Revista Hype | Edição 62

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Sabrina

Sato

quer ser levada a sério

Sua casa com mais

estilo e personalidade Attilio Colnago,

moda

Na também é tempo de

verão

entre histórias e memórias

inverno O sonhado e incerto

ISSN 2237-5589

9 772237 558005

00061

R$ 10,00 ano 10 | no 62



Editorial hype

Sem prazer ninguém vive...

» Entrevistado desta edição, o artista plástico Attilio Colnago se diz apaixonado por seu oficio. Em seu ateliê, entre pesquisas, história, memórias e pinceis, ele confirma a vocação para um trabalho que reputa como “o mais importante do mundo.” Mas nem todo mundo pode dizer o que Attilio assegura com tamanha segurança e propriedade. Você poderia? Attilio, Jacqueline Chiabay e a apresentadora Sabrina Sato - que abre esta edição falando dos momentos que antecederam a estreia do seu primeiro programa na TV Record - aparecem aqui como exemplos vivos de pessoas que lidam com diferentes, mas prazerosos desafios. De minha parte, asseguro a você, leitor amigo, gosto muito do que faço. Curto o desafio, o friozinho na barriga, a boca seca, a inquietude e a insônia criativa das madrugadas no auge de uma tarefa que me consome, mas, no final, me dá muito prazer. Há 10 anos Hype é um destes desafios. Ao final de cada edição,ao apagar das luzes,sou tomada por aquela sensação gostosa de satisfação... até começar tudo de novo e voltar a inquietude. Pois bem: a palavra de ordem desta edição é prazer. Ele está presente na receita de risoto com arroz negro da chef Sylvia Lis, que estreia na revista, na seção Vinho, na beleza do ensaio de moda, nos looks do próximo verão e nos saborosos textos assinados por nossos colaboradores. Todos dignos de comer com os olhos! Faça,portanto, bom proveito! Betty Feliz

Sabrina

Sato

quer ser levada a sério

Sua casa com mais

estilo e personalidade Attilio Colnago,

moda

Na também é tempo de

verão

entre histórias e memórias

inverno O sonhado e incerto

ISSN 2237-5589

9 772237 558005

00061

R$ 10,00 ano 10 | no 62

Editora

Betty Feliz MTb 179

Redatora Ariani Caetano

Colaboradores Aline Bretas Amanda Drumond André Andrès Antônio Carlos Félix Ariani Caetano Bárbara Hilsenbeck

Redação

ua Prof. Sarmento, 41/Lj 01, Ed. Eller, R Praia do Suá, Cep 29.052-370, Vitória, ES. Telefax: 27 3225.6119 redacao@hypeonline.com.br

Comercial / Marketing Tiago Feliz Martins 27 3225.0184 / 98144.0141 tiago@hypeonline.com.br

Projeto gráfico e diagramação Link Editoração 27 3337.7249

Impressão

Gráfica e Editora GSA 27 3232.1266

Site

www.hypeonline.com.br

Nossa capa Fotografada por João Araújo, a modelo Beatriz Schwan (Andy Models) usa vestido e jaqueta Iódice e brincos Metal Nobre. Styling Glauro Simões e make-up Faelo Ribeiro.

Diego Sierra Ester Jacopetti Luis Taylor Marcelo Netto Sylvia Lis

A Revista Hype é uma publicação bimestral da Preview Editora Ltda. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos ou ilustrações, por qualquer meio, sem prévia autorização do editor. Todos os direitos reservados.

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Olhos de lince Fotógrafo apaixonado pela profissão e um mestre na arte de registrar cenários e flagrantes belos e inusitados por onde quer que vá, Tadeu Bianconi tem um acervo de fotografia vastíssimo, resultado de 25 anos de uma bem sucedida carreira.

A voz do leitor Pelo Facebook

Por e-mail

Amei a edição!

“Sou leitora fiel da revista e a considero a melhor do Espírito Santo, sem qualquer sombra de dúvida. Na última edição, voltei a confirmar minha preferência por Hype ao ler a matéria feita com a artista plástica Margarett Mattos, prova do respeito da publicação pela cultura capixaba. Continuem assim!”

Renata Rasseli Zanete Amei a edição e a matéria com a Confraria das Onças!

Rachel Martins Amei. Quero uma Hype!

Maria Braga Quero ler, quero ver!

Beth Kfuri Adoro a revista. Curti o trabalho da Margarett Mattos. Joia.

Márcia Miranda

4

Josélia Freitas Cunha

@

“Adoro decoração e amei o pendente da Trans-Elétrica publicado na última edição. Vocês poderiam fornecer o contato da loja?” NR - A loja fica no bairro Consolação, em São Paulo

Maria Eduarda Rosa “Acho que o título ‘Garoto, maroto, travesso’, atribuído da Justin Bieber, na matéria da edição 61 pegou leve com ele. É uma pena, mas este menino que deveria servir de exemplo aos jovens está se tornando, a cada dia que passa, uma péssima influência.”

Nicola Souto


Sumário hype

40

18

6

Papo Surreal

» A empresária Sonia Iamonde é

» Ele é o adorável “Homem de

Entrevista

» Comandando seu próprio programa na TV Record, Sabrina Sato diz que gosta do bom humor, mas não quer levar a marca da comédia para seu trabalho.

Ferro”, um ator competente que sabe rir de si mesmo. Estamos falando de nosso encontro fictício com o charmoso Robert Downey Jr.

daquelas que assume os “micos” vividos em trânsito e, quando viaja, gosta de ir além dos roteiros turísticos convencionais.

20

48

ZoOm

Personagem

» A designer especializada em

técnicas artesanais e consultora Jacqueline Chiabay faz de seu trabalho missão e rejeita misturar o artesanal com o assistencial.

14

Turismo

» O artista plástico Attilio Colnago assume: seu trabalho é a coisa mais importante do mundo. Ele diz que,quando cria, dialoga com memórias afetivas e passionais.

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Moda

Narciso

» Quem tem medo de ousar, não se habilite. Aline Bretas aposta nos lábios cor de vinho, seja ele intenso ou dramático, para esquentar o clima de inverno.

» Além das novidades nacionais para a temporada do verão 2015, Hype traz um ensaio cheio de ideias refrigeradas para o inverno, assinado pelo fotógrafo João Araújo

Roteiro

54

» Uma visita ao evento Morar

Mais por Menos é um convite ao relax e à contemplação de projetos que trazem o chic e o moderno mesclados com o sustentável

61

58 60 Po nt o

Fi na l

52 56

Ci ne m a V id a /

So m

Li vr os

Fe liz Be Te tt cn y ol og ia

Ca sa

V in Co ho m er Be m

Co ns um o Tu do

Di vã

Ci da da ni a Ca m ar im

10 12 16 36

46 50

38 44 45

E mais

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Entrevista hype

A "desmiolada" que deu certo Sabrina Sato O “Programa da Sabrina” tem atrações como a versão brasileira do “My Man Can”, batizada aqui de “Meu Marido é o Cara”, mas ela não quer rotulá-lo de humorístico. Por Ester Jacopetti | Fotos Edu Moraes e Divulgação

A

“japonesinha” que saiu de uma edição do BBB, em 2003, direto para a fama, tornando-se personagem popular e divertida do polêmico Pânico na TV, destaque do Carnaval brasileiro com seu corpo malhado e sensual, enfim, a dona de belas e invejadas pernas agora também comanda seu próprio show. “Quero que as pessoas se sintam bem no meu programa. Quero deixá-las com vontade de estar ali, como se estivessem na minha casa mesmo”, disse Sabrina, durante coletiva de imprensa realizada antes de sua estreia na Record. A jornalista Ester Jacopetti estava lá e também conversou com a moça nascida há 30 anos, em Penápolis, interior de São Paulo. Confira a íntegra do bate-papo, todo pontuado por muitos risos, bem ao estilo Sabrina.

6


Foi você mesma quem escolheu o cenário do seu programa?

»

Expliquei que gostaria de ter espaço, mas que seria importante ter proximidade com o público. Eles colocaram um telão enorme que rende até 35 televisões. Achei bacana esse formato de triângulo e segundo meu namorado é tendência no mundo... (risos). Eu não entendo dessas coisas. Tem também o cenário de Paulínia. Lá tem uma porta que abre e fecha que lembra muito o programa ‘Porta da Esperança’ do Silvio Santos... (risos). Estou trabalhando com uma equipe de cinema! Mas eu sei que você deve querer saber se eu vou ou não conseguir apresentar o programa né?! Quando cheguei à Record as pessoas perceberam que eu precisava de uma ajuda maior (risos). Por isso, destinaram dois diretores pra trabalharem comigo. Eles assumiram o maior desafio da vida deles, que é fazer o meu programa.

Como foi gravar o primeiro programa?

»

A primeira vez a gente nunca esquece! Achei que fosse doer mais, mas foi muito prazeroso, muito gostoso! Nós nos divertimos muito fazendo e nos emocionamos também. Um programa gravado é bem diferente de um programa ao vivo. Os diretores levam em média de três a quatro horas pra gravar. Comigo foram 12 horas porque eu erro pouco... (risos). A gente praticamente dormiu na Record. O mais bacana é que estou aprendendo a lidar com o ponto, TP (teleprompter) e tem umas estrelinhas no chão porque me movimento muito... Acho que sou igual ao vinho, vou melhorar conforme o tempo for passando... (risos). Estou recebendo apoio e carinho de todo mundo e aprendendo cada dia mais. Estamos trabalhando sem parar, gravando direto. O nosso trabalho é matar um leão por dia.

Agora que você está à frente de um programa, pretende manter essa Sabrina desmiolada que

fala inglês errado e faz piadas com o entrevistado?

»

Você só gosta dessa Sabrina? Você não conhece a outra... (risos). Nós, mulheres, somos multifacetadas. Estou tendo a oportunidade que qualquer um gostaria de ter, que é poder mostrar meu outro lado ou, quem sabe, vários... Mas não tem como matar a desmiolada que existe dentro de mim... (risos). Estou querendo dar abertura pra outras ‘sabrinas’, mas a desmiolada existe e vai continuar...

O que você sugeriu para que o programa ficasse com a sua cara?

» Nas primeiras conversas que tive com a

equipe da Record, ficou definido que eu faria parte da criação. Eles sempre me atenderam e foram leais com os meus questionamentos e com o que eu queria. A nossa equipe é bem grande. Às vezes eu dou pitaco. Eu já tinha em mente que faríamos um programa divertido, alegre, mas não um programa de humor e sim algo com a minha cara. Não tenho a pretensão de querer fazer e nem quero criar expectativas, porque é tudo muito novo pra mim e não tem sido fácil. Estou aprendendo a lidar com muita coisa. O fato de eu estar apresentando sozinha já é novo. O mais bacana é que com a nossa equipe, estamos criando muito e às vezes nem dá tempo de gravar tudo que gostaríamos. Estamos fazendo tudo com muito amor e carinho. Eu gosto de gente, gosto muito de auditório, de plateia, de contar histórias. Eu quero um programa onde as pessoas se sintam bem. Quero deixá-las com vontade de estar ali, como se estivessem na minha casa mesmo. A minha casa vive cheia. Essas são as características da minha personalidade.

