Revista Liga-te | Tudo pelo Futebol

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N. 17

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TUDO PELO

FU TEBOL


FICHA TÉCNICA LIGA-TE: EDIÇÃO 17 DIRETOR: Tiago Madureira EDITORA: Vanda Cipriano SUB EDITOR: João Nave REDAÇÃO: Rita Matos, Tiago Sá Pereira, Bruna Valente, Pedro Paupério, Elsa Bicho e Tiago Nogueira FOTOGRAFIA: Gualter Fatia e Pedro Trindade DIREÇÃO COMERCIAL E PATROCÍNIOS: João Medeiros Cardoso DESIGN E PAGINAÇÃO: Adriano de Carvalho e Tiago Cunha PERIOCIDADE: Bimestral

ÍNDICE PÁG 10

Entrevista Javi García

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Nova Sede da Liga Portugal

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Entrevista Thiago Santana

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1.º Prémio Liga Portugal/Marketeer

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Entrevista Nuno Capucho

PÁG 56

Livro O Mundo d’O Ligas


TUDO PELO

FU TEBOL Liga NOS, Liga Portugal SABSEG e Allianz CUP em pleno Javi GarcĂ­a, Nuno Capucho e Thiago Santana em entrevista


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Juntos, vamos até ao fim!

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quão isso é importante para todos. Iremos prosseguir o nosso caminho! O nosso compromisso é não parar as competições, sob pena de esta indústria sofrer danos irreversíveis. A Liga Portugal, juntamente com as Sociedades Desportivas, parceiros e stakeholders, tudo vai fazer para que o Futebol Profissional cumpra o calendário até ao final da temporada. Será um duro golpe para todos se se verificar uma paragem de contornos idênticos à que aconteceu em março último. E olhando para outras ligas na Europa, dificilmente tal irá suceder, pelas mesmíssimas razões que se verificam com a Liga Portugal. Uma nota final para realçar que, mesmo num quadro económico tão negativo e fruto do trabalho dos últimos cinco anos – de credibilização da “Liga Portugal 2” –, conseguimos angariar um grande patrocinador para a nossa segunda maior competição, sinal de que o trabalho está a ser bem feito: a SABSEG. Acredito que o esforço coletivo

que tem vindo a ser feito vai ter bons resultados. As Ligas Profissionais terminarão conforme o calendário delineado no início da época e a Allianz Cup vai voltar a consagrar o Campeão de Inverno. Juntos, vamos até ao fim! P. S. – Foi uma semana triste aquela que acabámos de atravessar. Três grandes personalidades do Futebol Português e uma estrela mundial partiram e deixaram-nos a todos mais pobres. De José Bastos, vencedor da Taça Latina pelo SL Benfica, clube onde fez 196 jogos, a Reinaldo Teles, de quem guardo gratas recordações, sendo alguém com uma história tão rica no Futebol e que o tinha como amigo... E de Vítor Oliveira destaco o seu bom espírito de treinador e de líder e a ótima relação pessoal que tínhamos. De Diego Maradona, recordarei sempre as suas jogadas de génio, que encantaram nos relvados do mundo. Ficámos todos mais pobres…

Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal.

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Fechámos este ano de 2020 com um sentimento amargo, mas firmes numa convicção: queremos levar até ao final as três competições organizadas pela Liga Portugal – Liga NOS, Liga Portugal SABSEG e Allianz Cup. O esforço que as nossas Sociedades Desportivas, parceiros e stakeholders têm feito, ao longo destes longos e difíceis meses, para manter a normalidade possível assim o determinam. O Futebol não pode parar. Um estudo recente levado a cabo pela Portugal Football School, da FPF, com a participação do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, sugere que o futebol não é uma modalidade desportiva de alto risco de exposição respiratória para a transmissão da COVID-19. O resultado do estudo está em sintonia com a classificação de “médio risco”, atribuída pela Direção-Geral da Saúde. No trabalho de campo efetuado, ficou demonstrado que o tempo máximo de exposição entre dois jogadores adversários foi de seis minutos e meio. Além de a Liga Portugal ter realizado seis jogos com público nas bancadas – e que foram um sucesso! –, a que se junta esta base científica, recorde-se que aplicamos um Protocolo de Segurança bem definido e rigoroso, na defesa de todos os agentes envolvidos num jogo de Futebol Profissional: jogadores, treinadores, equipas de arbitragem, apanha-bolas… É importante, pois, deixar bem vincado que a Liga Portugal continua a trabalhar afincadamente para um regresso de forma responsável dos adeptos às bancadas dos estádios. Sem eles, o Futebol, efetivamente, não faz sentido. O Futebol Profissional é uma das poucas atividades que ainda vai dando alegrias aos Portugueses. E nos dias atípicos que vivemos, o

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Road to Leiria Aí estão as 8 equipas que vão disputar um lugar na Final Four, este ano com palco novo. O formato de apuramento foi diferente, mas a emoção será a mesma na Allianz CUP Até lá, as Sociedades Desportivas da Liga NOS e da Liga Portugal SABSEG lutaram pelo melhor arranque possível nas respetivas competições, já que o conjunto de apurados foi determinado pela posição ocupada

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Tempos excecionais obrigam a adaptações à altura e este ano a Allianz CUP surge com um formato inovador. A competição arranca diretamente no sprint final, com oito equipas a disputar em 15, 16 e 17 de dezembro o acesso à Final Four.

pelas equipas na tabela do campeonato no final de novembro. Assim, em dezembro, os quartos de final da Allianz CUP vão ser disputados, em sorteio pré-definido, pelas equipas que entraram no último mês do ano no Top 6 da Liga NOS, bem como pelo líder e vice-líder da Liga Portugal SABSEG. São elas:

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OS OITO APURADOS O Sporting CP, atual líder isolado da Liga NOS, também já tem o seu bilhete assegurado para a mais recente competição do futebol português, agora em Leiria, fruto de seis vitórias e um empate num início de Campeonato invicto por parte dos leões. No histórico mais recente da Allianz CUP, as recordações são muito boas para os adeptos do Sporting CP, dado que nas últimas três edições da prova, a formação de Alvalade arrecadou duas, em 2017-18 e 2018-19, ambas conquistadas na disputa por grandes penalidades.

O atual detentor do troféu, SC Braga, assegurou a sua presença nos quartos de final da Allianz CUP com uma vitória no Estádio da Luz, por 2-3, fazendo quinze pontos na Liga NOS e colocando a chave do apuramento na Pedreira. A formação agora orientada por Carlos Carvalhal conta com dois títulos conquistados nesta competição. Curiosamente, duas conquistas sempre contra o mesmo adversário, FC Porto, e sempre com o mesmo resultado, 1-0. Tanto em 2012-13 como na temporada passada, os minhotos superiorizaram-se pela margem mínima e coloriram o museu do clube.

Com 13 pontos à entrada para a oitava jornada, os dragões precisavam de pontuar para se manterem na rota de Leiria e não escorregaram. A turma orientada por Sérgio Conceição agarrou-se à magia de Luis Díaz para regressar ao continente com os três pontos e um lugar na fase final da Allianz CUP no bolso. Os dragões vão agora à procura da primeira vitória na competição, sendo certo que, com Sérgio Conceição ao leme, a conquista ficou sempre a um pequeno passo: em 2018, os portistas só caíram na meia-final, nos penáltis, e nas últimas duas edições só no derradeiro jogo foram eliminados da competição.

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O SL Benfica é o clube com mais títulos na Allianz CUP, contando já com sete troféus. Venceu de forma consecutiva quatro deles, entre 2008-09 e 2011-12. Jorge Jesus, atual treinador dos encarnados, está intimamente relacionado com estas conquistas, uma vez que teve um papel fundamental em cinco dessas sete vitórias. Curiosamente, esta temporada, os cinco triunfos consecutivos alcançados na Liga NOS permitiram que o SL Benfica alcançasse um lugar no lote de oito apurados para a prova.

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O FC P. Ferreira foi a última equipa a assegurar um lugar nos quartos de final da Allianz CUP. Apesar de o arranque na Liga NOS não ter sido o melhor, a formação orientada por Pepa não virou a cara à luta e entrou num ciclo muito positivo. Os “castores” já levam três vitórias consecutivas no nosso Campeonato, sendo que uma delas foi conseguida diante do campeão nacional, FC Porto, por 3-2. Poderá o FC P. Ferreira voltar a atingir o feito hercúleo da época 2010-11, onde alcançou a grande final da prova no Estádio Cidade de Coimbra?

O Vitória SC apurou-se para a segunda fase da Allianz CUP, na jornada de todas as decisões. Quando se estavam a definir os clubes que passavam aos quartos-definal, a equipa da Cidade Berço venceu o CD Tondela, por 2-0, somando 13 pontos e assegurando o seu lugar nesta competição nacional. A formação vimaranense conta com duas presenças na Final Four - em 2008-09, perdeu diante do SL Benfica (2-1) e a segunda vez foi já na época transata, 2019-20, perdendo diante do FC Porto, (1-2).

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O Estoril Praia foi a primeira equipa da Liga Portugal SABSEG a alcançar a presença nos quartos de final da Allianz CUP. Com sete vitórias e dois empates nos dez primeiros jogos da competição, a formação orientada por Bruno Pinheiro demonstrou uma enorme competência coletiva, ancorada pelos sete golos de Yakubu Aziz, um jovem talento em ascensão. Desta forma, os canarinhos estão apenas a um jogo de poderem marcar presença na Final Four da Allianz CUP pela primeira vez na sua história.

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O CD Mafra entrou na Liga Portugal SABSEG a todo o gás e venceu os quatro primeiros jogos que realizou na competição. Com esse arranque perfeito e com mais três vitórias nos restantes seis jogos da Liga Portugal SABSEG, arrecadou 21 pontos, tirando bilhete para os quartos de final da Allianz CUP. E muito por mérito do processo ofensivo que demonstrou bastante engenho na hora de finalizar. Uma vez que embora tenha chegado ao final das dez primeiras jornadas com os mesmos pontos da A. Académica, a formação mafrense beneficiou da quantidade de golos que marcou para fazer a diferença. Foram 18 no total. www.ligaportugal.pt


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Javi García, de 33 anos, já teve a honra de se sagrar campeão em quatro países distintos, como são os casos de Portugal, Espanha, Reino Unido e Rússia. Um longo currículo que não o impediu de regressar à Liga NOS, uma competição que não se cansa de elogiar. Em entrevista à Liga-te, o futebolista espanhol destacou o papel fundamental do seu pai dentro e fora do relvado, não esquecendo também os valores que aprendeu no Real Madrid. Javi, médio-defensivo dos axadrezados, fez ainda questão de sublinhar que acredita imenso no potencial deste Boavista FC

“Temos uma equipa com potencial enorme” Javi García, Médio-defensivo do Boavista FC

Falar de si é falar, por isso, do Real Madrid. O que mais aprendeu em todos os anos de formação no clube merengue? No Real Madrid, a primeira coisa que nos ensinam são os princípios www.ligaportugal.pt

com os quais nos devemos guiar na vida. Naquele clube, ensinamnos a ganhar, mas também a dar exemplo dentro e fora do campo. Insistem muito nisso, na forma como nos temos de comportar. Temos de tratar toda a gente com respeito e deixam bem claro que não permitem falhas fora do campo. E é por isso que o Real Madrid será sempre diferente. Fui para lá viver sozinho e foram aquelas pessoas que me ofereceram alguns dos ensinamentos para o resto da vida. O que o fez querer sair de Espanha para voltar a Portugal e mais concretamente ao Boavista FC? Gosto muito de Portugal e já tinha passado três anos bons em Lisboa. No último verão, recebi

várias propostas para continuar em Espanha, mas a verdade é que me apetecia regressar, até para as minhas filhas terem a oportunidade de conhecer outras culturas e realidades. Para além disso, fiquei entusiasmado com o projeto que me foi apresentado pelo Boavista FC. Temos uma excelente equipa, com jogadores jovens e de grande futuro, e eu quis fazer parte deste projeto desde o primeiro dia. Vamos pouco a pouco, estamos a começar, mas temos uma equipa com um potencial enorme e que vai dar muitas alegrias aos nossos adeptos. Até onde pode chegar o Boavista FC? Como disse, este é um projeto totalmente novo, que precisa de algum tempo para se consolidar.

