Revista Mundo Fiat Sustentabilidade

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Fotos Divulgação Iveco

É possível otimizar o uso de energia no processo de secagem de carrocerias na linha de pintura

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Ao terminar de assar um bolo, o que uma dona de casa faz para aproveitar o calor escaldante que ainda resta no forno? Normalmente, nada. Em uma situação análoga, relativa à secagem da pintura das cabines dos caminhões, a Iveco Latin America aprimorou seu processo para aproveitar essa energia, que poderia se dissipar sem utilização. Diariamente, 22 carrocerias passam pelos megafornos da empresa, mas as duas últimas da fila completam o processo expostas ao calor residual. “A energia armazenada é suficiente para concluir o processo de produção e podemos reduzir o consumo nesta etapa. Uma medida simples, que não requer investimento e já dá resultado”, destaca a coordenadora do programa Próximo Passo, Júnea Sá Fortes.

Tal solução seria improvável em uma empresa alheia a um ambiente sustentável de negócios. Em agosto, a Iveco concluiu o inventário de emissões de Gases Efeito Estufa (GEE), o primeiro realizado por uma montadora de caminhões na América Latina. O estudo irá permitir que a empresa trabalhe medidas de redução de suas emissões. O inventário GEE abrangeu as emissões diretas, associadas às diversas atividades internas – geradores de energia, transporte, caldeiras, empilhadeiras – e indiretas, ligadas à compra de energia (elétrica e vapor). Transparência Se algumas medidas já foram implantadas, como a mudança no processo de secagem das cabines, outras estão por vir. Está em fase de estudo a troca das empilhadeiras movidas a gás por elétricas. A mudança representaria uma redução de 70% nas emissões de CO² provocada pelo transporte realizado dentro da empresa. Júnea diz que o objetivo da Iveco com esse raio X da produção é demonstrar transparência em todos os seus processos para minimizar os impactos do ciclo fabril. Foram avaliadas a Unidade Industrial de Sete Lagoas (MG), o Centro de Operações de Peças Iveco, em Sorocaba (SP), e as sedes comerciais e administrativas em Nova Lima (MG) e São Paulo (SP). Futuramente, a empresa poderá ainda trabalhar na compensação dos Gases do Efeito Estufa de uma maneira planejada. “Várias empresas têm feito isso sem um diagnóstico claro e adotam medidas paliativas sem sequer conhecer o próprio grau de emissões. A partir do mapeamento, vamos reduzir o que for possível internamente, para depois fazer o trabalho de compensação”, explica Júnea Sá Fortes.

Teksid recebe certificação Carbon Trust Footprint Por Lilian Lobato Concedida pela Carbon Trust Footprint Company, organização inglesa, a declaração ambiental significa que a empresa realiza o monitoramento das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em toda a sua cadeia produtiva. Com a certificação, a Teksid alcançou emissão de GEE 25% inferior à média mundial das indústrias de fundição no processo de fabricação de blocos de motor. Ao obter a certificação, renovada a cada dois anos, a empresa assumiu o compromisso de aprimorar e tornar seus processos cada vez mais sustentáveis. É o que destaca o responsável pela Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da Teksid, Ezequiel Oliveira Filho. “Conseguir o certificado demonstra que tivemos um plano de ação para reduzir os níveis de emissão de GEE. A expectativa é prosseguir com iniciativas que garantam índices inferiores aos exigidos como limite pelos órgãos ambientais”, explica. Para a construção do modelo de avaliação da pegada de carbono (carbon footprint, em inglês) foram levantadas todas as informações inerentes à cadeia produtiva. O procedimento ainda utilizou o inventário de GEE, atualizado em 2009, que mapeou as informações acerca dos insumos, respectivos fornecedores, localização dos clientes e os transportes intrínsecos. A captação de dados foi realizada por meio de visitas e coleta de informações nos fornecedores estratégicos e também através de questionários preliminares, que têm o intuito de assegurar a confiabilidade das informações que compuseram o carbon footprint. Os resultados são inseridos na ferramenta de cálculo disponibilizada pela Carbon Trust.

