secretaria de Estado, os Clubes e os Media, o próprio Parlamento”, de modo a que “todos juntos” pensem “um futebol positivo”. “Contem connosco, contem com uma Liga Portugal forte”, salientou. Relembrando que “nos estádios em que decorrem as competições organizadas pela LIGA, tanto o policiamento como o recurso a assistentes de recinto desportivo são obrigatórios e integralmente custeados pelas sociedades desportivas”, Pedro Proença frisa que esta é “uma forma de prevenir despesas maiores e mais graves”. www.ligaportugal.pt
O líder da Liga falou também do “programa extraordinário de incentivo ao melhoramento das infraestruturas” destinado ao segundo escalão, que foi traçado “em colaboração com a Federação Portuguesa de Futebol”, e cujo objetivo é “oferecer aos clubes da LEDMAN LigaPro a possibilidade de melhorar o serviço prestado aos adeptos e criar condições para jogos mais seguros”. Por outro lado, Pedro Proença congratulou-se com a ausência de “episódios de violência dirigidos a praticantes, árbitros e adeptos”, admitindo, porém, “que há espaço “para melhorias”. Saúda-se, assim, a “Lei da Violência”, mas a mesma “tem de ir mais longe, tem de ser capaz de ser preventiva relativamente a outros fenómenos de violência que não estão, a maior parte deles, tipificados como tal”. “Não me refiro apenas, muito pelo contrário, à violência física. Essa felizmente não se tem visto no futebol 11
profissional, pelo menos no interior dos estádios! Mas refiro-me à violência que está a condicionar todos os nossos protagonistas: a violência comunicacional! Trata-se de um fenómeno difícil de travar quando praticado por pessoas cujo principal interesse não é, claramente, o futebol”, salientou o responsável. Para Pedro Proença situações de violência comunicacional podem levar “a perda dos patrocinadores, da credibilidade e do bom nome dos clubes”, pelo que “o respeito pelo futebol profissional, pelos jogadores, treinadores e árbitros é um dever cívico de todos” e quem não entender esta mensagem, que nada tem a ver com rivalidades, tem que repensar a sua forma de estar na vida e no futebol”. “Esta indústria precisa de quem a eleve, de quem lute por ela e não de vozes negativas, de caminhos solitários, que podem tornar-se num verdadeiro malefício”, destacou. LIGA-TE Nº3
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CINCO MIL HORAS DE TRABALHO ENTRE LIGA PORTUGAL E SD
A
Liga Portugal apresentou às Sociedades Desportivas (SD) as conclusões de 39 reuniões de Grupos de Trabalho, o que aconteceu no passado mês de março, no Estádio Cidade de Coimbra, durante as Jornadas Anuais da época 2017-18. Mais de uma centena de elementos das SD assistiram ao culminar de cinco mil horas de trabalho nas diversas áreas de Competição, Jurídica, Financeira, Marketing e Comunicação e desses encontros surtiram 21 propostas de alterações regulamentares e 11 legislativas. Na sessão, apresentaram-se, então, as conclusões de 25 sessões oficiais – 228 participações – e 14 complementares dos cinco Grupos de Trabalho, iniciadas a 18 de setembro. Comparativamente à época anterior, verificou-se um aumento de cinco por cento no envolvimento das SD. PARTICIPAÇÃO NOS GRUPOS DE TRABALHO
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NOS LEDMAN
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Em conjunto com a consultora EY, a Liga Portugal aproveitou o evento para exibir um inédito anuário do futebol profissional que analisa a evolução económica e financeira da modalidade em Portugal. Realce para o facto de, na próxima temporada, 201819, estar já acertada a inclusão de um novo Grupo de Trabalho, dirigido à área da Tecnologia e Digital, onde será abordada a conexão digital em estádios, a plataforma e-Liga e os desafios de segurança digital. 18 setembro 2018
Reuniões periódicas
8 outubro 2018
12 novembro 10 dezembro 2018 2018
4 fevereiro 2019
28/29 março 2019
abril 2019
maio 2019
4 março 2019
O dia foi fértil em partilha de um ano de trabalho das Sociedades Desportivas, que se iniciou em setembro, mas contou também com a participação de parceiros da Liga Portugal. A NOS – que apresentou o plano estratégico e de posicionamento da marca –, a EY, o EuroBic, o Grupo Clever, a DRC, a VSports e também a La Liga, que acompanhou o plenário desde o início, tiveram participação ativa no evento. Quanto às propostas de alterações regulamentares, serão elaboradas até ao final de abril, sendo apresentadas, em maio, à Direção do organismo para posterior submissão em Assembleia Geral.
DIMENSÕES MEDIÁTICA E COMERCIAL DA FINAL FOUR
O
sucesso que foi a Final Four da Taça da Liga, nesta edição de 2017-18, foi um dos destaques das Jornadas Anuais. As SD e os parceiros presentes ficaram a conhecer os números da semana do futebol. Destaque para o facto de mais de 100 mil pessoas se terem deslocado à fan zone, localizada no ‘coração’ de Braga, em cinco dias. Pelo Estádio Municipal da cidade, que acolheu três jogos, passaram acima de 52 mil adeptos e ainda 270 elementos da Imprensa, e através da RTP, media partner da Taça da Liga, assistiram quatro milhões de espetadores. Números notáveis. O Advertising Value Equivalency da fase final da prova – esta valorizou-se em 42,7 milhões de euros – aumentou 48%, fixando-se nos 267,2 milhões de euros de retorno global. LIGA-TE Nº3
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MODERNIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS ÀS SD
O
centro de serviços partilhados é mais uma inovação da Liga Portugal, a pensar no crescimento e equilíbrio das Sociedades Desportivas. Em parceira com o Grupo Clever, o organismo que gere o futebol profissional lançou uma plataforma central de compras, indicando aos seus 33 associados vários fornecedores qualificados, em diversas áreas de atuação, de forma a que possam ser obtidos produtos mediante uma economia de escala. Além dessa oferta, cada Sociedade Desportiva da Liga NOS e participante na Taça da Liga tem ao seu dispor um subsite com clips de vídeos dos melhores momentos dos jogos que disputam, na condição de visitante e visitado.
MAIOR PRIVACIDADE E CONFIDENCIALIDADE
A
DO
ssente em oito pontos, o Regulamento Geral de Proteção de Dados, diploma aprovado pelo Parlamento e Conselho Europeus, regulamentará, a partir de 25 de maio, a proteção de dados pessoais em todos os estados-membros da União Europeia. A Liga Portugal, mediante as suas obrigações estatutárias, esclareceu, durante esta temporada, as Sociedades Desportivas do futebol profissional para a obrigatoriedade de conformidade ao RGPD.
liga portugal
UM FUTEBOL (AINDA MAIS) RESPONSÁVEL
A
s Sociedades Desportivas assistiram à apresentação do plano estratégico da Fundação do Futebol, nomeadamente as atividades e os projetos para a temporada 2018/19 inseridas na inclusão social, causas humanitárias, proteção de valores, além da ciência e tecnologia ao serviço da modalidade. Em prol da Responsabilidade Social, a Liga Portugal pretende aproveitar a notoriedade do futebol e dos seus intérpretes, promovendo ações próprias ou com entidades terceiras.
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LIGA-TE Nº3
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PRÓXIMA ÉPOCA, NOVOS ASSUNTOS, SEIS GRUPOS DE TRABALHO COMPETIÇÕES
01
Quadro competitivo: modelo é o adequado?
02
Profissionalização de agentes desportivos: qual o caminho?
04
Marcação de jogos: o que queremos?
03
Licenciamento estádio e fundo de infraestruturas: qual o caminho?
05
O papel das novas tecnologias?
COMUNICAÇÃO
01
Fomentar um quadro de ética
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Melhorar a relação entre as sociedades desportivas e os Media
04
Centralização de acreditação dos Media
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Reduzir o ruído nos cenários mediáticos de futebol
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Promover as competições
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Totonegócio
FINANCEIRO
01
Pressupostos Financeiros
Pressupostos de natureza financeira
JURÍDICO
01
Manual de Licenciamento das competições
Multipropriedade
02
Adaptação do Regulamento Geral
Infraestruturas
Registo de interesses
Para coincidir com a revisão estatutária
MARKETING
01
Propriedades
02
Bilhética
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eSports
Cadeiras e lugares marcados Consumo de bebidas alcoólicas Paridade dos preços em sectores similares (em coordenação com as Competições)
TECNOLOGIA
01
Estádio digital
Internet nos estádios
03
02
eLiga Do campo para o Mundo
04
LIGA-TE Nº3
Segurança Digital
Desafios da segurança digital do Futebol Profissional
Futebol digital
Tecnologia estruturante para Futebol Profissional
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A
estratégica parceria entre a Liga Portugal e a EY originou a produção, sem precedentes, de um anuário com “informação relevante” sobre a sustentabilidade do futebol profissional em Portugal, englobando as últimas três épocas. O documento, de 63 páginas, apresentado no Estádio Cidade de Coimbra, detalhou, entre outros, o impacto da modalidade no Produto Interno Bruno (PIB) e o nível de empregabilidade – mais de dois mil postos de trabalho criados em 2015-16. No documento são relevados indicadores de um menor endividamento, uma crescente influência socioeconómica – no turismo, nos media e nas casas de apostas – e um maior investimento em infraestruturas e plantéis. Este anuário é uma aposta da atual Direção Executiva da Liga e que deixa Pedro Proença, Presidente do organismo, naturalmente satisfeito, tendo considerado considerou o anuário “uma ferramenta vital para o crescimento e desenvolvimento da indústria”. O futebol, note-se, e segundo dados publicados no anuário, adjudicou, em 2016-17, 456 milhões de euros ao PIB (0,25 por cento), dado o volume de negócios de 680M €. Face a 2015-16, as receitas das Sociedades Desportivas da Liga NOS aumentaram 31 por cento, sobretudo com os direitos de atletas e os contratos de transmissão televisiva e desportivos, sendo agora as principais fontes de receita. Em contraste, a despesa desses clubes elevou-se seis por cento, fixando-se nos 585M €. Por outro lado, abateram-se 80 milhões de euros – 86 por cento do total de amortizações – em gastos com direitos de futebolistas, solvendo, ademais, 43 milhões de euros em juros de dívidas contraídas. Ainda em 2015-16, o saldo de transferências de atletas foi de 91 por cento, www.ligaportugal.pt
RIGOR
UM CONTRIBUTO PARA A TRANSPARÊNCIA DO FUTEBOL PROFISSIONAL CONTRIBUIÇÃO TOTAL PARA O PIB
2.055
+7%
€152.954
Postos de trabalho diretamente criados
Percentagem de aumento face a 2014-15
Produtividade média dos trabalhadores
Milhões de euros 500 450
443,3m
Milhões de euros 9,5m
400
350
350
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300
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200
150
150
100
100
50
50 Liga NOS
LEDMAN LigaPro
Liga Portugal
0
Contribuição para o PIB
Liga Portugal
456,1m
450
400
0
+44%
500
456,1m
3,3m
LEDMAN Liga Pro
9,5
382,8m 6,0 315,9m 7,9
443,3 375,7 304,8
2014-15
2015-16
2016-17
Liga NOS
atingindo os 157M €, com especial incipresentam apenas uma porção do dência no mercado de verão. O anuátotal” no tecido macroeconómico de rio revelou, ainda, que, além do passivo, Portugal. também o ativo das Sociedades DesEste relatório visa, por isso, auxiliar as deportivas subiu, o que constitui naturalcisões de stakeholders e atrair investidomente um indicador positivo. res com informação sistematizada do Nas últimas três temporadas, a Liga Porfutebol profissional português. tugal aumentou as suas receitas, que A parceria entre a Liga Portugal e a ascenderam aos 14,8M € em 2016-17, consultora EY, válida para os próximos ou seja, mais um por cento face à tem2+4 anos, prevê o cumprimento do Plaporada anterior, e mais 24 por cento reno Estratégico e do Business Plan do lativamente a 2014-15. organismo, de forma “conMiguel Farinha, partner da sistente e estruturante para EY, frisou, todavia, que esa valorização das compeDENOMINAÇÃO tas “estimativas de imtições”, num contributo pacto económico do para a transparência futebol profissional redas mesmas. Naming da Liga I
Naming da Liga II
Naming da Taça da Liga
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Patrocinador Oficial da Liga Portugal
OUTROS
Fornecedores de material desportivo
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LIGA-TE Nº3
RIGOR
ESTREIA EM JORNADA DE CLÁSSICO DA LIGA NOS
MATCH CENTER
A
Liga Portugal estreou, a 15 de abril, o Match Center – Centro de Monitorização do Futebol Profissional, que visa o acompanhamento centralizado dos jogos da Liga NOS e da LEDMAN LigaPro, prestando apoio aos diferentes agentes envolvidos na organização dos jogos.
O arranque do Match Center coincidiu com as jornadas 30 da Liga NOS e 34 da LEDMAN LigaPro, designadamente com o clássico do futebol português que opôs SL Benfica e FC Porto, no Estádio da Luz. Instalado na sede do organismo, no Porto, o Match Center “vem profissionalizar ainda mais toda a operação relacionada com a organização dos jogos das competições profissionais”, segundo Helena Pires, diretora executiva. Destacou também o contributo deste novo centro para uma “maior eficiência a vários níveis, designadamente dos line-ups, de ativações como a entrega de prémios e do recebimento da informação” proveniente dos vários estádios, garantindo, ainda, que a plataforma e-Liga está operacional.
