PALÁCIO ANCHIETA
1.
AUREA LIGIA BERNARDI gerência de Palácios e residências oficiais
HILDA CABAS chefe do cerimonial
i título.cDD
RICARDO FERRAÇO Vice-governador
DAYSE MARIA OSLEGHER LEMOS secretaria da cultura
3.
MARIA ANGELA BOTELHO GALVÃO superintendência de comunicação
edição
realização
NEIVALDO BRAGATO secretaria dos transportes e obras Públicas
PAULO HARTUNG governador
M379p Martinuzzo, José antonio. Palácio anchieta – Patrimônio capixaba / José antonio Martinuzzo. – Vitória governo do estado do espírito santo, 2009. 240 p.: il. 27cm x 31cm bilíngue: Português e inglês Palácio anchieta 2. história - espírito santo (estado) arquitetura Jesuítica - espírito santo (estado). 981.52 catalogação na fonte biblioteca Pública do espírito santo
JoséaPalácionchietaantonioMartinuzzoalaircaliariFotograFiaPatriMôniocaPixaba
CONTEMPORâNEA LTDA coordenação de projeto
PALÁCIO ANCHIETA 55 Patrimônio capixaba epílogo 190 linha do tempo 192 governantes das terras capixabas 195 Índice de ilustrações 209 english texts 211 bibliografia 238
suMário iiiiiiiVV
A REPúBLICA EM PALÁCIO 45 tempo de reconstrução e reformas
PANORâMICA CAPIxABA 15
MARCO JESUíTICO 25 residência, colégio, igreja
apresentação 08 introdução 10
ASSUNÇÃO LAICA 35 a transformação em Palácio de governo
a restauração do Palácio anchieta é uma das muitas conquistas ca pixabas dos últimos anos. uma vitória que simboliza o respeito às instituições políticas e às tradições culturais, ao mesmo tempo em que se constitui como um sinal evidente da reconstrução política e institucional capixaba.
Paulo Hartung – Governador do Estado do Espírito Santo
aPresentação
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como bem escreveu o filósofo francês Paul Valéry, toda civilização tem a fragilidade de uma vida. ou seja, toda conquista civilizatória – e a política é, por essência, a arte de construção da vida civilizada –, só se preserva e pros pera com intermitente vigilância e trabalho contínuo por melhorias na oferta da cidadania a todos.
a s obras de restauração do palácio e de reconstrução política do espírito santo integram um mesmo movimento de superação capixaba nesses últimos anos – superação que tem na restauração do Palácio anchieta um sim bolismo evidente. o restauro termina aqui, celebrado, como dissemos, com o lançamento deste livro. a reconstrução política é uma tarefa que ainda deman da importantes passos, apesar de já ter avançado e muito.
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empreendimento de recuperação e preservação do Palácio anchieta, a casa da governadoria capixaba, é emblemático da reconstrução político-institucional do estado do espírito santo, iniciada em 2003.
restauração e reconstrução. ações de uma mesma história capixaba que tem encontro marcado no Palácio anchieta – a história de um novo espírito santo.
o destaque vai para a atual conformação do Palácio anchieta, tendo em vista os novos usos que lhe destinamos após o restauro. além da sede do governo, o prédio passou a abrigar espaços que reúnem exposições históricas e permitem a realização de diversos eventos e atividades culturais, educacionais e sociais, entre outros. o palácio também está preparado para as visitações pú blicas, iniciadas com o fim da restauração. restauração que é simbólica de um novo tempo vivido nas terras capixabas. nesse sentido, importa ressaltar que o
ou seja, esta publicação dedica-se a um patrimônio histórico e cul tural capixaba que acaba de receber um importante investimento, recuperando traços marcantes de toda a sua história de mais de quatrocentos anos e garan tindo a sua conservação e sua preservação material e simbólica.
Esta publicação
ocupa-se de um verdadeiro patrimônio capixaba: o Palácio anchieta. Mas este livro é, também e antes de tudo, uma celebração, pois marca a conclusão da primeira obra de restauração da principal sede do governo capixaba, após significativas obras de reconstrução e reforma, realiza das ao longo do século xx, notadamente na sua primeira metade.
este livro, como se poderá notar nas páginas subsequentes, traz in formações essenciais acerca do palácio e das determinantes político-econômicas e culturais que moldaram as suas várias configurações ao longo de séculos de existência. registre-se que ele é um dos raros prédios públicos nacionais a se diar, ininterruptamente, da colônia à república, a sede de um governo de es tado, apontam os pesquisadores.
em seguida, inicia-se a série de quatro capítulos dedicados exclusiva mente à história do palácio, elaborados de acordo com as principais fases/usos da construção, desde 1551, data da inauguração das dependências originárias, até este 2009, ano da conclusão de sua primeira completa restauração em todos os tempos.
Dessa forma, no capítulo 2, encontram-se narrados os fatos ligados aos construtores-mores do que se tornaria o atual Palácio anchieta: os jesuítas. o prédio inicia a sua trajetória como residência, colégio e igreja. Para uma me lhor contextualização, fala-se também da criação e da chegada da companhia de Jesus ao espírito santo, e dos seus empreendedores mais significativos em terras capixabas, os jesuítas afonso brás e José de anchieta.
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O tempo é uma ausência. chegou, já passou – e o movi mento não cessa. o tempo é uma presença. Passa, mas fica – deixa heranças. invisível, pode riscar memórias profundas. intocável, alcança a tudo e a todos. com seu toque, molda paisagens, construções, destruições, experiências. ergue e desmonta. transtorna perspectivas. Marca.
Falar de um prédio histórico é falar do tempo – dos vários tempos que o esculpiram. Do tempo que construiu, destruiu, reconstruiu. Do tempo que faz, refaz e refará – intermitentemente. Do tempo que opera pelas mãos dos homens, que orienta pelos anseios e crenças da cultura, que determina pelos interesses da economia e que governa pelos braços da política. Do tempo que se materializa em gerações e que define eras em intervalos de existências.
o atual Palácio a nchieta acumula entranhas e feições de diversos tempos vividos, numa vocação ou mesmo condição inelutável, realçadas pela restauração iniciada em 2004, sob os auspícios do governo do estado do espírito santo. como se verá nesta publicação, motivada pela conclusão das obras de restauro, o tempo presente não deixou de dar o seu toque, mas foi generoso com os tempos que passaram, descobrindo as marcas dos tempos do antes de hoje.
Para contar essa história de longa duração e muitos tempos, esta publicação se constitui de cinco partes. i nicialmente, é feito um panorama político-econômico da trajetória capixaba, tendo em vista a contextualização da história do Palácio anchieta, que sempre esteve no centro das decisões mais importantes do estado.
a seção seguinte trata da tomada do prédio pelo poder laico. com a expulsão dos jesuítas do império português, ocorre o confisco de todos os
introDução
nas páginas seguintes, temos a descrição de um autêntico “lugar de memória” capixaba. uma construção robusta, inúmeras vezes “re-vestida” com adornos, contornos, cores e expressões diversas. com sua imponência pontuada de vestígios seculares, o Palácio anchieta expressa no simbolismo de sua concretude muito do espírito santo que foi, é e será no seu viés político-cultural e econômico.
o tempo é puro paradoxo. é ausência e presença. é concreto e simbó lico. é passado, presente e futuro. Passou, passa, está passando, passará, deixando suas marcas. nessa direção, este livro traz o perfil de um prédio de fundações e paredes quatrocentonas, mas que abriga e expõe marcas de tempos vários, materializados em mais de quatro séculos de experiência histórica.
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Por fim, no quinto e último capítulo, dedicamo-nos a falar da atual conformação do Palácio anchieta, depois da restauração iniciada há mais de cinco anos. um restauro que contemplou as diversas fases da história do prédio e preparou o palácio para usos que extrapolam o âmbito político-administrativo. além de ter sido aberto à visitação pública, o Palácio anchieta, que se mantém como a principal sede do executivo capixaba, abrigando o gabinete do governador, também passa a ser espaço de exposições, eventos e atividades ligados à cultura capixaba. restaurado, o palácio encerra atualmente um pouco de todas as vocações e configurações que os tempos históricos lhe deram ao longo de quatro séculos. registre-se que essa é a primeira obra de restauração do palácio em seus 458 anos. os técnicos ensinam que uma reforma/reconstrução simples mente visa a resolver problemas de estrutura ou de adaptação de um edifício a novos usos. a restauração, além de poder contemplar esses objetivos, busca aumentar a longevidade das edificações, considerando-se e respeitando-se o
bens da companhia de Jesus. o conjunto jesuítico, então referência na capital capixaba e arredores, transforma-se em prédio público. este capítulo alcança os séculos xViii e xix encerrando-se com a visita e hospedagem do imperador Dom Pedro ii nas dependências do palácio – uma efeméride que marcaria a história da nconstrução.ocapítulo 4, abordamos o palácio como sede do executivo repu blicano no espírito santo. num tempo de reconstrução e reformas, é a política dando novas feições ao legado da igreja e das monarquias portuguesa e brasileira. é o tempo dos presidentes e governadores de estado que assumem o palácio e investem na sua reconstrução (Jerônimo Monteiro) e na sua reforma (João Punaro bley). é uma era em que se apagou a maioria dos vestígios de outros tempos. restou basicamente a estrutura, ainda assim, modificada.
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a restauração foi feita a partir de um minucioso conjunto de estudos elaborados por arquitetos, arqueólogos, historiadores, engenheiros e restaurado res. o diagnóstico revelou uma construção em estado de degradação acelerada, crivada por infiltrações, fissuras, rachaduras, goteiras, com estruturas compro metidas e redes elétricas e hidráulicas em péssimas condições.
valor artístico e cultural das construções, envolvendo saberes de diversos cam pos, a partir de um trabalho de absoluta precisão e zelo.
Fugidio, mas inescapável, o tempo diz presente em lugares de me mória como o Palácio anchieta. espaços que, por sua constituição sensível e simbólica, dizem muito acerca do que se foi, do que se é e do que se pode ser. boa viagem, pois, às heranças do passado, às realizações do presente e às sinalizações do futuro em terras capixabas. afinal, do que fomos extraímos o que somos e indicamos o que poderemos ser, conectados e articulados pelo tempo – que não para!
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a primeira fase do restauro contemplou as fachadas e o telhado, que foram totalmente recuperados. na segunda etapa, foi privilegiado o interior do palácio, uma construção que resultou da fusão de três edifícios seculares erguidos pelos jesuítas: a residência, o colégio e a igreja de são tiago. nesse processo, o sóbrio conjunto colonial jesuítico vestiu-se das minúcias e opulências do estilo eclético, numa transformação que, apesar de ter apagado vestígios evidentes da contribuição dos religiosos, permitiu a sobrevivência da estrutura através dos tempos seculares que ela coleciona.
s anto a gostinho, intrigado com o que seria o tempo, perguntou: “onde estão o passado e o futuro, se é que existem?”. Por experiência, sabe-se o que é o tempo; o difícil é apreendê-lo, concluiu um dos mais ilustres doutores da igreja, para quem, em última instância, só o presente existe, matizando o pas sado e o futuro, num jogo de lembranças e esquecimentos, projetos e projeções.
PanorâMicai caPixaba
a república, antecedida, entre outros fatos, pelo fim da escravidão e pelo estabelecimento da política de ocupação por mão de obra imigrante, trouxe uma conjuntura inédita ao estado, iniciando-se uma nova era da história espírito-santen se. apesar de o regime republicano ter-se instalado sem mobilização popular e estar devotado aos interesses da elite – o outro nome da república Velha (1889/1930) pode ser república dos coronéis –, mudanças existiram. Por exemplo, pela primeira vez, depois de séculos, o espírito santo seria governado por um capixaba.
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Oficialmente fundado em 23 de maio de 1535, o estado do espí rito santo encontrou-se com a plenitude do seu território e definiu suas vocações somente muito tempo depois. até meados do século xix, o estado percorreu uma trajetória de desencontros com o projeto de se estabelecer com certa autonomia e importânciaFuncionandoeconômica.como muralha verde que protegeria as minas gerais, o espírito santo cruzou séculos em rota de esquecimento. conforme relata bueno (1999), Varnhagen, escrevendo em 1854, afirmara: “apesar de tão boas terras, com um porto excelente e rios navegáveis, a capitania ainda permanecia sem desenvolver-se, e reduzida a uma população que não medra e a um solo cujas matas-virgens estão quase todas sem romper-se”. até 1880, anuncia schayder (2002), “não havia ocorrido a efetiva interiorização da colonização do espírito santo”. nossa ocupação “arranhava o litoral”.
Primeiro presidente eleito do estado, José de Mello carvalho Moniz Freire (Muniz Freire), jornalista e advogado, foi o precursor do republicanismo no estado e vislumbrou, planejou e fez algumas realizações que marcam a história contemporânea do espírito santo, tendo lançado uma agenda que ainda é atual.
na nascente república brasileira, com projetos de liberdade, igualdade e fraternidade, além de ordem e progresso, o estado pôde avançar pouco, mas os fundamentos do espírito santo moderno têm registro por essa época. De igual maneira, naqueles anos vislumbraram-se projetos e horizontes que hoje são reali dade ou se mantêm com base para novos voos republicanos nas terras capixabas.
De 1908 a 1912, Jerônimo Monteiro mudou o visual da capital, im plantando serviços públicos de iluminação e saneamento, por exemplo. o Palácio anchieta foi totalmente reconstruído. Monteiro investiu em educação, tendo reformado o sistema estadual de ensino. Fez pesados investimentos no interior (instituiu no Vale do rio itapemirim um polo de desenvolvimento econômico, inclusive com usina hidrelétrica).
PanorâMicai caPixaba
o presidente Muniz Freire, em dois mandatos, de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904, consolidou a ligação do espírito santo com o rio de Janeiro e com Minas gerais. em seus períodos de governo, a estrada de Ferro leopoldi na tornou-se realidade e iniciou-se a obra da estrada de Ferro Vitória a Minas. Quatrocentos anos depois do descobrimento, enfim, estabeleceram-se ligações concretas entre o espírito santo e o brasil.
a história espírito-santense pontua realizações marcantes nas pri meiras décadas do século xx, principalmente após 1908, com a convergência de interesses das lideranças político-econômicas locais. historicamente, Muniz Freire e Jerônimo Monteiro são as expressões mais destacadas desse período.
nesse sentido, durante a república Velha, os esforços se deram em torno do adensamento populacional do interior; da oferta de infraestrutura para escoamento da produção; da modernização da economia, com instalação de indústrias; e da urbanização da capital, no intuito de torná-la efetivamente o centro político-administrativo do estado.
Brasão de Vasco Fernandes Coutinho, primeiro donatário das terras capixabas Coat of Arms of Vasco Fernandes Coutinho, the first grantee of the capixaba terri ory
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Reproduction of "Demos ração do Sprito Santo" by João Teixeira Albernas – Public Archive of the Sta e of Espírito Santo
1918
Reprodução de "Demos ração do Sprito Santo", de João Teixeira Albernas – Arquivo Público do Estado do Espírito Santo
apesar dos avanços ao longo do século e da retomada democrática, o balanço do final dos anos de 1900 é dramático para a política capixaba. houve um completo descompasso entre o espírito santo que “trabalha e confia” e o espírito santo institucional. na virada do milênio, eram atualíssimas as palavras de Muniz Freire, ditas um século antes: “o nosso mal é político e resulta de vícios [...] dos apparelhos institucionaes” (cláuDio, 1981, p. 293).
Falta de visão estratégica para introduzir o espírito santo no cenário de desenvolvimento nacional, denúncias de corrupção nas entranhas dos pode res instituídos, instrumentalização da máquina pública pelo crime organizado e subordinação do interesse coletivo aos desmandos e negócios privados de quem tomava o poder, endividamento irresponsável, desmonte e sucateamento das estruturas governativas... a lista de equívocos e do aviltamento dos princípios e da ética republicanos, com graves prejuízos ao povo capixaba, principalmente
Dos anos 30 até a década de 60, o estado viveu dias de alternância entre privilégio à agricultura e à industrialização. Foi também o período das inter venções federais patrocinadas pela era Vargas. o interventor João Punaro bley fez importantes investimentos e modernizações, mas o destaque vai para as figuras dos ex-governadores carlos Fernando Monteiro lindenberg e Jones dos santos neves. segundo schayder (2002, p.107), a principal preocupação de lin denberg (1947 a 1950 e 1959 a 1962) “era incrementar o setor agropecuário”, tendo, inclusive, expandido a fronteira agrícola para o norte do estado. ainda de acordo com o referido autor, Jones dos santos neves (1951 a 1954) fez uma gestão baseada no planejamento, tendo em vista a política desenvolvimentista.
a caminhada no século xx deu ao espírito santo personalidade eco nômica, posição de destaque nas relações comerciais nacionais com o mundo, seja no comércio exterior, seja na produção de commodities que fazem girar a indústria mundial, seja na logística disponível. o estado figura entre os maiores produtores e exportadores de celulose, aço e rochas ornamentais. Pelos seus portos sai miné rio de ferro e pellets para abastecer as maiores economias. Frutas, café, móveis e confecções também enriquecem a pauta econômica. nos últimos anos, o espírito santo se tornou o segundo do País em reserva e produção de petróleo e gás.
“o governo estadual passou a intervir na economia, a fim de criar as condições infraestruturais que propiciassem o arranque industrial do espírito santo”. nos anos 50, reestruturou o Porto de Vitória, construiu hidrelétricas no rio santa Maria e ampliou e asfaltou a malha rodoviária, dentre outras realizações.
esse movimento econômico disseminou uma nova cultura de plane jamento e organização produtiva e comercial que acabou alcançando a agricul
no quesito político-administrativo, com o processo lento e gradual de abertura política, em 1982 foram retomadas as eleições diretas para governa dor, sendo eleito gerson camata. tendo feito um governo empreendedor, que levou asfalto aos quatro cantos do estado, camata representava para os eleitores, segundo schayder (2002, p. 121), “a renovação da vida política capixaba: era jovem, peemedebista e primeiro descendente de italianos a governar o estado”.
tura, que, mais adiante, experimentou um grande processo de modernização e diversificação. a vocação para o comércio, com o fortalecimento do espírito santo pelo investimento em infraestrutura e atividades comerciais, vislumbrada e defendida por Muniz Freire, acabou por estabelecer-se na segunda metade do século xx, dando-nos know-how e logística nacionalmente privilegiados em relação à economia mundializada.
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os grandes projetos industriais, localizados essencialmente na grande Vitória, transformaram o perfil socioeconômico do estado. com incentivos fis cais, os investimentos privados foram potencializados, levando à modernização da indústria e à movimentação do setor de prestação de serviços e comércio.
o s grandes projetos industriais trouxeram importantes complexos de infraestrutura, especialmente portos, e uma capacidade logística que são hoje fatores decisivos para qualquer estratégia de comércio exterior do b rasil. a industrialização do e spírito s anto foi tardia, mas chegou com o foco estra tégico certo para o momento histórico mundial da globalização: o comércio exterior em bases competitivas.
Depois de viver dias de populismo, o espírito santo, nos anos 60, experimentou uma mudança no eixo da economia estadual. Promoveu-se a er radicação dos cafezais – 180 milhões de pés foram sacrificados, ou 54% do total plantado. os governadores christiano Dias lopes (1967 a 1971) e arthur carlos gerhardt santos (1971 a 1974) foram os responsáveis pela chamada “‘ grande Virada’, em que de uma economia predominantemente agrícola, passamos a uma essencialmente industrial e urbana”, afirma schayder (2002, p. 116).
com a ampliação da arrecadação, os serviços foram normalizados e abriram-se frentes de obras em todos os municípios capixabas. esse trabalho tem levado melhorias a todos os milhões de capixabas.