Fotos Ignácio Costa

Meio Ambiente

Soluções que fazem a diferença

Para qualificar a pegada de carbono, a Teksid teve que obter a certificação de cada parte do processo produtivo com base na norma PAS 2050/ DEFRA do Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido: especificação para avaliação das emissões de gases causadores do efeito estufa no ciclo de vida dos produtos e serviços. O processo para a conquista da declaração ambiental durou cerca de 10 meses e terminou no final de junho. O trabalho contou com a consultoria da Geoklock – empresa do Grupo Ecogeo,

O processo siderúrgico foi analisado na certificação da Teksid

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Meio Ambiente

Pegada hídrica mensura o consumo de água

O transporte do gusa líquido até a Teksid foi essencial para reduzir a pegada de carbono

Para usar de forma responsável um recurso abundante no Brasil, mas finito, a Fiat prepara um diagnóstico de toda a água consumida desde a produção da matéria-prima à utilização de seus carros pelos consumidores líder no mercado ambiental – que realizou um estudo para quantificar a emissão de gases de efeito estufa por quilograma de bloco de motor produzido. Segundo Ezequiel Oliveira, a Geoklock reconheceu o pioneirismo da Teksid em seus processos produtivos e fez os estudos de acordo com o padrão internacional. “O trabalho teve como base um protocolo mundialmente reconhecimento, o GHG Protocol. A certificação é resultado de muita dedicação e é um passo importante para a empresa”, avalia. Ainda de acordo com ele, foram analisados todos os ciclos de vida dos produtos, o que inclui extração da matéria-prima, processos na siderurgia, produção e transporte até o cliente. O resultado surpreendeu a consultoria e o procedimento de fabricação dos blocos de motor de ferro obteve a certificação da pegada de carbono. Alguns processos internos se destacaram durante a análise e contribuíram para que a certificação fosse concedida. A utilização do gusa líquido, transportado em veículos especiais diretamente da siderúrgica produtora de ferro gusa até a Teksid, está entre os mais importantes em função de gerar menor gasto energético e maior segurança. O uso de fornos a arco elétrico, cuja base energética é mais sustentável que o coque de petróleo utilizado nos fornos tipo cubilô – que geram emissões mais significativas de GEE – também foi fundamental para o processo. O diretor industrial da Teksid, Jefferson Villafort, ressalta que a empresa prima por estar na vanguarda dos pro-

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cessos sustentáveis e por atuar de forma responsável. “A Teksid tem um vasto conhecimento da sua cadeia produtiva com benefícios quantificados das suas ações, o que a permitiu ser pioneira em diversas iniciativas voltadas para a sustentabilidade. Conseguir esse resultado nos mostrou o ponto que alcançamos e onde queremos chegar”, avalia. A certificação ainda teve reconhecimento no mercado corporativo, o que surpreendeu Villafort. Segundo ele, garantir a certificação de pegada de carbono também se tornou um diferencial competitivo. “O resultado refletiu positivamente em clientes do mundo inteiro, como Renault, Scania, GM, Ford e FPT, entre outros. A tendência é de a maioria das empresas passarem a exigir uma atitude ecologicamente correta de seus fornecedores”, afirma. O diretor industrial explica que tanto a sociedade como os clientes e o público interno da Teksid estão mais conscientes com relação à sustentabilidade e prezam por uma produção mais atenta às emissões de GEE. Ele ressalta que para se manter competitivo no mercado é preciso se adequar a essa realidade. De acordo com Villafort, o investimento em novas tecnologias faz parte do planejamento da empresa, bem como iniciativas para reduzir a emissão de GEE. A Teksid ainda exige que seus fornecedores operem seguindo princípios sustentáveis. A Metalsider é um exemplo disso, já que faz o reflorestamento de algumas áreas com a plantação estruturada de eucalipto. A ação contribui para diminuir os impactos causados pelas emissões.

Por Téo Seixas

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um mundo cada vez mais preocupado com o uso dos recursos naturais, um pingo de desperdício é algo grave. Por isso, a fim de identificar o destino de cada gota d’água usada no ciclo útil de seus automóveis, da produção ao descarte, a Fiat firmou uma parceria com a empresa de consultoria ambiental Geoklock para elaboração de um estudo que poderá mensurar todo volume de água usado pelos carros. A proposta é verificar toda a cadeia produtiva e fechar o registro para possíveis “vazamentos”, diminuindo os custos de produção e, ao mesmo tempo, preservando os recursos hídricos. O conceito, batizado de Pegada Hídrica (tradução de water footprint), foi criado

pelo holandês Arjen Hoekstra, fundador do instituto Water Footprint Network (WFN), na década passada, A partir de 2009, com a elaboração de um manual com a metodologia de análise, o conceito disseminou-se pelo mundo. Trata-se de um mapeamento do consumo de água para fabricação e utilização de um produto, desde a produção de matéria-prima até o descarte. Assim, é possível quantificar quanto de água é usado em todo o ciclo de vida de um bem. Inicialmente, a ferramenta era voltada para identificar o fluxo entre dois países – se o Brasil exporta camisas de algodão, produto com alto consumo de água, está vendendo água –, mas logo percebeu-se que seria possível calcular o

Estação de Tratamento na Fiat promove 99% de recirculação da água

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