Na verdade, o Match Center vem formalizar e sistematizar as práticas já existentes, prestando um apoio centralizado aos delegados da Liga, Sociedades Desportivas, equipas de arbitragem, imprensa e patrocinadores. “Criámos, a partir daqui, uma ponte com todos os estádios, o que permite, em tempo útil, perceber se está tudo a seguir os timings e os procedimentos que os regulamentos das competições impõem”, acrescentou Helena Pires. Este dia inaugural do Match Center da Liga Portugal foi acompanhado pela Sport TV que, ao longo do dia, realizou vários diretos com o objetivo de mostrar todo o trabalho de monitorização de uma jornada das competições profissional de futebol.
A equipa da Liga em processo de monitorização e acompanhamento das jornadas da Liga NOS e LEDMAN LigaPro. O envolvimento de todos os departamentos é fundamental para o sucesso da organização em todos os estádios.
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A LENTE DOS NOSSOS FOTÓGRAFOS
Aproxima-se do final um campeonato pleno de competitividade. Ainda com tudo em aberto, tanto no que toca a despromoções como no que diz respeito ao campeão nacional, os nossos fotógrafos aproveitam para fazer brihar o futebol!
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Não há futebol de segunda quando é de primeira o empenho e a qualidade dos protaginistas. Na LEDMAN LigaPro, a competitividade vai da primeira à ultima jornada. Entre emblemas históricos do nosso futebol, o foco das câmaras realça ainda o talento dos jovens jogadores portugueses. www.ligaportugal.pt
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TALENTO
FEVER
PRÉMIOS MENSAIS FEVEREIRO
MELHOR JOGADOR MÊS SAMSUNG LIGA NOS JONAS (SL BENFICA): Autor de três golos em três jogos no mês de fevereiro, o avançado brasileiro ajudou a equipa benfiquista na conquista de 12 pontos em 12 possíveis, sendo fundamental na manobra ofensiva da formação orientada por Rui Vitória nessas quatro partidas, razões pelo qual volta a receber este prémio. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– MELHOR JOGADOR MÊS SAMSUNG LEDMAN LIGAPRO VINÍCIUS (REAL SC): O jovem avançado vence este prémio, depois de ter marcado três golos e feito uma assistência para os companheiros de equipa liderada por Alexandre. O brasileiro é, também, um dos melhores marcadores desta prova. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– GOLO DO MÊS SAMSUNG LIGA NOS CERVI (SL BENFICA): O golo de pontapé de livre frente ao Portimonense ajudou os encarnados na conquista dos três pontos, num jogo em que o extremo argentino marcou os dois golos da vitória do SL Benfica. Jogo: Portimonense-SL Benfica; Jornada 22, 10/02/2018 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– LIGA-TE Nº3
GUARDA-REDES DO MÊS EUROBIC LIGA NOS MATHEUS (SC BRAGA): O guardião brasileiro protagonizou exibições seguras, que ajudaram os bracarenses na conquista de nove pontos em doze possíveis e valem-lhe, também, este prémio de melhor das balizas em fevereiro. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– DEFESA DO MÊS LIGA NOS ALEX TELLES (FC PORTO): Cinco assistências e um golo em quatro partidas disputadas pelo defesa lateral valem-lhe o prémio de melhor defesa da Liga NOS em fevereiro. O FC Porto venceu os quatro jogos nos quais o brasileiro atuou. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– MÉDIO DO MÊS LIGA NOS VUKCEVIC (SC BRAGA): Fundamental no meio-campo do conjunto orientado pro Abel Ferreira, o internacional montenegrino foi peça fundamental na conquista de três vitórias em quatro possíveis no mês de fevereiro. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– AVANÇADO DO MÊS LIGA NOS JONAS (SL BENFICA): O avançado brasileiro continuou a sua senda de golos marcados, ao fazer o gosto ao pé por 22
três vezes no mês de fevereiro: um contra o Rio Ave FC (e uma assistência) e duas contra o FC Paços de Ferreira, motivos que fazem dele o avançado em melhor forma. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– TREINADOR DO MÊS LIGA NOS SÉRGIO CONCEIÇÃO (FC PORTO): Cinco vitórias em cinco jogos, ou seja, 15 pontos em outros tantos possíveis. O pleno. O FC Porto de Sérgio Conceição terminou o mês de fevereiro na liderança da Liga NOS. Tudo isto fez o treinador dos “portistas” o melhor neste período.
MARÇO
MELHOR JOGADOR MÊS SAMSUNG LIGA NOS JONAS (SL BENFICA): Continua a provar que é um dos jogadores mais preponderantes da Liga NOS, Jonas voltou a ser considerado o melhor jogador da prova em março. O avançado brasileiro chegou ao fim de março com 33 golos marcados em 28 jogos efetuados, um marco impressionante. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– MELHOR JOGADOR MÊS SAMSUNG LEDMAN LIGAPRO RICARDO GOMES (CD NACIONAL): Numa senda de marcação de golos absolutamente impressionante, o avançado português do CD Nacional tem sido o catalisador que deixa em chama as balizas adversárias: sete golos em outras tantas partidas disputadas pelos madeirenses na LEDMAN LigaPro. Este registo www.ligaportugal.pt
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REIRO MARÇOO M contribuiu para que a equipa treinada por Costinha seja o primeiro classificado na prova no fim do mês de março. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– GOLO DO MÊS SAMSUNG LIGA NOS ANDRÉ PEREIRA (VITÓRIA FC): O remate de longe com o pé canhoto do jovem avançado português, emprestado pelo FC Porto aos sadinos, valeu-lhe o prémio de melhor golo do mês. André Pereira de 22 anos, que atuava na época passada nos escalões não-profissionais do futebol português, continua a demonstrar pergaminhos que poderão fazer dele um dos bons avançados portugueses do futuro. Jogo: Vitória FC-Portimonense; Jornada 27, 06/03/2018 ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– GUARDA-REDES DO MÊS EUROBIC LIGA NOS BRUNO VARELA (SL BENFICA): : O jovem
da Liga NOS no mês de março, ajudando o SL Benfica na conquista de outras tantas vitórias. Um dos principais responsáveis pela conquista do primeiro lugar por parte dos encarnados no fim do mês de março. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– DEFESA DO MÊS LIGA NOS RÚBEN DIAS (SL BENFICA): A par de Bruno Varela, também Rúben Dias é um dos principais responsáveis pela solidez defensiva dos encarnados no mês de março, mas não só na defesa se resumiu a importância do central português. No jogo frente ao CD Aves, marcou um dos dois golos da vitória da equipa de Rui Vitória. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– MÉDIO DO MÊS LIGA NOS ANDRÉ HORTA (SC BRAGA): Com quatro vitórias em quatro jogos, André Horta
guardião português não sofreu um único golo nas quatro jornadas disputadas
foi um dos principais obreiros do feito bracarense no mês de março. Assumiu
a titularidade a 10 de fevereiro e desde então, só somou vitórias do SC Braga na Liga NOS, até ao fim do mês de março. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– AVANÇADO DO MÊS LIGA NOS JONAS (SL BENFICA): Seis jogos, seis golos. Um registo notável. Jonas cimentou o estatuto de melhor marcador da Liga NOS no mês de março, contribuindo para a liderança do SL Benfica ao fim do mês de março. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– TREINADOR DO MÊS LIGA NOS ABEL FERREIRA (SC BRAGA): Cinco vitórias em cinco jogos, ou seja, 15 pontos em outros tantos possíveis. O pleno. O FC Porto de Sérgio Conceição terminou o mês de fevereiro na liderança da Liga NOS. Tudo isto fez o treinador dos “portistas” o melhor neste período. –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A votação para os prémios Samsung foi levada a cabo na plataforma votenosmelhores.pt e votenosmelhores.liganos.pt, juntamente com as escolhas de cada treinador das respetivas equipas das Sociedades Desportivas. No que toca aos prémios da Liga Portugal (Guarda-Redes do Mês EuroBic, Defesa, Médio, Avançado e Treinador do Mês), a votação foi feita no site da Liga, sendo aberta ao público.
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TALENTO
SUCESSO DAS EQUIPAS B EXPLICADO À EUROPA
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Do diagnóstico, que posicionou, em 2015, o campeonato secundário em forja de talentos, passando pelo investimento estratégico na prova até às conclusões e contributos estruturantes para os níveis competitivos profissionais e das seleções, os representantes de todas as ligas europeias conheceram o exemplo português.
Futebolistas como Bernardo Silva (Manchester City), André Silva (AC Milan), João Mário (West Ham) e Renato Sanches (Swansea) são apenas alguns exemplos que o futebol internacional bem conhece e cujo percurso desportivo ficou melhor entendido pelos responsáveis pelas ligas europeias.
ciclo de sucesso das equipas B, que decorreu na LEDMAN LigaPro entre 2015 e 2018, foi assunto em destaque no mais recente seminário da European Leagues (associação das ligas profissionais da Europa), em Edinburgo, na Escócia, onde Helena Pires, diretora executiva da Liga Portugal, provou a materialização do desenvolvimento dos jovens futebolistas em quadros competitivos de maior exigência. Além do mérito desportivo e competitivo, com dezenas de atletas agregados nos vários sucessos das seleções nacionais, incluindo os campeões europeus de França2016, o realce da apresentação da responsável portuguesa passou ainda pelos benefícios económico-financeiros das sociedades desportivas que detinham equipas B, cujas receitas durante o referido período somaram mais de 375 milhões de euros em transferências internacionais.
A IMPORTÂNCIA DAS EQUIPAS B NAS SELEÇÕES NACIONAIS
DOMÍNIO ESMAGADOR DESDE 2014
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s números dos últimos quatro anos exemplificam bem a importância das equipas B no panorama futebolístico português. Ora, para uma análise destas é preciso ter em conta que dois terços dos futebolistas convocados desde 2013 jogaram nas formações secundárias. Na verdade, as últimas nove convocatórias de Portugal de sub-19, sub-20 e sub-21 para fases finais de competições de futebol de seleções incluíram 116 futebolistas de equipas B, num total de 183 atletas selecionados nos últimos cinco anos. Note-se que foi em 2014 e 2015 que o efeito da ‘vitamina’ B mais se sentiu. No Campeonato da Europa de sub-19 viajaram até à Alemanha 12 jogadores de equipas B, num total de 19 convocados lusos, que foram finalistas vencidos pela própria seleção germânica. Em 2015, na Sérvia no Campeonato do Mundo de sub-20, em 2015, 15 dos 21 futebolistas eleitos tinha ligação a equipas B. Nesse ano, apenas cinco dos 23 escolhidos para participar no Campeonato da Europa de sub-21, na República Chega, não eram ‘bês’. Ao todo, entre junho de 2013 e julho de 2017, disputaram-se 40 jogos com 116 ‘bês’ lusos nas últimas nove fases finais de competições de seleções de sub-19, sub-20 e sub-21 de Portugal. Um número digno de registo.
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LIGAS EUROPEIAS A UMA SÓ VOZ
“S
omos a voz das Ligas Europeias de Futebol Profissional”. Uma frase que serviu
Proença, recorda-se que “todas as semanas” as ligas europeias proporcionam “mais de 450 jogos aos adeptos e a
de manter vivos esse sonho e ambição em nome dos clubes e adeptos”, pode ler-se.
de arranque para o manifesto assinado após a Assembleia Geral da antiga EPFL, onde ficou decidida a nova denominação do organismo. Foi a 6 de abril, em Edimburgo, na Escócia, que nasceu a EL (European Leagues) e também uma nova identidade daquela que representa as 32 ligas europeias. No manifesto, elaborado após a AG, na qual a Liga Portuguesa de Futebol Profissional esteve representada pelo seu Presidente e membro do Board, Pedro
toda a comunidade do futebol”, de forma a alimentar-lhes “o prazer e paixão” que lhes é proporcionado pelas equipas das quais são adeptos. Com o objetivo de “melhorar e proteger o equilíbrio competitivo nas competições das ligas profissionais, para bem do jogo, dos jogadores dos adeptos e dos clubes”, a EL acredita que todos os clubes e “não apenas alguns”, devem “ter a possibilidade de competir ao mais alto nível”. “Temos a responsabilidade
Defendendo “a implementação de princípios de Boa Governação no futebol para preservar e melhorar a reputação” da modalidade, as 32 Ligas Europeias salientam a necessidade de ter “a essência do mérito desportivo e da capacidade desportiva, enquanto fatores decisivos na vitória e na derrota” e onde os “resultados imprevisíveis sejam possíveis”.
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edro Proença, Presidente da Liga Portugal, foi nomeado para o Comité do Futebol da UEFA, onde estará em representação da agora denominada Ligas Europeias, antiga EPFL. Esta é uma estreia da Liga Portugal, depois da UEFA ter reconhecido a associação das Ligas Europeias, como um parceiro estratégico, que terá assento em todos os Comités. Dizendo-se “muito honrado com a nomeação da Liga Portugal para um dos comités permanentes da UEFA”, Pedro Proença vinca que este “é um reconhecimento merecido para a indústria do futebol”, prometendo trabalho e empenho.
