Revista Galwan 2021

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Ano 2022 | Edição 11

ESPORTE O fenômeno

do Beach Tennis

BALEIAS JUBARTE

Gigantes dos mares encantam ao visitar litoral capixaba

LIBERDADE

Simplificar e aceitar os desafios da vida como aprendizado

TECNOLOGIA

Pandemia acelera digitalização das empresas

PELO MUNDO

Austrália e Nova Zelândia despertam cada vez mais a atenção dos brasileiros


Cartões CartõesLeCard LeCard

A motivação A motivação do do seuseu colaborador colaborador nunca nunca foi foi tãotão fácil, fácil, ágil, ágil, segura segura e, e, ainda, ainda, sem sem nenhum nenhum custo. custo.

w wwww. lwe.cl e acr d a .rcdo. cmo. m b r. b r Já pensou Já pensou em, com em, com um só um clique, só clique, ter em termãos em mãos um aplicativo um aplicativo para para consulta consulta de saldo, de saldo, extrato extrato e os e os melhores melhores locaislocais de compra de compra disponíveis? disponíveis? Pois é, Pois agora é, agora você você já pode já pode ter tudo ter tudo isso eisso muito e muito maismais comocomo a emissão a emissão de cartões de cartões em até em48 até horas 48 horas para para a Região a Região Metropolitana Metropolitana e emeaté em5até dias 5 úteis dias úteis para para todo todo o o Estado, Estado, alémalém da compensação da compensação de crédito de crédito no cartão no cartão em até em24 até horas. 24 horas. A melhor A melhor rede rede do ES,do com ES, com as as nacionais nacionais e locais e locais associadas, associadas, mas mas sem esquecer sem esquecer os mercados os mercados de bairro. de bairro. maiores maiores redesredes

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EXPEDIENTE

EDITORIAL

PALAVRA

do presidente

omeço com alegria este texto, pois nesta edição da Revista Galwan vamos celebrar o Espírito Santo, um dos estados mais atraentes do Brasil. As belezas naturais, a geografia privilegiada que permite curtir o friozinho das montanhas e, em poucas horas, aproveitar o calor do litoral, bons restaurantes e hotelaria e a diversidade de povos que nos tornam únicos, fazem do estado uma ótima opção para o turismo. Lideramos o ranking de pessoas vacinadas contra a Covid-19, o que nos trouxe segurança sanitária para abrir os nossos principais pontos turísticos, como o Parque Nacional do Caparaó, por exemplo. E é isso que vamos ver nesta publicação, em uma matéria sobre este local que com 60 anos está mais em alta do que nunca. Tendo o Pico da Bandeira como a mais famosa atração, o Parque do Caparaó é o lugar ideal para quem quer respirar ar puro, tomar banhos de cachoeira e fazer trilhas, se conectando ainda mais com a natureza. E por falar em turismo, outra atração que a cada ano se consolida entre os meses de junho e novembro, é a expedição para avistar as baleias jubarte que chegam à costa capixaba e nos oferecem um belo espetáculo enquanto aproveitam as correntes marítimas para se acasalarem e reproduzirem. Outro assunto que poderá ser conferido é sobre a mudança que a pandemia

causou no mundo dos negócios. A Covid-19 ditou novos rumos na sociedade de modo geral e fez com que muitos empresários saíssem da zona de conforto e buscassem novas possibilidades para manter produtos e serviços competitivos e disponíveis no mercado. Você poderá conferir como além do WhatsApp, plataformas como Teams, Zoom, Google Meet e Join.me têm sido usadas para conectar e fechar negócios. Um caminho que parece sem volta. Destaco também a história do empresário Carlos Geraldo Machado Casasco, que aos 80 anos celebra os 26 anos de sua Perfil Alumínios, que atravessou as fronteiras brasileiras e está no Chile, Uruguai e Paraguai. Sorridente, amante da poesia e da família, sua história nada lembra a dos carracundos executivos. Pelo contrário, é com sorriso, bom-humor e simplicidade que ele deixou de ser um vendedor de sucatas de alumínio e construiu um verdadeiro império no setor. E, falando sobre simplicidade é que termino essa carta a você, caro leitor. Em uma bonita matéria sobre o tema, propomos que você reflita sobre a beleza do simples, que ficou ainda mais em evidência diante de um vírus que nos deixou sem chão. Se há um conselho a ser compartilhado, ele pode ser definido por uma palavra: simplifique! E boa leitura! José Luís Galvêas Loureiro

DIRETOR PRESIDENTE

José Luís Galvêas Loureiro

GERENTE DE MARKETING

Lize Moreira Rodrigues Barros

DIRETORA DE PROJETO

Ana Carolina Boaventura Lourenço Ventura Marketing ventura@venturamkt.com.br COLABORADORES

David Nemer Rafael Tedesco Paulo Henrique Correa Maria Sanz Martins REVISÃO

Rafael Tonelli IMPRESSÃO

Grafitusa TIRAGEM

5.000 exemplares


SUMÁRIO 08

Esporte

A arte de shapear está presente no Estado e agrada os amantes do mar que têm suas pranchas esculpidas na plaina seja no surf, stand up, windsurf ou kitesurf.

Viagem

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Alimentação funcional

Um cardápio orientado para uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes é o foco da alimentação funcional que trabalha o bem-estar do organismo como um todo.

Viviane Mosé, reflete sobre a vida, os momentos difíceis da pandemia e os próximos passos de mudança da humanidade.

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Comportamento

A febre do Beach Tennis tomou conta dos capixabas. A modalidade vem ganhando cada vez mais adeptos com o clima de amizade, ar livre e pé na areia.

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Austrália e Nova Zelândia possuem muita tradição em esportes, incluindo os radicais e uma qualidade de vida que nem mesmo os países europeus conseguem bater.Confira essa e muitas outras opções de lazer.

Espetáculo no mar

As baleias que passam pela costa capixaba chegam a medir 16 metros e a pesar até 50 toneladas.

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Cleuza Costa

Chef de cozinha está na área da gastronomia há 17 anos e acredita que os melhores momentos estão em volta de uma boa mesa e uma boa comida. Ela define cozinhar como um ato de amor.

Sustentabilidade

Casas sustentáveis, construção modular, container e até casa-van são exemplos de espaços menores e mais funcionais.

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Turismo internacional

Entrevista

O passeio no Caparaó e no Pico da Bandeira tem clima de aventura e recompensas como um banho de cachoeira ou um pôr do sol inigualável.

ARTE VIRTUAL Galerias e museus adotam uma nova modalidade de contemplação com visitas virtuais a exposições e acervos exclusivos.

grande escala pela internet faz parte desse processo da era digital.

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PROTEÇÃO DE DADOS A Internet não é mais a terra de ninguém e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) vem garantir a privacidade de informações pessoais e jurídicas. 40

MEMÓRIAS Coleção de selos, livros, moedas antigas, discos, bonecos, obras de arte e até quebra-cabeças guardados são recordações cheias de amor e saudade dos colecionadores de memórias. 44

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ERA DIGITAL Estar antenado com as redes sociais, entender o que é um marketplace, entender como é uma logística de entrega e preparar a empresa para atuar em

VITRINE Itens para fazer do home office um espaço agradável e otimizado.