“Temos uma excelente equipa, com jogadores jovens e de grande futuro, e eu quis fazer parte deste projeto desde o primeiro dia”

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Como surgiu a sua enorme paixão pelo futebol? O meu pai sempre jogou futebol, era guarda-redes. Chegou a representar as seleções espanholas de sub-17 e sub-18, mas depois nunca atingiu um nível muito elevado, uma vez que jogou apenas no Múrcia, da Terceira Divisão. Na altura, eu era pequeno e acompanhava os treinos e os jogos dele, andava pelo balneário da equipa e comecei a sentir o futebol. Uns anos mais tarde, quando tinha oito ou nove anos, o meu pai decidiu criar uma escola de futebol em Múrcia, com cerca de 400 crianças, sendo que eu era uma delas. Fui treinado pelo meu pai até aos 14 anos, precisamente até ter surgido a oportunidade de ir para o Real Madrid.

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“Sempre que me perguntam pela Liga NOS, digo que, ao contrário do que às vezes se pensa lá fora, é um Campeonato muito competitivo e difícil. A Liga NOS está a crescer muito rapidamente e a ganhar cada vez mais visibilidade lá fora” O que mais aprecia no nosso Campeonato? Sempre que me perguntam pela Liga NOS, digo que, ao contrário do que às vezes se pensa lá fora, é um Campeonato muito competitivo e difícil. Aliás, esta época está a confirmar isso mesmo, uma vez que as principais equipas estão a perder muitos pontos. Na verdade, é um Campeonato que não

te permite relaxar, onde não há jogos fáceis, até porque todas as equipas têm excelentes jogadores. No fundo, é disso que eu gosto na Liga NOS, a grande competitividade e o grau de dificuldade que sabemos que vamos encontrar em todos os jogos. E como vê a evolução tanto da competição, como da competitividade, da Liga NOS?

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Com exceção do Bracali, Reisinho, Sauer, Paulinho e Yusupha, os restantes jogadores são todos novos no clube. Há sempre um tempo de adaptação, até porque também temos muita juventude, mas, e digo isto com total sinceridade, tenho a forte convicção de que vamos acabar muito bem a temporada. Falo com vários amigos, a maior parte deles ligado ao futebol, e digo-lhes exatamente isso. Temos um grande potencial, grandes jogadores e tenho a certeza de que no final vamos estar todos felizes. Para além disso, e verdade seja dita, também já tivemos vários jogos em que a sorte não quis nada connosco e perdemos pontos nos últimos segundos. E às vezes uma vitória muda tudo... No entanto, estou certo de que com paciência e trabalho vamos chegar muito longe.

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Quais são, no seu entender, os maiores talentos em ascensão na Liga NOS? Angel Gomes. Ele é incrível e está a impressionar toda a gente. Confesso que não o conhecia e fiquei surpreendido quando o vi jogar. O Angel tem tudo para chegar ao topo do futebol mundial. E não tenho dúvidas de que vai lá chegar. Depois, há vários jogadores portugueses de grande qualidade. Os clubes aqui trabalham muito bem na formação e todos os anos surgem jovens promessas. Nós, no Boavista FC, temos o Nuno Santos, o Reisinho e o Mangas, três jovens portugueses de uma enorme qualidade. Para além dos exemplos que já dei, temos ainda o Reggie Cannon, o Hamache, o Paulinho, o Sauer, o Yusupha… Felizmente, temos muitos jogadores jovens com uma grande qualidade. Ainda há o Devenish, outro miúdo com um potencial incrível e que, se tudo correr bem, também terá uma grande carreira. O potencial da nossa equipa deixa-me entusiasmado e muito confiante para o futuro. Sabemos que adorou os anos que viveu em Lisboa, mas que está encantado com a cidade do Porto. Tem preferência sobre alguma ou ambas agradam? Eu e a minha mulher adoramos viver em Lisboa. Há cerca de dois anos, quando já estava em Sevilha, decidimos regressar por três dias e a minha mulher passou o tempo quase todo a chorar, uma vez que voltamos aos locais que nos marcaram muito, como alguns restaurantes em que ficamos amigos dos donos ou ao sítio onde vivíamos. www.ligaportugal.pt

Na altura em que vivemos em Lisboa, ainda não tínhamos filhos e desfrutamos muito da cidade. Agora, no Porto, é diferente. Já temos duas filhas. Mas também estamos a adorar. É uma cidade mais pequena, mais tranquila, mais acolhedora. É perfeita para se viver em família. É tudo próximo e eu fico particularmente encantado por estarmos sempre perto do mar ou do rio Douro, onde adoramos passear. Como é para um futebolista jogar sem adeptos? Para um jogador não há pior. São os adeptos que dão vida ao futebol. Nós gostamos de competir, sentimos a adrenalina de tentar ser melhores do que os nossos adversários, mas sem os adeptos nas bancadas perde-se aquele ambiente que faz do futebol um jogo tão especial. Infelizmente, estamos a viver um momento complicado a nível mundial e só nos resta esperar que tudo isto passe rapidamente de forma a voltarmos a ter os adeptos nos estádios. Falando de coisas boas agora. Já marcou alguns golos. Qual foi o mais bonito de todos aqueles que marcou? É difícil escolher só um. A verdade é que a

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A Liga NOS está a crescer muito. Recordo-me que quando estive cá da primeira vez, era muito difícil para a minha família, que estava em Espanha, conseguir assistir aos meus jogos na televisão. Agora é diferente. A Liga NOS está a crescer muito rapidamente e a ganhar cada vez mais visibilidade lá fora.

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“Gostamos de competir, sentimos a adrenalina de tentar ser melhores do que os nossos adversários, mas sem os adeptos nas bancadas perde-se aquele ambiente que faz do futebol um jogo tão especial” sensação de fazer um golo é sempre especial. Por exemplo, já marquei um pelo Boavista FC, frente ao Famalicão, mas infelizmente não conseguimos vencer. Também marquei alguns importantes pelo SL Benfica e um logo na estreia pelo Manchester City, frente ao Stoke City. São sempre momentos inesquecíveis. Já teve, também, grandes companheiros de equipa ao longo da sua trajetória como atleta. Tem algum que o tenha impressionado e marcado de forma especial? Joguei com grandes jogadores, mas muitos deles já eram, na altura, conhecidos dos adeptos. Estou a falar, por exemplo, do Roberto Carlos, Beckham, Aguero, David Silva... No entanto, na época de 2007/08 estive emprestado ao Osasuna e a minha estreia foi frente ao Barcelona – empatámos a zero. E eu fiquei bastante impressionado com um jogador que tinha acabado de chegar a Espanha e ao Barcelona. Yaya Touré. Na altura, não o conhecia, nunca o tinha visto jogar, e quando acabou o jogo pensei: “Quem é este? Que craque!”. Mais tarde, tive a oportunidade de jogar com ele no Manchester City e confirmei todas as suas qualidades. Ele é muito alto, mas controlava perfeitamente todos os movimentos do seu corpo e fazia o que queria com a bola. Era impressionante o que ele conseguia fazer com aquele corpo, como corria, como jogava. Foi um jogador que me marcou.

Qual o melhor conselho que alguma vez lhe deram e quem foi? Tudo o que de mais importante eu aprendi sobre futebol foi com o meu pai. Ele foi o meu treinador até aos 14 aos e depois continuou a seguir-me para todo o lado. Não é por ser meu pai, mas tudo o que ele me dizia fazia sempre sentido e servia para me colocar a pensar. Fora do campo, deu-me sempre uma excelente educação. Dizia-me para manter sempre os pés bem assentes no chão e para continuar a ser sempre uma pessoa humilde, até porque a vida pode dar muitas voltas. E se pudesse recuar no tempo, ao princípio da sua carreira, que conselho daria a si? Em primeiro lugar, mantinha os princípios que me foram passados pelo meu pai, de respeito por todas as pessoas e de humildade. Mas, depois, tentaria dar o outro lado que eu por vezes não tive. Quando estamos num clube de topo, por vezes temos de deixar essa humildade de lado. Temos de ter, dentro do campo, uma arrogância positiva para nos conseguirmos impor ao mais alto nível. Temos de nos sentir os melhores para render ao máximo. Ou seja, diria para ser humilde e educado fora do campo, mas para ser arrogante na hora de competir.


Perguntas de resposta rápida Prato Preferido Salmorejo Passatempo Passar tempo com a minha família e estudar – estou a tirar um mestrado em gestão desportiva Viagem de Sonho Bora Bora Série Preferida Casa de Papel e Peaky Blinders Momento mais marcante no Futebol Quando o meu pai me disse que o Real Madrid me queria contratar - tinha 14 anos Pior momento no Futebol Felizmente não me posso queixar. Nunca tive uma lesão grave, que é o pior que pode acontecer a um jogador

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A palavra que o define Humildade

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Arena Liga Portugal O futuro do Futebol Profissional A Arena Liga Portugal vai acompanhar o crescimento do Futebol Profissional, com espaços dedicados à formação – com destaque para a primeira licenciatura, a nível mundial, de Organização e Gestão no Futebol Profissional -, o primeiro Centro de Empresas de Desenvolvimento do Futebol Profissional, bem como o primeiro museu das competições profissionais e, ainda, por exemplo, uma zona de Futebol Hightech. A nova casa do Futebol Profissional será autossustentável, já que o edifício vai ser pago através da receção de eventos nacionais e internacionais. www.ligaportugal.pt

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O Futebol Profissional sonhou e a obra vai nascer pelas mãos da Direção liderada por Pedro Proença. A Liga Portugal terá uma nova sede, na freguesia de Ramalde, na cidade do Porto, naquele que será um projeto inovador e com capacidade para dar resposta às ambições do organismo e aos novos desafios colocados pela indústria

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Edifício Emblemático, ligado à Comunidade e que “transpire Futebol” A modernidade será um dos traços evidentes da nova sede do Futebol Profissional, não só pelo design exterior do edifício, um projeto inovador da ODDA, mas pelos espaços ímpares presentes no mesmo. As várias zonas de convívio e lazer, como o museu do futebol profissional em destaque, promovem um edifício mais orgânico e ligado à Comunidade, com um novo conceito de exteriores que funcionem como ferramentas de promoção e comunicação do Futebol Profissional Português. Assim, o conceito da Arena Liga Portugal assenta num ideal e do qual a Direção da Liga não abdica: um edifício que “transpire Futebol”.

