Livro da Família Nico - 2022

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CelsoLuizCaus Dos campos de Vicenza (Itália) às florestas do Espírito Santo e Minas Gerais Família

Dos campos de Vicenza (Itália) às florestas do Espírito Santo e Minas Gerais

Família Vitória/ES, 2022

CelsoLuizCaus

1. Italianos – Espírito Santo (Estado). 2. Família Nico –História. I. Título.

no livro de Celso Luiz Caus que encontro e revivo o longo caminho de hoje e de ontem, do presente e do passado. Caminho percorrido no passado à procura do futuro e caminho do presente retornando ao passado.

Projeto gráfico e diagramação Link Editoração

NerinaBortoluzziHerzog Escritora e tradutora de italiano

CDD – 325.45098152

É

O desejo de conhecer a terra de origem dos bisavós levou Celso a buscá-la e pesquisá-la, até encontrá-la. Agora, ele faz o caminho de volta e realiza o tão desejado sonho de escre ver essa história.

Revisão Ariani Caetano

O homem com os pés fincados à terra que nem sempre lhe dá o necessá rio sustento se vê obrigado, por motivos vários, a deixar sua terra natal. Aven tura-se para terras desconhecidas, esperançoso de encontrar e construir uma vida mais próspera e melhor. E parte. Novamente recomeça seu trabalho árduo feito de renúncias, perdas e Estabelece-seconquistas.na nova pátria e cresce em seguidas gerações. Não retorna a sua terra natal amada, mas sua história não se apaga. Nessa terra promissora, a família cresce e se multiplica. As lembranças não se apagam, não morrem. As mammas e as nonnas se encar regam de passar sua cultura aos seus descendentes. Falam no seu dialeto, cantam suas be las canções, fazem suas gostosas comidas, deixam receitas e, sobretudo, falam de sua terra amada e transmitem aos seus familiares e descendentes o amor à terra natal, o dever ao trabalho e o orgulho de suas raízes.

É proibida a reprodução parcial ou total sem sua permissão escrita.

O longo CAMINHO

APRESENTAÇÃO

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

C374F Caus, Celso Luiz. Família Nico: dos campos de Vicenza (Itália) às florestas do Espírito Santo e Minas Gerais / Celso Luiz Caus.Vitória, ES : Link Editoração, 2022.732 p. : il. foto. color. ; 26 cm. ISBN 978-65-86304-12-1

Todos os direitos reservados pelo autor.

Bibliotecária Amanda Luiza de Souza Mattioli Aquino – CRB5 1956

com prazer que recebi de Celso Caus a tarefa para prefaciar mais um livro de sua autoria. Primeiro, por conhecer sua trajetória, enquanto profissional, en genheiro que atuou por diversos anos na Cesan e que, mesmo após sua aposen tadoria, não deixou de trabalhar, ou melhor, se divertir, no honroso desafio de contar primeiro a história da empresa onde atuou e, em seguida, dos seus ante passados. Em segundo lugar, porque sinto que também faço parte desta história, pois meus antepassados, Franceschetto e Fasolo, eram vizinhos dos Nico, em Vicenza, respectivamente em Longare e em Castegnero, que são comunas próximas a Nanto, aos pés do Monte Bérico.

Histórias, afetos e memórias de uma FAMÍLIA IMIGRANTE

O propósito do autor é fazer uma homenagem aos seus antepassados, com muita pai xão, como ele próprio diz. Mas, com seu espírito empreendedor e investigativo – aprendido nas lides familiares e como engenheiro –, Celso também faz deste trabalho uma valorosa fonte de pesquisa aos interessados em conhecer um pouco da história da Itália e do Espí rito Santo. Assim, seu trabalho de engenheiro das águas é espelhado agora em sua nobre missão de pescador e disseminador de memórias dos nossos imigrantes italianos.

Que esta obra sirva de exemplo e impulsione novas pesquisas sobre a vinda desses imigrantes em terras capixabas. E que também seja um instrumento de conscientiza ção sobre a importância de se preservar os nossos documentos, fotografias e patrimô nio arquitetônico como importantes testemunhas para se manter viva a memória dos nossos nonos e nonas que, com fé, trabalho, persistência e solidariedade, ajudaram a fazer “la Mèrica”.

Diretor-geral do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, conselheiro do Comitê dos Ita lianos no Exterior (Com.It.Es) ES-RJ, membro da Associação Federativa Comunità Italiana do Espírito Santo e do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo.

Os familiares e leitores interessados na história dos seus antepassados e da imigração italiana no Espírito Santo vão perceber, nas páginas deste livro, a preocupação do autor em se fazer localizar no tempo e no espaço para contextualizar a trajetória dos Nico, desde Vicenza até o Espírito Santo e Minas Gerais.

Há muito tempo acompanho as histórias contadas por nossos descendentes de italia nos, dispersos por todo canto deste nosso multifacetado estado capixaba. São recordações legadas, principalmente pela tradição oral dos nossos nonos e nonas: as dificuldades enfrentadas na Itália, a desgastante viagem pelo Atlântico, os encontros e desencontros no Novo Mundo, os entes queridos que se perderam ou prosperaram nessa trajetória em busca de um futuro mais promissor para seus filhos, netos, bisnetos.

É

Para tanto, Celso investiu no seu papel de investigador, partiu para a pesquisa de cam po, vasculhou os acervos familiares, fez diversos levantamentos em nosso Arquivo Público, realizou entrevistas com os mais idosos e elaborou, didaticamente, a árvore genealógica da família, que muito contribui para entender os elos de parentesco entre as diversas ra mificações dos Nico na Itália e no Brasil.

Passado mais de um século da grande diáspora italiana, há ainda muito o que se escrever sobre o advento, em solo capixaba, desses imigrantes, que tanto contribuíram para o progresso e o desenvolvimento social, econômico e cultural do Espírito Santo. Mas esse interesse perpassa, inicialmente, pelo conhecimento que temos sobre as nos sas origens e pelo devido reconhecimento à memória dos nossos antepassados, que não mediram esforços para enfrentar as adversidades em busca de um futuro mais promis sor para seus filhos, netos e bisnetos no Novo Mundo.

PREFÁCIO

São lembranças, ora tristes, ora alegres, algumas trágicas e outras cômicas, contadas nas reuniões de família, no convívio social, nas entrevistas com os mais idosos e que muitas vezes presenciei na sala de consulta do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, onde os descendentes compartilham seus conhecimentos ao buscar os registros dos seus antepassados no acervo documental ou na base de dados informatizada, ela borada pela instituição, dentre outras fontes ali disponíveis.

Além disso, o livro é fartamente ilustrado com fotografias, e de cada uma delas pode-se contar uma história. São imagens de encontros familiares, de paisagens, de casarios que demonstram a arquitetura da imigração italiana legada pelos Nico e por outras famílias no interior do Espírito Santo e em Minas Gerais. As diversas certidões cartoriais, dentre outros documentos recolhidos pelo autor e impressos nesta obra, também podem contri buir para os descendentes na busca pelo reconhecimento da cidadania italiana. São fontes que muito enriquecem o conteúdo da pesquisa, resultado da perseverança do autor em seu esforço hercúleo de resgatar, em minúcias, a memória dos seus familiares.

Cilmar Franceschetto

E, aos poucos, busca-se agora rememorar a trajetória dos nossos imigrantes, seja por iniciativa dos pesquisadores, seja por vontade dos próprios familiares. Tais home nagens podem ser percebidas nos encontros de família, nas festas alusivas à cultura italiana realizadas anualmente em diversas comunidades rurais e urbanas do estado e, sobremaneira, nos levantamentos sobre a história das famílias realizados pelos des cendentes, a exemplo deste belíssimo trabalho de pesquisa com o qual o engenheiro e historiador Celso Luiz Caus nos presenteia nesta obra.

Ozilia Dorca Nico Martins, Antonio Martins Nico, Vinícius Martins Pimenta, Fernando Fasolo, Lucineia Nico, Maria Madalena (Nena) Nico Silva e sua filha Ivanete de Oliveira Silva Alvarenga.

Leonilda Nico e seu esposo, Américo Miguel; Maria Nico Silva; José Nico e sua filha Penha; João Nico e sua esposa, Cecília Grobério; Luzia Nico Covre; Rita Nico de Oliveira; Sebastião Nico Croscob e sua esposa, Sebastiana; Nilton José Nico Ribeiro; Ana, filha de Va lentina Dalfior; José (Jair) Mome Zanon; sua esposa, Marli, e filha Andrea; Carolina Nico Zanon Vazzoler e sua filha Mônica; Terezinha Nico Zanon Zani e suas filhas Laurita e Ze nilda; Pachota (Senhorinha) Neroci; Maria Campo Nico; Teresa Calegari Nico; Edna Nico; Mafalda (Nega) Nico Rigo e seus filhos Ailton Rigo e Luiz Antônio Rigo; Luiz Nico (em 1990) e sua esposa, Angelina Bastianelli (em 1990); Alira Nico e seu esposo, Antonio Caus; Deo linda (Nica) Nico de Paula e sua filha Mônica; Alcides (Cid) Nico; Adrialino (Ié) Nico e sua esposa, Aparecida Coelho Nico; Afonso Nico, filho de Valdevino; Leotério Grobério; Mari cilva Covre Nico; Neia, esposa de Flordevino (Totó), e seu filho Mauro Nico; Carolina Nico Baldon; Alice Benicá Baldon e sua filha Cláudia Baldon Nico; as filhas de Vitorio Nico, Ele na, Ilse e Luzia; Iris, neta de Vitorio Nico e Rogério P. dos Santos, genro de Elena Nico; Ana (Anita) Caus Nico; Rosa Gema Nico Sampaio; Altina (Tina) de Almeida; Tereza Bergamin Nico; Josias Nico e seus filhos Alex e Terezinha; Zeferino Domingos Lago. Luci Venturin; Carmem Venturin; Fátima Venturin; Paulo Venturin; Assunta Venturin; Adelir Cesconetto Campo Dall’Orto; Benício Campo Dall’Orto e sua esposa, Marlene Cesco netto Campo Dall’Orto; João Campo Dall’Orto; Amilton De Nadai; Doroti De Nadai; Henri que Cremaso; Anisio Cremasco; João Cremasco; Sérgio Nicoli e sua filha Viviane. Geraldo Bastianello; Sebastião Bastianello; Agostinho Bastianello; Silvio Bastianello; Helena Benicá Bastianelli e seus filhos Paulo e Edimar; Ivo Benicá; Eliasângela Benicá; Arquimedes (Iote) Caus; Moacir Bossaneli e sua filha Elza; Edivaldo Machado Lima; Odi lia Beninca Rigo; Alfredo Dalfior; Marcelina Campo Dall’Orto; Severino Beninca; Zunara

Cremasco Tavares; Ilda Bravin Corrrea e sua filha Dolores (Lola); Elias Campo Dall’Orto; Dolores (Lolote) de Fátima de Moraes; Lindaura Bastianelli Bosser; Odília (Lolinha) Daltio Caus; Altair Malacarne; Ilda Nicoli Nico; Afonso Celso Carmo, neto do Dr. Cazuza, e sua es posa, Denise; Geraldo Portes, genro de Vitorio Nico.

À

Ester Maria Carvalho de Castro Spreu, neta do Coronel Ozorio Barbosa de Castro; Fer nando Meireles e sua filha Valkineria; Clério Santo Martinelli e sua filha Rita.

Do ramo de Emílio Nico, da província de Vicenza, Itália: Carmela Nico Casarotto (anos 2008 e 2012); Luigi Casarotto (2008); Loretta Casarotto (anos 2008, 2010, 2012 e 2019); Carino Nico e sua esposa, Loretta (anos 2008 e 2012); Rosalia Dal Lago (2012); Fernanda Dal Lago (2012).

Às pessoas entrevistadas e contatadas:

generosidade e à boa vontade das pessoas, seja da família Nico, seja de amigos, que colaboraram para o enriquecimento deste trabalho, envian do fotos ou rememorando fatos.

A todos vocês, o meu muito obrigado.

A GRADECIMENTOS

Grazie Mille!

Descendentes de Olimpia Nico e Angello Bastianello: Schirley; Ivania; Mirian; Nazian; Rose, filha de Neuza e Augusto Scaramussa; Luzia Pinton, bisneta de Olimpia Nico; Arnino (Adelino) Zanon e sua nora Ediana;

A Deus, POR TUDO.

A Loretta Casarotto; sua mãe, Carmela Nico, e seu pai, Luigi Casarotto, pelas fotos e receptividade e me conduzindo nos lugares que foram o berço da família Nico na Itália.

INTRODUÇÃO

A Penha, neta de Julio Nico, que me incentivou e me acompanhou em várias entrevis tas no Espírito Santo.

Trajetória de uma família CAMPONESA

A

N

ão poderia deixar de expressar alguns agradecimentos especiais.

A minha mãe, Alira Nico; ao meu pai, Antonio Caus, e a minha espo sa, Eliana Barbosa Caus, pela disponibilidade sem limite.

Ao Alex Nico, que redescobriu os Nico na Itália, 100 anos depois da partida do italiano Antonio Cesare Nico para o Brasil.

AGRADECIME NTOS ESPECIAL

pós lançar o livro “Os Cauz/s”, do meu ramo paterno, surgiram solicitações para que eu publicasse uma obra que contemplasse a família Nico, de meu lado materno. Num primeiro momento, relutei, imaginando que não se ria fácil pesquisar e obter o material necessário para produzir tal obra. O tempo foi passando, e as insistências para escrever o livro aumentaram. Pessoas me encorajaram e foram fundamentais para que eu tomasse a decisão: meus pais, que sempre me apoiaram; Alex, por ter redescoberto, em 1991, os Nico na Itália, e Penha Nico, que se dispôs a me auxiliar nos contatos com os Nico que mudaram de Minas Gerais e retornaram ao Espírito Santo no final da década de 40 e início da de 50.

Em 2008, estive em Firenze, na Itália, para apresentar um trabalho sobre a degradação dos mananciais hídricos do Espírito Santo, num simpósio internacional de Engenharia Sa nitária e Ambiental. Terminado o evento, embarquei num trem, de alta velocidade, e me dirigi para o norte da Itália, para conhecer a região dos Nico, na província de Vicenza, re gião do Veneto. Em seguida, fui para Pordenone e Sacile conhecer os Cauz, na divisa entre Friuli e Veneto.

No dia que cheguei em Vicenza, em minha primeira parada, fui gentilmente recebido por uma Nico de nome Loretta que me conduziu a sua casa para conhecer seus pais e a co muna de Nanto, local onde nasceu meu bisavô e seus antepassados. Dali é que partiram as famílias de Antonio Cesare Nico e da sua irmã, Olimpia Nico, para o Espírito Santo, Brasil. À medida que ia conhecendo cada local, eu e minha esposa, Eliana, registrávamos tudo, cada detalhe, com fotos e filmes. Primeiro passamos por Castegnero e seguimos para Nanto, para ver a casa onde moravam os Nico, a igreja onde foi batizado e casou Antonio Cesare Nico e onde está sepultado seu irmão, Emilio Nico. Finalizamos o dia visitando, perto dali, a comuna de Mossano, onde nasceu a nona Rosa Marchesin, esposa de Antonio Cesare Nico.

Nos meus tempos de criança, vivi muito próximo dos meus avós, ouvindo-os conver sar e rezar no dialeto italiano, tocando concertina, cantando músicas italianas. Sempre sonhei saber nossa origem, conhecer nossos antepassados, seus nomes, de que região e por que vieram. Afinal, todos os meus bisavós eram italianos. Lembro-me bem de quando, nos meus 11 anos, minha avó Angelina Bastianelli, casada com meu avô Luiz Nico, me disse com muito orgulho o nome de seus pais, de seus avós, dos seus sogros, de onde vieram da Itália e de onde chegaram no Espírito Santo.

Nos capítulos 1 e 2, descrevo a partida de meus bisavós Antonio Cesare Nico e sua esposa, Rosa Marchesin, da Itália para o Espírito Santo e a chegada a Vitória, passando por Alfredo Chaves e Castelo, até chegar a Córrego da Conquista, em Itueta, Minas Ge rais. Há, nessas passagens, fatos marcantes da vida familiar dos Nico descendentes de Antonio Cesare.

CELSOLUIZCAUS

O Córrego da Conquista mereceu um registro especial, por conta dos italianos que ali se instalaram, e isso está presente no capítulo 7. Já no capítulo 8, estão os times de futebol que contaram com jogadores da família Nico.

Tenho orgulho de pertencer a família de imigrantes italianos que, com muita luta, construiu a base para que as gerações de descendentes pudessem ter uma qualidade de vida melhor. “O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história”, bem disse Carlos Drummond de Andrade”.

Espero ter contribuído para o registro de parte da história dos Nico. Afinal, preservar a história não é só garantir a memória de uma civilização, mas também, e principalmente, de uma família. Concordo com Júlio Posenato, que diz que “quem não valoriza a lembrança dos seus antepassados estará estimulando o esquecimento de si mesmo no futuro”. Boa leitura.

Descrevo, num capítulo específico, como Alex Nico redescobriu os Nico na Itália. Alex viajou do Brasil à Itália fazendo o caminho inverso de seu bisavô Antonio Cesare. Esse acontecimento ocorreu no ano de 1991, ou seja, 100 anos depois da chegada de Antonio Ce sar Nico ao Brasil, em 1891.

Já no capítulo 4, apresento a família de Olimpia Nico e Angello Bastianello. Olimpia partiu da Itália, chegou a Alfredo Chaves e finalmente se estabeleceu em Claros Dias, hoje município de Vargem Alta.

Confesso que esta obra foi realizada com muito amor. Quem vos escreve não é nenhum escritor profissional, mas sim uma pessoa que se interessa em preservar a história e a me mória de nossa família Nico, sem a pretensão de transformá-la numa obra literária.

Este livro se divide em duas partes. A primeira versa sobre a região dos Nico na Itália. A segunda aborda os Nico no Espírito Santo e Minas Gerais. Incluímos, na primeira parte, o registro de Antonio Nico, filho de Emílio Nico, que migrou da Itália para a Irlanda.

Aos leitores, espero que o livro valha a pena. O trabalho foi realizado com muita pes quisa e mais de 100 entrevistas, com considerável esforço em termos de tempo e energia, sem a preocupação com os custos financeiros.

Inicio a segunda parte, dedicada aos Nico no Espírito Santo e em Minas Gerais, expli cando os motivos da vinda dos imigrantes. O que parecia ser um período de prosperidade, com a unificação da Itália, tornou-se um pesadelo, pois a realidade foi outra, com milhares de camponeses desempregados e sem terras, não tendo como alimentar suas famílias. O fato foi agravado ainda mais com o advento da Revolução Industrial, e a mão de obra sen do substituída por máquinas. O resultado foi a emigração em massa, em busca de novas terras, principalmente para o Brasil.

Faço evidência ao período colonial, com a formação das colônias para receber os imi grantes, e destaco as primeiras delas no Espírito Santo, estado que é considerado o berço da primeira imigração em massa. Em 1874, houve a chegada de grandes contingentes de italianos, e a primeira expedição do tipo, a de Pietro Tabacchi, trouxe 386 camponeses, que foram para uma propriedade chamada Fazenda das Palmas, em Santa Cruz.

As fotografias, os mapas e as árvores genealógicas disponíveis neste livro permitem ao leitor visualizar, acompanhar e interagir com o que descrevo a cada momento. Tive o cuidado de transcrever fielmente as entrevistas das gravações e filmagens, importando -me com o que foi relatado, pois a fala tirada do fundo do coração traduz uma realidade viva, contada por pessoas simples, honradas e que proporcionaram um registro ímpar que muito engradeceu o conteúdo deste livro.

No capítulo 3, descrevo detalhadamente, por meio de levantamentos, entrevistas e fotos, a vida familiar de cada um dos 11 filhos de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

Na primeira parte, propicio ao leitor conhecer a província de Vicenza, onde viveram e ainda vivem os Nico na Itália, parentes diretos de Olimpia e Antonio Cesare Nico. Apresen to uma sinopse cronológica dos principais acontecimentos ligados à Itália, permitindo ao leitor navegar na história. Ao mesmo tempo, identifico qual foi o Nico que viveu e faleceu em determinado momento histórico.

Um neto de Emilio Nico que morreu na Rússia, em combate na Segunda Guerra Mun dial, é descrito nessa primeira parte do livro. E destaco ainda a história de sucesso de An tonio Nico na Irlanda. Ele nasceu em Nanto e era filho de Emílio Nico.

O capítulo 5 traz 23 famílias italianas que tiveram alguma ligação familiar com os Nico de Antonio Cesare. E o capítulo 6, objetivando mostrar a fotografia que a família de Anto nio Cesare Nico encontrou no seu destino final, apresenta um breve histórico das cidades mineiras de Aimorés, Resplendor, Itueta, Quatituba, Tabaúna e Aldeamento.

4.5

4.3 O REENCONTRO NOTICIADO NO JORNAL DE VICENZA, ITÁLIA 64

4.2 ENTREVISTA DE CELSO LUIZ CAUS COM ALEX NICO (AGOSTO DE 2008) 60

4.4 RESUMO DOS PRINCIPAIS FATOS CRONOLÓGICOS DE ALEX NA ITÁLIA 65 A decisão de ir para a Itália e o reencontro 65 O encontro de Alex com padre Orazio e a estadia no Vaticano 67 Em Mantova, ajuda da família Anselmi 68 Servindo no exército italiano em Pisa e participando da tropa de intervenção da ONU na Somália 69 Alexander (Alex) Jesus Nico é condecorado com medalha do exército italiano 69 Os horrores da guerra 72 MENSAGENS DO ITALIANO VITTORIO NICO NOS SONHOS DE ALEX 73 Primeiro sonho: visão e morte de Vittorio 73 Segundo sonho: gravidez da esposa 74

4.4.5

2.4 NETO DE EMILIO NICO MORRE NA RÚSSIA EM COMBATE NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 55

4.4.1

4.4.6

4.4.4

4.4.3

2.2 CASAS ONDE A FAMÍLIA NICO MOROU 46

4.5.1

2. EMILIO NICO PERMANECE NA ITÁLIA ENQUANTO SEUS IRMÃOS, ANTONIO CESARE E OLIMPIA, MIGRAM PARA O BRASIL 43

2.2.1 O casarão, um pouco de sua história 46 2.2.2 Casa onde morou a família Nico nas colinas entre Nanto e Castegnero 49 2.2.3 Retorno de Emilio Nico para morar no centro de Nanto antiga 52 2.2.4 Casa onde morou a família de Olimpia Nico 53

2.1 FAMÍLIA DE EMÍLIO 43

4.4.2

PARTE 1 SUMÁRIO NICO na Itália 1. CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOSPRINCIPAISLIGADOSÀ ITÁLIA 27 1.1 DA FUNDAÇÃO DE ROMA AO FIM DO IMPÉRIO ROMANO 28 1.2 FIM DO IMPÉRIO ROMANO E INÍCIO DA PRESENÇA AUSTRÍACA NA PENÍNSULA ITÁLICA 29 1.3 DOMÍNIO AUSTRÍACO E NAPOLEÔNICO: NASCEM ANTONIO E GIOVANNI NICO 31 1.4 UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA E PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: NASCEM ANTONIO CESARE, EMILIO E OLIMPIA NICO 32 1.4.1 Antes da unificação 32 1.4.2 O motivo da unificação 33 1.5 PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: FIM DO IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO 39 1.6 FIM DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL, FUNDAÇÃO DA REPÚBLICA ITALIANA, FALECIMENTO DE ANTONIO CESARE, OLIMPIA E EMILIO NICO 39

3. ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DESCENDENTES DE ANTONIO NICO 57

4.5.2

2.3 IRMÃ DE ROSA MARCHESIN PERMANECE NA ITÁLIA 54

4. ALEX REENCONTRA OS NICO NA ITÁLIA 100 ANOS DEPOIS DA PARTIDA DE ANTONIO CESARE 59

4.1 INTRODUÇÃO 59

5.5 FOTOS DO ACERVO DE AMÉRICO, NETO DE LUIZ NICO (VIAGEM À TERRA DOS NICO, 2018) 116

5.7 FOTOS DO ACERVO DE CARMELA NICO CASAROTTO, 2019 126

DESCENDENTES

5.1 A PRIMEIRA VIAGEM DE CELSO LUIZ CAUS (JUNHO DE 2008) 77

Espírito

NO BRASIL Santo Minas Gerais

5.2.1 Visita a Verona 101 5.2.2 Visita a Vicenza 102

6. ANTONIO NICO: HISTÓRIA DE SUCESSO DE UM ITALIANO NA IRLANDA 133 MENSAGEM DE GIANNINO (NINO) PARA CELSO LUIZ CAUS, EM 18 DE OUTUBRO DE 2019 134 VITTORIO NICO: UM PRATO ESPECIAL PARA RAINHA ELIZABETH II E AO PAPA JOÃO XXIII 137 GENEALÓGICA DOS DE EMILIO NICO

5.3.1 Visita a Bassano 104

5.2 VIAGEM DE CELSO LUIZ CAUS À ITÁLIA (2010) 101

5.6 FOTOS DO ACERVO DE PENHA, NETA DE JÚLIO NICO (VIAGEM À TERRA DOS NICO, 2019) 122

5.4 FOTOS DO ACERVO DE LUZIA, FILHA DE VITORIO (VIAGEM À TERRA DOS NICO, 1996) 113

6.1

5.1.1 Chegada a Vicenza: encontro com família Nico 79 5.1.2 Visita a Ponte de Castegnero, Castegnero e Nanto 83 5.1.3 Visita a Mossano, onde nasceu Rosa Marchesin 98 5.1.4 A despedida 100

5.3.3 Vicenza: jantar inesquecível 107

5. CONHECENDO A REGIÃO DOS NICO NA ITÁLIA 77

139 1. ASPECTOS HISTÓRICOS 145 1.1 PRINCIPAIS MOTIVOS DA IMIGRAÇÃO: POR QUE VIERAM? 145 1.2 A VIAGEM PARA O BRASIL 149 1.3 COLÔNIAS DO ESPIRITO SANTO 151 1.4 ESPÍRITO SANTO: BERÇO DA IMIGRAÇÃO ITALIANA EM MASSA NO BRASIL 161 2. ANTONIO CESARE NICO E ROSA MARCHESIN: TRAJETO DA ITÁLIA PARAO ESPÍRITO SANTO E MINAS GERAIS 163 2.1 ANTES DO EMBARQUE PARA O BRASIL 164 2.1.1 Nascimento e batismo 164 2.1.2 Residências dos Nico e Marchesin 166 2.1.3 Casamento de Antonio Cesare e Rosa 167 2.2 EMBARQUE PARA O BRASIL 170 2.3 CHEGADA AO ESPÍRITO SANTO COM DESTINO A ALFREDO CHAVES 173 2.3.1 Alfredo Chaves 174

5.3.5 Ponte de Castegnero: casa de Carmela Nico 110

e

5.3 VIAGEM DE CELSO LUIZ CAUS À ITÁLIA (2012) 103

PARTE 2 NICO

5.3.2 Visita a Maróstica 105

5.3.4 Tour por Vicenza, Nanto e Castegnero 107

6.2

7. ÁRVORE

3. OS 11 FILHOS DE ANTONIO CESARE 221

2.10.3 Afogamento da criancinha Roza Anna e morte prematura da irmã Deodora 204

2.14 OBJETOS DE ANTONIO CESARE E ROSA 211

2.14.6 Sobre a frigideira do figá, ao qual Luiz Nico deu fim 213

3.4 REGINA LUCIA NICO ZANON 312

3.1 PRIMO CAETANO NICO, PRIMEIRO FILHO DE ANTONIO CESARE NICO E PRIMEIRO NETO DE GIOVANNI NICO 221

2.8 LUIZ E O IRMÃO ANTONIO NICO TRANSPORTARAM A MUDANÇA DE CASTELO/ES PARA CÓRREGO DA CONQUISTA/MG 198

2.4 DE ALFREDO CHAVES PARA A FAZENDA DO CENTRO, CASTELO 183

3.1.1 Madalena Costalonga Nico: a primeira pessoa a ser sepultada no cemitério de Santa Luzia 225 3.1.2 Primo Nico fundou, em sua propriedade, a primeira igreja em São Sebastião da Lagoa 227 3.1.3 Contato com Odilia Beninca Rigo 229 3.1.4 Primo Nico vendeu suas terras na Conquista para Giacomo Beninca 229 3.1.5 Visita a Ozilia, filha de Primo Nico 230 3.1.6 Contato com Nelcy, filha de Ana Nico Venturin 233 3.1.7 Contato com Carolina Zanon Vazzoler 233 3.1.8 Viagem a Cachoeirinha de Itaúnas, Barra de São Francisco/ES 234 3.1.9 Encontro com Lucineia, neta de Primo Nico 234 3.1.10 Entrevista com Maria Madalena Nico (Nena) 237 3.1.11 Entrevista com Josias Taqueti Nico feita por Penha Nico 244 3.1.12 Fotos do acervo de Josias Taqueti Nico 246 3.1.13 Fotos do acervo de Gelson Nico 249 3.1.14 Acervo fotográfico complementar de Primo Nico 250 3.1.15 Fotos do acervo de Rosa Nico Fasolo 252

2.6 DE CASTELO/ES PARA CÓRREGO DA CONQUISTA/MG 192

2.14.3 Sobre o chapéu 212

2.10.4 O acidente que ocasionou a morte, em 1934, de João (Joanin) Nico, filho de Antonio Cesare e Rosa Marchesin 206 2.10.5 A morte de Amabile Cremasco Nico e seu filho Alverino Nico 207 2.10.6 A morte de Joaquim, filho de Antonio Nico 208

3.3.1 Sobre Constante Marcelino Dalfior 303 3.3.2 Segundo casamento de Valentina 303 3.3.3 Procura pelos descendentes de João (Joanin) Nico e Valentina Dalfior 304 3.3.4 Visita a Sebastião Croscob, neto de João Nico 304 3.3.5 A morte de João (Joanin) Nico 308

2.14.4 Sobre o lenço e o vidro de perfume da nona Rosa 212 2.14.5 Sobre as panelas 212

2.11 MORTE DE ANTONIO CESARE NICO E ROSA MARCHESIN 208

2.12 REGISTROS MARCANTES DOS NICO DESCENDENTES DE ANTONIO CESARE 210

3.2 JULIO NICO 254

3.4.1 Jerônimo Zanon, esposo de Regina Nico 314 3.4.2 Entrevista com Jair Nico Zanon (Zé Mome) 316 3.4.3 Bate-papo com Pachota 317 3.4.4 Contato com Carolina Nico Zanon Vazzoler 318 3.4.5 Contato com Terezinha Nico Zanon Zane 323 3.4.6 Contato com Nerina Neroci Zanon 326

2.4.1 Visita à antiga propriedade de Antonio Cesare Nico no Córrego da Telha/ES 188

2.7 QUANDO ANTONIO CESARE NICO MUDOU DO CÓRREGO DA TELHA/ES PARA O CÓRREGO DA CONQUISTA/MG? 196

3.3 JOÃO (JOANIN) NICO 299

3.2.1 Uma tragédia na família de Julio Nico 255 3.2.2 Entrevista com Leonilda, filha de Julio Nico 256 3.2.3 Entrevista com Maria, filha de Julio Nico 260 3.2.4 Entrevista com José, filho de Julio Nico 265 3.2.5 Entrevista com Adelair, filho de Pedro Nico 276 3.2.6 Entrevista com João, filho de Julio Nico 281 3.2.7 Entrevista com Luzia, filha de Julio Nico 291 3.2.8 Entrevista com Rita, filha de Julio Nico 296

2.5 FAZENDA DO CENTRO, CASTELO E ALFREDO CHAVES/ES: DE ONDE PARTIU A MAIORIA DOS IMIGRANTES ITALIANOS PARA ITUETA E SANTA RITA DO ITUETO/MG 191

2.10 SOFRIMENTO DOS NICO PELAS PERDAS PREMATURAS DE FAMILIARES 201

2.14.1 Sobre a chave da fechadura e o azulejo do casarão onde moraram, no século XIX, os Nico e, depois, os Marchesin, em Nanto, Vicenza, Itália 211 2.14.2 Sobre o penico 212

2.13 MAPA DE LOCALIZAÇÃO ONDE MORARAM OS NICO, NA CONQUISTA, E PROXIMIDADES DE SANTA ANGÉLICA E SÃO SEBASTIÃO DA LAGOA 210

2.14.7 Sobre a telha e a tranca da janela da casa de Antonio Cesare Nico, no Córrego da Telha, Fazenda do Centro, Castelo/ES 213

2.9 MOTIVOS DA MUDANÇA DE ANTONIO CESARE NICO DO ESPÍRITO SANTO PARA MINAS GERAIS 200

2.10.1 A morte de Madalena Costalonga Nico 201 2.10.2 A morte de Cesar (Cesarin) Nico 203

4.1 ENTREVISTA COM SCHIRLEY E IVANIA 553

3.5.5 Registro dos Nico No livro “História, geográfica & economia de São Mateus” 366

4.5 BUSCA DE REGISTROS NA CÚRIA METROPOLITANA 571

3.6.2.2 DEOLINDA (NICA) NICO 413

ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DESCENDENTES DE ANTONIO CESARE NICO 546

3.6.2.3 LUIZINHO NICO 416

4.8 CONTATO COM ROSE, FILHA DA NEUZA E AUGUSTO SCARAMUSSA 581

3.5.3 Entrevista com Mafalda (Nega) Nico Rigo, esposa de Zeferino Rigo 350

3.6.2.5 ALCIDES (CID) DOMINGOS NICO 419

4.13 LIVRO APROXIMA FAMÍLIAS 598

3.6.2.4 JOSÉ (ZECA) NICO 418

3.8 CAROLINA LUIGIA NICO BALDON 445

3.6 LUIZ (LUIGI) FORTUNATO NICO 368

4.9 CONTATO COM ARNINO (ADELINO) ZANON, ESPOSO DE EDNA BASTIANELLO 589

4.12 EM 1994, ENCONTRO INÉDITO E HISTÓRICO ENTRE AS DESCENDÊNCIAS DOS IRMÃOS ANTONIO CESARE, EMILIO E OLIMPIA NICO 596

3.5 ANTONIO NICO 339

3.7.2 Contato com Neia, esposa de Flordevino (Totó) Nico 434

4.2 CONVERSA COM MIRIAN, FILHA DE ANTONIO BASTIANELLO 567

3.8.6 Demais fotos históricas 463

3.9.1 Entrevista com as irmãs Elena, Ilza e Luzia Nico e sobrinha Iris Verginia 469 3.9.2 Linha do tempo de Vitorio Nico 481 3.9.3 Recauchutadora Colatinense e o empreendedor Vitorio Nico 492 3.9.4 Contato com Geraldo Portes e visita à empresa Pneus Vitória 494 3.9.5 Contato com Fernando Meireles, empresário do ramo de pneus 496 3.9.6 Contato com Clério Santo Martinelli 497

3.10.3 Entrevista com Pachota, cunhada de Gaetano Nico 505 3.10.4 Entrevista com Pachota, cunhada de Gaetano Nico 506 3.10.5 José Nico, filho de Julio Nico 509

4.4 O AMOR DE UMA FILHA 571

3.11 JORGE CESAR NICO 520 3.11.1 Entrevista com Josias Nico 522 3.11.2 Relato de Tereza Bergamin Nico 526 3.11.3 Visita a Tereza Bergamin Nico 527

3.8.1 Entrevista com Alice Baldon 448

4.6 BUSCA DE REGISTROS NO ARQUIVO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO 572

4.7 CONVERSA COM LUZIA, FILHA DE GENOVEVA, NETA DE MARIA BASTIANELLO E BISNETA DE ANGELO BASTIANELLO E OLIMPIA NICO 581

3.7 ADRIANO FRANCESCO NICO 429

3.7.4 Demais fotos históricas 437

3.9 VITORIO NICO 467

3.8.4 Visita à tia Carolina Nico Baldon 455

3.6.2.1 ALIRA NICO CAUS 396

4. FAMÍLIA DE OLIMPIA NICO

3.5.2 Entrevista com Tereza Calegari Nico, esposa de Odílio (Jiló) Nico 345

E ANGELO BASTIANELLO 551

4.14 LIGAÇÃO ENTRE ANGELO BASTIANELLO, CASADO COM OLIMPIA NICO, E ANGELINA BASTIANELLI, CASADA COM LUIZ NICO 598

4.10 ÓBITOS DE OLIMPIA NICO E ANGELO BASTIANELLO 592

4.11 PROXIMIDADE DE VITORIO NICO COM A FAMÍLIA DE OLIMPIA NICO E ANGELO BASTIANELLO 595

3.10 CAETANO NICO 499

3.5.4 Entrevista com Edna Nico, filha de Amério Nico 357

3.6.1 Antonio Caus entrevista Deolinda (Nica) e Alira Nico 374

3.7.3 Contato com Ilda Nicoli Nico, esposa de Valdevino Nico 436

3.6.2.6 DIONIZIO (NENÉM) CESAR NICO 426

3.7.1 Entrevista com Adrialino (Ié) Nico 431

3.6.2 Os filhos de Luiz Nico e Angelina Bastianelli 396

3.8.2 A história da grande cobra 453

3.8.3 Visita à tia Carolina Nico Baldon 453

4.3 CONVERSA COM NAZIAN, FILHA DE ANTONIO BASTIANELLO 568

3.5.1 Entrevista com Maria Campos, esposa de Américo Nico 340

3.10.1 Coração acolhedor de Gaetano e Cotinha: 502 3.10.2 Informações de Rosa, neta caçula de Antonio Cesare Nico, em 25 de junho de 2020 503

3.11.4 Jorge Nico faz promessa a Nossa Senhora do Carmo 528

3.8.5 Centenário de Carolina Nico Baldon 457

7.1

670 5.17

ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DESCENDENTES DE OLIMPIA NICO E ANGELO BASTIANELLO 603

5.23

6.5

5.22

5.15

5.1 FAMÍLIA COSTALUNGA (COSTALONGA) 605 FAMÍLIA CREMASCO 612

4.15 A DESCOBERTA DO RAMO DE UM BASTIANELLO E SUA LIGAÇÃO COM OS DEMAIS 600

6.6

5.3.1 Ligação entre os DalFior com os Nico 623 5.3.2 Odília Benicá Rigo 624 5.3.3 Alfredo Dalfior 624

LIGAÇÃO MATRIMONIAL COM OS NICO

5.2

5.2.1 Contato com Zunara Cremasco 613 5.2.2 Contato com Henrique Cremasco 613 5.2.3 Conversa com Anísio e João Cremasco 616

5.4 FAMÍLIA ZANON 625

5.14

5. FAMÍLIAS ITALIANAS COM 605

5.3 FAMÍLIA DALFIOR 622

5.16

6.4

5.9 FAMÍLIA MALACARNE 643 5.10 FAMÍLIA NEROCI-FRANCHINI 647

5.11 FAMÍLIA BERGAMI / BERGAMIN / BERGAGAMINI 650 5.12 FAMÍLIA FASOLO 653 5.13 FAMÍLIA BOSSER 656 FAMÍLIA CAMPO DALL’ORTO: RAMO PIETRO 659 FAMÍLIA CAMPO DALL’ORTO: RAMO DONATO 664 FAMÍLIA CAUZ-S FAMÍLIA NICOLI 672

5.18 FAMÍLIA GROBBERIO 675 5.19 FAMÍLIA RIGO 677 5.20 FAMÍLIA VENTURIN(I) 680 5.21 FAMÍLIA CALLEGARI 685 FAMÍLIA VAZZOLER 686 FAMÍLIA BENINCA / BENICÁ 690

6.7

7.5

6.3 TABAÚNA (DISTRITO DE AIMORÉS) 703 RESPLENDOR 704 ALDEAMENTO (DISTRITO DE SANTA RITA DO ITUETO) 704 ITUETA 705 QUATIS / QUATITUBA (DISTRITO DE ITUETA) 707

5.4.1 Contato com Arnino (Adelino) Zanon, esposo de Edna Bastianello 626 5.4.2 Carolina Zanon Vazzoler: informação complementar sobre os Zanon 627

6. AIMORÉS, RESPLENDOR, ITUETA,QUATITUBA, TABAÚNA E ALDEAMENTO 695

7. CÓRREGO DA CONQUISTA, NINHO DOS ITALIANOS 717 PRIMEIRAS FAMÍLIAS ITALIANAS VINDAS DA REGIÃO DE ALFREDO CHAVES E CASTELO/ES 717 OUTRAS FAMÍLIAS ITALIANAS QUE SE MUDARAM PARA O CÓRREGO DA CONQUISTA 719 HABITANTES ANTERIORES AOS ITALIANOS 721 TERRAS DEVOLUTAS 722 ALGUMAS LEMBRANÇAS DO CÓRREGO DA CONQUISTA 724

ALGUMAS

6.1 AIMORÉS 698 6.2 FAZENDA DOS MORAES OU FAZENDA PONTÃO (MUNICÍPIO DE SANTA RITA DO ITUETO) 699

5.5 FAMíLIA ANDREON 628

7.2

8. TIMES DE FUTEBOL E ATLETAS NICO 729

7.4

5.6 FAMÍLIA BASTIANELLO (BASTIANELLI) 630 5.7 FAMÍLIA AMBROSINI 638 5.8 FAMÍLIA BALDON 641

7.3

2524 PARTE 1 NICO na Itália

27 1

CRONOLOGIA

DOS ACONTECIMENTOSPRINCIPAISLIGADOSÀITÁLIA

objetivo desta cronologia é entender os momentos nos quais a Itália foi domi nante e dominada. Ela permite conhecer, por exemplo, quando foi e quanto tempo durou o domínio austríaco em algumas regiões e províncias italianas, bem como quando nasceram e onde se encontravam alguns membros da fa mília Nico em cada época.

O

- 800 a.C.: os gregos dão início a sua colonização na Península Itálica.

- 1061: ocupação dos normandos na região da Sicília.

- Século XIII: domínio político das grandes cidades-estados: Veneza, Gênova, Mi lão e Florença.

- 1534: Henrique VIII da Inglaterra rompe com Roma.

- 105-115: pontificado do Papa Santo Alexandre, nascido em Roma e o primeiro papa a ser eleito. Antes, o papa era designado em testamento. Ele instituiu o uso da água benta e que a hóstia fosse feita de pão ázimo.

- 509 a.C.: Roma se liberta dos etruscos.

- 1521: Martinho Lutero inicia a reforma protestante.

- 218 a.C.: Segunda Guerra Púnica. Aníbal, de Cartago, invade a Itália.

- 140-155: pontificado do Papa São Pio I, o 10º papa. Nasceu em Aquileia, no Friuli. Ins tituiu que a Páscoa deveria ser celebrada aos domingos.

- 1494: guerras italianas e início do conflito franco-Habsburgo pela hegemonia da Europa. Franceses, espanhóis e austríacos, além da Igreja Católica, dominam grande parte da Itália.

- 1748: a Itália foi dividida em vários estados. A maior parte fica com a Áustria.

- 311-314: pontificado do Papa São Melquíades, nascido na África. Nesse período, o im perador Constantino estabeleceu que a religião cristã poderia ser professada livremente.

- 206 a.C.: Roma controla a Espanha.

- 43 d.C.: os romanos invadem a Grã-Bretanha.

- 468-483: pontificado do Papa São Simplício, durante o qual caiu o Império do Ocidente.

2928

- 1667: início da expansão francesa no reinado de Luiz XIV.

- Fins do século XIV e início do XVI: renascimento italiano.

1.2 FIM DO IMPÉRIO ROMANO E INÍCIO DA PRESENÇA AUSTRÍACA NA PENÍNSULA ITÁLICA

- 700 a.C.: os etruscos já haviam se instalado cerca de mil anos antes de Cristo, na Itália, entre o Rio Pó e a Campania.

1.1 DA FUNDAÇÃO DE ROMA AO FIM DO IMPÉRIO ROMANO

- 27 a.C.: tem início o Império Romano, estabelecido pelo imperador Augusto, após a queda da República Romana.

- 1492: queda de Granada. Fim do domínio muçulmano na Espanha. Os judeus são ex pulsos da Espanha.

- 962: Otto I, da Alemanha, é coroado imperador em Roma.

- 493: os ostrogodos assumem o poder na Itália.

- 1500: nasceu Carlos V, monarca da família Habsburgo. Foi imperador do Sacro Império Romano-Germânico e também rei de Espanha, como Carlos I. Era filho de Filipe, falecido em 1506, duque da Borgonha e arquiduque da Áustria. Quando Fernando de Aragão mor reu, em 1516, seu neto Carlos V tornou-se Carlos I de Espanha. Em 1519, como governante da Espanha e Países Baixos, foi eleito imperador.

- 117: auge da extensão do Império Romano.

- 774: Carlos Magno conquista a Itália setentrional.

- 1713: grande parte do território do norte da Península Itálica passa para o domínio austríaco.

- 753 a.C.: provável data de fundação de Roma, segundo os estudos de Varrão, um polí grafo contemporâneo de Júlio César.

- 1541: João Calvino funda a igreja reformista.

- 207 a.C.: Aureliano ergue um império. Todos queriam conquistar Roma. Para defesa da cidade, Aureliano manda construir uma muralha que a circundava. Foi chamada de Muralha de Aureliano, na qual só se entrava por meio de portas.

- 476: queda do Império Romano do Ocidente após a invasão dos povos germânicos. O último imperador romano do Ocidente é deposto.

- 800: início do novo Império do Ocidente. Carlos Magno é coroado imperador em Roma pelo Papa São Leão III (795-816).

- 878: ocupação dos árabes na região da Sicília.

- Séculos XVII e XVIII: domínio austríaco e espanhol na Península Itálica.

- 510 a.C.: fundação da República Romana.

- 1545 Concílio de Trento, início da contrarreforma.

- 568: conquista e ocupação dos lombardos da região norte da Península Itálica.

- 49 a.C.: Júlio César conquista a Gália.

- 76-88: durante o pontificado do Papa Cleto, ou Anacleto, o imperador Domiciano pro moveu a segunda perseguição aos cristãos. Ele também foi enterrado ao lado de Pedro após ter sofrido martírio em 88.

- 67-76: o Papa São Lino, que recebeu a herança de Pedro, sofreu o martírio em 76 e foi enterrado ao lado de Pedro, onde hoje está a Basílica.

- 330: a capital do Império Romano é transferida para Constantinopla.

- 711: invasão mulçumana da Espanha.

- 1494: o rei francês Carlos VIII conquista a região. Tem início um extenso período de invasões, que durou até o século XIX.

- 1797: fim da Sereníssima República de Veneza, ano em que é invadida por Napoleão Bonaparte. De acordo com o Tratado de Campoformio, Napoleão cede a República de Ve neza ao Império Austríaco. Em troca, a Áustria renunciava a uma grande parte do norte da Itália, a República Cisalpina1. A República de Veneza também foi conhecida como Se reníssima, um estado no nordeste da Península Itálica, com capital na cidade de Veneza. Existiu do século IX ao século XVIII (1797). Em janeiro de 1802, a República Cisalpina mudou seu nome para República Italiana, quando o próprio Napoleão Bonaparte nomeou-se pre sidente (24 de janeiro). Mais tarde, a república transformou-se no Reino da Itália. Além de imperador francês, Napoleão tornou-se rei da Itália em 1805. Conquistou Veneza e Trentino da Áustria. Por aproximadamente 15 anos, a Itália ficou integrada à Europa napoleônica.

- 1792: proclamação da República Francesa e início das guerras revolucionárias.

1.A República Cisalpina foi um estado fundado pelos exércitos revolucionários franceses no norte da Península Itálica. Existiu entre 1797 e 1802, com capital em Milão, abrangendo principalmente as atuais regiões italianas da Lombardia, Emília-Romana e marginalmente o Veneto e a Toscana.

- 1815: derrota de Napoleão em Waterloo e exílio em Santa Helena. Após a derrota de

- 1798: Roma é ocupada pelos franceses.

- 1796-1797: Napoleão, como general do exército francês, obtém vitórias militares no norte da Itália. Negociou a paz com os austríacos derrotados. Criou, no norte da Itália, a República Cisalpina.

- 1801: Napoleão tentava conquistar o norte da Itália, então sob domínio austríaco. O Papa Pio VII o excomungou e acabou sendo levado prisoneiro para a França.

- 1775-1779: o Papa Pio VI tem dois grandes problemas: a Revolução Francesa e a ascen são de Napoleão, que invadiu o Estado Pontifício e levou, para a França, o papa, que mor reu após poucos dias.

- 1789: início da Revolução Francesa, com a tomada da Bastilha. Abolição do sistema feudal e proclamação dos direitos do homem. Abolição da monarquia em 1792. Luiz XVI e a rainha são guilhotinados em 1793.

ANTONIO E GIOVANNI NICO

- 1805: Napoleão derrota a Áustria, a Rússia e, em 1806, a Prússia. Ainda em 1805, a Grã -Bretanha, na Batalha de Trafalgar, derrota as tropas francesas e espanholas.

- 1813: Napoleão fracassa na Alemanha e na Rússia. A Áustria intensifica a ofensiva no norte da Itália, que fica com a Áustria.

3130 Península Itálica em 1796.

- 1800-1823: Pio VII, mais diplomático, se aproximou de Napoleão e o coroou em Paris. Mas surgiram problemas, e Pio VII o excomungou. O papa foi feito prisoneiro e levado para a França, só retornando com a queda de Napoleão.

- 1799: Napoleão torna-se o primeiro cônsul e, em 1804, imperador da França.

1.3 DOMÍNIO AUSTRÍACO E NAPOLEÔNICO: NASCEM

1.4 UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA E PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: NASCEM ANTONIO CESARE, EMILIO E OLIMPIA NICO

A região norte da Península Itálica, principalmente o reino de Piemonte-Sardenha, era muito mais desenvolvida do que o centro e o sul. Interessava à nobreza e, principalmente, à burguesia industrial que a unificação ocorresse, pois isso aumentaria o mercado con sumidor, além de facilitar o comércio com a unificação de padrões, impostos, moeda etc.

3332

Napoleão Bonaparte, o Congresso de Viena divide a Península Itálica em sete estados en tre os Habsburgo austríacos (Veneza e Lombardia), a dinastia dos Bourbon (Reino de Ná poles ou das duas Sicílias), o papado, autoridade da Igreja Católica (estados pontifícios), a família dos Saboia (Reino Sardo-Piemontes) e os duques subservientes à Áustria (ducados de Parma, Modena e Toscana). Assim, a Itália foi dividida em vários reinos, ducados e es tados pontifícios.

- Década de 1830, aproximadamente: nasce na Itália Giovanni Nico, pai de Antonio Ce sare, Emilio e Olimpia. Os italianos costumavam colocar no filho o mesmo nome do avô, por isso Antonio Cesare tinha o nome do avô Antonio Nico. Para diferenciar, Antonio Ce sare era conhecido como Cesare Nico

- Primeira década de 1800, aproximadamente: nasce na Itália Antonio Nico, pai de Gio vanni e avô de Antonio Cesare, Emilio e Olimpia.

- Século XIX: na sua primeira metade, tem início a unificação da Itália com um movi mento liberal e nacionalista chamado Risorgimento, ou Renascimento. Na sua segunda metade, a Península Itálica estava dividida em vários reinos, que eram estados indepen dentes. Alguns destes eram, inclusive, governados de forma autoritária por famílias reais da Áustria e da França. A Igreja Católica também tinha grande poder político em algumas regiões, que eram os estados pontifícios. Nesse contexto, não havia unificação de leis, moeda, língua e sistema político e, portanto, ainda não havia um país com nome de Itália e poder centralizado. O Império Austríaco não queria ceder os reinos controlados pelas famílias reais austríacas. Como consequência, o processo de unificação italiana não foi pacífico. - 1846-1878: pontificado do Papa Pio IX. Ocorreram em 1848 os primeiros tumultos em Roma. O papa refugiou-se em Gaeta. Roma foi reconquistada pelos austríacos, franceses e

3. Mazzini, cujo nome completo era Giuseppe Mazzini, foi um advogado, político, maçom e revolucionário da unificação da Itália.

Portanto o movimento de unificação teve início e foi liderado pelo reino de Piemon te-Sardenha. Os italianos tiveram apoio da França na luta contra a Áustria. No período do Risorgimento e durante todo o processo da unificação, inclusive a tomada de Roma, o pontificado era de Pio IX.

1.4.1 Antes da unificação

- 1858: casaram-se na Itália, no dia 13 de novembro, Giovanni Nico e Maria Lucchet ta, na igreja de Castegnero, província de Vicenza. Foram pais de Antonio Cesare, Emilio e Olimpia Nico.

borbônicos. O papa foi eleito em 1846 e já no ano seguinte os austríacos derrotaram Garibal di2 e entraram em Roma. Uma república unificada e com Roma como capital foi uma ideia rebatida pelos austríacos, que não queriam perder nada. Os ideais de Mazzini3 não encon traram eco com o Papa Pio IX, que preferiu ficar do lado austríaco. A indignação de Gari baldi com o posicionamento do papa o faz declarar: “Pio IX è um metro di letame” (“Pio IX é um metro cúbico de esterco”). O papado era sustentado pelas potências católicas europeias. - 1848: termina a primeira fase do Risorgimento, com a derrota dos republicanos. Essa fase foi marcada por revoltas e ações terroristas conduzidas por sociedades secretas, como a dos carbonários, tendo como principal figura Giuseppe Mazzini. Em meados do século XIX, ele tentou unificar a Península Itálica em uma república, mas fracassou. A primeira guerra de independência italiana se desenvolveu entre 1848 e 1849, entre o Reino da Sar denha e o Império Austríaco. Os austríacos conseguiram a vitória nas principais batalhas de Custoza e Novara.

- 1859: desenvolveu-se a segunda guerra de independência italiana. Os piemontes, com apoio do revolucionário Giuseppe Garibaldi e da França, derrotaram a Áustria. Vencedores, eles conquistaram o reino da Lombardia. Foi o primeiro passo em direção à unificação. A Áustria foi derrotada e acabou cedendo o território da Lombardia. Os franceses e italianos

2. Garibaldi, cujo nome completo era Giuseppe Garibaldi, foi um militar, guerrilheiro e patriota italiano. Ficou conhecido como um herói de dois mundos, por sua participação em conflitos na Europa e na América. Aderiu ao movimento “Jovem Itália”, dirigido por Giuseppe Mazzini, que pretendia a unificação de toda a Itália sob a forma de república. Foi casado com a brasileira Ana Maria de Jesus Ribeiro, conhecida como Anita Garibaldi.

Até o século XIX, a Itália era basicamente agrária. No norte, ocorriam os primeiros inves timentos na industrialização, surgindo uma burguesia industrial.

1.4.2 O motivo da unificação

- 1860: ainda com apoio de movimentos populares, ocorreu a anexação ao Piemonte dos reinos papais de Parma, Modena, Romagna e Toscana. Também em 1860, tropas piemonte sas e os Camisas Vermelhas, liderados por Garibaldi, incorporam o reino das Duas Sicílias (sul da Península Itálica).

- 1862: nasce na Itália, no dia 9 de abril, Antonio Cesare Nico, na comuna de Nanto, pro víncia de Vicenza. Era filho de Giovanni Nico e Maria Lucchetta.

- 1866: ocorreu a terceira guerra de independência italiana. Com apoio da Prússia e gra ças à vitória do exército prussiano contra a Áustria, o Reino da Itália adquiriu o controle do Veneto (território do Reino de Veneza), que, até então, era governado pelos austríacos.

- 1870: nasce na Itália, no dia 4 de março, na comuna de Nanto, Angello Bastianello, fu turo esposo de Olimpia Nico

- 1861: a segunda fase, ou segunda guerra de independência italiana, termina com a uni ficação da Itália. Ocorre a proclamação do Reino da Itália, tendo Vitor Emanuel II (primeiro rei) como rei da Sardenha e Piemonte e soberano da Itália. A liderança da unificação foi dividida entre os monarquistas do Piemonte, chefiados por Camilo di Cavour e pelo guer rilheiro republicano Giuseppe Garibaldi. Os estados pontifícios (governados pela Igreja Católica) foram anexados à Alta Itália.

- 1865: é feita a transferência da capital Torino para Firenze, causando indignação de Torino, que queria Roma. O Reino Italiano queria uma capital mais central.

3534

vencem, em 20 de maio de 1859, a Batalha de Montebello e, em 4 de junho de 1859, a de Ma genta. Em 10 de novembro, no acordo de paz, pelo Tratado de Zurique, a França recebia a Lombardia, entregue depois ao Reino da Sardenha, enquanto a Áustria conservava Veneza.

- 1867: nasce na Itália, no dia 18 de fevereiro, Severa Ferro, futura esposa de Emilio Nico.

- 1871: nasce na Itália, no dia 21 de março, na comuna de Mossano, província de Vicenza, Rosa Marchesin, futura esposa de Antonio Cesare Nico.

- 1867 nasce na Itália, no dia 2 de maio, Emilio Nico, na comuna de Castegnero, ou de Nanto, província de Vicenza. Era filho de Giovanni Nico e Maria Lucchetta.

- 1870: é completada a unificação da Itália. Faltava apenas anexar Roma, a capital do Estado da Igreja Católica. Nessa época, a França entrou em guerra contra a Prússia. As tro pas francesas que estavam instaladas em Roma, para protegê-la, foram convocadas para a guerra. Os italianos tinham pressa e aproveitaram a situação. A França afirmou que a

- 1867: criação do Império Austro-Húngaro, tendo Francisco José I como imperador e Sissi, imperatriz. Francisco José I governou por 68 anos, de 1867 até sua morte, em 1916, que aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial. Ele é sucedido por Carlos I de Habsburgo. Antes do início da Primeira Guerra Mundial, a população do império era estimada em 52,5 milhões de habitantes. O Império Austro-Húngaro era composto por 13 países atuais: Áustria, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Croácia, Bósnia e Herzegovina e as regiões da Volvódina, na Sérvia; Bocas de Kotor, em Montenegro; Trentino-Alto Ádige e Trieste, na Itália; Transilvania, parte do Banato, na Romênia; Galícia, na Polônia, e Ruté nia (região Subcarpática), na Ucrânia. O Império Áustriaco foi fundado em 1804 e trans formado em Império Austro-Húngaro em 1867.

Terceira guerra da independência italiana.

- 1872: nasce na Itália, no dia 25 de fevereiro, Olimpia Nico, na comuna de Nanto, pro víncia de Vicenza. Era filha de Giovanni Nico e Maria Lucchetta. Olimpia tornou-se esposa de Angello Bastianello. A data de nascimento de Olimpia foi extraída da certidão de ca samento do filho Giuseppe Bastianello com Santina Deprá. O ano coincide com dados do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

- 1878: foi definido no Congresso de Berlim que a província turca de Bósnia-Herzegovi na passaria a ser administrada pelo Império Austro-Húngaro.

- 1879: aliança da Áustria-Hungria com o Império Alemão.

3736

Itália jamais se apoderaria de Roma e que não suportaria tal ofensa a sua honra e ao cato licismo. Sem a proteção militar francesa, os italianos conquistaram a cidade, transforman do, assim, Roma na capital da Itália. Em pouco tempo, os franceses foram derrotados pela Prússia. Napoleão III deixou o poder. O Papa Pio IX retirou-se no Vaticano e cortou toda a relação com o novo reino, quando Roma foi conquistada, em 1870, pelas tropas do Reino da Itália. Assim, o poder temporal milenário dos papas chegou ao fim. O papa não queria os italianos comandando Roma.

Península Itálica entre 1815 e a unificação.

- 1882 a Itália faz parte da Tríplice Aliança, acordo militar entre o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro e o Reino da Itália. Era instável a situação da Itália nesse acordo, pois sua população não estava confortável com o estabelecimento de uma aproximação com o Império Austro-Húngaro, antigo inimigo do processo de unificação. Outra questão era que os territórios da Ístria, Trentino e Dalmácia, sob controle da Áustria, tinham tam bém populações italianas (entre outras) e não haviam sido incorporados à Itália unificada.

Unificação italiana. Acervo: Imigrantes Espirito Santo (Apees).

- 1912 pré-guerra. Sérvia e Bulgária formam uma aliança contra o Império Austro-Húngaro.

- 1908: pré-guerra e anexação da Bósnia-Herzegovina.

- 1898: Giovanni Marchesin, pai de Rosa Marchesin, falece no Brasil, em sua casa perto de São João de Crubixá, Alfredo Chaves, Espírito Santo, em 30 de setembro de 1898. Foi se pultado no cemitério de São João de Crubixá, município de Alfredo Chaves.

- 1891: no dia 26 de outubro, cinco dias depois de casados, Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin embarcaram no porto de Gênova, no navio Matteo Bruzzo. Desembarcaram na Hospedaria dos Imigrantes Pedra D‘água, no porto de Vitória, em 29 de novembro de 1891, no navio Mayrink, escala Rio de Janeiro. Vieram também os pais de Rosa, Giovanni Mar chesin e Regina Girardi, o irmão Vittorio com a esposa, Maria Fazolato, e o filho, Clemente. Seguiram para a ex-colônia Castelo (Alfredo Chaves e região).

- 26 de abril de 1915: é assinado o secreto Tratado de Londres, entre Reino Unido, França, Rússia e Itália. A Itália muda de lado, obtendo Trieste como incentivo.

1.6 FIM DA PRIMEIRA GUERRA

MUNDIAL, FUNDAÇÃO DA REPÚBLICA CESARE,FALECIMENTOITALIANA,DEANTONIOOLIMPIAEEMILIONICO-1922

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- 1900: com o assassinato do segundo rei italiano, Umberto I (por um anarquista), Vit torio Emmanuel III sobe ao trono.

- Entre 1892 e 1915: nasceram, no Espírito Santo, os 11 filhos de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

- 1888: no dia 28 de dezembro, Carlo Bastianello, sua esposa, Maria Cerroto, e os filhos Virginia e Angela chegaram, no navio Maria Pia, a Benevente, Espírito Santo, vindos da região do Veneto, Itália. Eram pais de outro Angelo Bastianello (este, meu bisavô) e avós de Angelina Bastianelli, casada com Luiz Nico. Sua família veio no mesmo navio, com a família de seu Irmão Giuseppe Bastianello. Eles também eram pais de Julia Bastianello, casada com Mario Zoppi.

- 7 de dezembro de 1917: os Estados Unidos declaram guerra ao Império Austro-Húngaro.

1.5 PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL: FIM DO AUSTRO-HÚNGAROIMPÉRIO

- 8 de março de 1915: o Império Austro-Húngaro externa sua disposição em ceder a re gião de Trieste.

- 1918 fim da Primeira Guerra Mundial e também do Império Austro-Húngaro.

- 1891: casaram-se na Itália, no dia 21 de outubro, Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, na antiga igreja Santa Maria Anunzziata, em Nanto, província de Vicenza.

- 1888: no dia 28 de dezembro, Giuseppe Bastianello, sua esposa, Antonia Pietra Am brosini, e os filhos Pietro e Angela chegaram, no navio Maria Pia, a Benevente, Espírito Santo. Foram para Alfredo Chaves, vindos da região do Veneto, Itália. Eram pais de Angelo Bastianello, esposo de Olimpia Nico. Sua família veio no mesmo navio, com a família de seu irmão Carlo Bastianello.

Iniciada a Primeira Guerra Mundial, Áustria-Hungria e Alemanha estavam em confronto com a Tríplice Entente (Império Russo, França e, mais tarde, Reino Unido). A Itália, tendo prometido apoio às duas primeiras, entrou em 1915 para o lado da Tríplice Entente. Ter minada a guerra, as terras irredentas, de domínio austríaco, passaram a pertencer à Itália. São elas: Trentino-Alto-Ádige, Trieste, Ístria e Dalmácia.

- 1892: no dia 20 de setembro, nasceu, em Alfredo Chaves, Espírito Santo, Primo Nico, primeiro filho dos italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Primo é o neto primo gênito de Giovanni Nico e Maria Luchetta.

- 1897: no dia 11 de dezembro, Olimpia Nico, seu esposo, Angelo Bastianello, e os filhos Maria e Giuseppe desembarcaram na Hospedaria dos Imigrantes Pedra D‘água, no porto de Vitória, Espírito Santo, no navio Alagoas. Seguiram para a ex-colônia Castelo (Alfredo Chaves e região).

- 28 de junho de 1914: início da Primeira Guerra Mundial, quando foram assassinados o arquiduque Francisco Fernando e sua esposa, Sofia, em Sarajevo, por um estudante bósnio. A Áustria-Hungria, no mesmo dia, declara guerra à Sérvia e há uma a reação imediata de mobilizações e declarações de guerra em cadeia, dando início à Primeira Guerra Mundial.

- 21 de novembro de 1916: morre o imperador da Áustria, Francisco José I, que reinou durante 68 anos. Seu sucessor foi Carlos I de Habsburgo.

: os fascistas, liderados por Benito Mussolini, tomam o poder na Itália e implan tam um regime totalitário.

- 1º de janeiro de 1948: data em que a bandeira da Itália foi adotada oficialmente. Ela é composta por três faixas verticais nas cores verde (simboliza a liberdade), branca (igual dade) e vermelha (fraternidade). Foi inspirada na bandeira da França e na Revolução Francesa, que teve como lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Napoleão entregou um estandarte nas três cores aos revolucionários da Região da Lombardia em novembro de 1796, após incorporação ao exército francês. A bandeira foi usada pele primeira vez na história em 1797, pela República Cisalpina, um estado no norte da Itália criado no final do século XVIII. O detalhe é que a bandeira tinha as faixas na posição vertical.

- 1929 a Igreja Católica, por meio do Tratado de Latrão, reconheceu o Estado Italiano. Foi firmado um acordo entre o ditador italiano Benito Mussolini e o Papa Pio IX. A Igreja Católica, em troca da criação do Estado do Vaticano e do recebimento de indenizações por perdas territoriais relativas à anexação de regiões católicas no processo de unificação, fi nalmente reconheceu o Estado da Itália.

- 1954: Rosa Marchesin, esposa de Antonio Cesare Nico, falece no Brasil, em Córrego da Conquista, Itueta, Minas Gerais, em 17 de maio. Foi sepultada no mesmo túmulo de Anto nio Cesare, no cemitério do povoado de Santa Luzia, município de Itueta.

- 1944: falece, na Itália, Severa Ferro, no dia 25 de abril. Era esposa de Emilio Nico. Foi sepultada no cemitério de Nanto, província de Vicenza, Itália.

- 1939: com Alemanha e Japão, a Itália de Mussolini participa da Segunda Guerra Mun dial e sai derrotada.

- 1946: fundação da República Italiana.

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- 1928: é vendida, no dia 26 de julho, para a família Altoé, a propriedade de 10 alqueires e a casa de Antonio Cesare Nico, no Córrego da Telha, Fazenda do Centro, Castelo, Espirito Santo. Antonio Cesare e família mudaram-se para o Córrego da Conquista, na época mu nicípio de Resplendor, Minas Gerais.

- 1941: Olimpia Nico falece no Brasil, Espirito Santo, na comunidade de Claros Dias, no dia 13 de julho. Era esposa de Angelo Bastianello e irmã de Antonio Cesare e Emilio Nico. Foi sepultada no cemitério de Prosperidade, município de Vargem Alta, Espírito Santo.

- 1956: falece Emilio Nico, no dia 20 de fevereiro, na Itália. Foi sepultado no cemitério de Nanto, província de Vicenza.

- 1961: Angelo Bastianello falece no Brasil, na comunidade de Claros Dias, Espírito San to, no dia 8 de dezembro. Era esposo de Olimpia Nico. Foi sepultado no cemitério de Pros peridade, município de Vargem Alta.

- 2012: com 105 anos, Carolina Nico falece no Brasil, no dia 21 de maio. Foi a descendente de Nico, que se tem notícia, que mais tempo viveu. Era filha de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin e esposa de Miguel Baldon. Foi sepultada no cemitério do povoado de Santa Lu zia, município de Itueta, Minas Gerais.

- 1944: Antonio Cesare Nico falece no Brasil, em Córrego da Conquista, Itueta, Minas Gerais, em 15 de agosto. Foi sepultado no cemitério do povoado de Santa Luzia, município de Itueta, Minas Gerais.

EMILIO NICO PERMANECE NA ITÁLIA ENQUANTO SEUS IRMÃOS, ANTONIO CESARE E OLIMPIA, MIGRAM PARA O BRASIL

Emilio era o segundo filho de Giovanni Nico e Maria Lucchetta. Provavelmente não mi grou porque, se assim o fizesse, sua mãe ficaria sozinha na Itália. O pai, Giovanni, já havia falecido. Partiram para o Brasil seu irmão mais velho, Antonio Cesare, em 1891, e a irmã, a filha mais nova de Giovanni e Maria, que se chamava Olimpia, em 1897.

Emilio nasceu em 2 de maio de 1867. Era casado com Severa Ferro, com quem teve cinco filhos: Antonio, Giorgio, Vittorio, Maria e Giuseppe. Giuseppe faleceu ainda jovem, com 19 anos de idade.

2.1 FAMÍLIA DE EMÍLIO

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filho de Emilio Nico e Severa Ferro. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Uma curiosidade contada por Alex Nico: “Catterina Colombo, esposa de Giorgio, filho de Emilio, era descendente de Cristóvão Colombo. Na festa dos 500 anos de descobrimento da América, Catterina recebeu o convite para participar da celebração. Havia documentos de que ela realmente era descendente de Colombo”.

Emilio faleceu no dia 20 fevereiro de 1956, com 88 anos de idade. Está sepultado com sua esposa, Severa, e seus filhos Giorgio e Antonio no cemitério de Nanto, situado ao lado da antiga igreja de Nanto, chamada Santa Maria Annunziata, na colina da comuna. Nela também Antonio Cesare Nico foi batizado e casou-se com Rosa Marchesin. Severa Ferro faleceu em 25 de abril de 1944, aos 77 anos de idade. Quando Emilio faleceu, sua esposa, Se vera, e seus filhos Giuseppe e Giorgio já haviam falecido.

Emilio Nico; sua esposa, Severa Ferro; a filha, Maria, e os filhos, Vittorio (direi ta) e Giorgio (esquerda). Foto: acervo de Luzia Nico e família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Emilio Nico. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Emilio Nico, irmão de Antonio Cesare e Olimpia. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.Antonio,

Cemitério de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Antiga igreja de Nanto, 2008. Foto: Cel so Luiz de Nanto. Jazigo de Severa, An tonio e Emilio Nico, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Emílio Nico e o filho Giorgio e a esposa dele, Catterina, com a família. Ao fundo, a Canônica de Nanto. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

CemitérioCaus.

Em resumo, Vittorio assim descreveu o casarão:

O italiano Vittorio Nico, neto de Emilio levou, em 1996, Luzia Nico, neta de Antonio Cesare, para ver esse casarão onde morou a família Nico, em Nanto, na Itália. A foto desse casarão é de julho de 1996, quando Luzia Nico visitou a família Nico.

NICO MOROU

Também sobre o casarão, assim me comentou Alex Nico:

Rosa nasceu numa comuna próxima, chamada Mossano. Mudou jovem com seus pais para Nanto. Ainda examinando os documentos de casamento de Cesare e Rosa, verifiquei que nele consta que eles se casaram em 21 de outubro de 1891. Pegaram o documento no cartório em 23 de outubro de 1891 e cinco dias depois de casados (em 26 de outubro de 1891) já estavam no porto de Gênova, embarcando para o Brasil, no navio Matteo Bruzzo. Foi tão rápido o embarque para o Brasil após o casamento que diziam que eles se casaram e, com o sino ainda batendo, se despediram e partiram para o Brasil. Por isso, não chegaram a morar em Nanto ou Castegnero depois de casados.

Na placa, estão escritos os seguintes dizeres (traduzidos): - Nico NasceuAntonioemCastegnero, em 08/06/1906, e faleceu em Dublin, Irlanda, em 16/02/1987

- Nico NasceuEmilioem02/05/1867 e faleceu em 20/02/1956

Vittorio Nico mostrando a Luzia o casarão onde morou a família Nico e Marchesin, em Nanto, Itália, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

- Ferro NasceuSeveraem16/02/1867 e faleceu em 25/04/1944

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Faço um comentário: examinando os documentos de casamento de Antonio Cesare Nico verifiquei que ele não morava em Nanto na época do casamento, e sim na colina entre Nanto e Castegnero. Quem morava no centro de Nanto na época do casamento e partida para o Brasil era sua esposa, Rosa Marchesin. Supõe-se que Rosa, na época do casamento, morava nesse casarão, o que reafirma o comentário de Alex. Também refor çam essa hipótese comentários que Rosa fazia para sua neta Deolinda (Nica) Nico, irmã de minha mãe, Alira, de que os bois dormiam debaixo da casa dela. Das poucas casas de Nanto, aquela era a que tinha dois andares, com espaço por baixo da casa para abrigar os animais do frio.

2.2.1 O casarão, um pouco de sua história

Outro fato é que, pela data dos documentos, Rosa não veio grávida para o Brasil. Ela se casou em 21 de outubro de 1891, chegou ao Brasil em 29 de novembro de 1891 e seu primeiro

Nela nasceu Antonio Cesare Nico. A casa não era sua. Ele morava com seus pais, mas não recordo o nome deles. Tudo na frente eram vinhedos. Produziam vinhos e trabalhavam como operários. O terreno perto da casa não era deles. Cesare partiu para o Brasil, depois foi sua irmã, Olimpia. Eles moravam na parte do meio, no segundo andar, onde se vê uma varandinha, uma sacadinha. Essa casa foi construída por volta de 1780. Antes, tinha uma velha e pequena casa. O casarão foi construído sobre essa pequena casa. Foram ampliando um piso, depois outro piso e o último foi por volta do ano 1800.

Rosa era de uma família que até estava bem na época, pelo menos quando ela era mais nova. Aquela casa grande e bonita em Nanto era da família de Rosa. Eles moravam em Nanto e quebraram, faliram. A família de Rosa perdeu tudo, ficou pobre. Cesare e Rosa se casaram. Cesare morava numa casinha subindo para o cemitério, como quem vai sentido ao cemitério por um quilômetro ou menos. Do lado esquerdo, tinha uma ruína. Vittorio chegou a me mos trar ruínas de pedras e contou que Cesare foi morar ali depois de casado. Eles ficaram morando alguns meses nessa casinha, mas, no mesmo ano que se casaram, 1891, vieram para o Brasil, e aí ela já veio grávida. Acho que deve ter ainda algum restinho de ruína dessa casa lá, subindo para o cemitério do lado esquerdo.

Um casarão em Nanto, construído provavelmente em 1780, une as famílias Nico e Marche sin de forma surpreendente antes mesmo do casamento de Cesare e Rosa. É que as duas fa mílias viveram nele em épocas diferentes, compartilhando do mesmo lar que atualmente é um patrimônio histórico e está sendo restaurado.

2.2 CASAS ONDE A FAMÍLIA

Carmela Nico e seu esposo, Luigi Casarotto, com Celso e sua esposa, Eliana, 2008. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Outro esclarecimento que faço, após pesquisa documental, é que os pais de Cesare, Emi lio e Olimpia se chamavam Giovanni Nico e Maria Lucchetta e o avô dos três se chamava Antonio. Verifica-se na certidão que Giovanni Nico já morava em Nanto quando se casou, em 13 de novembro de 1958, com Maria Lucchetta, em Castegnero. Como Cesare nasceu em Nanto, em 1862, esse fato fortalece a hipótese de que o casarão contou primeiramente com a presença dos Nico.

Casarão onde moraram as fa mílias Nico e Marchesin, 2012. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Já quando Cesare se casou, ele, os irmãos e a mãe (seu pai, Giovanni, já era falecido) estavam morando nas colinas de Nanto e Castegnero, enquanto Rosa vivia em Nanto. Na época do casamento, a família de Rosa é que estava no casarão. Ou seja, primeiro moraram nele os Nico e depois, os Marchesin, de Rosa.

Tirei essa foto em 2012, na terceira viagem que fiz à Itália, inclusive à região dos Nico. Loretta Nico Casarotto, sempre me deu toda atenção nas vezes em que lá estive, me mos trando e explicando fatos e pontos históricos ligados aos nossos Nico italianos, notadamen te os irmãos Antonio Cesare, Emilio e Olimpia, filhos de Giovanni Nico e Maria Lucchetta.

Olhando para a foto a seguir, na direção da chaminé, vê-se ao fundo, na montanha da co lina de Nanto e Castegnero, uma casinha branca. Ao lado dessa casa, existe uma outra, da qual se vê apenas o telhado. É nela que morava a família Nico. Antonio Cesare, quando casou-se com Rosa, morava naquela casa (consta na certidão de casamento que Antonio Cesare morava em Castagnero).

2.2.2 Casa onde morou a família Nico nas colinas entre Nanto e Castegnero

Atualmente, o casarão é uma propriedade particular e faz parte do patrimônio históri co. O visitei duas vezes, em 2008 e 2012. Estava sendo restaurado. Na placa de entrada consta o nome “Villa Lucchetta Ranzolin – Sec XVI-XVII”. Coincidência ou não, a mãe de Antonio Cesare Nico se chamava Maria Lucchetta.

filho nasceu em 24 de setembro de 1992. A criança, de nome Primo Nico, nasceu, portanto, 11 meses depois do casamento e 10 meses depois que eles chegaram ao Brasil.

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Interessante registrar que o nome de Antonio Cesare Nico foi herdado de seu avô An tonio. Era um costume italiano colocar nome dos avôs nos netos. Para não confundir com o nome do avô, ele passou ser chamado de Cesare.

Na minha primeira viagem à Itália, em 2008, um dos momentos mais emocionantes foi quando estávamos em frente ao casarão onde moraram as famílias Nico e, depois, a de Rosa Marchesin. Loretta, com seus pais, Carmela Nico e Luigi Casarotto, nos brindaram com as informações dessa região onde nasceram nossos Nico. Observa-se que o casarão, em 2008, se apresentava num estado melhor que em 1991 e 1996, quando nele estiveram Alex e, depois, Luzia Nico. É que estava sendo restaurado.

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Antiga casa onde morou a família Nico nas colinas de Nanto e Castegnero. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Casarão dos Nico à esquerda e casa dos Nico ao lado da branca nas colinas. Igreja antiga de Nanto à direita, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Casa dos Nico, nas colinas de Nanto e Castegnero. À direita, Emilio e, atrás, sua esposa, Severa, com a família. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Na visita que fiz a Nanto e Castegnero em 2008, Carmela Nico me informou que essa casa nas colinas de Nanto e Castegnero, perto da gruta de pedras, era dos Nico, onde mo rava também Antonio Cesare antes de casar e partir para o Brasil.

Outra vista anti ga da casa onde morou a família Nico, nas coli nas de Nanto e Castegnero. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Antonio Cesare, quando se casou com Rosa, em 1891, morava naquela casa (consta na certidão de casamento que Antonio Cesare morava em Castagnero). No quinto dia após o casamento, Antonio Cesare e a esposa, Rosa Marchesin, bem como os pais de Rosa e um irmão com a esposa e o filho já estavam em Gênova, a cerca de 300 quilômetros de Nanto, embarcando para o Brasil. Quando Antonio Cesare partiu para o Brasil, em 1891, ele tinha 29 anos de idade e seus irmãos Emilio e Olimpia, 23 e 18. Nessa data da partida, sua mãe estava viva, mas seu pai, Giovanni, já havia falecido.

Olhando para montanha de Nanto e Castegnero vê-se outra casa dos Nico próximo das ocas de pedra, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Observa-se na foto a seguir, no canto esquerdo, o casarão, em Nanto, onde morou pri meiro a família Nico e, depois, a família Marchesin. Ao fundo, nas montanhas de Nanto e Castegnero, vê-se uma casinha branca. Ao lado direito dela, na direção das grutas de pedra, existe uma outra casa, da qual se vê apenas a ponta do telhado. É onde moravam Giovanni Nico; a esposa, Maria Lucchetta, e os filhos, Antonio Cesare, Emilio e Olimpia.

Após casar-se com Angelo Bastianello, Olimpia morou em outra casa, na colina de Nanto, na subida ao lado direito, pouco antes de chegar na antiga igreja. Nela nasceram os filhos Ma ria e Giuseppe (Beppe). Os demais nasceram no Brasil. Atualmente, essa casa está restau rada e ampliada, mas com a estrutura da casa antiga mantida, o que é muito importante do ponto de vista histórico.

Essa é a mesma casa dos Nico, à direita na foto de Nanto antiga, tirada em outro mo mento. As pessoas em frente são da família Nico. O casal em pé à da direita aparenta ser Emilio Nico e a esposa, Severa Ferro. Do lado esquerdo, estão o o filho Giorgio com esposa, Catterina Colombo.

Antiga casa da fa mília de Emilio Nico, em Nanto. Emilio com a família ao lado da casa. Foto: acervo da família de Carmela Nico.

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Fato histórico ocorreu em 1991, nessa casa, no bar de Vittorio, onde foi realizado um encontro de descendentes dos Nico. Foi quando Alex Nico chegou a Nanto, vindo do Brasil, 100 anos depois da partida de Antonio Cesare, para buscar na igreja o batistério de Anto nio Cesare Nico, seu bisavô.

2.2.3 Retorno de Emilio Nico para morar no centro de Nanto antiga

2.2.4 Casa onde morou a família de Olimpia Nico

A casa à direita ainda hoje é da família Nico. Ao fundo, no meio da foto, está a casa canônica pertencente à igreja católica. Nela, em 1991, Alex Nico obteve com o padre Don Giovanni a certidão de batismo de Antonio Cesare Nico. Acima, à direita, vê-se a igreja ca tólica, que foi concluída em 1897 e que, portanto, não existia quando Antonio Cesare Nico veio para o Brasil, em 1891.

Nanto antiga. Casa dos Nico à direita, abaixo. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Olimpia teve a oportunidade de conhecer a igreja nova, pois partiu em 1897. A igreja an tiga, do século XV, está situada mais acima, na direção da colina onde foi batizado e casou Antonio Cesare e perto de onde estava uma das casas onde morou a família Nico.

Antiga casa da famí lia de Emilio Nico, em Nanto. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Vista da casa de Olimpia Nico e seu esposo, Angelo Bastianello, com antiga igreja de Nanto ao fundo, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

A pessoa na porta lateral é Catterina Colombo, esposa de Giorgio e nora de Emílio Nico.

2.3 IRMÃ DE ROSA MARCHESIN PERMANECE NA ITÁLIA

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A foto da família de Maria Luigia estava na casa de Gaetano Nico, que casou-se e conti nuou morando com os pais, Rosa e Antonio Cesare, até o falecimento deles. Esse fato justi fica essa e várias outras fotos que ficaram no acervo da família de Gaetano.

No atestado de óbito de Giovanni Marchesin consta que tinha como filhos Maria Lui gia, Vittorio e Rosa. A diferença de idade de Maria Luigia para Rosa era de quase 10 anos e para Vittorio, de três anos.

Outro registro importante é que Rosa tinha outra irmã, de nome Luigia Maria. Era a mais velha e casada, o que deve ter sido decisivo para ela não vir para o Brasil. Assim, Luigia Maria Marchesin ficou na Itália, enquanto Rosa; seu esposo, Cesare; seus pais, e a família de seu irmão vieram para o Brasil.

Permanece na Itália a família de Luigia Maria Marchesin, irmã de Rosa. Foto: acervo da família de Gaetano Nico.

Na Operação Barbarossa, na invasão da Rússia, durante a Segundo Guerra Mundial, um Nico foi lutar pelo exército italiano e alemão e não voltou nunca mais, o que fez com que todos tirassem a conclusão de que ele havia morrido lutando. Esse Nico, segundo apurei, era Gino, filho de Maria Nico e Olinto Dal Lago. Maria era filha de Emilio, e este ainda es tava vivo quando recebeu essa triste notícia.

2.4 NETO DE EMILIO NICO MORRE NA RÚSSIA EM COMBATE NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Além de Gino, falecido na Guerra, Maria Nico e Olinto Dal Lago tiveram os filhos Pri mo, Rosalia, Bertilla, Rina, Fernanda e Giuseppe.

3

Olimpia Nico Angelo Bastianello

Antonio Cesare Nico Rosa Marchesin

GENEALÓGICA DOS DESCENDENTES DE ANTONIO NICO SeveraEmilioAntonioNicoNicoFerro

ÁRVORE

Giovanni Nico Maria Lucchetta

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Olimpia Nico, irmã de Antonio Cesare, casada com Angelo Bastianello, também veio para o Espírito Santo, Brasil, vinda da Itália, em 1897. Foram também para perto de onde estava seu irmão Antonio Cesare.

A

4.1 INTRODUÇÃO

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ntonio Cesare Nico, mais conhecido como Cesare, chegou ao Espírito San to, Brasil, com sua esposa, Rosa Marchesin, vindo da Itália, no ano de 1891. No mesmo navio, também vieram os pais de Rosa, Giovanni Marchesin e Regina Girardi, e a família do irmão de Rosa, Vitorio Marchesin – a espo sa, Maria Fazolato, e o filho, Clemente, de três anos. Foram para a região que hoje é o município de Alfredo Chaves, Espírito Santo.

Nem todos italianos que chegavam ao Brasil sabiam ler e escrever, mas Olimpia sa bia e era dona de uma caligrafia bonita. Por causa dessa habilidade, ela ficou responsável por escrever e receber as notícias de seu irmão Emilio Nico, que tinha ficado na Itália. Em capítulos seguintes veremos cartas escritas por Olimpia, correspondências nas quais ela também dava notícias de Antonio Cesare Nico.

ALEX REENCONTRA OS NICO NA ITÁLIA 100 ANOS DEPOIS DA PARTIDA DE ANTONIO CESARE

Comecei a entrevista dizendo que Alex iria nos contar como ele chegou na Itália e como redescobriu os Nico. Disse ainda que se nós visitamos os Nico na Itália foi graças a ele, que abriu os contatos. Logo, perguntei se ele já tinha trabalhado lá, se foi direto para ficar ou se foi tirar cidadania italiana.

Inclusive, um dos fatores que tornou possível este livro e me motivou a escrevê-lo foi a redescoberta, por Alex, dos Nico na Itália. Depois disso, eu também estive na Itália três vezes. Aproveitei e fui até a região de nossos antepassados. Fui muito bem recebido pelos parentes Nico e fiquei emocionado com o que eles me mostraram. Isso me enco rajou ainda mais a escrever este livro.

Carimbo de Nanto. Foto: acervo de Alex Nico. Carimbo de Nanto no Certificado de Casamento de Antonio Cesare Nico. Foto: acervo de Alex Nico.

O tempo passou, Olimpia faleceu e também faleceram alguns Nico mais antigos na Itália. Assim, caiu no esquecimento, por cerca de 50 anos, a ligação entre as famílias Nico do Brasil e da Itália. Veremos ao longo deste capítulo, entretanto, como esse contato foi restabelecido.

Antonio, um dos filhos de Emilio Nico, veio a passeio ao Brasil por volta de 1980. Es teve em São Paulo e procurou no Consulado Italiano pelo paradeiro da família Nico, mas nada encontrou. Tinha informação de que a localidade onde morava Olimpia era Claros Dias, e achava que ficava no estado de São Paulo. Acontece que Claros Dias não existe em São Paulo, mas sim no Espírito Santo, onde morava Olimpia. Até hoje, é um pequeno po voado, pertencente ao município de Vargem Alta, e, na época, nem aparecia nos mapas.

Essa história é contada a seguir, pelo próprio Alex, numa entrevista que fiz com ele, em outros contatos telefônicos e por meio de informações que ele mesmo me enviou.

Levei um papel daqui que tinha um carimbo escrito Nanto. Um papel antigo que consegui com tio Gaetano, no Córrego da Conquista, Minas Gerais, que era do casamento ou batiza do de Antonio Cesare. Nele tinha um carimbo de Nanto, da Itália, só que no mapa que levei, não achei. Então procurei lá em outro mapa, melhor, e encontrei.

Presentes: Alex Nico e sua irmã Terezinha Nico, Celso, Eliana B. Caus, Antonio Caus, Alira Nico Caus e Gilmar Caus. Local: Casa de Celso Luiz Caus (Vila Velha, Espírito Santo)

LUIZ CAUS COM ALEX NICO

Entrevista com Alex, 2008. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

(AGOSTO DE 2008)

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Me deu vontade, comprei a passagem e fui passear, trabalhar, passar um tempo. Tinha um amigo meu, brasileiro (Lenilson), que conhecia a Itália. Ele foi como intérprete, já que havia apenas um mês que eu estava na Itália.

O contato de Olimpia com seu irmão Emilio, que ficou na Itália, manteve-se por mais de 40 anos, e só foi interrompido quando Olimpia faleceu, em 1941, em Claros Dias, hoje município de Vargem Alta. Mesmo com a mudança de Antonio Cesare para Minas Ge rais, em 1928, Olimpia tinha informações do irmão por meio de Vitorio Nico, filho de Antonio Cesare, que sempre frequentava sua casa em Claros Dias.

Finalmente, coube a Alex Nico, filho de Josias, neto de Jorge Nico e bisneto de Anto nio Cesare, redescobrir os Nico na Itália. Esse acontecimento ocorreu no ano de 1991, ou seja, 100 anos depois da chegada de Antonio Cesar Nico ao Brasil, em 1891.

4.2 ENTREVISTA DE CELSO

Tudo começou com a apresentação desse documento com o carimbo de Nanto. Fui com esse meu amigo, em agosto, um calor forte. Chegamos na igreja, estava fechada e esperamos. Então, fomos na comuna, na prefeitura, na chegada, perto da ponte e ali consegui o casamento do Antonio Cesare.

Um calor infernal, fui num bar, estava lá um carecão, italianão, e era o Vittorio Nico. Na quela época, tinha uma guerra na Albânia e eles não gostavam dos albaneses que fugiam para lá. Cheguei lá, eu não falava italiano, e ele achou que eu fosse albanês. Eu pedia água, e ele não entendia. Ele pegou um copinho, eu bebi e pedi mais água e ele, meio grosseiro, com raiva, pe gou uma garrafa e colocou em cima do balcão. Bebi, paguei e fui embora para a igreja, que já estava aberta. Falei com o padre, que achou os dados do Antonio Cesare. Ele datilografou e me entregou o batistério e casamento do Cesare. Descendo a escada, o padre (Don Giovanni) me falou que aquele bar era dos Nico (bar do Vittorio). Meu amigo falou para irmos lá, eu disse que não, mas acabei concordando e fomos.

“É que este é um Nico do Brasil”, apontando para mim.

“Por quê?” Respondeu Vittorio.

Dia do encontro com os Nico, em 1991, em Nanto, no bar e casa da família de Vittorio Nico: Catterina, esposa de Giorgio Nico; Paolo, filho do Carino; Vittorio, filho de Catterina; Alex, com filho do Carino no colo; Carino, filho de Catterina, e Loreta, esposa de Carino. Foto: acervo de Alex Nico.

Casa de Giorgio Nico, em Nanto, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

O italiano esboçou estranheza e me pediu um documento. Mostrei meu passaporte e nesse momento ele começou a modificar um pouco seu semblante de desconfiado. Mostrei também os documentos de nascimento e casamento do Cesare que eu fui buscar. Juntou aquele monte de papel e foi lá para dentro. Começou uma gritaria danada lá na cozinha. Falei com meu ami go: “viu, deu merda”. Mas aí foi chegando gente, a mãe do Vittorio Nico (Catterina), que ainda estava viva, chegou chorando. Chegou a irmã dele, a Carmela, o irmão Carino com esposa e filhos. Todo mundo chorando. Tirei uma foto.

Vittorio falou que Antonio, tio dele, esteve no Brasil procurando os parentes Nico, mas ele foi para São Paulo, e não encontrou, não sabia que estavam no Espírito Santo. Eles tinham uma carta dos Nico, do passado, mas não tinham o endereço. Eu falei que voltaria quando falasse italiano. Dois meses e meio depois, mais ou menos, eu voltei, fiquei várias semanas e aí Vittorio virou meu irmão.

Padre Don Giovan ni, com Alex Nico, em 1991, em Nanto, no momento em que encontrou o regis tro de nascimento de Antonio Cesare Nico. Foto: acervo de Alex Nico.

Os alemães, na Segunda Guerra Mundial, dormiram muito tempo onde era o bar do Vittorio Nico. Inclusive, na operação Barbarossa, na invasão da Rússia, na Segunda Guerra Mundial, um Nico, parente de Vittorio, foi com o exército alemão e não voltou nunca mais, morreu lá.

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Com medo, meu amigo falou pra ele que muitos anos atrás uns parentes Nico foram para o “Sim,Brasil.edaí?” Indagou Vittorio.

Fui a primeira vez à Itália com 21 anos. Com 23, fui para o exército Italiano. Eu já tinha ser vido o exército brasileiro. Na Itália, eu servi em Pisa. Depois que eu servi, descobri que Pisa foi também base dos brasileiros na Segunda Guerra.

Voltamos no bar e lá e estava de novo o italianão Vittorio. Pedimos água e perguntamos se o bar era dos Nico, se ele era Nico.

Alex gentilmente fez uma gravação em áudio para mim, em 9 de junho de 2019, con tando o seguinte:

4.3 O REENCONTRO NOTICIADO NO JORNAL DE VICENZA, ITÁLIA

O casarão era dos Machesin. Eles eram bem de vida, mas quebraram na recessão. Praticamente todo mundo quebrou, me dizia o italiano Vittorio.

Interrompi Alex para mostrar toda a documentação de vinda ao Brasil do Cesare e da sua irmã, Olimpia Nico, casada com An gelo Bastianello.

Casarão em Nanto, onde morou a fa mília Nico e depois a Marchesin, 1991. Foto: acervo de Alex Nico.

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4.4.1 A decisão de ir para a Itália e o reencontro

Cheguei em Milão, entrei nesse carro e tinha um contato em Treviso, de um conhecido de um amigo meu de Vitória. Peguei a autoestrada, sem saber falar nada e pensei que durante três dias moraria dentro daquele carrinho. Era tipo um Uno, um carrinho popular.

Em 1991, do nada, me deu vontade de ir para a Itália. Queria morar em outro país, e me veio a vontade de ir para Itália, pela questão de nossa origem, da qual eu ouvia falar o tempo todo. Eu não sabia falar nem uma palavra em italiano. Comprei uma passagem para Milão e aluguei um carro para três dias.

No terceiro dia, renovei o aluguel do carro para mais três dias para a gente ir a Nanto, e o Lenilson foi junto porque ele falava italiano, e eu não. Fomos para Nanto ver se eu achava algum documento de origem. Chegamos em Nanto num dia muito quente, mês de julho, muito calor. Fomos na comuna e realmente encontrei um documento que era o casamento do Cesare. Daí fomos para a paróquia, que estava fechada, era hora de almoço e abria às duas da tarde. Nesse meio tempo que estava fechada, fomos no único bar de Nanto, e lá tinha o tal Vittorio Nico com mais dois clientes.

Fui para Treviso, e esse meu amigo (Mario era o nome dele) estava me aguardando. De lá fomos para a localidade de Cornuda, próximo a Monte Belluno. Nesse lugar, fiquei uns dias rodando com esse carro e lá conheci o Lenilson também.

4.4 RESUMO DOS PRINCIPAIS FATOS CRONOLÓGICOS DE ALEX NA ITÁLIA

Sem certidão de nascimento do italiano, não se tira a cidadania. Eu cheguei lá na Itá lia, exatamente 100 anos depois da partida de nosso bisnono Cesare Nico. Fiquei lá aproxi madamente três anos. O Vittorio é da geração de nosso pai, e a Loreta, filha da Carmela Nico, é da nossa geração.

Jornal italiano de Vicenza. “A epopeia dos Nico que começou há 100 anos em Nanto”. Foto: acer vo de Alex Nico.

Alex: Lá fazia muito frio. Na casa do Vittorio, o assoalho era de tábua grossa, e o vento en trava pelas gretas. Não tinha aquecedor. A mãe dele chegou com uma bacia de brasa e colocou debaixo da minha cama. Funciona, esquenta mesmo. E às seis horas da manhã o sino da igreja tocando? Lá, de hora em hora o sino bate. Me dá uma saudade.

Jornal italiano de Vicenza. Alex, depois de 100 anos, reencontra os Nico. Foto: acervo de Alex Nico.

Quando eu aluguei o carro na locadora, veio um mapa de estradas da Itália. Eu levei a cópia daquela carta que tinha o tal do carimbo com nome de Nanto. Nós olhamos aquela carta e o meu amigo Lenilson lembrou de Nanto e disse pra gente procurar. Procuramos, procuramos... E não é que naquele mapa da locadora tinha Nanto? Depois eu olhei vários mapas, e é difícil en contrar Nanto. Não é qualquer mapa que tem Nanto, mas, por sorte, aquele da locadora tinha.

Eu pedi água e ele me deu um copinho, bebi numa golada só e fiz sinal para ele que eu que ria mais. Depois, ele me explicou que na hora ficou aborrecido porque pensou que eu fosse um albanês. Naquela época, eles estavam invadindo a Itália, pois estavam fugindo da guerra, com muitos imigrantes ilegais. Colocou a garrafa e disse asperamente: “beba à vontade”. Paguei e fui para a igreja. Achei o padre lá, o da foto, o tal Don Giovanni, o pároco daquela comunidade.

Naquela época, muita gente ia embora da Itália levando herança da família. Muitos des cendentes chegam lá, a pessoa fica brava, nervosa, manda embora, fica pensando que voltou lá para buscar herança ou foi embora porque roubou da família e volta agora atrás de herança porque é da família. Então, nem sempre é bem visto o retorno de uma pessoa que foi embora há muitos

Lenilsonanos.falou

Depois do encontro com os Nico, voltei para Cornuda. Um dia, eu não sabia o que fazer, de pois de uns 15 dias lá, liguei para Orazio. Ele falou que estava indo no dia seguinte para Roma passear com o primo e me chamou. “Pega o trem, que amanhã, tal hora, vamos passar em Pá dova.” Sabe essas coisas que não têm lógica?

Continuando o áudio, Alex afirmou:

Ele pediu os documentos e mostrei o passaporte, ele confirmou mesmo. Aquela foto que ti ramos no balcão foi naquele dia. Foi muito emocionante, nós choramos e eu não consigo até hoje falar nisso.

4.4.2 O encontro de Alex com padre Orazio e a estadia no Vaticano

assim: “vamos, deixa comigo, vou tocar no assunto e perguntar para ele se eles tiveram parentes que foram embora para o Brasil há muitos anos. Se eu vir que eles ficam bravos, a gente disfarça e vai embora. Se demonstrarem simpatia, algo positivo, a gente fala que você é um Nico”.

Ele procurou naquele livrão grandão original e estava lá certinho. Aquele padre que está na foto procurou e achou. Então, peguei o documento que ele fez para mim, tudo certinho. E na hora que eu estava quase saindo, ele mesmo falou: “olha, aquele bar ali é de um Nico, há mui tos anos que é de Nico, uma família daqui e eles ainda tocam aquele bar ali, é dos Nico”. Aí nós saímos e eu disse para o Lenilson: “e agora?”.

Orazio era um padre missionário na favela da Mangueira, no Rio de Janeiro, contou Alex.

Embarcamos para Milão. Ele falou que o primo dele estava aguardando. Chegamos em Milão, no aeroporto, e lá eu conheci o primo dele, o Orazio, que é o padre. Nem aparentava ser padre, um cara novo. Então, Orazio me deu o telefone dele e me disse para ligar para ele para darmos um passeio na Itália, porque eles estavam indo para Roma. Peguei o telefone do Orazio, peguei o carro que aluguei e fui para Treviso.

Veja bem como são as coisas. Quando eu estava indo para a Itália, no avião, eu não sabia que ia ter escala e nós pousaríamos em Amsterdã, na Holanda. Imagina eu, a primeira vez que saí do Brasil, não sabia falar língua nenhuma. Cheguei para trocar de avião, em Amsterdã, perdido naquele aeroporto e aí vi um brasileiro conversando, na mesma situação que eu, pe gando uma escala para Milão. Ficamos juntos ali, começamos a conversar, ele já se virava um pouquinho, era médico e estava indo passear na Itália também, em uns parentes.

À noite, saímos com um professor de história, o Alberto Trevisiou. Ele era padre e professor de história na Faculdade de Roma. Fomos andando naquelas ruazinhas de Roma e ele falando, expli cando e o Orazio traduzindo para mim. Aquilo foi uma coisa que eu sabia que nunca mais eu teria aquilo, nunca mais. Do nada, fiquei uma semana hospedado no Vaticano. Depois, voltei para a comunidade de Cornuda novamente.

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Desculpe, Celso, até hoje é muito forte. Conversamos muito ali, foi aquela farra. Falei para o Lenilson: “fala para eles que eu volto quando eu consegui falar italiano, podem ficar tranquilos que eu volto”. Falei que estava na região de Cornuda e tal e assim nós fizemos. Tiramos aque la foto e fomos embora. Voltei para comunidade de Cornuda, entreguei o carro, arrumei um serviço lá e fui trabalhar um tempo. Trabalhei pouco mais de duas semanas e assim fiquei ali.

Nesse momento, Alex parou o áudio e chorou.

Chegamos no bar de novo, pedi outra água e aí o Vittorio colocou de novo uma garrafa em cima do balcão. O Lenilson entrou no assunto e perguntou se, no passado, eles tiveram algum parente que foi embora para o Brasil. Vi que o Vittorio se espantou e fez aquele ar de surpresa, de espanto. Eu até fiquei receoso – “pronto, olha a confusão feita”. E o Vittorio respondeu, com aquele jeitão dele: “sim, sim.. muitos anos, mas nós perdemos o contato, tentamos encontrar os Nico lá, mas não encontramos”.

Padre Orazio Anselmi, que ajudou Alex em sua chegada na Itália, 1991. Foto: acervo de Alex Nico.

Peguei o trem tal hora e encontrei com eles em Pádova. De lá, nós fomos para Roma e ele falou que eu não me preocupasse em pagar hotel. Rapaz, eu nem sabia que ele era padre, ele não tinha me falado. Ele tinha conseguido num hotel de trânsito do Vaticano três hospedagens, uma para o primo dele, uma para ele e uma para mim. Eu fiquei uma semana hospedado no Vaticano de graça.

O Lenilson, com calma, apontou a mão para mim e disse para ele: “este aqui é um Nico que acabou de chegar do Brasil procurando os parentes para reatar os contatos”. O Vittorio come çou uma gritaria: ‘”mama mia, non è possibile”. Abriu a porta de trás e começou a chamar gente. Não tinha ninguém, mas apareceram, sei lá, umas 10 pessoas, até amigos dele que estavam lá fora. Aquele barulhão, mas muito legal.

Padre Orazio na sua Paróquia do Santuário Della Madonna Delle Grazie, em Villa Nova D'Asti, Itália. Foto: acervo de Alex Nico.

Alex assim me relatou em 24 de março de 2019: Fiquei sabendo há pouco tempo que me tornei um herói de guerra. Depois que o processo sobre a batalha foi concluído, fui condecorado com a medalha de bronze do exército italiano. Fiquei muito feliz. Agora consegui colocar meu nome no Wikipedia.

4.4.4 Servindo no exército italiano em Pisa e participando da tropa de intervenção da ONU na Somália

4.4.5 Alexander (Alex) Jesus Nico é condecorado com medalha do exército italiano

Padre Orazio Anselmi recebido pelo Papa Francis co. Foto enviada em 2020. Foto: acervo de Alex Nico.

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Quando eu fui chamado, o Vittorio me ligou. Eu tinha colocado o endereço do Vittorio no alis tamento militar. Ele disse que era para eu me apresentar em maio de 1993. Fui e fiquei mais ou menos um mês com Vittorio ainda. Me apresentei e comecei a servir em Pisa, na brigada para quedista. Servi em Pisa, fiz o curso e passei logo para cabo. Quatro meses que eu estava em Pisa, fui mandado para a Somália, com a Tropa de Intervenção da Organização das Nações Unidas (UNU). Fiquei na Somália praticamente nove meses, voltei para a Itália e dei baixa para voltar ao Brasil. Minha intenção era de servir até em outros exércitos, mas quando cheguei no Brasil, acabei engrenando um trabalho com meu irmão. Montamos uma firma e resolvi ficar no Brasil.

4.4.3 Em Mantova, ajuda da família Anselmi

Família Anselmi: Silvano, Marisa, Diego e Alessio. Foto enviada em 2020. Foto: acervo de Alex Nico.

Quando cheguei à Itália, fui imensamente ajudado pela família Anselmi, de Mantova. Sil vano e Marisa foram como pais para mim. Tanto que minha cidadania foi feita em Mantova. Os filhos deles eram Diego e Alessio.

Em Mantova dei entrada na documentação da minha cidadania. Hoje, sou cidadão italia no, residente em Mantova, Trabalhei de pizzaiolo, ajudante de pedreiro, motorista particular, na Mercedes do Silvano, rodei a Itália toda como motorista particular e de caminhão. Fiquei um ano e pouco lá, me alistei no exército e voltei para o Brasil, para passar uns meses até ser chamado para poder me apresentar.

Nessa viagem com Orazio, ele me falou que o irmão dele tinha uma empresa de entrega rápida em Mantova. Então, depois que voltei para Cornuda, liguei para ele, ele me chamou e acabou que fui para Mantova. Arrumei serviço lá e fiquei morando um período com o Silvano, com a Marisa e seus dois filhos. Eu trabalhei com Silvano por um tempo e depois fui trabalhar como pizzaiolo. Fiquei morando em Mantova e depois de três meses eu voltei para Nanto. Foi quando estreitei amizade com os Nico, conseguimos conversar bem, sempre ia lá passar final de semana com eles. Nunca morei com eles , para evitar aquela impressão de incômodo, de se aproveitar por ser parente. Sempre fiquei com Vittorio, que morava sozinho e sempre dava uma mão para ele ali no negócio dele. Ficava dois , três dias, uma semana e voltava, porque eu morava mesmo em Mantova.

Sobre a família Anselmi, Alex disse:

Alex Nico no Wikipedia. Guerra Civil na Somália. Foto: acervo de Alex Nico.

Alex Nico no exército italia no. Foto: acervo de Alex Nico.

Alex no exército italiano, sendo condecorado na Somália. Foto: acervo de Alex Nico.

Alex Nico e colegas em combate na Somália. Foto: acervo de Alex Nico.

Militar Alex Nico em combate na Somália. Foto: acervo de Alex Nico.

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Alex é condecorado pelo exército ita liano em combate na Somália. Foto: acervo de Alex Nico.

Retorno de Alex Nico da Guerra Civil na So mália. Foto: acervo de Alex Nico

Se nós tivéssemos ido no helicóptero, talvez ele tivesse vivido. Tudo isso foi à noite, por volta das 19h30. O apelido de Visioli era “Gigante de coração grande”. Ele era bem grande. O sonho de Riguetti era conhecer a América do Sul, em especial o Brasil. Tínhamos combinado que ele viria me visitar depois que tudo acabasse. Os nomes completos deles eram Rossano Visioli e Giorgio Righetti.

Condecoração por ato de bravura em combate é a condecoração máxima que um praça pode receber. Esse evento foi em 1993, quando os militares Righetti e Visioli foram mortos. Não deixamos que os somalis pegassem seus corpos. Seria uma espécie de troféu e mercadoria de barganha para eles.

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Eu ajudei embarcar os caixões em Mogadiscio, na Somália. Sempre quis fazer contato com as famílias deles, mas nunca tive iniciativa. Não existia internet na época. Um dia tentarei des cobrir. Sei que são do norte da Itália. Eu disse para Alex que seria interessante enviar um exemplar deste livro para cada uma das famílias.

Militares Righetti (à esquerda) e Visioli (à direita). Foto: acervo de Alex Nico.

Éramos quatro contra vários somalis. Mesmo contra as ordens do meu sargento, consegui chegar a poucos metros deles e joguei todas as granadas que eu tinha atrás daquele muro e na quele buraco. Pronto, resolvido. Levamos os militares para um local mais seguro e mantivemos Visioli vivo com respiração boca a boca e massagem por cerca de uns 20 minutos. O helicóptero chegou e os levou, mas ele veio a falecer no helicóptero. Riguetti teve morte instantânea, tiro na cabeça. Visioli teve o pulmão perfurado, por isso resistiu enquanto estava sendo ventilado na respiração boca a boca.

Corpo de um soldado sendo pisoteado. Foto: acervo de Alex Nico.

4.4.6 Os horrores da guerra

4.5 MENSAGENS DO ITALIANO VITTORIO NICO NOS SONHOS DE ALEX

Alex continuou:

4.5.1 Primeiro sonho: visão e morte de Vittorio

Chegada dos corpos dos militares a Pisa, Itália. Foto: acervo de Alex Nico.

O desejo do Vittorio era conhecer a Amazônia, tanto que antes dele morrer, eu conversei com ele e falei que se ele melhorasse um pouco ele viria. Ainda brinquei que morrer lá ou aqui

Alex descreveu assim:

Isso é que acontecia quando pegavam um militar da ONU. Esse aí é um americano, piloto de um helicóptero que foi abatido. Eu vi dois helicópteros sendo derrubados naquela tarde. Foi esse combate que inspi rou o filme “Falcão negro em perigo”. Fiquei nove meses naquele inferno, e foi um dos sonhos da minha vida realizado.

Eu estava trabalhando abrindo uma estrada no fundo da Amazônia, na minha primeira terra lá, uns 50 quilômetros mato adentro, num lugar muito isolado. Gastei um mês para chegar num barraquinho só para conseguir armar um barraco para começar a trabalhar. E aí, de madru gada, o Vittorio em pé ao lado da minha rede. Eu vi que ele estava me olhando. No outro dia de madrugada, o mesmo sonho: o Vittorio ali em pé, ao lado da minha rede. Ele sorriu, eu sentei na rede e ele sumiu.

seria a mesma coisa. Ele falou que viria, só que ele não melhorou mais. Ele queria vir para a Amazônia, sempre foi o sonho dele.

De repente, ele sumiu. Cadê que dormi mais? Fui para a sala e fiquei lá. Quando a Daiane levantou, falei com ela que havia sonhado muito com o Vittorio, mas que não tinha entendido muito bem o sonho. Diz ela que sonhou uma coisa estranha também naquela noite. Naquele mesmo dia, ela foi fazer o exame de urina e deu positivo, ela estava grávida. Quer dizer, ele veio me avisar. Ele foi muito marcante na minha vida.

Quando eu cheguei em casa, recebi um recado, e já perguntei se era do Vittorio. Disseram que sim, que ele havia falecido, mas eu já sabia, porque ele foi duas vezes de madrugadas me visitar. Até hoje nunca mais sonhei com Vittorio.

Antonino Nico (Irlanda), Vittorio Nico e Alex Nico. Foto: acervo de Alex Nico.

O italiano Vittorio Nico, neto de Emilio Nico, que era irmão de Cesare. Foto: acervo de Alex Nico.

Um dia, quase amanhecendo, de madrugadinha, eu comecei a sonhar que chegava um car teiro para fazer a entrega de uma encomenda, mas, quando eu olhei, era o Vittorio. Ele sorriu e falou para mim, me lembro bem disso: “eu vim te fazer uma entrega muito especial”. Foi um sonho muito forte. De repente, ele em pé na frente da minha cama, e eu deitado. Eu acordei e ele em pé lá. Pensei comigo: “eu tenho que acordar; se acordar, o sonho tem que acabar; eu es tou acordado e vendo o Vittorio”.

Falecimento do italiano Vittorio Nico. Foto: acer vo de Alex Nico.

Alex Nico, com Daiane e filhas, Vittoria e Bianca. Foto: acervo de Alex Nico.

Esta foi uma das coisas mais marcantes do Vittorio comigo. A gente estava morando em Ouro Preto de Rondônia e a Daiane resolveu engravidar. Ela parou de tomar remédio e começamos a tentar. E, assim, no mesmo mês que ela começou fazer exame para engravidar, já começou a passar mal. Foi no médico, e ele disse que ela estava com um fungo no estômago. Começou a tomar um remédio forte para o fungo.

4.5.2 Segundo sonho: gravidez da esposa

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CONHECENDO A REGIÃO DOS NICO NA ITÁLIA

LUIZ CAUS (JUNHO DE 2008)

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5.1 A PRIMEIRA VIAGEM DE CELSO

onhecer a região dos antepassados sempre foi o sonho de qualquer descendente de imigrante italiano. A oportunidade surgiu quan do estive na Itália para apresentação de um trabalho no Simpósio Internacional de Engenharia Sanitária e Ambiental, na cidade de Firenze, em Florença, na Toscana. Tratava-se de um estudo com o título “Bacino idrografico sostenible: studio della correlazione tra il degrado della Fo resta Atlantica e risorse idriche dello Spirito Santo, Brasile” (“Bacia sustentável: estudo de correlação entre a degradação da Mata Atlântica e mananciais hídricos do Espírito Santo, Brasil”). O simpósio foi realizado no período de 24 a 27 de junho de 2008.

Eu e minha esposa desembarcamos na estação ferroviária de Vicenza, às 18h20 e fomos direto para o Hotel De La Ville. Do sétimo andar, tivemos a primeira vista panorâmica da cidade. Loretta chegou ao hotel, conversamos e, em seguida, ela nos levou para jantar e dar um giro pelo centro histórico da cidade.

Pessoas que foram à Itália e tentaram contato com os parentes de lá relataram que nem sempre foram bem recebidos; às vezes, nem recebidos. Muitas vezes, pairou a desconfiança dos italianos de que os ítalo-brasileiros poderiam estar interessados em herança.

Foi gratificante contemplar a paisagem da janela do trem e estar sempre atento para as fotos. No trajeto, chamaram-me atenção a belíssima paisagem, as muitas plantações (inclusive nos quintais das casas), os muitos rolos de feno nas propriedades, o gado confinado e as torres altas das inúmeras igrejas católicas das comunidades por onde o trem ia Desembarcamospassando.

em Padova, para tomar o trem regional 5504 para Vicenza. Já co nhecíamos alguns parentes da minha família Nico, porque já tinham vindo ao Espírito Santo. Fomos muito bem recebidos. Levaram-nos até a comunidade de Nanto, próximo a Vicenza, terra onde nasceu meu bisavô Antonio Cesare Nico. Tivemos o privilégio de co nhecer também, muito próximas de Nanto, as comunas (distritos) de Castegnero, Ponte de Nanto, Ponte de Castegnero e Mossano, terra de minha bisavó Rosa Marchesin, casada com Antonio Cesare Nico.

Um momento inesquecível foi quando a aeronave pousou no aeroporto de Milão. São indescritíveis o sentimento e a emoção que senti quando desci a escada do avião e pisei pela primeira vez em solo italiano.

Eles vieram para o Espírito Santo, no Brasil, no navio Matteo Bruzzo, com escala no Rio de Janeiro. Desembarcaram do navio Mayrink na hospedaria Pedra D’Água, no Por to de Vitória, em 29 novembro de 1891. Daí foram para Anchieta e, via Rio Benevente, chegaram em Alfredo Chaves. Antonio Cesare tinha 29 anos e Rosa, 20. Vieram também no mesmo navio Giovanni Marchesin (pai de Rosa), de 60 anos; Regina Girardi (mãe de Rosa), 53 anos; Vittorio Marchesin (irmão de Rosa), 28 anos; Maria Fasolato (mulher de Vittorio), 24 anos, e Clemente (filho de Vittorio), de três anos de idade.

Previamente, fiz contato com Loretta e disse que tinha interesse de visitar a região dos Nico e conhecer alguns deles.

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Chegar na Itália e poder conhecer a região onde nasceram e viveram nossos antepas sados foi uma oportunidade ímpar. E, mais, conhecer alguém do nosso ramo familiar foi um acontecimento fantástico, principalmente para quem sempre sonhou com tudo isso. Foi um desafio que só foi possível depois de 117 anos (sou da quarta geração de imigrantes italianos da árvore genealógica de Antonio Cesare Nico, e já estamos na sexta geração).

Simpósio Ítalo-Brasileiro de Engenha ria Sanitária e Ambiental, na Itália, 2008. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

5.1.1 Chegada a Vicenza: encontro com a família Nico

Acontece que pude conhecer uma italiana de Ponte de Castegnero, região do Veneto. Chama-se Loretta, bisneta de Emilio Nico, irmão de Antonio Cesare. Loretta esteve no Bra sil, Espírito Santo, depois que Alex Nico redescobriu, em 1991, os Nico na Itália. Um capítulo especial sobre a história de Alex na Itália está descrito neste livro.

Terminado o simpósio em Firenze, Florença, o objetivo era ir a Sacile, província de Por denone, na região de Friuli, no norte da Itália, terra dos Cauz, meus antepassados por parte de pai. Eu e minha esposa embarcamos, em 27 de junho de 2008, às 14h30, no trem 9474 Eurostar Itália, um trem de alta velocidade chamado Frecciarossa (Flecha Vermelha), operado pela Trenitalia, via Bologna-Ferrara-Padova. Antes de chegar à terra dos Cauz, parentes do ramo de meu pai, programamos de ir até a província de Vicenza, região do Veneto, no norte da Itália, para conhecer também a terra e os parentes da minha mãe, da família Nico.

Estação Ferroviária de Vicen za, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Hotel Della Ville, em Vicenza, Itália, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

A vista panorâmica, do alto, permitiu contemplar a bela cidade de Vicenza, com o seu centro histórico em destaque. A cúpula da igreja refletia um verde belíssimo, num belo dia de sol. Ao fundo, o aeroporto; embaixo, a estação de trem.

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Eram 10h15 quando, ali em cima, visitamos a belíssima Igreja de Monte Berico. Ligação entre o centro da cidade e a igreja no alto do Monte Berico, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

No dia seguinte, a primeira visita foi à Igreja de Monte Berico. De início, Loretta nos mostrou uma longa passagem de pessoas, coberta, em formato em arcos, que liga a cidade, no baixo, à igreja, no alto. A construção foi uma promessa de cura de uma grande enfer midade na época. Loretta sugeriu tirar uma foto.

Visita ao centro histórico de Vicenza, 2008: Celso e Loretta. Foto: Eliana B. Caus.

Igreja de Monte Berico, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Vista do centro histórico de Vicenza, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Vista panorâmica de Vicenza a partir da Igreja de Monte Berico, 2008. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Vista de La Rotonda, de Andrea Palladio, Vicenza, Itália, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Voltamos ao carro e seguimos nosso giro pela cidade de Vicenza. Paramos em frente à Villa Capra, dita La Rotonda, a mais famosa construção de Andrea Palladio, um dos prin cipais arquitetos do Renascentismo italiano, nascido em 30 de novembro de 1508. Sua pro dução está concentrada na região do Veneto, com um bom número de prédios na cidade de Vicenza, alguns em Veneza e muitos outros espalhados pelo interior.

Na chegada, Carmela mãe de Loretta, já estava nos esperando em frente a sua casa. Descemos do carro de Loretta, e Carmela veio nos recepcionar. Fomos conduzidos ao segundo andar da casa, onde também nos esperava Luigi Casarotto, esposo de Carmela e pai de Loretta, junto com outra filha chamada Marilisa. Luigi foi logo reclamando que ficaríamos pouco tempo, mas justifiquei que teria que ir conhecer e visitar nossos parentes Cauz, do lado de meu pai, em Pordenone.

Vista do centro histórico de Vicenza, com catedral ao centro da foto e estação ferroviária embaixo, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Carmela, ao lado de Loretta, nos re cebendo em frente sua casa, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

Deixando Vicenza, passamos próximo a uma base americana e cruzamos uma pequena comunidade, que, em italiano, chamam de “piccolo paese” ou borgo antigo, de nome Cos tozza. Depois, chegamos a Lumignano, outro “picollo paese”. Loretta nos disse que ali vive um Nico. Passando pela comunidade e indo em direção a Ponte de Castegnero, avistamos, a nossa direita, o Monte Berico e, ao fundo, a comunidade de Nanto. Castegnero mais embaixo e a Igreja de Nanto logo depois, mais acima, em destaque de longe. Finalmente, chegamos à Ponte de Castegnero, onde vivem os pais de Loretta. Fica na parte mais plana do trajeto em relação às igrejas de Nanto e Castegnero, que ficam mais acima, em direção ao monte.

Igreja de Castegnero ao centro para direita no pé da montanha. Igreja antiga de Nanto logo após, acima, centro para a esquerda, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

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5.1.2 Visita a Ponte de Castegnero, Castegnero e Nanto

Na sequência, Loretta nos convi dou a descer para a parte térrea da casa para nos mostrar a coleção de carros de seu pai. Primeiro, nos mos trou um antigo Cinquecento (500) Fiat. Vimos também outros carros an tigos bem conservados. Me chamou a atenção um exemplar do ano 1956. Também as bicicletas e a tradicional lambreta italiana evidenciaram o capricho de Luigi Casarotto, esposo de Carmela Nico.

Giorgio Nico e a esposa, Catterina Colombo: pais de Vittorio, Carmela, Carino, Severino e Oreste. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Bicicletas e a tradicional lambre ta, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Luigi Casarotto nos mostrando sua coleção de carros antigos, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

De volta ao segundo andar, Carmela nos diz que em Castegnero havia um missionário da família Costalunga que ficou muitos anos no Brasil. Nessa família havia muitos sacer dotes. Eu disse para ela que no Brasil conhecemos vários membros da família Costalonga. Lembrei que uma Cauz, de 92 anos, prima de meu avô, é freira em Verona. Quando falei de uma Nico no Brasil, de quase 100 anos, Loretta logo lembrou-se de tia Carolina Nico. Loretta visitou tia Carolina quando esteve no Brasil. Carmela foi logo apanhar a foto da tia Carolina, abriu um álbum repleto de fotos antigas dos Nico da Itália e começou a nos mostrar. Enquanto isso, eu e Luigi Casarotto cantamos um trecho da música “Moretina Bella Ciao”. Por causa da música, Carmela lembrou-se de uma época, na osteria, o bar dos Nico em Nanto, na qual famílias se reuniam para cantar músicas italianas. Já com o álbum de fotos aberto, começou a mostrar e identificar os membros da família Nico do ramo de Emílio, irmão de Antonio Cesare e Olimpia.

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Celso entre Luigi Casarotto e sua filha Marilisa, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

Celso curtindo um dos carros antigos de Luigi Casarotto, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

À frente, Eliana, esposa de Celso Luiz Caus; atrás, Marilisa, Loretta e Luigi Casarotto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

E assim explicou: Primeira foto: minha mãe e meu pai.

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Quarta foto: meu nono Emílio.

Severa Ferro, esposa de Emilio Nico. Foto: acer vo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Segunda foto: minha avó.

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Nico, na colina de Nanto e Castegnero. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Quinta foto: casa que era do meu nono Emílio.

Terceira: Emilio Nico, meu avô, minha avó, Severa, os filhos Giorgio e Maria e uma netinha.

Emilio Nico, irmão de Antonio Cesare e Olim pia. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi

Emilio Nico, sua esposa, Severa, os filhos Giorgio e Maria e uma netinha. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

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Deixamos a casa. Com Luigi ao volante de seu carro, Carmela e Loretta, fomos ver as comunas de Nanto, Castegnero e Mossano. Partimos em direção a Castegne ro. Passamos próximo à casa de Pegoraro. Quando avistamos a igreja, Loretta nos informou que nela foram batizados Carmela e Vittorio Nico. Luigi estacionou em frente à igreja de Castegnero, exatamente ao meio-dia, e o sino batia, parecendo nos receber. Era dia 28 de junho de 2008.

Ao fundo, colinas de Nanto e Castegnero. Vê-se a Igreja de Castegnero, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Genealogia de Emilio Nico produzida por Loretta e sua mãe, Carmela Nico Casarotto.

Outra vista da antiga casa da família Nico na colina de Nanto e Castegnero. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto

A partir da direita, Emilio Nico; quarta pessoa, sua espo sa, Severa, e família. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Carmela e Luigi nos levaram na varanda externa da casa e, de lá, nos apontaram, a di reção de Castegnero, das igrejas de Castegnero, da antiga igreja de Nanto e da casa onde moraram Emilio e Antonio Cesare, antes deste partir para o Brasil. Carmela lembrou tam bém que, na época da guerra, as pessoas se escondiam nas grutas das pedras da montanha. Luigi completou: à direita, fica Lumignano, depois, Castegnero, zona industrial mais em baixo; Nanto está mais à esquerda. Na direção de Nanto, atrás da antiga igreja, na encosta do morro, disse que ficava a casa em que morava Antonio Cesare Nico.

Gentilmente, Loretta e sua mãe, Carmela, foram para a mesa, produziram e me entre garam parte da árvore genealógica da família de Emilio Nico.

Igreja de Castegnero, Itália. Celso e sua esposa, Eliana, 2008. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

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Vista da casa de Olimpia Nico e seu esposo, Angelo Bastianello, com a igreja de Nanto ao fundo, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Passamos em frente a um monu mento em homenagem aos combatentes mortos na guerra.

Antiga igreja de Nanto com cemitério aos fundos, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Finalmente chegamos na principal igreja para nós, descendentes dos Nico: Igreja de Santa Maria Annunziata de Nanto. Nela, Antonio Cesare Nico foi batizado e casou-se com Rosa Marchesin. A maioria dos Nico de Emilio estão sepultados no cemitério anexo a essa igreja. É uma igreja do século XV que estava fechada para reforma. Fomos conduzidos ao cemitério e nos mostraram os túmulos de Emilio e sua esposa, Severa Ferro, e do filho Anto nio, além do de Giorgio, filho de Emílio, sua esposa, Catterina, e dos filhos Oreste e Vittorio.

Seguimos e em frente, praticamente retornando por outra estrada, subindo de novo em direção à montanha, para conhecermos a antiga igreja de Nanto.

Antes do monumento, passamos em frente à casa onde moraram Olim pia Nico e Angello Bastianello antes de virem para o Brasil, em 1897. Passamos rápido e não fotografamos a casa, mas Luzia Nico, que esteve lá em 1996, gentil mente nos cedeu uma foto dela.

Observa-se na foto que, depois da casa de Olimpia, aparecem, na sequência, o monumento dos soldados que morreram na guerra e, aos fundos, a antiga igreja de Nanto.

S. Maria Annunciazione, igreja mais nova de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Torre da antiga igreja de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus. Igreja de Nanto, do sé culo XV, 2008. Foto: Cel so Luiz Caus.

Loretta nos apontou ali, bem perto, a casa no pé do morro onde moraram Emilio e An tonio Cesare SeguindoNico.otrajeto, passamos em frente à Igreja S. Maria Annunciazione, a mais nova de Nanto. Loretta nos disse que quando Antonio Cesare partiu para o Brasil essa igreja não existia, apenas a antiga, onde foi batizado e se casou. Cesare partiu para o Brasil em 1891, e a igreja foi construída em 1897.

Cemitério de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Entrada lateral da antiga igreja de Nanto. Nela, casaram-se Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, em 1891. Celso L. Caus e Carmela Nico na foto, 2008. Foto: Elia na B. Caus.

Monumento aos mortos na guerra, em Nanto, perto da antiga igreja e casa de Olimpia Nico e Angelo Bastianello, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Deixamos a igreja antiga e descemos em direção ao centro antigo de Nanto. Nos mos traram a casa canônica onde estava o padre que indicou ao Alex onde morava os Nico; a casa dos Nico, onde moravam Giorgio e sua família, e a vista panorâmica da comunidade. Carmela aproveitou e nos recordou como Alex, por meio do pároco e das cartas e retratos que trouxe, conseguiu provar para o Vittorio que ele era um Nico do Brasil e, portanto, pa rente dele. Essa história eu conto num capítulo à parte.

Nas fotos a seguir, fizemos um comparativo entre Nanto antiga e Nanto da nossa pri meira visita em 2008. Chama a atenção a presença de Emilio Nico nas fotos antigas, o que significa que elas são anteriores a 1956, ano de falecimento dele.

Túmulo de Giorgio Nico e seu filho Ores tino, no cemitério de Nanto, 2008. Foto; Eliana B. Caus.

ORESTINO: nasceu em Nanto em 1950 e faleceu em Peschiera Del Garda em 4-4-1972

Nasceu em 26-10-1912 e fa leceu em 21-9VITTORIO1992

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Túmulo de Emilio Nico, sua esposa, Se vera Ferro, e filho An tonio Nico, no cemi tério de Nanto, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

COLOMBO CATTERINA :

NICO EMILIO: nasceu em 2-5-1867 e faleceu em 20-2-1956 FERRO SEVERA IN NICO: nasceu em 16-2-1867 e faleceu em 25-4-1944

Está escrito:

Túmulo de Catterina Colombo, esposa de Giorgio Nico, no cemitério de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Túmulo de Vittorio, neto de Emilio Nico, no cemitério de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

NICO GIORGIO: nasceu em 6-4-1910 e faleceu em 31-12-1953

Orestino tinha apenas três anos e 10 meses quando seu pai, Giorgio, faleceu.

Catterina faleceu 20 anos depois de seu marido, Giorgio Nico.

Túmulo no cemitério de Nanto. Antonio em cima, Emilio e Severa embaixo, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

NICO ANTONIO: nasceu em 8-6-1906 em Castegnero e faleceu em Dublin na Irlan da em 16-2-1987

NICO: nasceu em 2-7-1938 e faleceu em 24-8-2003

Nanto antiga: casa dos Nico à direita, em baixo. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Essa foto de Emílio Nico com um colega, no centro antigo de Nanto, tendo a casa canônica ao fundo e casas antigas na lateral direita, é anterior a 1956, ano de falecimento de Emilio.

Observa-se que Catterina Colombo, esposa de Giorgio Nico, está em pé na porta lateral da casa. Na fachada da casa está escrito “trattoria e albergo”.

Antiga casa da família de Emilio Nico em Nanto. Emilio com a família ao lado da casa. Imagem anterior a 1944. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Nessa foto, Emílio está com a espo sa, Severa, na porta lateral da casa, no centro de Nanto. Ao lado, à esquerda, tudo indica que seja Giorgio Nico, com a esposa, Catterina Colombo, e uma criança na frente. Como Severa faleceu em 1944, essa foto é anterior a essa data.

Antiga casa e bar da família de Emilio Nico, em Nanto. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

O pequenino Orestino à frente do pai, Giorgio, parece ter mais ou menos dois anos de idade. Como ele nasceu em 1950, pode-se supor que essa foto em Nanto é próxima do ano de 1952. Giorgio Nico faleceu logo após essa foto, em 1953. Emilio faleceu em 1956, portanto, quatro anos depois. Nessa foto, ele tinha aproximadamente 84 anos.

Emilio Nico com um amigo. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Celso conhecendo o centro de Nanto, Itá lia, 2008. Igreja mais nova à direita e casa canônica à esquerda. Foto: Eliana B. Caus.

Casa e bar dos Nico no centro de Nanto, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

Emílio Nico, Giorgio e sua esposa, Catterina, com a família, em aproximadamente 1952. Ao fundo, casa canônica de Nanto. Foto: acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Bem perto ali do centro, fomos condu zidos até o casarão que nos falaram ser an tigamente dos Nico. Loretta nos disse: “Esta é a casa onde viviam Emilio, Olimpia e seu fratello, Cesare, quando Cesare partiu para o Brasil. Agora, a casa é patrimônio da huma nidade. Vão reformá-la. Não é do governo, e sim de uma família privada”. Olhando em direção à montanha, Loret ta nos mostrou lá no alto, à direita de uma casa branca, e abaixo das pedras, o teto da casa onde moraram Emilio e todos seus ir mãos e filhos. Depois, Emílio e seus filhos vieram para a casa no centro, onde havia o bar. Moraram primeiro nesse casarão, depois naquela casa em cima do morro, perto das pedras. A última foi a do centro de Nanto, onde funcionava o bar.

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Lateral do casarão no centro de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Analisando as datas de documentos e os relatos de pessoas que viveram com Rosa no Córrego da Conquista, é possível dizer que Rosa e seus pais moraram nesse casarão, antes de partirem para o Brasil. Quando Rosa casou, ela e os pais moravam em Nanto, enquanto Cesare morava nas colinas de Nanto e Castegnero. Os Nico moraram no casarão, em data anterior à família Marchesin, de Rosa.

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Celso visitando o ca sarão onde, primeiro, moraram os Nico e, depois, os Marchesin, no centro de Nanto, Itália, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

Olhando para a montanha de Nanto e Castegnero vê-se outra casa dos Nico, próxima das ocas de pedra, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Anexei um mapa da re gião de Nanto para identi ficar os locais das igrejas, o cemitério e o casarão onde moraram os Nico e, depois, os Marchesin. Ele mostra a comuna de Nanto e os arredores da colina, ori gem da família de Giovanni Nico, pai de Antonio Cesare, Emilio e Olimpia.

Fundos do casarão no centro de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Nessa foto, Loretta nos explicou que aquela casa da qual se vê apenas o teto, no alto da colina de Nanto, ao lado da casa branca, era a casa onde Emílio Nico morou antes de ir para a casa do bar no centro de Nanto.