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SIMPLICIDADE Ter maior contato com a natureza e uma verdadeira conexão com o sagrado pode ser a descoberta da essência do "eu". 88

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ARTIGOS Economia por Paulo Henrique Côrrea 68 Jurídico por Rafael Tedesco 112 Crônica por Maria Sanz 124 Tecnologia por David Nemer 126 INSTITUCIONAIS GALWAN Lançamento Jazz Residence 84 Parceria 82 Personagem Galwinho 98 Eventos 108 Entrevista com José Luís Galvêas 120


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Polinésia, mais tarde Havaí, ao ser incorporada pelos Estados Unidos em 1900, elas já surgiram com o intuito de diversão, sendo usadas para descer as ondas, prática permitida apenas aos reis locais. Da Polinésia para a Califórnia foi um passo. As pranchas e a arte de shapear em fibra de vidro chegaram ao continente americano na década de 30 pelas mãos de Bob Simmons, e o uso depois do poliuretano e resina de vidro, usados na sequência, permitiram um grande avanço na tecnologia de fabricar pranchas, agregando mais leveza, menos atrito e maior desempenho, ao que os entendidos do assunto chamam de pranchas de alta performance, ou seja, aquelas que fazem os surfistas voarem sobre as ondas em manobras aéreas, droparem e entubarem com uma desenvoltura perfeita.

A ARTE DE

NO BRASIL

Da Califórnia para uma proliferação do esporte foi outro pulo, assim como as ramificações para outras modalidades. Os primeiros praticantes de surf no Brasil foram da cidade de Santos (SP), na década de 30. Embora muitas publicações reconheçam Osmar Gonçalves e Jua Haffens como os primeiros surfistas do Brasil, há pouco tempo, outro santista, Thomas Rittscher, deu uma entrevista à revista Trip reconhecendo que foi o primeiro a “andar em cima das ondas”, no Brasil, entre os anos de 1934 e 1936. Já Osmar data de 1938. Na cidade de Santos, contudo, existe um monumento com a imagem em tamanho real de Osmar ao lado de sua possível “máquina”, um long board feito por ele. Outro fator de popularização do shape e do surf foi a instalação de uma base americana no Rio de Janeiro, no período da Segunda Guerra Mundial, permitindo que os brasileiros tivessem contato com os americanos que trouxeram, com eles, várias práticas desportivas de praia, como o surf e o mergulho. Nos anos 50, as praias cariocas eram as mecas dos esportes de praia, incluindo o surf.

SHAPEAR Esculpir na plaina uma prancha de surf ou stand up é chamado shapear e quem domina a técnica permite os adeptos a ‘andar sobre as águas’

A Rose Frizzera

técnica de criar um equipamento que deu origem a alguns esportes que permitem literalmente andar sobre as águas com a menor interferência entre o corpo e o mar, rio ou lagoas denomina-se shapear, ou seja, dar forma, esculpir uma prancha, seja ela para que fim for: surf, stand up, windsurf ou kitesurf. O Espírito Santo é referência neste assunto, concentrando um grande número de shapers e com pranchas feitas aqui sendo comercializadas para todo canto do País e, também, exportadas mundo afora. Tudo começou pelo surf, claro. Foi o esporte que primeiro usou as pranchas. Aliás, se

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perguntar a algum artesão dos blocos de poliuretano se ele é shaper ou surfista, ele vai se apressar em dizer que antes de tudo ele é surfista e, depois, shaper. Resposta compreensível ao olhar para trás e verificar como toda esta história começou. Lembrando que existe uma rixa sobre onde surgiram essas pranchas e, consequentemente, o esporte que as popularizaram, figurando o Peru e a Polinésia Francesa no posto de precursores das pranchas. No Peru, elas datam de 450 anos e eram usadas para pescar, permitindo uma maior aproximação com o ambiente marinho. Já na

Já nos anos 60, as primeiras pranchas em fibra de vidro foram feitas por Arduíno e Irecy Beltrão, da São Conrado Surfboard, empresa gerenciada pelo Coronel Parreiras, figura lendária no meio do surf carioca. Se ele capitaneava a empresa, seus shapers eram Mário Bração e Mudinho e a primeira prancha em fibra de vidro, substituindo as de madeira, chamadas “porta de igreja”, foi em 1965. Nos anos 70, contudo, nasceu a primeira geração do surf e do windsurf, quando esses esportes explodiram com nomes como Pepê, Bocão, Jorge Pritman, Cauli Rodrigues, Rico de Souza, Daniel Friedman e Lipe Dylong (pai do cantor Felipe Dylon). Lipe é shaper até hoje, radicado no Havaí e considerado uma lenda desde os anos 70. Lipe Dylong completou 50 anos como surfista e shaper em 2020. “Comecei a fazer prancha porque a minha quebrou e tive que consertar. Não tinha onde consertá-la ou dinheiro para comprar outra. Fazia com ralador de coco, ralador de queijo, lixa em cima dos recks de uma mesa de ping pong, na garagem de casa e com a ajuda de amigos”, disse Lipe, em um vídeo no Youtube que marca os 50 anos de sua história. Ele foi o primeiro surfista a ter

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um patrocínio de uma marca de nível nacional, no caso a Coca-Cola, e de uma marca da indústria do surf, a Energia, para a qual assinava como shaper. Ele se tornou um dos maiores embaixadores do surf e fabricantes de pranchas no Brasil.

NO ESTADO

A história do shape capixaba passa pela escola carioca. Dois dos principais shapers em atividade hoje, Renato Larica e Karl Piskac, têm em comum o fato de terem trazido do Rio de Janeiro a arte de shapear. Renato Larica, 65 anos, shapeia desde 1974, quando foi estudar engenharia na Universidade Gama Filho e caiu na sala do “professor” Marco Ripper. “Foi com quem aprendi. Mas isso foi aos 20 anos. Sou surfista desde garoto. Por isso sempre digo que antes de ser shaper, sou surfista”, ressalta Renato, que possui um ateliê de pranchas na Praia do Canto desde 1976, o R.Larica. Sua escola é de pranchas de alta performance, porque trabalha para surfistas profissionais, mas passeia bem pelo long board e outros formatos. “Não foi algo programado. Me tornei um shaper a partir do surf”, diz Renato, lembrando que entre os primórdios do shape capixaba está o nome de Klaus Erich, que deixou o ofício faz tempo, mas que marcou o início de tudo, além de Hostílio Martins, outro nome dos primórdios do shape capixaba. Outro formado na escola carioca é Karl Piskac, que chegou ao Estado em 1976, acom-