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Permanece na invicta um “projeto de dimensão nacional”

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“Não fazia qualquer sentido que um projeto desta dimensão não ficasse sediado no Porto, casa do Futebol Profissional desde o ano de 1978”, referiu o Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, na apresentação do projeto do novo edifício sede, no Executivo da Câmara Municipal do Porto. Assim, e apesar da confirmação do interesse de vários municípios, a sede da Liga Portugal – um projeto de “investimento privado” e “dimensão nacional” permanecerá na cidade do Porto, cidade onde em 1978 nasceu a primeira sede do organismo que gere o Futebol Profissional. 42 anos depois da primeira casa, a Liga Portugal aprovou a construção de um edifício que promete ser muito mais do que apenas uma sede. Na Rua John Whitehead, hoje ainda sem saída - e que será assim prolongada - vai ser construído o edifício de sete andares, num terreno dimensão superior a sete mil metros quadrados. O início das obras está previsto para 2021, no primeiro mês do ano, com a previsão do término fixada em 2023. www.ligaportugal.pt


“Em nada ficará atrás de uma Casa da Música” Foi com recurso a uma comparação com a mítica sala de concertos localizada na Avenida da Boavista que Pedro Proença ilustrou a dimensão do projeto, bem como a importância que o mesmo terá para a cidade. “Em nada ficará atrás de uma Casa da Música”, garantiu o Presidente da Liga Portugal à margem da apresentação do projeto, na Câmara Municipal do Porto.

Pedro Proença lembrou ainda que o município do Porto tornar-se-á, assim, “no primeiro a acolher a primeira licenciatura, a nível mundial, de Organização e Gestão no Futebol Profissional”, e que, “resultado de uma cooperação com a LaLiga, será expectável que venha a receber diversos alunos estrangeiros.”

Já o Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, destacou “a importância vital em manter a sede da Liga Portugal no município do Porto”, lembrando que, quando o organismo foi fundado, a invicta “decidiu oferecer um terreno à Liga, uma vez que havia a necessidade de a cidade possuir uma grande estrutura desportiva”

Um dia de celebração para o Futebol Profissional o Presidente da Liga Portugal reforçou satisfação ao falar daquele que considerou ser “um dia de celebração para o Futebol Profissional”. Pedro Proença agradeceu ainda a Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto,

que “desde a primeira hora teve visão e capacidade para acreditar neste projeto”, tendo sido um dos seus maiores defensores, e deixou uma garantia: “vamos avançar com a certeza de um futuro ainda mais profissional no Futebol”.

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A Assembleia Municipal do Porto aprovou a permuta de terrenos que permitiu a edificação do projeto na freguesia de Ramalde por larga maioria, contando apenas votos contra da CDU e abstenção do PAN. Após esta deliberação,

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“hora de empreender Susana Rodas, e não de desistir!”

Diretora Executiva de Marketing, Comercial e Business Development

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Quais os motivos que levaram a Liga Portugal a apostar numa nova sede? Esta é uma ideia que esteve a ser maturada nos últimos três anos e que foi, desde início, uma convicção do nosso Presidente, Pedro Proença, apoiado pela sua Direção Executiva. Os motivos estão diretamente ligados ao grande crescimento da Liga Portugal, nos últimos anos. Neste momento, a atual sede já não responde de forma adequada às necessidades que a equipa exige. Há outras razões, muito importantes, como a necessidade da Liga Portugal ter uma zona “fun”, onde os adeptos do Futebol e todos os visitantes da cidade do Porto possam passar algumas horas em contacto direto com a

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“Na Arena Liga Portugal vai decorrer a primeira licenciatura do Futebol Profissional, que será algo absolutamente inovador” modalidade. Mas, também, e fundamental, uma grande área dedicada à formação, investigação e desenvolvimento científico no Futebol. A Liga aposta imenso na formação. Haverá um espaço dedicado na Arena Liga Portugal? A formação é, efetivamente, uma das bandeiras desta Direção Executiva. Queremos profissionais mais capazes nas Sociedades Desportivas e estamos a criar todas as condições para que assim seja. Na Arena Liga Portugal vai decorrer a primeira licenciatura do Futebol Profissional, que será algo absolutamente inovador e que, acreditamos, terá grande aderência por parte dos nossos estudantes. Depois haverá outras formações dirigidas aos nossos agentes desportivos e, claro, as pós-graduações que organizamos em parceria com a Universidade Católica.

Será fácil recuperar o investimento, ou por ser um edifício moderno pode ser valorizado apenas por si? Uma obra desta natureza não se faria com um baixo investimento, nem faria sentido. A minha experiência passada na promoção imobiliária diz-me que um edifício destes será valorizado em pouco tempo, o que permitirá às nossas Sociedades Desportivas terem também ali uma mais-valia. O investimento será feito com capitais próprios e alheios, recorrendo-se a um financiamento bancário. Não nos podemos esquecer que o edifício terá um impacto direto no VAB da área metropolitana do Porto de mais 3,5 milhões de euros anuais, após atingir o seu ano cruzeiro, ficando a Liga Portugal responsável de forma direta na sua totalidade por 0,1% do VAB desta região. Em termos de atividade estamos a falar de mais de 200 novos postos de trabalho diretos. Alguma vez se colocou a hipótese da sede sair da cidade do Porto? Nunca! Não posso dizer que não houve sondagens de cidades que gostariam de ter a sede do Futebol Profissional. Mas, desde a primeira hora, a opção foi sempre o Porto, até por uma questão emocional e histórica. A Liga nasceu na cidade em 1978, já teve 10 Presidentes diferentes, e todos conviveram com a sede nesta cidade. Aqui, devo deixar também uma palavra ao Dr. Rui Moreira, que teve a visão e a capacidade de perceber a oferta que estava a fazer à cidade, aos seus habitantes e turistas. Meritória a forma como o entendeu, mesmo num ano em que as dificuldades são de todos conhecidas. A hora é para empreender e não para desistir! www.ligaportugal.pt


“Inspirado no universo do Futebol” JOÃO JESUS & FRANCISCO LENCASTRE, Arquitetos no coletivo OODA

Em que se inspiraram para desenhar o projeto? Houve dois pontos de partida essenciais para pensarmos no projeto: o Futebol e a Cidade. Em primeiro lugar procuramos que o edifício da sede da Liga Portugal fosse representativo da instituição que alberga e por isso, tinha de se inspirar no universo do futebol. E em segundo lugar pretendemos que o projeto fizesse parte da envolvente do parque verde da ribeira da Granja, no Porto.

Como se inicia a projeção de um edifício como este? Existiu uma ideia base, prevista desde logo no briefing de concurso, com a qual nos identificamos e por onde começamos naturalmente. O briefing pressupunha a criação de uma praça e nós idealizamos que fosse um espaço que faz simultaneamente a ligação à cidade e à entrada do edifício. Queríamos também definir e separar as áreas mais públicas - que se desenvolvem no piso térreo, em volta da praça - dos pisos mais privados. Juntaramse ainda algumas referências que pretendíamos incluir no projeto, tal como a cobertura verde e a ideia de obter uma forma marcante e única como o cubo.

“Foi necessário articular o edifício com os arruamentos existentes e o desenho urbano previsto para aquela área, tal como com o parque verde e a ribeira”

Quais os maiores desafios que encontraram? Foi necessário articular o edifício com os arruamentos existentes e o

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Qual a importância que este espaço pode ter para a projeção do Futebol Profissional? Existem várias salas dedicadas à formação universitária, um piso previsto para incubadora de empresas e um centro de investigação. Estes espaços serão apoiados por um auditório e salas multiuso de diferentes dimensões, o que permitirá uma grande flexibilidade na receção de eventos e palestras dedicados ao desporto profissional. O projeto tem também uma vertente lúdica muito marcante. Prevê um pavilhão desportivo, juntamente com um campo de futebol indoor para o jogo entre equipas. Haverá também espaço para um museu dedicado ao futebol e uma área vocacionada exclusivamente a crianças e à introdução da prática desportiva.

desenho urbano previsto para aquela área, tal como com o parque verde e a ribeira. Posteriormente foi necessário fazer a organização dos vários espaços, prever o seu funcionamento e as muitas áreas de serviço necessárias. Foi também necessário incluir as várias especialidades, o que num programa desta natureza tem sempre algum peso. O sistema estrutural está a ser um ponto particularmente desafiante, pois é necessário prever como se poderá tirar partido do projeto para criar o efeito pretendido. Por fim, a fachada é um dos elementos ainda em estudo que mais precisa de desenho e pormenor, pela sua plasticidade e expressão.

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Com esperança no futuro! 22

Num ano completamente atípico e sem precedentes na história do Futebol Profissional, este é sem dúvida um dos capítulos mais desafiantes para o desporto-rei, sociedade e mundo em geral

Interpretando todas as contingências em vigor, e sempre com a premissa de que o Futebol necessita dos seus adeptos, a Liga Portugal em estreita ligação com a DGS, Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, Governo e FPF recebeu luz verde para a realização de seis testes-piloto com público. O primeiro foi nos Açores,

na terceira jornada da Liga NOS, e opôs Santa Clara e Gil Vicente FC, enquanto que o segundo e terceiro teste foram realizados no Ac. Viseu – A. Académica e CD Feirense – GD Chaves (ambos jogos em atraso da primeira jornada da Liga Portugal SABSEG). Três encontros nos quais o balanço final foi muito positivo, www.ligaportugal.pt


com os adeptos a revelarem um grande sentido cívico, com comportamentos sociais irrepreensíveis, que culminaram no cumprimento escrupuloso de todas as regras e indicações impostas pela DGS e responsáveis pela organização que estiveram presentes. O pontapé de saída foi dado e, depois de todos os relatórios apresentados pela Liga Portugal, seguiram-se mais três jogos com

público na Liga NOS: CD Tondela – Portimonense, SC Farense – Rio Ave FC e Santa Clara – Sporting CP. Mais três testes onde o balanço foi extremamente satisfatório, e onde as imprescindíveis medidas como o uso de máscara obrigatório, o cumprimento do distanciamento social, e a higienização das mãos, foram seguidas com todo o rigor por parte de todos os adeptos que estiveram presentes nos recintos que receberam estas partidas.

Com um saldo tão positivo, estes testes-piloto foram alvo de rasgados elogios por parte da Diretora-Geral de Saúde, Graça Freitas, e do Secretário de Estado do Desporto e da Juventude, João Paulo Rebelo, que indicaram o Futebol Profissional como um exemplo para toda a Sociedade. A Liga Portugal segue assim o seu trabalho, monitorizando e acompanhando o atual estado da pandemia, na esperança de um Futuro melhor!


Thiago Santana foi distinguido como o melhor avançado da Liga NOS em setembro e outubro, numa altura em que cumpre a quarta época com a camisola do Santa Clara e já com o nome inscrito na história do emblema açoriano. O avançado, de 27 anos, superou a marca dos 12 golos, detida por Zé Manuel, e tornou-se no melhor marcador da equipa insular, na história da Liga NOS. Um “sonho concretizado” para o dianteiro brasileiro, que não esquece o “grande mérito de toda a equipa”, sem a qual não seria possível “marcar tantos golos”. Em entrevista à Liga-te, o jogador natural de Serrinha traça ainda uma retrospetiva à carreira, revelando que a porta para o Futebol se abriu “num jogo na rua, com amigos”. Certo é que, para já, Thiago Santana “está muito feliz com o projeto do Santa Clara”, onde já se sente um “verdadeiro bravo açoriano”

“Ser o melhor marcador do Santa Clara na Liga NOS é muito especial” #017

Thiago Santana, Avançado do Santa Clara

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No jogo diante do Sporting CP, o Thiago Santana tornou-se no melhor marcador da história do Santa Clara, na Liga NOS! Qual o significado de atingir este marco, que o coloca inevitavelmente na história do clube? Tornar-me no melhor marcador da história do Santa Clara, na Liga NOS, foi muito especial. Todos os jogadores de futebol sonham com momentos como aquele, e queremos sempre deixar a nossa marca nos clubes por onde passamos. Saber que consegui deixar a minha aqui deixa-me extremamente feliz. É um sonho concretizado!