Carmela Nico e seu esposo, Luigi Casarotto, com Celso e sua esposa, Eliana, 2008. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Nanto e Castegnero. Imagem: Google.

Chegada de Mossano, onde nasceu Rosa Marchesin, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

Eliana, Loretta, Luigi e sua esposa, Carmela Nico, 2008. Foto: Celso Luiz Caus,

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Mossano, Igreja de S. Pietro Apostolo, 2008. Foto: Eliana B. Caus.

Na chegada a Mossano, Luigi estacionou em frente à Igreja San Pietro Apostolo. Era quase uma hora da tarde. Depois de contemplarmos a fachada da igreja e a praça em sua frente e tirar fotos, era hora de almoçar.

Vista parcial de Nanto, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Partimos para Mossano, onde nasceu minha bisavó Rosa Marchesin. No caminho, antes de perdermos a visão de Nanto, paramos para contemplar e tirar mais uma foto.

Observando essa foto, à direita está o centro de Nanto, com sua igreja em destaque. Para o lado da montanha, destaca-se a antiga igreja de Nanto, onde Antonio Cesare Nico foi batizado e casou-se com Rosa Marchesin.

5.1.3 Visita a Mossano, onde nasceu Rosa Marchesin

Vista do alto do restaurante, 2008. Foto: Celso Luiz Caus.

Área externa do restaurante: Celso, Eliana, Luigi e sua esposa, Carmela Nico, 2008. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Mossano, onde nasceu Rosa Marchesin, foi a última visita objetivando conhecer os locais de nossos Nico em sua origem na Itália. Dali partimos para um restaurante situado numa parte alta, com uma visão belíssima do vale. Já no restaurante, Lui gi me disse que conhece Sacile, terra dos Cauz, e que é uma cidade belíssima. Lem brando que tivemos uma refeição completa à moda italiana, incluindo os três pratos. Uma senhora sentada ao lado de nossa mesa levantou-se e veio conversar com a gente. Ela me perguntou se iria conhecer Veneza. Eu disse que sim, que iria dois dias depois, no domingo. Ela me deu todas as dicas sobre a cidade.

e Luigi. Estavam nos esperando Carino, irmão de Carme la, e Loretta, esposa de Carino. A esposa de Carino tem o mesmo nome da filha de Carme la e Luigi, Loretta. Conversamos muito e, na hora da partida, solicitei que Carino falasse alguma coisa dos Nico, bem ou mal, brinquei. E Carino falou: “Nico são todos bons, tanto na Itália quanto no exterior, em todo mundo. Todos são comedores de polenta e pão”. Eu e minha esposa começamos nos despedindo de cada um ali presente: Carmela Nico; Loretta, filha de Carmela e Luigi; Carino Nico, e Loretta, esposa de Carino. Completei dizendo que se somasse os anos dos carros de Luigi daria mais de dois séculos e que meu coração estava triste porque tinha que partir. Agradeci a acolhida de todos e, em especial, a Loretta, que nos conduziu todo o tempo. “Va benne, ala prossima volta” (“Até a próxima vez”).

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Na chegada, estacionamos o carro na avenida principal, que dá acesso ao centro histórico. Aproveitamos aquele momento para ver um desfile do outro lado da avenida. Eram cava leiros e charretes enfeitadas e todos vestidos à moda antiga. Seguimos a pé até encontrar um portal de entrada, com dois arcos e torres na lateral. Era por onde passava a muralha que cercava e protegia a cidade. Atravessamos o portal e logo à frente avistamos a famosa e exuberante Arena de Verona. Era uma hora da tarde.

Dali, saímos para um giro pelo comércio e monumentos históricos. Outra atração de Vero na é a Casa de Giulietta, imperdível. E para lá fomos na nossa última visita nessa bela cidade.

Celso e Loretta com a Arena de Verona ao fundo, 2010. Foto: Eliana B. Caus.

Tempo nublado, dia frio, 14 graus. Enquanto aguardávamos a chegada da Loretta, apro veitamos para filmar e fotografar. Ela chegou, e foi aquela festa na recepção. Não perdeu tempo e nos conduziu primeiramente a conhecer a Arena de Verona, tanto sua parte exter na quanto a interna, as arquibancadas e onde aconteciam os eventos de lutas, corridas etc. Falei para Loretta que minha tia Deolinda (Nica) comentava que a nona Rosa Marchesin sempre se lembrava com muito carinho de Verona e Vicenza.

Verona, portal de entrada ao centro histórico. Karyn Caus Pelição, em destaque, 2010. Foto: Celso Luiz Caus.

Partimos em direção à estação de trem de Vicenza, onde seguimos para Pordenone, terra de nosso Cauz-s. Eram 18 horas do dia 28 de junho de 2008. Antes de entrar no trem, mais uma vez fiz meu agradecimento pessoal para a Loretta, dizendo: “Quero agradecer a Loretta pela acolhida aqui em Vicenza, de coração, porque se não fosse ela, eu não conse guiria conhecer onde nasceram meus bisavós Cesare Nico e Rosa Marchesin, que depois foram para o Brasil. Tive também o prazer de conhecer os pai de Loretta, sua irmã e o tio Carino e sua esposa”. E Loretta respondeu: “Io vi aspetto chi in Italia e saluto tutti parenti brasiliano, ciao”.

5.2 VIAGEM DE CELSO LUIZ CAUS À ITÁLIA (2010)

Celso, Carino e sua esposa, Loretta, 2008. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

5.1.4 A RetornamosdespedidaàcasadeCarmela

5.2.1 Visita a Verona

No ano de 2010, estive novamente na Itália com minha esposa, Eliana; minha filha, Karyn, e meu genro, João Guilherme. Estávamos vindos de Nice, na França, de Gênova e da Ferrari, em Maranello. Naquela oportunidade, Loretta nos esperava em Verona. Combinamos de encontrá-la em frente à Arena de Verona. Era dia 6 de novembro de 2010.

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Centro histórico de Verona, 2010. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Casa de Giulietta, 2010. Foto: Celso Luiz Caus.

Centro histórico de Vicenza, 2010. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

5.2.2 Visita a Vicenza

Deixamos Verona e fomos para Vicenza. Nona Rosa Marchesin sempre comentava sobre Vicenza, e nono Antonio Cesare Nico aqui pegava o trem para vender maçã em Veneza. Priorizamos fazer um tour pelo centro histórico. Visitamos os principais pontos, incluin do igrejas e construções palladianas, uma vez que Andrea Palladdio projetou grande parte de suas obras em Vicenza.

Havia uma feira montada na praça. Já era noite e depois de um dia bem corrido che gava a hora de descansarmos. No outro dia, tínhamos que partir para Pordenone e Sacile reencontrar nossos parentes paternos Cauz. Momento triste na despedida de nossa querida Loretta, sempre disponível e que nos deu atenção o tempo todo.

Voltei à Itália no ano de 2012 para uma visita de trabalho ao Museu da Água de Siena, na Toscana. Concluída essa parte, aproveitei para ir à terra dos meus antepassados Cauz e Nico. Cheguei a Vicenza, e novamente estava lá Loretta, me esperando de braços abertos.

Parte interna da Arena de Verona, 2010. Foto: Celso Luiz Caus.

5.3 VIAGEM DE CELSO LUIZ CAUS À ITÁLIA (2012)

Loretta, Celso e Eliana, 2010. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Karyn, Loretta e João Guilherme, 2010. Foto: Celso Luiz Caus.

Centro histórico de Vicenza. João, Karyn, Loretta e Eliana, 2010. Foto: Celso Luiz Caus.

Parte interna da Arena de Verona, 2010. Foto: Eliana B. Caus.

Vista de Bassano, região da Ponte, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Per un bacin d’amore Sucedon tanti guai

Non lo credevo mai Doverti abandonar (3 vezes)

Com antecedência, antes da viagem, disse a ela sobre minha vontade de conhecer Bassano e Maróstica, cidades da província de Vicenza. Loretta gentilmente programou uma visita a essas duas belíssimas cidades históricas.

Interessei-me em conhecer essa cidade por seu centro histórico e a visão da muralha con tornando a parte alta da cidade, vista de vários ângulos. Passamos lá parte da tarde até o início da noite, para ver a iluminação da muralha. Realmente, as fotos que seguem tradu zem a beleza relatada.

5.3.1 Visita a Bassano

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Meu interesse de visitar Bassano foi pelas notícias de sua beleza e sua cachaça, conhecida por grapa, que deu o nome à cidade (Bassano de Grapa). Outro fato que me fez querer co nhecê-la foi a famosa ponte de madeira que inspirou a antiga música italiana “Sul Ponte de Bassano”, um cântico dos alpinos. Segue um trecho da letra da música: Sul Ponte di Bassano noi ci daren la mano noi ci daren la mano ed un bacin d’amor (3 vezes)

Vista da famosa Ponte de madeira de Bassano, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

5.3.2 Visita a Maróstica

Ponte e cidade de Bassano ao fundo, 2012. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Centro histórico de Bassano, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Bar da famosa grapa de Bassano, ao lado da ponte, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

5.3.3 Vicenza: jantar inesquecível

Centro histórico de Maróstica e muralha no topo da co lina ao fundo, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Centro de Maróstica com muralha ao fundo, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Celso e Carmela Nico, 2012. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Nas outras visitas, em 2008 e 2010, visitamos o centro histórico à noite. Desta vez, em 2012, a visita foi durante o dia. Fizemos um tour pelo centro histórico e visitamos a Basílica Palladiana, o Templo de S. Corona, as duas torres na praça o Museu Diocesano.

5.3.4 Tour por Vicenza, Nanto e Castegnero

Maróstica ao entardecer e muralha ilumina da na montanha, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Vista parcial da praça do centro histórico de Vicenza, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Castelo de Maróstica, 2012. Foto: acervo de Celso Luiz Caus

À noite, retornamos a Vicenza para um jantar com Carmela, Viviana e sua filha. Sempre muito simpática, Carmela fez questão de nos brindar com um jantar especial em um fa moso restaurante de Vicenza.

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Celso, Carmela, Viviana e sua filha, 2012. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Vista das duas torres no centro histórico de Vicenza, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

No dia seguinte, dia 10 de novembro, Loretta fez um roteiro e visitamos o centro histórico de Vicenza, o Teatro Olímpico, o Santuário de Monte Berico, as comunas de Nanto e Cas tegnero e finalizamos na casa de sua mãe, Carmela, em Ponte de Castegnero.

Antiga casa em Maróstica e Loretta em primeiro plano, 2012. Foto: Cel so Luiz Caus.

Igreja mais nova de Nanto, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Casarão onde morou a família Nico e, depois, a Marchesin, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Seguimos para o Santuário de Monte Berico, depois passamos em frente a La Rotonda Palladiana e fomos em direção a Ponte de Castegnero, Nanto e Castegnero. A saudade batia, já que Monte Berico, com sua beleza e santuário de Nossa Senhora , era sempre lembrado nas conversas dos nonos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

Santuário de Monte Berico, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Teatro Olímpico de Vicenza, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Rotonda de Palladio, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

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Casa rosa de três andares, à esquerda, onde morou Giorgio Nico, em Nanto, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

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Rosalia deu uma explicação de sua família, de sua mãe, Maria, filha de Emilio Nico. Foi acompanhada e ajudada por sua irmã Fernanda e Carmela, sua prima. “Maria, filha de Emilio, casada com Dal Lago, é a nossa mãe”, afirmaram Rosalia e Fernanda. Rosalia era casada com um homem da família Longo, e Fernanda com um da família Valle. Carmela completou: “a mãe de Fernanda e Rosalia era irmã de meu papà Giorgio.

Falei da Rosa Marchesin, esposa de Antonio Cesare, que era de Mossano, bem perto de Castegnero. Ela, como a maioria das nonas, era dura, controladora da casa, trazia os filhos em volta dela. “Se a nona é forte, se faz uma fortuna”, completou Carmela Rosalia me perguntou se eu era de onde morava Alex. Eu disse que sim e que meu avô e o avô de Alex eram irmãos e filhos de Antonio Cesare, que era irmão de Emílio. Eram 11 irmãos e a última filha, Carolina, tinha morrido naquele ano, com 105 anos de idade. Tive que fazer um resumo da trajetória de Antonio Cesare no Brasil até ele adquirir uma boa quantidade de terras em Minas Gerais.

Rosalia lembrou e cantou um pedacinho de uma música dos alpines, em dialeto: “Al pines il alpini una pluma soola, bersaglieri, bersaglieri non valooto”.

Comentei sobre a tristeza dos que partiram para o Brasil e não voltaram mais, como Antonio Cesare, e falei do tempo de permanência no mar durante a viagem, mais de 20 dias, trajeto feito hoje em menos de 12 horas. Fernanda lembrou que para a Austrália são 36 horas. Comecei a tossir de tanto falar, e Carmela prontamente se ofereceu, e aceitei, para fazer alguma coisa quente, a sua maneira, para eu tomar.

Carmela: Nossos filhos não se lembram mais. Nossos italianos partiam com uma vali gieta (malinha)

Rosalia: O dia 8 de setembro é especial porque é a festa da aparição de Nossa Senhora de Monte Berico. Se pensa em Vicenza, logo se lembra de Monte Berico.

5.3.5 Ponte de Castegnero: casa de Carmela Nico

Rosalia: Quando andavam bem, era de cartone (de papelão), senão era saco mesmo.

Perguntei quantos filhos havia tido Emilio Nico Carmela, Rosalia e Fernanda deta lhadamente afirmaram: “Emilio tinha cinco filhos, quatro homens e uma mulher: Vitto rio, Giuseppe (Beppe), Maria, Giorgio e Antonio. Giuseppe morreu jovem, com 19 anos”.

Carmela começou a falar sobre Monte Berico, a igreja, o convento etc.

Carmela: Quando a minha família, meu pai Giorgio Nico, fratello de Maria, e Antonio, ti nha uma osteria, não um albergo, jogavam cartas. E quando bebiam muito vinho, cantavam “Bella Ciao”, “Mazzolin di Fiori “, todas essas coisas. Agora, tem tantos grupos como os alpines que cantam canções antigas das montanhas.”

Relatei que na última casa onde Cesare morou ainda havia seu relógio de parede, es pingardas, cachimbo e vários outros objetos dele. Relembrei e cantei um trecho da música “Morecina Bella Ciao”, que os imigrantes italianos gostavam de cantar.

Carmela: Os bersaglieri tinham uma porção de plumas nos cabelos. Os bersaglieri, carabi neri e alpines eram grupos, e cada um deles tinha suas canções. Em tempos de guerra, cantavam muitas canções. Hoje, não muito. Uma época em que não havia carros, cinemas, televisão... O divertimento era jogar cartas, comer, beber vinho, cantar, namorar.

Loretta levou-me à casa de sua mãe, Carmela. Grata surpresa, fui apresentado a Fernanda e Rosalia, filhas de Maria Nico e netas de Emilio Nico. Maria Nico era casada com Dal Lago e teve os filhos Primo, Rosalia, Bertina, Rina, Fernanda, Giuseppe e Gino.

Enquanto Loretta preparava alguma coisa na cozinha, eu sentei com Carmela, Rosa lia e Fernanda e começamos a conversar. Aproveitei e gravei esse momento importante para registrar um pouco da história dos Nico da Itália e falar dos Nico do Brasil. Iniciei relembrando a partida de Antonio Cesare Nico, com a música, “Mèrica, Mèrica, Mèrica”. Todas as três se lembraram da melodia e cantaram um trecho.

Carmela disse que o cunhado de Rosalia era padre da Ordem de São Francisco. Apro veitei para informar para elas que o Convento de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Espírito Santo, é administrado pelos padres franciscanos. Lembrei que na minha viagem de trem de Firenze para Santo Antonio de Pádova conversei com três freiras, que me dis seram que eram parentes da Madre Paulina. Madre Paulina, que era italiana, foi declarada santa no ContinuamosBrasil.. conversando ainda um pouco mais sobre a Ordem de São Francisco até que chegou a hora de encerrarmos nosso bate-papo. Agradeci a todas pelo importante re gistro e fiz nossa ligação de parentesco: “Estive reunido com Fernanda, irmã de Rosalia, fi lhas de Maria Nico e netas de Emilio Nico. Com Carmela, filha de Giorgio e neta de Emilio, e com Loretta, filha de Carmela. Maria era irmã de Giorgio, e Emilio era irmão de Cesare Nico, meu Terminadabisnono”.nossa conversa, fomos até a cozinha para fazer um lanche, e lá estavam nos esperando Carino, irmão de Carmela, e sua esposa, que também se chama Loretta.

Carmela, Loretta, Luzia e professor Edson, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Nas pesquisas que realizei para obtenção de informações da família de Vitorio Nico, para registro no livro, fui recebido pelas irmãs Luzia, Ilza e Elena Nico. Fiz entrevistas e obtive um rico acervo fotográfico e documental muito bem organizado por Vitorio Nico, filho de Antonio Cesare Nico. Parte do material será utilizado na parte 2 do livro, que trata dos Nico no AntesBrasil.de1996, o italiano Vittorio Nico, neto de Emilio Nico, esteve no Espírito Santo, tendo sido também recebido por Luzia Nico. No ano de 1996, Luzia Nico fez uma viagem à região dos Nico na Itália e foi recebida e conduzida nas visitas por Vittorio Nico, que mora va em Nanto, terra dos Nico. Luzia produziu interessante material fotográfico e filmagem, registros históricos mostrados a seguir.

Rosalia, Carmela, Fernanda e Celso, 2012. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

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Carmela, Luzia, Luigi, Vittorio, professor Edson, Viviana e sua filha, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Carmela, Fernanda, Rosalia, Loretta, Carino Nico e sua esposa, Loretta, 2012. Foto: Celso Luiz Caus.

Carmela, Loretta, Luzia e Vittorio Nico, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Carmela, professor Edson, Luzia, Marilisa, Viviana e sua filha, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

5.4 FOTOS DO ACERVO DE LUZIA, FILHA DE VITORIO (VIAGEM À TERRA DOS NICO, 1996)

Celso e Marilisa, filha de Carmela Nico, 2012. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Carmela, Fernanda, Rosalia, Carino Nico, Loretta e Celso, 2012. Foto: acervo de Celso Luiz Caus.

Vittorio mostrando a Luzia o casarão onde moraram as famílias Nico e Marchesin, em Nanto, Itália, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Carmela, Vittorio, professor Edson, Luzia, Viviana e sua filha, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

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Vista de Nanto, região da igreja, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Loretta Nico Casaroto, Luzia Nico e professor Edson, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Vista da casa de Olimpia Nico e seu esposo, Angelo Bastianello, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Luzia e Vittorio em frente ao bar e casa de Vittorio Nico em Nanto, Itália, 1996. Foto: acervo de Lu zia Nico.

Vittorio,Nico.Luzia,

Casarão onde morou a família Nico e, depois, a Marche sin, em Nanto, Itália, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Vitorio, Luigi, Luzia, Loretta, Viviana, Marilisa, Carmela e professor Edson, 1996. Foto: acervo de Luzia professor Edson, Carino, Carmela e filho, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Vista da casa de Olimpia Nico e seu esposo, Angelo Bastianello, com a igreja de Nanto ao fundo, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Vittorio e Luzia com a família de Carmela e Carino Nico, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico

Casarão dos Nico à esquerda, ao lado da casa branca no morro, e igreja antiga de Nanto à direita, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Vittorio e Luzia com Lidia Nico, filha de Vittorio e neta de Emilio Nico. Com seu esposo e filha, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Américo Luiz de Paula, filho de Deolinda (Nica) Nico e Antônio de Paula, é neto de Luiz e bisneto de Antonio Cesare Nico. A mãe de Américo, Deolinda (Nica), é irmã de minha mãe, Alira Nico.

Prontamente, dei as informações solicitadas e produzi um mapa com os pontos prin cipais, de Nanto e Castegnero, Província de Vicenza, terra de nossos antepassados. Forne ci também cópia do batistério e casamento de Antonio Cesare Nico, pois Américo queria obter em Nanto uma cópia mais atualizada desses documentos, objetivando o processo de cidadania italiana. Américo, já de malas prontas, recebeu as dicas e me agradeceu.

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Vittorio e Luzia com Fernanda, filha de Ma ria Nico, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Chegada a Nanto, indicada na placa, vis ta do campanile da igreja, e monumento em homenagem aos combatentes de guerra.

FOTOS DO ACERVO DE AMÉRICO, NETO DE LUIZ NICO (VIAGEM

No ano de 2018, ele programou uma viagem para a Itália, com sua esposa, Karla Nicoli ni. Antes de viajar, fez contato comigo para obter as dicas e informações de como visitar os lugares e pontos importantes onde nasceram e casaram nosso bisavô Antonio Cesare Nico e seus irmãos, Emilio e Olimpia Nico, inclusive pontos turísticos de Vicenza e hotel onde ficar.

Certificado de batismo de Antonio Cesare Nico. Docu mento tirado em 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Vittorio, Luzia e professor Edson no restaurante de uma Nico nas colinas de Nanto, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

5.5

À TERRA DOS NICO, 2018)

No dia 2 de junho, conforme prometido, informou-me: “Ontem estivemos em Nanto, conseguimos achar todos lugares, a igreja, o cemitério e o casarão. Tirei a certidão de casa mento e o batistério. A paróquia vai enviar pelo correio, pois demora uma semana. Mais uma vez, obrigado pela ajuda. Abraço a todos.”

A certidão de casamento de Cesare Antonio Nico e Rosa Marchesin, bem com o batisté rio de Antonio Cesare Nico foram obtidos atualizados. Suas cópias estão a seguir.

Placa indica tiva de Nanto, 2018. Foto: acer vo de Américo Luiz de Paula.

No final do mês de maio, passei uma mensagem para ele e respondeu-me que já estava em Florença, Itália. Disse-me que no dia seguinte estaria em Vicenza e que mandaria notícias.

Luzia, professor Edson e Maria, esposa de Giuseppe Nico, 1996. Foto: acervo de Luzia Nico.

Certificado de matrimônio de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Documento tirado em 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Vista interna principal do casarão, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

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Antiga construção de apoio ao casarão em sua parte interna, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Canto interno à direita da casa, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Detalhe da fachada inter na, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Vista dos fundos do casarão, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

As fotos seguintes mostram alguns desses detalhes.

Vista principal interna de chegada ao casarão, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Vista externa do fundo e da lateral esquerda do casarão, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Monumento aos combatentes de guerra, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Toda parte de baixo servia para guarda de produtos agrícolas, refúgio de bois e produ ção de vinhos. É possível ver que as paredes são de pedra. O teto do térreo, que é o piso do primeiro pavimento, é todo em madeira.

Campanile da igreja mais nova de Nanto, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

As obras de restauração do casarão em 2018 estavam mais adiantadas do que quando o visitei nos anos de 2008 e 2012. Por isso fiz questão de mostrar as fotos de 2018, feitas pelo Américo. Até porque esse casarão faz a gente viajar e voltar no tempo de nossos nonos.

O casarão onde moraram as famílias Nico e Marchesin em Nanto é muito bonito. Nas fotos que seguem é possível conhecer a fachada, os fundos, as laterais, seus detalhes e a parte interna do porão.

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Fachada lateral esquerda, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Antigos tonéis e recipientes da produção de vi nho, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Detalhe da antiga escada interna de madeira, que dá acesso ao segundo andar, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Desenho na parede interna de pedra, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Parede de pedra e reforma do teto de madeira, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Detalhe da reforma do teto de madeira, 2018. Foto: acervo de Améri co Luiz de Paula.

Cabeceira de cama antiga no porão da casa, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Antiga entrada e saída de animais e produtos agrí colas, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Vista do interior, 2018. Foto: acervo de Américo Luiz de Paula.

Penha Nico e filhos em frente ao casarão onde moraram as família Nico e Marchesin, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Penha Nico é filha de José Nico, neta de Julio e bisneta de Antonio Cesare Nico. Interessada em conhecer a história de nossos antepassados, ela incentivou-me a obter as informações necessárias para se registrar por meio de um livro da família Nico.

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A hipótese mais provável é de que sejam descendentes de um possível ou possíveis ir mãos de Giovanni Nico, pai de Antonio Cesare, Emilio e Olimpia.

Vista do fundo do ca sarão onde moraram as famílias Nico e Marchesin, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Vista esquerda da casa restaurada onde mora ram Olimpia Nico e Angelo Bastianello, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Interessante notar que as quatro pessoas sepultadas nos cemitérios de Bosco de Nanto e Castegnero são do sexo feminino, sugerindo, assim, que seus possíveis filhos não levaram

Fazendo uma analogia em minhas pesquisas, verifiquei a possibilidade de que sejam descendentes de outro provável irmão de Antonio Cesare, Emílio e Olimpia Nico. Isso porque entre o casamento de Giovanni Nico e Maria Lucheta e o nascimento de Antonio Cesare transcorreram quase quatro anos e entre o nascimento de Antonio Cesare e o de Emilio, quase cinco.

No dia em que fez a visita, Penha enviou-me, pelo WhatsApp, fotos dos lugares que indiquei e que eu já tinha visitado nas minhas idas a Nanto e Castegnero. Lembrei-me da casa onde morou Olimpia Nico e seu esposo, Angelo Bastianello. Essa casa eu não tinha visto e pedi que Penha a fotografasse, objetivando colocá-la no livro. Penha e seus filhos fotografaram a casa de vários ângulos.

Eles foram ainda em dois outros cemitérios, Bosco de Nanto e Castegnero, e conseguiram descobrir e fotografar os túmulos de quatro descendentes de Nico (Rosa, Maria, Vittoria e Ernesta), nascidas entre os anos de 1891 e 1902. Infelizmente, não consegui fazer a ligação dessas quatro pessoas com a árvore genealógica de nossos Nico. Contatei Loretta, na Itália, e ela me informou que não tinham conhecimento e informações desses Nico.

o sobrenome Nico, ficando com o de seus maridos. Assim, esse ramo Nico finalizou-se na região de Nanto e, se houve descendentes do lado masculino, eles podem ter se mudado para outra região da Itália.

No cemitério de Nanto é que estão sepultados os Nico de Emilio, irmão de Antonio Ce sare Nico e Olimpia.

Essa hipótese, entretanto, fica praticamente descartada porque a mais velha dessas quatro pessoas nasceu em 1891 e a mais nova, em 1903. Além disso, em nenhum registro na família de Antonio Cesare, Emilio e Olimpia se fez menção a esses Nico.

Vista lateral direita do casarão onde moraram as famí lias Nico e Marchesin, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Vista lateral esquerda do casarão onde moraram as famílias Nico e Marche sin, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

No segundo semestre de 2019, ela programou uma viagem para a Europa junto dos filhos Jader, Wilder, Deyvison e a nora Ana Maria. Incluiu a Itália no roteiro da viagem. Antes de partir, ela fez contato comigo para obter dicas e informações de como visitar os lugares e pontos importantes onde nasceram e casaram nosso bisavô Antonio Cesare Nico e seus irmãos, Emilio e Olimpia Nico. Prontamente, produzi um mapa com os pontos principais de Nanto e Castegnero, Província de Vicenza, terra de nossos antepassados.

Penha Nico e filhos, chegada em Nanto, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

5.6 FOTOS DO ACERVO DE PENHA, NETA DE JÚLIO NICO (VIAGEM À TERRA DOS NICO, 2019)

Jazigo de Severa, Antonio e Emilio Nico, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Vista da casa restaurada, onde moraram Olimpia Nico e Angelo Bastianello, na direção da igreja antiga, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Cemitério de Nanto, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Vista da igreja mais nova de Nanto, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Vista da casa restaurada, onde morara Olimpia Nico e Angelo Bastianello, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Vista lateral da antiga igreja e cemitério de Nanto, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Vista da casa restaurada, onde moraram Olimpia Nico e Angelo Bastianello, com igreja antiga de Nanto ao fundo, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Jazigo de Ernesta Nico, no cemitério de Bosco de Nanto, 2019. Foto: acervo de Penha Nico. Jazigo de Vittoria Nico, no cemitério de Castegnero, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Jazigo de Giorgio Nico e seu filho Orestino, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Jazigo de Maria Nico, no cemi tério de Castegnero, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Vista direita da casa restaura da, onde mo raram Olimpia Nico e PenhaFoto:Bastianello,Angelo2019.acervodeNico.

Monumento aos com batentes de guerra, pró ximo à antiga casa de Olimpia Nico e Angelo Bastianello, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Jazigo de Rosa Nico, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

Detalhe da vista esquerda da casa restau rada, onde moraram Olimpia Nico e Angelo Bastianello, 2019. Foto: acervo de Penha Nico.

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5.7 FOTOS DO ACERVO DE CARMELA NICO CASAROTTO, 2019

Durante a primeira viagem, tive a oportunidade de ver o álbum da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto. Chamou minha atenção, principalmente, as fotos antigas, da época de Emilio Nico e sua esposa, Severa. Como a visita foi muito rápida, devido ao compromis so de encontrar meus parentes paternos da família Cauz-s, não tive tempo de fotografar as fotos do álbum que me interessaram, tão somente algumas. Passados mais de dez anos e com o interesse e desafio de escrever um livro sobre nossa família Nico, contatei Loret ta sobre as fotos para o livro. No final de 2019, ela gentilmente me enviou várias imagens, que a seguir passo a exibir.

Severa Ferro, espo sa de Emilio Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Da esquerda para a direita: Maria Nico, filha de Emilio e Severa; Severa Ferro, esposa de Emilio; Emilio Nico, e seu filho Giorgio Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Genealogia de Emilio Nico. Acervo de Loretta e Carmela Nico.

À direita, Emilio Nico e sua esposa, Severa Ferro. À esquer da, Maria e, acima, Giorgio e Vittorio, todos filhos. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Emilio Nico com os netos Severino e Carino. Acer vo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

A árvore genealógica traçada por Loretta e sua mãe, Carmela Nico Casarotto, ajudarão a identificar, nas fotos, a relação das pessoas e seus graus de parentesco.

Casa de Emilio Nico e sua esposa, Severa, na colina de Nanto e Castegnero. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Antiga casa e bar da família de Emilio Nico, em Nanto. Acer vo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

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Desde a minha primeira viagem à Itália, em 2008, e nas demais, em 2010 e 2012, sempre contei com o apoio de Loretta, seja nas visitas aos locais ligados à presença dos Nico, seja quando conheci vários Nico parentes nossos na Itália, além das informações históricas dos lugares.

Giorgio Nico e sua esposa, Catterina Colombo, pais de Vittorio, Carmela, Carino, Severino e Oreste. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Da esquerda para a direi ta, Gentilina, Maria Nico, Catterina Colombo, Anto nino e Giannino. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Catterina Colombo, Gentilina, Antonio Nico e seus filhos Giannino e Antonino (em pé). Acer vo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Da esquerda para a di reita, Carino, Carmela e Severino Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Carmela Nico e Luigi Casarotto. Acer vo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Carmela e seu irmão Vittorio Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

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Emilio Nico, irmão de Antonio Cesare e Olimpia. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Giorgio Nico com sua esposa, Catterina Colombo, e os filhos Vittorio e Carmela Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Primeira Comunhão de Vittorio Nico e sua irmã Carmela. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Catterina Colombo, Oreste (na frente), Carmela, Emilio Nico e Severino. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Antonio Nico em frente ao monu mento dos perdidos de guerra de Nanto. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Giorgio Nico e seu filho Vittorio, a cavalo. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Vittorio Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

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Casamento de Carmela Nico e Lui gi Casarotto. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Da esquerda para a direita, os irmãos Vittorio, Oreste, Carino e Severino Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Vittorio e sua irmã Carmela Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

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Oreste Nico, filho de Giorgio e neto de Emilio Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Carmela Nico Casarotto. Acer vo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Da esquerda para a direita, Carmela Nico; Gentilina Frusone, esposa de Antonio Nico, e Rina, filha de Maria Nico. Embaixo, Oreste e Luciana, filha de Rina. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Nico com sua esposa, Gentilina Frusone, e Vittorio Nico, na Irlanda. Acervo da família de Car mela Nico e Luigi Casarotto.

Carino Nico, filho de Giorgio. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi

Antonio, filho de Emilio Nico, Carme la e o irmão Oreste, filhos de Giorgio e netos de Emilio. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Fernanda, filha de Maria Nico. Acer vo da família de Carmela Nico e Luigi

Da direita para a esquerda, Luigi Casarotto; Rina, filha de Maria Nico; seu esposo, Piero Boschiero, e sua fi lha Natalina, e Carino Nico, filho de Giorgio. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Carmela Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

AntonioCasarotto.

para a direita, Luigi Ca sarotto e Carmela Nico com irmão Oreste e a mãe, Catterina Colombo Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Vittorio e sua irmã Carmela Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Catterina Colombo Nico com a neta Loretta Nico Casarotto. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

ANTONIO NICO: HISTÓRIA DE SUCESSO DE UM ITALIANO NA IRLANDA

Vittorio Nico e Luigi Casarotto. Acervo da fa mília de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Luigi Casarotto e Carino Nico. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

G

iannino Nico, carinhosamente chamado de Nino, filho de Antonio, atendeu meu pedido e me enviou um resumo da história de seu pai da época que ele mo rou na Irlanda. O texto estava na língua italiana, e o traduzi para o português. Antonio Nico foi um italiano que nasceu em Nanto, província de Vicen za, região do Veneto, Itália. Era filho de Emilio Nico, sendo Emilio irmão de Antonio Cesare Nico e Olimpia Nico. Tem dois filhos, Antonino e Giannino (Nino).

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6

Luigi Casarotto e Carmela Nico com os irmãos, Vittorio, Severino, Carino, Oreste, e Dino, irmão de Luigi. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Olinto Dal Lago, esposo de Maria Nico; Antonio Nico com o filho Antonino e sua esposa, Gentilina; Catterina e Luigi. Embaixo, Carino, Severino, Carmela e sua filha Loretta. Acervo da família de Carmela Nico e Luigi Casarotto.

Casamento de Antonio Nico. Acervo de Giannino (Nino) Nico.

6.1 MENSAGEM DE GIANNINO (NINO) PARA CELSO LUIZ CAUS, EM 18 DE OUTUBRO DE 2019

Jornal L’Europeo, 1973. Maté ria sobre Antonio Nico. Acer vo de Giannino (Nino) Nico.

A foto do papai no jornal foi tirada nos jardins da casa residencial dos sacerdotes Conso lata, sacerdotes italianos em uma missão à Irlanda. Eles celebravam missa em italiano todos os domingos na pequena capela atrás da Catedral, no centro da cidade de Dublin. Íamos todas as semanas e encontrávamos outras famílias italianas, muito sociais.

Antonio Nico e esposa em Santo Antônio de Pádua. Acervo de Giannino (Nino) Nico.

Note que, no artigo, o castelo é escrito Luttrellstown (não Lottustowun).

Aqui eu coloquei um artigo no jornal l’Europeo (ano de 1973) da história do papai.

Papai morreu em fevereiro de 1986; mãe, em julho de 2012. Aqui estão fotos do casamento da mãe e do papai em Alatri, Frosinone, em 1955. A outra foto foi tirada no pátio de Santo An tônio de Pádua, em 1970.

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Saudações, Celso.

A filha do embaixador italiano em Dublin se chamava Clotilde. Ela se casou com um ad vogado de estatura chamado Feilim Meade. Feilim tinha um irmão, Patrick. Quando papai co meçou a fazer macarrão (feito à mão com a minha mãe em uma pequena garagem), os irmãos Meade tornaram-se parceiros do papai e começaram a fábrica Roma Foods no ano de 1955.

Meu irmão Antonino estudou direito, leis, e trabalhou para Feilim Meade por alguns anos na década de 1980. A fábrica foi vendida no final da década de 1980. Naquele momento, ele ti nha 60 trabalhadores, transportando caminhões e vendendo até para o Japão.

Matéria de jornal: “Italia nos na Irlanda”. Acervo de Giannino (Nino) Nico.

A foto é do barco Croce del Sud, construído no ano de 1926 para o kaiser, a um custo de 1 milhão de dólares. O barco ainda existe e você pode alugá-lo para férias. Ele permanece no porto perto de Pisa-Livorno.

E Nino assim respondeu: “A capela tinha entrada num pequeno beco chamado Thomas Lane, que corria paralelo à Rua O’Connel Street, no centro de Dublin. A capela e a oratória de Santa Maria estão diretamente ligadas à parte de trás do Pró-Catedrale de Santa Maria (o pró-catedrale é localizada em Marlborough Street). E, sim, a Roma Foods ainda controla 33% do mercado irlandês de massas”.

Quando este livro já estava no final de editoração, recebi da Itália um recorte de jornal de Vicenza, do ano de 1984, com o título "Che emozione servire a tavola papi e regine! Risotto con ossobuco era il piatto preferito".

Vittorio Nico, quan do trabalhou na embai xada italiana em Du blin, na Irlanda, serviu sua especialidade, o pra to risoto com ossobuco à rainha Elizabeth, da Inglaterra. No Vaticano, serviu o mesmo prato ao Papa João XXIII.

Giannino, sua esposa e filha. Acervo de Giannino (Nino) Nico.

Saudações, Nino.

6.2 VITTORIO NICO: UM PRATO ESPECIAL PARA RAINHA ELIZABETH II E AO PAPA JOÃO XXIII

No mesmo envio das informações de Nino para mim, Carla Nico Gavazza, brasileira do Espírito Santo e que mora na Irlanda, inda gou Nino se a marca Roma Foods ainda está presente na Irlanda e também pergun tou sobre a capela.

Veleiro Croce del Sud. Acervo de Giannino (Nino) Nico.

Agradeci Giannino (Nino) pela gentile za de me enviar importantes informações sobre a belíssima história de Antonio Nico na Irlanda para registro no livro sobre os Nico. E prossegui: “Nino, estou escrevendo nossa história Nico com muito amor. Amor aos nossos bravos antepassados, que tive ram sonhos, esperanças, sofrimentos, per das e vitórias. Obrigado por tudo. Um gran de beijo no seu coração, Celso Luiz Caus”.

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Antonio Nico. Acervo de Giannino (Nino) Nico.

E Nino respondeu: “Obrigado, Celso, enviei essas coisas apenas por causa de seu pedido de informações para o seu livro”.

139138 7 ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DESCENDENTES DE EMILIO NICO

Giannino Nico Vittorio Nico Carino

Antonino Nico Carmela Nico Luigi Casarotto

Loretta Casarotto Viviana Casarotto

AlessandroPaoloCasarottoNicoNico

Emilio Nico Severa Ferro

Vittorio Nico Alba

GentilinaCatterinaGiuseppeNicoNicoGiorgioNicoColomboAntonioNicoFrusoneNico

Marilisa

Maria Dal Lago Olinto Dal Lago

SeverinoLorettaNicoNicoNicoOresteNico

Antonino Nico Giannino Nico Carmela Nico LuigiSeverinoVittorioCasarottoNicoCarinoNicoLorettaNicoNicoOresteNico

Loretta Casarotto Viviana Casarotto MarilisaAlessandroPaoloCasarottoNicoNico

Emilio Nico Severa Ferro

GentilinaCatterinaGiuseppeNicoNicoGiorgioNicoColomboAntonioNicoFrusoneNico Elda FernandaGiuseppePrimoGiuseppeRuggeroPietroNicoNicoNicoLidiaNicoNicoDalLagoDalLagoGinoDalLagoRosaliaDalLagoDalLagoBertillaDalLagoRinaDalLago

Vittorio Nico Alba

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Maria Dal Lago Olinto Dal Lago

143142 PARTE 2 NICO NO BRASIL ESPÍRITO SANTO E MINAS GERAIS

resposta para essa pergunta exige que entendamos o que acontecia na Itália na época das primeiras imigrações. Retomando um pouco a histó ria, há de se observar que Napoleão, entre 1805 e 1806, derrotou a Áustria, a Rússia e a Prússia. Ainda em 1805, a Grã-Bretanha, na Batalha de Tra falgar, derrotou as tropas francesas e espanholas. Napoleão fracassou, entretanto, na Alemanha e na Rússia, em 1813. A Áustria intensificou a ofensiva no norte da Itália e acabou ficando com ele.

Como consequência de toda essa divisão, surgiu o ideal da unificação, que foi possível, depois de muitas lutas, em 1870, com liderança de Vitor Emanuel II, Cavour e Giuseppe Ga ribaldi. Entretanto o que parecia ser um período de prosperidade, com a unificação, tornou -se um pesadelo, pois a realidade foi outra, com milhares de camponeses desempregados

A

145 1 ASPECTOS HISTÓRICOS

Em 1815, Napoleão foi derrotado em Waterloo, sendo exílado em Santa Helena. Após sua derrota, o Congresso de Viena (1814 e 1815) dividiu a Península Itálica em sete estados: entre os Habsburgos austríacos (Veneza e Lombardia), a dinastia dos Bourbon (Reino de Nápo les ou das duas Sicílias), o papado (Estados Pontifícios), a família dos Saboia (Reino Sardo -Piemontês) e os duques subservientes à Áustria (Ducados de Parma, Modena e Toscana).

1.1 PRINCIPAIS MOTIVOS DA IMIGRAÇÃO: POR QUE VIERAM?

Antonio Cesare Nico nasceu em 1862 e sua irmã Olimpia Nico, em 1873, ou seja, pratica mente na fase da unificação italiana. Portanto, viveram durante sua infância e juventude todo aquele sofrimento. Foi nesse clima que o então jovem italiano de 29 anos e sua esposa, Rosa Marchesin, de 20 anos, decidiram deixar para trás sua pátria em 1891. Em 1897 quem veio foi e Olimpia Nico, todos para Alfredo Chaves, Espírito Santo. Douglas Puppin, em “Heróis das Montanhas”, escreve: Depois da unificação da Itália, os italianos já não aguentavam mais os problemas surgidos após sucessivas guerras. A Itália estava debilitada, vieram a fome e o desemprego. Veio a semiescravidão: trabalhar mui tas vezes apenas para receber o pão. Os impostos subiam mensalmente. Era imposto para tudo. E diziam: economia “fino all’osso” (“até chegar aos ossos”). As catástrofes naturais, como a ferrugem nas parreiras, as doenças que exterminaram o bicho da seda, a pelagra pela má qualidade

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dos alimentos e ainda as grandes inundações, principalmente em 1882 no norte da Itália

O Brasil, em junho de 1874, assina o Contrato Caetano Pinto, que se responsabiliza pela importação de até 100 mil emigrantes. O Brasil paga va à Caetano Pinto 60 a 125 mil réis a cada adulto e metade se fosse menor de 12 anos. Caetano era o responsável pelo transporte nos navios por ele fretados. A propaganda bem feita, e mentirosa, aliada à necessidade de emigrar mais a ajuda dos governantes italianos que queriam se livrar dos problemas sociais, econômicos e políticos, fez com que milhões decidis sem vir. Ofereceram lotes de terra, sementes, ferramentas, mantimentos por seis meses e transporte gratuito até a colônia escolhida. Sabemos que quase nada disso foi cumprido (p. 7, 2002).

O movimento abolicionista foi o que despertou no país e nos proprietários das grandes fazendas o interesse e a necessidade de substituir a mão de obra escrava. A mão de obra europeia ficou cada vez mais em evidência. Em 1831, uma lei feita por Diogo Feijó tinha o objetivo de acabar com o tráfico de escravos, porém não foi obedecida. A Lei Euzébio de Queirós, de 1850, determinava o fim do tráfico e, finalmente, em 13 de maio de 1888, a Prin cesa Isabel assinou a Lei Áurea, que abolia definitivamente a escravidão no Brasil. Obser va-se que mesmo antes da assinatura da lei já havia sido iniciado o transporte em massa de italianos para o Brasil, como em 1874, com a expedição de Pietro Tabacchi.

A pobreza do campo italiano no século XIX. Acervo: livro “Os italianos”, de João F. Bertonha.

O governo brasileiro, em 23 de novembro de 1861, publicava as vantagens da emigração para o Espírito Santo. Em 1870, a guerra com o Paraguai estava terminando e seria necessá rio ter gente para trabalhar na lavoura. Portugal não tinha pessoal para atender as neces sidades. É verdade que, no início, a quantidade estava sendo suficiente, mas não em quali dade, pois as pessoas estavam chegando nos navios e sendo recrutadas por intermediários de prostíbulos e prisões. Esse pessoal queria ficar nos locais situados no litoral, ou seja, nas proximidades do mar. Mas o que era necessário, na realidade, era gente para trabalhar na agricultura, na lavoura, no campo. Aí surgiu a figura do homem italiano, que despertou o interesse do Governo Imperial, pois suas qualidades eram conhecidas. Lançou-se então a propaganda na Itália, mas, depois, acabou sendo considerada uma “emigração da fome”.

Os italianos contadinos, ou seja, os camponeses, temporariamente migravam interna mente entre regiões do próprio país. Era comum também emigrarem para países vizinhos, ficando certo tempo e depois retornando para suas casas. Animados pela propaganda bra sileira em toda a Itália, mais intensa no norte do país, eles comentavam entre si sobre as possibilidades de uma vida melhor e sem medos. “Partire súbito per la Mèrica a far fortuna” (“Partir rápido para a América para fazer fortuna”). Eles estavam dispostos a deixar tudo, e chegavam a falar em dialetos italianos:

e sem terra, não tendo como alimentar suas famílias. Esse quadro agravou-se ainda mais com o advento da Revolução Industrial, que substituiu a mão de obra por máquinas. O re sultado foi a emigração em massa, em busca de novas terras. Brasil, Argentina e Estados Unidos foram os principais destinos dos italianos na América.

Mapa das regiões e províncias da Itália de onde mais vieram imigrantes italianos. Acervo: Júlio Posenato.

Para saber de onde vieram os Nico da Itália para o Brasil, basta observar o mapa e ver a província de Vicenza.

- “Allora cosi cantavano i giovani: Mamma mia dammi cento lire che in Amèrica voglio andar.” (“Então assim cantavam os jovens: Mamãe me dá cem liras que pra América quero ir.”)

1.2 A VIAGEM PARA O BRASIL

Quando os trabalhadores partiam para o Brasil, ouviam-se cantos como este: “Noi, italiani lavoratori, Allegri andiamo nel Brasile, E voi altri, d’Italia signori Lavoratelo il vostro badile Se volete mangiare.”

A maioria do pessoal das regiões do Veneto e de Friuli embarcava no Porto de Gênova. Os pertences mais necessários eram transportados sobre carros puxados por mulas ou nos ombros das pessoas até a estação mais próxima. Os Nico embarcaram na estação de Vicen za. De trem, por Milão, e de outras cidades chegava-se ao Porto de Gênova

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- “Demo via.” (“Vamos embora.”)

Propaganda na Itália para atrair imigrantes para o Brasil.

(“Nós, italianos trabalhadores, / Alegres partimos para o Brasil, / E vós que ficais, da Itália senhores / Trabalhai empunhando a enxada / Se quereis comer.”)

- “Che paura, che niente, basta ver coraio.” (“Que medo que nada, basta ter coragem.”)

Esse panfleto dizia: Na América. Terras no Brasil para os italianos. Navios partindo toda semana do por to de Gênova. Venham construir seus sonhos com a família. Um país de oportuni dades. Clima tropical e abundância. Riquezas minerais. No Brasil vocês podem ter o seu castelo. O governo dá terras e ferramentas para todos.

Antes de comentarmos a imigração italiana em massa, vamos descrever de forma sucinta as colônias do Espírito Santo.

Segundo Luiz Serafim Derenzi, em “Os italianos no estado do Espírito Santo”, “até mea dos do século XIX, a província não passou de mera divisão administrativa. Não pesava na balança econômica nacional, não tinha densidade demográfica capaz de eleger ou presti giar um líder que a fizesse presente na trama administrativa do Império”.

No trajeto, muitos passavam mal, com náuseas pelo balanço do navio. Outros ficavam doentes, e aqueles que morriam eram lançados no mar. Que desespero, que tristeza.

No início, as viagens demoravam até 40 dias, mas, depois, com os navios a vapor, elas passaram a acontecer em 22 dias. A maioria, claro, vinha de terceira classe, onde a comida era mal feita e a água, pouca. Muitos navios reabasteciam no arquipélago de Cabo Verde e partiam direto para o Brasil, com parada geralmente no Rio de Janeiro.

Chegando no Brasil, era comum que as pessoas que escolhiam os estados do sul desem barcassem no Espírito Santo, onde havia portos em Vitória, Benevente, Piúma e São Mateus.

Vista panorâmica de Vitória, no início do século XX. Foto restaurada por José Tatagiba.

Cada passagem inteira dava ao imigrante o direito de transportar gratuitamente até 100 quilos de bagagem. A bagagem deveria ocupar um espaço de 45 centímetros de altura sobre as bicamas.

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1.3 COLÔNIAS DO ESPÍRITO SANTO

Os povoados, na sua maioria, situavam-se basicamente numa faixa litorânea que não ia além de 20 quilômetros da costa. A ocupação do interior durante mais de um século não foi incentivada pala Coroa portuguesa. Pelo contrário, ela tinha interesse em não permitir a exploração das minas de ouro à oeste da costa capixaba. Outro problema era a falta de estradas e a topografia acidentada da região serrana.

Embarcava muita gente, e a confusão era geral: conferência dos documentos, licenças, malas. Era preciso manter os membros das famílias sempre juntos para eles não se perde rem na multidão. Na hora de embarcar e na despedida, quantas lágrimas também dos que iam ficar. Eram feitas sugestões, recomendações, últimos pedidos. Emoção e nervosismo tomavam conta. Os que ficam falavam: “Escreva, mande notícias, não se esqueça de rezar, vá à missa, se cuide, olhe as crianças”. Quando o navio dava o apito para partida, o deses pero era total, com lenços sendo acenados até o navio desaparecer.

O navio Rivadavia, por exemplo, trouxe 150 famílias, que foram para Santa Leopoldina e, de lá, para Timbuy, onde fundaram Santa Teresa. O navio chegou em 31 de maio de 1875, celebrando oficialmente o início da imigração em massa no Brasil.

Detalhe da obra “A saída dos imigrantes”, de Angiolo Tomasi, pintura sobre tela de 1896. Acervo: Galeria de Arte Moderna em Roma, Itália.

A primeira colonização no interior do Espírito Santo, há cerca de 200 anos, aconteceu na colônia agrícola de Santo Agostinho, hoje cidade de Viana e adjacências. Foram 250 imi grantes das ilhas açorianas. Teve início, na mesma época, a abertura da estrada objetivando ligar Vitória a Ouro Preto, em Minas Gerais. A Estrada São Pedro de Alcântara também era conhecida como Estrada do Rubim.

Vê-se nos dias atuais a desfiguração do que foi observado à época: de fundo, o rio pas sou a raso, comprometendo a navegabilidade, e o desmatamento é quase total na bacia, chegando à lama em pleno século XXI, uma clara involução humana.

Rocha, em “Viagem de Dom Pedro II ao Espírito Santo”. Ele resume a viagem da seguinte forma: “o rio é muito tortuoso e, às vezes, as varas não tocam o fundo, grande correnteza por estar muito cheio; mata pelas margens; bastantes mosquitos”.

Em 1847, foi criada a Colônia Imperial de Santa Isabel, demarcada às margens do Rio Jucu e da Estrada do Rubim. Francisco Alberto Rubim foi nomeado governador do Espírito Santo em 12 de junho de 1812. Para essa colônia, vieram 163 colonos alemães.

Tipo de canoa utilizada no transporte dos imigrantes e sacas de café pelo Rio Santa Maria da Vitória. Foto de 1924. Acervo: reprodução Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (Apees), no livro “Italianos”.

Canoas ou pranchas transportavam os imigrantes para o interior, para eles chegarem às colônias e outros destinos. Depois, eles seguiam a pé ou a cavalo, por meio de trilhas no meio da mata.

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Em 1861, o Governo Imperial assumiu o núcleo colonial particular denominado Associa ção Colonial Rio Novo, que havia sido criado em 1854 pelo major português Caetano Dias da Silva. Tinha sua delimitação entre o Rio Novo e Itabapoana. Passou, então, a ser chamado de Colônia Imperial de Rio Novo. Dom Pedro II esteve na região em 1860, ou seja, um ano antes. O proprietário da fazenda, além de contar com centenas de escravos, já tinha cente nas de imigrantes de várias nacionalidades, como portugueses, suíços, alemães e chineses.

Residência às margens do Rio Jucu, Colônia Santa Isabel. Foto: Victor Frond, 1860. Acervo: Biblioteca Nacional.

Em 1856, foi fundada a Colônia de Santa Maria, posteriormente denominada Colônia Imperial de Santa Leopoldina. Ficava localizada às margens do Rio Santa Maria da Vitória, importante rio, que, na época, servia de transporte de pessoas e mercadorias que chega vam e saíam da colônia. Ele deságua na Reserva Ecológica da Ilha do Lameirão, em Vitória, e é o principal contribuinte de água doce do seu estuário e da baía, sendo fundamental na manutenção desse ecossistema.

Em 1874, houve a chegada de grandes contingentes de italianos. A expedição de Pietro Tabacchi foi a primeira que transportou para o Espírito Santo 386 camponeses, indo para sua propriedade, chamada Fazenda das Palmas, em Santa Cruz. Na expedição, havia um

Até o início do século XX, os rios faziam o papel das estradas. A província do Espírito Santo foi visitada por Dom Pedro II no início de 1860 e, para chegar a Santa Leopoldina, o trajeto foi pelo Rio Santa Maria da Vitória, a bordo de uma galeota, segundo o escritor Levy

Segundo Renzo Grosselli, em “Lembranças camponesas”, essa colônia foi considerada a mais “louca” do Brasil pelo fato de o Segundo, o Quarto e o Quinto territórios estarem distante 40, 48 e 63 quilômetros, respectivamente, da sede (Rio Novo). Seus cinco territó rios perfaziam 2.958 lotes ou prazos e ela era considerada a mais importante por sua área, população e produção, segundo Dom Cavati.

A partir de 1875, subindo pelo Rio Benevente, navegando em pequenas canoas, entrou a maioria dos italianos, que desembarcaram num porto na atual cidade de Alfredo Chaves. A colônia de Rio Novo nessa época multiplicava-se em cinco áreas, denominadas Primeiro, Segundo, Terceiro, Quarto e Quinto Território, que se estendiam entre o Rio Itapemirim e os afluentes do Rio Benevente.

O Quarto Território, com sede em São João de Alfredo Chaves, hoje Crubixá, onde che gou meu bisavô Antonio Cesare Nico, em 1891, estava situado em terras do município de Alfredo Chaves. O Quarto Território, distante cerca de 10 quilômetros de Alfredo Chaves, foi o único a preservar o nome. Minha avó, Angelina Bastianelli, casada com Luiz Nico, nasceu em Guiomar, nas proximidades do Quarto Território, e foi registrada em Rodeio (hoje Princesa), município de Rio Novo do Sul. O Quinto Território teve sua sede inicial mente em Quinto Velho e posteriormente em Todos os Santos.

Em 1880, nas cabeceiras do Rio Benevente, foi demarcada a Colônia Castelo, com a ad ministração de Joaquim Adolfo Pinto Pacca, que também administrava a colônia de Rio Novo. A Colônia Castelo foi subdividida em várias seções: Carolina, Maravilha, Alexan drina, Mathilde, Cachoeirinha, Guiomar, Julieta, Iracema, Victor Hugo e Araguaia. Aqui é importante não confundir com o município de Castelo.

Os primeiros imigrantes chegaram à Colônia Castelo em 1880. A Colônia Santa Izabel recebeu os primeiros imigrantes em 1847; o Pri meiro Território (Santo Antônio do Rio Novo) recebeu-os em 1856; o Se gundo Território recebeu-os em 1873 e o Terceiro e o Quarto Território (São Joaquim, Recreio, São João) receberam os primeiros imigrantes em 1875. O Quinto Território recebeu os primeiros imigrantes em 1876 (Todos os Santos).

Os primeiros imigrantes foram Brunoro Pietro Paolo, Brunoro Jacintho, Brunoro Giovani, Bragato Giacomo, Bravin Luigi, Forti Giacomo, Rosseto Caetano, Bravin Lauro,

O Primeiro Território tinha a sede em Rio Novo, às margens da BR-101, distando 105 quilômetros de Vitória e 25 de Cachoeiro do Itapemirim. O Segundo Território foi aban donado pela pobreza de suas terras e ficava situado nas proximidades da cidade de Alfre do Chaves, com sua sede em São José do Tirol. O Terceiro Território, com sua sede em São Joaquim, estava situado onde atualmente é o município de Iconha, além das localidades de Virginia Velha e Inhaúma.

Sobre Mathilde, Carolina, São Marcos, Santo André e Araguaia, Douglas Puppin, no seu livro “Do Veneto para o Brasil”, descreve:

Em 1877, às margens do Rio Piraquê-Açu, ao norte de Vitória, foi criado o Núcleo de Santa Cruz. Foi uma extensão da Colônia de Santa Leopoldina, nas proximidades da anti ga fazenda de Pietro Tabacchi.

Uma das mais belas regiões desbravadas pelos imigrantes italia nos foi, sem dúvida, a das localidades de Mathilde e Carolina. Ambas pertencem ao Núcleo Castelo, no Alto Benevente, pois ali nasce o Rio Benevente. Carolina dista 5 quilômetros de Mathilde. A povoação foi formada ao lado da estrada principal que ligava o Núcleo Castelo ao porto de Benevente, através do Segundo Território, povoação de Alfredo Chaves. Existia também uma estrada que ligava o Núcleo Castelo com a Colônia Santa Izabel.

médico e um padre. Na mesma ocasião, a colônia de Santa Leopoldina expandiu-se com a demarcação do Núcleo Timbuy, que é o atual município de Santa Teresa. Para lá foram várias famílias de imigrantes que se retiraram da fazenda de Tabacchi.

No relatório enviado à Inspetoria Geral de Terras e Colonização, em 16/08/1880, está escrito: ‘o Núcleo Castelo conta atualmente com 906 italianos, 14 alemães, 4 espanhóis, 3 franceses, 114 brasileiros. To dos estão estabelecidos neste Núcleo desde 1º de janeiro de 1880’. Mais adiante, diz o relatório: ‘Os alemães em número de 21 se retiraram mais tarde para a Colônia de Santa Leopoldina após receberem suas partes’ (p. 396, 1981).

As primeiras famílias italianas chegadas a essas regiões foram Grilo, Gava, Dalvi, Pinon, Piana, Favero, Torneri, Fardim, Perin, Peterli, Casagrande, Daros, Caversam, Al toé, Pin, Garbeloto, Pasti, Prest, Costalonga, Dam, Bassani, Dardengo, Dassie, Tedesco, Breda, Batistin, Zucoloto, Santolin, Canal, Dagostini, Zequini, Bathechia e muitas outras. Centenas de imigrantes italianos passaram em suas caminhadas por estes dois lin dos lugares: Santo André e São Marcos. As famílias Puppin, Bressan, Basseto e De Nadai não fugiram à regra, pois, antes de se localizarem definitivamente nos seus lugares, ali pernoitaram. Outras famílias ali se estabeleceram, as primeiras em março de 1880. São Marcos e Santo André ficavam às margens da estrada principal que ligava Anchieta e Alfredo Chaves ao Núcleo Castelo, no Alto Benevente. Ambos os lugares possuem ainda as igrejas e os cemitérios construídos pelos primeiros imigrantes. Um membro da fa mília Puppin destacou-se na construção da igreja de Santo André: foi o Pietro Antonio Puppin, que se encontra enterrado no cemitério local.

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Rosseto Marcos, Gaigher Adriano, Bravin Antonio, Franco Pietro, Bravin Domaria, Si moni Elizabeta, Bravin Angelo, Cogo Francisco, família Pasti, família Barbato, Morgam Batista, família Colodetti, família Galina, família Foiato, família Mião, Affonso Barea, Merotto Giuseppe, Campo Dal’Orto Carlos, Pianassoli Giovanni, Stefanon Antonio, fa mília Cimadão, Lourenzo Lourenção, família Sgulmero, família Malanchini, família Cancian, Bravin Pietro, Mateo Bressan, Santa Puppin Bressan e os Guidi.

de filhos, a diminuição da produtividade das terras e a falta de novos terrenos. Houve, en tão, um novo deslocamento, de Alfredo Chaves para Castelo e Venda Nova. Ainda com a escassez da terra, o norte do estado, acima do Rio Doce, passou a ser ocupado por volta de 1929 pelos filhos e também netos dos imigrantes.

Araguaia, criada em dezembro de 1900, passou à vila em 11 de novembro de 1938. Situa da a uma altitude de 640 metros, foi, por muito tempo, um local de grande movimentação de imigrantes, onde muitas famílias residiram. Além disso, ali existia a estação da estrada de ferro, que servia de embarque e desembarque de passageiros e mercadorias do próprio local e das vilas adjacentes. O correio local também era responsável pela movimentação da vila. Minha avó, Judith De Nadai, esposa de Izidoro Cauz, depois de casada, desembarcava nessa estação de Araguaia para visitar seus pais e irmãos no Vale do Batatal.

A década de 1890 ficou registrada pelos maiores contingentes de imigrantes estrangei ros que desembarcaram nos portos do Espírito Santo, principalmente italianos, espanhóis e portugueses. Nessa década, precisamente em 1891, chegaram ao Espírito Santo e se insta laram onde hoje é o município de Alfredo Chaves, os meus bisavós Giuseppe Andrea Cauz e Antonio Cesare Nico.

Até a década de 30, o processo de imigração no Espírito Santo esteve direcionado para ocupar terrenos devolutos e suprir a escassez da mão de obra das fazendas de café. O pro cesso que teve início com a criação da Colônia de Viana e com a vinda dos açorianos teve seu ciclo fechado com a vinda de poloneses para a colônia de Águia Branca.

A partir de 1888, teve início um novo incremento no fluxo de entrada de imigrantes, principalmente pelo fim da escravatura. Antes disso, houve um declínio na imigração devido às novas leis que cessavam a distribuição dos lotes. O Governo do Espírito Santo continuou a demarcar novos núcleos coloniais. Em terras devolutas na região central, em direção ao Rio Doce, foram demarcados quatro núcleos: Aciolli de Vasconcellos, em 1887; Antônio Pra do, em 1887; Demétrio Ribeiro, em 1891, e Moniz Freire, entre Colatina e Linhares, em 1894. Ao norte, foram demarcados os núcleos de Nova Venécia, em 1892, e o de Santa Leocádia, em 1888, ambos fazendo divisa com fazendas cujos proprietários utilizavam mão de obra escrava. Na região sul, não foram bem-sucedidos os núcleos criados em Costa Pereira, em 1889, e Afonso Cláudio, em 1890, nos afluentes dos rios Pardo e Jucu.

Em 1897, a convite do irmão Antonio Cesare, chegou ao Espírito Santo a família de Olim pia Nico e Angelo Bastianello. Eles se instalaram onde hoje é o município de Alfredo Chaves.

Ocorreu também o deslocamento de imigrantes chegados em anos anteriores e de seus filhos, na busca de novas terras e fronteiras Os motivos principais foram o grande número

Província do Espírito Santo. Restaurado por José Tatagiba.

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Em 1895, com base nos fatos relatados pelos imigrantes vividos nas colônias e fazendas, o governo italiano proibiu a emigração de seus filhos para o Espírito Santo. Agravada pela crise do café, com a baixa no mercado internacional, a imigração em massa de estrangei ros para terras capixabas foi estancada de vez em 1896. Daí em diante as entradas foram esporádicas e a convite de parentes que viviam aqui.

Colônia Rio Novo (1854) e os Cinco Territórios (1861) depois de estatizada. Acervo: reprodução Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (Apees), no livro “Italianos”.

Colônia Rio Novo e os Cinco Territórios. Acervo: Orestes Bissoli.

Ex-núcleos de Rio Novo e Castelo e os Cinco Territórios. Acervo: Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (Apees).

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Portos, rios e colônias do Espírito Santo (1812-1929). Acervo: reprodução Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (Apees), no livro “Italianos”.

1.4 ESPÍRITO SANTO: BERÇO DA IMIGRAÇÃO ITALIANA EM MASSA NO BRASIL

Segundo o sociólogo italiano Renzo Grosselli, o Espírito Santo, com a expedição de Pietro Tabacchi, foi o primeiro caso de chegada em massa de italianos vindos da região norte da Itália para o Brasil. O nome da colônia criada pelo governo brasileiro chamava-se Nova Trento. A primeira viagem de imigrantes foi no dia 3 de janeiro de 1874, quando partiu do Porto de Gênova o navio à vela La Sofia, com 386 famílias. A segunda leva de famílias ita lianas veio no navio Rivadavia.

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O La Sofia chegou em fevereiro de 1874, e os imigrantes foram para as terras de Pietro Tabacchi em Santa Cruz. Assim, pode-se dizer que Santa Cruz foi o berço da imigração ita liana no Brasil. Oficialmente, entretanto, a imigração teve início no Brasil com a chegada do navio Rivadavia, em 31 de maio de 1875, trazendo 150 famílias, que foram conduzidas para Santa Leopoldina, de onde foram para Timbuy e fundaram Santa Teresa.

Pietro Tabacchi. Acervo: reprodução Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (Apees), no livro “Italianos”.

ANTONIO CESARE NICO E ROSA MARCHESIN: TRAJETO DA ITÁLIA PARAO ESPÍRITO SANTO E MINAS GERAIS

Os navios que sucederam no transporte de imigrantes, no período de 1874 a 1894, foram Fenelon, Mobely, Italia, Oeste, Berlino, Clementina, Ádria, Columbia, Maria Pia (RJxES), Regi na, Margherita, Solferino, Andrea Doria, Savona, Città de Genova, Roma, Baltimore, Savoia, Pulcevere, Birmânia, Las Palmas, La Valleja, Matteo Bruzzo, Rosário, Mayrink (RJxES), Rio de Janeiro, Werneck (RJxES), Presidente (RJxES), Isabella, Napoli, Brasil (RJxES), Cervantes (RJxES), Mario, Mathilde (RJxES) e outros.

Dezembro era quando mais chegavam italianos no Espírito Santo. Giuseppe Cauz veio no transatlântico Birmânia, gastando 21 dias, direto de Gênova para Vitória. Antonio Ce sare Nico veio no Matteo Bruzzo, com escala no Rio de Janeiro, chegando em Vitória no navio Mayrink, depois de 33 dias. Giuseppe chegou em dezembro de 1891 e Antonio Cesare, em novembro do mesmo ano.

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A cultura do café foi uma das mais exploradas pelos italianos imigrantes no Espírito Santo.

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O transatlântico que mais transportou foi o Ádria, com 4.138 passageiros, seguido por Las Palmas (3.244) e Matteo Bruzzo (2.993). O Ádria foi o que mais transportou numa só via gem: 1.530 italianos, em 27 de dezembro de 1888. Foi também o que cruzou o Atlântico em menor tempo, 19 dias, entre 10 e 29 de setembro de 1891. O La Sofia, da Expedição Tabacchi (1874), e o Ester (1877) foram os que mais demoraram: 45 dias.

Segundo a historiadora Sandra Gasparini, a imigração europeia para o Espírito Santo "criou impactos negativos pelas expectativas originárias de propagandas enganosas sobre a organização das colônias. Os aspectos positivos foram a mão de obra dos europeus acos tumados ao trabalho da agricultura e a persistência dos imigrantes na expectativa de ter seu pedaço de terra" (p. 27, 2008).

Antonio Cesare Nico e esposa Rosa Marchesin. Acervo da família de Jorge Nico

Certificado de batis mo de Antonio Cesa re Nico, solicitado em 2018. Acervo de Amé rico Luiz de Paula.

2.1.1 Nascimento e batismo

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Certidão de nasci mento de Antonio Cesare Nico, solici tado em 1991. Acervo de Alex Nico.

Antonio Cesare Nico nasceu no dia 9 de abril de 1862, em Nanto, província de Vicenza, re gião do Veneto, na Itália. Foi batizado na antiga Igreja Santa Maria Annunziata de Nanto. Rosa Machesin nasceu em 1871, em Mossano, comunidade próxima a Nanto, na mesma província e região. Cesare tinha aproximadamente 10 anos a mais que Rosa.

2.1 ANTES DO EMBARQUE PARA O BRASIL

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Analisando a certidão de nascimento, nota-se que Antonio Cesare Nico tem o nome de seu avô, Antonio. Os italianos tinham o costume de batizar um dos netos com o primei ro o nome do avô. Antonio Cesare, para não ser confundido com o avô, passou a ser cha mado de GiovanniCesare.Nico e Maria Luccheta, pais de Antonio Cesare, casaram-se em Castegnero, em 13 de novembro de 1858.

Antiga casa, na colina de Nanto e Castegnero, onde, ainda solteiro, Antonio Cesare Nico morou com os pais. Acervo da família de Carmela Nico.

A nona Rosa Marchesin sentava comigo e Alira na varanda da casa antiga na Conquista, em Minas, e nos contava muitos casos. Ela conversava muito em italiano. Dizia que ela era de perto de Vicenza, na Itália, e que a casa onde ela morava na Itália era de dois andares. Mora vam na parte de cima e no andar de baixo guardavam o gado de noite. Toda noite, colocavam as vacas de leite na parte de baixo, no porão. Lá fazia muito frio e, à noite, os bois ajudavam a aquecer o andar de cima.

Antonio Cesare, quando se casou, morava nessa casa nas colinas de Nanto e Castegnero.

2.1.2 Residências dos Nico e Marchesin

Certificado original de matrimônio, em 1891, de Antonio Ce sare Nico e Rosa Mar chesin, do cartório de Nanto, na Itália. Acervo da família de Antonio Cesare Nico.

Analisando a foto, vê-se que o casarão tem dois andares, com ampla área na frente. In dica situar-se, na época, numa área com características rurais compatíveis com práticas agrícolas, produção de vinho e criação de gado.

Rosa, quando se casou, morava nesse casarão com seus pais, a família Marchesin. Rosa morava em Nanto na época do casamento. Sua residência remete ao casarão da foto, hipótese fortalecida no comentário que ela fazia quando se referia à Itália.

Casarão em Nanto onde moraram as famílias Nico e, depois, Marchesin, 2018. Acervo de Américo Luiz de Paula.

Sobre o casarão em Nanto, tia Deolinda (Nica), com quase 90 anos, filha de vovô Luiz Nico, num trecho de uma entrevista que fiz com ela em 5 de março de 2020, me disse:

Tia Deolinda (Nica) tinha 12 anos quando a nona Rosa faleceu e minha mãe, Alira, 13. Por isso, elas se lembram perfeitamente desses fatos familiares antigos.

2.1.3 Casamento de Antonio Cesare e Rosa

Centro de Nanto antiga. Acervo da família de Carmela Nico.

Giovanni Nico e Maria Luchetta, pais de Antonio Cesare, eram católicos e se casaram em novembro de 1858 em Castegnero. Como Antonio Cesare nasceu em 1862, em Nanto, é possível que no nascimento dele seus pais já estivessem morando no casarão de Nanto.

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Outra observação é que quando Antonio Cesare casou-se, em 1891, ele tinha 29 anos. Seu pai, Giovanni, já era morto e sua mãe ainda estava viva. Olimpia, irmã de Antonio Cesare, nasceu em 1872, portanto, Giovanni Nico faleceu entre 1872 e 1891. Pode-se imaginar, por hipótese, que Giovanni tenha falecido ainda cedo, uma vez que só teve três filhos, Antonio Cesare, Emilio e Olimpia. Normalmente, as famílias italianas eram numerosas. Para essa certificação, o atestado de óbito de Giovanni Nico precisaria ser consultado.

Certificado de matrimônio de Antonio Ce sare Nico e Rosa Marchesin, solicitado por Alex Nico em 1991. Acervo de Alex Nico.

Certificado de matrimônio de Antonio Ce sare Nico e Rosa Marchesin, solicitado por Américo Luiz de Paula, em 2018. Acervo de Américo Luiz de Paula.

As casas de Nanto mostradas nessa foto eram da época do casamento de Antonio Cesa re Nico e Rosa Marchesin. Exceção é a igreja, construída poucos anos depois da partida de les para o Brasil. Assim, há a antiga igreja, na colina, onde os dois se casaram, e essa igreja mais nova, mais perto do centro de Nanto. Loretta, bisneta de Emilio Nico, moradora de

Observa-se também que, entre o casamento de Giovanni Nico e Maria Luchetta (1858) e o nascimento do filho Antonio Cesare (1862) decorreram quase quatro anos. Assim, é pos sível imaginar que Antonio Cesare tenha tido algum irmão nascido antes dele e que tenha falecido cedo, do qual não se tem registro.

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2.2 EMBARQUE PARA O BRASIL

Castegnero, comunidade vizinha a Nanto, quando lá estive, em 2008, disse-me: “Antonio Cesare Nico não chegou a conhecer a nova igreja construída em Nanto”.

Torre da antiga igreja de Nanto, St Maria Annunziata. Aqui casaram-se, em 1891, Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Foto de Celso Luiz Caus, 2008.

Tive o prazer de segurar os passaportes originais tanto de Antonio Cesare quanto de Rosa e também da família do irmão de Rosa. Encontram-se guardados no Arquivo Público do Espirito Santo.

As pessoas providenciarem o passaporte era condição para partida para o Brasil. An tonio Cesare tinha 29 anos quando, no dia 8 de setembro de 1891, tirou seu passaporte, que tinha o número 853, na província de Vicenza.

Durante um certo período, os passaportes eram retidos pelo governo brasileiro, ob jetivando não deixar os italianos regressarem. Era uma fase de descontentamento dos

Passaram-se dois dias entre a data de casamento, 21 de outubro, e a liberação do documento. Em 26 de outubro de 1891, com apenas cinco dias de casados, Antonio Cesare e Rosa embarca ram no porto de Gênova, no navio Matteo Bruzzo, com destino ao Brasil. Vieram no mesmo navio os pais de Rosa, Giovanni Marchesin (60 anos) e Regina Girardi (53), e um irmão de Rosa, Vittorio (28 anos), com sua esposa, Maria Fazolato (24), e o filho, Clemente (três anos). Rosa veio no passaporte do pai, pois era solteira na data em que o documento foi tirado. Antonio Cesare veio no próprio passaporte, pelo fato de ter o tirado pouco antes de se casar.

Navio Matteo Bruzzo, que trouxe da Itália, em 1891, Antonio Cesare Nico, sua esposa, Rosa Marchesin, e a família de Rosa. Acervo do Arquivo Público do Espírito Santo.

Celso segurando passaporte original do seu bisavô An tonio Cesare Nico. Acervo do Arquivo Público do Es pírito Santo.

Entrada lateral da antiga igreja de Nanto, St Maria Annunziata. Aqui casaram-se, em 1891, Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Foto de Celso Luiz Caus, 2008.

Traduzindo, o que constava no passaporte era: ‘Nico Cesare Antonio, filho do falecido Giovanni, que vai ao Brasil, América”. Constava ainda que era agricultor, de estatura mé dia, com cabelo, olhos e barba castanhos.

Embarque de imigrantes num transatlântico no Porto de Gênova, na Itália, no final do século XIX. Acervo do Arquivo Público do Espírito Santo, livro “Imigrantes”

Em 21 de outubro de 1891, Antonio Cesare Nico, com 29 anos de idade, e Rosa Marche sin, com 20, casaram-se na antiga Igreja Santa Maria Annunziata, de Nanto, na província de Vicenza, região do Veneto, na Itália. Havia quase 10 anos de diferença de idade entre os dois. Na época do casamento, Rosa morava em Nanto e Antonio Cesare, em Castegnero.

Passaporte original do irmão de Rosa, Vittorio Mar chesin, e sua família. Acervo do Arquivo Público do Espírito Santo.

Embarcou também Vittorio Marchesin, com 28 anos, irmão de Rosa, com sua esposa, Maria Fazolato, de 24 anos, e o filho, Clemente, de três. Vittorio nasceu em Barbarano.

2.3 CHEGADA AO ESPÍRITO SANTO COM DESTINO A ALFREDO CHAVES

Entre a partida no porto de Gênova, na Itália, em 20 de outubro de 1891, e a chegada no porto de Vitória/ES, Hospedaria dos Imigrantes Pedra D’Água, transcorreram 33 dias.

Muitas vezes, os imigrantes pernoitavam na parte alta de Jabaquara antes de seguir para Alfredo Chaves. Isso acontecia sempre que o Rio Benevente estava cheio, já que a cor renteza dificultava impulsionar a prancha rio acima.

Hospedaria dos imigran tes de Pedra D'Água, na baía de Vitória/ES. Aqui chegaram Antonio Ce sare Nico e sua esposa, Rosa Marchesin, em 1991. Acervo do Arquivo Públi co do Espírito Santo, livro “Imigrantes”.

Porto de Benevente, atual Anchieta. Foto de A. R. Diettze, 1874. Acervo da Biblioteca Nacional.

Em 29 de novembro de 1891, eles desembarcaram do navio Mayrink, no porto de Vitória/ES, Hospedaria dos Imigrantes Pedra D’Água. Fizeram escala no Rio de Janeiro. Via Rio Bene vente, chegaram ao destino final, a colônia de Alfredo Chaves, seção Guiomar, indo morar nas proximidades de São João de Crubixá, Ipê-Açú e Guiomar. Na igreja de São João Batista, em São João de Crubixá, vários filhos de Antonio Cesare Nico foram batizados. Também no cartório dessa localidade vários deles foram registrados. São João de Crubixá pertence ao município de Alfredo Chaves. Dois de seus filhos foram registrados em Rodeio, hoje cha mado Princesa, antes pertencente a Cachoeiro de Itapemirim e atualmente pertencente ao município de Rio Novo do Sul, e o filho mais novo em Castelo.

Depois de um período de quarentena na hospedaria, eles seguiram numa embarcação até Benevente, atual Anchieta. Daí, por canoa ou prancha, entraram pela foz do Rio Bene vente, passando por Jabaquara. Seguiram viagem até o porto em Alfredo Chaves. Muitos imigrantes a partir daí seguiam por trilhas, a pé ou em lombos de animais ao destino final.

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imigrantes, e muitos estavam regressando. O ano de chegada dos Nico coincidiu com esse período. Por outro lado, o que foi de positivo é que esses passaportes só existem por esse fato.

Passaporte original de Rosa Marchesin e seus pais. Acer vo do Arquivo Público do Espírito Santo.

Rosa veio no passaporte do pai. O documento foi tirado no dia 25 de setembro de 1891, quando ela ainda era solteira, com 20 anos de idade. Foi emitido também na província de Vicenza e tinha o número 1.088. Seu pai tinha 60 anos e a mãe, 53. Ele era contadino (agri cultor), nascido em Montegaldella.

Na virada do século XIX para o XX, muita coisa estava consolidada. Estava formada a primeira geração de descendentes de imigrantes. Havia povoados e vilas formadas, muitas conservando o nome até hoje, bem como casas e casarões mais bem construídos e confor táveis, propriedades mais estruturadas. Também foram construídas, nas partes elevadas, inúmeras e lindas igrejas no estilo italiano, com torre do sino fora do corpo da igreja e ce mitério nos fundos.

Durante a construção dessa estrada, moravam em sua redondeza a família de Angelo Bastianello e sua esposa, Olimpia Nico; as famílias dos meus bisavós por parte da minha mãe, Antônio Cesare Nico e Rosa Marchezin, e Angelo Bastianelli e Rosa Arcine. Os Bastia nelli de minha avó eram do subdistrito de Guiomar, comunidade hoje de Vargem Alta, que, na época, era seção Guiomar, do distrito de Rio Novo, comarca de Cachoeiro do Itapemi rim. Os Nico eram das proximidades de Ipê-Açú, distrito de São João (hoje Crubixá), seção

Em 1877, com o aumento do número de imigrantes italianos, o Coronel José Togneri ven deu ao governo parte de suas terras na Fazenda Quatinga. O diretor da Imperial Colônia de Rio Novo, Joaquim Adolfo Pinto Pacca, estava presente na assinatura do documento. Assim, foi surgindo a povoação de Alto Benevente, que mais tarde se chamaria Alfredo Chaves.

2.3.1 Alfredo Chaves

Existiu uma singela ferrovia, ligando a sede de Alfredo Chaves a Anchieta, passando por Jabaquara. Margeava o curso do Rio Benevente, contava com apenas três vagões e era movida à lenha. A máquina que puxava os vagões chamava-se Maria Pretinha, e ela leva va, além de passageiros, operários da Usina Paineiras, em Jabaquara, inaugurada em 1919, bem como café, cana e demais cargas. Suas paradas eram em Alfredo Chaves, Jabaquara e Anchieta, seu ponto final. Mais tarde, em 1942, a usina foi transferida para o município de Itapemirim.Aligaçãoferroviária de Vitória a Cachoeiro e Rio de Janeiro facilitou o escoamento do café e a locomoção das pessoas. As estações de Araguaia e Matilde foram inauguradas em 1902. Em 1910, foi completado o trecho entre Matilde e Ibitirui (antigo Engano) a Cachoei ro, passando por Vargem Alta. Nessa linha férrea, que passou por comunidades do muni cípio de Alfredo Chaves, trabalharam muitos imigrantes italianos, inclusive das famílias de meus bisavós, Giuseppe Andrea Cauz e Antonio Cesare Nico.

O correio de Alfredo Chaves foi criado em 1882, e o telégrafo chegou em 1903. A vila de Alfredo Chaves foi elevada à categoria de cidade em 21 de maio de 1924, e os seguintes dis tritos ficaram ligados à comarca: Alfredo Chaves, Matilde, São Marcos e São João.

Depois de apenas quatro anos da chegada, Giuseppe Cauz e Antonio Cesare Nico já en frentavam a crise econômica que durou cerca de uma década. Os cafezais foram pratica mente abandonados, fazendo com que as famílias optassem pela cultura branca alicerçada nos cereais e leguminosas. Produziam fubá de milho, farinha de mandioca, arroz, feijão, galinhas, carne de porco e outros. Era o suficiente para a sobrevivência familiar, e o exce dente era vendido na sede.

Muitas famílias italianas estavam trabalhando em terras menos férteis, alojadas em casa de parentes. Não havia apoio do governo, tampouco novos lotes. Toda essa situação fez com que famílias da região de Matilde e outras residentes mais ao norte começassem a migrar para a região do Caxixe Frio e, depois, Venda Nova. Não foi diferente o comportamento para

A população do município de Alfredo Chaves em 1895 era de 5.843 habitantes. Em 2015, eram 14.973 habitantes, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 28 de agosto de 2015.

O primeiro colonizador a se estabelecer na região de Alfredo Chaves, por volta de 1830, foi um português de nome Augusto José Alvares e Silva, que pertencia à Guarda de Honra da Corte de D. Pedro II. A ele foram doados, por D. Pedro II, 500 alqueires de terra da Sesmaria Quatinga. Antonio José Alvares e Silva, um dos filhos de Augusto, vendeu sua herança ao Coronel José Togneri.

Um intenso movimento migratório começou a ser incrementado a partir do ano de 1890, principalmente para o norte e o oeste do município, em suas terras menos férteis. Nessa época, muitas famílias que chegavam eram atraídas por seus familiares que aqui já estavam. Foi o que aconteceu com meus bisavós, Giuseppe Cauz e Antonio Cesare Nico, que chegaram em 1891. Meu trisavô Carlo Bastianello e meu bisavô Giovanni De Nadai chegaram antes, em 1888.

todo o município, cujas famílias, ao longo dos anos seguintes, migraram para Vargem Alta, Marechal Floriano, Pedra Azul e, por volta de 1910, para a Fazenda do Centro, em Castelo.

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As escolas criadas no município foram Batatal, São Marcos, Quarto Território, Rio Gua tinga e Nova Estrela. Além disso, foram criadas escolas particulares pelo governo italiano: Carolina, Santo Andre e Alexandria.

O município de Alfredo Chaves foi criado em 24 de janeiro de 1891, sendo desmembra do do município de Anchieta. O povoado, anteriormente, era chamado de Alto Benevente, e o nome atual foi dado em 2 de abril de 1881, em homenagem ao inspetor-geral de Terras e Colonização do Império, Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves, que foi engenheiro mili tar, deputado e atuou nos ministérios da Guerra e Marinha de 1885 a 1887. Ele teve atuação de destaque por seu esforço quando esteve na região, em 1878, para apaziguar conflitos na administração da colônia relacionados no trato com os imigrantes.

O acesso ao interior era feito por trilhas abertas por comerciantes interessados na com pra do café. Não eram estradas, mas sim caminhos seguidos por tropas de burros, pedes tres e cavalos transportando pessoas. As estradas para Matilde e Sagrada Família foram abertas em 1928.

Carlo e sua esposa vieram também em 1888, com os filhos Virginia e Angela. Angelo, casado com Rosa Arcine, nasceu no Brasil, e eles eram pais de minha avó Angelina Bastia nelli Nico. No Brasil nasceu também Julia, casada com Mario Zoppi.

As estações de AraguaIa e Matilde foram inauguradas em 15 de março de 1902. Mas, mergulhado em crise financeira, e pressionado por dívidas externas, o governo estadual interrompeu a empreitada e, cinco anos depois, vendeu o pedaço acabado para a Leopoldina Railway, que havia construído e explorava o trecho de Cachoeiro de Itapemirim ao Rio de Janeiro. A ferrovia incompleta, que ainda hoje mantém o trecho original, ia de Argolas, em Vila Velha, a Matilde, num percurso de 81 quilômetros.

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A construção da estrada de ferro, pelo governo estadual, foi feita a dinamite e braço, dada a pouca tecnologia disponível na época, a farta mão de obra e o relevo acidentado. Na divisa de Alfredo Chaves com Var gem Alta, a ferrovia ultrapassa os 600 metros de altitude. Foi contratada uma companhia inglesa que havia acumulado experiência na abertura de caminhos de ferro nas colônias da Inglaterra. A oferta de trabalho na construção da ferrovia, administrada pelo engenheiro inglês Charles Bloomer Reeve, foi uma alternativa para os imigrantes tardios, e na vila que hoje é Matilde era, na época, um amontoado de casas de estuque ha bitadas pelas famílias desses trabalhadores.

Giuseppe e sua esposa vieram em 1888 com os filhos Angela e Pietro. Antonio, casado com Olimpia Nico, veio em 1897, nove anos depois.

O fato de minha avó Angelina Bastianelli e Ilda, sua irmã, chamarem Olimpia de tia reforça o parentesco das duas famílias. O antigo moinho de Bepi Bastianello, em Claros Dias, foi construído por meu bisavô Angelo Bastianelli, filho de Carlo.

Consegui identificar a ligação das famílias Bastianelli e Bastianello, pois minha avó Angelina e sua irmã Ilda chamavam Olimpia Bastianello Nico e seu esposo, Angelo Bas tianello, de tios. Na verdade, o sobrenome correto original que trouxeram da Itália é Bas tianello. Com o passar do tempo e diversos registros de nascimentos feitos em cartório, ele passou a sofrer variações ou alterações, como Bastianele, Bastianelle, Bastianeli, Bas tianelli,GiuseppeBastianella.Bastianello e sua esposa, Antonia Pietra Ambrosini, eram pais de Angela, Pietro e Angelo, casado com Olimpia Nico.

A inauguração do novo trecho se fez onde as duas linhas se tocavam, em Matilde, em 27 de junho de 1910. Do primeiro trem que chegou ao po voado, desembarcou ninguém menos do que o presidente da República, Nilo Peçanha. Por sua posição central no trajeto entre Vitória e Cachoei ro de Itapemirim, a estação Matilde se diferenciava das demais pelo seu porte. Tinha ampla plataforma de embarque, residência para o chefe da estação e um virador: era o único ponto da linha em que a locomotiva podia virar e retornar (2015, p. 33-34).

A Leopoldina Railway, em três anos, completou a ligação ferroviária com Cachoeiro de Itapemirim e estabeleceu em território de Alfredo Chaves mais uma estação, a de Engano, no povoado que em 1964 passou a se chamar Ibitiruí. Anos depois, quase na divisa com o que é hoje o mu nicípio de Vargem Alta, foi construída uma parada, a de Ipê-Açú, onde fica o ponto mais alto da linha.

2.3.1.1 Construção da estrada de ferro passando por Ipê-Açú e Guiomar, perto de onde moravam as famílias de Antonio Cesare Nico, sua irmã, Olimpia Nico, e Carlo Bastianello

Depois desse trecho do escritor Hesio Pessalli fica fácil entender que:

O café, que antes era todo transportado em lombos de burro até a capital ou por canoas e pranchas pelo Rio Benevente, passou a ser transportado também pela ferrovia, o que fez aumentar a fronteira agrícola. A região de Matilde virou centro de negócios e, com o ad vento do trem, foi eliminada aquela viagem cansativa via Rio Benevente para depois pe gar um navio a vapor em Anchieta para Vitória ou outro local do estado, país ou exterior.

Guiomar, município de Alfredo Chaves. As duas comunidades eram próximas. Luiz Nico, meu avô, casado com Angelina Bastianelli, contava que eles vendiam frutas e até pimenta quando os operários estavam construindo a estrada de ferro. Angelina Bastianelli, nascida em Guiomar, tem seu registro de nascimento em 6 de fevereiro de 1911, no cartório de Rodeio, hoje com o nome Princesa, distante seis quilômetros, hoje pertencente a Rio Novo do Sul.

Giuseppe e Carlo vieram da Itália para Alfredo Chaves em 1888, no mesmo navio, Maria Pia.

Visando a melhor esclarecer e entender esse importante feito e a ordem cronológica das datas junto com a residência e a permanência de Antonio Cesare Nico e sua família na re gião de Ipê-Açú, encontrei no livro do professor, jornalista e escritor Hesio Pessalli a me lhor explicação. Ele escreveu assim:

Carlo Bastianello e sua esposa, Maria Cerroto, eram pais de Virginia; Angela; Angelo, casado com Rosa Arcine, e Julia, casada com Mário Zoppi.

» Foi inaugurado em 1902 o trecho entre Vila Velha e Matilde ficando, porém, pa ralisado por cinco anos o trecho entre Matilde e Cachoeiro de Itapemirim, sendo reiniciado em 1907 por uma outra empresa;

» A outra empresa completou o trecho faltante em três anos, portanto, em 1910, e sua inauguração ocorreu também em Matilde em 27 de junho;

Matilde foi assim o ponto final da linha que vinha de Vitória de 1902 a 1910. Ali havia uma grande colônia de imigrantes italianos; seu cartório tinha sido aberto em 1895; a estação ficou na margem esquerda do Rio Be nevente que seria cruzado pelos ingleses, que compraram a ferrovia em 1907; eles iriam construir nova estação do outro lado do rio. Os ingleses agem. Começaram as obras em duas frentes: uma saindo de Cachoeiro,

Altair Malacarne redigiu, em 2017, um texto muito interessante, acrescido em 2019, de nominado “Ferrovia cata-café”. Transcrevo abaixo o texto de Altair:

» Pode-se supor também que a mudança de Cesare e sua família de Ipê-Açú para o Córrego da Telha ocorreu logo após o nascimento de Gaetano, em 1911.

» Antonio Cesare Nico chegou, vindo da Itália, próximo de Ipê-Açú em dezembro de 1891. Nesse local, entre 1907 e 1910, foi construída e passou a linha férrea. Isso coincide com a história contada por vovô Luiz Nico sobre a venda de pimenta para trabalhadores da construção da estrada férrea. Vovô tinha, nessa época, oito anos, tendo nascido ali em 1902. Primo Nico, seu irmão mais velho, tinha 18 anos, nascido em 1892. Ainda não havia nascido Gaetano, o que só ocorreria em 1911, nem Jorge, o mais novo, que nasceu em 1915 no Córrego da Telha, em Castelo;

que já tinha uma estação desde 1903, rumo a Matilde, de onde saiu outra ao encontro daquela. Luiz Derenze nos conta sua alegria em fazer dessa epopeia, e foram muitos os “contadini” a cavar a terra, construir pontes, puxar galeotas e fugir da roça para ganhar um soldo mensal; os serviços agora eram tocados com rapidez. Mas ai a conversa do Cel. Carlos Gentil Homen, morador de Guiomar, mudou o rumo do percurso. Trechos já abertos na região de Concórdia / Paraiso desde 1895, quando a linha era do estado, foram abandonados para o trem subir mais ainda e poder pe gar as colheitas generosas de café das regiões de Jaciguá, Guiomar e Ipê -Açú. A estaçãozinha cata-café entre Ipê-Açú e Matilde recebeu o nome Engano para celebrar o disfarçado equívoco na correção do traçado; hoje se chama Ibitirui. A modificação foi a seguinte: a construção do traça do primitivo, em torno de 10 quilômetros esparsos e intermitentes, ao longo de uma extensão de 20 quilômetros entre a estação Soturno e Alto Rodeio permitiu a formação e/ou desenvolvimento dos vários núcleos de italianos, como Concórdia, Paraiso, Virginia Nova, Ribeirão e outros. Posteriormente, junto ao novo traçado: Ipê-Açú, Guiomar, Vargem Alta, Jaciguá, Boa Esperança e parada Benjamim, entre outros.

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Depois de comprar as linhas férreas existentes no sul do Espírito Santo, em 1907, a Leopoldina Railway tratou de ligar Cachoeiro de Itape mirim a Matilde, onde ela tinha chegado vinda de Vitória em 1902 com a finalidade especial de servir de meio de transporte para o café que era produzido nas recentes colônias abertas, principalmente pela força do braço do imigrante aqui chegado no final do Segundo Império; era, por isso, chamada de ‘ferrovia cata-café’.

Altair Malacarne é filho de Francisco Malacarne. Francisco era irmão de Eugenio Ma lacarne. Virginia Malacarne, casada com Vitorio Nico, era filha de Eugenio Malacarne. Portanto Altair e Verginia são primos em primeiro grau.

O jornal Dia a Dia, de 23 de abril de 2021, ressaltou: “Voluntários da ONG Amigos do Trem fazem limpeza de 1,2 km de ferrovia”. A ação teve a participação de Paulo Thiengo, membro da ONG, e apoio de Francisco Fassarella. “A cobiça da Leopoldina é o início da magnífica serra de Soturno, onde a ferrovia segue por precipícios, passa por viadutos pendurados na montanha e atravessa túneis, só parando de subir na altura de Ipê-Açú, no limite entre os municípios de Vargem Alta e Alfredo Chaves, onde atinge impressionante 783 metros de altitude (Cachoeiro está a 29 metros)”.

Em 1910, o presidente Nilo Peçanha, graças à operosidade dos ingleses, cruzou o Rio Paraíba e veio inaugurar a linha; há uma foto da comitiva na estação de Guiomar. Agora o nosso ouro verde, em boa parte do esta do, seria transportados pelos vagões que corriam nos trilhos sagrados. Me lembro dos camaleões deixados no solo dos morros de Boa Esperança pelos demorados tratos culturais nas lavouras da rubiácea ao longo dos anos; as grandes safras teriam um bom dinheiro para o tesouro estadual, possibilitando ao grande presidente Florentino Avidos, (1924-1928) cons truir uma histórica ponte sobre o Rio Doce, em Colatina, a boca de um sertão desafiador, onde, com os pés e braços de muita gente vinda do sul capixaba, novas colheitas de café em terra nova se fariam, agora trans portadas para os grandes centros por caminhões cata-café (2017, p. 23-24).

Onde moraram Olimpia e Cesare Nico no Espírito Santo. Imagem do Google.

Próximo a Ipê-Açú, onde chegou Cesare Nico da Itália em 1891.

Parada de trem de Ipê-Açú. Acervo de José Sérgio Xa vier Aride. Trecho em Guiomar. Acervo de Paulo Henrique Thiengo.

Parada de trem em Ibitiruí, antiga Enga no. Acervo de Paulo Henrique

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e cabanas. Acervo de Paulo Henrique Thiengo.

ConstruçãoThiengo.daferrovia

Construção do viaduto. Acer vo de Paulo Henrique Thiengo.

Construção do viaduto (detalhe). Acervo de Paulo Henrique Thiengo.

Construção do túnel. Acervo de Paulo Henrique Thiengo.

Antonio Cesare e Rosa tiveram 11 filhos, sendo nove homens e duas mulheres. Dez fi lhos nasceram nas proximidades de Ipê-Açú e Guiomar, divisa do município de Alfredo Chaves com Rio Novo do Sul e Vargem Alta. Ali residiram por cerca de 20 anos. O único que nasceu fora de Alfredo Chaves foi o filho mais novo, Jorge Nico, que nasceu no Córrego da Telha, município de Castelo.

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Assim como Matilde, outro lugar que, na época, teve um desenvolvimento destacado foi São João, que depois passou a ser chamado de São João de Crubixá. A influência religiosa era muito forte, tanto que foi construído nesse distrito o primeiro grande templo do mu nicípio, com quase 30 metros de comprimento, 10 de largura e oito de altura. Ele foi trans formado em paróquia antes mesmo de haver paróquia na sede do município.

A linha férrea passava próximo de São João, que tinha ferraria, selaria, padarias e con tava com telefone já na década de 20. O primeiro centenário do início da imigração italia na do município foi comemorado nessa localidade em 1978. Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin vieram da Itália para próximo de São João.

Atestado de óbito de Giovan ni Marchesin. Acervo de Cel so Luiz Caus.

Registro histórico escrito ao lado da Igreja de São João Batista de Crubi xá, 2015. Acervo de Celso Luiz Caus.

2.4 DE ALFREDO CHAVES PARA A FAZENDA DO CENTRO, CASTELO

Por volta de 1912, Antonio Cesare comprou o lote número 4, com área de 453.550 metros quadrados, no setor Córrego da Telha, do Núcleo Colonial da Fazenda do Centro, distrito da Estação de Castelo, na época pertencente ao município de Cachoeiro de Itapemirim,

Igreja de São João Batista de Crubixá, 2015. Acervo de Celso Luiz Caus.

Vale registrar que o pai de Rosa, o senhor Giovanni Marchesin, com 67 anos de idade, faleceu na casa de seu filho Vittorio, nas proximidades de São João de Crubixá, em 30 de setembro de 1898, ou seja, quase oito anos após a chegada ao Brasil. Interessante que na certidão de óbito passamos a saber que existia uma irmã de Rosa, de nome Maria Luigia,

casada, que permaneceu na Itália. Ela era 10 anos mais velha do que Rosa. Giovanni foi se pultado no cemitério de São João de Crubixá.

Espírito Santo. Na época em que mudou, nenhum filho ainda tinha casado. Primo, o mais velho, tinha próximo de 20 anos de idade. No Córrego da Telha nasceu, em 1915, Jorge Nico, o 11º filho, caçula do casal. Eles residiram nesse local por cerca de 16 anos, antes de se mu darem para Conquista, em Minas Gerais.

Um registro interessante e histórico é o caso da Fazenda do Centro, destino de vários imigrantes de Alfredo Chaves e Vargem Alta. Muitos deles, posteriormente, foram para Minas Gerais. A Fazenda do Centro era uma grande propriedade, situada a aproximada mente 11 quilômetros da sede de Castelo, ligada à produção de café e que usava mão de obra escrava. Entretanto, como consequência da abolição da escravatura, e com a falta de mão de obra, entrou em decadência no final do século XIX.

A comunidade de Monte Alverne, vizinha do Córrego da Telha, pertencia ao núcleo colonial da Fazenda do Centro. A família de Antonio Cesare Nico frequentava essa comu nidade, principalmente sua igreja. Vovô Luiz Nico falava sempre de Monte Alverne.

da vazão. Como os missionários ficaram preocupados com a debandada e a dispersão dos imigrantes, viabilizaram a compra da antiga fazenda, onde já trabalharam até 600 escra vos. Além disso, eles tinham o objetivo de manter a fé e a religiosidade.

Foi adquirida em 1845 pelo major Antônio Vieira Machado da Cunha. Em 1909, foi vendi da pelos herdeiros ao Frei Manuel Simon e seu sócio José Mariano. Adquirida pelos padres agostinianos, foi dividida em lotes para acolher os imigrantes. Lá foram colocadas mais de 100 famílias no ano de 1910. A fazenda possuía uma área total de 3.202 alqueires e mais 1.543 foram adquiridos em sociedade com a Ordem dos Agostinianos Recoletos. Os lotes foram divididos em 10 alqueires e vendidos a prazo às famílias italianas que se encontravam nas antigas colônias de Alfredo Chaves. Estima-se que mais de 300 famílias chegaram para o que seria considerado o mais importante centro econômico e social da região, com a pro dução não só de café, mas também de cana-de-açúcar e milho. Dizem que, provavelmente, essa foi a primeira reforma agrária do Espírito Santo, talvez a primeira da América Latina.

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Cesare Nico pagou um professor para ensinar os filhos homens a ler e escrever. As mulheres não aprenderam a escrever, tinham que saber costurar e passar roupa. Era um costume italiano da época.

Seu nome deve-se a sua posição geográfica, já que estava localizada entre montanhas e também por ter sido palco dos principais acontecimentos socioeconômicos daquela época. Ponto de encontro dos fazendeiros da região para comemorações e festas religiosas, seu casarão tinha 1.800 metros quadrados, 20 quartos e uma ala na parte superior.

A fazenda tinha ainda senzalas, engenhos de beneficiamento de café e arroz, moinhos, oficina mecânica e uma capela. Lá aconteceu até garimpagem de ouro, e havia nela um pequeno povoado.

Primeiros proprietários do Córrego da Telha, Castelo/ES. Acervo do casarão da Fazenda do Centro.

Em 1911, constava o nome de 47 colonos ocupando uma área de 765 alqueires. Foram dis tribuídos, até 1918, lotes de terra para mais de 100 famílias de imigrantes, principalmen te de italianos vindos do município de Alfredo Chaves. Eles tinham 10 anos para pagar a propriedade e carência de cinco.

Claro que buscar novas terras, diante das famílias numerosas e pequenas proprieda des, não era tudo. Havia também o problema ambiental ligado ao desmatamento e ao mau uso da terra. Como consequência, veio o assoreamento dos córregos e rios e a diminuição

Córrego da Telha, Castelo/ES, onde morou Cesare Nico de 1914 a 1928.

Vista panorâmica da Fazenda do Centro. Acervo de Cilmar Franceschetto.

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Casarão restaurado da Fazenda do Centro, em Caste lo/ES, 2015. Foto de Celso Luiz Caus.

Fazenda do Centro, os 175 anos contado por Cilmar Frances chetto. Acervo de Cilmar Franceschetto .

Fazenda do Centro, em Castelo/ES. Acervo do Arquivo Público do Espírito Santo, livro

“Italianos”.Casarão da Fazenda do Centro. Acer vo do casarão da Fazenda do Centro.

Cavalhada no casarão da Fazenda do Centro. Acervo do casarão da Fazenda do Centro.

Núcleo colonial da Fazenda do Centro, 1909-1912. Antonio Cesare Nico está no lote 4, Córrego da Telha. Acervo do Arquivo Público do Espírito Santo, livro “Italianos”.

Eugenia Nico visitando casa do avô Antonio Cesare Nico em Córrego da Telha, Espírito Santo, onde nasceram Eu gênia e Jorge Nico. Acervo da família de Eugênia.

2.4.1 Visita à antiga propriedade de Antonio

Celso segurando foto do casarão dos Nico no Córrego da Telha, 2015. Acervo de Celso Luiz Caus.

Antiga casa de Antonio Cesare Nico, no Córrego da Telha, na Fazenda do Centro, Castelo/ES, 2015. Acervo da família Camporez.

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Local onde ficava o casarão dos Nico. Da esquerda para a direita, descendentes Camporez, Nico e Nicoli, 2015. Acervo de Celso Luiz Caus.

Vista a partir da antiga casa dos Nico. Casa dos Nicoli ao fundo, na parte mais alta, 2015. Foto de Celso Luiz Caus.

Vista da antiga propriedade dos Nico, Córrego da Telha, Espírito Santo, 2015. Foto de Celso Luiz Caus.

Cesare Nico no Córrego da Telha/ES

Depois de pesquisa realizada no Arquivo Público do Espírito Santo e consulta a Cilmar Franceschetto, autor do livro “Italianos”, descobri que o terreno de Cesare Nico era o lote 4, de aproximadamente 10 alqueires. Ela ficava no Córrego da Telha, município de Caste lo, Espírito Santo, ao lado do lote 5, de propriedade da família Nicoli. No dia 23 de julho de 2015, fui conhecer a restauração do casarão da Fazenda do Centro e também tentar en contrar a antiga propriedade de Cesare Nico. Por indicação do Cilmar, procurei o senhor Sergio Nicoli, morador do local.

Pessoa muito solícita, Sergio levou-me no local onde existia a casa dos Nico, hoje de propriedade da família Camporez. A antiga casa foi derrubada e uma nova foi construída. Pude ter uma cópia da fotografia da antiga casa, fornecida por um dos filhos Camporez que mora no local. Sergio Nicoli também levou-me para conhecer a igrejinha que fica ao lado, cujo padroeiro é São Caetano, e conhecer o casarão da família Nicoli.

Irmãos Vitorio, Antonio e Jorge visitando casa dos pais em Córrego da Telha, Castelo/ES, 1983. Acervo da família de Vitorio Nico.

Celso com Camporez, atual dono da antiga proprieda de dos Nico, no Córrego da Telha, Espírito Santo, 2015. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casa de Antonio Cesare Nico no Córrego da Telha, Castelo/ES, 1993. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Antigo casarão dos Nicoli, vizinho à propriedade dos Nico, no Córrego da Telha, Espírito Santo, 2015. Foto de Cel so Luiz Caus.

» Cesconetto » Fazzolo » Nico

Outras famílias italianas que foram para a mesma região de Minas Gerais Ambrosim » Costalonga » Grobério » Roveda Ardizzon » Dalfior » Magri » Tissianelli Baldon » Daltil » Moscon » Ton Bonicenha » Espagnol » Neroci » Tonani Bossanelli » Estefanon » Pancini » Zandonadi Bragio » Fava, » Pela » Zanon Bressan » Franquini » Rigo » Zorzal

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Famílias de colonos de Alfredo Chaves e atual Vargem Alta que posteriormente fo ram para Itueta e Santa Rita do Itueto, em Minas Gerais Bastianelli » Bosser » Caus Beninca » Bravin » De Nadai Bergamin » Campo Dall’Orto » Vazzoler

Famílias de colonos, principalmente das partes da Fazenda do Centro denominadas Córrego da Telha e Caxixe, que posteriormente foram para Itueta e Santa Rita do Itueto, em Minas Gerais

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» Campo » Cremasco » Venturin

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2.5 FAZENDA DO CENTRO, CASTELO E ALFREDO CHAVES/ES: DE ONDE PARTIU A MAIORIA DOS IMIGRANTES ITALIANOS PARA ITUETA E SANTA RITA DO ITUETO/MG

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Adriano anos14 Luiz anos16 Vitorio anos9 Antonio anos17 Primo anos26 Carolina anos11 Regina anos18 Jorge anos3 Nona MarchesinRosa anos47 Nono NicoCesareAntonio anos56 Gaetano anos7 João anos21 Julio anos25

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Sergio Nicoli e Celso na capela de São Gaetano, entre a casa dos Nico e Nicoli no Córrego da Telha, Castelo/ES, 2015 Acervo de Celso Luiz Caus.

Vista da antiga propriedade dos Nico, Córrego da Te lha, Espírito Santo, hoje pertencente às famílias Cam porez e Caretta, 2015. Foto de Celso Luiz Caus.

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Família de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin em foto de 1918, Córrego da Telha, Fazenda do Centro, Castelo/ES. Acervo da família Antonio Cesare Nico.

2.6 DE CASTELO/ES PARA CÓRREGO DA CONQUISTA/MG

Estação Leopol dina Vitoria (Ar golas), provavel mente em 1920. Acervo da RFFSA.

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Outros italianos preferiram transportar seus pertences em lombos de burros ou tropas por um caminho mais curto, saindo de Castelo, atravessando a divisa e o Rio Manhuaçu até chegar ao destino. Era estrada de chão mesmo, na maioria, picadas.

Trem Maria Fu maça, Vitória a Minas, nas pri meiras décadas de 1900. Acervo de Emídio Mar tins da Silva.

Estação Leopoldina, à esquerda, e de Vitória a Minas, à direita, provavelmente em 1950. Acervo de Foto Musso.

Com o crescimento da família e o pequeno tamanho da propriedade rural, muitos desses imigrantes que moravam na região de Castelo, Vargem Alta e Alfredo Chaves começaram a buscar novas terras. Elas foram buscadas principalmente na microrregião de Aimorés, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Nesse movimento, migraram no início de 1920, principalmente para Itueta e Santa Rita do Itueto, esses descendentes italianos do norte da Itália, oriundos das regiões do Veneto, Friuli, Piemonte e Lombardia, que desembarca ram no Porto de Vitória. Entre essas famílias estão as famílias dos meus bisavós maternos Antonio Cesare Nico e Angelo Bastianelli e avós paternos, Izidoro Caus e Judith De Nadai. Assim, desembarcaram nas estações ferroviárias de Aimorés e Resplendor, em Minas Gerais, aqueles imigrantes que vinham de Castelo e Alfredo Chaves e optaram por fazer o trajeto de trem, passando por Argolas, em Vila Velha. Da Estação Ferroviária Leopoldina, em Argolas, eles seguiam para a Estação Vitória a Minas, que ficava próxima ao mar da baía de Vitória, e daí seguiam para Minas. Apesar de a estação estar em Argolas, era chamada inicialmente de Estação Victoria.

Itueta e Santa Rita do Itueto, na época da chegada dos italianos, pertenciam a Aimorés. A linha férrea chegou a Aimorés em 1907 e a Governador Valadares em 1910. Vários povoa dos se desenvolveram ao longo dessa ferrovia, administrada, então, pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), hoje Vale.

Trem chegando na Estação de Res plendor, década de 40. Acervo de Dório.

Entre 1919 e 1928, cinco filhos, casaram em Castelo, que pertencia ao município de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo:

» 1919: Primo Nico casou-se com Madalena Costalonga, que fa leceu no pós-parto. Ele, então, casou-se, pela segunda vez, com Gardina Ruela;

Em 26 de julho de 1928, Antonio Cesare vendeu, por 30 contos de réis, sua propriedade de 10 alqueires para a família Altoé. Em seguida, mudou com sua família para Córrego da Conquista, município de Itueta, que, na época, pertencia ao município de Resplendor, Minas Gerais.

» Novembro de 1924: Julio Nico casou-se com Amabile Cremasco, que faleceu no parto de Alverino. Julio casou-se pela segunda vez com Verginia Lerbach;

» Fevereiro de 1932: João casou-se com Valentina Dalfior;

» Setembro de 1939: Gaetano casou-se com Maria (Cotinha) Neroci;

» Fevereiro de 1940: Jorge casou-se com Teresa Bergamin.

Certidão de venda da terra, em 26 de julho de 1928, de Antonio Cesare Nico para família Altoé, no Córrego da Telha, Fazenda do Centro, Castelo/ES. Acervo de Celso Luiz Caus.

Seis filhos, João, Luiz, Carolina, Vitorio, Gaetano e Jorge, foram solteiros para Minas. Entre 1931 e 1940 casaram:

Observa-se, pelas datas, que poucos dias antes da venda da propriedade, em 1928, dois filhos, Regina e Adriano, decidiram casar. Sinaliza, assim, que todos eles acompanhariam os pais, e foi o que aconteceu. Os casados anteriormente, Primo, Julio e Antonio, já estavam em Minas desde 1926.

» Maio de 1924: Antonio Nico casou-se com Angelina Andreão;

» Julho de 1928: Adriano Nico casou-se com Maria Ambrosim.

Antiga estação de trem de Aimorés. Acervo de Emídio Martins da Silva.

» Fevereiro de 1931 Luiz casou-se com Angelina Bastianeli;

» Fevereiro de 1939: Vitorio casou-se com Verginia Malacarne;

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» Julho de 1932: Regina casou-se com Miguel Baldon;

» Maio de 1928: Regina casou-se com Jerônimo Zanon;

Uma foto tirada em 1927 mostra nona Rosa Nico segurando Toninho no colo, com Eu gênia no meio, em pé em cima de um banco, e Jorge em pé à esquerda. Essa foto foi tirada no Córrego da Telha, evidenciando, assim, que a família de Antonio Cesare Nico mudou-se para Minas em 1928, depois da venda da propriedade no Córrego da Telha.

Jorge Nico, Eugenia, Toninho e nona Rosa Marchesin Nico, 1927. Acervo da família de Carolina Nico.

Em 15 de agosto de 1926, Américo Nico nasceu no município de Castelo/ES. Em 17 de 1. Para efeito de organização, neste livro estamos adotando o nome Quatis, mesmo que o distrito também tenha sido chamado de Quatys, Coatis, Coatys e Quatituba em diferentes épocas.

2.7 QUANDO ANTONIO CESARE NICO MUDOU DO CÓRREGO DA TELHA/ES PARA O CÓRREGO DA CONQUISTA/MG?

Para descobrir a data em que Antonio Cesare Nico e sua esposa, Rosa Marchesin, mudaram para Conquista/MG, pesquisamos documentos, fizemos entrevistas e cruzamos informações.

Em 26 de julho de 1928, Antonio Cesare vendeu para a família Altoé sua propriedade no Córrego da Telha. Essa informação foi balizadora para ser cruzada com outras. Obtive mos o documento de venda no cartório de Cachoeiro de Itapemirim, visto que a região de Castelo pertencia a Cachoeiro.

Em 1926, foi a vez de Primo Nico e Antonio mudarem para Minas para se juntarem ao irmão Julio. Provavelmente também estimulados por ele.

Entre o final de 1925 e o primeiro semestre de 1926, Julio Nico mudou para Minas com a esposa, Amabile Cremasco, e a filha Leonilda. Em Minas, no lugar denominado Quatis1, nasceu Roza Anna, em 12 de agosto de 1926. Maria nasceu em Conquista, em 1928. Julio foi o primeiro Nico a mudar para região de Itueta e Quatis (hoje Quatituba). Julio não só esti mulou como convenceu seu pai, Antonio Cesare, a mudar para Minas. Da mesma forma, convenceu o seu sogro, João (Giovanni) Cremasco, que mudou em 1926.

Em 1927, com a morte de Madalena, que deixou cinco crianças muito pequenas, Rosa Marchesin, mãe de Primo Nico, enviou do Espírito Santo para Minas sua filha Carolina, para ajudar o irmão a tomar conta das crianças. Carolina, que já tinha 20 anos de idade, vai e fica alguns meses. Diante da difícil situação encontrada, Carolina trouxe Toninho para a casa da nona Rosa, no Espírito Santo. A data desse fato mostra que a família de Antonio Cesare Nico ainda se encontrava no Córrego da Telha/ES.

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fevereiro de 1928, nasceu Amério Nico, em Quatis, na época município de Resplendor/MG. Analisando essas datas, e considerando que Antonio já estava morando em Minas na época da morte da esposa de Primo, em 1927, conclui-se que Antonio Nico mudou para Minas en tre o final de 1926 e o início de 1927, portanto, depois dos irmãos Julio e Primo Nico e antes de seu pai, Antonio Cesare Nico.

No dia primeiro de janeiro de 1927, nasceu, em Minas, Antonio (Toninho) Nico Sobrinho, o quinto filho de Madalena Costalonga e Primo Nico. Rosa (Rosinha), filha mais velha de cinco irmãos, tinha apenas seis anos de idade. Os outros filhos menores que Rosinha são Ana, Cesarin, Ozilia e Toninho.

Em 1927, após o nascimento do filho Toninho, faleceu Madalena Costalonga. Foi a pri meira pessoa a ser enterrada no cemitério de Santa Luzia.

No dia 13 de abril de 1991, vovô Luiz Nico assim me descreveu: Quando servi ao Exército em Vila Velha, no 38º BI, eu já morava em Castelo. Eu tinha quase 20 anos. Agora, eu vou te contar um caso: um dia, mamãe foi visitar uma comadre e eu fui junto. Falei com o Júlio, meu irmão, que tinha que carregar a galinha na cesta grande.

Tereza (Terezinha) Zanon, filha mais velha de Regina Nico e Jerônimo Zanon, nasceu em Quatis, Resplendor, Minas Gerais, em 14 de novembro de 1928, tendo sido registrada em 15 de dezembro de 1928. Essa data confirma que Antonio Cesare Nico já estava em Minas no segundo semestre de 1928.

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Diante de todos esses fatos relatados, das fotos, das certidões, das datas, conclui-se que Antonio Cesare Nico mudou para Conquista/MG no segundo semestre de 1928. Para refor çar, há outro fato: Adriano Nico e Maria Ambrosim casaram-se em 21 de julho de 1928 e, aproximadamente, um mês depois mudaram-se para Conquista/MG, junto com os pais e irmãos solteiros. Essa é uma afirmação de Ilda Nicoli Nico, nora de Adriano e Maria. Ilda e seu marido, Valdivino Nico, moraram com Adriano Nico e Maria Ambrosim desde que se casaram até a morte deles.

2.8 LUIZ E O IRMÃO ANTONIO

NICO TRANSPORTARAM A MUDANÇA DE CASTELO/ES PARA CÓRREGO DA CONQUISTA/MG

Para finalizar, vovô Luiz cantou duas músicas italianas chamadas “Moretina Bela Tchao” e “La Violeta”.

Chegou lá e na hora de comer me chamaram. ‘Não quero, não tô com fome.’ No meio do ter reiro, tinha um pé de pimenta madura, uma pimenta bonita. Era no tempo que abriram a estrada de ferro para Vitória, de Vitória para Castelo. O Júlio, meu irmão, cortou correia de umbaúba para tratar das vacas. Ele disse que queria aquela fruta. Então, mamãe falou com a comadre, que disse que podia tirar tudo. Encheu a cesta. Vou te dizer uma coisa, você sabe que papai comprou um alqueire de terra com pimenta? Naquele tempo, deu cento e tantos cruzeiros. Nossa Senhora, quando eles viam a pimenta, ficavam doidos. Vendemos mais de cem cruzeiros de pimenta e compramos um alqueire de terra daquela boa.

O primo a que vovô se referiu provavelmente é Giuseppe (Bepi), filho da sua tia Olim pia Nico, que morava em Claros Dias.

O transporte de mudança de Castelo para a região mineira era muito difícil. Lembro-me muito bem do meu saudoso avô, Luiz Nico, dizendo-me que sua família saiu de Castelo com os animais carregando a mudança. Os cachorros iam junto e eles acabaram per dendo um deles na hora de atravessar o Rio Manhuaçu.

Vou te dizer que tinha lugar que não passava nem galinha naquelas estradas. Se o ca chorro não passava, na hora que ele ficava preso, tinha que virar o morro. Era cerca fecha da, bambu de cima até embaixo. Então, passamos tudo. Quando chegamos em Manhuaçu, na barca do Manduca Queirós, fomos atravessar na barca. Os cachorros estavam cansados e, depois de uma coisa e outra, o barqueiro chegou com a barca. Fomos colocar os animais em cima. Fomos contar os cachorros e só botamos seis. O Marchiom não tava ali não. Já ti nha despedido. Aquele meu primo, lá de Castelo, veio embarcado de trem, de Vitória. Saltou em Resplendor, enquanto eu vim de lá por terra, saltei o Rio Manhuaçu lá mais para baixo. Que dificuldade.

O senhor Manduca Queirós, citado por meu avô Luiz Nico, era o dono da barca para a travessia no Rio Manhuaçu. Segundo Henrique Cremasco, ele também era um tratador, pois, naquela época, o socorro médico ficava longe, além de haver muitas dificuldades de locomoção.Muitosfizeram a mudança transportando-a em lombos de animais, optando por um trecho difícil, porém mais curto. Passavam por Conceição do Castelo, cruzavam a divisa entre Espírito Santo e Minas Gerais, seguiam em direção de Afonso Cláudio, atravessa vam o Rio Manhuaçu, na altura de Tabaúna, até finalmente chegarem aos municípios de Itueta e Santa Rita do Itueto.

Nessa foto, Rosa tinha 56 anos; Jorge, 12; Eugênia, seis, e Toninho, menos de um ano.

Sobre a mudança do Espírito Santo para Minas Gerais, vovô Luiz descreveu assim: Eu andava muito a cavalo. No Espírito Santo, conheço todo rastro de cavalo. Eu fui bus car os animais em Castelo e passei em Conceição do Castelo, atravessei a divisa do Espírito Santo com Minas. Nossa Senhora, quanta cruz, quanta cruz na estrada. Então, viemos em bora [para a localidade de Conquista, situada no atual município de Itueta, Minas Gerais]. Nós saímos de lá [Castelo], eu e o Antônio, meu irmão. Ficamos para levar a mudança, os animais e os cachorros. Levamos sete animais e os cachorros. Viemos embora.

Em 1928, Regina Nico e o irmão Adriano, filhos de Rosa e Cesare, casaram no Espírito Santo, respectivamente, em 19 de maio e 21 de julho, dias antes da venda da propriedade. Fica claro que Antonio Cesare Nico e sua esposa, Rosa, com os filhos solteiros (João, Luiz, Carolina, Vitorio, Gaetano, Jorge) e os filhos recém-casados, Regina e Adriano, mudaram para Minas após o casamento dos dois filhos e a venda da propriedade, ou seja, no ano de 1928. Não ficou nenhum membro da família de Antonio Cesare no Espirito Santo, todos foram se juntar a Julio, Primo e Antonio, que já estavam em Minas.

NICO DO ESPÍRITO SANTO PARA MINAS GERAIS

Trajeto dos imigrantes e descendentes de italianos por estrada de chão ou linha férrea. Imagem do Google.

Além disso, três netos nasceram em Minas: Roza Anna, em agosto de 1926; Maria, em 14 de outubro de 1927, e de Amério, em 17 de fevereiro de 1928. Rosa e Maria eram filhas de Julio Nico e Amério, de Antonio Nico.

A terra de Antonio Cesare, no Espírito Santo, tornou-se pequena para acolher cada filho que ia se casando. Além disso, o preço da terra em Minas, naquela época, era bem barata comparada com a do Espírito Santo. Dizia-se que por uma espingarda comprava-se um alqueire de Tambémterra.jáhavia três filhos morando em Minas. E houve o episódio da morte, em 1927, em Minas, de Madalena Costalonga, esposa de Primo Nico, no pós-parto de Toninho, dei xando cinco filhos menores de sete anos.

Ocorreu ainda uma situação desconfortável de Antonio Cesare Nico com seu vizinho Gaetano Nicoli. Em julho de 1921, nasceu Eugênia, fruto de um relacionamento entre Re gina Nico e Eugênio Nicoli. Eugênio não assumiu o relacionamento nem a filha, fato que criou um constrangimento com os Nicoli, de quem os Nico eram vizinhos dos Nicoli. Eu gênia foi criada pelos avós Nico até o casamento.

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Não houvesse esses motivos, certamente Antonio Cesare Nico não mudaria para outro lugar, pois já estava, em 1928, com 66 anos de idade, considerado um idoso naquela época, além de não gozar de uma saúde satisfatória. Além disso, ele tinha uma boa propriedade com uma ótima casa.

Ao fundo, casa onde morou a família de Antonio Cesare Nico e Gaetano. Casamento de Eugenia e Guiê, 1949. Acervo da família de Vitorio Nico.

2.10 SOFRIMENTO DOS NICO

PELAS PERDAS PREMATURAS DE FAMILIARES

2.10.1 A morte de Madalena Costalonga Nico

Madalena Costalonga morreu após o parto do filho Antonio (Toninho) Nico Sobrinho. Se gundo familiares de Ozilia Nico, Madalena morreu de icterícia, uma doença no fígado que

Os idosos, mulheres e crianças faziam o trajeto via linha férrea, de Castelo ou Matilde até a Estação Ferroviária de Argolas, em Vila Velha, e daí, também de trem, seguiam para Resplendor, em Minas Gerais.

2.9 MOTIVOS DA MUDANÇA DE ANTONIO CESARE

2.10.2 A morte de Cesar (Cesarin) Nico

Madalena faleceu em 1927, no terreno onde, a partir de 1931, Luiz Nico passou a morar depois de casado. Nesse terreno nasceram todos filhos de Luiz Nico e Angelina Bastianelli. Minha mãe, Alira Nico, é a primeira filha de Luiz e Angelina.

No dia 23 de janeiro de 2021, liguei para Mafalda (Nega), filha de Antonio Nico. Ela esta va acamada, mas, com ajuda de seu filho Luiz Carlos, me confirmou que seu pai, Antonio Nico, primeiramente morou no pé da serra, onde depois veio a morar Adriano Nico. Poste riormente, Antonio Nico mudou para a virada da serra, descida para Santa Angélica. Isso confirma o socorro pedido a Antonio, pelo seu irmão Primo Nico, no momento da morte da esposa, Madalena Costalonga.

Lembro bem que Cesarin estava trabalhan do para nós. Ele foi prender o gado lá em casa. Trabalhava descalço. Ali no nosso terreno es trepou o pé. O papai levou ele depressa para Resplendor, para o doutor Leão. O doutor Leão cuidou dele, mas não teve jeito, contraiu tétano. Morreu com uns 18 anos de idade. Ele era bonito.

Cesar, também chamado de Cesarin, morreu em Minas Gerais, de tétano, aos 18 anos, con sequência de ter caído do cavalo e furado o pé. Nasceu entre maio de 1923 e abril de 1924.

antigamente era conhecida com o nome de tiriça. Rosa (Rosinha) Nico, filha mais velha de Madalena e Primo Nico, quando viva, também comentava esse fato, conforme afirmado por Fernando, seu filho. Tal episódio aconteceu quando o filho Toninho ainda era bebê.

Túmulo de Madalena Costalonga Nico, 1927 no cemi tério de Santa Luzia/MG. Ela foi a primeira esposa de Primo Nico. Acervo de Fernando Fasolo.

Sobre a morte de Madalena Costalonga, mulher de Primo Nico, mamãe contava que Pri mo Nico tinha quatro filhos quando mudou para Minas. Ele era vendedor de terras. A mulher dele passou mal. Quando ele chegou em casa, à noite, a esposa disse que não estava passando bem, tinha tomado um purgante. Ele deixou ela quieta. Tinha o Toninho que mamava. O bebê Toninho acordou de noite e começou a chorar, chorar, chorar... Tio Primo sentiu que ela não estava dando mamá ao menino, chamou e ela não respondeu. Aí ele viu que ela estava morta em cima da cama, e o menino chorando de fome. Primo deu um grito para seu irmão Antonio, que morava perto, no pé da serra, para ir ajudá-lo. No outro dia, Primo não sabia como fazer para enterrar a esposa, pois não tinha cemitério. Ele foi a Itueta e perguntou ao Coronel Ozório como ele iria fazer para enterrar a esposa. O coronel orientou que ele fosse atrás da igrejinha de Santa Luzia, roçar um pedaço de capoeira, abrir um buraco e enterrar a esposa. ‘Depois vocês constroem um cemitério ali.’ Madalena foi a primeira mulher a ser enterrada em Santa Luzia. O bebê Toninho ficou emperebado, doente. Carolina, solteira, a mando da mãe, Rosa Marchesin, saiu do Espírito Santo e foi para Minas ajudar a cuidar de Toninho e dos outros quatro irmãos, todos pequenos. Ela sabia costurar, fez roupinha para o menino e levou ele para sua casa no Espírito Santo. Toninho foi criado na casa dos nonos em Minas, até ficar adulto.

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Deolinda (Nica) informou disse:

Outra versão da morte de Cesarin foi contada por Carolina Nico Zanon Vazzoler. Disse Carolina:

Outra versão da morte de Madalena foi contada por Carolina Nico Zanon Vazzoler. Se gundo ela, sua mãe, Regina Nico Zanon, comentava:

Ele tomou uma estrepada e não se cuidou. Passou uns dias, ele montou no cavalo e foi pa rar lá no avô dele, Antônio Costalonga, que morava também na Conquista. Chegou lá, estava sem camisa, falou para os avós que sentia frio, já era o começo do tétano. Os avós deram uma coberta para ele se enrolar. Montou na égua, voltou para casa e já começava a trancar a boca. Tio Primo ficou desesperado, foi buscar o doutor Leão a cavalo. Doutor Leão olhou e disse que não tinha jeito e que levasse Cesarin para Resplendor. Colocaram ele numa coisa (pendurado num varão com lençol) e quatro pessoas colocaram nos ombros e levaram ele a pé para Res plendor. Chegando lá, doutor Leão examinou o pé e viu que era tétano. ‘Não tem jeito’, falou o doutor, e ali mesmo à noite ele morreu. Trouxeram ele a pé, no caixão, e enterraram em Santa Luzia. Ele tinha 17 anos. Cesarin era arteiro, travesso, sua madrasta, Gardina Ruela, dizia que ia mandar celebrar uma missa para ele. Depois que ele faleceu, ele apareceu para ela e pediu para celebrar a missa.

Terceiro filho de Primo Nico e Madalena Costalonga, Cesar (Cesarin) se acidentou no terreno de seu tio Luiz Nico. Foi no mesmo local onde faleceu sua mãe. Sobre esse caso, recorri a minha tia Deolinda (Nica) Nico, fi lha de Luiz Nico, e Ozilia, irmã de Cesarin.

Toninho Nico Sobrinho foi criado em Conquista pelos avós italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin com ajuda da tia Carolina Nico. Toninho falava com sotaque italia no bem forte, herança de seus avós.

Ozília Nico contou:

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Madalena Costalonga Nico e seu filho Cesar (Cesarin) Nico Neto ainda criança. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

Roza era minha irmã. Não sei se ainda tem, mas tinha uma cruz no açude onde ela caiu e morreu afogada. A Leonilda (Nilda) é a mais velha; depois vêm Roza; eu, Maria; a finada Deo dora; José; Pedro; Ana, e João. O último foi Alverino, e mamãe morreu de parto. Papai e mamãe estavam espalhando o café no terreiro. A mamãe pendurou o coador por cima do fogão, na cozinha, para ninguém mexer. Mamãe, de manhã cedo, deu leite para Roza, Nilda e para mim e foi espalhar o café no terreiro. A Nilda foi lá no terreiro perguntar a mamãe se a Roza estava lá. Ela disse: ‘não está não’. Papai e mamãe foram depressa em casa e viram que o coador não estava pendurado. Roza, com o cabo da vassoura, puxou o coador e foi lavar no açude. Cor reram para o açude e viram que o coador estava por cima da água. Papai mergulhou e pegou ela. Ainda estava viva, vomitou o leite que a mamãe deu. Mas não teve jeito, acabou falecendo. Foi um desespero. Roza tinha uns quatro ou cinco aninhos. Nasci numa casa que ficava perto da casa da Pachota, do Guiê e Eugênia. O açude era do vovô Cesare. O papai não queria que ele fizesse o açude ali, porque ia represar a água e ficar perto de nossa casa. Mesmo assim, ele fez. Depois que minha irmã morreu afogada ali, papai se desgostou e mudou de lá da Conquis ta. Da Conquista, papai mudou para perto do Aldeamento, na propriedade do vovô Cremasco, perto do senhor Sebastião Rosa.

Roza era filha de Julio Nico e Amabile Cremasco Nico. No meu tempo de criança, quando morava em Quatituba, eu sempre ia com minha mãe ao Córrego da Conquista visitar nos sos parentes Nico. Nessas idas, muitas vezes, ouvia dizer do afogamento de uma criancinha num açude atrás da casa de Guiê e Eugênia. “Existia até pouco tempo uma cruz no local do afogamento”, diziam.

Leonilda (Nilda) assim relatou: Primeiro moramos na Conquista, onde morreu afogada a Roza, minha irmã. Mamãe esta va nos dias de ganhar neném e, com o susto que ela levou pelo afogamento da Roza, a menina nasceu morta. Naquele tempo, não tinha médico igual hoje, era parteira.

No dia em que fizemos entrevista com João Nico surgiu o assunto do afogamento de Roza, sua irmã. Sabendo que João é uma pessoa muito ligada à história dos Nico, principalmente no que se refere à família de seu pai, Julio, perguntei se ele tinha alguma lembrança do assunto.

Mamãe me colocou com Roza e Maria sentada no caixote na cozinha. Tinha um fogão à lenha, e Roza queria lavar o coador. ‘Roza, você não pode lavar o coador’, falou mamãe. Ela pegou e pendurou o coador por cima do fogão. Mamãe deu leite para nós e foi ajudar papai a espalhar café lá no terreiro. Eu não vi que a Roza sumiu. Fui lá para perto da mamãe, e ela me perguntou: ‘Nilda, cadê a Roza?’. Falei: ‘eu não sei’. Ela disse: ‘vai ver onde ela está’. Então vol tei e segui um caminhozinho no mato que ia em direção ao açude e vi ela de braços aberto em cima da água. Quando ia voltando, falecido papai já estava na água tirando ela. Para tentar salvar, queimaram palha para esquentar coberta e colocar em cima dela para aquecer. ‘Faz isso, faz aquilo, rola aqui, rola lá’, e aquela choradeira. Não teve jeito, Roza morreu. Mamãe estava grávida e daí uns dias a neném nasceu morta. Parece que Roza tinha uns três ou quatro anos nessa época.

