Favela no Jornal Meia Hora

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RIO DE JANEIRO, DOMINGO, 30/8/2015

LUCAS ANDRADE/ CUFA/ DIVULGAÇÃO

COMUNIDADES

Grafites feitos por artistas de favelas farão parte de exposição na Semana Global, em Nova York

JUNTO E MISTURADO

Cufa fará série de ações no estrangeiro para discutir questões sobre moradores de favelas de vários cantos do mundo. Até na ONU os caras vão! PÁGINAS 04 E 05 06

Vilas olímpicas: projeto continua

MORRO DO DENDÊ ALEXANDRE VIEIRA - 27/03/2015

SECRETÁRIO TÁ OTIMISTA

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Favela vira tema de livro infantil


RIO DE JANEIRO, DOMINGO, 30/8/2015

● NO LIVRO, HÁEXPRESSÕES COMO ‘MENINOS DAFAVELAEDAPISTA’.NOFIMDAOBRA,A AUTORAEXPLICAAOLEITORVÁRIOSTERMOS

MEIA HORA

COMUNIDADES

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● ‘FAVELA’ PARA CRIANÇAS

Você conhece Pepeu?

Personagem de livro infantil conta uma série de histórias sobre a vida no Morro do Dendê FOTOS DE DIVULGAÇÃO

● ISABELLE ROSA isabelle.rosa@meiahora.com

N

ascida em Lages, Santa Cataria, a escritora Dílvia Ludvichak achou a inspiração em seu marido, Pepeu, para escrever o livro infantil Favela, da Editora Mundo Mirim. Pepeu é nascido e criado no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, e suas experiências de infância despertaram a curiosidade da esposa sobre as crianças que vivem nas comunidades. Isso resultou em poesia. “Opersonagem do livro,claro, se chama Pepeu e é uma criança feliz,quegostadebrincar.Pararetratarmelhor essacriança, fui conhecer o morro para sentir um poucodaquelarealidade.Oolhar delas me impressionou. Elas veemtudodeumamaneiramuito natural. A criança tem uma percepção igual em qualquer lugardomundo.Éahoradasdescoberta, das curiosidades, a vontade de aprender, brincar. Elas não temessemedodeserfavelado.Para eles, a comunidade não demonstraperigos, sãoseusamigos queestãoali”, explicaDílvia. No livro, Pepeu descreve como ele sente e vive na favela e aborda temas como a violência deformasutil.“Elevivencioucoisas boas, como as brincadeiras comosamigosnasruaseseuambiente familiar. Porém, viveu também a experiência da violência.Diferentedoquemuitospensam, eles não ficam traumatizados com essas situações. No outro dia, é um novo dia. Eles não carregamessavivênciaruim,não existe o medo de sair de casa. É um recomeço”, diz a autora. Na história, Pepeu consegue sair da favela para viver na ‘pista’, mas suas experiências e amigos seguem com ele.

Livro foi escrito a partir das experiências de Pepeu, marido da escritora Dílvia Ludvichak (na foto acima), que é nascido e criado no Dendê

Planta tem as mesmas características do povo da comunidade ‘Favela’éonomedeumaplanta resistente, que pode ficar sem água, iluminação adequada, massemantémfirme.“Fizquestão de manter o título ‘Favela’ no livro em referência a essa resistência da planta. Antes das pessoas se instalarem nessas co●

munidades, a planta já era encontrada por lá, e ela se assemelha as pessoas de lá. Muitas passam dificuldades, mas estão sempre firmes”, conta Dílvia. Para a autora, a favela merece mais atenção das pessoas. “Elas contribuem muito com a arte

noBrasil, seja na poesia, na música, na moda, nas gírias e nos trejeitos diferentes que fascinam. Se aquela realidade é capaz de produzir uma cultura própria, então, ela merece atenção. Existe gente ali fazendo as coisas acontecerem. Vamos

mostraressascoisas.Meucuidado foi fazer poesia e mostrar que quem vive dentro da favela não é infeliz. Podem existir situações desumanas, mas elas querem vencer como qualquer pessoa. O preconceito não vem de dentro, vem de fora”, revela.


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