Além deste registo histórico, o Thiago Santana tem estado em foco no excelente arranque de época do Santa Clara. Prova disso, é o facto de ter apontado seis dos sete golos do Santa Clara, nas primeiras seis jornadas! Qual foi o segredo para um arranque tão concretizador? O segredo para este arranque tem sido a capacidade de trabalho, superação e abnegação. Mas não é apenas mérito do meu trabalho. Se não tivesse um grupo tão bom a apoiar-me e a ajudar-me a evoluir, não conseguiria marcar tantos golos. Há muito trabalho até a bola chegar ao ataque, até mim, pelo

que há um grande mérito de toda a equipa. Este bom momento valeu também ao Thiago Santana um lugar entre os melhores marcadores da competição, até ao momento. É um sonho alcançar este estatuto no final? Gostava de me tornar o melhor marcador da competição, mas sei que é extremamente difícil. O campeonato é bastante equilibrado, tendo em conta que há bastante qualidade em todas as equipas que defrontamos. No que depender de mim, vou continuar a dar tudo para que os golos continuem a www.ligaportugal.pt


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surgir, como até aqui, com as contas a fazerem-se apenas no final. Mas o objetivo principal tem de ser continuar a ajudar a equipa a alcançar os seus objetivos, até porque de nada vale marcar golos se o Santa Clara não conseguir somar pontos. Se tivesse de escolher um golo, por ser o mais bonito ou especial da carreira, qual seria? É difícil. Felizmente já são alguns! (risos). Mas acho que o primeiro golo no jogo da subida de divisão, diante do Real SC, foi o mais especial. Marquei esse golo no preciso momento em que a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres saiu para a rua. Foi uma bênção de Deus e guardo esse momento com especial carinho. Olhando agora para adversários: qual o defesa central mais difícil que defrontou? Acho que o central mais difícil foi mesmo o Pepe, do FC Porto. É um defesa muito complicado de ultrapassar e admiro-o muito.

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Fazendo agora uma espécie de retrospetiva na carreira, o Thiago Santana iniciou a sua aventura no futebol nos escalões de formação do São Carlos, tendo ainda integrado a formação do Internacional. Como surgiu a possibilidade de ingressar nestes clubes e iniciar a sua carreira? Devo admitir que nunca pensei que pudesse vir a ser jogador de Futebol Profissional. Adorava jogar com os meus amigos na rua, e foi

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numa dessas ocasiões que recebi um convite de um empresário para ingressar no futebol, enquanto atleta federado. Acabei por subir na carreira e consegui tornar-me profissional. Sempre teve uma apetência especial pelos golos, ou chegou a experimentar outras funções durante o período de formação? Sempre gostei de jogar em posições mais avançadas no terreno. Joguei sempre no ataque, até porque sempre tive especial apetência para marcar golos. Algum ídolo de infância que o tenha inspirado? O meu ídolo é o Adriano “Imperador”. Era um avançado fenomenal! E quais os clubes que apoiava durante a sua infância? Apoiava o Esporte Bahia. Virando agulhas para a sua aventura em solo português: Em 2016-17 deu-se a chegada do Thiago Santana ao Futebol português, pela porta do Vitória FC. Ainda se recorda como surgiu esta possibilidade? Sim, ainda me recordo bem da chegada ao Futebol português. Estava a jogar no Náutico e o meu empresário ligou-me a falar da hipótese de vir jogar para Portugal. Disse-me que o mister José Couceiro (Vitória FC) já me tinha observado quando joguei no Figueirense. Fazia parte dos meus planos vir jogar para a Europa e não hesitei em aceitar.

“A verdade é que as pessoas têm respeitado ao máximo as indicações das autoridades de saúde, e têm feito do futebol um excelente exemplo para a sociedade. Eu pessoalmente prefiro sempre jogar com apoio nas bancadas”

Que memórias guarda desta primeira época? Correu bem a adaptação ao Futebol português, e quais as principais diferenças que encontrou para o Futebol brasileiro? Demorei algum tempo a adaptar-me ao Futebol europeu, até porque vinha do Brasil, onde o tipo de jogo é bastante diferente daquele que se pratica aqui. O Futebol em Portugal é mais tático, mais combativo, há menos espaços, e as equipas são mais inteligentes no processo defensivo, pelo que, naturalmente, precisei de algum tempo de adaptação. Na época seguinte acabaria por rumar aos Açores, para abraçar o projeto do Santa Clara. O que o levou a aceitar este projeto de um clube que, na altura, militava no segundo escalão do Futebol português? Na altura, o Diogo Boa Alma, Diretor Desportivo do Santa Clara, apresentou-me um projeto bastante ambicioso. Queria voltar a ser feliz e sabia que tinha condições de fazê-lo nos Açores, onde encontrei um clube que acreditava em mim e nas minhas capacidades. A verdade é que este passo na carreira se revelou acertado. O Thiago registou a época mais concretizadora da carreira, com 17 golos em 39 jogos, contribuindo decisivamente para o regresso do Santa Clara à Liga NOS. Foi um dos momentos mais especiais da sua carreira? A subida de divisão foi um dos grandes momentos da minha carreira. Foi, sem dúvida, uma temporada fantástica para mim, para o clube, e para a região. Sabíamos que tínhamos uma montanha difícil para escalar, mas nunca virámos a cara à luta. O que é certo é que tínhamos um grupo fantástico naquele ano, onde fiz vários golos e consegui contribuir para a tão desejada subida de divisão.

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“acho que o primeiro golo no jogo da subida de divisão, diante do Real SC, foi o mais especial. Marquei esse golo no preciso momento em que a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres saiu para a rua” coisas estavam a correr-me muito bem. Tinha três golos nos primeiros cinco jogos da época, e estava a adaptar-me na perfeição ao coletivo e às ideias do mister. Foi muito complicado ter de ficar de

fora durante tanto tempo, mas isto serviu para me dar ainda mais força para regressar bem, num período onde a minha família e o grupo de trabalho foram os meus grandes suportes. Nunca me faltaram com nada, e foi graças a eles que consegui voltar a fazer aquilo de que mais gosto. Tenho ainda de destacar que

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Seguiu-se o regresso do Santa Clara à Liga NOS, 15 anos depois da sua última presença. Uma época que correu de feição ao Santa Clara, que terminou na 10.ª posição. O Thiago Santana foi figura de destaque no arranque da época, com dois golos nas primeiras quatro jornadas, mas acabaria por lesionar-se. Como se lida com uma situação destas? A lesão foi um momento bastante complicado na minha carreira, ainda para mais numa altura onde as

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foi nesta altura que o meu segundo filho nasceu, algo que serviu de incentivo para recuperar ainda mais rapidamente. Viajando agora de volta até esta época, o Santa Clara foi um dos clubes que já teve a possibilidade de jogar com adeptos nas bancadas. Para um jogador de Futebol, é um fator essencial poder voltar a ter colorido e “barulho” nas bancadas? É completamente diferente ter a possibilidade de sentir a vibração e o apoio dos adeptos nas bancadas. E a verdade é que as pessoas têm respeitado ao máximo as indicações das autoridades de saúde, e têm feito do futebol um excelente exemplo para a sociedade. Eu pessoalmente prefiro sempre jogar com apoio nas bancadas, uma vez que esta é uma força extra para nós batalharmos.

“bravo açoriano”, até porque estas têm sido quatro épocas memoráveis. Nunca tinha estado tanto tempo num clube, e a verdade é que a minha família e eu estamos já completamente ambientados com a vida nos Açores, que é bastante tranquila e boa. As pessoas são muito acolhedoras e

não faltam locais bonitos para se visitar. Até onde pode chegar o Santa Clara depois de um arranque de época tão promissor? Queremos alcançar o grande objetivo da temporada o mais rapidamente possível: a manutenção. Nesta fase, o Santa Clara precisa de continuar a consolidar a sua presença na Liga NOS, e só depois disso é que vamos poder pensar e olhar para objetivos diferentes. E o Thiago Santana… quais as metas que ainda ambiciona concretizar na sua carreira? Quero acabar da melhor maneira possível esta temporada e, dessa forma, continuar a ajudar o Santa Clara na persecução dos seus objetivos. Agora, obviamente, como qualquer outro jogador, tenho a ambição de um dia jogar nas maiores ligas europeias. Mas tudo a seu tempo… para já estou muito feliz e quero continuar a ajudar e contribuir para o projeto do Santa Clara!

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Esta é já a quarta época em que o Thiago Santana está nos Açores e veste a camisola do Santa Clara, tendo acompanhado todo este “reerguer” do Santa Clara. Perguntava-lhe se já está completamente identificado com a vida nos Açores? Já me sinto um verdadeiro

“Já me sinto um verdadeiro “bravo açoriano”, até porque estas têm sido quatro épocas memoráveis. Nunca tinha estado tanto tempo num clube”

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Escolha do 11 da semana

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A Liga portugal fez o desafio e as respostas foram imediatas: jornalistas, comentadores desportivos e embaixadores da liga escolhem todas as semanas um lote de jogadores para serem votados pelos adeptos

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Foi à 3.ª jornada que a Liga Portugal desafiou, pela primeira vez, um conceituado jornalista/ comentador desportivo da RTP e do jornal Record para eleger um lote de jogadores em destaque naquela jornada, de onde viria depois a sair o 11 da semana, em votação feita no Twitter da Liga Portugal, pelos nossos seguidores. Rui Malheiro respondeu, de imediato, ao desafio e dali saíram os melhores da terceira ronda. Seguiram-se, então, José Nunes, também ele comentador da RTP, Jorge Gabriel, apresentador da RTP, e os Embaixadores da Liga Portugal e ex-internacionais portugueses, Paulo Futre e Ricardo. A proposta é simples e passa pela escolha de três guarda-redes, três laterais-direitos, três laterais-esquerdos, quatro defesas-centrais, três médios defensivos, quatro médios centro e ofensivos, quatro extremos e três pontas-de-lança. É esta primeira escolha dos nossos “notáveis” que vai a uma votação e, até ao fecho desta edição, tinhamos já cinco dos melhores 11 da Liga NOS.

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“Rei” Ricardo Quaresma valeu Prémio Comunicação e Marketing corresse o mundo, obtendo mais de 400 mil visualizações na página de Instagram do Vitória SC. E este é, precisamente, o intuito do “Prémio Comunicação e Marketing”, uma parceria da Liga Portugal e a Marketeer que surge no panorama 2020-21 com o objetivo de reconhecer ações, campanhas, ou conteúdos promocionais, que sejam desenvolvidas pelas Sociedades Desportivas. Esta distinção tem ainda como objetivo ser abrangente, e, como tal, são consideradas relevantes ações

de promoção de jogos, campanhas de angariação de público para os estádios, promoção da competição, promoção do fair-play e eventos de promoção dos jogadores. Importa referir ainda que o júri decisório deste prémio é constituído pela Liga Portugal, por alunos da Pós-Graduação “Organização e Gestão no Futebol Profissional” e pela Marketeer, com a seleção a respeitar os seguintes critérios: Criatividade (30%), Alcance (30%), Inovação (25%) e Meios (15%).