FUTEBOL PORTUGUÊS RENDIDO "BOA REPRESENTAÇÃO"
“UMA VIDA DEDICADA AO FUTEBOL”
“O Sport Lisboa e Benfica congratula-se com o facto do presidente da Liga Portugal ter sido indicado para o Comité de Futebol da UEFA, sendo isso um reconhecimento do trabalho que tem sido desenvolvido no âmbito do futebol profissional português. Estamos certos que as competições nacionais, e o futebol europeu em geral, terão em Pedro Proença uma boa representação e uma defesa condigna.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
“É o reconhecimento de uma vida dedicada ao futebol e do excelente trabalho que tem realizado como presidente da Liga.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
LUÍS FILIPE VIEIRA, Presidente do SL Benfica
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PINTO DA COSTA Presidente do FC Porto
“RECONHECIDO PELO SEU TRABALHO” BRUNO DE CARVALHO Presidente do Sporting CP
"É sempre muito positivo para o país, e para o nosso futebol, quando um português é reconhecido internacionalmente pelo seu desempenho e pelo seu traba26
lho. É fundamental que os eleitos para estes cargos, tenham a coragem de sair da sua zona de conforto, de saírem do politicamente correto para o correto, e, desse modo, servirem e contribuírem para a melhoria efetiva do futebol". –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
“SABERÁ HONRAR A CONFIANÇA” ANTÓNIO SALVADOR Presidente do SC Braga
“O SC Braga encara a nomeação de Pedro Proença para o Comité de Futebol da UEFA como uma importante valorização do futebol nacional, notando o reiterado reconhecimento do mesmo nas mais altas esferas mundiais. Tal facto deve constituir, para todas as instituições e para todos os agentes, uma mensagem de grande responsawww.ligaportugal.pt
TALENTO bilidade no sentido da perceção de que Portugal tem um prestígio a salvaguardar a nível internacional, a partilhar por jogadores, treinadores e dirigentes. Manifestamos publicamente os nossos parabéns ao Dr. Pedro Proença, certos de que saberá honrar a confiança nele depositada e o seu vasto currículo em prol do futebol.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
“COMPETÊNCIA E PROFISSIONALISMO” ANTÓNIO SILVA CAMPOS Presidente do Rio Ave FC
“O Presidente da Liga Portuguesa de Futebol foi nomeado para o Comité do Futebol da UEFA, o que enobrece e engrandece o futebol português ao ver reconhecido o seu valor, na competência e profissionalismo do responsável da Liga Profissional Portuguesa. Depois do Presidente da Federação Portuguesa de Futebol ter sido nomeado vice-presidente do organismo que tutela o futebol europeu é agora a vez de Pedro Proença, presidente da Liga assumir um cargo de destaque dentro da estrutura da UEFA. O Rio Ave FC endereça os parabéns ao presidente da Liga Portuguesa.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
“PROVA O BOM TRABALHO” ANTÓNIO GASPAR DIAS Presidente do FC Penafiel
“Esta nomeação para o Comité de Futebol da UEFA prova o bom trabalho que Pedro Proença está a fazer na Liga, desde que foi eleito, assim como o profundo conhecimento do futebol português e do europeu. Tenho a certeza que a UEFA aproveitará esses conhecimentos e a sua experiência. É, sem dúvida, uma mais-valia para o futebol profissional ter o nosso presidente neste comité da UEFA.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
“POSTURA DE PEDRO PROENÇA ENGRANDECE O FUTEBOL”
HORÁCIO BASTOS Presidente da UD Oliveirense “É um motivo de enorme satisfação para um clube português e a Oliveirense deseja o maior sucesso no desempenho destas funções e espera que esta cooperação entre organismos do futebol europeu traga ainda mais benefícios para o futebol. Aproveito para sublinhar que a postura e desempenho profissional de Pedro Proença engrandece o futebol português e é a prova que somos, cada vez mais, reconhecidos nos organismos que regem e gerem o futebol.” ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– www.ligaportugal.pt
“ENALTECER INDICAÇÃO” LUCIANO GONÇALVES Presidente da APAF
“A APAF - Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol, não pode deixar de enaltecer a indicação do Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença para o Comité de Futebol da UEFA. Esta é mais uma demonstração do talento e da competência de um dirigente do futebol português, neste caso com o adicional orgulho por se tratar de um ex-árbitro e associado desta Associação de Classe.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
“SINAL DE COMPETÊNCIA” JOSÉ PEREIRA Presidente da ANTF
“É sinal de competência e de reconhecimento e, por isso, ficamos sempre satisfeitos com a representatividade nas altas instâncias do futebol. Qualquer representação do futebol português é para a ANTF, e certamente para todos os portugueses, um motivo de enorme orgulho. Trata-se de um sinal de compe27
tência do nosso futebol e do presidente da Liga Portugal. A verdade é que esta foi uma instituição que viveu uma fase menos boa durante o seu percurso, mas agora começa a ser reconhecida internacionalmente, o que é, naturalmente, de saudar.” –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
"TRABALHO MERITÓRIO"
JOAQUIM EVANGELISTA Presidente da SJPF "Pessoalmente e enquanto Presidente do Sindicato dos Jogadores quero congratular o Presidente da Liga, Dr. Pedro Proença, por esta nomeação que valoriza o futebol português, reforça a sua credibilidade e, ao mesmo tempo, reflete o trabalho meritório que tem desempenhado à frente da Liga. Cada vez mais, os quadros dirigentes das instituições desportivas portuguesas são reconhecidos para desempenhar cargos de responsabilidade nas instituições internacionais que tutelam a modalidade, o que nos deve orgulhar a todos." ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– LIGA-TE Nº3
DESTAQUE
FC PAÇOS DE FERREIRA TEM NOVOS ESPAÇOS PARA O FUTEBOL PROFISSIONAL
O
INVESTIMENTO DE 2,5 MILHÕES CONCRETIZOU UM SONHO ANTIGO
plantel do FC Paços de Ferreira conta, desde o início de março, com novas e melhores condições de trabalho, graças à inauguração de uma série de espaços exclusivos para o futebol profissional, no Estádio Capital do Móvel, com destaque para os novos balneários. Uma obra que representa “um sonho concretizado”, segundo o presidente da Sociedade Desportiva (SD), Rui Seabra, pois vem colmatar necessidades identificadas “há muitos anos”, garantindo balneários climatizados e com
“muito mais conforto”, um ginásio, um lounge para os pequenos-almoços e
descanso dos atletas e, ainda, “um departamento médico feito à medida das necessidades e das exigências atuais”. O projeto “foi pensado por pessoas que estão diariamente no jogo e no treino”, nomeadamente o próprio Rui Seabra, engenheiro civil, o que permitiu “que todas as valências se adequassem ao dia de jogo e não ficasse nada esquecido”. Ciente de que o crescimento do clube “não pode passar apenas pela classificação, todos os anos, da equipa profissional” e que o crescimento deve acontecer “de forma sustentada”, Rui Seabra está convicto de que a melhoria das condições trabalho no estádio é um passo “importantíssimo” para o desenvolvimento do clube. Daí o investimento de cerca de 2,5 milhões de euros nestas obras, resultante de um esforço redobrado já que foi
em mente. “Enquanto engenheiro civil olho para as coisas de uma forma mais abrangente”, diz. Desde logo, mais um campo de treinos e terminar os espaços interiores da bancada norte.
feito “apenas e só com dinheiro do clube”. Estas verbas, revela o presidente da SD, são provenientes “da venda de jogadores”, no âmbito de uma filosofia de gestão que passa pela descoberta, pelo departamento de futebol, de “pérolas” que se valorizam no FC Paços de Ferreira com vista a posterior transferência rentável para o clube, mantendo, ao mesmo tempo, “uma equipa boa e que dê garantias, pelo menos, de permanência” na Liga NOS. Os novos espaços não encerram, contudo, o projeto de infraestruturas para o futebol profissional que Rui Seabra tem
topo poente no Estádio Capital do Móvel. “Essa obra poderá dar-nos algum retorno, já que, como fica virada para a avenida principal, poderá ser dotada de algumas lojas comerciais e, eventualmente até, de um anfiteatro para utilização pelo clube e por entidades externas”, explica. Entretanto, os antigos espaços do futebol profissional, incluindo os balneários, foram entregues ao futebol de formação do FC Paços de Ferreira que, desta forma, vê também melhoradas as suas condições.
A longo prazo, o presidente da SD do FC Paços de Ferreira sonha com um novo
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DO CAMPO DE REFUGIADOS
AO SONHO DA “VIDA REAL” Awer Mabil, jovem avançado do FC Paços de Ferreira, nasceu num campo de refugiados no Quénia. Cresceu a sonhar com a “vida real” na cabeça e a bola nos pés descalços. Criou uma fundação e, aos 22 anos, tem já uma obra que vai muito para além dos relvados.
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onto prévio. Conversar com Mabil é aprender. Muito. Sobre humildade e humanidade. E também acerca do papel que o futebol pode ter para um mundo melhor. Awer Bul Mabil nasceu no dia 15 de setembro de 1995, filho de pais Dinca, um dos povos mais influentes do Sudão do Sul, de onde a mãe fugiu por causa da guerra que o fez crescer sem pai. O destino reservou-lhe como berço o campo de refugiados de Kakuma, o terceiro maior do mundo, situado no extremo noroeste do Quénia. Foi ali, com os pés descalços sobre a mistura de areia, lodo e pedras, que se apaixonou pela “bola de futebol” improvisada com o que havia disponível. Ali, em Kakuma, onde as temperaturas nunca descem dos 30 graus e sobem muitas vezes acima dos 40, cresceu a sonhar com uma “vida
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real” imaginada, até a mãe o levar para a Austrália, país que lhe ofereceu a oportunidade de transformar os sonhos em realidade. Hoje, Mabil vive a realidade no plantel do FC Paços de Ferreira, depois de passagens pelo Midtjylland e pelo Esbjerg B, ambos da Dinamarca. Alimenta a secreta e fundamentada esperança de estar presente no Mundial da Rússia e sonha em retribuir à Austrália e a Kakuma tudo aquilo que ambos lhe deram. Fora dos relvados, o jovem jogador do Paços é um dos mentores da fundação Barefoot to Boots, que criou quando ainda vivia na Austrália. Fazendo jus ao significado do nome Awer na língua Dinca – “Janela” – Mabil trabalha no sentido de, através do futebol, ajudar a abrir novos horizontes para os jovens do campo de Kakuma.
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Do passado guarda bem presentes as memórias do local onde nasceu e cresceu. “Vivi lá quase 11 anos”, recorda, lembrando os amigos que com ele partilharam as brincadeiras de criança. As recordações são tão fortes que imprimiu numa das caneleiras a fotografia do local onde existia a casa que lhe serviu de lar. Sobre o dia-a-dia em Kakuma, recorda que “era duro”, mas era tudo o que tinham. “Não conheciamos mais nada”, diz. A malnutrição provocada pela comida racionada, os cuidados de saúde muito insuficientes e a guerra próxima eram as principais ameaças. “Havia uma guerra grande ali perto de nós [Sudão], que era o maior perigo”, refere Mabil. Só para se ter uma ideia, em 1995, quando nasceu, viviam entre a população do campo de Kakuma
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DESTAQUE mais de sete mil crianças do sexo masculino desacompanhadas que tinham conseguido escapar ao recrutamento para combaterem na guerra como se fossem homens grandes (“Children in Sudan: Slaves, Street Children and Child Soldeirs”, Jemera Rone – Human Rights Watch/Africa). Mas não são só as memórias que deixam Mabil amargurado. O presente também tem esse efeito. O campo de Kakuma, diz, “é como uma ponte. É um sítio para onde tu não queres ir, mas que podes usar para ir para outro lado. Infelizmente, às vezes, tens de ficar lá a viver por muito tempo. É o caso de algumas pessoas que conheço. Estão lá desde que o campo foi criado, ou seja, há mais de 25 anos”. Para a família de Mabil, a ida para Kakuma “foi uma forma de fugir” da guerra no Sudão. “Foi excelente para nós, porque encontramos maneira de sair de lá. Mas ainda há gente que perma-
nece no campo. Por isso, nós devemos olhar para trás e não as esquecermos, porque são pessoas e merecem ter acesso à saúde e oportunidades como toda a gente”, diz. A solução para a família de Mabil aconteceu em 2006, após um longo processo burocrático no sentido de obter um visto humanitário, que permitiu a recolocação na Austrália. “Tivemos a sorte de ser aceites, com a ajuda de um tio meu, e de podermos ir para um local que nos desse uma oportunidade”, recorda o jogador.
“IMAGINAVA UM LOCAL ONDE NÃO SE MORRIA DE PEQUENAS COISAS”
Na Austrália, Mabil encontrou um mundo novo. Em Kakuma, recorda, todos imaginam como será a “vida real”, longe dos limites do campo de refugiados e da pobreza circundante. “A vida real que costumavamos imaginar era um local onde as pessoas não morriam de pequenas coisas. Onde viviam muito tempo, onde não vias os teus amigos a lutar, vias toda a gente feliz e, basicamente, tinhas tudo aquilo que desejavas”, revela. Era como sonhar acordado. E embora o jovem jogador do Paços de Ferreira considere positivo sonhar, reconhece que “há ali gente com muito pouca sorte” e isso deixa-o desolado. “Magoa-me porque penso que, neste mundo, toda a gente merece uma oportunidade para se tornar no que queira ser. É isso que quero passar às crianças, seja através do futebol
ou de mim próprio como pessoa. Quero lembrar-lhes que existe vida lá fora e que aquilo que tu imaginares pode realizar-se. Depende apenas da forma como pensas. E das pessoas que também te motivam e que tu usas como um exemplo para alcançares essas coisas da vida real que queres”. No caso do pequeno Mabil, ainda criança, o sonho crescia de cada vez que caminhava durante uma hora, percorrendo os caminhos do campo de Kakuma para ir assistir à transmissão dos jogos do campeonato inglês na televisão. Os olhos sorriem-lhe ao recordar: “Na verdade era bastante divertido, porque ia com os meus amigos e havia rivalidades entre os que apoiavam o Manchester United e os do Arsenal, que eram os clubes que dominavam naquela altura. Enquanto caminhávamos, iamos brincando uns com os outros, conforme fazem os miúdos. E eu tinha um sonho, que era, se tivesse uma oportunidade, tornar-me jogador de futebol. Felizmente esse sonho tornou-se realidade. E, com trabalho, vou continuar a fazer mais coisas no futebol. Portanto, só espero poder dizer aos miúdos que estão no campo de Kakuma, que fazem o que eu fazia, que não há problema em sonhar alto porque é dessa forma que tu consegues atingir aquilo que queres. Espero poder vir a ser esse exemplo e essa ponte para eles, para lhes fazer sentir que “eu também posso conseguir” no futebol ou noutros desportos, como médico ou naquilo que eles quiserem ser. Espero ser esse exemplo”.