Como tem sido em relação aos convidados? Você tem sentido dificuldade pra conseguir pessoas bacanas pra entrevistar?

» A nossa equipe é muito boa e tem uma

pessoa responsável por essa parte, por-

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Entrevista hype que senão vira uma bagunça, um monte de gente falando. Nós já pensamos em vários nomes, mas também procuramos não nos prender muito. O foco é o povo, são as pessoas, as matérias, mais até do que as celebridades e famosos. É claro que quero convidar muitos famosos. Quero que a pessoa tenha vontade de voltar, que ela venha pra divulgar sua peça ou seu show.

Em relação ao seu estilo, você tem alguém que a ajuda na escolha do figurino?

» Eu tenho o Yan Acioli, que é meu sty-

list há nove anos. Pra cada matéria, entrevista, programa a gente vai criar algo diferente. Hoje, por exemplo, estou mais comportada, mais intelectual (risos), mas não tem nada muito certo. Minha avó era costureira, meu avô alfaiate, minha mãe dona de uma loja de roupas. Eu nasci e cresci dentro de uma loja. Procuro me espelhar na minha mãe, que sempre se arrumou para receber os clientes em sua loja. Aqui é a mesma coisa.

A gente sabe que você é muito bem humorada e divertida, mas como é a Sabrina apresentadora?

»

Não há um formato pré - estabelecido. Nosso programa se reinventará, passando por transformações. Tem o quadro ‘Meu Marido é o Cara’, que é um jogo de casais que quem for o campeão leva cinco mil reais, matérias externas, vários quadros que acabam tendo um pouco de humor, mas também emoção, que mexe com o povo dependendo do lugar aonde vou. E a plateia, que pode participar de alguns quadros. Recebemos convidados, haverá música, dança, várias coisas pra divertir as pessoas.

O ‘Pânico’ citou você através da ‘cadelinha fiel’. Como você está lidando com seu passado na nova emissora?

»

Vou trazer ao meu programa um cachorrinho chamado ‘Engraçado’... (risos).

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Brincadeira! Todos nós temos histórias que nos diferem uns dos outros. Por isso não quero falar que gostaria de ser igual à fulana ou beltrana. Não, eu sou eu, a Sabrina com a pinta na testa! Fui bailarina do ‘Faustão’, passei pelo ‘Big Brother’, fiquei 10 anos no ‘Pânico’. Fiz faculdade de dança e jornalismo e não terminei... (risos). Meu passado faz parte da minha história e por isso estou sentada aqui hoje. Sou muita grata ao ‘Pânico’ por tudo o que aprendi. Eles estão dentro do meu coração, estarão sempre comigo, presentes na minha vida e na minha história.

Você é uma pessoa muito ligada à internet?

» Nós temos um grupo no WhatsApp

que é só a família. Meu pai sempre manda o link das notícias que saem ao meu respeito, mas não é um grupo de putaria, é familiar (risos). Vou continuar abastecendo o meu instagram. A gente gosta de aparecer né?! Faz maquiagem, está de biquíni, beija o namorado, já posta tudo. Adoro colocar foto de bolo que a minha mãe faz e eu falo que fui eu... (risos). Gosto de instagram porque é uma forma de divulgação. Estamos criando algumas coisas no programa pensando nas redes sociais.

Sua marca registrada é ser espontânea. Você acha que, de alguma forma, isso pode se perder em um programa? A propósito, você tem vontade de apresentar um programa ao vivo?

» Acredito que isso não se perca fazen-

do um programa ao vivo. Essa entrevista que estamos fazendo neste momento entrará no meu programa. Na verdade, a gente esquece que tem câmeras. Os meus diretores são bem bacanas e ficam sempre preocupados comigo, pra eu


» Bastidores da gravação do piloto do Programa da Sabrina

Eu gosto de gente e de plateia

não decorar texto, mas pra eu ir do meu jeito... Às vezes fico igual à Maysa sabe? A criança do SBT? (risos). É muito divertido, estou adorando! Vamos estudar bastante e, quem sabe, um dia a gente faz ao vivo. Mas só quando eu estiver muito bem ou que eu gagueje menos... (risos). Esse dia vai chegar!

Quando você decidiu– se pela Record, em comunicado aos fãs, disse que era a mesma sensação de quando a pessoa resolve sair de casa para morar sozinha. Como está sendo essa transição?

» Vou falar de algo que senti muito, que

foi a união da minha família, meus irmãos, meu pai, minha mãe, que sempre me deram muito apoio. Nós somos iguais às baleias, vamos todos pra colônia. Quando falei que queria vir pra Record, todos me apoiaram muito e a opinião foi unânime. Quando cheguei aqui, falei tudo o que queria no programa. Isso nunca aconte-

ceu em nenhuma emissora onde trabalhei, de estar todo mundo envolvido e querer fazer dar certo. Por isso, me senti muito amada, feliz e amparada. No começo, fiquei com um pouco de medo, mas logo nos primeiros dias todo mundo me abraçava e me desejava boa sorte. É bom ouvir que as pessoas estão com você. Por isso estou confiante!

Você já tinha se imaginado no lugar onde está hoje?

» Sempre quis trabalhar na televisão. Em

alguns momentos da vida eu não admitia por vergonha. Na infância, trabalhei muito pra que isso acontecesse. Já fui a vários programas, ficava brincando que eu era a Xuxa, o Gugu... Fazia todos os cursos da minha cidade. Minha mãe já foi até a rádio de Penápolis pedir pra que me deixassem trabalhar lá, mas eu não passei no teste... (risos). Quando a gente quer uma coisa, fazemos acontecer. O universo acaba conspirando pra acontecer.

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Cidadania hype

Por Ariani Caetano

Um projeto de amor e cidadania Instituto mantido por doações e professores voluntários tira crianças e adolescentes do mundo das drogas por meio do esporte, educação e lazer

A

tuando na região de Carapina, na Serra, há dez anos, o Instituto Ser Feliz vem mudando a realidade de crianças e adolescentes. Lá, crianças de seis anos a adolescentes de 17 têm acesso a aulas de jiu-jítsu e balé e também a palestras educativas, atividades extracurriculares, passeios, sessões de cinema e apresentações na comunidade, tudo no contraturno escolar. A ideia de montar o instituto foi de seu atual presidente, o pastor Marcelino Augusto Ferreira Ribeiro. “Começamos a perceber que uma característica muito forte da comunidade era o ingresso precoce de crianças e adolescentes no tráfico. Fomos vendo que as crianças estavam em vulnerabilidade social e decidimos criar alguma atividade

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para tirá-las da rua quando não estivessem na escola”, conta. Com apoio da Igreja Batista Central, que cede o espaço físico para a realização das atividades, e também de doações, o Instituto Ser Feliz atende hoje cerca de 230 crianças, fora as que estão na lista de espera, aguardando por uma vaga nas escolinhas de jiu-jítsu e balé. “Os professores são todos voluntários, não têm salário. Eles usam o tempo livre, então, tem muito mais criança querendo participar das aulas do que horário disponível por parte dos professores”, explica Marcelino. A ideia do instituto é realmente incluir e acolher essas crianças e adolescentes, até porque na comunidade não existe outra alternativa para eles. O desafio do instituto agora é conseguir oferecer também

aulas de reforço escolar. Essa necessidade foi verificada porque muitos não têm acompanhamento em casa na hora de fazer a lição, o que tem prejudicado o rendimento na escola. Apesar dessa necessidade, o objetivo principal do Instituto Ser Feliz, que é retirar crianças e adolescentes da vulnerabilidade social, parece estar sendo atingido. “Recebemos relatos de mães que afirmam que os meninos que estavam sendo assediados por traficantes conseguiram dizer não à droga, principalmente por conta da disciplina aprendida com o esporte e as outras atividades. Há pais que nos procuram para agradecer pelas mudanças que temos provocado no dia a dia das crianças. Temos atendido até crianças autistas e portadoras da Síndrome de Down”, afirma, orgulhoso, Marcelino.


TEM INCAPER NO CAMPO, NO MAR E NAS CIDADES CAPIXABAS? TEM SIM.

O Incaper trabalha para promover soluções tecnológicas e sociais, por meio de ações integradas de pesquisa, assistência técnica e extensão rural, visando o desenvolvimento do Espírito Santo. O resultado você pode ver nos polos de fruticulturas, que geram renda para o trabalhador rural. Na agricultura sustentável, na floricultura e até no processo da nossa produção pesqueira. O trabalho do Incaper está presente no dia a dia do capixaba. Por isso, se alguém perguntar se tem Incaper na sua vida, você já sabe a resposta.

Visite o site www.incaper.es.gov.br


Camarim hype

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Aline Bretas www.trendfashionlab.com.br

Modelo: Nicole Custer


Lábios vinho Muitas pessoas têm dificuldade ou medo de usar batom escuro, e algumas delas nunca sequer experimentaram essa tonalidade. O outono chegou e gostaria de ver todo mundo usando batons escuros! Vamos, então, tentar acabar com esse medo.

Um batom vinho pode ser usado em qualquer ocasião? Se aplicado com batidinha, você obterá um efeito “lábios manchados”, que está super in e pode ser usado, inclusive, no seu dia a dia. Se usado na sua cor real, bem intenso e dramático, evite sombra e rímel, como naqueles dias de preguiça. Mas a combinação ”delineado gatinho” + muito rímel + batom vinho é imbatível! Agora, se quiser ousar, tente um “olho tudo, boca tudo”, juntando um olhão esfumado com o batom escuro! Ficará lindo e super marcante! Aqui vão algumas opções de marcas e tons de vinho: Diva, da MAC (o mais badalado)

42, da Vult

Vinho Impact, da Avon

Cassis, da Contém 1g

Midnight Red, de Mary Kay

Cuba, Duda Molinos

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Narciso hype

Abra o nécessaire As novidades que elegemos nesta edição vão ajudar você na hora de cuidar dos cabelos, das mãos e do rosto. Que tal experimentá-las?

1

» Para hidratar e

perfumar, o kit de cremes para as mãos da Body Store reúne as fragrâncias frutais manga, melão e pitanga.

2

» A L’Occitane au Brésil foi buscar

na faixa de terra entre o mar e as montanhas da Mata Atlântica o extrato de uma das plantas mais radiantes do país: a bromélia.

4

3 » Vichy Serum 10 Olhos

e Cílios é o primeiro sérum para o cuidado simultâneo antirrugas e fortalecedor dos cílios. O produto tem em sua combinação Rhamnose a 10%, ácido hialurônico e ceramidas.

» Para acertar as

pequenas imperfeições da maquiagem em olhos e boca, a caneta demaquilante da Natura vem com três ponteiras diferentes, que podem ser trocadas de acordo com a área do rosto a ser utilizada.

5

» O Redermic R Olhos, da La Roche-Posay, é um corretor anti-idade concentrado, com efeito tensor e ação antirrugas e descongestionante. O produto alia a poderosa ação do retinol puro com um complexo retinoide e a cafeína.