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“ a r epública não foi feita para servir à opressão, ao esbulho e à violência, sim, porém, à liberdade, à paz e ao progresso” (cláuDio, 1981, p. 300). as palavras de Muniz Freire, considerando sobre os primeiros anos do republicanismo, parecem soar óbvias, mas no espírito santo elas foram esqueci das por um bom período de tempo, principalmente no final do século passado. a decisão de mudança foi sacramentada nas urnas de 2002 e uma nova história começou. a trajetória tem sido desafiante. grande clamor dos cidadãos de bem na virada do milênio, a constituição de um governo estadual a serviço do povo capixaba foi a primeira missão da administração que se iniciou em janeiro de 2003. governar para todos os capixabas significava enfrentar desafios gigan tescos. a missão era monumental. e, pelo tamanho da herança, ainda continua oferecendo grandes desafios. Mas as vitórias foram muitas – conquistas que per mitem ao estado avançar sem parar rumo à consolidação de um novo tempo em terras capixabas. em 31 de dezembro de 2002, os restos a pagar, ou seja, dívidas com servidores, fornecedores, prestadores de serviços, entre outros, chegavam a r$ 1,2 bilhão. Para se ter uma ideia do montante, as dívidas equivaliam a quatro arrecadações estaduais.
e m 2005, todo esse passivo foi zerado. o e stado também estava inadimplente com o contrato de renegociação da dívida com a união, que fazia a retenção do fundo de participação do espírito santo. hoje, o estado é citado País afora como exemplo de equilíbrio nas contas públicas. o espírito santo saiu da posição de um dos piores estados da Federação no quesito das contas públicas para a dianteira do ranking do tesouro nacional.
enfim, com os choques ético e de gestão, fez-se um realinhamento governamental, recuperando-se a capacidade de investimento do estado para realizar obras e prestar serviços essenciais. resultado: o espírito santo saiu de menos de 1% de investimentos com recursos próprios em 2003 para o patamar de 15% nesses últimos anos.
e liminaram-se privilégios fiscais e administrativos, iniciou-se um combate sistemático e severo à sonegação, à corrupção e ao crime organizado, e investiu-se na modernização da máquina pública, com realização de vários concursos, introdução do planejamento estratégico, incluindo instrumentos de acompanhamento da sua aplicação, e a redução de gastos, entre outros.
c omo se pode notar, no ano de 2003, o e spírito s anto iniciou uma caminhada de travessia, do descontrole administrativo para uma nova fronteira histórica, marcada pela estabilidade político-administrativa, pela normalização, ampliação e qualificação dos serviços públicos e pela inaugu ração de uma nova era econômica. e ste está sendo um tempo de superação, de arrumar a casa e estabelecer as bases de um novo futuro. Mas é também um tempo de muitas conquistas, até certo ponto inesperadas em função da gravidade do quadro encontrado há seis anos.
os passos dados em mutirão distanciaram definitivamente o estado do passado recente de humilhação e vergonha. o governo do espírito santo voltou a trabalhar para o povo do e spírito s anto. e , hoje, vivem-se dias de uma nova história capixaba. um tempo de reconstrução e restauração, como a obra do Palácio anchieta, que tão bem simboliza esses novos tempos políticoadministrativos no estado.
o avanço ocorre com novos investimentos dos empreendimentos já instalados e também pela atração de novos negócios, em nível nacional e inter nacional. Deve-se ressaltar que este terceiro ciclo econômico se estabelece a partir de um novo modelo de desenvolvimento, socialmente inclusivo, ambientalmente responsável e geograficamente desconcentrado.
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a efetivação de uma nova realidade político-institucional a partir de 2003 também dinamizou a economia estadual, inaugurando o terceiro ciclo de desenvolvimento capixaba, após a predominância da agricultura e da primeira fase da industrialização voltada para o comércio exterior. o atual movimento se estabelece pela ampliação do comércio exterior, pela dinamização dos arranjos produtivos locais, pela emergência do negócio ligado ao petróleo e gás.
aos mais pobres, que dependem diretamente dos serviços prestados pelo estado, parecia não ter fim. os capixabas entraram no terceiro milênio sob o opróbrio de uma política indigna de ser chamada de política, na sua acepção original – a comunhão de homens de bem em ação pela emancipação do homem, a justiça social, a liberdade, a igualdade e a fraternidade.
iiMarco resiDência, colégio, igreJa JesuÍtico
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a coMPanhiaJesusDe
um ano antes, em 1534, inácio de loiola funda, na França, a compa nhia de Jesus, cuja atuação redundaria, aqui no estado, em iniciativas que deram início à história do Palácio anchieta, uma vez que a primeira fase da construção está circunscrita ao período entre a chegada dos jesuítas ao espírito santo e a sua expulsão das colônias portuguesas (1551-1759).
a fé católica, combatendo infiéis e heréticos e convertendo pagãos ao catolicismo. Nessa cruzada de fé, os jesuítas chegaram ao Brasil em 1549, liderados pelo padre Manoel da Nóbrega. Apesar de notícias de chegadas anteriores, a maioria dos autores anota a vinda da Ordem dos Jesuítas para o Espírito Santo em 1551, dando início à ação evangelizadora em terras capixabas (SCHAYDER, 2002).
Maiorem Dei Gloriam” – Para Maior Glória de Deus –, prestava votos de castidade, pobreza e obediência.
O objetivo maior da Companhia de Jesus foi o de propagar
[...] Ele se inscreve nos registros de nossa história num continuado de fatos, cujos episódios, perfeitamente conhecidos, se dividem em três fases bem delimitadas: Colégio de Padres Jesuítas, Residência de Governadores da Província, meros funcionários do Império, e, finalmente, Palácio do Governo do Estado, após a República e distinguido, por decreto de 9 de junho de 1945, com o nome de Palácio Anchieta, devota homenagem tributada pelo Dr. Jones dos Santos Neves quando governou, pela primeira vez.
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ii resiMarcoDência, colégio, igreJa JesuÍtico
A Companhia de Jesus foi fundada no movimento de reação católica à Reforma Protestante. Considerado como “soldado de Cristo”, cada jesuíta, seguindo o lema “Ad
A edificaçã
a história do Palácio anchieta começa também em 1551, por obra do missionário jesuíta afonso brás, aqui chegado em companhia do irmão leigo simão gonçalves. em vez de se fixar na Vila do espírito santo, os jesuítas se estabeleceram na ilha de santo antônio, propriedade de Duarte lemos, depois chamada de Vila nova, Vila de nossa senhora da Vitória e, atualmente, Vitória. a ilha era abrigo de portugueses em busca de proteção da beligerância indígena no continente.
o que abriga o Palácio anchieta conta uma história em três tempos. Derenzi (1971, p. 16), que oferece as principais referências à escritura desta obra, resume da seguinte forma a trajetória do conjunto:
a história do espírito santo inicia-se oficialmente em 23 de maio de 1535, com a chegada de Vasco Fernandes coutinho, que se estabeleceu na região onde fundaria a Vila do espírito santo, atual Vila Velha.
Idealista, empreendedor, letrado, catequista, com estudos de arquitetura, carpinteiro hábil, Afonso Brás deu início à vida urbana da Vila Nova. Morreu em 1610, no Rio de Janeiro. “É ele de fato o fundador da
brás lourenço e seu substituto, padre Manoel de Paiva, envidaram esforços para a ampliação do conjunto, mas o altar e o térreo da primeira igreja foram alcançados por um incêndio em 1559. na década de 1570, missionários náufragos, após acidente na foz do rio Doce, mobilizados pelo padre inácio de tolosa, em retribuição à acolhida, deram início à construção de uma nova sede para a igreja de são tiago, agora em pedra, no mesmo local da anterior, erguida com madeira. era o ano de 1573.
em 1707, após 120 anos da construção da primeira ala do colégio, ergue-se a segunda, de frente para a baía de Vitória. a terceira ala foi construída em 1734, fechando o pátio interno, juntamente com a segunda torre da igreja. a quarta ala, contígua à igreja, foi erguida em 1747, formando o quadrilátero imponente do que seria, por muitos anos, a maior construção do estado.
em 1584, anchieta assume a liderança dos jesuítas no estado. nesse mesmo ano, Derenzi (1971, p. 26) relata que o conjunto “estava bem acabado com sete cubículos e na cerca há laranjeiras, limeiras, cidreiras, acajá e outros frutos, com todo o gênero de hortaliças de Portugal”. havia enfermaria, refeitório e salas de ensino. em 1587, anchieta conclui a primeira ala do colégio, voltada para a praça (atualmente, Praça João clímaco).
Arca de ferro e pias batismais dos empos jesuí icos Iron chest and baptismal fonts from Jesui times
para o Brasil na segunda leva de jesuítas, em 1550.
segundo bittencourt e campos (2000, p 71), “o governador-geral tomé de sousa, em viagem para o sul, em companhia do padre Manoel da nóbre ga, vê uma ‘grande casa e igreja’, ao se referir ao colégio que visitara, em 1552”. Pouco tempo após a visita, por ordem de nóbrega, então superior dos jesuítas no brasil, afonso brás segue, em 1554, para são Paulo. é substituído por padre brás lourenço, que chega acompanhado pelo padre José de anchieta.
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aos 27 anos, padre afonso brás, vindo de Porto seguro (ba), aporta na vila em princípios de 1551 e, em 25 de julho do mesmo ano, já havia inau gurado a igreja. segundo Derenzi (1971, p.23),
O padre Afonso Brás nasceu em 1524, em Portugal. Em 1546, ingressou na Companhia de Jesus e veio
PaDrebrásaFonso
Afonso Brás e Irmão Gonçalves não se demoraram em cogitações. Trataram logo de erguer rancho e capela provisória. [...] Desse pouso de anacoretas deram início à construção do Colégio e Igreja de São Tiago, na assenta do morro, obra continuada paulatinamente, que se tornou definitiva, com o passar dos anos, e representa o atual Palácio Anchieta.
Vila de Nossa Senhora da Vitória. Foi o Colégio que congregou, assistiu e encorajou o povo, dando-lhe perseverança. Foi baluarte, foi hospital, foi casa de ensino e escola de fé” (DERENZI, 1971, p. 23).
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Igreja de São Tiago. Foi grande escritor, historiador, poeta e teatrólogo. “Foi, possivelmente, o primeiro a fazer teatro no Espírito Santo, no intuito de propagação do catolicismo por meio da arte”. Conhecido como A do Brasil, foi beatificado por João Paulo II no dia 22 de junho de 1980 (BITTENCOURT e CAMPOS, 2000, p. 56).
PaDre José anchietaDe O padre José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534, em Tenerife, nas Ilhas Canárias, arquipélago pertencente à Espanha, no mesmo ano de fundação da Companhia de Jesus, ordem na qual ingressou em 1551. Chegou ao Brasil em 1553.Tornou-se um dos mais respeitados jesuítas no século XVI no Brasil, com atuações em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, estado ao qual esteve ligado por 32 anos. Anchieta é tido como um dos primeiros que aprenderam a língua tupi. Foi para Reritiba, atual
município de Anchieta, em 1595. Faleceu no dia 9 de junho de 1597. Seu corpo foi levado pelos índios, numa viagem de aproximadamente 90 km para Vitória, onde foi sep
Mas esses mesmos religiosos pouco usufruíram do amplo edifício que construíram. em 1759, decreto do então rei de Portugal, Dom José i, expulsou os jesuítas do reino e de todas as possessões da coroa. chegava ao fim uma era da história do colonialismo português. encerrou-se, por exemplo, a trajetória do colégio dos Jesuítas.
Mapa de Vitória em 1767, com aspectosda cidade a época da expulsão dos jesuítas Map of Vitória in 1767 showing the city as it was at the time of the Jesuits’ expulsion
Melhorias, reconstruções, ampliações... o conjunto jesuítico resultou de obras que atravessaram três séculos. Derenzi (1971, p. 27) afirma que, “pela centúria de 1600, os progressos foram lentos. [...] Porém, a partir de 1700, a evangelização dava frutos abundantes e a construção do colégio tomou impulso animador. [...] em 1747, o conjunto ‘estava terminado com sua majestade e beleza’”.
Da precária capela erguida em 1551 por padre afonso brás à constru ção da última ala do colégio, em 1747, foram 196 anos de obras que estabele ceram as bases do atual prédio do Palácio anchieta. Quase dois séculos de cons trução, tocada por religiosos que inscreveram seus nomes na história capixaba.
iii a transForMação eM Palácio Do goVerno assunção laica
a transForMação eM Palácio Do goVerno assunção laica
Pombal pretendia fortalecer e modernizar a monarquia portuguesa, e os jesuítas estavam no seu caminho por duas questões básicas, segundo schay der (2000). os padres tinham influência que chegava a rivalizar com o poder das autoridades civis e, além disso, construíram um patrimônio riquíssimo que poderia ser incorporado à coroa.
Perspectiva da Vitória colonial mostra a imponência do legado jesuítico Perspective of colonial Vitória showing the grandeur of the Jesuit heritage
Ao despontar o ano de 1760, o Espírito Santo perdeu a poderosa força que, havia mais de dois séculos, vinha colaborando no seu desenvolvimento: os jesuítas. Foi a vinte e dois de janeiro daquele milésimo que Vitória assistiu ao embarque dos dezessete que, ao tempo, residiam na capitania. [...] Como a significar a importância que a Coroa e seus delegados emprestavam ao assunto, a diligência da prisão dos jesuítas foi cometida ao desembarga dor João Pedro de Sousa Siqueira Ferraz, da Relação do Rio de Janeiro. Aqui chegado a quatro de dezembro do ano anterior, no mesmo dia fez cercar o Colégio dos padres, até que fossem arrebanhados os das residências: Muribeca, Itapoca e Araçatiba; e os das missões dos Reis Magos e Irititiba. Àquele dia, acompanhados de Ferraz, seguiram – pela nau Libúrnia – com destino ao Rio de Janeiro, de onde, mais tarde, embarcaram para o exílio.
Após mais de dois séculos em terras capixabas, os jesuítas foram expulsos, de acordo com o alvará de Dom José i, rei de Portugal, datado de 03 de setembro de 1759. sob influência do poderoso Marquês de Pombal, o soberano baniu a companhia de Jesus de Portugal e de suas colônias.
o liveira (2008, p. 217-218) assim descreve o banimento dos missionários jesuítas do estado do espírito santo:
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a corte enviou, como de praxe, recursos para a preparação da estada
Em 1860, Dom Pedro II e a impera riz Teresa Cristina se hospedaram no palácio In 1860, Dom Pedro II and Empress Teresa Cristina stayed in the palace
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À descrição indignada de Marques, Derenzi (1971, p. 37) acrescenta: “serviços heterogêneos envolvendo classes que abrangiam crianças e soldados, funcionários e autoridades. não havia água encanada nem esgotos”. como bem assinalou Marques, a situação de penúria e aviltamento do conjunto jesuítico transformado em sede de g overno “durou até quase o fim da monarquia”. isso porque no ano de 1860 o palácio recebeu suas Majes tades imperiais o imperador Dom Pedro ii e a imperatriz Dona teresa cristina
“o Palácio acomodara-se, definitivamente, no colégio e este apelido se despede da história”, observa Derenzi (1971, p. 39), que também assinala: “[...] no começo do século xix, o edifício, na linguagem popular, ganhou o epí teto de ‘Vaticano’, em atenção às articulações políticas e repreensivas que ali se articulavam, nos segredos das velhas celas, transformadas em salas de governo”.
Numa de suas vastas acomodações reside o Presidente da província, e n’outra funcionam a secretaria da presidência, o Liceu, Tesouraria, Fazenda, a Administração dos Correios, o armazém de artigos bélicos, a Biblioteca Pública, uma escola de primeiras letras e o quartel de pedestres. Esta situação durou quase até o fim da monarquia. Que promiscuidade díspar.
r ocha (2008, p. 49-50), ao relatar a viagem de Dom Pedro ii ao espírito santo, fez uma descrição de Vitória, que, à época, “pouco excedia a cifra de cinco mil habitantes”, e detalhou o mutirão que se teve de costurar, até mesmo entre inimigos políticos, para preparar a recepção e estada do imperador na sede do governo e residência oficial.
todos os bens dos jesuítas foram confiscados. o c olégio passou também a abrigar a sede do g overno da capitania. c om manutenção precá ria, o conjunto esteve à beira da destruição total com um incêndio ocorrido em 28 de setembro de 1796. a igreja foi a mais afetada, tendo sido perdidas relíquias e rimagens.ecuperado, em 1798 o já denominado Palácio do governo passou a abrigar o hospital Militar e o batalhão de polícia. Derenzi (1971, p. 36) escreve que, “[...] para uma vila de 1.438 fogos – antigamente o recenseamento se fazia pelo número de casas ou cozinhas – o velho colégio era uma construção colossal, podia absorver todas as instalações de fazenda, saúde e militares”.
Derenzi (1971, p. 37) reporta duas referências feitas ao conjunto durante o século xix segundo o autor, o naturalista francês auguste de sainthilaire, em passagem pelo estado, em 1818, anotou que, “sem contradição, o mais belo ornato da cidade é o antigo colégio dos Jesuítas”. em 1878, césar augusto Marques, ainda segundo relato de Derenzi, escreveu que:
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Maria. o casal imperial chegou à capital no dia 26 de janeiro, permanecendo no estado até o dia 09 de fevereiro. Foram 15 dias de visitas às vilas e vilarejos mais importantes. era a etapa final da viagem imperial às “províncias do norte” (Pernambuco, bahia, alagoas, sergipe).
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Por ocasião da visita imperial, o fotógrafo Victor Frond retratou a capital, evidenciando o destaque do Palácio Anchieta
During the Imperial visit, photographer Victor Frond took pic ures of the capital highlighting the Anchieta Palace
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imperial. Diante da precariedade do conjunto, o então presidente da província capixaba, Pedro leão Vellozo, foi atendido pela corte com mais 100% do repasse imperial para os preparativos da visita – além dos dois contos de réis garantidos, pediu outros dois. não bastou. a obra era tão gigantesca que quatro “barões” tiveram de socorrer o governo. cada um doou cinco contos e quinhentos mil réis, totalizando vinte e dois contos.
De maneira análoga ao que acontecera com os jesuítas, que não pude ram usufruir plenamente do conjunto arquitetônico que construíram, as admi nistrações do império também tiveram pouco tempo para gozar das benfeitorias promovidas pela corte e pelos barões locais em função da visita do imperador. o império chegava ao fim e a república já dava sinais de sua instituição. começava um novo tempo na história do Palácio anchieta.
as benfeitorias efetivadas com a visita do imperador alcançaram não só o palácio, mas também parte da capital. Quanto ao palácio, as próximas melhorias só viriam mais de 20 anos depois da nobre visita. De acordo com informações das pesquisas feitas para as obras de restauro em 2004, construiu-se, em 1883, uma escadaria na ladeira que dava acesso ao cais do imperador, melhorando a ligação entre o porto e o edifício.
Simples paredes e teto de uma alvura nítida, contrastando com o negro da barra – simpli cidade propositada, procurando-se imitar a varanda imperial de S. Cristóvão’ – conforme descrição do correspondente do Correio Mercantil, que acrescentou: ‘Sobre a varanda se abrem diversos salões, sendo o primeiro o do dossel, forrado de um belo papel de ouro verde.
Ficou resolvido: o casarão do Palácio sofreria uma verdadeira reforma. [...] Demoliram a antiga cozinha do Colégio; abriram paredes; consertaram goteiras, forros e assoalhos; acrescentaram ao vetusto prédio uma ‘bela, larga e longa varanda, dando sobre o pátio.
Derenzi (1971, p. 41) descreve o desafio da recepção do imperador no Palácio do governo: “[...] a casa era velha, em condições precárias, precisando de reparos, mobílias e utensílios [...]”. o próprio presidente da província relata, no pedido de verba extra à corte, a situação do palácio: “Vejo que, por modo algum, iniciados os reparos, se possa concluir e decorar o edifício sem mais dois contos de réis, pois ele é vasto de há anos e que foi grosseiramente pintado e sente falta dos trastes indispensáveis” (rocha, 2008, p. 50).
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c om o socorro do i mpério e o aporte de recursos por parte dos poderosos capixabas de então, Derenzi (1971, p. 42) diz que “as dependências do palácio foram reparadas, mobílias substituídas e sala de beija-mão montada satisfatoriamente”. r ocha (2008, p. 51-52), com o auxílio de reportagens de jornais da época, escreve sobre o novo palácio que surgia em função da visita do imperador:
Fachada do palácio no início do século xx antes da reforma que apagaria as marcas arquitetônicas jesuíticas Façade of the palace at the beginning of the 20th century before the renovation work which would erase the Jesuit architectural traits
O comunicado de outro repórter carioca, do Jornal do Comércio, completa a descrição: ‘O bom gosto presidiu a todos os arranjos do Palácio: uma rica mobília de mogno estofada orna va sua sala de recepção; os quartos de Suas Majestades, assaz espaçosos, estavam revestidos de belos trastes, não faltando as bambinelas, os tapetes e todas as outras comodidades’.
O dossel está preparado de veludo verde e franja de ouro, e sob ele acham-se colocados dois espaldares de muito valor e arte’.