Sei que Nilda e Maria contaram a história do afogamento da Roza no açude da Conquista. Tem um detalhe do queijo. Foi assim: mamãe coou o café para levar para o papai, que estava trabalhando na lavoura de vovô Nico, na divisa com os Rigo. Ela preparou o café, e a pequenina Roza queria lavar o coador. Como mamãe tinha que sair para levar café para papai, e para Roza

Como consequência do afogamento de Roza, sua mãe, Amabile, que estava grávida, aca bou perdendo o bebê de nome Deodora.

João assim se expressou:

Entrevistamos Nilda e também Maria, sua irmã, que também mora em Linhares. Sobre o caso Roza, Maria assim descreveu:

2.10.3 Afogamento da criancinha Roza Anna e morte prematura da irmã Deodora

Com o advento do livro dos Nico, tive oportunidade de resgatar, com os irmãos de Rosa, a história desse triste acontecimento. Queria saber se Roza tinha nascido antes ou depois de Maria, sua irmã, e tentar resgatar o ano em que isso ocorreu.

Não havia nenhum registro de Roza, o que me levou, junto de Penha Nico, a pesquisar em cartório. Felizmente, encontramos, em Resplendor, o registro de nascimento de Roza Anna, ocorrido em 12 de agosto de 1926. Com isso e com os relatos, concluímos que Roza se afogou em 1930 e que, nesse ano, Nilda tinha cinco anos; Roza, quatro, e Maria, três.

Nas minhas pesquisas para escrever o livro, uma das grandes dificuldade que encontrei foi resgatar a história de João Nico. Rosa Gema, filha de Gaetano Nico, me deu uma pista, um telefone de uma bisneta de João. A partir daí, com ajuda de Penha Nico, conseguimos fazer os contatos e, felizmente, encontramos e conversamos com Sebastião, o neto mais velho de João. A partir daí conseguimos encontrar os descendentes de João Nico e Valentina Dalfior. Terceiro filho de Antonio Cesare Nico, João nasceu no Espírito Santo em 8 de fevereiro de 1897. Casou com Valentina Dalfior, em Resplendor, Minas Gerais, no dia 25 de fevereiro de 1932. Tiveram duas filhas: Alverina e Joana. João Nico, faleceu em Resplendor, Minas Gerais, no dia 14 de dezembro de 1934.

Local onde era o antigo açude em que se afogou Roza, na Conquis ta, atrás da casa da Eugênia Nico, 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

2.10.4

Sobre o acidente que levou à morte de João (Joanin), Sebastião assim me relatou: Vovô trabalhava com uma carreta puxando madeira. O caminhão deu um problema na descida, ali na Conquista, naquela descida do Fortunato Campo, no Natalino, perto do Silas Pedro. Dizem que foi ali. Não sei quem estava junto. Ele estava consertando o caminhão, que desceu e imprensou ele de um lado, entre o barranco e a roda. O olho dele chegou estufar. Sei que ele durou ainda oito meses fazendo tratamento, segundo me diziam. Não foi a tora que ro lou, e sim o acidente com o caminhão. Naquela época, freio de mão era um calço de madeira que se colocava nos pneus.

O acidente que ocasionou a morte, em 1934, de João (Joanim) Nico, filho de Antonio Cesare e Rosa Marchesin

não ir lavar o coador, mamãe colocou o coador em cima de uma tábua de queijo, que ficava no alto, por cima da mesa. Mamãe saiu, e Roza colocou um banco, subiu na mesa, pegou o coador, foi lavar no açude e acabou se afogando.

Sobre a morte de Joanin Nico, assim descreveu Carolina: Joanin estava na sua carreta puxando madeira na Conquista. Quando ia passando em fren te da casa de meu pai, Jerônimo Zanon, parou para visitar sua irmã, Regina Nico, minha mãe. Foi sair da carreta, mas ela começou a se movimentar e espremeu ele no barranco. O levaram para nossa casa e deitaram ele na cama no meu quarto. Quando ele melhorou um pouco, colo caram ele em cima de uma carrocinha de madeira de uma roda só e levaram para a casa dele. Melhorou, mas não foi mais o mesmo homem. A titia Valentina só tinha a Alverina (Linda). Fi cou grávida da Joana. Ele começou a piorar muito devido ao acidente. Foi ficando muito ruim de saúde. Ele foi para a casa dos pais Cesare e Rosa, e levou a esposa, Valentina, para ganhar a neném lá. Deu prazo de ver a neném nascer, mas Joanin, sentindo a morte, chamou o compadre e cunhado Beppe Cantareli e falou para ele: ‘quando saírem com o meu caixão para Santa Lu zia, pega minha mulher com a criança e leva para casa da mãe de Valentina, onde tem muitas mulheres que vão ajudar a criar a menina, porque ela não tá aguentando segurar a criança nem para mamar’. Assim, mãe e filha, foram para a casa de Matielo Dalfior, pai da Valentina. Os irmãos de Valentina eram Chico Dalfior, Vitorio, Angelin, Maria (mulher de Bepi Cantareli), Rosa, Pina, Carolina Helena. Essa história, mamãe, Regina Nico, contava para nós. A casa de Joanin era na Conquista, onde tem hoje a última moradia sentido Conquista para São Sebastião da Lagoa, que era de meu marido, Antonio Vazzoler. Hoje, mora o senhor Atelidio Costa, que era nosso meeiro há quase 47 anos e que comprou há três anos um pedacinho mais ou menos de um alqueire dos meus netos, filhos do Marco.

2.10.5 A morte de Amabile Cremasco Nico e seu filho Alverino Nico

Amabile Cremasco morreu no parte do filho Alverino, no dia 1º de julho de 1937, com 35 anos de idade. Alverino se salvou, mas acabou morrendo poucos meses depois. Os irmãos Maria e José comentaram esse acontecimento.

Outro fato foi que mamãe morreu no parto do Alverino. A tia Gardina pegou ele para criar e dar de mamá junto com filho dela. Um dia de tarde, ele estava bem. À noite, tia Gardina so nhou com finada mamãe conversando com ela, dizendo que iria levar o menino. E disse para ela que o Julio já tinha seis filhos para criar. ‘Esse é meu, vou levar para mim.’ No outro dia, o menino amanheceu passando mal e morreu.

José Nico fez breve relato sobre seu irmão Alverino:

Da Conquista, papai foi para a terra do vovô Cremasco, perto dos Benicá e Sebastião Rosa. Ali mamãe faleceu. Não me esqueço disso, eu tinha uns seis anos, papai me pegou no colo e me disse: ‘beija sua mãe, que ela não vai voltar mais’. Depois do João, nasceu mais um. Nesse último,

Maria assim relatou:

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Cesare Nico e Rosa Marchesin. Foto de Celso Luiz Caus.

Em entrevista, Mafalda (Nega) Nico disse: Meus irmãos são Américo, Amério, Odílio (Jiló). Eu era a mais velha e tinha minha irmã, Maria do Carmo (Lurdes), que era a mais nova. A Maria do Carmo mora em Caratinga. Tinha também o Joaquim, que morreu com mais ou menos 10 anos lá no nosso terreno em Santa Angé lica. Morávamos numa grota que ia e voltava, não tinha saída. Era perto do Retiro. Deu um ne gócio na garganta do Joaquim, falavam doença de crupe. Depois dele nasceu a Maria do Carmo. Joaquim nasceu no dia 22 de dezembro de 1934, no terreno de Santa Angélica, Quatis, na época, distrito de Resplendor/MG. Como faleceu com mais ou menos 10 anos, segundo sua irmã Mafalda, 1944 é o ano provável de falecimento.

NICO E ROSA MARCHESIN

Em 15 de agosto de 1944, o patriarca Antonio Cesare Nico faleceu em sua casa, no Córrego da Conquista, Itueta/MG. Rosa Marchesin, sua esposa, faleceu em casa, em 17 de maio de 1954. Foram sepultados no cemitério de Santa Luzia, Itueta/MG. Faleceram com uma diferença de 10 anos e, coincidentemente, Antonio Cesare era quase 10 anos mais velho que Rosa. Antonio Cesare faleceu em sua casa, no Córrego da Conquista/MG, aos 83 anos de idade. Da mesma forma, Rosa Marchesin faleceu em sua residência, no Córrego da Conquista/ MG, também com 83 anos de idade. Estão sepultados no mesmo túmulo, no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta/MG.

Normalmente, quem morava em Conquista, para ir a Santa Luzia, não ia até a casa de Segundo Nicoli. Cortava-se caminho perto da casa onde morou Julio Nico e Antonio Cos talonga. Andava-se um quilômetro e meio, saía em frente à casa do Santo Fasolo Neto, ca sado com Rosinha Nico, e daí seguia-se mais um quilômetro até chegar ao povoado. Esse atalho era uma picada feita a pé ou lombo de animais. Provavelmente, esse foi o trajeto de sepultamento de Cesare e Rosa. Interessante lembrar que Vitorio Nico, quando ia visitar seus parentes na Conquista, muitas vezes fazia questão de relembrar e fazia esse trajeto para ir à igreja e cemitério de Santa Luzia.

2.11 MORTE DE ANTONIO CESARE

Certidão de óbito de Antonio Cesare Nico. Acevo da família de Antonio Cesare

TúmuloNico.deAntonio

Certidão de óbito de Rosa Marchesin. Acervo da fa mília de Antonio Cesare Nico.

2.10.6 A morte de Joaquim, filho de Antonio Nico

209208

a parteira não soube tirar o restante do material do parto, e a situação foi se complicando. Não tinha médico, não tinha nada. Foram buscar um doutor em Resplendor, mas, quando chegou, mamãe já tinha morrido. A criança se salvou e foi lá para tio Primo e tia Gardina, mas, depois de poucos meses, morreu também.

2.12 REGISTROS MARCANTES

- Carolina Nico, filha de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, viveu 105 anos e dois meses. Foi a descendente da família Nico, que se tem notícia, que mais tempo viveu.

- Rosa Gema, filha de Gaetano Nico e Maria (Cotinha) Neroci Nico, nascida em 15 de março de 1958, é a neta caçula de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin;

2.14 OBJETOS DE ANTONIO CESARE E ROSA

- Primo Nico, nascido em 20 de setembro de 1892, no município de Alfredo Chaves/ES, foi o primeiro Filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Também foi primeiro neto de Giovanni Nico, pai de Antonio Cesare;

2.14.1 Sobre a chave da fechadura e o azulejo do casarão onde moraram, no século XIX, os Nico e, depois, os Marchesin, em Nanto, Vicenza, Itália

- Rosinha Nico, filha de Primo Nico e Madalena Costalonga, nascida em 18 de maio de 1920, no município de Castelo/ES, foi primeira neta de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin;

Fui várias vezes visitar esse casarão histórico, em Nanto. Sempre o contemplei pela parte externa. Em nenhuma das vezes pude entrar, estava sempre fechado. Em 2018, Américo Luiz de Paula, neto de Luiz Nico, visitou a parte interna do primeiro piso do casarão e con seguiu a chave e um azulejo.

2.13 MAPA DE LOCALIZAÇÃO ONDE MORARAM OS NICO, NA CONQUISTA, E PROXIMIDADES DE SANTA ANGÉLICA E SÃO SEBASTIÃO DA LAGOA

- Roza Anna, filha de Julio Nico e Amabile Cremasco, nascida em 12 de agosto de 1926, foi a primeira descendente dos Nico a nascer em Quatis, na época pertencente ao municí pio de Resplendor/MG;

DOS NICO DESCENDENTES DE ANTONIO CESARE

Localização onde moraram os Nico, na Conquista e proximidades, no município de Itueta/MG.

211210

Durante as entrevistas, contatos e pesquisas que fiz, acabei descobrindo vários objetos de Rosa e Cesare Nico. Dentre eles o chapéu do nono, o cachimbo, o relógio de parede, as es pingardas, a trava da janela e uma telha da casa do nono Cesare no Córrego da Telha/ES, um vidro de perfume da nona, um crucifixo, quadros de fotos e santos, uma máquina de costura manual, um bauzinho de joias, a frigideira da nona que tinha o figá (jogada pela janela pelo meu avô Luiz Nico), vários utensílios domésticos, até o penico da nona e muitos outros objetos mostrados nas fotos a seguir. Verdadeiras relíquias.

- Madalena Costalonga Nico, esposa de Primo Nico, foi a primeira pessoa da família Nico a falecer (1927) próximo Quatis, na época pertencente a Resplendor/MG e a primeira pessoa a ser sepultada no cemitério de Santa Luzia;

No dia 23 de julho de 2015, fui conhecer a restauração do casarão da Fazenda do Centro e também tentar encontrar a antiga propriedade de Cesare Nico. Por indicação do Cilmar, procurei o senhor Sergio Nicoli, morador do local. Pessoa muito solícita, Sergio levou-me no local onde existia a casa dos Nico, hoje de propriedade da família Camporez.

No local da antiga casa, de 1912, que foi derrubada havia três anos, foi construída uma nova. Pude ter uma cópia da fotografia da antiga casa, fornecida por um dos filhos Cam porez que mora no local. Também recebi uma das telhas da antiga casa de Antonio Cesare Nico. Nessa telha, mandei pintar a casa do nono Antonio Cesare. Como lembrança, Sérgio Nicoli guardou a peça de madeira que segurava uma das janelas do casarão de Antonio Cesare Nico. Insisti e ele me deu de presente essa peça da janela.

2.14.4 Sobre o lenço e o vidro de perfume da nona Rosa

O chapéu era do nono Cesare Nico, e assim José me relatou: Esse chapéu, que está comigo, era do finado meu avô Cesare Nico. Quando ele morreu, dei xou para o tio Gaetano, que guardou de lembrança. Tio Gaetano morreu e o chapéu ficou guar dado com tia Cotinha, que, antes de morrer, deu o chapéu para mim. Esse chapéu tem mais de 80 anos, porque eu tinha uns oito anos e o nono Cesare já usava ele.

Os homens iam para a roça trabalhar e, quando voltavam, tinham que comer o figá com polenta. Era de manhã e de tarde, enquanto tivesse, até acabar, com um pedacinho de queijo e de torresmo no prato. Figá era o que sobrava da parte do miúdo de porco. A carne melhor, os nonos vendiam. A nona matava os porcos e fazia o figá. Enquanto tinha figá, nada de carne. Um dia, lá na roça, eles combinaram. Papai, Luiz, falou com os irmãos: ‘eu vou chegar em casa hoje e vocês fiquem quietos, vão ver onde vai parar o figá. Se preparem que não vamos jantar, não, vamos dormir sem comer, mas o figá vai acabar’.

2.14.2 Sobre o penico

Aí chegaram em casa. Papai chamou a nona, olharam o fogão, aquela mesa grande e o figá estava lá. Papai falou assim para os irmãos: ‘la mama tá lá dentro, é agora que será o fim do fígá’. Então, ele pegou a frigideira cheia de figá, foi para a janela da cozinha que era alta, no se gundo andar e jogou frigideira cheia de figá lá para baixo, na direção das mangueiras e disse: ‘agora não vai ter mais figá aqui’. Correram todos para o mato, ninguém comeu, só comeram banana e frutas aquele dia. E papai repetiu: ‘ninguém comeu, mas o figá acabou’. E acabou mesmo. No outro dia, levantaram caladinhos e foram para a roça. Quando regressaram para casa, não viram mais o figá, a mesa estava cheia de carne. O tal figá sumiu de vez.

2.14.5 Sobre as panelas

Na década de 90, numa entrevista de Deolinda (Nica) Nico e Alira Nico para meu pai, An tonio Caus, elas contaram a história do figá:

2.14.3 Sobre o chapéu

Iris, filha de Maria e neta de Vitorio Nico, no dia 23 de maio de 2019, na entrevista que fiz com Luzia, Ilza e Elena me disse

Vou te mostrar a corrente que eles usavam para cozinhar e que está aí na sala pra você tirar uma foto. O fogão só tinha um buraco. A corrente suspendia e abaixava as panelas para cozinhar. Estava jogada debaixo da tulha, e Eugênia limpou e pintou ela.

José Nico e seus irmãos Pedro e Ana foram criados na casa de tio Gaetano na época em que os avós Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin ainda estavam vivos. No dia 19 de fevereiro de 2019, entrevistei José Nico, filho de Julio Nico, que disse-me: Nona Rosa todo dia pedia para eu bater um ovo junto com leite para ela. Naquela época, não tinha energia, não tinha nada. De noite, tinha que fazer xixi no penico e, de dia, se quisesse fazer outra necessidade fisiológica, tinha que ir atrás de uma moita de mato. Não existia ba nheiro dentro de casa como hoje. Quando a gente levantava, tinha que lavar o rosto lá no cór rego. Ela falava para mim: ‘você vai lavar o rosto? Então leva o penico para lavar’. Depois, tio Gaetano canalizou uma água da nascente.

2.14.7 Sobre a telha e a tranca da janela da casa de Antonio Cesare Nico, no Córrego da Telha, Fazenda do Centro, Castelo/ES

2.14.6 Sobre a frigideira do figá, ao qual Luiz Nico deu fim

213212

Na entrevista que fiz com Pachota, na Conquista, no dia 20 de outubro de 2019, ela me informou:

Nona Rosa Nico deu um lenço, tipo chale, para vovó Verginia. Depois de um tempo, vovó deu para mamãe. Mamãe, antes de falecer, me deu uma caixa fechada e pediu para eu guardar. Só fui abrir a caixa 27 anos depois, e dentro tinha o lenço da nona Rosa. Após essas conversas com Luzia, Ilza, Elena e Iris, passamos a conhecer o acervo foto gráfico e as cartas de Vitorio Nico. Ilza, durante todo o tempo, gentilmente interagia com nosso bate-papo, exibindo as fotografias históricas do acervo de seu pai, Vitorio Nico. Além de fotos e cartas, fotografamos também o lenço e o vidro de perfume da nona Rosa.

da fechadura e azulejo do casarão onde moraram no século XIX os Nico e depois os Marchesin, em Nanto, Vicenza, Italia. Acervo Américo Luiz de Paula ano 2018. Quadros de parede das fotos de Antonio Cesare Nico e esposa Rosa MarchesinRelógiode

parede

Santos trazidos pelos nonos Antonio Cesare Nico e Rosa, no embarque do Porto de Genova, Itália.

Cristaleira que era da casa do nono Antonio Cesare Nico e Rosa

Diversos objetos dos nonos Antonio Cesare Nico e Rosa

Crucifixo da nona Rosa Marchesin

215214 OBJETOS DE ANTONIO CESARE E ROSA

Chave

Cachimbo do nono Antonio Cesare Nico

Chapeu do nono Antonio Cesare Nico

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Trava de janela da casa de Antonio Cesare Nico. Córrego da Telha Castelo, ES.

Frigideira que fritava o figá de porco

de madeira

Lampeão da casa do nono Antonio Cesare Nico

Plaina pequena e Plaina galopa de Antonio Cesare Nico

Penico da nona Rosa

TijelaNico

Panelão de ferro

Espingardas e quadro do nono Antonio Cesare

Gamela de madeira

Tacho de cobre

Seringa

Quadro de madeira de fazer rapadura

Cachimbo do nono Antonio Cesare Nico

Corrente de pendurar a panela de fazer polenta

Máquina de costura manual da nona Rosa

Porta joia da nona Rosa

Caixinha de linhas da nona Rosa

Lenço chale, nona Rosa deu para filha Carolina Nico

Lenço chale, nona Rosa deu para nora Verginia Vidro de perfume da nona Rosa

Máquina de costura da nona Rosa

Bauzinho da nona Rosa.

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Telha original da casa de Cesare Nico, no Córrego da Telha, ES. Casa de Cesare Nico pintada na telha.

221220 3

3.1 PRIMO CAETANO NICO, PRIMEIRO FILHO DE ANTONIO CESARE NICO E PRIMEIRO NETO DE GIOVANNI NICO

OS 11 FILHOS DE ANTONIO CESARE

P

rimo foi o primeiro filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Em italiano, Primo significa primeiro. Ele nasceu no Espírito Santo, em 20 de setembro de 1892, quase um ano após a chegada de seus pais da Itália, em 1891. Importante registrar que Primo Nico, além de ser o primeiro filho de Antonio Cesare, foi o primeiro neto de Giovanni Nico e Maria Luchetta, que eram os pais de Antonio Cesare, Emilio e Olimpia Nico.

Como não havia registro de nascimento de Primo, houve a necessidade de seus pais, Antonio Cesare e Rosa, assinarem, em 27 de janeiro de 1919, em Castelo/ES, uma declaração para ele se casar. Essa falta de registro em cartório acontecia muitas vezes com o primeiro filho dos italianos. Isso pelo fato de eles estarem em um país novo, com língua diferente, e os cartórios muitas vezes serem longe. Além disso, havia ainda a falta de tempo, pois eles precisavam trabalhar diariamente para o sustento da família.

Batistério de Primo Nico, capela São João Crubixá, Alfredo Chaves/ES, 1893. Ele nasceu em 24 de setembro de 1992 e foi batizado em 15 de março de 1993. Acervo da Cúria Metropolitana.

Declaração em 1919, de Antonio Cesare e Rosa, para Primo Nico se casar. Acervo da família de Primo Nico.

Nessa declaração, pode-se conhecer as assinaturas de Antonio Cesare Nico e Rosa Mar chesin. Uma coisa é certa: eles não eram analfabetos, ao contrário de muitos italianos que chegavam ao Espírito Santo.

Para dirimir dúvidas se Rosa Marchesin veio grávida da Itália ou se Primo nasceu na Itália, basta comparar as datas dos fatos. Rosa e Antonio Cesare casaram-se na Itália em 21 de outubro de 1891 e chegaram ao Espírito Santo em 29 de novembro de 1891. Primo Nico nasceu em 24 de setembro de 1992. Analisando essas datas, vê-se que entre a data do casa mento e a de nascimento passaram-se 11 meses. E entre a data de chegada e a de nascimento de Primo no Brasil foram nove meses e 25 dias. Portanto Rosa não ficou grávida na Itália.

Primo nasceu em setembro de 1892 na região de Guiomar. Os cartórios de registro mais próximos foram criados depois dessa data É provável que seus pais, como muitos outros italianos, tenham seguido as regras e considerado como registro o certificado do batisté rio na igreja Católica, como em algumas regiões da Itália na época. Tanto foi assim que Primo foi batizado em 15 de março de 1893, seis meses depois de seu nascimento, em 24 de setembro de 1892. O batismo ocorreu na capela de São João Batista de Crubixá, município de Alfredo Chaves, próximo de Guiomar, onde moravam. A capela de São João era ligada à matriz de Anchieta/ES, e os padrinhos foram José Bachietti e Luzia Chiesa. O vigário foi o Padre Ricardo Dreuritz. Seu nome de batismo foi Primo Caetano.

Rosa,Sobrinho.amais velha, também conhecida por Rosinha, era casada com Santo Fasolo Neto. Morava perto de Santa Luzia, município de Itueta/MG. Nasceu no Espírito Santo, em 18 de

Primo Nico casou-se no Espírito Santo no ano de 1919 com Madalena Costalonga. Eles tiveram cinco filhos: Rosa (Rosinha), Ana, Cesar (Cesarin), Ozilia e Antônio (Toninho) Nico

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Madalena Costalonga Nico foi a primeira a ser sepultada no cemitério de Santa Luzia, se gundo seus netos Carolina Nico Zanon e Fernando Fasolo. A família Fasolo sempre cuidou do cemitério, e pai de Fernando, Santo Fasolo, o administrou por algum tempo.

Na placa do túmulo de Madalena Costalonga está escrito: “Ele Primo Nico, ela Madalena Costalonga: felizes na vida, unidos na morte.” Fernando, em janeiro de 2020, gentilmente me encaminhou fotos e registros da família de sua mãe, Rosa Nico Fasolo.

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Antônio (Toninho) Nico Sobrinho, o caçula, casou-se com Neuza Taqueti, no Espírito Santo. Nasceu em Quatis, distrito de Resplendor, em 1º de janeiro de 1927.

Cemitério de Cachoeirinha de Itaúnas, em Barra de São Francis co/ES, onde estão sepultados Primo Nico e sua esposa Gardina. Foto de Celso Luiz Caus.

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Primo Nico faleceu em Cachoei rinha de Itaúnas, Barra de São Fran cisco/ES, em 13 de fevereiro de 1963.

Ana casou-se com Maximiano Ventorin, em 19 de janeiro de 1943. Morava em Resplen dor/MG. Nasceu em agosto de 1922 no Espirito Santo, de acordo com informação de Ozilia Nico e seu filho Antonio. Ana faleceu em 28 de setembro de 2020 em Resplendor/MG e foi sepultada no cemitério de Santa Luzia, em Itueta/MG, na mesma época em que eu estava escrevendo este livro sobre os Nico.

Cesar, também chamado de Cesarin, morreu em Minas Gerais, de tétano, aos 18 anos, consequência de ter caído de um cavalo e furado o pé. Nasceu entre maio de 1923 e abril de 1924, conforme informação da família de Ozilia Nico e seu filho Antonio.

3.1.1

Dizeres no jazigo de Madale na Costalonga Nico. Foto de Fernando Fasolo.

Madalena Costalonga Nico, segundo familiares de Ozilia Nico, morreu de icterícia, uma doença no fígado que antigamente era conhecida com o nome de tiriça. Rosa Nico Fasolo, quando viva, também comentava esse fato, conforme afirmado por Fernando, seu filho. Tal episódio ocorreu quando o filho Toninho ainda era bebê.

Nessa foto não aparece Antonio (Toninho) Nico Neto, pois ele ainda não tinha nascido. Essa foto foi tira da no Espírito Santo, provavelmente no ano de 1925. Toninho nasceu em Minas, em 1º de janeiro de 1927.

Família do primeiro casamento de Primo Nico e Madalena Costalonga. Cesarin no colo de Primo, Rosinha, Ana e Ozilia no colo de Madalena, 1925. Acervo da famí lia de Primo Nico.

maio de 1920, conforme informado por seu filho Fernando. É a neta mais velha de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

de Santa Luzia

Por isso, Toninho acabou sendo criado pelos avós italianos, Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, com ajuda da filha Carolina Nico. Toninho falava com sotaque italiano bem forte, herdado de seus avós.

Ozilia casou-se com Adil Martins da Costa, em Resplendor/MG. Ela nasceu em 20 de dezembro de 1924.

Continuando a pesquisa, em 26 de abril de 2020, entrei em contato com Antonio, filho de Ozilia e neto de Primo Nico. Antonio conhece Milva, filha de Zeca Gomes com Sebastiana, esposa do segundo casamento. Milva confirmou para Antonio que a pri meira esposa de seu pai, Zeca, era uma irmã de Gardina que se chamava Senhorinha Ruela. Zeca Gomes com Senhorinha tiveram uma filha de nome Inésia, que era casa da com João Cota, cujo irmão era casado com Maria Madalena (Nena) Nico. Conclui-se que Inésia era sobrinha de Gardina Ruela Nico, porque era filha de Senhorinha Ruela, irmã de LembrandoGardina.que está explicado no capítulo de João Nico que Valentina Dalfior ficou viúva de João Nico, irmão de Primo Nico, muito cedo. Valentina, em seguida, casou-se com Franquilino Ruela, irmão de Gardina Ruela Nico (esposa de Primo Nico).

Gentil, segundo filho de Primo com Gardina, nasceu em 17 de junho de 1930.

Etelvino, o mais velho, nasceu em 3 de fevereiro de 1929 segundo sua neta Paula, que mora em Porto Alegre, em contato feito por Antonio, filho de Ozilia, em 16 de agosto de 2020. Etelvino mudou com sua família para o Paraná, e seus descendentes estão es palhados no sul do Brasil.

» Gaetano Nicoli e Antonio Cesare Nico eram vizinhos no Córrego da Telha, perto da Fazenda do Centro, Castelo/ES;

» Quando Madalena se casou com Primo Nico, eles moravam na mesma região da Fazenda do Centro, em Castelo/ES;

227226

Ao verificar o atestado de óbito de Madalena Costalonga, primeira esposa de Primo Nico, consta que ela era filha de Antonio Costalonga e Anna Nicoli.

» Madalena Costalonga, esposa de Primo Nico, tinha o nome da mãe de Antonio Costalunga, portanto, da avó Madalena Martini;

» Os Nico também são da província de Vicenza.

» Os padrinhos de batismo de Antonio Nico, filho de Antonio Cesare Nico, foram Antonio Costalonga e Anna Nicolli;

Recorrendo ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, descobri que um tal Antonio Costalunga, italiano que tinha quatro anos de idade, era o filho mais novo de Girardo Costalunga, de 37 anos, e Maddalena Martini, de 34 anos, que vieram da Itália para o Espírito Santo. Vieram ainda as filhas Maria, de oito anos, e Lucia de, seis. Eram da comuna de Breganze, província de Vicenza, região do Veneto, Itália. Chegaram no dia 8 de março de 1878, no navio Clementina, e foram para Benevente, Alfredo Chaves, Espírito Santo.

» Anna Nicoli era irmã de Gaetano Nicoli, pai de Alexandre, Constante, Cesar, Benja min, Ilidio, José, Atílio, Adriano, Eugenio, Marcelino e Joanin, Santina e Josephina. Outras informações importantes para registro:

Em 23 de abril de 2020, contatei a senhora Ana, filha de Franquilino Ruela e Va lentina Dalfior. Ana informou-me que o pai dela, Franquilino (Frankilin) de Oliveira Ruela, era irmão de Gardina, e que tinham ainda os irmãos Geraldo, Etelvina, Helena, Chico, Antonia e uma outra irmã de quem que não se lembrava do nome e que morava no Espírito Santo, no município de Barra de São Francisco. Informou-me ainda que os pais de Gardina e Franquilino se chamavam Marcelina e Primo Ruela e que eles eram primos de Geracino de Oliveira (antigo escrivão do cartório de Quatituba) e Antonio Ruela (antigo comerciante em Quatituba). Franquilino nasceu em 9 de janeiro de 1903, faleceu em 10 de outubro de 1971 e está sepultado no cemitério de Santa Luzia/MG, jun to com a esposa, Valentina.

Da mesma forma, recorri ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo e descobri que Anna Nicoli tinha dois anos de idade e era a filha mais nova de Andrea Nicoli, de 37 anos, e Santa Guerra, de 34, também vindos da Itália. Vieram ainda o filho Gaetano, de oito anos, e Catterina, de quatro. Uma filha do casal, recém-nascida, também de nome Anna, faleceu na viagem. Eles chegaram no dia 8 de março de 1878, no navio Clementina, e foram para Benevente, Alfredo Chaves, Espírito Santo. Eram da comuna de Breganze, província de Vicenza, região do Veneto.

3.1.2 Primo Nico fundou, em sua propriedade, a primeira igreja em São Sebastião da Lagoa

» A família de Antonio Costalunga e de Anna Nicolli vieram da mesma comuna , no mesmo ano, no mesmo navio e desembarcaram no mesmo destino;

Dessa pesquisa, observam-se pontos importantes:

Primo Nico, depois do falecimento de sua primeira esposa, Madalena Costalonga, casou-se com Gardina Ruela e, com ela, teve mais seis filhos: Etelvino, Gentil, Devair, Manoel, Vanir e Maria.

No mês de abril de 2020, fiz contato com Fatinha Pazine, esposa de meu primo Anísio Pazine, no sentido de levantar quando foi construída a atual igreja de São Sebastião da Lagoa. Isso porque eles moram próximo à igreja e frequentam as celebrações.

Na entrevista que fiz, em 14 de março de 2019, com Maria Madalena (Nena), filha de Primo Nico e Gardina, ela afirmou que sua mãe tinha uma irmã de nome Senhorinha que morava em Cachoeirinha de Itaúnas, Barra de São Francisco/ES, para onde se mu daram Primo Nico e Gardina, por volta de 1947.

atrás da casa, com água pouca e que também não era de boa qua lidade. Primeiro tinha uma bomba manual e depois um carneiro hidráulico.

229228

No dia 3 de maio de 2020, Fatinha Pazine enviou-me um resumo da conversa que sua nora gentilmente teve com o senhor Moacir Bossaneli, que tem quase 86 anos de idade.

» O padre celebrante era acolhido na casa de Primo Nico, que ficava em frente à primeira e a segunda igreja;

Nasci próximo a Aldeamento. Mudamos para São Sebastião da Lagoa quando eu tinha uns 12 anos. Como tenho 86 anos, mudamos por volta de 1946. Meu pai era Geraldo Bossaneli, casado com Verginia Venturin. Foi construída, também por Primo Nico, uma segunda igreja, também de madeira, uns 90 metros morro acima. A primeira igrejinha de madeira virou uma escolinha. A antiga estrada passava atrás da casa de Primo Nico e saía em frente à casa de Angelin De Nadai. Tinha também uma estradinha que passava próxima das igrejas. Minha mãe, Verginia, era filha de Beppe Venturin. Após a morte da primeira mulher, vovô Beppe Venturin teve outra mulher, de nome Odete, e depois Verginia.

Nessa segunda igreja, continuaram as celebrações até construir a terceira igreja, que é a atual, fundada em 20 de janeiro de 1953. Os fundadores dela foram Angelin De Nadai, Adolfo Rigo e Moacir Bossaneli.

A casa de Primo Nico na Conquista, perto de São Sebastião da Lagoa, era de madeira e estuque, com escadas altas para acesso. Nos fundos, tinha uma mina d’água. Na frente, su bindo o morro, tinha uma escolinha e a igrejinha, todas de madeira e construídas por Primo Nico. A professora, se não me engano, era parente do senhor Pedro Barbosa. Ano passado, as filhas de Pedro Barbosa, que moram em outro estado, visitaram muito emocionadas o local onde nasceram. Primo Nico se mudou e meu tio Giacomo Beninca passou a morar na casa que era dele. Posteriormente, tio Giacomo vendeu a propriedade para Adriano Costalonga, cunhado de Primo Nico. Íria, filha de Giacomo Beninca, casou-se com Paulo, filho de Adria no Costalonga e Maria Auxiliadora (Dorinha). A propriedade onde era a casa de Primo Nico hoje pertence a Floriano (Tatão) Bossanelli.

Em 25 de janeiro de 2021, fiz contato com Severino, filho mais novo de Giacomo Beninca com Teresa Bergamin. Severino informou:

No dia 15 de dezembro de 2020, fiz contato com o senhor Moacir Bossaneli, sendo au xiliado nessa conversa por sua filha Elza do Carmo Bossaneli. Moacir fez considerações complementares importantes:

Tinha o Apostolado e a Liga Católica. Os da frente eram Teresa Barbosa, João Buzzeli, Chico Dalfior e José dos Reis.

Em resumo, Moacir Bossaneli disse:

» Quando foi inaugurada a terceira igreja, em 1953, Primo Nico já tinha se mu dado para Cachoeirinha de Itaúnas, município de Barra de São Francisco/ES.

Meu pai, Giacomo, comprou a propriedade que era de Primo Nico situada no final da Conquista com São Sebastião da Lagoa por volta de 1947, 1948. A casa era de estuque, esteios de madeira e telhado coberto com tabuinhas de madeira. Furtunato Caus e seu filho Hevécio Caus ajudaram a reformar a parte de trás, onde ficava a cozinha;

Papai, anos depois, vendeu a propriedade para Adriano Costalonga, que era cunhado de Primo Nico. Ficaram morando na propriedade o filho Paulo Costalonga e sua esposa, Íria, filha de Giacomo. Adriano vendeu para Chiquinho Faria e atualmente ela pertence à família

» Primo Nico, fundador, teve apoio de seu cunhado Franquilino Ruela e de Bor tolo Zanon, sogro de sua irmã Regina Nico;

» A primeira e a segunda igreja foram construídas na propriedade de Primo Nico;

3.1.4 Primo Nico vendeu suas terras na Conquista para Giacomo Beninca

TinhaBossaneli;umanascente

A primeira igreja de São Sebastião tem quase 100 anos. Era uma casa de tábua, colocaram uma cruz nela e começaram a celebrar. O padre era André. Os fundadores eram Primo Nico, Franquilino Ruela e Bortolo Zanon. Ficaram uns 10 anos nessa igreja.

No dia 13 de janeiro de 2021, fiz contato com Odilia Beninca, esposa de Mário Rigo. Odilia mora em São Sebastião da Lagoa e me informou que:

A primeira igrejinha de madeira feita por Primo Nico em sua propriedade virou uma escolinha, com mais um cômodo. Mais tarde, morou uma das minhas irmãs. Primo Nico já tinha feito uma igrejinha de madeira mais acima da primeira. Os padres que celebravam lá eram Frei Pio e Frei Jaime. O rezador era Pedro Barbosa.

» Primo Nico colocou um cruzeiro no alto do morro de sua propriedade, atrás da igreja;

A segunda igreja foi construída um pouco mais acima da primeira. O padre celebrante era Frei Jaime. Os ajudantes eram Fortunato Campos, Angelin Cesconete, Pedro Barbosa, Fran cisco Vazzoler e Gardina Ruela.

Faço algumas considerações:

Ali tinha muita mata e presença de muitas cobras venenosas.

3.1.3 Contato com Odilia Beninca Rigo

Primo Nico e Gardina Ruela eram meus padrinhos de batismo.

Celso, Antônio, Vinicius, Ozilia e Penha. Acervo de Celso Luiz Caus.

é a única viva e mora em Cachoeirinha de Itaúnas. Mais adiante há uma entrevista com ela. Gentil tinha o apelido de “pé grande”, furava o sapato para o dedo passar. Etelvino, segundo Ozilia, acabou se mudando para o estado do Paraná.

Ao comentar a foto seguinte, Antônio disse que o avô Primo tinha feito uma promessa de sempre ir a Congonhas. Saía a cavalo de Cachoei rinha até a estação mais próxima da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Na foto tirada em Congonhas, Primo está com seu filho Devair. Uma foto muito interessante reuniu a família de Primo com o filho do primeiro ca samento de Gardina e seus netos. Também estão presentes Ozilia e seus filhos, sendo que Ozilia é filha do primeiro casamento de Primo, com Madalena Costalonga. Primo está à direita; Gardina, à esquerda, com um neto no colo, e à frente de Zezinho, seu filho do pri meiro casamento.

Local: casa da Ozilia em Jardim Camburi, Vitória/ES Presentes: Celso; Ozilia; Antônio, filho de Ozilia; Vinicius, neto de Ozilia, e Penha Nico

Da esquerda para a direita: Ana, Rosinha e Ozilia, filhas Primo Nico e Madalena Costalonga, 1953 / 1954. Acervo da família de Ozilia Nico.

O terreno onde foi feita a igreja atual pertenceu a Primo Nico. Ela foi construída por uma pessoa de Quatituba de nome Geraldo Ruela, tendo como ajudante um dos meus irmãos. Na época da construção da atual igreja, Geraldo Ruela pediu para Tatão Gato, fotógrafo da região, tirar foto da antiga igrejinha de madeira e da escolinha. Meus irmãos Antonio e Íria nasceram na casa que foi de Primo Nico. Meus outros irmãos são Luiz, Antenor, Ines e Helena.

231230

Iniciei a conversa exibindo fotos para que eles me ajudassem a identificar as pessoas da família

Antiga casa de Pri mo Nico, no final da Conquista chegan do São Sebastião da Lagoa. Imagem do Google, 2005.

Numa outra foto, em frente ao Convento da Penha, Antônio identificou toda a família do casamento de Primo Nico com Gardina. Da esquerda para a direita, a partir da mais nova: Maria Madalena (Nena), Vanir, Manoel, De vair, Gentil e Etelvino. Na sequência, Gardina e Primo. Provavelmente, é uma foto tirada en tre 1946 e Maria1950.Madalena

Casei com Francisca Polito; Helena casou com Zeferino Bastianelli; Íria casou com Paulo Costalonga, sobrinho de Primo Nico; Inês casou com Adriano Prado; Antenor casou com Dio mar, filha de Franquilino Ruela, irmão de Gardina, esposa de Primo Nico.

Ozilia Nico nasceu em 20 de dezembro de 1924, filha de Primo Nico e Madalena Costalonga.

SobreNico.aprimeira foto, disseram que é de aproximadamente 1953, tirada na casa de Rosi nha. Identificaram Ana, à esquerda, com uma criança no colo; Rosinha, ao centro, e Ozilia, à direita, também com uma criança.

Essa foi a primeira visita e entrevista que fiz, inaugurando uma série de outras, objetivando a produção do livro da família Nico.

3.1.5 Visita a Ozilia, filha de Primo Nico

Data: 12 de fevereiro de 2019

No Convento da Penha, Maria, Vanir, Manoel, De vair, Gentil, Etelvino e os pais, Gardina e Primo Nico. Acervo da família de Ozilia Nico.

Família de Gardina e Pri mo Nico, em Cachoeirinha, em torno de 1958. Acervo da família de Ozilia Nico.

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Vista de onde ficava a casa de Primo Nico em Cachoeirinha de Itaúnas. Foto de Celso Luiz Caus.

Por meio de Antônio, filho de Ozilia Nico, fiz contato, em 5 de maio de 2020, com Nelcy, fi lha de Ana Nico e Maximiano Venturin. Ana nasceu no Espírito Santo e está com 97 anos de idade. É a segunda filha de Primo Nico com Madalena Costalonga.

Os pais de Ana moravam em Santa Angélica. Para chegar na casa da propriedade de les, tinha que subir a serra e passar pelas propriedades de vovô Luiz e de tio Adriano. Na maioria das vezes, faziam a pé o trajeto de sua casa até Quatituba.

Ozilia completou: São Sebastião da Lagoa é onde tem uma igrejinha.

Onde Antonio Nico morava, em Santa Angélica, havia também as terras do Silvestre Campos, tio da Maricota, casada com Américo Nico, filho de Antonio Nico.

3.1.7 Contato com Carolina Zanon Vazzoler

Sobre a morte de Madalena Costalonga, mulher de Primo Nico, mamãe contava que Pri mo Nico tinha quatro filhos quando mudou para Minas. Ele era vendedor de terras. A mulher dele passou mal. Quando ele chegou em casa, à noite, a esposa disse que não estava passando bem, tinha tomado um purgante. Ele deixou ela quieta. Tinha o Toninho que mamava. O bebê Toninho acordou de noite e começou a chorar, chorar, chorar... Tio Primo sentiu que ela não estava dando mamá ao menino, chamou e ela não respondeu. Aí ele viu que ela estava morta em cima da cama, e o menino chorando de fome. Primo deu um grito para seu irmão Antonio, que morava perto, no pé da serra, para ir ajudá-lo. No outro dia, Primo não sabia como fazer para enterrar a esposa, pois não tinha cemitério. Ele foi a Itueta e perguntou ao Coronel Ozório como ele iria fazer para enterrar a esposa. O coronel orientou que ele fosse atrás da igrejinha de Santa Luzia, roçar um pedaço de capoeira, abrir um buraco e enterrar a esposa. ‘Depois vocês

Em Santa Angélica, um dos mais antigos moradores e proprietários de terras era José Venturin. Era casado com Josephina Pezini e tiveram 20 filhos, cinco homens e 15 mulhe res. Lembro que Pachota Neroci disse-me que, antes de se mudarem para a Conquista, no início da década de 1940, seus pais eram meeiros de José Venturin.

3.1.6 Contato com Nelcy, filha de Ana Nico Venturin

A família de Angelin Cremasco também morava em Santa Angélica.

Antônio, filho de Ozilia, historiou um pouco: Tia Ana falava que naquela época passavam muitos tropeiros lá pelo lado de São Sebastião da Lagoa, em Minas Gerais, onde morava Primo Nico, e que Primo dava pousada para eles dor mirem. Faziam bailes para dançar e foi numa dessas que mamãe conheceu papai, Adil da Costa. Ela tinha 18 anos, e eles foram a cavalo para casar em Resplendor.

Mamãe, quando ficou viúva, foi morar em Ca choeirinha de Itaúnas. Vovô tinha a casa em cima no morro, de onde dava para ver a casa de todos os filhos que moravam embaixo. Passava um cór rego, e ele fez uma casinha para mamãe morar do outro lado. Vovô tinha um moinho e um gerador que fornecia luz para a vila. Ele ajudou construir a igreja e doou as terras para a construção do ce mitério. Mais tarde, tio Toninho levou mamãe para trabalhar na casa dele, perto de São Domingos. Eu ia estudar em São Domingos e sempre visitava tio Júlio e tio Antônio Nico, irmãos de vovô.

Ana e Maximiano tiveram os filhos Maria de Lurdes, a mais velha, que nasceu em 18 de abril de 1944 e faleceu com apenas três meses, e Sebastião, Nelcy, Luci, Diná, Maria da Penha e NelcyCecília.moraem Conselheiro Pena/MG. Ela conhece minha mãe, Alira, e toda a família de Luiz Nico, afinal, meu avô Luiz era irmão de Primo Nico, avô de Ana. Os padrinhos de batizado de Nelcy em 1948 foram Toninho Nico e Eugênia, ainda solteira na época.

Em um relato no dia 18 de novembro de 2020, Carolina Vazzoler, filha de Regina Nico, con tou sobre a morte de Madalena Costalonga, esposa de Primo Nico:

Ainda segundo Antônio:

Vinícius, neto de Ozilia, disse que sua avó tinha 18 anos quando se casou e perguntou onde ela havia se casado.

Medalhas dos cordões dos lin guistas da Igreja Católica de Ca choeirinha de Itaúnas trazidos de Resplendor/MG por Primo Nico. Acervo de Lucineia, filha de Gen til Nico.

Data: 14 de março de 2019

Ela falou também da morte de Cesarin Nico:

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3.1.8 Viagem a Cachoeirinha de Itaúnas, Barra de São Francisco/ES

Vista de frente da primeira igreja construída por Primo Nico em Cachoeirinha de Itaúnas, Barra de São Francisco/ES. Acervo da fa mília de Ozilia Nico.

No dia 14 de março de 2019, depois de ter passado por São Domingos do Norte e con versado com Luzia Nico, filha de Julio Nico, nos dirigimos para Cachoeirinha de Itaúnas. Nessa viagem, estávamos eu, Celso Luiz Caus, neto de Luiz Nico; Penha Nico, neta de Julio Nico, e Antonio Nico, Antônio, filho de Ozilia Nico e neto de Primo Nico.

Bem próximo a Cachoeirinha, paramos na casa de Lucineia, filha de Gentil Nico. Era nosso primeiro contato com uma descendente de Primo Nico e Gardina Ruela. Muito simpática e solícita, Lucineia nos convidou para entrar e foi logo nos dando in formações importantes para registro no livro. Segundo ela, quando seu avô Primo Nico chegou em Cachoeirinha, seu pai, Gentil, tinha 17 anos, ou seja, próximo ao ano de 1947, pois seu pai nasceu em 1930. Para a mudança e o transporte de algumas pessoas, utiliza ram animais (lombos de burros), numa parte do trajeto até Cachoeirinha. E continuou:

3.1.9 Encontro com Lucineia, neta de Primo Nico

constroem um cemitério ali.’ Madalena foi a primeira mulher a ser enterrada em Santa Luzia. O bebê Toninho ficou emperebado, doente. Carolina, solteira, a mando da mãe, Rosa Marchesin, saiu do Espírito Santo e foi para Minas ajudar a cuidar de Toninho e dos outros quatro irmãos, todos pequenos. Ela sabia costurar, fez roupinha para o menino e levou ele para sua casa no Espírito Santo. Toninho foi criado na casa dos nonos em Minas, até ficar adulto.

Quando Primo Nico chegou em Cachoeirinha só havia três famílias: uma delas era do José Gomes. Eles se reuniram e junto com vovô Pri mo construíram, no alto do morro, a igreja de madeira, o cemitério cercado de lascas e realizaram a primeira celebração. A primeira pessoa a ser enterrada no cemitério foi a mãe do José Gomes, e o terre no foi doado por vovô Primo Nico. A religião católica quem trouxe foi Primo Nico. As imagens da igreja e o sino ele trouxe de Itueta/MG. Quando os padres vinham cele brar as missas, todos os animais ficavam no terreiro de Primo Nico, onde eram tratados. A Liga Católica veio de Resplendor/MG.

Na foto, Primo Nico está entre os padres. O terreno da igrejinha e do cemitério foram doados por Primo Nico.

Ele tomou uma estrepada e não se cuidou. Passou uns dias, ele montou no cavalo e foi pa rar lá no avô dele, Antônio Costalonga, que morava também na Conquista. Chegou lá, estava sem camisa, falou para os avós que sentia frio, já era o começo do tétano. Os avós deram uma coberta para ele se enrolar. Montou na égua, voltou para casa e já começava a trancar a boca. Tio Primo ficou desesperado, foi buscar o doutor Leão a cavalo. Doutor Leão olhou e disse que não tinha jeito e que levasse Cesarin para Resplendor. Colocaram ele numa coisa (pendurado num varão com lençol) e quatro pessoas colocaram nos ombros e levaram ele a pé para Res plendor. Chegando lá, doutor Leão examinou o pé e viu que era tétano. ‘Não tem jeito’, falou o doutor, e ali mesmo à noite ele morreu. Trouxeram ele a pé, no caixão, e enterraram em Santa Luzia. Ele tinha 17 anos. Cesarin era arteiro, travesso, sua madrasta, Gardina Ruela, dizia que ia mandar celebrar uma missa para ele. Depois que ele faleceu, ele apareceu para ela e pediu para celebrar a missa.

Presentes na viagem: Celso Luiz Caus, Penha Nico e Antônio, neto de Primo Nico

Lucineia abriu uma caixa de documentos e nos mostrou o acervo de fotos de seu pai.

Vista parcial de Cachoeirinha de Itaú nas, a partir de onde era a casa de Pri mo Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

Iniciei indagando a Nena que idade ela tinha quando mudaram do Córrego da Conquista, em Minas Gerais, para Cachoeirinha de Itaúnas, no Espírito Santo. Queria saber que quem os havia trazido e como fizeram a mudança, se em lombo de burro ou tropa.

Passamos pela rua principal e nos dirigimos à parte alta, onde fica o cemitério. Vimos onde estão sepultados Primo Nico, sua espo sa eAntes,familiares.porém, conversamos com morado res que estavam no início da rua que leva o nome de Primo Nico. Ela se inicia próxima à igreja católica e segue em direção ao cemitério. Finalizado o passeio peala vila, Lucineia nos levou para a casa de Iolanda Nico, neta de Primo, esposa de José Ferreira Dias. Conver samos e, em seguida, retornamos para deixar Lucineia em casa. Seguimos para entrevis tar Maria Madalena Nico, filha mais nova de Primo Nico.

Em seguida, Lucineia nos levou ao alto do morro onde era a casa de Primo Nico. Por sinal, há mesmo uma vista muito bonita, além de escombros do tanque.

Fomos ainda conhecer a vila de Cachoeirinha. Lucineia nos mostrou a igreja e a rua que leva o nome de Primo Nico.

Rua Primo Nico em Cachoeirinha de Itaúnas/ES. Foto de Celso Luiz Caus.

Vantuil, Ivanete, Antônio, Maria Madalena (Nena), Penha e Celso, em Cachoeirinha, em 14 de março de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Conversar com Maria Madalena, que passaremos a chamar de Nena, foi um dos objeti vos dessa nossa viagem, para resgatar uma parte da história de Primo Nico, seu pai. Nena tinha acabado de chegar de uma consulta médica em Barra de São Francisco. Sua casa fica à beira da estrada que dá acesso a Cachoeirinha.

Antes, porém, ela já tinha nos contado sobre a inauguração da segunda igreja com festa e procissão e mostrado as fotos.

Vantuil é filho de Nena. Ele chegou no final da entrevista. Pela foto, vê-se que ele se parece com seu avô Primo Nico. A casa de Ivanete fica bem perto da casa de sua mãe, e ela logo se prontificou a fazer um café para comermos com pamonha.

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Celso e Maria Ma dalena (Nena) Nico, em Cachoeiri nha, em 14 de mar ço de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Vim com nove anos. Formamos família, plantamos café. Nós viemos num carro do tio Jor ge Nico, irmão do papai. Um carro velho que vinha quebrando, quebrando. Não foi em Santa Luzia de Mantenópolis, foi em Mantena que o carro deixou nossa mudança. De Mantena até

Casamento de Iolanda, filha de Ozilia Nico e Adil. Casa de Primo Nico na parte de cima da foto. Acervo de Ozilia Nico e filho Antônio.

Na foto do casamento de Iolanda, acima dos noivos, está a casa de Primo Nico. Foi a única foto encontrada que mostra a casa.

3.1.10 Entrevista com Maria Madalena Nico (Nena)

Estavam presentes nessa conversa Nena, a entrevistada; Penha Nico; Antônio Nico, e Ivanete, filha de Nena.

No trajeto de volta para Barra de São Francisco, depois de ter visitado Cachoeirinha de Itaú nas, paramos na casa de Maria Madalena, conhecida por Nena, filha de Primo Nico com Gardina. Entre seis irmãos do segundo casamento de Primo Nico, ela era a única mulher e é a única que está viva. Depois de casada, seu nome Maria Madalena Nico passou para Maria Nicco da Silva.

aqui, viemos a pé e em lombo de burro, pois não tinha estrada de carro, era picada no meio da mata. Vieram todos da família. Lembro que os meninos não queriam mudar para cá. O Gentil e o Etelvino já eram rapazes. Quando chegou no morro do Maia, o Gentil, que era muito pirra cento, jogou, com raiva, um objeto no chão. Todos se casaram aqui.

Insisti para ela contar a história de quando vieram para Cachoeirinha.

Fiz uma intervenção para concluir a fala da Nena. Seu pai, Primo Nico, veio para Ca choerinha incentivado pelos parentes da esposa Gardina que já estavam morando aqui. Ivanete concluiu dizendo que no lugar chovia muito, as terras eram férteis e ele queria plantar lavoura. Ivanete acha que quem os acolheu foi José Cota, já que eles eram com padres. Nena discordou, dizendo que foi o contrário: José Cota e sua família é que foram acolhidos, pois moravam num barraquinho dos Maia e vieram de Pancas. José Cota era sogro de Nena. Antônio complementou dizendo que sua tia Nena era casada com Tião Cota, filho de José Cota.

No princípio, Cachoeirinha não tinha nada. Era uma casa de crente no início da vila, onde cantavam hinos de igreja.. Ali naquela entrada é que começou Cachoeirinha. Mais tarde, o Tião ajudou papai fazer a igrejinha de madeira lá em cima, no terreno do papai, perto do cemitério. Tinha também o coreto. Depois, deu um choro danado, papai não queria tirar a igreja de lá do alto para fazer a outra maior, embaixo. Aqui chovia tanto e a gente plantava café. Tio Zeca e Tatão morreram depois. Tatão era casado com Arminda. Tio Zeca Gomes era casado com Se nhorinha, a irmã da mamãe Gardina. Enésia, sobrinha da Gardina, era casada com João Cota. Enésia era filha da Senhorinha. Eu não conheci a tia Senhorinha. No ano em que mamãe estava arrumando as coisas para vir para cá, Senhorinha tinha morrido. Outra irmã da mamãe veio junto. Ela se chamava Etelvina e era solteira. Quem ia lembrar de tudo, se estivesse vivo, era o Gentil. Compramos as terras do Josino Monteiro.

Papai foi para a mata com o Manoel, tocando os bois. Encostou os bois e começou a cortar madeira. Uma cobra muito grande estava rondando por ali. Ela se enrolou e era muito grande mesmo. Pediu ao seu filho para ir em casa buscar a es pingarda e, na hora, rogou a Nossa Senhora para prote ger eles. Ficaram acuados no meio da mata. Deus ajudou que os bois eram muito mansos e não assustaram a co bra. Primo matou a cobra, amarrou um cipó e puxou ela para casa. Tiraram o couro e a cobra foi empalhada. Ele cha mou um fotógrafo, tirou uma foto e colocou nos pés de Nos sa Senhora. Essa foto deve ter ficado com algum filho.

Primo Nico matando uma enorme co bra, em São Sebastião da Lagoa/MG. Acervo da família de Carolina Nico.

Aqui em Cachoeirinha não tinha nada. Tinha parentes meus. Eles queriam formar café, e a mamãe tinha vontade de vir de Minas para cá. Já tinha vindo uma irmã da mamãe para cá, a Senhorinha. A Senhorinha ficou doente e faleceu. Mamãe tinha muita vontade de comprar terras aqui, fazer plantações. Lá na Conquista era alto, muito difícil. Aqui o papai ajudou e, com isso, mamãe e a irmã acabaram ficando. Não tinha casa esperando a gente. Inicialmente, moramos num barracão de piso de chão. Tinha primas e a irmã da mamãe que faziam plan tações de lavoura.

Dizeres atrás da foto de Primo Nico matando uma enorme cobra. Acervo da família de Carolina Nico.

Voltamos à história da cobra muito grande que Primo matou no seu terreno entre a Conquista e em São Sebastião da Lagoa. Nena contou:

Meses depois, fiz uma visi ta, em Minas Gerais, à família de tia Carolina, irmã de Primo Nico, e descobri uma cópia da foto nos acervos dela. Incrivel mente, essa foto estava no al tar da igreja de Santa Luzia, ou seja, Primo Nico cumpriu a promessa de colocar a foto no altar. Deram a foto para tia Carolina quando refor maram o altar, pois a foto estava lá havia muitos anos.

Ivanete disse que sua mãe nasceu em 17 de julho de 1938. Fiz as contas: se Nena veio com nove anos e nasceu em 1938, então, Primo Nico mudou-se para Cachoeirinha aproximada mente em 1947. Essa data confere com a informada por Lucineia, filha do Gentil, que afirmou que seu pai nasceu em 1930 e tinha 17 anos quando Primo Nico se mudou para Cachoeirinha.

Primeira casa onde mo rou Maria Madalena (Nena), filha de Primo Nico,1960. Acervo de Ma ria Madalena.

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Foto de Primo Nico e Gardina, na parede da casa de Maria Madalena. Acervo de Maria Madalena.

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da primeira igreja construída por Primo Nico em Cachoeirinha de Itaúnas, Barra de São Francisco/ES. Acervo da família de Ozilia Nico.

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Primeira igreja de Cachoeirinha de Itaú nas/ES, construída por Primo Nico, de pé no centro. Acervo de Carolina Nico Zanon

Ana Nico Venturin, de 97 anos, foto de maio de 2020. Acervo de Neuci Venturin.

Em Congonhas, Primo Nico e o filho De vair. Acervo da família de Ozilia Nico.

Primo Nico e o filho Cesarin. Acervo da família de Gaetano Nico.

Já era noite quando terminamos a entrevista. Agradeci a disponibilidade da Nena e sua filha Ivanete pelo importante registro da família de Primo Nico. Seguimos viagem para pernoitar em Barra de São Francisco. No outro dia, tínhamos mais entrevista com paren tes Nico, desta vez em Nova Venécia.

Casa de Gentil Nico em Cachoeirinha de Itaúnas onde hoje mora sua filha Lucineia. Acervo de Celso Luiz Caus.

da igreja cató lica de Cachoeirinha de Itaúnas trazi dos de Resplendor/MG por Primo Nico. Acervo de Lucineia, filha de Gentil Nico.

Óbito de Primo Nico. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

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Primo Nico e sua esposa Gardina. Acervo de Edna Nico, neta de An tonio

Cemitério de Santa Luzia com indicação da data de sua fundação. Acervo de Celso Luiz Caus.

Túmulo de Madalena Costalonga Nico, primeira esposa de Primo Nico. Acervo de Fernando Fasolo.

Imagem de São Sebastião doada por Pri mo Nico à igreja de Quatituba/MG em 1948. Acervo de Celso Luiz Caus.

Família de Gentil Nico: Iva, Maria e Gentil, Deroni, Dereni, Lu cineia Neroci, Nilton, Ivo, Ilson e Ilton. Acervo de Lucineia, filha de Gentil Nico.

Ivanir e Gentil, filhos de Primo Nico e Gardina. Acervo de Lucineia, filha de Gentil Nico.

Procissão de inauguração da segunda igreja católica de Cachoeirinha de Itaúnas. Acervo de Lucineia, filha de Gentil Nico.

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Cemitério de Cachoeirinha de Itaúnas. Na foto, Pe nha, Antônio e Lucineia. Acervo de Celso Luiz Caus.

Cachoeirinha de Itaúnas/ES, para onde se mudaram Primo Nico e sua família por volta de 1947, vindos de Minas Gerais. Foto de Celso Luiz Caus.

Manoel, Nena e Valdeir, filhos de Primo Nico. Acervo da família de Jorge Nico.

Segunda igreja católica de Cachoeirinha de Itaúnas Acervo de Lucineia, filha Gentil Nico.

A casa de Primo Nico ficava entre os dois coqueiros da foto. Foto de Celso Luiz Caus. Nesta casa em Cachoeirinha de Itaúnas morava um fi lho de Primo Nico. Foto de Celso Luiz Caus.

Celso e Lucineia Nico durante visita a Cachoeirinha de Itaúnas, em 14 de março de 2019. Acervo de Cel so Luiz Caus.

Ano missionário, Paróquia de Ca choeirinha. Acervo de Celso Luiz Caus.

Chegada a Cachoeirinha de Itaúnas. Foto de Celso Luiz Caus.

Atual igreja católica de Cachoeirinha de Itaúnas. Foto de Celso Luiz Caus.

Netos e filhos de Gardina e Primo Nico. Acervo da fa mília de Primo Nico.

Casamento de Gentil Nico e Maria, com Primo Nico e Gardina e os pais de Maria. Acervo de Lucineia, filha de Gentil Nico.

Estudei em São Domingos com 15 anos e, de lá, fui para o Rio de Janeiro na casa de meus tios. Estudei lá um ano. Em 1966, retornei. Meu pai, nesse tempo, ficou no Sabiá. Papai já tinha essa fazenda aqui em Pedro Canário. Ele ficava lá e cá. Comprou a fazenda de tio Vitorio, era dele isso aí na frente. Tio Vitorio tinha aqui 115 alqueires de terra, e quem tomava conta era o Geraldo. Com 18 anos, fui embora para o Rio e fiquei quatro anos na Aeronáutica. Meu pai fi cou aqui com Josué e Celinho. Celinho que sabe muita história. Conviveu muito com Geraldo e

tio Vitorio, eles vinham muito aqui na fazenda. Meu pai ficava aqui. Quando voltei, já foi para montar o posto de gasolina Floresta, eu, Josué e meu pai. Tio Vitorio continuou e depois vendeu. Ele morava em Colatina e depois foi para Vitória. Quando ele vendeu a terra para meu sogro aqui, ele já estava em Vitória. Meu sogro comprou a fazenda dele aqui. Celinho foi embora para o Pará e eu continuei aqui. Eu, Josué e papai de sócios no posto.

Filhos de Primo Nico e Gardina. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Cam pos Nico.

3.1.11 Entrevista com Josias Taqueti

Eu sei que eu tinha cinco para seis anos e quem tomava conta de nós era um pessoal baia no, seu Josias Baiano e dona Maria. Depois, meu pai trouxe para cá. Colocou eles lá embaixo, que era a terra de tio Vitorio. Colocou eles para tomar conta lá. Era tudo mata, não tinha essa estrada aqui, não. A estrada passava aqui atrás perto de uma lagoa. Mamãe tinha oito filhos. Naquela época que papai mexia com café só não tinha o Zé Carlos, o resto era uma escadinha.

O zé Zé Carlos, o caçula, que era o último, é que tinha diferença de três a quatro anos para a Gelsa. Meus avós me puxavam muito, até que tenho o nome Josias Taqueti Nico. Para diferen ciar do primo que tenho lá em Minas, em Resplendor, que se chama Josias. Ele sempre passava e parava aqui quando ia para Porto Seguro. Uma vez parou aqui com uma prima lá da Itália. Ela era Nico também. Ficaram aqui no hotel e papai saiu com eles para mostrar Porto Seguro, pela Bahia por aí. Papai foi junto para passear também.

Penha começou perguntando ao Josias de onde eles vieram e como foi.

Nico feita por Penha Nico

Tinham oito filhos, cinco homens e três mulheres: Josias, Juscelino, Jalcira, Jalcirene, Geu sa, Jonas, Gelson e José Carlos. Todos vivos. Jonas mora aqui perto. Juscelino mora em São

Penha disse que se lembrava muito do pai de Josias porque o pai dela conversava muito com ele.

Local: Pedro Canário

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Foi lá no Sabiá. Meu pai tinha uma venda lá. Depois, ele comprou umas terrinhas ali, que era do meu avô Fortunato Taqueti. Eu fui criado por eles, porque minha mãe com três ou qua tro dias quebrou o resguardo. Papai tinha uma venda lá na igrejinha do Sabiá. Naquela época, Getúlio Vargas colocou imposto em umas bebidas, os italianos não gostaram e atiraram numas garrafas. Foi lá na venda, e aí minha mãe quebrou o resguardo, ficou ruim da cabeça, né. Ficou internada no hospício, uns seis meses em Vitória, se não me engano. Com isso, eu fui criado por meus avós maternos. Eu sou o mais velho da família.

O Primo Nico, me lembro dele. Meu pai foi buscar ele em Cachoeirinha, trouxe ele de lá, pois a situação de saúde dele estava muito ruim. Eu lembro dele reclamando de muita dor. Ele tinha aquele bigodão. Depois, ele voltou para Cachoeirinha. Papai trouxe ele para fazer tratamento em Colatina. Lembro que arranjaram um ônibus aí dos Nico de São Gabriel, Américo, Odílio, Amério. Eles tinham ônibus e fomos visitar vovô lá em Cachoeirinha. Chegamos lá e ele estava caído em uma cama. Não sei se era a cunhada dele que também estava bem doente. Eu tenho aquela lembrancinha que eu fui lá. Lembro que fui no ônibus com eles. Eu tinha mais ou menos de 10 a 12 anos. Lá quase tudo foi feito por vovô Primo..

Agachados, Primo Nico e Antonio Nico.

Penha acompanhou meus levantamentos com os Nico do norte do Espírito Santo. Em uma das visitas a seu pai, José Nico, que mora em São Mateus, aproveitou e foi conversar com Josias Taqueti Nico na sua casa, em Pedro Canário. O objetivo foi levantar informações principalmente do pai dele, Toninho Nico, e de seu avô Primo Nico, além de obter material fotográfico para o livro sobre a história dos Nico. Estavam presentes Penha Nico, Josias Ta queti Nico e sua esposa, Júlia (Quinha) Armani Nico.

Penha perguntou se ele se lembrava de alguma coisa de seu avô Primo Nico.

Data: 6 de abril de 2019

Papai plantou muito café aqui. Era tudo boi, muito gado. Meu irmão Celinho foi embora para o Pará, e ele ficou aqui. Depois, ele quis acabar com o gado e cuidar do posto e plantou muito café. Foi cuidando daquele café, mas ele tinha problema de respiração, era poeira de mais. Quando fui visitar ele em Linhares, o médico perguntou se meu pai fumava muito. Falei que nunca fumou e nunca bebeu. Bebia sim, uma cachacinha de vez em quando. ‘O pulmão dele não está bom’, falou o médico. Era poeira de café, porque naquela época, no Sabiá, em 1950, ele já mexia com café.

Penha perguntou quantos filhos os pais de Josias tiveram.

Outro comentário de Josias diz respeito ao seu nome: seu pai teria incluído Taqueti para diferenciá-lo de Josias Nico, de Jorge Nico. Analisando esse fato, acredito que Toni nho Nico, pai de Josias Taqueti Nico, possa ter homenageado seu tio Jorge colocando esse nome no filho. Isso porque Jorge, o mais novo filho de Antonio Cesare Nico, tinha apenas 11 anos quando Toninho nasceu. Como Toninho e Eugenia foram criados pela avó, Rosa Marchesin Nico, eles conviveram muito tempo em boa parte da Infância e também depois que Jorge se casou. Terezinha, filha de Josias Nico, afirmou que sua avó Tereza Bergamin Nico, esposa de Jorge, dizia que Toninho chegou a cuidar de Josias Nico.

Na entrevista que Penha realizou, há uma parte em que Josias Taqueti Nico fala da passagem, na casa de seu pai, em Pedro Canário, do outro Josias Nico, filho de Jorge Nico, com sua família e uma italiana. Eles iam passear em Porto Seguro. A italiana a que Josias se refere é Loretta, que mora em Ponte de Castegnero, próximo a Nanto e Castegnero, na Itália, terra de nossos antepassados. Ela é bisneta de Emílio Nico, irmão de Antonio Cesare Nico e Olimpia Nico.

Certidão de nascimento de Antonio (Toni nho) Sobrinho Nico. Acervo de Penha Nico.

Neuza Taqueti Nico e Toninho Nico. Acervo de Josias Taqueti Nico.

Toninho Nico, sua esposa, Neuza, e a famí lia com padre Aureo e catequistas. Acervo de Josias Taqueti Nico.

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Toninho Nico e Neuza Taqueti. Acervo de Jo sias Taqueti Nico.

Domingos do Norte, na saída para Colatina, e sabe muita história, pois conviveu com tio Vito rio e com Geraldo.

Barra do Sabiá, São Domingos do Norte. À direita, Toninho Nico e seu filho Josias. Acervo de Josias Taqueti

Toninho Nico, Neuza Taqueti e família na Bar ra do Sabiá. Acervo de Josias Taqueti Nico.

Fotos identificando pessoas foram conseguidas por Penha Nico em viagem a Pedro Caná rio, em 6 de abril de 2019. Penha foi muito bem recebida por Jo sias e sua esposa, Júlia (Quinha) Armani Nico. Certamente, o material enriquece este livro sobre a família Nico.

e Neuza Taqueti Nico. Acervo de Josias Taqueti Nico.

Toninho Nico e Neuza Taqueti Nico. Acervo de Josias Taqueti Nico.

Penha finalizou agradecendo toda a atenção de Josias e sua esposa, Quinha.

3.1.12 Fotos do acervo de Josias Taqueti Nico

3.1.13 Fotos do acervo de Gelson Nico

Neuza e Toninho Nico. Acervo de Gelson

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Posto de gasolina Floresta, em constru ção, em Pedro Canário/ES. Acervo de Jo sias Taqueti Nico.

Antonio Nico Sobrinho (Toninho). Acervo de Leonilda Nico Miguel.

Antonio Nico Sobrinho. Acervo da família de Toni nho Nico.

Neuza Taqueti Nico, esposa de To ninho Nico. Acervo de Josias Ta queti Nico.

A italiana Lo retta, bisneta de Emilio Nico, e Toninho, neto de Antonio Cesa re Nico. Acervo de Loretta Nico Casarotto.

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Toninho Nico com a neta Gisely, 1987. Acervo de Gelson Nico.

Gelson e sua esposa, Rasângela Frinhani Nico, também foram atenciosos, nos enviando, por meio de Penha Nico, fotos da família de Toninho Nico.

Família trazida do Sabiá para tomar conta da fazenda de Vitorio Nico, no Córrego das Preguiças/ES. Acervo de Josias Taqueti Nico.

Gelson Nico e Rosangela Frinhani Nico. Acervo de Gelson Nico.

Vários netos de Neuza e Toninho Nico. Acervo de Gelson Nico. Toninho Nico sentado ao centro, com, Josias, Jalcira, Geusa e Gelson, agosto de 2014. Acervo de Gelson Nico.

Josias Taqueti Nico e Júlia (Quinha) Armani Nico. Acervo de Josias Ta queti Nico.

Toninho Nico com o neto Jardel (filho de Jalcira), 1987. Acervo de Gelson Nico.

Família de Toninho Nico e Neuza Taqueti Nico: Josias, Juscelino, Jal cira, Jalcirene, Geusa, Jonas, Gel son e José Carlos. Acervo de Josias Taqueti Nico.

Casamento de Zezinho Nico e Fran cisca. À direita, Primo Nico e Gar dina; à esquerda, pais da noiva. Acervo da família de Ozilia Nico.

Primo Nico. Acervo da família de Ozilia Nico. Ana Nico e Maximiano Venturin. Acervo da família de Ozilia Nico.

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Antonio Nico Sobrinho, com es posa e filho. Acervo da família de Ozilia Nico.

Primo Nico e sua esposa Gardina. Acervo da família de Ozilia Nico.

Primo Nico e filho Vanir. Acervo da família de Ozilia Nico.

251250 3.1.14 Acervo complementarfotográficodePrimo Nico Contamos com a colaboração de Antônio, filho de Ozilia Nico, e de Vinícius, neto de Ozilia Nico.

Maximiano Venturin, à esquerda; Ana Nico; Gardina, e Etelvino Nico. Acervo da família de Ozilia

À esquerda, Ozilia, filha de Primo Nico e Maria Costalonga. Acervo da família de Ozilia Nico.

Nico Sobrinho e Neuza Taqueti, pais de Neuza. Acer vo da família de Ozilia Nico.

Casamento de Ivanir, filho de Primo Nico e Gardina. Acervo da família de Ozilia Nico.

Escombros do tanque da casa de Primo Nico em Cachoeirinha de Itaúnas/ES. Acervo da família de Ozilia Nico.

Casamento de Ozilia Nico. Acervo da família de Ozi lia Nico.

Madalena Costalonga Nico e seu filho Cesar (Cesarin) Nico Neto. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

Toninho Nico Sobrinho. Acervo da fa mília de Rosa Nico Fasolo.

Fasolo. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

3.1.15 Fotos do acervo de Rosa Nico Fasolo

Neto, esposo de Rosa Nico. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo. Rosa Nico Fasolo. Acervo da fa mília de Rosa Nico Fasolo.

Tivemos a contribuição de Fernando, filho de Rosa Nico Fasolo, nos cedendo fotos do acer vo da família de sua mãe.

Irmãs Ozilia, Ana e Rosa Nico. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

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RosaFasolo.Nico

Rosa Nico Fasolo e tias Maria Ambrosim Nico e Carolina Nico. Acervo da família de Rosa Nico

Santo Fasolo Neto e sua esposa, Rosa Nico. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

Rosa Nico Fasolo e sua irmã Ozilia Nico. Acervo da família de Rosa Nico SantoFasolo.Fasolo

Velório de Primo Nico na antiga igreja de Cachoeirinha de Itaúnas/ES. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

Ozilia Nico. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

Primo Nico e Madalena Costalonga Nico. Acervo da fa mília de Rosa Nico Fasolo.

Rosa Nico Fasolo e sua tia Carolina Nico. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

» João Nico, casado com Cecília Grobério;

» Alverino, que faleceu com três meses.

3.2 JULIO NICO

Julio foi para o povoado de Aldeamento e montou uma padaria. Lá, conheceu Verginia Lerbach e casou-se com ela. Julio e Verginia tiveram três filhas:

Julio foi o segundo filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Nasceu na re gião de Guiomar, Alfredo Chaves, Espírito Santo, em 12 de maio de 1893. Casou-se com Amabile Maria Cremasco, em Castelo, Espírito Santo, no dia 8 de novembro de 1924. Na época do casamento, todos os dois residiam na região da Fazenda do Centro, município de Castelo/ES. Julio especificamente morava no Córrego da Telha. Ama bile era filha de Giovanni (João) Cremasco e Eliza Calegari e tinha 22 anos de idade quando se casou com Julio Nico. Carolina Nico, quando olhava a foto da família Nico, apontava e dizia: “Este aqui é Julio, meu irmão, o sanfoneiro”.

» Maria, irmã de Roza, nasceu na Conquista em 14 de outubro de 1927, o que in dica que Julio já estava na Conquista antes de seu pai, Antonio Cesare, chegar;

» Pedro, casado com Maria Campo Dall’Orto;

Julio faleceu em Linhares/ES, no dia 4 de janeiro de 1989. Foi sepultado no cemi tério do povoado de Santa Luzia, município de Itueta, Minas Gerais.

» Seu pai, Julio, desgostoso com o que aconteceu, resolveu não mais morar ali e se mudou com a família para perto de Aldeamento, numa proprieda de do sogro, João Cremasco;

Julio mudou da Conquista para perto dos Benicá, onde hoje é do Amilton De Nadai, casado com Beatriz Benicá. O terreno ficava perto dos Benicá e do Sebastião Rosa. Era uma casa de esteio com varanda, no estilo da época. Nesse lugar, morreu Amabile, com 35 anos de idade, no dia 1º de julho de 1937, no parto do filho Alverino.

» Antonio Cesare Nico, seu avô, vendeu sua propriedade no Espírito Santo em 26 de julho de 1928;

» José, casado com Irma Bosser;

Desde criança, quando eu ia na Conquista, na casa de tio Gaetano Nico, ouvia dizer que tinha falecido uma criança, de nome Roza, afogada no açude. Esse acontecimento ficou registrado na minha memória. Com o advento de escrever o livro, fui pesquisar tal fato. Com as entrevistas, que fiz com os filhos de Julio Nico, acabei descobrindo o que aconteceu, mas ninguém soube me dizer com segurança a idade da Roza nem quando aconteceu essa tragédia. Levantei a hipótese de que o nascimento da Roza tenha acontecido entre o de suas irmãs Leonilda (13 de maio de 1925) e Maria (14 de outubro de Pesquisamos1927). nos cartórios da redondeza e encontramos o registro de Roza em Resplendor. Ela nasceu no dia 12 de agosto de 1926, e seu nome correto era Roza Anna Nico. Mas por que ela foi registrada em Resplendor? Naquela época, estavam surgindo as primeiras casas na região de Itueta, Quatituba, e Resplendor era um distrito de QuandoAimorés.RozaAnna nasceu, em 12 de agosto de 1926, em sua residência, em Quatis (atual Quatituba), Antonio Cesare Nico, seu avô, ainda estava morando no EspíritoOndeSanto.equando Roza faleceu? Esse é outro marco importante. Descobrimos que Roza faleceu no açude de Antonio Cesare Nico, na Conquista. Não encontramos o atestado de óbito de Roza, mas sabemos que:

Julio e Amabile tiveram nove filhos:

» Teodora, falecida prematuramente;

» José, irmão de Roza, nasceu em 4 de janeiro de 1931, na nova residência.

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Isso posto, concluímos que Roza se afogou, aproximadamente, em 1930.

» Antonio Cesare Nico, quando se mudou para a Conquista, de início, cons truiu um açude para tocar o moinho;

» Leonilda (Nilda), casada com Américo Miguel;

» Ana Nico, casada com Adílio Martins;

Verginia nasceu em 27 de janeiro de 1916 e faleceu em 9 de dezembro de 1985. Está sepultada no cemitério de São Domingos do Norte/ES .

» Rita Nico, casada com Edineu João de Oliveira.

» Maria, casada com Davi Luiz da Silva;

3.2.1 Uma tragédia na família de Julio Nico

» Roza Anna, que faleceu ainda criança;

» Maria da Conceição (Mariquinha) Nico, casada com Roberto Julio Covre;

» Amabile, mãe de Roza, estava grávida, e perdeu a filha Teodora devido ao susto pelo afogamento de Roza;

» Luzia Nico, casada com Delair Covre;

Nossos seis filhos, nasceram em São Silvano e em São Domingos, pertencentes, naquela época, a Colatina.

Data: 18 de fevereiro de 2019 Local: casa de Leonilda Nico, em Linhares/ES Presentes: Celso Luiz Caus, Penha Nico, Leonilda Nico e seu esposo, Américo Miguel Leonilda, carinhosamente chamada de Nil da, é a primeira filha de Julio Nico com Amabile Cremasco. Ela nasceu no município de Castelo/ ES, em 13 de maio de 1925. Casou-se com Américo Miguel, e eles tiveram os filhos Gilson, Vera Lú cia, Gilmar, Maria Aparecida, Jacimar e Romildo.

PenhaJosé.lembrou que nasceu no Sabiá, como seus irmãos, e que ficaram um bom tempo por lá.

Da Conquista fomos para Itueta. Papai colocou um açougue e uma vendinha, mas depoisDepois,quebrou.mudamos para São Silvano, em Colatina. Tio Vitorio já estava morando lá. Papai fazia serviço braçal avulso. Eu e Maria tivemos que nos empregar.

Penha perguntou para onde seu avô Julio havia se mudado com eles.

3.2.2

Mamãe me colocou com Roza e Maria sentada no caixote na cozinha. Tinha um fogão à lenha, e Roza queria lavar o coador. ‘Roza, você não pode lavar o coador’, falou mamãe. Ela pegou e pendurou o coador por cima do fogão. Mamãe deu leite para nós e foi ajudar papai a espalhar café lá no terreiro. Eu não vi que a Roza sumiu. Fui lá para perto da mamãe, e ela me perguntou: ‘Nilda, cadê a Roza?’. Falei: ‘eu não sei’. Ela disse: ‘vai ver onde ela está’. Então voltei e segui um caminhozinho no mato que ia em direção ao açude e vi ela de braços aber to em cima da água. Quando ia voltando, falecido papai já estava na água tirando ela. Para tentar salvar, queimaram palha para esquentar coberta e colocar em cima dela para aque cer. ‘Faz isso, faz aquilo, rola aqui, rola lá’, e aquela choradeira. Não teve jeito, Roza morreu. Mamãe estava grávida e daí uns dias a neném nasceu morta. Parece que Roza tinha uns três ou quatro anos nessa época.

Américo explicou que o sogro, Julio, quando recebeu o dinheiro da venda da terra na Conquista, comprou uma na Barra do Sabiá. Ele foi para lá e os levou junto, assim como Pedro e

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Papai voltou para São Domingos, que foi a última residência dele. Morou primeiro numa

Voltamos para Conquista, porque vovô deu um pedacinho de terra para papai.

Lembro que fiquei um pouco na tia Cotinha e tio Gaetano. Quem ficou muito tempo lá sendo criados por eles foram meus irmãos José, Pedro e Ana. O João sempre esteve com papai.

Penha questionou como o avô Julio foi parar em São Domingos.

Américo, meu marido, foi para São Domingos trabalhar na serraria de tio Antonio Nico. Papai foi para a Barra do Sabiá.

decomEntrevistaLeonilda,filhaJulioNico

Perguntei a Nilda onde eles haviam morado primeiro e quantos anos ela tinha quan do a mãe faleceu.

Primeiro, moramos na Conquista, onde Roza, minha irmã, morreu afogada. Eu tinha 11 anos quando mamãe faleceu. Ajudei papai a tomar conta da casa, era a mais velha dos irmãos. Tra tava de porco, galinha e até lavava roupa.

Perguntei se a família da tia Cotinha morava perto deles. Não. Foi depois que tio Gaetano casou com tia Cotinha que o sogro veio morar ali na

Conquista. Nós já tínhamos mudado. Papai saiu dali porque a menina se afogou. Antes, papai falou com o vovô para ele não fazer o açude, porque ficava muito perto da porta da nossa co zinha. O açude era para tocar o moinho. Papai não quis mais morar ali.

Ali onde moramos na Conquista, perto do açude, era do vovô Cesare Nico. Passado o tempo, vovô ficou ruim da cabeça. Andava meio perdido, colocava coisas no bolso, como capim, es trume de boi. O tio Gaetano casou antes de vovô e vovó falecerem. Os nonos não conversavam nada em brasileiro, tudo era em italiano.

Saímos dali porque vovô João Cremasco repartiu as terras. Então, papai mudou para Al deamento e montou uma padaria. Em Aldeamento, papai casou com Verginia Lerbach e teve três filhas com ela.

Mamãe estava nos dias de ganhar neném e, com o susto que ela levou pelo afogamento da Roza, a menina nasceu morta. Naquele tempo, não tinha médico igual hoje, era parteira.

Em São Silvano, ainda solteiras, papai colocou Maria e eu para trabalhar na casa de um juiz de paz. A mulher dele era dentista. Eu trabalhava cuidando da casa, e Maria, no gabinete da dentista. Fiquei trabalhando ali uns quatro anos, depois comecei namorar o Américo e ca samos. Maria foi trabalhar na casa do tio Vitorio e ficou lá até casar.

Papai mudou para a propriedade dos Cremasco, onde morou tio Angelin, perto dos Benicá, antes de Aldeamento. Mamãe faleceu nessa propriedade. Acabou de dar à luz e depois faleceu. Ali e depois em Aldeamento, que era perto, moramos muito tempo, de 12 a 14 anos.

Casei com Américo, Maria casou com Davi. No início, alugamos uma casa, moramos juntos, por pouco tempo. Tudo em São Silvano, perto do tio Vitorio.

Celso Luiz Caus, Leonilda Nico Mi guel e Américo Miguel, 18 de feverei ro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Quando Julio Nico e Amabile Cremasco se mudaram para Minas, a única filha era Nil da. Todos outros filhos nasceram em Minas.

Pachota, José Nico e Nerina (Fia). Acervo de Leonilda Nico Miguel. Julio Nico. Acervo de Leo nilda Nico Miguel.

Nico e Nilda. Acervo de Leonilda Nico.

casa de madeira e depois numa casa do lado de baixo da estrada, na entrada de São Domin gos. Morou ali muito tempo cuidando de horta. Verginia, esposa dele, morreu e foi sepultada em São Domingos. Quando papai ficou doente, Maria, minha irmã, o levou para Linhares, na casa dela. Ficou sendo cuidado por ela até falecer. Foi sepultado no cemitério de Santa Luzia, em Minas, no mesmo túmulo da primeira mulher, Amabile Cremasco, minha mãe.

Irmãos José, à esquerda; Ana, e Pedro Nico. Acervo de Leonil da Nico Miguel.

Leonilda Nico Mi guel e seu esposo, Américo Miguel, lendo o livro “Os Cauz-s”, de Celso Luiz Caus, 18 de fevereiro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Amabile Cremasco Nico, esposa de Julio Nico. Acervo de Leo nilda Nico Miguel.

Verso da foto de Julio Nico com a esposa, Amabile Cremasco Nico, e a filha Leonilda no colo. Acervo Leonilda Nico Miguel.

Leonilda (Nilda), filha de Ju lio Nico. Acervo da família de João

Sentados: Mariquinha, José, João, Pedro, Améri co, Nilda, Maria, Luzia e Rita. Em pé: filhos de Nil da Nico e Américo. Acervo de Maria Nico.

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IrmãosNico.João

Família de Leonilda Nico Miguel e Américo Miguel. Acervo de Leonilda Nico Miguel.

Leonilda Nico Miguel, 18 de fevereiro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Agradeci a Nilda e a seu esposo, Américo, e dali partimos para Cachoeirinha de Itaúna, Barra de São Francisco.

Irmãos e esposo de Leonilda Nico nos 90 anos. Acervo da família de Leonilda Nico Miguel.

Julio Nico com a esposa, Amabile Cremasco Nico, e a filha Leonilda no colo, 3 de novembro de 1925. Acer vo de Leonilda Nico Miguel.

Família de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, 1918. Acervo da família de Antonio Cesare Nico.

Amabile Cremasco Nico e Julio Nico. Acervo de Leo nilda Nico Miguel.

Dali, papai mudou para Colatina, em São Silvano, e eu, ainda solteira, fui trabalhar na casa do tio Vitorio, que já morava lá.

Data: 18 de fevereiro de 2019

Nasci naquela casa que ficava perto da casa da Pachota.

Outro fato foi que mamãe morreu no parto do Alverino. A tia Gardina pegou ele para criar e dar de mamá junto com filho dela. Um dia de tarde, ele estava bem. À noite, tia Gardina sonhou com finada mamãe conversando com ela, dizendo que iria levar o menino. E disse para ela que o Julio já tinha seis filhos para criar. ‘Esse é meu, vou levar para mim.’ No outro dia, o menino amanheceu passando mal e morreu.

3.2.3 Entrevista com Maria, filha de Julio Nico

Papai era casado com minha mãe, Amabile Cremasco. Ela faleceu e, depois, ele casou com Verginia Lerbach. Verginia era filha de Tereza e Antonio Lerbach, irmã de Silvestre, Antônio e Valdemiro. Eles moravam numa propriedade perto de Quatituba. Passava uma ponte, o Izidoro Caus e subia para o lado do João de Assis, bem lá dentro.

Maria é uma das três primeiras filhas de Ju lio Nico com Amabile Cremasco. Nasceu na Con quista, Minas Gerais, em 14 de outubro de 1927, e casou-se com Davi Silva, nascido em 27 de agosto de 1929. Tiveram os filhos Maria das Graças, Luzia, Carlos, Liete e Fátima.

Roza era minha irmã. Não sei se ainda tem, mas tinha uma cruz no açude onde ela caiu e morreu afogada. A Leonilda (Nilda) é a mais velha; depois vêm Roza ; eu, Maria; a finada Deo dora; José; Pedro; Ana, e João. O último foi Alverino, e mamãe morreu de parto.

Os Nico dividiram os terrenos e, então, do Aldeamento voltamos para Conquista, antes do tio Gaetano. O terreno onde moramos era onde depois moraram os Zandonade.

Penha questionou se ela já conhecia o tio Davi.

Papai, depois, mudou para São Silvano e chegou a trabalhar na serraria de tio Antonio Nico. Morava perto da serraria numa casa de madeira. Depois, papai comprou uma casa do lado de bai xo, no final de São Domingos, na entrada de quem vem de São Gabriel da Palha, sentido Colatina.

Quando mudamos para o Aldeamento, fomos todos juntos. O papai nunca nos separou. Mamãe reuniu todos nós para se despedir e disse para papai que não deixasse ninguém bater em nós nem judiar de nós.

Perguntei em quais lugares eles moraram.

Eu nasci na Conquista, em Minas. Nasci numa casa perto de onde mora a Pachota e onde também morou a Eugênia com Guiê Neroci. A casa do papai ficava bem perto de um açude. Perguntei sobre a criança que morreu no açude.

Eu trouxe meu pai aqui para minha casa para cuidar dele e ele ficou comigo até morrer, com quase 96 anos de idade. Foi enterrado em Santa Luzia, no mesmo túmulo da mamãe, Amabile. Antes, faleceu a Verginia, esposa dele e minha madrasta. Fui com ela para o Rio, para Vitória, ela ficou internada, operou a cabeça. Cuidei do sogro, sogra, cunhado. Ainda lavava para cinco famílias e virava dia e noite com engomador de roupa. Tinha que trabalhar muito para ajudar Davi a criar nossa família.

Pedi que ela contasse do que se lembrava do nono Cesare Nico e da nona Rosa Marchesin.

O vovô, coitado, fizeram uma cerca de arame para ele não fugir. Ele batia com um porreti nho de madeira para achar um buraco para sair. Um dia, ele conseguiu e fugiu, foram procurar e encontraram ele quase chegando em Quatituba. Ele tinha um problema na cabeça. Pegava as coisas de esterco de boi no pasto, colocava no bolso e dizia que foi comprar. Esquecia onde es tava. Ele era bonzinho.

Nesse momento, Maria se lembrou do pedido da mãe, se emocionou e chorou copiosa mente. Amabile morreu em consequência do parto.

Celso e Penha visitando Ma ria Nico e sua filha, 18 de feve reiro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casei em Colatina, mas fomos criados juntos em Minas. Estudamos juntos. A mãe e o pai do Davi eram padrinhos da Nilda. Trabalhei uns tempos para tio Vitorio, perto da Recauchutadora Colatinense, antes de casar.

Local: casa da Maria Nico, em Linhares/ES Presentes: Celso Luiz Caus, Penha Nico e Maria Nico

Papai e mamãe estavam espalhando o café no terreiro. A Nilda foi lá no terreiro perguntar a mamãe se a Roza estava lá. Ela disse: ‘não está não’. Papai e mamãe foram depressa em casa e viram que o coador não estava pendurado. Roza, com o cabo da vassoura, puxou o coador e foi lavar no açude. Correram para o açude e viram que o coador estava por cima da água. Pa pai mergulhou e pegou ela. Ainda estava viva, vomitou o leite que a mamãe deu. Mas não teve jeito, acabou falecendo. Foi um desespero. Roza tinha uns quatro ou cinco aninhos.

Depois de fazer uma explanação sobre o le vantamento que estava fazendo, objetivando o livro dos Nico, estimulei Maria a descrever fatos de sua vida e de seu pai, Julio Nico.

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Perguntei de quem era o açude onde Roza se afogou.

O açude era do vovô Cesare. O papai não queria que ele fizesse o açude ali, porque ia re presar a água e ficar perto de nossa casa. Mesmo assim, ele fez. Depois que minha irmã mor reu afogada ali, papai se desgostou e mudou de lá da Conquista. Da Conquista, papai mudou para perto do Aldeamento, na propriedade do vovô Cremasco, perto do senhor Sebastião Rosa.

Depois de um tempo, papai mudou para Aldeamento e colocou uma padaria.

Papai já tinha casado com Verginia em Aldeamento e, depois, mudamos para uma casa nossa pertinho do tio Gaetano, sentido Quatituba, indo para a Conquista. Acho que ali, depois, morou a família Zandonade.

Quase chegando ao final da conversa com Maria, apanhei meu livro “Os Cauz-s” e co mecei a mostrar para ela as fotos dos Nico no livro. Quando ela viu a foto de tia Tereza e tio Jorge, ele se lembrou de um fato.

Eu tinha sete anos. Aí colocava um caixote na beirada do fogão à lenha para eu e Nilda termos altura para mexer as panelas. Depois, todo mundo ia para o terreirão debulhar milho, socar arroz, café. Nós levávamos a peneira, uma coberta, um travesseirinho. Colocávamos o João dentro da peneira, na sombra, debaixo do pé de café. João tinha pouco mais de um aninho. Para estudar, a gente levava um embornal, com uma pedra de lousa. Papai, tadinho, não tinha relógio, então ele sentava, abria as pernas e se a sombra estivesse no meio, dizia que estava na hora da gente ir para o colégio. Lavávamos a mão, pegávamos o embornal e íamos numa esco linha na Conquista, perto do Fortunato Campos. Às vezes, chegávamos na hora do recreio, por causa da falta de um relógio para saber a hora certa.

Rosa Marchesin Nico, Antonio Nico Sobrinho no colo, Eugênia e Jorge Nico, 14 de outubro de 1927. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria

Eu completei 91 anos. Quando mamãe morreu, eu tinha quase nove anos.

Essa foto é do tio Jorge e tia Tereza. Lembro que tio Jorge comprava bala e nos dava para ajudá-lo a conquistar tia Tereza. Ela morava lá pelo lado do Aldeamento, perto da gente. Essa foto aqui é do Amilton De Nadai. O pai dele, Francisco De Nadai, foi professor da gente. Era um bom professor.

VersoNico.dafoto de Rosa Marchesin Nico, Anto nio Nico Sobrinho no colo, Eugênia e Jorge Nico, 14 de outubro de 1927. Acervo de Julio Nico e sua filha Ma ria Nico Irmãos Regina, Adriano e Caro lina Nico, 14 de outubro de 1927. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

Casamento de Maria e Davi. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

Casamento de Ana Nico e Adílio Martins. Acervo de Julio Nico e sua filha Ma ria Nico.

Verso da foto dos irmãos Regina, Adriano e Ca rolina Nico, 14 de outubro de 1927. Acervo de Ju lio Nico e sua filha Maria Nico.

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Encerrada a conversa histórica, fomos tomar café e depois nos dirigimos para casa da Leonilda (Nilda), irmã de Maria.

Amabile Cremasco Nico e Julio Nico. Acer vo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

Julio Nico. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

Quando morreu, papai já morava em Colatina, lembro que ele foi no enterro.

Papai tocava a sanfoninha dele nos bailes. Era baixinho, do tamanho da Penha. Ele era muito bom. Era agarrado comigo.

Papai disse que assim que os nonos Cesare e Rosa casaram na Itália, eles embarcaram para o Brasil. Vieram no navio, papai sempre comentava.

A nona tinha aquela saiona italiana comprida, rodada. Ela fazia biscoito, e nós comíamos. Se ela dava para os outros eu não sei, mas para nós ela dava.

Em 15 de outubro de 2020, contatei Nelson Bravin, filho de João Bravin, que me informou que seu pai levou Jerônimo Bosser e sua irmã Fortunata Bravin para Qua tituba/MG. Inicialmente, trabalharam na propriedade de seu pai e, mais para frente, compraram propriedade na Conquista. Disse que Jerônimo era um homem muito tra balhador. Nelson, o filho homem mais velho de João Bravin e Dolores De Nadai, tem 96 anos de Antonioidade.Bravin, com 25 anos de idade, e Anna Puziol, de 24, avós de Irma, embarca ram no Porto de Gênova, Itália, e chegaram em Benevente (Anchieta) em abril de 1883. Dali foram para Alfredo Chaves. Vieram no navio La France.

Data: 19 de fevereiro de 2019 Local: casa de José Nico, em São Mateus/ES Presentes: Celso Luiz Caus, Penha Nico e José Nico José é filho de Julio Nico com Amabile Cre masco. Nasceu em 4 de janeiro de 1931, num lu gar chamado Conceição do Itueto, pertencente atualmente ao município de Santa Rita do Itueto/ MG, e perto dos Benicá e Aldeamento. Foram tes temunhas Angelo Cremasco e Benedito Oliveira.

Iniciei a conversa me apresentando, dizendo a José que sou filho de Alira Nico e

3.2.4 Entrevista com José, filho de Julio Nico

Luzia, Liete, Davi, Maria, Carlos, Graça e Fátima. Acer vo de Maria Nico e seu esposo, Davi.

Casa de Maria Nico em Linhares, onde Julio Nico morou antes de falecer, 18 de fevereiro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus

Celso Luiz Caus doando o Livro “Os Cauz-s” para Maria Nico, 18 de fevereiro de 2019. Acer vo de Celso Luiz Caus.

Jonaci, quando criança, com quase três anos de idade, morreu afogado no Rio Cri caré, no centro de Nova Venécia/ES. Lucineia faleceu aos 27 anos de idade.

Os filhos de Penha Nico são Jader Nico Giacon, Wilder Nico Barcelos e Deyvison Nico Barcelos. Os filhos de Amabele são Maria Nico Daffini, Camila Nico Daffini e Thiago Nico Daffini. E os filhos de Jonacira Nico são Flavia Nico, Julio Nico Dantas dos Santos e Helena Nico Dantas dos Santos.

Irma Bosser era filha de Jerônimo Bosser e Fortunata Bravin. Fortunata era filha de Antônio Bravin e Anna Puziol. Os irmãos de Fortunata eram Maria, Victoria, Miguel (Micheli), Antonia, Italia, Luigia, Emma, Rosa, Mariana, André e João Bravin Donadel. Quatro foram para Minas: João Bravin Donadel, Micheli (Miguel), Rosa e Fortunata. O primeiro foi João Bravin, por volta de 1926 e 1927.

Julio Nico com as filhas Nilda, Maria e Ana. Acervo de Maria Nico.

Ana Nico com as crianças Rosa, Apare cida e Lenice. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

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José se casou com Irma Bosser, em julho de 1954. Eles tiveram os filhos Amabele, Penha, Lucineia, Jonaci e Jonacira.

Maria Nico, filha de Julio, à direita, e Julio Nico ao centro. Acervo de Maria Nico.

José Nico e Celso Luiz Caus. Acervo de Celso Luiz Caus.

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O casarão dos nonos na Conquista era alto, de dois andares. Tinha um varandão na frente. A moradia era em cima, embaixo se guardavam as ferramentas e mantimentos. Por baixo era mais alta porque o terreno descia para o lado do córrego. Do lado direito, ficavam as mangueiras, que hoje têm quase 100 anos, e o engenho de cana. A gente levantava as duas horas da madrugada para moer cana. Do lado de baixo, tinha um paiol, e eu e o Guiê, casado com Eugênia, puxávamos milho da roça com duas juntas de boi e colocávamos na tulha. Depois que derrubou o casarão, quem lavrou a madeira da casa nova do tio Gaetano e do Guiê fui eu.

Da Conquista, papai foi para a terra do vovô Cremasco, perto dos Benicá e Sebastião Rosa. Ali mamãe faleceu. Não me esqueço disso, eu tinha uns seis anos, papai me pegou no colo e me disse: ‘beija sua mãe, que ela não vai voltar mais’.

Papai morava em São Domingos. Ia para o sitio, ficava comigo uns dias e outros dias voltava para casa dele. Depois, mudou também para o Sabiá, e teve que retornar para São Domingos por que tinha que estudar as filhas.

Eu morava com tio Gaetano. Tia Cotinha e tio Gaetano moravam no mesmo casarão dos meus avós. Meu avô Cesare Nico tinha problema na cabeça. Ele saía para andar e se perdia. Andando no pasto, pegava as coisas e colocava no bolso. As formigas o picavam, e ele gritava: “Uiui, uiui, uiui”. Casaram na Itália. Todo dia de tarde a nona rezava o terço na sala. Quem não participasse tinha que ficar na varanda porque ela fechava a porta para não atrapalhar a fé. Era gorda, gostava de deitar e descansar nos bancos de tábuas compridos na varanda. Conversava tudo em italiano, não sabia a língua brasileira.

Caus, irmã de Antonio Caus. Outra Caus, a Rosa é casada com filho do Máximo Cesconete.

Papai mudou para Aldeamento, abriu uma padaria. Lá, ele conheceu Verginia Lerbach.

Meu pai morou primeiro na Conquista, perto da represa. Ali faleceu afogada minha irmã Roza. No meio da Leonilda e Maria nasceu Roza. No meio da Roza e eu, faleceu outra logo que nasceu. Depois tem o Pedro, a Ana e o João. Depois do João, nasceu mais um. Nesse último, a parteira não soube tirar o restante do material do parto, e a situação foi se complicando. Não tinha médico, não tinha nada. Foram buscar um doutor em Resplendor, mas, quando chegou, mamãe já tinha morrido. A criança se salvou e foi lá para tio Primo e tia Gardina, mas, depois de poucos meses, morreu também.

O terreno foi vendido para uma pessoa criadora de gado, que não me recordo o nome.

Casei em Minas e fui para São Domingos. Quando cheguei, papai fez até uma festinha. Lá nasceram Amabele, Penha, a falecida Lucineia e o menino Jonaci, que morreu afogado em Nova Venécia. Jonacira nasceu em Nova Venécia.

Tio Gaetano ficou onde era do vovô. Ele tem dois filhos, Zezé e Rosa. Zezé é casado com uma

Celso, me lembro que a filha mais velha de seu pai, Antonio Caus, e de sua mãe, Alira Nico, fazia coroação no altar da igreja, em Quatituba.

Antonio Caus. Alira é filha de Luiz Nico, irmão de Julio Nico.

Quando papai mudou para São Silvano, em Colatina, eu cheguei a ajudar no boteco de bana na. Trabalhei também na serraria. Saí da serraria e voltei para tio Gaetano na Conquista. Fiquei lá com ele até eu me casar.

José disse que está se esquecendo de muita coisa. Penha, filha dele, que me acompanhou em diversas entrevistas, ajudou estimular a conversa com seu pai.

Nilda minha irmã, e seu esposo, Miguel, também chegaram morar no terreno da Barra do Sabiá.

Voltou para a Conquista, para baixo do tio Gaetano. Morou ali um tempo, na terra dele que recebeu dos pais.

Casei em Minas com Irma, filha do Jerônimo Bosser. Ela tinha as irmãs Izaura e Nair e Luci e os irmãos, Dim, Bila, Moacir e Armando.

Quando apareceu um rádio falando em Quatituba, fui ver na loja de tio Jorge Nico. Todo mun do que chegava na venda teimava que era o tio Jorge que estava falando por de trás do rádio.

De São Silvano, papai foi para São Domingos e, depois, para Barra do Sabiá.

Nona Rosa todo dia pedia para eu bater um ovo junto com leite para ela. Naquela época, não tinha energia, não tinha nada. De noite, tinha que fazer xixi no penico e, de dia, se quisesse fazer outra necessidade fisiológica, tinha que ir atrás de uma moita de mato. Não existia banheiro den tro de casa como hoje. Quando a gente levantava, tinha que lavar o rosto lá no córrego. Ela falava para mim: ‘você vai lavar o rosto? Então leva o penico para lavar’. Depois, tio Gaetano canalizou uma água da nascente.

Tio Luiz Nico gostava de cuidar de gado, e o tio Adriano, que morava mais embaixo, na subida para Santa Angélica, gostava de lavoura. Tio Luiz morava em cima, na subida da serra; tio Adriano, mais embaixo, e tio Antônio, na virada do morro indo para Santa Angélica. Tudo perto um do outro.

Eu me lembro de todos os irmãos de papai, só não me lembro de tio João, porque, quando ele morreu, eu era pequeno. Papai, Julio, gostava de uma sanfona. Tenho 89 anos de idade.

Cheguei primeiro na Barra do Sabiá. No início, o Pedro ficava na minha casa. Antes, ele che gou a trabalhar na serraria em São Domingos. Depois, Pedro casou com Maria, filha de Fortunato Campo, e foi morar também no Sabiá.

Antes de mudar para São Silvano, papai montou uma venda em Itueta.

Quando vendemos o terreno, fiquei trabalhando de meeiro com Toninho Taqueti. Trabalhei

Papai vendeu a propriedade dele na Conquista para uma pessoa de Castelo, da família Zando nade, que depois mudou para Belo Horizonte. Ficou um filho dele lá, mas depois mudou também.

Celso, sua mãe é minha prima, casada com Antonio Caus. Tem uma irmã casada com Toninho. Seu pai tinha um bar em Quatituba. Quando seu pai começou a fazer picolé, lembro que meu pai comprou um só para mim e meu irmão. O mesmo picolé para dois. Era vida difícil. Uma vez, papai comprou um picolé para mim e o outro enfiou no bolso para levar para o meu irmão. Só chegou o palito, derreteu tudo.

O terreno da Barra do Sabiá, através do Toninho Nico, foi comprado com dinheiro da venda do terreno de papai na Conquista.

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De São Domingos, fui para Nova Venécia e fiquei mexendo com serra ria. Depois que eu saí da serraria de tio Afonso, o Adélio Lubiliana me ajudou a montar a minha serraria. Finalmente, vim para São Mateus.

A serraria de São Domingos era do Américo Nico e irmãos, depois do Taqueti, que vendeu para os Vazzoler, que tinha a mãe viúva, chamada Ida Caus.

Sobre a história do chapéu que era do nono Cesare Nico, assim José relatou: Esse chapéu, que está comigo, era do finado meu avô Cesare Nico. Quando ele morreu, deixou para o tio Gaetano, que guardou de lembrança. Tio Gaetano morreu e o chapéu ficou guardado com tia Cotinha, que, antes de morrer, deu o chapéu para mim. Esse chapéu tem mais de 80 anos, porque eu tinha uns oito anos e o nono Cesare já usava ele.

Certidão de nascimento de Julio Nico. Acervo de Penha Nico, filha de José Nico.

Pedro também trabalhou na serra ria em São Gabriel da Palha. Foi o pri meiro que saiu e foi trabalhar em Nova Venécia com João e tio Afonso, porque sabia cortar taco.

Certidão de casamento de Julio Nico e Amabile Cremasco. Acer vo de Penha Nico, filha de José Nico.

mais ou menos um ano. Voltei para São Domingos para trabalhar na serraria do Vilson Taqueti. Avisei ao Taqueti para ter cuidado porque ele mandou um empregado embora e ele iria entrar na justiça. Ele não entendeu e me dispen sou também. Trabalhei pouco tempo nessa serraria. Um dia, uma pessoa que foi nosso meeiro passou com o carro em São Domingos. Peguei carona com ele e fui para Nova Venécia pedir emprego ao tio Afonso, na serraria.

Irma Bosser. Acervo da fa mília de João Nico.

Osvaldo Sampaio, à esquerda; Irma, José Nico, e Gaetano Nico. Acervo de José Nico.

Título eleitoral de Julio Nico. Acervo da família de Julio Nico.

José Nico e Irma Bosser. Acervo de José Nico.

Irma Bosser Nico, esposa de José Nico. Acervo de José Nico.

José, filho de Julio Nico. Acervo de Penha Nico, fi lha de José Nico.

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Certidão de nascimento de Roza Anna Nico. Acervo de Penha Nico, filha de José Nico.

Ana Nico Martins. Acervo da família de Ana Nico e Adí lio Martins.

Luzia Nico e Adelair. Acervo de José Nico. Delir Nico. Acervo de José Nico.

Casamento de Adílio Martins e Ana Nico. Acervo da família de Ana Nico e Adílio Martins.

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Jader e o avô José Nico. Acervo de Penha Nico, fi lha de José Nico.

Aparecida, Verginia (avó), Amabele, Ana, Julio e Adílio. Acervo da família de Ana Nico e Adílio

Jader, Ana, Penha Nico, Wilder e Deyvison. Acervo de Penha Nico, filha de José Nico.

Irmãos e colegas. Acervo de José Nico.

Ana Nico, Amabele, Aparecida e Adílio Martins. Acervo da família de Ana Nico e Adílio Martins.

Membros da família de José, filho de Julio Nico. Acervo de Penha Nico, filha de José Nico.

Pedro Nico, Maria e filho. Acervo de José Nico.

Casamento de Ana Nico e Adílio Martins. Rosa como dama de honra e padrinhos Jorge Nico e Arlindo Dalfior. Acer vo da família de Ana Nico e Adílio Martins.

Pachota e Ana Nico a partir da esquerda. Acervo de Penha Nico, filha de José Nico.

AnaMartins.Nico,

seu esposo, Adílio Martins, e as filhas Amabele e Aparecida. Acervo da família de Ana Nico e Adílio Martins.

Armando Bosser. Acervo de José Nico.

Punhal de José Nico. Acervo de José Nico.

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Sepultamento de Armando Bosser, em Mantena/MG. Acervo de Penha Nico, filha de José Nico.

Espingarda de Julio Nico desde a época em que ele se casou. Acervo de José Nico.

Lindaura Bastianelli Bosser e Celso Luiz Caus, 18 de fevereiro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Vista panorâmica do lugar onde morou a família de Julio Nico, na Barra do Sabiá, 15 de março de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Penha Nico em frente à igreja católica de Barra do Sabiá, 15 de março de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Dim, Bila, Fortunata Bravim, Luci, Jerônimo Bosser, Irma, Muci, Nair, Armando e Isaura. Acervo da família de Jerônimo Bosser.

José, filho de Julio Nico, com chapéu do avô, o italiano An tonio Cesare Nico. Acervo de José Nico.

Joana Bosser, irmã de Jerônimo Bosser. Acervo de Penha Nico, filha de José Nico.

Luci Bosser, à esquerda. Acervo de José Nico.

Senhorinha (Pachota) e Nair Bosser. Acervo de José Nico.

Bila Bosser. Acer vo de José Nico.

que era um modelo 210 International, paixão da vida dele, no qual ele puxava madeira para a serraria. Em 1973, a sociedade foi desfeita. Papai não desfez do caminhão, e até hoje Ademir trabalha com ele. Foi comprado em 1967 dentro da Mercedes.

Quando chegamos a Guriri, fomos à loja de material de construção de Adelair Nico. Es tava sua esposa, Ana. Muito solícita e atenciosa, Ana conversou com a gente e pediu a seu filho para nos levar na Maricota, esposa de Américo Nico. Combinou de, na volta, passarmos na casa dela para encontrarmos com seu esposo, Adelair, que retornaria de outra parte da empresa, em São Mateus.

Mais ou menos em 1984, papai veio para São Mateus, na Pedra D’água. Moramos no Ser nambi com Ademir, já casado, e foi na época que morreu tio Roberto Covre.

Presentes: Celso Luiz Caus, Penha Nico, Ademir Nico, Adelair Nico e sua esposa, Ana.

Maria Campo nasceu em 19 de dezembro de 1938 e faleceu em 24 de maio de 2011. Pedro faleceu em 17 de julho de 2018.

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Já era noite quando, após o encontro com Maricota, em Guriri, fomos para casa de Adelair e Ana. Enquanto conversávamos sobre seu pai, Adelair, gentilmente, preparava um chur rasco. Casal bacana, Adelair e Ana.

Ele trabalhou muito tempo com Américo Nico, na serraria em São Gabriel da Palha. Saiu do Américo e foi para Nova Venécia. Assim ele me contava essa história. Ele pegou um pouco de dinheiro que tinha e entrou de sociedade na Serraria Santa Elisa, com tio João e tio Afon so Cremasco. A história que temos é de muito respeito pelo caminhão em que ele trabalhava,

é a segunda tia Cotinha, cuida de todo mundo.

Papai, tio João e tia Ana, quando crianças, ficaram na casa de tia Cotinha e tio Gaeta no até

Com muita honra, sou Nico. Nico é de raça. Todos são trabalhadores. Se tiver algum pregui çoso, nasceu morto.

3.2.5

Data: 18 de fevereiro 2019

No outro dia, fomos à Pedra D’água, onde morava Pedro Nico. Adelair já estava nos espe rando. No terreno, há máquinas e caminhões, num depósito de suporte de sua loja de material de construção de Guriri.

Pedro Nico casou-se com Maria Cam po Dall’Orto Nico. Filho de Julio Nico com Amabile Cremasco, nasceu em 28 de mar ço de 1932, na propriedade dos Cremasco, perto dos Benicá e João Rosa. Antes, o lugar era município de Resplendor, depois criou-se o município de Santa Rita do Itueto/MG. A propriedade hoje pertence a Amilton De Nadai.

Ana,semana.minhaesposa

Antes de sairmos, eles nos mostraram algu mas fotos importantes para o livro.

Tinha a famosa sanfona, mas, infelizmente, com o tempo, ela se desgastou.

Em 1983, ele voltou para Nova Venécia para puxar madeira para a serraria de tio José. Ti nha também outro caminhãozinho, 1965, comprado de tio José, e que até hoje temos guardado. Ademir ficou puxando cana, e eu fui da Bahía para Nova Venécia, com papai.

Tenho algumas coisas que eram de vovô Julio e que tinham ficado com papai: a garrucha, um pequeno punhal, a maleta, o baú. Posso te mostrar amanhã, está tudo lá na Pedra D’água.

Celso, Adelair, Ademir e Penha Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

Tivemos a oportunidade de conhecer e fo tografar a maleta e o pequeno punhal de Ju lio Nico e também os caminhões antigos que eram do Pedro.

Pedro e Maria se casaram em 1955 e tiveram os filhos Ademir, Maria Aparecida, Arle te de Fátima, Adilson Roberto, Adelair e Ana Rita. Outro filho de Pedro se chama Evelton.

Gosto muito de Quatituba. Ano passado eu tinha umas máquinas lá e chegava ir três ve zes por

Papai,casarem.quando casou, saiu de tio Gaetano e foi morar no Sabiá. O Ademir nasceu lá. Papai veio porque vovô Julio tinha terra no Sabiá. Tio José veio na frente. Primeiro, papai foi para Co latina, depois Sabiá.

decomEntrevistaAdelair,filhoPedroNico

Vovô por parte de mamãe era Fortunato Campo. Os filhos dele são Maria, minha mãe; João, que foi prefeito de Itueta; Benício, que mora na casa que era deles; Elias, que foi para Tabaúna; Ernesta, que se casou com Casagrande; Cecília, que se casou com José; Teresa, casada com Ne ném Baldon, e Serrati, casada com José Vazzoler do posto de Quatituba.

Pedro Nico e Maria Campo Dall'Orto, 1955. Acervo de Pe dro Nico e seu filho Adelair.

De Nova Venécia, papai mudou para Conceição da Barra e depois para Linhares. Papai foi para a Bahía com o caminhão junto com Ademir. Nas minhas férias, eu ia também.

Local: casa de Adelair Nico, Guriri, São Mateus/ES

Furtunato Campo; sua esposa, Francisca, e os filhos João, Maria e Elias. Acervo da família de Fortunato Campo Dall’Orto.

Nico; sua esposa, Maria Campo Dall’Orto, e filho Adilson Nico. Acervo de Adelair Nico.

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Pedro Nico e sua filha Ar lete. Acervo de Nico.AdelairPedro

Família de Pedro Nico: Adilson, Arlete, Pedro, Ademir, Maria, Aparecida e Adelair. Acervo de Adelair Nico.

Pedro Nico; sua esposa, Maria Campo Dall’Orto, e os netos Maiara e Wesley. Acervo de Adelair Nico.

Maria Campo Dall’Orto, esposa de Pedro Nico. Acervo de Adelair Nico.

Pedro Nico, filho de Julio Nico. Acervo de Adelair Nico.

Afonso Cremasco, em pé, no meio das duas pessoas. Acer vo de Adelair Nico.

Antigos caminhões de Pedro Nico. Acervo de Adelair Nico.

Nico Material de Construção, loja de Adelair, filho de Pedro Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

Pedro Nico era vascaíno. Acer vo de Adelair Nico.

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Garrucha de Julio Nico. Acervo de Pedro Nico e seu filho

Adelair.Maleta

Presentes: Celso Luiz Caus; Penha Nico; João Nico; sua esposa, Cecília Grobério, e filhos Heldeir e Helder Nico

Tio Afonso foi me buscar em Colatina para tomar conta da serraria e, então, fui para o Bananal. Como eu queria casar, tive que começar outra casa para mim perto da casa da sede, pois o terreiro era um só. Fiz aquela casinha velha que ainda está na frente da sede. Falei até

decomEntrevistaJoão,filhoJulioNico

Na casa de João Nico, Vitória, 23 de março de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

3.2.6

João é o penúltimo filho de Julio Nico com Amabile Cremasco. Nasceu em 30 de agosto de 1935, na propriedade dos Cre masco, perto dos Benicá e de João Rosa. O local de nascimento era ligado, na época, a Resplendor, atualmente pertencente ao município de Santa Rita do Itueto/MG. Hoje, a pro priedade pertence a Amilton De Nadai. Casado com Cecília Grobério, tem os filhos Helder, Heldeir do Carmo, Grace Kelly e João Douglas.

Fiz a tradicional fala inicial, explicando a importância desse encontro com João, visan do a obter subsídios para o livro que pretendia escrever sobre a família Nico. Sabedor do interesse de João pelo histórico da família Nico, julguei de suma importância fazer esse en contro. Por isso, pedi que ele resgatasse fatos importantes ligados a ele e, principalmente, seu pai, Julio Nico, e seus os avós Cesare Nico e Rosa Marchesin.

Data: 23 de março de 2019 Local: casa de João Nico, em Vitória/ES

Pequeno punhal de Julio Nico. Acervo de Pedro Nico e seu filho Adelair.

de Julio Nico. Acervo de Pedro Nico e seu filho Adelair.

O Córrego da Conquista é para onde foi meu avô Cesare Nico, e Bananal, meu outro avô, João Cremasco. Saíram de Castelo, Espírito Santo, para Minas, região de Itueta e Santa Rita do Itueto.

No Bananal, tinha a sede. Antes de namorar a Cecília, eu comecei uma casa para mim em Colatina. Quando a casa estava na metade, eu já era noivo dela. Comecei namorar Cecília no dia 3 de fevereiro de 1958, dia de São Brás. A Norma, irmã dela, casou no dia de São Brás. O pai dela a levou para embarcar em Itueta, para ir para Vitória passar a lua de mel. Quando o pai dela estava retornando de Itueta, estava acontecendo festa em Quatituba, e era tradição o pessoal passear pela rua num movimento de ida e vinda. O movimento maior era em frente à casa e ao bar de seu pai, Antonio Caus, e da igreja católica. Conheci a Cecilia praticamente em frente ao bar de seu pai. Casei em 1959, vamos fazer 60 anos de casados. Namorei praticamente um ano e meio. Era costume dos italianos o pai dar a janta e o noivo vestir a noiva. Casei com dinheiro emprestado. A Pachota costurou minha camisa de casamento.

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Mais ou menos em 1953, papai saiu de São Silvano para São Domingos. Toda vida fui um pé de boi. Papai estava numa situação financeira não muito boa. Tinha um tal Atílio Colnago que era dono de um armazém, uma loja. Eu trabalhava e ajudava papai a pagar as compras.

Dali de São Domingos, ele ia trabalhar na roça lá no Sabiá. Todo dia, ele ia e voltava. De pois, ele levou a família para lá. Não sei quanto tempo ele ficou no Sabiá. Em 1954, lembro que fiz uma casa no terreno do Sabiá para meu irmão Pedro. Eu era ainda solteiro. Naquela época, falávamos “fraquejar a madeira”, que era lavrar os esteios e baldrames. Fiz isso para construir a casa do Pedro.

Papai vendeu no Sabiá, voltou e comprou uma casa na entrada de São Domingos, quem vem de Nova Venécia. Eu já estava casado, morando no Bananal. Entre 1962 e 1963, quando ele vendeu, eu já tinha o Helder e Heldeir. Anteriormente, papai tinha recebido herança do vovô Nico e Cremasco, o que possibilitou adquirir terra no Sabiá. Quando ele vendeu no Sabiá, deu uma parte em dinheiro para cada filho e comprou a casa para ele em São Domingos. Com o meu dinheiro, a parte que peguei emprestada com Ana e a casa que vendi para Maria, decidi não trabalhar mais como empregado.

Sei que Nilda e Maria contaram a história do afogamento da Roza no açude da Conquista. Tem um detalhe do queijo. Foi assim: mamãe coou o café para levar para o papai, que estava trabalhando na lavoura de vovô Nico, na divisa com os Rigo. Ela preparou o café, e a peque nina Roza queria lavar o coador. Como mamãe tinha que sair para levar café para papai, e para Roza não ir lavar o coador, mamãe colocou o coador em cima de uma tábua de queijo, que ficava no alto, por cima da mesa. Mamãe saiu, e Roza colocou um banco, subiu na mesa, pegou o coador, foi lavar no açude e acabou se afogando.

Dali papai foi para Aldeamento e colocou uma padaria. Vovô João Cremasco morava no Bananal. No Aldeamento, papai conheceu a Verginia Lerbach.

Lembrando o que falei: no dia 2 de fevereiro casou-se Norma, irmã da Cecília. O pai dela e o irmão, Leotério, a levaram para Itueta para embarcar no trem para Vitória. Quando vol taram, de Itueta, pararam em Quatituba. Era festa, e o pessoal ficava passeando na rua. Aí veio o Totó Nico, com Izolina, a Marcelina Campo e a Cecília. Cheguei, e Totó deixou a Cecília comigo. Ele que encaminhou tudo.

Quando estávamos morando na Conquista, Pedro, José e Ana foram morar no tio Gaeta no. Todos três casaram estando na companhia de tio Gaetano e tia Cotinha. Sempre que vou a Minas, obrigatoriamente vou à Conquista visitar o pessoal do tio Gaetano.

Eu não conseguia ficar parado, então, comecei a fazer gaiola de flecha de ubá. Chegava a levar 15 para vender no mercado. No domingo, o boteco ficava fechado, então, eu ia pe gar passarinho, com um colega, Paulo Schimidt, perto de Itapina, para cima do campo de

Continuando a história, papai retornou do Sabiá para São Domingos. Fiz a casa dele. Eu queria fazer de telhado e ele quis de laje. Disse que gente velha não sente calor, sente é frio.

O José, meu irmão, foi trabalhar na serraria em São Domingos. Depois, foi para Nova Venécia, trabalhar na serraria com tio Afonso Cremasco. Eu já era sócio do tio Afonso.

com Adelino Cremasco, que mora lá, para consertar a casa. O Janir nasceu dentro da minha casa, a parteira era tia Ana.

Entre 1947 e 1948, se não me falha a memória, papai mudou da Conquista para Itueta. Mon tou uma venda de secos e molhados e um açougue. Eu, de manhã, pegava pão na padaria, que não era nossa, saía vendendo nas casas e ia até na serraria Cobraice. Minha venda foi melho rando e tinha gente que queria pagar por mês, aí eu pegava mais quantidade, o que sobrava eu devolvia à padaria, e a coisa virou um negócio maior. Na hora dos trens de passageiros, um subia e outro descia para Vitória, eu ia para a estação e vendia cocada, brevidade, doce de leite e pão. Era na época do trem Maria Fumaça. Ficamos mais ou menos um ano e meio em Itueta.

Mudamos de Aldeamento mais ou menos em 1945, e papai foi morar numa tulha toda de tábua, do tio Adriano. Ficava na subida para Santa Angélica. Tio Adriano morava embaixo à esquerda; tio Luiz, seu avô, mais para cima subindo à direita, e nós na tulha, em frente ao tio Adriano. Ficamos morando ali até fazer a nossa casa na Conquista, que depois vendemos para a família Zandonade. Quem fez nossa casa foi tio Adriano. Ali foi a herança recebida pelo papai. A Mariquinha, filha de papai com Verginia, nasceu ali e tia Cotinha foi a madrinha.

aviação. Pegávamos bigodinho ou estrelinha e vendíamos. Primeira calça comprida, pri meiro reloginho Lanco, primeira bicicleta Hércules, comprei com meu dinheirinho. Na fol ga, fazia gaiola dentro do boteco e domingo ia pegar passarinho. Passei a ir também para o lado norte de Colatina, pegar curió. Papai chegou a trabalhar na serraria do tio Vitorio em São Domingos, enquanto eu ficava no boteco. Tio Vitorio tinha serraria, antes de ter a Recauchutadora Colatinense. Saí do boteco e fui trabalhar na serraria fazendo limpeza, depois classificando tábuas até ser promovido a operador de plaina. Eu queria aprender a trabalhar com móveis. Como tio Antonio tinha uma serraria em São Domingos, papai ar ranjou para eu trabalhar na oficina de móveis do senhor Orlando Bortoloti. Fiquei algum tempo na casa do tio Antonio e da Maricota do Américo. Sou de 1935, eu tinha uns 16 anos, portanto foi entre 1951 e 1952.

Da Conquista, papai mudou para perto dos Benicá, onde hoje é do Amilton De Nadai, casa do com Beatriz Benicá. O terreno ficava perto dos Benicá e do Sebastião Rosa. Era uma casa de esteio com varanda, no estilo da época. Os Cremasco depois venderam para os Benicá. Nesse lugar, mamãe morreu, em 1937, com 35 anos de idade.

Entre 1949 e 1950, papai mudou para Colatina, em São Silvano. Fomos todo mundo. Pedro, José e Ana ficaram na casa do tio Gaetano. Em São Silvano, ele montou um boteco de tábua, daqueles que que se abria uma tampa tipo janela, levantava e escorava com um pau.

No Sabiá moraram Pedro, José e papai. O José casou primeiro que Pedro. Lá não fiquei muito tempo. Voltei para Colatina e para o Bananal.

Não tinha aquelas latas de marmelada? A Eugênia, na casa da nona, colocou o engoma dor em cima de uma lata dessa. Pensa que não, lá pelas tantas da noite, um barulho, plém, plém, plém. Era na lata. A Eugênia amarrou aquilo tudo com pano e o barulho da lata con tinuou, não parava. A Eugênia foi tirar esmola para celebrar uma missa para a nona para ver se aquilo parava. Saí com ela, fomos para Santa Luzia, passamos no Baldon, na casa do Antenor Campo, que deu uma ajuda para celebrar a missa. Fomos na direção de São Sebas tião da Lagoa, fizemos a volta lá por cima perto da igreja e saímos de novo na Conquista. Depois que foi celebrada a missa, a Eugênia tirou o pano da lata e o barulho da lata acabou.

Papai me dizia que o nome de Córrego da Telha, onde moraram, tem uma explicação. Ti nha uma casinha, e o pessoal fez um buracão no barranco, colocou fogo e queimou as telhas tipo cumbuca. A telha era moldada com troncos do palmito para dar a forma curva. Como, naquela época, se faziam muitas casas cobertas com tabuinhas, então, aquele lugar onde se fazia telha cumbuca de barro passou ser referenciado como Córrego da Telha.

Tinha a história da água que minava no túmulo dos nonos, mas não me lembro do detalhe.

Mamãe, quando estava na hora da morte, chamou papai e disse que ele não deixasse ninguém judiar dos filhos. Foi a última coisa que ela pediu.

A nona Nico um dia me pegou subindo nas mangueiras. Quando ela me viu, gritou em italiano mais ou menos assim: “escampa via, formigueta di un Cremasco”, “desce daí, for miga de Cremasco”. Claro, minha mãe era Cremasco. A nona pegava pesado com o nono. Como ele já estava meio caduco, quando ela brigava, ele gritava: “Uiuiui... uiuiui”. Ele saía meio perdido andando na propriedade e, lá de cima da casa de dois andares, ela gritava: “Cesare, Cesare, au, au, venga qua, venga qua porca miseria, escampa via dali”. Ela e ele só conversavam em italiano.

Lembrei-me de um fato. Tem que procurar se ainda tem aquele retrato. Tio Primo foi tirar palmito patioba para fincar e pendurar bandeirinhas. Naquela época, era comum pendurar bandeirolas para enfeitar nas festas. Tio Primo foi cortar palmito, lá no meio da mata, para depois puxar com bois. Escutou um chiado. Olhou, olhou e viu uma cobra, muito grossa com mais de três metros de comprimento. Conseguiu matar. Não tinha a facilidade que tem hoje para tirar retrato. Abriu a cobra, tirou o couro e encheu com palha fininha. Foi em Resplendor buscar um retratista e tirou a foto dele em pé com a cobra no chão, no meio das pernas dele.

Aberto o buraco, pude tocar no cabelo da cabeça dele e nas costelinhas, o que sobrou. Aquilo foi um exemplo de vida para mim. Naquele instante, refleti e pensei: por que queremos ser tanta coisa senão valemos nada?

Na Conquista, tinha o Silas Pedro. Todo ano, ele fazia festa de São Pedro. Tinha uma pro priedade, era um dos moradores mais antigos. Benzedor famoso. Podia ser o temporal for te que fosse, ele fazia a reza, a cruzinha dele e a tempestade passava. Dorvalino, filho dele, casou com Nair Bosser.

Depois que papai faleceu, fiz a catacumba dele, em Santa Luzia, de granito. Levei o pedreiro. O Zocoloto que fez o túmulo. Quando cheguei lá, naquela época, faziam o buraco do tamanho do caixão. Então, o túmulo ficou grande. Eu tive que cortar. Esperei dar os dois anos de enterrado.

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Quando conheci tio Antonio, tio Luiz e tio Adriano, eles já moravam nas propriedades deles lá na subida e descida para Santa Angélica. O pedaço de terra que ficou para tio Jorge, que é onde está o Zé Mome Zanon, e aquela mata que vai até os Rigo, o tio Gaetano adquiriu de tio Jorge. O tio Gaetano ficou onde é a sede, e o papai, encostado para baixo, e depois vendeu para o Zandonade. A sequência era: papai cá embaixo, tio Gaetano, tio Jorge, Rigo, Fortuna to Campo, Bortolo Zanon com Mome e tia Regina, Máximo e João Cesconete e tia Valentina, viúva de tio João. Depois, só tinha casa lá no tio Primo, chegando em São Sebastião da Lagoa.

Quando montei serraria com tio Afonso, o Pedro também ficou sócio. Eu , tio Afonso, Pedro e Jair fomos sócios na Santa Elisa. Depois que desfizemos a sociedade, montei minha ser raria e levei meu irmão José para ser meu sócio. A Ana, minha irmã, depois de casada com Adílio Martins, em Quatituba, foi trabalhar um tempo conosco na Serraria Santa Elisa e, mais tarde, mudaram para São Paulo.

Papai contava que, quando morava no Espírito Santo, saiu para um lugar e, no caminho, uma vaca o galopeou. Subiu numa árvore, esperou, esperou, começou a escurecer e nada da vaca sair. Pegou a garruchinha que carregava e deu um tiro na testa da vaca. A vaca correu e, no embalo, acabou caindo lá embaixo, na Cachoeira da Prata. Um dia, na missa, o padre fa lou que teve gente que atirou e matou a vaca. E papai logo entrou na conversa e disse: “vamos descobrir quem foi, pode deixar que vou ajudar a descobrir”. E era ele mesmo.

Mas, antes, deixa eu contar uma coisa. No cemitério de Santa Luzia/MG, mamãe estava enterrada mais para a parte de cima. Trouxemos ela mais para baixo, perto do portão de en trada, próximo do vovô Cesare Nico e vovó Rosa. Tinha o túmulo de azulejo de minha mãe com meus dois irmãozinhos. Quando tiramos mamãe, ou seja, os três, para fazer o outro túmulo, parece brincadeira, tinha os ossos, mas sabe aquelas contas de lágrimas tirada do brejo? O terço era daquilo. Tinha mais ou menos uns 40 anos. As contas de lágrimas estavam perfeitas, na mesma posição certinha. Só os ferrinhos do terço tinham apodrecidos, não era de metal, era de arame. Pena que não peguei nem uma conta de lágrimas.

Tio Vitorio, tinha uma venda de secos e molhados no Sabiá. O Toninho Nico ajudava na venda. Ficava cá embaixo, encostada na estrada, perto de São Domingos. Maria, minha irmã, já estava morando na casa do tio Vitorio. Toninho conheceu Neuza Taqueti e casou com ela ali. A nona criou Toninho, e tia Carolina ajudou a tomar conta dele desde pequeno. A nona e o nono criaram também a Eugênia.

Papai não falava o nome da mamãe, dizia “a falecida”. Fez um pedido antes de morrer, de que fosse colocado com a falecida. Ele faleceu em Linhares/ES e o levamos para o cemitério de Santa Luzia, Itueta, Minas Gerais. O pedido dele foi atendido.

Julio Nico e sua esposa Amabile Cremasco. Acervo de Hélder Nico.

João Nico, com 17 anos. Acervo da família de João Nico.