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FUNDAÇÃO DOA CHUTEIRAS, INCUBADORAS E ATÉ PENSOS REUTILIZÁVEIS
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s primeiros 11 anos de vida foram passados a jogar a bola com os pés descalços, num “campeonato” que não tinha regulamentos a impedir campos com balizas improvisadas e sem buracos, pedras e rastejantes venenosos. Mabil recorda, como se fosse ontem, o dia-a-dia no campo de refugiados de Kakuma: “Era duro. A única forma que tinhamos de parar de pensar era fazer desporto, jogar com os amigos, construir coisas”. “Era muito especial para mim. Tinhamos de fazer as nossas próprias bolas e ser
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criativos. Isso estabelecia uma ligação muito pessoal com a bola. Quando jogas com ela tens uma sensação muito própria, porque colocas nessa bola um sentimento especial. Essas são memórias verdadeiramente boas. Acho que são as minhas melhores memórias no futebol, porque fizeram de mim o jogador e a pessoa que sou hoje. Estou agradecido a Kakuma e ao que passei lá”, acrescenta. Esta relação emocional com o passado fez com que Mabil regressasse, em 2014, ao campo
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de refugiados que o viu nascer. Foi o ponto de partida para a ideia de criar, no ano seguinte, uma fundação – a Barefoot to Boots (tradução literal: “Descalço para Botas”) – destinada a ajudar os jovens de Kakuma. Porque quando ali habitava “não tinha calçado, não tinha nada, andava sempre descalço”, Mabil lembrou-se de levar, neste primeira viagem acompanhado pelo irmão, “algumas camisolas, bolas de futebol e chuteiras para oferecer”. No regresso à Austrália levava a consciência reforçada de que as necessidades continuavam a ser muitas e decidiu, por isso, falar com os colegas de equipa para, no final da época, lhe oferecerem as suas chuteiras e equipamentos, já que todos os anos beneficiam de “entre sete a oito pares de chuteiras gratuitas fornecidas pelo patrocinador”. Uma ideia que ganhou corpo, envolvendo já, através da Barefoot to Boots, todas as equipas do principal campeonato australiano. O trabalho da fundação ganhou, também, rapidamente, dimensão maior. “Quando voltei a Kakuma percebi que havia outros problemas e que poderíamos fazer muito através do futebol. Tinha a ver com os direitos de género, a saúde e a educação. São essas as áreas que a fundação está agora a cobrir. Já doámos duas incubadoras para os bebés do hospital e computadores,
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livros e lápis para as escolas”, realça. “Também fazemos muita coisa para as raparigas, porque elas não vão à escola por causa da menstruação. Por isso, falámos com empresas que fazem pensos reutilizáveis e doamo-los para que elas possam ir à escola sem preocupações”, acrescenta.
clubes para colocarem um grande depósito onde as pessoas pudessem colocar as suas chuteiras ou roupas”, que depois recolhia com destino a Kakuma. Questionado sobre se não seria de aproveitar a ideia e repetir o mesmo trabalho em Portugal, Mabil confessa ter a “mente aberta” e o desejo de expandir
Desta forma, a Barefoot to Boots é hoje “mais do que futebol”, tendo já recebido o apoio do e os elogios do governo australiano, nomeadamente da ministra dos Negócios Estrangeiras, Julie Bishop. Atualmente, encontra-se num “processo de procura de um grande armazém de recolha, na Austrália, para onde as pessoas possam enviar coisas”, explica Mabil, lembrando que quando atuava no campeonato australiano “pedia aos
o trabalho da fundação, mas obedecendo a “uma estratégia”, que respeita “os limites das outras pessoas”. E explica: “Eu não quero chegar e começar logo a pedir. Quero criar um nome. Depois de o fazer e de as pessoas começarem a saber quem sou, então poderei dizer-lhes aquilo que faço fora do futebol. E se estiverem interessadas, naturalmente, poderão fazer parte. Mas se não quiserem, tudo bem, não há problema”.
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“PARTILHAR AMOR É A ÚNICA FORMA DE MELHORAR O MUNDO”
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abil está particularmente atento à recente crise migratória que tem afetado as populações da Síria e dos
países da África subsariana. Choca-o, em particular, que haja países na Europa a fechar as suas fronteiras aos refugiados. “Não sei se cruel é a palavra, mas é muito triste, porque aquilo que tens de fazer é colocar-te no lugar de um refugiado”, diz. “Ninguém quer abandonar a sua casa. Mas eles são forçados a sair por causa da guerra. Se tens família, se tens filhos… Põe-te nessa situação e pensa no que é que farias se houvesse guerra no teu país. Claro que irias querer procurar um lugar para garantires que os teus filhos ficam em segurança. E se fores uma criança, não vais querer ver o teu pai ou a tua mãe levarem um tiro, ou serem mortos. É isso que acontece nestes países de refugiados. Não está nada sob controlo. Eles não conseguem controlar o que está a acontecer. Eles só querem o melhor para as suas famílias”, reforça. O jovem jogador do Paços de Ferreira defende, aliás, haver vantagens para os países que recebem refugiados. “Quan-
do tens pessoas diferentes é quando tu aprendes enquanto ser humano. Sei que muita gente não pensa assim. Fecham a sua mente e pensam, “deixem-nos lá, nós estamos confortáveis aqui, não os devemos deixar entrar porque isso vai causar problemas”. Eu acho que há muitos benefícios em receber refugiados, porque significa arranjar mais gente para trabalhar, mais gente para apoiar o teu país, coisas assim… Eu sou uma pessoa que gosta de receber toda a gente. Se tu és português e quiseres vir para o Sudão, vem para o Sudão. Eu vou aprender com a tua cultura. Tu cozinhas comida diferente da minha e eu comerei comida diferente. É isso que tu obténs destes chamados refugiados. Eles são apenas pessoas como nós, que querem o melhor para as famílias deles. Espero que, um dia, o mundo possa aceitar que toda a gente é igual e que partilhar amor é a única forma de melhorar o mundo para todos.
“VOLTAR A KAKUMA MANTÉM-ME HUMILDE”
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abil teve um início de vida duro. Cresceu a imaginar o mundo fora dos limites que a realidade impôs e conseguiu concretizar o seu sonho, graças ao esforço de uma mãe viúva da guerra, que, heroicamente, salvou o futuro
LIGA-TE Nº3
dos seus três filhos. E embora Mabil não seja homem de choro fácil – “prefiro guardar as coisas para mim” – reconhece que regressar a Kakuma é sempre muito difícil. “Ainda tenho primos a viver lá”, revela, recor-
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dando que a primeira visita ao campo de refugiados “foi muito emocional”. E confessa: “Eu, simplesmente, fui-me abaixo. Regressei lá quatro ou cinco vezes nos últimos três anos. E sempre que lá vou, choro. Ver pessoas que cresceram connosco, que eram miúdos e agora são adultos, e que ainda moram lá, sabe Deus por quanto tempo mais... Isso parte-me o coração. É verdadeiramente duro voltar, mas eu sei que é uma forma de ajudar. Às vezes temos que encarar. Voltar a Kakuma mantém-me humilde”. E é com esta humildade que Mabil revela o seu sonho maior, o projeto de uma vida: “Vou construir em Kakuma um grande centro, não só para desporto, mas para todo o tipo de coisas. Futebol, academias, espaços para pessoas que gostam de ler, coisas assim. É isso que quero fazer. É esse o meu sonho. Dar-lhes uma oportunidade. Um local onde as pessoas do mundo desenvolvido hão-de ir e ver com os seus próprios olhos. Será fantástico, posso garantir. Um dia verão em Kakuma algo que não encontram em mais lado nenhum”.
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DESTAQUE
KAKUMA, UM “VIVEIRO” DE ATLETAS
A CHEGADA À SELEÇÃO DA AUSTRÁLIA
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riado pelo Alto Comissariado para os Refugiados das Nações Unidas em 1991, o campo de Kakuma está localizado no extremo noroeste do Quénia, próximo da fronteira com o Sudão do Sul. Com 31 quilómetros quadrados, acolhe atualmente cerca de 180 mil refugiados, a maioria dos quais são mulheres e crianças. Kakuma é o segundo maior campo de refugiados do Quénia e o terceiro no mundo, enfrentando problemas de malnutrição e doenças como a malária. Mesmo assim, o campo é apontado como um “viveiro” de atletas, existindo no local 592 clubes desportivos registados, dos quais 73 são femininos. Como prova do talento existente e da importância do desporto enquanto via de esperança, 10 atletas do campo de Kakuma foram selecionados para integrar a Equipa Olímpica de Refugiados que participou nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
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wer Mabil chegou ao FC Paços de Ferreira esta época, por empréstimo dos dinamarqueses do Midtjylland. Para trás ficou um percurso que teve início na Austrália, onde pisou, pela primeira vez, um campo relvado. “Foi espantoso. Estava habituado a jogar descalço, na terra. Quando joguei pela primeira vez em relva, num terreno regular, não queria parar. Não queria ir para casa”, lembra. Mais uma vez, Mabil revelou-se um lutador com talento raro. Primeiro teve que ultrapassar as dificuldades da transição do futebol jogado com os amigos para o futebol “a sério”. “Costumavamos jogar talvez 20 miúdos e só tinhamos de guardar a bola para nós. Era mais para o divertimento, tentar meter a bola pelo meio das pernas… Era mais para o jogador que gosta de fintar toda a gente e não fazer mais nada. Quando fui para a Austrália e comecei a jogar numa equipa, foi algo diferente para mim. Sempre fui bom individualmente, mas só quando tinha aí uns 16 anos é que comecei a aprender a forma de jogar em equipa. Felizmente tive grandes treinadores que me orientaram”, recorda. Quando se tornou jogador de equipa, Mabil começou a ganhar prémios. Foi Jovem Jogador do Ano e Jogador Sub-20 Masculino do Ano, além de ter somado prémios no seu clube, o Adelaide United. No final de 2017, foi convocado não utilizado para os jogos da Seleção da Austrália na fase final de apuramento para o Mundial de 2018, mantendo vivo o sonho de estar presente na Rússia. A mudança para o futebol europeu, há dois anos e meio, obrigou-o a nova fase de adaptação. “Na Austrália tive de aprender a jogar em equipa. Na Europa tive que aprender a jogar defensivamente. São muitas coisas para absorver, mas estou a aprender todos os dias com os meus treinadores e com os colegas de equipa”. De Portugal, Mabil conhecia algumas equipas, mas sobretudo Cristiano Ronaldo. “Ele é uma grande estrela e é um dos meus ídolos. Também sabia que a Liga portuguesa é uma das top 5 ou 6 no mundo. Quando soube do interesse do Paços de Ferreira, disse “tenho que ir”, porque sou uma pessoa que gosta de desafios e este é um grande desafio para mim. Quis aproveitar esta oportunidade, vir e aprender. E também mostrar o meu jogo, ter o meu impacto o mais cedo possível”, explica. Em Portugal encontrou uma cultura “nalgumas coisas muito similiar” à que conhecia de Kakuma. “As pessoas estão sempre na rua, sobretudo os homens mais velhos. Sentam-se sob as árvores e conversam. Isso é muito comum em Kakuma. Lá as pessoas sentam-se à sombra. Quando vi isto, senti algo difícil de descrever. Gostei realmente. Por isso, estou muito feliz com a cultura de cá, torna tudo mais fácil para mim”.
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derradeira formação de Delegados da Liga Portugal - a terceira e última da presente época desportiva – aconteceu em março altura em que ficou, uma vez mais, patente o caminho da profissionalização e a grande aposta que o organismo está a fazer neste campo. A Liga Portugal reiterou, desta forma, a sua aposta no desenvolvimento de competências dos seus delegados, nomeadamente com a realização do habitual teste para relembrar questões regulamentares mais prementes no âmbito da organização de jogos. No âmbito do atual enquadramento dis-
AGREGAÇÃO equilíbrio, equidade e salvaguarda de questões regulamentares e comerciais inerentes às competições profissionais. Aos delegados foi ainda dado a conhecer um novo conceito, o do match center, que pretende ser uma ferramenta de apoio a todos os agentes desportivos que se encontram no terreno de jogo em cada jornada, naqueles que são os rostos e a extensão" da Liga Portugal nos estádios do futebol profissional. No final da sessão foi efetuado levantamento das questões mais recorrentes com a plataforma informática do e-Liga, tendo sido prestados esclarecimentos com relação às mesmas.
tugal, salientou o imenso orgulho com que vê alcançar mais uma ação de formação, por se tratar, acima de tudo, de uma avaliação útil na preparação de um melhor quadro de Delegados: "Rigor é o que vos peço, dando-vos em troca a possibilidade de serem mais profissionais. Só um grupo de pessoas extremamente apaixonadas pelo futebol se permitiriam a abdicar de fins-de-semana e de tempo com as famílias para serem o nosso rosto em estádios por esse país fora. Reconheço-vos essa capacidade, agradeço-vos a entrega e o profissionalismo. São muitos os desafios e a Liga Portugal quer que este quadro de
ÉPOCA 2017-18
ÚLTIMA FORMAÇÃO DE DELEGADOS
ciplinar foram prestados esclarecimentos aos mais de 50 delegados presentes, com relação à abordagem proativa e objetivação de procedimentos, assim como um aclaramento de procedimentos a seguir em questões de índole regulamentar, por forma a acautelar o
O profissionalismo, o rigor, o talento e a agregação continuam a ser os grandes valores a defender, bem como uma aposta na formação para corresponder, cada vez mais, às necessidades e exigências do futebol profissional. Pedro Proença, Presidente da Liga Por-
Delegados esteja pronto para responder ao mais alto nível. O erro existe, mas minimizá-lo é a vossa tarefa e o nosso objetivo”. Note-se que a 14 de julho terá lugar a primeira ação de formação de delegados para a época 2018-19.