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Outro que espalha seu trabalho Brasil afora é Jadson Silva, de 26 anos, da JS, que shapeia há 12 anos. “Faço de 35 a 40 pranchas por mês e vendo, principalmente, através de contatos pelo Instagram, do Nordeste ao Sul do País”, diz o rapaz que, pela idade, pode ser considerado da nova geração. Também com foco no mercado externo, Antônio Reis surfa e shapeia há 26 anos. De Salvador (BA), ele veio para o Estado há 22 anos onde fundou a Pranchas Reis e uma loja-ateliê no Ulé, em Guarapari, considerada a praia de ondas mais constantes para o surf no litoral capixaba. “Em Salvador eu morava em Pituba, bairro que concentrava muitos surfistas. Comecei a surfar lá e a fabricar a partir de consertos nas minhas pranchas e de amigos”, explica Reis, que também expande sua produção que chega a 60 pranchas/mês para todo o Brasil. “Meu forte são pranchas de performance para um surf mais radical e com manobras aéreas”, explica Reis. O Espírito Santo é forte nesta arte de pranchas mágicas possuindo nomes como Antônio Carlos Wolfgram (Flysurf) e Alexandre Luiz Fraga, o Cascão, este último cria de Hostílio Martins, uma lenda do shape no Estado. “Meu primeiro contato com o shape foi através de Hostílio e já estou nesta há 36 anos”, conta Cascão. Há tantos talentos em território capixaba que o mercado tem até se segmentado. Michel Gratz, por exemplo, foi atleta profissional de surf e hoje o seu filho, Eric Gratz, é uma das promessas da nova geração surfer. Michel tem habilidade para fazer qualquer tipo de prancha em sua GTZ, mas tem se especializado em pranchas pequenas, para atletas em início de carreira, área que tem se tornado cada vez mais uma referência, até por ser o treinador do filho e testar muitas pranchas. Outro que tem se segmentando cada vez mais é Vinicius Santos Almeida, da VSA, Guarapari, que tem apostado muito no shape de SUP, para a prática de stand up paddle. “A agenda está cheia de encomendas para

panhando a família com a transferência do pai do Rio de Janeiro para Linhares (ES). Karl lembra-se que morando no Rio nos anos 70 vivia na meca do surf nacional, no Arpoador, Praia do Diabo e Pier de Ipanema. Ele relatou ao pai o desejo de ter uma prancha quando tinha 14 anos e o pai, arquiteto, comprou o famoso bloco de poliuretano e o matriculou em um curso no Museu de Arte Moderna (MAM-RJ), no Aterro do Flamengo. “Lá foi o começo de tudo. Minha primeira prancha foi feita com a ajuda do meu pai”, descreve Karl. Depois de vir para o Espírito Santo, Karl retornou ao Rio para cursar faculdade de Administração, mas não teve jeito. Foi a arte de shapear que se tornou a profissão do também atleta e professor de surf. Entre seus mestres estão nomes como Luiz Ferreira (shaper de Hidrojets), Lipe Dylong, Alzair Russo e Ricardo Martins. Karl conta que suas pranchas foram para França, Califórnia, Bali, Peru e Austrália, onde chegou a shapear durante os dois anos que morou por lá. “Levo as pranchas nas surfs trips ou os atletas daqui, quando viajam, levam-nas para o exterior e elas geralmente não voltam na bagagem”, explica ele sobre o rompimento de fronteiras.

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todo o ano e para muitas partes do Brasil. Envio para Goiânia, Brasília, Nordeste”, diz ele. Ainda, nomes como Guto Bazoni, Handerson Brandão, Julio Freitas e Bian Fidalgo engrossam a lista de shapers capixabas. O shape de SUP tem crescido bastante para este esporte de origem havaiana e que tem se popularizado enormemente em todo o mundo. A tradução do nome é remo em pé ou surf com remo. Ele é seguro e a sua prática atinge qualquer pessoa, não dependendo de onda para se divertir. Pode ser praticado no mar, lagoas, rios e represas, permitindo total integração com a natureza. Os grupos de SUP no Estado reúnem até 200 pessoas e a agenda de remadas em grupos é extensa, assim como os eventos como a Remaria da Penha (que se realiza no período da Festa da Penha) e os passeios em ilhas como a do Boqueirão, Pituã e Três Ilhas, para citar algumas das mais populares. Equipamento necessário para estes tipos de esportes? Uma prancha que pode chegar a quatro metros de comprimento (SUP) ou as de surf, que vão dos pequenos formatos para iniciantes até os pranchões, chamados de fun board ou long board, shapeada por um bom surfboarder e que conheça a habilidade do surf. Mas é bom se apressar em ter uma “prancha

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mágica”, aquela feita a mão, na plaina, pois em breve os shapers se tornarão designers, devido a mecanização do ofício. As máquinas de shapear lêem outlines (medidas) e fabricam em série, deixando a personalização e o trabalho artesanal de plainar e esculpir cada prancha em segundo plano.

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Viviane Mosé

“Foi um momento extremamente difícil. Ainda não tínhamos ideia onde tudo isso iria parar. Preocupava-me especialmente a fome, o desespero, mas a solidariedade nos salvou do caos. Depois o trabalho foi se transferindo para as casas e a roda continuou girando. Mas aquela natureza exuberante de Barra Nova muito me salvou, me acalentou”, relata. Ser autora de doze livros entre poesia, filosofia e educação, tendo duas indicações ao tradicional Prêmio Jabuti, destaque da literatura brasileira, certamente agrega à forma objetiva de traduzir seu conhecimento e levá-lo ao outro lado, conquistando mais de 100 mil apreciadores do trabalho que desenvolve em sua rede social (@moseviviane). A forma como conduz a conversa filosófica unida a todas as outras áreas de conhecimento, faz com que Viviane Mosé seja cotada para estar nos principais programas e veículos de televisão. Em 2005 e 2006, por exemplo, escreveu e apresentou a série Ser ou não Ser no dominical Fantástico, em que trazia temas de filosofia para uma linguagem cotidiana. Em 2008 escreveu e apresentou a série Ser ou não Ser? Educação exibida no canal Futura, e em 2017, no mesmo canal, apresentou os 40 episódios da série Janelas da Inovação, com experiências exitosas em educação. Nessa jornada, também já atuou como comentarista diária da rádio CBN e no programa Encontro com Fátima Bernardes. Claro, se há conhecimento a ser – ainda mais - compartilhado, ela não poderia ficar de fora. Por isso, é palestrante renomada e tem como principais temas a sociedade em rede e os desafios do mundo contemporâneo.

Com toda a bagagem intelectual e de vivência que carrega consigo, em entrevista à Revista Galwan, a filósofa capixaba reflete sobre vida, os momentos difíceis da pandemia e os próximos passos de mudança da humanidade

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alavras, sejam elas escritas ou proclamadas, que não substituem o calor de um abraço, mas geram imenso conforto. Estimulam o pertencimento. Desenvolvem a reflexão. A versatilidade de Viviane Mosé é o que desperta o público ávido por respostas e por descobrir a verdadeira forma de viver com leveza e plenitude, especialmente em tempos tão nebulosos quanto os que vivemos nos últimos dois anos. Será que a felicidade existe ou ela é uma ilusão? Será que compreendemos quem realmente somos e o que importa de verdade? A personagem multifacetada que atua como psicóloga e psicanalista, graduada pela Universidade Federal do Espírito Santo, filósofa, poeta e especialista em elaboração e implementação de políticas públicas, vive no Rio de Janeiro, mas foi no seu Estado de origem que buscou abrigo e calmaria no início da pandemia. Nos dois primeiros meses, esteve em um sítio na cidade de São Mateus, Norte do Espírito Santo, de onde acompanhou o desenrolar do novo ‘inimigo mundial’, um vírus até então desconhecido.