Casa onde morou a família de João Nico, no Bananal. Acervo de Hel deir Nico.

De 12 de fevereiro, ainda solteiro, até eu casar, em julho, eu morei na casa do tio Afonso, na sede da fazendo do Bananal. Era a mesma casa antiga do nono João Cremasco. Só viramos a cobertura do telhado, mudamos a varanda e alguma coisa mais. Tio Afonso ficou morando com o nono. Tio Angelin mudou para a propriedade perto dos Benicá. O nono e a nona mor reram e tio Afonso continuou na sede.

Antes da sessão de fotos e de tomarmos café, fiz o agradecimento ao João, pelo precioso relato, principalmente da família de tio Julio. Foram quase três horas de conversa sobre nossos queridos Nico e Cremasco.

Local onde morou a família de João Nico na região do Bananal, Santa Rita do Itueto/MG. Acervo de Heldeir Nico.

Hélder, filho de João Nico. Acervo de José Nico.

Quando casei, fiz minha casa na frente do casarão da fazenda. Janir, Helder e Heldeir nas ceram nela. A casa tá velhinha, falei com o Joanin para dar uma arrumadinha nela.

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Cecília Grobério e João Nico, 22 de agosto de 1959. Acervo da família de João Nico.

Túmulo de Julio Nico e Amabile Cremasco Nico, em Santa Luzia, Itueta/MG. Acervo da família de João Nico.

Nono Nico, quando chegou na Conquista, não tinha nada de roça plantada, só tinha sa mambaia. Era difícil. Papai falava que a nona, quando chegou, logo plantou milho, ia colher e colocava as espigas na saia grande que ela vestia. Quando ela fritava ovo, partia em quatro partes para repartir para cada um. Cortava a fatia de queijo tão fininha que, se levantasse para o sol, se via o sol do outro lado. Isso se comia com polenta. O primeiro ano deles foi de muito sofrimento.

O João Nico, meu tio, eu não conheci. Morreu muito cedo. Desde que conheci tia Valentina, esposa dele, não existia tio João. Ela morava na Conquista, entre o Máximo e Angelin Cesconete, com Primo Nico. O Máximo ficava mais perto da estrada; o Angelin, mais afastado, e tia Va lentina, no meio do café, mais afastada, lá atrás. Tio João Nico e Valentina tiveram duas filhas.

Vovô João Cremasco comprou a fazenda do Bananal em 1926. Para baixo, nos Benicá, com prou mais depois. Aí papai saiu da Conquista e foi para essa terra perto dos Benicá e do Rio Itueto. Papai saiu da terra do nono Nico, na Conquista, e foi para a terra do nono Cremasco, perto dos Benicá.

Maria Nico, filha de Julio Nico. Acervo da família de João Nico.

Serraria Santa Elisa, em Nova Venécia. Sócios Afonso, Jair Cremasco, João e Pedro Nico. Acervo de João Nico.

Filhos de Julio Nico. Acervo de Leonilda Nico.

JoãoNico.Nico e

Leonilda, filha de Julio Nico. Acervo da família de João sua irmã Leonilda Nico. Acervo de Hélder Nico.

Terezinha Nico Grobério, filha de Adria no Nico. Acervo da família de João Nico.

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João Nico com a tia Carolina Nico Bal don. Acervo de Heldeir Nico.

Frei Elizeu. Acervo da família de João Nico.

João Nico e sua irmã Maria Nico. Acervo de Hélder Nico.

Ana Nico e Adílio Martins. Acervo da fa mília de João Nico.

João Nico entre Pachota e Guiê. Acervo de Heldeir Nico.

Segundo Luzia, seus avós por parte de mãe se chamavam Tereza e Antonio Lerbach. Ela informou também que os irmãos de Verginia, sua mãe, são Silvestre, Antônio, Valdemiro, João, Jorge, Manoel, Natalina, Nega e Naná.

Nico receben do o livro escrito por Celso Luiz Caus. Acer vo de Celso Luiz Caus.

Luzia Nico, a mais velha das filhas, nasceu em 18 de agosto de 1942 e casou-se com Delair Covre.

Data: 14 de março de 2019 Local: casa de Luzia Nico, em São

Da Conquista, papai mudou para Itueta, montou uma venda lá. De Itueta, fomos para Co latina. Quando eu fiz sete anos, já estávamos morando em Colatina, perto do tio Vitorio Nico.

Luzia Nico e Celso Luiz Caus, 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

João Nico e Celso Luiz Caus, Vitória, 23 de março de 2019. Acer vo de Celso Luiz Caus.

Luzia é a filha mais velha de Julio Nico com Verginia Lerbach. Ela nasceu em Al deamento, hoje município de Santa Rita do Itueto, Minas Gerais. Casou-se em São Domingos, com Delair Covre, e eles tiveram os filhos Demes (in memoriam), Lusinete, De milson, Luziane, Luzineres e Deomar.

do livro “Os Cauz-s”: Amilton De Nadai, João Nico, Celso L. Caus, Henrique Cremasco, filha de Henrique e Kely, filha João, Quatituba, 2016. Acervo de Celso Luiz Caus.

3.2.7

decomEntrevistaLuzia,filhaJulioNico

LançamentoNico.

Verginia Lerbach nasceu em 27 de janeiro de 1916 e faleceu em 9 de dezembro de 1985. Era filha de Tereza e Antonio Lerbach.

De Colatina, papai mudou com todos nós para aqui em São Domingos. Moramos também na Barra do Sabiá, uns dois anos, e retornamos para São Domingos, para estudarmos.

Nasci em Aldeamento. Papai tinha uma padaria. Eu era muito pequena quando papai mu dou de Aldeamento para perto de tio Gaetano, na Conquista.

Julio Nico nasceu em 12 de maio de 1893 e faleceu em 4 de janeiro de 1989. Era filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

Maria da Conceição (Mariquinha) Nico nasceu em 12 de maio de 1944, casou-se com Roberto Julio Covre e faleceu em 15 de maio de 2016.

Hélder Nico e seu fi lho Julio Cesare. Acer vo de Hélder

Rita Nico nasceu em 22 de maio de 1946 e casou-se com Edineu João de Oliveira.

João Nico com prima Ozília Nico Marins, Antônio e Maria das Graças, filhos de Ozilia. Acervo de Heldeir, filha de João

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Julio Nico e Verginia Lerbach Nico tiveram as filhas Luzia, Maria da Conceição (Mari quinha) e Rita.

HélderNico.

Presentes:Domingos/ESCelsoLuiz Caus, Penha Nico, Antônio Nico, Luzia Nico e sua filha Lusinete

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Aqui em São Domingos, estão enterrados a mamãe, Toninho Nico e a esposa dele, Neuza Taqueti.

AntesGabriel.disso,papai construiu uma casinha lá perto do grupo escolar. Certa vez, mamãe foi para casa da vovó, em Quatituba, ficando uns seis meses. Papai ficava aqui sozinho e sempre ia a Quatituba ver mamãe. Depois, ela retornou e fomos para o Sabiá.

Quando voltamos do Sabiá, moramos numa outra casa, no final de São Domingos, saída para São

Antes de irmos embora, Lusinete, filha de Luzia, deu um giro pala cidade e nos levou onde estão sepultados Verginia Lerbach Nico, sua avó, e também Toninho Nico Sobrinho com a esposa. Dali, partimos para Barra de São Francisco, para um encontro com membros da família de Primo Nico, em Cachoeirinha de Itaúnas.

Eu me casei em São Domingos e estou aqui até hoje. A maior parte de minha vida foi aqui. Minha avó, por parte de mamãe, se chamava Tereza, e meu avô, Antônio Lerbach.

Casamento de Luzia Nico e Delair Covre. Acervo de Luzia Nico Covre.

O Vitorio Dalfior era casado com a irmã da mamãe. Ele era pai de Arlindo, Armindo, Alfredo e Luiza.

Casa de Julio Nico na Conquista, vizinha a do irmão Gaetano Nico. Luzia e Mariquinha na porta. Acervo de Luzia, filha Julio Nico.

Perguntei a ela se havia conhecido Izidoro Caus.

Eu ia com Neia, minha prima, filha da tia Nega, irmã de minha mãe, tirar leite no curral na propriedade de seu avô Izidoro Caus. Lembro dele perfeitamente. Lembro da sua mãe, Alira Nico, e da irmã dela, a Nica.

EscombroNico.da

antiga casa de Julio Nico na Conquista. Foto de Cel so Luiz Caus.

Provável primeira casa de Julio Nico em São Domin gos/ES. Acervo de Luzia, filha Julio Nico.

Papai ia de São Domingos para o Sabiá para trabalhar na propriedade e retornava. Foi na fase que estávamos estudando em São Domingos.

Toda vez que íamos na igreja de Quatituba, na saída tínhamos que parar no bar de seu pai Antonio Caus, para chupar picolé. No bar, tinha um serviço de alto-falante para colocar mú sica e, com isso, as pessoas passeavam na rua. Ana, minha irmã, gostava e pedia música para dedicar ao namorado.

Julio Nico e sua esposa Verginia Lerbach. Acervo de Luzia, filha Julio

Em São Domingos, primeiro moramos numa casinha de madeira, aqui na frente, e depois foi feita outra no mesmo lugar.

Mariquinha Nico, filha de Julio Nico e Verginia Ler bach. Acervo da família de Mariquinha Nico Covre.

A casa da vovó e vovô em Quatituba era depois de Izidoro Caus, perto do João de Assis. Eram vizinhos de João de Assis.

Paramos a conversa com Luzia para vermos fotos de seu acervo. Na foto da casa na Conquista, de Julio Nico e Verginia Lerbach Nico, as pessoas que estão na porta são Lu zia eNaMariquinha.sequência,nos serviram um delicioso almoço, com todo carinho, próprio de quem é Nico.

Os irmãos da mamãe eram Silvestre, Antônio, Valdemiro, João, Jorge, Manoel, Natali na, Nega e Naná.

Pedro Nico; sua esposa, Maria; filhos, e o pai, Julio Nico. Acervo de Luzia, filha de Julio Nico.

Antiga casa de Antonio Nico em São Do mingos/ES, vendida a Francelino Caus Vazzoler na década de 60. Acervo de Cel so Luiz Caus.

Praça no centro de São Domingos/ES, onde ficava a serraria, 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Na casa de Luzia, filha de Julio Nico, 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

João Nico e Cecilia Grobério Nico. Acervo de Luzia, filha de Julio Nico.

Antiga serraria da família de An tonio Nico, em São Domingos/ES. Acervo de Luzia, filha Julio Nico.

Francelino, filho de Ida Cauz Vazzoler, ad quiriu a serraria em São Domingos em 1964. Foto de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Túmulo de Verginia Lerbach Nico, em São Domin gos/ES, esposa de Julio Nico, 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

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Fui criancinha para São Silvano. Papai voltava muito na Conquista e em Quatituba para visitarmos os parentes, por isso me lembro da nona Rosa.

Presentes: Celso Luiz Caus, Penha Nico, Célia Lúcia Caus, Rita Nico e seu esposo, Edineu João de Oliveira

Data: 11 de julho de 2019

A Terezinha, de tio Adriano, é minha madrinha. Íamos muito no tio Adriano. Tia Maria, do tio Adriano, era um amor, fazia um negócio gostoso, que chamávamos de cavaco ou mentira.

Papai dizia que ela tinha uma cesta que ficava separada. Ela ia enchendo de produtos da roça e mandava alguém sair para vender em Quatituba. Fazia aquela polenta grande. Fritava um ovo, dividia em quatro partes.

3.2.8

Julio Nico. Acervo de Rita, filha de Julio Nico.

Eu sei apenas as coisas que me disseram e as informações que levantei dela desde a Itália. Sobre ela, quase dá um livro. Não a conheci porque quando ela morreu, em 1954, eu tinha apenas dois anos.

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decomEntrevistaRita,filhaJulioNico

Tio Jorge e tio Luiz eram altos, papai era o menor.

Quando papai mudou para São Silvano, no início, trabalhou com tio Vitorio. De São Silva no, fomos para São Domingos e, depois, para a roça, no Sabiá.

Enquanto Rita fazia um café para nós, fiquei conversando com Edineu, seu esposo, que, por sinal, é de origem italiana. Ele me disse várias expressões em italiano, faladas pelo avô dele. Depois do café, olhamos as fotos dos Nico que Rita tem.

Papai, por orientação do médico, saiu do Sabiá porque tinha uma onda de febre de impalu dismo. A Mariquinha pegou, eu também, era terrível. Lá era bom, se não fosse isso, não tínha mos saído. Assim, voltamos para São Domingos e, depois, papai vendeu o terreno.

Julio Nico e sua esposa Verginia Lerbach. Acervo de Rita, fi lha de Julio Nico.

Local: casa de Rita Nico, em Aracruz/ES

Rita entre os pais, Verginia e Julio Nico. Acer vo de Rita, filha de Julio Nico.

Ela vivia com a mão no bolso, rezando o terço. Éramos muitos netos e, então, sentávamos no chão, naquela sala enorme da casa dela, e pedíamos para ela rezar. Ela começou a rezar na língua dela, em italiano. Nós, crianças, sem maldade nenhuma, e não entendendo do que ela rezava, começamos a rir. Disse ela: “Dio vi benedica”, que significa “Deus os aben çoe”. Ela era uma mulher bonita.

No início de nossa conversa, justifiquei a importância de se escrever um livro da famí lia. Fui falando sobre antigos parentes da Conquista, e Rita logo se lembrou de uma muito especial e começou perguntar: “vocês lembram da nona?”

Rita é filha de Julio Nico e Verginia Lerbach. Nasceu em 22 de maio de 1946, no distrito de Itueta, município de Resplen dor, conforme certidão de nascimento. Provavelmente, nasceu na Conquista, onde residiam seus pais, pertencente, na época, ao distrito de Itueta. Casada com Edineu João de Oliveira, com quem teve os filhos Evandro Martinho, Mônica Helena e Virginia Julia.

Nasci em 1946, eu tinha oito anos quando ela faleceu, por isso dá para lembrar alguma coisa.

Celso, Penha Nico, Célia L. Caus, Rita e seu esposo, Edineu. Acervo de Celso Luiz Caus.

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Rita Nico, Ana Nico, Adílio Martins, Aparecida e Amabele. Acervo de Rita, filha de Julio Nico.

Família de Edineu e Rita Nico. Acervo de Rita, filha de Ju lio Nico.

Celso, Rita Nico e seu esposo, Edineu. Acervo de Celso Luiz Caus.

Atrásindividual.dafoto da pessoa está escrito: “Cesar Nico, Quatis, Minas. Concertar a roupa”. Coincidência ou não, essa foto está com família de Jorge Nico, que foi alfaiate no início de sua vida profissional.

Mariquinha, filha de Julio Nico e Verginia Lerbach. Acervo da fa mília de Mariquinha Nico Covre.

Observando a pessoa da foto, de terno, gravata e uma flor na lapela, nota-se que ela se parece muito com o João (Joanin) da foto de toda a família de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin tirada em 1918 no Espírito Santo. A parede do fundo é a mesma da foto de 1918, o que leva a concluir que as duas fotos foram tiradas no mesmo dia e que se trata mesmo do João (Joanin) Nico. Nessa época, ele tinha 20 anos, idade compatível com a pessoa da foto

Ana Nico e Rita Nico. Acervo de Rita, filha de Julio Nico.

Adílio Martins, Aparecida, Ana Nico, Rita Nico. Acervo de Rita, filha de Julio Nico.

João (Joanin) Nico, filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Acervo da família de Jorge Nico.

Julio Nico entre os genros Roberto, esposo de Ma riquinha, e Delair, esposo de Luzia. Acervo de Rita, filha de Julio Nico.

Verso da foto de João (Joanin) Nico, filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Acervo da família de Jorge Nico.

João foi o terceiro filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Nasceu na região de Guiomar, município de Alfredo Chaves, estado do Espírito Santo, em 8 de fevereiro de 1897.

3.3 JOÃO (JOANIN) NICO

Para melhor esclarecer, encaminhei a foto em 4 de agosto de 2021, para Ozilia, filha de Primo Nico. Ozilia tem 96 anos de idade. Encaminhei também, na mesma data, para Carolina, de 90 anos, filha de Regina Nico, e para Nerina Neroci, de 88 anos de idade. Elas, na infância e juven tude, moraram na Conquista, onde João faleceu com 38 anos. Todas as três responderam que a foto pode mesmo ser de João (Joanin) Nico.

João Nico faleceu em Resplendor, Minas Gerais, no dia 14 de dezembro de 1934. Está sepultado no cemitério do povoado de Santa Luzia, município de Itueta, Minas Gerais. Os declarantes de óbito no cartório de Resplendor foram seu irmão Antonio Nico e seu sogro, Marcelino Dalfior.

Certidão de casamento de João (Joanin) Nico e Valen tina Dalfior. Acervo de Nil ton J. Ribeiro.

Alverinda Nico e seu esposo, Argeu Croscob. Acervo de Se bastião Croscob, filho de Al verinda e Argeu.

Valentina era irmã de Vitorio Dalfior, que mo rava em Quatituba. Vitorio era pai de Arlindo, Ar mindo e Alfredo. Eu, Celso Luiz Caus, lembro que, na minha infância em Quatituba, Vitorio tinha um caminhão. Arlindo Dalfior era meu padrinho.

Valentina nasceu em Rio Novo, Espirito Santo, no dia 3 de agosto de 1908. Era filha de Constanti no Marcelino Dalfior e Luiza Perine. Faleceu em Vitória/ES e está sepultada no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta/MG

Joana casou-se com Dorval Ribeiro. Tiveram seis filhos: Madalena, Milton, Idalina, Silvina, Ta nia e Marcos, que faleceu em Portugal e foi sepul tado em Dorval,Vitória/ES.esposode Joana, faleceu na Praia do Canto. Caiu de um andaime, do quarto andar. Foi sepultado no cemitério de Maruípe, Vitória/ES.

Em 16 de março de 2019, contatei Rosa Gema Nico, filha de Gaetano Nico. Ela me informou que João (Joanin) está sepultado onde hoje é o túmu lo de sua irmã Carolina Nico Baldon e do esposo dela, Miguel Baldon. Era inicialmente um túmulo

Valentina Dalfior, esposa de João Nico, ao lado do genro Ar geu Croscob. Acervo de Sebas tião Croscob, neto de João Nico.

Joana Nico, filha de João (Joanin) Nico; Idalina no colo; Madalena; Nilton, e Dorval, esposo de Joana. Acervo de Idalina, filha de Joana, neta de João (Joanin) Nico.

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João Nico e Valentina Dalfior Nico tiveram duas filhas: Alverinda e Joana. Alverinda casou-se com Argeu Croscob e faleceu em 17 de novembro de 2000. Ela e o marido, Argeu, estão sepultados no cemitério de Nova Rosa da Penha, Cariacica/ES. Tiveram sete filhos: Sebastião, Elias, João, Nelson, Maria Auxiliadora, Lurdes e Rosângela. Sebastião, casado com Sebastiana Pereira, é o neto mais ve lho de João Nico. Ele nasceu em 27 de maio de 1952.

A ausência do esposo Dalfior indica que ele pode ter morrido na Itália ou durante a via gem. Segundo Alfredo Dalfior, neto de Constante Dalfior, ele morreu durante a viagem e foi jogado no mar.

Verificando a certidão de casamento de Valentina Dalfior e João Nico, consta que ela era filha de Marcelino

de terra. O local do sepultamento foi confirmado por Fernando Nico Fasolo, pois sua mãe, Rosa Nico Fasolo, comentava tal fato. Santo Fasolo, pai de Fernando, tomou conta do cemitério de Santa Luzia por vários anos.

3.3.2 Segundo casamento de Valentina

Valentina Dalfior ficou viúva de João Nico muito cedo. Depois do falecimento do marido, ela se casou pela segunda vez com Franquilino (Frankilin) Ruela. Antes de se casar com Valentina, Franquilino, viúvo, teve dois filhos: Bertolino Ruela e Diomara.

Segundo Ana, seus pais, Franquilino e Valentina, moraram na propriedade de Angelin De Nadai próximo a São Sebastião da Lagoa. Depois, mudaram para uma casa perto da ponte, na propriedade de Geraldo Bossaneli, depois da igreja de São Sebastião da Lagoa, direção Tabaúna. Ali faleceu Franquilino, em 10 de outubro de 1971, tendo sido sepultado no cemitério de Santa Luzia. No mesmo túmulo, foram também sepultados a esposa, Valentina, e o filho José.

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3.3.1 Sobre Constante Marcelino Dalfior

RecorrendoDalfior.aoArquivo Público do Estado do Espírito Santo, descobri um tal Constante Marcelino Dalfior, italiano, de nove anos de idade, filho de Maria Luigia de Paoli, de 36 anos. Eles vieram da Itália junto com os outros filhos Giovanni Batista (13 anos), Amabile (13), Afonso (seis), Dosolina (seis). Eram de Verona, região do Veneto, Itália. Chegaram no dia 16 de dezem bro de 1888, no Navio Mathilde e foram para Benevente, Espírito Santo. Dali, se dirigiram para o município de Alfredo Chaves.

Em 23 de abril de 2020, contatei a senhora Ana, filha de Franquilino (Frankilin) Ruela e Va lentina Dalfior. Ana informou-me que o pai dela, Franquilino, era irmão de Gardina, Geraldo, Etelvina, Helena, Chico, Antonia e de uma outra irmã de quem não se lembrava do nome e mo rava no Espírito Santo, no município de Barra de São Francisco. Informou-me ainda que os pais de Gardina se chamavam Marcelina e Primo Ruela e que eram primos de Geracino de Oliveira (escrivão do cartório de Quatituba) e Antonio Ruela.

Na entrevista que fiz em, 14 de março de 2019, com Maria (Nena), filha de Primo Nico e Gar dina, ela afirmou que sua mãe, Gardina, tinha uma irmã de nome Senhorinha, que morava em Cachoeirinha de Itaúnas, Barra de São Francisco/ES, para onde se mudaram Primo Nico e Gardina por volta de 1947.

Certificado de óbito de João (Joanin) Nico. Acervo de Nilton J. Ribeiro.

Valentina e Franquilino tiveram quatro filhos: Maria, Ilda, José e Ana.

Eu, Celso Luiz Caus, lembro-me bem do Bertolino Ruela, em Quatituba. Meu pai, Antonio Caus, tinha um bar, e Bertolino sempre ia lá. Eu era criança. Bertolino matava porco para co mercializar o produto. Não me lembro bem, mas parece que ele se mudou para o Paraná.

Data: 28 de março de 2019

Prossegui a conversa recordando que João teve duas filhas, Alverinda e Joana. A esposa dele se chamava Valentina e era irmã de Vitorio Dalfior. Alverinda teve sete filhos e Joana, seis. Se bastião confirmou e ainda disse os nomes de todos os filhos delas.

3.3.3 Procura pelos descendentes de João

(Joanin) Nico e Valentina Dalfior

Eu tinha de cinco para seis anos e meu pai fez um cercado para botar cavalo. Naquela época tinha um roubo danado de cavalo, igual roubam carro hoje. Eu e meu pai fomos para Quatituba e, na volta, ele colocou o cavalo no cercado e acabaram roubando o cavalo dele.

Confirmei com Sebastião se seus pais, depois de se casarem, ficaram morando na proprie dade que era do João. Ele disse que sim. E acrescentou:

Nas pesquisas realizadas sobre os Nico, filhos de Antonio Cesare e Rosa Marchesin, não con seguia ter nenhuma pista sobre João Nico, o Joanin. A justificativa é que João faleceu há muito tempo e todos os seus irmãos, que poderiam me informar sobre ele, são falecidos. Eu imagina va que João tivesse ido solteiro do Espírito Santo para Minas Gerais com a família de seu pai, Antonio Cesare Nico. Mais tarde vi que essa hipótese estava correta.

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a família de Antonio Cesare Nico se mudou para Conquista, em Minas. As poucas informações se perderam com o passar tempo, afinal, já são aproximadamente 85 anos de seu falecimento. Felizmente, encontramos Sebastião, que nos ajudou com informações sobre seu avô João. Sebas tião disse inclusive que nunca havia visto uma foto do avô. Eu percebi a vontade de Sebastião de conhecer o avô e ofereci a ele uma foto tradicional com toda a família de Antonio Cesare Nico, que eu tinha levado. Ele ficou agradecido e emocionado e disse que iria colocá-la num quadro.

A pista que encontrei para obter informações do paradeiro dos descendentes de João Nico foi por meio da Rosa Gema, filha de Gaetano Nico, irmão de João. Rosa, sempre muito solícita, lembrou que seus pais diziam que João faleceu em consequência de um acidente de carro, trans portando toras de madeiras, no Córrego da Conquista. Rosa precisava esperar o cunhado de Se bastião voltar dos Estados Unidos para conseguir o telefone com ele. Sebastião é neto de João Nico.

Vovô trabalhava com uma carreta puxando madeira. O caminhão deu um problema na descida, ali na Conquista, naquela descida do Fortunato Campo, no Natalino, perto do Silas Pedro. Dizem que foi ali. Não sei quem estava junto. Ele estava consertando o caminhão, que desceu e imprensou ele de um lado, entre o barranco e a roda. O olho dele chegou estufar. Sei que ele durou ainda oito meses fazendo tratamento, segundo me diziam. Não foi a tora que rolou, e sim o acidente com o caminhão. Naquela época, freio de mão era um calço de madeira que se colocava nos pneus.

Local: casa de Sebastião e sua esposa, Sebastiana, em Marcílio de Noronha, Viana/ES Presentes: Celso Luiz Caus, Penha Nico, Sebastião e sua esposa, Sebastiana

Minha avó casou com o Franquilino Ruela, que tinha dois filhos, o Bertolino e a Gilmara, casada com o Antenor Benicá. Então, vovó tinha duas filhas e ele tinha um casal. Quando as filhas da vovó se casaram ela saiu com o Franquilino e deixou as terras para as filhas.

Meu pai se chamava Argeu Croscob. Ele era de origem alemã. Meu pai e meu tio Dorval vende ram tudo no Córrego da Conquista e mudaram juntos com toda a família para Boa Esperança/ES. Não ficou ninguém lá. A tia Joana era casada com tio Dorval Ribeiro.

Com o passar dos tempos, meu pai, Argeu, e o falecido tio Dorval entraram num acordo e ven deram as terras, se não me engano, para o Vazzoler e resolveram ir para Boa Esperança, no Espírito Santo. Compraram terreno lá. Era igual hoje ir para o Pará. O falecido tio Vitorio Dalfior que levou a mudança de caminhão. Gastaram três dias de viagem. Na época, só havia nascido eu e meu irmão Elias. Meu irmão passou mal desde que chegou lá. Eu tinha de seis para sete anos, era mais ou me nos em 1958. Meu pai ficou só um ano lá, vendeu tudo e veio embora. O cara deu a metade e o resto para pagar em um ano. A pessoa vendeu tudo e sumiu. Não pagou o restante. O falecido tio Dorval ficou lá muito tempo, depois colocou uma venda.

3.3.4 Visita a Sebastião Croscob, neto de João Nico

O terreno que ficou para vovó e as filhas era na cabeceira da Conquista, que ia depois do Máximo Cesconete até perto de São Sebastião da Lagoa e divisava com Primo Nico. Tinha uma casa grande e uma menor. Meu falecido pai morou nela. Depois, minha tia Joana casou.

Sebastião é filho de Alverinda Nico e Argeu Croscob. É o neto mais velho de João Nico e Valentina Dalfior. João, que também era conhecido por Joanin, era irmão de meu avô, Luiz Nico e de Julio Nico, filhos de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Os pais de Sebastiana trabalharam na proprie dade de vovô Luiz Nico, lá no Retiro, Santa Angélica, perto de Quatituba/MG. Ela disse que foi criada lá. João faleceu muito cedo, depois de apenas dois anos e meio de casamento e poucos anos depois que

Celso; Sebastião, neto de João Nico, e sua espo sa, Sebastiana, 28 de março de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

No dia 21 de março de 2019, Rosa me informou o telefone da neta do Sebastião, que mora em Vitória, ou seja, telefone da trineta de João Nico. Tentei contato com ela, mas foi em vão, pois ela ficou desconfiada, achando que eu poderia ser um estranho, já que não havia reconhecido meu telefone. Finalmente, tive ajuda da Penha Nico, que conseguiu falar com ela, depois de passar algumas mensagens. Foi assim que cheguei ao Sebastião. Entramos em contato com ele e mar camos uma ida a sua residência, no município de Viana, para um bate-papo.

Perguntei a Sebastião se ele sabia como foi o acidente que provocou a morte de João Nico.

Na época, eu só tinha o endereço, num papel, da falecida Fiorina, que era mulher do Antônio Grobério, quando vim para Vitória. Moravam em São Torquato. Tinham a Padaria Santa Rita, no ponto final do ônibus. Depois que eles vieram para Vitória, deixaram meu pai tomando conta do sitio deles na Conquista. A Fiorina deixou o endereço dela num papel quando ela foi lá em casa. Passaram uns três anos, fiquei maior de idade e tirei os documen tos. Quando foi um dia eu resolvi ir embora para Vitória. Eu tinha só 24 cruzeiros. Peguei aquele endereço, uma malinha de roupa e falei que ia procurar minha avó de consideração, que era a Fiorina.

Eu não tinha o endereço da minha avó Valentina, que era em Jucutuquara, na casa da outra irmã, tia Rosa, que já tinha vindo primeiro. Pensei que achando uma, depois acha ria a outra. Saí de lá e cheguei na estação de trem, que era de madeira, em Jardim América. Perguntei para um taxista quanto era para me levar naquele endereço. Ele olhou para mim, viu que eu vinha da roça e me pediu 11 cruzeiros. Vim com o pensamento de que se eu não achasse o endereço eu dormiria na estação e voltaria no outro dia. Saí com 24, se gastas se 11, ficaria só com 13, e, se não achasse o endereço, não daria para eu voltar. Aí o taxista achou mais passageiro e falou que fazia por cinco cruzeiros para mim. Aceitei e fiz a conta. Se não achasse, daria para eu comprar a passagem e voltar para casa. Fomos juntos num táxi marca Brasília.

O Jaime e o Zemir, que considero tios, queriam ir atrás do taxista. Isso foi mais ou me nos em 1972. Comecei a trabalhar com eles entregando pão numa bicicleta e em uma Kombi. Mais para frente, achei minha falecida avó Valentina na Ilha de Santa Maria, em Jucutu quara. Ela morava com a irmã dela, a Rosa, casada com tio Luiz Falcão. Rosa também irmã do Vitorio Dalfior. Depois veio para Vitória a Ilda, filha da vovó Valentina, e foi morar com ela até falecer.

Ele rodou, rodou, entregou os outros passageiros e o último fui eu. Parou em frente ao endereço que passei e me disse que era ali. Olhei e falei: “espera aqui que vou ver, se não for, eu volto com você para a estação”. Saltei e vi minha vó de estimação Fiorina Grobério. Vol tei e paguei os cinco conto ao taxista. Depois, Fiorina perguntou quanto paguei de táxi e ela ficou brava porque o justo era pagar um cruzeiro e não cinco.

Eu já era noivo da Sebastiana quando vim para Vitória. Depois, me casei com ela e esta mos aqui até hoje. Depois que eu saí da padaria, eu fui trabalhar com Zé Camilo, que morou em Quatituba, no comércio dele lá em Taquari.

Saímos de Boa Esperança e voltamos para o Córrego da Conquista. Ficamos ali perto de onde era do Fortunato Campo Dall’Orto.

Na Conquista, na subida do Jacu, o sitio ali era do Antonio Grobério. Meu pai foi criado ali, e nós quase todos nascemos ali. Meu pai saiu do Antonio Grobério, casou e foi morar lá na Con quista, lá em cima, no sítio que era da herança da falecida minha mãe, Alverinda, recebida do Nico, avô dela. De lá vendeu e foi para o norte do Espírito Santo, em Boa Esperança. Do norte, depois de um ano, voltou para a Conquista, para o mesmo lugar que era do Antonio Grobé rio, onde ele casou, naquele sítio na subida do Jacu, divisando com Mário Fasolo e Fortunato Campo. Meu pai morou ali muito tempo e quase todos nós nascemos ali. Eu e Elias nascemos ali e fomos para Boa Esperança e, na volta, os outros cinco nasceram no mesmo lugar. Tinha uma escolinha onde eu estudei. Minha avó está enterrada em Santa Luzia. Minha mãe e meu pai estão enterrados aqui em Vitória. Minha tia Joana está enterrada em Santa Luzia, Minas. Os Grobério eram de Santa Rita. Meu pai, Argeu Croscob, foi criado pelo Antônio Grobério, que vendeu o terreno em Santa Rita e comprou na Conquista. Depois, ele mudou para Vitória. Pedi que Sebastião falasse um pouco do Bertolino Ruela. Eu lembrava apenas que ele matava porco e que depois mudou-se para outro estado.

Quando foi um dia, eu e o Chiquito estivemos na casa dele, em Resplendor. Dormimos lá, num sábado para domingo. Quando foi na segunda feira, de manhã, nós estávamos trabalhan do lá perto do povoado de Nossa Senhora das Graças, e aí chegou um rapaz avisando que tia Joana tinha falecido. Ela passou mal domingo a noite, oito horas e pouco, levaram ela para o hospital, e quando foi duas horas da manhã ela faleceu. O pessoal que estava no quarto, escu tou ela chamando pelo pai dela. Ela morreu muito nova. Um filho dela morreu em Portugal e outra morreu de infecção de garganta lá em casa. Aí tio Dorval, viúvo, deixou uma criança com um, outro filho com outro, e graças a Deus estão tudo bem, foram criados bem. Depois ele veio para Vitória, e após quatro anos que ele veio, ele trabalhando como pedreiro, na Praia do Can to, escorregou do andaime do quarto andar e caiu em baixo, no chão. Ficou oito a nove meses em cima da cama, só mexendo do pescoço para cima, entendia tudo mas acabou falecendo.”

Ele era genro do Augusto Moreira. Era filho do Franquilino Ruela, que casou com minha avó, que, muito nova, ficou viúva do vovô João Nico. Bertolino tinha uma irmã de nome Dio mara, que se casou com Antenor Benicá, lá no Aldeamento. Da união de vovó Valentina com Franquilino Ruela nasceram quatro filhos Maria e Ilda, já falecidas, e José e Ana, ainda vivos. Perguntei para Sebastião como ele veio parar em Vitória.

Essa foto aqui tem meu pai. Se observar bem essa outra foto, que tem tio Dorval, atrás tem uma casa que era uma loja, igual a que João Zanon tinha em Quatituba. Eles vendiam de tudo, comida, roupa, ferramenta... Sei que depois não deu certo, acabou com tudo e tio Dorval veio embora de Boa Esperança para Quatituba/MG. Morou uns tempos em Quatituba e depois mudou para Resplendor.

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Voltando à história, quando a família de meu pai, que era alemã, foi de Santa Maria do Araguaia para Santa Rita, estava tendo o problema da febre amarela. Com 15 dias que a fa mília estava lá, meu pai perdeu a mãe e o irmão mais velho. Ficou só o pai dele com os outros filhos. Um foi criado pelos Denardi e meu pai foi criado pelos Grobério.

Perguntei a Sebastiana quando foi que a família dela trabalhou para o vovô Luiz Nico lá no sítio do Retiro.

Sebastião completou:

Da parte de papai, eu, Sebastião, moro em Marcilio de Noronha; um mora em Cariacica; minha irmã Maria e João moram em Vitória; outra irmã, Rosângela, em Baixo Guandu; Lurdes e Elias, na roça, em Vila Valério, e Nelson, em Teixeira de Freitas.

O pessoal da tia Joana está todo aqui em Vitória. Tem dois que moram em Feu Rosa: Milton e Ida lina. Silvina mora perto do terminal de Carapina, e a Madalena mora em Santo Antônio.

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Túmulo de Valentina e Frankilin em Santa Luzia/ MG. Acervo de Fernando Fasolo.

3.3.5 A morte de João (Joanin) Nico

Aniversário de Valentina Nico: Ana, à esquerda, filha do segundo casamento de Valentina, e Nilton, tomando re frigerante, neto de Valentina com João Nico. Acervo de Sebastião Croscob, neto de João Nico.

Alverina Nico, filha de João (Joanin) Nico, à es querda, e Jove Cesconetto. Acervo de Sebastião Croscob, neto de João Nico.

Assim relatou, em 18 de novembro de 2020, Carolina Vazzoler, filha de Regina Nico e Jerônimo Zanon: Joanin estava na sua carreta puxando madeira na Conquista. Quando ia passando em frente da casa de meu pai, Jerônimo Zanon, parou para visitar sua irmã, Regina Nico, minha mãe. Foi sair da carreta, mas ela começou a se movimentar e espremeu ele no barranco. O levaram para nossa casa e deitaram ele na cama no meu quarto. Quando ele melhorou um pouco, colocaram ele em cima de uma carrocinha de madeira de uma roda só e levaram para a casa dele. Melhorou, mas não foi mais o mesmo homem. A titia Valentina só tinha a Alverina (Linda). Ficou grávida da Joana. Ele começou a piorar muito devido ao acidente. Foi ficando muito ruim de saúde. Ele foi para a casa dos pais Cesare e Rosa, e levou a esposa, Valentina, para ganhar a neném lá. Deu prazo de ver a neném nascer, mas Joanin, sentindo a morte, chamou o compadre e cunhado Beppe Cantareli e falou para ele: ‘quando saírem com o meu caixão para Santa Luzia, pega minha mulher com a criança e leva para casa da mãe de Valentina, onde tem muitas mulheres que vão ajudar a criar a menina, porque ela não tá aguentando segurar a criança nem para mamar’. Assim, mãe e filha, foram para a casa de Matielo Dalfior, pai da Valentina. Os irmãos de Valentina eram Chico Dalfior, Vitorio, Angelin, Maria (mulher de Bepi Cantareli), Rosa, Pina, Carolina Helena. Essa história, mamãe, Regina Nico, contava para nós.

Minha avó Valentina morreu aqui em Vitória. Foi levada para ser enterrada no cemitério de Santa Luzia.

Meu pai, Izolino Pereira, foi meeiro do Luiz Nico no sítio dele, no Retiro, perto de Quatituba, em Minas. Eu tinha mais ou menos 10 anos de idade. Quem ia muito com o Luiz Nico no sítio era o seu filho Cid. O Cid já era rapaz e nós, adolescentes. Nasci em 5 de fevereiro de 1955. Luiz sempre gostou de um cavalo bom. A gente roçava pasto e mexia com café e boi. Ele tinha muito boi. No outro sitio dele, na subida perto do irmão Adriano Nico, quem ficava lá era o Manelão, que tinha uma renca de filhos. O Cid ia muito lá mexer com boi, com Valdivino, filho do Adriano Nico. O Neném, irmão dele, ficava em Resplendor, com a mãe dele.

No final, fiz os agradecimentos a Sebastião e a sua esposa, Sebastiana, pela simplicidade dos dois e pela disponibilidade de nos dar informações e uma longa e agradável entrevista.

João Croscob, bisneto de João Nico, e Darlete entre Sebas tiana e Sebastião Croscob, neto de João Nico. Acervo de Sebastião Croscob, neto de João Nico.

Maria, neta de João Nico, com o filho Anderson no colo. Acervo de Sebastião Croscob, neto de João Nico.

Em Minas, não tem ninguém. A minha mãe, Alverinda, está enterrada aqui e tia Joana lá em Santa Luzia.

Alverinda Nico e o filho Sebas tião Croscob. Acervo de Sebas tião Croscob.

Nilton José Ribeiro. Acervo de Nilton J. Ribeiro, filho de Joa na Nico Ribeiro.

Marques, filho de Joana Nico Ribei ro. Acervo de Nilton J. Ribeiro, filho de Joana Nico Ribeiro.

Joana Nico Ribeiro, filha de João Nico, e Valentina Dalfior. Acervo de Nilton J. Ribeiro, filho de Joana Nico Ribeiro.

Alverinda Nico e seu esposo, Argeu Croscob. Acervo de Ma ria, filha de Alverinda Nico e Argeu Croscob.

Alverinda Nico com filhas Maria, à direita; Lurdes e Rosângela, à esquerda; o fi lho Nelson, atrás, e dois ne tos. Acervo de Maria, filha de Alverinda Nico e Argeu Croscob.

ArgeuCroscob.Croscob

Maria e Abel Campo Dall’Orto. Acervo de Ma ria, filha de Alverinda Nico e Argeu Croscob.

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Dorval Ribeiro e filhos com Joa na Nico: Marques, Madalena, Sil vina, Nilton e Idalina. Acervo de Nilton J. Ribeiro, filho de Joana Nico Ribeiro.

Maria e família. Acervo de Ma ria, filha de Alverinda Nico e Ar geu

Sebastião recebendo de Celso, o livro “Os Cauz-s” e quadro fa mília Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

Argeu Croscob, esposo de Alverinda Nico, com as filhas Maria, Rosângela e Lurdes e dois ne tos. Acervo de Maria, filha de Alverinda Nico e Argeu Croscob.

Sebastião Croscob, sua esposa, Se bastiana, e filhos. Acervo de Sebas tião Croscob.

e seu filho Sebastião. Acervo de Sebastião Croscob.

Jair (Zé Mome) casou-se com Marli Vaz, e tiveram os filhos Antônio, Alice, Andrea e Alberto Cesar.

Regina Nico casou-se com Jerônimo Zanon. Tiveram os filhos:

Regina Nico foi, na sequência, o quarto filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, sendo a primeira do sexo feminino. Nasceu em casa, na região da seção Guiomar, distrito de São João, município de Alfredo Chaves, estado do Espírito Santo, em 15 de março de 1900. Seu nome de registro é Regina Lucia Nico. Faleceu o dia 13 de agosto de 1979 e está sepultada no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta, Minas Gerais

» Rosário, casado com Nerina Neroci;

» Carolina, casada com Antonio Vazzoler;

» Tereza (Terezinha), casada com Adelino (Odilino) Zane;

» Jair (Zé Mome), casado com Marli Vaz.

Carolina e Antonio Vazzoler tiveram os filhos Maria das Graças, Marcos, Mônica. Caroli na nasceu em março de 1931.

Dalida casou-se com Benedito Ferreira da Silva e tiveram os filhos Josias, Geraldo, Idel fonso, Antonio Carlos e Anderson.

» Dalida, casada com Benedito Ferreira da Silva;

Rosário casou-se com Nerina Neroci, com quem teve os filhos Idelberto e Lucio Marcos.

Tereza (Terezinha) Zanon, a filha mais velha de Regina Nico e Jerônimo Zanon, nasceu no dia 14 de novembro de 1928. Foi registrada em Resplendor, Minas Gerais, um mês depois, em 15 de dezembro de 1928. Na época de seu nascimento, Córrego da Conquista, Santa Luzia e Quatituba pertenciam ao distrito de Resplendor, município de Aimorés/MG. Tereza e Ade lino tiveram os filhos Lourenço, Laurita, Lurdes, Lindaura, Maria da Penha, Lenir, Rogério, Zenilda e EugêniaRegina.foiaprimeira filha de Regina Nico, ainda solteira, com Eugênio Nicoli. Os Nico e os Nicoli eram vizinhos de propriedade no Córrego da Telha, Castelo, Espírito Santo. Eugênia nasceu em 14 de julho de 1921 e foi criada pelos avós Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Eugênia casou-se na Conquista com Mário (Guiê) Domingos Neroci, com quem teve os filhos Alberto e Aparecida.

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3.4 REGINA LUCIA NICO ZANON

Família de Regina Nico e Jerônimo Zanon: Rosário, Zé Mome, Regina, Jerônimo, Dalida, Carolina e Terezinha. Acer vo de Zenilda e Terezinha Nico Zanon.

Casamento de Eugênia Nico e Mário (Guiê) Neroci. Foto em frente ao antigo casarão de Antonio Cesare Nico, na Conquista, 1949. Acervo de Aparecida Neroci, filha de Eugênia.

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Certidão de nascimento de Bortolo Zanon, sogro de Regina Nico. Acervo da família de Zé Mome Zanon.

Verificando a certidão de nascimento de Bortolo Gaetano Zanon, consta que ele era filho de Girolamo Zanon e Teresa Mori. Nasceu na comuna de Farra de Soligo, Treviso, Itália, em 2 de setembro de 1875. Bortolo era o pai de Jerônimo.

Analisando a certidão de nascimento de Bortolo, vemos que sua mãe era Teresa Mori. E no registro de chegada no Brasil, no Arquivo Público, vemos que Girolamo chegou com outra esposa, de nome Constantina, de 30 anos. Além disso, Marguerita, a filha mais velha de Giro lamo, tinha 14 anos, uma diferença de apenas 16 anos de Constantina. Assim, conclui-se que Teresa, a primeira esposa de Girolamo, faleceu na Itália e que Constantina, a segunda esposa, não era mãe dos três filhos de Girolamo que vieram juntos.

Recorrendo ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, constatei que Girolamo, de 37 anos, veio para o Brasil com sua esposa, Constantina, de 30 anos de idade, e os filhos Margue rita, de 14 anos; Simoni, de sete, e Bortolo, de cinco. Eram de Farra de Soligo, região do Veneto, Itália, Chegaram no dia 6 de maio de 1880, no navio Alice, e foram para Benevente, Espírito Santo. Dali, se dirigiram para o município de Alfredo Chaves.

Jerônimo nasceu em 4 de abril de 1904, no Espírito Santo, e faleceu em 25 de outubro de 1992. Está sepultado no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta, Minas Gerais. Os pais de Jerônimo eram Bortolo e Augusta. Também estão sepultados no cemitério de Santa Luzia.

3.4.1 Jerônimo Zanon, esposo de Regina Nico

Zenilda, no colo de Terezinha; Adelino; Guiê; Eugênia; Jerônimo; Dalida; Benedito; A. Vazzoler, e Rosario. Embaixo: Laurita, Zé Mome, Lorenço, Aparecida, Augusta, Lurdes no colo de Augusta Regina Josias e Lindaura, Carolina e Maria. Acervo de Terezinha.

Data: 20 de outubro de 2019 Local: casa de Pachota, Córrego da Conquista/MG Sobre Regina Nico, assim disse Pachota:

Agradeci ao Zé Mome, a sua esposa e à filha pela entrevista.

Disse a ele que me lembrava que, na época no dia de São Pedro, a gente ia na festa no Si las Pedro. Ele fazia fogueira, assava batatas, cantava músicas da igreja, rezava... A gente ia a pé desde Quatituba.

Eugênia, Terezinha, Carolina, Dalida, Rosário, Jair (Zé Mome). Acervo da família de Zé Mome Zanon.

Data: 20 de outubro de 2019 Local: casa de Jair Nico Zanon, no Córrego da Conquista, município de Itueta, Minas Gerais. Presentes: Celso Luiz Caus, Jair (Zé Mome) com a esposa, Marli, e a filha Andreia Jair Nico Zanon é mais conhecido como Zé Mome. Lembro-me muito bem dele, quando morei em Quatituba. Traba lhador rural, nas folgas gostava de fazer gaiolas para passarinhos. Iniciei a entre vista falando da sua importância para eu escrever o livro da família Nico. Tia Regina, quando veio para o Córrego da Conquista, já tinha a filha Eugênia, fruto do relacionamento com Eugênio Nicoli, da época que residiam no Córrego da Telha, Castelo, Es pírito Santo. Eugênia foi criada pelos avós Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Perguntei ao Jair como sua mãe, Regina Nico, chegou em Córrego da Conquista. Eles casaram no Espírito Santo e vieram para Conquista. Casaram no município de Castelo. Os filhos do papai, Jerônimo Zanon, e da mamãe, Regina, nasceram na Conquista. Vovô Bortolo Za non comprou terras perto na Conquista. Vieram na mesma época do vovô Cesare Nico. O terreno situado depois do Angelin, irmão do Máximo Cesconete, até a subida do Jacu, era do vovô Cesare Nico. O tio Joanin, que morreu de acidente com a carreta, morou na cabeceira da Conquista. Da cabeceira da Conquista, virando para trás, na igreja de São Sebastião, era do tio Primo Nico. As terras eram assim: do papai; do velho Bortolo, meu avô; do Buzeli; do Máximo Cesconete, e do An gelin Cesconete. Para cima, virando para São Sebastião da Lagoa, era do vovô Cesare Nico. Tinha o Donato Campo, e da divisa do Donato Campo para baixo até o Segundo Nicoli, era tudo do vovô Cesare Nico. O terreno do Silas Pedro fazia divisa com os Buzeli.

Marli, esposa do Jair (Zé Mome), disse: “Eugênia contou para mim, na última vez que fui com ela a Córrego da Telha, no Espírito Santo, que ia escondida lá em cima, na casa do pai, e a nona Nico gritava, em italiano, que “lá ia a maledeta”. Naquela época, eles não admitiam ser mãe solteira. Eugênia era considerada irmã do tio Julio, tio Gaetano, ela não chamava a nona Regina de mãe.

Bortolo, meu avô, era casado com Augusta Fulana. Casaram no Espírito Santo. O pai do meu avô se chamava Jerônimo (Girolamo). Bortolo veio da Itália com seis anos e um irmão de nome parecido com Silas ou Simão (Simoni). Jerônimo (Girolamo), meu bisavô, veio da Itália. Aqui, ele casou mais vezes. Meu avô Bortolo veio para a Conquista. Olhando a certidão, vemos que eles vie ram da comuna de Farra de Soligo, Treviso, Itália. A mãe do Bortolo chamava Teresa Mori, o pai se chamava Girolamo. O Bortolo se chamava Bortolo Gaetano.

Entrevista de Celso com Jair (Zé Mome), sua esposa, Marli, e filha Andreia, 20 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

3.4.2 Entrevista com Jair Nico Zanon (Zé Mome)

Viemos para cá, que já era do tio Gaetano. Eu tinha mais ou menos 12 anos.

20 de outubro de 2019. Acervo

O Silas Pedro tinha os filhos Benedito, Pedro, Dorvalino e Natalino. Só o Natalino que está vivo.

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Perguntei a Jair (Zé Mome) se Bortolo veio da Itália.

3.4.3 Bate-papo com Pachota

Andreia, a filha de Jair (Zé Mome), contou que diziam que quando a Eugênia nasceu, a nona jogou a trouxa de sua avó Regina pela janela.

Pachota, de Celso Luiz Caus.

Carolina Vazzoler, filha de Re gina Nico e Jerônimo Zanon. Acervo de sua filha Mônica.

Nona Rosa tinha uma irmã, mas seus parentes ficaram todos na Itália. Casaram num dia e no outro dia já estavam se arrumando para embarcar para o Brasil.

Com o apoio de Mônica, sua filha, assim Caro lina me relatou:

No dia 23 de janeiro de 2021, liguei para Mafalda (Nega), filha de Antonio Nico. Ela estava acamada, mas, com ajuda de seu filho Luiz Carlos, me confirmou que seu pai, Antonio Nico, primeiramente morou no pé da serra, onde depois veio a morar Adriano Nico. Posteriormen te, Antonio Nico mudou para a virada da serra, descida para Santa Angélica. Isso confirma o socorro pedido a Antonio, pelo seu irmão Primo Nico, no momento da morte da esposa, Ma dalenaCarolinaCostalonga.continuou:

Carolina continuou:

O Toninho e a Eugênia foram criados pela nona Nico. Tanto que a Eugênia chamava a nona de mãe e a dona Regina, que era a mãe dela, ela chamava de Regina. A nona Nico não consentia que Eugênia ficasse com a mãe, Regina. Naquele tempo, quando acontecia um negócio desse, de gravidez antes do casamento, era o fim do mundo. Assim, eles contam que, quando vinham visitas para Regina, logo que ela ganhou a Eugênia, a velha Nico dizia: “se você veio visitar ela, ela está lá no quarto”. Ela não dizia o nome da filha Regina. A Eugênia e a Regina contavam isso também. Coitada de dona Regina, ela contava que depois de três dias de resguardo, no Espírito Santo, ela arrancou inhame dentro d’água até o joelho. O pai da Eugênia se chamava Eugênio Nicoli. Ele es teve na casa do Segundo Nicoli, mas eles não deixaram ela ver o pai. A nona Nico gostava era da Carolina. A Carolina era a deusa deles. A Carolina tinha tudo que você pensasse, a dona Regina não. Dona Regina sofreu muito com a mãe. Coitada dela, foi uma mulher sofredora.

Data: 18 de novembro de 2020

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Meu avô Cesare Nico trabalhou muito no Espírito Santo, onde criou sua família. Tio Primo e tio Antônio casaram no Espírito Santo e depois mudaram para Minas Gerais. No início, em Minas Gerais, tio Primo vendia terras para os outros, enquanto o nono ainda estava no Espírito Santo.

Papai e mamãe casaram no Espírito Santo. A primeira filha, Terezinha, fez 92 anos, nasceu em 14 de novembro de 1928, em Minas. Foi registrada em 15 e dezembro.

Primo Nico, quando chegou em Minas, era vendedor de terras. Os italianos saíam do Espírito Santo procurando terras em Minas. Chegando lá, Primo Nico saía para mostrar terras para eles. Fazia isso todo dia de manhã.

Minha mãe namorou um dos Nicoli. Era uma família grande, e a família de minha mãe também era grande. Minha mãe ficou grávida e ganhou a Eugênia. O pai se chamava Eugênio Nicoli, mas ele não quis casar com minha mãe. O nono Nico e a nona Rosa criaram Eugênia até ela se casar.

Vovô Cesare Nico tinha os rapazes dentro de casa. Ele pagou um professor para ensinar os fi lhos homens a ler e escrever. As mulheres não tiveram direito de aprender a escrever, tinham que aprender a costurar, passar roupa. Era um costume italiano da época.

Sobre a morte de Madalena Costalonga, mulher de Primo Nico, mamãe contava que Primo Nico tinha quatro filhos quando mudou para Minas. Ele era vendedor de terras. A mulher dele passou mal. Quando ele chegou em casa, à noite, a esposa disse que não estava passando bem, tinha tomado um purgante. Ele deixou ela quieta. Tinha o Toninho que mamava. O bebê Toninho acordou de noite e começou a chorar, chorar, chorar... Tio Primo sentiu que ela não estava dando mamá ao menino, chamou e ela não respondeu. Aí ele viu que ela estava morta em cima da cama, e o menino chorando de fome. Primo deu um grito para seu irmão Antonio, que morava perto, no pé da serra, para ir ajudá-lo. No outro dia, Primo não sabia como fazer para enterrar a esposa, pois não tinha cemitério. Ele foi a Itueta e perguntou ao Coronel Ozório como ele iria fazer para enterrar a esposa. O coronel orientou que ele fosse atrás da igrejinha de Santa Luzia, roçar um pedaço de capoeira, abrir um buraco e enterrar a esposa. ‘Depois vocês constroem um cemitério ali.’ Madalena foi a primeira mulher a ser enterrada em Santa Luzia.

Na mudança para Minas Gerais, eu me lembro deles dizerem que tinham dois animais de no mes Poeta e Farofa.

Meu avô Cesare Nico, no Espírito Santo, terra fria, fi cou passando mal. A família já estava criada. Surgiu um negócio no pescoço dele, atrás da cabeça, um caroço do tamanho de uma laranja. O que fizeram? Não tinha re curso, então, o médico foi na casa dele, colocou ele de barriga para baixo, meteu a faca e cortou aquele caroço em forma de cruz, sem anestesia, sem nada. Dizem que ele gritava muito. Ele me lhorou, mas ficou fraco da ideia.

Na entrada para a Conquista, morava o Segundo Nicoli. Depois, mais para a frente, vinha o Antonio Costalonga e, a seguir, o finado nono Cesare Nico. No terreno junto com vovô nono Cesa re, tinha o terreno de tio Gaetano, tio Jorge, tio Julio e tio Vitorio. Tio Vitorio nunca morou lá. Para cima do tio Vitorio, tinha o Donato Campo, o Furtunato Campo e, depois, vinha papai e mamãe com vovô Bortolo Zanon, os Buzeli, os Bosser, os Cesconetto, tio Joanin Nico e tio Primo Nico. O terreno de Tio Joanin era da cabeceira, mas ele morou pouco tempo, pois faleceu. Tio Primo era virando para São Sebastião.

3.4.4 Contato com Carolina Nico Zanon Vazzoler

O bebê Toninho ficou emperebado, doente. Carolina, solteira, a mando da mãe, Rosa Marche sin, saiu do Espírito Santo e foi para Minas ajudar a cuidar de Toninho e dos outros quatro irmãos, todos pequenos. Ela sabia costurar, fez roupinha para o menino e levou ele para sua casa no Es pírito Santo. Toninho foi criado na casa dos nonos em Minas, até ficar adulto.

A divisa da terra herdada por tio Vitorio Nico era com Furtunato e Donato Campo Dall’Orto. Para cima da estrada era do Furtunato e para baixo, do Donato.

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Depois dos Campo Dall’Orto vinha a propriedade de vovô Bortolo Zanon e papai. Foi ven dida para Joaquim Rigo, depois Lincol Repossi, família Pelegrino, e hoje é de dona Lila, viúva de senhor Aroldo.

No lugar onde morou Antonio Costalonga, mudou para lá a família de Custódio Roza. Um filho dele, conhecido por Maninho, era casado com Élia, filha de João Bravin. Maninho não era boa pessoa, acabou largando a Élia com filhas pequenas para criar. Depois, a terra foi comprada por Vitorio Fasolo. Antonio Costalonga foi morar para o lado de Baixo Guandu. Fui no enterro de Angelina Costalonga, filha dele, em Itueta. O Geraldo Costalonga era meu padrinho. O Adriano casou com a professora Dorinha Seixas. Lembro da Anna Nicoli, uma velha muito boa. Das filhas dela, Angelina eram solteira quando eu ia na casa deles. Gostavam de fumar cachimbo. Depois, uma casou com João Giribola e foi morar em Itueta.

Nona Rosa Marchesin Nico com o neto Toninho Nico, de 10 meses, no colo; a neta Eugênia Nico, de seis anos, e filho Jorge Nico, de 12. Foto de 14 de outu bro de 1927, no Espírito Santo. Lembrança do sobrinho para Regina. Acervo da família de Regina Nico.

Casa da família de Bortolo e Jerônimo Zanon e Regina Nico, na Conquista. Acervo da família de Vitorio Nico.

Onde morou Primo Nico, no meio da serra, indo para Santa Angélica, depois morou Luiz Nico com a esposa, Angelina Bastianelli, que fez sua casa e ali nasceram e foram criados todos os seus filhos. A última vez que vi Alira Nico foi no enterro do pai, Luiz Nico, em 1993, no cemitério de SantaAntonioLuzia.Nico depois morou na virada para o Cremasco, perto do Retiro, em Santa Angélica. Lembro que fui uma vez lá num baile do aniversário da Nega e da Lurdes. Lá morreu o filho Joa quim, de nove anos de idade, mais ou menos. Moraram no Retiro, em Santa Angélica e em Quati tuba. Depois, mudaram para o Espírito Santo. Primeiro, o tio Antonio morava no pé da serra, onde depois foi morar tio Adriano.

Terezinha Zanon, a mais velha, nos seus 90 anos, com o irmão mais novo, Jair (José Mome). Acervo da famí lia de Terezinha Nico Zanon Zane.

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anos e que comprou há três anos um pedacinho mais ou menos de um alqueire dos meus netos, filhos do Marco.

Depois vinha o terreno de João Buzeli e Angelina Cipriano, que eram os pais da Francisca, esposa do Furtunato Campo. Venderam para Onório Grassi, que vendeu para os Bosser, que es tão lá até hoje.

A divisa das terras de Joanin com seu irmão Primo Nico ficava no final da subidinha da estra da que vai da Conquista para São Sebastião da Lagoa. Nessa divisa, fica o limite dos municípios de Itueta e Santa Rita do Itueto.

Data: 21 de novembro de 2020

3.4.5 Contato com Terezinha Nico Zanon Zane

Terezinha é a filha mais velha de Regina Nico Zanon e Jerônimo Zanon. Nasceu na Con quista, em 14 de novembro de 1928, e foi registrada em 15 de dezembro de 1928. Terezinha mora em Boa Esperança, Espírito Santo. Para a entrevista, tive apoio de Laurita e Zenilda, filhas de Terezinha.

Sobre a morte de Cesarin Nico filho de Primo Nico, disse Carolina:

Sobre a morte de Joanin Nico, assim descreveu Carolina: Joanin estava na sua carreta puxando madeira na Conquista. Quando ia passando em frente da casa de meu pai, Jerônimo Zanon, parou para visitar sua irmã, Regina Nico, minha mãe. Foi sair da carreta, mas ela começou a se movimentar e espremeu ele no barranco. O levaram para nossa casa e deitaram ele na cama no meu quarto. Quando ele melhorou um pouco, colocaram ele em cima de uma carrocinha de madeira de uma roda só e levaram para a casa dele. Melho rou, mas não foi mais o mesmo homem. A titia Valentina só tinha a Alverina (Linda). Ficou grá vida da Joana. Ele começou a piorar muito devido ao acidente. Foi ficando muito ruim de saúde. Ele foi para a casa dos pais Cesare e Rosa, e levou a esposa, Valentina, para ganhar a neném lá. Deu prazo de ver a neném nascer, mas Joanin, sentindo a morte, chamou o compadre e cunhado Beppe Cantareli e falou para ele: ‘quando saírem com o meu caixão para Santa Luzia, pega mi nha mulher com a criança e leva para casa da mãe de Valentina, onde tem muitas mulheres que vão ajudar a criar a menina, porque ela não tá aguentando segurar a criança nem para mamar’. Assim, mãe e filha, foram para a casa de Matielo Dalfior, pai da Valentina. Os irmãos de Valen tina eram Chico Dalfior, Vitorio, Angelin, Maria (mulher de Bepi Cantareli), Rosa, Pina, Carolina Helena. Essa história, mamãe, Regina Nico, contava para nós. A casa de Joanin era na Conquista, onde tem hoje a última moradia sentido Conquista para São Sebastião da Lagoa, que era de meu marido, Antonio Vazzoler. Hoje, mora o senhor Atelidio Costa, que era nosso meeiro há quase 47

Na sequência, vem Máximo e o irmão Angelin Cesconetto. O terreno do Angelin era de Joanin Nico. Depois da morte de Joanin, Angelin comprou da viúva e filhas de Joanin. Angelin vendeu para meu sogro, Francisco Vazzoler. O restante das terras de Joanin também foram adquiridas por Francisco Vazzoler, que passou para meu marido, Antonio, depois meu filho, Marcos, e agora está com os filhos de Marcos.

Ele tomou uma estrepada e não se cuidou. Passou uns dias, ele montou no cavalo e foi parar lá no avô dele, Antônio Costalonga, que morava também na Conquista. Chegou lá, estava sem ca misa, falou para os avós que sentia frio, já era o começo do tétano. Os avós deram uma coberta para ele se enrolar. Montou na égua, voltou para casa e já começava a trancar a boca. Tio Primo ficou desesperado, foi buscar o doutor Leão a cavalo. Doutor Leão olhou e disse que não tinha jei to e que levasse Cesarin para Resplendor. Colocaram ele numa coisa (pendurado num varão com lençol) e quatro pessoas colocaram nos ombros e levaram ele a pé para Resplendor. Chegando lá, doutor Leão examinou o pé e viu que era tétano. ‘Não tem jeito’, falou o doutor, e ali mesmo à noite ele morreu. Trouxeram ele a pé, no caixão, e enterraram em Santa Luzia. Ele tinha 17 anos. Cesarin era arteiro, travesso, sua madrasta, Gardina Ruela, dizia que ia mandar celebrar uma missa para ele. Depois que ele faleceu, ele apareceu para ela e pediu para celebrar a missa.

Terezinha Nico Zanon Zane em seu ani versário de 90 anos, 2018. Acervo da famí lia de Terezinha.

As terras de Primo Nico eram depois das de Joanin. Iam até próximo à igreja atual de São Se bastião da Lagoa. Onde ficava a igreja antiga de madeira, aquele morro virava para o outro lado, chamado Ipiranga, Córrego Veadinho, onde nós moramos, que era também de Primo Nico. Para ir lá em casa, tem que passar pela igreja nova, ir em direção a Tabaúna e entrar na primeira à esquerda, onde mora os Bossanelli. As terras de Primo Nico na Conquista e virando para São Se bastião são dos Bossanelli. Nós ficamos com o pedaço onde moramos, no final da grota, passando pela casa dos AntigamenteBossanelli.osterrenos eram dos posseiros. Tinha Sila Pedro, os Balbino, dona Antonieta.

Na Conquista, eu convivi com meus nonos Bortolo e Augusta e Cesare Nico e Rosa Marchesin.

Santo Bergamin, irmão de tia Tereza, de tio Jorge Nico, morreu com 107 anos.

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Lembro do tio Luiz Nico. Também me lembro da sua mãe, Alira, e seu pai. Eles moravam em frente à igreja de Quatituba.

Eu era criança quando tio Joanin sofreu um acidente na carreta, que espremeu ele no bar ranco, na estrada em frente a nossa casa na Conquista. Foi saltar com a carreta andando. Por causa desse acidente, pouco tempo de pois ele Silasfaleceu.Pedro morava ali perto, mais lá em cima. Tinha umas cangas de cabrito. Ia busca água no córrego, mais para baixo, com aqueles bodes e Quandocabritos.mecasei, mudei para o Córrego da Mula, para o lado de Tabaúna. Voltamos para perto do tio Gaetano, na Conquista. Ficamos muitos anos, depois viemos aqui para Boa Es perança, no norte do Espírito Santo, e estamos aqui até hoje, há quase 60 anos.

Nono Cesare, com o tempo, ficou leve da cabeça, então, colocava vários cabos de enxada e um monte de coisa nas costas, ia na direção de Quatituba e dizia que estava indo para a Itália. A Eugênia era a vigia dele, tinha que trazer ele de volta. Quem fez a fazenda ali na Conquista foi o nono Cesare. Com o tempo, a nona Rosa também adoeceu. Eu, quando criança, vivi muito com eles, e só conversavam em italiano comigo. Não conseguiram falar nossa língua.

Na Conquista, naquela época, a gente andava a pé ou a cavalo para ir à igreja em Santa Lu zia, em São Sebastião da Lagoa ou em Quatituba. Não tinha carro, não, era mata pura. Quando me casei, ainda tinha a igrejinha de madeira em frente à casa de tio Primo em São Sebastião da Lagoa. Lembro do Padre André, Frei Pio e Frei Jaime.

Os primeiros moradores da Conquista que entraram ali foram vovô Nico e vovô Zanon. Na encruzilhada, morava o Segundo Nicoli e, mais para frente, o Antônio Costalonga. Depois, veio o Furtunato Campo e foi formando uma carreira de italiano por aí afora. Meu cunhado Bene dito, esposo da Dalida, morreu esses dias em Belo Horizonte, um dia depois que morreu Anita, mulher do Zé Nico, filho do Gaetano.

Depois do terreno do Cesare Nico, vinha Furtunato e Donato, que eram dois irmãos, e, a se guir, a terra de meu avô Bortolo Zanon e papai Jerônimo. Na sequência, vinham os terrenos de Jerônimo Bosser, de Máximo e Angelin Cesconetto, dos Vazzoler e de tio Primo Nico. Primo fez uma igrejinha de madeira em frente à casa dele, depois fizeram uma maior mais para baixo, que está lá até hoje.

Santinha Buzeli era a primeira mulher de Antônio Vazzoler. Ela e o filho morreram no parto. Depois, ele casou com minha irmã Carolina. O pai de Antônio era Francisco Vazzoler, e a mãe também chamava Carolina. Os Vazzoler não foram os primeiros, eles foram para a Conquista depois dos outros. Os Cesconetto também chegaram depois.

Conheci Gardina, segunda mulher de tio Primo. Ela era muito boa. A primeira não conheci, quando ela morreu eu não tinha ainda nascido.

Terezinha Nico Zanon e Zenilda em fren te à casa onde moraram há 62 anos no interior de Refrigério, Boa Esperança/ES. Acervo de Zenilda e Terezinha Nico Zanon.

O Manduca Queirós era o dono da barca que fazia a travessia no rio e também dono do car tório em ViemosTabaúna.paraBoa Esperança por volta de 1956.

Por trás da casa de tio Gaetano, no morro, tinha uma nascente muito grande que ser via à casa dele.

O Domingos Bindaco morou no terreno do tio Gaetano na Conquista, na casa onde depois moraram Gema Franquine, Guiê e Eugênia, Pachota, Geraldo e Nerina. Depois, Domingos mudou para o Córrego da Mula, em Tabaúna, onde comprou uma propriedade de 10 alqueires.

Nasci, me criei e casei na Conquista. Fiz 92 anos de idade dia 14 de novembro passado. Os nonos moravam na fazenda na Conquista e, quando me casei, fui morar no Córrego da Mula, em Ta baúna. Depois de uns tempos, voltei e morei muitos anos onde mora meu irmão Zé Mome. Depois, compramos um sítio aqui no norte do Espírito Santo e tem mais de 50 anos que viemos para cá.

Casa onde moraram Eugênia Nico e Guiê Neroci, 20 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Moravam num casarão grande de dois andares. Tinha quatro ou cinco quartos, uma salona grande, uma copa e uma cozinha grande com uma varanda. Do lado onde mora Rosa era uma escada perigosa de madeira, que começou a apodrecer, que era a subida para a cozinha. A escada maior, bem mais larga, era na frente para a varanda e sala, ficava para o lado das mangueiras. Tinha uma varandona de fora a fora. A nona Rosa ficava sentada na varanda rezando o terço. Dizem que depois que ela morreu, viam ela na varanda rezando o terço, mas eu não acredito nisso, não. Muita gente dizia que via ela. Acho que gente que morreu não volta mais, não.

Quando os nonos Nico chegaram na Conquista, fizeram o casarão de dois andares com va randão na frente. Colocaram na parede o nome de Nova Itália. Depois tiraram, porque começou a dar problema. Por causa da Segunda Guerra Mundial, os italianos foram perseguidos no Brasil.

Lembro do velho Cesare Nico e da esposa dele, Rosa. O velho Cesare Nico ficou caduco, meio perdido, coitado. A gente não podia facilitar que ele queria cortar a gente com a foice. Dizem que foi uma operação que ele fez na cabeça, mas, na verdade, era Alzheimer. Ele se perdia na estrada, colocava no bolso tudo que encontrava, fazia xixi para jogar nos outros, escondia as coisas e depois era difícil de achar. Ele era bonzinho, mas a velha Rosa não entendia a situação, não tinha paciência e, às vezes, batia nas mãos dele e ele gritava: ‘ui, ui ui’. A Cotinha e a Eugê nia tomavam conta dele, davam até banho. Os meninos, Toninho e colegas, iam tomar banho no poço para baixo da casa deles e a nona escondia as roupas deles. Ela escondia o pão e dava quando queria. Quando o pão ficava velho e a nona queria dar, o Luiz Nico jogava fora. A nona

O Antonio Nico morou perto de nós em Santa Angélica. O Retiro era do Luiz Nico. Nós mo rávamos perto do Antonio Nico e da nossa casa se via a casa dele. Descendo a serra para Santa Angélica, no plaino era terreno do velho Venturin. O Retiro, descendo a serra, você não avistava, não, ficava do lado direito, subia um morrinho e ele ficava num buraco e divisava com terreno de Gaetano Nico, lá por cima. Nossa casa era na beirada da estrada, que era uma trilha para chegar. Não era a estrada de hoje. Subindo a serra, indo de Quatituba para Santa Angélica, embaixo ficava a casa do Adriano Nico: à direita, no meio da serra, ficava Luiz Nico; descendo a serra pelo lado de Santa Angélica, passava a mata, descia, na vargem pelo lado esquerdo fi cava a casa de Antonio Nico, e depois nós, que ficávamos pertinho. Depois de nossa casa, pelo lado direito subia um pouquinho, um morrinho e virava para o Retiro, de Luiz Nico. Lembro como se fosse hoje, quando saí de lá eu tinha de oito a 10 aninhos. Nasci em Carangola/MG e vim para cá, perto de Quatituba, com oito meses de idade.

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3.4.6 Contato com Nerina Neroci Zanon

O Antonio Nico morou no Retiro, depois acho que ficou para o Luiz Nico. O Odílio nasceu lá e também o Joaquim, que chamavam de Juca, que morreu criança de uma doença que falavam que era crupe. O Guiê foi buscar remédio para ele em Resplendor, debaixo de uma chuva, mas, quando voltou, ele morreu. Foi sepultado no cemitério de Santa Luzia. Quando conheci eles, já tinham também o Américo e o Amério, o Odílio e a Lourdes, a mais nova, que nasceu depois do Joaquim. Eu conheci o Joaquim, um menino forte, gordo.

Quando mudamos para a Conquista, o Bindaco morava na casa onde fomos morar. Refor maram e fizeram uma cozinha, fizeram ela maior. A parte da madeira foi feita pelo Constante Vazzoler, e quem fez a parte das paredes de tijolo foi um pedreiro que se chamava José Mada lena. Era um moreno forte. Depois, ele foi para Resplendor. A casa nova do Gaetano foi feita também pelo José Madalena.

Data: 11 de junho de 2021

Nerina casou-se com Rosário Zanon com quem teve os filhos Idelberto e Lúcio Marcos, que lhes deram os netos Pablo, Patrique e Jenifer.

Como estão seus pais? Sua mãe, Alira, é um pouquinho mais velha que eu, que já fiz 88 anos em Lembrojaneiro.docasamento

Nerina, carinhosamente conhecida como Fia, é irmã de Maria (Cotinha), casada com Gaetano Nico. Filha de Alberto Neroci e Gema Franchini. Além de Cotinha, os outros Ir mãos de Nerina são Guiê, casado com Eugênia, e Pachota. Iniciei explicando, o objetivo da conversa, ou seja, escrever o livro dos Nico. Nerina tem boa memória, lembra-se bem de muita coisa. Na juventude, conviveu com minha mãe, Alira Nico, e me viu nascendo. En fim, é um acervo vivo.

de sua mãe. Estávamos eu, Pachota, Terezinha Nico, Toninho Nico, Gaetano Nico, Adriano Nico, muita gente. Fomos de caminhão para a igreja de Resplendor. Era um caminhão com aqueles bancos de madeira em cima na carroceria, foi lotado de gente. A festa foi na casa do pai do noivo Antonio Caus, lá perto dos Benicá. Teve um jantar e depois um baile, forró. O Geraldo, meu parente, que nos levou. O baile foi animado até tarde. Lembro que tinha umas Fregonas, parentes do seu pai, que danaram esfregar vela no chão, de brin cadeira, para ficar escorregadio, para ver o pessoal escorregar dançando. Lembro muito bem, estou velha, mas não caduca! O caminhão que levou a turma era do Biné Correa ou Arnaldo Caus. Sei que era grande e coube umas 100 pessoas. Tiraram fotos do casamento na igreja e na comemoração com jantar e baile na casa do Izidoro Caus, pai do noivo.

Nós sempre andávamos muito juntas: eu; sua mãe, Alira; Nica; Terezinha, do Adriano, e Pachota. Nos vestíamos bem para as festas e sempre tirávamos fotos. Tem uma foto que nós estamos sentadas num banco com flores atrás de nós. Essa foto foi no casamento do Guiê com Eugênia. Foi tirada ao lado do casarão do velho Cesare Nico, na parte que fica ao lado do que hoje é a casa da Rosa.

dava um assovio forte, que se escutava longe. Era para chamar o velho Cesare ou os filhos na roça na hora do café ou para corrigir as crianças. Ela tinha também um sino, e quando ela batia era para os filhos que estavam na roça voltarem para almoçar ou tomar café. Por respeito ou medo, ela obedecia a Cotinha. Era assim mesmo, as nonas italianas queriam mandar em tudo.

Certidão de casamento de Regina Nico e Jerônimo Zanon, maio de 1928, Espírito Santo. Acervo da família de Re gina Nico Zanon.

Você, quando nasceu, era franzino, mas logo ficou forte. Depois de você, nasceu a Célia. Ela era gordinha. Lembro que, certa vez, ela estava cheia de brotoejas. O Geraldo chegou lá, no bar de seu pai, Antonio, que falou: ‘o que vou fazer para curar isso?’. O Geraldo disse: ‘passa álcool’. A Célia perdeu o fôlego, quase morreu, mas logo ficou boa, as brotoejas secaram.

A Conquista era quase toda dos Nico. Depois foram chegando mais italianos. Perto, e na parte de cima da estrada, morava o pessoal do Silas Pedro. Eles não tinham água lá em cima e, então, faziam festa de São Pedro e oração para pedir chuva, porque eles tinham que buscar água cá embaixo, perto de onde nós morávamos.

Outra foto que tiramos: eu, Alira, Nica, Terezinha e Pachota, com umas casinhas no fundo, em Itueta Lembrovelha.dasBodas de Ouro do velho Cesare Nico e da velha Rosa Marchesin. Teve um festão muito bonito, com muita gente. Fizeram a celebração religiosa na igreja de Quatituba. Quando o padre fez o novo casamento nas Bodas de Ouro, o velho Cesare já estava caducando, ele fa lava uma porção de coisa engraçada e precisaram pedir para ele ficar quieto. O jantar foi num salão grande com mesas debaixo do casarão dos Nico na Conquista. A lembrancinha foi uma azeitona preta espetada num palito. Nesta época nós estávamos morando ainda em Santa An gélica. Minha mãe foi quem ajudou a cozinhar.

Lembro do Cesarin, filho do Primo Nico com Madalena Costalonga. Ele era atentado, apron tava muito, que Deus o perdoe. Estrepou o pé e pegou tétano. Demoraram muito a dar remédio para ele e, quando levaram para Aimorés, não teve mais jeito. Ele era muito bonito, branco do cabelo preto, olho meio azulado.

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Na propriedade de Primo Nico, no final da Conquista, tiramos uma foto, eu, Alira, Nica, Terezinha, Pachota e outras colegas. Foi tirada com a gente sentada numa tora. Tinha muitas toras espalhadas no pasto, perto da igreja. Naquela época, se fazia muita festa. Primo Nico matou uma cobra grande e encheu ela de palha. Tenho uma foto de sua mãe e Nica montadas num boi com o Luiz Nico ao lado. Nós comprávamos, em Resplendor, roupas quase todas iguais para a festa de Santo Antônio.

Celso, eu moro em São Silvano, Colatina. Vem aqui em casa para a gente bater um papo, recordar e aproveita para almoçar comigo.

Esboço da antiga casa de Antonio Cesare Nico, na Conquista/MG, feita por Jair (Zé Mome) Zanon. Acervo da família de Zé Mome Zanon.

Nona Augusta, esposa de Bortolo Zanon, com bisnetos. Acervo de Laurita e Terezinha Zanon.

Terezinha Nico Zanon, seu futuro es poso, Adelino, e uma amiga. Acervo de Zenilda e Terezinha Nico Zanon.

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Certidão de óbito de Regina Nico. Acervo da família de Regina Nico Zanon.

Regina Nico Zanon em frente à casa do irmão Gaetano Nico na Conquista. Acervo da fa mília de Regina Nico Zanon.

Rosário Zanon com seu acor deom e Aparecida Neroci ao lado. Acervo de Zenilda e Te rezinha Nico Zanon.

Jerônimo (Mome) Zanon, Re gina Nico, Maria Campos Nico e Américo Nico. Acervo da fa mília de Américo Nico e Ma ria (Maricota) Campos Nico.

Aparecida, filha de Eugênia Nico e Guiê Neroci, 1956. Acervo de Leo nilda Nico Miguel.

Gaetano Nico, Gema Franquini e Edinho, filho de Clodomiro Duque Neroci. Acervo de Rosa Gema Nico. À esquerda, Eugênia Nico. Acer vo da família de Vitorio Nico.

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Eugênia e Guiê, 1º de agosto de 1950. Acervo de Leonilda Nico Miguel. Mensagem de Eugênia, escrita atrás da foto. Acervo de Leo nilda Nico Miguel.

Irmãos Guiê, Pachota, um irmão de BH, Cotinha, Geraldo e Fia. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

Regina Nico Zanon, Gisberto Franquini, Gema Franquini e Alberto Neroci. Acervo da família de Regina Nico Zanon.

Jair (Zé Mome) Zanon, Berto Neroci, Regina Nico Zanon, Jerônimo Zanon e Rosario Zanon. Acervo de Zenilda e Terezinha Nico Zanon.

Mensagem atrás da foto de Apareci da filha de Eugênia Nico e Guiê Nero ci. Acervo de Leonilda Nico Miguel.

Regina Nico Zanon e seu esposo, Jerônimo (Mome) Zanon, e os filhos Terezinha, Ro sario, Dalida e Carolina. Acervo da família de Regina Nico Zanon.

Irmãs Eugênia, Dalida, Carolina e Terezinha. Acervo de Carolina Nico Zanon.

Coroação da Rainha da Primavera de Quatituba em frente ao Bar Santo Antônio. A rainha Celia Caus e as princesas Aparecida Neroci, Dolores Bravin e colega. Acervo de Aparecida Neroci Martins.

Aparecida, filha da Eugênia e Guiê. Acervo da família de Vitorio Nico.

Fotos na sala da casa da Eugênia e Guiê, 20 de ou tubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Alira Nico Caus e Pachota. Acervo de Celso Luiz Caus.

Eugênia Nico Neroci. Acer vo da filha Aparecida Nero ci Martins.

Fundos da casa onde moraram Eugênia e Guiê. Detalhe da grade azul que era da varanda da casa de Antonio Cesare Nico. Foto de 20 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Entrevista com Pachota, em 20 de outubro de 2019. Acer vo de Celso Luiz Caus.

Toninho Nico, Eugênia Nico e Neri na Neroci. Acervo da família de Vi torio Nico.

Eugênia Nico e Mário (Guiê) Ne roci. Acervo da filha Aparecida Neroci Martins.

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Zé Mome, sentado, e Gaetano ou Zé Nico, em cima, Qua tituba. Acervo de Zenilda e Terezinha Nico Zanon.

À esquerda, Guiê, Odílio e Mário. Segundo da di reita, Dorvalino, Totó, Américo. Acervo de Antonio Nico e sua neta Edna. Amério Nico e Guiê Neroci. Acervo de Antonio Nico e sua neta Edna.

Túmulo das famílias Neroci e Franquini no cemitério de San ta Luzia, Itueta/MG. Foto de Celso Luiz Caus.

Eugênia, Celso, Aparecida e Pachota. Acervo de Celso Luiz Caus.

Rosa Gema Nico e seu tio Jerônimo Zanon. Acervo de Rosa Gema Nico.

Eugênia Nico e seu esposo, Mário (Guiê) Neroci. Acervo de Rosa Gema Nico.

Marli com a filha Fernanda e os netos João Pedro, Maria Fer nanda e Karine. Acervo da família de Jair (Zé Mome) Zanon.

Corrente de pendu rar a panela da nona Rosa Marchesin na casa da Eugênia, em Conquista, 20 de o ou tubro de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Eugênia Nico Neroci, Aparecida, Alira Nico Caus e Guiê Neroci. Acervo de Celso Luiz Caus.

Geraldo e Pachota Neroci, Nica e Rosa Nico, Angelina Bastianelli Nico em Conquista, Quatituba/ MG. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Casamento de Terezinha Nico Zanon e Adelino Zane. Acervo de Zenilda e Terezinha Nico Zanon.

Jair (Zé Mome), 20 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Em pé, Rosário; seu pai, Jerôni mo; Dalida, e Terezinha. Acervo da família de Regina Nico Zanon.

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Casa de Jerônimo Zanon, em Boa Esperança, Espírito Santo. Acervo da família de Regina Nico Zanon.

Américo Nico, Maria (Maricota) Campos Nico, Eugê nia, Pachota e Guiê. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Nerina Neroci, Rosário Zanon e seu filho Idalberto. Acervo da família de Regina Nico Zanon.

Adelino Zane e sua espo sa, Terezinha, filha Regina Nico. Acervo de Laurita, filha de Terezinha.

Tulha da casa onde moraram Regina Nico e Jerônimo Zanon, 20 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casamento de Aparecida Neroci e Amilton Martins, na igreja de Quatituba, em 1970. Acervo da família de Aparecida e Amil ton Martins.

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» Amério, casado com Juvelina Campos Dall’Orto;

Antonio Nico faleceu em Vitória/ES, no dia 10 de junho de 1993, às 18h50, em sua resi dência, no bairro Maruípe. O óbito foi firmado pelo médico Paulo Mendes Peçanha, dan do como causa de morte infarto agudo do miocárdio, aterosclerose. Foi sepultado no dia seguinte, 11 de junho de 1993, no cemitério de São Mateus/ES.

Eugênia, Cotinha, Gema, Pachota e Aparecida. Acervo da família de Aparecida Neroci Martins.

Antonio Nico casou-se, no dia 10 de maio de 1924, com Angela Andreon, no distrito da Estação de Castelo (hoje Castelo), na época pertencente ao município de Cachoeiro de Ita pemirim, Espírito Santo. Os dois residiam na região da Fazenda do Centro, distrito de Cas telo/ES. Antonio morava no local chamado Córrego da Telha, e Angela, em Monte Alverne. Ela era filha de Luiz Andreon e Regina Campolongo. Foram testemunhas do casamento Angelino Scarpi e Amelio Scarpi.

» Mafalda (Nega), casada com Zeferino Rigo;

Antonio Nico era o quinto filho dos italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Nas ceu em casa, na seção Guiomar, distrito de São João, município de Alfredo Chaves, estado do Espírito Santo, em 1º de janeiro de 1901, às três horas da madrugada. Foram testemunhas Julio Cyprian e Antonio Teixeira Viana.

Local do antigo açude, na Conquista, atrás da casa da Eugênia Nico, 20 de ou tubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

» Joaquim, que faleceu com aproximadamente nove anos de idade em Santa Angélica;

» Maria do Carmo (Lurdes), a caçula, que mora em Caratinga e é casada com Julio Henrique Corneau.

Foi batizado na capela de Santa Bárbara, distrito de São João, município de Alfredo Chaves, no dia 9 de fevereiro de 1901. Foram padrinhos Antonio Costalunga e Anna Nicoli. O padre foi Frei Manoel Simmon, de São José.

» Odílio (Jiló), casado com Tereza Calegari;

Angelina Andreon nasceu em 15 de setembro de 1905. Faleceu em 10 de setembro de 1978 e foi sepultada cemitério de São Mateus/ES.

3.5 ANTONIO NICO

Casa onde moraram Regina Nico e Jerônimo Zanon, 20 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Antonio e Angela, carinhosamente chamada de Angelina, tiveram seis filhos:

Padre Romário e Terezinha visitando a igreja de Nossa Senhora da Saúde, de Re frigério, Boa Esperança, ES. Acervo Zenilda e Terezinha Nico Zanon Zane.

Máquina de costura de Regi na Nico, 20 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Comemoração do matrimônio de Eugênia e Guiê. Acervo da família de Aparecida Neroci Martins.

Interessante registrar que Antonio Costalunga e Anna Nicoli, padrinhos de Antonio Nico, eram os pais de Madalena Costalonga, primeira esposa de Primo Nico, irmão de Antonio.

» Américo (Dinho), casado com Maria Campos Dall’Orto;

Odílio Nico, natural de Quatis, distrito de Resplendor, nasceu em 30 de março de 1930. Foi sepultado cemitério de São Mateus/ES.

Nós morávamos perto. Tinha o Rio Tuete, nós morávamos de um lado e seu avô, do outro. Perto dos Benicá. Ainda morava perto a Ida Caus, casada com Constante Vazzoler. Eles fala vam em italiano, e a gente ensinou a falarem português.

Maricota disse também que se lembrava do meu tio Arnaldo Caus.

De Quatituba, meu sogro mudou para Colatina. Eu não sei se eu e Américo fomos na fren te. Saímos de Santa Angélica e fomos morar junto com a Nega, filha do Antonio, e seu esposo, Zeferino Rigo. Não lembro o que meu sogro foi fazer lá em Colatina, não me lembro.

Em Minas, Antonio morava em uma propriedade vizinha a de seus irmãos Adriano e Luiz. Na subida que vai para Santa Angélica, perto de Quatituba, município de Itueta/ MG, moravam Adriano e Luiz, enquanto Antonio morava na virada para Santa Angé lica. Ali nasceram todos os seus filhos, exceto Mafalda (Nega) e Américo, nascidos no Espírito Santo.

Em São Mateus, eu e Américo morávamos naquela casa onde hoje mora a Tereza.

Joaquim Nico, natural de Quatis, distrito de Resplendor, nasceu em 22 de dezembro de 1934. Faleceu ainda criança, com idade entre nove e 10 anos.

Depois, os filhos compraram caminhão. Compraram terras na Bahia, que tinha muita madei ra. Então, puxavam madeira da Bahia para São Mateus. Numa dessas viagens, o Odílio, esposo da Tereza Calegari, quando chegou em São Mateus, foi soltar as correntes. As toras rolaram de cima e uma delas pegou o Odílio, e ele faleceu.

Lembro bem. Ele queria namorar comigo, mas me enrolava e ia namorar a Mariquinha. Como ele morava perto, na casa de seu avô, eu via quando ele saía a cavalo, rodava pelos Be nicá e girava para subir e ir lá na Mariquinha.

3.5.1 Entrevista com Maria Campos, esposa de Américo Nico

Pedi que ela falasse sobre seu sogro, Antonio.

Perguntei se ela se lembrava do sogro, Antonio Nico.

Nossa, ele e minha sogra me amavam. O dia que meu sogro falou que era para a gente sair de casa e ir tomar conta do sítio, minha sogra chorou e disse: ‘agora que você está me ajudando, o Antonio manda vocês embora para o sítio?’.

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Quando eu casei, meu sogro morava em Quatituba. A filha Mafalda (Nega) morava em Baixo Guandu, casada com Zeferino Rigo. Ela estava de resguardo da primeira filha, a Maria Helena, então, ela não pôde ir no meu casamento. Meu sogro tinha uma venda em Quatituba, e quem tomava conta era meu marido, que chamavam de Dinho. O Jorge Nico também tinha uma venda do lado. Eles moravam perto. No meu casamento, eu me arrumei dentro da casa da tia Tereza, e a janta também foi dentro da casa dela. Jorge Nico e Tereza moravam em Quati tuba, perto do meu sogro, do mesmo lado da rua, perto do Sampaio.

Depois de Colatina, foram para São Domingos. Montaram uma serraria. Dali, mudamos para São Gabriel e montamos uma serraria grande.

Eu sei que ela morava para o lado de Santa Angélica. Subia aquela serra, descia a mata, lá embaixo. Foi onde depois nós fomos morar também. Luiz Nico, seu avô, morava do lado direito, subindo a serra. O Adriano Nico morava mais embaixo, antes de seu avô. Tio Angelin Cremasco morava mais para baixo do meu sogro, Antonio.

Maria do Carmo (Lurdes), a caçula, é natural de Quatis, distrito de Resplendor/MG. Em cartório seu nascimento foi registrado como 5 de outubro de 1941.

Maria Campos carinhosamente é conhecida por Maricota.

Sou filha de Orestes Campos e Ana Cremasco. Meus irmãos são Zeferino, Pedro, Édson e Silvério. Das mulheres, eu sou a mais velha e tenho apelido de Maricota. As outras são Adelir, Carme lita, Zulmira, Alverina e Zélia. O Édson era casado com Teresa Baldon.

Mafalda, a primeira filha de Antonio e Angelina, nasceu em Claros Dias, distrito de Jaciguá, município de Vargem Alta, Espírito Santo, em 7 de dezembro de 1924. Reside em NovaAméricoVenécia/ES.Nico nasceu no Espírito Santo, em 15 de agosto de 1926. Faleceu em 3 de maio de 2005 e foi sepultado cemitério de São Mateus/ES.

Amério Nico, natural de Quatis, distrito de Resplendor/MG, nasceu em 17 de feverei ro de 1928. Faleceu em 25 de fevereiro de 1980 e foi sepultado cemitério de São Mateus/ES.

A igreja que a gente frequentava era a de Santa Luzia, mas íamos também no Bananal, na igreja de Santa Bárbara. Eu fui criada no Bananal e lá fazíamos coroação, fazíamos de tudo na igreja, a história é grande.

Penha Nico, Maria (Maricota) Campos Nico e Celso Luiz Caus, 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Maricota havia dito que conheceu meu avô Izidoro Caus e minha avó Judith De Nadai.

Data: 18 de fevereiro de 2019 Local: casa de Maria Campos Nico, Praia de Guriri, município de São Presentes:Mateus/ESCelsoLuiz Caus, Maria Campos e Penha Nico

Lembrei que em São Domingos tinha uma família dos filhos do Constante Vazzoler, casado com Ida Cauz.

Odílio Nico, Maria Campos Nico, Angelina Andreão Nico, Antonio Nico e motorista. Acervo da fa mília de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Quando a gente casou, naquele tempo não tinha a safadeza que os namorados têm hoje, não. A gente não podia nem pegar na mão um do outro. O dia que a gente casou, saímos, eu e o Américo, a pé da casa de tio Jorge e tia Teresa, em Quatituba, para a igreja. Não tinha carro, não. Eu e ele na frente, e o pessoal atrás. Escutei alguém cochichar atrás para a gente se dar as mãos. Solicitei a Maricota que me falasse da linha de ônibus Irmãos Nico.

Américo, filho de Antonio Nico. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Ma ricota) Campos Nico.

Perguntei a Maricota de qual Rigo o Zeferino, esposo da Nega, era filho.

Casamento de Eugênia Nico e Guiê. Américo foi padrinho de Eugênia. Acer vo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Casa de Antonio Nico em Santa Angélica/ MG, onde moravam seu filho Américo e Ma ria (Maricota) Campos Nico. Acervo da fa mília de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Irmãos Américo e Amério Nico. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Tinha. Nós que vendemos a serraria para eles. Em São Gabriel, nós vendemos a nossa ser raria para os gaúchos.

Mome Zanon, Regina Nico, Ma ria Campos Nico e Américo Nico. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Meus filhos são Teresa, José Antônio, Ana Maria e Fátima. Também o Orlando, nosso filho de criação, que adotamos quando morávamos em São Gabriel da Palha. Nós moramos também no Sabiá, perto de São Gabriel da Palha. Colhemos muito café lá.

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Do Luiz Rigo. O outro era o Adolfo, casado com tia Rosalina, irmã de meu pai. A tia Ítala, irmã dela, era casada com Leonardo Bonicenha.

Jorge Nico, Maria Campos Dall’Orto, Américo Nico e o motorista de Jorge Nico. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Nós íamos num ponto, que a gente tem em frente ao mercado de São Mateus, resolver um negócio. O ponto ainda é meu. Chegando lá, um rapaz de nosso escritório me falou assim: ‘não tenho notícia boa, não. Uma tora machucou o Odílio e ele está no hospital de São Mateus’. Quando o ônibus vinha retornando, eu fiz sinal para o motorista Lorenzo e falei: ‘me leva para o hospital agora’. A Viação Irmãos Nico era nossa. Quando eu estava indo, o Américo vinha voltando de carro. Parei o ônibus e fomos com o Américo. Quando chegamos no hospital, o Odí lio já estava morto. Voltamos e passamos na casa de meu sogro, que morava perto da praça de São Mateus. Falei com eles que as coisas não estavam bem, não. Na verdade, ele já estava morto. Quando meu sogro queria saber de alguma coisa em particular, ele conversava comigo. Me tratavam muito bem. Não posso falar de sogro e sogra de jeito nenhum.

Maricota nos mostrou as fotos de seu acervo, todas muito importantes para o livro da família Nico. Agradeci pela receptividade e informações importantíssimas.

A linha de ônibus foi assim... O falecido Amério, casado com Jovelina, filha do tio Silvino Campo Dell’Orto, morava na praça de São Mateus. Ele foi ficando doente. O Odílio já tinha falecido. A linha fazia São Mateus para Guriri, Boa Esperança, Nova Venécia, Aroeira e para o lado do Flecha. Era a Viação Irmãos Nico. No início, meus filhos eram os cobradores. Lava vam ônibus até meia-noite e eu ficava na janela vigiando com medo do pessoal roubar. Depois, vendemos para a São Gabriel. O Amério, a Jovelina e meus sogros se mudaram para Vitória. Depois, minha sogra faleceu.

Tio Vitorio era casado com tia Virginia Malacarne. Tia Virginia tinha um pedaço de terra no Sabiá e tio Vitorio foi tomar conta. Eu conheci tio Vitorio e tia Virginia lá no Sabiá. Elena nasceu lá. Ela tem um corte perto do olho, uma mordida de cachorro, que foi pertinho da igreja ali nos Malacarne. Ele tinha muitas meninas. O último filho nasceu morto, era um menino. Ele vendeu a venda e foi para Colatina, onde montou a recauchutadora. Depois, eu fui morar perto dele em Colatina. Acho que o Julio Nico foi para o Sabiá depois que tio Vitorio já tinha se mudado de lá paraMeuColatina.paiveio de Vargem Alta, que pertencia a Cachoeiro de Itapemirim. Eu tinha 10 anos de idade quando meu pai se mudou para o Sabiá; meu outro irmão, 11 anos, e a mais velha, 12. Éra mos oito. Mudamos mais ou menos em 1943, porque eu tinha 10 anos e nasci em 1933.

Casa onde era o comércio de Antônio Nico em Quati tuba/MG. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Em São Domingos. Eu morava no Sabiá também. Antonio Nico e os filhos compraram um ter reno para baixo do nosso. Eu já conhecia o Odílio desde que ele veio de Minas para trabalhar com tio Vitorio Nico Tio Vitorio construía casas e tinha uma venda no Sabiá, onde fazíamos compras.

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Quando mudamos para o Sabiá, em 1943, o tio Vitorio já estava lá, pois, quando chegamos de mudança, tia Virginia deu um casal de frango para mamãe começar a criação de galinha. Tinha muitos Malacarne no Sabiá.

3.5.2 Entrevista com Tereza Calegari Nico, esposa de Odílio (Jiló) Nico

Ana Maria, Rita, José Antonio, Te rezinha e Orlando. Embaixo: Américo Nico e Maria (Mari cota) Campos Nico. Acervo da família de Américo Nico e Maria Campos(Maricota)Nico.

Curral de Antonio Nico em Santa Angélica (Retiro). Acervo da família de Américo Nico e Maria (Marico ta) Campos Nico.

Américo Nico, Maria (Maricota) Campos Nico, Eugenia, Pachota e Guiê. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Local: casa de Tereza Calegari Nico, São Presentes:Mateus/ESCelsoLuiz

Maria (Maricota) Cam pos Nico. Acervo de Celso Luiz Caus

Celso Luiz Caus e Tereza Calegari Nico, es posa de Odílio Nico, 18 de fevereiro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Iniciei a entrevista e, imediatamente, Tereza se apresentou como esposa do Odílio, também conhe cido por Jiló. Foi uma comemoração pela descoberta e risos de felicidade, pois minha mãe, Alira Nico, sempre falava de Jiló, seu primo e colega quando eram jovens e vizinhos de propriedade nas proximi dades de Santa Angélica. Tereza disse que namorou Odílio e, até dias antes do casamento, ela o chamava de Jiló. A partir do dia do casamento fez questão de chamá-lo de Odílio.

Perguntei a ela como conheceu Odílio e onde se casaram.

Caus, Penha Nico, Tereza Calegari Nico e sua filha Andreia

Data: 18 de fevereiro de 2019

Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico: Afonso Cremasco, Rosi nha Cremasco, Ana Cremasco e Angélica, esposa de Afonso Cremasco.

dois anos, tio Antonio e os filhos montaram uma serraria em São Domingos e mudaram todos para lá. A senhora casou com Odílio quando os dois estavam em São Domingos.

Tivemos sete filhos: Ana Lúcia (a mais velha), Ângela Maria, Adeângela Regina (falecida), Antônio Carlos, Ângelo Giovani, Alessandra Rosa e Andreia. A mais nova é Andreia. Ela tinha três anos e sete meses quando Odílio faleceu. O nome da Alessandra Rosa, o Odílio quis colocar em homenagem a nona Rosa Nico.

Em São Mateus, montamos (Antonio e filhos) a linha de ônibus Irmãos Nico. Era sempre junto: meu sogro, Américo, Amério e Odílio. Depois, compraram uma linha de ônibus circular, dentro da cidade de Teixeira de Freitas. O Odílio faleceu na época da troca de uma fazenda que tínhamos (Antonio e filhos), comprado na Bahia, por essa linha de ônibus. A linha de ônibus se chamava Faixa Preta e, depois, quando os Nico compraram, mudou para Santa Isabel. Era de um senhor de nome Porfírio.

Meu sogro, Antonio Nico, comprou um pedaço de terra do Tonico Taqueti. Ainda não tinham serraria, só mexiam com terras. A casa deles era pertinho da ponte. Não os conhecia ainda, só conhecia o Odílio, porque já estava lá trabalhando com o tio Vitorio. Ficaram ali uns dois anos e depois montaram a serraria em São Domingos e começaram a puxar madeira. Conhecia e con versava com o Odílio, mas só comecei a namorar mesmo com ele quando ele já estava morando com os pais em São Domingos. Fizeram uma casa em São Domingos, pertinho da serraria. Fez casa pra todo mundo, até para os empregados. Casei e fui morar em São Domingos. Eu ganhei minha filha Ana Lúcia em São Domingos.

Américo, depois, vendeu a linha de ônibus de Teixeira de Freitas para Luiz Antonio, filho da Nega e neto de meu sogro Antonio. Odílio puxava madeira para São Gabriel, Linhares, várias serrarias. Em São Mateus, nunca montamos serraria.

Antonio Nico, sua esposa, Angelina, e os filhos Américo, Amério e Odílio estão sepulta dos no cemitério de São Mateus.

Meu sogro, Antonio Nico, veio de Minas para o Sabiá, hoje pertencente a São Gabriel, de pois se mudou para São Domingos e, em seguida, para São Gabriel da Palha e São Mateus. Eu e Odílio fomos para Colatina, porque compraram a linha de ônibus de Colatina para Vila Valério. Compramos, em Colatina, a casa do finado Zeferino Rigo, casado com a Nega. Ficamos lá perto do tio Vitorio uns quatro anos. Sorte que tinha o pessoal do tio Vitorio para conversar, porque eu sentia muita saudade de minhas cunhadas. Nossos filhos e os deles foram criados juntos. Aí mudamos para São Gabriel para ficarmos todos juntos. Sempre, meu sogro e os três filhos tra balharamVenderamjuntos.aserraria em São Domingos. Em São Gabriel, além da linha de ônibus, monta ram (Antonio e filhos) uma serraria e trouxeram alguns empregados de São Domingos. A ser raria era uma das maiores do Espírito Santo, com serra fita grande. A de São Domingos era a pica-pau, que serrava na horizontal. A de São Gabriel depois venderam para Miro Escarpate e resolveram vir embora para São Mateus. Quando eu e Odílio fomos para Colatina, já tinham comprado a linha de ônibus de São Domingos para Vila Valério e ainda tinha a serraria. Foi a primeira linha de ônibus que compramos. Vendemos (Antonio e filhos) a linha de ônibus para um tal Maninho.

Depois de quatro anos em Colatina, Tereza e Odílio vão também para São Gabriel. De São Gabriel, venderam a serraria e a linha de ônibus e mudaram para São Mateus. Em São Mateus, adquiriram uma linha de ônibus e colocaram o nome de Irmãos Nico, fazendo, inicialmente, o trecho entre Guriri e São Mateus.

Na sequência, trocaram a fazenda da Bahia por uma linha de ônibus circular em Tei xeira de Freitas. Foi na época que faleceu Odílio. A linha de ônibus de Teixeira de Freitas foi vendida, assim como a de São Mateus.

Odílio era três anos mais velho que eu. Ele era de 1930. Quando novo, ele tinha o ros to pintadinho, por isso o apelido Jiló. Quando eu casei, fui passear na casa do tio Gaetano. Fiquei lá dois dias. A segunda vez, eu já tinha uma renca de filhos.

Em seguida, Antonio e os filhos casados, morando em São Domingos, além da serraria, compraram uma linha de ônibus de Vila Valério a Colatina. Tereza e Odílio mudaram para Colatina, perto do tio Vitorio, enquanto tio Antonio e os outros filhos mudaram para São Gabriel. Venderam a serraria, montaram outra, mais moderna, em São Gabriel e compram uma serraria na Bahia.

Agradeci Tereza e sua filha pela recepti vidade e por ter me contado parte da história de Odílio Nico e sua família.

Antonio Nico e sua esposa, Angelina. Acervo de Tereza Calegari Nico.

Os quatro anos que moramos em Colatina, sem os meus sogros e os filhos deles, foram muito difíceis para mim. Ainda bem que morávamos perto da recauchutadora do tio Vitorio, porque a gente ia muito bater papo e conversar com tia Virginia. As famílias de meu sogro e dos filhos sempre foram muito unidas. Nossos filhos foram criados juntos.

Resumindo: Tereza conheceu Odílio no Sabiá. Ele trabalhava com tio Vitorio, que tinha uma venda e uma propriedade lá. Depois que tio Vitorio foi para Colatina, o tio Antonio, pai do Odílio, veio de Minas e comprou um pedaço de terra no Sabiá. Passados mais ou menos

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Em fevereiro de 2019, continuam morando em São Mateus Tereza e Maricota, esposa do falecido Américo. A família de Amério mora em Vitória.

Certidão de nascimento de Odílio Nico. Acervo da família de Tereza e Odílio Nico.

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Odílio, Maria Campos Nico, Angelina, Antonio e Leante (motorista). Acervo de Tereza Calegari Nico.

Odílio Nico, cemitério de São Mateus/ES. Foto de Cel so Luiz Caus.

Antonio Nico, sua esposa, Angelina, e filho Américo Nico, cemitério de São Mateus/ES. Foto de Celso Luiz Caus.

Odílio Nico, 13 de junho de 1950. Acervo de Leonilda Nico Miguel. Verso da foto de Odílio Nico, 13 de junho de 1950. Acervo de Leonilda Nico Miguel.

Odílio Nico e Tereza Calegari. Acervo de Edna Nico, neta An tonio Nico. Odílio, filho de Antonio Nico. Acervo de Tereza Calegari Nico.

Tio Odílio, o Jiló, faleceu na Cacique. Ele também transportava madeiras de uma propriedade que tinham na Bahia. Produziam madeira para a Cacique, onde faziam compensados. Cacique era em São Mateus. Ele morreu na Cobraice, em Braço do Rio. Ele puxava madeira de Itamaraju, na Bahia, de uma propriedade que tinham lá. Quando ele chegou na Cobraice, em Braço do Rio, chegou cedo e ainda não tinham aberto o trabalho. Ficou conversando com o vigia, que abriu o portão. O ajudante dele foi lá desamarrar a carga. O tio Odílio foi no carro, do lado do carona pegar o romaneio, a guia de controle da carga. Bateu a porta, a tora desceu e pegou ele embaixo.

Eu nasci em São Silvano. Maria Helena, a mais velha, nasceu em Baixo Guandu. Luiz Carlos nasceu também em São Silvano. Eu nasci em 1952, e papai deve ter mudado por volta de 1950.

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Lembro que tio Primo morava em São Sebastião da Lagoa. Tinha uma igrejinha no terreno dele. Fazia festa, o padre almoçava na casa dele. Ele morava embaixo, e a igrejinha era mais em cima.

3.5.3 Entrevista com Mafalda (Nega)

Nico Rigo, esposa de Zeferino Rigo

Data: 15 de março de 2019

Vovô Antonio, de Quatituba foi para São Domingos/ES. Dali, foi para São Gabriel da Palha. De São Gabriel foi para São Mateus e~, finalmente, para Vitória, onde faleceu na casa do Amério. A nona, Angelina, também faleceu em Vitória, na casa do filho Amério. O Toninho, filho do tio Primo, foi para o Sabiá.

Em Minas, nós moramos perto do tio Luiz e do tio Adriano, onde tínhamos a propriedade, perto de Santa Angélica. Depois, mudamos para Quatituba, onde tínhamos uma vendinha. De pois, ele mudou para o Espírito Santo.

Falei com Ailton que Mafalda, sua mãe, relatou bem a fase em que o pai dela, Antonio Nico, morou em Santa Angélica e depois em Quatis (Quatituba). Solicitei a Ailton que relembrasse o trajeto do Antonio e também da família de seu pai a partir de Quatituba. Ele disse, então, que sua irmã Maria Helena nasceu em Baixo Guandu, no Espírito Santo.

Em Itamaraju, tinha uma propriedade com mata. Era em Guarani, entre Itamaraju e Prado.

Vendeu a mecânica de São Silvano e mudamos para São Domingos., perto do vovô Antonio.

Presentes: Celso Luiz Caus; Penha Nico; Antônio, filho de Ozília Nico; Mafalda Nico, e seus filhos Luiz Carlos e Ailton

Nasci em 7 de dezembro de1924, município de Vargem Alta, Espírito Santo. Quando fui tirar a certidão, o senhor do cartório de Jaciguá me disse que fui batizada numa igreja bonita de nome São João. Fui registrada em Jaciguá, mas nasci mais para cá, num lugar que era muito pequeno. Dali viemos para Minas. O cara que tomava conta do cartório bebia muito. O pessoal ia dar o nome para registrar e ele colocava o nome do lugar de qualquer jeito. A outra pessoa que entrou disse que teve que consertar muita coisa.

Local: casa de Mafalda, Nova Venécia/ES

Quando eu era pequena e eles iam trabalhar na roça, me levavam e me colocavam dentro de um cesto debaixo de um pé de café. Quando foram me ver, tinha uma cobra em volta. Diziam que tinha uma cobra que enfiava a língua na boca da criança para chupar o leite. Ainda bem que chegaram logo e não aconteceu nada.

Ailton assim contou:

Em São Mateus, trabalhei para eles dirigindo ônibus na Viação Irmãos Nico. Depois, fizemos sociedade com eles na linha de ônibus em Teixeira de Freitas, a Faixa Preta, que era do Porfírio Galão. Eram ônibus velhos. Eles compraram primeiro e depois fizemos a sociedade. Fazia a linha circular dentro de Teixeira e tinha os ramais para os interiores, que iam e voltavam. A base era Teixeira de Freitas. Ia pegar o pessoal do interior para fazer compras, fazer feira, vender o produto e depois levávamos de volta para Juerana e outras comunidades.

Eu nasci no Espírito Santo. Meus irmãos nasceram em Minas. Eu fui para lá pequenina. Meus irmãos eram Américo, Amério e Odílio (Jiló). Eu era a mais velha, e tem minha irmã Maria do Carmo (Lurdes), que é a mais nova e mora em Caratinga. Tinha também o Joaquim, que morreu com mais ou menos 10 anos no nosso terreno em Santa Angélica. Morávamos numa grota que ia e voltava, não tinha saída. Era perto do Retiro. Deu um negócio na garganta do Joaquim. Eles falavam que o nome da doença era crupe. O apelido do Joaquim era Juca. Depois dele, nasceu a Maria do Carmo.

Celso, Ailton, Penha, Mafalda, Luiz e An tonio, Nova Venécia, 15 de março de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Iniciando a conversa, quando eu disse que era filho de Alira Nico, Mafalda logo completou: “Alira, a Nica e a tia Angelina”. Mafalda apanhou o quadro da família Nico e disse o nome de todos, inclusive de João, seu tio que faleceu de acidente na Conquista.

Meu sogro era o Luiz Rigo e minha sogra, Vitória Grobério.

Luiz Antônio disse que depois seus pais se casaram, eles se mudaram para Colatina e montaram uma oficina com torneiro mecânico. Ele tinha uns seis anos.

Nessa fase da conversa, chegou Ailton, outro filho de Mafalda. Nos apresentamos e brinquei dizendo que ali tínhamos quatro representantes de Nico: Mafalda, filha de Antonio Nico; Celso, neto Luiz Nico; Penha, neta de Julio Nico, e Antônio, neto de Primo Nico.

Em São Domingos, vovô Antonio e os filhos tinham a serraria e foi ali que compraram a Caçulinha, linha de ônibus entre Vila Valério e Colatina. Venderam depois para a São Gabriel. Montaram a linha de ônibus em São Mateus e Bahia. Em São Mateus, era a Viação Irmãos Nico. Na Bahia, em Teixeira de Freitas, foi a Santa Isabel, e fomos sócios deles.

Nesse momento, passamos a tirar fotos, pelo celular, das fotos e das certidões de nas cimento e casamento da Mafalda. Na certidão de nascimento, consta local de nascimento, Claros Dias, distrito de Jaciguá, Vargem Alta/ES.

Mafalda disse os nomes dos filhos: Maria Helena (a mais velha), Luiz Antônio (que está na Bolívia), Ailton Roberto, Luiz Carlos e Carlos Vinícius (o mais novo que está no Peru).

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Certidão de nasci mento de Mafalda Nico. Acervo da fa mília de Mafalda Nico Rigo.

Em Claros Dias, morava Olimpia Nico, esposa de Angelo Bastianello, tia de Antonio Nico, irmã de Antonio Cesare Nico.

Papai comprou um caminhão Alfa Romeu e depois uma Mercedes. Na segunda viagem, ele faleceu. Foi em 1960, ele tinha apenas 36 anos de idade. Um acidente na Serra, perto de Vitória. Fez a primeira viagem para o Paraná, para trazer uma serra fita para os Nico montarem serraria em São Gabriel. A segunda viagem, já com madeira serrada, ele estava indo para Campos. Na Serra, bateu num caminhão Super Lite carregado de verdura. Ele tinha os faróis muito juntos. Segundo o carona, que só machucou um dedinho, meu pai achou que o caminhão não baixava o farol, e, na visão dele, achava que era um jipe. Quis dar um susto no cara, porque não abaixava o farol. Acabou batendo no caminhão e morreu.

Depois dessa bela história contada pelo Ailton, retornei a perguntar o passado da Mafal da, no Espirito Santo. Lembrei que a família Andreão, da Angelina, mãe de Mafalda, era da comunidade de Monte Alverne, situada no Vale do Caxixe, muito perto dos Nico no Córrego da Telha, município de Castelo. Perguntei se ela se lembrava onde havia nascido.

Era uma casa grande. Tinha uma escada que subia para a varanda. Embaixo fazia festa. Conheço nessa foto Eugênia, Guiê, Luiz Nico, Antonio Nico, Gaetano Nico, Alira, Toninho, Américo, Odílio, Carolina Nico, Pachota e Maricota.

que ela pendurava a panela grande para fazer polenta. Co locava uns calços de ferro no lado para a panela não se me xer. Tinha que fazer bastante polenta, era muita gente.

Ailton disse:

Tem as certidões de nascimento e casamento dela. Vamos pegar e ver. Mamãe, pouco tempo atrás, teve um problema na carteira de identidade e, para corrigir, teve que ir, com Luiz Carlos, em Jaciguá pegar as certidões de nascimento e casamento. Eu saí com 23 anos para o Pará e Bo lívia, agora tem poucos anos que voltei.

Perguntei a Mafalda se ela lembrava dos nonos.

Depois de São Domingos, fomos para São Gabriel e São Mateus, sempre acompanhando os Nico, do lado do vovô Antonio Nico. De São Mateus, fomos para a Bahia, em Teixeira de Freitas. Os Nico ficaram em São Mateus. De Teixeira, resolvemos distanciar e fomos para o Pará, região de Jacundá, mexer com madeira e pecuária. Luiz Antonio chamou o Luiz Carlos para a Bolívia, para mexer com serraria. Luiz Antonio está na Bolívia. Em 1998, retornei para São Mateus. Fo mos para o Pará em 1979, na primeira caravana. Me casei em 1981 e mudei para lá. Foi quando vendemos a linha de ônibus em Teixeira, para a Expresso São Jorge, Águia Branca. Deixei a ma mãe morando com vovô Antonio, no mesmo prédio, em Maruípe. Tio Amério embaixo, ela no meio e outra sobrinha em cima.

Tem sentido ela se lem brar da nona Rosa. Mafalda nasceu em 1924, o nono mor reu em 1944 e a nona, em 1954.

Finalizando a conversa, fiz meus agradecimentos e fomos convidados a tomar aquele café delicioso com bolo que os italianos tão bem sabem fazer. Mafalda mandou um grande abraço para minha mãe, Alira Nico, a Nica, e meu pai,NaAntônio.saída, tiramos fotos na frente da casa de Mafalda.

Lembro. A nona Rosa era gorda. Usava uma saia longa com aquele avental grande. Usava um brincão grande pendurado. Ela e o nono conversavam em italiano. Tinha um ferro comprido

Penha, olhando a foto da frente do casarão do nono Cesare, na Conquista, per guntou a Mafalda se ela se lembrava como ele era e se ela conhecia alguma das pes soas da foto, tirada no casa mento de Eugênia.

Antonio Nico. Acer vo de Mafalda, filha de Antonio Nico.

Zeferino Rigo. Acervo da família de Mafalda Nico Rigo.

Antonio Nico, esposa e filhos. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

Irmãos Jorge Nico, à direita, e Antonio Nico, ao centro. Acervo de Mafalda Nico Rigo.

Terezinha, à esquerda; Jorge Nico, ao centro, e Ma falda (Nega), à direita. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

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Certidão original de casamento de Mafalda Nico e Zeferino Rigo. Acervo da família de Mafalda Nico Rigo.

Euzene, Antonio Nico e Ailton. Acervo da família de Mafalda Nico Rigo.

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Celso e Mafalda, filha de Antonio Nico, Nova Vené cia, 15 de março de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Edna Nico e Celso Luiz Caus. Acervo de Celso Luiz Caus.

Eu nasci em São Gabriel da Palha, em 1967. Meus irmãos Paulo e Gorete, nasceram em São Domingos/ES. Ele tem 60 anos e ela, 56. Depois, meus pais se mudaram para São Gabriel, onde eu nasci. Não sei por qual motivo, minha mãe teve minha irmã mais nova com doutor Manoel, em Resplendor, Minas Gerais. Talvez porque a minha avó morava lá.

Presentes: Celso Luiz Caus, Penha Nico e Edna Nico

Sou filha de Amério Nico e Juvelina Campos Nico. Minha mãe é da família Campos Dall’Orto, lá de Bananal, Santa Rita, Minas Gerais. Meus pais são falecidos. Papai morreu há mais de 38 anos e minha mãe, há oito anos. Somos quatro irmãos, um homem e três mulheres. Paulo Roberto Nico (o mais velho); Gorete da Penha Nico; eu, Edna Aparecida Nico, e Marinete de Fátima Nico, a mais nova.

3.5.4 Entrevista com Edna Nico, filha de Amério Nico

Meu avô Antonio sempre morou conosco. Minha nona Angelina era toda extrovertida, ale gre, cantava, sempre produzida. Não usava roupa cinza, bege, sempre roupa colorida.

Data: 28 de fevereiro de 2019

Minha mãe era filha de Silvino Campos Dall’Orto e Tereza Grobério. Quando meus pais se casaram, em Bananal, não sei onde foram morar, mas depois meus avós paternos, Antonio Nico e Angelina Andreão, e meus pais moraram juntos. Meus avós se casaram em Castelo em 1924.

Em São Gabriel da Palha, lembro que morávamos juntos num mesmo prédio, não sei se de dois ou três andares. Tio Américo morava de um lado e papai do outro. Tio Odílio morava numa casa. Lá, o nono Antonio e a nona Angelina já moravam com a gente, e ficaram conosco até fa lecerem, aqui em Vitória.

Local: casa de Edna Nico, Vitória/ES

Em São Mateus, os irmãos se reuniram e formaram a empresa de ônibus Viação Irmãos Nico.

Mafalda e Antonio Nico. Acervo de Edna Nico.

Penha, Mafalda (Nega), Celso, Ailton e Antonio, Nova Venécia, 15 de março de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Em São Gabriel, tínhamos uma serraria. Lá, tinha meu pai, tio Américo, tio Odílio e Tia Nega com o marido. Eu tenho uma imagem num caminhão de mudança. Eu, muito pequena, em cima do caminhão, e nós nos mudando para São Mateus.

Luiz Antonio, Ailton Roberto, Luiz Carlos, Carlos Vi nicius, Maria Helena e Mafalda. Acervo da família de Mafalda Nico Rigo.

Fiz a tradicional explanação sobre o objetivo da visita. A entre vista foi realizada no escritório de Edna e seu esposo, onde também conheci o acervo de fotos. Comecei perguntando como era o nome completo de seus pais e filiação.

Mafalda (Nega), filha de Antonio Nico, e Angelina An dreão Nico, Nova Venécia, 15 de março de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Ainda em São Mateus, meu pai, Amério, começou a adoecer. Começou a ter esclerose múl tipla, enfraquecimento, limitações de andar. Tentamos levar em vários médicos do Brasil. Não tinha como cuidar, vendemos a empresa. Mas ficou o ramo de Teixeira de Freitas, onde tia Ma falda, a Nega, foi para lá com os filhos para ajudar a tomar conta.

Viemos para cá minha mãe, os quatro filhos, meus avós e meu pai doente. Primeiro, mora mos num apartamento de apenas dois quartos em Jardim da Penha. Depois, fomos morar na Avenida Marechal Campos, numa casa perto do prédio onde morava Toninho Nico Sobrinho. Minha avó morreu de infarto nessa casa. Meu pai estava doente, então, quis comprar um terre no na pracinha perto da igreja católica, aqui perto de onde estamos conversando. Alugou uma casinha ao lado do lote e começou a construir o prédio. Quis morar perto para acompanhar a construção. Um pedreiro, irmão de Tereza, veio de São Mateus para construir o prédio. Da jane la do quarto, mesmo na cadeira de rodas, ele via a construção. Mas ele não aguentou e faleceu, nessa casinha, antes de terminar o prédio.

Certidão de nascimento de Antonio Nico. Acervo de Edna Nico.

Tio Odílio adorava trabalhar com caminhão, com transporte de toras. Acabou se acidentan do e faleceu transportando toras.

Luiz Antonio, filho da tia Mafalda, tinha dois lotes aqui perto. Vovô começou a plantar uma horta e, rotineiramente, ele ia e voltava durante o dia todo. Tinha até uma caminha lá. Tia Ma falda foi para o Pará com os filhos, mas depois voltou, foi morar no prédio, em cima da minha mãe e começou a ajudar vovô na horta. A gente começou a ajudar a cuidar dela. Ela sempre morou perto da gente.

Lembro perfeitamente que tia Amélia, lá de Minas, estava visitando vovô. A gente conversou muito, ele comeu, nós rezamos no quarto. Mamãe falou: ‘vamos deixar o nono dormir agora’. Fomos para a sala e continuamos a conversar. Aí a Lúcia falou: ‘vou embora, vou lá dar um boa noite para seu Antonio’. Quando botou a mão nele, ele já tinha morrido. Fizemos o velório dele e levamos para São Mateus, no túmulo perto da esposa e dos filhos homens.

Além da gentileza de conceder-nos a entrevista, Edna, gentilmente, nos ofereceu um lanche delicioso.

O nono Antonio, mesmo já tendo falecido a esposa e o filho, quis continuar morando conos co. Vovô levantava às quatro da manhã, coava o café e ia na padaria comprar pão. Ele ajudou a criar todos nós. Até quando chegávamos atrasados em casa, ele ficava nos esperando.

Perguntei o que motivou a mudança para Vitória. Meu irmão teve que vir estudar em Vitória. Meu pai queria deixar para nós, como herança, o estudo. Lá em São Mateus, não conseguiria isso. Só que meu pai começou a adoecer. Aí vende ram a empresa e distribuíram as cotas. Meu pai recebeu uma cota maior, referente ao nono e à nona, porque continuava cuidando dos dois. Os nonos faleceram aqui em casa.

Ele tinha cabeça boa. Era esquecimento normal de pessoa de idade. Foi ficando de cama, os órgãos foram parando.

Quando eu e Gorete nos casamos, vovô já estava debilitado.

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Vovô foi ficando de cama, adoeceu. Tiramos ele do quarto dele e colocamos no quarto da minha mãe, que saiu do quarto dela.

Continuamos na casa. Minha mãe morreu em 2010. Teve um problema no coração, e seis anos antes teve um infarto. Em 2009, foi para o hospital, ficou muito tempo, começou a fazer hemodiálise. Em 28 de fevereiro de 2010, ela faleceu.

Batistério de Antonio Nico, filho de An tonio Cesare Nico e soAcervoMarchesin.RosadeCelLuizCaus.

Antonio EdnaAcervoNico.deNico.

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Batistério de Amério Nico. Acervo de Edna Nico.

Antonio Nico. Acervo de Edna Nico.

Certidão de casa mento de Antonio Nico. Acervo de Edna Nico.

Amério, Américo, Odílio, Angelina, Maria do Carmo (Lurdes) no colo, Antonio Nico e Mafalda (Nega). Acervo da família de Antonio Nico.

Casarão do italiano Pietro Campo Dall'Orto, no Bananal. Funeral de Pietro. Acervo de Edna Nico neta Antonio Nico.

Amério Nico e Jovelina Campos Nico. Acervo de Edna Nico.

Frei Pio, frei Jaime, Jorge Nico, Tereza e Luiz Nico. Acervo de Edna Nico. Jovelina Campos Nico. Acervo de Edna Nico.

Licença provisória para dirigir de Amé rio Nico, 1950. Acer vo de Edna Nico.

À esquerda: Guiê, Odílio e Mario. Segundo da direita para a esquerda: Dorvalino, Totó e Amério. Acervo de Edna Nico.

Serraria, em São Domingos, de Antonio Nico. Acervo de Ju lio Nico e sua filha Maria. Amério Nico e Guiê Neroci. Acervo de Edna Nico.

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Amério Nico, Jovelina e os filhos Paulo Ro berto, Edna e Gorete. Acervo de Edna Nico.

Carteira de identidade católica de Amério Nico. Acervo de Edna Nico.

Maria do Carmo (Lurdes) Nico e sua mãe, Angelina. Acervo da família de Alira Nico e An tonio Caus.

TítuloNico.deeleitor

Irmãos Gorete, Paulo, Marinete e Edna Nico. Acervo de Antonio Nico e sua neta Edna.

Maria de Lourdes Nico e Julio. Acervo de Edna Nico.

Gorete, Marinete, Jovelina Campos Nico, Paulo e Edna Nico. Acervo de Edna

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de Antonio Nico. Acervo de Antonio Nico e sua neta Edna.

Jovelina Campos Nico e netos. Acervo de Edna Nico.

Em cima, à esquerda, Américo e filhos, Amério e filhos e Odílio e filho. Embaixo, empregados da serraria. Acer vo de Edna Nico.

A Viação Irmãos Nico Ltda, a princípio, realizava viagens diárias entre o centro e os bairros, estendendo-se estas, mais tarde, a Guriri. Essa empresa operou no município até meados da década de 70, quando a linha foi vendida aos proprietários do Transporte Co letivo São Gabriel Ltda, que detém ainda hoje a concessão das linhas urbanas.

Exemplo disso é o projeto de ressocialização dos detentos do presídio de São Mateus. A  Aymorés Embalagens possui o selo social “Ressocialização pelo Trabalho”. Empresas do Espírito Santo que absorvem a mão de obra de detentos recebem o selo social do Go verno do Estado. Um dos requisitos para o recebimento e manutenção é ter empregado, nos seis meses anteriores, presos condenados. A Aymorés Embalagens possui o selo dos ciclos 2013, 2014 e 2015 e atualmente emprega internos da ala masculina e da ala feminina.

O transporte urbano coletivo teve início em São Mateus em 1966, quando Wlady Ro drigues adquiriu um ônibus Marcopolo, marca Mercedes-Benz, e começou a transportar passageiros do bairro Santa Tereza até o Centro de São Mateus. Nos finais de semana, o ônibus, denominado “Circular”, levava os mateenses até a praia de Guriri.

3.5.5 Registro dos Nico No livro “História, geográfica & economia de São Mateus”

A indústria gráfica Aymorés Embalagens foi criada a 16 de maio de 1976, sob a deno minação de Gráfica Aymorés e, a partir de 2001, completamente modificada pela empre sária Ana Lúcia Nico, passou a fabricar e comercializar embalagens de papel e derivados, transformando-se na maior empresa do Espírito Santo nesse ramo, atendendo a clientes de todos os municípios do Espírito Santo, da região dos Lagos do Rio de Janeiro, parte da Bahia e de Minas Gerais. Ana Lúcia Nico nasceu em São Domingos do Norte, então dis trito de Colatina/ES, a 26 de julho de 1955. É filha de Odílio Nico e Thereza Calegari Nico. Morou em Colatina (1955 a 1960) e São Gabriel da Palha (1960 a 1970) antes de vir para São Mateus com a sua família, em 1970. Em São Mateus, os pais de Ana Lúcia adquiriram uma linha de ônibus que fazia o transporte de São Mateus a Guriri – a Viação Nico –, em sociedade com os irmãos Américo e Amério. Mesmo com a empresa, Odílio nunca aban donou sua profissão de caminhoneiro, transportando madeira pelo país. Foi nesse ofício que morreu em um acidente aos 43 anos. Ana começou a trabalhar com 14 anos de ida de. Por três anos, foi secretária no Hospital e Maternidade São Mateus e, por outros três anos, trabalhou no escritório de contabilidade de José Carlos Almeida. Quando concluiu o segundo grau, como técnica em Contabilidade na Escola Professor João Pinto Bandei ra, foi trabalhar na Viação Nico até a venda da empresa para os tios. Também atuou na Viação Santa Izabel, em Teixeira de Freitas, na Bahia, também de propriedade da família. Quando voltou da Bahia, a jovem Ana se casou com Ulisses Climério Guimarães e passou a trabalhar na Gráfica Aymorés, que era do marido e de Josete Maverdi dos Santos, em 1978. Com a saída de Josete da sociedade, Ana passou a integrar o quadro societário da empresa e em 2001 comprou as ações do marido e passou a administrar a empresa so zinha. Ana é católica e teve três filhos: Eros, Elissa, e Ênio, que foram criados dentro da gráfica. Eros e Elissa compõem a atual diretoria da empresa, que tem 66 funcionários. Vi sando à proteção ao meio ambiente, a empresa só confecciona embalagens com material ecologicamente correto, levando ainda em conta a qualidade, durabilidade e o design que valoriza a marca do cliente.

» Ponte – Mercado Municipal, via Cacique: o dia todo até 22 horas;

» Mercado Municipal – Aroeira: duas vezes por semana e aos sábados;

Em 1970, Wlady vendeu a empresa para os irmãos Américo, Amério e Odílio. Foi ape lidado de “Cata- Níquel”, “Cata Nico” e “Circular”.

Autor: Eliezer Ortolani Nardoto • Ano: 2016 • Página 412: Aymorés Embalagens Ltda

Ainda sobre Aymorés Embalagens Ltda, consultando o site da empresa, verifica mos que, além da qualidade de seus produtos, destacam-se importantes ações na áreas ambiental e social. A empresa informa que:

A empresa ainda noticiou que:

» São Mateus – Guriri: três vezes por dia e finais de semana o dia todo.

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Consciente da responsabilidade ambiental, incorpora valores éticos as suas ativida des, que se materializam em ações para o controle dos impactos ambientais. Utilizamos papel 100% proveniente de florestas replantadas.

Outro meio de transporte urbano utilizado no município é o táxi e o moto-táxi.

A Aymorés Embalagens prioriza a qualidade técnica de seus produtos, o bem-estar de seus colaboradores e a efetiva parceria com seus clientes, fornecedores, prestadores de serviços e demais parceiros. Para tanto, possui políticas e ações voltadas para a comu nidade e meio ambiente.

Na página 319 do livro “História, geográfica & economia de São Mateus”, consta: Transporte Urbano

A Aymorés Embalagens tem o prazer de informar que realizou um antigo sonho, a instalação de um sistema de geração de energia fotovoltaica (mas pode chamar de ener gia solar!) com potência de 100 kWp, na cobertura de nossa fábrica, em São Mateus/ES.

Aymorés Embalagens investe em energia limpa

Conta José Carlos Coradini que, quando adolescente, era trocador do “Circular” e a empresa tinha três linhas:

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Luiz Nico, 1925. Acervo da famí lia de Alira Nico e Antonio Caus.

3.6 LUIZ (LUIGI) FORTUNATO NICO

Verificando a certidão de nascimento, vemos que o nome de registro de Luiz Nico é Luigi Fortunato. Outra obser vação é a data de nascimento: 27 de novembro de 1902. Na época, o oficial de registro es creveu “mil novecentos e doz”, ao invés de “mil, novecentos e dois”. Com isso, fez com que vários documentos registras sem, equivocadamente, “mil, novecentos e dez” como ano de nascimento. Portanto o nas cimento correto é 1902, com patível com o de seus irmãos Antonio, nascido no ano de 1901, e Adriano, no ano de 1904.