FORMAÇÃO DE AGENTES DESPORTIVOS
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segunda formação de Diretores de Campo, Diretores de Segurança e Diretores de Imprensa das Sociedades Desportivas aconteceu a 20 de março, no Convento de São Francisco, em Coimbra. A ação teve a participação de 160 pessoas, que partilharam conhecimentos. Importante foi também o testemunho dado pelo subintendente da PSP, Pedro Pinho, que partilhou com as Sociedades Desportivas casos reais sucedidos nos estádios de futebol.
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LIGA-TE Nº3
AGREGAÇÃO
SOCIEDADES DESPORTIVAS JÚLIO MENDES REELEITO NO VITÓRIA SPORT CLUBE
CD FEIRENSE CENTENÁRIO
A 18 de março de 2018, o CD Feirense celebrou o seu centenário. Uma história repleta de triunfos, levada a cabo por centenas de pessoas que passaram pelo emblema “fogaceiro”, tanto nos escritórios, como nos relvados do estádio Marcolino de Castro. As primeiras reuniões de fundação do clube tiveram lugar em casa de Artur Lima, na antiga Rua Direita da então Vila da Feira. Nos 100 anos que se seguiram, o CD Feirense marcou presença na divisão primodivisionária do futebol profissional português por seis vezes, onde alcançou o oitavo lugar na época 2016-2017, sendo esse o melhor registo da equipa agora liderada por Kunle Soname. Em 2010-2011, ficou em segundo lugar na antiga Liga de Honra, naquela que foi uma das 19 presenças do conjunto “fogaceiro” na segunda divisão do futebol português.
À frente dos destinos do Vitória Sport Clube desde 2012, Júlio Mendes foi reeleito Presidente da Direção do conjunto vimaranense. Com este resultado, o líder do Vitória SC terá pela frente um mandato até 2021. No discurso aos sócios vimaranenses, durante a tomada de posse a 3 de abril que contou com a presença do Presidente da Liga, Pedro Proença, o líder do clube salientou que a vitória “representa a legitimação de um trabalho difícil que começou há seis anos". "Os vitorianos têm memória e perceberam que há um trabalho que nos está a fazer crescer. Tivemos mais 600 votos do que há seis anos”, salientou o líder do emblema minhoto.
O Santa Clara continua o seu processo de modernização e apostou no lançamento de um novo site, com o endereço www.cdsantaclara.com, e cujo lançamento foi anunciado nas redes sociais do clube, a 19 de março. Dotado de novos conteúdos que promovem a agregação entre o clube açoriano e os adeptos, o novo site do Santa Clara inclui ligações às redes sociais do clube, à página de novos associados, à plataforma multimédia, entre eles a Santa Clara TV, à loja online, assim como à bilheteira dos jogos disputados, em casa, pelos açorianos.
SANTA CLARA APOSTA NA INTERNET
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AGREGAÇÃO
PARCEIROS
SINDICATO DOS JOGADORES, FPF E LIGA COMBATEM MATCH FIXING O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Liga Portugal uniram-se na defesa da integridade das competições e lançaram uma campanha de sensibilização nacional cuja mensagem principal é que o “Match Fixing é crime”. A campanha “Apostar não é para ti; o teu jogo é no campo”, foi apresentada nas Jornadas Anuais da Liga, e tem duas ideias-chave. Uma passa pela insistência de que, em Portugal, é crime a qualquer interveniente direto apostar em jogos na sua própria competição e a outra tem a ver com a explicação das três penas de prisão aplicáveis no caso da incidência no crime.
LEDMAN SPORTS COMPRA CLUBE NO BRASIL
A LEDMAN Sports, divisão de desporto da LEDMAN Otpoelectronic, e que dá nome à LigaPro em Portugal desde 2016, vai assumir o comando dos destinos do Nacional Futebol Clube, clube que milita no Campeonato Amazonense e na Série D do campeonato brasileiro. Está em cima da mesa uma proposta inicial de parceria com a duração de 20 anos, onde a multinacional pretende que o Nacional FC chegue ao Brasileirão, escalão primodivisionário do futebol brasileiro. Este é o terceiro clube que a LEDMAN Sports adquire, depois de comandar os destinos do Newcastle Jets (Austrália), e do Shenzhen Ledman (3.ª divisão chinesa).
APRESENTAÇÃO DE PLANO ESTRATÉGICO NOS
A administradora da NOS, Ana Paula Marques, apresentou o plano estratégico promocional do main sponsor da Liga NOS, em reunião de Direção da Liga Portugal, que decorreu na sede do organismo, no Porto. Na sua apresentação, a administradora expôs as linhas mestras da estratégia de comunicação e ativação da NOS para a principal competição profissional do futebol português. A parceria entre a Liga Portugal e a NOS iniciou-se em fevereiro de 2015 e estendeu-se, em julho de 2017, por mais três anos, com o intuito de promover uma “liga ainda mais emotiva”, bem como renovar o compromisso de “fortalecer a ligação ao futebol, partilhando valores como ambição, inclusão, tecnologia e inovação”, de forma a “melhorar a experiência de todos os adeptos da Liga NOS”.
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PROFISSIONALISMO
“SOMOS UM PAÍS MÉDIO À ESCALA EUROPEIA”
ASSISTA À REPORTAGEM COMPLETA NA LIGA TV
Francisco Pinheiro, historiador e responsável pela exposição dos 40 anos da Liga Portugal, fala do nascimento do futebol e da forma como o organismo que gere o futebol profissional em Portugal assume um capítulo
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PROFISSIONALISMO
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foot-ball, modalidade britânica, praticou-se pela primeira vez em Portugal em 1875, na Camacha, na ilha da Madeira, apenas por ingleses. Porém, viria a ser em outubro de 1888, em Cascais, que se jogaria “verdadeiramente” futebol entre portugueses, por intermédio de Guilherme Pinto Basto, estudante lisboeta em Inglaterra e que trouxe uma bola, “distribuindo” jogo. O designado “pai” do nosso futebol e todas essas figuras ficariam ligadas à génese dos primeiros clubes de Lisboa, como o Clube Internacional de Foot-Ball (CIF), em 1902, dando continuidade ao Foot-Ball Club Lisbonense, de 1892. À LIGA-TE, o historiador Francisco Pinheiro, de 45 anos, a propósito da exposição comemorativa dos 40 anos da Liga Portugal, lembrou a “indissociável narrativa de 130 anos do próprio futebol”, na qual a profissionalização “é um capítulo”. “O presente é o reflexo do passado”, afirmou o investigador e jornalista, que se dedica a “recuperar muito do nosso imaginário” futebolístico, tendo já 11 livros “criadores de cultura desportiva”. O esférico continuou, então, a rolar no Campo Pequeno, formaram-se clubes e, em 1894, as equipas de Lisboa e do Porto disputaram a primeira taça. A norte, o futebol implementou-se, sobretudo, por produtores de vinho do Porto – a Fábrica Graham fundou o Boavista Footballers. A “fácil” interpretação, o descanso obrigatório a partir de 1911 e a mediatiza-
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ção – 140 jornais desportivos nos anos 20, altura em que imperava o analfabetismo – atraíam milhares de pessoas para junto das quatro linhas. No Inverno, multiplicavam-se guarda-chuvas. Em 1914, as associações do Porto, de Portalegre e de Lisboa firmam a União Portuguesa de Futebol, hoje FPF, que ficou sediada na capital portuguesa e incumbida, primeiro, de promover a criação de mais coletividades para se organizar uma prova de âmbito nacional. Foi então que, com o Campeonato de
Portugal de 1922 – o que aconteceu um ano após a estreia da Seleção Nacional, capitaneada por Cândido de Oliveira – começaram a aparecer os relatos junto às balizas nos anos 30. Isto aconteceu ao mesmo tempo que houve um “dimensionamento” de FC Porto, SL Benfica e Sporting CP, clubes que popularizaram o futebol em Portugal. Até aos dias de hoje o futebol foi sempre no sentido evolutivo e de crescimento.
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“Legitimado” nos primórdios pelo rei D. Carlos I, durante a monarquia, as figuras da I República e o próprio Estado Novo “também acolheram” politicamente o futebol. O Estádio do Jamor, em Oeiras, erguido em 1944 como Estádio Nacional, é uma monumental obra salazarista. Ainda hoje recebe importantes jogos do calendário futebolístico, como é o caso da final da Taça de Portugal. Entretanto, começaram a desenvolver-se outras estruturas associativas, e construíram-se, na década de 50, o Estádio da Luz, de Alvalade e das Antas. Enquanto os clubes cresciam a olhos vistos, em campo, o modelo competitivo e a capacidade dos treinadores potenciaram o jogador luso, que se conseguiu internacionalizar. Entre 1960 e 68, as “águias” venceram por duas vezes a Taça dos Campeões Europeus, os “leões” conquistaram uma Taça das Taças em 1964 e Portugal atingiu o 3.º lugar no Campeonato do Mundo de 1966. “Com todos os condicionalismos, e mesmo sendo muito amador, conseguimos dominar o grande espectro ao nível de clubes, que se foi depois refletindo. À escala europeia não somos um pequeno país, mas sim um médio”, rematou Francisco Pinheiro. A verdade é que por essa altura, “(…) o estádio que maior número de espetadores comportava no país” era o do… “Café Futebol Clube”, chegou a referir Francisco Mata, antigo jornalista português. What a beautiful game!
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PROFISSIONALISMO
MARCOS/CONQUISTAS DO FUTEBOL PORTUGUÊS NO ESTRANGEIRO
—————————————————-—————————————————-———————————————————— 1960-61: SL Benfica vence Taça dos Campeões Europeus vs Barcelona ———————————————————— 1961-62: SL Benfica vence Taça dos Campeões Europeus vs Real Madrid ———————————————————— 1962-63: SL Benfica finalista Taça dos Campeões Europeus vs AC Milan ———————————————————— 1963-64: Sporting CP vence Taça das Taças vs MTK Budapest ———————————————————— 1964-65: SL Benfica finalista Taça dos Campeões Europeus vs Inter ———————————————————— 1966: Portugal atinge o 3.º lugar no Campeonato do Mundo, em Inglaterra ———————————————————— 1967-68: SL Benfica finalista Taça dos Campeões Europeus vs Manchester United ———————————————————— Fevereiro de 1978: Criada a Liga Portuguesa de Clubes do Futebol Profissional ———————————————————— 1982-83: SL Benfica finalista Taça UEFA vs Anderlecht ————————————————————
1984: Portugal atinge o 3.º lugar no Campeonato da Europa, em França ———————————————————— 1986-87: FC Porto vence Taça dos Campeões Europeus vs Bayern Munique ———————————————————— 1987: FC Porto vence Taça Intercontinental vs Peñarol ———————————————————— 1987-88: SL Benfica finalista Taça dos Campeões Europeus vs PSV ———————————————————— 1989: Portugal sagra-se Campeão do Mundo em sub-20 “Geração D’Ouro” ———————————————————— 1989-90: SL Benfica finalista Taça dos Campeões Europeus vs Milan ———————————————————— 1991: Portugal revalida do título de Campeão do Mundo sub-20 ———————————————————— Agosto de 1995: LPFP inicia a organização da I Divisão e da Divisão de Honra ———————————————————— 2000: Portugal atinge 3.º lugar no Campeonato da Europa em Bélgica/Holanda ————————————————————
2002-03: FC Porto vence Taça UEFA vs Celtic ———————————————————— 2003-04: FC Porto vence Liga dos Campeões vs Mónaco ———————————————————— 2004: FC Porto vence Taça Intercontinental vs Once Caldas ———————————————————— 2004: Portugal organiza Campeonato da Europa e atinge a final ———————————————————— 2004-05: Sporting CP finalista Taça UEFA vs CSKA Moscow ———————————————————— 2008: SC Braga vence Taça Intertoto ———————————————————— 2010-11: FC Porto vence Taça UEFA vs SC Braga ———————————————————— 2012-13: SL Benfica finalista Liga Europa vs Chelsea ———————————————————— 2013-14: SL Benfica finalista Liga Europa vs Sevilha ———————————————————— 2016: Portugal vence Campeonato da Europa, em França ————————————————————
“SIMBOLISMO IMPORTANTE A LIGA ACOLHER A HISTÓRIA DO FUTEBOL”
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pós o 25 de abril, os clubes puderam pensar em profissionalizarem-se, o que era até então “proibido”. A 03 de fevereiro de 1978, 17 emblemas oficializam a fundação da Liga Portuguesa de Clubes do Futebol Profissional, no Porto, liderada por João Aranha. O primeiro presidente do organismo, assim como o segundo, Lito Gomes de Almeida, dão, hoje, nome ao auditório – onde Francisco Pinheiro falou à LIGA-TE – e à principal sala de reuniões da Liga Portugal, respetivamente. “Foram dirigentes que trouxeram mudanças estruturais e um maior profissionalismo. Por não representarem nenhum clube, conciliavam opiniões e tinham visão para o futebol. Aliás, sempre tivemos bons dirigentes”, explicou o historiador. Honra feita. Em 1995, “recria-se” a instituição, que passa a organizar a I Divisão e a Divisão de Honra. A 19 de agosto, Farense e Tirsense davam o primeiro pontapé “profissional”, que pode ser (re)visto no hall da Liga Portugal. Essa – e outras memórias – encontram-se numa exposição que eterniza uma narrativa de 130 anos. Da simbiose anglo-lusa, passando pela “emancipação” futebolística nacional até à sua globalização. Francisco Pinheiro reconheceu, por isso, o organismo como “um dos fiéis depositários do património”, salvaguarda esta feita “especialmente nos últimos anos”, durante a presidência de Pedro Proença. “Tem um simbolismo muito importante a Liga acolher a história do futebol português, num sinal de cultura desportiva. Os clubes, muito deles centenários, puderam olhar-se aqui e perceber o seu valor histórico”, realçou à LIGA-TE. Atualmente, de 33 sociedades desportivas que constituem o futebol profissional, 14 (Ver quadro) já celebraram os 100 anos de existência, um número considerado “impressionante” pelo historiador e um verdadeiro apaixonado pelo fenómeno que é o futebol.