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A contratação do jogador campeão europeu pela seleção nacional em 2016, por si só, já representava um momento único e de grande relevância para o emblema vimaranense, que soube explorar da melhor maneira esta oportunidade, conferindo-lhe outra dimensão com uma apresentação “fora da caixa”. Sob o mote “Longa vida ao Rei, a Dinastia Quaresma começa agora”, o jogador do Vitória SC surge sentado num trono, num castelo. O jogador acabaria por deixar este espaço montado a cavalo, assumindo assim uma simbiose perfeita com valores históricos do clube e da cidade, e que ajudaram a que esta apresentação

Há apresentações que são inesquecíveis. Que o diga o Vitória SC e o seu reforço, Ricardo Quaresma, que conquistaram a primeira edição do Prémio Comunicação e Marketing, que resulta de uma parceria entre a Liga Portugal e a Marketeer (media partner)

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“Momento de comunicação extraordinário”

André Viana, Diretor de Comunicação do Vitória SC

André Viana, Diretor de Comunicação do Vitória SC, lidera uma equipa criativa que foi capaz de desenvolver uma apresentação original de um craque regressado ao Futebol português. As imagens de Ricardo Quaresma no castelo de Guimarães correram mundo e levaram o clube a ser distinguido com o primeiro prémio Liga Portugal/Marketeer. Inovação e Criatividade, diz o responsável, não faltam no Futebol nacional, mas é preciso enraizá-las cada vez mais no Marketing e Comunicação Como surgiu a ideia de fazer esta campanha? O desafio era simples: sendo esta a cidade dos reis, queríamos receber da melhor forma aquele que é um dos reis do futebol. O vídeo deveria refletir a riqueza histórica de Guimarães e ter também algumas alusões às alcunhas do Ricardo, terminando com um desfecho algo inesperado, mas que faz todo o sentido como metáfora de alguém que sai do Paço dos Duques para ir à conquista. Qual o ponto de partida para a realização da mesma? A cidade ou a “figura” do Ricardo Quaresma? A questão era mesmo essa: casar a cidade com a figura do Ricardo. Ambos tinham de ter uma presença marcante no vídeo, nenhum sobressair sobre o outro. Queríamos que tanto a identidade de Guimarães como a personalidade do Quaresma estivessem refletidas em poucos segundos de vídeo. Acho que o conseguimos.

Inovação e criatividade são fatores que faltam ao Futebol português e que o podem valorizar como produto? Inovação e criatividade não faltam e nunca faltaram ao futebol português, sobretudo no patamar desportivo. Julgo que nos últimos anos se deram passos muito importantes para que essas características se transportem para outras áreas como a comunicação e o marketing, o que é fundamental porque um mercado como o português só pode ser competitivo dessa forma. www.ligaportugal.pt

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Que importância tem para o Vitória SC uma distinção destas, da Liga Portugal e Marketeer? Felizmente tivemos reações extraordinárias ao vídeo, de todas as partes do mundo, o que acabou por constituir um momento de comunicação extraordinário, porque resultou num fenómeno global e que chegou a milhões de pessoas. O reconhecimento da Liga e da Marketeer são importantes, porque é sinal de que o nosso mercado valorizou o conteúdo. Ficámos ainda mais satisfeitos por ser uma distinção nova e por sermos os primeiros a merecê-la.

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Os talentos do mês! prémios setembro/outubro

Melhor Jogador do Mês Liga Portugal SABSEG: Gonçalo Ramos (SL Benfica B) De pé quente! Esta é uma expressão que assenta que nem uma luva a Gonçalo Ramos. O jovem avançado de 19 anos alinhou em quatro partidas durante este período, onde apontou uma impressionante quantia de sete golos, sendo ainda autor de três assistências para golo.

Bet.pt Golo do Mês Liga NOS: Jordão (FC Famalicão) Pura inspiração! Jordão pegou na bola ainda antes do meio campo, tirou dois adversários do caminho e, já dentro da grande área, desferiu um forte remate que ainda embateu no poste antes de cruzar a linha de golo da baliza do SC Farense.

Bet.pt Golo do Mês Liga Portugal SABSEG: Leandro (Vilafranquense) Colocação e potência! Leandro conjugou estes dois adjetivos num só remate. O momento de inspiração do extremo do Vilafranquense ocorreu na deslocação do conjunto ribatejano ao reduto do SC Covilhã, com Leandro a fletir para dentro e a colocar a bola no ângulo superior da baliza à guarda de Léo Navacchio.

EuroBic Guarda-Redes do Mês Liga NOS: Bruno Varela (Vitória SC) A muralha do D. Afonso Henriques! Bruno Varela esteve em plano de destaque, nos dois primeiros meses de competição, ao consentir apenas dois golos em cinco jornadas disputadas. As boas performances do guardião de 26 anos revelaram-se assim decisivas no percurso do conjunto vimaranense, durante este período.

Melhor Jogador do Mês Liga NOS: Pedro Gonçalves (Sporting CP)

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“Pote” de magia é uma expressão que começa a ganhar asas no Futebol português! O jovem médio do Sporting CP confirmou, com exibições preponderantes no excelente arranque de época dos leões, os predicados que lhe valeram a distinção de “Melhor Jovem do Ano Liga NOS”, na época anterior.

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Defesa do Mês Liga NOS: Pepe (FC Porto) Intransponível! Aos 37 anos, Pepe continua a evidenciar características ímpares. O defesa central do FC Porto esteve em grande forma nestes primeiros dois meses de competição, sendo totalista nas cinco partidas disputadas, onde apontou um golo e alcançou uma distinção de “Homem do Jogo Liga NOS”.

Médio do Mês Liga NOS: Pedro Gonçalves (Sporting CP) Já destacado como o “Melhor Jogador do Mês Liga NOS”, Pedro Gonçalves foi autor de um mês bastante positivo, onde somou todos os minutos nas quatro partidas em que foi opção. Nesse período, o médio leonino somou três golos à sua conta pessoal, revelando ainda uma forte influência na manobra ofensiva do Sporting CP.

Avançado do Mês Liga NOS: Thiago Santana (Santa Clara) O ciclone dos Açores! Thiago Santana aproveitou o início de competição para se consagrar como melhor marcador de sempre do Santa Clara, na Liga NOS. Um estatuto alcançado depois de o avançado de 27 anos ter somado cinco golos à sua conta pessoal, em apenas cinco jogos. Uma incrível média de um golo por jogo, durante este período!

Treinador do Mês Liga Portugal SABSEG: Filipe Cândido (CD Mafra) Uma estreia de sonho! Na sua estreia nas competições profissionais, o técnico do CD Mafra arrecadou o prémio de “Treinador do Mês Liga Portugal SABSEG”. Com sete jogos disputados durante estes dois primeiros meses de competição, o CD Mafra somou 15 pontos, e é por esta altura uma das sensações da prova.

Treinador do Mês Liga NOS: Jorge Jesus (SL Benfica) No seu regresso a Portugal, Jorge Jesus entrou com o pé direito depois de vencer as primeiras cinco jornadas da competição! Um feito que garantiu um percurso 100% vitorioso, durante os dois primeiros meses de competição, e que culminou com a conquista da distinção de “Treinador do Mês Liga NOS”.

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Os Prémios que distinguem os melhores técnicos das competições profissionais passam, agora, a chamar-se Prémio Treinador do Mês – Vítor Oliveira, sendo esta uma denominação a ser usada na distinção entregue anualmente na gala do Kick-Off e que premeia, até final da época, o melhor entre os melhores. Uma homenagem da Liga Portugal a um treinador que se despediu a 28 de novembro, aos 67 anos.

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Homenagem nacional

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Aos 48 anos, Nuno Capucho abraçou o quarto projeto como treinador no Futebol Profissional. Depois de passagens por Varzim SC, Rio Ave FC e CD Mafra, o antigo extremo é agora o timoneiro do SC Covilhã, onde, desde a terceira jornada, tem levado a cabo uma impressionante recuperação na tabela classificativa da Liga Portugal SABSEG. Em entrevista à Liga-te, o técnico natural de Barcelos conta todos os pormenores de um projeto “com muita paixão e sonhos por concretizar”, revisitando ainda episódios de uma carreira como jogador, recheada de sucessos. Desde o título de Campeão do Mundo de Sub-20, por Portugal, que “mudou a carreira”, ao golo de chapéu frente ao SL Benfica, e à conquista da Taça UEFA diante do Celtic, num jogo “épico e inesquecível”, muitos são os episódios que marcaram a vida do antigo internacional português

“O meu sonho é olhar para os jogadores e ver que estão felizes”

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nuno capucho, Treinador do SC Covilhã

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À passagem da terceira jornada da Liga Portugal SABSEG assumiu o comando técnico do SC Covilhã. Qual o projeto que lhe foi apresentado? Foi-me apresentado um projeto por um Presidente com muita paixão pelo jogo, e que gosta muito do SC Covilhã, com muitos sonhos ainda para concretizar no clube. As perspetivas para esta época, de um campeonato positivo, com uma mescla de jogadores com experiência e juventude, constituíram um desafio muito aliciante, até porque no início as coisas não estavam a correr bem e ele tentou mudar o rumo dos acontecimentos. O que ele me pediu foi que trabalhasse de forma organizada, com honestidade, e que tentasse valorizar os jogadores do SC Covilhã. Eu gostei desta paixão dele, que me cativou imenso, e o facto de a equipa ser composta por bons profissionais, que gostam do jogo, e têm aspirações constantes de melhorar, também ajudou bastante. Acho que a equipa tem-me dado aspetos positivos e nota-se que está numa fase de crescimento, e, se continuar assim, poderá dar ainda mais alegrias aos adeptos.

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A Liga Portugal SABSEG é, por norma, um escalão muito competitivo. Quais os objetivos do SC Covilhã nesta “longa maratona”? Acho que o primeiro objetivo do Presidente é fazer sempre uma equipa competitiva. E a verdade é que, para podermos almejar a objetivos mais altos, é necessário criar alicerces, não só ao nível da primeira equipa, como também da equipa B. Primeiramente, temos de consolidar a equipa na Liga Portugal SABSEG, que é um campeonato competitivo, e tem muitas equipas que têm o objetivo de dar o passo seguinte, rumo à Liga NOS. Portanto, há que consolidar a nossa equipa, e todos têm de saber o que pretendemos fazer ao nível de jogo – não só nos aspetos ofensivos como também nos defensivos.

Depois de alcançarmos esta consolidação, aí sim poderemos pensar no passo seguinte, que não é fácil, até porque se fosse qualquer pessoa subia com facilidade. E, pegando neste último ponto, a realidade é que o desporto e o Futebol em si não são tão fáceis como as pessoas possam pensar. Podemos perspetivar uma equipa ao dizer: “queremos este objetivo”, mas muitas das vezes podem existir obstáculos e desafios para os quais as equipas não estão preparadas. Temos de alcançar estabilidade, dentro daquilo que é o nosso estilo de jogo e a nossa forma de pensar o jogo e, só depois, podemos pensar em dar o passo seguinte. Acho que a equipa está a crescer, com o primeiro princípio a nível ofensivo e defensivo já dentro daquilo que perspetivámos, mas agora é tempo de a equipa dar o passo seguinte a nível de crescimento. Até onde pode ir o SC Covilhã com o Nuno Capucho na Liga Portugal SABSEG? Não adianta muito perspetivar o futuro, até porque eu penso sempre jogo a jogo, e aquilo que pretendo é que não tenhamos medo de defrontar qualquer adversário, seja ele de que campeonato for.

