Meio ambiente
Meio ambiente
Tecnologia mais limpa Nova geração de caminhões Iveco atende às normas do Proncove P7. A adoção de tecnologias de ponta deu origem a veículos e motores energeticamente mais eficientes e que geram menos emissões
Por Lilian Lobato
Motor pode ser alterado para funcionar apenas com diesel
e a Iveco. “Talvez os grandes desafios tenham sido elaborar um duplo sistema de injeção para os dois combustíveis e adequar todos os componentes para as características do etanol”, ressalta o gerente de Engenharia da FPT Industrial para a América Latina, Giovanni Violano. O motor-conceito foi projetado para responder às necessidades da indústria da cana-de-açúcar. Por isto, a intenção é utilizá-lo, primeiramente, em caminhões nesse setor. O Cursor 9 utiliza uma proporção entre 40% e 50% de etanol em substituição ao diesel e permite uma menor consumo do combustível fóssil. “Quase todo o gás carbônico liberado na queima do combustível nesse motor é absorvido no ciclo vegetal da cana-de-açúcar no processo de fotossíntese”, explica Violano. Eficiência garantida A proporção de utilização do etanol em substituição ao diesel pode ser ampliada e reduzir ainda mais o custo com o consumo de combustíveis tradicionais. O melhor é que a adoção do combustível alternativo não
66
MUNDOFIAT
significou perda de potência no novo motor. “Conseguimos manter o mesmo torque e potência dos motores que funcionam somente com o diesel”, explica o gerente de Engenharia da FPT. O Cursor 9 também pode ser alterado para funcionamento estritamente com o diesel. “Este é mais um ponto a favor da tecnologia bi-fuel, porque torna mais fácil a revenda depois do uso no setor da cana-de-açúcar”, afirma o diretor de Desenvolvimento de Produtos da Iveco na América Latina, Renato Mastrobuono. O Cursor 9 pôde ser visto durante a Fenatran 2011 – 18º Salão Internacional do Transporte, realizado em outubro, em São Paulo, equipando modelos da da linha Ecoline, nova geração de veículos da Iveco que será lançada no mercado entre 2012 e 2014. A motorização de toda a gama Ecoline atende às normativas do Proconve P7/L6 (Euro V). “Teremos caminhões ainda mais confortáveis e robustos, motores mais potentes, com melhor desempenho e menor consumo de combustível”, explica Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America.
Segundo o engenheiro de produto da gama leve da Iveco, Christiano Garrido, um dos responsáveis pela adequação da linha de produtos às novas normas, “os níveis de emissões ficarão mais restritos, equivalentes aos padrões aceitos na Europa, através da norma Euro V”. Para se ter uma ideia, hoje o nível de MP emitido por um único caminhão Proconve P5 equivale
Linha Ecoline já atende aos padrões mais rigorosos de emissões de poluentes
Fotos Divulgação Iveco
A
Iveco começa a colocar no mercado uma nova geração de produtos, em um ciclo de lançamentos que se estenderá até 2014. A linha Ecoline é formada por caminhões mais confortáveis e robustos, com novos motores mais potentes, com melhor desempenho, menor consumo de combustível e totalmente enquadrados nas normas do Proncove P7, equivalente à Euro V, que estabelece, a partir do próximo ano, padrões mais rigorosos de emissões de poluentes para os motores diesel. A partir de janeiro de 2013, a norma valerá também para o segmento de caminhões leves. A fase P7 do Proconve estabelece limites restritos de emissão de CO (monóxido de carbono), HC (hidrocarbonetos), NOx (óxidos de nitrogênio), MP (material particulado) e teor de enxofre, que são poluentes e/ou Gases do Efeito Estufa.
MUNDOFIAT
67
Ignácio Costa
Meio ambiente Nas cabines, novos equipamentos proporcionam mais conforto e segurança
à emissão de cinco caminhões que seguem o Proconve P7. Já nos níveis de NOx, as pesquisas mostram que um Proconve P5 polui o equivalente a 2,5 caminhões que estão sendo produzidos dentro da nova norma. A mudança para o Proconve P7 propiciou a renovação da gama de produtos da Iveco, a maior e mais importante já feita pela empresa. “O emprego de novas tecnologias resulta na oferta de motores mais potentes e novos equipamentos de conforto e segurança, proporcionando um produto mais ecológico e com maior valor agregado”, afirma Garrido. Até o nível atual de exigências do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, o Proconve, era tecnicamente possível atingir os níveis estabelecidos de emissões concentrando-se no motor, sua calibração e sistema de injeção eletrônica. A partir do Proconve P7, porém, a redução na emissão de poluentes foi
tão significativa que, para enquadrar-se nos limites de emissões, os veículos deverão utilizar sistemas de pós-tratamento dos gases de escape, com adoção de novas tecnologias: o EGR (Exhaust Gas Recirculation – Recirculação dos Gases de Exaustão), DPF (Diesel Particulate Filter - Filtro de Material Particulado) e o SCR (Selective Catalitic Reduction – Redução Catalítica Seletiva). Adaptações necessárias A tecnologia EGR+DPF será utilizada, sobretudo, nos veículos leves. A vantagem está no fato de ter menor quantidade de componentes e não necessitar o uso de ureia. O ponto negativo é que essa tecnologia é mais sensível ao teor de enxofre presente no diesel e, em função da sua aplicação, o motor necessita de um sistema de arrefecimento mais robusto. Já a tecnologia SCR é empregada nos veículos pesados e, além de mais resitente ao alto teor de enxofre do diesel, possui como principal vantagem uma potencial redução no consumo de combustível em relação a um veículo equivalente ao Proconve P5. A desvantagem da tecnologia é exatamente a necessidade de utilizar a ureia, uma solução aquosa chamada de AdBlue na Europa e que no Brasil terá o nome de Arla 32 (Agente Redutor Líquido de NOx Automotivo). Em conjunto com o catalisador, ela reduz quimicamente as emissões de NOx e deve ser injetada no sistema de exaustão após o turbo e antes do muffler. A utilização da ureia nessa tecnologia requer a inclusão de mais equipamentos no veículo, como um tanque separado para o agente, as tubulações para a sua circulação, um sistema de injeção e o módulo eletrônico que gerencia a quantidade de Arla 32 injetada no escapamento. Com o uso do EGR+DPF, o nível de NOx é reduzido no motor e o MP é filtrado no escapamento. Já no siste-
68
MUNDOFIAT
ma SCR, o motor é calibrado de modo que faça a redução do nível de MP. Depois, o tratamento do NOx é feito no sistema de exaustão. A coordenadora do programa de sustentabilidade da Iveco, Júnea Sá Fortes, diz: “Com a nova geração de caminhões já adaptados à legislação, a Iveco irá oferecer uma gama completa de veículos com maior economia de combustível, conforto nas cabines e interiores e menor emissão de poluentes, o que representa vantagem para o consumidor e menor impacto ambiental”. Ela ressalta que a Iveco já projetava, nos últimos anos, o desenvolvimento de produtos que atendessem antecipadamente à legislação ambiental brasileira. Para isso, a empresa contou com o empenho da equipe, treinamentos especializados e reuniões constantes da diretoria, no intuito de aproveitar a nova lei para tornar os caminhões ainda mais competitivos no mercado.
A partir do próximo ano, controle sobre veículos com motores diesel será mais rígido
MUNDOFIAT
69