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LIGA-TE Nยบ3
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ice-presidente da FPF e atual membro da Direção da Liga liderou o destino do futebol profissional entre 2006 e 2010. Em ano de celebração de 40 anos de vida da LPFP, o dirigente sente o pulso ao futuro
HERMÍNIO LOUREIRO
Como recorda a sua presidência na Liga? Foram momentos de satisfação por trabalhar por uma causa na qual acreditava - acredito e gosto! - mas confesso que foram tempos difíceis, porque a Liga tinha um problema terrível de credibilidade, junto da sociedade civil, dos adeptos, das instâncias politicas da altura, fruto de diversas vicissitudes e era preciso ganhar credibilidade junto do mercado. A Liga precisava de angariar patrocinadores, aumentar as receitas e foi um trabalho importante de valoriza-
na busca e construção de boas soluções. A Liga tem as suas competências próprias no que diz respeito às competições profissionais, validando-as depois em sede de assembleia geral da FPF. Parece-me um modelo bastante interessante, que permite uma permanente interação e uma relação de proximidade e não uma distância que muitas vezes algumas pessoas tentam colocar nas organizações. Qual o futuro? Para onde pode caminhar a indústria do futebol? O futuro é promissor. Estamos a falar
ção do lado positivo do nosso futebol, para que voltasse a ter qualidade e que o futebol profissional pudesse ocupar o seu espaço dentro do desporto nacional. E aconteceu porque a evolução da Liga, nos últimos anos, é notória… Defendo sempre que quanto mais forte for a Liga mais forte é o futebol português. É preciso uma Liga forte, unida, coesa, a trabalhar em parceria e articulação permanente com aa FPF e construindo e procurando estar sempre do lado da solução e nunca ser um problema. A Liga tem que participar sempre, muitas vezes até alavancar, soluções para o futebol português.
de uma indústria que cresce, tem uma vocação exportadora enorme. A Liga cria talento e isso é objeto de receitas para os clubes naquilo que são as transações de jogadores a nível internacional; O futebol português é respeitado e é visto com um potencial enorme pelos stakeholders internacionais e viu essa situação reforçada a partir do momento em que fomos campeões da Europa. Contudo, precisamos permanentemente de valorizar e credibilizar o futebol. Não podemos ser os próprios da família do futebol a criar constrangimentos e dificuldades. Hoje, o parceiro comercial é um bem escasso e precisa de ser bem trabalhado. Recordo-me que, em 2006, quando procurávamos de pasta não mão arranjar patrocinadores para uma competição nova, a Taça da Liga, foi muito difícil fazer com que os patrocinadores acreditassem no produto futebol.
Uma Liga sólida, e também a FPF, são importantes para o futebol português? São importantíssimos, num trabalho de parceria permanente. O edifício jurídico que o nosso pais tem para o desporto em geral, e para o futebol em particular, dá competências à Federação Portuguesa de Futebol, que depois as delega na Liga Portugal, no que diz respeito às competições profissionais. Por isso, a articulação terá que ser permanente,
O que é certo é que, quando entram, já não querem sair! Precisamos é de os convencer a entrar e, para isso, precisamos de ser persistentes, resilientes e, acima de tudo, acreditarmos no potencial e nunca, em nenhuma circunstância, trocarmos as convicções por conveniências, porque o resultado não seria muito positivo. Mas não tenho dúvidas que o futebol está na linha da frente como um bom negócio para o futuro.
“É PRECISO TER UMA LIGA FORTE E UNIDA”
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PÓS-GRADUAÇÃO
A FINAL DA TAÇA CTT SIMULADA EM VILA DO CONDE Alunos da Liga Portugal e da Universidade Católica simularam a organização e preparação de um grande evento
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Pós-Graduação da Liga Portugal, orientada em simultâneo com a escola de direito da Universidade Católica do Porto, e que tem a parceria do Instituto Português do Desporto e Juventude LIGA-TE Nº3
(IPDJ), continua a oferecer experiências únicas, sobretudo de caráter prático aos alunos que se inscreverem na formação de Organização e Gestão no Futebol Profissional. Neste âmbito, os alunos foram convidados a entrar numa 44
simulação de toda a operação similar à Final Four da Taça CTT, com a ação a dividir-se entre a sede do organismo, no Porto, e a organização de um jogo da Liga NOS. Assim, no passado dia 10 de março, as www.ligaportugal.pt
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LA LIGA DÁ AULA
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pós-graduação da Liga Portugal e da Faculdade de Direito da Universidade Católica continua a ter conteúdos próprios e de qualidade. No passado dia 13, e após um teste escrito, os formandos tiveram a oportunidade de participarem numa palestra com Alfredo Lorenzo, Diretor de Integridade e Segurança da LaLiga, que esteve no Auditório João Aranha, no porto, acompanhado pelo delegado do organismo espanhol, Daniel Duarte. Durante uma hora, o dirigente do organismo espanhol abordou temas como a viciação de resultados, e a influência das apostas no futebol, revelando também alguns casos de match-fixing.
e protocolo/transportes, num exercício que foi acompanhado pelo antigo Di-
ção, o relvado, as bancadas, zonas VIP e tribunas presidencial e de imprensa.
retor Executivo Coordenador da Liga Portugal, Pedro Correia, e o consultor do organismo, João Pina. Após a sessão mais teórica, que decorreu na sede da Liga Portugal, os alunos seguiram para o Estádio do Rio Ave Futebol Clube, em Vila do Conde, onde assistiram ao jogo entre a equipa da casa e o CD Feirense, referente à 26.ª jornada da Liga NOS. Antes do apito inicial, os formandos fizeram uma visita técnica ao recinto vilacondense que durou pouco mais de uma hora, sendo acompanhados pela Diretora Executiva de Competições, Helena Pires, e pela Diretora Executiva do Jurídico, Sónia Carneiro. Esse percurso começou, precisamente, pelas áreas da organização de jogo, como a zona técnica, os controlos de acesso ao estádio, postes de ilumina-
Numa organização tudo é levado ao pormenor, de modo a que as falhas sejam quase inexistentes, quer para os jogadores, treinadores e árbitros, como para os adeptos e foi isso que os formandos constataram e viveram. Como não há jogo sem reunião de preparação, os alunos assistiram, igualmente, ao encontro das duas Sociedades Desportivas, que foi dirigido pelos Delegados da Liga Portugal, José Pinto e José Ourives, as forças de segurança, os bombeiros e o próprio árbitro, Vasco Santos. A Pós-Graduação de Organização e Gestão do Futebol Profissional é orientada, em simultâneo, pela Liga Portugal e pela Escola de Direito da Universidade Católica do Porto, com a parceria do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
turmas do Porto e de Lisboa reuniram-se no auditório João Aranha e dividiram-se em nove grupos distintos: bilhética, catering, comunicação, hospitalidade, segurança/acreditação, operações de competições, de estádio, de marketing www.ligaportugal.pt
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LIGA-TE Nº3
AGREGAÇÃO
COMBATE À SUSPEIÇÃO SOBRE FUTEBOLISTAS F im à suspeição sobre os futebolistas profissionais. Foi esta a palavra de ordem da reunião entre a Liga Portugal e o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) e que foi transmitida ao exterior pelos Presidentes dos dois organismos, Pedro Proença e Joaquim Evangelista, respetivamente, e pelos capitães das equipas da Liga NOS e LEDMAN LigaPro que
Joaquim Evangelista, Presidente do Sindicato de Jogadores, reforçou a exigência de tranquilidade e respeito para com os futebolistas. “Os jogadores não são indiferentes ao que se está a passar. Não só por eles próprios, mas também pelas suas famílias, e aquilo que nós desejaríamos é que os jogadores não fossem usados como armas de arremesso.” “Respeitem-nos pela profissão que te-
marcaram presença na sede da Liga. O repudio pelo clima de suspeição que tem afetado a honra, a conduta e a integridade desportiva de vários futebolistas, assim como a concertação de uma série de campanhas que ajudem no desanuviamento do clima de suspeição, não só na presente temporada, mas nas épocas vindouras, foram algumas das ideias-chave que ficaram deste produtivo encontro.
mos” foi a mensagem passada pelo capitão do Rio Ave FC, Tarantini, um dos representantes dos capitães das equipas da Liga NOS e LEDMAN LigaPro, que exprimiu a preocupação dos jogadores profissionais, pretendendo apaziguar toda a suspeita que recai sobre os jogadores. “Vimos aqui deixar uma mensagem clara à Liga, do ambiente que é vivido no futebol português, e essencialmente nós jogadores de futebol,
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transmitir essa preocupação sobre as nossas vidas, a nossa profissão e as nossas famílias”. Por sua vez, o capitão do FC Paços de Ferreira, Ricardo, revelou existir um “grande desconforto” junto dos jogadores por verem os seus nomes “postos em causa” naquele que “é um problema que afeta o homem por trás do jogador”. O capitão pacense salientou, ainda, a importância do papel de todos os intervenientes na resolução deste tipo de problemas, de forma a “permitir a evolução, a positividade e a atratividade de investimento para o futebol profissional português”. Os capitães de Rio Ave FC e FC Paços de Ferreira fizeram-se acompanhar pelos capitães do SC Braga, Wilson Eduardo, do Boavista FC, Henrique, do CD Aves, Nélson Lenho, do Leixões SC, Bruno China e do FC Penafiel, Luís Dias. Solidária com todo este posicionamento do Sindicato de Jogadores está a Liga Portugal, que, na voz do seu Presidente, Pedro Proença, disponibilizou-se para ajudar no combate a este clima vigente no futebol profissional.
“PREOCUPAÇÃO COM AS NOSSAS VIDAS” Tarantini, capitão do Rio Ave FC, lembrou a “mensagem clara” que os jogadores foram deixar à sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, durante a reunião que tiveram com Pedro Proença. “Viemos falar do ambiente que é vivido no futebol português, e essencialmente nós, jogadores de futebol, quisemos transmitir essa preocupação com as nossas vidas, a nossa profissão e as nossas famílias”, referiu o jogador.
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TALENTO
RUI CRAVEIRO O PEQUENO CENTRAL QUE ร GRANDE DENTRO E FORA DOS RELVADOS www.ligaportugal.pt
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TALENTO
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om a cidade como pano de fundo e o Estádio Cidade de Coimbra a espreitar imponente por entre os prédios que o circundam, o Rui Craveiro não se importa nada que lhe peçam para dar mais uns toques na bola para a fotografia. O palco é o Penedo da Saudade, local de confissões de amor e saudades várias, onde D. Pedro tantas vezes chorou a perda da amada Inês. Aos 13 anos, o coração do Rui não chora. Nem por amor, nem por saudade dos tempos de estudante. Ainda é muito cedo. Limita-se a sorrir enquanto saltita no peito, animado pela bola que é mágica e o faz sonhar com estádios cheios a gritar pelo seu nome. “O meu sonho é ser futebolista”, confessa Rui Craveiro, jogador dos sub-13 da Académica de Coimbra e aluno do 7º ano na Escola Secundária Infanta D. Maria. O desejo e o gosto pelo futebol não lhe retiram, porém, o foco nos estudos. É um aluno exemplar, com o nome inscrito no quadro de honra da antiga escola – a EB Eugénio de Castro – onde os professores não o esquecem. “Se todos os alunos fossem como o Rui não custava nada ser professora”, confessa Isabel Hipólito, professora de Matemática e Ciências da Natureza. “Alunos destes ficam na memória”, acrescenta Fernando Madamelo, professor de Português e História. Ambos deram aulas, nos dois últimos anos, ao jovem futebolista, que recordam com um brilho nos olhos. “Era um miúdo muito estudioso, que fazia composições espetaculares, lindas. Textos narrativos, com muitas peripécias”, revela Fernando Madamelo. “Um miúdo simpático, muito alegre, que tinha tudo de bom na vida. Feliz e com bons resultados”, diz. Caracterís-
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ticas reforçadas por qualidades como a organização, a disciplina e a capacidade de trabalho, que o próprio Rui Craveiro, sem esforço, deixa transparecer quando lhe é pedido para explicar como conjuga o sucesso nos estudos com a prática do futebol: “Quando é para estudar para os testes, estudo a sério, sem interrupções e concentrado. No dia do teste, é concentração máxima”. “Gosto mais de jogar à bola, mas os estudos estão em primeiro lugar e, por isso, tenho de me concentrar neles”, diz a jovem promessa da Académica, revelando que quando se sente “um bocadinho farto da escola” ou nos dias de teste, quando a pressão é maior, o futebol representa para ele “um alívio”. O Rui Craveiro começou a praticar futebol com apenas cinco anos e, atualmente, é o atleta mais antigo da formação da Académica de Coimbra, onde vai já na oitava época. Treina três vezes por semana e joga oficialmente futebol de 7 ao sábado, no distrital dos Sub-13, e futebol de 11 ao domingo, no campeonato de Sub-15. Para o treinador Rui Carlos, o jovem homónimo “é um jogador com 48
um potencial enorme”, que representa bem o que é preciso para jogar na Académica. “Estes atletas têm que ser bons alunos e bons jogadores. O Rui, é, no fundo, isso mesmo. São jogadores com quem nós falamos e que interpretam a mensagem muito rapidamente, o que facilita muito o trabalho”, diz.