“Foi-me apresentado um projeto por um Presidente com muita paixão pelo jogo, e que gosta muito do SC Covilhã, com muitos sonhos ainda para concretizar no clube”

Não temos de ter nenhum tipo de receios, e devemos olhar para os jogos enfrentando-os como uma verdadeira equipa, sem nunca mudar aquilo que é a nossa ideia de jogo. Se quisermos pressionar temos de estar todos com o nosso pensamento na pressão, que pode ser alta ou num bloco intermédio, enquanto que se estivermos a jogar no meio-campo defensivo do adversário, temos de saber ajustarnos ao que temos de bloquear, e perceber como é que poderemos utilizar as forças do adversário para passá-las para coisas positivas na nossa equipa. Se for assim, a equipa está a seguir aqueles passos que eu pretendo, a nível de crescimento, e vamos ser mais fortes, com toda a certeza. Como olha para o grau de competitividade da Liga Portugal SABSEG? O Championship de Inglaterra também tem um grau de competitividade muito grande e as equipas que sobem à Premier League, como o Wolves e o Leeds, chegam lá e têm capacidade para defrontar ou estar dentro daquele nível de competitividade. No nosso caso, o campeonato é igualmente competitivo, mas acho que as equipas que sobem à Liga NOS acabam por ter muitas dificuldades. O grau de competitividade na Liga Portugal SABSEG é bom, mas para passarmos para o passo seguinte as equipas têm de se readaptar, porque se mantiverem este nível de competitividade vão ter imensas dificuldades, uma vez que a diferença entre os dois escalões é muito grande. Podem competir em bom plano num ou dois jogos, mas depois as equipas não estão preparadas para cumprir um campeonato completo. Acho que, por isso, em Portugal, esta situação devia ser revista, tendo em conta que é uma diferença muito grande e há uma www.ligaportugal.pt


No que respeita a esta edição da Liga Portugal SABSEG, parecelhe existir um lote alargado de candidatos à subida? Há candidatos que já estão definidos antes de o campeonato começar. Mas, efetivamente, durante a época é que vai ficar provado quem tem capacidade para integrar o primeiro terço das equipas, o segundo terço, ou o lote das equipas que lutam para não descer. As equipas é que têm de conquistar o seu espaço. Nesse sentido, uma das mensagens que eu transmito aos meus jogadores é que, se queremos reclamar alguma coisa, a nível de estatuto, temos de o reclamar dentro do campo. Se quisermos melhorar a nossa vida, ou se ambicionarmos uma melhor carreira, tem de ser dentro www.ligaportugal.pt

do campo. E como é que definimos isso? Ganhando mais vezes do que aquelas em que perdemos. Passando agora para um âmbito mais pessoal: o Nuno Capucho conquistou inúmeros títulos e troféus. Qual considera ter sido o mais especial? O título de Campeão do Mundo de Sub-20, por Portugal, sem dúvida alguma. Penso que esse foi o momento que possibilitou que as portas se abrissem para mim, a nível profissional, e que mudou a minha carreira. Para além disso, essa conquista foi uma espécie de “click” para a transformação da mentalidade dos dirigentes portugueses. A partir desse Campeonato do Mundo, em Ríade, começou-se a olhar com outros olhos para o Futebol português e, mais concretamente, para uma maior aposta na formação. Se tivesse de eleger o golo da sua vida, qual seria? Acho que ainda tive a sorte de marcar alguns golos bonitos (risos). Mas aquele que me deu maior prazer foi num jogo contra o SL

Benfica. Não sei como é que aquilo me passou pela cabeça, mas fiz um chapéu ao guarda-redes do SL Benfica, o Robert Enke. Na altura, um jogador do FC Porto marcar golos ao SL Benfica era sempre “especial”. Daquela maneira, e a ganhar por 3-2, foi uma satisfação enorme. E sem dúvida que uma das coisas que mais me dava prazer, a jogar futebol, era fazer vibrar as pessoas e os adeptos. Isto serve de mote para uma das mensagens que passo aos meus jogadores: para marcarmos a diferença, temos de ser especiais. Especiais nalguma coisa, num golo, numa finta, num cruzamento, num desarme, no aspeto coletivo, temos de ser especiais nalguma coisa. E o jogo mais marcante? A final da Taça UEFA, em 2003, frente ao Celtic. Jesus… que atmosfera (risos). 40 graus, estádio cheio, toda a gente a cantar, e depois o FC Porto a ganhar, foi fabuloso. Claramente o jogo que mais me marcou, por todos os aspetos. Nós a marcar golos, o Celtic a responder, e toda a gente a cantar no estádio.

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clara necessidade de haver um maior equilíbrio. Isto tudo é uma questão de capacidade monetária das equipas, e de investimento em bons jogadores, e mesmo em infraestruturas, para que possam estar preparadas para competir na Liga NOS.

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Tenho ideia de que estavam mais adeptos do Celtic do que do FC Porto, mas a verdade é que na parte final apenas se ouviam os adeptos do FC Porto a cantarem pela cidade e pelo clube. Foi épico e inesquecível!

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Algum treinador que o tenha marcado de forma especial? O Carlos Queiroz marcou imenso a minha geração. A nível de clubes, apanhei ainda o Fernando Santos e o José Mourinho. Este último trouxe uma verdadeira lufada de ar fresco em Portugal, ao nível dos aspetos do treino, de evolução da confiança do próprio jogador português, e ajudou o futebol português a subir alguns patamares. Agora começa a surgir uma nova geração de treinadores, composta pelo André Villas-Boas, pelo Nuno Espírito Santo, ou pelo Bruno Lage. No fundo, há um vasto número de treinadores bastante novos e com uma cultura diferente. Sobre esta temática, importa ainda dizer que aquilo que mais me revolta no jogador português, é este dizer que lá fora os treinadores

treinam mais. Isso cria-me uma sensação de revolta. Se nós tentamos impor um espírito de competição no próprio treino, os jogadores começam a não gostar. Mas quando treinam lá fora, já treinam de maneira diferente. Lá fora treina-se bem, mas aqui o treinador português tem muita qualidade e, muitas das vezes, sem ter condições, faz coisas milagrosas ao nível do Futebol. As coisas já se estão a começar a inverter e o treinador português começa a ser tremendamente valorizado lá fora. Está a começar a sê-lo no Brasileirão que, a meu ver, é um dos melhores campeonatos do mundo ao nível do talento, onde já reconhecem que o treinador português tem uma margem de evolução enorme. Tudo isto para dizer que, ao nível da organização, e mesmo de exportação de jogadores, Portugal está a fazer um trabalho brilhante. Começou a carreira no Gil Vicente FC, o clube da sua cidade natal – Barcelos. Que significado tem para si o clube onde tudo começou? Foi onde eu dei os primeiros

passos a jogar à bola. Quer dizer, onde eu comecei a dar os meus primeiros passos foi na rua, com os meus amigos no bairro. Agora ao nível de Futebol organizado, de entrar dentro do campo de jogo e perceber o que é que estava a fazer foi, efetivamente, no Gil Vicente FC. Quando recordo esses tempos, penso que eu era um jogador que não gostava de ter paragens e que queria ter a minha liberdade dentro do campo. Pensava que o Futebol era a bola, eu e a baliza. A nível de equipa, de partilhar, acho que o futebol tem esta vertente de partilhar o jogo, o campo e o momento defensivo, que eu não gostava muito. Mas a verdade é que temos de ser solidários pois, se não formos, de certeza que vamos ter muitas mais dificuldades e não nos vamos divertir tanto. O futebol deume esta lição de vida. Como avalia os anos de formação que viveu como treinador, no FC Porto? Eu só sou treinador por causa dos miúdos. Eles questionavam-me porque é que eu fazia aquilo, ou www.ligaportugal.pt


porque é que programava aquele tipo de exercícios, e isso fazia-me evoluir e estar preparado para aquilo que iriam ser as perguntas deles. A partir daí comecei a gostar do próprio desafio de ter de preparar um treino, definindo o seu objetivo, e pensando sempre como iria melhorar os jogadores, não só a nível individual, mas também coletivo. Esse fator levou-me também a criar desafios a nível coletivo, nas vertentes táticas, para que eles se sentissem confortáveis e não tivessem nenhum tipo de receios. Se um jogador vai para dentro do campo e tem algum tipo de receio, defensivo ou ofensivo, de certeza que não se sente confortável. Eu acho que nós só podemos transmitir mensagens positivas aos jogadores se eles se sentirem confortáveis dentro do jogo.

vencedores. Em Espanha joga-se bem, a nível de Futebol positivo, as equipas gostam todas de jogar com critério, mas em Portugal os jogadores são muito mais criativos, desenvolvem muito mais os aspetos ofensivos e defensivos, em que acho que o futebol português melhorou imenso. Passámos a ser muito mais competitivos e a dar mais criatividade ao jogador português. Acho que, neste aspeto, o Futebol português está num patamar elevadíssimo. Para terminar, quais são os seus sonhos e metas como treinador? O meu sonho é olhar para os jogadores e ver que estão felizes. Não é muito fácil acontecer isso porque, quando nós temos 27 jogadores, temos de fazer escolhas para o onze da equipa titular, numa convocatória que engloba 18 ou 20 jogadores. Temos de deixar

cerca de sete jogadores de fora, e isso levanta um desafio: como é que um treinador pode fazer esta gente toda feliz ao mesmo tempo? Não é nada fácil. Claro que nós já sabemos que muitas vezes cometemos injustiças, pois temos de fazer escolhas e em algumas ocasiões decidimos mal. Qual é o nosso critério de escolha, então? A única promessa que eu lhes posso fazer é que, se forem bons profissionais e treinarem bem, eu vou dar uma oportunidade a todos. Não há milagres. Jogando bem, continua a jogar. Não jogando bem, já tenho de dar oportunidade a outros jogadores que estão a treinar bem. É assim que eu lido com eles. Tento ser justo, embora muitas vezes eu saiba que vou cometer injustiças, e a verdade é que todos os treinadores cometem injustiças. Aquilo que eu quero é fazê-los felizes, mas todos ao mesmo tempo é impossível, infelizmente (risos).

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O que retira das experiências na Escócia (Rangers) e em Espanha (Celta de Vigo)? Que o Futebol português a nível tático, a nível de criatividade e a nível do jogo, está muito à frente em relação aos outros. Claramente que na Escócia o campeonato é mais pequeno, muito competitivo entre eles, e os escoceses são fervorosos e transformavam qualquer jogo numa batalha. Já está nos genes deles. De uma maneira ou de outra, tinham de sair

“Não adianta muito perspetivar o futuro, até porque eu penso sempre jogo a jogo, e aquilo que pretendo é que não tenhamos medo de defrontar qualquer adversário, seja ele de que campeonato for”

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Um arranque pintado a tons verde e brancos

As primeiras oito jornadas da Liga NOS revelaram um leão com apetite insaciável! Isto porque o Sporting CP atingiu a liderança da prova depois de um excelente arranque de campeonato, com sete vitórias e um empate, onde Pedro Gonçalves tem sido verdadeira figura de destaque. O médio de 22 anos, que na época passada foi distinguido como o melhor jovem a atuar na competição, regista números verdadeiramente impressionantes, depois de ter apontado um total de nove golos em cinco jogos consecutivos, e que fazem dele o atual melhor marcador da competição

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Em boa forma segue também o SC Braga que, depois de ter sido derrotado nas duas jornadas inaugurais da prova, encetou uma significativa série de seis vitórias que catapultaram os “Gverreiros do Minho” até ao segundo lugar da tabela classificativa. Nota ainda para o CD Nacional que no regresso ao principal escalão do Futebol português se tem revelado um verdadeiro “osso duro de roer”, sendo uma das três equipas que ainda não consentiu qualquer desaire caseiro na prova, a par de Sporting CP e Moreirense FC. De outro prisma, a jogar fora de portas, o destaque vai para Vitória SC e Sporting CP, que se mantêm invictos como visitantes.

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Já no plano individual, Darwin (SL Benfica) tem impressionado pela sua potência física, que muito tem contribuído para as suas boas performances ofensivas, que lhe valem o estatuto de jogador com mais assistências para golo (5). No que diz respeito a goleadores, Thiago Santana e Rodrigo Pinho emergem como as figuras de Santa Clara e Marítimo M., respetivamente, uma vez que o seu contributo se traduz numa percentagem superior a 50% dos golos apontados, pelos respetivos conjuntos. Por fim, importa realçar o enorme equilíbrio que se regista na atual classificação da Liga NOS, com uma escassa distância de seis pontos entre os lugares de acesso às competições europeias e a zona de despromoção.

