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Figura 40 – Localização das áreas potenciais

Figura 40: Localização das áreas potenciais Fonte: Google Earth (2019), adaptado pelo autor

Considerações Finais

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O trabalho em questão buscou realizar uma revisão bibliográfica a fim de externalizar uma breve contextualização da gastronomia no Mundo, no Brasil, em Minas Gerais e em Juiz de Fora, associado à historiografia, à identidade cultural, à culinária como forma de expressão cultural, às relações do comércio com o espaço público. Também se aprofundou no entendimento dos espaços gastronômicos atuais, especificamente em relação à arquitetura gastronômica.

No decorrer deste trabalho percebeu-se que a alimentação envolve uma gama de valores abarcados na maneira de ser de cada povo segundo a sua formação. Essas particularidades devem ser respeitadas por denotarem comportamentos intrínsecos que vão desde as memórias da infância, identidade cultural e a necessidade de sociabilizarse.

O homem, conectado ao alimento, vê à mesa o momento oportuno para negócios, comemorações e para consolidar as relações. Aparentemente, a arte culinária é mesmo

a demonstração escolhida para que qualquer reunião aconteça de forma mais civilizada, prazerosa e descontraída. É possível atribuir à gastronomia como elemento que tempera a arte de conviver socialmente.

Para compreender como os espaços arquitetônicos que estão sendo solucionados para atender às demandas da Gastronomia contemporânea foram apresentados três estudos de caso, distintos, porém conectados à alimentação. O Centro Gastronômico e Cultural Bellavista em Santiago se mostra importante pela valorização de seu entorno e pela ação de unificar os pontos turísticos em sua volta, o Markthal, em Roterdã, um empreendimento de maiores proporções que possui como princípio básico impulsionar o mercado ao ar livre na região e contribuir para a economia urbana, já o Mercado da Boca em Nova Lima que inspirou-se nas comidas típicas de Minas e na forma de convívio dos mineiros para pensar os detalhes no interior da edificação.

Com o embasamento proveniente da análise desses temas tem-se como próxima etapa o desenvolvimento de um projeto arquitetônico e urbanístico de um Complexo Gastronômico e Cultural para a cidade de Juiz de Fora. Por fim abordou-se as premissas projetuais e Intenções Conceituais que nortearão o desenvolvimento do projeto, explicitando conceitos a serem aplicados na concepção do Complexo, e direcionando de forma mais específica as principais necessidades do empreendimento. Destacou-se também algumas potenciais áreas para a implantação do projeto.

Foi de suma importância situar-se sobre o comportamento alimentar humano para entender as sinuosidades psicológicas que levariam o consumidor a optar pelos serviços propostos para esse espaço. O aprofundamento na arquitetura dos espaços voltados para alimentação e os estudos de caso contribuíram para demonstrar o funcionamento de equipamentos que incorporam a gastronomia em vieses diferentes, compreendendo a influência da arquitetura nessas diferenciações através da setorização, fluxos, dimensionamento dos ambientes, funcionalidade, forma, materialidade e questões técnicas.

Espera-se que a proposta projetual que será desenvolvida na segunda parte desse trabalho, seja o ponto de partida e estimule, efetivamente, o setor público ou privado adotá-la. É um projeto arquitetônico e urbanístico inovador, com ampla estrutura de serviços regionais para que Juiz de Fora seja evidenciada segundo suas origens, costumes e culinária sem que nenhum pormenor seja esquecido, o que possivelmente

potenciará e atrairá vários segmentos do turismo, enriquecendo a agenda de opções de lazer na cidade.

O empreendimento que terá como temática a gastronomia, poderá ser uma verdadeira vitrine representativa das potencialidades culturais e turísticas do País. Também, temse como expectativa que seja despertado no visitante o desejo de conhecer outras localidades, afim de assegurar a cultura nacional e confirmar a combinação de usos e costumes das diversas regiões que constituem a sociedade brasileira.

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