“Nós valorizamos muito o individual, mas nestas fases já lhes estamos a introduzir o ter a bola e o não ter. Quando temos bola, liberdade total, quando não temos há que recuperar, encortando os espaços ao adversário e tê-la o mais depressa possível. Para fazerem isso, têm de ser inteligentes a ler o jogo e eu tenho aqui tudo isso. Qualquer treinador delicia-se a trabalhar com ASSISTA À REPORTAGEM estes miúdos”, confessa. COMPLETA NA LIGA TV www.ligaportugal.pt
TALENTO
ENCONTRO COM O ÍDOLO RICARDO DIAS
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ACADEMIA LEDMAN FORMA MAIS DE 300 PRATICANTES
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Formação da Académica de Coimbra conta, atualmente, com 350 praticantes divididos em três setores: a Escolinha Briosa, o futebol de 7 (benjamins e infantis) e o futebol de 11, que introduz os jovens jogadores na fase competitiva, com equipas de sub-15, sub-17 e sub-19 a disputarem os campeonatos distrital e nacional. À exceção da Escolinha Briosa, que utiliza o Estádio Cidade de Coimbra, todos os restantes escalões treinam na Academia Ledman, dispondo de três campos sintéticos. É ai, também, que o plantel profissional realiza a sua preparação diária, no campo de relvado natural. Paralelamente aos diferentes escalões, a Académica dispõe, ainda, de uma Escola de Guarda-Redes, destinada à realização de treinos específicos para
a posição. Segundo João Paulo Fernandes, diretor do Departamento de Formação, “o objetivo é ajudar a formar e complementar o que não é dado nos treinos”, sendo um projeto aberto a parcerias com clubes vizinhos. “Sabemos que é uma posição deficitária em muitas equipas técnicas e clubes que não dispõem de capacidade para terem www.ligaportugal.pt
treinadores de guarda-redes”, explica. Na Academia Ledman funciona, também, a Briosa Talent, uma escola de treino individual que visa desenvolver as capacidades individuais dos jogadores em diferentes posições no campo. Este projeto está aberto a toda a comunidade e até a adultos. “Há pessoas que gostam de jogar futebol e de brilhar entre os colegas e, então, procuram-nos” para receber essa formação, explica o dirigente. Na Academia Ledman, o clube dispõe ainda de uma área residencial, onde atualmente estão alojados 22 atletas da formação. Para estes, a Académica criou, recentemente, uma Sala de Estudo, que funciona como um centro de explicações para as disciplinas em que cada jogador sente maiores dificuldades.
“Quando os filhos não têm boas notas, há a tendência de os pais os retirarem do futebol. Nós tentamos formar também os pais e levá-los a perceber que não é o desporto que retira o foco na escola. Pelo contrário, há estudos que demonstram que a atividade física ajuda a melhorar o rendimento escolar”, sublinha João Paulo Fernandes. 49
sonho de qualquer miúdo e de muito graúdo é ter um dia a oportunidade de se cruzar com o seu ídolo. Rui Craveiro sonha ser tão bom como Sérgio Ramos, central do Real Madrid, mas tem, também, uma referência na Académica de Coimbra. “O meu jogador preferido é o Ricardo Dias. Um dia gostava de ser um trinco como ele”, confessa.
Porque o futebol é uma das realidades onde o sonho está mais próximo de ser concretizado, Ricardo Dias deslocou-se à Academia Ledman propositadamente para fazer uma surpresa ao seu admirador e oferecer-lhe a camisola que, certamente, servirá de inspiração dentro e fora dos relvados.
“É sempre bom receber elogios, ainda para mais destes miúdos que estão a crescer e que gostam do clube e nos acompanham. Sendo um miúdo e não ter escolhido um avançado, um dos homens da frente, que fazem golos, é bom e deixa-me contente”, confessa o trinco da Académica, finalista do curso de Economia na Universidade de Aveiro. Estudar, diz, é complicado para um futebolista profissional, mas é possível. “Acho que é muito importante termos essa vontade, porque a carreira de jogador passa muito rápido. E é um incentivo para esta gente mais nova, ter pessoal a jogar a nível profissional e que continua a estudar”, explica. LIGA-TE Nº3
AGREGAÇÃO
“URGE RESOLVER A CENTRALIZAÇÃO DOS DIREITOS TELEVISIVOS”
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VITORIA FC Fundação: 20/11/1910 (107 anos) Estádio do Bonfim Inaugurado em 16/9/1962 Lotação: 15723
PALMARÉS
3 Taças de Portugal (1964-65, 1966-67 e 2004-05)
1 Taça da Liga (2007-08) 1 Título da II Divisão (1986-87) LIGA-TE Nº3
ual o momento mais marcante para si, desde que assumiu a direção do seu clube? O momento mais marcante foi o primei-
gal – dez com três triunfos –, o primeiro vencedor da Taça da Liga e as quase 70 presenças na Liga 1, com um segundo lugar e três terceiros e um histórico das competições europeias. É um clube
ro dia de trabalho, logo no dia seguinte às eleições de 21 de dezembro. Foi o momento em que demos início à colocação em prática do nosso programa. Mas, desportivamente, não esqueço a presença na final da Taça CTT, em Braga. Só não digo que este foi o momento mais marcante porque, pela diferença de um penálti no desempate, não trouxemos o troféu pela segunda vez para Setúbal. O que diferencia o Vitória FC dos demais? O Vitória FC tem 107 anos e é o primeiro clube da República. Isso diz muito do seu peso histórico. Mas diz mais ainda o
perfeitamente incontornável quando se fala dos que marcaram a história do futebol português. Mas é também o clube de uma cidade maravilhosa, com pessoas fantásticas e cheias de paixão pelo Vitória, e tem de voltar a ser um clube-bandeira de toda a região sul do País. Como vê o seu clube daqui a cinco anos? Com o trabalho que estamos a desenvolver, de recuperação de sócios e aproximação do clube à cidade e à região, por um lado, e de estabilização, organização e desenvolvimento das suas estruturas, por outro, estou certo
facto de ser o quarto clube com mais presenças em finais da Taça de Portu-
que dentro de cinco anos o Vitória FC será totalmente diferente do que é hoje:
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AGREGAÇÃO
VíTOR HUGO VALENTE | PRESIDENTE DO VITÓRIA FC Eleito em dezembro, Vítor Hugo Valente será o Presidente do Vitória FC até 2020 e com muitas metas para alcançar. Uma delas passa por aumentar o número de sócios daquele que foi “o primeiro clube da República” será um clube moderno, virado para o futuro e com uma posição completamente consolidada na primeira Liga, a lutar pelos lugares da primeira metade da classificação e não constantemente
Identifico dois problemas que urge resolver: a centralização dos direitos de transmissão televisiva e a atração de público aos estádios. Hoje a Liga NOS é disputada a duas
Por outro lado, é igualmente necessário encontrar formas de atrair mais espetadores aos estádios. O futebol deve ser uma festa e só pode sê-lo se houver pessoas nas bancadas. Aliás, esta ques-
a procurar escapar aos últimos. Quais os grandes objetivos do Vitória FC para esta temporada? Desportivamente, o grande objetivo é, claramente, garantir a manutenção na Liga NOS. No entanto, desde que fomos eleitos, em 21 de dezembro, que temos procurado cumprir com o que prometemos aos sócios, o que passa por um trabalho com vista a garantir um futuro para o Vitória FC digno do seu passado histórico e que tem de ser feito em três fases diferentes, mas que se interligam: estabilizar, organizar, desenvolver e redefinir novos patamares competitivos. Que passos podem ser dados para pro-
(ou três) velocidades, devido à enorme disparidade de meios orçamentais à disposição dos seus participantes. Não é bom para a competição que coexistam clubes com orçamentos 25 ou 30 vezes superior a outros clubes que participaram na mesma competição ou até mesmo cinco a dez vezes superior ao de outros que estão de forma regular nas competições europeias. A única maneira de resolver este problema é através da centralização dos direitos de transmissão televisiva na Liga, com a distribuição das receitas pelos clubes a ser feita de forma mais equitativa. Só assim será possível diminuir o fosso existente entre
tão entronca também com a anterior, uma vez que a transmissão televisiva dos jogos sai valorizada se as bancadas estiverem cheias. E, como é lógico, uma transmissão com maior valor significa um direito de transmissão com valor mais elevado. Há aqui, claramente, um trabalho a realizar em conjunto entre os clubes, individualmente considerados, e a Liga. Complete a seguinte frase: tendo como marca que o distingue o talento, o futebol português deve, a médio/longo prazo, caminhar para A EXCELÊNCIA.
mover uma maior sustentabilidade e competitividade da competição?
os vários clubes que disputam a Liga NOS e aumentar a sua competitividade.
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AGREGAÇÃO
JOSÉ DE OLIVEIRA MENDES | PRESIDENTE DO SC COVILHÃ
“O SC COVILHÃ
É O REPRESENTANTE DE UMA REGIÃO” José de Oliveira Mendes chegou à presidência do clube serrano com o objetivo de o colocar entre os melhores do futebol profissional e assume esse objetivo a 5 anos. O orgulho, agora, é o de qualificar o emblema como um “projeto sustentável”
SC COVILHÃ Fundação: 02/06/1923 (95 anos) Estádio José Santos Pinto Inaugurado em 1935 Lotação: 2363 lugares
PALMARÉS
1 Taça ‘O Século’ (1956-57)) 3 II Divisão (1946-47, 1957-58 e 1986-87) 3 II Divisão B (1998-99, 2001-02 e 2004-05) LIGA-TE Nº3
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ual o momento mais marcante para si, desde que assumiu a direção do seu clube? Há uma série de momentos que me marcaram desde que assumi a direção do Sporting Clube da Covilhã. A estabilização da situação financeira do clube, o melhoramento das condições do Estádio José Santos Pinto, a realização das primeiras eleições do clube, mas, se tiver de escolher um em particular, tenho de referir a subida à Segunda Liga logo no primeiro ano em que assumi a presidência (2004-05). O que diferencia o SC Covilhã dos demais? O Sporting Clube da Covilhã é o representante de uma região. Assim, quando o clube joga, não é apenas o nome da cidade que levamos connosco, mas sim o de uma região inteira. Uma região que representamos e para a qual trabalha-
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AGREGAÇÃO mos através de várias ações de responsabilidade social, como por exemplo a ação de reflorestação protagonizada não só pelos atletas, mas também por elementos técnicos e diretivos do clube. Além disso, temos objetivos bem definidos, o que levou o clube a ser um dos poucos projetos sustentáveis do país. Como vê o seu clube daqui a cinco anos? O clube tem crescido nos últimos anos. Investimos em infraestruturas, não só no futebol sénior, onde requalificámos os espaços para um melhor conforto da massa associativa, mas também na formação, para a qual vamos criar uma academia. Instituímos também melhores práticas de comunicação, através da qual aumentamos a nossa presença entre a massa associativa (principalmente entre aqueles que não se podem deslocar à sede ou ao estádio regularmente). Enfim… podemos dizer que o clube está a crescer em todos os níveis. Desta forma, acredito que daqui a cinco anos sejamos um dos clubes que militam na Primeira Liga.
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Quais os grandes objetivos do SC Covilhã para esta temporada? Os grandes objetivos do Sporting Clube da Covilhã para esta temporada são: a manutenção do clube na Segunda Liga; e ter 75% das obras de requalificação do Estádio José Santos Pinto realizadas e devidamente pagas. Que passos podem ser dados para promover uma maior sustentabilidade e competitividade da competição? Em primeiro lugar, acredito que um dos passos que deve ser dado é a implementação do VAR na Segunda Liga, visto tratar-se de um campeonato muito competitivo. Esta competição merece (e deve) ser mais credível. Também acredito que a defesa do ‘jogador português’ é um importante passo a ser tomado. Pois só através de uma maior inclusão de jogadores nacionais nos campeonatos profissionais é possível desenvolver o talento que está na génese dos nossos atletas. Complete a seguinte frase: tendo como marca que o distingue o talento, o futebol português deve, a médio/longo prazo, caminhar para o melhoramento das condições de trabalho, pois só assim é possível formar e evoluir mais e mais atletas.
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AGREGAÇÃO Por Duarte Gomes
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a época que agora está a terminar, a introdução do Videoárbitro foi o tema dominante. Naturalmente. Mas o certo é que o jogo que todos gostamos, o jogo que todos jogamos e apreciamos, tem outras regras. Ao todo, dezessete (dezoito, se não deixarmos de fora a mais importante, a do bom senso). E o Projeto VAR, por muito inovador e determinante que seja, não pode nem deve fazer esquecer a aplicação prática de muitas delas. É que, apesar do mediatismo, a vídeo-intervenção real, aquela que de facto muda decisões, acontece muito esporadicamente quando comparada com as dezenas de micro-situações onde cada uma daquelas se aplica, numa só partida. Tendo isso em mente, acho oportuno repisar - neste espaço de intervenção junto de quem está no centro da ação - algumas premissas legais importantes, que convém não esquecer. Algumas ideias que podem até ajudar a evitar infrações ou sanções. Vamos a isso?