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Imprevisível e equilibrada. Estes são os dois adjetivos que melhor definem a Liga Portugal SABSEG que, com as primeiras dez jornadas da competição já disputadas, tem como destaque dois conjuntos que equipam de amarelo

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Sinal amarelo no primeiro terço da Liga Portugal SABSEG

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Estoril Praia (líder) e CD Mafra – segundo classificado -, encerraram assim o mês de novembro nos dois primeiros lugares da tabela classificativa, e garantiram a qualificação para a edição deste ano da Allianz CUP. Pode-se assim falar numa espécie de primeiro objetivo cumprido, por parte destas duas formações, que estão bem cientes da forte concorrência que irão enfrentar para conseguirem manter estas posições no final da temporada. E convém, também, não esquecer que uma das novidades para esta época é precisamente o facto de o terceiro lugar garantir um play-off frente ao 16.º classificado da Liga NOS, naquela que é uma medida que irá certamente dar ainda mais ânimo à reta final do campeonato, sendo que, para já, a distância entre o terceiro classificado (A. Académica) e o oitavo, SC Covilhã, é de apenas sete pontos, naquele que é um claro indicio de competitividade. Ainda no que toca a destaques coletivos, nota para a boa prestação dos conjuntos recém-promovidos, FC Arouca e FC Vizela, que ocupam posições na primeira metade www.ligaportugal.pt


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depois de ter sido derrotado nas primeiras três jornadas da prova, ocupando agora o oitavo posto. Já no plano individual, Yakubu Aziz (Estoril Praia) tem sido um verdadeiro predador à solta, com sete golos apontados nestas primeiras dez jornadas. Um registo que permite ao avançado ganês seguir no topo da lista de melhores

marcadores, em igualdade com Gonçalo Ramos (SL Benfica B). Também com forte conotação ao golo emerge o nome de João Mário (A. Académica), que surge como um dos rostos da boa campanha dos “estudantes”, destacando-se por se tratar do jogador com mais passes para golo na prova, num total de quatro assistências.

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da tabela classificativa. Já A. Académica e CD Feirense – que seguem na terceira e quarta posição, respetivamente - têm sido visitantes indesejados, uma vez que são as únicas formações que ainda não somaram qualquer derrota fora de portas, enquanto que o SC Covilhã encetou uma excelente recuperação na tabela classificativa,

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O “novo” São Luís

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Dezoito anos depois, o Estádio de São Luís voltou a receber emoções de primeira! Depois de disputar as primeiras jornadas em casa emprestada – Estádio do Algarve -, o SC Farense concluiu as obras de requalificação necessárias no seu mítico estádio, que abriu portas pela primeira vez nesta época na receção ao Boavista FC

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Uma remodelação quase total. Desde bancadas, tribunas, camarotes, balneários, bancos de suplentes, salas de delegados e árbitros, sala de Imprensa, túnel de acesso ao relvado e, claro, o próprio tapete verde, muitos foram os melhoramentos que deixaram o Estádio de São Luís de cara lavada. Esta obra foi assim o concretizar de um sonho e de uma aspiração antiga do SC Farense, que pela voz do membro da Direção, Diogo de Sousa, demonstra total satisfação com a sua conclusão: “Praticamente

foi tudo renovado, e quem cá vem nota bem a diferença. Estamos no nosso mítico estádio de sempre, mas toda a envolvência foi melhorada. Os próprios jogadores ficaram maravilhados com as novas condições e ficaram muito satisfeitos com o novo relvado, que levou um novo sistema de drenagem. Consultámos todos os especialistas e quisemos fazer tudo com calma, sabedoria e precisão, até porque estamos cientes de que o nível do relvado influi na qualidade do espetáculo”, sublinhou Diogo de Sousa.

O dirigente do clube algarvio lembrou ainda que as atuais exigências de infraestruturas “já nada têm a ver com as da última vez em que o clube figurou na Liga NOS”, projetando ainda que este regresso possa ser o mote para uma época de sucesso “onde o São Luís possa ser o palco de muitas vitórias”. Certo é que, para já, o mítico recinto do clube algarvio se revelou talismã, uma vez que foi no renovado Estádio de São Luís que o SC Farense se estreou a vencer na presente temporada, depois de levar a melhor sobre o Boavista FC, por 3-1. www.ligaportugal.pt



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FC Vizela de regresso a uma casa totalmente renovada

Quatro anos depois da última presença, o FC Vizela está de regresso à Liga Portugal SABSEG! Para além dos naturais ajustes no plantel, adjacentes à subida ao Futebol Profissional, o emblema vizelense necessitou de levar a cabo um conjunto de melhorias no seu estádio, de forma a que o Estádio do Futebol Clube de Vizela pudesse receber os jogos caseiros da equipa orientada por Álvaro Pacheco, no decorrer desta época www.ligaportugal.pt


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Ao longo de várias semanas, o recinto do clube minhoto foi alvo de diversas melhorias, nomeadamente ao nível de condições para os adeptos, da renovação de infraestruturas destinadas a jogadores e demais agentes desportivos, e ainda na aposta em infraestruturas que permitam promover melhores transmissões televisivas. Um conjunto de melhoramentos a pensar num Futebol cada vez mais Profissional, e que foi visível pela primeira vez no dia 24 de outubro, altura em que o FC Vizela recebeu a A. Académica, em jogo a contar para a sétima ronda da Liga Portugal SABSEG, naquele que foi o primeiro desafio desta época disputado no Estádio do Futebol Clube de Vizela – até este momento o FC Vizela jogou sempre em casa emprestada, no Estádio Capital do Móvel -. Um momento que orgulha todo o Futebol Profissional, como comprovam as palavras da Diretora Executiva de Competições da Liga Portugal, Helena Pires, que esteve presente de forma a assinalar este momento. “Esta é a imagem que tem de ser transmitida para pertencer à Liga Portugal SABSEG. Parabéns ao FC Vizela, por, numa altura tão difícil, ter sabido interpretar a realidade atual em que os estádios são cada vez mais escrutinados e importantes para o espetáculo”, concluiu a Diretora Executiva da Liga Portugal. Já Diogo Godinho, Presidente do FC Vizela, enalteceu a importância deste passo para a Sociedade Desportiva, corroborando a opinião de que “quem quer estar numa competição profissional necessita claramente de obras desta valia”. O Presidente do emblema minhoto mostrou-se muito satisfeito com estes melhoramentos, deixando ainda uma palavra de confiança aos adeptos, no que respeita aos resultados desportivos nesta renovada casa: “Chegámos às competições profissionais e vamos ser muito felizes aqui!”

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Guerreiros conquistam primeiro Prémio de Responsabilidade Social O Presidente do SC Braga, António Salvador, recebeu das mãos da Diretora Executiva Coordenadora da Liga Portugal, Sónia Carneiro, a primeira edição do Prémio de Responsabilidade Social da Liga, atribuído pela Fundação do Futebol, numa cerimónia que decorreu no Estádio Municipal de Braga. Um momento que para o Presidente do SC Braga representa “um motivo de grande satisfação e orgulho”, lembrando ainda que “além de competir, os clubes têm um compromisso de enorme responsabilidade para com a comunidade”. Já a Diretora Executiva Coordenadora da Liga Portugal definiu este prémio, que é uma novidade, como “um elogio para quem quer fazer o bem”, sublinhando o objetivo de “usar a notoriedade do Futebol para que os nossos atletas possam ajudar outras pessoas”.

O projeto “A Nossa Sala”, do Hospital de Braga, foi o vencedor do Prémio de Responsabilidade Social, referente aos meses de setembro e outubro. Esta ação contou com a envolvência do SC Braga, junto de empresas e instituições, e teve como principal contributo a remodelação de 17 salas de internamento da unidade hospitalar. Esta foi uma reestruturação que ascendeu a 27 mil euros, tendo a Liga de Amigos do Hospital www.ligaportugal.pt

conseguido angariar mais de 291 mil euros para a aquisição de quatro ventiladores, um detetor digital para Raio-X, 20 monitores de sinais vitais, 15 suportes pendentes para cuidados intensivos, oito aparelhos walkie-talkies, um eco endoscópio e uma central de monitorização. De referir que o momento da reinauguração contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de

Sousa, além das comparências, do Presidente do SC Braga, António Salvador, do Presidente do Conselho de Administração do Hospital, João Porfírio Oliveira, da Presidente da Liga de Amigos do Hospital, Felisbela Lopes, e do Secretário de Estado Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales.

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“A Nossa sala” remodelou 17 espaços de internamento do Hospital de Braga

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“Seria ótimo que o tema do envelhecimento passasse a ter mais interesse nos clubes” Mário Rui André, coordenador da Unidade de Missão

da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

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Mário Rui André, coordenador da Unidade de Missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é também o responsável pelo projeto Radar, no qual as próprias populações de Lisboa ajudam a identificar no terreno pessoas com mais de 65 anos em risco de isolamento. O responsável corrobora: o futebol mexe, influencia e chega a todos. Como a Santa Casa

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A Responsabilidade Social é algo que sempre esteve presente na génese da Santa Casa da Misericórdia. Como tem sido levar a cabo o projeto Radar em tempos tão adversos? A pandemia por COVID-19 está a ser mais uma situação disruptiva - das muitas com que a SCML foi confrontada ao longo dos seus 522 anos de existência. Neste caso específico em relação às pessoas mais velhas que, pela sua maior vulnerabilidade, mais tiveram de ficar confinadas em suas casas, e foi a oportunidade do Projeto Radar evidenciar todo o seu potencial. Assim, através de uma ação imediata de contactos telefónicos com as pessoas integradas na Plataforma Radar foi possível avaliar rapidamente a situação em que se encontravam, identificar as suas necessidades e ativar de forma célere, eficiente www.ligaportugal.pt


O projeto “Radar”, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, visa combater o isolamento sénior, junto das comunidades e de quem mais precisa. Pode descrever o projeto? De uma forma muito resumida, o Projeto Radar teve início em janeiro de 2019 com o objetivo de proceder ao levantamento a 30.000 pessoas 65+ (23% da população 65+ da Cidade de Lisboa), em particular aquelas que se encontravam a viver sozinhas ou acompanhadas por outra pessoa do mesmo escalão etário. Este levantamento, efetuado nas 24 freguesias da Cidade, procurou também identificar as privações, expectativas e potencialidades das pessoas mais velhas e foi realizado www.ligaportugal.pt

em estreita colaboração com os Parceiros Chave (Câmara Municipal de Lisboa (CML); Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML); Instituto da Segurança Social (ISS I.P.); Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS – LVT); Polícia de Segurança Pública (PSP), e agora desde setembro de 2020, também com a Gebalis, no sentido de otimizar as respostas perante os desafios da longevidade e do envelhecimento. Através do Projeto RADAR foi ainda possível constituir uma rede de Radares Comunitários, envolvendo cerca de 2300 entidades locais - comércio local, em particular as farmácias, associações de solidariedade social e outras - que aderiram ao projeto e se envolveram na sinalização de pessoas 65+ com base no conhecimento específico que detinham da realidade local, numa verdadeira demonstração de cidadania ativa. Toda a informação recolhida foi colocada numa plataforma digital que, para além do conhecimento das necessidades das pessoas, permitiu o encaminhamento das situações mais vulneráveis para os serviços e respostas adequadas. Esta plataforma é partilhada atualmente por 30 atores institucionais/organizacionais que intervêm nas áreas sociais, da saúde e da segurança e consubstanciase, de facto, como uma plataforma digital colaborativa de identificação de necessidades e de ativação de recursos para dar resposta às

privações com que as pessoas mais velhas se confrontam. Atualmente, na fase atual do período de emergência, estamos a estabelecer contactos telefónicos com cerca de 600 pessoas em situação de elevada vulnerabilidade, em particular os mais sós e isolados; e continuamos a proceder ao levantamento de necessidades numa média de 250 telefonemas diários, com encaminhamento para as respostas adequadas a nível local, em particular as juntas de freguesia, os serviços da SCML e a PSP. Com o agudizar da crise e o prolongamento de medidas de emergência, como “reinventou” o projeto “Radar” para continuar a dar a resposta necessária e ultrapassar os constrangimentos gerados pela COVID-19? Mais do que se reinventar, o Projeto Radar demonstrou que, apesar de ser muito importante em tempos de “normalidade”, ele torna-se, de facto, da maior relevância e passa a fazer toda a diferença em tempos disruptivos que exigem uma aproximação rápida àquelas pessoas que se encontram em situação de maior fragilidade. Especificamente, em termos de reinvenção no modo de atuação, talvez o mais significativo tenha sido a capacidade de passar a utilizar de forma massiva as plataformas de comunicação na articulação com os parceiros. Hoje mantemos uma forte atividade de planeamento e discussão com

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e eficaz, as respostas adequadas. Para esta agilidade muito contribuiu o facto de as Juntas de Freguesia também se terem mobilizado quer nos contactos telefónicos a estas pessoas, quer no desenvolvimento de respostas úteis às necessidades identificadas. Só para se ter uma noção, durante os primeiros 3 meses do início da pandemia, foram realizadas mais de 80.000 chamadas telefónicas que resultaram não apenas na ativação de recursos de tipo alimentar, apoio na medicação e no fornecimento de serviços ao domicílio, mas também numa ação de descodificação da informação, sensibilização e consciencialização sobre a prevenção da infeção e a forma como as pessoas deveriam agir sem ceder ao pânico.