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ENTREVISTA

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COM A PALAVRA,

O homem precisa de algum conhecimento para sobreviver, mas para viver, pecisa da arte"

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Em entrevista para a Revista Galwan, ela fala sobre como a vida pode ser leve e alegre mesmo em meio às incertezas e instabilidades do cotidiano, o que realmente vamos absorver desse período, os ensinamentos, a dificuldade de estar em uma solidão imposta e a importância do meio virtual nesse processo. QUAIS HÁBITOS OU PRÁTICAS ADQUIRIU DURANTE A VIDA QUE TE FAZEM MANTER O EQUILÍBRIO, ESPECIALMENTE EM PERÍODOS CONTURBADOS COMO O QUE VIVEMOS ATUALMENTE? Eu sempre vivi muito sozinha, gosto de estar isolada, escrevendo, lendo, pensando, gosto de plantas, animais, adoro cuidar da casa. Enfim, pra mim o que mais me fez sofrer foi parar os encontros presenciais, as palestras, o afeto das pessoas nos lançamentos de livros. Mas, para mim, estar em casa na verdade é um prazer. Estar o tempo todo com o meu filho é uma novidade deste período. Aprendemos muito um com o outro e somos cada vez mais parceiros. EM UM PRIMEIRO MOMENTO DE PANDEMIA, MUITO SE FALOU SOBRE UMA ‘RECUPERAÇÃO’ DA HUMANIDADE E REVISÃO DE VALORES, ATÉ MESMO PELAS CONSTANTES AÇÕES DE SOLIDARIEDADE DE EMPRESAS E PESSOAS. A SEU VER, ESSA MUDANÇA É UMA REALIDADE QUE VEIO PARA FICAR OU TEVE IMPACTO NO INÍCIO, MAS NÃO DEVE PERMANECER? Muitas mudanças inevitavelmente ocorrerão em função da pandemia, mas são mudanças muito profundas que devem dizer respeito ao próprio ser humano, ele está em questão. Quem somos? Que valores temos? O que realmente nos importa? O que de fato buscamos? Estas questões não são rapidamente respondidas nem têm uma resposta objetiva, porque pertencem ao domínio dos

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BÔNUS DA ENTREVISTADA

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hábitos, dos pequenos gestos. Exatamente por serem mudanças profundas, não se limitam a um discurso. Muitas pessoas perderam alguém querido, outras tantas estiveram seriamente doentes, tendo a própria vida em risco. Estamos tendo que lidar com o imprevisível da vida, a instabilidade, a falta de controle. Estamos tendo que lidar com o nosso ínfimo poder diante da natureza, tudo isso nos trará mudanças profundas. Mas a pandemia ainda não acabou e está longe de acabar totalmente. Só veremos estas transformações daqui a um tempo.

Em um gesto de afeto e compartilhamento de ideias com os leitores da Revista Galwan, Viviane Mosé selecionou, dentre todas as suas obras, uma que melhor acolhe e afaga a todos neste momento de reestruturação física e emocional. Retirado do livro Calor, publicado em 2018, apresenta conteúdo mais atual do que nunca. Afinal, pequenos gestos, simplicidade e compartilhamento são o que fazem a vida valer a pena.

EM CITAÇÃO ANTERIOR, VOCÊ DIZ QUE O MUNDO ESTÁ EM EXAUSTÃO. ACREDITA SER POSSÍVEL DESENVOLVER A FELICIDADE MESMO NESTE CONTEXTO? A felicidade é uma ideia ruim porque promete muito, deixando sempre a sensação de que não está, não chegou, ainda falta algo. A felicidade é uma ideia torta, muito utilizada para vender produtos. Em cada coisa que compramos vem embutida esta promessa de felicidade que nunca chega. A vida pode ser alegre, muito alegre, inclusive em momentos terríveis como este que estamos vivendo. A alegria está ligada ao milagre da existência, a exceção que é estar vivo. Toda alegria é no fundo a alegria de viver, é sempre uma comemoração da existência. Sim, podemos e devemos estar alegres durante esta pandemia. Afinal ainda estamos aqui, diferente das mais de quinhentas mil pessoas que já foram.

ESSE É UM PERÍODO EM QUE A SOLIDÃO ESTÁ CONSTANTEMENTE PRESENTE NO COTIDIANO DAS PESSOAS, O QUE NOS FAZ REPENSAR AQUELE TRECHO ESCRITO POR TOM JOBIM: “É IMPOSSÍVEL SER FELIZ SOZINHO”. QUAL É O SEU PONTO DE VISTA SOBRE ISSO? Sim, estar sozinho durante uma pandemia é muito sofrido porque o isolamento social impede a convivência, o que é diferente de uma solidão aberta a encontros, com possibilidades de parceria. Estar sozinho sabendo que você pode sair, ir a um bar, um cinema, um show e encontrar pessoas é muito diferente de estar isolado, impedido por uma doença grave como esta. Esta nossa solidão tem sido muito dura e difícil para todos. É importante que as pessoas se relacionem virtualmente, que se abram para este tipo de encontro e de troca de afetos, o que é totalmente saudável e possível. A pandemia veio nos ensinar, entre outras coisas, que a virtualidade tem um papel essencial em nossas vidas. Foi esta virtualidade que permitiu a máquina do mundo continuar rodando. Sim, os afetos também podem aprender com estas ferramentas, o importante é estar trocando, dialogando, precisamos disso pra viver, se não for presencialmente que seja virtualmente.

HÁ CAMINHOS POSSÍVEIS PARA VIVER DE FORMA MAIS LEVE E PLENA? Sim, tendo consciência da finitude da vida, tendo clareza de que viver é uma honra, porque a vida pode nos faltar a qualquer momento, passamos a valorizar o que é realmente importante que são os pequenos gestos, as coisas simples, as parcerias, a solidariedade, a alegria compartilhada que não custa nada.

PONTO DE FUSÃO Há um lugar aonde chegar, Um estado, uma postura Onde tudo se completa. Há sim um lugar, uma alegria Onde não há mais letra Tudo são mãos que se dão. E não birra. Há um ponto De fusão, onde tudo se abraça E já não há mais frio. Na alma, apenas o calor Do sagrado e do amor A aderir o que separa.

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ocê provavelmente já ouviu falar em alimentos funcionais. Mas você sabe do que se trata? O termo “alimentação funcional” engloba alimentos que não apenas nutrem, mas que também fazem bem à saúde e desempenham funções específicas como anti-inflamatórias, fortalecem o sistema imunológico, combatem determinadas enfermidades e equilibram o organismo. Para pertencer ao grupo dos funcionais, no caso dos alimentos naturais, como verduras, frutas e legumes, que já possuem vitaminas, minerais e outros nutrientes específicos, o segredo está apenas em fazer uma associação balanceada com os itens. Já os alimentos produzidos ou processados são enriquecidos com vitaminas e sais minerais, ácidos graxos, bactérias, fibras e outras substâncias determinadas a partir de pesquisas que definem o objetivo a ser alcançado com este enriquecimento. A nutricionista Giselle Guzzo, sócia do Instituto Ilítia, onde atua, é especialista em nutrição funcional. Ela explica que o método tem uma abordagem preventiva das diversas patologias e procura combater as causas dos sintomas existentes por meio de alimentos ou suplementos alimentares naturais, fornecendo os nutrientes necessários de acordo com as funções que desempenham no organismo. “O equilíbrio do organismo e a biodisponibilidade dos nutrientes nos alimentos são conceitos fundamentais para a prática clínica da nutrição funcional”, complementa a profissional.

alimentação funcional Entenda o método que conquista cada vez mais adeptos e que veio para ficar Benahia Figueiredo

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O BOOM DA

CUIDADO INDIVIDUAL

Segundo Gisele, a nutrição funcional trabalha com a individualidade bioquímica de cada pessoa. “Nós temos necessidades diferentes com expressão genética, reações alimentares e ritmos biológicos únicos. Dessa forma, os melhores resultados são obtidos personalizando a terapia nutricional”, explica a nutricionista. São levados em conta, por exemplo, gestão do peso, prática Panquecas >> Bendito Fit

Refeição completa >> Casa Graviola

de exercícios, fertilidade, infância, menopausa, gravidez ou patologias, como as doenças cardiovasculares, hepáticas, renais, oncológicas, degenerativas, autoimunes, respiratórias, intestinais, alergias e diabetes. “O plano alimentar é calculado individualmente e se caracteriza como uma alimentação bem natural e sem xenobióticos – agentes químicos estranhos ao corpo -, como agrotóxicos, por exemplo. Busco dar destaque para os alimentos biológicos e de curto prazo de validade como as frutas, os vegetais, ovos, carne ou peixe”, salienta.