Para se ter uma ideia da demanda por investimentos, obras, reparos e serviços, e do volume de recursos arrecadados, os honorários do presidente da província somavam cinco contos, ao ano. o total arrecadado junto aos poderosos correspondia, aproximadamente, à terça parte da receita total da província, reporta rocha.
iV a rePública eM teMPo De reconstrução e PalácioreForMas
a rePública eM
47 Monteiro. a igreja de são tiago, consagrada como capela nacional depois da independência, foi comprada do bispado em 23 de novembro de 1911, am pliando em um terço a área coberta do palácio.
também segundo informa Derenzi (1971, p. 45), “conforto, higie ne e espaço” pautaram a reconstrução empreendida pelo governo de Jerônimo
teMPo De reconstrução e PalácioreForMas
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iV
o primeiro presidente de estado eleito foi Muniz Freire, que tomou posse em 1892. Mas as disputas não cessaram. até 1908, com a assunção de Jerô nimo Monteiro ao poder, as disputas foram acirradas. Monteiro, eleito com 99,7% dos votos de um eleitorado que representava 3% da população capixaba, assumiu o poder com projetos de conciliação e modernização econômica, política e admi nistrativa do estado. De uma população estimada em 250 mil habitantes, 8.012 eram eleitores, dos quais 7.989 votaram em Jerônimo Monteiro (shaYDer, 2002).
A
O brasão do Estado evidencia o uso republicanoda secular cons rução de origem religiosa
a reconstrução do Palácio anchieta, desfigurando-lhe completamente as feições coloniais da era jesuítica, foi uma dessas empreitadas. em meio a uma política de modernização da capital, Monteiro contratou o engenheiro francês Justin norbert para empreender a reconstrução da sede do governo. ao final, sobrou muito pouco do prédio minimalista herdado dos religiosos.
R
a torre menor foi destruída, tendo sido mantida a maior, com o relógio e os sinos – esta foi demolida em 1922, no governo de nestor gomes, apagando de vez os principais vestígios da herança jesuítica na fachada do conjunto. a esse respeito, afirma Derenzi (1971, p. 46): “só as espessuras das paredes de alvenaria ciclópica, argamassadas com óleo de baleia, recordam o trabalho previdente dos
epública chegou ao palácio na figura do presidente de esta do afonso cláudio de Freitas rosa, indicado ao posto pelo governo provisório do País. e os primeiros tempos da república foram bastante convulsivos. Para se ter uma ideia, schayder (2002, p. 86) contabiliza, entre 1889 e 1891, a pas sagem de 12 governantes pelo palácio, indicando a disputa de poder entre as elites urbana e agrária no espírito santo de então.
The Coat of Arms of the State indicates the republican use of the cen uries-old construc ion of ecclesiastical origin
Dentre as poucas benfeitorias realizadas no palácio, antes de Montei ro, consta a instalação de sistema de iluminação elétrica no prédio e na praça, gerada por motor de corrente contínua e inaugurada pelo governador henrique c outinho quatro dias antes da posse do sucessor. o prédio foi adquirido da união em 23 de dezembro de 1901.
uma curiosidade: nas primeiras décadas do século xx, em função de a denominação do chefe do executivo ser presidente de estado, o conjunto de origem jesuítica era chamado de Palácio Presidencial.
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jesuítas moradores e proprietários da velha mole iniciada por padre afonso brás, o primeiro missionário do feudo de Vasco coutinho”.
Jerônimo Monteiro o tornou habitável e as repartições destinadas propriamente ao exer cício governamental ganharam salas, gabinetes e dependências condignas e adequadas.
o estilo eclético marcou a obra de reconstrução do Palácio anchieta empreendida por Justin norbert. analisando-se as quatro fachadas, o ecletismo fica evidente, tendo sido reunidos elementos da arquitetura clássica, neoclás sica, colonial e jesuítica. o acesso ao palácio também ganhou nova escadaria. Derenzi (1971, p. 46) faz a seguinte descrição da escadaria bárbara lindenberg: “[...] lances curvos, com patamares, figuras mitológicas, cascatas e conchas, fi nalizando por um pequeno jardim que conduz ao pórtico principal, dos passos perdidos [...]”. registre-se que a fachada e a entrada principais do palácio, antes localizadas junto à Praça João clímaco, foram voltadas para a baía de Vitória, formando um conjunto com a nova escadaria.
Derenzi (1971, p. 48) faz um resumo bem elucidativo do que foi a obra de reconstrução do palácio:
Logo no início do século XX, as obras realizadas desfiguraram completamente o conjun o The works carried out at the beginning of the 20th Century totally disfigured the site
O interior não condizia com a dignidade dos ocupantes. A reconstrução foi total, telhado, fachadas e dependências. Instalações completas de água, luz e sanitários. [...] Até então os dejetos eram coletados por detentos em pequenos tonéis e despejados no mar. A água não era encanada, vinha da Fonte Grande. Residir em Palácio era sacrifício verdadeiro.
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em 1935 completar-se-iam quatro séculos da chegada dos portugue ses, e o interventor Punaro bley, mineiro nomeado por Vargas a partir da revo lução de 30, planejava preparar o palácio para os festejos. o que seria apenas uma reforma acabou, a partir do diagnóstico feito, se tornando uma completa reconstrução interna do palácio. se Jerônimo Monteiro se esmerou com a fachada, bley dedicou-se ao interior do prédio, apesar de na reconstrução do período de 1908-1912 muitas mudanças já terem sido efetivadas.
após essas duas grandes intervenções, quase um renascimento, em função das drásticas mudanças no edifício de bases religiosas, veio o batismo em homenagem ao jesuíta que contribuiu para a construção do conjunto. em 09 de junho de 1945, em mais um aniversário da morte do padre José de anchieta, o então governador, Jones dos santos neves, fez publicar o decreto de nº 15.888, denominando de Palácio anchieta a sede do governo estadual.
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51 renascentista e a sala de recepção à Luiz XV. [...] Os tetos estucados com centros e sancas trabalhados a gesso, por profissional de nomeada, um nobre russo emigrado, Wlademar Bogdanoff, autor dos baixos-relevos e do altar-mor da Catedral. [...] Os quadros premia dos de Levino Fanzeres, obras-primas adquiridas pelo Coronel Nestor Gomes, ganharam pontos de vista dignos da palheta do imortal. [...] A difícil escada de mármore do hall principal, ligando as Secretarias da Fazenda e Agricultura, é obra desta fase.
o próximo governante a fazer profundas modificações no palácio foi o interventor federal João Punaro bley, na década de 30. antes, porém, houve outras alterações na construção, além da já assinalada derrubada da última torre da igreja de são tiago, em 1922. Florentino avidos, em 1924, ampliou o uso de área no pavimento térreo, instalou o primeiro elevador do edifício e pintou o palácio de amarelo, cor oficial dos prédios da administração pública (Derenzi, 1971, p. 50).
a era de reconstrução interna, que completaria a total remodelação externa promovida por Monteiro, foi marcada, em 1939, por um outro incêndio, no andar térreo, onde funcionava o Diário da Manhã, órgão oficial do governo. segundo bittencourt e campos (2000, p. 186), em livro publicado no ano de 2000, “foi essa a última grande reforma do Palácio anchieta na repú blica. Depois da reconstrução estrutural interna desse período, nenhuma obra expressiva se fez até a atualidade, apenas reparos e manutenções”.
e m 1983, o edifício foi tombado pelo c onselho e stadual de c ul tura. a primeira obra de restauro do Palácio anchieta, iniciada em 2004, foi concluída quase um século depois das profundas intervenções promovidas por Jerônimo Monteiro.
De acordo com Derenzi (1971, p. 51-53), “o edifício nada mais era do que um amontoado de madeira danificada apoiada sobre paredes de fortale za. [...] o palácio foi paulatinamente demolido por dentro e reconstruído sobre estrutura de concreto, sem embaraço ao seu funcionamento”. uma mudança importante: uma laje de concreto dividiu em dois o espaço da antiga igreja de são tiago, dando origem a dois grandes salões, atualmente, salão afonso brás e salão são tiago. a seguir, outros detalhes da reforma descritos pelo autor:
A ala residencial mereceu cuidado. Demoliram-se quase todas as paredes e dentro do perímetro projetou-se e construiu-se uma residência, se não suntuosa, pelo menos racional e adequada à moradia de Chefe de Estado. A sala de jantar foi toda decorada em estilo
Anchieta faleceu em 09 de junho de 1597, em Reritiba, atual município de Anchieta, tendo sido enterrado junto ao altar-mor da Igreja de São Tiago. A partir daí, os historiadores divergem acerca do destino dado aos despojos do jesuíta. Derenzi afirma que, em 1609, parte dos ossos do religioso foi retirada para envio ao Colégio da Bahia e posterior traslado a Roma (Itália). O percurso não teria sido cumprido devido ao naufrágioda caravela. Em 1734, novamente o túmulo foi aberto, tendo sido retirados os últimos restos mortais do local. Derenzi (p. 72-73) registra que
O fato é que, em 2007, depois de quase 120 anos sem abrigar qualquer despojo de Anchieta, o Governo do Estado recebeu da Companhiade Jesus de São Paulo uma pequena relíquia do Apóstolo do Brasil. A relíquia é um fragmento ósseo retirado do fêmur esquerdo, encrustrado em ícone
[...] Entre os objetos arrolados, quando do confisco dos bens jesuíticos, figura com destaque a urna aludida, que ficou guardada no Colégio, depois Residência dos Governadores, até o fim do século passado (XIX). [...] Dizem os historiadores, conterrâneos, que ao Imperador Pedro II, quando de sua visita, o Presidente Leão Vellozo ofertou-lhe parte da tíbia ou costela da relíquia. [...] O fato é verdadeiro porque, em 1888, o cofre foi restituído aos jesuítas. [...] Com a volta dos jesuítas à Paróquia de Anchieta, voltou também a visitação pública da urna.
atúMuloDenchieta
Derenzi (1971, p. 73) arremata a discussão sobre o túmulo do jesuíta, que está aberto à visitação no Palácio Anchieta: “opinando sem o mínimo de retórica e paixão: preliminarmente o túmulo é simbólico, nada contém dos restos mortais do famoso jesuíta e o local foi deslocado”.
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In 1922 a symbolic tomb was built in honor of Anchieta o
Bittencourt e Campos (2000, p. 63-64) afirmam que os despojos permaneceram na igreja até 1611, quando boa parte deles foi removida para o Colégio da Bahia. Na mesma época, um fêmur e outros ossos teriam sido enviados a Roma. Segundo os mesmos autores, depois de alguns outros traslados, “[...] ignora-se o paradeiro das relíquias de Anchieta”. No Espírito Santo, informam os pesquisadores em livro escrito em 2000, a última notícia de relíquias (“uma caixa contendo um osso do padre”) no atual Palácio Anchieta data de 1888, exatamente o ano em que Derenzi relata a devolução dos despojos que restavam no antigo conjunto aos jesuítas.
53 policromado em ouro velho. Segundo informa documentação de autenticação da mesma, “este fragmento foi retirado do fêmur esquerdo, enviado a Roma e devolvido pelo Padre Geral em 1966”.
Segundo o historiador, por ocasião da adaptação da Igreja de São Tiago para receber a maquinaria da Imprensa Oficial e a sede da Secretaria de Governo, entre 1912 e 1916, foi removida a lápide dotúmulo, tendo sido verificada a inexistência de restos mortais. Em 1922, um túmulo simbólico foi construído em homenagem à memória de Anchieta, preservando-se a antiga lápide, esculpida em Portugal.
Com a restauração iniciada em 2004, novas escavações foram feitas, somadas àquelas executadas em 1997, quando se encontraram uma arca de ferro e pias batismais. Em 2009, a Capela do palácio foi instalada ao lado do túmulo simbólico, onde atualmente está exposta a relíquia de Anchieta recebida pelo Governo em 2007.
Lá está exposta, na cela onde expirou o grande missionário.
Parte dos despojos foram guardados em uma urna guarnecida de prata, no Colégio, e parte, distribuída provavelmente pelos outros colégios da Companhia.
Em 1922, foi construído um túmulo simbólico em homenagem a Anchieta
PatriPalácioVMôniocaPixaba anchieta
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Façade res oration was the first stage of the works initia ed in 2004
multimídia, vitrines contendo achados arqueológicos, entre outros, as três eras que somaram empreendimentos à constituição do que hoje é o Palácio anchieta. ao visitante, o palácio oferece um encontro marcado com os vários tempos de sua história, do período jesuítico, passando pela era colonial/imperial, até a fase republicana. Verdadeiramente, o Palácio anchieta se tornou um lugar de memória para todos os capixabas e visitantes. com os vestígios da história, a viagem no tempo está garantida.
com a conclusão das obras iniciadas em 2004, que contaram com o apoio da Petrobras, da Vale e do iphan, o Palácio anchieta transformou-se numa verdadeira estação de viagem no tempo.
os trabalhos de restauro foram feitos a partir de estudos de arqui tetos, arqueólogos, historiadores, engenheiros e restauradores. o diagnóstico: uma construção em estado de degradação acelerada. os problemas: infiltrações, fissuras, rachaduras, goteiras, estruturas comprometidas e redes elétricas e hi dráulicas em péssimas condições, entre outros.
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as obras foram divididas em duas etapas: na primeira fase, contempla ram-se as fachadas e o telhado, que foram totalmente recuperados. no segundo momento, o trabalho se concentrou no interior do palácio.
A restauração do palácio começou pelas fachadas do conjun o, em 2004
The Anchieta Palace is one of the landmarks in downtown Vitória
aPatriPalácioMôniocaPixabanchietadehistória,
neste ano de 2009 pode-se dizer que o Palácio anchieta está novinho em folha. Mas, entenda-se bem: diferentemente do que foi feito nas drásticas intervenções da primeira metade do século xx, a primeira obra de restauro em toda a trajetória da edi ficação teve como objetivo garantir a preservação do patrimônio construído, considerando o valor histórico e cultural do conjunto.
c onforme já salientado, o restauro vai além da reforma, que visa apenas à resolução de problemas estruturais e ao ajuste do edifício a novos usos. com a restauração, que também pode incluir reformas várias, atua-se priorita riamente para garantir a longevidade do patrimônio histórico-cultural, incluindo a recuperação de aspectos construtivos que lhe são marcantes.
além de recuperar estruturas degradadas e as fachadas, respeitando-se o estilo eclético da reforma de 1910/1912, a obra de restauro abriu espaços para a instalação de salas que representam, com mobiliário, documentos, conteúdo
Com quase cinco séculos
O Palácio Anchieta é uma das principaisreferências do cen ro da capital, Vitória
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Uma imponente escadarialeva au oridades e visitantes aos três pavimen os do palácio
An impressive stairway takes authorities and visitors to the three floors of the palace
investimento em equipamentos, como elevadores, com vistas à intensificação do uso público do prédio;
ALTAR LATERAL DA IGREJA DE SÃO TIAGO – durante as pros pecções foi identificado o nicho de um altar lateral do templo, deco rado com a técnica de esgrafito.
ALTAR-MOR – cômodo remanescente da igreja de são tiago, onde a lápide do túmulo do Padre anchieta é mantida exposta. aqui tam bém foram identificados vestígios construtivos da capela primitiva;
nos trabalhos de restauro, com prospecções arquitetônicas e escavações, foram descobertos inúmeros vestígios relevantes para a história do prédio. os princi pais achados estão disponíveis para contemplação. são eles:
FUNDAÇõES DO COLéGIO JESUíTICO – vestígios de alicerces da ala mais antiga do edifício, apresentando a estrutura interna do século xVi;
POÇO D ÁGUA DO PÁTIO CENTRAL – construído pelos jesuítas, sofreu alterações ao longo dos séculos. informações preliminares in dicam que funcionou até 1905;
achaDos arQueológicos
ro, permaneceram no Palácio anchieta apenas os gabinetes ligados diretamente ao governador do estado. todos os demais espaços estão abertos à visitação pública. os salões são tiago e afonso brás, que ocupam o lugar da antiga igreja de são tiago, foram destinados a atividades de cunho sociocultural coletivas. Para alcançar essa configuração do palácio, as obras de restauro cum priram as seguintes etapas, entre outras:
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recuperação da circulação da área da antiga varanda do colégio e do pátio jesuítico;
CONFIGURAÇÃO PRIMITIVA DO PÁTIO CENTRAL – arcadas e paredes originais que conformavam os limites do pátio primitivo foram evidenciadas;
Modernização das instalações gerais do edifício (elétrica, hidráulica e telefônica), climatização de todo o ambiente, reforma do telhado e dos sistemas de drenagem.
Destaque aos materiais e tecnologias modernas, de forma a evidenciar as diferenças entre as atuais e antigas intervenções;
restauração do acervo artístico e do mobiliário do palácio; reestruturação dos salões são tiago e afonso brás; abertura de novos ambientes de circulação interna; e realocação da capela junto ao túmulo simbólico de anchieta.
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nesta publicação, apresentamos um pouco do que se pode conferir in loco. aqui, a viagem seguirá o roteiro de cada andar: térreo, primeiro e se gundo pavimentos. em seguida, constam informações sobre o acervo de obras de arte do palácio.antes,porém, alguns registros importantes: ao contrário do que vinha ocorrendo desde a tomada de posse do conjunto jesuítico por parte dos governos, que lotearam todo o espaço para a instalação de repartições públicas, após o restau
integração dos vestígios históricos aos novos ambientes, por meio de tratamento, valorização e exposição de tais marcas construtivas, a partir de prospecções arquitetônicas e arqueológicas;
também estão expostas partes das fundações e paredes da ala mais antiga da edificação. o espaço é tão eloquente em sua configuração que per mite a leitura da construção primitiva sem a necessidade de mídias extras (desenhos, projeções etc.).
Aspects of the original foundation of the building developed by the Jesuits in the 16th Century
na sala de história e Memória, o visitante assiste a um vídeo, em projeção panorâmica de nove metros de largura por dois metros e meio de altu ra, contando a trajetória do espírito santo em conexão com o Palácio anchieta. o ambiente comporta 40 pessoas e tem efeitos de luz e som. é uma verdadeira imersão na história capixaba.
o espaço de convivência oferece um ambiente de integração entre os visitantes, com parada para um café, venda de souvenirs referentes ao palácio e divulgação de pontos turísticos do estado.
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na sala de achados arqueológicos, estão expostas em vitrines especiais peças encontradas durante as escavações realizadas na obra de restauro do prédio. são artefatos de madeira, cerâmica e ferro que remetem aos primórdios do conjunto.
integrado ao espaço de convivência, está o Pátio interno, onde se localiza um poço que permaneceu em uso entre os séculos x V i e xx n esse que é um ambiente típico dos colégios jesuíticos, o visitante pode contemplar fachadas com a releitura das feições históricas, recuperadas a partir de prospec ção arquitetônica.
No pavimento térreo, estão localizados ambientes que con tam um pouco da trajetória construtiva do Palácio anchieta. Destaque também para o Pórtico à entrada do palácio, com avarandado com vista para o Porto de Vitória. bancos de mármore de carrara, um medalhão em bronze de anchieta e a bela escadaria contígua que dá acesso ao primeiro pavimento são elementos que merecem atenção neste primeiro momento de contato com o Palácio anchieta.
o auditório, com mobiliário, aparelhagem de som e acústica apropria dos, destina-se, entre outros, à exibição de vídeo institucional sobre a história e o processo de restauro do Palácio anchieta para visitantes e grupos de estudo, bem como atende a reuniões de governo. tem capacidade para 54 pessoas.
Aspectos das fundações originais do prédio, execu adas no século XVI pelos jesuítas
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5.1 lugares Da história
No primeiro pavimento, anexo à área de uso admi nistrativo, há áreas para exposições e eventos, além de ambientes que remontam ao original uso religioso do conjunto.
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logo na entrada, o visitante pode contemplar painéis informativos acerca das diversas fases históricas da construção e também os detalhes das recém-concluídas obras de restauração.
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A exposição "Por Dentro da Mente de Leonardo Da Vinci", em maio de 2009, inaugurou o Salão Afonso Brás In May 2009, the exhibition “Inside Leonardo Da Vinci’s Mind” inaugurated the Afonso Brás Hall
o salão afonso brás, que ocupa a maior parte de onde fica va o piso da igreja de são tiago, é um espaço dedicado à realização de eventos e atividades de grande porte.
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no brasil, o esgrafito, em destaque nas fotos. De origem árabe, o esgrafito teve presença marcante na europa. em Portugal, é encontrado desde o século xiV. é uma técnica de afresco, executada enquanto as argamassas ainda não secaram totalmente. a alvenaria recebe uma primeira camada de argamassa de base. De pois do nivelamento, aplica-se uma segunda camada de argamassa misturada com carvão para dar uma coloração diferenciada a um desenho específico.