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Divã hype Antônio Carlos Félix das Neves Psicólogo, psicanalista e professor antonic@terra.com.br

Eu te amo! Eu também! Ilustração: Fernando Augusto

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E

les se conheceram de um jeito delicado, numa troca de olhares interessados, como requer todo início de uma verdadeira história de amor. Aos poucos, foram confidenciando segredos mais íntimos, experimentando a aventura de querer gostar de alguém. Ela, mais afeita aos sentimentos, num momento de ternura, espontaneamente se declara: “Eu te amo!”. Ele, atônito por tamanha espontaneidade, recolhe-se internamente, ensaiando uma resposta que correspondesse ao amor declarado. E como nada lhe ocorria à mente de imediato, contido, respondeu: “Eu também!”. “Você também se ama?” – perguntei. Ele, então, sorriu timidamente à minha frente e confessou: “Sabe, eu sempre tive dificuldades em expressar meus sentimentos, de fazer elogios e de tocar as pessoas amavelmente. Eu que abraço meus amigos sem senti-los, mantendo sempre uma distância entre nós”. Fora assim desde menino, recusando carinho de pai e mãe. Só se permitia algum afago no momento e da forma que queria. O outro sempre lhe pareceu ameaçador, nutrindo a fantasia de que este outro, ao se aproximar, poderia querer dele alguma coisa que não pudesse dar. Mas o amor chegou sorrateiramente, sem pedir licença, não dando tempo para suas justificativas sem sentido, que impedissem que a relação continuasse. Um amor que lhe convida a dizeres despretensiosos, onde ele possa se surpreender em suas próprias palavras: “Eu te amo”! E quem sabe até arriscar fidelizar o nome da amada inventando termos carinhosos... “Eu te amo, QUERIDA!”.


Saúde

Um alerta aos“novos atletas” Todos sabem que, para iniciar qualquer atividade física, é essencial uma visita a uma equipe multidisciplinar de saúde Neste ano, com a proximidade da Copa do Mundo, estamos vendo engrossar as fileiras dos “novos atletas”. Por isso, reunimos aqui alguns tópicos que falam da importância de se praticar atividade física com orientação e consciência dos limites e necessidades do corpo.

A atividade física deve ser associada a outras práticas saudáveis?

» Sim, porque de nada adianta uma motivadora partida de futebol aos sábados se ela é antecedida e/ou sucedida por uma churrascada regada ao consumo excessivo de álcool.

Quais seriam estas outras práticas?

» Antes de iniciar a prática esportiva, procure um cardiolo-

gista, pois esta avaliação envolve desde exames específicos, como prova de esforço para verificar a capacidade do coração e avaliação da pressão arterial, assim como exames de sangue, para a dosagem do bom e mau colesterol - que podem identificar um risco cardiovascular eminente - dosagem de glicose (avaliação da presença da diabetes) e também hemograma, para constatação da presença ou não de anemia, por exemplo. Iniciada a prática física, exames de sangue específicos como dosagem de lactato e CK indicam o grau de esforço a que a musculatura está sendo submetida, auxiliando o educador físico a dosar a carga e a intensidade dos exercícios. Isso evita lesões que podem impedir a continuidade da prática saudável e prazerosa.

Há uma idade limite para estes cuidados?

»

O ideal é que todos os iniciantes devem passar por este check-up. Mas, para quem tem mais de 35 anos, isto é considerado pela equipe multidisciplinar indispensável.

Por que a atividade física é tão cercada de cuidados e recomendações?

» A maioria das pessoas tem alguém na família, um amigo

ou conhecido vítima da prática de atividade física realizada de maneira “irregular”. O exercício bem orientado e praticado com regularidade (no mínimo três vezes por semana) pode ajudar no controle da hipertensão arterial, melhorar o índice de glicose no sangue (por isso os exercícios são indicados aos diabéticos), diminuir os níveis de colesterol e triglicérides no sangue, além de liberar endorfinas no sistema nervoso, induzindo a sensação de bem- estar. Além disso, quem não quer ficar em paz com a balança, melhorando, assim, sua autoestima?

Quem é mais vítima da má prática esportiva e dos maus hábitos: o homem ou a mulher?

» O número de mulheres que sofrem com problemas do

coração aumenta a cada ano, mostrando que é necessário que elas fiquem atentas aos seus hábitos e estilo de vida, em especial aquelas que já entraram na fase do climatério, quando passam a ter o mesmo grau de risco para doenças cardiovasculares que os homens. Mas enquanto as mulheres são mais atentas e cuidadosas com relação à saúde, alguns homens ainda resistem a uma simples visita ao médico e, por isso, expõem-se a mais riscos

Qual é o melhor programa de exercícios?

» É aquele voltado para melhoria da qualidade de vida que

não enfoca apenas a prática de atividades físicas, mas incentiva a mudança do estilo de vida de seus participantes quanto aos hábitos alimentares e a valorização das horas de lazer.

ALCANÇAMOS O MELHOR RESULTADO QUE O NOSSO TRABALHO PODERIA PROPORCIONAR: O SEU RECONHECIMENTO. www.tommasi.com.br

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Papo surreal hype

Genial,obsessivo e corajoso

Premiado a músico am tor e e Robert Do ricano, wney Jr. estreou na s 1970, aos c telas em inco anos de idade. O chamava “ filme se P e era dirig ound” ido por seu pai, ta m chamado d bém e Downey. A Robert pesar de ter começ ad precocem o tão ente e dos louros c por suas ó olhidos timas performa nc carreira d es, a e que nasce ste ator u em Nova Iorq ue 4 de abril , no dia de 1965, também fo i por mome pontuada ntos dramático s decorrênc em ia do uso abusivo de drogas.

Robert Downey Jr

D

urante os anos 80, Downey participou de diversos filmes, associado a Brat Pack. “Less than Zero” (no Brasil, “Abaixo de Zero”), que recebeu aclamação da crítica, foi considerado o estopim para o já existente problema com drogas que o ator vivia. Em sua filmografia se destacam, entre outros, “Air America”, “Soapdish” e “Natural Born Killers” (“Assassinos por Natureza”). Mas foi no papel de Charlie Chaplin, em 1992, que Downey chegou ao topo, indicado ao Oscar de melhor ator. Ele também atuou em “Tropic Thunder” (“Trovão Tropical”). Em 2009, Robert recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação no filme. Também interpretou o detetive Sherlock Holmes, dividindo a cena com Jude Law, no papel de seu melhor amigo, Dr.Watson. Mas foi como o bilionário Tony Sta-

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rk, o Homem de Ferro, que Downey Jr. ganhou maior notoriedade, interpretando-o nos filmes “Iron Man” de 2008, 2010 e 2013, tendo encarnado este mesmo personagem no sucesso de bilheterias “Os Vingadores” (2012). Em 2013, “Homem de Ferro” recebeu três prêmios People’s Choice Awards como Ator Favorito, Filme Favorito de Super Herói e Filme Favorito de Ação. A baixa estatura do ator é compensada por sua competência, seu jeito debochado, seu charme e irreverência. Sóbrio depois de uma fase difícil, Downey Jr. nunca escondeu seus problemas com a dependência química, além de ter revelado que seu pai, que também era usuário de drogas, o apresentou à maconha quando ele tinha apenas seis anos de idade. Veja o resultado de nossa conversa – meio verdade, meio ficção – com este ator que Hype tanto ama.


É verdadeira a declaração atribuída a você de que o uso de drogas ajudou a criar um vínculo emocional com seu pai?

» Sim, eu já declarei que quando

eu e meu pai íamos consumir drogas juntos, era como se ele estivesse tentando expressar seu amor por mim da maneira que só ele sabia como.

Ironicamente, seu sucesso veio com o filme “Abaixo de Zero” (“Less Than Zero”), onde você representou um jovem viciado em cocaína...

» É verdade... Sabe que eu nunca havia pensado nisso? Mas podemos falar menos de drogas e mais de minha carreira?

O marco de sua carreira como ator deveu-se à sua interpretação de Chaplin, aos 27 anos de idade, o que lhe valeu uma indicação ao Oscar. Foi difícil incorporar um personagem tão rico e, ao mesmo tempo, tão desafiador?

Famoso...?

» Não tenho mais ilusões. Bajula-

ção e o título que me impuseram, de maior ator de minha geração, me ajudaram a caminhar por nove anos por um verdadeiro inferno pessoal. Tudo isso de “maior ator” é uma grande baboseira. Se eu acreditasse realmente nisso, nessas declarações da imprensa, não sei o tipo de trabalho que teria feito ou onde estaria hoje.

Humilde...?

» Devo à minha família, à terapia,

à meditação, a programas de recuperação, ioga e à prática obsessiva de wing chun kung fu, tudo isso junto, além de o fato de não pensar em drogas e manter minha sanidade como ator. Não que eu goste de soco e pancada, mas preciso me comprometer inteiramente com algo que me humilhe.

» Interpretá-lo foi, como você mes-

Antes de se casar, em 2005, com sua atual mulher, a produtora Susan Levin, você teve dois famosos relacionamentos... Você é do tipo mulherengo?

Você é obsessivo no trabalho?

Jessica Parker e depois me casei com Deborah Falconer, que me deu meu primeiro filho, Indio. Pergunte a elas o quanto fui fiel... Pensando bem, melhor não perguntar! (risos)

ma disse, desafiador. Afinal, Chaplin era um gênio. Mas eu não fico atrás... (risos)

»

Sim, sou bem neurótico, como você deve saber. Mas descobri que se você estudar qualquer forma de arte, seja shaolin do século 18, seja pintura renascentista, os segredos do universo se abrirão para você.

Vaidoso...?

» Sim! Sou muito bom no que faço, mas nunca deixo de estudar bem o personagem.

» Antes de Susan, namorei Sarah

Você conheceu Susan depois de ter saído de uma reabilitação, em 2003, nas filmagens de “Gothika”, no Canadá...

» Estou sóbrio desde então. Ela me

ajudou a superar o vício e ainda me deu, em 2012, Exton Elias, meu segundo filho. Sou muito grato a Susan por tudo isso.

O filme “Homem de Ferro”, marcou sua definitiva volta ao cinema, em 2008...

» Sou um fã do Homem de Fer-

ro porque ele não é um herói comum. Tem problemas com a bebida, é mulherengo, carismático e agradável. É um personagem rico e repleto de defeitos, como eu. Se já houve algum personagem em toda a minha carreira que eu ficaria feliz em me fundir e ficar associado, seria o Tony Stark, porque é o trabalho mais legal que já fiz.

E quanto a “Sherlok Holmes”, filme produzido por sua mulher e onde você contracena com Jude Law? Como foi trabalhar com ele?

» Foi muito mais complicado do que

fazer todas aquelas acrobacias de luta e tal... Jude é inglês, elegante, bonito... Pô, o cara me roubava a cena o tempo todo! Mas eu superei isso (risos)

O que aconteceu com o lançamento de sua autobiografia, previsto para 2008? Por que você desistiu do projeto?

