2 minute read

Figura 06 – Alguns elementos que compõe a identidade mineira

O Patrimônio de uma cultura e os monumentos que o compõe consolidam o discurso acerca desta cultura, à identidade do grupo. Todos os elementos da mineiridade podem ser vistos a partir de uma visão que os considere monumentos. Dessa forma, o índio, o português, os tropeiros, os escravos, o movimento da inconfidência mineira e seus agentes, a montanha, a fazenda, a mineração, a arquitetura colonial, e por que não, a cozinha, a gastronomia, o consumo alimentar, dentre outros, ao integrarem-se a um conjunto de imagens definidas como cultura mineira tomam significados que não possuíam em sua gênese, ganhando ressignificados e tornando-se um signo, um mito (MORAIS,2004).

Figura 06: Alguns elementos que compõe a identidade mineira

Advertisement

Fonte: Do autor

A culinária considerada típica mineira não se integrou ao patrimônio de maneira institucionalizada. Contudo, sua associação ao símbolo da mineiridade à torna um monumento à memória coletiva da região, ou seja, a culinária é um dos modos que pelos quais a mineiridade se materializa. A comida típica não é qualquer comida, representa o passado e com isso o coloca em relação aos que vivenciam o presente. Dessa maneira, o ambiente que cerca esse tipo de cozinha, em boa parte dos casos, também cerca de monumentos essa memória (MORAIS, 2004).

Com esse entendimento se faz importante agregar os elementos que representam a mineiridade no ambiente construído, com o propósito de enfatizar a identidade sociocultural de Minas através da dimensão lúdica da arquitetura, da busca de símbolos que compõem o universo da comida mineira, proporcionando uma relação de pertencimento, no caso dos habitantes do estado que frequentarão o espaço e apresentando uma parcela do imaginário mineiro ao restante do público.

1.3. A Relação do Mercado e da Comida com o Espaço Público

Para que se possa compreender a relevância do equipamento que será proposto na próxima etapa deste trabalho (TCC II) para o contexto físico atual da área escolhida, se faz necessário entender como os espaços designados a gastronomia e ao ato de trocas surgiram, como se adaptaram no decorrer do tempo, e quais sãos suas relações como espaço urbano. A arquitetura de edifícios públicos revela a característica real de uma sociedade, uma vez que nesses espaços públicos 7 as pessoas se encontravam e aconteciam as trocas. E a partir dessas relações que surge o espaço mercado (MUNFORD, 2004), espaço este que se buscará abordar no decorrer deste tópico.

Na verdade, o termo mercado, cujo significado inicial refere-se a um espaço físico para a troca de mercadorias, vai assumir, com o tempo, o conceito de população com poder de compra, retirando do termo a conotação exclusiva de um espaço físico restrito, adotando a noção de espaço econômico. VARGAS, 2001

Segundo VARGAS (2001) Os espaços destinados à comercialização possuem sua gênese na Ágora grega, um espaço plano com funções comerciais e de encontro público, adotando gradualmente a circunstância de espaço fechado por edifícios. O fórum vem como uma evolução da ágora, mantendo as mesmas atividades comerciais, porém incorporando atividades religiosas e políticas. Em sua grande maioria, os mercados e lojas eram voltados para a rua, proporcionando um maior fechamento dos espaços abertos (figura 07).

This article is from: