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Figura 11 – Colônia D. Pedro II em 1861, atual Bairro São Pedro

Colônia D. Pedro II

9 (figura 11), com 1.162 imigrantes alemães, correspondendo a 20% da população total da cidade na época. Estes imigrantes tiveram importante papel na consolidação dos setores industriais e econômicos. Quando vieram para Juiz de Fora em 1857 contratados pela Companhia União e Indústria, trouxeram, além da mão de obra, seus valores e sua cultura (OLIVEIRA, 1994).

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Figura 11: Colônia D. Pedro II em 1861, atual Bairro São Pedro. Disponível em: https://www.mariadoresguardo.com.br/2010/01/, Acesso em: 29/09/2019

Alguns imigrantes alemães trouxeram sementes de várias espécies e plantas, frutas e legumes, e passaram a cultivar o trigo, a lentilha, as ervilhas, dentre outros. Criavam animais de montaria, de transporte, suínos, caprinos, ovelhas, aves e abelhas. “Contudo, a peculiaridade para os habitantes do local foi o Pão Alemão e a Kuka (doce) que as colonas faziam sob encomendas” diz Luiz José Stheling, em seu livro “Juiz de Fora, a Companhia União e Indústria e os Alemães”. Os descendentes alemães possuem hoje a base da cultura alimentar formada por carne de porco, batata inglesa e massas, além das sobremesas onde a maçã tem sua valorização (apud SCORALICK, 2010, p. 38).

Pensar na presença da etnia alemã em Juiz de Fora é mais que dizer sobre as suas contribuições nos diversos setores, sendo esses imigrantes um dos responsáveis para o desenvolvimento e progresso do pequeno povoado, foram responsáveis pelo

surgimento de vários estabelecimentos industriais e comerciais, além de trazerem várias melhorias para o espaço urbano, como a introdução de bondes de tração animal, telégrafo, telefone, oferta de água a domicílio, iluminação pública através de lampiões a querosene, fundação de escolas, organização financeira em bancos, espaços de lazer e clubes (OLIVEIRA, 1994).

Após a conclusão dos prazos de contratos com a Companhia União Indústria, e a inauguração da Estrada União Indústria em 1861, os alemães reuniram suas economias e organizaram pequenas indústrias, pioneiras em muitos setores, fazendo com que Juiz de Fora ganhasse o título de “Manchester Mineira”. É de origem alemã, a primeira cervejaria da cidade e do Estado de Minas Gerais, a Cervejaria Barbante, que utilizava o primitivo processo de alta fermentação do milho e, mais tarde, do arroz. Até os dias atuais a cidade mantém a valorização da cultura da cervejaria artesanal, com fomento a eventos e festivais que resgatam parte da história do município e divulgam a cultura local. O polo cervejeiro da cidade e da Zona da Mata é reconhecido como Arranjo Produtivo Local (APL), integrando a política pública de Minas voltada para a produção de cerveja (TRIBUNA DE MINAS, 2017).

Atualmente pode-se vivenciar um pouco da cultura alemã através da Deutsches Fest (Festa Alemã), um evento que acontece no Bairro Borboleta e atrai juiz-foranos e turistas pelo sabor da gastronomia aliado à tradição das danças típicas. A festa recebeu em 2019 o registro de bem cultural de natureza imaterial (Lei Municipal nº 10.777), e dessa forma reconhece-se o valor sociocultural que envolve os pioneiros germânicos e seus descendentes, a forma de expressão da tradição alemã e de transmissão de conhecimento às novas gerações, a necessidade de preservação da memória da formação dos bairros de colônia alemã, e também a importância da manutenção da cultura do imigrante alemão, pelas comidas típicas, músicas e danças tradicionais (OLIVEIRA, 1994).

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