» Desisti porque achei que a his-

tória da minha vida não tinha nada de tão relevante ou significativo que justificasse uma obra literária. Inclusive, anote aí, antes que digam o contrário: eu devolvi a grana adiantada pela editora.

A ideia de uma autobiografia, então, está descartada?

» Quem disse isso? Tudo é possível... Sou um homem de recuos e avanços. Herói, só na ficção.

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Artesã de amor

Personagem hype

Jacqueline Chiabay

Consultora credenciada do Sebrae na área de desenvolvimento setorial para o artesanato, Jacqueline Chiabay atua como designer e na gestão da produção artesanal, formação e capacitação de artesãos. Paralelamente, coordena grupos que trabalham na produção das tramas de couro e o núcleo de produção da Penitenciária Feminina de Cariacica que reutiliza o resíduo desse couro. Por sua iniciativa e com recursos próprios, ela capacita as detentas e coordena desde a produção até a venda das peças. Como se vê, talento não lhe falta.

D

Por Ariani Caetano - Fotos Cloves Louzada

esigner de técnicas artesanais e da arte de usar e de vestir, Jacqueline desenvolve produtos principalmente em couro, reutilizando essa matéria-prima e transformando-a em tramas com uma pegada ecossocial. Determinada que só ela, acredita que seu trabalho é, no fundo, sua missão, de tão apaixonada por ele que é. “Para mim, arte é inspiração e criatividade transformadas em algo surpreendente e autêntico. Seja qual for a manifes-

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tação ou segmento, ela pode surgir de uma transformação, mas jamais de uma cópia ou de uma reprodução”, define. Inspiração, transpiração e técnica são, segundo Jacqueline, as três doses necessárias para a produção artística. “Adicionaria também alguns ingredientes como pesquisa, conhecimento e um novo olhar. Se houver experiência naquilo que você se propõe a fazer, melhor ainda. E mais: dedicação, comprometimento com o resultado, prazer e amor.”


O resultado é um trabalho que se distingue pelo apuro com que a designer lida com os materiais. Também por isso, as peças de Jacqueline já foram parar tão longe, em lugares como Japão, Nova Iorque, Milão, Miami, Lisboa, Las Vegas, Paris. Jacqueline desenvolve, prioritariamente, produtos com exclusividade, na maioria das vezes no formato de private label, o que não lhe tira o mérito artístico. “O prazer da criação é o mesmo. Esse processo, geralmente, é trabalhado em parceria com o cliente: a artesã designer cria e apresenta a técnica e o formato no qual ela se encaixa. O designer comprador e sua equipe apresentam o shape e o tema de sua coleção, que deverá ser adequado por ela. O maior desafio e também a maior satisfação é viabilizar o produto e atingir a finalização que agrade e atenda ao cliente em itens como valor, qualidade e beleza”, explica. Entre as exposições mais importantes das quais Jacqueline participou destacam-se a Destination Brasil, no MoMa, em Nova Iorque; uma no Museu do Objeto, em São Paulo, e a recente Mão Brasileira, mostra que circulou pela rede de shoppings Iguatemi de São Paulo. Também fazem parte de seu currículo o Projeto Eco-Social da Lelis Blanc; produções de peças para grandes estilistas que desfilaram dentro e fora do país; a coleção de peças de alta costura em tramas de couro para o desfile de Ivan Aguilar em Nova Iorque; a participação na V Art Wear, e a venda de seus produtos no Museu de Arte do Rio e no Museu de Arte Moderna carioca. “Quero que minhas peças sejam valorizadas verdadeiramente e cheguem ao coração das pessoas. Que não as comparem ou enxerguem apenas como produtos acabados, e sim enxerguem a sua essência e todo o conceito embutido nelas”, deseja Jacqueline, que completa: “A essência do artesanato verdadeiro são as pessoas e suas histórias de vida. Uma grande produção envol-

Recentemente, looks criados por Jacqueline foram aplaudidos no desfile de Ivan Aguilar, em Nova York

ve sempre muitas pessoas, suas habilidades e cultura, e não máquinas”. Para Jacqueline, por mais que o artesanato tenha característica de causa social, ele é uma atividade, uma profissão que tem gerado renda e tido bastante peso na economia do país. “Foi o tempo em que ações no artesanato eram vistas como assistencialismo. Hoje temos artesãos e grupos que são empreendedores e estão preparados para o mercado.” O que acontece, segundo ela, é que a produção individual é limitada, por isso essas pessoas precisam se reunir, formar grupos ou associações para não perderem grandes demandas. Além disso, os produtos artesanais ainda não são tão valorizados quanto deveriam. “Mas estamos falando do fazer artesanal com arte e criação, cultura e identidade, e não de cópias de técnicas e produtos reproduzidos em formato de atividade secundária ou apenas ocupacional”, esclarece. Cópias, no entanto, não são um problema para Jacqueline, que tem uma identidade marcante, única e reconhecível onde quer que suas peças estejam. “Existem projetos e projetos, pessoas e pessoas. Para algumas empresas ou estilistas, por exemplo, somos apenas fornecedores, e para outras, parceiros. Todas as demandas de arte por encomenda são bem-vindas, mas valorização também é importante e agrega valor a ambos”, defende. Perguntamos a Jacqueline qual é a coisa mais importante do mundo e o que é mais importante para uma pessoa como indivíduo. À primeira questão, a resposta é o amor verdadeiro no coração das pessoas. “Com ele, outras coisas também importantes são alcançadas naturalmente e na medida de cada um, seja em âmbito financeiro, material, espiritual ou sentimental.” Sobre o que mais importa à pessoa, Jacqueline dá uma resposta bem inclusiva: “Saber se colocar no lugar do outro, mas também incluiria humildade e simplicidade”.

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Moda hype

O verão

desejado Por Betty Feliz

Pelo

Espaço Fashion

Cantão

andar da carruagem, rapidinho o verão dará as caras por aqui. Sim, porque nesses tempos de Copa, eleições, polêmicas e desilusões, torcer para que 2014 termine o mais rápido possível parece ser a tendência da hora. E de tendências a moda está cheia. A julgar pelo que se viu nos lançamentos paulista e carioca, o verão vai trazer mais do mesmo, com seu toque necessário de renovação traduzido em cores alegres, estampas florais, tramas e transparências.

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Patrícia Vieira

Osklen

Salinas

Pedro Lourenço


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Ellus

Cavalera

Animale

Ă gua de Coco

Moda hype


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Movimento

Lolitta

Forum

Lino Vilaventura


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Ronaldo Fraga

Reinaldo Lourenรงo

Pedro Lourenรงo

Pat Pats

Moda hype


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Vitorino Campos

Uma

Tufi Duek

Samuel Cirnansck


Ensaio hype

Incerta estação » Óculos Carolina Herrera para Diniz Prime, t-shirt Paula Shalders, jaqueta Iódice, cordão Metal Nobre e anel acervo.

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A gente pensou, primeiramente, em criar um conceito meio hipster, estilo jovem e alternativo, cuja estética mistura referências vintage com peças modernas. Mas, levados pelo clima reinante, acabamos optando por uma proposta original, cujas referências atuais são embaladas com leveza e bom humor, como convém, afinal, a uma estação que ainda não disse a que veio.

Ficha Técnica »  Fotos: João Araujo »  Styling: Glauro Simões »  Make Up: Faelo Ribeiro »  Modelos: Beatriz Schwan, Aline Oliveira e Igor Costalonga (Andy Models)


» T-shirt Paula Shalders, saia Iódice, jaqueta, anéis e pulseira acervo.

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Ensaio hype

Âť Camisa, gravata e chapĂŠu acervo. Bermuda R_Shalders.

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» Biquíni Angorá, lenço acervo, calça Folic, cinto Guess, pulseira Metal Nobre, anel acervo e sapatos Luz da Lua para Doramila.

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Ensaio hype

禄 Jaqueta I贸dice, t-shirt Paula Shalders, short Marci, cord茫o Metal Nobre, 贸culos Carolina Herrera para Diniz Prime e botas Arezzo.

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» T-shirt Paula Shalders, saia Iódice, jaqueta acervo, óculos Hilfinger para óticas Diniz Prime, anéis acervo e botas Doramila.

» T-shirt e calça Vide Bula, jaqueta Missbella, anel Metal Nobre, brincos acervo e tênis Converse.

» T -shirt Vide Bula, calça R_Shalders, suspensório, bota e pulseira acervo.

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Ensaio hype

ツサ テ田ulos Carolina Herrera, t-shirt Paula Shalders, jaqueta Iテウdice, short Marci, cordテ」o Metal Nobre e anel acervo.

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» B iquíni Angorá, cardigã Paula Shalders, calça Marci, colar e brinco Metal Nobre, anéis acervo e sandálias Arezzo.

» Maiô Angorá, camisa jeans, short e cinto animal print Missbella, cinto Iódice, colar de franja e anel Metal Nobre, cachecol acervo e tênis Converse.

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Consumo hype

Arte no corpo Garimpamos peças que fizeram sucesso no evento Art Wear, da Galeria Ana Terra, e também elegemos novidades que fazem a diferença para quem aposta em criatividade e design de bom gosto.

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» Os turbantes Tilelê, da publicitária capixaba Isis Dequech, exibem estampas com influências africanas e regionais.

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» A pulseira Cangaço e o anel de poás de Felipe Patusco primam pelo design, pela leveza e originalidade.

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» O brinco, o anel e o colar de Samia Creimer combinam com looks onde o vermelho faz contraponto.

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» Estampas

personalizadas enriquecem o visual da bolsa exclusiva, assinada por Edith Pittier.


5

» Para quem busca identidade e estilo, colete tramado e pulseira em macramê de Jacqueline Chiabay.

6

» Madeira e prata nos anéis de Seizo Soares, para quem joia “é um instrumento cognitivo e sensorial”.

7

» Apuro e preciosismo no colar

de contas super coloridas da designer Virgínia Albuquerque.

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» De Adriana Delmaestro, o belo anel Amilkar II, em ouro 18 quilates polido, integra a série de peças inspirada na obra de Amilkar de Castro.

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Tudo hype

Tudo conservado » Os produtos térmicos e funcionais da Bento Store são um

grande aliado de quem precisa comer fora, mas prefere levar a comida de casa. Sucesso na Europa e nos Estados Unidos, as luchboxes, lunchbags, garrafas e outros acessórios conservam a temperatura até a hora da refeição. As luchboxes são os potinhos que reinventam a tradicional marmita, e as lunchbags são sacolas para abrigar garrafas, frutas, petiscos e as próprias lunchboxes com conforto e segurança. A loja, que é a primeira do Brasil especializada em portabilidade de alimentos, tem ainda em seu portifólio garrafas e acessórios.

Exclusividade sustentável » Com a pegada de aliar design e sustentabilidade, a marca escocesa Woodsies

traz para o Brasil óculos e relógios de madeira. Os óculos possuem armações feitas à mão, a partir de cortes únicos de madeira controlada e acetatos ecológicos. Além do caráter sustentável, todo par de óculos da Woodsies possui qualidades únicas proporcionadas pela madeira, uma vez que não há uma árvore igual à outra. Além disso, são extremamente leves e possuem molas de ajuste universal, um diferencial de conforto.