Detalhe interessante: as prospecções arquitetônicas revelaram um altar incrustado na parede original de pedra do séc. xVi adornando este altar na lateral da antiga igreja de são tiago, encontra-se uma arte decorativa rara
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nesse pavimento há ambientes destinados à exposição de vestígios que contam um pouco das técnicas construtivas e das condições de solo onde se ergueu o colégio e a igreja de são tiago.
conforme descrito no capítulo anterior, o Palácio anchieta não abriga, desde o fim do século xix, a urna com os despojos do apóstolo do brasil. a restauração, entretanto, manteve o túmulo simbólico de anchieta e sua antiga lápide como forma de homenagear o religioso enterrado aos pés do altar-mor da igreja de são tiago em 1597. no local, está exposta uma relíquia do jesuíta, ofertada pela companhia de Jesus ao governo do estado em 2007.
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A Relic of Father José de Anchieta dona ed to the state government by the Society of Jesus in 2007
Relíquia do padre José de Anchieta, doada ao Governo do Estado pela Companhia de Jesus em 2007
anteriormente localizada na ala residencial, a capela palaciana, com a restauração e os novos usos do palácio, localiza-se ao lado do altar-mor da antiga igreja de são tiago – túmulo simbólico de anchieta. o mobiliário é composto de altar e bancos, e as paredes são revestidas com painéis de cedro.
o espaço ganhou iluminação especial, destacando a lápide original trazida de Portugal, esculpida em mármore de c arrara branco com marche taria de mármore negro, formando arabescos em seu entorno. a s fundações primitivas estão expostas por meio de piso de vidro. Painéis interpretativos da história do lugar e um mural artístico da primeira metade do século xx também compõem o ambiente.
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Gabinete do Governador – l ocal de trabalho diário do chefe do e xecutivo e stadual, tem decoração austera, com belos lus tres em bronze, sendo o principal banhado a ouro. o mobiliário, que inclui a mesa de trabalho e a mesa de reuniões, tem peças históricas e contemporâneas. algumas das mais belas pinturas do acervo estadual es tão neste ambiente palaciano.
Vista geral do Gabinetedo thePanoramicGovernadorviewofGovernor’sOffice
No segundo pavi-mento, encontram-se os diver sos ambientes utilizados diretamen te pela governadoria.
File cabinet of the first Secre aries of State to be based in the palace at the beginning of 20th Century
Mesa de trabalho do chefedo Executivo Estadual Work table of the Chief State Executive
Escaninho das primeiras secre arias de Estado a se ins alarem no palácio, no início do século XX
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Mobiliário em madeira confere aus eridade ao ambiente de trabalho do governador The wooden furniture confers austerity to the Governor’s work place
Lustre em bronze banhado a ouro se destaca no Gabinete do Governador Bronze chandelier bathed in gold stands out in the Governor’s Office
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Estatuetas em bronze (Genos, de Leonardo Lima, e A Glória) compõem a decoraçãodo principal gabinete palaciano Bronze sta uettes (Genos, by Leonardo Lima, e The Glory) make up the decoration in the main office
A sala de espera do gabinete é um ambienteaconchegante, com escultura (Soldado, de Leonardo Lima), peças decora ivas e quadros
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The waiting room of the Governor’s Office is a cozy place, with a sculpture (Soldier, by Leonardo Lima), decora ive pieces and paintings
Ala Residencial – as antessalas que fazem a passagem do gabinete do governador à ala da residência guardam significativas pe ças de mobiliário, decoração e pintura. a ala residencial é composta por biblioteca, apo sentos do governador e Quarto de hóspedes.
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O corredor de acesso ao Gabinete do Governador abriga um imponenteconsole francês do início do século XX The hallway leading to the Governor’s Office con ains an impressive French console of the early 20th century
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Pedestais em mármore e bronze Pedestals in marble and bronze
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e corredores dão acesso aos principais salões do Palácio AnchietaAnterooms and hallways provide access to the main halls and rooms of the palace
Antessalas
Diana - esta ueta ar décor Diana – art décor statuette
Coluna decora ivaporcelana ar nouveau Decorative column –art nouveau porcelain
Relógio em bronze e mostrador de porcelana in
Clock
bronze with porcelain face 94
adecoração das antessalas Bronzes compose the decora ion of the anterooms 95
Bronzes completam
a biblioteca do palácio guar da acervo de interesse direto à adminis tração pública estadual, num ambiente de austeridade e elegância, onde o gover nador também despacha regularmente.
Lustre em cristal, móveis em madeira e relógioalemão (Gustav-Becker), com detalhes em porcelana, compõem o ambiente de leitura A crystal chandelier, wooden furni ure, and a German clock (Gustav-Becker), with details in porcelain, make up the ambience of the reading room
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Quarto de dormir nos Aposentos do Governador Bedroom in the Governor’s Rooms
o s a posentos do governador são compostos de escritório, quarto de dormir, quarto de vestir e quarto de banho. o s pisos são pagina dos com tacos de peroba rosa e maçaranduba. os móveis, de época, receberam laca branca e pintura com folhas de ouro nos adornos florais. o lustre do quarto de dormir, tendo como motivo principal um cupido, é todo em bronze e estilo francês.
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Relógio em prata Silver clock Chair in the residential wing of the palace Poltrona da Ala Residencial do palácio Lustre em bronze, estilo francês, com a figura do Cupido ao cen ro French style bronze chandelier, with the figure of Cupid in the middle
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Papeleira chinesa em madeira entalhada é des aque no escritório da Ala Residencial Chinese desk in carved wood is the highlight of the office in the residential wing
Espelho dourado francês ecômoda em laca branca e detalhes em folha de ouro French golden mirror and chest of drawers in white lacquer with details in gold leaf
o Quarto de h óspedes tem mobiliário clássico em estilo inglês. o piso, em taco, lembra um tabuleiro de xadrez.
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a nexo ao g abinete do g o vernador, é onde o chefe do e xecutivo recebe autoridades e lideranças da so ciedade civil.
O Salão Nobre é um dos ambientes mais requin ados do Palácio Anchieta The Noble Room is one of the most sophisticated places in the palace
Salão Nobre – e m piso de parquet e mobiliário à luís xV e xVi, re coberto com folhas de ouro, o salão tem ornamentos em estilo neoclássico, painéis de madeira em pátina, teto em gesso e estuque adornado com formas gregas. o lustre central em bronze e paflons em cobre, com arandelas em madeira pintadas e mangas de cristal, completam o requinte deste ambiente.
Par de potes em cris al azul Moser, com detalhes em ouro Louis XV and XVI style furniture decorates the Noble Room
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Mobiliários a Luís XV e XVI decoram o Salão Nobre
Pair of Pots in Moser blue crystal, with details in gold
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Nobre é uma a ração a parte The lighting of the Noble Room is a special attrac ion in itself
A iluminação do Salão
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o lustre central é dos mais significativos de todo o conjunto. enta lhado em madeira, coberto por folhas de ouro, tem cordões de bolas de cristal.
Imponência e riqueza dedetalhes no Salão Dourado Magnificence and profusion of details in the Golden Room
o piso, em peroba do campo e jacarandá, exibe formas desenhadas pela alternância de tacos claros e escuros.
À luís xiV, xV e xVi, o mo biliário antigo, em laca, tem relevos cobertos por folhas de ouro e adornos entalhados em madeira.
u m grande console e mesa de centro, ricamente ornados, vasos japoneses e chineses e peças de porce lana limoges dão um toque especial à exuberância do salão.
Salão Dourado – b atizado com esse nome em função da profusão do uso de folhas de ouro em seus orna mentos e mobiliários, este salão é um dos mais imponentes do Palácio anchie ta, remetendo ao estilo rococó.
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Madeira, cristal e folhas de ouro compõemum dos mais exuberantes lustres do palácio Wood, crystal and gold leaf make up one of the most exuberant chandeliers in the palace
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O Salão Dourado abriga vários ambientes The Golden accommodatesRoomseveral spaces
120 Console francês em madeiraentalhada revestida com folhas de ouro French console in carved wood covered in gold leaf
Mesa francesa em madeiraentalhada reves ida com folhas be ouro French table carved in wood and covered in gold leaf
Conjunto de ânforas e floreira – porcelana Limoges Set of amphoras and flower pot – Limoges porcelain
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Vasos orientais de procedência japonesa e chinesa Oriental Vases from Japan and China
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Salão de Banquete – também conhecido como salão negro, em função da decoração austera e em tons escuros deste ambiente, o espaço tem mobiliário em estilo renascença, composto por uma grande mesa de jantar de 22 lugares, que forma conjunto com cadeiras de espaldar alto, cristaleira, buffet e cômoda em jacarandá. as paredes receberam frisos, colunas, molduras e capitéis entalhados em madeira. o lustre principal e as arandelas em madeira são peças antigas e complementam a atmosfera sóbria do salão.
Decoração austera, com prevalênciapara móveis e detalhes em madeira escura no Salão Negro Sober decora ion, with furniture and details in dark wood in the Black Room
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O Salão Negro preparadopara um banquete palaciano The Black Room ready for a palace banquet
O lustre antigo reforça apeculiaridade do ambiente
The old chandelier enhances the character of this room
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Móvel e u ensílios destinados aos jantares no Salão Negro Furniture and utensils for the Black Room dinners
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Elegância e harmonia no espaço dasrefeições cotidianas do governador Elegance and harmony surround the room in which the Governor makes his everyday meals
Salão Inglês – c om decoração austera, mas delicada, o governador faz as refeições diárias neste ambiente. o nome se deve a um grande carrilhão de origem inglesa instalado no local.
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Carrilhão, cristaleira, pratarias e porcelana do Salão Inglês Carillion clock, glass cupboard, silverware, and porcelain in the English Room
Salão do Piano – u m piano de cauda alemão do século xix é uma das principais atrações desta ampla sala de estar, composta por dois ambientes, em que se mesclam mobiliários de época e móveis contemporâneos.lustresantigos,tapetes orien tais e várias obras de arte completam o charme aconchegante do local. ligado ao salão do Piano está o salão da imprensa.
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Extremamente acolhedor, o Salão do Piano é utilizado para pequenas recepções e encontros com convidados Extremely intimate, the Piano Room is used for small receptions and meetings
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O piano de cauda alemão é o centro das atenções no espaço que também abriga várias obras de arte The German grand piano is the cenher of the attention in a space which also displays several works of art
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Estatueta (Vigne, de Ch. Muller), jarrão em porcelana japonesa e candelabro em bronze Statuette (Vigne, by Ch. Muller), large vase in Japanese porcelain, and bronze candelabrum
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O Salão da Imprensa, anexo ao Salão do Piano, é ricamente decorado, abrigando, en re outros, vasos de cristal Bacarat, porcelanas japonesas e consoles ingleses em madeira The Press Room, next to the Piano Room, is richly decorated and displays, among other ornamen s, Bacarat Crystal vases, Japanese porcelain and English wooden consoles
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Área destinada a grandes solenidades,o Salão São Tiago guarda em seu pisoas marcas dos diversos ambientes que abrigou ao longo do século xx Area used for large ceremonies, the São Tiago Hall keeps on its floor traces of the different spaces it accommodated along the 20th cen ury
Salão São Tiago – n a reforma da década de 1930, o an tigo espaço da igreja de são tiago foi dividido em dois pisos, com a instalação de uma laje de concre to armado. o piso superior abri ga o s alão s ão tiago, preparado para a realização de eventos de interesse sociocultural, com ca pacidade para até 800 pessoas.
um elevador foi instala do, facilitando o acesso dos visitan tes a partir do s alão a fonso b rás, que fica no térreo da antiga igreja.
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Uma das “rendas" do ar ista plásticoHilal Sami Hilal enriquece o ambiente One of the “laces” of ar ist Hilal Sami Hilal embellishes the space
HOMERO MASSENA
TíTULO TEMA Paisagem rural com lavadeiras Country scene with washerwomen
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o Palácio anchieta tem um importante acervo de pinturas. confira algumas dessas obras nas páginas seguintes.
5.2 acerVo artÍstico-cultural
HOMERO MASSENA
TíTULO TEMA Paisagem rural com lavadeiras Country scene with washerwomen
HOMERO MASSENA
TíTULO TEMA subida do convento da Penha The path to Convento da Penha
The
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HOMERO MASSENA
TíTULO TEMA antigo cais de Pedreiras Old Pedreiras Quay
TíTULO TEMA Paisagem – Muro com vegetação Landscape – Wall with Vegetation
HOMERO MASSENA
TíTULO TEMA antiga entrada para o convento da Penha Old entrance to Convento da Penha
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TíTULO TEMA Marinha com barcos e casario Seascape with boats and houses
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TíTULO TEMA ruínas com dois meninos Ruins with two boys
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TíTULO TEMA Paisagem com árvore em primeiro plano Landscape with tree in the foreground
TíTULO TEMA casebres à margem da praia com canoas Shacks along the beach with canoes
TíTULO TEMA estudo para a paisagem com árvore em primeiro plano Study for landscape with tree in the foreground
HOMERO MASSENA
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TíTULO TEMA Vila Velha – subida do convento da Penha Vila Velha – The path to Convento da Penha
HOMERO MASSENA
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TíTULO TEMA ruínas com dois meninos Ruins with two boys
HOMERO MASSENA
TíTULO TEMA Paisagem com convento Landscape with Convent
TíTULO TEMA Dois barcos com o convento ao fundo Two boats with the Convent in the background
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TíTULO TEMA igreja de santa luzia Church of Saint Lucy
HOMERO MASSENA
HOMERO MASSENA
TíTULO TEMA Marinha com barco a vela e penhasco Seascape with sailing boat and cliff
TíTULO TEMA trecho da antiga Praia comprida A stretch of the Old Praia Comprida
HOMERO MASSENA
TíTULO TEMA Mercado da Vila rubim The Vila Rubim Market
HOMERO MASSENA
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LEVINO FANzERES
LEVINO FANzERES
TíTULO TEMA trecho de rio com vegetação às margens e montanha ao fundo Stretch of a river with vegetation and mountain in the background
LEVINO FANzERES
TíTULO TEMA iguassu Velho Old Iguassu
TíTULO TEMA trecho de estrada ladeado por três árvores e capinzal florido Stretch of a road with trees and flowery meadow
LEVINO FANzERES
TíTULO TEMA encostas da Floresta da tijuca - rio Hillsides of Tijuca Forest - Rio
LEVINO FANzERES
ÁLVARO CONDE
TíTULO TEMA colégio e igreja de são tiago São Tiago School and Church
Twilight
TíTULO TEMA entardecer Sunset 166 167167
TíTULO
LEVINO FANzERES TEMA crepúsculo
TíTULO TEMA olinda Olinda
LEVINO FANzERES
JOHANN GEORG GRIMM TíTULO TEMA Fazenda em Valença Farm in Valença
ÁLVARO CONDE TíTULO TEMA convento são Francisco Saint Francis Convent 168 169169
ÁLVARO CONDE TíTULO TEMA Porto dos Padres Port of the Priests
The
TíTULO
ÁLVARO CONDE TEMA Pedra do ovo Egg Rock
THEODORO DE BONA
TíTULO TEMA Paisagem com lago e árvore caída Landscape with lake and fallen tree
TíRESCÁLATULOTEMA
GEORGES WAMBACH TEMA estrada do contorno Bypass
THEODORO DE BONA
TíTULO TEMA beira-mar com barcos e pescadores Seashore with boats and fishermen
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TíTULO
ladeira Professor baltazar e casario antigo Professor Baltazar Hill and old houses
MATOS TíTULO TEMA Pequena estrada com árvore e mata ao fundo Small road with tree and woods in the background 172 173173
SHOkICHI TAkAkI
Former
ROBERT NEWMAN TíTULO TEMA anchieta Anchieta
TíTULO
GEORGES WAMBACH TEMA antiga rua do sacramento, Vitória Sacramento Street, in Vitória
em
ANíBAL
TíTULO TEMA uma tarde na colina de Piratininga An afternoon on Piratininga Hill
VILLARES TíTULO TEMA a república The Republic BUSTAMANTE SÁ TíTULO TEMA antiga rua do sacramento, em Vitória Former Sacramento Street, in Vitória 174 175175 CELINA RODRIGUES TíTULO TEMA Vale do canaã Canaã Valley CELINA RODRIGUES TíTULO TEMA Vale do canaã (ii) Canaã Valley ii)
DéCIO
VICTORIO
VICTORIO
GOBBIS TíTULO TEMA natureza morta Still life
GOBBIS TíTULO TEMA Paisagem - Vale Landscape – Valley 176 177177 PAUL GAGARIN TíTULO TEMA Marinha (barco solitário) Seascape (Lonely boat)
SUzANA
VILLAÇA TíTULO TEMA arte abstrata Abstract Art
MARIAN RABELLO TíTULO TEMA romaria dos homens e Mulheres Procession of Men and Women
MARIA DE LOURDES GATTIzON TíTULO TEMA Muro de colatina Wall in Colatina
HEITOR DE PINHO TíTULO TEMA rua do centro de Vitória Street in the center of Vitória
ALDOMARIO PINTO TíTULO TEMA rua Dionísio rosendo, Vitória Dionísio Rosendo Street, Vitória
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TíTULO TEMA antigo cais do Mercado da Vila rubim The Old Quay of the Vila Rubim Market
A. GHIU TíTULO TEMA interior de sacristia Inside the vestry H. GOLTz
NAIR VERVLOET
TíTULO TEMA Jarra de flores Flower vase
Seascape with boats 180 181181
Marinha com
TíPEVALLETULOTEMA barcos
FRANCISCO ACqUARONE
Carnival
Paisagem – igreja de santa luzia Church of Saint Lucy 182 183183
TíTULO TEMA Marinha Seascape
RICARDO MENESCAL of
RICARDO MENESCAL
TíTULO/TEMA
TíTULO/TEMA
WALESkA FRAGA NASCIMENTO
Paisagem – lago e árvore Landscape – Lake and tree
TíTULO TEMA cena de carnaval Scene
ISABEL BRAGA
WIN L. VAN DICk TíTULO TEMA Paisagem na neve Landscape in the snow
TízAVOUDAkISTULOTEMAÍndio
TíTULO TEMA na barra de itapemirim In Barra de Itapemirim guerreiro Indian warrior
LUIz FRAGA
TíTULO TEMA Palácio anchieta Anchieta Palace
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TíTULO TEMA casario nas montanhas Houses in the mountains
VIRGíNIA G TAMANINI TíTULO TEMA cena na fazenda Scene on a farm
TíTULO TEMA Paisagem Landscape
CARLOS GOMES
A. GHIU
TíTULO/TEMA Vila Velha - nº 16 Vila Velha - #16 186 187187
ODALVA GUIMARÃES
TíASSISTULOTEMA cena urbana Urban scene
NEY CARDOSO TíTULO TEMA Mãe Mother
TíRICARDOTULO/TEMA Paisagem Landscape R. COSTA TíTULO/TEMA cena urbana Urban scene
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Das suas primitivas funda ções aos seus atuais salões, restam as lições da história, patrimônio de valor incalculável para quem almeja um fu turo sempre melhor, mas que não deixa de respeitar os passos que foram dados.
esse mo numental conjunto arquitetônico loca lizado no centro da capital do espírito santo, guarda peculiaridades de quase cinco séculos de agregações, subtrações e transformações construtivas.
n o entanto, mais que acu mular fundações, paredes, janelas, en tre outros elementos arquitetônicos, o Palácio a nchieta encerra um intenso simbolismo da vida capixaba.
190ePÍlogooPalácioanchieta,
o Palácio anchieta é fruto da contribuição de várias eras históricas. talvez algumas não souberam contem plar as anteriores – mas até isso é um cla ro sintoma do que nós somos, ou fomos. neste início de século, o pre sente tentou, dentro do limite, contem plar os vestígios do passado. também pensando num outro futuro. um futuro de bases sólidas, inclusive, culturais, como tem o notável Palácio anchieta.
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Aos 19 de março de 1534, nasce em Tenerife, nas Ilhas Canárias, arquipélago pertencente à Espanha, o padre José de Anchieta. É o mesmo ano de fundação da Companhia de Jesus, ordem na qual ingressou em 1551. Chegou ao Brasil em 1553.
Anchieta conclui a primeira ala do Colégio, voltada para a praça (atualmente, Praça João Clímaco).
n Constrói-se a terceira ala, fechando o pátio interno, juntamente com a segunda torre da igreja.
Nessa Tolosapadremobilizadosmissionáriosdécada,peloInáciodedãoinício à construção de uma nova sede para a Igreja de São Tiago, agora em pedra, no mesmo local da anterior, erguida com madeira.
n Todas as instalações do edifício (elétrica, hidráulica e telefônica) e os sistemas de climatização e drenagem são modernizados. O telhado passa por reforma completa. n Procede-se à restauração do acervo artístico e do mobiliário do palácio e à realocação da Capela junto ao túmulo simbólico de Anchieta. n A restauração é concluída, tendo sido vestígiosrecuperadosdetodas as fases históricas do conjunto. n O palácio é aberto à visitação pública, incluindo salas montadasespecialmenteparacontar a história do prédio ao longo de quase cinco séculos.
