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Cultura
from Nova Pauta
18 Ponta Grossa, 2022-1 CULTURA Ameaçados pela era digital, sebos investem em vendas on-line
“Não podemos depender apenas da venda na loja física” diz proprietário de sebo
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Foto: Izabelle Antunes
Além de livros, os sebos vendem CDs, DVs, e discos de vinil, que tem muita procura pelos clientes
Izabelle Antunes
A concorrência com livrarias de projeção nacional, a facilidade de acesso a livros digitais e a baixa adesão a leitura entre os brasileiros, são alguns dos desafios que os sebos precisam enfrentar.
Em Ponta Grossa, Roberto Belliato é proprietário de um sebo em uma das principais avenidas da cidade. O espaço tem 18 anos e ele conta que a ideia de empreender com sebos é familiar. “Na década de 70, em Londrina, um tio tinha uma banca pequena de revistas, ele começou a trocar gibis. A iniciativa popularizou e ele estendeu para outros materiais”, diz Roberto. Hoje possui sebos da mesma família em Londrina,Curitiba, Uberlândia e Ponta Grossa.
Roberto comenta que com o passar dos anos foi necessário pensar em estratégias para que o sebo não fechasse. A alternativa encontrada para rentabilizar o empreendimento foi a criação de uma estante virtual. Através de um site, que é atualizado diariamente com os livros que entram no sebo, as obras são comercializadas, e podem ser adquiridas por pessoas de qualquer lugar do Brasil.
Quando iniciou o empreendimento em 2004, Roberto diz que ele não se sentia ameaçado pela internet, mas com o passar dos anos, ele percebeu que depender apenas da venda física, não seria possível. Segundo o proprietário, a pandemia potencializou para que os compradores das lojas físicas se afastassem.
Além dos livros, os sebos comercializam CDs, DVDs e discos de vinil que segundo o proprietário Roberto, tem uma procura significativa.
Clientes gostam
Bruna Oliveira diz que ama ler e sempre recorre aos sebos. “Eu compro tanto na loja física quanto em loja virtual. Eu até tenho alguns livros digitais, mas ainda não sou adepta da leitura virtual, gosto de ter o livro em mãos, folhar as páginas”, comenta a estudante.
Vinícius Castelari comenta que nos últimos anos está lendo mais, mas que optou por um kindle (aparelho eletrônico desenvolvido especificamente para leitura de livros, é semelhante a um tablet). Para o estudante, “nos sebos estou preso a oferta do dia, e normalmente não encontro os livros mais procurados. O custo de um livro kindle é baixo, podendo até ser grátis”, lembra o jovem.
Origem do nome
Não se tem uma versão de exata de qual foi a origem do nome sebo, mas existem algumas explicações. Uma matéria da revista superinteressante traz duas versões. Uma delas, diz respeito ao uso da luz das velas para leitura, que antigamente eram feitas de gordura e de sebo, conforme derretiam, sujavam os livros, deixando-os engordurados. A outra versão, mais popular, é que estudantes carregavam tanto os livros debaixo do braço que acabavam sujando-o, deixando ‘ensebado’. Ainda, existe uma terceira alternativa. Uma matéria publicada no site da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), conta uma história um pouco mais regional. Um livreiro pernambucano teria sido o precursor da ideia de se vender ou trocar livros usados. Ele teria dado o nome de sebo ao seu estabelecimento, e a gíria se espalharia pelo resto do Brasil.
Ponta Grossa, 2022-1 19 Projeto voluntário estimula leitura e arte há mais 15 anos para crianças e jovens
Encontros do Bando da Leitura não pararam na pandemia e voltaram de forma presencial todas as sextas
Foto: Divulgação Luana Abrantes
O projeto voluntário Bando da Leitura, idealizado pela pedagoga e especialista em Contação de Histórias e Literatura, Lucélia Clarindo, nasceu com amissão de estimulara leitura e a linguagem das Artes nas crianças. Com sede, localizada no Bairro de Oficinas, o Bando completou 15 anos em março desse ano e conta com diversos apoiadores e contadores de histórias que se reúnem todas as sextas e buscam por meio dos livros, despertar a imaginação dos ouvintes.
O projeto surgiu logo quando a professora Lucélia decidiu se aposentar, ao encontrar duas ex-alunas Ana Paula e Bianca, de nove e dez anos na época, que pediram para que as rodas de leituras, feitas em sala de aula, continuassem. Assim começou o Bando da Leitura, com um simples encontro em casa entre as três mulheres e que foi crescendo ao passar do tempo até chegar aos seus 15 anos. Mas o amor de Lucélia pelos livros vem de outros tempos. “Quando era criança e lia escondida o livro de Lampião e Maria Bonita. Minha história com livros não é uma história a parte porque é a minha história”, conta Lucélia.
Assim como nos outros setores, o Bando da Leitura precisou se adaptar em meio à pandemia. Para isso, os encontros ocorreram de forma online com os contadores e as crianças ouvindo atentamente tudo o que era narrado, inclusive com presenças de ilustradores, escritores e crianças de outros lugares. Com o avanço da vacinação e flexibilização das medidas restritivas, desde o dia 18 de março os encontros voltaram de forma presencial na sede do grupo.
Maria Georgina Santos Avila é mãe da Emanuelle Avila e ambas participam do Bando da Leitura desde o segundo semestre de 2021. A mãe conta que durante a pandemia, procurou atividades que estimulassem a leitura para a filha
Foto: Divulgação e que foi no Bando que elas encontraram o que buscavam. “O Bando da Leitura é uma experiência maravilhosa, recomendo muito! Lá além da troca de experiências, interação com pessoas de várias idades, assuntos divertidos, não só sobre leitura propriamente dita, mas também sobre culturas diversas e arte, fizemos amigos! Amantes da leitura como nós!”, frisou Georgina.
Atualmente os encontros acontecem em uma sala de leitura construída pelo Rotary Alagados no Bairro de Olarias. O espaço conta com aproximadamente dois mil livros, além de gibis e toda estrutura construída com materiais alternativos e com recursos próprios para rodas de leitura.Além de parceria com acadêmicos de vários cursos, o projeto conta coma ajuda com materiais do Rotary e das mães que podem acompanhar os filhos e também atuar como voluntárias.
O Bando da Leitura está localizado na Rua Roberto Auer, 141, no Bairro de Oficinas.
Para mais participar basta entrar em contato com Lucélia, através do telefone: 42 99972-6424