Relógios de mosaicos » A segunda série da coleção Les Univers

Infinis, da linha Métiers d’Art, lançada pela Vacheron Constantin, foi inspirada nas obras do artista holandês Maurits Cornelis Escherde, além de ser uma homenagem à técnica da colocação de “tesselas” para a formação do mosaico. A série numerada é limitada a 20 relógios por modelo, certificados com o Selo de Genebra. As peças são acompanhadas por uma pulseira de couro de alligator Mississippiensis costurada à mão, na cor preta.

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Quase um forno à lenha » Você sabia que são consumidas 1,5 milhão de pizzas

todos os dias no Brasil? Seja em pizzarias, seja em casa, a redonda tem sua predileção no paladar do brasileiro. E como comer é sempre um bom pretexto para reunir a família e os amigos, uma solução interessante para os apaixonados por pizza é o forno elétrico Veneza, exclusividade da Largrill. Ele funciona como um tradicional forno à lenha, mas de forma mais prática e rápida. Com design retrô e projeto italiano, o produto tem quatro opções de cores a dois acabamentos diferentes de portas.


Consumo

Fotos: Cloves Louzada

O

brilho das

semijoias Os tons de amarelo – do citrino e berilo ao âmbar – azul e negro ou rosa leitoso, que está retornando com força total nesta estação, se destacam na nova coleção 2014 de semijoias de Sâmia Creimer. Suas peças complementam o visual com arte e apuro, seja em um evento elegante e mais formal, seja levantando um look do dia a dia.

D

escendente de uma família de comerciantes, Samia atua na área há mais de três décadas, o que a credencia como autêntica especialista em semijoias e, em especial, em pedras naturais, que, segundo ela, nunca saem de moda. Seja rutilo, rubi, tanzanita – linda pedra de tons arroxeados – ou pirita – um quartzo cristal marrom esverdeado – os materiais mais nobres estão sempre presentes nas semijoias comercializadas por Samia, que garante à clientela, além de segura orientação na compra, a total garantia de suas peças.

» S amia Creimer 27 3314.1049

99911.2617 Samia Creimer

» s amia.saade@uol.com.br hypeonline.com.br 39


Turismo hype

Viajando.com

Sonia Iamonde Ela está à frente da Iamonde Design de Eventos – junto da filha e sócia Gabriela – e do evento Morar Mais por Menos Vitória. Sonia adora colocar o pé da estrada para conhecer pessoas e lugares fora de circuitos turísticos e, apesar de tímida (odeia falar em público), a empresária não se furta de contar detalhes, na maioria das vezes divertidos e inusitados, sobre suas aventuras em trânsito A primeira viagem a gente nunca esquece...

» Quando pequena, apostei em

uma simpatia: à meia- noite, quebrei um ovo em uma tigela com água e deixei no sereno na noite do dia de Santo Antônio. Se o desenho que a clara formasse fosse um círculo, seria a aliança de casamento. Quando fui olhar, vi uma trama na clara que mais parecia uma vela de navio. Então, pensei: ‘Nossa, acho que vou viajar muito’. Não foi tanto assim, mas conheço quase todo o Brasil e alguns poucos países. Adoro viajar. Minha primeira viagem para o exterior foi à Argentina, depois veio a Itália... Mas antes viajei muito pelo Brasil.

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Paisagem inesquecível

» As praias do Rio Janeiro, Ilha

Grande... Também as ilhas Gregas. Vejo semelhanças entre elas.

Melhor companhia para viajar...

» Minha filha Gabriela e meu gen-

ro, Patrick, que são jovens e sempre têm disposição para caminhar. Entro no ritmo deles e, assim, visitamos lugares inusitados. Certa vez, passeando em Londres, entramos em uma igreja e assistimos a uma missa em canto gregoriano. Agora estou em outro momento: pretendo viajar com meu marido, Alfonso, em clima mais romântico. Acho que vai ser bem diferente das vezes anteriores.

E a pior?

» Não tive essa experiência ainda e acho que não terei, porque não encaro viajar com tantas ‘malas’ para carregar. Já bastam as minhas. (risos) Um mico em trânsito

» São muitos. Já peguei metrô errado... Adoro andar de ônibus e metrô nos países que visito para vivenciar o dia a dia local. Também me perdi em Veneza. Peguei um barco errado e fui parar num bairro fora do circuito turístico. Esperei mais de uma hora por outro. Mas, quer saber? Adorei ter me perdido em Veneza! (risos). Também fui ao museu de cera Madame Tussaud, em Londres, e fui seguindo o fluxo dos visitantes. De repente, entrei em uma


Tropeçou na língua

a passagem de uma comitiva do clero britânico, uma carruagem que só se vê no cinema, com quatro guardas vestidos a caráter e cavalos enormes. Parei para apreciar a cena: um luxo!

Consigo me comunicar até com os gregos.

Um povo

País que ainda não conhece

leiro. Só não me conformo com o fato de sermos tão submissos ao poder público, mas temos um coração maravilhoso.

fila cujo destino era um cenário de pânico de Londres da época medieval. Fiquei apavorada e saí correndo. Maior mico!

» Sempre tropeço, mas não me intimido.

» Nossa, muitos!

Adoraria ir a Praga, Viena, Cartagena... Adoraria conhecer as árvores vermelhas do Canadá, a Austrália, o Vietnã... Preciso conhecer a neve, nunca a vi.

Voltaria mil vezes a...

» Paris, Firenze, Berlim, Bonito (MS), Pon-

tal do Gunga (AL)...

Jamais retornaria...

» Não sei... Todas minhas viagens foram

boas, até aquelas a trabalho são ótimas. E sempre tiro um tempinho para ir ao shopping.

Um prato de comer de joelhos

» Adorei uma batata com carne que comi em

um bistrô em Paris: o menu era um pedaço de quadro negro escrito com giz, mas o sabor daquilo... meu Deus! Nunca mais esqueci. Tomamos um vinho francês maravilhoso do qual também não lembro o nome. Mas foi tudo perfeito!

Uma comida que detestou

» Não é bem detestar, mas não apreciei o peixe com batatas‑, prato típico londrino.

A mala perfeita

» Sapatos confortáveis, roupa de frio, rou-

pa leve, muita disposição e alegria e, claro, um dinheirinho para gastar.

Um museu

» Uffizi, na Itália, o primeiro que visitei.

de Reims, em Champagne, na França, e ...

» Apesar de tudo, o povo brasi-

Um país

» O Brasil, pelas belezas naturais. Dica de viagem

»

Não leve muita coisa na mala se for fazer compras. Deixe-a livre para ocupar com as peças novas. Sempre compro xampus, cremes, maquiagem, relógios, óculos e bolsas nas viagens e deixo as velhinhas lá. Não gosto de roteiro turístico, curto o inusitado, o que faz parte do dia daquela gente. Procure informar-se com os moradores o que eles curtem mais naquele local e, pode acreditar, você vai se surpreender. Outra dica: assim que chegar ao destino, deixe as malas no hotel e faça um percurso a pé ao redor. Em uma de minhas andanças, passei em frente a um depósito de móveis de cinema e vi vários objetos que foram usados em filmes, peças raríssimas. Achei o máximo!

Restaurante top

Lembro que, quando entrei, chorei. Jamais imaginaria visitar as obras de arte que estudei nas aulas de História da Arte, na Ufes. Amo visitar museus.

Bleu Restaurant, em Amsterdã, na Holanda.

Uma praça

Um cruzeiro

o Hyde Park, em Londres, onde presenciei

ra firme e conhecer o povo e seus costumes.

» Não é bem uma praça, mas um parque:

» Na Catedral

» D.O.M, em São Paulo e o Ciel

» ...em Paris, sempre com a filha Gabriela

» Não fiz. Prefiro ir de avião, descer em terhypeonline.com.br 41


Clube Bentec Fotos Vilaça

O vintage e o retrô em debate A Bentec Vitória, especializada em modulados de alto padrão, reuniu em sua sede, na Praia do Canto, seis clientes, amigas e parceiras para um bate-papo sobre “o que é vintage e o que é retrô”. Chamado “Chá Vintage Bentec”, o petit-comité foi animado. Ao redor de uma mesa de delícias posta com louças de sete décadas atrás, Camilla Covatti e Camila Reuter, que comandam a loja, puderam conhecer melhor os gostos e preferências das convivas. O primeiro evento já foi aclamadíssimo, e haverá outras edições do Chá Bentec ao longo do ano com outros convidados.

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O Chá Vintage Bentec partiu da ideia de mostrar um pouco mais de como esse estilo vem conquistando adeptos na decoração e na moda. Num bate papo com profissionais de referência, mostramos como o estilo é delicado, romântico e cheio de personalidade. Por isso, o objetivo do encontro é unir profissionais que usam a arte para transformar sonhos em realidade respeitando o estilo e o perfil do cliente.”

Camila Reuter


Elas...

Laís Hofmann Consultora de imagem e produtora de moda

Carolina Neves

Vintage e retrô estão muito na moda. Enquanto o primeiro precisa ter, no mínimo, duas décadas e marcada época, sendo referência para muitas pessoas, o retrô é uma inspiração no vintage. Eu gosto muito de coisas que têm história, com cara de antigas, mas também não temos que usar só isso, como um personagem caricato.”

Minhas lojas têm muito do que eu sou, e o retrô está dentro de mim. Isso já era forte, mas se tornou ainda mais, e na moda, releituras retrôs estão cada vez mais em alta.”

Gosto da mistura entre o moderno e o antigo. No meu trabalho, por exemplo, fiz recentemente uma releitura das aliancinhas antigas, mas minha marca une traços do novo e do velho. Por isso, minhas peças são usadas tanto por pessoas modernas, quanto pelas mais básicas e tradicionais.”

Fotógrafa

Monica Demoner

Cláudia Duarte

Gosto do moderno e do vintage, mas o vintage me atrai mais. Adoro os acessórios antigos e de elementos vintage na decoração de casa e também no guarda-roupa. Na fotografia essa minha paixão está muito ligada à utilização de alguns filtros que deixam a imagem com cara de antiga.”

Arquiteta Procuro sempre introduzir nos ambientes o vintage e o retrô, apesar de não gostar de saturar os ambientes apenas com uma tendência. Seu uso é importante porque quebra a monotonia, mas é essencial saber dosar essas pitadas de vintage e retrô na decoração de ambientes.”

Estilista. Comanda a marca de t-shirts Theodora Vix

Polyanna Polycarpo

Designer de joias

Daniela Barreto Comanda as lojas Empório Life e Empório Life Party

Uso muito o vintage na confecção das peças. Tudo começa na pesquisa de materiais. Quando consigo comprar umas rendas valencianas antigas, faço peças exclusivas com essa pegada retrô.”