Casou-se com Angela Bas tianelli, em Resplendor, Minas Gerais, no dia 14 de fevereiro de 1931. Angela era mais co nhecida como Angelina Bas tianelli. Ela faleceu em Vila Velha, no dia 2 de abril de 1999. O óbito foi firmado por seu neto, o médico Sérgio Lúcio Caus, dando como causa da morte insuficiência cardiorrespiratória e AVC isquêmico. Foi sepultada no cemitério de Santa Luzia, no município de Itueta/ MG, no túmulo de seu esposo, Luiz.

Luiz Nico foi o sexto filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Nasceu em casa, na seção Guiomar, distrito de São João, município de Alfredo Chaves, estado do Espírito Santo, em 27 de novembro de 1902. Foram testemunhas José Bosio e Felice Rigo. Faleceu em Vila Velha, Espírito Santo, no dia 15 de março de 1993. O óbito foi firmado por seu neto, o médico Sérgio Lúcio Caus, dando como causa da morte insuficiência car diorrespiratória. Foi sepultado no cemitério de Santa Luzia, no município de Itueta/MG, onde estão seus pais, esposa, filho e vários irmãos.

O sobrenome correto de Angela é Bastianello. O avô de Angela era o italiano Carlo Bas tianello. Os registros em cartório no Brasil acabaram passando para Bastianelli e Bastiane li. Filha de Angelo Bastianelli e Rosa Arcine, Angela nasceu em 26 de fevereiro de 1911, no subdistrito de Guiomar, da secção Guiomar, do distrito de Rio Novo, comarca de Cachoeiro de Itapemirim, estado do Espírito Santo. Foi registrada por seu pai no cartório de Rodeio. Depois de vários anos, Rodeio passou a chamar-se Princesa e pertencer ao município de Rio Novo do Sul. Os avós paternos de Angela Bastianelli eram Carlo Bastianello e Maria Bastianello, e maternos, Angelo Arcine e Thereza Bosino. Os Bastianello, assim como os Nico, eram da região do Veneto, na Itália.

Certidão de nasci mento de Luiz Nico. Observa-se que Lui gi Fortunato é o nome de registro. Acervo da família de Luiz Nico.

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O italiano Carlo Bastianello, pai de Angelo e bisavô mater no de Alira Nico Caus. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

Família de Angelo Bastianelli e Rosa Arcine: em pé, Ilda, Angelina, Eugênio e Olin to; sentados, Luiz e sua esposa, Maria Nicoli, com Lindaura no colo, José, Rosa Ar cine, Estevão e Angelo Bastianelli. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Depois de casado, Luiz foi morar em sua propriedade, na divisa com os ter renos de seus irmãos Adriano e Anto nio, terras herdadas de seu pai, Antonio Cesare, situadas na subida que vai para Santa Angélica, perto de Quatituba, mu nicípio de Itueta/MG. Ali nasceram to dos os seis filhos: Alira, Deolinda (Nica), Luizinho, José (Zeca), Alcides Domingos (Cid) e Dionizio Cesar (Neném).

Angelina e Luiz Nico com os filhos Alira, Luizinho e Deolinda (Nica), 1934. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Luiz tinha vocação para criar bois. Sempre teve uma boa quan tidade para venda, abate e pro dução de leite e queijos. Mon tava belos cavalos, que serviam para tocar os bois e eram seu meio de transporte.Em1953,a família se mudou para Quatituba, objetivando es tudar os filhos e morar perto da filha Alira, que havia se casada em 1951. Luiz não ficou muito tempo, entretanto. Houve uma discórdia com um morador por causa da construção de um altar da igreja, e ele se mudou novamente com sua família, dessa vez para Resplendor.

A outra propriedade de Luiz Nico foi comprada posteriormente, fruto de seu trabalho com sua esposa e filhos, na divisa com a primeira. Chamava-se Retiro, situada já na des cida da serra, do outro lado, vizinha aos Cremasco, em Santa Angélica. Até hoje, o lugar é conhecido por Retiro.

Sempre muito religioso, Luiz gostava de viajar para eventos religiosos, inclusive para outros estados. Desenvolveu uma boa amizade com um padre muito conhecido na região de

Casa de Luiz Nico na subida para Santa Angélica. Acervo Celso Luiz Caus.

Família de Luiz Nico: José, Deolinda, Angelina, Alcides, Dionizio, Luiz Nico, Alira e Luizinho, 29 de janeiro de 1951. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Antonio Caus mostrando onde era a casa de Luiz Nico, 2015. Acervo de Celso Luiz Caus.

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Localização da casa e propriedade de Luiz Nico, entre Quatituba e Santa Angélica.

Alira Nico e seu esposo, Antonio Caus, visitando, em 1987, escombro da casa de Luiz Nico, na subida para Santa Angélica. Aí nasceram todos filhos de Angelina e Luiz Nico. Foto de Celso Luiz Caus.

Em Resplendor, Luiz montou um bar. Enquanto trabalhava nas propriedades, seus filhos estudavam e, junto com a mãe, cuidavam do bar.

Resplendor, chamado Frei Jaime, de origem espanhola, da região da Catalunha. Frei Jaime fez o casamento de Alira Nico e Antonio Caus.

Vovô Bastianelli teve muito tempo no Espírito Santo morando perto da tia Olimpia, casada com um Bastianello. Ela era Nico, e o marido dela era um Bastianello.

Foram para Minas, compraram terras. A nona Rosa falou que quando ficavam com aque las roupas rasgadas de tanto trabalhar, ela ia na Pernambucanas, em Resplendor, e comprava peça inteira de pano. Chegava em casa e fazia nove camisas iguais de manga comprida, uma para cada um. Papai falava assim: ‘Sacramento Dio, vestimos tudo igual’. Ela fazia de tudo. Ti nha um avental branco, não é Lira? Guardava tudo no bolso. Dava comida para nós e tínhamos que comer lá embaixo no porão da casa, como escravo.

Luiz e seu irmão Antonio fizeram, no ano de 1928, a mudança da família de seu pai, An tonio Cesare, do Espírito Santo para o Córrego da Conquista, na época pertencente ao muni cípio de Resplendor, Minas Gerais.

Numa entrevista em 2015 que fiz na Conquista com Pachota, cunhada de Gaetano Nico, ela me disse: “Ensinei mais de dez moças a costurar. Entre elas, sua mãe, Alira, que ficou aqui em casa mais de um ano. Ensinei fazer calça, camisa, calção, ceroula, vestido e bordar na máquina”.

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3.6.1 Antonio Caus entrevista Deolinda (Nica) e Alira Nico

Papai foi do Espírito Santo para Minas com pouco mais de 22 anos. Nós viemos de cavalo, e a mudança veio em lombos de burro, dizia papai. Ele me falou que lá em Minas a terra era barata. Os senhores de escravos estavam dando as terras até em troca de uma espingarda ve lha. Não tinham interesse pela terra. Os Nico estavam com uma graninha, então, foram para Minas e compraram terras. Você se lembra do Silas Pedro, um moreno que tinha terra lá? Os italianos foram e tomaram conta. Por isso que até hoje quase todas as terras são dos italianos.

Durante residência em Resplendor, Luiz comprou outra propriedade na cidade, no lado sul, no córrego do Carneiro, direção de Conselheiro Pena. Nessa prioridade tinha como prio ridade a criação de bois. A essa altura, Luiz cuidava de todas as suas três propriedades.

Década de 1990

Vovô Cesare criou a família toda no Espírito Santo. Depois, foram para Minas. Papai anda va a cavalo para todo lado: Alfredo Chaves, Castelo, Vargem Alta, Iconha, Macuco. Vovó Rosa contava que tinha muita mata e quando ia levar comida para eles lá trabalhando, às vezes, encontrava com onça, e tinha que se esconder para ela passar.

Antonio: Estamos fazendo esta entrevista, na praia de Jacaraípe, para contar a histó ria pela minha esposa e minha cunhada Nica, que amo muito. Nica vai começar desde os tempos da mãe dela, que veio do Espírito Santo e foi morar na grota onde morava tio José De Nadai, depois dos Benicá, indo para Santa Rita do Itueto/MG. Não conheci a avó, mas conheci o avô Bastianelli da Alira. Eu era garoto, 14 para 15 anos, e via o velho Bastianelli varrendo o terreiro. Agora a Nica e a Alira vão contar um pouco da vida deles e história do meu sogro, Luiz Nico, e da minha sogra, Angelina Bastianelli.

Nica: Até 16 para 17 anos, ela não namorava. Tinha um dentista, irmão do Miguel Bravin, que era doido para namorar com ela. Até que apareceu papai, que era muito farrista, gostava muito de baile. Quando iam nos bailes, até depois de casados, mamãe pegava ele namorando. Mamãe falou que ele a chamou para irem numa reza de um italiano, o Costalonga, perto do nono. Mamãe procurou papai para irem embora e pegou ele e a filha do Costalonga de namoro na janela. Ela na janela e ele embaixo. Mesmo depois de casados, ele gostava de farra.

Terezinha Nico, Pachota Neroci, Deolinda (Nica) Nico, Nerina Neroci e Alira Nico. Itueta/MG. Acervo da fa mília de Alira Nico e Antonio Caus.

Nica: Mamãe contava que os Bastianelli vieram da Itália. Chegaram no Espírito Santo e logo arranjaram trabalho. Mamãe contava para nós que eles estavam apanhando café, no Espírito Santo, e colocaram ela dentro de um balaiozinho, debaixo do pé de café. O balaio virou e ela foi parar agarrada num pé de café na beirada do Rio Fruteira. Quando mamãe ficava nervosa, dizia: ‘por que não morri, já que sofri tanto na vida de tanto trabalhar?’.

Presentes: Alira Nico, Deolinda (Nica) Nico e Antonio Caus

Local: Praia de Jacaraípe, Serra, Espírito Santo

Antonio: Quando foi que ela conheceu seu pai?

Quando eles juntaram dinheiro, compraram o sítio, lá na grota, depois dos Benicá, em Minas. Lá ficavam sempre juntas mamãe e tia Ilda, que se davam muito bem. Vovô não dava dinheiro para elas, então elas plantavam feijão para juntar um dinheirinho e comprar pé de anjo, que era o sapato. Elas gostavam de baile. Quem as levava era vovó, mas elas tinham que levar tio José no colo, ele era novinho. Elas eram muito bonitas e sempre eram pedidas em casamento. Até quando elas iam no moinho trocar fubá. De Santa Luzia até Aldeamento eram todos ita lianos. Eram Pasini, Bonicenha, Benicá, Bravin.

O Benedito era nosso ajudante levava a gente na carroça, dentro de uma caçamba.

Frigideira na qual nona Rosa Nico fazia o figá. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

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Nica: O Primo Nico era o mais velho. Ali, eu e Lira fomos criada. Tia Madalena (tia Lena) Cos talonga tinha os filhos pequeninos numa casa velha no terreiro. Ali ficamos até o papai fazer a casa nova. A tia Madalena morreu e, então, tio Primo comprou as terras lá perto de São Sebastião

Antonio: Lira, conte aí como vocês tiravam o leite.

Papai comprou terras, e nós íamos crescendo. Nós tínhamos nossos cavalos. Papai era muito bom para mim e Lira, até dizia que éramos gêmeas.

Antonio: Onde vocês pegavam água?

Nica: O papai Luiz era o mais doido da turma. A nona dizia que ele era o único doido. Um dia, ele chegou em casa, ficou tão ner voso e, para não brigar, pegou a garrucha e deu um tiro para cima, no telhado da casa, para não dar no nono e na nona. Mamãe Angelina contava essa história e dizia que ele era do rabo riscado. A nona falava que ele era o mais bravo da família. Soube que a telha com o furo do tiro existiu até um certo tempo lá no tio Gaetano.

Nós pegávamos piolho na escola e quem tirava era a Eugênia. Nós ficamos na casa da nona Rosa uns tempos, quando mamãe veio fazer tratamento aqui em Vitória. Éramos eu, Alira, Lui zinho e Zeca. Só tinha nós quatro. Ficamos na mão da Eugênia e do tio Jorge Nico.

Aí chegaram em casa. Papai chamou a nona, olharam o fogão, aquela mesa grande e o figá estava lá. Papai falou assim para os irmãos: ‘la mama tá lá dentro, é agora que será o fim do fígá’. Então, ele pegou a frigideira cheia de figá, foi para a janela da cozinha que era alta, no segundo andar e jogou frigideira cheia de figá lá para baixo, na direção das mangueiras e disse: ‘agora não vai ter mais figá aqui’. Correram todos para o mato, ninguém comeu, só comeram banana e frutas aquele dia. E papai repetiu: ‘ninguém comeu, mas o figá acabou’. E acabou mesmo. No outro dia, levantaram caladinhos e foram para a roça. Quando regressaram para casa, não viram mais o figá, a mesa estava cheia de carne. O tal figá sumiu de vez.

Antonio: Como foi aquele negócio de sua mãe levar leite com polenta debaixo do pé de café?

Nica: Os homens iam para a roça trabalhar e, quando voltavam, tinham que comer o figá com polenta. Era de manhã e de tarde, enquanto tivesse, até acabar, com um pedacinho de quei jo e de torresmo no prato. Figá era o que sobrava da parte do miúdo de porco. A carne melhor, os nonos vendiam. A nona matava os porcos e fazia o figá. Enquanto tinha figá, nada de carne. Um dia, lá na roça, eles combinaram. Papai, Luiz, falou com os irmãos: ‘eu vou chegar em casa hoje e vocês fiquem quietos, vão ver onde vai parar o figá. Se preparem que não vamos jantar, não, vamos dormir sem comer, mas o figá vai acabar’.

Nica: Foi quando a gente, de 10 anos para cima, até os 15, já estava trabalhando na roça com mamãe. Antes, pequenas, o Benedito nos levava dentro do balaio. Mamãe ia apanhar café. Ela preparava um caldeirão esmaltado cheio de leite com polenta, para levar para a roça. Em vol ta do caldeirão, comíamos com colher. Ficávamos até de tarde. Vínhamos embora e, enquan to mamãe fazia a janta, nós tínhamos que socar arroz no pilão. Depois da janta, ainda íamos restolhar milho.

da Lagoa, onde foi morar com tia Gardina. O sítio que era do tio Primo, quando papai casou, a nona comprou do tio Primo e passou para o papai. Naquele sítio que fomos criados e, depois, mamãe vendeu. Ali ficamos muitos anos e depois resolveram comprar uma casa em Quatituba.

Alira: Eram sete vacas para cada uma de nós, para tirar o leite. Eu tirava leite com a mão esquerda, por isso um braço meu é mais fino que o outro. Tinha vez que tinha 60 vacas de leite. O vaqueiro Dorvalino escolhia as vacas mais mansas para nós.

Lá embaixo tinha um brejo, onde plantavam bananeiras e as vacas iam beber água. Foi onde a cobra me mordeu. Assim era nossa vida.

Antonio: Nica, conta como foi que meu sogro, Luiz, jogou a frigideira pela janela.

Alira: A mina d’água era perto do pé de angá.

Eu e Lira dormíamos num quarto, e cada uma tinha sua cama. Toda noite, papai, antes de deitar, ia lá ver se estávamos cobertas. Quando ele chegava do serviço, tinha um banco grande de cada lado da mesa. Eu sentava numa perna dele e Lira na outra. Os empregados sentavam na escada e papai contava história até quase meia-noite. Papai levava uma para a cama e depois a outra, isso até que ele aguentava carregar a gente, que éramos pequeninas.

Antonio: O seu pai comprou as terras lá em cima, indo para Santa Angélica?

Nica: A nascente era lá em cima, perto do canavial, numa grotinha. Papai furou um toco de madeira e fincou em cima da mina e colocou os canos da mina até lá perto de casa.

Nica: Só que as vacas vinham lá de cima correndo, para ir lá embaixo beber água no bre jo, e acabavam derrubando os canos de ferro. Os canos não tinham roscas, e a gente tinha que amarrar com pano. Não era calha de bambu, não. Papai fez o tanque e uma barraca em cima do tanque. Quando não chegava água, se Dorvalino ou Benedito não estava por perto, mamãe gritava: ‘Lira, Nica, vão lá consertar os canos’. Do tanque lá fora até a cozinha, a água não tinha força para chegar, e, então, a gente tinha que carregar água na cabeça e no ombro, naquelas latas antigas de querosene.

De manhã cedo, lá da cama, a mamãe gritava: ‘Lira , Lira, Nica, Nica, tá na hora de levantar, uma vai coar café e a outra vai tratar dos porcos’. Cada uma fazia uma coisa na semana para não brigar. Depois disso, mamãe mandava a gente ir tratar das galinhas, ajudar o Dorvalino tirar leite das vacas.

Sentamos várias moças nessa tora. Eu era a mais magrinha da nossa turma de amigas. Chamamos o retratista e ele tirou aquela linda foto. Lira, você também tem aquele retrato?

Nica: Antonio, quando foi um dia, eu e Lira tínhamos acabado de chegar da aula, com as nossas duas bolsas escolares. Foi então que o papai nos arrumou, colocou uma bolsa de cada lado numa mesinha, fez a Lira colocar a mão na bolsa escolar dela e eu na minha. Ele gostou e tratou de chamar o retratista para tirar a foto. Lira, você tem essa foto? Olha direito que você deve ter...

Antonio: Vocês iam direto e reto na igreja em Santa Luzia e Quatituba. Nica, você se lembra?

Ele foi um pai caprichoso, sempre nos deixava muito bem arrumadas para ir às festas. Por exemplo, na festa de Santo Antonio, em Quatituba, ou em Santa Luzia, ele comprava o melhor tecido e lavava para a mulher do Sampaio, lá em Itueta, para costurar para nós. Nos levava para tirar medida, ia também com a gente em Resplendor, na Casa Vélten, comprava sapato, roupa e levava para a costureira. Nós duas éramos umas das mais bem vestidas na festa de Santo An tonio, em Quatituba.

Nós tínhamos outra costureira, a dona Maria Seixas, que foi também nossa professora. Ela gostava tanto da Lira, porque adorava criança, que deu uma filha dela para a Lira batizar.

Montaram aquela mesa grande, no porão, debaixo da casa. Era uma mesa re pleta. Mataram boi, porco, aquela festa. Foram abençoar os dois, parecia festa de casamento. Tinha era gente.

Lembro também do boi chamado Bilontro, que era dócil, mansinho. Falávamos: ‘deita Bi lontro, deita Bilontro’, e ele deitava para a gente subir nele. Quando nós fomos numa festa em Santa Angélica, em cima do boi Bilontro, vinha um retratista. Papai o chamou e pediu para ele tirar uma foto de nós em cima do Bilontro. Por causa dessa festa é que tem aquele re trato com nós duas em cima do boi. Lira, você tem aquele retrato?

Alira e Deolinda (Nica) Nico, com suas bolsas de escola. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Nica: Um certo dia, fomos à festa em São Sebastião da Lagoa. Tinha uma tora no meio do pasto, lá na fazenda do tio Primo Nico.

Antonio: Nica, vou te dizer uma coisa. Eu já namorava a Lira e seu pai me fez com prar um sabonete por 100 cruzeiros. Era dinheiro pra caramba. Começou o lance da prenda com 20, depois 30, 40, 50, até que ele colocou 85 cruzeiros e então coloquei 100. Me ferrei porque aí ele bateu o martelo, dando como encerrado o lance. Ele viu que eu

Nica: O papai nos levava para a Via Sacra. Nós ajudávamos a cantar. Eu tinha a primeira voz, a Lira fazia a segunda. Tí nhamos formado um coral em Quatituba com Moscon, Benicá, Izidoro Caus, eu, Lira, Pachota, Nerina, Terezinha do tio Adriano, Lolinha Daltio, um genro do Moscon com a mulher... Era um coral que você precisava ver que bonito. A gente cantava tudo em latim.

Alira: Claro que tenho essa foto também.

Alira: Claro que sim.

Alira: Claro que tenho aquele retrato.

Papai levava a gente no sítio do Retiro para catar capim meloso. Recolhíamos as sementes, peneirávamos e as colocávamos dentro de um saco. Era para plantar e formar pasto. Na hora de ir embora, de noite, com estrelas, nós íamos na garupa do cavalo Campolino. Na hora de subir a serra, papai tinha que parar porque escorregávamos e caíamos do cavalo. O cavalo deitava e nós subíamos de novo. Era mansinho.

Aquele café que sobrava no terreiro, depois de os meeiros juntarem, eu e Lira fazíamos mon tinhos, peneirávamos e íamos guardando dentro de um saco. Quando tinha uma boa quantidade, pedíamos o papai para vender e dar o dinheiro para nós. Até hoje estamos esperando o dinheiro!

Na Sexta-Feira Santa, tinha a Verônica. Acabava a Semana Santa, e vinha a festa de maio e depois o encerramento de Santo Antonio. Na festa de maio, tinha a mesa de prendas das moças e dos rapazes.

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Alira Nico e colegas na propriedade de Primo Nico, em São Sebastião da Lagoa/MG. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Luiz Nico e as filhas Alira e Deolinda (Nica). O boi se chamava Bilontro. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Nica: Depois teve a festa das Bodas de Ouro da nona. Você lembra, Lira? Foi uma festa muito bonita que fizeram. Vieram os filhos todos, os netos. Inclusive a Tina, que tia Cotinha criou e era considerada irmã. Aí tiramos um retrato com a Tina junto de nós. A nona tinha um canteiro de flores, sentamos nele, cada uma pegou um buquê e tiramos aquele lindo retrato.

Antonio: Tinha as festas em Quatituba e Santa Luzia, e a gente comprava roupa nova. Numa festa em Quatituba, você estava com Alira e Terezinha Nico, e eu, com minha irmã Neuza.

Nica: Me lembro desse dia. Não começou a namorar, mas foram flertes de você com ela. Fomos embora e, depois, na outra festa, vocês começaram a namorar. Acabava a festa, e os namorados vinham com as namoradas pela estrada, de bonde.

Nica: Foi isso mesmo, Antonio. Quando acabava a festa, lembro que papai dava um dinheiro para a gente fazer um lanche. Íamos comendo de volta pela estrada, mortas de fome.

Antonio: Comecei a namorar Lira na festa de Santa Luzia. Estava chovendo e falei com a Neuza, minha irmã, que eu ia cobrir a Lira com guarda-chuva e que ela desse um jeito de sair com as outras. Deu certo e partir daí firmamos o namoro e depois nos casamos.

Na varanda da cozinha, tinha o tanque lavador de vasilhas, e, em cima do fogão, o papai pendurava rapaduras embrulhadas em folhas de bananeiras, em cima da fumaça, para derre ter. Ficava muito tempo, e quando começava derreter, ele dava para os bois.

Alira: Lembro de uma vez que nós estávamos namorando. Acabou a festa, mamãe, Nica e Antonio iam comigo. Chegamos em casa e, depois de conversamos, ele voltou. Como em Quati tuba ainda prosseguia a festa, ele pegou outra garota e levou para casa dela.

Nica: Ficamos morando mais uns dois anos. Depois, papai comprou a casa do Jorge Nico, em Quatituba. Era a melhor casa. Ficamos pouco tempo, porque o papai quis colocar um açou gue em Resplendor com aquele Vélten. Queria colocar o Luizinho para trabalhar.

estava namorando a Lira, então, ele queria me imprensar para eu dar aquele dinheiro no leilão para a igreja.

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Você, Antonio, já tinha um comércio em Quatituba. Todo final de reza ou festa, levava a gente até o pé do morro, quase na chegada na nossa casa, na roça. Você não podia chegar, por que tinha que voltar para abrir o bar. Você ia de bicicleta.

Nica: Todo ano, em Congonhas do Campo, tinha a festa do Jubileu. Num ano, papai levou nós duas. Chegamos lá, assistimos a festa. Tem até um retrato de papai com nós duas. Ficamos num hotel, na Rua Guarani, perto da estação do trem de ferro. Lira sempre gostou de um ca chorrinho, porque era muito carinhosa até com os animais. Ela ganhou um ca chorrinho da dona do hotel. Era lindo, peludo, branquinho. Colocamos o nome dele de Zontinho. Trouxemos para casa. Cresceu, ficou ainda mais lindo. Quan do foi um dia, fomos num casamento, lá para o lado de Santa Angélica. Ma mãe disse para não deixar o Zontinho solto, porque ele iria para fora e a vaca poderia matá-lo. Deixamos ele preso na cozinha. Só que na cozinha, mamãe tinha as latas de gordura nas pratelei ras. Quando voltamos, o cachorrinho estava com a barriga inchada de tanto comer a gordura com a carne que fi cava dentro. Acabou morrendo. Lira chorou, e quanto chorou. Depois, papai deu para Lira uma vaquinha pequena, tipo holandesa.. Tanto era mansa quanto ladrona. Ela passava no meio do fio do arame, aga chada igual uma pessoa. Foi numa

Deixa te contar outra coisa. A gente ia para a escola, eu; Lira; Terezinha, nossa prima, e o Zeferino, nosso primo criado conosco. Naquele tempo, mamãe tinha feito o embornal, para a gente carregar a lousa e outros objetos. Na hora de ir para escola, perguntávamos para ma mãe o que nós levaríamos para comer. Ela respondia: ‘vai lá na tulha e pega banana cada um’. Quando acabava a aula e íamos embora, chegávamos perto de casa, próximo à casa da Mar celina, tinha um pé de goiaba. O Zeferino subia e tirava goiaba para todo mundo.

Antonio: Estávamos esquecendo uma passagem importante, quando meu sogro levava Lira e Nica para Congonhas do Campo. Nica agora vai contar a história.

Nica: No mês de maio, a gente enfeitava Quatituba de bandeirola. O pessoal jovem passeava para cima e para baixo, num movimento de ida e vinda pela rua. Na Semana Santa, fazíamos as estações da Paixão de Cristo na rua. A Verônica parava em cada estação. Eram festas em todo ano e em várias igrejas de outros lugares. Nós tínhamos uma boa vida para festas.

Antonio Fiquei noivo, depois casamos e moramos em Quatituba. Vocês continuaram morando lá em cima na serra, no sítio.

Viemos para Resplendor e, então, papai comprou outro sítio, perto de Resplendor. Ficamos até eu casar e até papai e mamãe morrerem.

Luiz Nico e as filhas Alira e Deolinda (Nica) em Congonhas. Acervo da família de Deolinda Nico.

Nica: Nossa casa era no alto da serra. Tínhamos uma vista linda. Nós ficávamos na varan da e a mamãe nos ensinava o catecismo.

Outra coisa que me lembro é que tinha as Baldon, que implicavam com a gente. Tinha a Lídia, que era brava. Quando chegava na encruzilhada, elas seguiam para Santa Luzia e nós, para nossa casa direção de Santa Angélica.

Nós tínhamos um papagaio, e ele sempre vinha encontrar conosco na chegada no pé do morro. Tinha uma quantidade grande de bois que vinham beber água embaixo. Infelizmente, um dia os bois acabaram pisando no papagaio e ele morreu.

Antonio: Eu ia de bicicleta, chegava lá pelas duas horas da tarde e ficava para jantar, para depois retornar para Quatituba. Lembro que perto de onde se pegava água tinha quatro pés de manga e pés de goiaba. A gente ia buscar as frutas, e Alira, sempre muito amorosa, fazia questão de trazer as mais bonitas para a mãe dela.

Terminamos a entrevista com Nica e Alira, em Jacaraípe. Restam agora os três irmãos, Alira, Nica e Cid. Passamos horas agradáveis juntos, conversando, trocando ideias, contan to sobre a vida das duas e o que passaram. Hoje, as coisas são mais fáceis. Aquele tempo era bom, a gente era feliz e não sabia. É muito importante saber o que acontecia na vida deles. Muitas vezes, ficamos olhando, achando que foi muito fácil, porque meu sogro, Luiz Nico, era fazendeiro, mas as coisas foram muito difíceis para o lado delas. Tudo isso o que falamos é para que amanhã e depois vocês possam contar para seus filhos, netos, bisnetos como foi a vida dos Nico e dos Caus. Muito obrigado.

Para fechar com chave de ouro, no final Nica e Alira cantaram um hino de coroação a Nossa Senhora, da época de suas infâncias.

Alira: Nossa mãe falava para eu e Nica ir buscar lenha na sepéria. Sepéria era um lugar no alto do morro. Nós chegávamos da escola e já tinha duas cordinhas na entrada da porta. Subíamos o morro com cordinhas para amarrar os feixes e descer puxando. Parávamos no meio do caminho, debaixo de uma árvore para descansar. Chegando em casa, cortávamos a lenha em pedaços menores e colocávamos debaixo do fogão, e o resto, debaixo da casa. Tínhamos que pegar água na lata para levar para dentro de casa porque a água só chegava no tanque do lado de fora. Lembro que eu e Nica íamos no mato catar bolera, uma fruta que era para mamãe fazer sabão. Eu varria o terreiro desde nossa casa até a entrada da porteira que ficava perto da estrada que subia para os Cremasco, em Santa Angélica. Eu queria deixar o terreiro limpo para esperar meu namorado, Antonio Caus.

Certidão de nascimento de Luiz Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

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época de janeiro, papai estava quebrando milho na roça e fazia aquele monte para depois bus car com carro de boi. Tínhamos deixado a vaquinha Fortuna no curral e fomos para a festa. Quando voltamos, ela tinha passado debaixo da cerca e comeu milho até morrer embuchada. Falei: ‘Lira, você não tem sorte, todo animal seu morre embuchado’.

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Edital de proclamas do casamento de Luiz Nico e Angelina Bastianelli. Acervo de Américo Luiz de Paula.

Publicação do casamento de Luiz Nico e Angelina Bastianelli. Acervo de Américo Luiz de Paula.

Certidão de casamento de Luiz Nico e Angelina. Acervo da famí lia de Alira Nico e Antonio Caus.

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Requerimento do casamento de Luiz Nico e Angelina Bas tianelli ao juiz de paz. Acervo de Américo Luiz de Paula.

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Certidão de nascimento de Angela Bastianelli. Acervo de Celso Luiz Caus.

Carteira de Trabalho e Previdência Social de Luiz Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Carteira de Trabalho e Previdência Social de Angela Bastianelli. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Carteira de Identidade Rural de Angela Bastianelli. Acervo da família de Alira Nico e An tonio Caus.

Certidão de óbi to de Luiz Nico. Acervo da família de Alira Nico e An tonio Caus.

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Certidão de óbito de Angela Bastianeli. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

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Angelina Bastianelli Nico, esposa de Luiz Nico, no Dia das Mães, em 13 de maio de 1995. Acervo da famí lia de Alira Nico e Antonio Caus.

(Nica), à esquerda; Petrolinia Campos, no centro, e Alira, à direita. Acervo da família de Alira Nico e An tonio Caus.

Filhos de Luiz Nico e Angelina Bastianelli: Alira, Deolinda (Nica), Luizinho e Zeca. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Angelina Bastianelli Nico e amiga Pe rina. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Nico.Deolinda (Nica)

Angelina Bastianelli Nico. Acervo da fa mília de Deolinda (Nica) Nico de Paula.

Deolinda (Nica), Terezinha e Alira Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Luiz Nico, sentado; seu genro Toni nho; neta Mônica, e as filhas Nica e Alira Nico, à direita. Acervo da fa mília de Alira Nico e Antonio Caus.

DeolindaCaus.

Alira Nico, Pachota, Deolinda Nico, Nerina, Terezinha Nico e Artina. Foto tirada no casamento de Guiê e Eugênia, em 1949, na casa do nono Cesa re, na Conquista/MG. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Alira, Terezinha e Deolinda (Nica) Nico. Acervo de Maristela Grobério.

Filhos de Luiz Nico e Angelina: Luizinho, Alira, Alcides, Deolinda (Nica) e José (Zeca). Acervo da família de Vitorio Nico, primeira à esquerda; Alira Nico, segunda à direita, e duas colegas. Acervo de Alira Nico e Antonio

Igreja de Guiomar, no Espírito Santo, lugar onde nasceu Angelina Bastianelli. Acervo de Celso Luiz Caus.

Em pé, Petrolinia Campo, Alira Nico, Carmen Campo; sentadas, Terezi nha Nico, Ozília Campo e Deolinda (Nica) Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Roda d’água e moinho de Luiz Nico, no sitio no Carneiro, em Resplendor. Acervo da famí lia de Luizinho Nico.

Luiz Nico, à direita. Acervo da família de Ali ra Nico e Antonio Caus.

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Luiz Nico e seus netos Gilmar e Soraia, na Praia da Costa. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Luiz Nico e sua filha Alira Caus, década 1970. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Terço de Luiz Nico e crucifixo de sua mãe, Rosa Marchesin Nico. Acervo de Alira Nico.

Canga de boi de Luiz Nico. Foto de Cel so Luiz Caus.

Luiz Nico, seu neto Celso e bisnetos Kelvyn e Karyn, 1989, Resplendor/MG. Acervo de Celso Luiz Caus.

Luiz Nico, sua filha Alira Nico e nora Dalva, Monte Al verne/ES. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus. Celso Luiz Caus.

Luiz Nico e sua filha Alira. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Luiz Nico e seus filhos Dioni zio e Alira, em Monte Alver ne, LuizCaus.NicomíliaAcervodécadaCastelo/ES,de1970.dafadeAliraeAntonioNico,1989.Acervo de

Mensagem de Alira Nico no verso da foto de seu casamento com Antonio Caus. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

3.6.2 Os filhos de Luiz Nico e Angelina Bastianelli

Casamento de Alira Nico e Antonio Caus, em 29 de setembro de 1951, na igreja de Resplendor. O celebrante foi Frei Jaime e os padrinhos, Valdevino Nico e Abner Correa. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Eu não tinha muita ligação com os Nico. Eles moravam na Conquista, e eu, lá nos Benicá, uns cinco quilômetros de distância. Eu passeava muito em Quatituba. Um dia, no domingo, eu e minha irmã Neuza fomos a Quatituba assistir à missa. Depois da missa, era tradição o pessoal passear na rua, para cima e para baixo. Eu passei pela Alira e falei: ‘Neuza, eu vou namorar com aquela menina do meio’. A Neuza me respondeu: ‘não tem para você, não. Você não vai conse guir, ela é da família Nico’. ‘Vou namorar e vou casar com ela, você vai ver.’ Passei por ela, mexi

Comemoração do casamento de Alira Nico e Antonio Caus, 1951, na casa de Izidoro Caus, pai noivo, em sua propriedade perto dos Benicá. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Família de Alira Nico e Antonio Caus: Ângela, Lurdinha, Célia, Antonio, Alira, Celso e Sérgio, década de 1970. Na frente, So raia e Gilmar. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Nasceu na primeira propriedade de seu pai, Luiz Nico, próxima a Quatituba/MG, no dia 24 de julho de 1931. Casou-se com Antonio Caus, em 1951. O celebrante foi Frei Jaime, padre espanhol conhecido e muito estimado. O padrinho de Alira foi Valdevino Nico e o de Anto nio, Abner Correa. As testemunhas no civil foram Altivo Lopes da Silva e Silvestre Lerbach.

Naquela época, era costume o pai do noivo oferecer um almoço para os convidados. Ele aconteceu depois do casamento no religioso, na casa da propriedade de Izidoro Caus, pai do noivo. Eles moravam perto dos Benicá e da lagoa de São Sebastião.

Alira, a vida toda, foi braço direito de An tonio no bar em Quatituba, de 1951 a 1965; em Resplendor, de 1965 até 1969, e ainda no co mércio até a aposentadoria em Vila Velha/ ES, de 1969 a 1978, para onde se mudaram para estudar os filhos.

Alira e Antonio tiveram sete filhos: Cel so Luiz, Célia Lúcia, Sérgio Lúcio, Maria de Lourdes, Ângela Judith, Gilmar Antonio e Soraia de Fátima.

Fiz um bate-papo com meu pai no dia 11 de abril de 2019. Minha mãe também estava presente, acompanhando, mas dentro das possibilidades, já que foi acometida por algu mas deficiências cognitivas. Durante quase 10 minutos de conversa, ela se lembrou com fa cilidade do nome do pai, Luiz Nico, e da mãe ,Angelina Bastianelli. Dos nomes do nono e da nona, não se lembrou. Provoquei de várias formas, sempre a estimulando a complementar os fatos, como tirar leite, capinar, apanhar café, quem a ensinou a costurar, onde buscavam água, como era a casa, os padrinhos etc. Que bom seria se ela estivesse lúcida, certamente enriqueceria este livro com belas recordações. Perguntei quem era o homem ao lado, e ela prontamente respondeu e olhou para o seu querido Antonio. A partir daí passei a conver sar com meu pai, e perguntei a ele como ele conheceu os Nico.

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3.6.2.1 ALIRA NICO CAUS

Alira Nico e Antonio Caus, 1951. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Terminei a serenata, desci a serra e retornei para minha casa, com meu violão, em cima da minha bicicleta, com o farol iluminando minha volta.

Lembro que no Alto da Rilia a gente tinha uma geladeira que funcionava a querosene. Eu fazia picolés de formato quadrado para vender no comércio. Quando chegavam os irmãos da Alira, para fazer média, eu dava picolé para eles.

Durante toda a semana seguinte, fiquei pensando: ‘vou ter que ir sábado lá nessa casa, não tem jeito, não, eu vou lá’.

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No domingo seguinte, fomos para Quatituba, nos encon tramos, começamos a bater um papo e daí começamos a na morar de fato. No outro sábado eu já fui na casa dela e entrei pela primeira vez. Minha sogra Angelina dizia: ‘Alira, casa com Antonio que a família Caus é muito amorosa, muito boa’.

e ela não me deu papo nenhum. Voltei, insisti, dei uma piscada de olho para ela, aquela mexida de namorado. Ela deu aquela sorriso longe. Ela estava com sua irmã, Nica, e a prima Terezinha. Quando estava quase na hora de ir embora, criei coragem e dei um papo rapidinho com ela. Na quinta-feira seguinte, da mesma semana, era o dia de Santa Luzia, e fomos para a mis sa lá no povoado de mesmo nome. Falei com a Neuza: ‘ali estão vindo aquelas três mocinhas. Com esta chuvinha, eu tampo a Alira com o guarda-chuva e você dá um jeito de arrancar com as outra duas’. As outras duas eram a Nica e a Terezinha. Fomos chegando perto, cobri a Alira com o guarda-chuva e a Neuza cumpriu à risca e saiu de perto com as outras duas, deixando eu a Alira sozinhos. Era tudo que eu queria. Joguei um papo legal e, antes de a gente ir embora, falei que iria na casa dela. Ela ficou assim duvidosa porque era muito reservada, não namora va ninguém. Eu estava doido para chegar o sábado, mas choveu muito e, como andávamos de bicicleta ou a cavalo, não deu pra eu ir.

Peguei meu violão, comecei a subir em direção à casa da Alira. A lua estava bonita, pare cendo estar bem perto, naquele alto da montanha. Cheguei perto da porteira e comecei a cantar aquela modinha. A lua estava linda. Senti que a lua estava falando comigo: ‘canta, chega mais perto’. Continuei caminhando, cheguei mais perto e, quando olho para a varanda, vejo o Luiz Nico naquele cantinho, com aquele bigodão de todo tamanho. Falei assim: ‘sujou’. Mas vi que ela estava numa janela e aí criei coragem e comecei a cantar: Sereno da madrugada como é triste Como a vós que acompanha o som da Lira Faz lembrar daqueles tempos já passados Que minh’alma de paixão ainda suspira Eu também já fui amado e fui querido Hoje eu vivo neste mundo desprezado Nem a morte me tira desta triste sina Aqui acha um coração abandonado Tu és rica e de amor pode gozá-lo Eu sou pobre, minha jura não tem valor Com orgulho tu despreza quem te ama Algum dia sofrerás a mesma dor Adeus mundo de ilusão e de mentira

Chegou o dia, era uma quarta-feira, peguei meu violão e parti para lá, às 23 horas para fa zer uma serenata para ela. Cantei aquela modinha que vocês já conhecem. Cantei, fiz a decla mação com meu violão, mas receoso do velho Luiz Nico, com aquele bigodão. Vocês já sabem. Era tradição fazer serenata à noite para madrugada.

Esse momento foi muito emocionante, porque minha mãe, que estava ali ao lado, co meçou a cantar junto.

Adeus morena, seu desprezo é que me mata De saudade e de paixão eu vou morrendo Adeus, adeus, para sempre adeus ingrata.

Aí eu cheguei mais perto, olhei para o céu, a lua bem perto, por cima das montanhas e sen ti ela me falando: ‘chega mais perto’. Cheguei mais perto e quando estava cantando eu vi a janela abrindo devagarinho e a mão da Alira balançando para mim. Terminei de cantar a modinha, criei coragem, cheguei mais perto e pensei comigo: ‘esta vai ser minha futura esposa, eu tenho certeza. Não é à toa que estou aqui me arriscando com o pai dela, Luiz Nico, com fama de bravo. Não sei o que vou fazer, mas que vou conquistá-la, eu vou’. Nesse dia eu não entrei na casa, mas plantei uma boa semente.

E continuamos a namorar, namorar. Nós morávamos nos Benicá e um dia falei para o papai: ‘não quero trabalhar mais aqui na roça, não, eu quero um comércio’. Joguei para longe uma enxada que eu tinha. ‘Cansei de cafezal, plantar arroz e Papaifeijão.’montou um bar em Quatituba para mim, lá no Alto da Rilia. Aí ficou mais perto para eu ir namorar Alira. Ia de bicicleta. Eu frequentava a casa dela, era namoro sério. Começamos a namorar no final do ano de 1949. Meses depois papai montou o comércio para mim.

Do Alto da Rilia, papai comprou um terreno em frente à igreja católica e fez na esquina um bar bem maior para mim. O Arnaldo, meu irmão, e um ajudante chamado Valdir, esposo da Têia, é que fizeram a construção.

Arnaldo Caus, no violão; Chico Cunha, no violão; Antonio Caus, no cavaquinho, e José no pandeiro. Acervo de Antonio Caus.

Descendentes de Alira Nico Antonio Caus Celso Luiz Caus, casado com Eliana Barbosa Caus

Finalmente, antes de encerrar a conversa comigo, meu pai ainda historiou as mudanças para morar em Resplendor e, depois, Vila Velha, no Espírito Santo. Tudo objetivando centros maiores com a visão de dar estudo aos filhos, o que foi alcançado.

Mensagem no verso da foto. A madrinha é a avó Dindi nha, Angelina Bastianeli Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

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Celso e Célia, filhos de Alira Nico e An tonio Caus. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Netos de Alira Nico e Antonio Caus: Gustavo e Lucas Bisneta de Alira Nico e Antonio Caus: Manuela Guimarães Santos

Celso Luiz Caus, filho de Alira Nico e An tonio Caus, em 1952, com cinco meses de idade. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

O casamento estava bem encaminhado. Então, papai des manchou a casa que era do Arnaldo, lá na roça, e a recons truiu perto do bar. Lembro que nessa casa Arnaldo onde mora va, estava escrito ‘1947’, que foi o ano em que Arnaldo casou. Quando eu casei, em 1951, o bar em frente à igreja já es tava pronto e a casa também. Nessa casa, vocês nasceram, exceto a Soraia.

Bar Santo Antonio, de Antonio Caus, em Quatituba/MG, décadas de 50 e 60. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Netos de Alira Nico Caus: Larissa Caus Moura e Elson Antonio Junior Bisneta de Alira Nico e Antonio Caus: Ana Clara Caus Santana Sergio Lúcio Caus, casado com Samira Santos Caus Netos de Alira Nico e Antonio Caus: Sergio e Tatiana Bisneta de Alira Nico e Antonio Caus: Alice Santos Caus Maria de Lourdes Caus, casada com Gilberto Neto de Alira Nico e Antonio Caus: Antonio Ângela Caus Correa, casada com João Batista Correa Bravim Netos de Alira Nico e Antonio Caus: Mateus e Daniele Gilmar Antonio Caus, casado com Sandra Netos de Alira Nico e Antonio Caus: André Vinícius, Marcos Henrique e Daniel Arthur Soraia de Fátima Caus Santos, casada com Fábio Santos

Graça e Carminha com Lurdinha, So raia, Gilmar e Ângela Caus. Acervo de Ângela J. Caus

Netos de Alira Nico e Antonio Caus: Karyn Barbosa Caus Pelição e Kelvyn Barbosa Caus Bisnetos de Alira Nico e Antonio Caus: Luca Barbosa Caus Pelição, Matteo Barbosa Caus Pelição, Lorenzo de Morais Caus e Sophia de Morais Caus. Celia Lúcia Caus, casada com Josias Pereira de Moura (primeiro casamento) e Elson An tonio Almeida (segundo casamento)

de Celso Luiz Caus, 11 de outubro de 1959. Acer vo da família de Alira Nico e An tonio Caus.

Antonio Caus, à esquerda, e Totó Nico, segundo à di reita, em Quatituba, década de 1950. Acervo da famí lia de Alira Nico e Antonio Caus.

Casamento de Alira Nico e Antonio Caus, 1951. Acervo da família de Alira Nico e Antonio

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Casamento de Celso L. Caus e Eliana C. Barbosa, 27 de maio de 1978. Irmãos dos noivos. Acervo de Cel so Luiz Caus.

Arnaldo, Iote, Sérgio Lúcio, Celso, Antonio, Ami go, Antonio Nico, Laudino, José Nico e Izidoro Caus, 27 de maio de 1978. Acervo de Celso L. Caus.

Vovô Izidoro Caus, Mônica, Dionizio Nico, dama de honra Adriana e irmãos no casamento de Célia e Josias. Acervo de Célia L. Caus.

Luizinho Nico Filho, sua esposa, Maura, e Vitorio Nico no casamento de Célia L. Caus. Acervo de Célia L. Caus.

Wilson Gunz, Hamilton Coelho, Ana Nery, Celso, Eliana, Wagner Gunz e José Augusto Borgo: amigos no ca samento de Célia e Josias. Acervo de Célia L. Caus.

Ângela, Antonio Caus, Dionizio Nico e Angelina Bastianelli Nico, em Apa recida do Norte. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

À direita, Vitorio Nico, Dionizio Nico e sua esposa, Dalva. No centro, Luiz Nico e sua esposa, Angelina. À esquerda, Izidoro Caus e sua esposa Judith. Acervo de Célia L. Caus.

Alira Nico e seu filho Celso Luiz Caus em Aparecida do Norte, dé cada de 1970. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

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Casamento de Celso L. Caus e Eliana C. Barbosa, 27 de maio de 1978. Irmãos dos noivos. Acervo de Celso Luiz Caus.

Luiz Nico e Laudino Cesconetto, à esquerda, e Antonio Jesus Nico, à direita, na festa formatura em Engenharia de Celso Luiz Caus, Ufes, 1977. Acervo de Celso Luiz Caus.

Colação de grau de Celso Luiz Caus como engenheiro, Ufes 1977. Luiz Nico atrás de Celso. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casamento de Celso L. Caus e Eliana C. Barbosa, 27 de maio de 1978. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casamento de Sérgio L. Caus e Samira Santos: à esquerda, Ceci lia, Dalva, Neném e Izidoro Caus; à direita, Rosa Caus, Antonio e Alira. Acervo da família de Dionizio Nico e Dalva.

Celso Luiz Caus, filho de Alira Nico e Antonio Caus, em esti lo italiano. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casamento de Ângela J. Caus e João B. C. Bravin. Acervo da família de Ângela e João. Casamento de Ângela J. Caus. Acervo de Ângela J. Caus.

Celso recebendo a Medalha Paulo Vinha, na Assembleia Legisla tiva do Espírito Santo, 2017. Acervo de Celso Luiz Caus.

Alira Nico Caus e seu esposo, An tonio Caus, no Sitio Vovô Antonio, em Santa Teresa. Acervo de Ân gela Caus.

Casamento de Sandra e Gilmar Antonio Caus. Acervo da famí lia de Gilmar e Sandra.

Casamento de Soraia e Fabio. Alira Nico e Antonio Caus, pais de Soraia. Acervo de Soraia Caus Santos.

Alira Nico Caus e seu esposo, Antonio Caus, com os bisnetos Ana Clara, Luca e Lorenzo, no Natal de 2019. Acervo de Cel so Luiz Caus.

João Guilherme Pelição, Karyn B. Caus Pelição e filhos Luca (8 anos) e Matteo ( 2 meses e meio)

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Netos de Alira e Antonio: Kelvyn, Larissa, Juninho e Karyn. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Alira Nico Caus; seu esposo, Antonio Caus; seus sete filhos, e a neta Larissa, no Natal de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Família de Celso e Eliana: Eliana, Celso, Kelvyn com Lorenzo no colo, Rafaela, João com Luca no colo e Karyn, no Natal de 2020. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casa onde moraram Alira Nico Caus e Antonio, em Resplendor/MG, perto do campo de futebol do Na cional. Antes, morou a família de Deolinda (Nica) Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

Cristaleira de Alira e Anto nio da época do casamento, em 1951. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Celso recebendo a Comenda Saturni no de Brito. Acervo de Celso Luiz Caus.

Lançamento do livro “Os Cauz-s”, de Celso Luiz Caus, em 2016, no Arquivo Público do Espírito Santo. Acervo de Celso Luiz Caus.

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Lançamento do livro “Das fontes e chafarizes às águas limpas”, de Celso Luiz Caus, em 2012, no Palácio do Gover no. Acervo de Celso Luiz Caus.

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Querovocês.agradecer ao Padre To ninho, que gentilmente se dispôs a fazer esta Estamoscelebração.emsetembro do ano de 2011, Bodas de Diamante de An tonio Caus e Alira Nico. Pergunto: quando foi planejado o casamento de Antonio e Alira? Sessenta anos atrás, em 1951? Afirmo que foi há 120 anos. Vou explicar: Começou no ano de 1891, final do século XIX, quando vieram da Itália para o Brasil as famílias dos meus bisavós Giuseppe Cauz e Antonio Cesare Nico, portanto há 120 anos. Elas foram morar próximas, no município de Alfredo Chaves.

Giuseppe teve 12 filhos, um deles Izidoro, meu avô. Izidoro casou no Espírito Santo com Judith De Nadai. Tiveram nove filhos. Em 1932, nasceu Antonio, meu pai. Em 1936, Izidoro, partiu para Minas, lá nos Benicá, próximo a São Sebastião da Lagoa. Distância entre as famílias Nico e Cauz: 5 quilômetros, aproximadamente.

No final da década de 1920, Antonio Cesare Nico, com 11 filhos, mudou-se para Minas Gerais, Córrego da Conquista. Lá em Minas, um dos seus filhos, Luiz, se casou com Angelina Bastianelli, com quem teve seis filhos, sendo um deles Alira, minha mãe.

Em meu nome e dos meus ir mãos, quero agradecer a presença de todos

Os Nico moravam na Itália, em Nanto e Castegnero, província de Vicenza, na região do Veneto. Os Cauz moravam em Caneva, na região de Friuli, divisa com o Veneto. A distância entre as duas famílias: 90 quilômetros, aproximadamente.

Lançamento do livro “Cesan: 50 anos”, de Celso Luiz Caus, em 2018, no Palácio do Governo. Acervo de Celso Luiz Caus.

Guerras após guerras e muitas dificuldades, as duas famílias partiram para a Mèrica, Brasile. No final de 1891, Giuseppe Cauz e sua esposa, Maria Michelin, vêm para o Espírito Santo, no Cristo, próximo aos Fregonas e aos De Nadai, em Batatal, Alfredo Chaves. Antonio Cesare Nico e sua es posa, Rosa Marchesin vão para São João de Crubixá, também Alfredo Chaves, e, depois, Córrego da Telha, município de Castelo. Distância entre as duas famílias: 20 quilômetros, aproximadamente.

Livros escritos por Celso Luiz Caus. Acervo de Celso Luiz Caus.

Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio Caus, 2011. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio Caus

A seguir, transcrevo uma parte do discurso que fiz nas Bodas de Diamante (60 anos) de meus pais, Antonio e Alira, no dia 24 de setembro de 2011, em Vitória.

Boa noite a todos.

E dona Alira Nico? Seria impossível Antonio não se apaixonar por uma pessoa assim. Essa guerreira, sua fiel companheira, preparava com muito capricho deliciosos bolos, pudins e aque le biscoito com açúcar com detalhe em vermelho feito com anilina para vender no bar. Para tra balhar, colocava os filhos dentro de caixotes de madeira. Não tinha carrinho de bebê nem tinha empregada para ajudá-la.

Antonio, desde criança, não gostava de roça. Realmente, ele não era de roça. Toda vez que seu pai disponibilizava um pedaço de terra boa, como aquela situada ao lado do moinho, em Quati tuba, para ele plantar milho, não colhia nada.

Um beijo no coração de todos.

As fotos das Bodas de Diamante, que escolhi para este livro são as que mostram os Nico presentes.

Se perguntarmos a ela se valeu a pena todo o esforço, com certeza ela dirá que faria exatamen te tudo de novo, para poder estar hoje aqui cercada de tanto amor e afeto, ao lado do seu grande amor,

Fralda descartável? Que nada! Era de pano, que tinha que ser lavada para ser usada novamente.

E o sabão? Ela fazia de soda. Só tinha o Eureka na venda, mas era difícil e caro.

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» Fez um curso técnico de rádio por correspondência, no então Instituto Universal de São Paulo. Com isso, conseguiu até montar rádios.

Agora, mãe, vou te revelar um fato. Aquele pudim que a senhora fazia era uma tentação. Quan do reclamava que o pudim diminuía de tamanho, era eu, que, com muita maestria, conseguia tirar uma fatia e juntar as partes e jogar a calda por cima. A senhora não percebia.

Como Antonio não tinha vocação para roça, vovô Izidoro o ajudou a montar um comércio em Quatituba, lá no Alto da Rilia. Mas Antonio tinha uma grande virtude, era criativo e sempre gostava de sair na frente. Vejamos:

Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio Caus, 2011. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

» Teve a primeira fábrica de picolés da vila de Quatituba, no seu bar, que tinha o nome de Santo Antonio. Seu bar contava com um serviço de alto-falante. As pessoas faziam suas dedicatórias enquanto passeavam pela rua.

Essacurta.éuma breve história de muita luta de nossos pais, Antonio Caus e Alira Nico Caus. É uma história de luta e de conquistas, mas, acima de tudo, de muito amor. A vitória foi conquistada. O senhor e nossa mãe são nossos heróis. Agradecemos por tudo que fizeram e ainda fazem por nós: os princípios religiosos e familiares, o caráter, o nosso preparo para a vida. Temos muito orgulho de vocês. Que Deus os abençoe e lhes preserve para todo o sempre.

Pessoal, vamos visitar mais nossos avós, pais, irmãos, tios, enfim, parentes e amigos. A vida é muito

Celso Luiz Caus

Para passar a roupa, não tinha ferro elétrico. Era ferro à brasa.

Filhos nascidos em hospital? Que nada! Era de parteira, lembram? Era a dona Jovem, que, na hora H, meu pai ia buscar de bicicleta.

Como se observa, a distância entre os Cauz e os Nico estava cada vez menor, de 90 para 20 e depois cinco quilômetros, até que, finalmente, em 1951 não havia mais distância, porque casaram -se Antonio Caus e Alira Nico, com a bênção do Frei Jaime. Desse casamento nasceram sete filhos, 14 netos e uma bisneta. Todos aqui.

» Na época do lampião a gás e da lamparina, teve o primeiro serviço de geração de energia elétrica, com motor a diesel, para atender seu comércio, sua casa, a casa do seu pai e também a igreja. Durante muitos anos, foi o rezador na Igreja de Santo Antonio, em Quatituba.

QuandoAntonio.Antonio decidiu que era hora de partir, para dar continuidade aos estudos de seus filhos, perguntou a Alira: ‘Para onde vamos? Belo Horizonte ou Vitória?’. Alira pensou e disse: ‘An tonio, para onde corre o Rio Doce? Então, é para lá que nós vamos’. Vieram parar aqui em Vitória.

3.6.2.2 DEOLINDA (NICA) NICO

Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio, 2011. Fer nando Nico e família e Carlos Nico e família. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio, 2011. Rosa Gema Nico Anita Caus Nico, Gleydson Caus Nico e sua esposa, Juliana. Acervo da família de Ali ra Nico e Antonio Caus.

O esposo de Deolinda, Antonio José de Paula, conhecido como professor Toninho, era funcionário do Banco Hipotecário de Minas Gerais e também professor de Ma temática do colégio CNEC, em Resplendor.

Deolinda nasceu na primeira propriedade de seu pai, Luiz Nico, próxima a Quatituba/ MG, no dia 28 de novembro de 1932 Casou-se, em 29 de janeiro de 1955, com Antonio José de Paula, em Resplendor/MG. Eles tiveram os filhos Ângela, Américo, Mônica e Graziela.

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Ela fazia um pão italiano muito gostoso. Ela escondia na chave, porque se colocasse lá co miam tudo de uma vez só. Era muita gente. Ela tinha razão.

Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio, 2011. Família de Dio nizio Nico e Dalva. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio, 2011. Zeferino e esposa. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus. Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio, 2011. Acervo da fa mília de Alira Nico e Antonio Caus.

Visando conseguir algumas informa ções, contatei tia Nica nos dias 5 e 6 de março de 2020. Ela mora na casa da filha Mônica, em Belo Horizonte, de quem obtive ajuda na entrevista. Ela está com 87 anos de idade e tem uma memória incrível.

Deolinda (Nica) Nico e Toninho de Paula em seu casamen to, 1955. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Perguntei do que ela se lembrava da nona Rosa e do nono Cesare Nico.

Eles saíam da Conquista e iam lá em casa, na subida para Santa Angélica, de carros de boi. A gente escutava eles chegando, pelo barulho que a roda da carroça do carro de boi fazia. A nona era gorda demais.

Segundo tia Nica, Toninho dava aula e trabalhava no banco. Luizinho estudava com ele. Numa das férias, Luizinho levou Toninho em casa. Foi então que se conhe ceram e começaram a namorar.

A nona Rosa Marchesin sentava comigo e Alira na varanda da casa antiga na Conquista, em Minas, e nos contava muitos casos. Ela conversava muito em italiano. Dizia que ela era de perto de Vicenza, na Itália, e que a casa onde ela morava na Itália era de dois andares. Moravam na parte de cima e no andar de baixo guardavam o gado de noite. Toda noite, colocavam as vacas de leite na parte de baixo, no porão. Lá fazia muito frio e, à noite, os bois ajudavam a aquecer o andar de cima.

Bodas de Diamante de Alira Nico e Antonio, 2011. Marlene Nico e seu esposo, Nego Giacomin. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

O nono já estava caducando, e a nona chamava ele pronunciando Tiêsare. Ele ia no pé de limão, pensando que fosse laranja para chupar. A nona gritava: ‘Cesare venga qua’. Ela brigava com ele, você precisava ver. Ela não era flor que se cheira. Ela tinha um gênio danado, mas a gente convivia bem com ela. O papai, Luiz, me chamava de veia Nica, e acabei ficando com esse apelido. Ele dizia que eu era cópia da nona Rosa, mandona, pra frente.

Américo, filho de Deolinda Nico e To ninho de Paula. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Porque tinha uma mulher meio doida lá perto de casa, em Quatituba, que se chamava Bibia na. Era do mundo, pedindo esmola. Era cabeluda, cheia de piolho. Aí meus irmãos começaram a me chamar de Bibiana porque eu era muito cabeluda também.

Esboço da planta baixa da casa de Luiz Nico, em Santa An gélica, 30 de abril de 2020. Acervo de Nica Nico.

Mônica, casada com Antonio Ribeiro de Castro

Perguntei a Nica por que Luizinho, seu irmão, a chamava de Bibiana?

Nas Bodas de Ouro da nona foi uma festa. Toda Conquista estava presente. Eu era mocinha, foi uma festa muito bonita.

Ângela com o pai, Toninho de Paula. Acer vo da família de Toninho de Paula e Deo linda (Nica) Nico.

Ângela casada com Maurício Gomes de Souza

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Aproveitei e perguntei se Primo Nico, irmão do vovô Luiz, tinha morado perto dessa casa antes de o vovô Luiz construir a dele. Nesse lugar, em 1º de janeiro de 1927, Madalena Costalonga deu a luz ao filho Toninho e, em seguida, ela faleceu.

Tia Nica respondeu:

A casa deles na Conquista era onde hoje tem a casa do tio Gaetano. A casa antiga tinha dois andares. Tinha uma escada para subir, uma varanda na frente e quatro quartos. Um corredor entre os quartos. No final do corredor, na direção das mangueiras, tinha uma porta pregada com tábuas espaçadas para ventilação e luminosidade. Tinha a cozinha bem alta com escada que descia também pelo lado das mangueiras. Um córrego passava nos fundos, uma moita de bambu.

Em outra ocasião, em 30 de abril de 2020, liguei para Mônica, filha da tia Nica. O Objeti vo era reconstituir as características da casa de meus avós Luiz Nico e Angelina Bastianelli, onde nasceram todos os seis filhos. Ficava perto de Quatituba, na subida da serra, indo para Santa Angélica. A casa, construída há qua se 90 anos, infelizmente não existe mais.

Perguntei se ela se lembrava do Cesarin, filho do tio Primo.

Já havia enviado, dias antes, via What sApp, um esboço da planta baixa da casa, uma produzida por tio Cid e outra por meu pai, Antonio, para que tia Nica pu desse complementar as informações e daí sair a distribuição dos cômodos da casa de forma mais próxima da reali dade. Contei com a ajuda de Mônica. Por telefone, via videochamada, Mônica e eu íamos interagindo com tia Nica. À me dida que ela explicava a distribuição dos cômodos, Mônica ia reproduzindo em papel. No final da fala, me enviou um esboço da casa.

Netos de Deolinda: Rubens, casado com Cindy, e Mariana, casada com Rodolfo

Lembro. Estava trabalhando para nós. Ele foi prender o gado lá em casa. Trabalhava des calço. Ali no nosso terreno estrepou o pé. O papai levou ele depressa para Resplendor, para o doutor Leão. O doutor Leão cuidou dele, mas não teve jeito, contraiu tétano. Morreu com uns 18 anos de idade. Ele era bonito.

Sim, ele morava numa casa ali. Depois, ele mudou para São Sebastião da Lagoa, no final da Conquista. Tinha uma família grande. Ele mudou, o papai casou e a casa dele serviu para papai e mamãe cozinharem provisoriamente, até que fizessem a casa nova deles, onde nascemos. A casa de tio Primo não foi derrubada, serviu de tulha para papai guardar mantimentos. A nona e o nono deram um pedaço de terra para cada filho. Lembro da família Costalonga, que tinha um sítio e morava na entrada que vai para a Conquista.

Descendentes de Deolinda Nico e Antonio José de Paula

Bisneto de Deolinda: Maurício

Américo, casado com Karla Nicolini

Netos de Deolinda: Izabela, casada com Rafael, e Lucas, ca sado com BisnetosMarcelladeDeolinda: Marina, Gustavo e Luan

O nono Cesare, de estatura média, era mais baixo que papai, Luiz Nico, e mais alto que tio Júlio. Papai e tio Jorge eram altos. Ele, na Itália, colhia maçã e frutas e vendia aos sábados em Veneza.

Neto de Deolinda: Felipe Neta de Deolinda: Luiza

Graziela de Paula

Deolinda (Nica), Nico. Acervo da fa mília de Alira Nico e Antonio Caus.

Ângela, filha de Deolinda Nico e Toninho de Paula. Acervo da família de Alira Nico e Anto nio Caus.

Luizinho Nico, sua esposa, Maura, e os filhos, Fernando e Carlinhos, 12 de dezembro de 1966. Acervo da família de Luizinho Nico.

Descendentes de Luizinho Nico e Maura Moura Fernando, casado com Cláudia Nico Baldon

Em Resplendor, Luizinho trabalhou no bar de seu pai. Depois, foi trabalhar no Banco Hipotecário de Minas Gerais. Posteriormente, o banco o transferiu para Vitória, Espírito Santo, ficando nessa instituição bancária até se aposentar.

À esquerda, Maura, esposa de Luizinho Nico. Acervo de Célia Lúcia Caus.

Neto de Luizinho: Arthur Luiz Baldon Nico Carlos Nico casado com Catarina Mulinare

Casamento de Luizinho Nico e Maura Mou ra. Acervo da família de Luizinho Nico.

Maura Nico, Angelina Bastianelli e Ângela Caus em viagem a Aparecida do Norte. Acervo da família de Luizinho Nico.

Descendentes de Luizinho Nico e Nair Rosa Beata

3.6.2.3 LUIZINHO NICO

Nasceu na primeira propriedade de seu pai, Luiz Nico, próxima a Quatituba/MG, no dia 15 de dezembro de 1933. Casou-se com Maura Moura, e tiveram os filhos Fernando e Carlos. Com o falecimento da esposa Maura, casou-se pela segunda vez com Nair Rosa, e tiveram a filha Beata Nico. Luizinho faleceu em 22 de janeiro de 1997.

Neta de Luizinho: Gabriela Bisnetos de Luizinho: Maria Vitória

Luizinho, filho de Luiz Nico e Angelina Bastianelli. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Luizinho Nico e colega. Acervo da família de Luizinho Nico.

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Luizinho Nico com os filhos Fernando, no colo, e Carlinhos, ao lado direito. Acervo da família de Luizinho Nico.

Luizinho Nico, filho de Luiz Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Casamento de Fernando e Claudia, setembro de 1994. Atrás, Fernando e Carlinhos. Na frente, José Moura, Angelina Bas tianelli Nico, Claudia, Alira, esposa de Carlinhos com filhas e Luizinho Nico. Acervo de Alira Nico Caus e Antonio Caus.

José Nico (Zeca), filho de Luiz Nico, à direita. Acervo da família de Antonio Caus.

Nasceu na primeira propriedade de seu pai, Luiz Nico, próxima a Quatituba/MG, no dia 14 de novembro de 1943. Casou-se com Arlene (Leninha) Gonçalves Pontes, e tive ram as filhas Michely e Emanuella. Casou-se, pela segun da vez, com Raquel Honório Inácio, e tiveram o filho Luiz Henrique Nico.

Lembro que ele me tratava com carinho. Eu cursava Engenharia quando ele faleceu. Ti nha orgulho de saber que eu seria engenheiro e brincava dizendo que iria trabalhar comigo.

Túmulo de José (Zeca) Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

3.6.2.4 JOSÉ (ZECA) NICO

3.6.2.5 ALCIDES (CID) DOMINGOS NICO

Nasceu na primeira propriedade de seu pai, Luiz Nico, próxima a Quatituba/MG, no dia 24 de setembro de 1939. Casou-se com Dolores. Seus padrinhos foram Alira Nico e Antonio Caus. Faleceu ainda jovem, em 30 de julho de 1972. Não teve filhos.

Como seu irmão Zeca, Alcides (Cid) trabalhava com seu pai, nas propriedades de terra, cuidando dos gados. Também foi jogador de futebol do Nacional de Resplendor.

Primeira comunhão de José Nico (Zeca), filho Luiz Nico, 21 de abril de 1949. Acervo da famí lia Jorge Nico.

Nacionalzinho de Resplendor/MG. Zeca Nico, segun do em pé à direita. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Casamento de Zeca Nico e Dolores. Alira Nico e Antonio Caus foram os padrinhos. Acervo da família de Luizinho Nico.

Nacionalzinho de Resplendor/MG. Agachados: Zeca Nico, segundo à esquerda, e Dionizio (Neném), se gundo à direita. Acervo da família de Antonio Caus.

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Alcides (Cid) Nico, aos 18 anos. Acervo de Michely Nico.

José (Zeca), filho de Luiz Nico. Acervo da família de Jorge Nico.

Trabalhava com seu pai, nas propriedades de terra, cuidando dos gados. Foi jogador de futebol do Nacional de Resplendor.

Toninho, Luiz Nico, Deolinda (Nica) e Celso no velório de José (Zeca) Nico. Acervo da família de Antonio Caus.

Lembrei que na descida da serra ficava o outro sítio, chamado Retiro, onde vovô Luiz comprou sua segunda propriedade.

Era uma propriedade de 12 alqueires. Era colada com o primeiro terreno, na virada para Santa Angélica. Papai comprou o Retiro com muita dificuldade. Ele tinha muita fartura em casa, porque ele e mamãe eram leões para trabalhar. A mamãe era a vaqueira, eu aprendi a tirar leite com ela. Ela fazia queijo, requeijão. Papai tinha muita sorte com criação de bois. Os bezerros machos, ele separava e vendia quando pegavam bom peso de cinco arrobas. Fazia uma remessa de boi, vendia e guardava o dinheiro. Ele tinha até lugar de esconder o dinheiro.

O sítio onde nascemos, mamãe vendeu para os filhos do tio Adriano, o Ié e o Totó. Lembro que peguei uma muda de rosa que tinha na entrada da varanda da casa e levei para sua mãe, Alira, minha irmã, como lembrança da época que ela namorou seu pai, Antonio Caus.

Pedi que me contasse sobre a mudança do vovô para Quatituba.

Lembrei que também levei muitas vezes o cavalo do vovô para pastar e passar a noite para ele voltar de manhã para o sítio. Foi quando frequentei o primeiro e o segundo ano ginasial, em 1960 e 1961, e ficava na casa do vovô Luiz Nico, em Resplendor.

Descendentes de Alcides (Cid) com Raquel Honório Inácio Luiz Henrique Nico

Papai soube que estavam vendendo um terreno no Carneiro, e ele já tinha o dinheiro para comprar. Guardava, como naquela época, debaixo do colchão. Tentaram roubar o papai, sa biam que estava com dinheiro para comprar o sítio. Pularam a janela, papai me chamou e eles correram. No outro dia, levou o dinheiro e comprou o sítio do Alto Carneiro.

O sítio de Resplendor se chamava Alto Carneiro. Tinha de 12 a 13 alqueires e uma casa muito boa. Tinha muita gente de olho para comprar o sitio Carneiro. Não sei como papai teve tanta sorte assim de comprar primeiro. O melhor terreno para criar bois foi o do Carneiro. O papai saía lá do sítio e vinha dormir em Resplendor, na casa dele, onde tínhamos o Minas Bar e, depois, o Bambu Bar. Ele chegava, eu pegava o cavalo dele, puxava com uma corda e levava num terreno de pasto, para, no outro dia, ele voltar para o sítio.

A casa foi feita toda na base da serra. Papai pagava os serradores para fazer as tábuas, os esteios, os caibros, as peças horizontais (baldrames) das vigas. Tinha muita mata virgem, com madeira boa. Nesse lugar é que papai começou a vida dele criando toda a família. Ficava de pois de Quatituba, à direita da subida da serra para Santa Angélica.

Michely, casada com Diego Oliveira Gonçalves Netos de Alcides: João Pedro e Ana Beatriz Nico Gonçalves Emanuella

Ele formou seis mil pés de café na derrubada, na divisa com tio Adriano, e na divisa com tio Gaetano, três mil pés de cada lado. Ele e mamãe eram muito seguros. Engordavam capados. Co zinhavam a carne naquelas panelas grandes e guardavam em várias latas, mergulhadas naquela banha branquinha. Na época, não tinham geladeira ainda. Às vezes, tinham até 25 latas cheias.

Tio Antonio Nico tinha um terreno na virada para Santa Angélica. Era vizinho do nosso sítio do Retiro. Éramos todos vizinhos de terra, papai, tio Adriano, tio Antonio. Na virada divisando com papai e tio Adriano, era o tio Gaetano, onde moravam, na Conquista, nossos avós italianos, Rosa e Cesare Nico. Fora o Retiro, que papai comprou mais tarde, todos esses terrenos vizinhos indo para Santa Angélica foram de herança do nono Nico.

O Retiro, vendi uma parte para a família Carnielli e a outra não estou lembrado. Com a ven da, comprei o sítio da Oncinha, em Resplendor.

A Nica te contou que ela foi mordida por uma cobra e quase morreu? Foi buscar uma bola minha e do Neném que tinha caído no buracão e a cobra picou ela.

O primeiro meeiro que trabalhou com ele se chamava João Arruda. Papai fez uma casa para ele e a família, cá embaixo, no sítio. A construção de casa era tudo manual, feito de tábuas, barro, tipo estuque. O Manelão foi o segundo meeiro. Morou na sede da propriedade onde nascemos.

Perguntei para quem foram vendidos os sítios.

Ele tinha boa quantidade de bois. Ele engordava, preparava e tinha os compradores de con fiança dele. Lembro que vendia para o Antenor Nicoli, o Agenor Nicoli, o Artêmio Barcelos. Ele me falava: ‘monta no cavalo, vai lá avisar para virem ver o gado. Junta o gado todo, seleciona as vacas de bico cortado que são ruins de leite e não dão lucro e separa os bezerros machos’. Tinha carinho pelas vacas, e com o bezerro ainda na barriga, elas davam leite. Lembro do Izaulino que chamavam de Lino, um vaqueiro de um braço só, mas que laçava melhor que muitos. Ele com prava boi nosso para vender para os açougues. A mamãe era a vaqueira. Com essas vendas, ao longo do tempo, ele conseguiu comprar o sítio do Alto Carneiro.

Ele mudou para Quatituba porque tinha que estudar a gente. Viemos eu, mamãe, a Nica, o Zeca e o Neném. Sua mãe, Alira, já tinha casado. O Luizinho foi estudar em Resplendor. Em Qua tituba, acabou que papai teve uma desavença, não me lembro se foi com João Seixas ou Antonio

Pedi que ele fizesse uma síntese histórica da primeira propriedade, onde todos eles nasceram, dos meeiros e das atividades na roça desenvolvidas pelo vovô Luiz, vovó Ange lina (Dinha) e filhos.

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A Michely disse que você queria falar comigo, então, ontem à noite, eu comecei a pensar desde que eu tinha seis anos e anotei no papel muitas coisas para não esquecer. Lembrei que na divisa da propriedade do papai com tio Adriano tinha um pé de banana, e os dois viviam discutindo onde era a verdadeira divisa. Nessa propriedade que papai recebeu de herança do vovô Cesare Nico, foi onde todos nós, os seis irmãos, nascemos. Ela tinha próximo de seis alqueires de terra.

Descendentes de Alcides e Arlene (Leninha) Gonçalves Pontes

Michely Nico, filha de Alcides e minha prima, gentilmente fez a logística para que eu pudesse conversar com meu tio Alcides por telefone por videochamada no dia 22 de abril de 2020. Não foi possível viajar de Vila Velha para Resplendor para conversar pessoalmente com ele pelo período de isolamento causado pela pandemia.

Eu, Celso, também joguei na ponta direita do Nacionalzinho.

Em Quatituba, alugou uma casa e morou em frente ao Chiquinho Padeiro, ao lado da casa do Osvaldo Sampaio. O Osvaldo Sampaio tinha um açougue e um armazém do lado. Osvaldo Sampaio vendia tudo para papai e depois ele pagava na colheita. Ele trazia o leite do sítio e o Lazinho Medeiros levava para a cooperativa. Tinha ali perto um armazém do delegado e lem bro que o mataram. Papai não morou muito tempo ali, foi para Resplendor.

O João Ricardo foi nosso técnico, inicialmente. Trabalhava na cerâmica. O dinheiro que ganhava ajudava manter o Nacionalzinho. Comecei no infantil, depois juvenil e em seguida time principal do Nacional. No principal, fomos campeões regionais, em cima do Ferroviário de Aimorés. Eu era um lateral esquerdo duro. A bola passava, mas o atacante não. Cotovela da para todo lado.

Ruela, por causa de um altar da igreja. Esse fato levou papai a se mudar para Resplendor, onde alugou uma casa na subida onde era o colégio do professor Artur.

Sua mãe trabalhou muito, tirava leite, fazia queijo e ainda ajudava na cantoria da igre ja de Quatituba.

No mesmo dia, Michely me enviou um rascunho da planta baixa da casa, na montanha de Quatituba, indo para Santa Angélica, onde nasceu minha mãe Alira Nico e todos os seus irmãos. Mostrei o desenho para meu pai, Antonio Caus, e para tia Nica, para chegarmos à planta baixa dessa casa, construída há quase 90 anos e que hoje, infelizmente, não existe mais.

Eu me lembro. Você batia uma bola legal. A sua primeira bola, quem te deu fui eu, quando você ainda morava em Quatituba, em frente à igreja.

Ramiro era filho de Eugenio Carnielli. Eugenio, casado com Augusta, filha de Beppe Venturin, era sogro de Elias, casado com Jandira Carnielli. Ramiro posteriormente vendeu as terras do Retiro para Helvécio Sampaio, que vendeu para Eliezer Moura.

Angelina Bastianelli Nico, seu neto Fer nando Nico e Cid Nico, 25 de julho de 1967. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Finalizei agradecendo ao tio Cid e a Michely, sua filha, que viabilizou, por telefone, esse bate-papo histórico.

Alcides (Cid) Nico e Arlene, no aniversário de um ano da filha Mi chely. Acervo de Michely Nico.

Lembro que tinha um varandão comprido e, na entrada, uma roseira bonita que sua mãe e a Nica plantaram. O tio Estevão, irmão da mamãe, ficou uma temporada lá em casa e dese nhou nas paredes do quarto da mamãe. Era um artista.

Campo Dall’Orto e Francisca Buzzelli. Elias tem propriedade vizinha ao terreno do Retiro que era de Luiz Nico. Elias me informou que um pedaço de seis alqueires do terreno do Re tiro foi comprado pelos Cremasco e 20 alqueires, por Ramiro Carnielli.

Os vizinhos do terreno do Retiro são, pelo lado de Santa Angélica, Cremasco, Elias Cam po Dall’Orto e descendentes de Antoniozinho Correa. Do outro lado, tem o lugar chamado Jacu e a igrejinha de São Pedro no terreno dos Correa.

Alcides (Cid) Nico e Arlene. Acervo de Michely Nico.

A principal água nossa era uma nascente no toco velho de uma árvore. Papai canalizou, inicialmente até a nossa casa, com troncos de bambu, até onde tinha um cocho grande. Par tiu o bambu, tirou os nódulos e fez a canalização da água. Papai fez um lavoura de café, na divisa com tio Gaetano.

Em 3 de fevereiro de 2021, fiz contato com Elias Campo Dall’Orto, filho de Furtunato

Lembro que mamãe não era boa de leite, e eu precisava mamar. Então, ela me levava na tia Cotinha, no tio Gaetano. Me colocava no colo, passava pela mata e vazava lá na Conquista na tia Cotinha. Eu mamava com meu primo José Nico, filho da tia Cotinha e, com isso, somos irmãos de leite, como se dizia antigamente.

Pedi que ele desenhasse a distribuição dos cômodos da casa onde eles nasceram.

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Disse que sabia que ele havia jogado no Nacional e Nacionalzinho de Resplendor e perguntei do que ele se lembrava.

Sobre as terras do sítio na subida para Santa Angélica, onde nasceram todos os filhos de Luiz Nico e Angelina Bastianelli, Elias afirmou que ajudou Totó Nico a carregar a madeira do desmanche da casa e a transportou para fazer curral. Adriano Nico ainda estava vivo. O tal Ambrosini, parente da Maria, esposa de Adriano Nico, foi o último a morar na casa.

Alcides (Cid) Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Michely e Ema nuella Nico em frente à casa de Luiz Nico em Res plendor. Acervo de Michely Nico.

Luiz Nico e sua esposa, Angelina, à esquerda em aniversá rio da família de Alcides e Arlene. Acervo de Michely Nico.

Alcides (Cid) Nico com a filha Emanuella Nico. Acervo de Mi chely Nico.

Alcides (Cid) Nico e o fi lho Luiz Henrique. Acer vo de Celso Luiz Caus.

Cid Nico, Arlene e Dalva. Acervo da família de Dionizio Nico e Dalva.

Filhos de Alcides (Cid) Nico: Luiz Henrique, Michely e Emanuella. Acer vo de Michely Nico.

Alcides (Cid) Nico e as filhas Michely e Emanuella. Acervo de Michely Nico.

Alcides (Cid) Nico com os netos João Pedro e Ana Beatriz Nico Gonçalves. Acervo de Michely Nico.

Alcides (Cid) Nico com o filho Luiz Henrique e o neto João Pedro no colo. Acervo de Michely Nico.

Deolinda (Nica) com uma neta no colo, Angelina B. Nico e Michely. Acervo de Michely Nico.

Alira, Luiz Henrique, Al cides Nico e Celso. Acer vo de Celso Luiz Caus.

Michely Nico, seu esposo, Diego, e os fi lhos, João Pedro e Ana Beatriz. Acervo de Michely Nico Gonçalves.

Alcides (Cid) Nico e Celso Luiz Caus, 10 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

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Angelina (Dinha), Dionizio, An tonio Caus e Ângela. Acervo da família de Dionizio Nico e Dalva.

Dionizio (Neném) e Dalva. Acervo da família de Dioni zio Nico e Dalva.

Dionizio (Neném) Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

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CESAR NICO

Nasceu na primeira propriedade de seu pai, Luiz Nico, próxima a Quatituba/MG, no dia 14 de julho de 1945. Casou-se com Dalva Maria de Araújo Silva e faleceu em 23 de dezembro de 1984.

Era considerado um artista da pintura. Tam bém era conhecido por sua bela voz e por ser um exímio tocador de violão. Como seus irmãos Zeca e Cid, foi jogador de futebol do Nacional de Resplendor.

3.6.2.6 DIONIZIO (NENÉM)

Dionizio Nico, em momento de la zer. Acervo da família de Dionizio e Dalva.

Casamento de Dionizio Nico e Dalva. Acervo da família de Dionizio Nico e Dalva.

Descendentes de Dionizio Nico e Dalva Araújo Adriana Nico, casada com Geraldo Garcia Carlos Netos de Dionizio: Amanda e Jeriberto Rafaela Karla Nico , casada com Jonair João de NetosOliveiradeDionizio: Nicoli e Benjamin.

Planta baixa da casa onde nasceram todos filhos de Angelina e Luiz Nico. Acervo de Alcides Nico e sua filha Michely.

Dionizio Nico, artista da guitarra. Acervo da fa mília de Dionizio e Dalva.

Dionizio (Neném) Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Dionizio Nico, artista da pintura. Acervo da família de Dionizio e Dalva.

Alegria de Dionizio Nico e Dalva. Acer vo da família de Dionizio Nico e Dalva.

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Dionizio (Neném) Nico e as filhas Adriana e Rafaela. Acervo da fa mília de Dionizio Nico e Dalva.

Avó Angelina (Dinha) com as netas Adriana e Ra faela e a nora Dalva. Acervo da família de Dionizio Nico e Dalva.

A distância entre a casa onde Adriano nasceu e o cartório pode ser medida pelo que consta na certidão: “aos vinte e um dias do mês e ano corrente (1924), às onze horas da noite, em sua casa de residência, longe mais de uma hora deste cartório”. Achei muito importante e des taquei essa frase para concluir que a dis tância pode ser es timada em piotano1991.emceudanasceuJorge,Rosa,osgarGuiomar.ravaniolevaquilômetros.madamenteaproxiquatroIssonosacrerqueAntoCesareNicomoentreIpê-AçúeNesselunasceramtodosfilhosdeCesareecomexceçãodeocaçula,queemCórregoTelha,Castelo.AdrianofaleemQuatituba16dejaneirodeFoisepultadocemitériodeSanLuzia,nomunicídeItueta/MG.

Dionizio (Neném) Nico. Acervo de Ângela J. Caus.

Dionizio e Dalva no casamento de Sérgio L. Caus e Samira. Acervo da família de Dionizio Nico e Dalva.

Certidão de nascimento de Adriano Nico. Acervo da fa mília de Adriano Nico.

3.7 ADRIANO FRANCESCO NICO

Adriano Nico era o sétimo filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Nasceu em casa, na seção Guiomar, distrito de São João, município de Alfredo Chaves, estado do Espírito Santo, em 21 de dezembro de 1904. Foram testemunhas João Ferri e Júlio Ciprian, lavradores.

Dionizio Cesar Nico. Acervo da família de Dionizio Nico e Dalva. Dionizio (Neném) tocando. Acervo de Ângela J. Caus.

Eugênia, filha de Regina Nico e Eugênio Nicoli, era prima de Sérgio Nicoli, de Valdevi no Nico e Ilda Nicoli Nico.

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O Valdevino, filho do Adriano com minha tia Maria Ambrosim, casou com Ilda, filha do Constante Nicoli. Tudo embolado no Quatituba.

Data: 19 de outubro de 2019

Ainda na certidão de nascimento, vemos que seu nome de registro é Adriano Francesco Nico. Por decisão judicial, em 20 de maio de 1997, foi retificado para Adriano Francisco Nico. Adriano casou-se no Espírito Santo com Maria Ambrosim, em 21 de julho de 1928. O casamento no civil ocorreu cinco dias antes da venda da propriedade do seu pai, Antonio Cesare Nico. Em seguida, toda a família de Antonio Cesare Nico, inclusive Adriano e sua esposa, se mudou para Conquista, na época município de Resplendor, Minas Gerais. Os ou tros filhos casados, Julio, Primo e Antonio, já tinham se mudados para Minas.

Adrialino Nico e Celso L. Caus, outu bro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Em 23 de julho de 2015, entrevistei Sérgio (Iá) Ambrosim Nicoli, em sua propriedade, no Córrego da Telha, vizinha de onde morou Antonio Cesare Nico. Num trecho da entrevista, sobre o parentesco com Maria Ambrosim, Sérgio disse: Adriano, filho do Cesare Nico, saiu deste casarão de sua propriedade, aqui perto de nós, para Minas, já casado com Nega (Maria Ambrosim), que era irmã da minha mãe, Isabel Am brosim. Meu pai se chamava Ilídio Nicoli, que era irmão do Alexandre, Cesar, Constante e Ben jamin. Os quatro foram para Minas, num total de 13 irmãos e duas irmãs. Meu avô paterno se chamava Gaetano Nicoli. Meu avô Isidoro Ambrosim e minha avó Maria Delazari tiveram os

Presentes: Celso, Adrialino (Ié) e sua esposa, Aparecida Coelho Nico

filhos Maria (casada com Adriano Nico), Isabel (casada com Ilidio Nicoli), Adriano, Domingos, Zeca, João, Amabile, Eliur e Valentino.

Meu pai, Ilídio Nicoli, era irmão de Eugênio Nicoli. Eugênio era o pai da Eugênia, com Regina Nico. Pelo relato de Sérgio Nicoli, vê-se que ele é primo do Valdevino Nico por parte de mãe e primo da llda Nicoli, esposa do Valdevino, por parte de pai. Também é primo da Eugênia, por parte de pai.

Tulha perto da antiga casa fazenda de Adriano Nico, na subida para Santa Angélica, feita com madeira da antiga máquina de café. Acervo de Celso Luiz Caus.

Em seguida, mostrei fotos da casa da máquina de café e do moinho, no final de Quatituba, próximo de onde depois Adriano Nico passou a morar.

Foi feito uma canaleta à mão para conduzir a água até a roda do moinho. Era um tufo gran de de água. Toda vez que dava enchente, enchia de areia, e impedia a roda de girar.

Mensagem no verso da foto de Adriano Nico. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

Local: casa de Adrialino, filho de Adriano Nico, Quatituba, município de Itueta, Minas Gerais

Adrialino e Aparecida são pais de Darci e Dirlei.

Adriano Nico com 20 anos, em 3 de novembro de 1925, em Córrego da Telha, Fazenda do Centro, Castelo/ES. Acervo de Julio Nico e sua filha Maria Nico.

Adrialino é mais conhecido como Ié. Lembro muito bem que ele morava numa casa no final de Quatituba, ao lado da propriedade e da casa de seu pai, Adriano Nico. Hoje, ele mora com a família na sua propriedade e sua casa fica exatamente onde era o antigo campo de futebol de Quatituba.

Iniciei a conversa dizendo que meu objetivo era escrever o livro da família Nico. Mostrei uma foto da antiga casa e da tulha da propriedade de Adriano, seu pai, vizinha a de meu avô Luiz Nico, na subida da ser ra em direção a Santa Angélica. A esposa do Adrialino lembrou que a tulha ainda está lá.

3.7.1 Entrevista com Adrialino (Ié) Nico

Perguntei se quando seu pai se mudou para Quatituba as tulhas já existiam.

Antiga casa na fazenda de Adriano Nico, 17 junho de 1943. Acervo da família de Vi torio Nico.

A tulha da casa que vai para Santa Angélica foi feita com a madeira de demolição da casa de máquina e do moinho.

Está escrito no verso da foto: “Dr. Alexandre de Alencar, prefeito de Resplendor, depois da realização de um comício em Santo Antônio da Boa Sorte (Quatis), no dia 8 de julho de 1945, inaugurou a casa de máquina de beneficiar café e moinho de Jorge Nico e Irmão”. O irmão se refere a Adriano Nico, que era sócio de Jorge. A foto foi endereçada pelo prefeito ao seu amigo Primo Nico.

Afonso Nico, em 2019, mostrando peça da antiga casa de máquina de Jorge e Adriano Nico, em Quatituba/ MG. Acervo de Celso Luiz Caus.

Papai se mudou para perto de Quatituba, onde era do Antônio Ruela, no ano de 1951. Seu avô Luiz veio morar em Quatituba em 1952 para 1953. Sua mãe Alira deve ter 88 anos. Eu tenho 82 anos.

Inauguração máquina de café de Jor ge Nico e seu irmão Adriano, em Santo Antonio da Boa Sorte (Quatis), 1945. Acervo da família de Vitorio Nico.

O moinho foi feito primeiro na má quina. Moía três sacos de milho por noite. Depois, a água foi acabando, então, passamos o moinho para trás da casa da Ilda e Valdevino. Transfe rimos o moinho mais para baixo, sem desmanchar a casa de máquina.

Não. Papai comprou a casa do Antônio Ruela. Já tinha uma tulha. A outra tulha, que ficava em frente ao campo de futebol, nós a deslocamos para baixo, para perto da outra. Papai com prou primeiro a propriedade do Antônio Ruela, perto de Quatituba, para onde mudamos e onde papai morou até morrer. Compramos também a propriedade do Geracino de Oliveira Ruela e um pedaço do Júlio Nicoli, que fica onde nós estamos agora conversando com você, onde era o antigo campo de futebol. Ficou praticamente ligado à primeira propriedade, onde nascemos, na subida para Santa Angélica, e às outras propriedades compradas de Antônio Ruela, Geracino de Oliveira Ruela e Júlio Nicoli. O Geracino é a pessoa que tomava conta do cartório.

Papai, tio Luiz, tio Antonio e tio Primo tinham as terras divisando umas das outras, na su bida e na serra que vai para Santa Angélica. Receberam de herança da nona Rosa e do nono Cesare. Tio Primo já morava lá numa casinha muito simples, perto de onde depois tio Luiz fez a casa dele. Tio Antonio também morava lá, e a propriedade dele era mais encostada na de papai. Depois, tio Luiz comprou a parte do tio Primo e papai comprou a parte de tio Antonio.

Lembrança a Primo Nico da Inauguração da máquina de Jor ge Nico e Irmão, em Santo Antonio da Boa Sorte (Quatis), 1945. Acervo da família de Vitorio Nico.

Papai casou no Espírito Santo. O pai da mamãe não queria o casamento porque os Nico iam se mudar para Minas e ficaria difícil eles verem a filha. Quando casou, papai foi morar na Conquista, na casa dos pais dele. Mamãe é da família Ambrosim, do Espírito Santo.

Antiga pedra do moinho de Jorge e Adriano Nico em Quatituba/MG. Acervo de Celso Luiz Caus.

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Mostrei a foto da pedra do an tigo moinho e pedi para Adria lino comentar.

Me casei e morei 22 anos com meus so gros, Adriano e Maria. Eu os chamava de mamãe e papai. Meu sogro, com o tempo, ficava na janela ouvindo rádio e vendo o movimento na estrada.

Data: 9 de dezembro de 2020 Apoio de Mauro Nico, filho de Neia e Totó

Minha sogra muito religiosa, sempre pre sente na igreja. Num banco da igreja de Qua tituba estava escrito ‘doação de Adriano Nico e família’. Ele doou uma imagem de Nossa Se nhora Aparecida.

Minha sogra, Maria, falava que a sogra dela, mãe do Adriano, era muito enérgica, rigorosa. A nona Rosa controlava até o fumo. Dava um pedaço e uma caixinha de fósforo para cada filho que fumava e dizia para eles que tinha de durar tantos dias. Se acabasse antes, não adiantava pedir não que ela não dava. No almoço, era aquele tanto controlado. Matava-se porco, fazia-se linguiça, tirava os pedaços, mas tudo era vigiado. A comida tinha que ser na hora certa. Ela con trolava tudo. Tudo isso porque a vida naquela época era dura. De manhã, os filhos faziam um

Maria Ambro sim Nico sen tada em frente à janela onde ficava seu es poso, Adriano Nico, ouvindo seu famoso rá dio. Acervo de Maricilva Co vre Nico.

3.7.2 Contato com Neia, esposa de (Totó)FlordevinoNico

Nossa Senhora Aparecida, à direita, no altar igreja de Quatituba: oferta de Adriano Nico. Acervo da família de Adrialino Nico.

Lembrei que meu avô Luiz e tio Adriano ficaram muito tempo sem se falar.

Foi por causa de divisa de terras e porque os animais passavam de uma propriedade para outra. Mas, antes de papai morrer, fi zeram as pazes.

Agradeci a Adrialino pela entrevista e também a sua esposa, que estava presente todo o tempo de nossa conversa.

Antiga casa de Adriano Nico, na propriedade em Quatituba. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Na Semana Santa, em Quatituba, realizava-se a celebração na Sexta-Feira Santa, saindo da igreja, rezando as estações da paixão de Cristo pela rua, indo até o cruzeiro, que ficava no final da vila, em frente à casa de meu sogro, Adriano. Com a expansão do lugar, a prefeitura começou a abrir ruas, e tiveram que mudar o cruzeiro. O cruzeiro só foi retirado depois que meu sogro faleceu, ele não deixava ninguém tirar ou trocar de lugar.

Eu ia muito na casa de sua mãe, Alira Nico. Gostava muito dela. Lembro que ela fazia pu dim com calda e caçarola para o bar.. Eu ficava olhando e ajudando.

Adrialino (Ié), Terezinha, Adriano, Maria, Florde vino (Totó), Valdevino, Antonio, Florentino (Nego). Acervo da família de Adrialino

Naquela época, quando tinha festa dos santos padroeiros e bailes, o povo ia e acabava se conhecendo. Os Nico frequentavam os bailes. O Valdevino conheceu a Ilda Nicoli num baile. A mesma coisa com os Campo e outras famílias. E assim se conheciam e surgiam os casamentos.

Nico.Neia, seu filho Mauro e Ma ria vreMaricilvadaNico.AmbrosimAcervofamíliadeCoNico.

Tio Luiz teve os filhos Alira, Deolinda (que é a Nica), Luizinho (que foi estudar em Res plendor), Zeca, Cid e Dionizio. Sobre os filhos de papai, vou te mostrar na foto. Da esquerda para a direita: Adrialino; Tereza Amabile; meu pai, Adriano; minha mãe, Maria Ambrosim; Flordevino Izidoro (Totó); Valdevino; Antônio Jésus e Florentino (Nego). Tinha uma irmã gê mea, que morreu no parto.

Minha sogra dizia que iam trabalhar na roça. Diversão era em bailes. Lá no Espírito Santo, tinha a família dos Nico, ela acabou conhecendo meu sogro. Namoraram, se casaram e vieram para Minas com os pais de meu sogro. Dizia que os pais dela apreciavam uma bebida. Depois que se mudaram para Minas, ela demorou muito tempo para visitar os pais no Espírito Santo. Meu sogro não gostava de sair. Ela voltou depois de ter três ou quatro filhos. Meu sogro não contava muita coisa do passado, não, ele ficava muito na dele. Sei onde nasceu e onde morou sua mãe, Alira Nico, na subida para Santa Angélica. Não tenho foto da casa onde ela nasceu. O último que morou lá foi o senhor Manoel (Manelão), que era meeiro.

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Certidão de casamento de Adria no Nico e Maria Ambrosim, 1928. Acervo da família de Adriano Nico.

Antigamente, o homem é que era o padrinho de casamento. Não tinha a madrinha. Tio Mi guel Baldon foi padrinho do Valdevino, e tio Caetano foi meu padrinho. Valdevino foi padrinho de casamento de sua mãe, Alira. Ele usou um terno branco, ainda era solteiro. Quando casei com Valdevino, sua mãe já tinha você e a Celia.

Data: 9 de junho de 2021

Nico,comContatoIldaNicoliesposade

Valdevino Nico

Em pé, da direita para esquerda: Flordevino (Totó), téc nico, e Adrialino (Ié), jogador. Acervo de Adrialino Nico.

A gente ia muito na festa de São Caetano, no Córrego da Telha, Espírito Santo. Fomos du rante 18 anos, no dia 7 do mês de agosto. Juntava os Nicoli, daqui de Minas, alugava um ônibus e ia todo mundo. A Eugênia sempre ia junto. São Caetano era o padroeiro dos Nico e Nicoli. A vovó Nicoli trouxe a imagem da Itália. Fizeram, primeiramente, uma capelinha de madeira, depois é que fizeram de tijolo.

Os Nico mudaram todos para Minas. O nome completo do meu sogro é Adriano Frances co Nico. Casou com minha sogra, Maria Ambrosim, em julho de 1928 e vieram para Minas em agosto de 1928, um mês depois. Vieram de trem Maria fumaça. Minha sogra era muito boa de coração e meu sogro era de conversar pouco. Minha sogra só voltou para visitar os parentes dela no Espírito Santo quando Valdevino tinha 18 anos. Meu sogro não deixava. Ela foi junto com Valdevino, tio Antonio e tia Angelina. Nessa época, o pai dela já tinha falecido.

3.7.3

3.7.4 Demais fotos históricas

Totó e meu sogro eram botafoguenses doentes. Totó gostava de apitar jogo. Ié era torcedor do Vasco.

Os Nicoli, quando chegaram no Espírito Santo, foram para Guiomar. Mais tarde, mudaram para o Córrego da Telha. Depois, foram quatro Nicoli para Minas: Alexandre, Cesar, Benjamim e meu pai, Constante. Constante e Cesar eram gêmeos. Tio Alexandre se parecia muito com vovô Gaetano. Papai e tio Cesar puxaram mais para vovó Joana, Giovana era nome italiano.

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lanche e iam para a roça. Na hora do almoço, tocava uma buzina na hora deles almoçarem. Todo mundo vinha almoçar. Descansavam uma meia hora, voltavam para a roça e retor navam quase de noite para casa. Vida dura.

A história é importante para os filhos, muito bom para os mais novos, porque a fa mília não fica esquecida. Celso, fiquei feliz de conversar com você.

Afonso e Alonso, filhos de Valde vino Nico. Acervo da família de João Nico.

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Valdevino Nico e Ilda Nicoli. Acer vo da família de Vitorio Nico.

Adriano Nico, sua esposa, Maria, e os filhos Flordevi no (Totó), Terezinha e Val devino. Acervo família de Vitorio Nico.

Escombro da antiga casa de Adriano Nico em sua propriedade na subida para Santa Angélica. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Maria Ambrosim Nico e sua filha Terezinha Nico. Acervo da família de Jorge Nico.

Adriano Nico, sua esposa, Maria Ambrosim, e o fi lho Valdevino ou Antonio. Acervo da família de Gae tano Nico.

Antigo paiol de Adriano Nico em Quatituba/MG. Acervo de Celso Luiz Caus.

Irmãos Carolina, Adriano e Re gina Nico, foto de 27 de setembro de 1927 ofertada a Olímpia Nico Bastianello, irmã de Antonio Ce sare Nico. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Desenho da antiga casa de Adriano Nico. Acerco de Afonso Nico.

Antonio Caus, à esquerda, e Totó Nico, terceiro à esquerda. Acervo da família de Antonio Caus.

A partir da esquerda: Adrialino, Antônio Jésus e Flordevino (Totó). Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Antigo cofre de Jorge e Adriano Nico. Acervo da família de Adriano Nico.

Vista de onde morava Adriano Nico em Quatituba. Acervo de Celso Luiz Caus.

Adrialino (Ié) e Florentino (Nego), fi lhos Adriano Nico. Acervo da família de Jorge Nico.

Adriano Nico, sua filha Terezinha e sobrinha Mafalda (Nega) em Con gonhas, 1946. Acervo da família de Vitorio Nico.

Formatura de Florentino (Nego). Á direita, Adrialino, Vitorio e Adriano Nico; à esquerda, Nego, Antonio Nico e Maria, esposa de Adriano. Acer vo da família Vitorio Nico.

José Nico, Alci Caus, Antonio Nico (Tonho), João Dias e Floren tino (Nego) Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Túmulo de Flordevino (Totó) Nico e sua filha Gerusa. Foto de Celso Luiz Caus. Adrialino Nico e família. Acervo da família de Adrialino Nico.

Terezinha Nico e a mãe, Maria Ambrosim Nico. Acervo da famí lia de Vitorio Nico.

Sérgio e Celso L. Caus no trote de Antônio Jésus Nico por sua aprova ção no vestibular para Odontologia na Ufes. Acervo de Celso Luiz Caus.

Terezinha Nico e Leotério Grobé rio. Acervo de Edna Nico, neta de Antonio Nico.

Carolina Nico e Maria Ambrosim Nico. Acervo da família de Adria no Nico.

Mensagem no verso da foto de Te rezinha e Leotério. Acervo de Edna Nico, neta Antonio Nico.

Túmulo de Adriano Nico. Foto de Celso Luiz Caus.

Túmulo de Antônio Jésus Nico. Foto de Celso Luiz Caus.

Terezinha Nico e Leotério Grobé rio. Acervo de Edna Nico, neta de Antonio Nico.

À esquerda, Florentino Nico (Nego). Acervo da família de Vitorio Nico.

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Mauro, Maricilva, Gerusa, Antonio Jesus Nico e Dar ci. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Alira, Terezinha e Deolinda (Nica) Nico. Acervo de Ma ristela Grobério.

Terezinha Nico e seu esposo, Leotério Grobério. Acervo da família de João Nico.

Maria Ambrosim com sua irmã Izabel, esposo, Ilidio Nico li, e familiares, em 1993, na Fazenda do Centro, Castelo/ES, onde casaram-se Maria e Adriano Nico. Acervo de Maricil va Covre Nico.

Antônio Jésus Nico e Adriana, filha de Florentino Nico, na formatura dela. Acervo de Maricilva Co vre Nico.

Terezinha, Valdemar Campo, Nica, Totó e Pachota. Acervo de Doro ti De Nadai.

Totó e seu filho Mauro no lugar onde Adriano Nico ficava ouvindo seu rádio. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Deolinda, Terezinha e Alira Nico. Acer vo de Maristela Grobério.

Maria Ambrosim Nico e sua irmã Izabel Ambrosim Ni coli, Castelo/ES, 1993. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Casamento de Antônio Jésus Nico e Maricilva. Acervo da família de Maricilva Covre Nico.

Valdevino Nico. Acervo da família de Sergio Ambrosim Nicoli.

Maria Ambrosim Nico cuidando das ga linhas. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Socorro e sua filha Lucélia, Ilda, Terezinha e Maria Ambrosim Nico. Acervo de Lucélia Nico.

Lucélia com a avó Maria Ambrosim Nico. Acervo de Lucélia Nico.

Florentino (Nego) Nico e sua esposa, Socorro. Acervo de sua filha Lucélia Nico.

Maria Ambrosim Nico, Jhessica e bisneta no colo. Acervo de Maricilva Covre Nico.

3.8 CAROLINA LUIGIA

Seu nome completo, conforme certidão de nascimento, é Carolina Luigia Nico, mas fi cou mais conhecida como Carolina Nico.

Antônio Jésus Nico e sua esposa, Maricilva, com a filha Jhessica. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Maria Ambrosim Nico. Acervo de sua Neta Lu célia Nico.

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NICO BALDON

Carolina Nico foi a oitava dentre os filhos de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, sen do a segunda filha do casal. Nasceu em sua casa, na seção Guiomar, distrito de São João, município de Alfredo Chaves, Espírito Santo, em 28 de fevereiro de 1907, às 15 horas. Foram testemunhas os lavradores italianos Giovanni Batista Bacchetto e Antonio Pinton.

Carolina faleceu no dia 21 de maio de 2012, com 105 anos de idade. Está sepultada no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta, Minas Gerais, no mesmo túmulo de seu ir mão João (Joanin) Nico, que faleceu em 14 de dezembro de 1934, às 7 horas; de seu esposo, Miguel, e do filho Ildo.

Florentino (Nego) Nico. Acer vo de sua filha Lucélia Nico.

Maria Ambrosim Nico e seu filho Florentino (Nego) Nico. Acervo de Lucélia Nico.

Carolina casou-se no dia 23 de julho de 1932 com Miguel Baldon, na igreja de Santa Lu zia, na época município de Resplendor, Minas Gerais.

Certidão de nascimento de Carolina Nico. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Certidão de nascimento de Carolina Nico. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

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Carolina Nico e seu esposo, Miguel Baldon. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Casei com 21 anos e já fomos morar com meus sogros. Carolina foi uma mãe para mim, para todos. Criei minhas oito filhas com ela. Era uma mulher fora de série. Lembro que vovó Carolina ia brincar com minhas filhas. Uma época difícil, de pouco dinheiro, o que ela fazia? Pegava uma abóbora de pescoço, fazia os olhos, colocava o vestidinho e criava bonecas para minhas filhas brincarem.

Iniciei a entrevista dizendo que seria uma conversa para resgatar com Alice uma parte da história dos Nico, principalmente sobre Carolina Nico e seu esposo, Miguel Baldon, sogra e sogro da Alice. Carolina era irmã de Luiz Nico, portanto, era tia da minha mãe, Alira Nico. Claudete, filha de Alice, é casada com Fernando, que é filho de Luizinho Nico, irmão de minha mãe.

Elas gostavam de ir a bailes, mas tinham que implorar aos nonos, que só deixavam ir com os irmãos. Ela falava que tinha muita vontade de estudar. Ela era muito inteligente. Mas não foram à escola, não, tinham que trabalhar. Acabou que ela não lia nem escrevia, eu que lia as coisas pra ela.

Carolina Nico e Miguel Baldon tiveram seis filhos: Ildo, Pedro, Antonio Alair (Neném), Tere sa, Lurdes e Adélia.

Na semana anterior, dia 20 de outubro de 2019, estive com as filhas de Alice na propriedade da família, próximo a Santa Luzia, município de Itueta/MG. Soube que estava em Vila Velha e, por essa razão, fui até ela.

Rosa Marchesin, o neto Toninho no colo, a neta Eugenia e fi lho Jorge Nico, 1927, Espírito Santo. Acervo da família de Ca rolina Nico Baldon.

Alice Baldon

A tia Regina Nico, irmã de nona Carolina, marcava e bordava histórias e nomes num lenço toda a noite. Como o nono dizia que tinha que economizar querosene, o que elas faziam escondido? Tia Carolina colocava a lamparina dentro da lata e a tia Regina ia marcando em cima.

Alice é casada com o saudoso Ildo Nico Baldon. Tratou com muito carinho da sogra, Carolina Nico, desde que se casou com Ildo até os últimos dias de vida de Carolina. Todas as vezes que visitei tia Carolina, lá estava Alice, solícita, prestativa e atenciosa.

Alice Baldon e Celso Luiz Caus, 23 de ou tubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus. Celso Luiz Caus e netas de Ca rolina LuizAcervotubroBaldon,Nicooude2019.deCelsoCaus.

Local: casa da filha de Carolina, Claudete, e genro Fernando Nico, Vila Velha/ES

os nonos vieram para Alfredo Chaves e Castelo, no Espírito Santo, onde criaram os filhos. Dizia que o nono, pai dela, colocava todos para trabalharem, não por ruindade, mas sim por neces sidade. Quando voltavam da roça, as mulheres tinham ainda que ajudar na cozinha.

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3.8.1 Entrevista com

Data: 23 de outubro de 2019

Presentes: Celso Luiz Caus, Alice Baldon e Claudete Baldon Nico

Perguntei a Alice com quantos anos ela se casou e onde foi morar depois do casamento.

Ela contava a história dos pais dela, que vieram da Itália. No navio morria gente e jogavam no mar. Eu perguntava para ela o que vieram fazer aqui. Ela dizia que o governo facilitava a terra e colocava os italianos nas matas para derrubada, plantar, cultivar, sobreviver. Primeiro,

A nona Rosa e o nono Cesare, que ainda estavam morando no Córrego da Telha, em Castelo, Espírito Santo. tiveram que mandar a filha Carolina, ainda jovem, para Quatituba, Minas Gerais, para ajudar Primo Nico a tomar conta dos filhos, todos pequeninos. Ela ficou uns dias em Minas ajudando o irmão Primo Nico, mas enjoou de ficar lá. Pegou o menino (Toninho) cheio de pereba, fraquinho e trouxe para Córre go da Telha, onde moravam os nonos. A nona Rosa estava mexendo a polen ta quando ela chegou em casa. A casa tinha a porta cortada no meio, e abria a parte de cima e a outra ficava fecha da. Quando a nona Rosa Nico virou e viu a vovó Carolina chegando com Toninho no colo, ela desmaiou. Quem ajudou a criar o Toninho, junto com a nona Rosa Nico, foi a vovó Carolina.

Ela falava sempre sobre o seu irmão Primo Nico. A esposa dele morreu e deixou Cesarin; Toninho; Rosinha, do Santo Fasolo; Ana, casada com Ven turin, e Ozilia, que mora em Vitória. A mulher dele era da família Costalonga. Morreu deixando o Toninho novinho.

Vovó contava muitas histórias. Para pagar empregado e ajudar vovô Miguel, ela costurava dia e noite, calça e camisa. Fazia colcha de retalho que era uma maravilha. Costurava aquelas saias com bolso na frente, atrás e do lado. Quem me ensinou a costurar foi ela. Depois, ela cor tava e eu costurava. De noite, ela costurava com lamparina, não tinha luz elétrica. Um dia de noite, costurando, sentiu uma coisa fria passando nos pés, era uma cobra.

Filhos do Pedro: a mais velha é Maria da Penha; Rita, que mora em Vitória; Oreste (Nego), que faleceu e era prefeito de Itueta; José Maria; Lúcio; Marta, e Osana.

Porta em duas partes da casa dos Nico em Castelo/ES. Acervo da famí lia Camporez.

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Os velhos Nico e Nicoli um dia se encontraram na estrada e acabaram se batendo. Brigavam muito, a ponto de quase se matarem. Brigavam feio, dizia a vovó Carolina. O nono Nico era rí gido, bravo, dizia ela. Depois, o nono Nico mudou para Minas. Tia Regina ficou com a Eugênia, mas Eugênia foi criada pela nona. Tia Regina Nico casou com o Jerônimo (Mome) Zanon e eles foram também para Minas, lá na Conquista.

Filhos de Teresa: Nete, Fátima e Elisa.

Vovó Carolina era muito caridosa. Tinha uns meninos pobres, que moravam perto. Fazia calçãozinho, camisinha para dar para eles. Tenho certeza que ela ganhou o céu. Os irmãos dela não saíam lá de casa. Gostavam muito dela.

Na primeira, Toninho estava no colo da nona. Ele tinha aproximadamente sete meses de idade quando Carolina o trouxe para o Espírito Santo. Eugênia tinha aproximadamen te seis anos, pois nasceu em 14 de julho de 1921. Jorge Nico ti nha 12 anos, já que nasceu em 23 de abril de 1915. Nona Rosa mandou Carolina para Minas para ajudar a tomar conta de Toninho e dos outros irmãos. Carolina tinha 20 anos (ela nasceu em 28 de Fevereiro de 1907) quando Toninho nasceu em Minas, em 1º de Janeiro de 1927. Na foto, Nona Rosa tinha 56 anos (nasceu em 1871).

Os italianos não aceitavam a moça engravidar antes de casar. Quando acontecia, diziam que fizeram mal para ela (a moça). Por isso que a nona Nico não perdoava tia Regina.

Outra coisa que ela dizia era que ela, mesmo depois de casada, toda segunda-feira ia na casa da nona lavar roupa para vovó Nico. Era mata pura. De tardinha, para voltar para casa, vovó Carolina molhava o sabuco de querosene, no óleo, enfiava num pau e acendia para pas sar na picada no meio da mata, para voltar de noite. Ela sempre levava uma criança com ela. Vovó Carolina sempre morou no mesmo lugar.

O que vovó Carolina fazia para dar de comer aos filhos do Primo, em Minas, quando foi ajudar a cuidar dos pequeninos órfãos da mãe?

Perguntei quando ela se casou e quantas filhas tem.

Então, o que fez Regina? Arrumou um namorado, ficou grávida dele e nasceu a Eugênia. O Nicoli não assumiu tia Regina. Se você visse a briga que deu... Foi aquela confusão, aquela bri galhada, dizia ela. Quiseram levar o Eugênio Nicoli no padre para fazer juramento, e ele falava que não era dele. Mas era dele. A Regina falava: ‘eu vou lá e juro na frente do Santíssimo para provar que é dele’, mas ele não quis ir.

Ela contava outra história. Deu um tumor, uma coisa feia, atrás do pescoço do Cesare Nico, pai dela. Parece que foi um câncer que enraizou. Os médicos foram lá na casa dele e tiveram que operar. Diz que ele sofreu muito, acho que não aplicaram anestesia. Ele ficou caduco, pe gava estrume de cavalo e colocava no bolso. Um dia, amoitou não sei o que. Tudo o que achava colocava no bolso.

Quis saber quem são os filhos do Pedro, do Neném e das três mulheres.

Só se eu olhar na certidão. Casei com Ildo Baldon. Minha filha mais velha tem 58 anos, e eu tenho 81. Minhas filhas se chamam Arlete, Maria Gorete, Marinete, Margarete, Marcionete, Apa recida, Claudete e Priscila. Priscila foi a última, temporona, nasceu quando eu já tinha 46 anos.

Filhos do Alair (Neném): Aldair, Altair e Ninim.

Fiz um parênteses na entrevista para comentar as fotos.

Filhos da Lurdes: Gil, Celeste, Lucinha e mais dois de apelidos Baixinho e Alemão.

Poucas vezes ela voltou ao Espírito Santo. Lembro que tio Vitorio a levou em Caste lo, onde moraram.

A Adélia faleceu no Paraná. Não estou lembrando os nomes dos filhos dela.

Dizia ela que, um dia, olhou para um lado, não viu nada para comer; foi na despensa, nada. Então falou com o irmão Primo: ‘vamos na engenhoca moer cana, fazer a garapa, depois eu faço melado, molho a polenta no melado e dou para as crianças comerem’. Ela colocava um saco de estopa lavado, sentava as crianças, molhava a polenta no prato com melado e ia dan do para as criancinhas.

Dois parentes da Itália, da vovó Carolina, estiveram aqui, o Vittorio e a Loretta.

Vovó Carolina faleceu com 105 nos. Ela caiu, quebrou o fêmur, ficou seis meses na cama e não teve mais jeito. Depois que caiu, ela aguentou só seis meses. Vovô Miguel Baldon, quando faleceu, tinha 94 anos de idade.

A outra foto, da casa, mos tra a porta em duas partes, conforme fala Alice na entrevista.

Os Nico tinham muitas terras pelo lado da Conquista.

Contei para Alice a questão da doença de Alzheimer da minha mãe. Sobre meu pai, in formei que superou a situação crítica de quando esteve internado na UTI. Ele está bem e em casa, feliz, ao lado da minha mãe.

Dias depois, soube que, certa vez, Vitorio Nico levou sua irmã Carolina à estação de trem. Enquanto esperava a partida, ficou conversando com a irmã. Não percebeu que o trem par tiu. Acabou tendo que saltar na estação seguinte e seu motorista teve que buscá-lo de carro.

Vovô Miguel era vistoso, bonito. Vovó Carolina era bonita, velhinha bonita, aprumadinha, delicada, educada, não fazia a gente passar vergonha.

Primo Nico matando uma cobra em São Sebastião da Lagoa, Córrego da Conquista/MG. Acervo da fa mília de Carolina Nico Baldon.

Celso, me fala dos seus pais, Alira Nico e Antonio Caus. Sempre foi um casal lindo, que se gosta muito. Fiquei preocupada com a saúde de seu pai. Prezo muito vocês.

Lembrei que contavam que, toda segunda-feira, tia Carolina ia visitar a nona Rosa Nico, na Conquista. Perguntei por onde ela passava, se por São Sebastião da Lagoa ou por Santa Luzia, entrando perto do Segundo Nicoli, perto de Quatituba.

3.8.2 A história da grande cobra

Colcha de retalho feito por Carolina Nico Baldon. Acervo da família de Ca rolina Nico Baldon.

Alice prosseguiu:

Lembramos das colchas que vovó Carolina amava fa zer. Ela deu uma para cada neta. Tia Tereza vendeu vá rias em Vitória para vovó. As pessoas ficavam encantadas com o trabalho da vovó. Ela fazia cada quadrado de pano e depois ia costurando um por um até formar a colcha.

Por necessidade, até mesmo grávida ela ia ajudar o marido na roça. Na véspera de ganhar o Ildo ainda ajudou a colher e carregar balaio de milho.

Vinha da casa dela, perto da Lagoa de São Sebastião, passava em frente à venda do Luiz Fasolo e igreja de Santa Luzia. Seguia andando e quando chegava no Santo Fasolo, na Rosinha Nico, deixava a estrada e entrava à direita, numa picada na grota. Subia o morro e descia lá perto da casa da nona Rosa Nico. Era mata pura. Os de lá da Conquista, quando vinham na igreja de Santa Luzia, muitas vezes passavam por essa picada.

Em 2019, fui a Cachoeirinha de Itaúnas, Barra de São Francisco, Espírito Santo, visitar a se nhora Nena, filha de Primo com Gardina, objetivando informações para este livro. Ela me contou que seu pai, Primo Nico, foi para a mata, em São Sebastião da Lagoa, com Manoel tocando os bois. Encostou os bois e começou a cortar madeira. Uma cobra muito grande es tava rondando por ali. Ela se enrolou e era muito grande mesmo. Pediu ao seu filho para ir em casa buscar a espingarda e, na hora, rogou a Nossa Senhora para proteger eles. Ficaram acuados no meio da mata. Deus ajudou que os bois eram muito mansos e não assustaram a cobra. Primo matou a cobra, amarrou um cipó e puxou ela para casa. Tiraram o cou ro e a cobra foi empalhada. Ele chamou um fotógrafo, tirou uma foto e colocou nos pés de Nossa Senhora. Essa foto deve ter ficado com algum filho.

Meses depois, fiz uma visita, em Minas Ge rais, à família de tia Carolina, irmã de Primo Nico, e descobri uma cópia da foto nos acervos dela. Incrivelmente, essa foto estava no altar da igreja de Santa Luzia. Numa das reformas do altar, descobriram a foto e entregaram para Carolina Nico. Primo Nico havia cum prido a promessa de colocar a foto no altar de Santa Luzia.

Claudete disse:

Um dia, a nona Baldon foi visitá-la. Vovó Carolina estava grávida Ela foi pegar um cacho de banana nas costas, quando de repente a nona Baldon gritou: ‘Carolina, joga essa banana no chão, joga logo’. Ela não estava entendendo que tinha uma cobra no meio do cacho de banana. Sempre morou no mesmo lugar, primeiro era outra casa, depois a atual.

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Ela usou cinco marca-passos, para o coração. Os médicos dela eram doutor Caroni e doutor Benedito. Foi no Hospital Evangélico. Tudo pago. Falei brincando para ela que ela ia acabar com os marca-passos do hospital.

No final, fiz meus agradecimentos a Alice e a sua filha Claudete. No dia seguinte, Alice iria retornar para sua casa, perto da Lagoa de São Sebastião e Santa Luzia, em Minas.

Data: 26 de outubro de 2006

3.8.3 Visita à tia Carolina Nico Baldon

Local: casa na propriedade de Carolina Nico (Sítio Irajá), perto de Santa Luzia, Itueta/MG

Presentes: Carolina Nico Baldon, Celso Luiz Caus, Alira Nico Caus, Antonio Caus, Cecília Rigo Caus e Arlete, filha de Alice Baldon.

Alira Nico para ela, falou que era sua sobrinha, filha do Luiz Nico. Alice, então, perguntou para a nona quem era Luiz Nico. Ela respondeu: “é meu Irmão”. Perguntou quantos irmãos ela tinha. Ela respon deu “Nove homens e duas mulheres”.

Carolina Nico apontando o nome dos pais e dos irmãos, 2006. Acervo de Celso Luiz Caus.

Local: casa na propriedade de Carolina Nico (Sítio Irajá), perto de Santa Luzia, Itueta/MG

Após a recepção, Carolina puxou as ca deiras numa varanda externa da casa, para nos sentarmos. Ela foi logo dizendo:

Presentes: Carolina Nico Baldon; Celso Luiz Caus; Alira Nico Caus; Antonio Caus; Sérgio Lúcio Caus; Junior, filho da Célia Caus; Cecília Rigo Caus; Alice Baldon, e sua filha Arlete.

Segundo Alice, tia Carolina esta va apenas com dificuldade de reco nhecer as pessoas e escutando pouco. O resto estava bem: comia e dormia bem, sabia ir certinho ao banheiro, não dava

Carolina Nico com a sobrinha Alira Nico, Antonio Caus e a neta Arlete, 2006. Acervo de Celso Luiz Caus.

Celso e tia Carolina, 2006. Acervo de Celso Luiz Caus.

A neta dela interveio: “Vovó, é a Alira, filha de Luiz Nico, seu irmão”.

Realmente fizeram a casinha do jazigo da família de Vitorio no cemitério de Cam po Grande, em Cariacica/ES.

Luiz Nico era meu irmão, você é minha parente.

Carolina estava com 99 anos. Quando chegamos à casa de tia Carolina, foi aquela choradeira de emoção de minha mãe, Alira Nico, no abraço a sua tia Carolina.

Perguntada sobre o nome do irmão, ela se esqueceu, trocou, lembrou-se do irmão Jú lio Nico e dizia que ele era tocador de sanfona. Disse que todos os filhos de Cesare e Rosa

Data: 18 de janeiro de 2009

Completamos a visita com uma seção de fotos na parte externa da casa. Dali, partimos para visitar tia Júlia Caus, logo ali na frente, perto de Lagoa de São Sebastião.

Perguntada sobre os pais, ela respondeu: Eles vieram para o Brasil, já casados na Itália. Morreram duas pessoas no navio, jogaram dentro do mar. Onde o vento batia, levava o navio. Ficaram mais de um mês dentro d’água, no mar. Meu pai se chamava Cesare e mamãe, Rosa. Mamãe era gorda, igual Alice. Pesava uns 100 quilos. O irmão dele ficou na Itália. Papai casou e veio para o Brasil.

Em seguida ela se lembrou do irmão Vitorio e disse:

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Outro quadro que fica na parede, com a foto da família de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, foi colocado para Carolina indicar o nome de cada um. Começando da direita para a esquerda, ela foi dizendo: Julio; João; papai, Cesare; Gaetano, na frente dele; mamãe, Rosa; minha irmã Regina; Jorge, o caçula, na frente (ele tinha três anos quando foi tirado esse retrato); Primo, o mais velho; eu, Carolina; na frente, Antonio, Vitorio, Luiz e Adriano. Onze filhos. Nove homens e duas mulheres. A turma era grande. Quantos anos tem esta foto.

Como sempre, fomos muito bem recebidos pela Alice. Tia Carolina, no mês seguinte, iria completar 102 anos.

Alira Nico com o filho Celso e tia Carolina Nico, 2009. Acer vo de Celso Luiz Caus.

Alicetrabalho.apresentou

Vitorio morreu em Vitória. Fizeram a ca sinha dele no cemitério, e ele está enterrado lá dentro. Ele trabalhou muito.

3.8.4 Visita à tia NicoCarolinaBaldon

Na sequência, foi mostrado um retrato na parede com os irmãos de Carolina e o marido, Miguel Baldon, no centro. Ela logo foi explicando o nome de cada um, da direita para a esquerda: Primo; Antonio; Luiz; Miguel, meu marido; Adriano; Vitorio; Gaetano, e Jorge. Nessa foto não está o Júlio. Também não está João, falecido em 1934. Observam-se os cha péus em cima do telhado.

Minhas pernas não estão bem, mas o resto sim. Tudo o que Deus quer nós vamos fazer. Não conheço muitos de vocês por que tem muito tempo que não vejo. Eu sou um pouco surda.

Apanhando o quadro na parede com a fotografia da família Nico, ela identificou to dos e disse que era uma família grande. Ela lembrou que andavam uma hora e meia a pé, quando moraram no Espírito Santo, para ir à igreja assistir à missa. Não deu para saber se era na igreja de São João, em Alfredo Chaves, ou igreja da Fazenda do Centro, no muni cípio de SobreCastelo.aFazenda do Centro, tia Carolina disse:

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Fazenda do Centro, Castelo/ES. Acervo: Arquivo Pú blico do Estado do Espírito Santo, livro “Italianos”

Todos os casamentos, chamavam ele para tocar. Ele fazia prosa. Os casamentos, eles iam todos a cavalo. Teve até 53 cavalos no pasto por causa do casamento. Tocava a noite toda até o outro dia às 7 horas.

Foi uma linda festa homenageando um sé culo de existência de Carolina. A cerimônia reli giosa foi na igreja de Santa Luzia, município de Itueta/MG, mesma igreja onde Carolina casou e frequentou a vida toda.

nasceram no Brasil, que o mais velho era o Primo e o mais novo, Jorge. Falou que quando chegaram ao Brasil, foram morar em Alfredo Chaves. Lembrou que, em Alfredo Chaves, era pura mata e que dava muita samambaia, até na beirada da casa, e ela, criança, quebra va os brotos com pedaço de pau.

Trabalhávamos muito. Minha irmã era a Regina.

Foi lembrando e falando o nome de todos. Quando pronunciou o nome do irmão Júlio, logo lembrou de novo que ela era tocador de sanfona.

Terminei agradecendo e dizendo que iría mos visitar tia Júlia Caus Pazini. Tia Carolina entendeu e disse que era perto. Realmente, ela tinha razão. Na saída, ela, com Alice, da porta da casa, acenou para a gente, dizendo: “Vão com Deus e Nossa Senhora”.

Centenário de Carolina Nico Baldon, 28 de fe vereiro de 2007. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Antes de os padres administrarem a Fazenda do Centro, ela tinha um casarão (hoje res taurado), na época da escravidão, e várias casas ao redor, além de uma senzala para muitos escravos. A história do menino que tia Caro lina conta possivelmente se refere à época em que lá viviam os escravos.

Os 100 anos de Carolina Nico Baldon. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Era muito bonita. Bonito era na sexta-feira. Tinha uma igrejinha bonita. O padre subia na quela varanda em cima, balançava os braços para as pessoas. Nossa Senhora, quanta gente para assistir à festa dele. Depois que a gente rezava, ficávamos batendo papo mais de duas ho ras na frente da igreja, que tinha uns pés de coco. Embaixo, atrás do casarão da fazenda, passa o Rio Caxixe. Tinha máquina de café, moinho e várias casas. Lá tinha um pé de manga, então, um homem carregou um menino e colocou em cima da mesa, debaixo do pé de manga, e com um machado cortou as duas pernas dele, quanto que eu chorei.

3.8.5 Centenário de Carolina Nico Baldon

Antes da celebração religiosa, aconteceu en contro familiar na residência de Carolina.

Celebração em comemoração aos 100 anos de Carolina Nico Baldon, presidida pelo padre Paulo Ribeiro

Todos nós sabemos que nossa vida é dom de Deus, presente de Deus. Todos nós sabemos que nascemos para amar, e quem nos amou primeiro foi o próprio Deus. Deus nos encheu de talen tos, e nossos talentos são nossa missão. Quando é que temos vivido essa graça que é a vida? Do jeito que estamos vivendo, será que estamos agradando Deus? Pelo Santo Espírito de luta, fibra coerência, santidade, tanta vontade de viver em dona Carolina, será que existe algo semelhan te em nós? Às vezes, reclamamos de coisas pequeninas em nossas vidas. Às vezes, reclamamos de tudo, de todos. Às vezes, não conseguimos enfrentar dificuldades e pedimos a Deus que nos perdoe, renove nossas vidas, para vivermos cada vez melhor. Vamos recorrer à misericórdia de Deus cantando. Piedade, piedade, piedade de nós...

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Carolina Nico Baldon e sua nora Alice, 28 de fevereiro de 2007. Acervo da família de Ca rolina Nico Baldon.

Carolina Nico e seu sobrinho Toninho Nico, 28 de fevereiro de 2007. Acervo da família Carolina Nico Baldon.

Os netos dela assim se manifestaram:

Finalizada essa parte, iniciou-se a celebração da santa missa presidi da pelo padre Paulo Ribeiro.

Vovó, a sua presença sempre forte nos fez ter perseverança e alegria em caminhar. Seu apoio, incentivo e conduta exemplar têm sido motivo de orgulho para todos da família Nico e Baldon.

Nossa vida é marcada por momentos agradáveis a Deus e por momentos em que nós quebra mos a nossa aliança com Ele. Nossa vida é marcada pela graça e também pelo pecado. Assim, neste ato penitencial, nós vamos reconhecer nossas fraquezas para depois pedir o perdão de Deus.

Ana, sentada, e Ozilia, em pé, filhas de Primo Nico, e Eugênia Nico, de vestido Roxo. Acervo da família Carolina Nico Baldon.

A partir da direita: Toninho Nico, Carolina Nico Baldon, Lurdes e Pedro, filhos de Carolina, 28 de fe vereiro de 2007. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Nenhum filho de Cesare Nico havia chegado aos 100 anos, coisa rara para qualquer fa mília. Luiz Nico, irmão de Carolina e meu avô, passou dos 90, mas não chegou aos 100 anos.

Este momento é, para nós, muito especial. Por isso, quero acolher-vos e desejar que façamos juntos a ação de graças a Deus por tudo que ele tem realizado em favor de dona Carolina nes tes 100 anos de sua vida e também realizado em favor de sua família, familiares e de todos nós, filhos amados de Deus. Que esta seja de fato uma boa tarde a todos.

Cada olhar das famílias Nico e Baldon tem algo a nos dizer, as lembranças ficaram vivas. Quando a saudade bater, teremos vida e lembranças dessa história, afinal nos tornamos per sonagens dela. De sua existência, nos resta o exemplo e o eterno agrade cimento, pois somos a continuidade de seu brilho.

Antecedendo a celebração re ligiosa, com todos dentro da igre ja, foi contada uma breve história da vida de Carolina. Fazendo parte dessa história, Toninho Nico, o so brinho que Carolina ajudou a criar, foi chamado para ficar ao lado dela.

Ozilia e Toninho, filhos de Primo Nico; Caro lina Nico Baldon, e seu filho, Neném, 28 de fe vereiro de 2007. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Na filmagem do evento, aparece outro lindo texto:

Feliz de quem já viveu 100 anos, como dona Carolina. Não vamos ter a pretensão disso que ela está vivendo, porque chegar a essa idade é raro. Mas que nossa vida seja, em qualquer ida de, um chamado de Deus a apresentar os bons frutos da nossa existência. Eu poderia dizer que nem todos nós vamos ter os 100 anos para viver a nossa missão. Mas se Deus nos conceder 20, 30, 40, 50, 60, 70, sei lá quantos, que Deus fique feliz ao olhar para nós e diga que valeu a pena ter nosFinalmentecriado. quero dizer que dona Carolina é, sem dúvida, uma heroína, uma mulher imen samente agraciada. Viver é isso. Que Deus continue a abençoar esta vida preciosa que ele criou, celebrando estes 100 anos. Que a gente tenha o desejo de viver com garra, com fibra e determi nação, com vontade de viver para que no final de nossa existência, Deus, avaliando nosso viver, diga que valeu a pena ter nos criado.

» Um símbolo de cidadã de Alfredo Chaves, nas mãos da bisneta Carolina;

» Uma boneca, pela gratidão pelos carinhos recebidos;

Agora, vamos acolher com alegria os comentários e a palavra do Senhor.

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Eu sei que quanto mais avançamos na vida, mais a nossa responsabilidade aumenta. E se a gente fosse bater um papo com dona Carolina, vamos imaginar que essa mulher viveu passo a passo, dia a dia de sua história. Quantos momentos difíceis que esta mulher enfrentou, quan tos desafios que ela já viveu, e tudo isso ela conseguiu vencer, superar com certeza porque ela estava sempre permanente em Deus e Deus estava permanente nela.

Preces a Deus

- Bisneta: por toda esta comunidade aqui presente e pelas pessoas que contribuíram para este encontro, nos proporcionando um ambiente acolhedor e cristão, peçamos ao Senhor;

- Padre: por todos os parentes de dona Carolina, estes e os que não puderam marcar presença aqui, para que Deus os cubra de bênçãos e graças e em todos os lugares onde es tiverem neste momento, rezemos ao Senhor.

» Uma colcha de retalho;

» A fita do Apostolado de Oração, pelos 80 nos de devoção e consagração ao Ima culado Coração de Jesus e Maria;

» A máquina de costura.