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CARDÁPIO FUNCIONAL

“Nosso cardápio é todo funcional”, declara Letícia Salgado, empresária e sócia do restaurante de comida saudável Casa Graviola, em Vitória. A ideia do negócio é democratizar a comida saudável e proporcionar variedade, sabor e comodidade aos adeptos deste tipo de alimentação. “As pessoas que vêm até nós, procuram por saúde, mas sem abrir mão de comer algo gostoso. O foco é comer sem culpa, mesmo se tratando de um hambúrguer ou de um chocolate”, destaca Letícia. “Usamos produtos preferencialmente orgânicos, substituímos a farinha de trigo pela de arroz - sem glúten – além de contarmos com uma grande variedade de pratos sem lactose também”, explica. Hambúrguer de grão de bico, pizzas sem glúten e sem lactose e sobremesas, também sem lactose e glúten, estão entre as opções do

Jordana Sposito Bendito Curso

O número de adeptos a este tipo de alimentação não para de crescer. Só no ano de 2020 e 2021, a empresa cresceu mais de 50% e está ampliando a sede para um espaço 10 vezes maior. O carro-chefe do empreendimento é uma pizza com massa de batata doce sem glúten que, segundo Jordana, arranca suspiros e comentários, como: “Não é possível que isso seja saudável! É muito gostosa!”. Outros queridinhos do menu são o risotinho integral de frango com legumes, escondidinho de aipim com carne, filé de tilápia com purê de banana da terra, strogonoff de camarão e panquecas de espinafre. “Após preparados, os pratos são ultracongelados a -40 graus, o que mantém aroma, sabor e propriedades nutricionais dos alimentos. Os clientes recebem todas as refeições em embalagens apropriadas para aquecimento, livres de qualquer substância prejudicial ao organismo”, explica a Jordana.

Prato da Terra com vegetais tostados >> Casa Graviola

menu do Graviola que tem como um dos objetivos desmistificar a ideia de que a maioria das pessoas têm de associar a comida saudável a algo que não é gostoso ou que é servido em menores quantidades. “Nós quebramos esses paradigmas: nossos pratos são bem servidos, gostosos e lindos”, salienta a empresária.

“Em 2015 existiam poucas opções no mercado. Quem quisesse ter uma refeição saudável, de qualidade, gostosa e de fácil acesso, muitas vezes tinha que preparar tudo sozinho o que significava: ir ao mercado, feira, lavar, cortar, cozinhar, separar e organizar tudo. É uma tarefa que demanda tempo e dedicação”, conta ela. Pensando nisso, Jordana resolveu investir no ramo e criou a Bendito Fit, com foco em congelados saudáveis que unem saúde ao gostinho de comida caseira, onde ela comanda a gestão e também coloca a mão na massa na cozinha. “Nosso tempero é todo natural e livre de aromatizantes ou conservantes sintéticos. As receitas são adaptações mais saudáveis dos pratos que minhas avós faziam e reuniam muita gente ao redor da mesa. O segredo da Bendito está ali: é tudo saudável, com sabor de comida caseira de família”, destaca.

CONGELADOS SAUDÁVEIS

Adepta de uma alimentação balanceada e saudável, a empreendedora Jordana Spósito traçou um caminho parecido com o de Letícia. Por experiência própria, identificou que o problema da maioria das pessoas em seguir a dieta não era comer saudável em si, mas sim a dificuldade em ter acesso de forma rápida e prática a esses alimentos.

Pratos funcionais >> Casa Graviola

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Nutricionista Giselle Guzzo C

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Foto: Fernanda Rosa

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COMPARTILHANDO OS DOTES

Depois de consolidada e com o advento da Pandemia, Jordana conta que surgiu também o interesse das pessoas que começaram a trabalhar de casa em aprender a cozinhar de forma saudável. “Recebemos muitas clientes perguntando se eu poderia ensiná-las a cozinhar e organizar sua alimentação do lar, além de outras que desejavam empreender neste setor que é muito promissor”, destaca a empreendedora. Dessa demanda, surgiu o Bendito Curso que já inspirou outras mulheres a iniciarem na área. No curso, Jordana ensina receitas e técnicas que podem ser aplicadas em diferentes pratos e o formato tem feito bastante sucesso. “Duas alunas que residem em Castelo, no sul do Estado, fundaram seu próprio negócio, a Happy Fit e já colhem os resultados”, comemora.

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Tartar de atum com banana chips >> Casa Graviola

ANÚNCIO



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A UM CLIQUE Thaís Tomazelli

Exposição Coronaceno do Museu do Amanhã

A impossibilidade de receber público durante a pandemia, fez com que galerias e museus adotassem uma nova modalidade de contemplação pelo mundo: visitas virtuais a exposições e acervos exclusivos

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alões e corredores vazios, telas mundialmente famosas sem os olhares atentos e encantados do público. Esculturas imponentes e peças arqueológicas que antes recebiam a contemplação de milhares de visitantes por dia, e, de repente, passaram a encarar a sensação do anonimato. As novas configurações trazidas por tempos pandêmicos fizeram com que museus e galerias ao redor do mundo interrompessem suas atividades. O que parecia ser apenas uma pausa, estendeu-se mais do que o imaginável. Para os apreciadores de arte, um momento impactante. Para quem difunde o prazer de consumi-la, uma oportunidade de democratizá-la, expandir e explorar as sensações de contemplar uma criação. Dos mais tradicionais com obras de grandes expoentes da arte mundial aos contemporâneos que despertam a atenção pela irreverência, o panorama geral do mercado artístico tem em comum a adaptação ao híbrido, mesclando o presencial às visitas virtuais com tecnologias 3D, por exemplo.

Exposição Coronaceno do Museu do Amanhã

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Com a impossibilidade de abrir as portas para os aproximados 15 mil visitantes diários, alcançando a marca de museu mais visitado do planeta, o Louvre, em Paris, foi um dos que viu seus mais de 73 mil metros quadrados caberem na tela de computadores, smartphones e tablets. O que seria improvável – ou até impossível - no ano de 1793, quando foi inaugurado, tornou-se a nova realidade do local.

UM GIRO PELO CIRCUITO ARTÍSTICO BRASILEIRO

Se por um lado os grandes museus internacionais enxergaram a mudança e adaptaram-se a ela, no Brasil não foi diferente. Por aqui, os espaços artísticos logo trataram de levar seus acervos da forma mais realista possível para os lares brasileiros. Um dos museus de arte mais importantes da América Latina, o Museu de Arte Moderna

Exposição Coronaceno do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro

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ECEDO N

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CONECTADO COM A ARTE E A HISTÓRIA

Obras de arte como a Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, e A Liberdade Guiando o Povo, de Eugène Delacroix, ambas expostas no centro cultural francês, passaram a ser vistos remotamente, através de um clique. Tesouros do Antigo Egito à disposição para os curiosos e apaixonados por história. Todo o acervo disponível para apreciação virtual, tanto as expostas quanto as armazenadas e emprestadas. Um instigante convite para que, com o retorno da normalidade na Cidade Luz, turistas e até os próprios habitantes voltem a movimentar os salões históricos e imponentes do palácio, apreciando pessoalmente cada item visto por intermédio da tela.