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André Andrès andreandres.hype@outlook.com

Vinho hype

Curvas do destino

N

ão há como escapar: o destino é, muitas vezes, ingrato, duro, nos apanha desprevenido, com uma surpresa escondida por trás de uma das muitas curvas da vida. A distância entre calmaria e tempestade é rompida em alguns segundos, com uma notícia, um diagnóstico, um acidente. A vida nos exige coragem, sim, mas exige também capacidade de reação. Um certo jogador de futebol estava começando a viver seu sonho de jogar na Europa quando o destino lhe proporcionou uma topada. Literalmente uma lesão gravíssima o arrancou dos gramados. Poderia ser o fim do caminho para André Sanz em Portugal. Não foi. Ao contrário. Foi o início da vida de um empresário muito bem sucedido. Inicialmente, Sanz investiu em uma área com a qual tem enorme proximidade: criou uma empresa de fitness, de sucesso quase imediato. Mais recentemente, o destino reservou para André uma surpresa, bem mais saborosa... A intenção inicial do ex-jogador ao adquirir uma propriedade em Cheleiros, cidadezinha no Oeste de Portugal, era... nenhuma. Ou melhor, era usar o Pomar Espírito Santo, o nome do local, como uma casa, muito bem localizada, porque fica perto de Lisboa. Décadas atrás, Cheleiros era um grande centro produtor de vinhos. Surgiu para André a possibilidade

1. Manz Cheleiros Dona Fátima 2012 Vinho incomum, o único no mundo feito com a uva Jampal. Branco curioso, porque combina leveza com boa estrutura, certa acidez com suavidade. É resultado de uma combinação de fermentação em barris de inox e barricas novas de carvalho francês. R$ 270.

de retomar a atividade da cidadezinha. Alguém lhe propôs arrancar fora as videiras de uma casta antiga, pouco utilizada. Mesmo sem saber nada de vinhos, André achou os cachos bonitos demais para serem descartados. “Estamos a um mês da vindima. Vamos aproveitar as uvas”, propôs. Bem, nascia ali o Manz Dona Fátima, único vinho no mundo produzido apenas com a Jampal, casta branca quase extinta no planeta. O vinho vem colecionando prêmios por onde passa. Não é barato (em média, R$ 270), mas, além do prazer proporcionado por um branco feito com esmero, o valor também é estabelecido pela prova de um vinho único, com tiragem limitada. Como diz um amigo, numa frase curiosa, “o vinho é uma cachaça”. Ele não confunde as bebidas. Apenas quer deixar claro como tintos e brancos são apaixonantes. André, assumidamente um conhecedor limitado de vinhos, resolveu investir em outras castas. E daí nasceu uma linha interessantíssima, formada por vinhos de ótimo custo-benefício. Entre eles, um de nome curioso: Contador de Histórias. Talvez porque histórias como a de André mereçam ser contadas. De preferência, acompanhadas de uma boa taça de vinho. Não só porque elas mostram como o destino e a vida dão voltas. Mas também porque evidenciam como muitas vezes somos nós quem escrevemos parte de nossas histórias. Com todos os riscos embutidos nessa tarefa. Mas, também, com todas as vitórias proporcionadas por ela...

2. Manz Rosé Feito com a uva Castelão, famosa por ter dado origem à uma linhagem estruturada e saborosa do popular vinho tinto Periquita. O vinho surpreendeu numa degustação ocorrida ainda durante o verão em Vitória. É gostoso, muito frutado, leve. Combina muito bem com entradinhas. R$ 60.

3. Manz Contador de Estórias 2009 O vinho é gostoso, fácil de beber. Tão fácil a ponto de levar quem o prova a tomar algumas taças a mais, sem notar, e sair por aí, contando estórias, algumas tão curiosas e interessantes quanto a de André Manz. Ótima combinação de Sirah (60%), Touriga Nacional (30%) e Petit Verdot (10%). Bom custo-benefício. R$ 89. Onde encontrar: Espaço DOC e Zanatta Wine.

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Comer bem hype

Sylvia Lis | Chef

Arroz negro

O

arroz negro é originário da China, mas pela dificuldade de cultino, era reservado somente para ser servido à mesa do Imperador e de sua corte. Ainda hoje nesse país o arroz negro é considerado um alimento precioso e é consumido por pessoas idosas, gestantes e doentes em geral, por sua riqueza de proteínas e de sais minerais, como ferro, manganês e selênio. Os italianos, ao conhecerem o arroz negro, tentaram, por muitos anos, cultivá-lo, porém, sem obter bons resultados, devido às dificuldades climáticas. Em 1997, graças a pesquisas em laboratório e estudos realizados no Instituto Internacional de Pesquisas sobre o Arroz, nas Filipinas, e no Centro de Pesquisa de Vercelli, nasce o arroz negro batizado de Riso Nero Venere, hoje cultivado principalmente nas províncias de Vercelli e Novara. O Riso Nero Venere, pequeno e perfumado, tem um aroma que remete ao pão saído do forno, típicos do arroz oriental, e que aumenta com o calor do cozimento. Sua cor negra, de ébano, confere ao prato um visual belíssimo. Seus grãos, embora mais duros e menos porosos do que os do arroz arbóreo, possibilitam maravilhosos e deliciosos pratos com sabor único e intenso.

Para que possamos melhor usufruir do encanto desse arroz, prefiro não misturá-lo com outros ingredientes. Ou, se misturo, como no caso deste Risotto Negro de Bacalhau, cuja receita ofereço aqui, destaco os ingredientes de forma a obter um visual em que as cores contribuam para a beleza do prato, estabelecendo um contraste com o brilho e a presença marcante do Riso Nero Venere.

Risoto Negro de Bacalhau (Para quatro pessoas) Para o arroz

» 400g de arroz negro cru » 1 colher de sopa de cebola branca bem picada » 2 colheres de chá de alho picadinho » 1 xícara de chá de vinho branco seco » Azeite para refogar » 20g de manteiga sem sal gelada » 50g de queijo parmesão ralado » Sal a gosto e caldo de legumes

Para o bacalhau

» 400g de bacalhau dessalgado em lascas » 2 colheres de sopa de cebola picada » 2 colheres de chá de alho picadinho » 1 colher de sopa de alho poro fatiado » 2 colheres de sopa de tomate em cubos sem pele e sem sementes » 1 colher de sopa de alcaparras dessalgadas » Azeitonas pretas picadas, se desejar » Salsa picadinha a gosto

Procedimentos

Numa panela, esquente o azeite, junte a cebola e refogue até que comece a ficar transparente. Junte o alho e refogue. Acrescente o bacalhau e refogue. Junte os demais ingredientes, mexa rapidamente e retire do fogo. Reserve. Na mesma panela, coloque um pouco mais de azeite, refogue a cebola, o alho, o arroz. Acrescente sal e mexa bem. Junte o vinho branco e mexa para remover a crosta que se formou no fundo da panela. Junte o caldo de legumes aos poucos e mexa sempre, acrescentando o caldo até que o arroz esteja macio. Junte metade do preparo de bacalhau e misture. Acrescente a manteiga, emulsione bem. Desligue o fogo, acrescente o queijo ralado e mexa para que o queijo derreta. Imediatamente distribua o risoto em quatro pratos fundos. Sobre cada porção coloque uma parte do salteado de bacalhau. Regue com azeite e polvilhe com salsinha. Sirva em seguida.

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Casa hype

Além da estética A casa da gente tem que ter a nossa cara, o nosso jeito, o nosso estilo, não é mesmo? Mas para garantir esse resultado, é preciso bom gosto e olho clínico. Hype facilita sua vida nesta seleção especial, feita exclusivamente para seu conforto e deleite.

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» As almofadas Home It garantem estilo ao seu cantinho musical com ícones do rock como Jimi Hendrix, John Lennon, Elvis Presley, Michael Jackson e Bob Dylan.

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» Em parceria com a artista Letícia Matos, do 13pompons, o Estúdio Renata Moura criou estas decorativas peças com plugs de guitarra.

» Para personalizar o ambiente, peças da nova coleção de mesas e cadeiras da Saccaro, inspiradas nos bairros cariocas Lapa e Barra da Tijuca.


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» Cores alegres e fortes se destacam nas mesinhas laterais Hockey Colors e na arca Icônic, da Formanova.

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» Pufes para que te quero: estes da Espaço 204 combinam com a minha (a sua, a nossa) sala e também com a redação da revista.

7

» O abajur Yang, de Cristiana Bertolucci Estúdio, imprime um toque de brasilidade à decoração, nestes tempos de “a Copa é nossa”.

danza

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» Da Obravip.com, este moderno móvel combina com qualquer ambiente, seja ele escritório, quarto, sala de estar ou de jantar.


ZoOm hype

Attilio Colnago

Pintando

memórias Por Ariani Caetano

O artista acredita e gosta tanto de seu trabalho que o define como a coisa mais importante do mundo. “É ele que me impulsiona para frente, para pesquisar e produzir mais, conhecer novos lugares e pessoas. E, no final, sempre concluo que tenho ainda muito para aprender”, resume. Atualmente, cerca de 30 obras suas estão em uma exposição itinerante, chamada “O Encantado: desenhos, pinturas e objetos de Attilio Colnago”. A mostra já foi levada a Cachoeiro de Itapemirim, Ibiraçu e Santa Maria de Jetibá, em um roteiro envolvendo ainda Afonso Cláudio e São Domingos do Norte, sua terra natal, final da itinerância.

“A

arte é uma forma de crescimento para a liberdade, um caminho de vida.” A definição de arte da artista plástica Faiga Ostrower é quase a mesma expressada pelo artista plástico Attilio Colnago. “Arte traz alento para os olhos e sonho para a alma”, diz ele. “Arte é construída com uma pluralidade de significados que podem ser interpretados de diversas maneiras de acordo com o fruidor, mas continua sendo singular”, acrescenta. Artista figurativo, ele busca equilibrar em seu trabalho a razão e a emoção. Preocupa-se com as coisas por meio das formas, cores e diferentes materiais. Afinal, para Attilio, “a arte materializa o que está dentro de nós, tentando desvendar os enigmas propostos pela vida, para seguir um pouco mais à frente”. E a arte está dentro dele desde sempre. A descobriu ainda na infância, quando recortava os artigos de artes plásticas que saiam na revista “O Cruzeiro”, que o pai assinava. Foi assim que encontrou Leonardo da Vinci, Michelangelo Merisi da Caravaggio e todos os outros artistas que ainda o encantam.

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Profissionalmente, Attilio sempre exerceu atividades ligadas à arte. Foi ilustrador, desenhista publicitário e de embalagens, estagiário em agência de publicidade e professor, atividade que ainda exerce. “Meu lado professor lida com as pesquisas, os métodos, a disciplina, ao passo que o artista empresta ao professor a paixão, o olhar aguçado e os argumentos que somente um trabalho constante na produção de arte pode fornecer.” A produção de Attilio é toda feita em seu ateliê, um ambiente amplo com direito a um jardim, uma pequena floresta, uma fonte barroca, música de Mozart e muitos gatos. “Isso ajuda a criar um refúgio nesse dia a dia cada vez mais corrido.” É na parte superior do ateliê que Attilio mora, e a relação estreita entre trabalho e casa não se dá em vão. “Sou um artista figurativo e tenho a casa e seus elementos como referências para as obras. Trabalho numa conversa constante com as memórias – as afetivas e as passionais –, não somente autobiográficas, pois elas trazem elementos concernentes à vida de todo mundo.”