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os paceiros assente em reuniões via TEAMS, ZOOM ou outras, que nos permite estar constantemente em contacto com os parceiros e procurar encontrar soluções mais adequadas para os problemas.

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O combate aos diferentes tipos de isolamento, tem sido uma preocupação sua e de toda a sua equipa. Olhando para o futuro que ideias pretende implementar? No contexto da problemática da longevidade e envelhecimento a solidão na velhice é uma dimensão muito importante e prevalente: basta lembrar que na cidade de Lisboa cerca de 40% das pessoas 65+ vivem sós. Neste contexto, o Projeto Radar é, em si, uma resposta muito importante para que as pessoas sintam que existe alguém do lado de lá com quem podem contactar – através da Linha Informativo Radar 213 263 000 – ou que poderão ser contactadas regularmente no sentido de saber, de uma forma próxima e informal, como estão a passar, identificando as suas necessidades, procurando dar resposta a essas necessidades. Mas o trabalho que estamos a desenvolver, permite reconhecer outras áreas em que necessitamos, enquanto sociedade, de investir mais para assegurar que as pessoas possam viver o mais tempo possível em suas casas, mesmo que vivendo sós. Por exemplo, existem hoje sistemas de teleassistência integrados que permitem ativar serviços de telessaúde, telesegurança e teleapoio fundamentais para detetar precocemente as necessidades das pessoas - colmatados com sistemas digitais de alertas para situações de quedas ou outras situações de risco/perigo que podem acontecer na vida diária de uma pessoa que viva só. Para tal é necessário, desde logo, que tenhamos consciência de que este caminho só será possível se todos nós nos preocuparmos uns com os outros, e se estivermos atentos ao que se passa à nossa volta, com os nossos vizinhos e

com as pessoas que fazem parte do nosso ambiente socio-ecológico de proximidade. Fazendo a analogia entre a amplitude do projeto “Radar” e os clubes de futebol, poderão estes fazer um trabalho similar junto das suas comunidades locais e seus grupos de adeptos, servindo como veículo incentivador às boas práticas? Pensar que o Projeto Radar pode ter a mesma amplitude e chegar a tantas pessoas como o futebol é, de facto, um elogio ao Projeto Radar que, apesar de nos deixar regozijados, não corresponde à realidade e nem poderíamos esperar tanto. O que quero dizer com isto é que o futebol, representado pela rede de clubes nacionais, regionais e locais, constitui um poderoso veículo difusor de conceções sociais e promotor de dinâmicas sociais relevantíssimas – para o bem e para o mal – que podem, se bem utilizados, alavancar os processos de inclusão e integração social. E esta característica acaba por lhe trazer muitas responsabilidades na forma como aborda os grandes desafios societais do nosso tempo, como é o caso do desafio longevidade e do envelhecimento. A universalidade

da sua linguagem e a forma fácil como é apreendida por todos nós, poderá ser potenciada na forma como deveremos passar a ver o envelhecimento, combatendo os seus estereótipos e evitando discriminações estereotipadas…e o futebol tem-no feito em diversas áreas – basta lembrar-nos do que tem sido feito na luta contra o racismo e a xenofobia, ou o que tem feito na integração da diferença e dos refugiados. Neste sentido, seria ótimo que o tema da longevidade e do envelhecimento, apesar de também acabar por ser acarinhado pelo futebol (por exemplo através das homenagens às grandes estrelas), passasse a ter mais atenção e interesse por parte dos clubes. Por exemplo, penso que seria possível criar campanhas que dessem visibilidade às estrelas do passado, mostrando o que estão a fazer atualmente, pondo em evidência que, apesar de mais velhos continuam a ser as “estrelas” junto das suas famílias, dos seus amigos e nas suas comunidades. Este é apenas um exemplo do muito que o futebol poderia fazer para construirmos uma sociedade mais amigável em relação ao envelhecimento e que evidenciasse a longevidade como uma verdadeira conquista da comunidade humana. www.ligaportugal.pt



Bem-vindos ao “Mundo d’O Ligas”! Depois de muitas amizades e sorrisos conquistados pelos estádios do Futebol Profissional, O Ligas, mascote da Liga Portugal, passa agora para as páginas de um livro infantil, que estará disponível antes mesmo do Natal “Mundo d’O Ligas”, nome deste conto, tem como cenário principal, como não poderia deixar de ser, o mundo do Futebol, e desenrola-

se à boleia do desporto-rei, que apaixona miúdos e graúdos, tendo como base a paixão intensão de um miúdo pela mágica bola. A obra, que nasce da parceria da Fundação do Futebol com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (apoio institucional), resume e retrata os valores inerentes a ambas as entidades. É através de falas e atitudes de O Ligas que palavras como fair-play, respeito e espírito de equipa ganham

exemplo, que a igualdade e tolerância são enaltecidas, e que o racismo, xenofobia, bullying, ofensa e agressão se deparam como urgências a erradicar do desporto, do Futebol, da juventude e da vida. “Mundo d’O Ligas” fala assim a linguagem dos que vibram com o Futebol. Fala a linguagem das crianças que se mantêm fiéis à essência do desporto, e que exultam com o jogo no seu estado romântico, genuíno, ingénuo e feliz.

Para pintar e sonhar Se “Mundo d’O Ligas” é um livro com histórias adequadas a faixa etária 6-8 anos, a verdade é que os mais novos também terão um convite de O Ligas para poderem brincar e sonhar.

Isto porque também existe um livro só para colorir, destinada à faixa etária 3-6 anos. Uma alternativa que permite aos mais pequenos darem vida aos desenhos do livro com a sua paleta de

imaginação. De referir ainda que a acompanhar este livro de pintura estarão lápis de cor com o código Color Add, próprios para crianças daltónicas.

Ficha Técnica

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Título: Mundo d’o Ligas Textos: Joaquim Semeano Ilustrações: 2Play Fundação do Futebol - Liga Portugal e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

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COVID-19 Teste de Deteção do Vírus (PCR) Trata-se do teste de eleição no diagnóstico da COVID-19 que pesquisa diretamente o coronavírus SARS-CoV-2 nas vias respiratórias pelo método PCR. Este teste é considerado como “gold standard” pela OMS e DGS, pela elevada sensibilidade e especificidade na identificação simultânea de vários genes do vírus

Teste Diferencial COVID-19 ou Gripe? Este teste permite fazer o diagnóstico diferencial entre a COVID-19 e a gripe. Nesta altura de sazonalidade da gripe e em tempos de pandemia, este teste vai ajudar os médicos a fazerem o diagnóstico diferencial mais preciso e que permite um tratamento mais eficaz, com ganhos para o doente e para a saúde pública.

Teste Antigénio Este teste deve ser usado para identificar rapidamente doentes com Covid-19 entre indivíduos com sintomas como: tosse, febre ou dificuldades respiratórias. Estes testes têm uma menor sensibilidade que os testes PCR, pelo que não devem ser utilizados para despiste em populações assintomáticas. Ainda que os falsos positivos sejam raros, os doentes com cargas virais baixas poderão apresentar falsos negativos, pelo que os resultados terão que ser revistos por um profissional de saúde.

Teste Anticorpos Este teste é utilizado para identificar se um indivíduo já esteve infetado (e, portanto, se possui algum grau de eventual imunidade).

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“15 mil testes desde o início da época passada” #017

António Maia Gonçalves, Diretor Executivo Médico da UNILABS

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António Maia Gonçalves, Diretor Executivo Médico da UNILABS, mostra-se satisfeito com o “empenho e profissionalismo” dos responsáveis clínicos do Futebol em Portugal. Parceiro da Liga Portugal e das Sociedades Desportivas em tempos de COVID-19, o médico deste laboratório elogia esta ligação, naquele que caracteriza como “um caminho de confiança mútua”, que permitirá a ambos os lados alcançar o sucesso

Qual o balanço desta parceria com a Liga Portugal? Conhecer as equipas clínicas responsáveis pelo Futebol em Portugal está a ser um privilégio, porque o seu empenho e profissionalismo é notável. Por outro lado, a disponibilidade dos atletas para colaborar é total, apesar da sua juventude. Por estes dois motivos eu diria que tem sido uma boa parceria, um caminho de confiança mútua para uma maior eficiência. www.ligaportugal.pt


Têm noção de quantas Sociedades Desportivas do Futebol português estão a testar com a UNILABS? A UNILABS colabora com 28 associações desportivas. Quantos testes já foram feitos no Futebol Profissional? Até ao momento, e nesta atividade, fizemos cerca de 15 mil testes desde o início da temporada passada. A UNILABS está a dar alguns passos de investigação numa vacina para a COVID-19 ou não é esse o core da empresa? A UNILABS não faz investigação nesta área da vacinação. Temos outras áreas clínicas que privilegiamos. No entanto, temos mostrado toda a nossa disponibilidade para colaboração na operação logística quando for iniciado programa de vacinação para COVID-19, dada a nosso o posicionamento no terreno.

Estão preparados para dar resposta ao aumento de casos diários a subir que se regista no país? A UNILABS tem tido uma postura de serviço no apoio ao controlo da pandemia. Fomos pioneiros no nosso país na massificação da testagem com a criação de sistemas “drive-thru”. Temos privilegiado o espírito de missão, e temos respondido a solicitações das autarquias, mesmo que mais remotas. Inaugurámos há duas semanas o maior laboratório de biologia molecular da península ibérica, e temos hoje capacidade de efetuar até 20 mil testes por dia. www.ligaportugal.pt

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Qual a percentagem de fiabilidade dos testes rápidos de antigénio? Os testes rápidos em doentes assintomáticos têm uma sensibilidade baixa e, por isso, nesse contexto não devem ser utilizados. Em situações de surto, ou forte suspeita clínica, são mais uma arma de diagnóstico que estão à disposição da saúde pública e da medicina geral e familiar. Nestas situações, a sensibilidade poderá variar entre 60 e 70%. Agora o que é claro, e bem explicitado quer na norma da Direção-Geral de Saúde, quer na literatura científica, é que o “gold standard” para o diagnóstico é o RT-PCR, ou seja o teste clássico.

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