Aos 23 de maio, começa oficialmente a Coutinho.Vascocomespírito-santense,colonizaçãoachegadadeFernandes
n Assume o governo o presidente Jerônimo Monteiro, responsável pela reconstrução do palácio, transformando radicalmente as feições do conjunto. Uma nova escadaria é construída, seguindo o estilo eclético implantado pelo engenheiro francês Justin Norbert.
n O palácio recebe sistema de iluminação elétrica gerada por motor de corrente contínua.
LINHA DO 1524153515591587TEMPO153415511570 170715971609
n Após importantes obras de reforma, em função do abandono de décadas a que foi submetida a construção, o palácio recebe Suas Majestades Imperiais o imperador Dom Pedro II e a imperatriz Dona Teresa Cristina Maria. A visita dura 15 dias.
O percurso não foi cumprido devido ao naufrágio da caravela.
n Já recuperado do incêndio de 1796, o antigo Colégio é denominado Palácio do Governo, passando a abrigar também o Hospital Militar e o batalhão de polícia, entre outros.
Inácio de Loiola funda, na França, a Companhia de Jesus, com missão evangelizadora para fazer frente à Reforma Protestante.
Após 120 anos da construção da primeira ala do Colégio, ergue-se a segunda, de frente para a Baía de Vitória.
n É construída uma escadaria na ladeira que dava acesso ao Cais do Imperador, melhorando a ligação entre o porto e o edifício.
n O prédio é adquirido da União em 23 de dezembro.
1734 1798175917961747 186018831908 1924 200419451901 1922 19831911 1935 20061939 20072009
n O edifício é tombado pelo Conselho Estadual de Cultura.
Aos 25 de julho, padre Afonso Brás inaugura a construção primitiva da Igreja de São Tiago.
n A Igreja de São Tiago comprada do Bispado em 23 de novembro, ampliando em um terço a área coberta do palácio. No processo reconstrução,dea torre menor é destruída, tendo sido mantida a maior, com o relógio e os sinos.
n Em 09 de junho de 1945, em mais um aniversário da morte do padre José de Anchieta, o então governador, Jones dos Santos Neves, faz publicar o decreto de nº 15.888, denominando de Palácio Anchieta a sede do Governo estadual. n equipamentos,Novos como um segundo elevador, são instalados com vistas à intensificação do uso público do prédio. n Inicia-se a primeira obra de restauro do Palácio Anchieta.
Nasce, em Portugal, o padre Afonso Brás, que ingressa na Companhia de Jesus em 1546 e vem para o Brasil na segunda leva de jesuítas, em 1550. É o fundador da obra jesuítica no Espírito Santo.
Incêndio destrói a primeira sede da Igreja de São Tiago.
n Um donasincêndionovoocorredependênciasconjunto.
n O terceiro incêndio da história do palácio ocorre no andar térreo, onde funcionava o Diário da Manhã, órgão oficial do governo.
Parte dos ossos do religioso é retirada para envio ao Colégio da Bahia e posterior traslado a Roma.
n Aos quatro séculos da chegada salões.Tiagoacomolajesincluindoreconstruçãopassainstalações,daseportugueses,dosplanejavam-festejos.Emfunçãoprecariedadedasoconjuntoporumacompletainterna,ainstalaçãodedeconcretoarmado,aquetransformouantigaIgrejadeSãoemdoisgrandes
n Demolida a segunda e última torre da Igreja de São Tiago, apagando de vez os principais vestígios da herança jesuítica.
n O Túmulo de Anchieta é novamente aberto, tendo sido retirados os últimos restos mortais do jesuíta.
Aos 09 de junho, em Reritiba, atual município de Anchieta, morre o padre Anchieta, enterrado junto ao altar-mor da Igreja de São Tiago.
nPor decreto do então rei de Portugal, Dom José I, os jesuítas são expulsos do reino e de todas as possessões da Coroa. É o fim do Colégio de São Tiago.
n Amplia-se o uso de área no pavimento térreo, incluindo a instalação do primeiro elevador do edifício, que ganha pintura amarela, cor oficial dos prédios administraçãodapública.
n É construído um túmulo simbólico em homenagem a Anchieta. O antigo, com lápide esculpida em Portugal, havia sido removido em função das adaptações no interior do palácio.
n Com a finalização da primeira etapa da obra, o Palácio Anchieta passa a abrigar apenas os setores ligados ao Gabinete do Governador.
Aporta em terras capixabas o jesuíta Afonso Brás, aqui chegado em companhia do irmão leigo Simão Gonçalves.
n É erguida a quarta ala, contígua à igreja, formando o quadrilátero imponente do que seria, por muitos anos, a maior construção do Estado.
DINASTIA DE BORGONHA 1140 S 1385 House of Burgundy
D. Dinis 1279 S 1325
D. Miguel 1828 S 1834
D. afonso henriques 1140 S 1185
D. carlos i 1889 S 1908
D. José i 1750 S 1777
Filipe ii 1598 S 1621
D. Maria ii 1834 S 1853
D. João iii 1521 S 1556 D. sebastião 1556 S 1578
D. afonso Vi 1656 S 1668
D. Manuel ii 1908 S 1910
D. João de castela 1383 S 1385
D. João V 1706 S 1750
1 a partir de: oliVeira José teixeira. história do estado do espírito santo. Vitória: arquivo Público: secretaria de estado da cultura, 2008. 1 From OLIVEIRA, José Teixeira. História do Estado do Espírito Santo. Vitória: Arquivo Público: Secretaria de Estado da Cultura, 2008.
Filipe i 1581 S 1598
DINASTIA DE AVIS .................. 1385 S 1580 House of Aviz
D. Manuel 1495 S 1521
D. João iV .................................... 1640 S 1656
D. luís i 1861 S 1889
D. Duarte 1423 S 1438 D. afonso V 1438 S 1481
goVernantes Das terras caPixabas1 Governors of the Espírito Santo Territory1 Monarchs of PortugalMonarcas de Portugal
D. João Vi 1816 S 1826
195
D. afonso iii 1248 S 1279
DINASTIA DE BRAGANÇA...... 1640 S 1910 House of Braganza
D. afonso iV 1325 S 1357
D. João i 1385 S 1423
D. Pedro i ..................................... 1357 S 1367
D. Pedro V 1853 S 1861
Filipe iii 1621 S 1640
D. Maria ii (reg. D. Miguel) 1826 S 1828
UNIÃO IBéRICA 1581 S 1640 Iberian Union
D. Pedro iV (D. Pedro i do brasil) S 1834
D. henrique 1578 S 1580
D. sancho 1185 S 1211
D. afonso ii 1211 S 1233
D. Pedro ii 1668 S 1706
D. sancho ii 1233 S 1248
D. Fernando 1367 S 1383
D. João ii 1481 S 1495
D. Maria i 1777 S 1816
Governors-General
Diogo de Mendonça Furtado 12.10.1621 S 26.07.1624 Matias de albuquerque 16.07.1624 S 24.09.1624
D. Jorge de Mascarenhas, Marquês de Montalvão e 1º Vice-rei do brasil 26.05.1640 S 16.04.1641
cosme rangel 17.06.1580 S 09.05.1583
D. Pedro da silva 11.12.1635 S 23.01.1639
luiz de brito de almeida (norte) antônio de salema (sul) 07.03.1570 S 10.12.1572
D. Vasco Mascarenhas, conde de óbidos 21.10.1639 S 26.05.1640
196
Diogo botelho 01.04.1602 S 22.08.1608
D. antônio luiz de souza 04.06.1684 S 04.06.1687 Matias da cunha 04.06.1687 S 24.10.1688
D. rodrigo da costa 03.07.1702 S 08.09.1708
Diogo de Menezes e siqueira ................................................................................................ 22.08.1608 S 22.08.1612 gaspar de souza 22.08.1612 S 01.01.1617
D. antônio barreiros e cristóvão de barros 09.05.1587 S 09.06.1591
luiz césar de Menezes 08.09.1708 S 03.05.1710
lourenço da Veiga 12.04.1577 S 17.06.1580
D. Francisco de souza 09.06.1591 S 01.04.1602
Manuel teles barreto 09.05.1583 S 09.05.1587
luiz de brito de almeida (norte) 10.12.1572 S 12.04.1577
D. lourenço de almada 03.05.1710 S 14.10.1711
D. Jerônimo de ataíde, conde de atouguia 14.12.1654 S 20.06.1657 gen. Francisco barreto 20.06.1657 S 21.07.1663
Duarte da costa 01.05.1553 S 23.07.1556
tomé de souza 07.01.1549 S 01.05.1553
D. Vasco Mascarenhas, conde de óbidos e 2º Vice-rei do brasil 21.07.1663 S 13.06.1667 alexandre de souza Freire 13.06.1667 S 08.05.1671 afonso Furtado de castro de Mendonça, Visconde de barbacena 08.05.1671 S 26.11.1675
Pedro de Vasconcelos de souza 14.10.1711 S 11.06.1714
D. Frei Manuel da ressurreição 24.10.1688 S 08.10.1690 antônio luiz gonçalves da câmara coutinho 08.10.1690 S 22.05.1694
197
D. luiz de souza 01.01.1617 S 12.10.1621
D. Francisco de Moura rolim 03.12.1624 S 28.12.1626
D. João de lencastre 22.05.1694 S 03.07.1702
Francisco nunes Marinho 24.09.1624 S 03.12.1624
D. Fernando Mascarenhas, conde da torre 23.01.1639 S 21.10.1639
Governadores-gerais
Mem de sá 23.07.1556 S 07.03.1570
Junta governativa Provisória: Des. agostinho de azevedo Monteiro, álvaro de azevedo e antônio guedes de brito 26.11.1675 S 15.03.1678 roque da costa barreto 15.03.1678 S 23.05.1682 antônio de souza Menezes................................................................................................... 23.05.1682 S 04.06.1684
Diogo luiz de oliveira 28.12.1626 S 11.12.1635
Junta governativa Provisória: bispo D. Pedro, luís barbalho e lourenço brito correia 16.04.1641 S 14.07.1642 antônio teles de Menezes, conde de Vila Pouca de aguiar 26.12.1647 S 10.03.1650 gen. João rodrigues de Vasconcelos, conde de castelo Melhor 10.03.1650 S 14.12.1654
Junta governativa Provisória: tomás rubi de barros barreto, José carvalho de andrade e cel. barros e alvim ................................................................... 04.07.1760 S 27.06.1763
João de Almeida Rios 1656 S 1660
João Dias Guedes 1640 S 1643
D. sancho de Faro, conde de Vimieiro (não teve o título de Vice-rei do brasil) 21.08.1718 S 13.10.1719
3. Francisco de aguiar coutinho 1605 S 1627 Capitães-mores: Manuel de Escobar Cabral 1627 S 1630 Captain-ma ors Francisco Alemão de Cisneiros 1630 S 1635
A) FAMíLIA DONATÁRIA DOS COUTINHO 1535 S 1675 Coutinho’s Gran ee Family
Capitães-mores: Francisco Grizantes da Gama 1648 S 1651 Captain-ma ors Simião de Carvalho 1651 S 1655
D. luiz Pedro Peregrino de carvalho Menezes, conde de atouguia 17.12.1749 S 17.08.1754
José Fernandes de Portugal e castro 14.10.1801 S 14.10.1806
Marcos de noronha e brito, 8º conde dos arcos 14.10.1806 S 22.01.1808
luís Vasconcelos e souza 30.04.1778 S 09.05.1790
Junta governativa Provisória: sebastião Monteiro da Vide, Des. caetano de b. e Figueiredo e João de araújo e azevedo 14.10.1719 S 23.11.1720
Vice-reis do Brasil
Antônio do Canto de Almeida 1636 S 1640
5. antônio luiz gonçalves da câmara coutinho 1648 S 1675
Viceroys of Brazil
1. Vasco Fernandes coutinho 1535 S 1561
Governantes do Espírito Santo – ColôniaGovernors of Espírito Santo in the Colonial Period
Vasco Fernandes césar de Menezes, conde de sabugosa 23.11.1720 S 11.05.1735 andré de Melo e castro, conde das galveias 11.05.1735 S 17.10.1749
D. luís de almeida, 2º Marquês de lavradio 04.11.1769 S 30.04.1778
2. Vasco Fernandes coutinho Filho 1564 S 1589 luíza grinalda – Viúva Widow 1589 S 1593
Felipa de Menezes – Mãe e tutora Mother and Guard an
D. Marcos de noronha, 6º conde dos arcos 23.12.1755 S 09.01.1760
D. José luís de castro, 2º conde de resende 09.05.1790 S 14.10.1801
Domingos Barbosa de Araújo 1635 S 1636
198
Capitão-mor: Belchior de Azeredo ........................................... 1561 S 1564 Captain-ma or
Dinis Lobo 1661 S 1662
D. Pedro antônio de noronha albuquerque e souza, 2º Marquês de angeja 11.06.1714 S 21.08.1718
D. antônio álvares da cunha, conde da cunha 27.06.1763 S 31.08.1767
GOVERNO DOS DONATÁRIOS .......................1535 S 1718
Government of the Gran ees
D. antônio rolim de Moura 17.11.1767 S 04.11.1769
4. ambrósio de aguiar coutinho da câmara 1644 S 1648 Capitão-mor: Antônio do Canto de Almeida 1644 S 1648 Captain-ma or
Junta governativa Provisória: D. José botelho de Matos, D. Manuel antônio da cunha souto Maior e cel. lourenço Monteiro 17.08.1754 S 23.12.1755
D. antônio d’almeida soares e Portugal, 3º conde de avintes e 1º Marquês de lavradio 09.01.1760 S 04.07.1760
199
Capitão-mor: Miguel de Azeredo 1593 S 1605 Captain-ma or
1. Francisco gil de araújo 1675 S 1685
Captain-ma ors
José gomes borges 1751 S 1755 Duarte Fernandes lobo 1755 S 1758 gonçalo da costa barbalho 1758 S 1761 anastácio Joaquim Moita Furtado 1761 S 1768 raimundo da costa Vieira 1768 S 1770
200
Brás do Couto de Aguiar 1663 S 1664
B) FAMíLIA DONATÁRIA ARAúJO 1675 S 1718
Antônio Mendes de Figueiredo ........................... 1667 S 1671
2. Manuel garcia Pimentel 1685 S 1711
Governors of the Captaincy of Espírito Santo subordina ed to the Government of Bahia antônio Pires da silva Pontes Pais leme e camargo 1800 S 1804 Manuel Vieira da silva tovar e albuquerque 1804 S 1811
Francisco alberto rubim da Fonseca e sá Pereira 1812 S 1819 baltazar de souza botelho de Vasconcelos 1819 S 1822
Capitães-mores: Manuel de Morais 1682 S 1688
Francisco Monteiro Morais 1699 S 1701
Capitão-mor: João de Velasco e Molina 1716 S 1718... Captain-ma or
Governors of the Captaincy of Espírito Santo not subordinated to the Government of Bahia
Manuel Correia de Lemos 1710 S 1716
José Pinheiro de Barbuda 1694 S 1699
João de Velasco e Molina ... ...1718 S 1721
3. cosme rolim de Moura 1711 S 1718
João de Velasco e Molina 1689 S 1694
José ramos dos santos 1770 S 1775 álvaro correia de Morais 1775 S 1779 anastácio Joaquim Moita Furtado 1779 S 1781 álvaro correia de Morais ............................................................ 1781 S 1782 inácio João Monjardim 1782 S 1798 Manuel Fernandes da silveira 1798 S 1800
Araújo’s Grantee Family
201
Francisco Ribeiro de Miranda 1701 S 1705
Captain-ma ors
Francisco de Albuquerque Teles 1709 S 1710
A) CAPITÃES MORES
Álvaro Lobo Contreiras 1705 S 1709
José Lopes S 1663
Diogo de Seixas Barraca 1664 S 1667
C) GOVERNADORES DA CAPITANIA DO ESPíRITO SANTO INDEPENDENTES DO GOVERNO DA BAHIA
José Rabelo Leite S 1662
antônio de oliveira Madail 1721 S 1724 Dionísio carvalho de abreu 1724 S 1726 antônio Pires Forsas 1726 S 1731 silvestre cirne da Veiga 1731 S 1740 Domingos de Morais navarro 1740 S 1745 estevão de Faria Delgado 1745 S 1748 Martinho da gama Pereira 1748 S 1751
B) GOVERNADORES DA CAPITANIA DO ESPíRITO SANTO SUBALTERNOS AO GOVERNO DA BAHIA
José Gonçalves de Oliveira 1671 S 1675
Dinis Lobo 1662 S 1663
CAPITANIA DA COROA 1718 S 1822 Captaincy of the Crown
Manuel Peixoto da Mota 1688 S 1689
Joaquim Marcelino da silva lima 02.08.1849 Felipe José Pereira leal 09.08.1849
José Francisco de andrade e almeida Monjardim 03.06.1851 José bonifácio nascentes de azambuja 09.07.1851 evaristo ladislau e silva ................................................................. 16.11.1852
José Fernandes da costa Pereira Júnior 22.03.1861 Dionísio álvaro rezendo 28.05.1863 andré augusto de Pádua Fleury 15.06.1863 eduardo Pindaíba de Matos 23.12.1863 José Joaquim do carmo 08.01.1865 alexandre rodrigues da silva chaves 28.08.1865
PRESIDENTES DE PROVíNCIA Presidents of the Province
inácio acioli de Vasconcelos 24.02.1824
João lopes da silva couto 10.08.1842
Joaquim Marcelino da silva lima 15.07.1855
José Maurício Fernandes Pereira de barros 08.03.1856
Joaquim Marcelino da silva lima 28.12.1844
Joaquim Marcelino da silva lima 01.08.1853 sebastião Machado nunes 04.02.1854
José inácio acioli de Vasconcelos 27.05.1846
José Francisco de andrade e almeida Monjardim 08.04.1831
202
203
José tomás nabuco de araújo 08.11.1836
José Francisco de andrade e almeida Monjardim 03.11.1848 antônio Joaquim siqueira 07.03.1849
Francisco Pinto homem de azevedo 05.05.1835
José Francisco de andrade e almeida Monjardim ........................... 27.04.1832
D. Manoel de assis Mascarenhas 01.12.1843
gabriel getúlio Monteiro de Mendonça 18.12.1830
Joaquim José de oliveira 28.05.1835
Manoel de assunção Pereira 23.09.1836
José Francisco de andrade e almeida Monjardim 21.09.1846 luís Pereira do couto Ferraz 07.11.1846
antônio Pinto chichorro da gama 28.11.1831
NOMES POSSE Names Inauguration in Office
Joaquim Machado de oliveira 15.10.1840
Joaquim Marcelino da silva lima 03.05.1846
José Francisco de andrade e almeida Monjardim 07.03.1858 Pedro leão Veloso 04.02.1859
José Francisco de andrade e almeida Monjardim 14.04.1860 antônio alves de souza carvalho 25.05.1860
Joaquim Marcelino da silva lima 15.01.1857 olímpio carneiro Viriato catão 18.06.1857
Visconde da Vila real da Praia grande 23.11.1829
José Manoel de lima 27.04.1841
João lopes da silva couto 21.04.1838
João da costa lima e castro 11.03.1861
Manoel de assunção Pereira 25.04.1837
Império Empire
José Francisco de andrade e almeida Monjardim 18.04.1848 antônio Pereira Pinto 03.08.1848
José Francisco de andrade e almeida Monjardim 12.03.1830
Manoel José Pires da silva Pontes 21.04.1833
José tomás nabuco de araújo 29.10.1837
Manoel antônio galvão 04.12.1830
Venceslau de oliveira belo 09.06.1843
herculano Ferreira Pena 13.12.1845
Manoel ribeiro coutinho Mascarenhas 29.04.1874
afonso Peixoto de abreu lima 23.07.1877 alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 19.02.1878
José camilo Ferreira rebelo 08.06.1889 alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 18.07.1889 José caetano rodrigues horta 19.07.1889
carlos de cerqueira Pinto 08.04.1867 Francisco leite bittencourt sampaio 11.10.1867
Manoel Ferreira de Paiva ................................................................ 05.01.1877
204
antônio Joaquim de Miranda nogueira da gama 29.01.1877
João tomé da silva 28.12.1872
205
Francisco Ferreira correia 18.02.1871
antônio gabriel de Paula Fonseca 19.06.1872
Manoel da silva Mafra 04.04.1878
alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 02.01.1879
Manoel ribeiro coutinho Mascarenhas ........................................... 24.12.1875
Manoel Ferreira de Paiva 11.07.1877
Domingos Monteiro Peixoto 04.05.1875
Manoel ribeiro coutinho Mascarenhas 16.11.1872
Dionísio álvaro rezendo 13.08.1870
João Maria do Vale Júnior 26.04.1868
Manoel ribeiro coutinho Mascarenhas 08.10.1873
luís antônio Fernandes Pinheiro 01.09.1868
Dionísio álvaro rezendo 08.06.1869 antônio Dias Pais leme 17.09.1869
Manoel José de Menezes Prado 03.01.1876
luiz eugênio horta barbosa 06.11.1873
eliseu de souza Martins 07.03.1879 alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 19.07.1880 Marcelino de assis tostes 06.08.1880 alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 13.02.1882 herculano Marcos inglês de souza 03.04.1882 Martim Francisco ribeiro de andrada Filho 09.12.1882 Miguel bernardo Vieira de amorim 30.04.1883 Joaquim José afonso alves 12.01.1884 alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 17.03.1884 José camilo Ferreira rebelo 01.05.1884 custódio José Ferreira Martins 17.09.1884 alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 29.01.1885 laurindo Pita 03.03.1885 alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 28.07.1885 José camilo Ferreira rebelo 21.08.1885 Manoel ribeiro coutinho Mascarenhas ........................................... 09.09.1885 antônio Joaquim rodrigues 02.10.1885 Manoel ribeiro coutinho Mascarenhas ........................................... 11.05.1887 antônio leite ribeiro de almeida 01.08.1887 henrique de ataíde lobo Moscoso 06.08.1888
Moacir ubirajara da silva 14.10.1946 ciro Vieira da cunha (substituto) 26.11.1946 Moacir ubirajara da silva 12.12.1946
206
inácio henrique de gouveia 19.12.1891 graciano dos santos neves 19.12.1891 galdino teixeira lins de barros loreto 19.12.1891
José armando ribeiro de Paula 16.10.1930
NOMES POSSE Names Inauguration in Office
Florentino avidos 23.05.1924 aristeu borges de aguiar 30.06.1928 antônio Francisco de ataíde (presidente da assembleia legislativa) 16.10.1930
Junta Governativa Governmen a Commi tee
INTERVENTORES FEDERAIS Federal Interven ors
José Marcelino Pessoa de Vasconcelos (vice-presidente) 06.01.1898
207
Jones dos santos neves 21.01.1943 José rodrigues sette 27.10.1945 otávio de carvalho lengruber 06.11.1945 aristides alexandre campos 27.02.1946 ubaldo ramalhete Maia (substituto) 08.06.1946
José de Melo carvalho Muniz Freire 23.05.1900 argeu hortêncio Monjardim (vice-presidente) 23.05.1904 henrique da silva coutinho 16.06.1904
João Punaro bley (governador eleito pela assembleia legislativa) 15.04.1935 João Punaro bley 25.11.1937
José de Melo carvalho Muniz Freire 03.05.1892 graciano dos santos neves 23.05.1896 constante gomes sodré (vice-presidente) 23.09.1897
João Punaro bley 22.11.1930
Junta Governativa Governmen a Commi tee
NOMES POSSE Names Inauguration in Office
PRESIDENTES DO ESTADO Presidents of the State
afonso cláudio de Freitas rosa 22.11.1889 constante gomes sodré (vice-presidente) 09.09.1890 henrique da silva coutinho 20.11.1890 antônio gomes aguirre 11.03.1891 alfeu adelfo Monjardim de andrade e almeida 07.06.1891 antônio gomes aguirre (vice-presidente) 18.12.1891
João Punaro bley 19.10.1930
Jerônimo de souza Monteiro 23.05.1908 Marcondes alves de sousa 23.05.1912 bernardino de sousa Monteiro 23.05.1916
República Republic
João Manuel de carvalho................................................................ 19.10.1930 afonso correia lírio 19.10.1930
nestor gomes 23.05.1920
GOVERNADORES DO ESTADO Governors of the Sta e
Pág. 39 Detalhes de quadros de antônio cavalheiro d'almeida, 1852. Page 39 Details of paintings by Antônio Cavalheiro d'Almeida, 1852.