» Um terço, demonstração de fé e devoção a Nossa Senhora;

Oremos, ó Deus, pai de todos os homens, fonte da vida e da graça. Nós vos agradecemos pelo dom da vida concedida a vossa filha Carolina. Dai-lhe que sempre reconheça, o sirva e vos ame como Senhor da sua vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Meus queridos irmãos, eu começo confessando a vocês que eu tenho 44 anos e 13 anos e pouco de vida sacerdotal, e esta é a primeira vez que tenho a oportunidade de presidir uma ce lebração eucarística de 100 anos de agradecimento a Deus. Começo dizendo a vocês que essa idade é um fato notável. Nós não estamos acostumados com uma vida tão longa com a quali dade que é a vida de dona Carolina.

Homilia

Quanto mais obedecemos Deus, mais nossa vida é sóbria, e quando nossa vida é vivida com equilíbrio, naturalmente ela pode se estender ao centenário, como é o caso de dona Carolina. Eu lembro aqui as palavras do Salmo 90, versículo 10, que diz justamente assim: ‘Setenta anos é o tempo da nossa vida, oitenta anos, se ela for vigorosa’. Esse salmo não fez menção ao que estamos celebrando. Se 70 anos é nossa vida, e 80 quando ela é muito vigorosa, o que a gente poderia dizer de 100 anos? A gente pode dizer que é bênção sobre bênção, graça sobre graça, proteção sobre proteção.

Ofertório

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Colcha de retalhos feito por Caroli na Nico Baldon, 28 de fevereiro de 2007. Acervo da família de Carolina Nico Baldon. Carolina recebendo a Eucaristia. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Compuseram o ofertório:

- Neta: por nossa avó, que nos transmitiu sua sabedoria e experiência, ensinando-nos a amar nossos pais e familiares e mostrando-nos os verdadeiros valores da vida cristã, para que seja sempre um espelho a nos refletir a verdadeira vida que vem de Cristo, pe çamos ao Senhor;

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Homenagens

Miguel Baldon, Carolina Nico Bal don e seu irmão Vitorio Nico. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Foram chamados ao altar Carolina (primeira geração), os filhos e noras, re presentando a segunda geração. Em se guida, foram chamados os netos e netas e esposos e esposas, além dos bisnetos e tataranetos.Carolina,aos 100 anos, tem sete filhos, 27 netos, 37 bisnetos e duas tataranetas.

Para encerrar a celebração religiosa, o padre deu a bênção final.

Houve ainda o momento das fotos com os familiares, os parabéns e o sopro das velas, com o bolo dos 100 anos.

Escolinha e igreja de Santa Luzia. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

No final do vídeo, ainda esta va escrito: “Na simplicidade dos gestos, no conforto das palavras, na alegria do sorriso amigo, na paciência das horas mais difí ceis, fica uma certeza: Vovó Ca rolina, você foi imprescindível em nossa caminhada”.

Provável antiga igreja de Santa Luzia. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Na sequência, tia Carolina recebeu rosas de variadas cores. Cada cor representava uma fase de sua vida, contada à medida que ia recebendo cada buquê de rosas.

Família de Carolina na comemoração de seus 100 anos, 28 de fevereiro de 2007. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

3.8.6 Demais fotos históricas

Parentes nos 100 anos de Carolina Nico Baldon, 28 de fevereiro de 2007. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Ildo, Adélia e Lourdes. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Familiares nos 100 anos de Carolina, 28 de fevereiro de 2007. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Carolina Nico com os filhos Ildo, Tereza e Al dair (Neném). Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Carolina Nico Baldon e cunhadas, 28 de fevereiro de 2007. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Bodas de Ouro de Carmelita e Pedro Bal don. Acervo da família de Pedro Baldon.

Nego, neto de Carolina Nico, e Alira, fi lha de Luiz Nico, 2009. Acervo de Celso Luiz Caus.

102 anos de Carolina Nico. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

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Miguel Baldon com sua esposa, Carolina Nico, e netos. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Carolina Nico Baldon. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

97 anos de Carolina Nico Baldon. Acer vo da família de Ca rolina Nico Baldon.

Carolina Nico Baldon. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Carolina Nico mostrando para Celso L. Caus os pais e irmãos, 2009. Acervo de Celso Luiz Caus.

Miguel Baldon com sua esposa, Caro lina Nico, e amigo. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Carolina Nico Baldon e seu esposo, Miguel Baldon. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

terço de madeira de Carolina Nico. Acervo da família de Ca rolina Nico Baldon.

Livro de cânticos religiosos de 1949 de Carolina Nico. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Certidão de nascimento de Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

3.9 VITORIO NICO

Victorio, como é o nome de registro, foi o nono filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Mar chesin. Nasceu em casa, na seção Guiomar, distrito de São João, município de Alfredo Cha ves, Espírito Santo, em 17 de julho de 1909. Foram testemunhas Hortêncio Gomes da Silva e Zampirolo Antônio.

Carolina Nico Baldon comemorando aniversário com familiares. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

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105 anos de Carolina Nico Baldon. Acervo da família de Carolina Nico

Relógios de bolso de Miguel Baldon, esposo de Carolina Nico. Acer vo da família de Carolina Nico Baldon.

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Lenço de Rosa Marchesin Nico doado a sua filha Carolina Nico. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Presentes: Celso Luiz Caus, irmãs Elena, Ilza e Luzia Nico e sobrinha Iris Verginia Portes Nico Braga

Certidão de casamento de Vi torio Nico e Catharina Vergi nia Malacarne. Acervo da fa mília de Vitorio Nico.

Verginia nasceu no distrito de São João, município de Alfredo Chaves/ES, em 26 de novembro de 1911. Era filha de Eugênio Ma lacarne e Maria Mar chi. Na época do casa mento, residia em São Vicente, município de Cachoeiro de Itapemi rim/ES. Faleceu em 12 de janeiro de 1989. Foi sepultada no jazigo da família de Vitorio Nico, no cemitério de Campo Grande/ES.

Elena: Os filhos de papai e mamãe são estes: o primeiro nasceu morto, não teve nome; Maria, casada com Geraldo Portes; Elena, casada com José Grechi; Vitalino, que viveu poucos meses, morreu de sarampo; Delfa, que morreu antes de com pletar um ano; Ana Assunta, casada com Dalmir Fioroti; Lizete, casada com Sebastião Batista de Souza; Ilza, e Luzia, a mais nova.

Depois que papai, ainda solteiro, mudou com os pais para Minas, ele decidiu retornar para o Espí rito Santo para trabalhar perto da Olimpia Nico, tia dele, em Claros Dias, Prosperidade e São Vicente.

Data: 23 de maio de 2019

Vitorio Nico e sua esposa, Verginia. Acervo da fa mília de Vitorio Nico.

Elena: A maior parte do tempo, papai ficava em Prosperidade e Claros Dias. Ele ia nas festas em São Vicente e acabou fazendo amizade com Alexandre Grechi. Construiu um moinho para ele e para várias outras pessoas. Nessa época, mamãe era noiva de outro. Viu o papai, se apaixonou e acabaram se casando. O tempo passou e nasceram os filhos, cresceram e acabei casando com José, filho de Alexandre Grechi.

Faleceu em 28 de maio de 1984. Foi sepultado no cemitério de Campo Grande, município de Cariacica, Espírito Santo.

3.9.1 Entrevista com as irmãs Elena, Ilza e Luzia Nico e sobrinha Iris Verginia

Local: escritório da Recauchutadora Colatinense, Jardim América, Cariacica/ES

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Vitorio casou-se com Chatarina Verginia Malacarne, no Espírito Santo, no dia 11 de feve reiro de 1939. O registro civil foi feito no cartório do distrito de Vila de Conduru, município de Cachoeiro de Itapemirim/ES. Ela passou a assinar Verginia Malacarne Nico. Foram teste munhas Honório Rabes e Alexandre Grechi.

O casamento no religioso foi realizado, em Minas, onde residiam os pais de Vitorio. Na época do casamento, Vitorio era carpinteiro. Residia em Prosperidade, município de Cachoei ro de Itapemirim, hoje município de Vargem Alta.

Ele era chamado para construir moinhos, fazer obras. Chegou a construir o altar da igreja de São Vicente. Nessa época, ficou na casa do sogro Elena, senhor Alexandre Grechi. Foi ali que co nheceu minha mãe, que morava em São Vicente. Nessa época, ela era noiva de outro.

Luzia: Maria, a mais velha, nasceu em Cantagalo/ES no dia 28 de março de 1941 e faleceu em 28 de julho de 1993; Elena nasceu no Sabiá/ES no dia 17 de setembro de 1942; Vitalino e Delfa, nasceram e faleceram no Sabiá, antes de completarem um ano de idade; Ana Assunta nasceu no Sabiá/ES no dia da Assunção de Nossa Senhora, em 15 de agosto de 1948; Lizete nasceu em São Silvano, Co latina/ES, em 3 de março de 1950; eu, Luzia, a mais nova, nasci em São Silvano, no dia 20 de março de 1954 e tinha apenas dois meses de idade quando vovó Rosa Marchesin faleceu.

Fiz a tradicional explicação acerca do livro dos Nico de forma a estimular que elas descrevessem fatos de que se lembravam, principalmente da vida de Vitorio Nico.

Papai casou, morou uns tempos em Cantagalo, Cachoeiro ES. Mamãe perdeu o primeiro filho e depois nasceu a Maria. Foi morar em Cantagalo, contrataram papai para construir uma casa. A vida toda ele gostava de construir.

Luzia: Quando era solteiro, ele foi trabalhar uns tempos na cidade do Rio de Janeiro. Ele já es tava namorando com a mamãe e pediu para ela esperar que ele iria ao Rio de Janeiro trabalhar em obras, ganhar dinheiro e voltar para casar. Ele ajudou construir uma Santa Casa de Miseri córdia no Rio de Janeiro.

As cartas que ele escrevia sempre tinham o desenho de uma flor. Onde ele passava, se encon trasse flor, levava para mamãe. Era romântico.

Depois de casado, papai morou em Claros Dias na casa que era da Olimpia, tia dele, para tra balhar como meeiro do Giuseppe (Beppe), filho dela, que morava numa casa ao lado.

O ex-noivo de mamãe era rico. Os irmãos da mamãe não queriam que ela namorasse com pa pai, pois ele não tinha nada.

Carta de Vitorio para Verginia falando do tratamento do irmão Jorge Nico no Rio de Janeiro, 22 de maio de 1938. Acervo da família de Vitorio Nico.

flor na carta de Vitorio para sua futu ra esposa, Verginia, 31 de julho de 1938. Acervo da família de Vitorio Nico.

Papai ficava em Prosperidade e vinha namorar em São Vicente. Ele pegava cavalo empresta do na Olímpia Nico, tia dele, ia pela mata até chegar em São Vicente. Para não voltar à noite, ele dormia na casa de Alexandre Grechi. No outro dia, ele voltava para trabalhar.

Durante o tempo que papai esteva no Rio, tio Jorge foi para lá fazer uma cirurgia, em 1938. Os pais não tinham dinheiro para a cirurgia, e papai ajudou viabilizar a operação na Santa Casa.

Detalhe da flor na carta de Vitorio para sua futura esposa, Verginia, 14 de janeiro de 1938. Acervo da família de Vitorio Nico.

São Vicente era roça, não se tirava documento para casar. Então, meu avô pediu a meus tios para levaram eles até um cartório. Levaram, deixaram lá e não os esperaram. Eles não queriam mesmo o casamento. Tiveram que voltar no caminhão de Alexandre Grechi que tinha ido entregar leite.

Vovó se chamava Maria Marches. Vovô Eugênio Malacarne tinha fazenda, condições finan ceiras boas, enquanto papai ainda não tinha nada.

Desde criança, Vi torio demonstra va amor às flores. Acervo da família de Antonio Cesare

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DetalheNico.da

Elena: Papai, de Prosperidade, ainda solteiro, foi para o Rio de Janeiro. Casou, foi para Canta galo, no Espírito Santo. Voltou para Claros Dias e depois foi para o Sabiá, perto de São Domingos, no norte do Espírito Santo.

Elena se lembrou de um fato ocorrido quando ela ainda era criança. Numa das visitas aos nonos, na Conquista, Maria, sua irmã, para provocar nona Rosa e deixá-la nervosa, sabendo que ela brava, inventou uma conversa. A nona pegou um cabo de vassou ra, correu atrás das duas, e Zezé e Maria tiveram que pular a varan da alta do casarão para socorrer.

Iris: Nona Rosa Nico deu um lenço, tipo chale, para vovó Verginia. Depois de um tempo, vovó deu para mamãe. Mamãe, antes de falecer, me deu uma caixa fechada e pediu para eu guardar. Só fui abrir a caixa 27 anos depois, e dentro tinha o lenço da nona Rosa.

Vovô e vovó pais de mamãe compraram um terreno no Sabiá. Papai e mamãe foram ajudar a tomar conta do terreno deles. Depois, vovó foi para lá também. Vovô ficou em São Vicente. Ele era da família Malacarne e vovó, Marches.

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Em seguida, papai montou uma venda no Sabiá. Um dia, papai foi passear em Minas, na casa dos pais, e trouxe de lá o Antonio (Toninho) Nico, sobrinho dele, para ajudar na venda. Toninho morava com os nonos, foi criado por eles. Era namorado da Pachota Neroci, irmã da Cotinha casada com tio Gaetano. No Sabiá, Toninho conheceu Neuza, filha do Taqueti, e acabou casando com ela.

Quando estávamos morando em Colatina, tio Antonio comprou uma casa perto de nós.~

Do Sabiá, papai mudou para São Silvano, Colatina, e montou uma serraria. Depois, comprou um caminhão. Com esse caminhão, arranjou um motorista e ia buscar porco na Bahía para ven der. Um dia, um porco mordeu a perna do motorista e papai acabou vendendo o caminhão. Depois disso, ofereceram para ele a fabricação de pneus. Ele tinha o espaço da serraria, que já tinha fecha do e vendido as máquinas. Então, pegou o maquinário de fazer pneus e levou para São Silvano. A recauchutadora começou lá, por isso tem o nome Recauchutadora Colatinense.

Chale que nona Rosa Marchesin deu para a nora Verginia. Acervo de Iris, neta de Vitorio Nico.

Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vovó Verginia, certo dia, sentou comigo e meu marido e nos contou que quando ela casou, a família dela não queria. Acabou o casamento no civil, colocaram os dois no carro, levaram até a porteira para seguirem o caminho deles e disseram: ‘agora vocês são forasteiros’. Caminharam dias andando a pé e a cavalo. Foram parar na Conquista, Minas, na casa dos pais dele. Até chegar lá, naquela época, gastavam vários dias. Chegaram e casaram na igreja. Ela não usou véu e grinalda, só o vestido de noiva, porque eles já tinham casado, dias antes, no cartório.

Vitorio Nico e a esposa, Verginia Mala carne. Acervo da família de Vitorio Nico.

Após nossas conversas, passamos a conhecer o acervo fotográfico e as cartas de Vitorio Nico. Ilza, durante todo o tempo, gentilmente interagia com nosso bate-papo, exibindo as fo tografias históricas do acervo de seu pai, Vitorio Nico. Além de fotos e cartas, fotografamos também o lenço e o vidro de perfume da nona.

Papai foi primeiro para o Sabiá. Quando tio Julio mudou para o Sabiá, papai já tinha mudado de lá para São Silvano.

No lugar, chamado Sabiá, nasceram quatro filhos. Eu, Elena, fui a primeira a nascer lá. Delfa morreu antes de completar um ano e Vitalino viveu poucos meses, morreu de sarampo. Também, no Sabiá, nasceu Assunta.

Gaetano e Adriano Nico, à esquerda. Nego, Vitorio Nico e a esposa, Verginia, à direita. Congonhas do Campo. Acervo da família de Vitorio Nico.

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Casamento de Maria, filha de Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Lizete, filha de Vitorio Nico, Colatina, novembro de 1960. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Geraldo; Maria; Schirley, neta de Olim pia Nico; Assunta; Lizete; Verginia; Lu zia, com a santa, e Ilza. Acervo da famí lia de Vitorio Nico.

Vitorio Nico. Acervo de Carolina Nico Zanon Vazzoler.

Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, Espírito Santo, 1918. Acervo da família de Vitorio Nico.

Família de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, Espírito Santo, 1918 Acervo da família de Antonio Cesare Nico.

Formatura de Florentino (Nego). À di reita: Adrialino, Vitorio e Adriano Nico. À esquerda: Florentino (Nego), Antonio Nico e Maria, esposa de Adriano. Acer vo da família Vitorio Nico.Jorge Nico, sua esposa, Tereza; Marlene; Geral do; Verginia; Ilza; Maria do Carmo, e Maria. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vitorio Nico no Cristo Redentor em 1937. Acervo da família de Vi torio Nico.

Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vitorio Nico, o primeiro embaixo à direita, no Cristo Redentor, Rio de Janeiro, 15 de agosto de 1937. Acervo da família de Vitorio Nico.

Nico.Vitorio

Família e parentes de Vitorio Nico. Acervo da famí lia de Vitorio

Nico, sua irmã Carolina Nico Baldon e netas no Convento da Penha. Acervo da família de Vitorio Nico.

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Família de Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vitorio Nico e filhas em Aparecida do Norte. Acervo da família de Vi torio Nico.

Maria, filha Vitorio Nico, na porta da casa de Beppe Bastianello, Cla ros Dias, 1983. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vários Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Moinho na propriedade de Beppe Bastia nello, Claros Dias, 1983. Acervo da família de Vitorio Nico.

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Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

À esquerda e direita, Rita e Santinha, noras de Olimpia Nico. No centro, Vitorio Nico e Schirley neta da Olimpia. Em pé, Luiz Scaramussa, esposo de Schirley. Acervo da família de Vitorio Nico.

Maria, filha de Vitorio Nico, e a neta da Olimpia Nico nos escom bros da casa de Olimpia e Ange lo Bastianello, Claros Dias, 1983. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vitorio, Antonio e Jorge visitando a casa onde moraram os Nico no Córrego da Telha, Fazenda do Centro, em Castelo/ES, 1983. Acervo da família de Vitorio Nico.

- Até 1937, prestou serviço em Prosperidade, São Vicente e Claros Dias. Esses três lugares são relativamente próximos. Resolveu ir para o Rio de Janeiro trabalhar, objetivando juntar dinhei ro para se casar com Verginia. No Rio, trabalhou na construção da Santa Casa de Misericórdia.

Verginia Malacarne Nico e filhas. Acer vo da família de Verginia e Vitorio

- Em 1939, retornou para Prosperidade, decidido a se casar com Verginia, que morava em São Vicente.

Baldon, Carolina Nico Baldon e o irmão Vitorio Nico. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

- Em 16 de julho de 1940, houve novo envio de correspondência de Jorge Nico para o irmão Vitorio. Ele se refere a alguns pagamentos feitos em Minas e fala também de um acontecimento

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3.9.2 Linha do tempo de Vitorio Nico

Analisando fotos, certidões e correspondências, verificamos que:

- Em 1928, no segundo semestre, Vitorio, com 18 anos de idade, mudou, com seus pais, para Córrego da Conquista, na época, pertencente ao município de Resplendor, Minas Gerais. Mais tarde, Córrego da Conquista passou pertencer ao recém-criado município de Itueta.

Nico.Miguel

Perfume da nona Rosa Marchesin. Acervo da família de Vitorio Nico.

Bauzinho da nona Rosa Marchesin. Acervo da família de Vitorio Nico.

Jazigo da família de Vitorio Nico em Campo Grande, Cariacica/ES. Acervo da família de Vitorio Nico.

- Em 1938, no Rio de Janeiro, Vitorio ajudou a viabilizar o tratamento cirúrgico de seu ir mão Jorge Nico na Santa Casa de Misericórdia.

- Vitorio e Verginia passaram um tempo na casa dos pais dele na Conquista/MG. Voltaram ao Espírito Santo para trabalhar como meeiros de Giuseppe (Beppe), filho de Olimpia, em Claros Dias. Vitorio morou no antigo casarão, junto com Olimpia, ao lado da casa de Beppe. Trabalhava também como construtor. “Esse antigo casarão tinha a fama de ser assombrado. Papai saía muito para trabalhar em construção e, às vezes, tinha que dormir no serviço. Ma mãe dormia sozinha e ficava com medo, o que motivou o desejo dela de se mudar para outro lugar”, disse Elena, filha de Vitorio.

- Em 24 de fevereiro de 1940 Jorge Nico, em Minas, escreveu para o irmão Vitorio Informan do do seu casamento e enviou muitas lembranças e recomendações dos pais, Cesare e Rosa.

Presente de casamento de Vitorio Nico e Vergi nia. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vitorio Nico e a esposa, Verginia Malacar ne Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

- Em 11 de fevereiro de 1939, casou-se Com Verginia.

- Vocacionado para a construção, Vitorio, ainda jovem, aprendeu a montar moinhos e construir casas. Também era carpinteiro. Com isso, retornou ao Espírito Santo para trabalhar nesse ramo na região de Prosperidade, São Vicente e Claros Dias, onde morava sua tia Olimpia Nico, irmã de Antonio Cesare Nico. Naquela época, esses locais pertenciam ao município de Cachoeiro de Itapemirim, passando, mais tarde, ao município de Vargem Alta. Trabalhando em São Vicente, Vitorio conheceu sua futura esposa, Verginia Malacarne.

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com Antonio. Mandou lembranças para Antonio, filho de Olimpia. Por citar Antonio na carta, deduz-se que Vitorio, naquela data, ainda estava morando em Claros Dias. - No ano de 1940, possivelmente, nasceu morto o primeiro filho de Vitorio e Verginia. Como Maria nasceu prematura em 28 de março de 1941, em Cantagalo, é possível que o primeiro fi lho tenha nascido em Claros Dias.

Carta de Jorge Nico para o irmão Vitorio, Resplendor, 16 de julho de 1940. Acervo da família de Vitorio Nico.

Carta de Jorge Nico para o irmão Vitorio, Resplendor, 24 de fevereiro de 1940. Acervo da família de Vitorio Nico.

- Em fevereiro de 1941 (data provável), Olimpia, antes de falecer, enviou uma carta ao so brinho Vitorio informando sobre o desejo de Rosa de retornar para casa, em Minas. Enviou também, pelo portador, de nome Severino, um vidro de remédio . Mandou lembranças para a esposa dele, Verginia. Essa carta de Olimpia não tem data. Tudo indica que também é de fe vereiro, como a de Jorge para Vitorio. Menciona o casal Vitorio e Verginia e não faz referência a nenhum filho de Vitorio, reforçando que a carta é de antes de Maria nascer, em 28 de março de 1941, e a hipótese de estarem em Cantagalo naquela data. O portador, de nome Severino, que levou a carta e o remédio para Vitorio, consta também no atestado de óbito de Olimpia, com o nome completo de Severino Sorte. Não consegui levantar quem era Severino. Pesquisei no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo e descobri uma família de sobrenome Sorte que chegou da Itália para Alfredo Chaves/ES em 19 de setembro de 1891. Em 17 de junho de 2020, Elena Nico informou-me que no Sabiá, para onde mudaram Vitorio Nico e os Malacarne, exis tia uma família de sobrenome Sorte, que também veio da região de Claros Dias e São Vicente.

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- Em 27 de fevereiro de 1941, Jorge Nico enviou correspondência endereçada ao papai, mamãe e irmão. Dá a entender que os pais estão passeando em Claros Dias e Vitorio ainda

Carta de Jorge Nico para os pais, tios e parentes, Resplendor, 30 de janeiro de 1941. Acervo da família de Vitorio Nico.

- Vitorio e a esposa, Verginia, vão morar em Cantagalo, no Espírito Santo. Ele havia sido convidado para construir uma casa.

- Em 30 de janeiro de 1941, Jorge Nico enviou correspondência para os pais, tios e parentes com notícias sobre o estado e saúde de seu filhinho.

Carta de Olimpia Nico, irmã de Cesare, ao so brinho Vitorio. Acer vo da família de Vito rio Nico.

Carta de Jorge Nico para papai, mamãe e irmão, 27 de fevereiro de 1941. Acervo da família de Vitorio Nico.

- Em 1941, Vitorio e a esposa, Verginia, com a filha Maria mudaram para o Sa biá, perto de São Do mingos do Norte/ES.

- Em 13 de julho de 1941, poucos meses depois da visita do irmão Cesare e da cunhada Rosa, faleceu Olimpia Nico, tia de Vitorio.

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morando em Cantagalo. Pediu a Vitorio que, quando passasse por Vitoria, comprasse giz, carretilha, linha e ferro. Informou ainda que Gaetano se confundiu e não conseguiu trazer a encomenda. Significa que Gaetano é quem levou os pais para passearem em Claros Dias, na casa de Olimpia, e que quem traria os pais de volta seria Vitorio.

- Em 28 de março de 1941 nasceu em Cantagalo/ES, Maria, a segunda filha de Vitorio e Verginia. De acordo com Elena, Maria nasceu prematura. O primeiro filho nasceu morto.

Carta de Gaetano Nico para o irmão Vitorio sobre a mor te da tia Olimpia Nico. Con quista, 25 de julho de 1941. Acervo da família de Vito rio Nico.

- Em 25 de julho de 1941, numa carta de Gaetano Nico para o irmão Vitorio, ele fala com tris teza da notícia recebida de Vitorio sobre o falecimento da tia Olimpia Nico, ocorrido poucos dias antes. No final da carta, diz que o pai estava mais conformado. Na mesma carta, Gaetano indaga ao irmão: “Vitorio, você recebendo esta carta manda-me resposta e quero que você me fala qual é o seu destino”. Ele mandou lembranças de todos da casa e as bênçãos dos pais, Cesare e Rosa. Pela indagação de Gaetano Nico ao irmão Vitorio sobre qual seria o seu destino, entende-se que Vi torio estava de partida para morar no Sabiá, entre São Domingos do Norte e São Gabriel da Palha/ES. O ami go Domingos Binda co, citado no final da correspondência por Gaetano, era seu com padre e morava na casa onde morou Julio Nico, na Conquista.

- Vitorio e Verginia, com a filha Maria, mudaram para o Sabiá, no período en tre o nascimento de Maria, em março de 1941, e a carta da mãe de Verginia, em 20 de outubro de 1941.

- Do Sabiá, Vitorio mudou para São Silvano, em Colatina. Ali tem início a Recauchutadora Colatinense. Expandiu a empresa para outra cidades, como São Mateus, Linhares, Cariacica, Cachoeiro e Serra. Vitorio mudou para Vitória e transferiu a sede da empresa para Cariacica.

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Continuação da carta de Gaetano Nico para o irmão Vitorio, Conquista, 25 de ju lho de 1941. Acervo da família de Vitorio

- Em Vitoria, depois de muitos anos de residência, Vitorio faleceu em 28 de maio de 1984

- Em 20 de outubro de 1941, Maria, mãe de Vergi nia, escreveu para ela per guntando se Modesta estava morando no meio da mata. Conclui-se que Vitorio e Ver ginia já estavam morando no Sabiá antes de outubro de 1941. Sobre Modesta, Elena me disse que já havia ouvido falar que Modesta, irmã de sua mamãe, morou no meio da mata. Vitorio e Verginia moravam embaixo, no Sabiá, mais perto de São Domingos, e, para irem à casa de Mo desta, subiam um morro e depois desciam para chegar no Córrego Preto. No Sabiá, moraram as três irmãs, Mo desta, Ana e Verginia.

- Uma foto de, mais ou menos, fevereiro de 1941 mostra Antonio Cesare Nico e sua esposa, Rosa, e Olimpia Nico com seu esposo, Angelo Bastianello, já idosos, em Claros Dias, poucos meses antes de Olimpia falecer.

de Maria para a filha Verginia, 20 de outubro de 1941. Acer vo da família de Vitorio Nico.

CorrespondênciaNico.

Da direita para a esquerda, Rosa Marchesin, Antonio Cesare Nico, Olimpia Nico e Angelo Bastianello, Claros Dias/ES, 1941. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vitorio recebia muitas fotos e correspondências de seus parentes. Ele teve o cuidado e a organização de manter esse acervo, que muito contribuiu para registrar a história dos Nico. Essas fotos estão inseridas nos capítulos cor respondentes a cada irmão de Vitorio.

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O sucesso dos negócios na recauchutadora fez com que papai expandisse a empresa para ou tros municípios do estado do Espírito Santo. Abriu filiais em Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Serra, Linhares e São Mateus.

3.9.3 Recauchutadora Colatinense e o empreendedor Vitorio Nico

Inauguração da Recauchutadora Colatinense em Colatina. À esquerda, o pro prietário, Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Recauchutadora Colatinense em Jardim Améri ca, Cariacica. Acervo da família de Vitorio Nico.

À esquerda, Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Vitorio Nico, à direita. Acervo da família de Vito rio Nico.

Recauchutadora em Colatina. Ilza, segunda embaixo, à esquer da, e filhas de Odílio. Em cima, à direita, Lizete, Luzia e Assunta acima, no meio. Acervo da família de Vitorio Nico.

Recauchutadora Colatinense em Colatina. Acervo da família de Vitorio Nico.

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Vitorio Nico. Acervo da fa mília de Vitorio Nico.

Em pé, no centro, Luzia Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Sobre a Recauchutadora Colatinense, Elena, filha de Vitorio, contou: Em São Silvano, Colatina, papai montou uma serraria. Depois disso, ofereceram para ele a fabricação de pneus. Ele tinha o espaço da serraria, que já tinha fechado e vendido as máquinas. Então, pegou o maquinário de fazer pneus e levou para São Silvano. A recauchutadora começou lá, por isso tem o nome Recauchutadora Colatinense.

O empreendedor italiano Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

ConheciNico.bem os filhos do Julio Nico. Sou padrinho da Kely, filha do João, casada com uma Gro bério. Até hoje o João trabalha muito. O Hélder, filho dele, é muito bacana, trabalha com mármore e granito. Heldeir, dentista, mora em Vitória. Tem também um filho médico. Alexandre, filho da Izolina Grobério, irmã da esposa do João Nico, é um grande médico de vista.

Senhor Vitorio uma vez me contou uma história com o pai dele. Disse que o pai botava ele para capinar café, ali na Conquista, em frente de onde morava a Pachota. Quando foi um dia, ele pegou no cabo da enxada e jogou tão alto que caiu uns 30 metros longe dele. Pelo que senti da vida dele, ele nunca foi de roça. Saiu da roça e nunca mais voltou. Passou em casa, apanhou a roupa e rachou fora a pé, pegou o trem. Foi parar lá nas bandas de São Vicente, perto de Ca choeiro de Itapemirim, nos parentes Bastianello. O Antonio Bastianello era uma pessoa muito boa, deu apoio para ele. Conheci o Antonio e o irmão dele, Beppe. Ali, Vitorio danou fazer casa, moinho e por ali acabou conhecendo e casando com Verginia Malacarne. Depois é que ele veio para o Sabiá, perto de São Domingos. Ele falava que a mãe dele era brava. Eu conversava muito com Luiz

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Na minha empresa tem uma foto grande do Vitorio, que os me ninos fizeram antes dele falecer. Vai lá uma hora. Me liga uma hora que vamos lá e te mostro a foto, te mostro a empresa. Vamos marcar uma hora. A última vez que te vi você era garoto. Seu irmão mais novo, Sérgio Lúcio, ainda não estava na faculdade. Lembro bem de você, da Celia e do Sérgio Lúcio.

Eu chegava na casa de Primo Nico para puxar café. Às duas horas da manhã ele já estava com café e leite pronto para a gente tomar. Conheci dois Nico antes do Vitorio, os irmãos dele Primo e Jorge Nico. Depois que me casei fui conhecendo o Gaetano, o Adriano, o Luiz. Levei Vitorio várias vezes em Aparecida do Norte.

Deixa passar essa pandemia que eu quero visitar seu pai, Antonio, e sua mãe. A gente também conversava muito com sua mãe. Fala com seu pai que mandei um abraço pra ele. Que Deus proteja vocês todos.

Toninho Nico era filho de Primo Nico com a primeira mulher. Casou-se com Neuza Taqueti. Quando conheci o Toninho, ele já era casado. Eu ia no Sabiá com Vitorio, nos parentes dele. Vito rio tinha uma venda no Sabiá.

A última que vez que te vi foi quando você morava em São Torquato, há mais de 30 anos. Eu ia com o senhor Vitorio Nico visitar seus pais.

Meus filhos trabalham muito. Um toma conta dos nossos negócios em Cariacica, no Contorno, e o outro na Serra. Eu monitoro os dois. Só tenho o quarto ano primário. No início de minha vida, sofri igual um bode embarcado. Formei todos os meus filhos.

Conheci o Antonio e o Beppe Bastianello em Claros Dias. Conheço tudo ali, São Vicente, Var gem Alta. Os netos mexem com granito. Vitorio morou com eles no casarão. Maria foi registrada em Conduru. Vitorio era carpinteiro, rodava aquilo tudo. Schirley, filha do Antonio Bastianello, morou na casa do Vitorio Nico. Vitorio fez muitos moinhos de pedra. Até hoje eu tenho uma cama de peroba que herdei dele, que ele fez praticamente à mão, sem ferramenta. Fez uns desenhos nela de canivete. Vitorio era muito inteligente.

3.9.4 Contato com Geraldo Portes e visita à empresa Pneus Vitória

Ainda vou para minhas firmas, a Pneus Vitória, no Contorno, em Cariacica, e a JM Reforma dora de Pneus (J de Júlio e M de Marcos). Estou com 81 anos de idade.

Do Sabiá, Vitorio foi para Colatina. Montou uma serrariazinha e fazia móveis também. Ven deu a serraria e montou a recauchutadora. A seguir, comprou o terreno perto de Jardim América, construiu e transferiu a matriz para lá. Montou filial em Linhares, Cachoeiro e Serra.

Quase todo ano eu levava o Vitorio a Aparecida do Norte. Fomos até onde a santa foi encontrada.

Geraldo Portes recebendo na empre sa Pneus Vitória o livro “Os Caus-z”, de Celso L. Caus. Acervo de Celso Luiz Caus.

Levei muitas vezes Vitorio e Jorge Nico para visitar onde eles mo raram no Córrego de Telha, Espírito Santo. Uma vez levei o Vitorio, o Antonio e o Jorge Nico, antes do Jorge falecer. Lá eu tirei a foto deles.

Conheci sua mãe novinha, em Quatituba, logo que seu pai se casou com ela. Lembro de um detalhe do seu pai no bar de Quatituba com a Celia sentada no balcão. Conheci vocês todos pe quenos. Bati muito papo com Antonio, seu pai. Naquela época, me parece que só tinha o bar de seu pai. Eu era de Mantena, puxava madeira em Quatituba. Conheci o Jorge Nico em Quatituba. O Primo Nico foi o primeiro Nico que conheci. Foi em Cachoeirinha de Itaúnas, município de Barra de São Francisco. Eu morava em Mantena naquela época. Comecei a viajar com caminhão, acabei conhecendo o Vitorio Nico em Colatina e me casei lá.

Data: 13 de junho de 2021

Em Pedro Canário, foi onde Toninho montou um posto de gasolina. Negociei a fazenda para o seu Vitorio. Eu que tomava conta da fazenda. Seu Vitorio vendeu um pedaço de terra da fazenda para o Toninho montar o posto de gasolina. Josias, filho do Toninho, ainda mora lá. Ele casou com a filha do cara que comprou a fazenda. Na fazenda tinha muito jacarandá. Eram 190 alqueires,

Geraldo é empresário do ramo de pneus, com longo período de atuação na Recauchuta dora Colatinense. Era casado com Maria, já falecida, filha de Vitorio Nico. Tiveram os filhos Júlio Cesar, Marcos Antônio e Iris Verginia. Sempre visitava meus pais, Antonio Caus e Alira Nico, junto com tio Vitorio. Geraldo gentilmente me atendeu e fez um breve relato do tempo em que acompanhou Vitorio Nico.

vendeu 30 para Toninho e ficou com 160 alqueires. Vitorio depois vendeu o restante das terras para um tal de Armani, de Linhares. Quando possuía a fazenda em Pedro Canário, ele já estava em Colatina. Posteriormente, ele veio para Vitória. Na compra da fazenda, ele já estava bem de vida.

com Fernando Meireles, empresário do ramo de pneus

Com apoio de sua filha Rita, Clério relatou:

Fernando Meireles é empresário do ramo de pneus e iniciou sua carreira na Recauchutadora Colatinense. É casado com dona Isaura, e são pais de Valkineria, Valkinaé, Vera e Genevieva.

Data: 23 de agosto de 2021

Com apoio de sua filha Valkineria, Fernando relatou:

Depois de oito anos de trabalho, Fernando Brotas desistiu,. Ele tinha muitas empresas, e aca bamos comprando os 95% dele. Meus filhos me ajudavam e trabalhamos muito para pagar os 95% que compramos. Neste ano fazemos 33 anos de empresa. A única assinatura na minha car teira de trabalho é da Recauchutadora Colatinense. Depois disso, fui trabalhar por conta própria.

No dia 6 de agosto de 2021, aceitei o convite do Geraldo e fui visitar uma de suas empresas, a Pneus Vitória. Aproveitei a oportunidade e levei para ele o livro que escrevi sobre minha família

Depois que saí da Recauchutadora Colatinense, eu montei uma borracharia no posto de ga solina Forzza e na Mercedinha. Era num cômodo de madeira. Comecei minha luta sem estudo nenhum. Tinha que trabalhar muito para sustentar a família. Meu braço direito são meus filhos. Prestei serviço para a Tyresoles, para a Recap. Foram cinco ou seis anos na borracharia.

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O Vitorio conversava pouco, subia no prédio em Colatina e vigiava a gente trabalhar. Quando descia, o que estava errado, ele falava. A Elena, filha dele, é minha comadre, madrinha de uma fi lha minha. Vitorio ouvia muito o Hilário Piumbini, que virou sócio dele. Hilário foi para Linhares e Vitorio foi para Vitória, onde foi o final dele. O Clério Martinelli era o braço direito do Vitorio no escritório, era o que comprava e pagava.

Data: 30 de agosto 2021

3.9.5Caus-z.Contato

Agradeci Fernando e Valkineria pela oportunidade de registrar a trajetória de tio Vitorio Nico e de suas empresas no ramo de pneus, bem como a de Fernando Meireles. Duas belas histórias de sucesso.

Quando trabalhei na Colatinense, de noite eu trabalhava também como maquinista de cinema. De dia, eu era borracheiro e, de noite, maquinista de cinema, nos filmes. FHF signi fica F de Fernando, H de Hélio e F de Fernando. A empresa fica na saída de São Silvano, na estrada para São Domingos, perto da Metalosa, mais ou menos três quilômetros depois do trevo que vai para Baixo Guandu.

Em Cariacica, o Vitorio me colocou também como motorista dele. Eu saía com ele para fazer compra, e ele ia ali do lado, na caminhonete. O Dalmir Fioroti e o Geraldo, genros dele, também saíam com Vitorio no carro. Tinha uma frota de caminhão de uns oito a nove carros de entrega.

Clério Martinelli foi contador da Recauchutadora Colatinense. É casado com dona Jo sefa Almeida, e são pais de Luiz Henrique, Rita, Clebson e Fernando. Tem 97 anos de idade e foi contador da Recauchutadora Colatinense desde a década de 60, por mais de 40 anos.

Hoje nós temos a empresa FHF, que começou em 1988 com o empresário Fernando Brotas, que, pela minha experiência, me convidou para trabalhar me dando 5% na sociedade. Ele não ti nha conhecimento de pneus e me convidou. Eu já prestava serviço de borracheiro para ele, numa grande indústria de compensados.

3.9.6 Contato com Clério Santo Martinelli

A minha origem é em Santa Teresa. Meus antepassados vieram do antigo Tirol Austría co, hoje região do Trento, na Itália. Conheci o senhor Vitorio Nico em São Silvano, Colatina. Trabalhei com ele uns 40 anos. Era uma pessoa humilde, do interior, como a gente. Afináva mos bem um com o outro. Ele era trabalhador, honesto, de família, religioso. Em Colatina, tinha o padre Fugêncio, e Vitorio ajudou a construir aquela igreja de São Silvano. Era um homemVitorioexcepcional.tinhaum problema de vista, e os médicos daqui o aconselharam ir para Campi nas. Ele me contou que, na ida para São Paulo, ele parou em Aparecida do Norte, rezou para Nossa Senhora pedindo proteção e tudo mais. Seguiu para Campinas e descobriram uma in fecção na vista. Perdeu uma vista, mas sua fé foi providencial, porque o problema poderia ter passado para a outra vista e ele ficado cego das duas. Todo ano, no dia de Nossa Senhora Aparecida, ele soltava foguetes, fazia uma festa.

Conheci Vitorio antes dele montar a recauchutadora. Eu trabalhava com meus parentes no ramo de café e eles tiveram um problema no telhado. Chamaram o Vitorio, que era um carpinteiro de mão cheia. E lá mantive contato com ele. Eu era contador. Posteriormente, ele apareceu lá e me falou que estava tocando sua empresa de marcenaria, serraria etc. e precisava de um contador. Acabei indo. Ele tinha a empresa Vitorio Nico, posteriormente Vitorio Nico e Companhia, quando admitiu um sócio chamado Hilário Piumbini. A empresa evoluiu e passou a chamar-se Recauchutadora Colatinense S/A. Eu, contador, cuidei desse problema todo. A empresa passou a ser referência no Espírito Santo, junto com a Bonadiman Pneus e a Tyresoles. Empresa muito eficiente.

Comecei a trabalhar com Vitorio Nico no ano de 1965, como borracheiro, em São Silvano, Co latina. Fui ajudante do Vicente Piumbini. Trabalhei 19 anos com Vitorio Nico na Recauchutadora Colatinense em São Silvano e depois em São Mateus. De São Mateus, foram para Jardim América, em Cariacica. Eu continuei na firma. Na filial de Cachoeiro, eu não fui. Trabalhei na Recauchuta dora de Colatina e Cariacica, sendo que em Cariacica trabalhei só 11 meses. Depois, retornei para Colatina, como motorista da empresa para pegar pneus nessa região toda. Quem fazia isso era o Vicente, que foi trabalhar com Hilário Piumbini, irmão dele.

O negócio cresceu, foi evoluindo e instalou filial em São Mateus e Linhares. Foi preciso rees truturar a empresa, me propuseram ser sócio lá. Virou a Recauchutadora Colatinense, com o senhor Vitorio como presidente, Hilário Piumbini como diretor administrativo e o genro do Vi torio Geraldo Portes como diretor industrial. A firma cresceu muito, com filiais em São Mateus, Linhares, Cachoeiro e, finalmente, foi para Cariacica.

Gaetano Nico foi o 10º filho dos italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Nasceu em casa, em Guiomar, município de Rio Novo do Sul, Espírito Santo, em 26 de julho de 1911. Casou com Maria Neroci no dia 30 de setembro de 1939.

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Certidão de nascimen to de Gaetano Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

Meus avós italianos subiram de Vitória de barco pelo rio, indo até o porto de Cachoeiro, em Santa Leopoldina. De lá, caminharam a pé até chegar em Santa Teresa. Tinha um padre, o Domingos Martinelli. O antigo Tirol de onde vieram pertencia ao Império Austro-húngaro. Minha avó sempre me dizia: ‘eu não sou italiana, sou austro-húngara’. Meu avô veio criança da Itália, se chamava Amadeo Eugenio Martinelli, conhecido como Carlo. O pai dele se chamava Giorgio. Meu avô paterno dizia que nasceu numa comunidade chamada Centa.

Sempre trabalhei muito, nunca tirei férias, só pequenas paradinhas. Trabalho não mata nin guém. Ainda pequeno eu trabalhava na roça com meus pais, depois fiz Contabilidade com um

Em São Mateus, o genro dele, o Geraldo Portes, tomava conta. Em Linhares, era outro genro dele que tomava conta, o Dalmir Fioroti. Em Cariacica, veio o Hilário Piumbini. Em Cachoei ro, era o Mário de Jesus. A filial da Serra foi na sequência e quem administrava lá era eu e o Dalmir. Posteriormente, desmembrou e eu e o Dalmir saímos e ficamos com a Viação Serrana. O Hilário Piumbini era um rapaz muito competente nessa área de caminhoneiros, era muito amigo dessa gente e criou uma clientela grande nessa área. Tinha também uma frota de cami nhões para coletar pneus.

sacrifício tremendo. Me sinto bem porque fui amigo do finado Vitorio e também ele foi meu ami go. Ele que fez questão de me incorporar na empresa dele e acabamos morando juntos aqui, no mesmo prédio, ele no 13º andar e eu no 15º. No próximo mês de maio farei 70 anos de casamento. Agradeci ao senhor Clério Martinelli pela gentileza de fazer esse registro histórico que muito me ajudou na construção da biografia de Vitorio Nico.

Eu tive Covid e fiquei esquecido, mas foi no entorno de 1960, por aí, que comecei a trabalhar para o senhor Vitorio. Primeiro, fui contador dele na empresa Vitorio Nico e Companhia. Ele me chamava de compadre e me disse: ‘eu preciso ter uma pessoa lá, a firma de recauchutagem está aumentando e você vai para lá para nos ajudar’. Fui para lá e tocamos o negócio. Tinha também uma pessoa conhecida dele que era o Hilário Piumbini, que entendia de negócios de pneus, ca minhão. A firma progrediu de tal maneira que foi preciso mudar a posição dela e começamos a registrar a Vitorio Nico e Companhia. A firma inicial dele era Vitorio Nico, registrada na Junta Comercial, tudo direitinho, mas era uma Serraria. Ele passou a trabalhar com recauchutadora, e aí fizemos um adicional na sociedade, o Hilário Piumbini, pessoa muito ativa, administrador, que ajudou muito ao finado Vitorio, que o colocou como sócio.

Na época, no Espírito Santo era o Nilo, da Bonadiman Pneus; a Tyresoles, de Daniel Car valho, e a Recauchutadora Colatinense, cujo presidente era o senhor Vitorio. Vitorio gostava muito de construir, e fez isso, por exemplo, em Campo Grande, na Expedito Garcia, e também depois da Viação Itapemirim. Certa vez, Vitorio me levou num casamento de um sobrinho dele em Quatituba/MG, um festão grande, festa de arromba. Eu era amigo do Jorge Nico e da Teresa, esposa dele. Vitorio tinha bom humor, até piada gostava de contar. Em matéria de carpintaria e serraria, ele era fabuloso.

3.10 CAETANO NICO

Neroci nasceu em 26 de ou tubro de 1921 e faleceu em 24 de outubro de 1997. Está sepultada no cemitério de Santa Luzia.

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José Adegard, o primeiro filho, nasceu em 9 de abril de 1943 e faleceu em 15 de outubro de 2012. Maria Mercedes nasceu em 15 de setembro de 1949 e faleceu em 26 de fevereiro de 1995. E Rosa Gema nasceu em 15 de março de 1958, sen do a neta mais nova dos italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. É a caçulinha dos Nico.

Certidão de casamento de Gaetano Nico e Maria Neroci. Acervo da família de Gaetano Nico.

Casamento de Gaetano Nico e Maria (Cotinha) Neroci. Acervo da família de Gaetano Nico.

Gaetano1970.eMaria

Gaetano Nico faleceu em casa, no Córrego da Conquista, em 28 de março de 1994. Foi se pultado no cemitério de Santa Luzia, onde estão sepultados também seus pais, Antonio Cesare e RosaMariaMarchesin.(Cotinha)

Maria (Cotinha) Neroci era filha de: Alberto Neroci, nascido em 10 de abril de 1893 e falecido em 30 de agosto de 1948, e Gema Franchini, nas cida em 19 de dezembro de 1892 e falecida em 15 de maio de

Irmãos Rosa, Maria e José Nico. Acervo da famí lia de Gaetano Nico.

Os filhos de José Adegard Nico e Ana (Anita) Caus são Glaydsmar, casada com Nuno Ricardo e mãe de Nuno Miguel; Glaydson, casado com Juliana de Oliveira e pai de de Júlia e Elisa. Tia Ana (Anita) faleceu em 16 de novembro de 2020, na época em que eu estava es crevendo este livro. No ano de 2019, estive na casa dela, entrevistando-a e obtendo fotos da família para o livro.

tiveram os filhos: José Ade gard Nico, casado com Ana (Anita) Caus; Maria Mercedes Nico, e Rosa Gema Nico, casada com Francisco Lúcio Teixeira Sampaio.

Apesar de o nome de registro ser Caetano Nico, neste livro registraremos sempre o nome Gaetano, pois era assim que, carinhosamente, seus parentes mais próximos o chamavam, de forma mais coerente com a escrita e a pronúncia em italiano. Também vamos nos referir a Maria, em alguns momentos, como Cotinha, como, afe tuosamente, era chamada.

Eu nasci ainda no casarão antigo de dois andares, na Conquista, de meu avô Cesare Nico. Ele foi derrubado. Com quase um ano de idade, passamos a morar na casa nova, onde moraram papai e mamãe, construída no mesmo lugar do casarão. Mamãe contava que eu estava engatinhando, tinha uma grande quantidade de degraus para subir na varanda da casa. Não viram, e sei que despenquei lá de cima e fui parar lá embaixo sem um arranhão, sem nada. A Ana, minha madri nha, filha do tio Julio, ficou doidinha, correu, me pegou e viu que eu não tinha me machucado.

Leandro, Valessa, Cícero no colo, Yasmim, Francisco, Cheila, Rosa Gema, Beatriz, Mércia, Alice no colo e Ângelo, novembro de 2020. Acervo da fa mília de Francisco Sampaio e Rosa Gema Nico Sampaio.

3.10.2 Informações de Rosa, neta caçula de Antonio Cesare Nico, em 25 de junho de 2020

Os filhos de Rosa Gema e Francisco são Valessa Nico Sampaio, casada com Leandro Ni coli e mãe de Yasmim e Cícero; Mércia Nico Sampaio, casada com Ângelo Vazzoler e mãe de Beatriz e Alice, e Sheila Nico Sampaio.

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Celso, sua mãe, Alira, sempre vinha aqui em casa visitar a minha irmã Maria. Era madrinha de Maria. Logo que Alira chegava, Maria, ao ouvir a voz dela, reconhecia e começava a rir de fe licidade. Dava gargalhada, ficava doidinha com a Alira.

Com isso, pode-se dizer que o casarão foi derrubado no ano de 1958. Durante a construção da casa nova, moramos provisoriamente na tulha ao lado do casarão. Até pouco tempo atrás tinha o assoalho da tulha, que era de tijolinho. Depois que meu irmão José se casou com Anita Caus, eles passaram a morar na casa nova de nossos pais. Eu me casei em 1985.

Gaetano Nico e sua esposa, Maria (Cotinha) Neroci, 3 de setembro de 1946. Acervo da família de Vitorio Nico.

Izidoro Caus, Judith, Glaydson, Glaydsmar, Co tinha e Gaetano Nico. Acervo da família de José Adegard Nico.

O casal Gaetano e Cotinha manteve e cultivou em suas vidas, desde o casamento, o espírito acolhedor, a mão estendida. Até a morte, cuidaram de Antonio Cesare Nico e Rosa Mar chesin. Levaram para morar próximo deles a família de Alberto Neroci e Gema Franchini, pais de Cotinha. Cuidaram de José, Pedro e Ana, filhos de Julio Nico, desde criança até se casarem. Cuidaram de Lenice de Almeida, filha de José Alves de Vieira e Altina de Almeida, até seus aproximadamente 13 anos. Lenice nasceu em 23 de abril de 1955. Altina também morou com eles um certo tempo.

Lembrança de Gaetano Nico e Cotinha para Vitorio Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Rosa contou:

Rosa foi muito importante para a obtenção de informações de seu pai, Gaetano Nico, e tam bém de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, uma vez que nasceu na casa dos Nico na Con quista e até hoje mora na mes ma propriedade. Outro fato a registrar é a dica de Rosa para localizar descendentes de João (Joanin) Nico, irmão de Gaeta no. Assim, foi possível encon trar a geração de João, casado com Valentina Dalfior, e escre ver um capítulo do João Nico.

3.10.1 Coração acolhedor de Gaetano e Cotinha

Segundo Rosa, seu nome completo é Rosa Gema. Rosa em homenagem à avó pater na, e Gema em homenagem à avóAliramaterna.Nico é madrinha de crisma da Maria Merce des, e Angelina Bastianeli Nico, de Rosa Gema.

Ele também gostava de dançar. Quando jo vem, era baile na casa de um, de outro. Foi num desses bailes que papai conheceu mamãe. Depois de casado, papai trouxe meus avós maternos para serem meeiros deles na Conquista. Vovô Alber to, no início, era meeiro dos Venturin, onde hoje pertence aos Cremasco, em Santa Angélica. Tia Pachota sabe quando eles mudaram para cá na Conquista. Ela comenta que tem mais de 70 anos.

A família Martins morava no nosso terreno, pertinho da casa de papai. Eram meeiros nossos. Um casou com a madrinha Ana Nico e outro casou com Aparecida, filha do tio Guiê com Eugênia Nico.

Madrinha Ana, Pedro e José, filhos do tio Ju lio, ficaram na casa de meus pais até se casarem. Outra que morou muito tempo conosco foi Lenice,

filha da Tina. Tina trabalhava no tio Jorge, quando ficou grávida. Lenice regula mais ou menos com a idade da Marlene, do tio Jorge. Papai trouxe a Tina, e Lenice nasceu na nossa casa. Lenice, quando tinha mais ou menos 12 anos, dizia que queria estudar para irmã de caridade. A mãe dela, numa das visitas à filha, acabou a levando para Belo Horizonte para morar junto com os pais. Foi para o Convento, mas não seguiu a vocação e acabou ficando por lá mesmo. A Tina teve mais cinco filhos e faleceu em 2018, tem mais ou menos um ano.

Papai gostava muito de pescar e caçar. Era a alegria dele nos finais de semana. Montava bar raca na beirada do Rio Manhuaçu. Levava uma turma com ele, como Zé Mome, meu irmão Zezé e outros mais.

Mamãe contava que quando meu irmão José aprontava e ela ia corrigir, ele corria e a nona Rosa Marchesin, para proteger, escondia ele debaixo daquela saia grande dela.

Presentes: Celso, Alira Nico, Antonio Caus, Pachota e Tina

Os pés de manga que tem até hoje do lado da casa de papai têm mais de 90 anos. Foi tio Primo que plantou. O almoço do casamento de meu irmão e também do meu casamento foi servido debaixo desses pés de manga.

Estávamos fazendo um passeio com meus pais, Antonio Caus e Alira Nico Caus, na região de Quatituba/MG e paramos na casa da Pachota para uma visita.

Nico

Até pouco tempo atrás ainda tinha a telha com um furo de bala, num tiro que tio Luiz Nico deu dentro de casa.

Casamento de Eugênia e Guiê, 1949. Ao fundo, casa onde morou a família de Antonio Cesare Nico e Gaetano. Acervo da família de Vitorio Nico.

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Ensinei umas 10. Sua mãe, Alira, ficou aprendendo comigo durante um ano. Aprendia a cos turar e brincava com a Nerina (Fia), minha irmã.

3.10.3 Entrevista com cunhadaPachota,deGaetano

Data: 28 de fevereiro de 2015

Casa onde moraram Gaetano Nico e Cotinha. Acervo de Celso Luiz Caus.

Antonio Caus, Alira Nico, Glaydson, José Nico, Celso e Anita. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casamento de José Adegard Nico e Ana (Anita) Caus. Acervo da família de José Adegard Nico.

Gaetano Nico na pescaria. Acer vo da família de Gaetano Nico.

Entre mim e meu irmão Zé Nico teve um irmão que morreu, e entre Zé Nico e Maria teve também outro que morreu. Parece que um se chamava Alberto Cesar e o outro, Luiz.

Perguntei a Pachota quem ele ensinou a costurar.

Casamento de Rosa Gema Nico e Francisco Sampaio. Acervo da família de Rosa Gema Nico.

Local: casa da Pachota, Córrego da Conquista

Nós morávamos em Santa Angélica, na propriedade dos Venturin. Trabalhávamos para eles. Gaetano Nico conheceu a Cotinha lá. Depois, a propriedade passou para os Cremasco. Moramos cerca de 13 anos lá em Santa Angélica. Viemos de Carangola/MG para Santa Angélica e de San ta Angélica para a Conquista, onde estamos até hoje. Meu pai morreu aqui. Gaetano casou com Cotinha e depois nos trouxe para cá.

Ensinei a costurar calça, camisa, calção, ceroula, a bordar na máquina. Foi nesta casa aqui onde moramos até hoje.

Não lembro a data em que mudamos para cá. Quando papai morreu, a Nerina (Fia), minha irmã, tinha uns 15 anos. Ela tem 86 anos, agora faz a conta. O papai morava aqui havia uns dois anos. Eu estou com 94 anos.

Entrevista com Pachota em 20 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Com o Jerônimo (Mome) Zanon, são cinco: Terezinha, a mais velha; Carolina; Dalida; Rosário, e Jair José, o mais novo.

Perguntei para Pachota se ela conheceu o nono Cesare e a nona Rosa Marchesin na casa onde morava o Gaetano.

O nono, coitado, era caduco, hoje doença de Alzheimer. A gente falava naquela época que a pessoa ficava doido, mas era Alzheimer. Ele juntava a roupa da cama e saía para a roça. A Eugênia corria atrás dele para ele não se perder. Naquela época, não tinha banheiro. A Eugênia namorava o Guiê e, então, o nono pegava o penico e dizia em italiano: ‘beba vo, beba vo’, que significa ‘bebe, bebe você’. Ele morreu em 1944, antes do falecido meu pai.

Vou te mostrar a corrente que eles usavam para cozinhar e que está aí na sala pra você tirar uma foto. O fogão só tinha um buraco. A corrente suspendia e abaixava as panelas para cozinhar. Estava jogada debaixo da tulha, e Eugênia limpou e pintou ela.

A veia Nica era brava, Nossa Senhora. E quantas vezes fomos atrás do nono Nico lá dentro da roça, eu e a Eugênia. Juntava aquele monte de coberta, saía para a roça e se perdia. Naquela época se usava muito o penico, e ele apontava para as pessoas e dizia em italiano: ‘beba vo... beba vo’. Ele queria dizer: ‘beba você’. Ele já estava perturbado da cabeça, hoje doença de Alzheimer. Depois que o nono Nico fez aquela operação na nuca, nunca mais teve a ideia perfeita. A nona é que comandava tudo.

Tina recordou que a nona fazia sacos de pão. “De manhã, ela tirava do forno e colocava dentro de um saco numa mala grande e passava a chave para controlar. Ela era muito segura.”

Perguntei se ela havia conhecido a nona Rosa. Ela disse que sim e que Tina também ti nha tomado conta dela. Tina lembrou que quando isso aconteceu nona Rosa já estava um pouco perturbada.

Perguntei quem eram os filhos da tia Regina.

Pachota é irmã de Maria (Cotinha), casada com Gae tano Nico. É filha de Alberto Neroci e Gema Franchini. Além de Cotinha, os outros irmãos são Guiê, casado com Eugênia, e Nerina, casada com Rosário Zanon.

Questionei se Pachota chegou a conhecer meu avô Luiz Nico ainda solteiro.

Iniciei a conversa explicando meu objetivo, que era escrever o livro dos Nico. Pachota tem boa memória, lembra muita coisa. Deu aula de costura para minha mãe, me viu nas cendo, me pegou no colo. Enfim, é um acervo vivo. A primeira indagação foi sobre o Joanim Nico, filho de Cesare.

Os meninos, enquanto ela dormia, saltavam a janela para irem nos bailes.

Os velhos antigos eram dureza. Meu pai também não era flor que cheira, não, pelo amor de Deus. Meu pai olhava para nós, e não ficava nenhum perto.

Fiz 90 anos no dia 6 de fevereiro. E mais de 70 anos, agora em 6 de agosto, que moramos aqui nesta casa.

O Julio morou aqui. Não era nesta casa, mas era aqui. Antes de nos mudarmos para esta casa quem morava nela era o Bindaco, um meeiro do Gaetano.

Só conheci Joanin Nico pelo retrato. Sei que foi buscar madeira lá pelo lado do Silas Pedro. Ainda na Conquista, parou o caminhão para arrumar as toras e aí aconteceu o acidente que o levou a falecer. A data eu não sei, porque nós ainda não estávamos morando aqui na Conquista.

Quem mais tomava conta da nona era a Cotinha. A nora que ela se dava era a Cotinha.

A Conquista era quase toda do velho Nico, de lá debaixo, na encruzilhada, até no alto de São Sebastião. Aqui era de índio. Quando o velho Nico chegou, isso aqui era mata fechadíssima. O caminho era o córrego. Iam a pé comprar sal e outra coisa em Resplendor. A Eugênia tinha uns cinco anos quando vieram para aqui.

Local: casa da Pachota, Córrego da Conquista

Data: 20 de outubro de 2019

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Eles eram muito católicos, iam muito em Santa Luzia. O velho Nico, mesmo caduco, ia à igre ja. Ela era gorda, muito pesada.

3.10.4 Entrevista com Pachota, cunhada de Gaetano Nico

Indaguei se era atrás daquela casa que ficava a represa onde faleceu a filhinha do tio Júlio Nico.

O nono morreu bem antes da nona e um pouco antes de meu pai.

A nona era autoritária. Se ela estivesse deitada e você mexesse em alguma coisa, uma pane la na cozinha, ela levantava e chamava a atenção. Ninguém tinha licença de nada. Tudo tinha que passar na mão dela. Ela fazia aquela fornada de pão. Colocava tudo dentro do saco e tran cava numa mala.

Eu disse que tinha um retrato da festa do casamento da Eugênia que mostra a casa.

Todo mundo já era casado. Conheci seu avô Luiz Nico casado, ele já tinha as filhas Alira e Nica. Eles moravam lá no alto, a gente ia dançar a noite toda na casa deles. Nós vivíamos sempre juntos, como uma família só. Eu, Nica, Alira, Terezinha e Nerina.

Eu morava com tio Gaetano. Tia Cotinha e tio Gaetano moravam no mesmo casarão dos meus avós. Meu avô Cesare Nico tinha problema na cabeça. Ele saía para andar e se perdia. Andando no pasto, pegava as coisas e colocava no bolso. As formigas o picavam, e ele gritava: “Uiui, uiui, uiui”. Casaram na Itália. Todo dia de tarde a nona rezava o terço na sala. Quem não participasse tinha que ficar na varanda porque ela fechava a porta para não atrapalhar a fé. Era gorda, gostava de deitar e descansar nos bancos de tábuas compridos na varanda. Conversava tudo em italiano, não sabia a língua brasileira.

É esta foto mesmo, a Cotinha estava na porta do final do tal corredor, olhando para baixo e vendo tirar a foto oficial com os convidados do casamento.

O casarão dos nonos na Conquista era alto, de dois andares. Tinha um varandão na frente. A moradia era em cima, embaixo se guardavam as ferramentas e mantimentos. Por baixo era mais alta porque o terreno descia para o lado do córrego. Do lado direito, fica vam as mangueiras, que hoje têm quase 100 anos, e o engenho de cana. A gente levantava as duas horas da madrugada para moer cana. Do lado de baixo, tinha um paiol, e eu e o Guiê, casado com Eugênia, puxávamos milho da roça com duas juntas de boi e colocávamos na

O velho Nico fez a casa para vir para cá. Tirou daqui toda madeira para construir a casa. Aqui era mata virgem. Você tem o retrato que tem eu; Alira, sua mãe; Nica; Fia; Terezinha, e Tina? Pois é, a Tina faleceu quatro meses atrás. Morava em Belo Horizonte. Morreu primeiro o marido, depois os dois filhos e, por último, ela.

Nona Rosa todo dia pedia para eu bater um ovo junto com leite para ela. Naquela época, não tinha energia, não tinha nada. De noite, tinha que fazer xixi no penico e, de dia, se quisesse fazer outra necessidade fisiológica, tinha que ir atrás de uma moita de mato. Não existia banheiro den tro de casa como hoje. Quando a gente levantava, tinha que lavar o rosto lá no córrego. Ela falava para mim: ‘você vai lavar o rosto? Então leva o penico para lavar’. Depois, tio Gaetano canalizou uma água da nascente.

Ele morou perto, em São Sebastião da Lagoa. Tomava conta da igreja. As meninas, todas mo ças, casaram aqui. A Ozília, filha dele, deve lembrar de muita coisa. Ela casou com um viajante. A Rosinha casou com um Fasolo. Ana, casada com um Venturin, está com doença de Alzheimer e mora em Resplendor. Tinha o Cesarin e o Toninho, que foi criado pela nona. Todos do primeiro casamento com uma Costalonga.

A casa tinha dois andares. Embaixo, era um salão onde guardavam café, feijão. Pegavam terra e formiga e misturavam com o feijão para não estragar. Embaixo ainda tinha dois quartos para empregados dormirem. Além dos quartos, era um salão grande para dançar. Em cima tinha uma escada, que subia na varanda e ia para a sala. A cozinha tinha 22 degraus para subir. Era mais alta que a sala. Era virada para o fundo do córrego. Descia e virava para ir na água do córrego. Subia pela sala, pelo lado direito. As mangueiras estão lá até hoje. Tinha a varanda e a sala. Ti nha um corredor que ia para o lado na direção das mangueiras e dois quartos de cada lado do corredor. No fundo do corredor para o lado das mangueiras, havia uma porta cega pregada com tábuas na horizontal espaçadas e vazadas. Dali de cima, à noite, os homens faziam xixi. Na épo ca, as casas não tinham banheiro dentro delas. As mulheres faziam no penico. Sabe que procurei o retrato da casa e não encontrei.

Comentei que Cotinha deveria estar em cima com a nona Rosa Marchesin, que era gorda, de idade e seria difícil descer com ela, tanto que Rosa faleceu poucos anos depois.

Em 19 de fevereiro de 2019, José Nico assim se expressou:

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Rosário e Eugênia já faleceram. Zé Mome e todas as irmãs estão vivos. Zé Mome mora no mesmo lugar dos pais, uma irmã mora em Belo Horizonte, a que parece a nona mora em Boa Esperança/ES e Carolina mora aqui perto na Conquista.

Relembrei Pachota que havia estado com ela em 2015, junto om minha mãe e meu pai. Na oportunidade, Tina estava junto. Ela morou muitos anos na Conquista, ajudando a tomar conta de Cesare Nico e Rosa. Voltei para pegar o retrato da família da tia Regina e Pachota indicou, apontando no retrato:

O Toninho e a Eugênia foram criados pela nona Nico. Tanto que a Eugênia chamava a nona de mãe e a dona Regina, que era a mãe dela, ela chamava de Regina. A nona Nico não consentia que Eugênia ficasse com a mãe, Regina. Naquele tempo, quando acontecia um negócio desse, de gravidez antes do casamento, era o fim do mundo. Assim, eles contam que, quando vinham visitas para Regina, logo que ela ganhou a Eugênia, a velha Nico dizia: “se você veio visitar ela, ela está lá no quarto”. Ela não dizia o nome da filha Regina. A Eugênia e a Regina contavam isso também. Coitada de dona Regina, ela contava que depois de três dias de resguardo, no Espírito Santo, ela arrancou inhame dentro d’água até o joelho. O pai da Eugênia se chamava Eugênio Nicoli. Ele es teve na casa do Segundo Nicoli, mas eles não deixaram ela ver o pai. A nona Nico gostava era da Carolina. A Carolina era a deusa deles. A Carolina tinha tudo que você pensasse, a dona Regina não. Dona Regina sofreu muito com a mãe. Coitada dela, foi uma mulher sofredora.

Encerrei a conversa, agradeci e aceitei tomar um café com rosca preparada pela Pachota.

Pedi que Pachota dissesse como era o casarão do Cesare Nico na Conquista.

A Cotinha ganhou os três filhos, estava de resguardo na cama, e ela tinha que levantar para dar comida para a velha Nico, porque ela não aceitava ninguém. Ela não aceitava outra pessoa, tinha que ser a Cotinha, nem a Eugênia ela aceitava.

Perguntei se Pachota se lembrava do Primo Nico morando na Conquista.

3.10.5 José Nico, filho de Julio Nico

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Da direita para a esquerda: Rosa Marchesin, Antonio Cesare Nico, Olimpia Nico e Angelo Bastianello, Claros Dias/ES, 1941. Acervo da família de Gaetano Nico.

Esse chapéu, que está comigo, era do finado meu avô Cesare Nico. Quando ele morreu, deixou para o tio Gaetano, que guardou de lembrança. Tio Gaetano morreu e o chapéu ficou guardado com tia Cotinha, que, antes de morrer, deu o chapéu para mim. Esse chapéu tem mais de 80 anos, porque eu tinha uns oito anos e o nono Cesare já usava ele.

Carta de Gaetano Nico para o irmão Vitorio falando da morte da tia Olim pia Nico, Conquista, 25 de julho de 1941. Acervo da família de Vitorio Nico.

tulha. Depois que derrubou o casarão, quem lavrou a madeira da casa nova do tio Gaeta no e do Guiê fui eu.

Família de Maria Luigia, irmã de Rosa Marchesin, na Itália. Acervo da família de Gaetano Nico.

Morei com tio Gaetano e tia Cotinha até eu me casar. Da mesma forma meus ir mãos Pedro e Ana.

Rosa Gema Nico. Acervo de Rosa Gema Nico.

Cotinha e Gaetano Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

Antonio Nico, Gema Franchini, Rosa e o pai, Gaetano Nico. Acervo de Rosa Gema Nico.

Toninho Nico Sobrinho, Terezinha Nico, Gaetano Nico, Nerina, João Bravim, Odílio Nico, Nica Nico e Luiz Nico. Acervo da família de An tonio Caus Alberto Neroci e Gema Franchini. Acervo da família de Guiê Neroci e Eugênia.

Emilio, irmão de Cesare Nico, sua esposa, Severa, e os filhos Maria e Giorgio. Acervo da família de Gaetano Nico.

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Maria Mercedes Nico, filha de Gaetano e Cotinha. Acervo da família de Gaetano Nico.

José Adegard Nico. Acervo de Rosa Gema Nico.

Gaetano Nico e sua esposa, Cotinha, com os filhos José Adegard e Maria Mercedes no Convento da Penha, 1950. Acervo de Zenilda e Terezinha Nico Zanon.

Gaetano Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

Primeira eucaristia de Rosa Gema Nico e Lenice. Acervo de Lenice de Almeida.

Lenice e Maria Mercedes Nico. Acervo de Lenice de Almeida Ferreira.

Maria Mercedes Nico. Acervo de Rosa Gema Nico.

Cotinha e a filha Maria Mercedes Nico. Acervo da família de Alira Nico e An tonio Caus.

Ana Nico com Rosa no colo, Lenice à esquerda e Aparecida Neroci à direita. Acervo da família de Ana Nico e Adílio Martins.

Pachota e Rosa Nico à esquerda. Acervo de José Nico. José Adegard Nico. Acervo de Anita Caus Nico.

Lenice, Cotinha, Maria Mercedes, Gaetano Nico, Rosa e José. Acer vo da família de Gaetano Nico.

Casamento de José Adegard Nico e Ana (Anita) Caus. Acervo da família de José Adegard Nico.

Izidoro Caus, Judith, Glaydson, Gaetano Nico, Cotinha e Glaydsmar. Acervo da família de José Adegard Nico.

Maria Mercedes e José Adegard Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

Gaetano Nico e netos Glaydson e Glaydsmar. Acervo da família de Gae tano Nico. Glaydson e a avó Cotinha Neroci Nico. Acervo da fa mília de José Adegard Nico.

Gaetano Nico, Cotinha, Judith De Nadai, Izidoro Caus e os netos Glaydson e Glaydsmar Caus Nico. Acervo da família de José Adegard Nico.

Gaetano Nico, Geraldo Franquini, José Ade gard Nico e Zé Mome. Acervo da família de Gaetano Nico.

Judith De Nadai Caus, José Adegard Nico e Cotinha Nico. Acervo da família de José Adegard Nico.

Ana (Anita) Caus Nico, es posa de José Adegard Nico. Acervo da família de José Adegard Nico.

Gaetano Nico, Cotinha, Anita, Glaydson, Judith, Izidoro Caus e Glaydsmar. Acervo da família de José Adegard Nico.

Casamento de José Adegard Nico e Ana (Anita) Caus Nico. Acervo da família de José Adegard Nico.

Parentes de Gaetano Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

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Gaetano Nico, na frente da tora; em cima, a famí lia de Gaetano e empregados. Acervo da família de Gaetano Nico.

Engenho de cana da época de Antonio Cesare Nico, na Conquista. Acervo de Celso Luiz Caus.

das laterais da casa de Gaetano Nico, década de 90. Acervo de Luzia Nico.

Gaetano Nico e sua es posa, Cotinha. Acervo da família de Gaetano Nico.

José Adegard Nico mirando com espingarda de Antonio Cesare Nico, 2009. Acer vo da família de Gaetano Nico.

José Adegard Nico, Eugênia e Pachota. Acer vo da família de Gaetano Nico.

Gaetano Nico e o filho José Adegard Nico. Acervo de Rosa Gema Nico.

Casamento de Rosa Gema Nico e Francis co Sampaio. Acervo da família de Rosa Gema Nico.Uma

Curral da propriedade de Gaetano Nico, década de 90. Acervo de Luzia Nico.Casa de Gaetano Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

Espingardas e quadro da época de An tonio Cesare Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

Gaetano Nico e amigos numa pescaria. Acervo da família de Gaetano Nico.

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Ao lado da casa de Gaetano Nico, engenho de cana e casa onde morou a família Martins, década de 90. Acervo de Luzia Nico.

Crucifixo de Rosa Marchesin Nico. Acervo da família de Antonio Cesare Nico.

Gaetano Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

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Família de Glayd son e Juliana. Acer vo de Glaydson Caus Nico

Mesa de Gaetano Nico. Acervo da família de Gaetano Nico. Lampião do Antonio Cesare Nico. Acervo da família de Gae tano Nico.

José Adegard Nico com ca chimbo de Antonio Cesare Nico, 2009. Acervo da famí lia de Gaetano Nico.

Relógio de Antonio Cesare Nico. Acervo da família de Gaeta no Nico.

Máquina de costura da época de Rosa Marchesin Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

Casamento de Glaydson e Juliana. Os pais do noivo, Ani ta Caus Nico e José Nico. Acerco de Glaydson Caus Nico.

Glaydsmar e Glaydson, filhos de Anita Caus e José Nico. Acervo de Glaydson Caus Nico.

Lenice, Lucas e Luciana. Acervo de Lenice de Almei da Ferreira.

José Ade gard gardJoséfamíliaAcervoNico.dadeAdeNico.

Cachimbo de Antonio Cesare Nico. Acerco da família de Gaetano Nico.

Porta-joias da nona Rosa Marchesin Nico. Acervo da família de Gaetano Nico.

A partir da direita: Nayara, Nicolly, Thales, João, Lenice, Moacir, Douglas e Alonso. Acervo de Lenice de Almeida Ferreira.

Domingues Bindaco e sua esposa, Antonieta. Amigo da família Nico que morou no terreno de Antonio Cesare Nico na Conquis ta. Foto de Celso Luiz Caus.

Máquina de costura manual de Rosa Marchesin Nico, 2009. Acervo da fa mília de Gaetano Nico.

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Certidão de casamento de Jorge Nico e Tereza Bergamin. Acervo da família de Jorge Nico.

Certidão de nascimento de Jor ge Nico. Acervo da família de Jorge Nico.

3.11 JORGE CESAR NICO

Antes de iniciarmos este capítulo, é importante lembrar que é no ramo familiar de Jorge Nico que está Alex, que reencontrou os Nico na Itália 100 anos depois da partida de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Essa história está detalhada na parte 1, no capítulo 4. Alex é filho de Josias Nico, neto de Jorge Nico e bisneto de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Jorge Nico tem em seu registro de nasci mento o nome Jorge Cesar Nico. Foi o déci mo primeiro filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. O filho caçula nasceu no Córrego da Telha, próximo à Fazenda do Centro, no distrito de Castelo, Espírito San to, em 23 de abril de 1915. Foram testemu nhas Bernardo Gomes e ManoelCasou-seCarias.com Tere zinha Bergamin no dia 10 de fevereiro de 1940, em Resplendor, Minas Gerais. Sua profissão na época do casamen to era alfaiate.

Presentes: Celso Luiz Caus, Josias Nico e sua esposa, Simone

Josias recebendo Celso em sua casa para entrevista, 18 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Daí, começou um pequeno comércio lá em Quatituba. Foi indo e, em seguida, montou uma casa comercial com tio Adriano. Era de secos e molhados que vendia de tudo. Matava porco, pi cava e colocava a carne em cima do balcão... Depois, comprou um lote de burro para puxar café.

3.11.1 Entrevista com Josias Nico

Pedi que Josias falasse algo sobre o pai dele, que era o mais novo, nascido no Córrego da Telha e que foi para Minas com aproximadamente 12 anos.

O casarão deles tinha uma escada grande na frente, que subia de banda da casa, depois vinha uma varanda até o final. Tinha dois andares, com um porão embaixo para guardar as coisas, ferramentas, celas etc. Lá nos fundos, tinha uma cozinha grande no segundo andar da casa. Era uma casa grande, um corredor comprido, tinha de três a quatro quartos.

Mensagem do prefeito de Resplendor acerca da inauguração da máquina de Jorge e Adria no Nico, 8 de julho de 1945. Acervo da família de Josias Nico.

Sobre meus avós, tenho uma ligeira lembrança. Não sei quantos anos eu tinha, lembro do meu avô, que usava uma bengala, e ele ficava bravo. Eu e o Zé Nico costumávamos fazer raiva para provocar o velho, coisa de criança. Ali do lado da casa dos nonos, onde depois morou tio Gaetano, tinha um engenho de cana. Muitas vezes, naquele tempo, nós, crianças íamos lá para o tio Gaetano e via o pessoal levantar de madrugada para moer cana e depois fazer rapadura. Interessante, mas o tempo passa.

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Data: 18 de outubro de 2019

uma alfaiataria. Naquele tempo, usava muito terno. Teve até uma vez que ele fez um terno para um homem, e como ele não podia pagar, começou a pagar com ovo. Papai comeu tanto ovo que nunca mais quis comer!

Inauguração, em Santo Antonio da Boa Sorte, Quatis/MG, da máqui na de pilar café de Jor ge e Adriano Nico, 8 de julho de 1945. Acervo da família de Josias Nico.

Iniciei a entrevista dizendo que bateríamos um papo para resgatar com Josias uma parte da história dos Nico, principalmente sobre Jorge Nico, pai de Josias e tio da minha mãe, Alira Nico. Como Josias nasceu em 1940, o nono faleceu em 1944 e a nona, em 1954, perguntei do que se lembrava dos dois.

Jorge faleceu em Vitória, Espírito Santo, em 6 de junho de 1993. Foi sepultado no cemi tério Jardim da Paz.

Construíram uma máquina de pilar café no final de Quatituba lá no tio Adriano. Na inau guração, foi até o doutor Alexandre , primeiro prefeito de Resplendor. Na foto da inauguração, eu, criança, estava presente. Papai foi crescendo na vida.

No princípio, ainda solteiro, ele fez uma cirurgia de estômago. Por recomendação do mé dico, não podia fazer serviço pesado. Então, ele foi aprender serviço de alfaiate com o senhor Agenor Barbosa, lá em Resplendor. Depois que aprendeu, ele voltou para Quatituba e montou

Local: casa de Josias Nico, na Fazenda Castelo, próximo a Calixto/MG

Havia uma porta no corredor do segundo andar que não tinha seguimento, não. Pregaram umas tábuas cruzadas, espaçadas umas das outras. De noite os meninos levantavam para fa zer xixi ali, que caía lá embaixo. As mulheres tinham o penico...

Primeiro quero dizer que você merece mais que elogios. Só temos oportunidade de conhecer a história da gente quando tem alguém como você para tomar a iniciativa e, por isso, quero te parabenizar.

Mostrei a ele a foto que mostra a casa de Quatituba e perguntei quem eram as pessoas que estão na frente.

Venda de Jorge e Adriano Nico em Quatituba/MG. Acervo da família de Vi torio Nico.

Ao finalizar, Josias me disse ainda:

Nós morávamos lá para cima, no final de Resplendor, perto da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil). Penso que foi por volta de 1941, quando foi trabalhar na alfaiataria. Os no nos iam passear lá.

Daqui papai foi para Resplendor, lá perto do colégio, depois da casa do doutor Manoel. Era para estudar as filhas. Eu me casei e fiquei por aqui ajudando na propriedade.

Tinha a casa do Osvaldo Sampaio; a nossa casa; depois a nossa venda com tio Adriano, com três portas, e, ao lado da nossa venda, com duas portas, a venda de tio Antonio. Ficavam todos do mesmo lado, sentido Quatituba para Resplendor.

Jorge Nico, o motorista, Josias ainda criança e carreteiros no ca minhão KB-7. Quatituba/MG. Acervo da família de Josias Nico.

Casa de Jorge Nico ao lado da casa azul. A venda de três portas de Jorge e Adriano ficava entre a casa de Jorge e a venda de duas portas de Antonio Nico. Quati tuba, 18 de outubro de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

O Américo, do tio Antonio, tinha uma venda ao lado da nossa. Acho que era loja de roupa. A casa está lá até hoje.

Nós ainda não estávamos aqui na fazenda, no norte de Resplendor. Acho que foi quando ainda estávamos em Quatituba, porque papai já tinha caminhão. Papai começou a trabalhar nesta região aqui na década de 50.

Depois, papai mudou para Vitória, para perto da Vila Rubim por volta de 1967. Em seguida, para um prédio perto do Parque Moscoso. Papai faleceu em Vitória.

Santa Rita, mas depois começaram a carregar madeira para a serraria de Itueta. O Valdivino andava junto paraDesfeitafiscalizar.a sociedade com tio Adriano, papai ficou com a carre ta e foi para o norte de Resplendor. Mudou para Calixto. No início, mo rou na casa paroquial canônica, autorizado pelo frei Jaime. Come çou a puxar madeira dali e, depois, comprou uma casa ao lado. Puxava para serrarias que eram donas das terras de quase todo o município. Ele tirava madeira em troca da legitimação das terras. Assim, papai foi comprando as terras em volta. Depois, ele trocou a carreta por outro pedaço de terra. Sentiu muito porque ele tinha o dinheiro sagrado do frete. Com os terrenos, tinha que investir, e não entrava dinheiro. Foi a época mais difícil. Depois, começou a ajeitar aqui.

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Lembrei que a mãe de Josias falava que o nono ia visitá-los em Resplendor.

Disse a Josias que soube que o pai dele fez a mudança do tio Primo para Cachoeirinha de Itaúnas, Barra de São Francisco/ES, por volta de 1947, 1948.

Eu; mamãe, em frente a nossa casa; senhor Dadinho, na porta central da venda; papai, de um lado na porta, perto da mamãe, e tio Adriano, na porta da venda, no outro lado. O Américo Nico, filho do tio Antonio, está ao lado do tio Adriano.

Me mandou estudar em Ouro Preto. Eu tinha mais ou menos 15 anos. Senti que estava mui to pesado para ele e voltei para ajudar na propriedade. Estudei até a quarta série ginasial. A gente ia de mês em mês fazer compra em Resplendor. Lembro que um dia eu fui com um sapato furado, e só tinha aquele sapato. Como eu tinha um par de chuteira, para jogar bola, mamãe me falou para eu ir de chuteira. O caminhão passava uma vez por semana, vindo de Campo Alegre. A gente ia e voltava nesse caminhão.

No tempo da venda e da máqui na de pilar café com tio Adriano, papai já tinha dois lotes de burro puxando café e dois caminhões Chevrolet pequenos. Nessa época, já não tinha mais a alfaiataria. De pois, fecharam a venda e, no fim, comprou, junto com tio Adriano, uma carreta KB-7. No princípio, era com carroceria para puxar café de

Mensagem atrás da foto do caminhão KB-7. Acervo da família de Josias Nico.

Um dia ele viajou, ficou fora de casa um mês. Foi e voltou a pé de Aparecida do Norte. Quan do ele voltou, Rosa fez uma festa, chamou os filhos todos. Ele disse: ‘Rosa, queria que cuidem de mim. Tem uma coisa que não me lembro’.

Lembro que ele caducava, pegava peça de roupa, saía, se perdia no mato. A nona era dura com ele. A Cotinha, mulher do Gaetano, tinha que intervir e chamar atenção dela. Tudo era a nona, ela controlava tudo. Ela era brava.

Data: fevereiro e 2016

3.11.2 Relato de Tereza Bergamin Nico

Aproveitando a visita, perguntei a tia Tereza do que ela ainda se lembrava do nono An tonio Cesare Nico e da nona Rosa Marchesin. Mesmo com seus 99 anos de idade, conseguiu dizer alguma coisa. Tia Tereza Relatou:

A nona mandava a Filomena Benicá fazer sacos de pão.

Presentes: Tereza Bergamin Nico, Marlene Nico Giacomin e Alira Nico e Antonio Caus Tereza assim relatou um caso da época:

Rosa era casada com Manoel Pedro. Pais de: Silvia, Rita, Gracinha, Aparecida, Nazaré, José, João, Maria de Fátima. Era filha do italiano Luigi Beninca e Regina Ton.

Quero te parabenizar pela iniciativa de escrever sobre os Nico. Sem você fazendo esse tra balho, a história ficaria perdida. Saboreamos um almoço caprichado preparado pela Simone e depois percorremos a proprie dade, que tem um curral muito grande. Fomos até a casa do seu filho Juarez. Pude conhecer o galpão onde está o avião montado por ele e outro ainda em montagem. Também há uma pista para decolagem e pouso. Tudo isso dentro da propriedade onde moram Josias, Simone e Juarez.

Eu já estava para ganhar o Josias. Os porcos fugiram e ela me colocou para ajudar a cer car os porcos. Eu voltei para o quarto, e o Antonio Nico, irmão do Jorge, que estava lá passean do, teve que sair correndo para buscar a parteira. Quando a parteira chegou, o Josias estava quase nascendo.

Local: apartamento da filha Maria do Carmo Nico e Erasmo Vieira, em Vitória/ES

‘Então fala, minha querida, fala.’

Abraçou ela e chorou tanto, tanto.

Sobre os nonos Rosa e Antonio Cesare Nico, Tereza disse:

Alex e Juarez Nico em frente ao avião montado por Jua rez. Acervo da família de Josias Nico.

‘Foi no dia de Santa Rosa.’

O marido de Rosa Benicá era alcoólatra, vivia vendendo as coisas de casa, até lâmpadas, para beber cachaça. Falavam para ele: ‘não faz isso, não, senhor Manoel, o senhor tem uma família tão boa, não tira as coisas de dentro de casa para vender e beber cachaça, não’.

Quando ela estava descendo a escada, escutou uma voz fininha no ouvido dela dizendo três vezes: ‘Santa Rosa, Santa Rosa, Santa Rosa’. Pensou: ‘Isso que o Manoel quer lembrar’. Voltou e disse para ele: ‘já sei, Manoel, que dia que você assistiu à missa”.

Foi então que ele lembrou que tinha assistido à missa no dia de Santa Rosa, na Aparecida do Norte. Ele falou que o povo começou a sair de perto dele porque ele chorava alto. Era o dia de Santa Rosa, e também o nome da mulher dele.

3.11.3 Visita a Tereza Bergamin Nico

Fazenda Castelo, da família de Jorge Nico, em Resplendor/ MG. Acervo da família de Josias Nico.

‘Eu não sei, não, Manoel, você pensa bem para lembrar. Espera um pouco que vou na casa de nosso filho, que está me chamando.’

As nonas italianas normalmente eram rígidas, duronas. Tinham lá suas razões. Com as dificuldades que passaram na Itália, e uma vida nova e dura num novo país, sabiam que te riam que controlar as coisas em casa para ajudar a criar a família quase sempre numerosa.

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Eles moraram com a gente pouco tempo em Resplendor. Não queriam voltar para casa, na roça, de jeito nenhum. Quando foi um dia, nós avistamos ele atravessando o pontilhão da es trada de ferro. Se viessem um trem, ia esbagaçar ele. Nós tivemos que mudar, e eles voltaram para roça, na Conquista, no Gaetano.

Presentes: Tereza Bergamin Nico, Maria do Carmo Nico, Erasmo Vieira, Deolinda (Nica) Nico, Alira Nico Caus, Antonio Caus e Celso Luiz Caus

O velho Cesare já estava meio caduco. Eu morava em Resplendor, lá perto da caixa d’água. Em frente tinha um pontilhão. Tínhamos alugado uma chácara grande, que tinha umas vacas de leite, um moinho de fubá, uma horta muito bonita. Eu enchia os sacos de fubá, trabalhei muito lá. Tinha um pontilhão perto da estrada de ferro.

Data: final da década de 2000

Local: casa da sobrinha Alira Nico e Antonio Caus, em Itapoã, Vila Velha/ES

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Certidão de casamento de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, cartório de Nanto, Itália. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

Ela me pedia para fazer sacos para colocar alface e almeirão para o Toninho Nico, neto dela, ir vender em Quatituba.

Tia Maria do Carmo, quando neném, passava muito mal. Então, vovô Jorge fez uma promessa para que ela melhorasse. Na igreja de Calixto, tinha uma santinha pequena, de Nossa Senhora do Carmo. Como Maria do Carmo melho rou, vovô comprou e levou uma imagem maior de Nossa Senhora do Carmo. Ele saiu a pé do norte de Resplendor até a igreja do patrimônio de Calixto levan do a santa. Vovô Jorge não só pagou a promessa como doou a imagem à igreja.

Tia Deolinda (Nica) completou dizendo que ela tinha um bolso grande no vestido onde ela guardava a chave para controlar as coisas.

3.11.4 Jorge Nico faz promessa a Nossa Senhora do Carmo

Nossa Senhora do Carmo doada por Jorge Nico à igreja do Calixto. Acervo de Alex Nico.

Em 3 de junho de 2021, Alex fez contato comigo para relatar um fato ocorrido na família de seu avô Jorge Nico.

Disse Alex:

A nona ia muito na minha casa em Resplendor. Ela gostava de ficar em Resplendor. Na roça, na Conquista, ela quase não saía de casa. Ela já estava de idade. O nono ia menos em Resplen dor. Ela não gostava que ele fosse porque ele fugia, estava caducando. Chegamos a pegar ele no pontilhão da linha de trem. Ele achava ruim, não queria ficar preso em casa, dizia que não era bicho. Ele era manso e ela, mais enérgica.

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Foto original de Antonio Cesare Nico. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

Rosa Marchesin, seu neto Toninho no colo, sua neta Eugênia e o filho Jorge Nico, 1927, Espírito Santo. Acervo da família de Josias Nico.

Da direita para a esquerda: Rosa Marchesin Nico, Antonio Cesare Nico, Olimpia Nico Bastianello e Angelo Bastianello, 1941 Claros Dias, Vargem Alta/ES. Acervo da família de Josias Nico.

Foto original de Antonio Cesare Nico e Rosa Machesin. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

Mensagem atrás da foto de João (Joanin) Nico. Acervo da famí lia de Josias Nico.

Rosa Marchesin Nico. Acervo de Terezinha Nico Gavazza.

Família de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, em 1918 Córrego da Telha, Fazenda do Centro, Castelo/ES. Acer vo de Marlene Nico Giacomin.

João (Joanin) Nico, filho de Antonio Cesa re Nico. Acervo da família de Josias Nico.

Carta de Olimpia Nico para seu irmão Emilio Nico na Itália, em 1927. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

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Carta de Olimpia Nico para seu irmão Emilio Nico na Itália, em 1927. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

Carta de Olimpia Nico para seu irmão Emilio Nico na Itália, em 1930. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

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Carta de Olimpia Nico para seu irmão Emilio Nico na Itália, em 1930. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

Carta de Jorge Nico para o irmão Vitorio, Resplendor, 16 de julho de 1940. Acervo da família de Vitorio Nico.

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Carta de Jorge Nico para o irmão Vitorio, Resplendor, 24 de fevereiro de 1940. Acervo da família de Vitorio Nico.

Família Bergamin, de Tereza Bergamin Nico. Acervo de Mar lene Nico Giacomin.

Jorge Nico e Tereza Bergamin. Acervo da família de Josias Nico.

Foto original de Tereza e Jorge Nico. Acer vo da família de Josias Nico.

Jorge Nico. Acervo de Maria do Carmo Nico.

Jorge Nico e Tereza Bergamin. Acervo de Marle ne Nico.

Vários Nico. Acervo da família de Josias Nico.

Jorge Nico, sua esposa, Tereza, e o filho Josias no Cristo Redentor, no Rio de Ja neiro. Acervo de Maria do Carmo Nico.

Primeira comunhão de Jo sias, filho de Jorge Nico, 23 de março de 1950. Acervo da família de Josias Nico.

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Certificado de reservista de Jorge Nico. Acervo de Maria do Carmo Nico.

Jorge, Gaetano, Vitorio, Adriano, Miguel Baldon, Luiz, Anto nio e Primo Nico. Acervo da família Josias Nico.

Boi da fazenda da família de Jorge Nico. Acervo da fa mília de Josias Nico.

Jorge Nico, Tereza, Marlene, Geraldo, Verginia, Ilze, Maria do Carmo e Elena. Acervo da famí lia de Vitorio Nico.

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Jorge Nico montado no cavalo Poe ta. Acervo de Carolina Nico Zanon.

Nota da venda da loja de comércio de Jorge e Adriano Nico em Quatis/MG, década de 40. Acervo da família de Josias Nico.

Josias Nico, o segundo em pé da direta para esquerda. Acervo da família de Josias Nico.Josias,

o segundo em pé da direita para a esquerda. Acer vo de Josias Nico.

Caminhão de Jorge Nico transportando tora de madeira. Acervo da família de Jorge Nico.

Marlene, filha de Jorge Nico. Acervo da família de Josias Nico.

Irmãs Maria do Carmo e Marlene Nico. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

Jorge Nico, sua esposa, Tereza, e as filhas Marlene e Maria do Carmo. Acervo da família de Vitorio Nico.

Maria do Carmo, filha de Jorge Nico. Acervo da família de Vitorio Nico.

Aniversário de 80 anos de Josias. Ele e os filhos Alex, Luiza, Vinícius, Terezinha e Juarez. Acervo da família de Josias Nico.

Jorge Nico no Caxixe, Castelo/ES, em frente à igreja em que foi batizado, 1986. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

Josias Nico em frente à Capel Laticínios, Resplendor/MG. Acervo da fa mília de Josias Nico.

Josias com o quadro da foto que pertencia a Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin Nico. Acervo da família de Josias Nico.

Família de Jorge Nico e Tereza Bergamin no aniversário de 100 anos dela. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

Penha, Tereza Bergamin Nico, Celia e Celso, Nova Almeida, 11 de julho de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Josias Nico e família, 24 de abril de 1989. Acervo da família de Josias Nico.

Jorge Nico e Tereza e, ao fundo, a casa onde Jorge nasceu, Córrego da Telha, Castelo/ES, 1986. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

Josias, Terezinha, Marlene, Celso, Tereza Bergamin Nico e Maria do Car mo nos 100 anos de Tereza Bergamin Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

Tereza Bergamin Nico, Nova Almeida, 11 de julho de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Jarrinha de mesa trazida da Itália por Rosa Marchesin e Antonio Ce sare Nico. Acervo da família de Te rezinha Nico Gavazza.

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Relógio de bolso de Jorge Nico. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

Cristaleira de Tereza e Jorge Nico. Acerco da família de Terezinha Nico Gavazza.

Antiga cômoda de Tereza e Jorge Nico. Acervo da família de Terezi nha Nico Gavazza.

Mesinha de Tereza e Jorge Nico. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

Jorge Nico e Tereza Bergamin em Brasília. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

Da direita para a esquerda: Loret ta, Terezinha e Vitorio Nico. Ao fun do, casa onde moraram os Nico e os Marchesin. Acervo de Terezinha Nico.

Em pé: Loretta, Marilisa e Alessandra, amiga de Renata. Sentados: Vitorio, Renata, Elena e Carmela. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

Sentadas: Tereza Bergamin Nico e Carolina Nico. Em pé: Marlene e Ri cardo, 2005. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

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Antiga cama de casal de Tereza e Jorge Nico. Acervo da família de Josias Nico.

Mesas de Tereza e Jorge Nico. Acervo da família de Terezinha Nico Gavazza.

Italianos Carmela, Severino e Vitorio, filhos de Emilio Nico. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

Terezinha, Vitorio e Lorenzo, com cinco anos, no casamento de Alex. Acervo de Terezinha Nico Gavazza.

Tereza Bergamin Nico, Ricardo, Pachota, Guiê, Nego, Marlene, Eugênia e Zé Mome. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

547546 NicoCesareAntonio MarchesinRosa NicoCesareAntonio MarchesinRosa Madalena Costalonga Nico Primo Caetano Nico Gardina Ruela Nico Madalena Costalonga Nico Primo Caetano Nico Gardina Ruela Nico Julio Nico Verginia Lerbachi Nico Amábile Cremasco Nico Julio Nico Verginia Lerbachi Nico Amábile Cremasco Nico João Nico Valentina Dalfior Nico João Nico Valentina Dalfior Nico Eugenio Nicoli Regina Nico Zanon Jerônimo Zanon Eugenio Nicoli Eugênia Nico Neroci Regina Nico Zanon Jerônimo Zanon Antonio Nico Angelina Andreon Nico Antonio Nico Angelina Andreon Nico Luiz Nico Angelina Bastianeli Nico Luiz Nico Angelina Bastianeli Nico Adriano Nico Maria Ambrosin Nico Adriano Nico Maria Ambrosin Nico Carolina Baldon Nico Miguel Baldon Carolina Baldon Nico Miguel Baldon Victorio Nico Verginia Nico Malacarne Victorio Nico Verginia Nico Malacarne Gaetano Nico Maria (Cotinha) Neroci Nico Gaetano Nico Maria (Cotinha) Neroci Nico Jorge Nico Teresa Bergamim Nico Jorge Nico Teresa Bergamim Nico 1º Casamento 1º Casamento 2º Casamento 2º CasamentoCasamentoEtelvino Nico Gentil Nico Devair Nico Manoel Nico Vanir Nico Maria Madalena Nico Américo Nico Amério Nico Odilio Nico Mafalda (Nega) Nico Rigo Maria do Carmo (Lurdes) Nico Corneau Joaquim Nico Joana Nico Ribeiro Alverina Nico Croscob Rosa (Rosinha) Nico Fasolo Ana Nico Venturin Antônio (Toninho) Nico Sobrinho Ozília Nico Cesar (Cesarin) Nico Jair MariaCarolinaTerezinhaRosárioZanonZanonNicoZaniNicoVazzolerDalidiaNicoSilvaLuziaNicoCovreRitaNicoOliveiradaConceiçãoNico Covre Pedro Nico José Nico João LeonildaAlverinoNicoNico(Nilda)Nico Miguel Roza Anna Nico Maria Silva Ana Martins ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DESCENDENTES DE ANTONIO CESARE NICO

549548 ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DESCENDENTES DE ANTONIO CESARE NICO NicoCesareAntonio MarchesinRosa Madalena Costalonga Nico Primo Caetano Nico Gardina Ruela Nico Julio Nico Verginia Lerbachi Nico Amábile Cremasco Nico João Nico Valentina Dalfior Nico Eugenio Nicoli Regina Nico Zanon Jerônimo Zanon Antonio Nico Angelina Andreon Nico Luiz Nico Angelina Bastianeli Nico CausLuizCelso CausBarbosaEliana PeliçãoCausB.Karyn PeliçãoGuilhermeJoão CausMoraisdeSophiaPeliçãoCausB.MatteoPeliçãoCausB.LucaCausBarbosaKelvyn CausMoraisdeO.Rafaella CausMoraisdeLorenzo Adriano Nico Maria Ambrosin Nico Carolina Baldon Nico Miguel MariaVerginiaVictorioBaldonNicoNicoMalacarneGaetanoNico(Cotinha)NerociNicoJorgeNicoTeresaBergamimNico Alira Nico Caus Antonio Caus Deolinda (Nica) Nico de Paula Luizinho Nico Filho Alcides (Cid) Nico Dionizio (Nenem) Nico José (Zeca) TerezinhaNicoNico Grobério Antônio Jesus Nico Adrialino Nico Valdivino Nico Flordevino (Totó) Nico Florentino (Nego) Nico Adélia Baldon Buzell Teresa Baldon Campo Lurdes Baldon Campo Alair (Nenem) Baldon Pedro Baldon Ildo AnaLizeteMariaLuziaIlzaBaldonNicoNicoNicoNicoElenaNicoAssuntaNicoVitalinoNicoDelfaNicoNicoCesareAntonio MarchesinRosa Madalena Costalonga Nico Primo Caetano Nico Gardina Ruela Nico Julio Nico Verginia Lerbachi Nico Amábile Cremasco Nico João Nico Valentina Dalfior Nico Eugenio Nicoli Regina Nico Zanon Jerônimo Zanon Antonio Nico Angelina Andreon Nico Luiz Nico Angelina Bastianeli Nico Adriano Nico Maria Ambrosin Nico Carolina Baldon Nico Miguel MariaVerginiaVictorioBaldonNicoNicoMalacarneGaetanoNico(Cotinha)NerociNicoJorgeNicoTeresaBergamimNico José Adegard Nico Rosa Gema Nico Sampaio Maria Mercedes Nico Josias Nico Maria do Carmo Nico Marlene Nico Giacomim

FAMÍLIA DE OLIMPIA NICO E ANGELO BASTIANELLO

sobrenome Bastianello, original da Itália, sofreu diversas variações no Brasil por conta dos registros dos informantes nos cartórios: Bastianelli, Bastianeli, Bas tianelle, Bastianele, Bastianella. Neste capítulo, adotamos a forma Bastianello. Angelo Bastianello e Olimpia Nico se casaram em Nanto e tiveram na Itá lia os filhos Maria e Giuseppe. O casal e os dois filhos, Maria, então com dois anos, e Giuseppe, com menos de um ano, partiram do Porto de Gênova em 1897, vindos da localidade de Nanto, província de Vicenza, região do Veneto. Chegaram no Porto de Vitória, Hospedaria dos Imigrantes Pedra D’Água, Espírito Santo, em 11 de dezembro de 1897, a bordo do navio Alagoas, seguindo, em 20 de dezembro, para a região de Alfredo Chaves.

Olimpia Nico e Angelo Bastianello. Acervo da família de Schirley e Luiz Scaramussa. .

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Olimpia Nico e Angelo Bas tianello com duas filhas à esquerda, Antonio na fren te de Angelo e Giuseppe (Beppe) à direita. Mais à direita, um provável neto. Foto próxima de 1917. Acer vo da família de Antonio Cesare Nico.

Fiz a introdução, reforçando a neces sidade do levantamento de informações objetivando escrever um livro sobre a família Nico. Estavam presentes na en trevista Schirley e sua irmã Ivania, filhas de Antonio Bastianello e Rita Nicoli e netas dos italianos Olimpia Nico e An gelo Bastianello. Nessa viagem a Claros Dias e Prosperidade, tive a satisfação de levar comigo as irmãs Elena, Ilza e Luzia, filhas de Vitorio Nico.

Data: 11 de julho de 2019 Local: Claros Dias/ES

Antiga casa de Olimpia Nico e Angello Bastianello na Itália. Acervo da família de Schirley Bastianello e Luiz Scaramussa

Região onde moraram Olimpia e Cesare Nico no Espírito Santo. Imagem do Google.

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Foi Importantíssima a proximidade de Vitorio com sua tia Olimpia, pois ele fazia, des de o final da década de 20, a ponte entre ela e o pai dele, Antonio Cesare Nico. Vitorio tra balhava na região de Claros Dias, Prosperidade e São Vicente, próximo de onde morava Olimpia Nico, sua tia. Isso está mais bem explicado no capítulo da família de Vitorio Nico. Mais tarde, Schirley, neta de Olimpia, morou na casa de Vitorio, estreitando ainda mais esseMostreirelacionamento.umacópia das cartas dos anos de 1927 e 1930 que Olimpia, morando em Claros Dias/ ES, escreveu para seu irmão Emilio, na Itália. Mostrei também fotos da casa de Olimpia e An gelo Bastianello em Claros Dias, de Olimpia e Angelo com os filhos e uma outra na qual estão juntos os casais Olimpia Nico e Angelo Bastianello e Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

Elena, Ilza, Luzia, Schirley, Ivania e Celso, Claros Dias, julho de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

4.1 ENTREVISTA COM SCHIRLEY E IVANIA

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Da direita para a esquerda: Rosa Marchesin, Antonio Cesare Nico, Olimpia Nico e Angelo Bastianel lo. Foto tirada próximo de 1941, pouco antes de Olimpia falecer. Acervo da família de Vitorio Nico.

Carta de Olim pia para seu irmão Emilio Nico, na Itália, 1927. Acervo da família de Anto nio Cesare Nico.

Carta de Olimpia para seu irmão Emilio Nico, na Itália, 1927. Acervo da família de Antonio Cesare Nico.

- Josephina, casada com Luiz Piovezan: os filhos eram Darcy, Honório, Ozilio, Maria, Eurides e Amália. Amália era casada com José Pinton. Um filho do casal se chamava Luiz

- Maria, casada com Moschen (ou Moschini): uma filha se chamava Genoveva.

- Filhos de Olimpia Nico e Angelo Bastianello: Maria, Regina, Josephina, Giuseppe (Beppe) Angelina, Pedro (fa lecido jovem, com 20 anos aproximadamente) e Antonio (caçula).

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Carta de Olimpia para seu irmão Emilio Nico, na Itália, 1930. Acervo da família de Antonio Cesare Nico.

Schirley, sabendo que iriamos visitá-la, antecipa damente preparou com sua irmã Ivania um esboço de informações genealógicas do ramo de Olimpia Nico e Angelo Bastianello. Assim, elas nos explicaram:

Antiga casa de Olimpia Nico em Claros Dias/ES, Brasil. Nessa casa também morou Vitorio Nico após seu casamento. Acervo da família de Vitorio Nico.

- Regina: não foi possível levantar quem foram os filhos.

Carta de Olimpia para seu irmão Emilio Nico, na Itália, 1930. Acervo da família de Antonio Cesare Nico.

Perguntei se elas lembravam alguma coisa que os avós diziam.

Na foto mostrada, tinha bem ao fundo e acima à direita, a figura de uma igrejinha. Ivania disse: ”Era uma igrejinha pequena que tinha tudo de madeira, o altar, a varandinha a can toria”. Ivania lembrou que a mãe dela ia buscar remédio na Fazenda do Centro, em Castelo.

Perguntei se elas se lembravam da Olimpia.

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Ivania: Me lembro da tia Santinha, esposa de tio Giuseppe (Beppe), que era também ita liana, da família Deprá, que veio com cinco anos. Ela dizia que morreu um irmãozinho dela no navio, enrolaram num lençol e o jogaram no mar. Contava que o vovô Angelo, quando chegou aqui, muito pobre, ia para as roças das pessoas e pegava os restolhos do milho que sobrava para poder plantar.

Igreja da Claros Dias. Elena, Ivania, Ilza, Schirley, Celso e Luzia, julho de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

batizada nela. Schirley nasceu em 1940 e eu, Ivania, em 1952. Quando fez a nova igreja, eu era me nina de 12 anos, ia levar café para os pedreiros todos os dias e um deles dizia que ia casar comigo.

Ivania: A vovó Olimpia morreu aqui em Claros Dias. Ela morreu antes de vovô, que também faleceu aqui, velhinho. Henrique nasceu dia 4 de dezembro e ele morreu dia 8. Henrique tem 57 anos, foi o filho que nasceu quando vovô morreu. Eu tenho 67 anos; o Juca (Juarez) tem 65; o Jocelino, 63; a Rita tem 61, o Marco, 59, e o Henrique, 57 anos. Fazendo as contas, vovô mor reu por volta de 1962. Eu tinha uns 10 anos e me lembro que ajudei a fazer o caixão dele. Não sei quando vovó Olimpia morreu. O atestado de óbito dela pode estar em Jaciguá, pois Claros Dias pertencia a Jaciguá.

Na sequência, Schirley mostrou uma foto que tinha Angelo Bastianello, Olimpia Nico, Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Era a mesma foto que eu tinha mostrado no início da entrevista, foto esta do acervo de Vitorio e Gaetano Nico.

Perguntei quando Olimpia Nico e Angelo Bastianello faleceram.

Schirley fez também a apresentação do livro da genealogia da família Scaramussa, a qual pertence seu marido, Luiz Scaramussa. Fiz um breve relato da vinda de Antonio Cesare e da irmã Olimpia, que, seis anos, depois também veio para o Brasil. Vieram para Alfredo Chaves, próximo a uma localidade chamada Ipê-Açú, perto de Guiomar e a cerca de três quilômetros de São João de Crubixá. Posteriormente, Antonio Cesare foi para o Córrego da Telha, em Castelo, enquanto Olimpia foi para Claros Dias, em Vargem Alta. Quem enviava as cartas para o irmão Emilio na Itália era Olimpia.

Ivania: Os índios chegaram aqui primeiro e colocaram esse nome. Era um caminho no meio da mata que passava aqui, descia por aí abaixo até Pedra Branca e Cachoeiro. Pode ser obser vado que aqui ainda não está escurecendo, enquanto em outros locais no mesmo horário, aqui por perto, já está. Aqui é sempre mais claro, pelo movimento do sol. Se a gente vai agora para Prosperidade lá já está escurecendo, e aqui ainda está bem claro.

Questionei se elas sabiam a explicação para o nome Claros Dias.

Pinton e ele se casou com a neta de Genoveva, que se chama Luzia Moschen. Portanto se casaram Luiz Pinton, bisneto da Olimpia, com Luzia Moschen, também bisneta da Olimpia.

Casa onde moraram Antonio Bastianello e Rita Nicolli, Claros Dias, julho de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Schirley: Ela rezava muito e fa lava que veio de Vicenza, na Itália.

Vista da igreja a partir de onde moravam Olimpia Nico e Angelo Bastianello, Claros Dias, julho de 2019 Foto de Celso Luiz Caus.

Ivania: A construção da igreja foi iniciativa de meu avô Angelo Bas tianello. Ele buscava auxilio, percor rendo a cavalo o dia todo. Conseguiu boi, galinha, porco. O terreno para a igreja era dele e foi doado. A igrejinha de madeira estava se desmanchando, era velhinha. A igreja de madeira já existia quando a gente nasceu. Fiz a primeira eucaristia nela. Schirley foi

Ivania: Minha avó Olimpia era alfabetizada, tinha uma letra bonita. Chegou a ter uma vendinha lá perto daquela pedra, na beirinha da estrada, pertinho da casa do filho Antonio, Lá tem os tocos até hoje. Ela vendia fubá, café, uva, alho, fumo de rolo, sabão, sal, tudo o que se comia na roça. Fazia açúcar batida, açúcar preta de cana, plantava verduras.

- Angelina, casada com Francisco Nunes Coelho.

- Giuseppe (Beppe), casado com Santina Deprá: os filhos eram Lair, Edna, Neuza, Da vina e Arlete.

- Antonio, casado com Rita Nicoli: os filhos eram Schirley, Olimpia da Penha, Ângelo José, Joel Antonio, Nazian, Mirian Verônica, Ivania Clementina, Juarez Firmino, Jocelino Sérgio, Marcos Aurélio, Luiz Henrique, Rita de Cássia e Uberlan Fabio.

Vovó Olimpia Nico gostava muito da mamãe, Rita Nicoli. Vovó pediu a papai que ele casasse com Rita no civil. Papai atendeu o pedido da vovó, casou em de zembro de 1940 no civil, e vovó faleceu em julho de 1941.

Antonio Bastianello. Acervo da família de Schirley Bastianello e Luiz Scaramussa.

Antonio Bastianello na frente do padre Rubens e Giu seppe (Beppe) Bastianello à direita. Acervo da família de Schirley Bastianello e Luiz Scaramussa.

Família de Antonio Bastianello e Rita Nicolli. Acervo da família de Schir ley Bastianello e Luiz Scaramussa.

Schirley: Não me lembro. Eu era muito nova. Minha irmã, que levou o nome de Olimpia, tem 76 anos. Desde a primeira filha de tio Beppe que ela pedia para pôr o nome de Olimpia. Eu já tinha nascido, e o papai, Antonio, jurou à vovó Olimpia que a próxima filha dele teria o nome dela. Infelizmente, ela não viu nascer a neta que recebeu o nome de Olimpia.

Ivania: Deve ter o atestado de óbito da vovó em Jaciguá. Papai, Antonio, e titio Giuseppe (Beppe) viveram de sociedade a vida inteira. Só a morte é que os separou. Viveram de café, uva, alho, comércio e boi, no final. O começo da vida deles foi o plantio. A vovó Olimpia che gou a ser comerciante, era sabida, ninguém passava a perna nela. O vovô Angelo era mais de roça e gostava de passear. Vovó não era gorda nem muito baixa, e não era branquela. Você precisa ir na empresa da família da Schirley para conhecer.

Schirley me mostraram o acervo fotográfico, pinturas e pesqui sas de Luiz Scaramussa. O acer vo, muito bem montado, fica num espaço próprio da casa, em Claros Dias. Tirei várias fotos do acervo. Fotografei também a igreja, casas onde moraram os irmãos Antonio e Giuseppe (Beppe) Bastianello. Fomos também à comunidade de Prosperidade, que fica bem perto de Claros Dias, objetivando

Fiquei impressionado com o acervo mantido na casa de Schirley pelo seu esposo, o sau doso Luiz Scaramussa. Além de empresário do ramo de mármore e granito, era amante da natureza. Luiz também arranjava tempo para pintar e esculpir, e algumas obras estão mostradas nas fotos que seguem. Ele ainda manteve registro histórico documentado do início da exploração de mármore e granito na região de Vargem Alta e Cachoeiro de Itape mirim, pioneirismo no Espírito Santo.

Para finalizar, Ivania mostrou uma foto com várias bisnetas da Olimpia. Após a entrevista, fiz meus agradecimentos pela recep tividade de Schirley e Ivania e também pelo delicioso al moço na casa da proprieda de deNessaSchirley.viagem, Ivania e

Antonio Bastianello e sua esposa, Rita Nicolli. Acervo da família de Schirley Bastianello e Luiz Scaramussa.

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Registros fotográficos complementares dessa viagem a seguir.

visitar o cemitério onde estão enterrados Olimpia Nico e seu esposo, Angelo Bastianello, além de vários de seus descendentes.

Bisnetas de Olimpia Nico e Angelo Bas tianello. Acervo de Ivania Bastianello.

Angelo Bastianello e sua prole. Acervo da família de Schirley Bastianello e Luiz Scaramussa.

Quadros do espaço histórico da família de Schirley e Luiz Scaramussa. Acervo da família de Schirley e Luiz Scaramussa.

Schirley Bastianello, Luiz Scaramussa e filhos. Acervo da família de Schirley e Luiz Scaramussa.

Casa onde moraram Santina e Giuseppe (Beppe) Bastianello, Claros Dias, julho de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Casa onde morou Giuseppe (Beppe) Bastianello, julho de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Antonio Bastianello, Rita Nicolli e filhas. Acervo da família de Schirley Bastianello e Luiz Scaramussa. Schirley Bastianello, Luiz Scaramussa e filhas. Acervo da família de Schir ley e Luiz Scaramussa.

Aniversário de 90 anos de Rita. Acervo de Mirian Bastianello.

Pintura de Schirley. Acervo de Schirley e Luiz Scaramussa.

Espaço histórico da família de Schirley e Luiz Scaramussa, ju lho de 2019. Acervo da família de Schirley e Luiz Scaramussa.

Celso com a foto de Olimpia Nico e Angelo Bas tianello, julho de 2019. Acervo da família de Schirley e Luiz Scaramussa. .

Quadro pintado por Luiz Sca ramussa. Acervo da família de Schirley e Luiz Scaramussa.

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Casa de Schirley em Claros Dias, julho de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus. Luiz Scaramussa. Acervo da família de Luiz e Schirley.

Amalia Piovezan, filha de Josephina Nico Bastianello e neta de Olimpia Nico, julho de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

No primeiro túmulo, Olimpia Nico, seu filho Giuseppe (Beppe) e nora Santinha; no segundo, Antonio Bas tianello e sua esposa, Rita Nicoli. Foto de julho de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Vista da localidade de Prosperidade, julho de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Giuseppe (Beppe) Bastianello e sua filha Neusa. Foto de Celso Luiz Caus.

Empresário Luiz Scaramussa, esposo de Schirley Nico Bastianello. Acervo da família de Luiz e Schirley.

Claros Dias, julho de 2019. Foto Celso Luiz Caus.

Cemitério de Prosperidade, julho de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Tia Regina era casada com Américo Deprá. Fiquei na casa dela, em Cachoeiro de Itapemi rim, para aprender uma costura específica. O objetivo principal era aprender a costurar bolso e colocar fecho éclair nas calças de homem. Foi um pedido do papai para as calças dele. Uma filha da Regina se chama Vanda, trabalha em Cachoeiro, próximo à Santa Casa.

Casamento de Ida Nicoli e Genésio. A partir da esquerda: professora Idalina, Olimpia Nico, a ter ceira, com Lair, filha de Beppe. À direita, Antonio Bastianello e a esposa, Rita Nicoli. Acervo de Mi rian

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Dia 11 de novembro de 2019, por intermédio de Ivania, entrei em contato com Mirian, sua irmã, que mora em Marataízes. O objetivo era conseguir informações de Regina, filha de Olimpia Nico. Fui muito bem atendido por ela, que assim se expressou:

de Antonio Bastianello e Rita Nicoli. Acervo de Ivania Bastianello.

4.2 CONVERSA COM MIRIAN, FILHA DE ANTONIO BASTIANELLO

MembrosBastianello.dafamília

Eu tinha a certidão de batismo de meu avô italiano Angelo Bastianello, mas acabei emprestando. No dia 4 de dezembro, Mirian informou-me um fato interessante, disse ela: Lembrei de uma coisa hoje. O meu avô Angelo Bastianello faleceu em dezembro, e no mesmo dia, minha mãe ganhou o Luiz Henrique. Morreu o avô e nasceu um neto. É incrível, né, mas me lembro como se fosse hoje. Mais uma história na família que a gente vai revelando.

Empresário Luiz Scaramussa, esposo de Schirley Nico Bastianello. Acervo da família de Luiz e Schirley.

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Aí na foto tem também uma lá nos fundos, que é a cunhada Amalia Piovezan. Amalia é irmã da Mariquinha. Amalia é a mãe do primeiro namorado da Ivania, Luiz Patuci. Com o tempo, a gente vai esclarecendo. Hoje, não estou muito bem, estou com labirintite. Eu já conheço esse negócio, mas ela demora a melhorar, depois some por um longo tempo e por algum motivo ela volta, e a gente não sabe direito o que é. Mas não é nada grave, não. Eu

Nazian, assim descreveu a foto:

Indaguei à Nazian, sobre uma pessoa da foto que estava na varanda. Disse também para Nazian que José Nicoli, pai de sua mãe, era filho de Andrea Nicoli e Santa Guerra. Que Anna Nicoli, irmã de José Nicoli, era a mãe de Madalena Costalonga, que era casada com Primo Nico, filho de Antonio Cesare Nico, irmão de Olimpia Nico.

Rita Nicoli, esposa de Antonio Bastianello, com filhos em frente a sua casa em Claros Dias. À esquerda, uma amiga da família. Acervo de Nazian Bastianello.

No dia 16 de agosto de 2020, numa das ligações que fiz para Mirian, sua irmã Nazian estava na casa dela. Espontaneamente, demonstrando entusias mo, Nazian conversou comigo. Senti o prazer dela em trocar informações sobre nossa família Nico e Bastianello. No mesmo dia, nos conectamos pelo WhatsApp e enviei fotos de minha família para ela conhecer. Ela também reuniu fotos históricas e encaminhou-me.Umadasfotos encaminhada foi de sua fa mília, tendo ao fundo a antiga casa de seus pais em Claros Gentilmente,Dias.

Taí, primo, parente, esta aí é a casa antiga da mamãe. A Mirian está no colo da mamãe, eu sou uma que está no chão. Aí tem um menininho todo torcido, é o Joel, levado. Essa mulher ao lado ajudou a mamãe a criar os filhos, apanhou ela com um filho. Tem ali no meio outro ir mão meu, tem a Schirley, a Olimpia, o Zezé, o Joel, eu e a Mirian. Dizem que aí, mamãe estava grávida da Ivania. Essa era uma foto miudinha, e eu ampliei e fiz um quadro. Esse no meio é o meu irmão Zezé, que hoje teria uns 76 para 77 anos. Ele se suicidou com 39 anos, é triste, né, mas é a verdade.

Nazian continuou:

Casamento de Angelo José e Dolores. Ao lado do noivo, os pais Angello Bastianello e Rita Nicoli, Schirley e Luiz, Lucia e Adelino Nicoli, Olimpia e Luiz Antonio. Ao lado da noiva, seus pais, Pedro Bazoni e Plinia Rossi. Acervo de Miriam Bastianello.

Perguntei sobre a casa, pois, quando estive em Claros Dias, em 2019, a varanda mostra da na foto não existia mais. Nazian respondeu:

A pessoa lá na varanda ainda existe, e o nome dela é Mariquinha Piovezan, casada com Gui lherme Altoé. Eles ainda estão vivos. Está do lado uma mocinha de saia preta e blusa branca, é a que ajudava minha mãe. Ela acabou casando lá em casa mesmo com um Piovezan. Hoje em dia ela é doente, mora no norte do Espírito Santo, para o lado de Bananal. O marido largou ela. Teve em Claros Dias vários filhos, uns cinco. Chama-se Ana e é minha madrinha, e me criou na mamadeira, pois mamãe era doente.

Não tem a varanda nem a parte da cozinha, que tem uma escada. Ela é no chão, feita dife rente, arriaram, começaram do chão e deram três degraus para o quarto. Tinha o banheiro na área e agora tá dentro de casa também, perto da cozinha A cozinha tinha fogão à lenha. Nós brincávamos muito debaixo da cozinha, quando crianças, de panelinha, de fazer barro, tudo para dar sossego para minha mãe. Era a única coisa que ela falava: ‘vai brincar de barro de baixo da Voltandocozinha’.àfoto, minha mãe é a que tá com neném no colo, que é a Mirian. Eu sou a do chão. Eu era muito doentinha de bronquite, asma. É isso aí, muito linda a foto. Eu gostava mais da outra cozinha, mas foi preciso desmanchar, não tinha água encanada.

Sobre essa foto do casamento, Mirian complementou dizendo: Não conheço todo mundo, porque ainda não tinha nascido, mas consigo identificar algu mas pessoas, como a Ida Nicoli, que era irmã da minha mãe, Rita Nicoli. O noivo era Genésio, alfaiate. A maioria das pessoas da foto é das famílias Nicoli e Bastianelli. Tem André Nicoli, Fernando Nicoli, Antenor Nicoli, Ana Nicoli, a dama de honra Santinha Nicoli... A professora Idalina dava aula em Claros Dias e ficava na casa de minha avó Olimpia Nico.

Mamãe ficou doente no meu resguardo, quebrou o resguardo. Só eu que fui criado na ma madeira, o resto todos mamaram no peito. Só comigo que ela ficou atacada dos nervos, que brou o resguardo e teve que ir para a cidade se tratar. Ficou magrinha, não dormia nem comia.

Da esquerda para a direita, em pé, Zezé e esposa, a matriarca Rita Nicoli, Miriam, o patriarca Angelo Bastianello, Rita e seu esposo, Jocelino, com Glauco no colo. Acervo Mirian Bastianello.

4.3 CONVERSA COM NAZIAN, FILHA DE ANTONIO BASTIANELLO

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Mãe, depois de hoje, eu nunca mais serei a mesma. Sem o seu carinho, seu abraço, suas palavras de apoio e de consolação. Você me ensinou o que é o amor e o que é amar. Obrigado por ter sido minha mãe. Ter sido não, ser. Ainda nos reencontraremos um dia. Você é o amor da minha vida, minha rainha. Eu te amo, te amo, te amo. Nunca cansarei de repetir. Você é tudo para mim.

Quando estava pesquisando nos arquivos da Cúria Metropolitana de Vitória para escrever o livros “Os Cauz-s”, família de meu pai, encontrei o batistério de Josephina Bastianello, nascida no ano de 1899. É a primeira filha de Olimpia Nico e Angelo Bastianello nascida no Brasil.

Infelizmente esse vírus maldito não permitiu que você visse as coisas que você tanto queria. Mas eu tenho certeza que você verá aí de cima. Continue olhando por mim e fa lando comigo todos os dias. Estou morrendo de saudades de você. Você é e sempre será minha rainha, minha mãe.

Mirian sempre nos informava sobre o estado de saúde através da Jaqueline, filha de Nazian. Fizemos, todos, uma cor rente de orações. Fiquei muito comovido e emocionado com a dedicação e o amor de Jaqueline com sua mãe, expressa nas men sagens. O quadro de saúde foi complicando e, infelizmen te, no dia 28 de novembro de 2020 recebi de Mirian a tris te notícia de que sua irmã Nazian havia falecido. Foi uma parte de nossa histó ria que perdemos. Que Deus conforte a família e receba a querida Nazian em sua infinita misericórdia

Foi o último contato com Nazian. Continuei mandando mensagens e, final mente, uma foto dos nonos Angelo Bas tianello com Olimpia nico juntos com a família de Beppe Bastianello no dia 17 de outubro de 2020. No dia 31 de outubro de 2020, recebi uma mensagem da Mirian, informando da operação de Nazian, no joelho, da infecção que ela pegou e de seu crítico estado de saúde numa UTI de um hospital em Vila Velha.

tomo alguns remedinhos porque a gente levanta sem saber do nada, tonta, e aí a cama roda, essas coisas. É labirintite que se chama.

4.4 O AMOR DE UMA FILHA

Amanhã estou indo para Cachoeiro para ficar por lá, cuidar de operação. Gosto muito de fotos, vou te mandar um painel que eu tenho dos meus netos quando pequenos. Nove meninas e um menino. Hoje elas estão até doutoras, vou te mandar agora.

No dia 28 de novembro de 2020, recebi de Mirian Bastianello a triste notícia do falecimento de sua irmã Nazian. Quase um mês depois, em 27 de dezembro, recebi outra triste notícia: falecimento de outra irmã, a Olimpia.

Mirian enviou-me, no dia 28 de abril, um texto escrito por Jaqueline, filha de Nazian. O texto é emocionante. Jaqueline externa todo seu carinho e amor incondicional por sua mãe. Mirian me perguntou se era possível colocar o texto no livro, com o que prontamente concordei. Assim escreveu Jaqueline Bonadiman:

A partir de hoje, eu não sou mais a mesma pessoa, porque mais da metade de mim morreu junto com você. Eu te amo tanto que não consigo parar de escrever este texto. Você é tudo para mim. Você é o amor da minha vida.

Família de Nazian, enviada em agosto de 2020. Acervo de Nazian Nico Bastianello.

Um pedaço de mim morreu hoje junto com você. Me perdoe por todos os meus erros, todas as nossas discussões bobas. Eu te amo demais. Você é a mulher mais incrível que eu já vi. Fez de tudo por nós. Deu carinho até ir para a UTI. Nunca me esquecerei de você. Pode ter certeza de que meus filhos saberão o quão incrível você é, meus netos também.

4.5 BUSCA DE REGISTROS NA CÚRIA METROPOLITANA

Resumindo, você é amor. Você é mãe. Eu te amo. Espero que Jesus me dê a oportunidade de um dia te abraçar de novo e sentir o amor de mãe transpirar. Eu te amo. Fica com Deus para sempre. Cuida de mim e dos meus irmãos aí de cima. Nos proteja.

4.6 BUSCA DE REGISTROS

Josephina nasceu no dia 18 de outubro de 1899, dois anos após a chegada dos pais da Itália. Foi batizada no dia 7 de janeiro de 1900 por frei Manuel Simon de J. José, na cape la de São João (hoje São João de Crubixá), município de Alfredo Chaves. Foram padrinhos Francisco Bosi e Ernesta Milanesi.

» Certidão de óbito de Angelo Bastianello, falecido em Claros Dias, em 8 de dezem bro de 1961, com 91 anos de idade. Foi sepultado no cemitério de Prosperidade, distrito de Jaciguá. O declarante do óbito, no cartório, foi o neto Ozilio Piovezan, filho de Josephina Nico com Luiz Piovezan;

Observa-se no documento que os avós paternos eram José (Giuseppe Bastianello) e Pie rina Ambrosini, ou seja, os pais de Angello Bastianello. Os avós maternos são João (Gio vanni) Nico e Maria Luchetta.

* Observa-se que o registro de nascimento de Regina é 23 de agosto de 1901, enquanto na certidão de casamento está escrito 13 de agosto de 1905. Essas incon formidades aconteciam com frequência nos registros daquela época.

» Certidão de casamento de Regina Bastianello e Francisco Nunes Coelho, em 8 de novembro de 1928, cartório de Jaciguá. Regina é filha de Angelo Bastianello e Olimpia Nico.

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Batistério de Josephina Bastianello, 1899. Acervo da Cúria Metropolitana de Vitória.

NO ARQUIVO PÚBLICO DO ESPÍRITO SANTO

» Relação dos membros da família de Angelo Bastianello e Olimpia Nico que par tiram da Itália para o Brasil, com idade e sexo. Vê-se que vieram, além do casal, a filha Maria, de dois anos de idade, e Giuseppe (José, Beppe), com menos de um ano. Partiram do Porto de Genova em 1897, vindos de Nanto, província de Vicen za, região do Veneto;

» Registro de entrada de Angelo Bastianello e Olimpia Nico no Brasil;

» Certidão de batismo de Angelo Bastianello, na Paróquia de Santa Maria Annun ziata. Ele nasceu em 4 de março de 1870, em Nanto, província de Vicenza;

No dia 13 de novembro de 2019, fui ao Arquivo Público do Espírito Santo pesquisar a exis tência de algum registro da família de Angelo Bastianello e Olimpia Nico. Encontrei in formações importantes:

» Certidão de nascimento de Regina Bastianello, filha de Angelo Bastianello e Olimpia Nico, nascida em 23 de agosto de 1901 na seção Guiomar, distrito de São João de Crubixá/ES, cartório de São João de Crubixá;

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Italiano Giuseppe Bastianello, pai de Angela, Pietro e Angelo, casado com Olimpia Nico. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

Certidão de batismo de Angelo Bastianello. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

Angela Bastianello, filha de Giuseppe e irmã de Pietro e Angelo, casado com Olimpia Nico. Acervo do Arquivo Públi co do Estado do Espírito Santo.

Relação dos membros da família de Angelo e Olimpia vindos da Itália. Acervo do Arquivo Público do Estado do Es pírito Santo.

Registro de entrada de imi grante de Angelo Bastianello. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

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Certidão de nascimento de Angelina Bastianello. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

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Arquivo de entrada da imigrante Olimpia Nico. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

A casa onde morou o Beppe (Giuseppe Bastianello) pertence aos meus irmãos. No mesmo túmulo de Prosperidade estão sepultados Olimpia Nico, Angelo Bastianello, Neuza (filha de Beppe), Santina (esposa de Beppe), Augusto Scaramussa (esposo de Neuza) e Carlos Renato ( filho de Neuza).

4.8 CONTATO COM ROSE, FILHA DA NEUZA E AUGUSTO SCARAMUSSA

Rose me informou:

Luzia disse:

4.7 CONVERSA COM LUZIA, FILHA DE GENOVEVA, NETA DE MARIA BASTIANELLO E BISNETA DE BASTIANELLOANGELOEOLIMPIA NICO

Segundo Luzia, Maria faleceu na Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim. Estava com câncer no estômago. Foi sepultada em Castelo. Ela conviveu muito tempo com o filho José, que mora em Castelo, e ficava também com o filho Angelim, que era o caçula.

Certidão de casamento de Angelina Bastianello e Francisco Nunes Coelho. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

No dia 13 de novembro de 2019, contatei Luzia, casada com Luiz Pinton. Luiz é neto de Jose phina e bisneto de Angelo Bastianello e Olimpia Nico. Luzia mora em Soturno, município de Cachoeiro de Itapemirim. Fui gentilmente atendido.

No dia 19 de novembro de 2019, por indicação do irmão Otimar, fiz contato com Rose. Rose é filha de Neuza Bastianelli e Augusto Scaramussa. Neta de Giuseppe Bastianello e Santi na Deprá, bisneta de Olimpia Nico e Angelo Bastianello. Também muito solícita, ficou de conseguir fotos e documentos de familiares.

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Maria Bastianello era casada com Serafim Moschini. Foi sepultada em Castelo. Maria Bas tianello teve os seguintes filhos: Genoveva (casada com Otavio Partele), José, Amélia, Laura, Angelin, Antonio, Luiza, Aladir e Elena.