Além dessas duas situações, anotem as restantes (que excluem a obrigatoriedade de sair do relvado para ser assistido): lesão do guarda-redes; colisão entre GR e jogador de campo (em que ambos ficam lesionados); e ocorrência de lesão grave (perna partida, comoção cerebral, etc). ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 3. Outro assunto: convém recordar que, num pontapé-livre perto da área, se o árbitro disser ao executante que só pode rematar após o seu sinal (e aponta publicamente para o apito), ele será advertido (ou seja, vê o cartão amarelo) se o fizer antes. Aqui não há bom senso que resista, porque essa é uma obrigação legal, incontornável. Da mesma forma, o defesa que está na barreira só pode abandoná-la (para encurtar distâncias) no momento que o adversário tocar/jogar a bola e não quando o árbitro apitar para o recomeço. Importa ainda sublinhar que os jogadores que compõem esse muro defensivo podem usar as mãos/braços para cobrir
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o corpo mas esses não devem "crescer" após o remate. Caso isso aconteça, o árbitro deve presumir que aquela volumetria excessiva foi deliberada. E se tocar na bola, punirá a equipa do infrator com pontapé livre direto ou pontapé de penálti (depende do local), além de advertência ao atleta (por ser um corte ilegal de um remate à baliza, que se presume ser sempre prometedor). ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 4. Outra. A chamada "paradinha" no pontapé de penálti só é ilegal quando o executante simula um remate após terminar a corrida. Se parar e retomar a corrida durante a sua trajetória para a bola, já não há qualquer ilegalidade. Ou seja... a "paradinha" só é punida quando acontece no fim da corrida, em cima da bola e antes do remate à baliza.
17+1 REGRAS Sabiam que se um jogador se lesionar por força de uma falta que origine cartão para o adversário (amarelo/vermelho) não tem que sair do terreno de jogo, se a assistência médica não ultrapassar os 20/30 segundos? A ideia é não punir o jogador e a sua equipa (que ficaria temporariamente com menos um) por uma falta mais dura do adversário. Não esquecer as premissas-base: o infrator tem que levar cartão e a assistência tem que ser rápida. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 2. E já agora, sabiam que se dois jogadores da mesma equipa chocarem um com o outro e ambos precisarem de cuidados médicos... também não são obrigados a abandonar o terreno? O princípio é o mesmo: não penalizar uma equipa, para que ela não fique temporariamente a jogar com menos dois. LIGA-TE Nº3
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Se esse for o caso, o árbitro interrompe o jogo (tenha ou não resultado em golo), exibe o amarelo ao executante e recomeça a partida com pontapé livre indireto contra a sua equipa, sobre a marca de penálti (ou seja, onde estava a bola no momento da infração). Nesta premissa e em todas as outras relativas à execução de penáltis, pede-se o tal bom senso: o momento é sempre de enorme tensão para todos e a intervenção do árbitro só deve ocorrer quando a infração for clara e por demais evidente. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 5. Mudemos de assunto. Na celebração de golos - momentos de maior adrenalina e menor lucidez -, um jogador que deixe momentaneamente o terreno não é, só por si, advertido. No entanto, o cartão amarelo é obrigatório quando: - O jogador dispa a camisola ou cubra a cabeça com ela; trepe a vedação para comemorar junto dos adeptos ou se aproxime excessivamente deles, causando problemas de segurança; faça gestos ou atue de maneira provocatória, de troça ou inflamatória; cubra a cabeça ou a cara com uma máscara ou artigo semelhante. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 6. Vamos a outra. Na execução de "pequenos" pontapés livre a meio campo ou em zonas mais neutras do terreno, não é necessário que o árbitro sinalize para o reinício. Isso só deve acontecer quando quer dar à equipa que defende a oportunidade de fazer barreira (lances juntos à área). Por isso, se a bola estiver imóvel e no local da infração, o jogador pode recomeçar a partida quando quiser. E aí pode acontecer uma de três coisas: - Executa o livre sem oposição e o jogo segue normalmente; - O adversário, de forma deliberada, coloca -se à frente da bola para impedir www.ligaportugal.pt
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ostensivamente o reatar da partida (geralmente para perder tempo ou para se reorganizar defensivamente)... o que obriga o árbitro a exibir-lhe o cartão amarelo; - O executante, por opção, remata rapidamente contra um defesa que estava perto mas que nada fez para impedir o recomeço ou, depois de executar o livre, o adversário que estava próximo recupera a bola sem ter feito nada de anormal: nestes casos, considera-se que não há comportamento antidesportivo dos defesas e o jogo prossegue.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 7. Agora a "Lei da Vantagem". Não é uma lei em si (faz parte da 5 - O Árbitro), mas é uma parte importante do jogo. Não deve ser aplicada quando a equipa que sofre a falta fica apenas com a mera posse de bola (a jogada pode sobrar para a sua zona defensiva, o que não é vantajoso e pode até ser perigoso), mas apenas quando a jogada continua "para a frente" ou de forma que seja claramente benéfica para quem foi lesado. Se um jogador tiver que ver amarelo num lance em que foi aplicada a LV, tem que ser advertido após a interrupção seguinte. Nos lances de segundo amarelo (ou expulsão direta), os árbitros têm indicações para interromper de imediato. A exceção é quando a bola sobra para uma jogada de golo iminente, favorável a quem sofreu a falta. Nos casos do vermelho direto, é mais fácil interromper (pela natureza da entrada ou infração). Nas situações de segunda advertência, nem sempre o árbitro tem perceção que o infrator já tinha amarelo e aplica a vantagem, com boa-fé. www.ligaportugal.pt
Aí, o segundo amarelo deve ser exibido na interrupção seguinte a menos que o infrator tenha entretanto interferido na jogada ou disputado a bola com um adversário. Se for esse o caso, o árbitro interrompe de imediato o lance, exibe o segundo amarelo ao infrator e recomeça a partida ou com pontapé livre indireto (se apenas interferiu no jogo, tocando na bola) ou com pontapé livre direto/penálti (se cometeu falta sobre o adversário, por exemplo, agarrou-o fora/dentro da sua área). - Já em relacão às situações de corte
de clara oportunidade de golo (passíveis de cartão vermelho), caso o lance acabe por resultar em golo... o jogador que teria que ser expulso passa apenas a ser apenas advertido por comportamento antidesportivo.
DUAS NOTAS FINAIS
a) Um jogador em fora de jogo pode jogar a bola sem ser punido se ela vier deliberadamente de um adversário ou de um pontapé de baliza, canto ou lançamento lateral; ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– b) Se um jogador que estiver em posição de fora de jogo, sofrer uma falta ANTES de tomar parte ativa no jogo (ou seja, antes de tocar na bola ou de interferir com o adversário)... essa falta deve ser punida. Por exemplo, se neste enquadramento, ele estiver na área adversária e for carregado pelo defesa, deve ser assinalado pontapé de penálti. Por outro lado, se o avançado em posição de fora de jogo for carregado APÓS tomar parte ativa no jogo (ou seja, depois de tocar na bola ou depois de ter interferindo na ação do adversário), aí sim: assinala-se o fora de jogo, porque foi a primeira infração. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– VOLTO EM BREVE.
Porquê? Porque a sua ação ilegal (tentar evitar um golo fazendo falta) não resultou. Como o golo aconteceu, já não é expulso. ––––––––––––––––––––––––––––––––––––––– 8. Última dica do dia: fora de jogo. Ideias-chave: se está fora de jogo e joga a bola, é punido (esta é a mais fácil). Se está em posição de fora de jogo mas não toca/joga a bola, só é punido se interferir na ação do adversário. Há várias formas de o fazer: tentar disputar a bola com ele, impedi-lo de o fazer, distrai-lo, tapar o seu ângulo de visão, obstrui-lo, etc. No fundo, praticar uma ação clara que o prejudique, que o iniba ou atrase. A leitura destes momentos, em campo, pode ser clara... mas também pode ser terrível, porque a linha dessa conduta é muito ténue. Mas sabendo o princípio teórico, fica mais fácil percebê-lo, certo? 55
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MARIANO BARRETO É treinador e patrão do FC Stumbras, da Lituânia. Por lá estão oito portugueses a jogar, mas o clube dá nas vistas por ter garantido a presença nas competições europeias, em 2018-19
“NEM NOS MELHORES DIAS PENSARIA NA LIGA EUROPA”
Mariano Barreto no Estádio S. Dariaus ir S. Girėno Stadionas
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que passa pela cabeça de um treinador para querer comprar um clube? Como chegou a patrão do Stumbras, da Lituânia? A ideia foi de um grupo de empresários LIGA-TE Nº3
meus amigos, que tinham ligação ao futebol. Colocaram-me a possibilidade de comprarem um clube e eu ficar a tomar conta do projeto. Na altura estava a terminar a minha ligação à seleção da Etiópia – um país que me fascinou, pelo 56
povo, pela cultura, pela história e por ter saído do limiar da pobreza. Queriam trazer atletas para o clube e criarem uma plataforma de negócio de forma a que os jogadores tivessem uma performance elevada. Eu sempre tive esta www.ligaportugal.pt
AGREGAÇÃO sensibilidade de criar jogadores com potencial, apostando no crescimento desportivo e humano. A verdade é que, negociações para a frente e para trás, acabei por ser um dos sócios. Hoje somos dois os donos, eu e um irlandês, que nada tem a ver com futebol. Em três anos conseguimos muita coisa e, nem nos meus melhores dias, iria perspetivar em tão pouco tempo uma presença na Liga Europa, o que conseguimos com a vitória na Taça da Lituânia. Sempre fui um treinador virado para a formação e, a minha experiência, bem como o fac-
to de ter trabalhado em grandes clubes permitiu-me chegar à Lituânia e gerir este clube de forma profissional. É com satisfação que hoje somos procurados por presidentes de vários clubes que querem colocar aqui jogadores. Agowww.ligaportugal.pt
ra há uma vertente de negócio… Para haver uma relação harmoniosa, com os salários em dia, os clubes têm de gerar receitas, receber direitos televisivos ou fazer vendas. E no nosso caso, não havendo receitas nem direitos televisivos, que a Liga da Lituânia não prevê, temos que conseguir esse equilíbrio através de investidores ou da venda de jogadores. Olho para o futuro com bastante tranquilidade, sabendo que temos aqui 3 ou 4 jogadores que serão grandes referências do futebol mundial. Algum é português? Às vezes dizem que tenho a mania que só treino estrelas. Tenho a felicidade disso ter acontecido em quase todos os clubes onde treinei e de eu também ter ajudado. Recordo um exemplo: o Daniel Carriço estava emprestado pelo Sporting ao Olhanense, na II B, e nem sequer era convocado. Na altura, eu estava no AEL (Chipre), precisava de um central e queria o Paulo Renato. O Pedro Barbosa, que era o Diretor desportivo do Sporting CP, recusou, por indicação do Paulo Bento. Foi aí que o Barbosa me falou do Carriço… Falei, então, com o Rui Caçador, e ele disse-me que o Carriço não seria convocado para os sub-21 se continuasse sem jogar- Pediu para lhe dar uma oportunidade. E assim foi. O Daniel trabalhou, superou as limitações, foi convocado pelo Rui Caçador e foi considerado o melhor jogador do Torneio Internacional da Madeira. De tecnicamente dispensado passou a capitão do Sporting. O meu “doutoramento” nestas coisas aconteceu quando fui convidado para recuperar o Paulo Sousa, de uma lesão complicada no Borussia Dortmund. Depois disso, ainda foi transferido para o Inter Milão, Parma e Panathinaikos... Em relação ao Stumbras… Temos oito portugueses. Um deles é o Agostinho Cá, que foi transferido para o Barcelona e, depois de uma lesão, ninguém lhe abriu a porta. Esteve aqui um ano a treinar-se connosco, com a ajuda do António Gaspar, e hoje está na porta de lançamento. Depois também temos o André Almeida, um central que vai jogar num grande clube, não tenho dúvidas. E temos mais… Temos jogadores que conheceram o lado obscuro do futebol, que são aqueles a quem ninguém atende o telefone nem abre uma porta quando se está em baixo. Aqui temos sempre lugar para quem quer trabalhar. Desde 2002, apenas trabalhou em equipas nacionais durante dois anos. Como analisa o futebol português? 57
O que se passa deve ser do agrado dos portugueses, caso contrário alguns já teriam sido banidos. Só lamento que existam pessoas, algumas que até considero meus amigos, que tenham perdido o juízo e façam da vida um episódio de estarem uns contra os outros. Somos adversários, mas não somos inimigos. Hoje toda a gente acha que pode opinar, mas depois, com opiniões, surgem suspeitas e dúvidas e não sei como isto irá terminar. Deviam ter respeito e não levantarem suspeitas de forma fácil. É um “globetrotter” do futebol? Trabalhei em grandes clubes, como o Sporting, o Borussia Dortmund, a Seleção do Gana, estive nos Jogos Olímpicos, fiz parte da qualificação do Gana para o Mundial e, numa decisão que pode ter sido um risco para a minha vida, decidi deixar o Gana para ir treinar o Marítimo – podia ter conquistado no mesmo ciclo o apuramento para os Jogos Olímpicos e para o Mundial, que ninguém havia alcançado. Ainda estive no Dinamo Moscovo, fui ajudar a consolidar o Libolo a Angola, estive no Chipre, na Etiópia, no Bahrain, na Arábia Saudita… Não sei se sou um globetrotter, sei que tenho uma relação especial com o sol e ele nasce em todo o lado. Acima de tudo, tenho muito orgulho no meu percurso ligado à formação e da aposta em jovens. Sou alguém que tem uma paixão incrível pelo futebol!
FC STUMBRAS Fundação: 2013 (5 anos) Estádio: S. Dariaus ir S. Girėno Stadionas Lotação: 9180 lugares
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Vencedor da Taça da Lituânia (2017) LIGA-TE Nº3
FICHA TÉCNICA
LIGA-TE: EDIÇÃO 003 DIREÇÃO: Pedro Proença EDITORA: Vanda Cipriano REDAÇÃO: António Barroso, Pedro Bessa, Nuno Teixeira e Hugo Lopes FOTOGRAFIA: Hernani Pereira, Gualter Fatia e Pedro Trindade DIREÇÃO COMERCIAL E PATROCÍNIOS: Susana Rodas DESIGN E PAGINAÇÃO: Adriano de Carvalho IMPRESSÃO: Greca - Artes Gráficas TIRAGEM: 800 exemplares PERIOCIDADE: bimestral
Rua da Constituição 2555 4250-173 PORTO
T: +351 228 348 740 www.ligaportugal.pt