Paiva Castelo (31) 2538-1264 Pedro II (31) 3462-8013 Paiva Norte (31) 3457-0191 Nova Loja em São João Del Rei Paiva Estrada Real (32) 99815-4035 Fábrica (31) 3357-6793 Rua Ônix, 55 Bairro São Joaquim - Contagem MG | (31) 3357-6793

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De acordo com o Google Trends, o Brasil foi um dos 20 países que mais realizou pesquisas por museus virtuais em todo o mundo durante a quarentena, registrando o crescimento de 50% em 12 meses no site de busca, se comparado ao ano anterior. O ranking sugere que, mesmo com a saudade de visitar países e absorver culturas diferentes, os brasileiros também buscaram valorizar o conteúdo local: no topo, além de instituições europeias, é possível ver ainda destaques nacionais do segmento como MASP, Pinacoteca de São Paulo, Instituto Inhotim, Museu do Amanhã e Museu do Ipiranga.

Há 34 anos trabalhando com excelência e tecnologia de ponta. Tudo em chaparia, vidro temperado com diversas cores, laminado, laminado temperado, insulados, vidros fantasia e pintados, espelhos, vidros refletivos, box, alumínios, ferragens e acessórios.


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do Rio de Janeiro (MAM Rio), localizado no Aterro do Flamengo, se rendeu à tecnologia e, em março de 2021, lançou o projeto MAM Rio 3D, aberto com cinco exposições diferentes. Porém, mais do que conhecê-las e acessar conteúdos expandidos de áudio e vídeo, a visita online permite adentrar todo o universo da instituição, desde sua arquitetura aos objetos e sua história, distribuídos em mais de 39 mil metros quadrados. O MAM Rio 3D foi desenvolvido com a tecnologia do Matterport, equipamento capaz de gerar resolução de fotos profissionais e precisão 3D. A sensação é de estar fisicamente presente no local! Entre os destaques em cartaz, a exposição dos 35 anos de carreira dos designers Fernando e Humberto Campana, a maior já dedicada à dupla. Parada indispensável para os turistas que visitam o Rio de Janeiro, o Museu do Amanhã também se antecipou ao avanço da modalidade híbrida e desenvolveu ações focadas em ciências, cultura, inovação e convivência – mesmo que nos novos moldes propostos pela pandemia. Nas férias de julho, por exemplo, além de encontros presenciais e atividades como yoga aos sábados, seguindo as medidas de segurança, o local criou uma programação com televisitas feitas através do Zoom, em que educadores percorrem toda a exposição principal do museu. O objetivo da mediação é fomentar a escuta, a troca e a vivência das experiências, ainda que remotamente. Debates online com diferentes temáticas também passaram a integrar a agenda de eventos da instituição, além do Clube de Leitura. Como instituição que pensa a arte em todas as suas manifestações, o Instituto Inhotim, em Brumadinho, buscou diversificar e expandir seus projetos, mesclando música, arte, botânica e arquitetura. Entre as atividades, uma exposição virtual no Google Arts and Culture abordando algumas das espécies de árvores mais representativas que integram o ecossistema local como braúna, embaúba, coité e Tamboril.

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Exposição do artista Alexandre da Cunha, no Instituto Inhotim

Exposição de José Damasceno no Instituto Inhotim

No “Inhotim em Cena 2021”, veiculado através do Youtube, foram apresentadas três performances musicais, cada uma em locações diferentes do Instituto, inspiradas nos principais pilares curatoriais: arte, arquitetura e natureza. Produtos audiovisuais transdisciplinares com impacto de experiências positivas tanto para artistas quanto para o público. O programa “Inhotim para Todos”, por sua vez, ampliou a oferta de visitas mediadas virtuais, tanto de forma livre quanto em grupos agendados, e aposta em quatro roteiros: visita panorâmica, com uma visão geral da instituição, artistas e paisagens brasileiras, que retrata os artistas expostos no local e a natureza presente no Jardim Botânico, som e sentido, em que são exploradas possibilidades sonoras seja nas obras ou nas paisagens naturais do Inhotim, e cores e formas, cujo protagonista é o acervo com linguagem lúdica baseada em cores, formas e sons dos espaços. Este último, por sinal, é voltado para o público infantil.

Instituto Inhotim

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ESTREITAMENTO DE FRONTEIRAS

da exposição “Terceiro Céu”, assinada por Thainan Castro e Marcelo Macedo. No dia 19, precisamos paralisar as atividades. Foi um período em que não sabíamos as perspectivas que tínhamos, mas acabamos tendo uma grata surpresa. Antes da pandemia, já pensávamos em adotar o virtual, porém tal fator acelerou o processo”. Com a exposição recém-inaugurada e sem a movimentação que o

Em uma semana, as atividades híbridas voltadas para o segmento da arte passaram a guiar os novos projetos da Galeria Matias Brotas Arte Contemporânea, em Vitória. A curadora e diretora da instituição, Lara Brotas, lembra a instantaneidade com que precisaram se adaptar ao modelo. “No dia 12 de março de 2020, fizemos a abertura

Exposição da artista Laura Vinci, no Instituto Inhotim

Fotos: William Gomes

Foto: Daniela Paoliello

Foto: Rossana Magri

Exposição do artista Marcius Galan, no Instituto Inhotim

Instituto Inhotim

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local costuma receber em tempos normais, era a hora de dar início ao processo de adaptação. Surge, então, o 1º Concurso Infantil do Projeto ArteCRIA. “Desenvolvido para crianças entre 3 e 11 anos, teve um propósito inovador e, além de comprovar que o público desta faixa etária também é conectado com o universo artístico, apresentou-nos a gama de possibilidades alcançadas por ações que estimulam a criatividade e o senso crítico. Foram muitos interessados em participar. Reunimos inscrições de diversos locais como Curitiba, São Paulo e Brasília, por exemplo”, pontua Lara Brotas. Nesse período, desenvolveram, ainda, programação especial com encontros via zoom e bate-papos com artistas e profissionais convidados de diversas regiões do Brasil nas plataformas digitais da Matias

Sandra Matias e Lara Brotas, à frente da Galeria Matias Brotas Arte Contemporânea A curadora de arte e diretora da Matias Brotas Arte Contemporânea, Lara Brotas

Brotas. Lara também aproveitou para aprofundar seus conhecimentos através de cursos online e dar um “giro” entre as principais exposições disponíveis em formato virtual. Para ela, uma das principais formas de realizar uma imersão nos acervos e explorar as mostras nesta fase foi o YouTube, canal no qual diversas galerias disponibilizaram materiais com amplo potencial de informações. “O mercado de arte, e o circuito artístico de modo geral, explora as possibilidades de uma forma muito rápida. Isso garante que a galeria mostre a consistência do que se propõe a fazer. Não importa mais o endereço, importa o trabalho que se faz e isso

A Galeria Matias Brotas Arte Contemporânea

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ficou muito evidente no período. Ampliamos a rede de contatos, clientes e colecionadores e, agora, vemos que não há mais como desapegar deste formato de propagação de conteúdo”, destaca a curadora. Um momento marcante para a diretora da Matias Brotas Arte Contemporânea foi a participação na ArtRio 2020 que, pela primeira vez, aconteceu de forma híbrida. Durante a live exibida diretamente da feira, o estande assinado pela galeria capixaba ganhou evidência, mostrando obras e artistas que passavam pelo espaço. Mesmo com o olhar otimista de ampliar os horizontes da arte mesclando o presencial com o virtual, Lara Brotas é realista ao analisar esse novo panorama. “Existem formas de se comunicar no online que são diferentes do presencial, da exposição ao vivo, da troca entre obra e espectador. Uma coisa não substitui a outra, mas se complementam. Há o estreitamento de fronteiras. Encontros de falas e pensamentos, debates e trocas que jamais se imaginaria. Aproximações exclusivas e inéditas entre críticos, artistas e colecionadores que, antes, eram pouco mais improváveis de acontecer”.