No dia 28 de novembro de 2019, Rose enviou-me várias fotos e registros da família de Lair, casada com Ozilio Piovezan. Interessante observar que no documento de casamento consta que Lair era filha de Giuseppe (José) Beppe Bastianello e Santina Deprá, e Ozilio, filho de Josephina Bastianello e Luiz Piovezan. Portanto Lair e Ozilio eram primos. Lair fa leceu em Santa Rosa, Nova Venécia/ES, no dia 25 de junho de 2003. O atestado foi do médico Jovelino Ventorin Filho, médico nascido em Resplendor/MG, conhecido de minha família. Mariquinha, tia de Jovelino, era casada com meu tio Arnaldo Caus.

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Casamento de Neusa Bastianello e Au gusto Scaramussa. Acervo de Rose, filha de Neusa e Augusto.

Claros Dias. Acervo de Rose, filha de Neusa Bastianello e Augusto Scaramussa.

Acervo da família de Lair Bastianello Piovezan e Ozilio Piovezan

Sentados, Olimpia Nico e Ange lo Bastianello. Em pé, Antonio, Beppe e a esposa, Santina, com as filhas Arlete no colo, Davi na, Neusa, Edna e Lair. Acervo de Rose, filha de Neusa Bastia nello e Augusto Scaramussa.

Acervo de Lair Bas tianello Piovezan e Ozilio Piovezan.

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Certidão de casamen to de Lair Bastianello e Ozilio Piovezan. Acervo da família de Lair Bas tianello Piovezan e Ozi lio Piovezan.

Acervo da família de Lair Bastianello Piovezan e Ozilio Piovezan

Certidão de óbito de Ozilio Piovezan. Acervo da família de Lair Bastianello Piovezan e Ozilio Piovezan.

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Certidão de óbito de Lair Bastianello Piovezan. Acervo da família de Lair Bastianello Piovezan e Ozilio Piovezan.

Família de Beppe Bastianello e Santina Deprá em frente à casa onde eles moraram em Claros Dias. Acervo de Rose, filha de Augusto Scaramussa e Neusa Bastianello.

Augusto Scaramussa e Neusa Bastianello. Acervo da filha Rose.

Rose Bastianello, filha de Neuza e Augusto Scaramussa, e Ediana, nora de Edna e Adelino, viabilizaram a conversa com Adelino Zanon. O bate-papo aconteceu no dia 15 de abril de 2021. Adelino e Edna moram em Rio Bananal/ES.

Arlete Bastianello Altoé e família. Arlete era filha de Giuseppe (Beppe) Bastianello e Santina Deprá. Acervo de Rose Bastianello.

No dia 16 de abril de 2021, Rose enviou-me fotos da família de Beppe Bastianello e Santina Deprá. Giuseppe (Beppe) Bastianello. Acervo da família de Lair Bastianello Piovezan e Ozilio Piovezan.

Antiga casa de Beppe (Giuseppe) Bastianello. Otimar na foto. Acervo de Otimar, neto de Beppe.

Alcir Altoé e Davina Bastianello. Acervo de Rose, filha de Augusto Scaramussa e Neusa Bastianello.

Quintal da antiga casa de Beppe (Giuseppe) Bastianel lo. Acervo de Otimar, neto de Beppe.

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4.9 CONTATO COM ARNINO

Arlete, Edna e Davina, filhas de Beppe Bastianello e Santina Deprá. Acervo de Rose, filha de Augusto Scaramussa e Neusa Bastianello.

(ADELINO) ZANON, ESPOSO DE EDNA BASTIANELLO

Antiga casa de Beppe (Giuseppe) Bastianello. Acervo de Otimar, neto de Beppe.

Otimar, filho de Neuza e Augusto Scaramussa, enviou-me fotos mostrando a antiga casa de seus avós Beppe (Giuseppe) Bastianello e Santina Deprá. Quando visitei Claros Dias em 2019, tive a oportunidade de ver essa casa. Interessante registrar o cuidado com que Otimar e sua família cuidam da conservação a casa. Uma demonstração de valorização de seus antepassados e preservação da história da família. Ao lado dessa casa ficava o antigo casarão de dois andares onde moraram os italianos Olimpia Nico e Angelo Bastianello.

Edna Bastianello e seu esposo Arnino (Adelino) Zanon. Acervo da família de Arnino (Adelino) e Edna Bastianello.

Adelino é esposo de Edna, filha de Beppe Bastianello. Beppe era primo primeiro de meu avô Luiz Nico. As irmãs de Beppe se chamavam Angelina, Regina, Josephina e Ma ria. Eu não havia conseguido levantar os nomes dos filhos de Angelina e Regina e per guntei se Adelino se lembrava.

Comecei minha conversa com Adelino me identificando como neto de Luiz Nico, que era sobrinho de Olimpia Nico, ou seja, meu avô era primo primeiro do sogro de Adelino de nome Beppe Bastianello. Disse ainda que uma irmã de meu avô Luiz, de nome Regina Nico, era casada com um Zanon de nome Jerônimo. Adelino respondeu: “É uma família de Minas”.

Não sabia que Beppe nasceu na Itália. Ele era bem mais velho que o Antonio. A fisionomia do Beppe era bem diferente, bem mais velho. Diferença grande de idade. Também era mais baixinho que Antonio.

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Reforcei que Jerônimo Zanon era filho de Bortolo. Não cheguei a conhecê-los pessoalmente, mas tive informação de nosso parentesco. Sa bia que um Zanon era casado com a irmã do Vitorio Nico. O Vitorio Nico eu conheci, dono da Recauchutadora Colatinense.

Contei que Beppe foi registrado no Brasil tardiamente, em 1907. O irmão dele, Antonio, nasceu em 1911. Analisando as fotografias, vê-se que Beppe aparenta ser bem mais velho que o irmão Antonio, não apenas quatro anos, mas mais tempo, de forma compatível com a idade dele quando chegou da Itália no colo da mãe em 1897. Perguntei a Adelino, que conheceu os dois, se, pela fisionomia, dava para perceber que eles tinham uma boa diferença de idade.

Disse a ele que a irmã de Vitorio era Regina, casada com Jerônimo Zanon. Ela tam bém era irmã de meu avô Luiz Nico.

Netos de Arnino (Adelino) Zanon e Edna Bastianello. Acervo da família de Arnino (Adelino) e Edna Bastianello.

Conheci a Angelina e a Regina, mas não conheci os filhos delas porque elas casaram e se mudaram para outro lugar.

Arnino (Adelino) Zanon, sua esposa, Edna Bastianello, e filhos. Acervo da família de Arnino (Adelino) Zanon e Edna Bastianello.

Eu já tinha informações, pela Ediana, que o pai de Adelino se chamava Eugênio, casa do com Ana Serafin, e que o avô de Adelino se chamava Jerônimo. Com as pesquisas que fiz no Arquivo público do Estado do Espírito Santo e informações da família de Bortolo Zanon, fiz a provável ligação da família de Adelino com a família de Jerônimo, casado com Regina Nico. Assim expliquei para Adelino, que acompanhou atentamente: Jerônimo (Girolamo) Zanon veio da Itália, de um lugar chamado Farra de Soligo, no Veneto, no navio de nome Alice, e chegou no Espírito Santo no dia 6 de maio de 1880. Foi para o município de Alfredo Chaves. Veio com a segunda esposa, de nome Constantina (Constância). A primeira esposa, Teresa Mori, tinha falecido na Itália. Um dos filhos que veio junto, de nome Bortolo, era filho de Jerônimo (Girolamo) com Teresa Mori. Bortolo era pai de Jerônimo, casado com Regina Nico. Eugênio, pai de Adelino, era irmão de Bortolo por parte de pai, pois a mãe de Eugênio era Constantina (Constância), e a mãe de Bortolo era Teresa Mori. Eugê nio, pai de Adelino, era tio de Jerônimo, casado com Regina Nico. Disse ainda que Bortolo e Eugênio tinham um irmão de nome José e que Jerônimo, filho de Bortolo, tinha um irmão de nome Antonio (Titi). José Zanon morou no norte de Resplendor, próximo a Calixto.

Meus pais falavam nessa parentada toda, só que não tive oportunidade de conhecer. Es tou admirado como você sabe da história toda. Tudo isso que você tá falando é isso mesmo, tá certo, só que não conheci eles, mas você tá falando o nome do pessoal, e tudo eu vi falar por intermédio de meus avós. Eles falavam os nomes deles todos, só que não cheguei a co nhecer. É uma coisa muito interessante saber o detalhe de toda nossa família.

A Olimpia, mãe do meu sogro, eu não cheguei a conhecer. Conheci o Angelo Bastianello, pai do meu sogro. Não lembro o que ele contava porque já estava de idade. Antes de irem para Claros Dias, eles moravam em Guiomar.

Agradeci a Adelino e sua nora Ediana. No dia seguinte, ela me enviou fotos da família e eu disse para ela que as colocaria no livro.

4.10 ÓBITOS DE OLIMPIA NICO

Uma cópia dessa carta pode ser vista no capítulo de Gaetano Nico.

A partir dessa carta, contatei Ivania Bastianello, neta de Olimpia e Angelo e disse para ela procurar no mesmo cartório onde tinha sido feito o óbito de Angelo Bastianello. Disse ainda para ela informar ao pessoal do cartório para procurar o óbito de Olimpia Nico com data anterior a 25 de julho de 1941, podendo ser entre o ano de 1940 e 1941.

Certidão de óbito de Olimpia Nico, 13 de julho de 1941. Acervo de Ivania Bastianello.

Nas pesquisas para escrever este livro, me deparei com uma carta de tio Gaetano Nico para seu irmão Vitorio. Os dois eram filhos de Antonio Cesare Nico, irmão de Olimpia. Na quela época, Antonio Cesare Nico estava morando com Gaetano, no Córrego da Conquista, município de Itueta, Minas Gerais. Uma carta de 25 de julho de 1941 dizia em um trecho: “Irmão, recebi sua carta e ficamos muito tristes com aquela notícia que faleceu a titia O mais é que temos que passar por esta tristeza“. A titia a que se referia Gaetano, na carta, era Olimpia Nico.

Encontrei o atestado de óbito de Angelo Bastianello no Arquivo Público do Estado do Espí rito Santo. Faltava o de Olimpia Nico. Os familiares mais próximos não sabiam a data nem tinham registro no túmulo dela. Como conseguir o atestado? Não havia pista.

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Em novembro de 2019. Ivania fez contato com o cartório de Jaciguá. Recebeu a notícia de que óbito de Olimpia estava registrado lá. A data de falecimento é 13 de julho de 1941. Estava assim desvendada a data de falecimento de Olimpia Nico.

E ANGELO BASTIANELLO

Mais adiante, no final da carta, Gaetano Nico volta a falar da morte da titia Olimpia: “Vitorio, papai ficou muito sentido”. O papai a que se refere Gaetano na carta é Antonio Cesare Nico, irmão de Olimpia.

4.11 PROXIMIDADE DE VITORIO NICO COM A FAMÍLIA DE OLIMPIA NICO E ANGELO BASTIANELLO

Certidão de óbito de Angelo Bastianello, 8 de dezembro de 1961. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espirito Santo.

Vitorio gostava de construção. Elas disseram que ele construiu o altar da igreja de São Vicente e foi em São Vicente que conheceu Verginia Malacarne e casou-se com ela. Ele fi cava mais em Prosperidade, próximo a Claros Dias, Gostava de ir às festas em São Vicente. Apanhava o cavalo emprestado com a tia dele, Olimpia, para ir em São Vicente namorar Verginia. Casou no civil em São Vicente em 1939 e foram morar em Cantagalo, no Espírito Santo, para trabalhar na construção de uma casa. Depois, voltaram para Claros Dias para morarem na casa da sua tia Olimpia e serem meeiro do Giuseppe (Beppe), filho da Olimpia.

Disse Elena: “A ligação da família de papai, Vitorio, com a da Olimpia sempre conti nuou. Mais tarde, quando papai estava morando em Colatina, a Schirley, neta de Olimpia, morou uns tempos na nossa casa”.

As notícias das famílias de Antonio Cesare Nico e Olimpia Nico Bastianello eram conheci das por meio de Vitorio. Até a morte de Olimpia, ela foi informada por ele de sua família. Segundo Elena, Ilza e Luzia, filhas de Vitorio, ele se mudou solteiro do Espírito Santo para Minas, na localidade de Córrego da Conquista. Ele retornou ao Espírito Santo para traba lhar na montagem de moinhos na região de Prosperidade e São Vicente, próximas a Claros Dias, onde morava Olimpia, sua tia.

Schirley e Nazian, netas de Olimpia Nico, e Pedro Batista. Acervo da família de Vitorio Nico.

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À esquerda e à direita, Rita e Santinha, noras de Olimpia Nico. Ao centro, Vitorio Nico e Schirley, atrás. Em pé, Luiz Scaramussa. Acervo da família de Vitorio Nico.

As fotografias a seguir ilustram bem o encontro.

Luiz, Alex Nico, os italianos Mario e Vittorio Nico, Claros Dias/ES, 1994. Acervo da família de Vitorio Nico.

Essa reunião ocorreu 103 anos depois da partida de Antonio Cesare para o Brasil e 93 anos depois da partida de Olimpia Nico. Emilio Nico, por sua vez, ficou com sua família na Itália. Poucos anos depois, Vittorio faleceu na Itália.

Relembrando: em 1991, Alex Nico redescobriu, na comunidade de Nanto e Castegnero, na Itália, os descendentes de Emilio, irmão de Olimpia Nico e Antonio Cesare Nico. Conheceu Vittorio, fez uma forte amizade com ele e o convidou para vir ao Brasil, especificamente

Schirley, neta da italiana Olimpia Nico, seu esposo, Luiz Scaramussa, e filhos. Acervo da família de Vitorio Nico.

EMILIO E OLIMPIA NICO

Geraldo; Maria; Schirley, neta de Olimpia Nico; Assunta; Li zete; Verginia; Luzia, com a santa, e Ilza. Acervo da família de Vitorio Nico.

4.12 EM 1994, ENCONTRO INÉDITO E HISTÓRICO ENTRE AS DESCENDÊNCIAS DOS IRMÃOS ANTONIO CESARE,

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Jucelino; italiano Vittorio Nico, de boné; Luzia; Ilza; Schirley; Luiz; Rita, e familiares, Claros Dias/ES, 1994. Acervo da família de Vitorio Nico.

A partir da direita: Rita, Luiz, o ita liano Vittorio Nico, Santinha, Schir ley, Claros Dias/ES, 1994. Acervo da família de Vitorio Nico.

Jamais havia acontecido um encontro entre as famílias dos três irmãos. Em julho de 1994, Luzia e Ilza, filhas de Vitorio Nico, junto com Alex, neto de Jorge Nico, todos descendentes de Antonio Cesare Nico, levaram o italiano Vittorio, neto de Emilio Nico, em Claros Dias, Espírito Santo, para um encontro inédito com os descendentes de Olimpia Nico.

O evento aconteceu nas casas de Rita Nicoli, esposa do falecido Antonio Bastianello, e Santina Deprá, esposa do falecido Giuseppe (Beppe) Bastianello. Antonio e Giuseppe eram filhos de Olimpia Nico e Angelo Bastianello. Foi o primeiro encontro da história entre as famílias dos três irmãos italianos.

no Espírito Santo e em Minas Gerais, para encontrar os Nico descendentes de Olimpia e Antonio Cesare.

O italiano Vittorio, neto de Emilio Nico, visitando os Nico de Cla ros Dias/ES, 1994. Acervo da família de Vitorio Nico.

O italiano Vittorio, neto de Emilio Nico, e Schirley, neta de Olimpia Nico, Claros Dias/ES, 1994. Acervo da família de Vitorio Nico.

O italiano Vittorio Nico, neto de Emilio, com noras de Olimpia Nico (Rita e San tinha), Claros Dias/ES, 1994. Acervo da família de Vitorio Nico.

Alex, Tereza, os italianos Mario e Vittorio Nico, Ilza, Schirley e famí lia, Claros Dias/ES, 1994. Acervo da família de Vitorio Nico.

» Carlo Bastianello e sua esposa, Maria Cerroto, eram pais de Virginia; Angela; Angelo, casado com Rosa Arcini, e Julia;

ConsiderandoBastianella.que:

No dia 2 de dezembro de 2019, Helder Nico, neto de Julio Nico e bisneto de Antonio Ce sare Nico, informou-me sobre a existência de uma família Nicco, de Curitiba, escrito dessa forma mesmo, com dois C. Esticamos o assunto e acabei falando para ele sobre a irmã de Antonio Cesare Nico de nome Olimpia, casada com Angelo Bastianello. Ela veio para o Brasil, Espírito Santo, para morar próximo do irmão.

Como Helder é do ramo de mármore e granito, comentei que estive em Claros Dias pesquisando a família de Olimpia Nico. Falei de Rodrigo e Otimar, bisnetos de Olimpia Nico, empresários do ramo de mármore e granito na região de Cachoeiro e Vargem Alta, no Espírito Santo. Prontamente, ele me disse que conhecia muito bem os dois. Ficou, inclusive, surpreso de saber que ele era do mesmo ramo familiar de Rodrigo e Otimar, bisnetos de Olimpia Nico.

Muito contente com a descoberta, Helder abriu-me os contatos com Rodrigo e Otimar, visando a obter, para este Livro, informações da família de Olimpia Nico.

Nas minhas pesquisas, identifiquei a ligação das famílias Bastianelli e Bastianello, pois minha avó Angelina e sua irmã Ilda chamavam Olimpia Nico e seu esposo, Angelo Bastianello, de tios. Na verdade, o sobrenome correto, original, trazido da Itália, é Bas tianello. Com o passar do tempo e diversos registros de nascimentos em cartório, ele passou a ter diversas variações ou alterações, como Bastianele, Bastianelle, Bastianeli, Bastianelli,

» Carlo e a esposa vieram em 1888 com os filhos Virginia, Angela, Angelo e Julia. Angelo, casado com Rosa Arcine, nasceu no Brasil. Eles eram pais de minha avó Angelina Bastianelli Nico;

Luiz Nico, meu avô, casado com Angelina Bastianelli, contava que eles vendiam fru tas e até pimenta quando os operários estavam construindo a estrada de ferro. Angelina Bastianelli, nascida em Guiomar, tem seu registro de nascimento em 6 de fevereiro de 1911, no cartório de Rodeio, hoje com o nome Princesa, distante seis quilômetros, per tencente a Rio Novo do Sul.

A ligação ferroviária de Vitória a Cachoeiro e Rio de Janeiro facilitou o escoamento do café e a locomoção das pessoas. As estações de Araguaia e Matilde foram inauguradas em 1902. Em 1910, foi completado o trecho entre Matilde e Ibitirui (antigo Engano) a Cachoeiro, pas sando por Vargem Alta. Nessa linha férrea, que passou por comunidades do município de Alfredo Chaves, trabalharam muitos imigrantes italianos, inclusive das famílias de Giu seppe Cauz e Antonio Cesare Nico.

» O antigo moinho de Beppe Bastianello (filho de Angelo e Olimpia e neto de Giuseppe), em Claros Dias, foi construído por meu bisavô Angelo Bastianello ( filho de Carlo);

4.14 LIGAÇÃO ENTRE ANGELO BASTIANELLO, CASADO COM OLIMPIA NICO, E ANGELINA BASTIANELLI, CASADA COM LUIZ NICO

» As plantas da seção Guiomar indicam os lotes 1.145 e 1.147 sendo respectivamente de Giuseppe e Carlo Bastianello. Eles embarcaram no mesmo navio, chegaram a Alfredo Chaves, no Espírito Santo, e foram ser vizinhos de propriedade;

Os Bastianelli de minha avó eram de Guiomar, comunidade hoje de Vargem Alta, que, na época, era seção Guiomar, do distrito de Rio Novo, comarca de Cachoeiro do Itapemi rim. Os Nico eram das proximidades de Ipê-Açú, distrito de São João (hoje Crubixá), seção Guiomar, município de Alfredo Chaves. As duas comunidades eram próximas.

» Giuseppe Bastianello e sua esposa, Antonia Pietra Ambrosini, eram pais de An gela, Pietro e Angelo, casado com Olimpia Nico;

Conclui-se que: Giuseppe e Carlo Bastianello eram irmãos.

Durante a construção dessa estrada, moravam na redondeza a família de Angelo Bas tianello e sua esposa, Olimpia Nico, e a família dos meus bisavós por parte de mãe, Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin, além de Angelo Bastianelli e Rosa Arcine. Todos moravam nas proximidades. Giuseppe Bastianello com a esposa, Antonia Pietra Ambrosini, pais de Pietro, Angela e Angelo, casado com Olimpia Nico. Moravam também Carlo Bastianello com esposa, Angela Cerroto, pais de Virginia; Angela; Angelo, casado com Rosa Arcini, e Julia

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» Minha avó Angelina Bastianelli e Ilda, sua irmã, chamavam Olimpia de tia, re forçando assim o parentesco das duas famílias;

4.13 LIVRO APROXIMA FAMÍLIAS

» Giuseppe e Carlo vieram da Itália para o mesmo lugar de Alfredo Chaves, em 28 de dezembro de 1888, no mesmo navio, Maria Pia. Angelo, filho de Giuseppe, veio em 1897, nove anos depois, casado com Olimpia Nico;

Fiz várias ligações telefônicas para Paulinho e Edimar, residentes na região de Itueta e Santa Rita do Itueto/MG, netos de Giuseppe Bastianelli e Santina Costalonga, no sentido de descobrir quem era o pai de Giuseppe. Não obtive sucesso porque eles não sabiam e não tinham nenhum registro documentado. Foi aí que resolvi pesquisar nos cartórios do Espí rito Santo. Paulinho e Edimar gentilmente me passaram os nomes dos filhos de Giuseppe e Santina Costalonga: Antonio (o mais velho), Pedro, Andre, Maria, Zeferino (casado com Helena Benicá e pai de Paulinho e Edimar), Anair, Geraldo e Dorivair.

» Pedro está sepultado com a esposa no cemitério de Santa Luzia, Itueta/MG. Edimar Bastianelli, sobrinho de Pedro, informou-me em 27 de março de 2021, que real mente Pedro faleceu em Boa Esperança e o corpo foi levado para Santa Luzia. Enedina Tomaz, esposa de Pedro, entrou em depressão e foi a óbito na casa das filhas no município de Santa Rita, no mesmo ano do marido;

Importante registrar que existe em Minas, na região de Itueta, uma família do ramo Bas tianello cujo patriarca se chamava Giuseppe Bastianelli. Durante muito tempo de produ ção deste livro, não consegui, nas minhas pesquisas, identificar a ligação dos Bastianelli desse Giuseppe com os Bastianelli de minha avó Angelina Bastianelli. Depois de pesquisar sobre todos os quatro ramos de Bastianello que vieram da Itália, res tou Pietro, filho de Giuseppe e Antonia Pietra (Pierina) Ambrosini, como possível pai desse Giuseppe que foi para Minas. Essa hipótese tornou-se verdadeira quando, depois de várias pesquisas em cartórios do Espírito Santo, consegui, em Vargem Alta, a certidão de nascimen to de Pedro Bastianelli, filho de Giuseppe e Santina Costalonga. No documento consta que: No dia 22 de janeiro de 1924, no lugar Fruteira, distrito de Vargem Alta, às duas horas da manhã, nasceu uma criança do sexo masculino que tomou o nome de Pedro, filho de José (Giuseppe) Bastianelli e Santa Costalonga, neto paterno de Pedro (Pietro) Bastianelli e dona Eva Millaneza e materno de Antonio Costalonga e Anna Nicolli.

» Maria Bastianelli, filha de José Bastianelli e Santina Costalonga, faleceu em 5 de abril de 2020 em Marilândia/ES;

Estava assim descoberto o ramo desse Giuseppe Bastianelli, que migrou para Itueta/ MG. Ou seja, o pai de Giuseppe era o italiano Pietro, filho dos também italianos Giuseppe Bastianello casado e Antonia Pierina (Pietra) Ambrosini. Lembrando que Giuseppe Bas tianello e Antonia Pierina Ambrosin também eram pais de Angela e Angelo, casado com Olimpia Nico. E mais: vieram no mesmo navio da Itália Giuseppe Bastianello, casado com Pierina Ambrosini, e o irmão Carlo Bastianello, casado com Maria Cerroto. Carlo e Maria Cerroto eram pais de Angelo e avô de Angelina Bastianelli, minha avó Angelina, casada com meu avô Luiz Nico.

» Dorivair Bastianelli, filho de José Bastianelli e Santa Costalonga, faleceu em 5 de fevereiro de 1991, em Vila Valério/ES;

» André Bastianelli, filho de José Bastianelli e Santina Costalonga, faleceu em 18 de fevereiro de 2018, em Resplendor/MG.

4.15 A DESCOBERTA DO RAMO DE UM BASTIANELLO E SUA LIGAÇÃO COM OS DEMAIS

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Pesquisei em vários cartórios do sul do estado e finalmente nos arquivos dos cartórios de Vargem Alta e Jaciguá, onde foi possível identificar que:

» Pedro Bastianelli, filho de José Bastianelli e Santa Costalonga, nasceu em 22 de janeiro de 1924, em Fruteira, distrito de Vargem Alta/ES. Faleceu em 7 de feverei ro de 2006, em Boa Esperança/ES;

Nos arquivos de Vargem Alta e Jaciguá encontra-se o registro de casamento de Constan tina Bastianello, em 8 de janeiro de 1913, com Ubaldino Nascimento. Constantina residia no distrito de São José, na época município de Cachoeiro de Itapemirim. Ela era filha de Pedro (Pietro) Bastianello e Eva Millaneza. Pedro já tinha falecido na data de casamento da filha.

Maria Bastianello Moschini Serafin Moschini

NicoOlimpia BastianelloAngelo

Josephina Bastianello Piovesan Luiz Piovesan

Pedro Bastianello

GenovevaDavinaNeuzaEdnaOnorioDarcyOzilioPiovesanPiovesanMariaPiovesanAmaliaEuridesLairBastianelloBastianelloBastianelloBastianelloArleteBastianelloBastianelloParteliJoséMoschiniAméliaMoschiniLauraMoschiniAngelinMoschiniAntonioMoschiniLuizaMoschiniAladirMoschiniHelenaMoschini ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DESCENDENTES DE OLIMPIA NICO E BASTIANELLOANGELO

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Regina Bastianello Deprá Américo Deprá

Giuseppe Bastianello Santina Bastianello

Angelina Bastianello Coelho Francisco Nunes Coelho

Antonio Bastianello Rita Bastianello

Registro de nascimento de Pedro, filho de Beppe Bastianello e San tina Costalonga e neto de Pedro (Pietro) Bastianello e Eva Milla neza. Pedro (Pietro) Bastianello era irmão de Angelo Bastianello. Acervo de Celso Luiz Caus.

Angelina Bastianello Coelho Francisco Nunes Coelho

Regina Bastianello Deprá Américo Deprá Vanda Deprá

ÁRVORE GENEALÓGICA DOS DESCENCENTES DE OLIMPIA NICO E BASTIANELLOANGELO

Angelo

NicoOlimpia BastianelloAngelo

LIGAÇÃOCOMMATRIMONIALOSNICO

Josephina Bastianello Piovesan Luiz Piovesan

Antonio Bastianello Rita Bastianello

ALGUMASITALIANASFAMÍLIASCOM

Ligação da família Costalonga com a família Nico: Madalena Costalonga, filha de Antonio Costalunga e Anna Nicoli, casada com Primo Nico, filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. sobrenome original do pai de Madalena é Costalunga, em italiano. Ao longo dos registros feitos em cartórios no Brasil, tornou-se Costalonga. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de duas famílias de sobrenome Costalunga e duas famílias de sobrenome Costalonga que vieram da Itália para o Espírito Santo. Vamos nos ater à família de Girar do Costalunga e Maddalena Martini, avós de Madalena, casada com Primo Nico.

Pedro Bastianello

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Schirley Scaramussa Bastianello Bastianello

Joel JoscelinoNazianBastianelloBastianelloMirianBastianelloIvaniaBastianelloJuarezBastianelloBastianelloMarcosBastianelloLuizBastianelloRitaBastianelloUberlanBastianello 5

O

5.1 FAMÍLIA (COSTALONGA)COSTALUNGA

Giuseppe Bastianello Santina Bastianello

Olimpia

Maria Bastianello Moschini Serafin Moschini

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Província: Vicenza

Na sequência, procuro analisar e cruzar os registros que obtive do Arquivo Público com a pesquisa e outras informações que colhi.

» Josephina, casada com Ghilio (Julio) Venturin

» Sobrenome: Costalunga

» Chefe: Girardo Costalunga

» Região: Veneto

Filhos de Antonio e Anna:

» Filhos italianos: Maria (8 anos), Lucia (6 anos) e Antonio (4 anos)

Antonio Costalunga, filho de Girardo e Maddalena Martini, veio com quatro anos de idade. Nasceu na Itália, em 2 de dezembro de 1873, na comuna de Breganze, província de Vi cenza, Itália. Faleceu em Serra de Cima, Nova Venécia/ES, em 23 de agosto de 1951. O italiano Antonio Costalunga (Costalonga) casou-se no Brasil com a também italiana Anna Nicoli.

nasceu em 3 de maio de 1919. Faleceu em 23 de março de 1988. Ca sou-se com Maria Auxiliadora (Dorinha) Seixas em 4 de dezembro de 1941, em Itueta/MG. Foi sepultado com sua esposa no jazigo da família Costalonga, no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta/MG. Eles tiveram os filhos Aparecida, Paulo, Ana, Rosângela, Vicente, Márcia, Vera, Sônia, Aloísio, Jeferson e Sandra.

MaisObservações:informações, vide capítulo Primo Nico.

Angela Costalonga nasceu em sua residência, no distrito de São João de Crubixá, Alfredo Chaves/ES, em 22 de dezembro de 1908. Faleceu em 2 de abril de 1986, no Hospital São José, em Aimorés. Foi sepultada no cemitério de Itueta/MG. Era solteira, residia em Itueta, no mesmo endereço da irmã Rosa.

» Data de chegada: 8 de março de 1878

» Esposa: Maddalena Martini

» Rosa, casada com João Giribola

Girardo Costalonga casou-se no civil com Angelica Travaglia, em Itueta/MG, em 6 de janeiro de 1974. Nasceu em Crubixá, no município de Alfredo Chaves/ES, em 9 de junho de 1906. Faleceu em 8 de fevereiro de 1985. Foi sepultado no cemitério de Carapina, município de Serra/ES. Teve os filhos José, Ezilio, Pedro, Antonio, Isabel e Ana. Pela data de casamento no civil (1974), é possível que ele tenha ocorrido bem mais tarde que o casamento no religioso.

Madalena Costalonga, filha de Antonio e Anna, era esposa de Primo Nico. Primo Nico era irmão de Luiz Nico, meu avô. Ela faleceu em 1927 e foi a primeira pessoa a ser sepulta da no cemitério de Santa Luzia.

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Josephina Costalonga nasceu em São João de Crubixá, Alfredo Chaves/ES, em 17 de julho de 1911. Faleceu em 9 de abril de 1973. Foi casada com Ghilio (Julio) Venturin, pais de Pau lo Venturin, Domingos, Ana, Zezinho, Vitor, Maria Rosa, Assunta, Paulina e Bernardino.

» Idade: 34 anos

» Adriano, casado com Maria Auxiliadora Seixas (Dorinha)

Os sobrenomes dos descendentes de Antonio Costalunga passaram para Costalonga nos registros feitos em cartórios no Brasil.

As famílias de Antonio Costalunga e de Anna Nicoli vieram da mesma comuna, Bregan ze, na Itália, no mesmo ano, no mesmo navio e desembarcaram no mesmo destino. Antonio Costalunga e Anna Nicoli vieram crianças, cresceram e se uniram em matrimônio no Brasil.

» Idade: 37 anos

» Madalena, casada com Primo Nico

» Navio: Clementina

» Angela (Angelina), solteira

Santina Costalonga foi casada com José (Beppe) Bastianelli. Eles foram pais de Antonio, Pedro, André, Maria, Zeferino, Anair, Geraldinho e Devair. Zeferino era esposo de Helena Benicá, pai de Paulo e Edimar. Beppe Bastianelli faleceu no mesmo dia que Frei Pio, 14 de junho de Adriano1964.Costalonga

Madalena Costalonga nasceu no município de Alfredo Chaves/ES. Faleceu em 1927, próximo de Quatituba, município de Itueta/MG. Foi a primeira pessoa a ser sepultada no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta/MG. Casou-se com Primo Nico em 1919, e eles tiveram os filhos Rosinha, Ana, Ozilia, Cesar Nico Neto (Cesarin) e Antonio (Toninho).

Alguns registros foram obtidos junto ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

» País de origem: Itália

» Girardo, casado com Angélica Travaglia

Rosa Costalonga nasceu em 1916 no município de Castelo/ES. Faleceu em 28 de junho de 1993, com 77 anos de idade. Morava na velha Itueta, na Rua São João Batista, 534, onde fale ceu. Foi sepultada no cemitério São João Batista, de Itueta. Foi casada com João Giribola, e tiveram os filhos José e Antonio.

» Maria, casada com Vitorio De Angelo

» Comuna: Breganze

» Santina, casada com José (Beppe) Bastianelli

Agradeço a Paulo Venturin, por importantes informações, próprias e obtidas com fa miliares, além de fotos. Paulo é filho de Josephina Costalonga e Ghilio (Julio) Venturin.

Anna Nicoli, viúva de Antonio Costalunga, no final de sua vida, estava morando junto com as filhas Angela (Angelina) e Rosa. Moravam como colonos na fazenda de Alexandre Nicoli, sobrinho de Anna, na entrada do Coqueiro, próximo de Quatituba. Anna Nicoli Costalonga faleceu em 9 de fevereiro de 1954. Foi sepultada no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta/MG.

Josephina Costalonga e seu esposo, Ghilio (Julio) Venturin. Acervo de Paulo Venturin.

Rosa Costalonga e seu esposo, João Giribola. Acervo de Paulo Venturin.

Os padrinhos de batismo de Antonio Nico, filho de Antonio Cesare Nico, foram Antonio Costalunga e Anna Nicolli. Antonio Nico era irmão de Primo Nico e de meu avô Luiz Nico.

Maria Auxiliadora (Dorinha) Seixas, esposa de Adriano Costalonga, foi minha primeira professora, em Quatituba, nos dois primeiros anos do curso primário, nos anos de 1961 e 1962. Eu, Celso Luiz Caus, aprendi a ler e escrever com ela. Era muito querida pelos alunos. Obrigado, professora Dorinha.

Madalena Costalonga Nico e seu filho Cesar (Cesarin) Nico Neto. Acervo da família de Rosa Nico Fasolo.

Antonio Costalunga e Anna Nicoli. Acervo de Paulo Venturin.

Casa de Antonio Costalunga e Anna Nicoli, no Córrego da Conquista. Anna, na escada, e Rosa e Angela na porta. Acervo de Paulo Venturin.

Paulo Venturin informou que seu avô materno, Antonio Costalunga, depois que saiu da Conquista, teve uma propriedade perto de Baixo Guandu.

* A certidão de óbito registrou “distrito de São Mateus, comarca de Nova Venécia”. Anto nio faleceu em 1951, e Nova Venécia se emancipou em 1954, portanto o correto seria constar “distrito de Nova Venécia, comarca de São Mateus".

Os filhos de Primo Nico e Madalena Cos talonga: Cesarin, Rosa, Ana e Ozilia. To ninho não tinha nascido ainda. Acervo da família de Primo Nico.

Antonio Costalonga faleceu em 23 de agosto de 1951. Depois de vários meses de pesquisa e com ajuda de Penha Nico, consegui localizar, em janeiro de 2021, a certidão de óbito dele em Nova Venécia/ES. Foi por meio de uma pista de Paulo Venturin, que tinha ouvido dizer que poderia estar em São Mateus/ES. Procuramos em São Mateus e Pedro Canário, mas não encontramos. Partimos para Nova Venécia e acabamos descobrindo que Antonio Costalon ga faleceu, conforme atestado, em Serra de Cima, Nova Venécia, tendo sido sepultado no cemitério público de Santa Rosa Primeira. O falecido residia, conforme certidão de óbito, no distrito de São Mateus, comarca de Nova Venécia/ES. O atestado foi feito por Vitorio De Angelo, que era casado com Maria Costalonga ,filha de Antonio.

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Filhos de Josephina Costalonga e Ghilio Venturin: Assunta, Rosa, Paulo, Izidio, Domingos, Ana e Vitor. Acervo de Assunta Venturin.

Adriano Costalonga e a filha Sandra. Acervo de Paulo Venturin.

Ghilio, Josephina Costalonga, Rosa, Angelina Costalonga e Assunta, à direita. Acervo de Assunta Venturin.

Beppe Bastianelli e Nair. Acervo de Paulo Venturin.

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Girardo Costalonga e Angelica Travaglia. Acervo de Paulo Venturin.

Certidão de óbito de Antonio Costalonga. Acervo de Celso Luiz Caus e Penha Nico.

» Idade: 31 anos

» Região: Veneto

» Comuna: Castelfranco

» Data de chegada: 29 de março de 1889

» País de origem: Itália

» Chefe: Giovanni Cremasco

» Idade: 46 anos

» Idade: 40 anos

» Idade: 22 anos

Outro fato é que Amabile, casada com Julio Nico, filha de Giovanni (João) tinha o mes mo nome da tia Amabile Maria.

1 Ramo de Giovanni e Antonia Fabbrini

» Destino: Vitória

5.2 FAMÍLIA CREMASCO

2 Ramo de Gino Sante (veio só)

» Navio: Presidente

» Comuna: Riesi

» Data de chegada: anterior a 1951

» Região: Veneto

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Destino: Itapemirim, Espírito Santo

Angelin Cremasco tinha o mesmo nome do avô Angelo. Era comum nas famílias ita lianas um neto receber o nome do avô.

Data: 28 de janeiro de 2021

5.2.2 Contato com Henrique Cremasco

» Filhos: Angela (7 anos), Giuditta (5 anos) e Ferdinando (4 anos)

5.2.1 Contato com Zunara Cremasco

» Navio: Estrela

Giovanni Valentino, a família e o filho já casado mudaram do Espírito Santo para o Ba nanal, perto de Aldeamento, pertencente ao atual município de Santa Rita do Itueto, por volta de 1926. Na época, era município de Resplendor. Julio Nico, casado com Amabile Cre masco, convenceu o sogro, Giovanni, o cunhado Angelin e seu pai, Antonio Cesare Nico, a se mudarem para Minas. Julio tinha ido antes.

Data: 7 de maio de 2020

» Sobrenome italiano: Cremasco

» Esposa: Luigia Michelon

» Região: Veneto

» Filhos: Emilia (17 anos), Teresa (15 anos), Eugenia (13 anos), Claudia (12 anos), Amabile Maria (10 anos), Giovanni Valentino (9 anos), Girdano (6 anos) e Cons tante Ferdinando (5 anos)

» Esposa: Antonia Fabbrini

Nas pesquisas, encontrei a sepultura de Amabile Maria, filha de Angelo e Luigia Mi chelon, no cemitério de São João de Crubixá, distrito de Alfredo Chaves, região onde eles se estabeleceram quando chegaram da Itália.

» Comuna: Castelfranco

» País de origem: Itália

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» Sobrenome italiano: Cremasco

» Chefe: Angelo Cremasco

3 Ramo de Angelo e Luigia Michelon

» País de origem: Itália

» Data de chegada: 25 de dezembro de 1879

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de três famílias de sobre nome Cremasco que vieram da Itália para o Espírito Santo.

Na sequência, procuro analisar e cruzar os registros que obtive do Arquivo Público com a pesquisa e outras informações que colhi.

Minha mãe, Anair Cremasco, foi criada desde criancinha pelos avós Giovanni e Elisa Ca legari. O pai de Anair, Pedro Cremasco, faleceu muito cedo, com 24 anos de idade. Anair casou com Caetano Tavares, dono do Cartório de Itueta. Anair e Caetano tiveram os filhos Eduardo, Zunara, Wellington, Ruth, Virgílio, Pedro e Romildo.

Henrique se encontrava em sua propriedade, em Santa Angélica, município de Itueta/ MG. É filho de Angelin Cremasco, sobrinho de Amabile Cremasco, casada com Julio Nico.

» Sobrenome italiano: Cremasco

» Idade: 35 anos

Giovanni Valentino chegou em 1889, com nove anos. Nasceu, portanto, por volta de 1880. Quando adulto, casou-se com Elisa Calegari, tendo os filhos Angelin, Amabile, José, Antônio, Afonso, Pedro, Maria, Ozilia, Rosinha e Ana.

Ligação da família Cremasco com a família Nico: Amabile, filha de Giovanni (João) Cremasco e Elisa Calegari, casada com Julio Nico, filho de Antonio Cesare Nico.

Meu tio Afonso ficou lá em cima onde estava meu avô, e papai, Angelin, ficou mais para baixo, nos Benicá, perto de onde morava seu avô Izidoro Caus. Ali comecei minha amizade com seu pai Antonio Caus.

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É provável que Julio Nico, que veio antes, conheceu as terras, e indicou os irmãos Primo, Antonio e Adriano Nico para morarem perto de onde estava José Venturin, em Santa Angélica. Vovô foi para o Bananal.

Já tinha alguns Nico casados, irmãos do Julio, morando em Minas quando chegamos. Sei que eles vieram na frente de meu avô e meu pai.

Antigamente, as terras eram do José Venturin. Ainda tem Venturin aqui. Meu pai comprou a metade da fazenda quando a mulher do Venturin morreu. Mudamos em 1950 para Santa Angélica.

O Julio Nico trouxe os Cremasco, os Nico casados, irmãos dele, e os pais com toda família.

Com meu avô Giovanni (João) vieram os filhos homens: meu pai, Angelin; Antonio; José; Afonso, e Pedro, o mais novo.

Naquela época, se o sujeito tivesse uma espingarda, ele conseguia trocar por terras.

Julio veio antes do Espírito Santo para Minas, mais ou menos em 1925. Sei que meu avô, a fa mília e meu pai, já casado, vieram em 1926. Julio trouxe meu pai e meu avô, sogro dele. Primeiro, quis trazer meu pai e depois convenceu meu avô também. Meu avô disse que se Angelin fosse, venderia a propriedade no Espírito Santo e iria também.

Na Conquista, no Silas Pedro, ele fazia festa todo ano. Seu pai, Antonio, passava na brasa da fogueira, eu não conseguia, não.

Julio Nico, casado com tia Amabile, meu pai e tio Pedro moraram na propriedade de baixo, perto dos Benicá. José depois mudou para Santo Antônio, perto de Santa Rita, e Julio, para a Conquista perto do Gaetano Nico.

Os italianos compraram boas propriedades com muita madeira dentro, coisa fantástica.

Meu pai, Angelin, veio casado do Espírito Santo para Minas. Veio com ele o João, único filho que nasceu no Espírito Santo. Todos os outros nasceram em Santa Rita do Itueto/MG.

O Julio Nico era casado com uma tia minha, a Amabile Cremasco. Foi ele quem trouxe meu pai do Espírito Santo para Minas. Primeiro foram morar no Bananal, pertencente hoje ao mu nicípio de Santa Rita do Itueto. Meu avô chegou e comprou uma propriedade bacana, boniti nha, no meio de três pedras, lugar lindo. Ficou para o meu tio Afonso, que depois me vendeu, hoje tem meu irmão lá. Ficava à esquerda de Aldeamento, ao invés de ir para Santa Rita. Entra para o lado do Pontão e Bananal, divisando com a Fazenda Morais. Por ali, tinha Baldon, Ton e muitas outras famílias italianas.

Em 13 de setembro de 2020, completou 90 anos de idade. Tem excelente memória, se lem bra de registros importantes ligados aos Nico e aos Cremasco, por isso esse contato foi de grandeAntonioimportância.Caus,meu pai, frequentava a casa de Angelin, pai de Henrique, quando eles moraram numa propriedade entre os Benicá e Aldeamento. Ainda jovens, entre 1947 e 1950, Antonio Caus, Henrique Cremasco e Amilton De Nadai formaram um trio de violas. Em 2020, Antonio estava com 88 anos; Henrique, com quase 90, e Amilton, com 92 anos.

Expliquei a Henrique que eu estava escrevendo o livro da família Nico, assim como ti nha escrito da família Caus-z, e que ele seria muito importante como referência, uma vez que esteve sempre próximo da família de seus tios Amabile Cremasco e Julio Nico. Em re sumo, transcrevo os principais trechos da fala de Henrique:

Meu avô se chamava João Cremasco e minha avó, Elisa Calegari. Faleceram na primeira propriedade no Bananal e foram enterrados no cemitério de Aldeamento.

A sede de nossa propriedade fica perto da igreja. Tem uma escola estadual. Passando a igre ja, a sede fica uns cem metros. Temos terra até perto do Rio Manhuaçu.

Para o lado do Aldeamento tinha uma família de outro Venturin de nome João.

O José Venturin devia estar aqui antes de 1926, porque meu tio Julio Nico, que veio antes, queria que meu pai, Angelin, viesse morar sendo meeiro do José Venturin. Meu avô não deixou, vendeu as terras no Espírito Santo e disse: ‘vocês não vão trabalhar a meia, não; vão trabalhar para mim’. Assim, veio e comprou a propriedade no Bananal, perto de Aldeamento.

Eu imagino que os italianos que chegaram na frente, como seu bisavô Cesare Nico, com praram muitas terras e depois vendiam partes para os outros italianos que iam chegando. Na Conquista, por exemplo, tinha o Cesare Nico, com muitas terras, e, com menos, meu tio Máximo Cesconetto, Angelin, Bortolo Zanon e Fortunato Campo. Tem os Campo e os Dall’Orto no Bana nal. Os Fasolo e Baldon pegaram um pedaço bom, perto de Santa Luzia. Quem chegou primeiro pegou as melhores propriedades.

Ainda ontem, apanhei o livro que você escreveu da família Caus-z e mostrei para as mi nhas meninas, netas, e hoje elas estão lendo. Muito bacana o livro. Nas páginas 444 e 445 tem os Cremasco. Meu filho, Gilberto, que mora no Espírito Santo, me disse que uma pessoa de São Mateus quer seu livro, vou passar seu telefone para ele.

Os Neroci moraram aqui em Santa Angélica, trabalhando para os Venturin. Depois muda ram para a Conquista, quando Gaetano Nico casou com a Cotinha, filha do Neroci.

O Antonio Caus começou a frequentar nossa propriedade perto do Rio Itueto, perto dos Benicá. O Amilton De Nadai é hoje o dono de parte dessa propriedade. Eu ia na escolinha dos Benicá, e o professor era o Francisco De Nadai, pai do Amilton.

O Antonio Nico tinha uma propriedade logo na descida da serra, do lado esquerdo, indo para Santa Angélica. Vendeu para o Silvestre Campos e hoje pertence a nossa família Cremas co. A casa antiga do Antonio Nico não existe mais, agora são casas novas que meu irmão fez no mesmo lugar. Fica perto da estrada. Atualmente, é tudo pastagem. A lavoura de café acabou. A casa do Antonio era isolada. Era picada, se andava a cavalo e dava a volta. Aí, nós fizemos a es trada e a casa ficou perto. Não foi prefeitura, não, fomos nós que fizemos a estrada para Santa Angélica, porque montamos serraria, alambique, compramos caminhão.

No Aldeamento, onde o padre André ia muito, ainda hoje tem terras dos índios. Aqui em Santa Angélica, vindo do Manhuaçu, era passagem dos frades.

Na mudança, seu avô Cesare Nico, como muitos outros italianos vindos do Espírito Santo, atravessou o Rio Manhuaçu em Tabaúna e passou por aqui em Santa Angélica até chegar na Conquista, Santa Luzia e outros lugares. Passavam por picadas na mata.

O Silvestre Campos foi proprietário das terras que eram do Antonio Nico e depois nós com pramos dele. O Silvestre tinha os irmãos Silvino, Genésio e Oreste. A Juvelina, filha do Silvino, se casou com o Amério, e a Maricota, filha do Oreste, com Americo. filhos do Antonio Nico. Oreste era casado com Ana Cremasco, irmã de meu pai.

Finalizei e agradecendo ao Henrique pelas valiosas lembranças.

Meu avô se mudou para Minas com toda a família em 1926. Veio todo mundo, os solteiros e o tio Angelin, casado. Meu pai, Afonso, tinha uns nove anos. Os mais novos eram ele e a Ro sinha, que casou com Grobério.

O Jorge Nico comprava e transportava madeira e café.

Tenho certeza de que a família Nico chegou antes da nossa família Cremasco. O tio Julio já estava em Minas, foi a Castelo visitar o sogro, que era João Cremasco, e comentou sobre uma

Giovanni (João) Cremasco e Maria Elisa Calegari. Acervo da família Cremasco.

Meu pai dizia que era colega, lá no sul, do Jorge Nico, que tinha mais ou menos a mesma idade que ele. Jorge perguntou para ele se ele sabia ler e escrever. Meu pai disse que não, se sentiu tocado e daí um professor começou ir na casa dele para ensiná-lo. Um dos que ensinou a ele alguma coisa foi o Taqueti, que foi desertor porque não foi na Guerra, provavelmente a Primeira Guerra Mundial.

O tio Julio, que era genro, morou na casa da propriedade perto dos Benicá. Também na propriedade morou tio Angelin. João Dalvi morou ali e depois acabou assassinando o Santolin.

Data: 16 de março de 2019

Em Tabaúna, tinha o Maduca Queirós, dono da barca de atravessar o rio e também tra tador. A propriedade dele vinha aqui perto, descendo o rio. Papai pegava os meninos e levava para ele tratar. E, muitas vezes, vinha na casa do meu avô para fazer tratamento da família.

O Julio Nico não tinha dinheiro para comprar, ele deve ter morado de meeiro ou de favor quando chegou em Minas.

Finalizamos e, em seguida, Anísio, gentilmente, nos convidou para almoçar na sua casa. Chamaram a minha atenção os quadros da família Cremasco expostos na casa dele. Acabei fotografando-os para o livro, considerando a ligação familiar dos Cremas co com os Nico.

De Valadares até sair no Manhuaçu, era tudo da família do Adalto Cazuza. Foram venden do os lotes até ficarem com a fazenda Morais. O Amantino tinha uma furreca ano 1929. Foi o primeiro carro que conhecemos.

Nas minhas pesquisas, descobri que no cemi tério de São João, hoje São João de Crubixá, muni cípio de Alfredo Chaves/ES, foi sepultada Amabile Cremasco, uma irmã de Giovanni (João) Cremasco. Amabile, filha de Giovanni (João), casada com Julio Nico, levou o mesmo nome da tia.

Anisio completou:

Presentes: Celso Luiz Caus, Anísio Cremasco, João Cremasco, Penha Nico e Antonio Nico Martins

João disse:

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propriedade entre o Ferrão e o Benicá. Meu avô pediu para ele confirmar a venda. A primeira propriedade que meu avô comprou em Minas quem informou foi tio Julio. Meu avô juntou mais um dinheiro da venda de café e, com o valor que ele venderia em Castelo, deu pra comprar no Bananal, onde nascemos. Ele veio ver o Bananal, porque vendeu cinco alqueires em Castelo, e com mais o dinheirinho do café comprou 33 alqueires no Bananal.

Local: casa de João, em Nova Venécia

Nós montamos um alambique em Santa Angélica e produzíamos a famosa cacha ça Índia Diacuí.

O melhor colega que eu tinha desde nossa juventude era seu pai, Antonio Caus. Até hoje, é meu grade amigo.

Anisio e João são filhos de Afonso Cremasco e sobrinhos de Julio Nico, casado com Ama bile Cremasco. Perguntei a Anisio se ele sabia como e quando as famílias Nico e Cremasco foram para Minas.

Julio Nico casou-se com Amabile Cremasco em 1924. Leonilda (Nilda), a primeira filha do casal, nasceu em maio de 1925, no Espírito Santo. Assim, é possível que Julio possa ter ido para Minas entre o final de 1925 e o início de 1926.

5.2.3 Conversa com Anísio e João Cremasco

Tinha o Sinfrônio, de Santa Rita, que tinha um jipe. Era gordo, e precisava colocar um pano na barriga para virar o volante. Todos paravam no bar Santo Antônio de Quatituba, que era do seu pai, Antonio Caus.

O Julio Nico, depois do falecimento da tia Amabile, se casou com Verginia, da família Lerbach.

Me chamo João Cremasco Neto porque meu avô se chamava João Cremasco. Meu pai logo me colocou para estudar fora. Fui para Itueta, na casa do Gaetano. Depois fui para Vitória e fiquei na casa da Fiorina Grobério.

Assunta Cesconetto Cremasco. Acer vo da família Cremasco.

Túmulo de Amabile Cremasco, irmã de Giovanni, no cemi tério de São João de Crubixá/ES. Acervo de Celso Luiz Caus.

Família Cremasco. Acervo de Anísio Cremasco.

Alcina, Adelino e Anísio Cremas co. Acervo da família de Afonso Cremasco.

Julio Nico e a esposa, Amabile Cremasco. Acervo de Hel der a esposa. Acervo de Anísio Cremasco.

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Casa de Afonso Cremasco, em Bananal/MG, reformada em 1961. Acervo de Anísio Cremasco.

Amabile Cremasco Nico e o irmão Pedro Cremasco. Acervo de Zuna ra Cremasco Tavares.

Família de Maria, irmã de Amabile Cremasco. Acervo da família de Afon so Cremasco.

AfonsoNico.Cremasco e

Angelo Cremasco. Acervo da famí lia Cremasco.

Caetano Tavares e a esposa, Anair Cre masco. Acervo da filha Zunara Cremas co Tavares.

Família de Angelo Cremasco: Pedro, Leni, Penha, Zezinho, Gildo, Jair, Arminda, Tereza, Henrique, Severino, Adelino, João, Angelo e Assunta. Acervo de Henrique Cremasco.

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Comunidade de Santa Angélica, romaria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Aldeamento, abril de 1958. Acervo de Pedro Cremasco.

Ana Cremasco, esposa de Ores te Campo. Acervo da família de João Nico.

Casa de Angelo (Angelim) Cremasco. Acervo da família Cremasco.

Casa de Angelim Cremasco, perto dos Benicá e Aldea mento, 1945. Acervo de Pedro Cremasco.

Henrique Cremasco, Amilton De Nadai e Antonio Caus, com a igreja de Quatituba ao fun do. Foto de Celso Luiz Caus.

João e Anisio Cremasco e Celso Luiz Caus, Nova Venécia, 15 de março de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Aguardente Índia Diacuí, fabricada por Angelo Cre masco. Acervo da família Cremasco.

Antonio Caus e Henrique Cre masco. Foto de Celso Luiz Caus.

Celso Luiz Caus, Jair Cremasco, Anisio Cremasco e esposa, Nova Ve nécia, 15 de março de 2019. Acervo de Celso Luiz Caus.

Casamento de João Cremasco Neto, filho mais velho de Angelim. Acervo da família Cremasco.

» Data de chegada: 16 de Dezembro de 1888

Valentina DalFior nasceu em Rio Novo, Espirito Santo, no dia 3 de agosto de 1908. É filha de Marcelino Dalfior e Luiza Perine. Faleceu em Vitória/ES e foi sepultada no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta/MG.

Ligação da família Dalfior com a família Nico: Valentina Dalfior, filha de Constante Marcelino Dalfior e Luiza Perine, casada com João (Joanim) Nico, filho dos italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

» Navio: Mathilde

» País de origem: Itália

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

2 Giuseppe Dal Fior, casado com Palmira

» País de origem: Itália

» Idade: 44 anos

» Chefe: Albino Dal Fior

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Data de chegada: 16 de dezembro de 1888

» Comuna: Verona

» Filhos: Giovanni Giuseppe (17 anos), Maria (12 anos), Martino (10 anos) e Adele (7 anos)

» Data de chegada: 17 de fevereiro de 1889

» Chefe: Fioravante Dal Fior

» Navio: Mathilde

5.3.1 Ligação entre os DalFior e os Nico

» Esposa: Palmira

» Data de chegada: 16 de dezembro de 1888

O nome do italiano Constante Marcelino Dal Fior, pai de Valentina, aparece no primei ro ramo. Veio da Itália, da comuna de Verona, com nove anos de idade. Chegou ao Brasil, em Benevente (Alfredo Chaves), no navio Mathilde, em 16 de dezembro de 1888. A mãe de Constante Marcelino, Maria Luigia De Paoli, chegou sem o marido.

» Filho: Italino (2 anos)

» País de origem: Itália

5.3 FAMÍLIA DALFIOR

» Chefe: Giuseppe Dal Fior

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo existe o registro de quatro famílias de sobrenome Dal fior que vieram da Itália para o Espírito Santo.

» Idade: 29

3 Fioravante Dal Fior, casado com Albina

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Região: Veneto

» Navio: Mathilde

» Filhos: Giovanni Battista Dalfior (13 anos), Amabile Dalfior (13 anos), Constante Marcelino Dal Fior (9 anos), Afonso (6 anos) e Dosolina (6 anos)

» Navio: Araruama

» País de origem: Itália

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» Idade: 20 anos

4 Albino Dal Fior, casado com Maria Luigia Zucatelli

* Albina, com 20 anos, não pode ser mãe dos filhos de Fioravante. Deduz-se, então, que Albina é a segunda esposa de Fioravante Dal Fior.

» Chefe: Maria Luigia De Paoli

» Região: Lombardia

Dal fior é o sobrenome de origem italiana. No Brasil, muitos descendentes passaram a as sinar Dalfior, por registros feitos assim em cartórios.

» Esposa: Albina

» Comuna: Mantova

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Idade: 37 anos

» Esposa: Maria Luigia Zucatelli

» Idade: 35 anos

» Idade: 28 anos

» Comuna: Verona

» Filhos: Marcelino (8 anos), Luigi (6 anos) e Angelo (4 anos)

» Idade: 36 anos

» Região: Veneto

1 Maria Luigia De Paoli veio com os filhos; possivelmente o esposo Dal Fior faleceu na Itália ou na viagem

» Região: Veneto

» Comuna: San Giovanni Lupatoto

» Onório Dalfior, falecido em 1996 e casado com Silvanir.

Clorinda Dalfior era filha de Ildefonso Dalfior e dona Maria. Mamãe dizia que era prima de Valentina Dalfior. Virgílio Dalfior era casado com dona Filinha, Severino era casado com Ozilia Vazzoler e Onório Dalfior era casado com Silvanir.

Vitorio Dalfior e a esposa, Alverina, com os filhos Alfredo, Armindo, Arlindo e Luiza. Acervo de Leila Dalfior Fava.

Ligação dos Zanon com os Nico: Jerônimo, filho do italiano Bortolo Zanon, casado com Regina Nico, filha dos italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Recorrendo ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, encontramos o registro das fa mílias Zanon que vieram da Itália para o Espírito Santo: Antonio, casado com Lucia; Girola mo, casado com Constantina; Antonio, casado com Pierina, e Angelo e Fausto, que vieram só.

Alfredo Dalfior ouvia dizer que seu bisavô, o esposo de Maria Luigia, sua bisavó, faleceu na viagem e foi lançado no mar. Os irmãos de Constante Marcelino Dalfior eram Giovanni Battista, Amabile, Afonso e Dosolina.

Os pais de Valentina eram Constante Marcelino Dalfior e Luiza Perine. Seus irmãos eram Vitorio (casado com Alverina), Francisco, Angelin, Maria (casada com Beppe Canta reli), Rosa (casada com Falcão), Vitoria, Verônica (casada com Luminato), Virginia (casada com Fortunato), Carolina, Helena, Angelina e Antonia. O pai Constante Marcelino era mais conhecido como Martielo.

Na certidão de casamento de Valentina, consta que sua mãe se chamava Luigia Perine. Alfredo informou Luigia Pancini.

» Severino Dalfior, casado com Ozilia Vazzoler;

No cemitério de Santa Luzia estão sepultados:

» Virgílio Dalfior, nascido em 1908 e falecido em 1972. Foi casado com Orozelina Campos;

No dia 15 de janeiro de 2021, fiz contato com Alfredo Dalfior, filho de Vitorio Dalfior e dona Alverina. Alfredo mora em Quatituba e disse:

João Nico (Joanin), filho de Antonio Cesare Nico. Acervo da família de Jor ge Nico.

João Nico faleceu muito cedo, em 1934, num acidente com seu caminhão de madeira na Conquista. Valentina Dalfior, viúva, casou-se pela segunda vez com Franquilino Ruela. Ele era irmão de Gardina Ruela, segunda esposa de Primo Nico. E Primo Nico era viúvo de Madalena Costalonga.

» Afonso Dalfior, nascido em 15 de janeiro de 1897 e falecido em 10 de outubro de 1940;

Em 13 de janeiro e 2021, fiz contato com Odilia Benicá, casada com Mário Rigo. Odilia é fi lha de Antonio Benicá e Clorinda Dalfior.

Odilia disse:

Albino Dalfior. A mãe de Constante Marcelino e os filhos chegaram ao Espírito Santo, se dirigin do para Alfredo Chaves. Vitorio, meu pai, morou depois da subida do Jacu, perto de São Pedro, vizinho da Conquista. Constante Marcelino, antes de mudar para Quatituba, tinha propriedade onde posteriormente foi de João de Assis, no Córrego Santo Antônio, perto dos Lerbach e Nego Liziar. Verginia Lerbach, esposa de Julio Nico, era irmã de minha mãe Alverina.

Alfredo mencionou outro ramo Dalfior, dos irmãos Onorio, Antonio, Severino, Afon so, Virgílio, Gentil e Ermínio. Havia mulheres também. Disse que tinha ainda um Mario Dalfior, que morava em Santa Rita do Itueto.

» Gentil Dalfior, nascido em 1915 e falecido em 2005. Foi casado com Elvira Fasolo;

5.3.2 Odília Benicá Rigo

5.4 FAMÍLIA ZANON

Valentina Dalfior casou-se com João Nico, em Resplendor, Minas Gerais, no dia 25 de fevereiro de 1932. Eles tiveram duas filhas: Alverina e Joana. Alverina casou-se com Argeu Croscob e faleceu em 17 de novembro de 2000. Ela e o marido, Argeu, estão sepultados no cemitério de Nova Rosa da Penha, Cariacica/ES. Joana casou-se com Dorval Ribeiro.

5.3.3 Alfredo Dalfior

Valentina Dalfior e o genro Ar geu Croscob. Acervo de Sebas tião Croscob, neto de João (Joa nin) Nico.

Vamos nos ater à família de Girolamo, que é pai de Bortolo, que, por sua vez, é pai de Jerônimo, casado com Regina Nico.

Meu avô era italiano, veio de Verona, na Itália, se chamava Constante Marcelino. Ouvi di zer que o pai de Constante Marcelino faleceu na viagem e foi lançado no mar. O nome dele era

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» Esposa: Constantina

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» Comuna: Farra di Soligo

5.4.1 Contato com Arnino (Adelino) Zanon, esposo de Edna Bastianello

Rose Bastianello, filha de Neuza e Augusto Scaramussa, e Ediana, nora de Edna e Adelino, viabilizaram uma conversa com Adelino Zanon no dia 15 de abril de 2021. Adelino e Edna

» Navio: Alice

» Chefe: Girolamo

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» Região: Veneto

Analisando a certidão de nascimento de Bortolo, vemos que sua mãe era Teresa Mori. Já no registro de chegada ao Brasil e entrada no Espírito Santo, do Arquivo Público, vemos que Girolamo chegou com outra esposa, de nome Constantina (Constância), que tinha 30 anos. Marguerita, a filha mais velha de Girolamo, tinha 16 anos a menos que Constantina. Assim, conclui-se que Teresa, a primeira esposa de Girolamo, faleceu na Itália e que Cons tantina, a segunda esposa, não era mãe dos três filhos que vieram com Girolamo.

Jerônimo nasceu em 4 de abril de 1904, no Espírito Santo, e faleceu em 25 de outubro de 1992. Está sepultado no cemitério de Santa Luzia, município de Itueta, Minas Gerais, junto com a esposa, Regina Nico. No mesmo cemitério, estão seus pais, Bortolo e Augusta.

Jerônimo, neto de Jeronimo (Girolamo), e seu pai, Bortolo, mudaram do Espírito Santo para Córrego da Conquista/MG no ano de 1928.

5.4.2 Carolina Zanon Vazzoler: informação complementar sobre os Zanon

No Brasil, Jerônimo (Girolamo) teve os filhos José, Luiz, Angélica e Eugenio. Possivel mente, teve mais, mas não consegui levantar.

No dia 9 de abril de 2021, Monica pediu que sua mãe, Carolina, contasse do que se lem brava dos CarolinaZanon.contou:

Irmãos de Bortolo, eu não conheci. Só conheci o José. Tinha a Angelina e o Luiz, não sei se tinha mais, não me lembro porque eu era criança. A titia Terezinha, mãe da Ana, foi visitar o Luiz lá no Espírito Santo, na terra do estado. O José Zanon morava para lá. O pai do Bortolo se chamava Jerônimo. Constância era a mulher do Jerônimo. Tinha um irmão que veio da Itália, mas não me lembro do nome. Nono Bortolo, coitado, trabalhou muito no Espírito Santo. Ser rava dormentes para a linha férrea e ainda tinha que carregar na cacunda para construir a estrada de ferro. Morreu com 77 anos, mas parecia que tinha 100. Uma vez, quase que o trem de ferro pegou ele. Eles não passavam fome, não. Sempre tinha gamela de carne. Caçavam muito bicho no mato. Nono Bortolo mudou com a família para Minas, e os outros irmãos ficaram no Espírito Santo. Quando foram para Minas, no início passaram muita dificuldade, não tinha muita fartura para comer, não.

Túmulo do italiano Bortolo Zanon, sogro de Regina Nico, no cemitério de Santa Luzia, em Itueta/MG. Foto de Celso Luiz Caus.

» Destino: Benevente, Alfredo Chaves, Espírito Santo

» País de origem: Itália

» Data de chegada: 6 de maio de 1880

» Idade: 39 anos

» Filhos: Margherita (14 anos), Simoni (7 anos) e Bortolo (5 anos)

moram em Rio Bananal/ES. Essa conversa está em sua íntegra no capítulo 4, que trata da história do ramo de Olimpia Nico.

Bortolo Zanon era casado com nona Augusta. Eles eram pais de Jerônimo, Angélica, Josephina, Teresa, Margarida e Antonio.

Jerônimo Zanon e Regina Nico tiveram os filhos: Tereza (Terezinha), Carolina, Dalidia, Rosário e Jair (Zé Mome).

» Idade: 30 anos

Augusta, esposa de Bortolo Zanon, com bisnetos. Acervo de Laurita, filha de Te rezinha Zanon.

» Sobrenome italiano: Zanon

» Comuna: Dueville

» Data de chegada: 1889

5.5 FAMÍLIA ANDREON

» Destino: Espírito Santo, Itapemirim, Brasil

2 Ramo de Gioachino Andreon, casado com Luigia Carta

» Região: Veneto

» Idade: 44 anos

» País de origem: Itália

» Destino: Espírito Santo, Itapemirim, Brasil

» País de origem: Itália

» Esposa: Luigia Carta

Antonio Nico, filho de Antonio Cesare Nico, casou, no dia 10 de maio de 1924, com Angela (Angelina) Andreon, no distrito da Estação de Castelo (hoje Castelo), na época pertencente ao município de Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo. Todos os dois residiam na região da Fazenda do Centro, distrito de Castelo/ES. Antonio morava no local chamado Córrego da Telha e Angela (Angelina), em Monte Alverne.

Zenilda no colo de Terezinha, Adelino, Guiê, Eugênia, Jerônimo, Dalida, Benedito, Vazzoler e Rosario. Embaixo, Laurita, Zé Mome, Lorenço, Aparecida, Augusta, Lurdes no colo, Regina, Josias e Lindaura, Carolina e Maria. Acer vo de Terezinha Zanon.

Edna Bastianello e o esposo, Arnino (Adelino) Zanon. Acervo da família de Arnino (Adelino) e Edna Bastianello.

» Chefe: Gioachino Andreon

Angela (Angelina), filha de Luiz Andreon e Regina Campolongo, nasceu em 15 setem bro de 1905. Faleceu em 10 de setembro de 1978 e foi sepultada cemitério de São Mateus/ES.

» Região: Veneto

» Idade: 39 anos

Ligação dos Andreon com os Nico: Angela (Angelina) Andreon, filha de Luiz Andreon e Regina Campolongo, casada com Antonio Nico, filho dos italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Andreon é sobrenome de família de origem na italiana. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de duas famílias de sobrenome Andreon que vieram da Itália para o Espírito Santo.

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Possivelmente, Angelina é neta dos italianos Gioachino Andreon e Luigia Carta. O pai de Angelina se chamava Luiz, e um dos filhos de Gioachino se chamava Luigi. É preciso pesquisar, no entanto, para ter certeza.

Jerônimo Zanon e Regina Nico. Acervo da família de Re gina Nico e Jerônimo Zanon.

» Idade: 43 anos

» Chefe: Giovanni Andreon

» Navio: Mario

» Esposa: Carolina Piccoli

» Filhos: Abramo (13 anos), Aurelio Emilio (11 anos), Anna Amalia (9 anos) e Ottavia (2 anos)

» Idade: 44 anos

» Filhos: Luigi (19 anos), Alessandro (14 anos), Anna (11 anos), Santa (8 anos) e Giorgio (4 anos)

1 Ramo de Giovanni Andreon, casado com Carolina Piccoli

» Data de chegada: 19 de dezembro de 1888

» Comuna: Camisano Vicentino

» Navio: Canton

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Odílio, Maria Campos Nico, Angelina Andreon, Anto nio Nico e motorista. Acervo de Edna Nico.

» Idade: 40 anos

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, há o registro de cinco famílias de sobre nome Bastianello que vieram da Itália para Benevente (atual Alfredo Chaves), Espírito Santo.

Ligação da família Bastianello com a família Nico: Angelina Bastianelli, filha de Angelo Bastianelli e Rosa Arcine, casada com Luiz Nico, filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. E Olimpia Nico, filha de Giovanni Nico, casada com Angello Bastianello, filho de Giuseppe Bastianello e Antonia Pietra Ambrosini. Bastianello é sobrenome de origem italiana. No Brasil, sofreu várias mudanças, tornando -se Bastianelo, Bastianelli, Bastianeli, Bastianelle, Bastianele, Bastianella.

1 Ramo de Carlo Bastianello e Maria Cerroto, avós de minha avó Angelina, casa da com Luiz Nico

Angelo casou-se com Rosa Arcine (italiana), e eles tiveram os filhos Ilda, Angela (An gelina), Luiz (faleceu com 10 meses), Luiz, Olinto, Eugênio, Maria, Estevão e José.

5.6 FAMÍLIA (BASTIANELLI)BASTIANELLO

» Sobrenome italiano: Bastianello

» Navio: Maria Pia

» Região: Veneto

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» Data de chegada: 28 de dezembro de 1888

» Esposa: Maria Cerroto

» Idade: 30 anos

Amério, Américo, Odílio, Angelina, Maria do Carmo (Lurdes) no colo, Antonio Nico e Mafalda (Nega). Acervo da família de Antonio Nico

» Filhos: Virginia (6 anos) e Angela (4 anos)

Angelina (Angela) Andreon e Antonio Nico tiveram os filhos Mafalda (Nega), Américo, Amério, Odílio, Joaquim e Maria do Carmo (Lurdes).

» Chefe: Carlo Bastianello

Na Itália, nasceram Carlo, em 1848; Maria, sua esposa, em 1858, e as filhas Virginia, em 1882, e Angela, em 1884. No Brasil, nasceram Angelo e Julia.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

Em 2 de março e 6 de julho de 2021, em contato que fiz com Lindaura Bastianelli Bosser, neta de Angelo Bastianelli, ela me informou que seu avô Angelo tinha uma irmã brasilei ra chamada Julia, casada com Mario Zoppi, e que morou e morreu no Córrego Moacir, Go vernador Lindenberg (antigo Cinquenta e Um). Lindaura, filha de Luiz Bastianelli, nasceu em Minas, em outubro de 1938. A foto tradicional da família de Angelo Bastianello e Rosa foi tirada em 1938, quando Angelo morava em sua propriedade em Aldeamento. Segundo Lindaura, ela era bebê que aparece no colo da mãe, que comentava que ela tinha 40 dias de nascida na ocasião.

Angelo Bastianello, filho de Carlo e Maria Cerroto (ou Seloto), nasceu no município de Alfredo Chaves/ES. Passou a ser chamado de Angelo Bastianelli.

Ilda, a mais velha, nasceu em 1909. Casou-se com Manoel Domingos Lago Filho, e eles tiveram os filhos Zeferino, Olga e Irma. Com a morte de Manoel, llda casou-se com Altivo Campo, e tiveram os filhos João, Mariinha, Pedrinho, Rosinha e Amélia. Zeferino nasceu em Santa Luzia, perto dos Fasolo, em 1932. O pai de Manoel Domingos Lago Filho era Manoel Domingos Lago. Manoel pai e Manoel filho estão sepultados em Santa Luzia. Como Zeferino nasceu em 1932, sua mãe deve ter se casado em 1930 ou 1931. E como ela é a filha mais velha de Angelo Bastianelli, conclui-se que Angelo mudou para Minas no final da década de 1920.

» País de origem: Itália

Maria, segundo Lindaura, era casada com Juca Berrante. Ela não aparece na foto tradi cional da família de Angelo e Rosa Arcine, tirada em 1938, pois já tinha se mudado com o marido. Ela tinha um filho chamado Josias, e não tiveram mais notícias dela.

Pietro casou-se com Eva Milaneza. Um dos filhos, de nome Giuseppe, mudou para Mi nas e casou-se com Santina Costalonga. Eram pais de Antonio (o mais velho), Pedro, An dre, Maria, Zeferino (casado com Helena Benicá e pai de Paulinho e Edimar), Anair, Ge raldo e OutraDorivair.filhade Pietro se chamava Constantina. Ela casou-se com Ubaldino Nascimento em 8 de janeiro de 1913, no distrito de São José, na época pertencente a Cachoeiro de Ita pemirim. Constantina tinha 17 anos de idade. Na época do casamento, Pietro Bastianelli era falecido.

Luiz faleceu ainda bebê, com 10 meses, em 6 de maio de 1914, no Córrego da Onça, distrito de São José, na época pertencente a Comarca de Cachoeiro de Itapemirim e hoje pertencente ao município de Vargem Alta. Foi sepultado no cemitério da fazenda do Córrego da Onça.

Angelina Bastianelli casou-se com Luiz Nico. Angelina nasceu em 26 de fevereiro de 1911, no subdistrito de Guiomar, seção Guiomar, do distrito de Rio Novo, comarca de Ca choeiro de Itapemirim/ES. Seus avós paternos eram Carlo Bastianello e Maria Cerroto, e os maternos, Angelo Arcine e Thereza Bosino. Angelina e Luiz Nico tiveram os filhos Alira, Deolinda (Nica), Luizinho, José (Zeca), Alcides (Cid) e Dionizio (Neném).

» Idade: 49 anos

Luiz Bastianelli casou-se com Maria Nicoli, filha de Segundo Nicoli. Tiveram os filhos Lindaura, Melinda, Tereza, Dejanira, Ozilia (Didi) e João. Luiz e Maria foram sepultados no cemitério de Santa Luzia. Luiz, no túmulo da família Bosser, e Maria, no túmulo da fa mília Nicoli, mãe dela.

» Filhos: Angela (20 anos) e Pietro (15 anos)

» País de origem: Itália

» Sobrenome italiano: Bastianello

» Chefe: Giuseppe Bastianello

2 Ramo de Giuseppe Bastianello e Antonia Pietra Ambrosini, pais de Angelo Bastia nello, casado com Olimpia Nico

Giuseppe nasceu na Itália, em 1839, e Antonia Pietra, sua esposa, em 1839. Angela nasceu em 1868 e Pietro, em 1873. Na Itália, também nasceu Angelo, o mais velho, casado com Olim pia Nico. Angelo foi para Alfredo Chaves/ES, em 1897, ou seja, nove anos depois de seus pais. Angela casou-se com Domenico Zampirolo em 21 de abril de 1892. Domenico tinha 26 anos, nasceu na Itália e era lavrador residente em Guiomar, município de Alfredo Chaves. Era filho de Giacomo Zampirolo e Luigia Braggion. Angela tinha 23 anos, nasceu na Itália, era residente em São João, município de Alfredo Chaves, filha de Giuseppe Bastianello e Pierina Ambrosini. Angela faleceu em 19 de janeiro de 1941 no lugar denominado Vargem Mole, distrito de Jaciguá, sendo sepultada no cemitério de Boa Esperança, distrito de Jaci guá. Deixou os filhos, José, Mario, Adolpho, Antonio, Alexandre e Eliza.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

3 Angello Bastianello, casado com Olimpia Nico, filho de Giuseppe Bastianello e An tonia Pietra Ambrosini

» Região: Veneto

» Navio: Maria Pia

» Sobrenome italiano: Bastianello

» Comuna: Nanto

Olinto casou-se com Mariquinha. Tiveram uma filha, de nome Neuza.

» Comuna: Venezia

José teve seis filhos, sendo que um se chama Anderson. Está sepultado no cemitério de Campo Grande, Cariacica/ES, no túmulo da irmã Ilda.

Eugênio casou-se com Irma Proti, filha de Guilherme, que morava em Governador Lin denberg (antigo Cinquenta e Um). Tiveram oito ou nove filhos. Um deles se chama Sergio. Estevão mudou do norte do Espirito Santo para Faxinal, no Paraná. Zeferino, na década de 1970, visitou o tio Eugênio, em Araucária. Eugênio faleceu no Paraná.

» Esposa: Antonia Pietra Ambrosini

Família de Angelo Bastianelli e Rosa Arcine, 1938. Em pé: Ilda, An gelina, Eugênio e Olinto. Sentados: Luiz; sua esposa, Maria Nicoli; Lindaura, no colo; José; Rosa Arcine; Estevão, e Angelo Bastianelli. Acervo da família de Alira Nico.

» Idade: 49 anos

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Angelina Bastianelli Nico e sua irmã Ilda Bas tianelli no casamento de Célia L. Caus. Acervo de Célia L. Caus.

» Data de chegada: 28 de dezembro de 1888

» País de origem: Itália

Angelo Bastianelli e Rosa Arcine mudaram do Espírito Santo para próximo de Aldea mento e dos Benicá, hoje pertencente ao município de Santa Rita do Itueto, onde tiveram uma propriedade rural. Moraram ainda em Resplendor e no norte de Resplendor. Por últi mo, mudaram para Marilândia, norte do Espírito Santo, onde faleceram e estão sepultados. Mudaram do Espírito Santo para Minas Gerais no final da década de 1920.

Estevão casou-se com Emilia Salese. Tiveram os filhos Maria de Fátima, Cássio Geraldo, José Nicássio e Luiz Cláudio.

Considerando que:

Maria casou-se com Serafim Moschini. Giuseppe (Beppe) casou-se com Santina Deprá. Josephina casou-se com Luiz Piovesan. Antonio casou-se com Rita Nicoli. Angelina casou -se com Francisco Nunes Coelho. E Regina Bastianeli casou-se com Américo Deprá.

» Minha avó Angelina e sua irmã Ilda chamavam Olimpia Bastianello Nico e seu esposo, Angelo Bastianello, de tios.

» Carlo Bastianello e sua esposa, Maria Cerroto, eram pais de Virginia, Angela,

» Filhos: Maria (2 anos) e Giuseppe (menos de 1 ano)

» Chefe: Angello Bastianello

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» O antigo moinho de Beppe Bastianello (filho de Angelo e neto de Giuseppe), em Claros Dias, foi construído por meu bisavô Angelo Bastianello (filho de Carlo).

» Data de chegada: 11 de dezembro de 1897

» As plantas da seção Guiomar indicam os lotes 1.145 e 1.147 sendo, respecti vamente, de Giuseppe e de Carlo Bastianello. Eles embarcaram no mesmo navio, chegaram ao mesmo destino, Alfredo Chaves, Espírito Santo, e foram vizinhos de Conclui-sepropriedade.queGiuseppe Bastianello, casado com Antonia Pietra Ambro sini, era irmão de Carlo Bastianello, casado com Maria Cerroto.

Angelo Bastianello e Olimpia Nico. Acervo da família de Schirley e Luiz Scaramussa.

Angelo, casado com Rosa Arcine, e Julia casada com Mario Zoppi.

Da direita para a esquerda: Rosa Marchesin, Antonio Cesare Nico, Olimpia Nico e Angelo Bastianello. Acervo da família de Vitorio Nico.

Planta da seção Guiomar, 1888. O lote 1.145 era de Giu seppe Bastianello e o 1.147, de Carlo Bastianello. Acer vo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

» Idade: 24 anos

Olimpia era irmã de Emilio e de Antonio Cesare Nico

» Giuseppe e Carlo vieram da Itália para o mesmo lugar, Alfredo Chaves, em 28 de dezembro de 1888, no mesmo navio, Maria Pia. Angelo, filho de Giuseppe, veio em 1897, nove anos depois, já casado com Olimpia Nico. Moravam perto, na região de São João de Crubixá e Guiomar, Alfredo Chaves e Vargem Alta.

» Giuseppe Bastianello e sua esposa, Antonia Pietra Ambrosini, eram pais de Angela, Pietro e Angelo, casado com Olimpia Nico.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Esposa: Olimpia Nico

No Brasil, Angello e Olimpia tiveram os filhos Regina, Josephina, Angelina, Pedro (fa lecido jovem, com 20 anos de idade aproximadamente) e Antonio.

» Região: Veneto

» Carlo e a esposa vieram em 1888 com os filhos Virginia e Angela. Angelo, casa do com Rosa Arcine, nasceu no Brasil, e eles eram pais de minha avó Angelina Bastianelli Nico. Também nasceu no Brasil, Julia casada com Mario Zoppi.

» Província: Vicenza

» Navio: Alagoas

» Idade: 27 anos

Ligação de Carlos Bastianello com Giuseppe Bastianello

» Região: Veneto

» Esposa: veio só

» Navio: Mayrink

» País de origem: Itália

» Comuna: Valdobbiadene

» País de origem: Itália

» Pais de Luigi: Francesco Bastianello e Teresa Corado

5 Ramo de Sebastiano, casado com Maria Marchese

Luigi casou aos 40 anos com Giustina Dallarmi, de 28 anos, em Santo André. Foram para Vila Nova. Faleceu em Iriri timirim, em 21 de agosto de 1913.

» Província: Treviso

» Chefe: Luigi

» Região: Veneto

Planta da seção Guiomar, 1888. O lote 1.145 era de Giu seppe Bastianello e o 1.147, de Carlo Bastianello. Acer vo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

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Italiano Giuseppe Bastianello, pai de Angela, Pietro e Angelo, casado com Olimpia Nico. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

Angela Bastianello e seu esposo, Francisco Canzian, e os filhos Ma ria, Marcolino, Mario, Josephina, Helena, Julia, Severino, Assunta e Elvira. Acervo de Silvino Bastianello Canzian.

» Sobrenome italiano: Bastianello

» Sobrenome italiano: Bastianello

» Província: Treviso

» Data de chegada: 25 de fevereiro de 1888

Essas informações são do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, de Geraldo Bastianello, Sebastião Bastianel lo, Agostinho Bastianello e do livro “Do Veneto para o Brasil”, de Douglas Puppin.

» Idade: 39 anos

Italiano Carlo Bastianello, pai de Angelo e bisavô ma terno de Alira Nico Caus. Acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo.

4 Ramo de Luigi Bastianello, casado com Giustina Dallarmi

» Comuna: Valdobbiadene

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

Seus filhos são Antonio (casado com Augusta Dalvi), Francisco (casado com Clementina Paganini), Giovanni (casado com Angela Dalvi), Teresa (casada com Postólico Venturin), Angela (casada com Francisco Canzian), Maria e Justina (estas últimas falecidas ainda crianças).

» Navio: Olinda

» Filhos: Carolina Ambrosina (10 anos) e Pasquale (7 anos)

» Idade: 54 anos

6 Ramo de Luigi Ambrosini e Elisabetta

2 Ramo de Bernardo Ambrosini

3 Ramo de Vicenzo Ambrosini

1 Ramo de Agostino Ambrosini e Maria Nespoli

» Filha: Angela (4 anos)

» Destino: Espírito Santo, Itapemirim, Brasil

» Filhos: Valentino (16 anos), Angelica (14 anos), Maria (12 anos), Vitoria (9 anos), Isidoro (7 anos) e Giovanni (5 anos)

Teresa casou-se com José Roveda; Santa, com Batista Bragato; Stella era solteira; Luigi morreu solteiro, e Pierina casou-se com Ettore Dadalto.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Data de chegada: 18 de dezembro de 1891

casou-se com Maria Delazari. Tiveram os filhos Maria Ambrosim, casada com Adriano Francesco Nico; Izabel Ambrosim, casada com Ilidio Nicoli; Adriano; Domingos Ambrosim, casado com Lurdes Vicentine; Zeca; João; Amabile; Eliur; Valentino, e Francisco Ambrosim, casado com Iolanda.

» Navio: Vittoria

O nome original italiano é Ambrosini. Com o tempo e registros feitos de várias formas em cartórios do Brasil, tornou-se Ambrosin, Ambrosim...

» Chefe: Valentino Ambrosini

5.7 FAMÍLIA AMBROSINI

» Cunhada: Santa Maria (29 anos)

» Idade: 45 anos

» Região: Verona

» Idade: 40 anos

Como Francesco, pai de Sebastiano, tem o mesmo nome do pai de Luigi Bastianello, como vieram da mesma comuna, Valdobbiadene, e foram para o mesmo destino, Alfredo Chaves, é de se supor que Luigi e Sebastiano possam ser irmãos. Outra coincidência é que eles foram morar próximos, na região de Iriritimirim, Vila Nova, São Marcos, no município de Alfredo Chaves.

Os Ambrosim eram de Caxixe, Córrego da Telha, e São Manoel, no Município de Castelo/ES.

» Filhos: Teresa (14 anos), Stella (10 anos), Pierina (6 anos), Santa (4 anos) e Luigi (2 anos)

» Filhos: Luigi (5 anos) e Amalia (menos de 1 ano)

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» Chefe: Sebastiano

4 de Ramo: Giusuè Ambrosini e Raffaela

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de sete famílias de sobrenome Ambrosini que vieram da Itália para o Espírito Santo. Vamos nos ater ao séti mo ramo, que é dos ascendentes de Maria Ambrosim, casada com Adriano Francesco Nico. Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» Data de chegada: maio de 1891

» Irmão: Celeste (38 anos)

» Irmão: Giuseppe: (28 anos)

7 Ramo de Valentino Ambrosini

» País de origem: Itália

Ligação da família Ambrosini com a família Nico: Maria Ambrosim, filha de Isidoro Ambrosini e Maria Delazari, casada com Adriano Francesco Nico, filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

» Filhos: Adelaide (14 anos), Santo Daniota Giacomo (8 anos), Luciola (6 anos) e Giovana (1 ano)

» Irmão: Giovanni Maria (28 anos)

Maria Ambrosim era irmã de Izabel Ambrosim, casada com Ilídio Nicoli. Ilidio era ir mão de Alexandre, Cesar, Constante, Benjamin, os quatro que foram para Minas e mais 11 que ficaram no Espírito Santo.

Maria Ambrosim e Adriano Francesco Nico casaram em 21 de julho de 1928, no muni cípio de Castelo/ES. Ele tinha 23 anos de idade e ela, 20. Depois de casados, Adriano e Ma ria seguiram com a família do pai dele, Antonio Cesare Nico, para Córrego da Conquista, hoje município de Itueta/MG.

Analisando os dados do Arquivo Público, vemos que o ramo de Maria Ambrosim, casada com Adriano Francesco Nico, é esse. Valentino era o pai de Valentino, Angelica, Maria, Vi toria, Isidoro e Giovanni. Veio viúvo de Verona, na Itália, para o Espírito Santo em 18 de de zembro de Isidoro1891.Ambrosini

» Agregado: Giuseppe Volpato (21 anos)

5 Ramo de Angelo Ambrosini e Giuseppina Tognazzo

» Pai: Francesco (82 anos)

» Esposa: Maria Marchese

» Sobrinho: Carlo (1 ano)

Baldon é sobrenome de família de origem na italiana. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existem registros de duas famílias de sobrenome Baldon que vieram da Itália para o Espírito Santo.

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo: 1 Ramo de Giovanni Baldon, casado com Lucia Corcchiello

5.8 FAMÍLIA BALDON

» País de origem: Itália

» Região: Veneto

Maria Ambrosim visitando o irmão Adriano e sua família, Castelo/ES, 1993. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Izabel Ambrosim e seu esposo, Ilidio Nicoli. Acervo da famí lia de Sergio Ambrosim Nicoli.

Maria Ambrosim Nico, irmã Izabel, com o esposo, Ilídio Nicoli, e Iolanda, esposa de Francisco Ambrosim. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Adriano Nico e sua esposa, Maria Ambrosim, com Izabel Ambrosim e o esposo dela, Ilidio Nicoli. Acervo da família de Sergio Ambrosim Nicoli.

Adrialino (Ié), Terezinha, Adriano, Maria, Flordevino (Totó), Valdevino, Antonio e Florentino (Nego). Acervo da família de Adrialino Nico.

Além de pesquisa que fiz junto ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, agra deço a Sérgio (Iá) Ambrosim Nicoli; Adrialino (Ié) Nico; Neia, esposa de Flordevino Nico; Ilda Nicoli Nico, esposa de Valdevino Nico, e Maricilva Covre Nico, esposa de Antonio Nico, pelas valiosas informações.

Brás, Maria Ambrosim Nico, Clarinda, Io landa (esposa de Francisco Ambrosim), Ana e José, região da Fazenda do Centro, Caste lo/ES, 1993. Acervo de Maricilva Covre Nico.

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» Comuna: Padova

Família de Izabel Ambrosim e Ilidio Nicoli. Izabel era irmã de Maria. Acervo da família de Sérgio Ambrosim Nicoli.

Maria Ambrosim Nico, seu irmão Domingo Am brosim e a esposa dele, Lurdes Vicentine. Acervo de Maricilva Covre Nico.

Ligação da família Baldon com a família Nico: Miguel Baldon, filho de Angelo Baldon e Maria Gava, casado com Carolina Nico, filha de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

» Navio: Presidente

Os filhos de Maria Ambrosim e Adriano Francesco Nico eram Valdevino, Flordevino (Totó), Terezinha, Adrialino (Ié), Florentino (Nego) e Antonio Jesus.

Carolina Nico e seu esposo, Miguel Baldon. Acervo da família de Ca rolina Nico Baldon.

» Navio: Presidente

2 Ramo de Francesco Baldon (viúvo)

Miguel Baldon casou no dia 23 de julho de 1932 com Carolina Luigia Nico, na igreja de Santa Luzia, na época município de Resplendor, Minas Gerais. Miguel faleceu com 94 anos de idade.

Ligação da família Malacarne com a família Nico: Verginia Malacarne, filha de Eugênio Malacarne e Maria Marchi, casada com Vitorio Nico, filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Comuna: Tarzo

Malacarne é o sobrenome original italiano. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de uma família de sobrenome Malacarne que veio da Itália para o EspíritoDadosSanto.deregistro

» Idade: 51 anos

Antonio era casado com Domenica Polato (38 anos). Tiveram os filhos Agostino (11 anos), Filomena (9 anos), Angelo (7 anos) e Maria (3 anos).

» Idade: 74 anos

» Idade: 74 anos

» Chefe: Francesco Baldon

Angelo Baldon e Maria Gava. Acervo de Emidio Martins da Silva.

» Data de chegada: 17 de janeiro de 1880

O italiano Angelo Baldon casou-se com Maria Gava. Segundo informou Amilton De Na dai, em 31 de agosto de 2020, os filhos de Angelo Baldon e Maria Gava eram Miguel (casado com Carolina Nico); Antonio (casado com Regina Campo); Francisco (casado com Marieta Braggio); José (casado com Teresa, filha de Ettori Fasolo); João (casado com Inocentina Beni cá); Augustinho (casado com Josephina Giacomelli); Augustinha (casada com Atílio, irmão de Teresa Fasolo) e Maria (Marieta, casada com Paulinho Braggio).

» País de origem: Itália

» Data de chegada: 17 de janeiro de 1880

5.9 FAMÍLIA MALACARNE

» Filhos: Antonio (39 anos)

Carolina Nico e Miguel Baldon tiveram sete filhos: Adélia (casada com Buzzeli), Anair (que morreu ainda criança), Antonio Alair (casado com Teresinha, filha de Furtunato Campo

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

João Baldon tomava conta da venda em Santa Luzia, no cruzamento de quem vai para São Sebastião da Lagoa e Aldeamento. João Baldon e Inocentinha não tiveram filhos.

1 Ramo de Domenico Malacarne e Catterina Fardin

» Chefe: Giovanni Baldon

» País de origem: Itália

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» Região: Veneto

» Comuna: Sant’Elena

» Navio: Presidente

Alice Benicá Baldon, em 31 de agosto de 2020 e 13 de setembro de 2020 confirmou que os filhos de Angelo Baldon e Maria Gava eram Miguel, Antonio, Francisco, Augustinho, José, João, Augustinha e Maria. Um outro filho morreu no Espírito Santo, na construção da linha férrea Leopoldina.

Alice disse:

» Esposa: Lucia Corcchiello

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» Filhos: Angelo (18 anos), Antonio (10 anos) e Agostino (8 anos)

» Região: Veneto

Dall’Orto), Ildo (casado com Alice Benicá), Lurdes (casada com João, filho de Furtunato Campo Dall’Orto), Pedro (casado com Carmelita, filha de Oreste Campo Dall’Orto) e Terezinha (casada com Edson Campo Dall’Orto).

» Esposa: viúvo

Catharina Verginia Malacarne casou-se com Vitorio Nico, no Espírito Santo, no dia 11 de fevereiro de 1939. O registro civil foi feito no cartório do distrito de Vila de Conduru, município de Cachoeiro de Itapemirim/ES. Ela passou a assinar Verginia Malacarne Nico.

» Idade: 39 anos

» Modesta Malacarne casou-se com Luiz Goltara;

» Silvio Malacarne casou-se com Lucia Magri e posteriormente com Ilza Cunha;

A Bertolo Malacarne, filho de imigrante italiano, se deve a fun dação e colonização de São Gabriel da Palha, um dos mais prósperos municípios do estado.

» Ernesta Malacarne, casada com Domingos Antonio Almonfrey.

Filhos de Domenico e Catterina nascidos no Brasil, em Cachoeirinha, Alfredo Chaves:

» Dalmiro Malacarne casou-se com Maria Fuzeri;

Certidão de nascimento do italiano Eugenio Malacarne. Acervo de Altair Malacarne.

» Ana Malacarne casou-se com Pedro Bravim;

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» Virgílio Malacarne casou-se com Joana Pancini;

» Constantino Malacarne casou-se com Rosa Pancote;

» Francisco Malacarne, casado com Etelvina Pacheco e posteriormente com Sebas tiana José de Souza;

Douglas Puppin, em seu livro “Do Veneto para o Brasil”, assim descreveu:

Bertolo tentou fundar a cidade às margens do Rio São José, nas proximidades da Cachoeirinha da Onça. Ali, entretanto, o impalu dismo continuava a fazer vítimas e, por isso, Bertolo foi fundar o po voado no lado oposto de sua propriedade. Doou lotes de terra para a construção da igreja, do cemitério, da Delegacia de Polícia. Malacarne foi vítima de impaludismo.

Foram surgindo várias casas cobertas inicialmente de palha, uma frente às outras e daí a denominação São Gabriel da Palha (1981, p. 480.

Domenico Malacarne e sua espo sa Catterina. Divulgação de Altair Malacarne.

» Esposa: Catterina Fardin

» Filhos: Eugenio (8 anos), Luigi (3 anos) e Bernardo (1 ano)

Os outros filhos de Eugenio Malacarne casaram-se da seguinte forma:

» Maria Luiza Malacarne, casada com Luiz Bergamin;

» João (Joanim) Malacarne casou-se com Genoveva Pasculdan;

Bertolo Malacarne nasceu em 13 de agosto de 1881 em Alfredo Chaves e faleceu em 29 de julho de 1954.

» Chefe: Domenico Malacarne

» Pedro Malacarne, casado com Josephina Piccoli e posteriormente com Sofia Presti;

» Bertolo Malacarne, casado com Modesta Canal;

Eugenio Malacarne Maria Marchi tiveram os filhos Catarina Verginia, Andre, Dalmiro, Modesta, Silvio, Virgílio, João, Constantino, Ana e Giuseppe.

» Idade: 35 anos

» Giuseppe Malacarne casou-se com Judith Greco.

Segundo Douglas Puppin, a família adquiriu os lotes 109 e 946, localizados em Cachoei rinha, município de Alfredo Chaves, em 1º de fevereiro de 1880. Luigi e Bernardo falece ram logo que chegaram ao Espírito Santo. Domenico faleceu em 30 de maio de 1921, com 90 anos de idade.

Catharina Verginia nasceu no distrito de São João, município de Alfredo Chaves/ES, em 26 de novembro de 1911. Era filha de Eugenio Malacarne e Maria Marchi. Na época do casamento, residia em São Vicente, município de Cachoeiro de Itapemirim/ES. Faleceu em 12 de janeiro de 1989. Foi sepultada no jazigo da família de Vitorio Nico, no cemitério de Campo Grande, município de Cariacica/ES.

» Data de chegada: 17 de janeiro de 1880

» Andre Malacarne casou-se com Catarina Calegari;

» Clodomiro (Duque), casado com Adelaide Zorzal;

» Maria (Cotinha) Neroci, casada com Gaetano Nico;

» Nerina (Fia) Neroci, casada com Rosário Zanon;

Neroci e Franchini são sobrenomes de famílias de origem na italiana. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, não existe o registro das famílias Neroci e Franchini.

» Mário (Guiê) Neroci, casado com Eugênia Nico;

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Maria (Cotinha) nasceu em 26 de outubro de 1921 e faleceu em 24 de outubro de 1997, tendo sido sepultada no cemitério de Santa Luzia.

Os filhos de Alberto Neroci e Gema Franchini são:

Bertolo Malacarne. Acervo de Altair Malacarne.

Maria (Cotinha) era filha de Alberto Neroci, nascido em 10 de abril de 1893 e falecido em 30 de agosto de 1948, e Gema Franchini, nascida em 19 de dezembro de 1892 e falecida em 15 de maio de 1970.

Ligação da família Neroci-Franchini com a família Nico: Maria (Cotinha), filha de Alberto Neroci e Gema Franchini, casada com Gaetano Nico, filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Mário (Guiê), irmão de Cotinha, casado com Eugênia Nico, filha de Eugênio Nicoli e Regina Nico.

Pedro Malacarne, esposa e filhos. Acervo de Altair Malacarne.

Maria (Cotinha) casou-se com Gaetano Nico em 30 de setembro de 1939. Eles tiveram os filhos José Adegard Nico, casado com Ana (Anita) Antonieta Caus; Maria Mercedes Nico, e Rosa Gema Nico, casada com Francisco Lúcio Teixeira Sampaio.

» Senhorinha (Pachota) Neroci, solteira.

Família de Francisco Malacarne, 1944. Acervo de Altair Malacarne.

Mário (Guiê) Neroci casou-se com Eugênia Nico. Eles tiveram os filhos Aparecida e AlbertoAlberto(Berto).Neroci, casado com Gema Franchini, tinha as irmãs Nerina e Fúlia. Angelo Fran chini e Adolfa (Delfina) Dall’ Occhi casaram na Itália e lá tiveram os filhos Gema Franchini,

Senhorinha (Pachota) Neroci fez 95 anos de idade em 6 de fevereiro de 2020. Ela nasceu em 1925.

Diógena Malacarne entrega o arquivo de Bertolo Malacarne ao Arquivo Pú blico do Estado do Espírito Santo. Acervo de Altair Malacarne.

Sentados, a partir da esquerda: Domenico Malacarne, Catterina Fardin, Eugenio Malacarne, Maria de Marchi e família, 1920. Acervo de Altair Malacarne.

Pachota Neroci, filha de Alberto Neroci e Gema Franchini, assim explicou: Desembarcaram no Rio de Janeiro e se dirigiram para Palma, São Francisco do Glória e Carangola/MG. Papai, tio Arthur e tio Artheme casaram em São Francisco do Glória. Fomos batizados em São Francisco do Glória. Papai e tio Arthur mudaram de Carangola para San ta Angélica, perto de Quatituba na propriedade de Beppe Venturin. Depois mudamos para a Conquista (eu tinha uns 20 anos). Tio Arthur mudou para Santa Cruz e Cuparaque, no norte de Resplendor. Tio Luiz e tio Artheme ficaram em Carangola.

Vitorio Nico e sua esposa, Verginia Ma lacarne, filha de Eugenio Malacarne. Acervo da família de Vitorio Nico.

5.10 FAMÍLIA NEROCI-FRANCHINI

Alberto Neroci e Gema Franchini. Acervo da família de Cotinha Neroci Nico.

Casamento de Gaetano Nico e Maria (Cotinha) Neroci. Acer vo da família de Gaetano Nico.

Nós morávamos em Santa Angélica, na propriedade dos Venturin. Trabalhamos para Beppe (José) Venturin. Gaetano Nico conheceu Cotinha lá em Santa Angélica. Depois, parte da proprie dade passou para os Cremasco. Moramos vários anos em Santa Angélica. Viemos de Carango la para Santa Angélica e de Santa Angélica para a Conquista, onde estamos até hoje. Meu pai morreu aqui. Gaetano casou com Cotinha e depois nos trouxe para a Conquista.

Alberto Neroci e Gema Franchini. Acervo da família Neroci-Franchini.

Eugênia Nico e Mário (Guiê) Neroci. Acervo da filha Aparecida Neroci Martins. Gisberto Franchini e sua esposa, Helena. Acervo da família de Gisberto Franchini.

Reinaldo Franchini nasceu em 19 de maio de 1917. Mora em Quatituba, próximo da casa que era de Antonio Caus, onde eu nasci, que hoje pertence a seu irmão Arquimedes (Iote) Caus.

Os velhos antigos eram dureza. Meu pai também não era flor que se cheira, não, pelo amor de Deus. Meu pai olhava para nós, e não ficava nenhum perto.

Como Pachota nasceu em 1925, então a mudança de Carangola para Santa Angélica foi por volta de 1932.

Artheme Franchini era casado com Nerina, irmã de Alberto Neroci, esposo de Gema. Geraldo era filho de Artheme Franchini e Nerina Neroci. Geraldo nasceu de manhã e sua mãe, Nerina, faleceu à noite. No mesmo dia, Gema e Alberto assumiram a criação de Ge raldo. Geraldo Franchini morava na Conquista com a família Neroci. Nasceu em 8 de de zembro de 1915 e faleceu em 17 de março de 2008. Está sepultado no jazigo da família Ne roci-Franchini, no cemitério de Santa Luzia, Itueta/MG.

Luiz Franchini veio com 15 anos; Artheme Franchini, com 13; Arthur Franchini, com 10 e mamãe, Gema Franchini, veio com quatro. O papai, Alberto Neroci, veio com sete anos. O pai da minha mãe se chamava Angelo Franchini, casado com Delfina Dall’Ochi. O pai de papai se chamava Valentino Neroci, casado com Mariana Bachelli.

Os filhos de Luiz Franchini são Caetano, Hercilio, Milton, Malha, Sofia, Dilina, Idalina e as trigêmeas Fé, Esperança e Caridade.

Em 10 de outubro de 2020 Pachota completou: Papai, Alberto Neroci, e toda família mudaram de Carangola/MG para Santa Angélica/MG. Veio também Arthur Franchini, irmão de mamãe. Eu tinha sete anos e Nerina, minha irmã, oito meses de idade. Eu tinha uns 20 anos quando mudamos para a Conquista.

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Arthur, Artheme e Luiz. É possível que tenha ficado outro filho na Itália, de nome Ettore. São da região de Bolonha.

Não lembro da data em que mudamos para a Conquista. Quando papai morreu, a Nerina (Fia), minha irmã, tinha uns 15 anos. O papai tinha uns dois anos que morava aqui. Morreu em 1948.

Faço aniversário no dia 6 de fevereiro.

Segundo Pachota:

Artheme e Nerina tiveram os filhos Gisberto (João Lelé), Rosa, Abílio, Sebastião e Geraldo. Artheme casou-se novamente com sua cunhada Fúlia. Nerina, irmã de Fúlia tinha fale cido. Tiveram os filhos Valdemar (Farapo), Geraldo Magela (Baiota), Maria (Fiota) e Cirena. Nerina e Fúlia eram irmãs de Alberto Neroci.

Pachota, em 20 de outubro de 2019, na sua casa no Córrego da Conquista, disse sobre a vinda da família Neroci-Franchini para região de Quatituba:

Arthur, com 28 anos de idade, casou-se com Maria Cirelli em abril de 1916. Arthur, por tanto, nasceu em 1888. Eles tiveram os filhos Reinaldo (casado com Ambrosina Venturin), o mais velho; Minervina (casada com Domingos Venturin); Vicente; Mileninha; Ilda; Geni; Olinda; João; Adelina, e Luiz.

Além de pesquisa que fiz, externo meus agradecimentos por valiosas informações a Pachota Franchini Neroci, Rosa Gema Nico Sampaio (filha de Cotinha Neroci e Gaetano Nico) e Carmem Venturin (filha de Domingos Venturin e Minervina Franchini).

» Idade: 40 anos

2 Ramo de Giuseppe BERGAMI e Maddalena

» Chefe: Tomaso Bergami

» Chefe: Giuseppe Bergami

» Data de chegada: 17 de janeiro de 1880

» Chefe: Giacomo Bergamin

» Data de chegada: 13 de novembro de 1876

» Navio: Clementina

» Comuna: Fonte

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Idade: 49 anos

4 Ramo de Francesco BERGAMINI e Clarice

» Idade: 40 anos

» País de origem: Itália

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Região: Lombardia

» Região: Emilia-Romagna

5 Ramo de Giacomo BERGAMIN e Lugia

» País de origem: Itália

» Comuna: Soncino

» Comuna: Felonica

1 Ramo de Tomaso BERGAMI e Rosa

» Navio: Clementina

» Filhos: Giovanni (21 anos) e Carlo (19 anos)

» Idade: 40 anos

» Comuna: Romano de Lombardia

» Esposa: Clarice Modenesi

» Filhos: Carlo Francesco (3 anos) e Lucia (1 ano)

» Esposa: Luigia Teresa Fachin

» Idade: 47 anos

» País de origem: Itália

» Chefe: Giovanni Bergamini

Ligação da família Bergamin com a família Nico: Tereza ( Terezinha) Bergamin, filha de Antonio Guerino Bergamin e Carmelia Ton, casada com Jorge Nico, filho de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin. Bergami, Bergamin e Bergamini são sobrenomes de famílias de origem italiana No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, há o registro de duas famílias de sobrenome Bergami, uma família Bergamin e duas famílias Bergamini que vieram da Itália para o Espírito Santo.

» Idade: 32 anos

» Data de chegada: 29 de setembro de 1891

» Chefe: Francesco Bergamini

» Filhos: Italia (11 anos), Angelo (6 anos) e Fermo (1 ano)

3 Ramo de Giovanni BERGAMINI e Giuseppa

» Data de chegada: 25 de janeiro de 1877

» Região: Lombardia

» Navio: Adria

» Idade: 34 anos

» Navio: Presidente

» Esposa: Maddalena Omassi

» País de origem: Itália

» Idade: 45 anos

5.11 FAMÍLIA BERGAMI / BERGAMIN / BERGAGAMINI

» Região: Veneto

» Destino: Espírito Santo, Santa Cruz, Brasil

» País de origem: Itália

» Idade: 45 anos

» Data de chegada: 08 de março de 1878

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» Esposa: Rosa Maria

» Esposa: Giuseppa Tognoli

O ramo de Tereza, casada com Jorge Nico, é o de Giacomo Bergamin e Luigia Teresa Facchin.

» Idade: 24 anos

» Região: Lombardia

» Comuna: Codigoro

» Navio: Ester

2 Ramo de Pietro Fasolo, casado com Teresa Zardini

» Data de chegada: 29 de setembro de 1891

1 Ramo de Sante Fasolo, casado com Angela

» Esposa: Angela

» Filhos: Amalia (6 anos), Maria (3 anos) e Giuseppina (menos de 1 ano)

Ligação da família Fasolo com a família Nico: Santo Fasolo Neto, filho de Giuseppe Fasolo e Josephina Lorenzoni, casado com Rosa (Rosinha) Nico, filha de Primo Nico e Madalena Costalonga.

» Chefe: Pietro Fasolo

» Data de chegada: de novembro de 1894

Família Bergamin, a partir da esquerda: Francis co; Maria; Antonio Bergamin; sua esposa, Car melia Ton; Tereza, e Santo. Sentados: Giuseppe e Giacomo. Acervo de Marlene Nico Giacomin.

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» País de origem: Itália

5.12 FAMÍLIA FASOLO

Santo Fasolo Neto nasceu em 9 de março de 1920 e faleceu em 14 de junho de 1994. Era filho do italiano Giuseppe e neto de Sante Fasolo e Clotilde Tronca.

» Idade: 31 anos

Os filhos de Terezinha e Jorge Nico são Josias, Maria do Carmo e Marlene.

» Navio: Las Palmas

» Comuna: Fumane

Terezinha casou-se com Jorge Nico em Resplendor, Minas Gerais, em 10 de fevereiro de 1940. Ela nasceu em Matilde, município de Alfredo Chaves, Espírito Santo, em 1º de junho de 1916, filha de Antonio Guerino Bergamin e Carmelia Ton.

» Destino: Espírito Santo, Vitória, Brasil

» Destino: Espírito Santo, São Mateus, Brasil

» Navio que vieram: Adria

Terezinha era mais conhecida por Tereza Bergamin.

» Idade: 44 anos

Antonio Guerino Bergamin, pai de Tereza, era filho de Giacomo Bergamin e Luigia Teresa Facchin. Os filhos de Giacomo Bergamin e Luigia Teresa Fachin, conforme registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, eram os italianos Lorenzo, Beniamino, Maria, Luigi e Massi mo e o brasileiro Antonio Guerino, pai de Tereza.

» Região: Veneto

Tereza Bergamin e Jorge Nico. Acervo da família de Josias Nico.

» Região: Veneto

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» País de origem: Itália

Fasolo é sobrenome de família de origem na italiana. No Brasil, também se escreve Fa zolo, com Z. Para unificar, escreveremos Fasolo conforme o sobrenome italiano.

Infelizmente, durante o período em que eu estava escrevendo este livro, Tereza faleceu, aos 104 anos de idade, em Nova Almeida, município da Serra/ES, dia 22 de setembro de 2020. Foi sepultada no dia 23, no cemitério Jardim da Paz, na Serra/ES. Conforme era seu desejo, levou consigo, para a eternidade, um terço, a fita do Apostolado de Oração, um escapulário e uma medalha que era de sua avó. Compareci ao velório dessa tia querida.

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de quatro famílias de sobrenome Fasolo que vieram da Itália para o Espírito Santo.

» Chefe: Sante Fasolo

» Filhos: Lorenzo (11 anos), Beniamino (9 anos), Maria (4 anos), Luigi (3 anos) e Massimo (1 ano)

Santo Fasolo Neto casou-se com Rosa (Rosinha) Nico por volta de 1946 na igreja. No cartó rio, o registro foi feito em 22 de outubro de 1962. Eles tiveram os filhos Antonia, Natalino, Elias, Olívio, José do Carmo, Maria Auxiliadora, Ana Célia e Fernando.

» Idade: 31 anos

Os pais de Giacomo Bergamin eram Lorenzo Bergamin e Angela. Pelo lado materno, os avós de Tereza eram Giuseppe Ton e Celeste Bressan.

» Data de chegada: 5 de agosto de 1895

» Idade: 36 anos

» Província: Vicenza

» Filha: Luigia (2 anos)

» Chefe: Luigi Fasolo

» País de origem: Itália

» Esposa: Regina

Observação: os ramos 3 e 4, das famílias de Luigi e Sante, vieram da mesma província de Vicenza, no mesmo dia, no mesmo navio e foram para o mesmo lugar, Alfredo Chaves. Fernando, filho de Santo Fasolo Neto e Rosinha Nico, informou que:

O italiano Augusto Fasolo, filho de Sante e Clotilde Tronca, era pai de Honório, João, Anto nio, Fiorim e Honória, casada com Giacomelli.

» Esposa: Teresa

» Idade: 35 anos

O italiano José (Giuseppe) Fasolo, filho de Sante e Clotilde, era o pai de Santo Fasolo Neto, casado com Rosinha Nico; Luiz; Angelim; Antonio; José; Domingos; Ricardo, e das gêmeas Ana e Cisira. Luiz era o dono da venda de Santa Luzia, em frente à igreja.

3 Ramo de Luigi Fasolo, casado com Regina Fiorin

» País de origem: Itália

» Província: Vicenza

» Região: Veneto

» Filho, nora e netos: Giuseppe (43 anos), Angela Leonardi (42 anos), Augusto (16 anos), Ernesto (13 anos), Giovanni (13 anos), Luigi e Giulio (11 anos), Augusta (9 anos), Emi lio (5 anos) e Elisabetta

» Comuna: Castegnero

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Navio: Matteo Bruzo

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

Venda de Luiz Fasolo em Santa Luzia. Acervo de Emi dio Martins da Silva.

» Data de chegada: 5 de agosto de 1895

Antonio Fasolo, nascido no Brasil, era filho dos italianos Sante e Clotilde Tronca. Casou-se com Deolinda de Paula e foram pais de Aristides, Artur, Clotilde, Lucia, Rosalina, Rita, Angelina e Clementina, esposa de Zeferino Campo Dall’Orto.

» Região: Veneto

» Idade: 29 anos

» Navio: Matteo Bruzo

Sede da propriedade de Giuseppe Fasolo, pai de Santo Fasolo Neto, em Santa Luzia. Acervo da família de Santo Fasolo Neto.

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» Comuna: Longare

Sante, patriarca dos Fasolo. Acervo de Emi dio Martins da Silva. Santo Fasolo Neto, esposa de Rosinha Nico, e o filho Fernando. Acervo da família de Santo Fasolo Neto.

» Idade: 66 anos

» Esposa: Clotilde

O italiano Ettore Fasolo, filho de Sante e Clotilde Tronca, era pai de Vitorio; Pedro; Atílio; Mário; Elvira, esposa do Gentil Dalfior; Teresa, casada com José Baldon, irmão de Miguel Bal don; Carmem, casada com Anquilino Baldon, e Maria, casada com João Bonicenha.

» Chefe: Sante Fasolo

4 Ramo de Sante Fasolo, casado com Clotilde Tronca

» Idade: 68 anos

» Filhos: Ettore (10 anos), Augusto (6 anos), Giuseppe (3 anos) e Regina (1 ano)

» No Brasil, nasceram Elvira, casada com Cesar Benicá, e Antonio.

» Data de chegada: abril de 1883

Portanto João Bravin foi para Quatituba/MG entre os anos 1927 e 1928. A ida de Jerônimo Bosser para Minas aconteceu alguns anos depois da ida de João Bravin.

Casou com Osvaldo Bosser, filho de Sebastião Bosser e Maddalena Puzziol, que veio viúva da Itália em 1883, no navio La France, ela com 56 anos e o Osvaldo com 15. Vieram no mesmo vapor que trouxe os Puppin.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

Anna Coman era chamada de Nina. Ela fazia compras no Cristo, e várias vezes eu a acompanhava até depois da mata escura. Eu gostava muito dela e admirava – até mesmo cobiçava – o cabo da sombrinha que sempre carregava. Era todo fabricado em madrepérola. No seu enterro, carreguei a cruz da sua casa à igreja do Cristo. Ela morava onde hoje vive o Pequeno Modolo. Quem fez o buraco para enterrá-la foi o Aurélio Fuzato. Foi rezado o Officio dei Morti e, depois, o Paulo Puppin fez soar o sino e o corpo foi levado para o cemitério. Eu, e muito mais o tio Aurélio, é que cobri a Annasepultura.Coman Bosser e Osvaldo Bosser tiveram os filhos Sebastião Bosser, casado com Helena Dalacenda; Antonia Bosser, casada com João Pagoto; Jerôni mo Bosser, casado com Fortunata Bravin Donadel; Antonio Bosser, casado com Amabile Puppin; José Bosser, casado com Maria Ragazzi; Angelo Bosser, solteiro; Izidoro Bosser, casado com Iraci Del Puppo; Maria Bosser, solteira; Joana Bosser, casada com Benedito Rosalém, e Madalena Bosser, casada com Joaquim Hupper. Osvaldo foi enterrado em São Domingos.

» Provincia: Pordenone

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» Idade: 56 anos

Em 15 de outubro de 2020, Nelson Bravin, filho de João Bravin, informou-me que seu pai, João Bravin, levou Jerônimo Bosser e sua irmã Fortunata Bravin para Quatituba/MG. Inicialmente, trabalharam na sua propriedade e mais tarde compraram uma proprieda de na Conquista. Disse que Jerônimo era um homem muito trabalhador.

» Chefe: Maddalena Pusiol Bosser

Nelson, o filho homem mais velho de João Bravin e Dolores De Nadai, tem 96 anos de idade. Tinha pouco mais de um ano de idade quando seu pai se mudou para Minas.

» Navio que vieram: La France

Jazigo de Sante Fasolo e Clotilde Tronca. Foto de Cel so Luiz Caus.

Ligação da família Bosser com a família Nico: Irma Bosser, filha de Jerônimo Bosser e Fortunata Bravin, casada com José Nico, filho de Julio Nico e Amabile Cremasco.

Irma Bosser casou-se com José Nico em julho de 1954. Eles tiveram os filhos Amabile, Pe nha, Lucineia, Jonaci e Jonacira.

» Comuna: Polcenigo

Casa de Augusto Fasolo, pai de Honório, em Santa Luzia. Acer vo de Emidio Martins da Silva.

» País de origem: Itália

Bosser é sobrenome de família de origem italiana. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de uma família de sobrenome Bosser que veio da Itália para o Espírito Santo.

5.13 FAMÍLIA BOSSER

» Região: Friuli Venezia Giulia

» Filho: Osvaldo (15 anos)

Maddalena Pusiol Bosser, viúva de Sebastião Bosser, com o filho Osvaldo

Osvaldo Bosser nasceu em 13 de maio de 1868 e faleceu em 11 de março de 1957. Foi se pultado no cemitério de São Domingos do Norte/ES. No mesmo túmulo estão Ângelo Bos ser, que nasceu em 6 de junho de 1905 e faleceu em 16 de agosto de 1976; Antônio Bosser, que nasceu em 12 de junho de 1899 e faleceu em 20 de julho de 1987, e Amabile Puppin, esposa de Antônio, que nasceu em 12 de maio de 1902 e faleceu em 2 de agosto de 1986.

Segundo Douglas Puppin, em seu livro “La Terra Promessa” (2013, p. 72-73, Anna Coman Bosser, nascida em 4 de maio de 1947, era filha de Girolamo Coman e Giovanna Caldana. Veio da Itália com 11 anos de idade. Morava no Ribeirão do Cristo e foi uma das primeiras famílias do Cristo.

Carmelita, filha de Oreste Campo Dall’Orto e Ana Cremasco, casou com Pedro, filho de Carolina Nico e Miguel Baldon. Eram pais de Penha; Oreste (Nego), ex-prefeito de Itueta; Marta; Rita; José Maria; Lucio, e Ozana.

Juvelina, filha de Silvino Campo Dall’Orto e Teresa Grobério, casou-se com Amério, filho de Antonio Nico e Angelina Andreon, no dia 22 de janeiro de 1954, no Córrego Ba nanal, distrito de Santa Rita do Itueto, na época pertencente ao município de Resplen dor. Eles tiveram os filhos Paulo Roberto Nico (o mais velho), Gorethe da Penha Nico, Edna Aparecida Nico e Marinete de Fátima Nico. Juvelina faleceu em 28 de fevereiro de 2010, em Edson,Vitória/ES.filhodeOreste Campo Dall’Orto e Ana Cremasco, casou-se com Teresa, filha de Carolina Nico e Miguel Baldon. Nasceu em 4 de abril de 1940 e faleceu em 2 de julho de 1982, tendo sido sepultado no cemitério de Santa Luzia/MG. Eles tiveram as filhas Nete, Olisonete, Fátima e Elisa.

Mesmo que em cartórios do Brasil tenham ocorrido variações e mudanças de registros, manteremos, neste livro, o sobrenome dos descendentes dos dois ramos de famílias Campo Dall’Orto, conforme é a origem dos imigrantes que vieram da Itália.

No terceiro ramo, de Carlo Campo Dell’Orto e Anna Stefan, não encontrei casamento de algum deles com a família Nico.

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, há o registro de duas famílias de so brenome Campo Dall’Orto e uma família de sobrenome Campo Dell’Orto que vieram da Itália para o Espírito Santo.

DALL’ORTO: RAMO PIETRO

Segundo Douglas Puppin, em seu livro “Do Veneto para o Brasil”, os Campo Dall’Orto e os Campo Dell’Orto eram primos na Itália.

5.14 FAMÍLIA CAMPO

Túmulo, em São Domingos do Norte, de Osvaldo Bosser, os filhos Antonio e Angelo e a nora Amabile Puppin. Acervo de Penha Nico.

Ligação do ramo Pietro da família Campo Dall’Orto com a família Nico: Maria (Maricota), filha de Orestes Campo Dall’Orto, casada com Américo Nico, filho de Antonio Nico. Juvelina, filha de Silvino Campo Dall’Orto, casada com Amério Nico, filho de Antonio Nico. Edson, filho de Orestes Campo Dall’Orto, casado com Teresa Nico Baldon, filha de Carolina Nico e Miguel Baldon. Carmelita, filha de Oreste Campo Dall’Orto, casada com Pedro Nico, filho de Carolina Nico e Miguel Baldon.

Irma Bosser, filha de Jerônimo e Fortunata, nasceu em Araguaia/ES em 1937. Portanto Jerônimo Bosser se mudou para Minas após o nascimento de Irma.

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Maria (Maricota), filha de Oreste Campo Dall’Orto e Ana Cremasco, casou-se com Amé rico, filho de Antonio Nico e Angelina Andreon, na igreja de Quatituba/MG. Eles tiveram os filhos Teresa, José Antônio, Ana Maria, Fátima e Orlando, filho de criação.

Dim, Bila, Fortunata Bravin, Luci, Jerônimo Bos ser, Irma, Muci, Nair, Armando e Isaura. Acervo da família de Jerônimo Bosser.

José Nico e Irma Bosser. Acervo de José Nico.

Osvaldo Bosser, Anna Coman e filhos. Acervo de Douglas Puppin, no livro “La Terra Promessa”.

» Chefe: Carlo

» Teresa casou-se com Antonio Alair Nico Baldon.

De acordo com Douglas Puppin, em seu livro “Do Veneto para o Brasil”, os Campo Dall’Or to vieram da província de Treviso, na Itália. Vieram para o Brasil divididos em partes e eram primos entre si. Vieram as famílias de Carlo, de Valentino, de Nicolao e de Donato. Instalaram-se em terras no município de Alfredo Chaves e Rio Novo: Valentino, em Ma ravilha, Alfredo Chaves; Nicolao, no Quarto Território, e Donato, em São João de Alfredo Chaves. Segundo o autor, não foram suficientemente localizadas as famílias de Donato e de Nicolao e, por isso, elas não foram estudadas em seu livro.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Navio: Alice

Italina Campo Dall’Orto casou-se com Leonardo Bonisenha. Eles tiveram os filhos Edu virges, Jovelino, Silvino, Jocelino, Aparecida, Carolina, Maria Alice, Alva e Pasquina.

Silvestre Campo Dall’Orto casou-se com Maria Darci, e eram pais de Flores, Antonio, Pedro, Teresinha, Odeti e Deosdete.

» Data de chegada: 9 de janeiro de 1888

» Filhos italianos: Pietro (5 anos), Maria (3 anos) e Antonio (1 ano)

» Navio: Giulio Mazzino

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Data de chegada: 6 de maio de 1880

Pietro (Pedro) casou-se com Carolina Largura; Maria, com Pietro Sartori; Antonio, com Maria Brusiguelli; Abramo, com Francisca Gava, e Gioconda, com Pedro Fiorido. Celestina faleceu com 10 anos, e Elisa faleceu em 1897.

Filhos de Pietro (Pedro) Campo Dall’Orto e Carolina Largura: Silvestre, Rosalina, Pal mira, Ernesto, Silvino, Orestes, Rosa, Genesio e Italina. Eles foram para a região do Córrego Bananal, hoje pertencente ao município de Santa Rita do Itueto/MG.

» Filhos: Pietro Celeste (15 anos), Luigi (12 anos), Vitoria (10 anos), Giuseppe (6 anos), Giuditta (3 anos) e Giovanni (1 ano)

» Região: Veneto

» País de origem: Itália

» João casou-se com Lurdes Nico Baldon (ele foi prefeito de Itueta);

» Idade: 34 anos

» Chefe: Valentino

» Esposa: Anna

» Idade: 39 anos

2 Ramo de Valentino Campo Dall’Orto e Giacomma Dell’Ucca

» Idade: 29 anos

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Orestes Campo Dall’Orto casou-se com Anna Cremasco. Eles foram pais de Zeferino; Pedro; Edson (casado com Teresa Nico Baldon); Silvério; Maria (Maricota), casada com Américo Nico; Delir; Carmelita (casada com Pedro Nico Baldon); Zulmira; Alverina, e Zélia.

Silvino Campo Dall’Orto casou-se com Teresa Grobério. Eram pais de Marciano, Cas siano, Jaime, Silvio, Pedro, Zequinha, Antonio Dimas, Juvelina (casada com Amério Nico), Marcelina, Carolina, Elisabete, Maria das Graças e Terezinha.

Genésio Campo Dall’Orto casou-se com Ozilia Busato, com quem teve os filhos Raul, Reny, Renilda, Rita, Ruthe e Isabel.

Na pesquisa deste livro, consegui localizar a família do italiano Donato Campo Dall’Or to por meio de seus descendentes que mudaram para o município de Itueta/MG. Encontrei também o ramo de Nicolao. Os descendentes de Donato casaram com os seguintes Nico:

» Comuna: Vitorio Veneto

Os registros feitos em cartórios acabaram diversificando os sobrenomes. Atualmente, encontram-se as grafias Campo Dall’Orto, Campo Dell’Orto, Campo Dal’orto, Campo Del’or to, Campo Dallorto e Campo Dellorto. Da mesma forma que aparecem muitas variações em Dall’Orto e Dell’Orto, também ocorre alteração em Campo, aparecendo muitas vezes no plural, Campos.

» Esposa: Giacomma Dell’Ucca

» Filhos nascidos no Brasil: Abramo, Gioconda, Celestina e Elisa

» Maria Campo Dall’Orto casou-se com Pedro Nico, filho de Julio Nico;

O pai de Valentino era Antonio Campo Dall’Orto, e a mãe, Maria Boteon. Valen tino faleceu em 14 de dezembro de 1914, com 69 anos, e Giacomma faleceu em 30 de janeiro de Valentino1920.Adquiriu,

» País de origem: Itália

» Comuna: Vitorio Veneto

na data de 21 de julho de 1889, em Maravilha, município de Alfredo Chaves, o lote número 329 pela quantia de R$ 120$000.

» Embarcaram em Gênova, chegaram ao Rio de Janeiro, na Ilha das Flores. Do Rio de Janeiro, seguiram para Benevente e daí para São Marcos, município de Alfredo Chaves.

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo: 1 Ramo de Carlo Campo Dell’Orto e Anna Stefan

» Idade: 43 anos

» Região: Veneto

Casarão do italiano Pietro Campo Dall’Orto, que depois pas sou para o filho Silvino, no Bananal, Santa Rita do Itueto/ MG. Acervo da filha Marcelina.

Ernesto Campo Dall’Orto casou-se com Idalina Vetorazze, com quem teve os filhos José, Carmen, Elídia, Carlos, Maria, Norival e Assunta.

Tinha ainda a Sidneia (Neia), casada com Flordevino (Totó) Nico. Era filha de criação de meus pais, Silvino e Teresa, desde os dois anos de idade até se casar. Os pais de Neia eram Hen rique Martins e dona Elisa. Neia era gêmea de Sidnei e tinha ainda as irmãs Maria e Edite. O pai de Neia trabalhava para a família Campo Dall’Orto. Era irmão do senhor Martins, que foi colono de Gaetano Nico, na Conquista. O pai de Neia veio do Rio de Janeiro para primeiramente trabalhar na fazenda da família Moraes / Cazuza.

As moças mais bem vestidas na região eram as irmãs Alira e Deolinda Nico, filhas de Luiz Nico, e a prima delas, a Terezinha, filha de Adriano Nico. Quem costurava as roupas para elas era a dona Maria Seixas Sampaio.

Palmira Campo Dall’Orto casou-se com José Bergamin. Eram pais de Marlene, Carmen, Elvécio, Aparecida e Maria.

Papai acabou comprando a outra parte, que era a sede da propriedade dos Moraes / Cazu za com o antigo casarão, dos Moraes, e esse ainda está lá de pé. Papai passou a parte da pro priedade que tinha o casarão dos Moraes para meus irmãos Cassiano e Silvio. Hoje, pertence ao filho do Elias Campo Dall’Orto, do ramo de Fortunato, da Conquista.

Família de Silvino Campo Dall’Orto e Teresa Grobério. Acervo da filha Marcelina.

Em 24 de Janeiro de 2021, Marcelina Campo Dall’Orto me confirmou o nome dos irmãos e acrescentou mais um. Disse Marcelina:

Maria (Maricota) Campo Nico. Acervo de Celso Luiz Caus.

Marcelina Campo Dall’Orto, filha de Silvino Campo Dall’Orto, me informou ainda:

Lembro que o patriarca dos Moraes se chamava Manoel (Maneca) e ele tinha um filho que chamavam de Doutor Cazuza, casado com dona Arminda. Doutor Cazuza, como o chamavam, era quase médico formado. Tinha vários filhos e filhas, e me lembro de alguns, como o Dalton, Rubens, Julio, Dalva e Diva, casada com Doutor Amantino. Tinha um filho de criação que cha mavam de Nego Moraes.

Escolinha na fazenda de Silvino Campo Dall’Orto, no Bananal, Santa Rita do Itueto/MG. Acervo da filha Marcelina.

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Rosa Giacomma Campo Dall’Orto casou-se com Bortolo Dalfior. Eles tiveram os filhos Maximiano, Gilda, Armando, José, Hilda, Pedro, Suzana e Judite.

Meu avô, o italiano Pietro (Pedro), comprou a propriedade no Bananal da família Zuquetto, que tinha um bispo. Antes, a propriedade era de uma família de negros de sobrenome Dentim, que trabalhou para os Moraes / Cazuza. O casarão onde todos nós nascemos já existia quan do vovô Pedro veio do Espírito Santo para comprar essa propriedade no Bananal por volta de 1928. Esse casarão não existe mais, só por foto.

Marcelina ainda informou:

Juvelina Campo Nico. Acervo de Edina Nico.

Casarão do italiano Pietro Campo Dall'Orto, no Bananal. Funeral de Pietro. Acervo de Edina Nico, neta Antonio Nico.

Rosalina Campo Dall’Orto casou-se com Adolfo Rigo. Foram pais de Cecília (casada com Arquimedes Caus), Mário (casado com Odilia Beninca, Odete (casada com Brás Zor zal), Emília (casada com Zezinho Cremasco), Maria (casada com Pedro Cremasco) e Tercília (casada com Brás Beninca).

Edson Campo Dall'Orto, sua esposa, Te resa, e filhas. Acervo da família de Édson Campo Dall’Orto.

» Data de chegada: 31 de maio de 1879

» Navio: Presidente

Antonio Campo Dall’Orto tinha propriedade em Santa Luzia, perto dos Baldon. Como ele ficou viúvo, os avós buscaram Mario para ser criado com eles no Espírito Santo. Aos 17 anos de idade, Mario, após falecimento dos avós, voltou ao município de Itueta/MG acompanhando seu irmão Severino, que era casado. Eles foram trabalhar na virada para Santa Angélica, como meeiros de Antonio Nico, casado com Angelina Andreon. Depois, foram trabalhar com Angelin Cesconetto, na Conquista. Os outros irmãos de Mario, in clusive Severino, foram para Nova Venécia e São Gabriel da Palha.

Serraria na fazenda da família de Oreste Campo Dall’Orto, Santa Rita do Itueto. Acervo da família Campo Dall’Orto.

Um dos filhos de Nicolao, chamado Antonio Campo Dall’Orto e casado com Maria Saluti, mudou para Minas. Antonio e Maria eram os pais de Maximiniano, Severino, Al berto, Ana, Maria, Dozolina e Mario. Maria Saluti faleceu em Minas, no parto de Mario.