ÍnDice De ilustrações
Pág. 30 Detalhe de medalhão em bronze localizado à entrada do Palácio anchieta Page 30 Detail of bronze medallion located at the entrance of the Anchieta Palace
José ignacio Ferreira 01.01.1999 Paulo cesar hartung gomes 01.01.2003 Paulo cesar hartung gomes 01.01.2007
Pág. 42 Detalhe de quadro do pintor álvaro conde Page 42 Detail of a painting by Álvaro Conde
Pág. 47 acervo do arquivo Público do estado do espírito santo Page 47 Collection of the Public Archive of the State of Espírito Santo
List of Illustrations
christiano Dias lopes Filho (eleito pela assembleia legislativa) 31.01.1967 arthur carlos gerhardt santos (eleito pela assembleia legislativa) 15.03.1971 elcio alvares (eleito pela assembleia legislativa) ............................ 15.03.1975 eurico Vieira de rezende (eleito pela assembleia legislativa) 15.03.1979 gerson camata 15.03.1983
NOMES POSSE Names Inauguration in Office
Jones dos santos neves 31.01.1951 Francisco lacerda de aguiar 31.01.1955 carlos Fernando Monteiro lindenberg 31.01.1959 hélsio Pinheiro cordeiro (presidente da assembleia legislativa) 06.07.1962
Pág. 49 acervo do arquivo Público do estado do espírito santo Page 49 Collection of the Public Archive of the State of Espírito Santo
209
Pág. 31 Detalhe do quadro Padre anchieta, de robert newman Page 31 Detail of the painting of Father Anchieta by Robert Newman
208
Pág. 36 "Perspectiva da Villa da Victoria" em 1805, de Joaquim Pantaleão Pereira da silva – arquivo Público do estado do espírito santo Page 36 "Perspectiva da Villa da Victoria” in 1805 by Joaquim Pantaleão Pereira da Silva – Public Archive of the State of Espírito Santo
Max de Freitas Mauro 15.03.1987 albuíno cunha de azevedo 15.03.1991 Vitor buaiz 01.01.1995
Pág. 53 acervo do arquivo Público do estado do espírito santo Page 53 Collection of the Public Archive of the State of Espírito Santo
asdrúbal Martins soares (eleito pela assembleia legislativa) 05.08.1962 Francisco lacerda de aguiar 31.01.1963 rubens rangel (vice-governador) 05.04.1966
Pág. 32 "Prospeto da Vila da Vitoria" – arquivo Público do estado do espírito santo Page 32 "Prospeto da Vila da Vitoria” – Public Archive of the State of Espírito Santo
carlos Fernando Monteiro lindenberg 29.03.1947
José Moraes (vice-governador) 13.05.1986
Pág. 40 Fotos de Victor Frond – arquivo Público do estado do espírito santo Page 40 Photographs by Victor Frond – Public Archive of the State of Espírito Santo
the anchietaPalacecaPixabaheritage
introDuction
Paulo Hartung – Governor of the State of Espírito Santo
in order to tell this long history of many ages, this publication comprises five parts. initially, a political and economic panorama of the capixaba journey through time is presented, having in mind the historical contextualization of the anchieta Palace, which has always been in the center of the most important decisions of the state.
t herefore, in chapter 2, one will read about the Jesuits – the main builders of what it would become today’s a nchieta Palace. t he building initiates its history as a residence, school, and church. For the sake of better contextualization, information is given about the s ociety of Jesus and its settlement in e spírito s anto, as well as its most important entrepreneurs, namely Jesuits a fonso b rás and José de a nchieta.
the next section will deal with the taking over of the building by the secular power. With the expulsion of the Jesuits from the Portuguese empire, all the assets of the society of Jesus were confiscated. the architectural ensemble built by the Jesuits, a reference point in the capixaba capital and vicinity areas at the time, becomes a public building. this chapter covers the 18th and 19th centuries,
next, a series of four chapters dedicated exclusively to the history of the palace is elaborated according to the main phases/uses of the construction, covering a period of time which goes from 1551, the year in which its original premises were inaugurated, to 2009, the year of the completion of its first thorough restoration of all times.
212ForeWorD*capixabaisatermthatreferstothepeopleborn
in the following pages we have a description of an authentic capixaba place of shared memory. a vigorous construction, it was many times “dressed” with decorations, contours, colors and expressions of different kinds. in its grandeur, filled with centuries-old traces, the anchieta Palace tells, in the symbolism of its concreteness, a great deal of what the state of espírito santo was, is, and will be in its political, cultural, and economic scope.
time is absence. When it arrives, it has already gone, in an endless movement. time is presence. i t goes by, but it remains – it leaves traces. invisible, it produces deep memories. untouchable, it reaches everything and everyone. With its touch, it shapes landscapes, constructions, destructions, experiences. it builds and demolishes. it changes perspectives. it marks. to talk about a historic building is to talk about time – the various times which have made it. time that has built, destroyed, rebuilt – intermittently. time that operates by the hands of men, guides by the desires and beliefs of culture, determines by the interests of the economy, and governs by the arms of politics. time that materializes itself into generations and defines eras in intervals of existences. time is pure paradox. it is absence and presence. i is concrete and symbolic. it is past, present, and future. time passes by, leaving its marks. in this sense, this book shows the profile of a building of 400-year-old foundations and walls, which shelters and displays marks of various times, materialized in more than four centuries of historical experience. the anchieta Palace of today accumulates internal and external features of the different times through which it has lived, in an inescapable destiny highlighted by the restoration initiated in 2004, under the auspices of the government of the state of espírito santo. as one can see in this publication, motivated by the completion of the restoration work, the present did not fail in leaving its own touch, but it was generous with the times gone by, uncovering the marks left before.
this book, as one can see in the following pages, reveals essential information not only about the palace, but also about the political, economic, and cultural determinants which have shaped its design along the centuries. according to researchers, the anchieta Palace is one of the rare public national buildings to house, without interruption, from colonial to republican times, the seat of a state government. the highlight of the publication is the present configuration of the anchieta Palace, in particular the new uses it has been given since it was restored. besides housing the seat of the government, the building now has spaces where historical exhibitions, as well as cultural, educational, and social events and activities, among others, are held. the palace is now also open to public visits. the restoration of this building symbolizes a new age for the capixaba people. in this sense, it is important to point out that the recovery and preservation of the anchieta Palace are emblematic of the political and institutional reconstruction of the state of espírito santo, initiated in 2003. the restoration of the palace and the political reconstruction of espírito santo integrate one sole feeling of achievement for the capixaba people – an achievement which has the restoration of the anchieta Palace as an evident symbol. the restoration ends here, celebrated, as we said, with the publication of this book. the political reconstruction is a task which still demands action, in spite of all the advances made in that direction.
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in the state of espírito santo, as well as anything pertaining to its culture.
this publication concerns a true capixaba* historic building: the anchieta Palace. but this book is also, and above all, a celebration, for it marks the completion of the first restoration work performed in the main seat of the capixaba government since the first half of the 20th century, when significant reconstruction and renovation works were carried out. in other words, this publication is dedicated to a historic and cultural asset which has just received an important investment for the recovery of the distinguishing traits accumulated along more than 400 years of history, thus guaranteeing its architectural and symbolic conservation and preservation.
as French philosopher Paul Valéry well wrote, all civilization has the fragility of a life. that is, the achievements of any civilization - and politics is, in essence, the art of the construction of civilized life – can only remain and prosper with intermittent supervision and continuous work so as to provide all citizens with more and better ways of participating in the life of the community. the restoration of the anchieta Palace is one of the many capixaba accomplishments of recent years – a victory that symbolizes the respect for political institutions and cultural traditions, while representing a clear sign of the political and institutional reconstruction of the state of espírito santo. restoration and reconstruction. these are now facts that belong to the history of all capixabas, who have an appointment at the anchieta Palace with the history of a new espírito santo.
in the emerging brazilian republic, with projects of liberty, equality, and fraternity, as well as order and progress, the state was not able to advance much, but the fundamentals of the modern espírito santo were conceived then. likewise, projects and horizons which are now a reality or remain as a basis for new republican flights in capixaba territory were envisaged in those years.
capixaba history is marked by important accomplishments made during the early decades of the 20th century, mainly after 1908, due to the convergence of interests of the local political and economic leaderships. historically, Muniz Freire and Jerônimo Monteiro are the most important figures of this period.
with the visit of emperor Dom Pedro ii to espírito santo and his stay at the palace – an event which would mark the history of the construction.inchapter4, we focus on the palace as the seat of the republican executive Power in espírito santo. in a time of reconstruction and renovation, it is politics that imprints new features on the legacy of the church and the Portuguese and brazilian monarchies. it is a time in which presidents of the state invested in its reconstruction (Jerônimo Monteiro), and renovation (João Punaro bley). it is a time in which most of the traces of other times were erased. What remained was basically its structure, and even then, with alterations.
José de Mello c arvalho Moniz Freire (Muniz Freire), a journalist and lawyer, was the first elected president of the s tate. h e was the forerunner of republicanism in the state and envisaged, planned, and made some accomplishments which have marked the contemporary history of espírito santo, having produced an agenda which is still up-to-date.
besides being open to public visits, the anchieta Palace, which remains as the main seat of the capixaba executive power, housing the office of the governor, becomes also a space for exhibitions, events, and activities related to the capixaba culture. restored, the palace nowadays encompasses some of all the capacities and configurations given to it by the different historic times over the course of four centuries.
214ending
From 1908 to 1912, Jerônimo Monteiro changed the look of the capital, implementing street lighting and sanitary public services,
Finally, the fifth and last chapter is dedicated to the present configuration of the anchieta Palace after the restoration initiated over five years ago – a restoration that contemplates the several historical phases of the building, and prepared the palace for uses which extrapolate the political and administrative spheres.
Working as a green wall which protected the general mines, espírito santo was neglected for centuries. according to bueno (1999), Varnhagen wrote in 1854 that “despite its good lands, with an excellent port and navigable rivers, the captaincy still remained underdeveloped, reduced to a population which does not prosper and a soil in which virgin forests are almost all untouched”. u p to 1880, announces schayder (2002), “an effective expansion into the hinterland of espírito santo had not effectively begun”. our occupation “scraped the coast”.
the republic, anticipated, among other events, by the end of slavery and the policy of land occupation by immigrants, brought about an unprecedented perspective to the state, opening the doors of a new age for the capixaba history. although the republican regime had been installed without popular mobilization, serving only the interests of the elite – the other name of the old republic (1889/1930) could be the colonels’ republic – changes did happen. For instance, for the first time in centuries the state of espírito santo would be governed by a capixaba.
the first phase of the restoration contemplated the façades and the roof, the latter being totally renovated. the second phase focused on the interior of the palace, a construction which resulted from the fusion of three buildings erected by the Jesuits centuries ago: the residence, the school, and the church of são tiago (saint James, in english). at this stage, the austere colonial Jesuit complex was covered with the details and opulence of the eclectic style, in a transformation which, even though it erased traces of the undisputable contribution of the missionaries, allowed the survival of the structure through the centuries.
a PanoraMa oF thei caPixaba historY
it is important to register that this is the first restoration of the palace in its 450 years of existence. technicians teach us that a renovation/reconstruction work simply aims at solving structural problems or adapting the building to new uses. a restoration, besides contemplating those purposes, aims at extending the longevity of buildings, considering and respecting the artistic and cultural values of such constructions, involving experts from several areas in an absolute accurate and careful work.
the restoration was based on a detailed set of studies elaborated by architects, archeologists, historians, engineers, and restorers. the diagnosis revealed a construction in a state of rapid deterioration, filled with infiltrations, fissures, cracks, leaks, faulty structures, and with electrical and hydraulic networks in a terrible state of conservation.
215 officially founded on 23 May, 1535, it was not until a long time later that the state of espírito santo met its territorial expectations and defined its economic aptitudes. up until the mid-1800s, the state faced many unfortunate encounters while trying to establish itself as an independent and important economy.
st augustine, intrigued with the concept of time, asked: “Where are the past and the future, that is, if they really exist? “. by experience one knows what time is but the difficulty lies in apprehending it, concluded one of the most prominent scholars of the church, to whom, ultimately, only the present time exists, blending the past and the future in a game of remembrance and forgetfulness, projects and projections.
ephemeral, though inescapable, time says present in places of shared memory like the anchieta Palace. Places which, due to their sensitive and symbolic constitution, say a great deal about what one once was, what one is, and what one can be. have a good trip, then, to the memories of the past, the accomplishments of the present, and the signs of the future unveiled by a true capixaba heritage building. after all, from what we were we draw what we are now and we indicate what we can be, connected and articulated by time – which never stops!
President Muniz Freire, in two terms of office, from 1892 to 1896 and from 1900 to 1904, consolidated the connection between espírito santo with rio de Janeiro and Minas gerais. During his administration, the santa leopoldina railway became a reality and the works on the Vitória-Minas railway were initiated. Four hundred years after the discovery, concrete connections between the espírito santo state and brazil had finally been established.
Despite the advances made along the century and the democratic recovery, the outcome at the end of 1900 is dramatic for the state politics. there was a complete imbalance between the espírito santo that “works and trusts” and its political institutions. in the turn of the millennium, topical were the words by Muniz Freire, spoken one century before: “our problem is political and results from the addictions […] of the institutional apparatus.” (cláuDio 1981, p. 293).
the decision to change was legalized in the ballots of 2002, and a new history began. the journey has been challenging. the implementation of a state government which served the capixaba people was the first mission of the administration initiated in January 2003, following the outcry of the honorable men in the turn of the century.
the journey into the 20 th century has given espírito santo an economic personality and a prominent position in the country’s commercial relations with the world, be it in foreign trade, in the production of commodities which make the world economy go round,
in 2005, all this liability came to zero. the state was also in default with the renegotiation contract with the union, which was withholding the participation fund of espírito santo. today, the state is mentioned all over the country as an example of balance in public accounts. espírito santo has jumped from being one of the worst states in the federation as to public accounts to the top of the national treasury ranking.
216for
the large industrial projects have brought about important infrastructural complexes, especially ports, and a logistics capacity which are now crucial factors for any foreign trade strategy in brazil. the industrialization of espírito santo was late, but it arrived with the right strategic focus for the world globalization momentum: competitive bases for foreign trade activities.
on 31 December, 2002, debts with civil servants, material and service suppliers, among others, were as high as r$ 1.2 billion. the amount was so big that it represented the amount of four state tax revenues.
governing to all capixabas meant facing huge challenges. the mission was monumental, and, from the size of the legacy, it still faces big challenges. but many were the victories which allow the state to advance without stopping towards the consolidation of a new time in capixaba territory.
this economic movement promoted a new culture for the planning and organization of production and trade which ended up by reaching the agricultural sector, which later experienced a great process of modernization and diversification.
From the 1930s till the 1960s, the s tate lived days of alternation between giving privileges to the agriculture and to the industrialization. that was also the period of the federal interventions carried out in the Vargas Years. Federal interventor João Punaro bley made important investments and modernizations, but the highlights of this period were two former governors, carlos Fernando Monteiro lindemberg and Jones dos santos neves.
l ack of strategic vision to introduce e spírito s anto into the national development scene, corruption charges within the institutionalized powers, use of the public machine by the organized crime, subordination of the collective interest to the abuse and private interests of those in power, irresponsible indebtedness, deterioration and dilapidation of the governmental structures… the list of mistakes and the humiliation involving republican principles and ethics, with serious damages to the capixaba people, specially the less privileged, who depend directly on the public services, seemed endless. capixabas arrived at the third millennium under the shame of a political administration unworthy to be called politics as in its original meaning: the communion of good men in action for man’s emancipation, social justice, freedom, equality, and fraternity.
“the republic was not made to serve oppression, plunder, or violence but to serve freedom, peace, and progress” ( cláuDio, 1981, p. 300). Muniz Freire’s words, reflecting over the early years of the republic, seem obvious, but in e spírito s anto they were forgotten for a long time, particularly at the end of the last century.
example. the anchieta Palace was totally reconstructed. Monteiro invested in education, restructuring the whole educational system of the state. he made heavy investments in the hinterland (set up a hub of economic development in the itapemirim river Valley which included a hydro-electric plant).