Mais de perto Lugar

No Espírito Santo, Praia dos Padres, em Santa Cruz; no mundo, Florença

Artista

Lucian Freud

Filme

“Amarcord”, de Federico Fellini

» O artista em seu ateliê: entre Mozart, memórias e pincéis Como todo artista figurativo, Attilio é bom contador de histórias, e faz isso na pintura por meio da composição, do arranjo dos ambientes, dos objetos, das figuras e da forma de tratar as cores e contrastes. Por isso, as figuras femininas são tão presentes em sua obra. São elas, segundo o artista, que lhe possibilitam falar de paixões, trabalhar as despaixões e exercitar as técnicas pictóricas, pois se permitem cobrir de sedas, cetins, brocados e veludos. Attilio pinta, inicialmente, para si mesmo. Quando executa determinado trabalho, tenta resolver coisas que estão lhe incomodando e tratar lutos e paixões. “Há a necessidade de produzir, de preencher tantos espaços em branco para não enlouquecer. A preocupação está focada na qualidade do material que estou utilizando, como telas, papéis, tintas, e no seu processo de envelhecimento – há uma preocupação e um respeito com o público nesse sentido.”

Prato

E de tanto almejar a perfeição e um processo totalmente autoral, Attilio prefere as tintas artesanais às industrializadas. Ele produz as próprias tintas, por meio de materiais como ovo, cera e caseína, entre outros. Também é ele quem estica as telas, passa as camadas de imprimação e lixa, num total domínio de todo o processo. Além da pintura, Attilio dedica-se ainda à conservação e restauração de importantes acervos do Estado em pintura e escultura, principalmente imagens pertencentes a comunidades religiosas. “Na restauração há a necessidade de uma noção clara da importância do patrimônio cultural e de ética. Temos investido na formação de um grupo para a restauração de acervos em papel – obras de arte, fotografias, livros e documentos, pois são suportes mais frágeis e sofrem com nosso clima quente e úmido. É outro trabalho apaixonante”, revela.

Todos da comida italiana

Hobby

Jardinagem

Viagem

Cusco e Cartagena

Cor

Para usar, preto e branco; para pintar, vermelhos

Textura

Brocados de seda

Principal mostra

A última, pois representa novo tempo para refletir e produzir

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y t t e B z i l Fe Fotos Cloves Louzada e Weverson Rocio

» Hellen Dalla, Hilal Sami e Taís Hilal

» Fabiana Croce e Renata Rasseli

» Michele e Felipe Patusco

» Zanini de Zanine e Letícia Lindenberg

O ano começou quente na área cultural da cidade. E quem movimentou a ilha nesse setor foi a Galeria de Arte Ana Terra, com seu consagrado Art Wear. O designer Zanini de Zanine também agitou a cena, lançando livro no Morar Mais Vitória.

» Juliana Gava Kroeff e Elizabeth Gava

» Atila Piovesan e Franca Bruno

» Rita e Jordana Garajau Pereira

Hypidinhas » Vale a pena acessar a revista

virtual Eu não anoto nada.Criada pela jornalista Tati Montenegro e pela publicitária Luciana Torres, além de divertida, é informativa. www.eunaoanotonada.com.br

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» A Havaianas deu um show de

emoção e competência ao lançar, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, sua primeira coleção de roupas, com uma bela performance do charmoso ator Domingos Montagner. (Mais detalhes no site)

» A 7ª edição do Vitória Moda foi

cindida em dois momentos: um fashion, que terá como palco o Itamaraty Hall, e outro business, cujo cenário será Colatina. O evento está prometido para o próximo mês de julho.


6 questões para

Virgínia Albuquerque Se sua casa estivesse pegando fogo, qual seria a primeira coisa que salvaria?

» A minha família e meus cachorros.

Se sua vida desse um filme, quem chamaria para dirigi-lo?

» Sem dúvida, Pedro Almodóvar Caballero.

A falta de solidariedade e respeito me incomoda muito.

Um lugar da infância ao qual voltaria.

» Em Pontas de Pedras, litoral de Pernam-

buco, onde passei as melhores fases da minha infância.

Suas fontes de inspiração recorrentes.

» Flores e jardins. A natureza é perfeita fonte de inspiração para todos.

Pernambucana e graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília, com atuação nas áreas de Restauro, Urbanismo e Arquitetura, Virgínia Albuquerque é dotada de uma incrível habilidade manual. São dela os colares ornados de flores e contas multicoloridas que tanto sucesso fizeram na última edição do Art Wear, projeto capitaneado pela Galeria Ana Terra. As peças da designer são comercializadas em lojas e galerias no Brasil e nos Estados Unidos.

A canoa furou: você grita “salve-se quem puder” e pula na água ou reza e espera por socorro?

» Pulo na água e tento salvar quem puder.

A falta de solidariedade e respeito com o próximo me incomoda muito.

O Brasil tem jeito?

» Preciso acreditar nisso, serei avó em breve.

Temos péssimos hábitos, o da individualidade, o de levar vantagem. Mudar vem de dentro, da consciência e das nossas escolhas do que realmente importa.

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Tecnologia hype

Presente virtual

A indústria da tecnologia lança a cada dia equipamentos e ferramentas que facilitam e divertem o nosso dia a dia. Confira as novidades especiais que separamos para vocês.

My fake Look » Divirta-se usando este app para Android. A interface é super simples e ele permite alterar suas fotos, criar novos penteados e cabelos, adicionar maquiagem entre outras coisas.

Galaxy S5

» Outra novidade que chega gerando grande expectativa é o Galaxy S5. O aparelho vem com a tela em Full HD de 5,1 polegadas, resistente à água e à poeira, além de incríveis 16 pixels na câmera traseira e 2 pixels na frontal.

Duolingo » O Duolingo é um aplicativo totalmente gratuito indicado para quem está estudando outro idioma. O app oferece lições, traduções e vários módulos com grande apelo visual. Além de inglês, você pode aprender espanhol, francês e italiano.

Gear 2 » Após alguns meses de lançamento do smartwatch Gear, a Samsung traz o Gear 2. Diferente do primeiro, o Gear 2 roda o sistema operacional Tizen, além de ser muito mais avançado.

Miggo » Um acessório para carregar câmeras fotográficas no dia a dia de forma prática, o Miggo, ou “melhor amigo da câmera”, de acordo com o slogan do projeto, funciona como case, suporte para fotografia e bolsa. A previsão é de que seja lançado em pouco mais de um ano.

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Qualidade em conteúdo e design

Revistas, catálogos, livros e periódicos.

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www.hypeonline.com.br Rua Prof. Sarmento, 41/Lj 01, Ed. Eller,Praia do Suá, Vitória, ES


Fotos Weverson Rocio

Roteiro hype 1

Uma casa chique, criativa e sustentável 2

3 » 1. Sala de Tv: Juliana Mattos e Olívia Corrêa » 2. Lavabo: Mariana Marchesi Senna » 3. Escritório da estilista: Karin Stahr, Fernanda Bellumat, Cristiane Locatelli e Everthon Baños

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Se você ainda não foi conferir, não sabe o que está perdendo. A terceira edição do evento Morar Mais por Menos Vitória, em Bento Ferreira, exibe 41 belos ambientes distribuídos em duas casas vizinhas. Quem visita o evento se surpreende com a qualidade da mostra. Responsáveis pela realização do evento, Gabriela e Sonia Iamonde fazem questão de enfatizar a proposta do evento, que trabalha conceitos como sustentabilidade, brasilidade, inclusão social e customização e exibe ambientes decorados de forma sofisticada, “mas com objetos e soluções inteligentes que cabem no bolso”. Para os profissionais envolvidos na mostra – arquitetos, decoradores, designers e paisagistas – nada mais desafiador. Mas o resultado surpreende quem visita as duas casas de Bento Ferreira: além de ambientes criativos, chiques e funcionais, no Morar Mais por Menos Vitória também é possível encontrar “o melhor custo-benefício aplicado em móveis, objetos decorativos, pisos e revestimentos, através de criatividade, planejamento e pesquisa”, garantem Sonia e Gabriela. Por tratar-se de um evento comercial, a Venda Especial dos

Produtos Expostos acontece desde a estreia do Morar Mais. Durante toda a mostra, é disponibilizada a Ficha de Reserva de Produtos, que é encaminhada para as empresas responsáveis, promovendo o contato com os clientes em potencial. Um dos destaques da mostra neste ano é a utilização de energia solar em alguns ambientes de Morar Mais por Menos Vitória. A Casa Sustentável dos Avós, por exemplo, tem 16 placas fotovoltaicas instaladas no telhado. Outra inovação nasceu da parceria com a Revertec Logística Reversa: a adequada destinação de resíduos de equipamentos eletrônicos por meio de um coletor. Mais de 90% desse material será destinado à reciclagem. A mostra abre de terça a sexta-feira, das 15 às 21 horas, e sábados, domingos e feriados, das 13 às 21 horas, com ingressos a R$ 30 (R$ 15, meia) à venda na bilheteria do evento.


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Som hype

Luis Taylor taylor@superig.com.br

Tão antiga e tão moderna

» Se a máquina do tempo existisse e você levasse o primeiro disco

do Temples para os anos 60, ele não faria feio. Seria considerado um bom exemplo, entre tantos bons lançamentos, desta década. No entanto, se você o deixar onde está, na prateleira dos melhores lançamentos de 2014, também não será nenhum exagero. Nunca uma banda soou tão antiga e tão moderna ao mesmo tempo. Com vocais que lembram The Zombies, nos seus melhores momentos, e melodias absurdamente bem construídas, caindo para uma psicodelia controlada, o Temples é a máquina do tempo que você precisa para ir ao passado e voltar, sem perder a ligação com o seu, o meu, o nosso tempo.

Delicado e fugaz

» Quase por acaso descobri que o belo Real Estate estava com disco

novo na praça. Para contar rapidamente a história, estava em uma loja de roupas em Curitiba, durante o Carnaval. Nos altofalantes, começa uma versão lenta e calma de “Barely Legal”, do Strokes. Fiquei com aquilo na cabeça e procurei como um louco pela internet até achar a versão, feita, como deve ser óbvio, pelo Real Estate. Nas notícias relacionadas, “Real Estate lança novo álbum”. A corrida agora foi para encontrar o delicioso novo álbum, “Atlas”, no meu streaming predileto. Dito e feito. Ao começar a rodar, a delicadeza como as canções são construídas foi o detalhe que saltou primeiro aos ouvidos. E assim, como um dente-de-leão ao léu, leve e fugaz, o silêncio. Estranho, penso eu. Fui olhar e o disco já tinha acabado. Sem sentir o tempo passar, as dez faixas voaram e deixaram aquela sensação, não de tempo perdido, mas de ter encontrado o par perfeito para uma tarde solitária, regada a café.