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Um novo ponto de encontro no mall mais charmoso da

Praia da Cta Ocean Ville Corporate Center e Mall. Design, modernidade

e sofisticação na quadra do mar. 324 salas comerciais simples e duplex, 439 vagas rotativas e Street Mall com 34 lojas. Acesso por 3 ruas: Henrique Moscoso, XV de Novembro e Joseph Zgaib. Um mix diferenciado com cafés, restaurantes, boutiques, saúde e bem-estar, pressentes e decoração, espaços de beleza, artigos de luxo e conveniência.

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digital Não são apenas as redes sociais que têm mais informações sobre nós do que gostaríamos. Um único endereço de e-mail é o suficiente para sermos rastreados por diferentes empresas. Porém, a Lei Geral de Proteção de Dados tem o desafio de provar que o mundo digital não é terra de ninguém

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PRIVACIDADE

ake News, clonagem de dados e golpes são alguns dos problemas enfrentados na era digital. De tempos em tempos surgem escândalos envolvendo gigantes como Facebook, WhatsApp e até mesmo o Google e ganham destaque no noticiário quando o assunto é invasão de privacidade. Alguns aplicativos que usamos em nossos aparelhos celulares, tão presentes em nossa rotina, podem coletar mais dados sobre nós do que gostaríamos. Os stalkerwares ou spywares, por exemplo, são aplicativos espiões que, quando instalados, pegam informações pessoais que são transferidas a terceiros, podendo facilitar roubos de senhas de e-mails, de redes sociais, de cartões de crédito e até acessar informações salvas no celular como fotos, conversas, histórico de busca, acesso à câmera e ao microfone do smartphone. Prova de que os criminosos digitais não dormem no ponto é o golpe do "WhatsApp clonado". É difícil conhecer alguém que não tenha caído. E não é sempre que utilizam softwares maliciosos. A conta do aplicativo de mensagens pode ser clonada por meio de código de verificação ou até burlando o mecanismo das operadores de telefonia copiando o chip do dispositivo. Mas o que essas grandes empresas podem realmente saber sobre nós? Como podem usar nossos dados? Há uma forma de se proteger? O consultor em tecnologia, Eduardo Pinheiro, especialista em segurança digital, acredita que as gigantes da tecnologia estão cada vez mais agressivas em suas políticas de coleta de dados pessoais. “Sistematicamente vêm alterando seus termos de uso para que o usuário, mesmo sem ler na íntegra, conceda autorização para que seus dados pessoais e toda a sua atividade online possa ser coletada”, afirma.

Segundo ele, com o consentimento do usuário, mesmo sem ter conhecimento aprofundado do que informa, as empresas colhem nossos dados pessoais, identificam com quem nos relacionamos, de nossas atividades online e também de nossas preferências de consumo. “Todas essas informações, na era da informação, valem mais que petróleo. Não é à toa que os maiores especialistas do mundo dizem que o dado pessoal é o petróleo da sociedade da era da informação”, reflete.

VAZAMENTO DE DADOS

A especialista em marketing digital, Rafaela Andrade, alerta que a questão de privacidade e de coleta de dados vai muito além das redes sociais. Outras empresas como bancos, farmácias, supermercados e e-commerces também podem saber muito mais sobre nós do que pensamos.

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Foto: Cloves Louzada

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SAIBA MAIS

A Internet não é terra de ninguém e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que já está em vigor, tem o objetivo de garantir privacidade de informações pessoais e jurídicas. De acordo como advogado Carlos Felyppe Tavares Pereira, especialista em Direito Empresarial e sócio da Caper Advogados, a LGPD regula como empresas, pessoas físicas e entes públicos podem tratar as informações pessoais da população que tenha por finalidade a oferta de produtos ou serviços. “As empresas que não tomarem os devidos cuidados podem ser punidas com advertências e multas, que podem chegar a R$ 50 milhões”. Para Eduardo Pinheiro, a LGPD é um grande avanço. “Ela veio para acabar com o ´cheque em branco´ nos incontáveis cadastros que preenchemos rotineiramente em nosso cotidiano. Com a LGPD as empresas são obrigadas, primeiramente, a solicitar consentimento para a coleta dos dados pessoais, bem como informar qual a verdadeira razão desta prática”, considera.

Mas o que podemos fazer para proteger nossos dados? Veja algumas dicas básicas da especialista em marketing digital, Rafaela Andrade, para amenizar os riscos de ter informações vazadas e usadas de forma indiscriminada.

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COMO SE PROTEGER

Usar senhas potentes não inviabiliza a invasão da conta, mas pode dificultar bastante. embra da mensagem? “Configure atualizações automáticas de L softwares”, pois é, mantenha sempre os programas atualizados. tilize uma VPN, a Rede Virtual Privada, do inglês Virtual Private U Network. Assim, a comunicação com a rede de internet fica criptografada, evitando que dados da empresa ou do usuário fiquem visíveis. Faça Backups e deixe aquelas informações mais sensíveis em um espaço seguro. asse o antivírus: parece redundante - esse mantra a gente já P ouve há muito tempo -, mas é super necessário. tenção aos links. Fique atento antes de clicar em links e tenha A certeza do que se trata e se vem de fonte segura. ara empresas, realize auditorias sempre. Reveja os sistemas. Mantenha-se sempre P atento. Se possível, contrate empresas ou profissionais especializados em segurança.

DICA MASTER BLASTER!

O mundo digital, assim como o físico, não está livre de criminosos, como reflete Rafaela Andrade. “A solução é se desconectar de tudo? Acredito que não. O mundo digital é um caminho sem volta. E as plataformas estão cada vez mais tomando medidas de segurança para tornar este ambiente mais seguro, embora a possibilidade de hackeamento e exposição de dados possa sempre existir”. Entre as medidas para se proteger, Eduardo Pinheiro afirma que a principal é incorporar a cultura da segurança digital. Para ele, é preciso manter o estado de alerta que mantemos nas ruas também nos ambientes digitais. “Sempre desconfie de facilidades, de sites suspeitos e de mensagens de desconhecidos ou estranhos. A informação também é uma grande aliada. É preciso conhecer os golpes e as armadilhas propagadas online para poder se proteger”, conclui.