217 or in the available logistics. the state stands among the largest producers and exporters of wood pulp, steel, and ornamental stones. From its ports iron ore and pellets are shipped to supply the largest economies. Fruit, coffee, furniture, and clothing also enrich our economy. in the last few years, espírito santo has ranked second in reserve and production of oil and gas in brazil. regarding the political and administrative sectors, with the slow and gradual process of political opening, direct elections for governor were held in 1982, electing gerson camata. With an entrepreneurial administration, which took road pavement to the four corners of the state, camata represented for voters, according to schayder (2002, p. 121), “the renovation of the capixaba political life: he was young, belonged to the brazilian Democratic Movement Party, and was the first politician of italian descent to govern the state.”
after living days of populism, espírito santo experienced a change in the axe of the state economy in the 1960s. eradication of coffee plantations was promoted – 180 million trees were sacrificed, or 54% of the total planted. governors christiano Dias lopes (19671971) and arthur carlos gerhardt santos (1971-1974) were responsible for the so-called “the big turning point”, in which we changed from being a mainly agricultural economy into one which was essentially industrial and urban”, says schayder (2002, p. 116).
in summary, during the old republic, efforts were made to promote the growth of the inland population, the offer of infrastructure for the flow of production, the modernization of the economy with the installation of industries, and the urbanization of the capital so that Vitória became, in actual fact, the political and administrative center of the state.
large industrial projects, located mainly in the greater Vitória area, have transformed the socioeconomic profile of the state. Due to tax incentives, private investments increased, leading to the modernization of the industry and the development of the commercial and service supply sectors.
according to schayder (2002, p. 107), lindemberg’s main concern (1947-1950 and 1959-1962) “was to boost the agricultural sector”, having expanded the agricultural boundaries towards the north of the state. according to the same author, Jones dos santos neves (1951-1954) had an administration based on planning, aiming at the economic development of the state. “the state government started to interfere in the economy in order to create infrastructural conditions that would promote the industrial boom of espírito santo”. in the 1950s, he restructured the Port of Vitória, built hydro-electric plants in the santa Maria river, and paved the road network, among other achievements.
t he vocation for commerce, conceived and defended by Muniz Freire and fulfilled by the investment in infrastructure and commercial activities, took place in the second half of the 20th century, giving us privileged know-how and logistics in a world of globalized economy.
now is the time for overcoming the problems of the past, tidying up the place, and setting forth the bases of a new future. but it is also the time of many achievements, somehow unexpected, considering how serious the situation was six years ago.
a Jesuit lanDMark
the history of espírito santo initiates officially on 23 May, 1535, with the arrival of Vasco Fernandes coutinho, who settled down in the region where he would found the Vila do espírito santo, today called Vila Velha. one year before, in 1534, the society of Jesus was founded in France by inácio de loiola. this religious order would be responsible for the initiatives here in the state which gave rise to the history of the anchieta Palace, considering that the first phase of the construction occurred between the arrival of the Jesuits in espírito santo and their expulsion from the Portuguese colonies (1551-1759).
With higher tax revenues, public services were normalized and job opportunities in construction sites were opened in all capixaba municipalities, improving the life of millions of capixabas.
as one can notice, in the year of 2003, espírito santo initiated a journey from the lack of administrative control to a new historical frontier, marked by political and administrative stability, the normalization, amplification and qualification of public services, and the inauguration of a new economic age.
The Society of Jesus was founded as a Catholic reaction against the Protestant Reformers. As “Soldiers of Christ”, the Jesuits, according to the motto “Ad Maiorem Dei Gloriam” – For the Greater Glory of God – bound themselves by a vow of chastity, poverty, and obedience. The main purpose of the Society of Jesus was to spread the Catholic faith, fighting the unfaithful and heretics and converting pagans to Catholicism. In this crusade of faith, the Jesuits got to Brazil in 1549, led by Father Manoel da Nóbrega. Although earlier arrivals have been reported, most writers date the settlement of the Jesuit Order in Espírito Santo as from 1551, when they began their missionary activity in capixaba territory.
collective steps have definitely set the state apart from its recent past of humiliation and shame. the espírito santo government is again working for the capixaba people. and today, we live the days of a new history. Days of reconstruction and restoration, like the works performed in the anchieta Palace, a monument that symbolizes so well this new political and administrative time in the history of the state of espírito santo.
the promotion of a new political and institutional reality initiated in 2003 also boosted the state economy, inaugurating the third cycle of capixaba development, the agriculture being the first and the first phase of the industrialization with focus on foreign trade being the second. the present cycle is characterized by the expansion of the foreign trade, the stimulation of local production arrangements, and the emergence of gas- and oil-related businesses.
in short, with ethical and administrative shocks, a government realignment was made, recovering the investment capacity of the state in promoting works and providing essential services. result: espírito santo jumped from less than 1% in investments with its own resources in 2003 to 15% in recent years.
219 the history of the construction that houses the anchieta Palace can be divided in three parts. this is how Derenzi (1971, p.16), who provides the main source of information for the writing of this book, summarizes the historical events of the building:
resiDence, school, churchii
[…] It is recorded in our history in a series of perfectly known facts, which can be divided in three well-defined phases: the Jesuit School, the Residence of the Governors of the Province, who were mere employees of the Empire, and finally, in Republican times, the Palace of the Government of the State, when it was named Anchieta Palace pursuant to a decree of 9 June, 1945, a tribute paid by Dr Jones dos Santos Neves when he governed the state for the first time.
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tax and administrative privileges were eliminated, a systematic and tough fight against tax evasion, corruption, and the organized crime was initiated, and investments were made in the modernization of the public machine, with the holding of several public sector recruitment examinations, the introduction of strategic planning, including instruments for its follow-up, reduction of expenditure, among others.
the history of the anchieta Palace also starts in 1551 in the hands of the Jesuit missionary afonso brás, who got here accompanied by lay brother simão gonçalves. instead of settling down in the Vila do espírito santo, the Jesuits established themselves on the isle of santo antonio, which belonged to Duarte lemos and was later called Vila nova, Vila de nossa senhora da Vitória, and currently, Vitória. the island was a safe haven for the Portuguese who tried to escape the belligerence of the indigenous population living on the continent.
this development results from the new investments made by the enterprises already installed and also by the setting up of new businesses, both domestic and foreign ones, in the state. it is important to point out that this third economic cycle is based on a new model for development which is socially inclusive, environmentally responsible, and geographically decentralized.
Father Afonso Brás was born in Portugal in 1524. In 1546 he joined the Society of Jesus and came to Brazil together with the second group of Jesuits, in 1550. An idealistic, enterprising, and cultivated missionary, knowledgeable in architecture and a competent carpenter, Afonso Brás gave rise to the urban life in Vila Nova. He died in Rio de Janeiro in 1610. “He is, in fact, the founder of Vila de Nossa Senhora da Vitória. It was the School that congregated, assisted, and encouraged the people, giving them perseverance. It was a stronghold, a hospital, an educational institution, and a religious school.” (DERENZI, 1971, p.23)
221 Father José de Anchieta was born in Tenerife, Canary Islands, an archipelago belonging to Spain, on 19 March, 1534, same year of the foundation of the Society of Jesus, the religious order which he joined in 1551. He arrived in Brazil in 1553. He became one of the most respected Jesuits in the 16 th century in Brazil, with undertakings in São Paulo, Rio de Janeiro, and Espírito Santo, state to which he was connected for 32 years. Anchieta is considered one of the first learners of the Tupi language. He went to Reritiba, currently the municipality of Anchieta, in 1595. He died on 9 June, 1597. His body was taken to Vitória by the native Indians on a journey of approximately 90 km. There, he was buried in Church of São Tiago. He was a great writer, historian, poet, and playwright. “He was, possibly, the first person to do theater in Espírito Santo, with the purpose of spreading the Catholic faith by means of the art”. Known as the Apostle of Brazil, he was beatified by Pope John Paul II on 22 June, 1980 (BITTENCOUT e CAMPOS, 2000, p.56).
in 1584, anchieta takes on the Jesuit leadership in the state. Derenzi (1971, p.26) writes that in the same year the site “was well built with seven cubicles and in the fence there were orange, sweet lime, and cider trees, acajá and other kinds of fruit and all sorts of vegetables from Portugal”. there was an infirmary, a refectory, and classrooms. in 1587, anchieta completed the first wing of the school, facing the square (nowadays, João clímaco square).
according to bittencourt and campos (2000, p.71), “the governor-general tomé de sousa, on a journey to the south, in the company of Father Manoel da nóbrega, sees a ‘large house and church’, when referring to the school he had visited in 1552”. shortly after his visit, afonso brás goes to são Paulo in 1554, following an order by nobrega, who was then the leader of the Jesuits in brazil. he is substituted by Father bás lourenço, who gets here accompanied by Father José de anchieta. brás lourenço and his substitute, Father Manoel de Paiva, put forth their best for the enlargement of the Jesuit construction, but the altar and the ground floor of the first church caught fire in 1559. in the 1570s, the missionaries and castaways who survived an accident in the mouth of the r iver Doce, mobilized by Father i nácio de tolosa and in return for the hospitality, initiated the construction of a new place for the church of são tiago, now in stone, at the same spot as the old one, which was built in wood. it was the year of 1573.
Afonso Brás and lay brother Gonçalves did not waste time in speculations. They immediately started to build the ranch and the provisional church. […] From the minute they disembarked, the anchorites initiated the construction works of the School and Church of São Tiago, at the bottom of the hill, work which they carried out slowly until it became final, and now represents the Anchieta Palace.
at the age of 27, Father afonso brás arrives in the village coming from Porto seguro (ba) in early 1551 and, on 25 July of the same year, he had already inaugurated the church. according to Derenzi (1971, p.23),
in 1707, 120 years after the construction of the first wing of the school, a second one was erected, facing the bay of Vitória. the third wing, as well as the second church tower, was built in 1734, closing the internal patio. the fourth wing, adjacent to the church, was built in 1747, making up the imposing quadrangle of what would be, for many years, the largest construction of the state. improvements, reconstructions, enlargements… the Jesuit complex resulted from works which crossed three centuries. Derenzi (1971, p.27) writes that “during the 1600s progress was slow. […] however, from 1700 the evangelization became fruitful and the construction of the school took a stimulation impulse. […] in 1747, the complex ‘was finished with its majesty and beauty’”. From the precarious chapel erected by Father afonso brás in 1551 to the construction of the last wing of the school, in 1747, 196 years of work had gone by, establishing the foundations of today’s building - almost two centuries of construction work, carried out by missionaries who wrote their names in the capixaba history. but these very missionaries little enjoyed the ample building that they had erected. in 1759, a decree of the king of Portugal, Dom José i, expelled the Jesuits from the kingdom and from all its possessions. an era of Portuguese colonialism came to an end. the historical journey of the Jesuits’ school, for example, was over.
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as it was customary, the court sent the resources necessary to prepare for the imperial visit. in view of the precarious nature of the site, the president of the capixaba province at the time, Pedro leão Vellozo, was heard by the court and provided with additional 100% of the imperial funds already allocated to prepare for the visit – in addition to the two contos de réis already in hand, he requested another two. that was not sufficient. the work was so gigantic that four “barons” had to help the government. each donated five contos and five hundred thousand réis, a total sum of twenty-two contos.
Derenzi (1971, p. 41) describes the challenges involved in holding the reception of the emperor at the governor’s Palace: “[...] the house was old and conditions were precarious, in need of repairs, furniture, and utensils [...]”. this is how the president of the province himself reports the situation of the palace on requesting further funds from the court: “i see that, having started the repairs, it will be
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Pursuant to an order made by Dom José i, king of Portugal, dated from 3 september, 1759, the Jesuits were expelled after more than two centuries in capixaba territory. under the influence of powerful Marquis of Pombal, the sovereign banished the society of Jesus from Portugal and Portuguese possessions overseas.
Well noted by Marques, the state of poverty and abasement of the Jesuit site that was transformed into the seat of government “lasted almost until the end of the monarchy”. the situation only changed because the palace received their imperial Majesties emperor Dom Pedro ii and empress Dona teresa cristina Maria. the imperial couple arrived in the capital on 26 January and stayed in the state until 9 February. those fifteen days of visits to the most important villages and settlements marked the final stage of the imperial journey to the “northern provinces” (Pernambuco, bahia, alagoas, sergipe).
“ t he palace had accommodated itself definitively in the s chool, the latter being a word which lost its use in the course of
the transForMation oF the Palace into the heaDQuarters oF the state goVernMent iii the secularization oF the builDing
With the dawn of the year 1760, Espírito Santo had lost a powerful force that for more than two centuries had played a major part in its development: the Jesuits. On the twenty-second of January of that year Vitória saw the embarkation of the seventeen priests that resided in the captaincy at that time. [...] As a means to lend significance to the matter, the Crown and its delegates assigned the imprisonment of the Jesuits to the Appeals Court Judge João Pedro of Sousa Siqueira Ferraz of the Justice Court of Rio de Janeiro who had arrived here on the fourth of December of the previous year. It was on that same day that he ordered the priests’ school be surrounded while the priests who were in their residences in Muribeca, Itapoca and Araçatiba and in the missions of Reis Magos and Irititiba were herded. On that day, accompanied by Ferraz, the priests were escorted to the ship Libúrnia destined for Rio de Janeiro from where they later embarked for the exile.
In one of its many large rooms resides the President of the province and in another is the office of the president, the Lyceum, the treasurer’s office, the public revenue administration department, the postal administration, storage of armaments, the public library, a primary school, and the infantry headquarters. This situation lasted almost until the end of the monarchy. What disparate promiscuity.
in reporting the journey of Dom Pedro ii to espírito santo, rocha (2008, p. 49-50) describes Vitória, which, at that that time, “scarcely exceeded the number of five thousand inhabitants”, and gives a detailed account of the collective effort, even between public enemies, made to prepare for the reception and stay of the emperor at the government headquarters and official residence.
to have a better idea of the demand for investment in works, repairs, and services and the amount of resources collected, the president of the province earned five contos per year. the sum collected from the rich and powerful corresponded to about one third of the total revenue of the province, rocha reveals.
according to schayder (2000), it was Pombal’s intention to strengthen and modernize the Portuguese monarchy and the Jesuits impeded him with two basic questions. the priests had influence that rivaled the power of the civil authorities and, in addition, they had accumulated extensive assets that could be incorporated into the crown.
all the Jesuits’ possessions were confiscated. the school was used to house the headquarters of the government of the captaincy. With precarious maintenance, the site was bordering total destruction as a result of a fire on 28 september, 1796. the church was the most affected, losing relics and figures.
this is how oliveira (2008, p. 217-218) describes the Jesuits' expulsion from espírito santo:
Derenzi (1971, p. 37) reports two references to the site made in the 19th century. according to this author, the French naturalist auguste de saint-hilaire noted in 1818 while passing through the state that “without question, the most beautiful ornament of the city is the old Jesuit school”. in 1878 césar augusto Marques wrote:
to the angered description of Marques, Derenzi (1971, p. 37) adds: “heterogeneous services involving classes that included children and soldiers, staff and authorities. there was no piped water or sewage”.
rebuilt, in 1798 the Palace of the government, as it was denominated at the time, housed the Military hospital and the police battalion. Derenzi (1971, p. 36) writes that," [...] for a village of 1,438 fires - formerly the census was made by the number of houses or kitchens - the old school was a colossal construction which could accommodate all the treasury, health and military facilities ".
223 history”, states Derenzi (1971, p. 39), who also mentions that “[...] in the beginning of the 19 th century, the building was popularly know as the “Vatican” due to the reprehensible political legislation that was articulated there in the old cells that were transformed into government rooms”.
one of his undertakings was the reconstruction of the anchieta Palace which completely disfigured the colonial work in the Jesuit era. in the midst of the political modernization of the capital, Monteiro contracted a French engineer, Justin norbert, to supervise the reconstruction of the seat of government. on completion, there was very little left of the minimalist building inherited from the religious order. among the few improvements made to the palace prior to Monteiro was the installation of an electrical lighting system for the building and square which was generated by a direct current motor and inaugurated by the governor henrique coutinho four days before his successor took office. the building was purchased from the union on 23 December, 1901.
the improvements made for the emperor’s visit extended not only to the palace but also to parts of the capital. With respect to the palace, the next improvements would come only 20 years later. according to information obtained by research into the restoration work of 2004, a stairway was constructed in 1883 on the slope providing access to the emperor’s Quay, thus improving the connection between the port and the building.
the same way that the Jesuits could not take full advantage of the architectural site they had built, the imperial administration also had very little time to enjoy the improvements promoted by the court and the local barons. the empire came to a close and the republic came into being. a new historical age began for the anchieta Palace.
225 the republic came to the palace with the presence of the state president afonso cláudio de Freitas rosa, who was recommended for the post by the provisional government of the country. the early years of the republic were volatile. to exemplify the fight for power between the urban and rural elites in espírito santo at the time, schayder (2002, p.86) reports that 12 governors went in and out of the palace from 1889 and 1891.
Furthermore, according to Derenzi (1971, p.45), “comfort, hygiene and space” were the key words that guided the reconstruction carried out by Jerônimo Monteiro. the são tiago church, which was consecrated as a national chapel after independence, was purchased from the Diocese on 23 november, 1911, and the covered area of the palace was extended by one third.
the smaller tower was demolished and the larger tower with its clocks and bells maintained – but subsequently demolished in 1922 during the government of nestor gomes, consequently eliminating for once and for all any traces of the Jesuit inheritance of the building’s façade. in this respect, Derenzi affirms (1971, p. 46): “only the thickness of the cyclopean concrete walls mortared with whale oil stands witness to the work of the Jesuit inhabitants and proprietors of the old massive structure which was initiated by Padre afonso brás, the first missionary in Vasco coutinho's feud”.
Derenzi (1971, p. 48) well summarizes the reconstruction works of the palace:
a tiMe oF reconstruction anD renoVation the rePublic in the Palace
t he first elected president of e spírito s anto was Muniz Freire, who took office in 1892. b ut the conflict did not stop there. Disputes were closely fought until 1908 with the coming to power of Jerônimo Monteiro, who was elected with 99.7% of the votes in an electorate that accounted for 3% of the local c apixaba population. Monteiro undertook projects of economic, political, and administrative conciliation and modernization of the state. in a population of an estimated 250,000 people, 8,012 were voters, 7,989 of whom voted for Jerônimo Monteiro (shaYDer, 2002).
Decided: the palace would undergo a true renovation. [...] the old school kitchen was demolished, walls were opened, leaks, roof linings and floors repaired; adding to the ancient building a “beautiful wide long veranda over the patio”. Simple walls and ceiling of a clear whiteness contrasting with the blackness of the border – intentional simplicity, emulating the imperial veranda of S. Cristóvão – according to the description of the Correio Mercantil which added: “various rooms open onto the veranda, the first being the one with the valance, lined with beautiful green gold paper. The valance is prepared in green velvet and a gold fringe under which two back boards of high value and artistic merit are placed”. Another text from a Rio de Janeiro newspaper, the Jornal do Comércio, completes the description: “good taste prevailed in all of the palace arrangements: the rich cushioned mahogany furniture decorated the reception room; the rooms of Their Majesties, which were quite spacious and dressed with beautiful refinements, did not lack curtains, carpets and all other comforts”.
iV
224impossible
With the help of the emperor and the contribution of resources on the part of powerful capixabas of the era, Derenzi (1971, p. 42) states that “the rooms of the palace were repaired, furniture replaced, the official reception room arranged in a satisfactory manner”. rocha (2008, p. 51-52), with the aid of newspapers of the time, writes about the new palace that had risen as a result of the emperor’s visit.
The interior did not match the dignity of the occupants. The reconstruction was comprehensive, roof, façades, and rooms. Complete water, light and sanitary installations. […] Prior to that, sewage was collected by prisoners
to complete and decorate the building without two more contos de réis, due to the fact that the building is vast and was roughly painted and is in need of those indispensable extras”. (rocha 2008, p. 50).
226
Worthy of note is that the façade and the main entrances to the palace, which until then faced the João clímaco square, were turned towards the bay of Vítoria in a setting with the new steps.
Derenzi claims that in 1609 some of the bones of the missionary were removed and sent to the Jesuit School of the State of Bahia and subsequently to Rome (Italy). The journey, however, was not completed because the ship sank. In 1734, the tomb was opened once again and the last remains were removed. Derenzi (p. 72-73) states that:
The Tomb of Anchieta – Anchieta died on 9 June, 1597, in Reritiba, now Anchieta, and was buried in the high altar in the Church of São Tiago. From that point on, historians are divided over the destination of the remains of the Jesuit.
in small barrels and thrown into the sea. Water, which was not piped, came from Fonte Grande. Residence in the palace was a true sacrifice. Jerônimo Monteiro made it habitable and the sectors destined to the business of government were given more rooms, offices, and accommodations that were fitting and adequate.
227
Derenzi (1971, p. 73) closes the discussion over the tomb of the Jesuit, which is open for visits in the Palace of Anchieta: “in an objective opinion without any rhetoric, the tomb is mainly symbolic and contains none of the mortal remains of the famous Jesuit, and its original location has been moved”.
the next governor to make profound changes to the palace was the Federal interventor João Punaro bley in the 1930’s. Prior to that, however, other modifications were made to the building besides the demolition of the last tower of the church of são tiago. in 1924, Florentino avidos extended the use of the ground floor area, installed the first elevator in the building, and painted the palace yellow, which was the official color of public administration buildings (Derenzi 1971, p. 50).