Um passo à frente

» Beck Hansen é um nome respeitado. Mais pelo que

fez do que pelo que andou fazendo. Ou você consegue se lembrar de alguma música inesquecível dos discos “The Information” e “Modern Guilt”? Felizmente, o rapaz resolveu dar uma “volta de 360 graus” em sua carreira. Não chegou a sair muito do lugar, mas olhou para trás e fez um álbum tranquilo, que desde seu lançamento é chamado de “Sea Change 2”. Mas não se engane. Mais do que rever seu próprio passado, Beck voltou a ser relevante e deu um passo à frente.

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Torça

você também pelo

Brasil

com a Link.

cores alinhados

tom

Nós já estamos nas

do País, com os corações batendo em um só

.

Que a conquista do Hexa seja escrita em

letras layouts

garrafais nos nossos .

Brasil.

Queremos o melhor para você sempre!

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Livros hype

Raízes expostas » As fotos de Sebastião Salgado são famosas no mundo inteiro,

Boa estreia

mas sua história pessoal, raízes políticas, éticas e existenciais de seu engajamento fotográfico permaneciam ignoradas pelas pessoas. Agora, em Da minha terra à Terra (Paralela), o fotógrafo se apresenta, com uma autenticidade de um homem que sabe como poucos combinar militância, profissionalismo, talento e generosidade. Seu talento como narrador surpreende em toda a obra, cujo lançamento coincide com a exposição, pela primeira vez, do celebrado projeto Gênesis, depois de oito anos de reportagens. Tanto no livro quanto na mostra, Salgado declara seu amor à Terra, em sua grandeza e fragilidade.

» O público acostumou-se a vê-la no cinema, no teatro e na TV, mas foi com Fim (Companhia das Letras), que Fernanda Torres entrou de vez no universo das letras. Trata-se da história de um grupo de cinco amigos cariocas que partilham não apenas o fato de estarem no extremo da vida, como também a limitação de horizontes. Ao redor deles pairam mulheres neuróticas, amargas, sedutoras; um padre em crise com a própria vocação, e um séquito de tipos cariocas. Há ainda nas páginas do livro humor sem superficialidade, lirismo sem cafonice, complexidade sem afetação e densidade sem chatice. Ou seja, toda a receita de um bom romance.

Histórias vividas e escritas » Antônio é o personagem de um romance que está

sendo escrito e, ao mesmo tempo, vivido. Frequentador assíduo de bares, ele despeja comentários sobre a vida em desenhos e frases em guardanapos, com grandes doses de irreverência e pitadas de poesia. Do balcão do bar, Antônio vê tudo acontecer, observa os passantes, aceita conversas despretensiosas e atrai olhares de curiosos. A mente por trás de Antônio é Pedro Gabriel. Em seu primeiro livro, Eu me chamo Antônio (Intrínseca), o autor apresenta histórias vividas por seu alter ego, desde a cuidadosa aproximação da pessoa desejada, o encantamento e a paixão, até o sofrimento provocado pela ausência e a dor da perda.

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Para ler e destruir » Um diário costuma servir para anotar ideias, memórias ou registros do cotidiano. Mas a ilustradora e artista canadense Keri Smith inventou um tipo diferente de diário, que exige do usuário uma interação mais inusitada. Com a proposta de estimular a criatividade e questionar a forma como lidamos com objetos, Destrua este diário (Intrínseca) nos convida a rasgar páginas, rabiscar, pintar fora das linhas, manchar e até mesmo molhar o livro. A ideia surgiu quando a autora percebeu que o perfeccionismo era um grande empecilho do processo criativo. A experiência fez com que ela entendesse que é preciso esculhambar a monotonia e o lugar-comum para que o novo possa surgir.


Cinema hype

Diego Sierra diegosierra28@gmail.com

Teia

» Fãs de quadrinhos, preparem-se: vem aí o segundo filme da nova

série de um dos heróis mais famosos da história. O Espetacular Homem-Aranha 2 - A Ameaça de Electro chega aos cinemas repleto de expectativas e com recorde de vilões: Electro, Duende Verde, Rhino, Dr. Octopus, Abutre, Sexteto Sinistro, Venom, Alistair Smythe, ufa! Tantos inimigos tomam conta da cidade e vão dar muito trabalho ao herói, o que garante um recorde também de cenas eletrizantes e efeitos especiais. Os próximos filmes da série estão prometidos para 2016 e 2018, ainda com o casal Andrew Garfield e Emma Stone.

Gigolô americano

» Após muitas polêmicas com sua enteada, Woody Allen volta às

Kung fu

» Quem curte artes marciais deve assistir a O Grande Mestre, dirigido pelo grande Wong Kar-Wai. Premiado na Ásia e indicado a melhor figurino e melhor fotografia no último Oscar, quesitos no qual é impecável, o filme retrata a história de Yip Man (1893-1972), um mito chinês, considerado um dos maiores mestres da história do kung fu, conhecido também por ter sido professor do grande Bruce Lee. No início da Segunda Guerra Mundial, Yip chegou a compartilhar suas técnicas com o exército chinês, contra os japoneses.

telonas como ator, em um filme sobre sexo – pasmem! Há 14 anos sem atuar em um filme de outro diretor, Allen é um dos protagonistas de Amante a Domicílio, interpretando um idoso que resolve virar cafetão ao convencer seu amigo Fioravante (John Turturro, também diretor do filme) a fazer programas. Ele estreia na profissão com uma médica (Sharon Stone), que vai trair seu marido pela primeira vez. A fama do gigolô, que era um simples jardineiro, corre por aí e ele vai ter que dar conta das novas demandas.


Vida hype Barbara Hilsenbeck Palestrante e escritora www.avidaebarbara.com.br

Carta do futuro

Q

Pintura: "Mulher-lendo-no-jardim", Barbara Jaskiewicz-Polônia

uerida, parabéns! 2014 foi um ano de muito sucesso para você. Nem todas as suas resoluções foram cumpridas, mas você certamente conseguiu se superar e, por várias vezes, fez mais do que precisava. A questão do corpo não é mais um problema, agora que você melhorou bastante a qualidade da sua alimentação e faz exercícios com regularidade. Sem exageros, sem paranoias, sem comparações rídiculas com o corpo distorcido pelo Photoshop das modelos que aparecem nas revistas. Você nunca passou tanto tempo de qualidade com a sua família,

e isso merece ser elogiado. Você nunca deu e recebeu tanto carinho. Talvez tenha sido pelo fato de ter deixado as pequenas mágoas do passado para trás. Você finalmente compreendeu que só existe o presente e é nele que precisamos manter a nossa consciência. Parabéns, essa atitude fez muitas pessoas ao seu redor felizes! Outro fato que merece ser elogiado é que você aprendeu que espiritualidade e religião não são a mesma coisa. Agora você frequenta menos templos e se mantém por mais tempo conectada com Deus porque sabe que Ele está em todos os lugares. Lembra-se daquela culpa toda

que você carregava? Fico muito feliz de perceber que ela não existe mais. Como é bom saber que você agora é uma pessoa livre e não tem mais esse hábito horroroso de ficar se culpando por aquilo que não deu certo. E por fim, minha querida, fico contente em saber que o dinheiro não controla mais você. Isso é muito bom. Você finalmente encontrou o equilíbrio entre receber e gastar. O dinheiro que circula pela sua vida é a expressão da sua criatividade. É natural tê-lo por perto. Continue assim. Você está no caminho certo. Não há nada com o que se preocupar. Te espero no futuro!


Ponto Final Marcelo dos Santos Netto Jornalista e escritor

Cara de barata D

e todos os nomes que deu aos seus gatos de estimação, o mais esquisito com certeza foi Cara de Barata. Por que havia dado a Cara de Barata esse nome? O rapaz tentava se lembrar disso quando, por exemplo, aguardava entrevistas de emprego. Quando pequena, Cara de Barata era uma gata arisca. Chiava para todos. Dava pulos enormes quando alguém se aproximava. O rapaz desconfiou de que seria impossível cuidar dela. Sua avó recolheu-a com tanta confiança no fundo do quintal, que ele conseguiu acreditar que sim, seria possível. Cara de Barata era desconfiada. Arranhava qualquer um que tentasse chegar perto. Jamais ronronava. Recebia afagos, mas não os entendia. Escondia-se ao fundo dos móveis durante o dia inteiro, emburrada, ressentida. Mesmo assim, quando o pai do rapaz viu Cara de Barata, disse que era a gata mais bonita que já havia visto. Decidido a tirar Cara de Barata de seus esconderijos, o rapaz tentou pegá-la, como sua avó havia feito. Foi arranhado, mas não desistiu. Lutou com a peque-

na gata, ergueu-a ao alto, imprensou-a na parede. Desesperada, a gatinha começou a emitir um ruído gutural, agudo, uma tentativa mal conseguida de miado. Cara de Barata era uma gata muda; talvez por isso não gostasse de ninguém. O rapaz desistiu de importunar Cara de Barata. Passou a deixar ração e leite à beira da toca em que ela estivesse escondida. As tocas passaram a ficar pequenas: Cara de Barata cresceu e resolveu sair. Tentava fazer amizade com gestos tímidos, como cheirar e lamber os pés dos moradores da casa. Até mesmo tentava miar. Cara de Barata e o pai do rapaz tornaram-se os melhores amigos. Enquanto assistia tevê, Cara de Barata acompanhava-o ao lado, dormindo no sofá. Era uma gatinha madame. Mesmo vendo a janela aberta, miava para que lhe abrissem a porta. Além disso, importunava pouco quando os donos estavam comendo. O pai do rapaz descobriu, divertido, que nada agradava Cara de Barata mais do que... tomate. Anos depois, após uma noite mal dormida e de muitos miados, a amizade acabou. Cara de Barata amanheceu dando filhotes. O pai do rapaz juntou Cara de Barata e os filhotes dela numa caixa, colocou-os no porta-malas do carro e abandonou-os em um canto bem distante. O sofá ficou mais vazio. Por que havia dado a Cara de Barata esse nome? O rapaz tentava se lembrar disso sempre que sentia pena de si mesmo. Pelo menos ele sabia que, mesmo quando imprensada na parede, mesmo sem conseguir miar, mesmo quando expulsa de casa por causa dos filhotes, nem por um momento Cara de Barata sentiu pena de si mesma.

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Hype end

Tadeu Bianconi / Mosaico Imagem

Era o ano de 1986. Ele morava na Alemanha, onde foi estudar fotografia por um ano. Nesse período, quando passava um final de semana em Amsterdã, viu a cena de “street photography” formar-se à sua frente. “Sempre digo que foi sorte de iniciante”, diz o fotógrafo Tadeu Bianconi ao referir-se à bela imagem que ilustra esta página. “Foram apenas dois cliques com uma Nikon FM e uma lente 105 mm. A foto acabou participando de duas exposições minhas – na Alemanha e na Áustria – em 1996, e também está no meu livro Olhar Vagamundo, de 1999”. Quem quiser conhecer melhor o trabalho do talentoso Tadeu pode visitar o site www.mosaicoimagem.com.br ou encontrá-lo no Facebook, onde ele sempre posta belas fotos.

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