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apresentação

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Oficialment e fundado em 23 de maio de 1535, o estado do espírito santo encontrou-se com a plenitude do seu território e definiu suas vocações somente muito tempo depois. até meados do século xix, o estado percorreu uma trajetória de desencontros com o projeto de se estabelecer com certa autonomia e importância econômica. Funcionando como muralha verde que protegeria as minas gerais, o espírito santo cruzou séculos em rota de esquecimento. conforme relata bueno (1999), Varnhagen, escrevendo em 1854, afirmara: “apesar de tão boas terras, com um porto excelente e rios navegáveis, a capitania ainda permanecia sem desenvolver-se, e reduzida a uma população que não medra e a um solo cujas matas-virgens estão quase todas sem romper-se”. até 1880, anuncia schayder (2002), “não havia ocorrido a efetiva interiorização da colonização do espírito santo”. nossa ocupação “arranhava o litoral”. a república, antecedida, entre outros fatos, pelo fim da escravidão e pelo estabelecimento da política de ocupação por mão de obra imigrante, trouxe uma conjuntura inédita ao estado, iniciando-se uma nova era da história espírito-santense. apesar de o regime republicano ter-se instalado sem mobilização popular e estar devotado aos interesses da elite – o outro nome da república Velha (1889/1930) pode ser república dos coronéis –, mudanças existiram. Por exemplo, pela primeira vez, depois de séculos, o espírito santo seria governado por um capixaba. na nascente república brasileira, com projetos de liberdade, igualdade e fraternidade, além de ordem e progresso, o estado pôde avançar pouco, mas os fundamentos do espírito santo moderno têm registro por essa época. De igual maneira, naqueles anos vislumbraram-se projetos e horizontes que hoje são realidade ou se mantêm com base para novos voos republicanos nas terras capixabas. a história espírito-santense pontua realizações marcantes nas primeiras décadas do século xx, principalmente após 1908, com a convergência de interesses das lideranças político-econômicas locais. historicamente, Muniz Freire e Jerônimo Monteiro são as expressões mais destacadas desse período. Primeiro presidente eleito do estado, José de Mello carvalho Moniz Freire (Muniz Freire), jornalista e advogado, foi o precursor do republicanismo no estado e vislumbrou, planejou e fez algumas realizações que marcam a história contemporânea do espírito santo, tendo lançado uma agenda que ainda é atual. o presidente Muniz Freire, em dois mandatos, de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904, consolidou a ligação do espírito santo com o rio de Janeiro e com Minas gerais. em seus períodos de governo, a estrada de Ferro leopoldina tornou-se realidade e iniciou-se a obra da estrada de Ferro Vitória a Minas. Quatrocentos anos depois do descobrimento, enfim, estabeleceram-se ligações concretas entre o espírito santo e o brasil. De 1908 a 1912, Jerônimo Monteiro mudou o visual da capital, implantando serviços públicos de iluminação e saneamento, por exemplo. o Palácio anchieta foi totalmente reconstruído. Monteiro investiu em educação, tendo reformado o sistema estadual de ensino. Fez pesados investimentos no interior (instituiu no Vale do rio itapemirim um polo de desenvolvimento econômico, inclusive com usina hidrelétrica). nesse sentido, durante a república Velha, os esforços se deram em torno do adensamento populacional do interior; da oferta de infraestrutura para escoamento da produção; da modernização da economia, com instalação de indústrias; e da urbanização da capital, no intuito de torná-la efetivamente o centro político-administrativo do estado.

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Brasão de Vasco Fernandes Coutinho, primeiro donatário das terras capixabas

Coat of Arms of Vasco Fernandes Coutinho, the first grantee of the capixaba territory

Reprodução de "Demostração do Sprito Santo", de João Teixeira Albernas – Arquivo Público do Estado do Espírito Santo Reproduction of "Demostração do Sprito Santo" by João Teixeira Albernas – Public Archive of the State of Espírito Santo

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