Lembro-me de Mario desde quando eu era criança. Ele era jogador de futebol de Quatituba e Santa Luzia. Mario e Adelir são compadres de meus pais, Antonio Caus e Alira Nico

» Idade: 43 anos

» País de origem: Itália

» Filhos: Giovanni (14 anos), Angelo (12 anos), Arnaldo Osvaldo (11 anos), Antonio (8 anos) e Domenico (3 anos)

DALL’ORTO: RAMO DONATO

» Esposa: Antonia

Em seguida, com a mudança do irmão Severino para o norte do Espírito Santo, Mario foi junto, mas voltou e passou a morar na Conquista, na casa de Fortunato Campo Dall’Or to. Ali conheceu Adelir, filha de Máximo Cesconetto e Rosa Sossai, com quem se casou.

» Chefe: Donato

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» Destino: Espírito Santo, Itapemirim, Brasil

Ligação da família Campo Dall’Orto com a família Nico. Maria Campo Dall’Orto, filha de Fortunato Campo Dall’Orto e Francisca Buzzeli, casada com Pedro Nico, filho de Julio Nico e Amabile Cremasco. João Campo Dall’Orto, irmão de Maria, casado com Lurdes Nico Baldon, filha de Carolina Nico e Miguel Baldon. Teresa, irmã de Maria e de João Campo Dall’Orto, casada com Antonio Alair Nico Baldon, filho de Carolina Nico e Miguel Baldon. Apresentamos separadas as famílias do ramo de Donato Campo Dall’Orto e do ramo de Pie tro Campo Dall’Orto porque são famílias distintas. Descendentes de Donato se localizaram no Córrego da Conquista, município de Itueta, e descendentes de Pietro se localizaram no Bananal, perto dos Benicá, município de Santa Rita do Itueto. Como as duas famílias têm várias ligações matrimoniais com os Nico, optamos por apresentá-las separadamente para ajudar na compreensão.

5.15 FAMÍLIA CAMPO

Segundo Adelir Cesconetto Campo Dall’Orto, pela afinidade entre as famílias de Do nato e Nicolao, é muito provável que eram irmãos.

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo: Ramo de Donato Campo Dall’Orto e Antonia Deprá

» Região: Veneto

» Idade: 44 anos

Maria Campo Dall’Orto casou-se com Pedro Nico, filho de Julio Nico; João casou-se com Lurdes Nico Baldon e foi prefeito de Itueta, e Teresa casou-se com Antonio Alair Nico Baldon. Consegui localizar parte da família do italiano Nicolao Campo Dall’Orto, casado com Clara Bufalo, que se mudou do Quarto Território, município de Alfredo Chaves, para perto dos Baldon em Santa Luzia, município de Itueta/MG.

Antiga casa da família Moraes, no Bananal, Santa Rita. Depois, foi de Silvino Campo. Hoje, é de Furtu nato Campo Dall'Orto Neto. Foto de Luiz Carlos Rigo.

o filho Severino, que foi para Nova Venécia. Retornou para a Conquista, onde faleceu na casa do filho Mario. Antonio Campo Dall’Orto e Maria Saluti estão sepultados no cemitério de Santa Luzia, no túmulo do filho Mario.

» Comuna: Farra d’Alpago

AntonioCaus.acompanhou

Augusta Campo Dall’Orto, irmã de Furtunato, era filha de Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto e Ernesta Pessini. Era casada com João Colgo.

Donato, depois que ficou viúvo, morou e faleceu na casa da filha Lucia, casada com Vitorio Fasolo, pai de Daniel, atual proprietário da terra que era de Antonio Costalunga.

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Os pais de Francisca Buzeli eram Angelina Cipriano e João Buzeli.

João, ex-prefeito de Itueta, filho de Furtunato Campo Dall’Orto e Francisca Buzeli, casou-se com Lurdes, filha de Carolina Nico e Miguel Baldon. Eram pais de Celeste do Carmo, Gilberto, Lucimar, Gildo e Genivaldo.

Teresinha, filha de Furtunato Campo Dall’Orto e Francisca Buzeli, casou-se com Antonio Alair (Neném), filho de Carolina Nico e Miguel Baldon. Eles tiveram os filhos Aldair, Anair e Altair.

Furtunato Campo Dall’Orto casou-se no Córrego da Conquista com Francisca Bu zelli. Era o mais novo. Eles tiveram os filhos Maria, casada com Pedro Nico, filho de Julio Nico; João, casado com Lurdes Nico Baldon e que foi prefeito de Itueta); Benício, casado com Marlene Cesconetto e pai de Vinícius e Vander (que mora na Conquista, na propriedade que era de Furtunato); Elias, casado com Jandira Carnielli; Ernesta, casa da com Casagrande; Cecília, casada com José; Teresa, casada com Antonio Alair Nico Baldon; Serrati, casada com José Vazzoler; Santina, casada com Elias Benicá, e Osvaldo.

O Italiano Arnaldo Osvaldo, filho de Donato Campo Dall’Orto e Antonia Deprá, ca sou-se com Ernesta Pessini. Seus filhos foram Furtunato, Donato, José, João Natal, Ge noveva, Tereza, Maria e Augusta.

Dall’Orto nasceu em 16 de dezembro de 1938 e faleceu em 24 de maio de 2011. Pedro Nico faleceu em 17 de julho de 2018.

Donato Campo Dall’Orto, irmão de Fortunato, era o mais velho. Também morava no Córrego da Conquista. Era casado com Vitória, e eles tiveram os filhos João Constantino, casado com uma mulher da família Garcia; Lucia, casada com Vitorio Fasolo; Natalina , casada com Brás Fasolo, filho de Luiz Fasolo, da venda de Santa Luzia; Angelin, casado com Ana, filha de Luiz Rigo; Osvaldo, casado com Angélica Venturin; Aurora, casada com João Bonisson; Angelina (Zinda), casada com Erculino Buzelli, irmão de Francisca, mulher de Furtunato; José ex-padre, casado com Maria José Vieira, filha de Juca Vieira; Amarino; Maria, e Manoel, que faleceu em Rondônia.

Maria Campo Dall’Orto, irmã de Furtunato, era filha de Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto e Ernesta Pessini. Era casada com José Paié.

Em 1929, Ernesta Pessini, viúva de Osvaldo Campo Dall’Orto, mudou-se para o Córre go da Conquista. Juntos, foram os filhos Furtunato, Donato, João e José. Segundo Elias, filho de Furtunato, a propriedade na Conquista foi adquirida inicialmente de uma fa mília posseira da terra, de sobrenome Arruda.

Sobre o ex-padre José Campo Dall’Orto, lembro-me dele, num evento na igreja de Santo Antonio da Boa Sorte, de Quatituba. Na mesma época, houve a ordenação de ou tro padre de Santa Rita do Itueto.

José Campo Dall’Orto, irmão de Furtunato, era filho de Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto e Ernesta Pessini. Era casado com Julia.

Genoveva Campo Dall’Orto, irmã de Furtunato, era filha de Arnaldo Osvaldo Cam po Dall’Orto e Ernesta Pessini. Também era casada com um homem da família Colgo. Não consegui levantar quem era o marido de Teresa.

Ernesta Pessini, esposa de Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto, era irmã de Teresa Pessini, esposa de Segundo Nicoli. Segundo Nicoli era irmão de Ana Nicoli, esposa de Antonio Costalunga. Eram de Pedregulho, município de Castelo/ES. Mudaram para Minas para morarem perto na Conquista. Segundo Nicoli morava na entrada da Con quista; Ana e Antonio Costalonga, antes dos Nico, e Teresa Pessini e o filho Fortunato foram morar depois dos Nico.

Donato nasceu em 12 de junho de 1896 e faleceu em 1º de março de 1997. Sua esposa, Vitoria, nasceu em 10 de abril de 1900 e faleceu em 2 de agosto de 1977. Estão sepultados no cemitério de Santa Luzia/MG.

Além de pesquisa que fiz no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, deixo aqui registrado meu agradecimento a João Campo Dall’Orto, Benício Campo Dall’Orto, Elias Campo Dall’Orto e sua filha Silvia, Adelair Campo Dall’Orto Nico, Adelir Cesconetto e Alice Benicá Baldon, por valiosas informações.

Maria, filha de Furtunato Campo Dall’Orto e Francisca Buzeli, casou-se em 1955 com Pedro, filho de Julio Nico e Amabile Cremasco. Eram pais de Ademir, Maria Apa recida, Arlete de Fátima, Adilson Roberto, Adelair e Ana Rita. Outro filho de Pedro se chamaMariaEvelton.Campo

João Campo Dall’Orto, irmão de Furtunato, era filho de Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto e Ernesta Pessini. Era casado com Cristina.

Furtunato nasceu em 12 de março de 1912 e faleceu em 20 de julho de 2009, tendo sido sepultado com a esposa, Francisca Buzeli, no cemitério de Santa Luzia/MG.

João Constantino Campo Dall’Orto foi meu professor de Geografia no antigo curso ginasial de Resplendor/MG, pelos idos de 1965. Ele morava em São Vicente, Resplendor, e ia de bicicleta dar aula. Aprendi com ele que a terra é redonda. Moro perto do mar, e sempre que olho os navios indo embora, me lembro do professor Constantino, que di zia nas aulas que o fato de o navio ir sumindo até não se enxergar mais seu mastro era prova de que a terra é redonda.

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Donato Campo Dall’Orto e a esposa, Vitória. Acervo da família de Donato Campo

Essa foto do carro de boi foi tirada na Conquista pelo conhecido fotógrafo da região Tatão Gato. A casa atrás é a antiga escolinha na subida do Jacu. Estão na foto Benicio, com 13 anos, na frente dos bois; Elias, em pé na frente na carroça; Roque, filho de Mario Fasolo, dentro da carroça, à esquerda; Argeu Croscob, casado com Alverina, filha de João (Joanin) Nico, ao lado de Roque; Ilton Salvador, filho de Carmela Benicá, no centro da carroça, e à direita, Valdevino, colono dos Rigo. Ernesta Pessini Campo Dall’Orto e os filhos Furtunato e José. Acervo da família de Furtunato Campo Dall’Orto.

Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto, Ernesta Pessini, Furtunato Campo Dall’Orto e Fran cisca Buzeli. Acervo da família de Furtuna to Campo Dall’Orto.

FurtunatoDall'Orto.esuaesposa,

Furtunato Campo, Francisca Buzeli e os filhos, João, Maria e Elias. Acervo da família de Furtu nato Campo Dall’Orto.

Furtunato Campo Dall'Orto e a esposa, Francisca Bu zeli, na celebração 65 anos de casamento. Acervo da família Elias Campo Dall'Orto.

Dall’Orto.Mario

Elias em cima do carro de boi e Benicio guiando. Acervo da família de Furtunato Campo.

Elias Campo Dall’Orto, 2021. Acervo da família Elias Campo

Francis ca. Acervo da família de Furtu nato Campo.

Pedro Nico e Maria Campos Dall’Orto, 1955. Acervo de Pedro Nico e seu filho Adelair.

Campo Dall'Orto entre o primo João Campo Dall'Orto e a esposa, Adelir Cesconet to. Acervo da família de Máximo Cesconetto.

» Região: Friuli Venezia Giulia

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de duas famílias de sobrenome Cauz que vieram da Itália para o Espírito Santo.

» Comuna: Sacile

» Região: Friuli Venezia Giulia

Os Caus têm duas ligações com os Nico: Antonio Caus, filho de Izidoro Caus e Judith De Nadai, casado com Alira Nico filha de Luiz Nico e Angelina Bastianeli. E Ana (Anita) Antonieta Caus, filha de Izidoro Caus e Judith De Nadai, casada com José Adegard Nico, filho de Gaetano Nico e Maria (Cotinha) Neroci. Cauz, com Z, é sobrenome de família de origem italiana. No Brasil, ficaram comuns os re gistros Caus e Caus, com S.

» Chefe: Giuseppe Andrea Cauz

Izidoro Caus casou-se com Judith De Nadai no município de Alfredo Chaves, Espírito San to. Morou na mesma propriedade de seu pai, em Ribeirão de Santo Antonio, Alfredo Chaves, onde nasceram os filhos Arnaldo, Júlia, Antonio e Neuza. Mudou-se para Minas entre 1936 e 1937, onde adquiriu uma propriedade vizinha a dos Benicá, no atual município de Santa Rita do Itueto. Nessa propriedade nasceram Arquimedes (Iote), Rosa, Argeu, Ana (Anita) e Alci. Antonio Caus, filho de Izidoro e neto de Giuseppe Andrea Cauz, casou-se em 1951 com Alira Nico, filha de Luiz Nico e neta de Antonio Cesare Nico. Eles têm os filhos Celso Luiz, Cé lia Lúcia, Sérgio Lúcio, Maria de Lourdes, Angela Judith, Gilmar Antonio e Soraia de Fátima.

» Idade: 30 anos

» Esposa: Teresa Benedetti

» Chefe: Pietro Cauz

» Provincia: Pordenone

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Data de chegada: 10 de dezembro de 1891

» Idade: 34 anos

5.16 FAMÍLIA CAUZ-S

» Esposa: Maria Michelin

» Navio: Birmânia

Ana Antonieta Caus (Anita), filha de Izidoro Caus e neta de Giuseppe Andrea Cauz, ca sou-se com José Adegard Nico, filho de Gaetano Nico e neto de Antonio Cesare Nico, em 15 de fevereiro de 1969. Eles tiveram os filhos Glaydsmar e Glaydson. Lamentavelmente, em 16 de novembro de 2021, enquanto eu escrevia este livro, tia Anita faleceu.

Izidoro Caus e sua esposa, Judith De Nadai. Acervo da famí lia de Arnaldo Caus.

Izidoro Caus e a esposa, Judith, com Glaydson, Gaetano Nico, sua esposa, Cotinha, e Glaydsmar. Acervo da famí lia de José Adegard Nico.

» Idade: 22 anos

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

Giuseppe nasceu na comuna de Caneva em 18 de março de 1865. Casou-se com Maria Michelin na comuna de Gaiarine, província de Treviso, em 17 de maio de 1891. Todos os fi lhos nasceram no Brasil: Santo, Maria, Luiz, Furtunato, Izidoro, Virginia, Catarina, Augusta, Antonio, Domingos, Angelo e Verino.

» Comuna: Sacile

No Brasil, nasceram os filhos Virginio, Henrique, An gelo, Augusta e Maria.

Pietro nasceu na comuna de Sarone de Caneva, em 20 de julho de 1879, e faleceu em 26 de agosto de 1935.

» Filhos: Ida (10 anos), Palmira (6 anos), Elisa (Isa, 3 anos) e Veronica (faleceu na viagem)

1 Ramo de Giuseppe Andrea Cauz, casado com Maria Michelin

» Data de chegada: 25 de novembro de 1913

Italianos Giuseppe Andrea Cauz e Maria Michelin. Acervo da fa mília Caus.

Casou-se com Teresa Benedetti, na comuna de Sacile, província de Pordenone, em 11 de fevereiro de 1906.

» Navio: Manaus

» País de origem: Itália

» Idade: 26 anos

» País de origem: Itália

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2 Ramo de Pietro Cauz com Teresa Benedetti

» Provincia: Pordenone

» Ilda Nicoli casou-se com Valdevino Nico. Ilda é filha de Constante Nicoli, e Valde vino, filho de Adriano Nico;

» Anna Nicoli era mãe de Madalena Costalonga, casada com Primo Nico. Era, portan to, sogra de Primo Nico, filho de Antonio Cesare Nico;

» A esposa de Adriano Nico (Maria Ambrosin) era irmã da esposa de Ilidio Nicoli (Isabel Ambrosin). Ilidio era filho de Gaetano Nicoli, e Adriano, filho de Anto nio Cesare Nico;

» Leandro Nicoli é filho de Idemar, neto de Antenor, bisneto de Alexandre Nicoli e trineto de Gaetano Nicoli. Leandro casou-se com Vanessa, que é filha de Rosa Gema, neta de Gaetano Nico e bisneta de Antonio Cesare Nico.

» Comuna: Breganze

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

Antonio Caus, Alira Nico, Gleydson, José Nico, Celso e Ani ta. Acervo de Celso Luiz Caus.

Os filhos de Ilidio Nicoli e Isabel Ambrosin são Osvaldo, Adalto Maurício, Sérgio Deo clécio, Messias Acácio, Ernandes Oscar, Rita, Helena, Celina, Bernadete e Aléssia.

Quatro filhos de Gaetano foram para a região de Itueta/MG. No Córrego da Telha/ES, ficaram quatro e em São Manoel/ES, cinco. Uma filha mulher foi para o norte do Espírito Santo e outra morreu no Córrego da Telha/ES.

» Chegando ao Brasil, foram para a mesma colônia de Alfredo Chaves/ES;

Família de Alira Nico e Antonio Caus: Ângela, Lurdinha, Célia, Antônio, Alira, Celso e Sérgio. Na frente, Soraia e Gilmar. Acervo da família de Ali ra e Antônio.

» Vieram da mesma província, Vicenza, Itália;

» Vários descendentes de Nico e Nicoli se mudaram para região de Quatituba e Itueta/MG;

» Província: Vicenza

Gaetano Nicoli, casado com Giovana Grassi, mudou de São João (Alfredo Chaves) para o Córrego da Telha, na Fazenda do Centro, em Castelo/ES. Foi vizinho de Antonio Cesare Nico no Córrego da Telha. Os filhos de Gaetano e Giovana eram Alexandre, Constante, Cesar, Benjamin, Ilidio, José, Atílio, Adriano, Eugênio, Marcelino, Santina, Josephina (Bepina), Giovanni (Joanin), Fernando e Antonio. Criou mais dois: Andreta Sessa e Eugênio Morelli. Total: 15 filhos legítimos e mais dois que criou.

No final de sua vida, Anna Nicoli, viúva, estava morando com a filha solteira Angeli na e Rosa, casada com João Giribola. Eram colonos na fazenda de seu sobrinho Alexandre Nicoli na entrada do Coqueiro, antes de Quatituba.

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» Sobrenome: Nicoli

» Rita Nicoli era filha de Clementina Fabris e José Nicoli. José Nicoli era filho de Andrea Nicoli e Santa Guerra. Rita casou-se com Antonio Bastianello. Antonio era filho de Olimpia Nico e Angelo Bastianello. Olimpia era irmã de Antonio Cesare Nico. José Nicoli, sogro de Antonio Bastianello, era irmão de Anna Nicoli, sogra de Primo Nico;

» Região: Veneto

5.17 FAMÍLIA NICOLI

» Idade: 37 anos

Ligação dos Nicoli com os Nico:

» Navio: Clementina

» Eugênia é filha de Eugênio Nicoli e Regina Nico. Eugênio é filho de Gaetano Nicoli, e Regina, filha de Antonio Cesare Nico;

» Esposa: Santa Guerra

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» Chefe: Andrea

» Eram vizinhos de propriedade no Córrego da Telha, na Fazenda do Centro, em Castelo/ES;

» Os padrinhos de batismo de Antonio Nico, filho de Antonio Cesare Nico, em 9 de fevereiro de 1901, ocorrido na capela de Santa Bárbara, distrito de São João de Cru bixá/ES, foram Anna Nicoli e Antonio Costalunga. Anna era italiana, irmã de Gae tano e filha de Andrea Nicoli e Santa Guerra;

» País de origem: Itália

» Idade: 34 anos

» Filhos nascidos na Itália: Gaetano (8 anos), Catterina (4 anos, falecida na viagem) e Anna (2 anos)

» Data de chegada: 8 de março de 1878

Para Minas, foram Alexandre, Constante, Cesar e Benjamin, filhos de Gaetano Nicoli. Também foram Anna Nicoli Costalonga e Segundo Nicoli, irmãos de Gaetano e filhos de Andrea e Santa Guerra.

Anna e o marido, Antonio Costalunga, de São João (Alfredo Chaves/ES) mudaram para Pedregulho (Castelo/ES) e, finalmente, compraram uma propriedade na Conquista, em Itueta/MG, vizinha a de Antonio Cesare Nico. Anna Nicoli faleceu em 9 de fevereiro de 1954 e foi sepultada no cemitério de Santa Luzia.

Santa Guerra, esposa de Andrea Nicoli. Acervo do casarão da Fazenda do Centro. Gaetano Nicoli e a esposa, Giovanna Grassi. Acervo do casarão da Fazenda do Centro.

Antonio casou-se com Iza Morello. Com o falecimento de Iza, casou-se com Dionizia Travaglia. De São João (Alfredo Chaves) mudou para a Fazenda do Centro (Castelo).

José casou-se com Clementina Fabris. Foi morar em Prosperidade, município de Vargem Alta/ES. Rita Nicoli, sua filha, casou-se com Antonio Bastianello, filho de Olimpia Nico e Angelo Bastianello. Olimpia era irmã de Antonio Cesare Nico.

Primo Nicoli casou-se com Amélia Fornacciari. De São João (Alfredo Chaves) mudaram para a Fazenda do Centro (Castelo).

» Data de chegada: 28 de fevereiro de 1889

Observações:

5.18 FAMÍLIA GROBBERIO

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» Informações obtidas junto ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo;

» Navio: Ádria

Segundo Nicoli casou-se com Terezinha Pessin. De São João (Alfredo Chaves) mudaram para Pedregulho (Castelo) e compraram uma propriedade na entrada para a Conquista, Itueta/MG, vizinha a de sua irmã Anna. Os filhos eram Julio, Maria, Rosa, Vitorio, Angelin, Anita, Julia, Vergilio e Antonico.

» Idade: 54 anos

» Região: Veneto

» País de origem: Itália

» Comuna: Cerro Veronese

Maria casou-se com Manoel Sessa.

Os filhos de Andrea Nicoli e Santa Guerra nascidos no Brasil eram Lucia, Maria, Rosa, Primo, Segundo, Antonio e José.

Casarão da família Nicoli. Acervo do casarão da Fazenda do Centro.

Lucia casou-se com Valentin Juliato. Ficou viúva e casou-se com o cunhado Cesar Morello. Rosa, irmã gêmea de Lucia, casou-se com Cesar Morello após a morte da irmã.

Sérgio (Iá) Nicoli e Celso L. Caus, 2015. Acervo de Celso Luiz Caus.

» Destino: Benevente, Alfredo Chaves, Espírito Santo

» Mais informações, vide capítulos de Antonio Cesare Nico e Primo Nico;

» Chefe: Lino

» A família de Anna Nicoli e Antonio Costalunga vieram da comuna de Breganze, no mes mo ano, no mesmo navio e desembarcaram no mesmo destino;

Ligação da família Grobério com a família Nico: Cecília Grobério, filha de Américo Grobério e Hermelinda Forti, casada com João Nico, filho de Julio Nico e Amabile Cremasco. Leotério Grobério, irmão de Cecília, casado com Terezinha Amabile Nico, filha de Adriano Nico e Maria Ambrosin. Grobberio é o sobrenome original italiano. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de uma família de sobrenome Grobberio que veio da Itália para o EspíritoNota-seSanto.que sobrenome Grobberio, originalmente, se escreve com dois B e não tem acen tuação. No Brasil, muitas vezes, passou a ser escrito com um B apenas e acento, Grobério. Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» Sobrenome italiano: Grobberio

» Informações complementares foram obtidas com Sérgio (Iá), filho de Ilidio Nicoli; Paulo Venturin, filho de Josephina Costalonga, e Julio (Ghilio) Venturin.

Os filhos de Anna e Antonio eram Madalena, Geraldo, Josephina, Adriano, Rosa, Maria, Santina e Angelina. Madalena era casada com Primo Nico.

Casa onde nasceu Gaetano e Anna Nicoli, em Bregan ze, Vicenza, na Itália. Acervo da família de Sergio Am brosin Nicoli.

» Idade: 50 anos

» Esposa: Angela Brunelli

Zeferino e Mafalda casaram em 10 de novembro de 1947 e tiveram os filhos Maria Hele na (a mais velha), Luiz Antônio, Ailton Roberto, Luiz Carlos e Carlos Vinícius (o mais novo).

Além de pesquisa junto ao Arquivo Público, contei com valiosas informações dos ir mãos Leotério e Cecília Grobério.

Cecília Grobério, filha de Américo e Hermelinda Forti, nasceu em 7 de junho de 1941. Cecília casou com João Nico em 28 de julho de 1959. Eles tiveram os filhos Helder, Heldeir do Carmo, Grace Kelly e João Douglas.

Floriano trabalhou no bar de meu pai, Antonio Caus, em Vila Velha/ES. Na época em que comecei o ginásio em Resplendor, em 1964, tive o prazer de conhecer dona Angelina Grobério. Ela, já de idade, morava em Resplendor com o filho Antonio (Toninho), casado com minha tia Deolinda (Nica) Nico.

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Angelina, irmã de Américo Grobério, teve com Américo De Paula vários filhos: Ana cleto, Antonio (Toninho) de Paula, Santa, Isaura e outras. Angelina ficou viúva, casou-se pela segunda vez com um senhor da família De Nardi e o ajudou a criar os filhos dele, um de nome Floriano e outra de nome Ilda. Não consegui o nome dos outros.

Américo nasceu em Alfredo Chaves/ES, em 26 de março de 1904. Hermelinda nasceu em Alfredo Chaves/ES, em 23 de dezembro de 1903.

O Italiano Alberto Grobberio tinha 14 anos quando veio da Itália com os pais, Lino e Angela Brunelli, e os irmãos Devigia e Silvio. Casou-se no Brasil e foi pai de Antonio (casa do com Fiorina), Marcelino, Adolfo, Zeca e Vitoria (casada com Luiz Rigo). Teve ainda mais filhos que não consegui levantar.

Ao chegarem a Alfredo Chaves, Espirito Santo, Silvio e sua família ocuparam o terreno de número 1.190 da seção Guiomar, hoje divisa de Alfredo Chaves com Vargem Alta.

Cecilia Grobério e João Nico. Acervo da família de João Nico. Terezinha Nico e Leotério Grobério. Acervo de Edina Nico, neta de Antonio Nico.

Leotério Grobério, filho de Américo Grobério e Hermelinda Forti, nasceu em 10 de Julho de 1932. Terezinha nasceu em 5 de outubro de 1933. Leotério e Terezinha Nico casaram em 27 de julho de 1957. Tiveram os filhos Florivaldo, Maria José, Maristela e Hélio. Infelizmente, durante o período em que eu estava escrevendo este livro, Terezinha faleceu em Vitória, no dia 20 de setembro de 2020. Foi sepultada no dia 21, no cemitério Jardim da Paz, na Serra/ES.

Nico Grobério, filho de Lino e primo de Leotério e Cecília, comprou a propriedade de João Bravin, próximo a Quatituba. Tinha um irmão de nome Atílio.

Ligação da família Rigo com a família Nico: Zeferino Rigo, filho de Luiz Rigo e Maria Vitoria Grobério, casado com Mafalda (Nega) Nico, filha de Antonio Nico e Angelina Andreon.

» Filhos: Silvio (21 anos), Devigia (17 anos) e Alberto (14 anos)

Segundo Leotério, seu avô Silvio contava que o pai dele, Lino, era cego, consequência de uma explosão em seu trabalho em pedreira na Itália. Era desejo dele ser enterrado na terra natal e, por isso, Lino acabou retornando com a esposa para a Itália.

Rigo é o sobrenome de origem italiana. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de quatro famílias de sobrenome Rigo que vieram da Itália para o Espírito Santo.

5.19 FAMÍLIA RIGO

Silvio Grobberio, com 21 anos, veio da Itália com os pais, Lino e Angela Brunelli, e os irmãos Devigia e Alberto. Casou-se no Brasil com Elizabetha Augusta Orleti, também ita liana. Tiveram os filhos Américo (casado com Hermelinda Forti), Lino (casado com uma mulher de sobrenome Bonella), Angelin (casado com Maria Forte), Caetano (casado com uma mulher de sobrenome Daros), Camilo (casado com uma mulher de sobrenome Lago), João (casado com Eduvirges), José (o mais velho), Carlinda (casada com Cirilo Daros), Orso lina (casada com um homem de sobrenome Bonella), Teresa (casada com Silvino Campo Dall’Orto), Francisca (casada com Pedro Repossi), Marieta (casada com Vitorio Sesine) e Angelina (casada com Américo De Paula e posteriormente com De Nardi).

Américo Grobério e Hermelinda Forti casaram em 7 de julho de 1928. Eram pais de Cecília, Leotério, as gêmeas Norma e Normélia, Alvina, Valeriano, Adriano, Anacleto, Liberina e Isolina.

» Filhos: Cristina (14 anos), Clemente (8 anos), Clotilde (4 anos), Serafino (3 anos) e

» Filhos: Luigi (3 anos) e Giovanni (menos de 1 ano)

» Navio: Mathilde

» Sobrenome italiano: Rigo

» País de origem: Itália

» Destino: Muniz Freire, Espírito Santo

» Chefe: Pietro

Pessoas que vieram sozinhas

» Idade: 25 anos

» Serafino Rigodanzo: veio com 30 anos de idade, no navio Rio de Janeiro, no dia 20 de março de 1893, para Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo.

» Província: Pordenone

Maria Vitoria Grobério, avó de Zeferino, casada com Luiz Rigo, era filha do italiano Al berto Grobberio. Alberto era irmão de Silvio Grobberio. Maria Vitoria era irmã de Antonio (casado com Fiorina), Marcelino, Adolfo e Zeca.

» Idade: 36 anos

» País de origem: Itália

» Idade: 28 anos

» Província: Vicenza

Sisto (menos de 1 ano)

» Data de chegada: dezembro de 1911

» Chefe: Pietro

Mafalda (Nega), filha de Antonio Nico e Angelina Andreon Nico, Nova Venécia, 15 de março de 2019. Foto de Celso Luiz Caus.

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo:

» Pietro Rigodamo: veio com 28 anos de idade, no navio Ádria, em 28 de fevereiro de 1889, para São Mateus, Espírito Santo;

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» Sobrenome italiano: Rigo

» Destino: Benevente, Alfredo Chaves, Espírito Santo

» Esposa: Maria Carlon

» Data de chegada: 27 de fevereiro de 1889

» Chefe: Francesco

» Data de chegada: 8 de março de 1878

» Paolo Felice Rigo: veio com 22 anos de idade, da co muna de Caneva, província de Pordenone, região de Friuli Venezia Giulia, no dia 28 de março de 1886, para Benevente, Alfredo Chaves, Espírito Santo;

2 Ramo de Giovanni Rigo, casado com Lucia Boccus

Zeferino nasceu em São João, município de Alfredo Chaves, Espírito Santo, em 29 de março de 1924. Tinha os irmãos Joaquin, Jorge, Pedro, Alverino, Alberto, Clementino, Ana, Inocente e Nicolina (casada com Henrique Cremasco).

» País de origem: Itália

3 Ramo de Pietro Rigo, casado com Maria Carlon

» Região: Veneto

» Filhos: Giuditta (12 anos), Emma Eva (9 anos), Pie rina (7 anos), Valentino (5 anos) e Emílio (3 anos)

» Esposa: Santa

» Esposa: Lucia Boccus

» Idade: 33 anos

» Região: Friuli Venezia Giulia

» Região: Friuli Venezia Giulia

» Chefe: Giovanni

» Idade: 39 anos

» Idade: 33 anos

» Navio: Mathilde

» Sobrenome italiano: Rigo

» País de origem: Itália

» Destino: Benevente, Alfredo Chaves, Espírito Santo

» Destino: Benevente, Alfredo Chaves, Espírito Santo

1 Ramo de Francesco Rigo, casado com Oliva Carraro

Zeferino Rigo. Acervo da família de Ma falda Nico Rigo.

4 Ramo de Pietro Rigo, casado com Santa

» Sobrenome italiano: Rigo

» Idade: 41 anos

Mafalda nasceu em Claros Dias, distrito de Jaciguá, município de Vargem Alta, esta do do Espírito Santo, em 7 de dezembro de 1924. Atualmente, reside em Nova Venécia/ES.

» Filhos: Antonio (4 anos) e Teodoro (2 anos)

» Idade: 44 anos

» Província: Udine

» Esposa: Oliva Carraro

» Navio: Clementina

» Data de chegada: 27 de fevereiro de 1889

Amadeo Venturin era filho de Domenico e Augusta Cecconello. Ele nasceu em 11 de janeiro de 1844. Amadeo casou-se na Itália, em 30 de setembro de 1872, com Giacoma

» Filhos: Giuseppe (6 anos), Maria Antonia (4 anos), Francesco (2 anos) e Vittore Massimino Antonio (1 ano)

» Certificado de nascimento de Vittore (Vittorio) Venturin, filho de Domenico e Au gusta Cecconet, em Pianazzo (Mel), em 5 de maio de 1849, de posse de Paulo Ventu rin, filho de Ghilio Venturin;

5.20 FAMÍLIA VENTURIN(I)

» Chefe: Amadeo Venturin

» Idade: 26 anos

681680

1a Ramo de Amadeo Venturin, casado com Giacoma Faustina Vadagnin

no final da década de 1920, do Espírito Santo para Santa Angéli ca, próximo a Quatituba, hoje município de Itueta/MG, onde adquiriu sua proprieda de. Na época, Quatituba pertencia ao distrito de Resplendor, município de Aimorés. Vitorio, filho de Giuseppe, era casado com Maria Zorzal. Eles eram pais de Irene, casada com Paulo Venturin. Domingos, outro filho de Giuseppe, era casado com Mi nervina Franquini, com quem teve os filhos Josias, Fátima, Carmem, Nilda, Maria Helena, Judith, Lurdinha, Maiza, Brás e Lucio. Nilda foi minha professora na década de 1960, no curso ginasial em Resplendor/MG.

» Região: Veneto

Faustina Vadagnin. Eles tiveram os filhos italianos Giuseppe, Maria, Francesco e Vittore Massimino Antonio. No Brasil, nasceram João, Antonio, Angelo, Luiz e Pedro.

Conclui-se, portanto, que Domenico Vittorio (Vittore) Venturin e Amadeo Ven turin são irmãos e filhos de Domenico Venturin e Augusta Cecconello (Cecconet).

Ligação da família Venturin com a família Nico: Maximiano Venturin, filho de Giuseppe (Beppe) Venturin, casado com Ana Nico, filha de Primo Nico. Venturi, Venturin, Venturini são sobrenomes de famílias de origem italiana. Há outras variações, como Venturine, Venturim, Ventorini e Ventorim.

» Sobrenome italiano: Venturin

» Idade: 36 anos

Das 16 famílias que vieram para o Espírito Santo, apresentaremos os três ramos que mudaram do Espírito Santo para a região de Itueta e Santa Rita do Itueto, Minas Gerais. Dentre eles está o de Amadeo Venturin, pai de Giuseppe e avô de Maximiano Venturin, casado com Ana Nico.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

1b Ramo de Vittorio Venturin, casado com Giuseppina (Joseppina) Smarzzaro Analisando o ramo de Vittorio Venturin, casado com Giuseppina, e de Amadeo Venturin, casado com Giacoma Faustina Vadagnin, observam-se semelhanças nos seguintes documentos:

» Navio: Alice

Maximiano Venturin, filho de Giuseppe, nasceu em 15 de março de 1917. Faleceu em 28 de setembro de 1993 e está sepultado no cemitério de Santa Luzia, Itueta/MG. Casou-se com Ana Nico. Ana nasceu em agosto de 1922 no Espirito Santo, segundo informação de Ozília Nico e do seu filho Antonio. Faleceu em 28 de setembro de 2020 em Resplendor/MG e foi sepultada no cemitério de Santa Luzia, em Itueta/MG, no túmulo do marido. Faleceu na mesma época em que eu estava escrevendo este livro.

Maximiano (filho de Giuseppe-Beppe Venturin e Josephina Pezzini) casou-se com Ana Nico (filha de Primo Nico e Madalena Costalonga) em 19 de janeiro de 1943. Eles tiveram os filhos Maria de Lurdes, que nasceu em 18 de abril de 1944 e faleceu com apenas três meses; Sebastião; Nelci; Luci; Diná; Maria da Penha, e Cecília.

» Comuna: Pedavena

» Esposa: Giacoma Faustina Vadagnin

Giuseppe (Beppe José) Venturin, filho de Amadeo, nasceu em Pedavena, em 15 de maio de 1874. Giuseppe casou-se com Josephina Pezzini, e eles tiveram 20 filhos, sendo cinco homens e 15 mulheres: Maximiano, Domingos, Carlos, Amadeo, Vitorio, Julia, Ernesta, Catarina, Camila, Maria, Violanta, Virginia, Augusta, Rosa, Evangeli na, Emília, Ambrosina, Clementina, Cristina e Regina. Os filhos nasceram na região de Castelo/ES.Giuseppemudou,

» Certificado de nascimento de Amadeo, filho de Domenico e Augusta Cecconetto, de posse de Carmen, neta de Giuseppe Venturin.

» Data de chegada: 6 de maio de 1880

» País de origem: Itália

Na sequência, procuro analisar e cruzar os registros que obtive do Arquivo Público com pesquisas e outras informações que colhi.

Domenico Venturin, pai de Amadeo, era filho de Giovanni Venturin e Marta Biassan. Domenico casou-se com Augusta Cecconello em 7 de fevereiro de 1838. Domenico e Amadeo são provenientes da comuna Mel, em Belluno, na Itália, próxima de Lentiai e Pedavena.

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de uma família de sobrenome Venturi, cinco de sobrenome Venturin e 10 de sobrenome Venturini que vie ram da Itália para o Espírito Santo. Existem ainda três homens de sobrenome Venturini que vieram só.

» País de origem: Itália

» Data de chegada: 10 de janeiro de 1881

» País de origem: Itália

» Idade: 24 anos

3 Ramo de Antonio Venturini, casado com Antonia Cossalter

Além da pesquisa sobre os Venturin(i) que realizei junto ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, registro meus agradecimentos às irmãs Carmen e Fátima, filhas de Domingos Venturin; Paulo Venturin, filho de Ghilio (Julio) Venturin, e meu pai, Antonio Caus, pelas valiosas informações.

» Esposa: Maria Giuseppina

» Sobrenome italiano: Venturini

» Região: Veneto

» Navio: Presidente

» Chefe: Vittorio Venturini

Amadeo Venturin. Acervo de Arquivo Pú blico do Estado do Espírito Santo.

» Data de chegada: 10 de janeiro de 1881

» Idade: 38 anos

» Comuna: Pedavena

» Navio: Presidente

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

Analisando o ramo de Antonio Venturini, casado com Antonia Cossalter, observa-se que Antonio Venturini e Vittorio Domenico Venturini vieram do mesmo lugar, Pedavena, no mesmo navio, no mesmo dia e foram para o mesmo destino, Benevente. Provavelmente, são irmãos. E possivelmente também são irmãos de Amadeo e Vittore (Vittorio) Venturin. Domingos, neto de Amadeo Venturin, chamava de primo o senhor Erico (Menego), filho de Giovanni Venturin. A informação é de Carmen, filha de Domingos.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

» Chefe: Antonio Venturini

» Idade: 39 anos

» Idade: 29 anos

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» Esposa: Antonia Cossalter

Para certificar o grau de parentesco com Amadeo e Vittore (Vittorio), é necessário ob ter a certidão de nascimento e/ou batistério de Antonio Venturini ou de um de seus filhos italianos, como Giovanni, pai de Silvio e Menego.

» Filhos: Adele (16 anos), Maria (11 anos), Giovanni (10 anos), Pietro (7 anos), Au gusta (5 anos), Rosa (2 anos) e Marco (menos de 1 ano)

viúva de Vittore, foi para Santa Rita do Itueto/MG na década de 1930, com os filhos Ghilio (Julio), Francisco (Chico) e Antonio. Os outros filhos de Giuseppi na e Vittorio Venturin permaneceram no Espírito Santo. Ela faleceu em 27 de julho de 1951 em Itueta/MG e está sepultada no cemitério São João Batista, em Itueta/MG. Ghilio Venturin nasceu em Amora, município de Alfredo Chaves/ES, no dia 12 de mar ço de 1904. Casou-se com Joseppina Costalonga, e eles tiveram os filhos Paulo, Paulina, Do mingos, Ana, Zezinho, Victor, Maria Rosa, Assunta e Bernardino.

Da Itália, veio com Antonio Venturini e Antonia Cossalter um dos filhos, de nome Gio vanni. Provavelmente, é o Giovanni, pai de Silvio, Angelo, Maria, Augusto, Pedro, Catarina e EricoOutro(Menego).fatoque chama a atenção sobre a afinidade das famílias é o deslocamento delas para a mesma região: Giovanni, pai de Silvio, mudou do Espírito Santo para Bananal, em Santa Rita do Itueto/MG; Giuseppe, filho de Amadeo, mudou para Santa Angélica, e Giu seppina (Joseppina), viúva de Vittore (Vittorio) Venturin, foi para Santa Rita do Itueto/MG com os filhos Ghilio (Julio), Francisco (Chico) e Antonio.

» Comuna: Pedavena

» Região: Veneto

» Sobrenome italiano: Venturini

» Filhos: Fioravante (3 anos), Matilde (2 anos) e Silvestre (menos de 1 ano)

Maria (Mariquinha), filha de Silvio Venturin e Julia Balliana, casou-se com Arnaldo Caus, irmão de meu pai, Antonio Caus. Tive o prazer de conhecer Silvio e Julia. Meu avô Luiz Nico era vizinho de dona Julia, em Resplendor. Ela morava com o filho Jovelino Venturin. Jovelino e a esposa, dona Zuma, eram com padres de meus pais, Antonio Caus e Alira Nico.

2 Ramo de Domenico Vittorio Venturini, casado com Maria Giuseppina Argenta

No final do século XIX, o nome Vittore virou Vittorio, em concordância com o nome de Vittorio, rei da Itália. Assim, Vittore e Vittorio são sinônimos. Domenico e Augusta Cecconello (Cecconet) casaram em 7 de fevereiro de 1838. Vittore (Vittorio) e Giuseppina (Joseppina) Smarzzaro tiveram filhos no Brasil: Ghilio (Julio), Francisco (Chico), Antonio, José, Apostólico, Fioravante Severino e Valentin. Vit tore faleceu em 15 de maio de 1909 e está sepultado na seção Cachoeirinha, município de AlfredoGiuseppinaChaves/ES.(Joseppina),

» Região: Veneto

Vitorio Callegari casou-se com Elizabete Zorzanelli. Eles se mudaram de Vargem Alta para o Sabiá, perto de São Domingos do Norte. Estão sepultados no cemitério de São Domingos/ES. Seus filhos foram Gabriel, Samuel, Maria, Madalena (Nena), Santina, Catarina, Anita e Assunta.

Antiga casa de Amadeo Venturin no Espírito Santo. Acervo da família de Domingos Venturin.

Giuseppe (Beppe) Venturin. Acervo da família de Domingos Venturin.

Josephina Pezzini, esposa de Beppe Venturin. Acervo da família de Do mingos Venturin.

» Esposa: Luigia Volpato

Callegari é sobrenome de origem italiana. O nome original em italiano é Callegari, mas, com o tempo e registros em cartórios no Brasil, tornou-se Calegari, Calegare e Calegario.

» País de origem: Itália

» Navio: Presidente

» Idade: 29 anos

» Data de chegada: 25 de dezembro de 1879

Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo: Ramo de Felice Callegari e Luigia Volpato

» Filhos Italianos: Constante (8 anos), Rosa (4 anos), Domenico (7 anos) e Vittorio (1 ano)

Vitorio, filho de Giuseppe Venturin. Acervo de Irene Venturin.

Ghilio (Julio) Venturin, Irene, Paulo, Victor e Neuza no ca samento de Paulo e Irene. Acervo de Paulo Venturin

Ana Nico e Maximiano Venturin. Acervo da família de Ozilia Nico.

No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de uma família de so brenome Callegari e outra de sobrenome Calegaro. Ambas vieram da Itália para o Espírito Santo. No livro, vamos nos ater à família Callegari, que teve ligação com Nico.

» Idade: 37 anos

» Irmão: Domenico (27 anos)

» Filhos dos italianos Felice Callegari e Luigia Volpato que nasceram no Brasil: Giuseppe (Beppe), Antonico e João

» Chefe: Felice Callegari

5.21 FAMÍLIA CALLEGARI

Samuel, filho de Vitorio, casou-se com Elizabete Malacarne. Eles tiveram os filhos Edi milson, Rômulo e Elizabete.

Antonico Calegari casou-se com Adelina.

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» Destino: Espírito Santo, Itapemirim, Brasil

Ligação da família Calegari com a família Nico: Teresa Calegari, filha de Gabriel Calegari e Maria Goltara, casada com Odílio Nico, filho de Antonio Nico e Angelina Andreon.

Os filhos de João Callegari são Aguilar, Marcelino, Tite, Luiza e Iza. Moravam em Castelo.

Gabriel, filho de Vitorio, casou-se com Maria Goltara. Eles tiveram os filhos Felício (o mais velho), Italina, Teresa, José Luiz, Bento Tarcísio, Adjalma Pedro, Maria da Penha, as

» Comuna: Stranna

» Destino: Espírito Santo, Santa Cruz, Brasil

» Comuna: Mansuè

» Idade: 41 anos

» Cesar, casado com Albina Santolin;

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Dados de registro no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo: 1 Ramo de Giovanni Vazzoler, casado com Catterina Rossetto

» Esposa: Catterina

» País de origem: Itália

» Comuna: Codognè

» Francisco, casado com Carolina Mistura;

» Maria (Varisca), casada com Marcos Milanez;

» Região: Veneto

» Mariana, casada com Bortolo Ardison;

» Angelina, casada com André Altoé;

» Maximiniano, casado com Margarida Gazon;

Francisco nasceu em 29 de junho de 1895 e faleceu em 5 de dezembro de 1975. Sua esposa, Carolina, nasceu em 7 de novembro de 1900 e faleceu em 26 de junho de 1991.

» Ester, casada com Domingos Fardin;

Francisco, Constante, Maximiliano e Cesar mudaram para a região de Itueta e Santa Rita de Itueta/MG. Os demais continuaram no Espírito Santo.

Romualdo, filho de Antonio Vazzoler e Marianna Tossutti, casou-se com Paulina Pes sin. Eles tiveram os seguintes filhos:

» Região: Veneto

» Esposa: Marianna Tossutti

» Filhos: Romualdo (23 anos), Ermenegildo (21 anos), Guglielmo (19 anos), Conigon da Maria (17 anos), Olerico (16 nos), Monica 11 anos) e Italo Ildebrando (5 anos)

» Idade: 41 anos

» Data de chegada: 23 de setembro de 1877

» Silvio, casado com Isa Altoé.

» Navio: Isabella

Antonio nasceu em 18 de outubro de 1924 e faleceu em 8 de junho de 2001.

» Data de chegada: 6 de maio de 1880

» Destino: Benevente, Alfredo Chaves, ES, Brasil

Antonio Vazzoler, filho de Francisco, casou-se com Carolina Nico Zanon. Eles tiveram os filhos Marcos Antônio, Maria das Graças e Mônica Aparecida.

» Chefe: Giovanni

» Idade: 50 anos

» Filhos: Antonia (18 anos), Giuseppe (13 anos), Nicolò (11 anos), Carolina (9 anos), Augusta (6 anos) e Antonio (3 anos)

» Constante, casado com Ida Cauz;

gêmeas Cecília e Ercília, Elizabete, Gabriel e Ma ria. Gabriel e Maria faleceram na casa da filha Teresa, em São Mateus/ES.

5.22 FAMÍLIA VAZZOLER

» Chefe: Antonio Vazzoler

Odílio Nico e Tereza Calegari. Acervo de Edina Nico, neta Antonio Nico.

» Navio: Alice

Ligação da família Vazzoler com a família Nico: Antonio Vazzoler, filho de Francisco Vazzoler, casado com Carolina, filha de Jerônimo Zanon e Regina Nico. Vazzoler é o sobrenome original italiano. No Brasil, muitos assinam Vazzoler, Vazzoler e Vazzoler. No Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, existe o registro de duas famílias de sobrenome Vazzoler que vieram da Itália para o Espírito Santo.

Gabriel é pai de Teresa Calegari Nico, e Vitorio é o avô

» País de origem: Itália

Teresa Calegari nasceu em Córrego Alto, mu nicípio de Vargem Alta, em 26 de julho de 1933. Casou-se com Odílio Nico em 14 de novembro de 1953. Eles tiveram os filhos Ana Lúcia (a mais velha), Ângela Maria, Adeângela Regina (faleci da), Antônio Carlos, Ângelo Giovani, Alessandra Rosa e Andreia. São sete filhos e 15 netos.

2 Ramo de Antonio Vazzoler, casado com Marianna Tossutti

» Idade: 44 anos

» Dionizio, casado com Elvira Pisol;

Francisco Vazzoler casou-se com Carolina Mistura, com quem teve os filhos Antônio, Paulina e Maria. Francisco e Carolina estão sepultados no cemitério de Santa Luzia/MG, assim como seu filho Antonio

Mariana casou-se com Bortolo Ardison, com quem teve os filhos Martina, Ângelo, Elí dia, Narciso e Paulina.

Maria (Varisca) casou-se com Marcos Milanez. São pais de José, Dionizio e outros.

Dionizio casou-se com Elvira Pisol, e eram pais de Plínio, Atílio, Narciso, Florenti no, Ezílio, Paulina, Luiza e Lélia. Plínio, o mais novo, é casado com Doroti De Nadai, pais de Wander Lúcio.

Além de pesquisa que fiz no Arquivo Pú blico do Estado do Espírito Santo, deixo meus agradecimentos a Carolina Nico Zanon Vaz zoler e Doroti De Nadai Vazzoler e seu esposo, Plínio Vazzoler, por valiosas informações.

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Angelina casou-se com André Altoé e teve os filhos Gisto, Viturino, Atilio, Ilmo, Irma, Zeferino, Rosalina, Onório e Milton.

SilvestreVazzoler.Vazzoler.

Cesar Vazzoler. Acervo de Do roti De Nadai Vazzoler.

Constante casou-se com Ida Cauz. Eles tiveram os filhos Elias, Francelino, Silvestre, Paulina, Leontina, Henrique e Rosalia. Constante e Ida estão sepultados no cemitério de Santa Luzia, em MaximilianoItueta/MG.casou-secom Margarida, com quem teve os filhos Ciro, Florentino, João, Alzira e CesarIlton.casou-se com Albina Santolin. Eles tiveram os filhos Constante, José, Angelin, Ozília, Adélia, Antonieta, Maria e Irene.

Da Itália, vieram ainda mais dois Anto nio Vazzoler. Um chegou em 22 de fevereiro de 1880, indo para Santa Cruz. Era do Veneto, província de Treviso. Veio no navio Presiden te com 31 anos. O outro Antonio, de 58 anos de idade, chegou em 19 de dezembro de 1891, indo também para Santa Cruz. Veio no navio Birmânia. Veio com ele um enteado de nome Domenico, de 26 anos de idade.

O patriarca italiano Romualdo Vazzo ler. Acervo de Doroti De Nadai Vazzoler.

Ester casou-se com Domingos Fardim. Foram pais de Antônio, Elias Joana, Rosália, Isau ra, Maria, Ana, Germana e Nastásia.

Família de Francisco Vazzoler, moradores da Conquista. Acervo da família Vazzoler.

Acervo de Doroti De Nadai Vazzoler.

Dionizio Vazzoler e Elvira Pizzol. Acervo de Doroti De Nadai

Constante Vazzoler, esposo de Ida Cauz. Acervo de Doroti De Nadai Vazzoler.

Silvio casou-se com Iza Altoé, e seus filhos são Antonio, Pedro, Paulina e Silvestre.

Carolina Vazzoler, filha de Regina Nico e Jerônimo Zanon. Acervo da filha Mônica.

» Ele, Severino, casou-se com Francisca Polito; Helena casou-se com Zeferino Bas tianelli; Iris, com Paulo Costalonga; Inês, com Adriano Prado, e Antenor casou-se com Diomar, filha de Franquilino Ruela.

» Tem duas filhas casadas com Caus. Regina, casada com Elias Caus, e Áurea, ca sada com Gelson Caus.

» Destino: Espírito Santo, Benevente, Alfredo Chaves, Brasil

O último foi Giovanni Beninca. Veio só, de Treviso, na região do Veneto. Não há registro do navio. Chegou no dia 19 de maio de 1889.

» País de origem: Itália

- Filhos: Inocente (11 anos), Pietro (8 anos), Elia (6 anos), Chiara (4 anos) e (Giovanni (2 anos)

Luigi Beninca, filho de Pietro e Matilde, mudou com toda a sua família de Alfredo Cha ves para Minas Gerais, especificamente no interior de Santa Rita do Itueto, divisa com o município de Itueta. Segundo Vitorio Benicá, foi entre 1928 e 1929. Em Minas, passaram a ser conhecidos como Benicá.

5.23 FAMÍLIA BENINCA / BENICÁ

- Angela, esposa com 39 anos;

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» Seu avô se chamava Luigi (Luiz), casado com Regina Ton. Eles foram de Alfredo Chaves, Espírito Santo, para Santa Rita do Itueto, Minas;

» Navio: Presidente

No mesmo navio, também procedente de Follina, chegando no Espírito Santo em 17 de janeiro de 1880, vieram Nicola, chefe, com 28 anos; Angela, esposa, com 26 anos, e Inocen te, filho, com um ano.

» Esposa: Matilde

» Comuna: Follina

Em 25 de janeiro de 2021, fiz contato com Severino, filho mais novo de Giacomo Benicá e Teresa Bergamin. Ele disse que:

Em contato que fiz com Ivo Benicá, que mora em Quatituba, município de Itueta/MG, ele disse que:

» Moraram na mesma casa que era de Primo Nico. Seus irmãos são Antonio, Iria, Luiz, Antenor, Inês e Helena;

Comune de Follina, província de Treviso, região do Veneto, no navio Mayrink.

Confrontando as informações de Ivo com os dados do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, vê-se que Luigi, seu avô, era filho de Pietro e Matilde.

» Região: Veneto

» Filhos: Pierina (8 anos), Luigi (4 anos) e Celeste (2 anos)

» Idade: 26 anos

» Cesar e Elvira Fasolo tinham os irmãos Antonio, Filomena, Rosa, José, Matilde, Izabel, Carmela e Giacomo;

» Data de chegada: 17 de Janeiro de 1880

Chegou no porto Benevente Espírito Santo no dia 29 de março de 1893. Vieram os se guintes membros:

» Chefe: Pietro

Ligação da família Benicá com a família Nico: Alice Benicá Baldon, filha de Cesar Benicá e Elvira Fasolo, casada com Ildo Baldon, filho de Miguel Baldon e Carolina Nico. Beninca é o sobrenome original italiano. No Brasil, muitos assinam Benicá, Benincá e Be nica. Pesquisando o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, encontramos o registro de quatro famílias Beninca. De uma delas, o chefe da família veio só.

Segundo Elizângela Benicá, essa família retornou à Itália e depois voltou para o Brasil.

» Idade: 30 anos

1 Ramo de Pietro Beninca, casado com Matilde

- Nicola, chefe de 41 anos;

3 Ramo de Giovanni Beninca

2 Ramo de Nicola, casado com Angela

No Brasil, nasceram os filhos Maria, Pelegrino, David, Constante, Clemente e Vitorio, que faleceu solteiro, aos 27 anos.

» Seus pais Cesar e Elvira tinham ainda os filhos Pedro, Clotilde (casada com Pedro Campo), Beatriz (casada com Amilton De Nadai) e Alice (casada com Ildo Baldon);

» Seu pai, Giacomo, comprou a propriedade que era de Primo Nico, por volta de 1947 e 1948, situada no final da Conquista com São Sebastião da Lagoa. Primo Nico e Gardina Ruela eram seus padrinhos de batismo;

No registro do Arquivo Público constam as seguintes informações da família de Nicola Beninca e Angela:

Izidoro Caus, meu avô, também mudou de Alfredo Chaves para Minas, adquirindo uma propriedade vizinha aos Benicá. Os Caus e os Benicá sempre foram muito amigos. Os jovens filhos de Izidoro Caus e Cesar Benicá estudaram na escolinha que ficava na pro priedade dos Benicá, com os professores Odete, Maria Andrade (Miquita) e Francisco De Nadai. Posteriormente, a professora foi Doroti De Nadai, filha de Francisco. Também iam juntos às festas e aos bailes.

» Pietro, o pai de Luigi, foi sepultado em Alfredo Chaves;

» Matilde, casada com Onofre, com quem teve a filha Mariquinha. Casou-se pela segunda vez com João Cicuti, com quem teve os filhos Luiz, Rafael, José e Santo;

» Carmela, casada com Angelin Salvador. São pais de Ilto, Ivo, Izaías, Ilda, Izabel, Iracilda, Iracema e Ismael;

Antiga casa da família Benicá. Acervo da família Benicá.

Ildo Baldon e sua esposa, Alice Benicá Baldon. Acervo da família de Carolina Nico Baldon.

Cesar Benicá e Elvira Fasolo. Acervo da família Benicá. Luiz (Luigi) Beninca e Regina Ton. Acervo de Ivo Benicá.

» Isabel, casada com Fortunato Pazini. São pais de: Lurdes, Marta, Dolores, Ênio, Gervásio, Domingos;

» José, casado com Amélia Paulini. São pais de Assunta, Gracinda, Irene, Maria, Aparecida e Natal;

» Cesar, casado com Elvira Fasolo. São pais de Ivo, Pedro, Clotilde (casada com Pedro Campo), Beatriz (casada com Amilton De Nadai) e Alice (casada com Ildo Baldon);

» Antonio, casado com Glolinda Dalfior. São pais de Odília (casada com Mário Rigo), Amélia, Maria, Celina, Brás e Joaquim;

» Rosa, casada com Manoel Pedro. São pais de Silvia, Rita, Gracinha, Aparecida, Nazaré, José, João e Maria de Fátima;

Em 28 de janeiro de 2021 contatei Doroti De Nadai Vazzoler e Odilia Benicá Rigo. Elas informaram que os filhos e netos de Luigi e Regina Ton são:

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Antiga escolinha dos Benicá. Acervo de Doroti De Nadai e Celso Luiz Caus.

» Giacomo, casado com Teresa Bergamin. São pais de Helena (casada com Zeferino Bastianelli), Inês (casada com Paulo Prado), Iria (casada com Paulo Costalonga), Severino (casado com Francisca Polito), Antonio, Luiz e Antenor (casado com Diomar Ruela);

» Filomena: solteira.

Para ajudar na lavoura, as famílias eram numerosas, os casais tinham vários filhos e a terra acabava sendo insuficiente para a sobrevivência de todos. Não havia terras para os novos casais que iam se formando. Assim, diversas famílias de origem italiana acabaram indo para outras terras. Muitos dos que chegaram a Alfredo Chaves, por exemplo, foram para Castelo, também no Espírito Santo, no final do século XIX e início do XX.

A partir de 1920, diante da demanda por mais terras, várias famílias italianas escolheram migrar para as regiões mineiras de Itueta e Santa Rita do Itueto. Nesse contexto está a família de Antonio Cesare Nico, que chegou a Alfredo Chaves em 1891, mudou para Castelo em 1913 e, finalmente, para Itueta/ MG, em 1928. Ele tinha 11 filhos. Primeiro, foram para Minas Julio, Primo e Antonio, três filhos de Antonio Cesare, nos anos de 1925, 1926 e 1927, respectivamente.

6

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AIMORÉS,ITUETA,RESPLENDOR, QUATITUBA, TABAÚNA E ALDEAMENTO

N

este capítulo, vamos fazer um breve histórico da região onde ficam os municípios de Aimorés, Resplendor, Itueta e Santa Rita do Itueto, que foi para onde se dirigiu grande parte dos italianos colonizadores citados neste livro. Na chegada dos imigrantes italianos a Minas, a delimitação geográfica dos municípios não possuía os contornos atuais, como ve remos a Desdeseguir.avinda da Itália para o Brasil, os italianos, lá chamados de contadinos, conti nuaram sendo agricultores por aqui. O café foi uma das principais atividades econômicas dos imigrantes italianos.

O Primo Nico citado por esse descendente é o primeiro filho de Antonio Cesare Nico, que já havia chagado à região em 1926. No início, Primo Nico trabalhou como uma espé cie de facilitador para arranjar terras para quem chegava e ajudar nos primeiros dias na forma de mutirão. Sua esposa, Madalena Costalonga, falecida em 1927, foi a primeira a ser enterrada no cemitério de Santa Luzia.

A região leste de Minas, destacada neste livro, divisa com o Espírito Santo, até a metade do século XIX era praticamente inacessível, tomada por vastas florestas, Esse fato, conforme interesse da coroa portuguesa, acabou contribuindo para evitar o contrabando de pedras preciosas e ouro de Minas pelas águas do Rio Doce até o litoral capixaba. Outra dificuldade para o acesso eram os índios botocudos, considerados agressivos e em constante conflito com os colonizadores presentes em suas florestas, que eram praticamente impenetráveis. Destacam-se também as doenças tropicais e a dificuldade de navegação para transposição das corredeiras entre as pedras no Rio Doce, as famosas Escadinhas da Natividade, próxi mas ao que seria mais tarde Aimorés e Baixo Guandu.

O casal de italianos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin e os filhos menores e soltei ros, além dos casados Adriano Nico (com Maria Ambrosim) e Regina Nico (com Jerônimo Zanon) fizeram o trajeto saindo de Castelo via ferrovia até Vila Velha e daí, também via ferrovia, até Resplendor/MG. De Resplendor, seguiram até o destino final, Conquista, hoje município de Itueta/MG. Enquanto isso, os irmãos Luiz e Antonio Nico fizeram o trans porte de animais e pertences domésticos saindo do Córrego da Telha, em Castelo/ES, pas sando por Conceição de Castelo, cruzando a divisa até chegar à travessia na barca no Rio Manhuaçu, em Tabaúna, e daí até a Conquista.

Italianos e descendentes de italianos sempre se casavam entre eles. O matrimônio com brasileiros, os chamados não descendentes, não era bem aceito na época, embora os italia nos sempre mantivessem uma relação de amizade e boa convivência com os não italianos.

A dificuldade era a mesma de quando chegaram no Espírito Santo, vindos da Itália. Ao chegarem ao local, como Primo Nico, em 1926, muitas vezes tinham que se virar, fazendo sua moradia de forma improvisada com material retirado da mata. A seguir, abriam uma frente de trabalho, derrubando árvores para o plantio de produtos agrícolas de subsistência.

No artigo “A trajetória dos primeiros imigrantes italianos na microrregião de Aimorés: um registro da memória dos seus descendentes”, de Sandra Nicoli, Sueli Siqueira e Mauro Augusto dos Santos, um descendente de imigrante italiano que se mudou para Itueta declarou: As famílias que chegaram à região após a instalação dos primeiros imigrantes italianos receberam ajuda através de mutirões. O papai conta que ali bateu a mu dança. Ali no outro dia, no domingo de manhã, eles subiram a pé ali, aquela serra ali, num é a estrada onde é hoje, é cá no picoto pro lado do Gandão cá, vieram cá, deu tanta sorte que vieram cá e a roçada tava seca né, já tinha feito os acervos pra poder entrar na mata. Aí esse Primo Nico juntô mais gente, veio mais gente e bo taram fogo na roçada, que era pra prantá milho, feijão, arroz, naquela varge ali. Naquela baixa ali, eles queimaram e voltaram para trás. Naquela noite choveu. Já pensou que sorte que eles deram? Choveu pra valer, choveu pra prantar. Então na segunda-feira era pra eles vim de mudança pra li, os burro trazer a mudancinha deles pra li, mais invés de eles fazerem a mudança, eles aproveitaram. Esse Primo Nico arrumou muita gente e falou: ‘vamos prantar o milho!’. Na mudança! A se mente de milho, feijão tudo que vinha de prantar, aí na segunda-feira juntou muita gente e vieram e prantaram. Prantou o milho, prantou o feijão, prantou o arroz, prantou tudo, como foi muita gente. Na terça-feira, botou a mudança nos burrim lá, outra vez, e subiu a serra. Largô a mudança ali. Segundo eles conta, que eu num era nem nascido na época. (descendente de italiano, 81 anos, Itueta/MG) (p. 7).

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A família Nico tinha, no Córrego da Telha, em Castelo, 10 alqueires de terra. Com a ven da, conseguiu adquirir, em Minas, uma quantidade bem maior de terras, que eram bem mais baratas, denominadas terras devolutas do estado. Isso aconteceu também com várias outras famílias que foram adquirindo terras em Minas. E migrantes e descendentes ita lianos que não conseguiam comprar terras trabalhavam como meeiros em propriedades de familiares ou amigos até conseguirem adquirir o seu próprio pedaço.

A construção da estrada de ferro deu grande impulso à ocupação. A construção da fer rovia que ligaria Minas ao litoral foi decretada no ano de 1902. A descoberta de reservas de minério de ferro em Itabira acelerou o processo de construção, e em 1908 313 quilômetros de extensão já haviam sido executados.

A região tomou impulso a partir da primeira década do século XX, a partir da dimi nuição da atividade de mineração, do incentivo à imigração europeia, da colonização com transformação de áreas agrícolas e da construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas. O mo vimento colonizador da região do médio e baixo Rio Doce, principalmente com italianos e alemães, originários do Espírito Santo, seguiu o fluxo dos afluentes do Rio Doce, inicialmen te concentrando-se em Colatina, depois Aimorés, Resplendor, Itueta e Santa Rita do Itueto.

Muitas famílias chegavam do Espírito Santo via estrada de ferro até a estação de Aimorés, Resplendor e, posteriormente, Itueta. O trem, tocado à lenha, era chamado de Maria-Fumaça. Os italianos saíam da região de Castelo e Alfredo Chaves e iam até Vila Velha, na estação de Argolas. Dali, passavam para a estação da Estrada de Ferro Vitória a Minas, que ficava bem perto. Muitos que foram para Itueta e Santa Rita do Itueto preferiram transportar parte da mudança em lombos de burros. Roupas, utensílios e ferramentas de trabalho, que era o bá sico que carregavam. Eram conduzidos normalmente pelos filhos mais velhos. Esse trajeto atravessava obrigatoriamente o Rio Manhuaçu, muitas vezes na altura de Tabaúna.

Os casamentos até a terceira geração raramente aconteciam entre não descendentes.

Na fazenda, basicamente produzia-se café, com mão de obra escrava. Com a abolição da escravatura, muitos escravos passaram a ser colonos ou deixaram a propriedade. Por

O município de Aimorés é o maior dentre os quatro municípios estudados em extensão territorial e recebeu imigrantes italianos e descendentes tanto na sua área rural quanto urbana. Já o município de Itueta, que foi desmembrado dos municípios de Aimorés e Resplendor, recebeu uma significativa leva de imigrantes italianos e descendentes na parte sul do seu território. A parte norte do município foi coloni zada por imigrantes alemães. Os imigrantes que se fixaram em Resplendor, em sua maioria, se dedicaram ao comércio e posteriormente ao serviço público. Já o muni cípio de Santa Rita do Itueto, situado na parte mais alta da microrregião, se diferen cia dos demais em relação ao clima, que é mais ameno e propício para o plantio do café. Sua extensão territorial não foi cortada pela ferrovia e foi o município que teve maior concentração de imigrantes italianos (p. 6).

A Lei n. 663, de 18 de setembro de 1915, criou o distrito de Aimorés (Natividade) e, em seu artigo 2º, o município de Aimorés, consti tuído dos distritos de Aimorés (sede), São Benedito, Penha do Capim, São Sebastião do Alto Capim e Resplendor. Já lei de 5 de setembro de 1916 tornou Aimorés um mu nicípio com comarca e juiz municipal, com os seguintes distritos: Resplendor, São Be nedito, Alto Capim e Penha do Capim. Em 24 de fevereiro de 1917, Aimorés foi trans formado em território desmembrado de Rio José Pedro, atual Ipanema. E pela Lei n. 893, de 10 de setembro de 1925, foi elevado à categoria de cidade. Conta atualmente com os seguintes distritos: Aimorés, Mundo Novo de Minas, Penha do Capim, Alto Capim, Conceição do Capim, Expedicionário Alicio, Santo Antonio do Rio Doce, São Sebastião da Vala e Tabaúna.

Primeiramente, Aimorés, depois Resplendor e, finalmente, Itueta transformaram-se em municípios na metade do século XX.

surgindo casas, bares, hotéis, armazéns e empresas compradoras de café. Com a estação, chegar ao litoral capixaba ficou mais rápido do que em lombo de burro e em carros de boi.

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Os primeiros colonizadores de Aimorés chegaram aproximadamente em 1870, estabelecen do-se na margem esquerda do Rio Manhuaçu, a cerca de 500 metros da desembocadura do Rio Doce. Ali foi instalado um engenho de cana-de-açúcar por Paulo Martins dos Santos, considerado fundador de Aimorés.

6.1 AIMORÉS

Ainda nesse artigo consta que:

No ano de 1920, na mensagem do presidente do estado, Dr. Arthur da Silva Bernardes, o estado demonstrava preocupação com as enormes áreas de terras devolutas nas bacias dos rios Doce e Mucuri, que eram invadidas por intrusos vindos de municípios e estados vizinhos. Eles invadiam terrenos do estado e abriam clareiras nas matas. Em 1923, na ges tão de Raul Soares de Moura, foi repassado para as câmaras municipais a responsabilidade conjunta de conservar as matas, de modo a evitar o desmatamento. Em 1924, foi criado o Distrito de Terras de Aimorés, para ampliar as medições, legalizar a situação de milhares de parceiros e preparar lotes destinados a imigrantes.

Foram construídos, em 1888, a capela de São Sebastião e o cemitério Cantinho do Céu, surgindo assim o bairro da Igrejinha. O impulso aconteceu em 1906 com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Vitória a Minas e a inauguração, em 22 de agosto de 1907, da Es tação Ferroviária de Natividade, atual Aimorés. A partir da estação, a cidade se expandiu,

6.2 FAZENDA DOS MORAES OU FAZENDA PONTÃO (MUNICÍPIO DE SANTA RITA DO ITUETO)

Paralelemente à época do surgimento da Barra do Manhuaçu, outras áreas foram ocupa das. Uma delas, em 1880, adquirida pelo coronel Manoel Gonçalves de Moraes Carvalho, que veio de Barra Mansa, Rio de Janeiro, e conseguiu uma sesmaria com 800 alqueires nas margens do Rio Pião, próximo à serra da Jacutinga, margem direita do Rio Doce. Ainda no final do século XIX, coronel Manoel construiu a sede da Fazenda dos Moraes, ou Fazenda Pontões, e mudou-se com sua família para esse local. Para construção da casa de dois anda res, de aproximadamente 1.000 metros quadrados, foi utilizada mão de obra de portugueses trazidos da Europa e de escravos do proprietário. A casa foi concluída em 1886.

Antiga estação de trem de Aimorés. Acervo de Emidio Martins da Silva.

No entorno do engenho, surgiu um povoado de plantadores de cana e cafeicultores. Foram surgindo, logo abaixo, outros casebres na margem direita do Rio Doce, que passou a ser chamada Natividade da Barra do Manhuaçu e, finalmente, Barra do Manhuaçu.

6.2.1 Contato com descendentes de coronel Manoel Gonçalves de Moraes Carvalho e seu filho Dr. Cazuza

Em 24 de janeiro de 2021, Marcelina Campo Dall’Orto, filha de Silvino Campo Dall’Or to, me informou:

O café era transportado em tropa, mula e lombo de burro. O coronel fez a primeira estrada para Resplendor, e seu filho conhecido como Dr. Cazuza mais tarde fez outra, passando pela serra. Em 1927, foi construída uma usina hidrelétrica na propriedade e, no mesmo ano, uma estrada de 36 quilômetros, em parceria com o coronel Osório Barbosa de Castro, ligando o Pontão até a recém-inaugurada Estação Ferroviária de Itueta. Era uma estrada rudimentar, feita por operários utilizando picareta e enxadão. Não existia ainda o maquinário de hoje.

Ele era um gênio, um homem que estava 50 anos na frente. Ele ganhou uma sesmaria de Dom Pedro II. A história dele é muito bonita. Para você ter uma ideia, ele construiu uma casa (tenho a fotografia dela na minha parede), e mandou buscar carapinas e pedreiros em Portu gal. Para os que quiseram voltar, ele pagou a passagem, e para os que quiseram ficar, deu um pedaço da fazenda para cada um deles. Em 1927 já tinha um caminhão para puxar o café para lavar. O café era lavado perto dessa casa, que é a sede, que existe até hoje.

Outra fala importante que anotei foi a descrição detalhada dos nomes dos filhos e filhas de Dr. Cazuza, com seus respectivos esposos e esposas, por ordem de nascimento e algumas idades. Assim relatou Afonso:

Em 14 de junho de 2021, fiz contato com Afonso Celso, uma pessoa simpática, solícita e amante da história. Ouvi atentamente, guardei e anotei cada detalhe de sua fala, que segue:

várias décadas do século XX, os Moraes empregaram na fazenda muitas pessoas. E muitas até pouco tempo eram encontradas nos municípios próximos.

Nas minhas pesquisas, tive informação de que Julio de Moraes Pernambuco era filho de Dr. Cazuza e que foi professor da Universidade Federal do Espírito Santo. Minha filha, Karyn Barbosa Caus, e seu marido, João Guilherme Pelição, são amigos do casal Rafael Go bbi e Juliana Miguel Pernambuco. O sobrenome Pernambuco, de Juliana, chamou minha atenção e, no mês de maio de 2021, a contatei sobre a possibilidade de ser do mesmo ramo do Dr. Cazuza de Moraes Pernambuco. Juliana levou o assunto para seus pais, Margarida e Julio Pernambuco Filho, que tem o mesmo nome do pai. Gentilmente, eles me confirma ram e mais ainda: me deram o contato de Afonso Celso, neto de Dr. Cazuza. Afonso é filho de Rute de Moraes Pernambuco e Elias de Souza Carmo. Rute é filha de Dr. Cazuza, e está viva, com 102 anos de idade. Afonso Celso, de 82 anos de idade, é casado com dona Denise.

Mamãe está bem, com seus 102 anos, lúcida, vendo os filhos todos, isso é muito importante, graças a Deus. Agradeço a Deus todos os dias pelos meus pais, duas figuras excepcionais. Meu bisavô se chamava Manoel Gonçalves de Moraes Carvalho, conhecido como Dinho. Meu avô era conhecido como Dr. Cazuza e se chamava José Gonçalves de Moraes Pernambuco, casado com Arminda Barbosa. Vovô Cazuza morreu com mais de 83 anos.

Lembro que o patriarca dos Moraes se chamava Manoel (Maneca) e ele tinha um filho que chamavam de Doutor Cazuza, casado com dona Arminda. Doutor Cazuza, como o chamavam, era quase médico formado. Tinha vários filhos e filhas, e me lembro de alguns, como o Dalton, Rubens, Julio, Dalva e Diva, casada com Doutor Amantino. Tinha um filho de criação que cha mavam de Nego Moraes.

No casarão restaurado por seu filho, muita coisa antiga estava preservada, inclusive uma mesa enorme e o livro da Fazenda Moraes, de Antonio Barbosa. O patriarca, velho Manoel (Maneca), tinha um filho, Dr. Cazuza, que tratava como médico. Ele era o pai de Adalto, Rubens, Manoel, Diva (casada com Dr. Amantino), Dalva, Julia (casada com Antonio Barbosa de Castro) e de um filho de criação que chamavam de Nego. Essas informações são de Julio Pernambuco, que era filho do Dr. Cazuza e morou em Vitória/ES.

Há uma história importante. Meu bisavô Manoel importou uma usina da Suécia, levou quatro anos para chegar. Chegou naquela época por Mascarenhas. O Rio Doce era navegável do Espírito Santo até Mascarenhas. Ele abriu uma picada para 200 burros levarem a usina até a fazenda. Ela foi montada na fazenda. Em 1927, com meu bisavô já quase morrendo, correram uns dias na montagem para ele conseguir ver a luz acesa.

Papai acabou comprando a outra parte, que era a sede da propriedade dos Moraes / Cazu za com o antigo casarão, dos Moraes, e esse ainda está lá de pé. Papai passou a parte da pro priedade que tinha o casarão dos Moraes para meus irmãos Cassiano e Silvio. Hoje, pertence ao filho do Elias Campo Dall’Orto, do ramo de Fortunato, da Conquista.

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Meu avô, o italiano Pietro (Pedro), comprou a propriedade no Bananal da família Zuquetto, que tinha um bispo. Antes, a propriedade era de uma família de negros de sobrenome Dentim, que trabalhou para os Moraes / Cazuza. O casarão onde todos nós nascemos já existia quan do vovô Pedro veio do Espírito Santo para comprar essa propriedade no Bananal por volta de 1928. Esse casarão não existe mais, só por foto.

Em 3 de fevereiro de 2021, fiz contato com Elias Campo Dall’Orto, pai de Furtunato Cam po Dall’Orto Neto, atual proprietário. Ele me informou que a fazenda primitiva dos Cazuza era enorme, havia campo de pouso de avião de pequeno porte, escola, venda, hidrelétrica e uma grande produção de café, para a qual, na época passada, era usada mão de obra escrava.

A família Cremasco, de perto de Quati tuba, era eleitora de meu pai. Papai era um homem diferenciado, ímpar, fez política na zona mais brava de Minas Gerais. Muito ca tólico, sempre carregava um terço no bolso.

O sobrenome Pernambuco nasceu não sei porque cargas d’água. O meu bisavô batizou um filho e incluiu esse Pernambuco. A partir daí vem todo mundo carregando Pernambuco.

6.3

Antiga casa da família Moraes, nos Pontões, Bananal, Santa Rita. De pois, ela foi de Silvino Campo. Hoje, é de Furtunato, filho de Elias Campo Dall'Orto. Foto de Luiz Carlos Rigo.

Tabaúna. Acervo de Edivaldo Machado Lima.

» Dalva, a caçula, casada com um português que se chamava Mário Fraga, irmão da queles Fraga de Resplendor. O gerente do Banco do Brasil de Resplendor era filho do Manoel Fraga.

» Maria (nascida em 1908), a mais velha, casada com Henrique Labarreri, um agrimen sor de Aimorés, filho de francês;

» Rubens, casado com Sida e que faleceu há três anos;

Saí de Aimorés com oito anos de idade.

» Julio Pernambuco, casado com Arlete;

O Nego foi criado por minha avó, que deu um pedacinho de terra para ele e, com esse peda cinho, ele comprou a parte de alguns herdeiros.

» Manoel Pernambuco, casado com Diná Campos;

» Dalton, casado com Maria dos Anjos, de Uba, e irmã de uma pessoa que foi deputado em Minas, de nome Euru Luiz Arantes, que também fundou um jornal chamado Binômio;

Meu pai, Elias de Souza Carmo, foi deputado estadual e federal, votado em Aimorés, Resplendor, Itueta, Mantena, Conselheiro Pena e regiões.

(DISTRITOTABAÚNADEAIMORÉS)

Tabaúna, na língua dos índios botocudos significa “aldeia de negros”. Destaca-se por seu passado ligado à escravidão. Serviu, no século XIX, como um quilombo para os negros fugitivos. Houve um convívio cordial entre eles e os índios. São Bene dito, santo dos pretos, é o padroeiro do local, reforçando a ligação. Segundo a história, Tabaúna per tenceu ao coronel Manoel Victorino de Oliveira, que chegou ao local por volta de 1890. Nas proximidades do Rio Ma nhuaçu, em 1906, ele destinou parte de suas terras para a formação do povoado de São Benedito, que recebeu, em 1916, o nome de Tabaúna.

» Julia (nascida em 1910), casada com Antonio Barbosa de Castro;

Conjunto de turbina e gerador em escombro da usina de energia da Fazenda Pontões-Moraes, 2003. Acervo de An tonio João de Assis.

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Os filhos de meu avô Cazuza foram:

Vivas são Rute, minha mãe, com 102 anos, e Diva, minha tia, com 96 anos. Elas moram em BeloAmantinoHorizonte.não era doutor. Logo que chegou em Aimorés, foi vice-prefeito na chapa de Flo rivaldo Dias de Oliveira. Era magro e alto. Tinha um carro que na época chamavam de fubica.

Equipamento do escombro da usina de energia da Fazen da Pontões-Moraes, 2003. Acervo Antonio João de Assis.

» Diva, casada com Amantino;

» Rute (com 102 anos), casada com Elias de Souza Carmo;

6.6 ITUETA

Julio Nico, no início da década de 1940 morava, e tinha uma padaria em Aldeamento. Era viúvo e lá conheceu Verginia Lerbach, casando-se com ela.

6.4 RESPLENDOR

Até 1938, Itueta pertencia ao município de Aimorés. De 1938 a 1948, passou pertencer ao recém-criado município de Resplendor. Finalmente, em 27 de dezembro de 1948, o go vernador de Minas Gerais, Milton Campos, sancionou a Lei n. 336, criando o município de Itueta, com os distritos de Itueta (sede) e Quatituba. O primeiro prefeito de Itueta foi. An tonio Barbosa Castro.

A parte norte, ou seja, a margem esquerda, por ser ocupada por índios, teve sua coloni zação iniciada a partir de 1910. Nessa época, Resplendor era distrito de Aimorés. Havia uma capela construída aproximadamente em 1900 perto do cemitério e à margem direita do córrego Sant’Ana. A igreja matriz de Sant’Ana teve sua pedra fundamental lançada em 1938.

As famílias italianas que começaram a chegar e adquirir terras nas proximidades de Aldeamento fomentaram o comércio, a construção da igreja católica, o cemitério público... Os italianos construíram seu próprio cemitério. Não é possível falar de Aldeamento sem citar o Padre André Coli, um italiano nascido na província de Belluno, Itália, que tinha um carinho especial pelo lugar.

Itueta era conhecida como Barra dos Quatis. A formação do núcleo populacional tomou impulso nas cercanias de Fazenda Barra dos Quatis, quando ela foi comprada do coronel

ALDEAMENTO (DISTRITO

Resplendor no anos 1930. Acer vo de Edivaldo Machado Lima.

DE SANTA RITA DO ITUETO)

Santa Rita. Acervo de Edivaldo Machado Lima.

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Estação ferroviária de Res plendor. Acervo de Dório.

6.5

A emancipação de Resplendor ocorreu em 17 de dezembro de 1938, por meio da Lei n. 148, que criou ainda os distritos de Resplendor (sede) Itueta, Bom Jesus e Eme.

Itueta é uma palavra de origem indígena (“itu” = cachoeiras; “eta” = muitas). Em 20 de julho de 1927, com a inauguração da estação ferroviária no quilômetro 230, recebeu o nome de Itueta.

As famílias italianas das proximi dades eram os Cremasco, de Julio Nico, os Benicá, de Izidoro Caus, de Sebastião Rosa, de Vitorio Ferrão, de Antonio Ar dizon, de José Bossanelli, de Angelo Bas tianelli, de Francisco Ton, de João Lota, os Tissianelli, os Babinsk, os Denardi, os Sezini, de Francisco De Nadai, de Bortolo Dalfior e outras.

O povoado, na margem direita do Rio Doce, começou a crescer no entorno da estação fer roviária, inaugurada em 1º de maio de 1908. Resplendor surgiu como vila, ao redor dos tri lhos da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Além de descendentes de origem italiana e alemã, também se deslocaram para lá árabes, libaneses e sírios, que concentraram suas atividades principalmente no comércio.

Aldeamento remete a uma aldeia indígena. Surgiu nas duas primeiras décadas do século XX e pertence ao município de Santa Rita do Itueto. Diziam que era Patrimônio da Aldeia. Os moradores antigos sempre ouviam falar da presença de índios.

Aldeamento, município de Santa Rita do Itueto/MG, 14 de agosto de 2016. Acervo de Celso Luiz Caus.

Primeiro ônibus (Jardineira) a fazer a linha Santa Rita – Resplendor, 1949. Acervo de Fernando Fasolo.

É do coronel também todo esforço da construção da estação ferroviária em Itueta, o que facilitou a vida dos que tinham que, a pé, a cavalo ou de canoa, buscar atendimento médico e fazer compras em Aimorés ou Resplendor. A estação ferroviária permitiu o embarque e o desembarque de pessoas e a comercialização, nas paradas do trem, dos produtos pelos descendentes de italianos que já se haviam se instalado na região.

O serviço de energia elétrica inicialmente era por meio de motores a diesel. No início dos anos 60, a energia veio da usina no Rio Manhuaçu e construção de 33 quilômetros de rede de alta tensão, que também atendeu Quatituba. Em 1980, a Cemig passou fazer o for necimento de energia.

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» Nossa Senhora das Graças, doada por Luiz Nico. É a santa da tradicional coroação;

José Caetano Pimentel pelo coronel Osório Barbosa de Castro, por volta de 1924. O direito de posse tinha ocorrido em 1912, na área de terras devolutas, de 200 alqueires. Quando vendeu as terras, coronel Pimentel, que era um conhecido político, já era o prefeito de Aimorés. Henrique Goldinho, vindo de Carangola/MG, em 1916, foi um dos primeiros moradores da Barra dos Quatis. Coronel Osório era da região de Muriaé/MG.

As casas foram surgindo como uma vilazinha, com o traçado feito pelo engenheiro Breno de Morais Mesquita. Coronel Osório construiu uma represa no córrego Quatis, a 150 metros da sua foz no Rio Doce, para produzir energia de 30 HP. Uma parte da energia atendia a um moinho de fubá do proprietário e que era utilizado por moradores situados num raio de 12 quilômetros.

» São Sebastião, doado por Primo Nico;

» Nossa Senhora Aparecida, doada por Adriano Nico;

6.7 QUATIS / QUATITUBA (DISTRITO DE ITUETA)

A atual igreja, cujo padroeiro é Santo Antônio, foi construída em 1948 com a participa ção direta de João Bravim, que construiu a torre e os bancos. Os bancos levaram os nomes das famílias que doaram. Coube à família Nico a doação das imagens, a construção de al guns altares e a doação de alguns bancos. As imagens doadas foram estas:

Segundo Ester Maria Carvalho de Castro Spreu, neta de coronel Osorio, ele era casado com Ester Carvalho, e eles tiveram os filhos Antonio Barbosa, Joaquim, José, Evaristo, Manoel, Ana, Maria José, Joaquim, Francisco, Hebe, João e Pedro. Ester é filha de Joaquim.

Fato histórico e doloroso ocorreu em 1927. Primo Nico, recém-chegado do Espírito San to com seus irmãos Julio e Antonio, se estabeleceu numa parte mais acima na subida para Santa Angélica, e seu irmão Antonio, vizinho próximo, no pé da subida. A casa de Primo Nico, como de praxe para quem chegava, era um casebre provisório. Ele tinha quatro filhos com menos de seis anos, e sua esposa, Madalena Costalonga, faleceu poucos dias depois do parto do quinto filho, Toninho Nico Neto. Sem saber como e onde fazer o sepultamento, Primo Nico recorreu ao coronel Osório, que o orientou a ir atrás da igrejinha de Santa Lu zia, limpar um pedaço do terreno e ai sepultar a esposa. Madalena foi a primeira pessoa sepultada em Santa Luzia.

Em 1925, o Padre André Colli era o vigário da Paróquia de Nossa Senhora de Natividade de Aimorés. Ele atendia também à comunidade de Resplendor. Em 1931 passou a ser vigário de Resplendor, ficando no comando até 1940.

» Santa Apolônia, doada por Eugênia Nico;

A construção da Usina Hidrelétrica de Aimorés, no Rio Doce, começou a ser ventilada na região a partir da segunda metade da década de 1990. Realizados os estudos de mudança de Itueta para outro local, venceu a alternativa de construção da Nova Itueta na conhe cida encruzilhada do Telles Sampaio.

Estação de trem da antiga Itueta. Acervo de Emidio Martins da Silva.

No período da chegada do coronel Osório e sua família, por volta de 1926, já se podia ve rificar, a aproximadamente 11 quilômetros da fazenda o surgimento de um arraial deno minado Quatis. Era um aglomerado de 12 casas rústicas, tendo uma vendinha, cujo pro prietário se chamava José Calixto. Quatis, que depois passou a ser chamado de Quatituba, é distrito de Itueta.

Durante uma grande seca que assolou a região de Quatituba, uma promessa a Santo An tônio foi feita por uma senhora, Dona Benta Ruela. Ela prometeu que, se chovesse, ergueria uma capela no povoado. Suas preces foram atendidas e, assim, ela construiu uma capelinha em suas terras, que também pertenceram ao senhor Mário Mineiro e, finalmente, a Izidoro Caus, sendo atualmente de seu filho Alci Caus. Foi a primeira igreja católica de Quatituba e também o primeiro cemitério. Vovô Izidoro, quando comprou esse terreno, construiu uma capelinha de Santa Bárbara. A imagem da santa está na casa de tio Alci Caus, que, infelizmente, faleceu no dia 14 de outubro de 2021, durante a fase de produção deste livro.

Em 1929, os moradores e coronel Ozório construíram uma pequena igreja, cujo pa droeiro foi São João Batista. No mesmo período, surgiu a escola primária. E as serrarias ali instaladas impulsionaram, por vários anos, o desenvolvimento econômico da localidade.

Padre André Colli era italiano, da comuna de Perarola, província de Belluno, região do Veneto. Filho de Alexandre Colli e Henricleta Colli, nasceu em setembro de 1872 e faleceu em 11 de dezembro de 1968, em Resplendor, com quase 100 anos de idade. No ano de 1925, já era o vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Natividade de Aimorés. Cobria também as comunidades pertencentes a Resplendor, até que em 1931 foi designado primeiro vigário de Resplendor, permanecendo até 1940. Nesse período atendeu, inclusive, Itueta, Quatitu ba, Aldeamento, Santa Rita e capelas da paróquia de Resplendor. Tinha ligação e carinho especial com os indígenas da região.

Imagem de Nossa Senhora Aparecida, doada por Adria no Nico à nova à igreja de Quatituba/MG. Acervo de Celso Luiz Caus.

Meu pai, Antonio Caus, e minha tia Neuza Caus fizeram a primeira comunhão com Padre André, em 13 de dezembro de 1944, na igreja de Santa Luzia. Receberam como lem brança um santinho de Santa Luzia.

» Sagrada Família, doada por Cotinha Neroci Nico;

Frei Leopoldo Borgerink nasceu em 3 de março de 1915. Também era holandês, como frei Atanasio, e eles trabalharam na mesma época na paróquia de Resplendor. Lembro bem que Frei Leopoldo ajudava a cuidar do seminário. Era rígido com a disciplina os alunos e chamava a atenção até de quem andava com as mãos no bolso.

Frei Lucas era holandês, da cidade de Haarlem. Nasceu em 27 de dezembro de 1918. Foi vigário em Resplendor desde março de 1966 até 14 de abril de 1973, quando faleceu.

Imagem de São Brás, doada por Angelina Nico, Lota e Ana Bragio à nova igreja de Quatituba/MG. Foto de Meire Cesconetto.

Os primeiros padres foram Padre André Colli, Frei Pio Maria Nierga, Frei Jaime, Frei Elizeu, Frei Leopoldo, Frei Atanásio e Frei Lucas. Tive a satisfação de conhecer todos eles, pois, quando iam a Quatituba, sempre passavam na casa de meus pais, Alira Nico e Anto nio Caus, que moravam em frente à igreja.

Imagem de Nossa Senhora das Graças, doada por Luiz Nico à nova Igreja de Quatituba/MG.

Imagem de Santa Apolônia, doa da por Eugênia Nico à nova igre ja de Quatituba/MG. Foto de Meire Cesconetto.

Imagem da Sagrada Família, doada por Cotinha e Gaetano Nico à nova igreja de Quatituba/MG.

Frei Jaime era espanhol da Catalunha. Nasceu em 23 de março de 1910. Chegou para a paróquia de Resplendor em 1938. Depois de muitos anos, retornou à Espanha. Sempre vol tava para visitar os amigos em Resplendor. Faleceu em 2005.

» São Brás, doado por Angelina Nico, Lota e Ana Bragio.

Frei Pio Maria Nierga (Joan Miquel) era da Ordem Carmelita. Nasceu no ano de 1902, em Vilademuls, província de Girona e diocese de Gerona. Era filho de José Nierga e Maria Joan Miquel. Em 13 de setembro de 1935, partiu para o Brasil, não mais retornando à Espanha, vindo para reforçar a missão de Aimorés. Em 1938, foi destinado à paróquia de Resplen dor. Foram 46 anos de vida religiosa. Um trágico acidente, em 14 de junho de 1964, o levou à morte, quando se dirigia a uma das capelas da paróquia de Resplendor para cumprir com sua missão pastoral. Frei Pio, acidentado, foi levado para a casa de Antonio Caus, que, ime diatamente, providenciou seu caminhão e colocou uma cama na carroceria para levá-lo ao hospital de Resplendor. Faleceu no caminho, antes mesmo de chegar em Resplendor. O ca minhão foi dirigido por Laudino Cesconetto. Muitos o consideram um padre santo e buscam sua intercessão. Diziam que ele usava um cinto com alguma coisa por baixo da batina, uma forma de se flagelar e pedir perdão dos pecados. Sempre estava rezando com o terço na mão.

Frei Eliseu Maria Casanas trabalhou nos anos 50, na época da Cruzada Eucarística. Sempre que ia a Quatituba, levava santinhos para as crianças. De Resplendor, foi para Ai morés. Faleceu novo.

Imagem de São Sebastião, doada por Primo Nico à nova igreja de Quatituba/MG. Acer vo de Celso Luiz Caus.

Frei Atanasio Maatman nasceu em 14 de maio de 1913. Era holandês. Trabalhou na pa róquia de Resplendor nos anos de 1960.

Acervo de Celso Luiz Caus.

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Acervo de Celso Luiz Caus.

» Sapataria de Custódio Ruela;

» Máquina de pilar café e moinho de Jorge e Adriano Nico;

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» Fábrica de tijolo de Arnaldo e Izidoro Caus;

» Venda de cereais e tecidos de Osvaldo Sampaio;

» Foto Scarabeli, do fotógrafo Tatão Gato.

Padre André, à esquerda. Acervo de Doroti De Nadai Vazzoler

» A primeira vendinha, por volta de 1926, foi de senhor Calixto, quando Quatis era um arraial com cerca de 12 casas;

» Barbearia de Jonas Neves;

Frei Pio Maria Nierga (19021964). Acervo de Doroti De Na dai Vazzoler.

As coroações de Nossa Senhora nos meses de maio sempre foram muito lindas. Quem batia o sino era o senhor Angelo Bonicenha.

» Venda de José Camilo;

» Sapataria e bar Santo Antônio, de Antonio Caus;

» Gabinete dentário de Caetano Bragio;

Izidoro Caus e Frei Jaime. Acer vo da família de Izidoro Caus.

» Bar do Arlindo Dalfior;

Além de dona Benta, foram rezadores: Levino Ruela, Antonio Caus, Verendino Caus, Julio Rezende Dias e outros. Antonio Caus foi rezador durante sete anos. Ele fechava seu bar na hora do terço e, terminada a oração, reabria seu estabelecimento.

» Serraria dos Benicá;

» Bar do Izaque Raposo;

» Casa Corrêa, com armarinhos, chapéus, ferragens e bebidas;

Na década de 1950, os Nico que moraram em Quatituba foram Antonio, Jorge, Luiz e Adriano Nico. Adriano morou lá até falecer, em 1991.

Durante muitos anos, Quatituba foi animada em suas festividades por João Bravim, homem de uma inteligência invejada. João Bravim chegou em Quatituba por volta de 1927.

» Ferraria do senhor Estevão Mota;

O primeiro serviço de energia elétrica em Quatituba, na década de 1950, foi de Antonio Caus, que produzia energia por um motor a diesel para atender seu bar, sua residência, o serviço de alto-falante, a iluminação da igreja católica e a casa de seu pai, Izidoro Caus. A primeira fábrica de picolé foi no bar de Antonio Caus.

Até a década de 1960, estes foram alguns estabelecimentos de Quatituba:

» Venda de Angelin Dalfior;

» Padaria e venda de Mário Rosa;

» Cartório de Geracino Francisco de Oliveira;

» Venda Irmãos Jorge e Adriano Nico;

Padre André Colli. Acervo de Do roti De Nadai Vazzoler.

Os frades Jaime e Eliseu.

» Venda de Antonio Nico;

» Farmácia de Brasiliano Dias e Laudino Cesconetto;

» Caminhão de transporte de Vitorio Dalfior;

» Farmácia de senhor Lima (Joaquim Alves de Lima);

» Padaria de Chico Padeiro;

» Venda de senhor Dadinho, esposo da professora Miquita;

» Moinho de milho com máquina de pilar café e fábrica de móveis, telhas e tijolos de João Bravim;

» Pensão de dona Flora;

» Comércio e bomba de gasolina de Manoel de Paula Perpétuo;

» Fábrica de carvão de Izidoro Caus;

» Farmácia de senhor Onofre;

Na igreja de Santo Antônio da Boa Sorte, em Quatituba, havia a canônica, o coreto e um cemitério atrás da igreja, que foi transferido para o cemitério municipal.

Antiga casa de João Bravin, 1946, Fazenda Piranguinha, Quatituba/MG. Acervo de Ana Maria Bravin Souza.

Quatituba, década de 1970. Acervo de Edivaldo Machado Lima.

Casa Comércio de Antonio Nico em Quatituba/MG. Acervo da família de Américo Nico e Maria (Maricota) Campos Nico.

Quatituba antiga, vista a partir do Alto da Rilia. Acervo de Fernando Fasolo.

Bar Santo Antônio, de Antonio Caus, em Quati tuba/MG, décadas de 50 e 60. Acervo da família de Alira Nico e Antonio Caus.

Inauguração da máquina de pilar café de Jorge e Adriano Nico, 8 de julho de 1945. Acervo da família de Josias Nico.

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Venda de Jorge e Adriano Nico em Quatituba/MG. Acervo da família de Vitorio Nico.

Ao volante, Vitorio Dalfior, irmão de Valentina . Acervo da fa mília de Vitorio Dalfior.

Quatituba antiga, vista no sentido de Santa Luzia para Itueta. Acervo de Fernando Fasolo.

Comício do PSD em Quatis, 8 de julho de 1945. Acervo da família de Vitorio Nico.

Joaquim Alves de Lima, conhecido como Senhor Lima, da farmácia. Acer vo do filho Edivaldo Ma chado Lima. Tatão Gato, à esquerda, fotógrafo da região de Quatituba. Acervo da família de Tatão Gato.

Casa Corrêa. Acervo de Emídio Martins da Silva.

Armando sacou a arma para atirar no delegado Alcindo, que se abaixou e a bala acertou a cabeça de Ildebrando, que acabou tombando morto. Armando ainda conseguiu alvejar Alcindo, acertando-o com um tiro. Cambaleando, Alcindo ainda caminhou alguns metros até cair em frente à casa de Osvaldo Sampaio. Outro filho de Mário Mineiro, de nome Ur bano, também entrou em cena e, com uma navalha, cortou o pescoço do delegado Alcindo, que faleceu no local.

O senhor Joaquim Alves de Lima, conhecido como senhor Lima, da farmácia, teve que se esconder e acabou tendo que mudar para uma localidade do Espírito Santo.

A família de Mário Mineiro imediatamente sumiu de Quatis (Quatituba). Não deixou paradeiro. Sua propriedade foi vendida para Izidoro Caus, que acabou comprando as terras incentivado por Abner Correa, casado com Ilda Bravim, sobrinha de Izidoro. A propriedade é onde mora Alci Caus, filho de Izidoro.

O delegado, Alcindo Coelho, entrou em ação. No dia seguinte, dirigiu-se ao bar de Ar lindo Dalfior onde se encontravam Mário Mineiro, seu filho Ildebrando e seu cunhado Armando. A discussão tomou proporções incontroláveis.

José Machado Lima, a dona Zica. Acervo do filho Edivaldo Machado Lima.

Ano de 1951: tiroteio com duplo assassinato

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Professora Miquita e Armindo Dalfior. Acervo da família de Antonio Caus.

Professora Maria Seixas e seu esposo, Os valdo Sampaio. Acervo de Edivaldo Ma chado

Corta-goelas e pica-paus eram grupos cuja rivalidade nasceu quando os principais par tidos políticos do Brasil eram o Partido Social Democrático (PSD) e a União Democrática Nacional (UDN).

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Professora Lezina Menegaz re cebendo livro escrito por seu ex -aluno do 4º ano primário, em 1963, Celso Luiz Caus. Acervo de Celso Luiz Caus.

Meu pai, Antonio Caus, lembra que nesse dia ele foi a Resplendor com minha mãe, que era sua noiva; a sogra, e a cunhada para comprar seu enxoval de casamento. Na época, era tradição o noivo assumir os custos do enxoval da noiva. Estavam todos no ponto de ônibus no momento do trágico incidente, que me foi relatado por Alfredo Dalfior e Antonio Caus.

Professora Maria Auxiliado ra Silva. Acervo da professora Maria Auxiliadora.

Ano de 1954: confusão com tiroteio entre corta-goelas e pica-paus

Na morte de Getulio Vargas, os corta-goelas espalharam a notícia de que iriam comer uma galinha gorda. Os ânimos ficaram acirrados, e até ônibus chegavam de Aimorés e Itue ta trazendo pessoas que se juntaram aos partidários de Quatis (Quatituba), gerando uma confusão generalizada na vila. Como resultado, aconteceu um grande tiroteio.

Meu pai, Antonio Caus, me relatou que no dia seguinte à confusão, 3 de novembro de 1954, nasceu seu filho Sérgio Lucio Caus.

Uma brincadeira teve como resultado a morte de duas pessoas. Imagine os habitantes de Quatis, um povoado do interior, sendo acordados de madrugada com o repicar do sino da igreja. É que haviam amarrado um cabrito na corda de bater o sino, que ficava no coreto da igreja. O fato revoltou a comunidade, que considerou um desrespeito com a fé e a igreja de Santo Antônio da Boa Sorte.

As primeiras professoras até a década de 1960 foram: Maria Seixas Sampaio, Dona Mi quita, Maria Seixas Costalonga (dona Dorinha), Iva Ruela, Maria José Machado Lima (dona Zica), Maria Auxiliadora Silva e Lezina Menegaz.

ALFREDO CHAVES E CASTELO/ES

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7.1 PRIMEIRAS FAMÍLIAS ITALIANAS VINDAS DA REGIÃO DE

D

CÓRREGO DA CONQUISTA, NINHO DOS ITALIANOS

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Finalmente, a partir de 1926, eles se estabeleceram no Córrego da Conquista, no atual município de Itueta/MG. O nome do local não deixava de ser simbó lico: foi ali que conquistaram suas terras, criaram suas famílias e deixaram raízes que se perpetuam até os dias atuais.

A partir da entrada da Conquista, os primeiros moradores foram: » Segundo Nicoli: casado com Terezinha Pessin. De São João (Alfredo Chaves), mudou para Pedregulho, Castelo/ES, e, finalmente, comprou propriedade na entrada para a Conquis ta, Itueta/MG. Instalou-se vizinho à propriedade de Antonio Costalonga, casado com sua irmã Anna Nicoli;

a década de 1870 até o final da década de 1890, bravos italianos que, deixan do a pátria Itália em busca de uma qualidade de vida melhor, chegaram ao Espírito Santo e se estabelecem em Alfredo Chaves e Castelo, perma necendo nesses locais de três a cinco décadas.

» Bortolo Zanon ele mudou do Espírito Santo para o Córrego da Conquista/MG com seu filho Jerônimo casado com Regina Nico. Jerônimo veio no mesmo ano que seu sogro, Antonio Cesare Nico, ou seja, em 1928.

No terreno que era de Antonio Costalonga e Anna Nicoli passaram a morar a família de Custódio Roza. Custódio tinha vários filhos, dentre eles Enoque e Maninho, este último casado com Elia Bravim, filha de João Bravim e Dolores De Nadai. Depois de Custódio Roza, o terreno passou a pertencer a Vitorio Fasolo, sendo atualmente de seu filho Daniel Fasolo. No dia 3 de fevereiro de 2021, em contato com Elias Campo Dall’Orto, ele me informou que Custódio Roza morou na casa que era de Antonio Costalonga e tinha os filhos Maninho, Enoque e Erbino e as filhas Elba e Emi.

A estrada inicial da Conquista seguia um caminho beirando o córrego. Seus habitantes iam comprar mantimentos básicos, como sal, querosene, fumo e remédios, principalmente em Aimorés e Resplendor. Foi em Aimorés que iniciaram a regularização das terras devo lutas do estado de Minas Gerais.

» Antonio Costalonga: casado com Anna Nicoli, sua propriedade vem na sequên cia. Sua casa ficava a 800 metros aproximadamente da entrada da Conquista. Era vizinho de propriedade de Segundo Nicoli, seu cunhado, e Antonio Cesare Nico, seu compadre. Batizou Antonio Nico, filho de Antonio Cesare. Sua filha Madalena Costalonga era esposa de Primo Nico, filho de Antonio Cesare Nico;

7.2 OUTRAS FAMÍLIAS ITALIANAS QUE SE MUDARAM PARA O CÓRREGO DA CONQUISTA

» Ernesta Pessini: viúva de Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto. Mudou para o Cór rego da Conquista por volta de 1929. Com ela, vieram os filhos Furtunato, Donato, João e José. Exceto Furtunato, todos já eram casados. Ernesta Pessini era irmã de Teresinha Pessini, mulher de Segundo Nicoli;

A partir de 1936 e 1937, novas famílias foram chegando ao Córrego da Conquista.

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» Antonio Cesare Nico : casado com Rosa Marchesin, era proprietário de gran de parte das terras da Conquista. Chegou na Conquista em 1928 trazido por seus filhos Julio, Primo e Antonio, que já estavam presentes desde 1926. O ca sarão da sede da fazenda ficava a aproximadamente 1.500 metros da entrada da Conquista. As terras da sede ficavam entre as de Antonio Costalonga e Er nesta Pessini, viúva de Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto. A parte da sede foi herdada por Gaetano, Vitorio, Jorge e Julio Nico. Ainda dentro da Conquista, outra parte da propriedade de Antonio Cesare estava situada após Bortolo Zanon, pai de seu genro Jerônimo Zanon, indo até São Sebastião da Lagoa. Foi doada para os filhos João (Joanim) Nico e Primo Nico, ficando Primo com a parte próxima a São Sebastião da Lagoa. Outra parte da propriedade se es tendia da sede para a outra vertente, em direção a Santa Angélica, divisan do com Giuseppe (Beppe) Venturin. Essa parte foi herdada pelos filhos Luiz, Adriano e Antonio Nico, onde moraram e criaram os filhos. No seu casarão de dois andares, Antonio Cesare Nico colocou uma placa dizendo de onde ele veio da Itália. Teve que retirar a placa, pois o aconselharam que era perigoso, com risco de morte. É possível que esse fato tenha acontecido na época da Se gunda Guerra Mundial, iniciada em 1939, quando os italianos se uniram aos alemães e foram perseguidos pelos brasileiros, pois tinham afundado navios na costa do Brasil;

Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin continuaram na sua propriedade até fale cerem, Antonio Cesare em 1944 e Rosa em 1954. Dividiram os terrenos com os filhos. A sede ficou com Gaetano, Vitorio, Jorge e Julio. João (Joanin) ficou com a parte após Bor tolo Zanon e João Buzeli. Primo ficou com a parte depois de Joanin indo até São Sebas tião da Lagoa. Julio ficou com a parte onde depois pertenceu Joaquin Zandonade. Luiz, Adriano e Antonio ficaram com o terreno que vai para Santa Angélica. A parte onde era a sede, que era de Gaetano, Vitorio e Jorge, hoje pertence às famílias de José Adegard e

Analisando essas cinco famílias pioneiras do Córrego da Conquista, encontramos fatos que explicam por que elas, mesmo tendo se mudado para outro estado, continua ram próximas. Uma explicação era a ligação familiar, e a outra era a afinidade entre elas desde o Espírito Santo, onde moravam na região da Fazenda do Centro, no municí pio de Castelo/ES.

Em 17 de fevereiro de 2021, Dolores de Fátima (Lolote), filha de Ermany (Maninho) e Elia Bravim, relacionou o nome de toda família de seu avô, ou seja, de Custódio Roza, casado com Maria Higino. Os filhos eram Ermany (Maninho) Higino de Moraes, Enoque Higino de Moraes, Erbino Higino de Moraes, Elba Higino de Moraes, Emilia Higino de Moraes e Julio Cesar Higino de Moraes. Ermany (Maninho) casou-se com Elia Bravim em 4 de abril de 1953, e tiveram os filhos Maria Elza de Moraes, Dolores (Lolote) de Fátima de Moraes e Lane D’Arc de Moraes. Agradeci Lolote pele atenção e comentei com ela que os filhos dos avós dela têm o sobrenome Higino de Moraes, e não o Roza, de Custódio. Imaginei a hipó tese de o nome completo de Custódio ser Custódio Roza de Moraes. Coisas de registros in completos em cartórios que aconteciam com frequência naquela época.

Obviamente, os índios foram os primeiros habitantes da região. Padre André Colli é que foi o responsável por catequizá-los, principalmente os da aldeia que atualmente é o po voado de Consegui,Aldeamento.nasminhas entrevistas, listar os nomes de algumas famílias anteriores às italianas: Timóteo, Silas Pedro de Morais, Arruda, Cordeiro e Balbino. Elas são pioneiras da Conquista e foram posseiras do lugar. Os posseiros vendiam suas terras (posses), por meio de recibo, e o passo seguinte era os italianos iniciarem a regularização na localidade de Aimorés, uma vez que eram terras devolutas, pertencentes ao estado de Minas Gerais.

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Rosa, filhos de Gaetano Nico. A sede dos Nico era chamada de Pássaro Verde, devido à presença de grande quantidade de periquitos.

Donato, depois que ficou viúvo, morou e faleceu na casa da filha Lucia, casada com Vi torio Fasolo, pai de Daniel, atual proprietário da terra que era de Antonio Costalonga.

Em 1929, Ernesta Pessini, viúva de Osvaldo Campo Dall’Orto, mudou-se para o Córrego da Conquista. Junto com ela, foram os filhos Furtunato, Donato, João e José. Segundo Elias, filho de Furtunato, a propriedade na Conquista foi adquirida inicialmente de uma família negra que tinha tomado posse, cujo sobrenome era Arruda.

Inocente, irmão de Máximo, morava no Caxixe, Fazenda do Centro, Castelo/ES. Jacó Cesconetto e Augusta Altoé eram pais de Inocente (o mais Velho), Angelin, Máximo, Joa quim, Hermínio, Henrique, Adelino, Teresa, Assunta, Luiza, Iza e Amélia. Os descendentes de Máximo Cesconetto continuam morando na Conquista e Quatituba até os dias atuais. Máximo, casado com Rosa Sossai, antes de se mudar para a Conquista, foi do Espírito Santo para a Jucutinga, perto da Pedra de Santo Elias, que atualmente pertencente ao município de Santa Rita do Itueto. A filha Adelir nasceu em 1934 na Jacutinga e tinha dois anos quando seu pai foi para a Conquista. Como Adelir tinha 86 anos quando conversei com ela em 2020, conclui-se que seu pai, Máximo, mudou para a Conquista entre 1936 e 1937. Máximo com prou a propriedade de um tal Menegussi. Angelin foi do Espírito Santo para Minas depois de Máximo, seu irmão. Máximo e Angelin adquiriram cerca de 10 alqueires na Conquista. A terra de Angelin Cesconetto foi vendida para Francisco Vazzoler. O terreno de Joanin Nico, filho de Antonio Cesare Nico, era depois de Máximo e Ange lin Cesconetto. Ele era casado com Valentina Dalfior, pais de Joana e Alverina. Depois da morte de Joanin, na Conquista, ocasionado por um acidente com seu caminhão, Valentina casou-se com Franquilino Ruela. Franquilino e Valentina se mudaram para Nossa Senhora das Graças, ficando as terras de Joanin com suas filhas, Joana e Alverina, que as venderam, depois de casadas, para Francisco Vazzoler.

A família Timóteo era uma das maiores proprietárias da Conquista antes da chegada dos italianos. Existia um de nome Alexandre Timóteo, que faleceu com mais de 100 anos. Henrique era outro membro da família Timóteo. O pai de Alexandre Timóteo era um dos pioneiros. Outra família antiga era a dos Balbino.

Julio Nico vendeu sua parte para Joaquim Zandonade. Joaquim era casado com Santa Cesconetto, irmã de Jacó Cesconetto. Joaquim Zandonade era pai de Helvécio, Lurdes, El pídio, Isaura e outros. Hoje, o terreno pertence à família de Agenor Correa.

O terreno de Silas Pedro de Morais era em frente ao terreno de José Campo Dall’Orto. Os herdeiros venderam para Pedro Fasolo. Atualmente, é de Marco Fasolo e família. Fica em frente ao de José Vazzoler, onde era do Mário Fasolo.

Na virada do Jacu, indo para Santa Angélica, tinha a família de Manoel Correa.

As terras da família de Ernesta Pessini, viúva de Arnaldo Osvaldo Campo Dall’Orto, tam bém foram divididas. A sede ficou com Ernesta Pessini e o filho Furtunato. Atualmente, quem está morando lá é Benicio, filho de Furtunato. A terra de João Campo Dall’Orto passou para Luiz Rigo, e continua com um descendente Rigo. O terreno de José Campo Dall’Orto ficou com Mario Fasolo e, depois, com José Vazzoler. Donato passou sua terra para Antonio Grobé rio, na antiga escolinha, vindo, na sequência, Vitorio Fasolo, Pedro, Daniel e Moacir Fasolo.

O terreno que era da família de Silas Pedro foi adquirida por Marcos Fasolo e família.

Bortolo Zanon passou a propriedade para Joaquin Rigo. Na sequência, ela foi para Lincol Repossi, depois para a família Pelegrino e hoje está com dona Lila, viúva de senhor Aroldo.

Depois do terreno que era de Bortolo Zanon vem o dos Bosser, onde moram atualmente a filha Luci e Carlos, neto de Jerônimo Bosser. Jerônimo adquiriu as terras de Honório Gras si, que tinha adquirido do casal João e Angelina Buzelli, pais de Francisca Buzzeli, esposa de Fortunato Campo Dall’Orto.

7.3 HABITANTES ANTERIORES AOS ITALIANOS

Francisco Vazzoler já tinha adquirido a terra de Angelin Cesconetto, que também per tencia às herdeiras de Joanin Nico. Depois que Francisco faleceu, as terras passaram para Antônio Vazzoler, depois para Marcos Vazzoler, seguindo para os filhos do Marcos. Antonio Vazzoler era esposo de Carolina Zanon, filha de Jerônimo Zanon e Regina Nico.

Depois de Jerônimo Bosser, vem o terreno de Máximo Cesconetto, que era ligado com o terreno do irmão Angelin. Ambos vieram entre 1936 e 1937.

As terras de Primo Nico eram depois das terras do seu irmão Joanin. Ia da divisa de Itue ta com Santa Rita do Itueto, até na igreja de São Sebastião da Lagoa, na direção de Tabaúna. Foram vendidas entre 1947e 1948, ocasião em que Primo Nico se mudou para Cachoeirinha de Itaúna, em Barra de São Francisco/ES. Foram adquiridas por Giacomo Beninca, Adria no Costalonga e Chiquinho Faria, e hoje grande parte está com a família dos Bossanelli.

As terras da região que ainda não haviam sido exploradas eram denominadas de terras devolutas, pertencentes ao estado de Minas Gerais.

§ 4º Sujeitar as disposições das leis respectivas quaisquer minas que se descobrirem nas mesmas

Governador Benedito Valadares Ribeiro

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Este terreno fica sujeito aos ônus constantes do artigo 93 e 109 da Lei n. 171, de 14 de no vembro de 1936, bem como dos parágrafos 1 e 4 do artigo 29 da Lei n. 27 de 25 de junho de 1892, que dizem:

Palácio da Liberdade, Belo Horizonte, dia _____ do mês de _____ do ano de 1939.

Secretário da Agricultura, Indústria, Comércio e Trabalho

7.4 TERRAS DEVOLUTAS

Consideram-seterras.reservadas para o estado quaisquer quedas d’água, jazidas de utilização industrial, minas e fontes minerais e termais de utilização industrial, terapêutica e higiê nica, que forem encontradas em área vendida, obrigando-se o adquirente a conservar em mata um quinto da área do imóvel ou reflorestá-lo nessa proporção, quando devastado, bem como a todas as demais condições e prescrições das leis estaduais respectivas e vigen tes que farão parte do presente título. Ficam bem assim ressalvados os direitos de tercei ros, quanto a benfeitorias, a caso existentes no mencionado terreno, pelo pagamento das quais o Estado não responderá.

Os italianos chegaram na década de 1920, sendo a maior parte vinda do Espírito Santo. Havia transcorrido pouco mais de três décadas da abolição da escravatura. Eles adquiriram inicialmente as propriedades de posseiros, principalmente negros, na forma de recibo, seja pagando por moedas ou trocando por armas de fogo ou animais, por exemplo.

Os italianos, originários do Espírito Santo, transportavam suas mudanças em animais, cruzavam a fronteira até chegar na travessia na barca do senhor Manduca Queirós, no Rio Manhuaçu, em Tabaúna. Outra forma era de trem, chegando a Aimorés, Resplendor ou Itueta. Conquista ficava cerca de 17 horas a pé de Resplendor, sede do distrito; a 15 horas de Itueta, a estação de trem mais próxima, e a 30 horas de Aimorés, na época, sede do município.

A seguir, um exemplo de uma regularização feita no ano de 1939.

O Governador do Estado de Minas Gerais:

§ 1º Ceder o terreno preciso para estradas públicas de uma povoação a outra ou algum porto de embarque ou estação de estrada de ferro, salvo o direto de indenização das ben feitorias e do terreno ocupado;

ESTADO DE MINAS GERAIS TÍTULO DE VENDA DE TERRAS DEVOLUTAS

Nos documentos e informações levantadas, concluí que os primeiros terrenos foram regularizados junto ao governo de Minas Gerais por volta de 1939. O documento de legaliza ção era denominado “Título de Venda de terras Devolutas”. O documento era assinado em Belo Horizonte por representantes da Seção de Terras, da Secretaria de Agricultura, Indús tria, Comércio e Trabalho, e pelo governador do estado de Minas, que era o transmitente.

Uma unidade de controle era o 2º Distrito de Terras de Aimorés - Fundação Rural de Mi neira Colonização e Desenvolvimento Agrário “Rural Minas”. Os imóveis eram registrados no cartório de registro de imóveis, na comarca Aimorés, Termo de Resplendor.

Os italianos, ao chegarem, encontraram praticamente matas fechadas e algumas famí lias de posseiros. O primeiro núcleo, chamado Quatis (depois Quatis e, finalmente, Qua tituba), surgiu por volta de 1925, com suas primeiras casas no formato de povoado. Mais tarde, foi elevado à categoria de vila.

Faço saber que tendo sido concedido ao Sr._____ por despacho do dia _____ do mês de _____ no ano de _____ e de acordo com os artigos 2.4 e 2.8 da Lei n. 171 de 1936, uma sorte de terras devolutas com as características _____ constantes do verso deste, situada no lugar denominado Conquista, distrito de Resplendor, município de Aimorés, contendo área de _____ metros quadrados, conforme medição aprovada por despacho do dia _____ do mês de _____ do ano de _____ e já tendo sido pago o custo do referido terreno a importância de _____ réis, e cumpridas todas as exigências legais, resolvo conferir ao mencionado concessioná rio, o presente título, pelo qual o declaro investido no direito de propriedade daquela área.

Passados alguns anos, após a ocupação e a exploração da terra, os italianos procuraram regularizá-las junto ao governo de Minas Geras.

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- Os três pés de manga e a engenhoca de Antonio Cesare Nico. Duas mangueiras plan tadas por Primo Nico, de quase 100 anos, ainda estão lá.

- Comemoração, na casa de Silas Pedro de Morais e sua esposa, Maria Cândida da Concei ção, em homenagem a São Pedro e São João. Lembro, na minha infância, nos idos da década de 50 e 60, quando íamos a pé de Quatituba até Conquista para participar da celebração, que, além da parte religiosa, tinha a fogueira para aquecer e assar batatas. Nós passávamos nas brasas descalços e, incrivelmente, sem queimar os pés.

- A enorme cobra morta por Primo Nico.

Infelizmente, há também tristes lembranças:

- O acidente de Joanin Nico, em 1934, com sua carreta, em frente de onde moravam sua irmã Regina Nico e Jerônimo Zanon. Ele faleceu meses depois.

7.5 ALGUMAS LEMBRANÇAS DO CÓRREGO DA CONQUISTA

- Benzimento, na casa de Silas Pedro de Morais e sua esposa, Maria Cândida da Con ceição, para cura de cobreiros e feridas e pedidos para a saúde da pessoa. O benzimento

- O carro de boi da família de Furtunato Campo Dall’Orto.

1.ObservaçõesBeneditoValadares foi governador de Minas Gerais de 15 de dezembro de 1933 até 4 de novembro de 1945;

- Eugênia procurando Antonio Cesare Nico, que se perdia. Cesare tinha uma demência, hoje conhecida como doença de Alzheimer.

- Belas gaiolas feitas à mão por Zé Mome.

- Nos primórdios da Conquista, eram frequentemente realizados bailes com sanfo neiros nas casas das famílias italianas. Era uma forma de divertimento da época, ausente de luz elétrica e televisão. Raramente, havia a presença de um rádio. Nesses encontros aconteciam os namoros, e o resultado era o casamento entre as próprias famílias italia nas. Inicialmente, quem tocava era Julio Nico, com sua sanfona; posteriormente, eram os irmãos Rosário e Zé Mome Zanon.

- O burrinho que tio Gaetano tinha. Ele colocava um balaio pendurado em cada lado do burrinho e levava os netos Glaydsmar e Gleydson para a roça. Na volta, os dois ficavam num mesmo balaio porque o outro vinha cheio de abóboras.

- A primeira igreja feita de madeira na propriedade de Primo Nico. As celebrações eram realizadas por Padre André, Frei Pio e Frei Jaime.

- Cesarin, filho de Primo Nico, morava com seu pai na Conquista, perto de São Sebastião da Lagoa. Espetou o pé ao descer do cavalo e faleceu, vítima de tétano. Tinha entre 17 e 18 anos.

- A bela charrete que o senhor Máximo Cesconetto usava como transporte para se des locar de sua casa para Santa Luzia e Quatituba.

- O casarão de dois andares da fazenda de Antonio Cesare Nico.

- Jerônimo Bosser montado em seu cavalo.

- O primeiro trator da Conquista foi comprado por Helvécio Zandonade.

- Silas Pedro com seus bodes e cabritos buscando água no Córrego da Conquista.

era com ramo de folhagem molhada na água e passado no local onde se desejava a cura, seguido de oração.

- A primeira escolinha da Conquista foi no terreno de Primo Nico. A primeira igreji nha foi transformada em escolinha, e outra igrejinha foi construída um pouco mais aci ma da primeira.

- As aulas de costura de Pachota.

- O afogamento, em 1930, de Rosa, filha de Julio Nico, no açude atrás da casa dele, perto da casa onde moraram Guiê e Eugênia. Rosa tinha apenas quatro aninhos.

2. “Uma sorte de terras devolutas”. Do latim vulgar, sortes, “tirado à sorte”, o que deve ser alusão à divisão das terras por meio de sorteio.

- A capelinha de São Francisco construída por Antonio Vazzoler e a comunidade ao lado do cruzeiro, no alto do morro da antiga propriedade de Primo Nico, no final da Conquista. Monica Vazzoler, filha de Antonio e Carolina Nico Zanon Vazzoler, no dia 8 de abril de 2021, informou-me: “O cruzeiro fica no final da Conquista, em cima de um morro mais alto. Primo Nico colocou aquele cruzeiro lá para o pessoal fazer penitência para pedir chuva. Diz minha mãe, Carolina, que muitas pessoas iam lá rezar. O cruzeiro não era perto da igreja de São Sebastião, era antes de descer para a igreja. Depois de muitos anos, a madeira do cruzeiro colocado por Primo Nico estava apodrecendo, então, meu pai, Antonio Vazzoler, reuniu a co munidade e construíram a capelinha de São Francisco e colocaram outro cruzeiro no lugar”.

- Carro de boi levando os nonos Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin da Conquista até a subida de Santa Angelica para visitar as famílias dos filhos Luiz e Adriano Nico.

- Francisco Vazzoler, dono da terra de Joanin e parte da de Primo Nico, faleceu na es trada, quando ia à igreja de São Sebastião. Parou debaixo de uma árvore para descansar, já dentro do município de Santa Rita e ali faleceu.

- As pescarias de Gaetano, Zé Nico, Zé Mome, Geraldo Franchini e amigos.

- Primeiro caminho a pé, da Conquista para Santa Luzia, atravessando a parte mais baixa do morro, entre a propriedade de Julio Nico (hoje de Agenor Correa) e de Antonio Costalonga (hoje de Daniel Fasolo), saindo em frente à casa de Santo Fasolo Neto e Rozinha Nico, na estrada que vai para Santa Luzia.

- Escolinha na subida do Jacu.

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Capelinha de São Fran cisco construída por An tonio Vazzoler e comuni dade ao lado do cruzeiro da antiga propriedade de Primo Nico no final da Conquista. Acervo da família de Carolina Nico Zanon Vazzoler.

Venturin.JoãoBuzeli,

Angelina Cipriano e a filha Amélia com a criança. Acervo de Caroli na Nico Zanon Vazzoler.

Elias em cima do carro de boi e Benicio guiando. Atrás, escolinha na subida do Jacu. Acervo da família de Furtunato Campo.

Casa da família de Bortolo e Jerônimo Zanon e Regina Nico, na Conquista. Acervo da família de Vitorio Nico.

Casa de Julio Nico, na Conquista, abaixo da de Gaetano Nico, onde ele mo rou depois que mudou de Aldeamento. Acervo de Luzia, filha Julio Nico.

Primo Nico matan do uma enorme co bra em São Sebas tião da Lagoa/MG. Acervo da família de Carolina Nico.

Antigo trator de Helvécio Zandonade. Foto de Glaydson Caus Nico.

Casamento de Eugênia Nico e Mário (Guiê) Neroci. Foto em frente ao antigo casarão de Antonio Cesare Nico, na Con quista, 1949. Acervo de Aparecida Neroci, filha de Eugênia.

Casa de Antonio Costalunga e Anna Nico li, na Conquista. Anna na escada e Rosa e Angela na porta. Acervo de Paulo e As sunta

Dim, Bila, Fortunata Bravim, Luci, Jerônimo Bosser, Irma, Muci, Nair, Armando e Isaura. Atrás, casa de Jerônimo na Conquista. Acervo da família de Jerônimo Bosser.

Frei Jaime entre Máximo Cesconetto e a esposa, Rosa Sossai. Acervo da famí lia de Máximo Cesconetto.

Casal Máximo Cesconetto e Rosa Sossai com os filhos Laudino, Adelir e Jovem. Acervo da família de Máxi mo Cesconetto.

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A

lguns Nico, das famílias de Luiz, Adriano, Gaetano e Jorge Nico, atuaram em times de futebol em Resplendor, Quatituba, Santa Luzia e Calixto. Os times eram o Nacional, em Resplendor; o Boa Sorte e, depois, Grêmio, de Quatituba; o Cruzeiro, de Santa Luzia, e Calixto, no norte de Resplendor.

8 TIMES DE FUTEBOL E ATLETAS NICO

O Nacional teve em sua equipe, ao longo de muitos anos, a presença de jogadores da família de Luiz Nico. Eram eles: Zeca, Alcides (Cid), Dionizio (Neném) e Celso. Zeca era excelente meio-campista, assim como seu irmão Neném. Cid foi um respeitado la teral-esquerdo, pela sua forma dura de jogar; a bola até podia passar, mas o jogador ficava. No Nacional infantil (Nacionalzinho), eu, Celso Luiz Caus, joguei na ponta-direita. Minha avó Angelina Bastianelli Nico, esposa de Luiz Nico, sempre ia assistir aos jogos.

No time de Quatituba jogaram filhos de Adriano: Adrialino (Ié), lateral-esquerdo esti loso, e Antônio Jésus, que tinha um chute forte. Jogava também na posição de goleiro José Nico, filho de Gaetano Nico. Anita Caus Nico era a rainha do time de Quatituba, seguida pela Benita, filha de Braziliano Dias. Abner Correa era jogador da meia-esquerda e tam bém dirigente. Dorvalino atuava como técnico e juiz e seu irmão Benedito era jogador de meio-campo. Da família Caus, os que jogaram foram Iote, Argeu, Alci e Gelso. Tinha ainda o Mário Campo e o Laudino, jogador e técnico, respectivamente.

Flordevino (Totó), filho de Adriano Nico, atuava como juiz de futebol da região. Adriano Nico gostava de assistir aos jogos de Quatituba e Santa Luzia. Totó e Adriano eram botafo guenses. Adrialino (Ié) era vascaíno.

8

Num campeonato regional, do ano de 1967, com participação de times de Resplendor, Itueta, Aimorés e Conselheiro Pena, o Nacional de Resplendor sagrou-se campeão.

Nacionalzinho de Resplendor. Dionizio (Neném) Nico, o quin to partir da esquerda, e o irmão Cid Nico, o terceiro a partir da direita. Acervo de Edivaldo Machado Lima. Nacional de Resplendor. Zeca Nico, segundo em pé à direita.

Time de Quatituba. O goleiro Zé Nico, o técnico e mais cinco em pé são da Conquista. Agachados: Argeu Caus (no centro) e Iote Caus (na direita).

Nacional de Resplendor. Dionizio (Neném), em pé à direita.

O Cruzeiro de Santa Luzia em determinada época contava com a metade de seus joga dores moradores da Conquista, como José Nico, Mário Campo, Benedito e Pedro Rigo, além do técnico Dorvalino. Grande parte dos demais era das famílias Fasolo e Baldon. O campo de futebol ficava depois da venda dos Baldon, à margem da estrada que vai para Santa Rita.

Mais recentemente, entre 1996 e 1997, um time de futebol de Resplendor, de nome Eu calipto Futebol Club, sagrou-se campeão municipal, superando o América do Norte de Resplendor e o sempre favorito Nacional, dentre outros. Um dos patrocinadores era a Nico Terraplenagem, de Alex e Juarez, filhos de Josias Nico.

No time de Calixto, no norte de Resplendor, atuava Josias, filho de Jorge Nico. Era um zagueiro respeitado, bom cabeceador.

Nacionalzinho de Resplendor. Agachados: Zeca Nico, se gundo à esquerda, e Dionizio (Neném), segundo à direita. Acervo da família de Antonio Caus.

Zé Nico, o goleiro, ao lado de Alci Caus. Agachados: Gelso Caus, Argeu Caus e Laudino Cesconetto com o filho Luiz Carlos.

Cruzeiro EC de SantaTimeLuzia.deQuatituba.

Em pé da direita para esquer da: Flordevino (Totó), o técnico, e Adrialino (Ié) jogador. Acervo de Adrialino Nico.

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Josias, o segundo em pé da direita para esquerda. Acervo de Josias Nico. Camisa do Eucalipto Futebol Club. Acervo de Alex Nico.

Referências

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PUPPIN, Douglas. Do Veneto para o Brasil, 1981.

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LORENZINI, Virgílio. Espírito Santo: berço da colonização italiana. Vila Velha, ES, 2007.

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DE PAULA, Sérgio Peres. Fazenda do Centro: imigração e colonização italiana no sul do Es pírito Santo. Vitória, ES, 2013.

PATROCÍNIOAPOIO Família de Odílio Nico Família de Penha NicoAdelairComércioNico AnaContabilidadeRitaNico Eng. e AdilsonConsultoriaNico Dra Jéssica Portes Nico Braga C RM-ES 16.871 João Nico eCecília,esposa filhos e filhas Família de Vitorio Nico Família de Jorge Nico Família de CremascoAfonso Família de FlorentinoNico Família de João Corrêa e Ângela Caus Corrêa

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epois da unificação da Itália, iniciada no século XIX, e após sucessivas guerras, o que parecia ser um período de prosperidade tornou-se um pesadelo, com milhares de cam poneses italianos desempregados e sem terras para o cultivo. A Revolução Industrial agravou ainda mais esse quadro, e o resultado foi a emigração em massa. Foi o caso, por exemplo, de Antonio Cesare Nico e Olimpia Nico, filhos de Giovanni Nico e Maria Lu chetta, que elegeram como destinos Espírito Santo e Minas Gerais.

Na capa e na contracapa deste livro homenageamos os Nico que vieram e os que ficaram. A família de Antonio Cesare Nico e Rosa Marchesin está em destaque na capa. Aqui, mais acima, estão Olimpia Nico e Angelo Bastianello, à esquerda, e Emilio Nico e Severa Ferro, à direita. Emilio nunca saiu da Itália, mas manteve correspondência com a irmã, Olimpia, que veio para o Brasil pouco tempo depois do seu outro irmão, Antonio Cesare.

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