The fact is that in 2007, after almost 120 years without sheltering any of Ancheita’s remains, the State Governor received a small relic of the Apostle of Brazil from the Society of Jesus in São Paulo”. The relic is a fragment of bone from the left femur set in a polychromatic icon in old gold. According to the documentation that attests to its authenticity, “this fragment was taken from the left femur, sent to Rome and returned by the General Priest in 1966”.
b y 1935 four centuries had passed since the arrival of the Portuguese, and the interventor Punaro b ley from Minas g erais, designated by President g etúlio Vargas in the r evolution of 1930, prepared the palace for the festivities. What was to have been merely repairs turned out to be a complete internal reconstruction of the palace, according to one diagnosis. i Jerônimo Monteiro perfected the façade, bley directed his attention to the interior of the building in spite of the reconstruction from 1908 to 1912, when many changes had already been made.
according to Derenzi (1971, p. 51-53), “the building was nothing more than a pile of damaged wood supported by the walls of a fortress. […] the palace was gradually demolished inside and rebuilt on a concrete structure without any hindrance to its day-to-day working”. one important change: the concrete flagstone divided the space of the old church of são tiago into two, thus constituting the afonso brás room and the são tiago room. other details regarding the reconstruction work described by the author are as follows: the residential wing required care. nearly all of the walls were demolished and within the perimeter a residence was planned and constructed which, if not sumptuous, was at least rational and adequate to serve as the residence of a head of state. the dining room was entirely decorated in renaissance style and the reception room in louis xV style. […] the ceilings were decorated in stucco with centerpieces and moldings worked in plaster by renowned russian immigrant, Wlademar bogdanoff, who was responsible for the relief
According to this historian, in order to accommodate the machinery of the official press and the office of the Government Secretary between 1912 and 1916 during the adaptation of the Church of São Tiago, the tombstone was removed and the absence of mortal remains was verified. In 1922, a symbolic tomb was constructed in homage to the memory of Anchieta, preserving the original stone which was carved in Portugal.
the eclectic style stood out in the reconstruction works of the Palace of anchieta undertaken by Justin norbert. on analysis of the four façades, the eclectic style becomes evident in the unison of classical, neoclassical, colonial and Jesuit architectural elements.
access to the palace was given new steps. Derenzi (1971, p. 46) describes the bárbara lindenberg steps as follows: “ […] curved flights, with landings, mythological figures, waterfalls and shells, ending in a small garden that leads to the main gate of lost steps […]”.
In the restoration that was started in 2004, new excavations were made which continued those made in 1997 when an iron arch and baptism fonts were found. In 2009 the palace chapel was installed next to the symbolic tomb where the relic of Anchieta received by the Government in 2007 is presently displayed.
one point of curiosity is that because the executive chief was denominated president of the state in the first decades of the 20th century, the original Jesuit setting was called the Presidential Palace.
Parts of the remains were kept in a silver dressed urn in the School and parts were probably distributed among the other Jesuit Schools of the order. […] Regarding the confiscation of the Jesuit’s goods, the above mentioned urn featured prominently in the inventory of objects and was kept at the Jesuit School and then at the Governors Residence until the end of the 19th century. […] It is said by historians and countrymen that Emperor Dom Pedro II on his visit to the state was offered by President Leão Vellozo part of the tibia or rib of the relic. […] This was proven to be true because in 1888 the safe was given back to the Jesuits. […] With the return of the Jesuits to the parish of Anchieta came public viewing of the urn in the cell where this great missionary died. Bittencourt and Campos (2000, p. 63/64) claim that the remains stayed in the church until 1611 when a good part of them was taken to the Jesuit School of the State of Bahia. In that same period, a femur and other bones might have been sent to Rome. According to these authors after various other relocations, “[…] the resting place of the relics of Anchieta is ignored”. In Espírito Santo researchers tell us in a book written in 2000 that the relics (“a box containing a bone of the priest”) were last heard of as being in the present Anchieta Palace in 1888, which is exactly the same year that Derenzi reports the return to the Jesuits of the remains that lay in the old site.
With the completion of the work that was started in 2004 with the support of Petrobras, Vale and iphan, the anchieta Palace has been transformed into a true stop-over in a journey though time.
Archeological Finds
and the high altar of the cathedral. […] the prized paintings by levino Fanzeres, masterpieces that were acquired by colonel nestor gomes, are displayed in specially suitable places, worthy of the palette of this timeless artist. […] the problematic marble steps of the main hall, connecting the treasury and agricultural secretaries, are a result of this phase.
t he restoration work was made based on architectural, archeological, historical, engineering, and restoration studies. t he diagnosis was that the construction was in a state of accelerated degradation. the problems included infiltrations, fissures, cracks, leaks, compromised structures and electric and hydraulic networks in terrible conditions, among others.
2. The high altar – a room from the church of são tiago where the tombstone of Father anchieta is kept on display. traces of the original construction of the chapel were also identified here;
after these two substantial interventions, which represent a near rebirth because of the major changes performed in the building of ecclesiastical origin, came the baptism in homage to the Jesuit that had contributed to the construction of the site. on 9 June, 1945, in commemoration of the death of Father José de anchieta, Jones dos santos neves, the governor at the time, published decree no. 15,888 giving the name anchieta Palace to the seat of the state government.
in the restoration work with archeological survey and excavation, innumerous relics relevant to the history of the building were found, the most significant of which are on display and include:
1. The foundations of the Jesuit School – vestiges of the foundations of the oldest wing of the building, representing the internal structure from the 16th century;
according to bittencourt and campos (2000, p. 186) in a book published in 2000, “this was the last significant renovation of the anchieta Palace during the republic. after the physical internal reconstruction of this period, no other expressive work has been undertaken until the present day, only minor repairs and maintenance”.
229
228work
i n 1983 the building was put under a preservation order by the s tate c ouncil for c ulture. t he first restoration work of the anchieta Palace started in 2004 and was completed nearly one century after the profound alterations promoted by Jerônimo Monteiro.
caPixaba heritageV
the works were divided into two stages. in the first phase, problems with the façades and the roof were addressed and were totally recovered. in the second, the work focused on the inside of the palace.
in accordance with what has already been pointed out, the restoration will go far beyond renovation, which seeks to merely solve structural problems and adjust the building to new uses. the restoration will focus on guaranteeing the longevity of the historical and cultural heritage including the aspects of construction that set this building apart.
the era of internal reconstruction, which would complete the entire external renovation promoted by Monteiro, was marked by another fire on the ground floor in 1939, where the Diário da Manhã, the official government gazette, was installed.
anchieta Palace
besides recuperating structures that have been degraded by time and façades that respect the eclectic style of the 1910 to 1912 renovation, the restoration work has opened spaces for the installation of rooms that represent, through furniture, documents, multimedia, archeological displays, amongst others, the three eras that sum the work undertaken to constitute what is today the anchieta Palace. the palace offers to the visitor a unique encounter with the various periods of its history, from the Jesuit period, through colonial/ imperial era, to the republican era. the anchieta Palace has taken its place in the memory of all capixabas and visitors. With the traces of history, your journey through time is guaranteed.
With over five centuries of history this year 2009, we can say that the anchieta Palace is as good as new. What should be understood, however, is that contrary to what was done through drastic interventions in the first half of the 20th century, the first restoration in recent history of this building aims to guarantee the preservation of the heritage building while sustaining its historical and cultural significance.
panoramic video showing the history of the state of espírito santo as related to the anchieta Palace. the room has light and sound effects and holds 40 people. it takes the visitor on a true journey into the capixaba history.
integrated with the café and shop area is the internal Patio where the well that was used from the 16 th to 20th century is located. in spaces such as this one, typical of Jesuit schools, visitors can contemplate the façades, reinterpreting the historical characteristics that have been restored by architectural survey.
the café and shop area provides an environment for integration between visitors with a coffee shop and a souvenir shop, and offers information of places of interest for tourists around the state.
the auditorium, fully furnished with appropriate sound systems and acoustic equipment, shows institutional videos about the history and process of restoration of the anchieta Palace to visitors and study groups, and, in addition, hosts government meetings. the auditorium has a capacity for 54 people.
Worthy of note here is that the architectural survey revealed an altar embedded in the original stone wall of the 16th century. adorning this side altar in the old church of são tiago is a rare example in brazil of a decorative art known as sgraffito. of arabic origin, the sgraffito technique had a remarkable presence in europe. the sgraffito found in Portugal dates back to the 14th century. it is a fresco technique performed on wet mortar. the brickwork receives the first layer of base mortar and, after leveling, a second layer mixed with charcoal is applied to give a difference in color to a specific drawing.
Formerly located in the residential wing, the palace chapel, after the restoration of the palace, is now located next to the high altar of the old church of são tiago - the symbolic tomb of anchieta. the furniture is composed of an altar and benches with the walls dressed in cedar panels. as we mentioned in the previous chapter, the anchieta Palace has not housed the urn containing the mortal remains of the brazilian apostle since the end of the xix century. the restoration has, however, kept the symbolic tomb of anchieta and its headstone in order to honor this religious figure who was buried at the feet of the high altar of the church of são tiago in 1597.
o n the ground floor are located the rooms that tell a little of the story of the construction of the a nchieta Palace. a nother important feature is the gate at the entrance to the palace with its veranda and view of the Port of Vitória. benches in carrara marble, a bronze medallion of anchieta and the beautiful continuous stairway that provides access to the first floor are all elements that merit attention on this first contact with the Palace.
5.1 Places in historY
three areas on this level exhibit the remains which tell a little about the construction techniques and the soil conditions of the site of the Jesuit school and church of são tiago.
also on display are parts of the foundations and walls of the oldest wing of the building. the space is so eloquently configured that the primitive construction may be read without the need for elaborate media (drawings, projections etc.).
5. Side altar of the Church of São Tiago – during the archeological survey, the niche of a side altar decorated with sgraffito was identified.
in this publication we have presented a little of what can be seen in loco. here, the journey follows a route for each floor – ground, first and second floors. this is followed by information about the collection of works of art in the palace. before we begin, however, some important facts should be pointed out. contrary to what had been happening since the possession of the Jesuit site by governors that occupied the space with public offices, after the restoration only those chambers that are linked directly to the state governor remain in the palace. all of the other spaces are open for public visit. the são tiago and afonso brás halls, which occupy the area of the old church of são tiago are destined to collective socio-cultural activities. in order to reach the present layout of the palace, the restoration work followed steps which included: recuperation of the circulation area of the old veranda of the Jesuit school and the Jesuit patio; integration of historic traces into new spaces by means of maintaining, promoting, and displaying the construction indicators found through architectural and archeological surveys; highlighting modern material and technology to demonstrate the difference between present-day and older interventions; investment in equipment such as elevators to cope with the intensification in the use of the building by the public; Modernization of the general installations of the building (electrical, hydraulic, and telephone), climate control, renovation of the roof and drainage system. restoration of the art collection and furniture of the palace; restructuring of the são tiago and afonso brás halls; opening of new internal circulation areas; and relocation of the chapel together with the symbolic tomb of anchieta.
t he a rcheological Finds r oom displays in special glass cabinets pieces found through the excavations made during the restoration of the building.
i n the h istory and Memory r oom, the visitor to the Palace has the opportunity to watch a 9-m wide and 2,5-m high
3. Initial configuration of the central patio – original arches and walls that defined the limits of the primitive patio were found;
231
4. The well in the central patio – constructed by the Jesuits, it underwent alterations over the centuries. Preliminary information indicates that it functioned until 1905;
on the first floor, next to the administrative area, there are spaces that recreate the original ecclesiastical use of the site. in the entrance the visitor can view panels containing information regarding the various historical phases of the construction, as well as details of the recently completed restoration work. the afonso brás hall, which occupies the greater part of the floor of what was the church of são tiago, is a space dedicated to larger events and activities.
230
233 next to the governor’s office is the room where the executive chief receives authorities and leaders from civil society. The Golden Room – baptized with this name because of the profusion of gold leaf on its ornaments and furniture, this room, finished in rococo style, is one of the most imposing in the anchieta Palace. the floor, laid in peroba do campo and jacaranda wood, depicts forms drawn by alternating light and dark wood pieces. the antique louis xiV, xV and xVi furniture in lacquer has relief work covered in gold leaf and adorning wood carving. t he central chandelier is one of the most magnificent in the site. i t is carved in wood and covered with gold leaf with cords of crystal balls.
The Banquet Room – also known as the black room due to the austere decoration and dark tone in this ambience, the space is furnished in renaissance style, composed of a large dining table with 22 places as a set with high back chairs, a crystal cabinet, a buffet table, and a chest of drawers in jacaranda wood. the walls have friezes, columns, frames, and capitals carved in wood. the main chandelier and the wooden light fixtures are antique pieces and complement the sober atmosphere of the room. The Piano Room – a german grand piano from the 19th century is one of the main attractions of this ample living room made up of two spaces in which period and contemporary furniture mix. the antique chandelier, oriental rugs and the various works of art perfect the cozy charm of this room. connected to the Piano room is the Press room.
a large console and center table richly ornate, Japanese and chinese vases and pieces in limoges porcelain give a special touch to the exuberance of this room.
The Residential Wing – composed of a library, the governor’s rooms, and the guest room. the anterooms between the governor’s office and the residential wing also hold pieces of furniture, decoration and painting of significant importance.
this location now displays a relic of the Jesuit, which was granted by the society of Jesus to the state government in 2007. this space is provided with special illumination, which highlights the original headstone brought from Portugal and carved in white carrara marble with black marble inlay forming arabic symbols on its surround. the primitive foundations are displayed through a glass floor. Panels interpreting the history of the site and an artistic mural from the first half of the 20th century also compose part of this area.
The São Tiago Hall – in the 1930’s renovation, the space originally occupied by the church of são tiago was divided into two floors with the installation of a reinforced concrete flagstone. the upper floor accommodates the são tiago hall, which is destined to holding socio-cultural events with a capacity for 800 people. an elevator was installed, which facilitates access for disabled visitors coming from the afonso brás room, situated on the ground floor of the old church.
on the second floor are the areas used specifically by the government.
232
The Governor’s Office – With austere decoration, fine bronze chandeliers with the main one bathed in gold, this is the place of work of the chief state executive. the furniture, which includes a work table and a meeting table, is composed of antique and contemporary pieces. some of the most beautiful paintings in the state collection are in this area of the palace.
the library holds interesting collection titles which deal with public state administration in an atmosphere of austerity and elegance from which the governor regularly works. the governor’s rooms comprise an office, a bedroom, a dressing room, and a bathroom. the floors are laid with pink peroba and maçaranduba wood blocks. the period furniture has received a white lacquer and gold leaf in floral decorations. the bronze bedroom chandelier has a cupid motive in a French style. the guest room is furnished in a classical english style with a parquet floor similar to that of a chessboard. The Noble Room – in parquet flooring and furniture from the louis xV to xVi period covered in gold leaf. the room has ornaments in neoclassical style, wooden patina panels, and ceiling coated in plaster and stucco and adorned with greek forms. the central chandelier is in bronze and copper paflons with painted wooden light fixtures and crystal lamps which complete the refinement of this ambience.
the anchieta Palace is the result of the contribution of different historical times. Perhaps some of them failed in contemplating the previous ones, but even that is a clear symptom of what we are, or have been.
235
1570 in this decade, missionaries mobilized by Father inácio de tolosa start the construction of a new church of são tiago, now in stone, at the same spot as the previous one stood, erected in wood.
234
From its primitive foundations to its present halls, history lessons remain as a priceless heritage for those who dream of a better future without forgetting the steps that have been taken.
1587 anchieta completes the first wing of the Jesuit school, facing the square (today, João clímaco square).
1551 on 25 July, Father afonso brás inaugurates the original construction of the church of são tiago.
1534 inácio de loiola founds the society of Jesus in France, whose purpose was to perform a missionary work to stop Protestantism from spreading.
1796 another fire happens in the premises of the Jesuit complex.
1734 anchieta’s tomb is opened again and what is left of his remains is removed from there.
1883 a stairway is built on the slope which gave access to the emperor’s Quay, improving the connection between the port and the palace.
1597 on 9 June, anchieta dies in reritiba, today municipality of anchieta, buried close to the main altar of the church of são tiago.
1747 the fourth wing is built, adjacent to the church, making up the impressive quadrangle of what would be, for many years, the largest building in the state.
h owever, more than accumulating architectural elements – foundations, walls, windows etc – the a nchieta Palace holds an intense symbolism of the capixaba history.
1535 on 23 May, the colonization of the espírito santo officially starts with the arrival of Vasco Fernandes coutinho.
1559 a fire destroys the first church of são tiago.
1707 one hundred and twenty years after the construction of the first wing of the school, the second wing is built, facing the bay of Vitória.
t he a nchieta palace, this monumental architectural complex located in the heart of the c apital of e spírito s anto, retains peculiarities resulting from almost five centuries of additions, subtractions, and transformations made to its physical construction.
1534 on 19 March, 1534, Father José de anchieta is born in tenerife, on the canary islands, an archipelago that belongs to spain, same year of the foundation of the society of Jesus, the religious order that he joined in 1551. he arrived in brazil in 1553.
1609 Part of the missionary’s bones is removed and sent to the Jesuit s chool of b ahia and later to r ome. t he voyage was not completed due to a shipwreck.
1860 after being renovated due to the long-term abandonment that it had been subject to, the palace receives their Majesties emperor Dom Pedro ii and empress Dona teresa cristina Maria. the visit lasts 15 days.
1759 Pursuant to a decree by Dom José i, king of Portugal, Jesuits are expelled from the kingdom and its possessions overseas. it is the end of the line for the são tiago school.
tePilogueiMeline
in the beginning of this new century, the present attempted, within its limitations, to contemplate the traces of the past and, at the same time, to think of a new future - a future of solid foundations, including cultural ones, like the ones of the remarkable anchieta Palace.
1798 recovered from the 1796 fire, the old school becomes the Palace of the state government, also housing the Military hospital and the police battalion, among others.
1551 afonso brás and lay brother simão gonçalves disembark on capixaba soil.
1734 the third wing, as well as the second church tower, is built, closing the internal patio.
1524 Father afonso brás is born in Portugal. he joins the society of Jesus in 1546 and comes to brazil in the second recruitment of Jesuits, in 1550. he is the founder of the Jesuit activity in espírito santo.
1945 on June 1945, on the date José de anchieta’s death is commemorated, Jones dos santos neves, the governor at the time, published decree no. 15,888, giving the name anchieta Palace to the seat of the state government.
1935 to celebrate the four centuries of the arrival of the Portuguese in brazil, the palace was meant to be prepared for the festivities but, due to the deteriorated state of its installations, the complex goes through a thorough reconstruction process in the following years, including the installation of reinforced concrete slabs, like the ones which transformed the old church of são tiago into two large halls.
2009 the palace is open to public visits, including rooms specially equipped to tell the history of the building over the course of almost five centuries.
2007 new equipment, such as a second elevator, is installed in order to intensify the use of the building by the population.
1924 the use of the ground floor area is extended, including the installation of the first elevator of the building, now painted yellow, the official colour of public administration buildings.
1939 the third fire in the history of the palace occurs on the ground floor, where was the Diario da Manhã, a state government agency.
1911 the church of são tiago is purchased from the Diocese on 23 november, extending the covered area of the palace by one third. in the reconstruction works the smaller tower is demolished, and the larger tower with its clocks and bells maintained.
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2004 the first restoration work of the anchieta Palace begins.
2009 all the installations of the building (electrical, hydraulic, and telephone) and the climate control and drainage systems are modernized. the roof is completely renovated.
2009 the restoration is completed, recovering traces of all the historical phases of the building.
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1908 the palace receives an electrical lighting system run by a direct current motor.
1983 the building is declared a state heritage site by the state council for culture.
1922 the second and last tower of the church of são tiago is demolished; consequently, the main traces of the Jesuit inheritance of the building’s façade were erased for once and for all.
2009 the restoration of the art collection and the furniture of the palace begins, as well as the relocation of the chapel next to anchieta’s symbolic tomb.
1908 President Jerônimo Monteiro takes office and reconstructs the palace, radically changing its features. a new stairway is built following the eclectic style implemented by French engineer Justin norbert, who was hired to execute the works.
1922 a symbolic tomb in honor of anchieta is built in the palace. the old one, whose tombstone had been carved in Portugal, had been removed during the adaptation of the the church of são tiago to accommodate the machinery of the official Press and the office of the secretary of the state, between 1912 and 1916.
1901 the building is purchased from the union on 23 December.
2006 With the completion of the first phase of the restoration work, the anchieta Palace only accommodates the sectors linked to the governor’s office.
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