Rafaela Andrade

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Ela lembra do maior vazamento de dados da história do Brasil, ocorrido em janeiro deste ano: 220 milhões de brasileiros tiveram informações sigilosas expostas. Segundo o DFNDR LAB (laboratório especializado em segurança digital da empresa de segurança PSafe), dentre os dados vazados estavam nomes completos, CPFs, informações sobre 104 milhões de veículos (marca, modelo, chassi, placa), além de 40 milhões de empresas expostas com dados de razão social e número de CNPJ. “Uma das consequências é que estas informações podem continuar circulando e sendo compartilhadas e vendidas por aí sem nenhum controle. Contas bancárias podem ser abertas, empréstimos, falsificação de documentos. Já pensou no prejuízo que isso pode gerar?”, questiona Rafaela. De acordo com ela, estes dados podem ter sido obtidos com uma combinação de técnicas de inteligência artificial com phishing (quando mandam aqueles links falsos de empresas e marcas conhecidas, geralmente pelo WhatsApp). “A gente acaba caindo nesse golpe e clicando. Essa galerinha hacker é profissional. Portanto, cuidado”, alerta.

O Banco Central tem uma ferramenta que permite saber quais contas e operações de empréstimo estão sob sua titularidade. É o Registrato. Basta se cadastrar e, em seguida, utilizar para consultas. Assim você pode confirmar algo ilícito no seu nome: www.bcb.gov.br/ cidadaniafinanceira/registrato .

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COLECIONANDO MEMÓRIAS

Um colecionador é mais do que alguém que investe altos montantes em objetos: é o responsável por cultivar lembranças e enxergar o real valor de se apaixonar por histórias Thaís Tomazelli

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á quem colecione momentos apenas na memória, mas há também quem invista em reunir objetos como forma de manter as lembranças fisicamente vivas. Uns começam a se tornar colecionadores ainda na infância, outros despertam para esse interesse já na fase adulta por influência de alguma paixão que nutriram por todos esses anos, mas não tiveram a oportunidade de levar adiante. De objetos comumente colecionados como selos, livros, moedas antigas, discos, bonecos e obras de

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MEMÓRIAS

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arte, até quebra-cabeças, pipas e premiações, eles saem do status de hobby para armazenamento de lembranças. Por trás de cada item há um sentimento que os explique: objetivos alcançados, esforços reconhecidos, recordação de alguém que já se foi deixando um legado de amor e saudade. Mesmo que o investimento realizado para adquirir determinado objeto seja alto, é sempre o que está por trás dele que realmente importa. Vejamos o exemplo de uma das mais tradicionais formas de colecionar: uma arte é apenas uma arte para quem não entende o contexto e enxerga os motivos que levaram o artista até ao resultado final. Mas para quem se dedica a apurar o olhar, construir um acervo de obras é um dos maiores prazeres da vida. Desperta emoções, lembra que, não importa o momento, podemos – e devemos – nos expressar, bem como apreciar a liberdade de expressão do outro. E se dessa vontade de reviver momentos, surgirem coleções diferenciadas?

RARIDADES LUXUOSAS

Eles estão no centro dos holofotes e recebem salários Colar milionários, mas de Elizabeth . Taylor . em suas vidas particulares, alguns famosos apostam no simples hobby de colecionar. Bem, talvez uma parte deles invista em artigos não tão básicos e comuns aos olhos do público que os acompanha. Para eles, no entanto, os reais – e até dólares – investidos, não se comparam ao prazer de ir em busca de raridades que fortificam seus patrimônios. Melhores amigos de uma mulher, definição dada pela artista Hollywoodiana Marylin Monroe, os diamantes eram um dos principais itens colecionáveis de Elizabeth Taylor, que integravam a fortuna de aproximadamente U$S 600 milhões da consagrada atriz de cinema. Em 2002, sua famosa coleção de joias - mantida em cofre de banco da Inglaterra durante sua vida - foi avaliada em U$S 150 milhões. No Brasil, quem também desenvolveu grande apreço por colecionar diamantes, esmeraldas, rubis e swarovskis foi a apresentadora Hebe Camargo. Mas essa grande paixão, muito conhecida pelo público, era apenas uma das

Coleção de carros de luxo da apresentadora Hebe Camargo

Joias de Elizabeth Taylor em leilão

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que a artista mantinha: Hebe também era uma apreciadora de carros Mercedes-Benz. Mais do que ter, ela gostava e fazia questão de dirigi-los. Ao falecer, em 2012, deixou cinco modelos da marca alemã, todos blindados, sendo o mais antigo da coleção um exemplar de 1998, modelo SLK 230 Kompressor. A última aquisição da famosa, adquirido cinco anos antes de sua morte, foi o raro S65 AMG na cor branca, feito sob encomenda na sede da grife automobilística em São Bernardo do Campo. Na época, o sedã chegou a ser classificado como o mais potente do mundo, além de integrar o ranking dos modelos mais completos e caros da Mercedes. E a fixação por carros, fossem eles clássicos antigos ou modernos conversíveis, não era uma exclusividade da brasileira. Astros como Arnold Schwarzenegger, Nicolas Cage e o jogador Cristiano Ronaldo também investem suas fortunas em automóveis. O estilista Ralph Lauren desperta a atenção com sua coleção rara e de modelos limitados. Tanto que, em 2011, o Museu do Louvre exibiu 17 dos seus veículos. O ex-apresentador do Tonight Show, Jay Leno, por sua vez, é considerado um dos maiores colecionadores de carros do mundo, tendo projetado até mesmo uma garagem especial para guardar suas aquisições. Leno já superou a marca de 150 carros e motocicletas, incluindo marcas como McLaren, Lamborghini, Maserati e Chrysler. O ‘Rei do Rock’ era também um apaixonado por adquirir preciosidades de quatro e duas rodas. Elvis Presley pode se orgulhar de ter sido o maior comprador particular de Cadillac de todos os tempos, tendo adquirido mais de 200 unidades. O acervo do artista, no entanto, ia além e reunia outros veículos de luxo como BMW, Rolls-Royce, Ferrari e Harley-Davidson. A estimativa é de que Elvis tenha desenvolvido uma coleção com mais de 500 carros e motos. A cantora Madonna, por sua vez,é exemplo de quem possui uma coleção de obras de arte

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MEMÓRIAS

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Coruja da Coleção Animalize-se da Decor Play

contato foi ainda na infância, na casa da madrinha, em que o filho tinha uma coleção de quebra-cabeças que vinham de brinde em um chocolate. Mas a história de fato, teve início com um ex-namorado. “Ao terminar, ele me presenteou com o meu primeiro jogo com 6 mil peças, que demorei cerca de 1 ano para montar por ainda não deter as técnicas. Ele disse que a intenção era me manter ocupada para que não tivesse tempo de conhecer novas pessoas. Esse foi um impulso para que me apaixonasse não por alguém, mas por algo que hoje é uma das minhas principais atividades de lazer”, diz Frigulha. No acervo, encontram-se tanto puzzles fabricados no Brasil quanto importados de países como Itália, Argentina e Chile. O menor jogo que tem contabiliza 500 peças, enquanto o maior tem 13.200 peças e representa a Criação de Adão. “Esse é o maior quebra-cabeça que já montei. Comprei de um colecionador na internet e foi meu maior investimento até então: paguei R$ 2.200,00”, conta. Em sua coleção também consta ‘A Savana’, quebra-cabeça criado pela Grow com 8 mil minipeças, considerado o maior do Brasil.

Aldy Frigulha com quebra-cabeça de mil peças emoldurado pela Moldura Minuto

Outra raridade que faz questão de ressaltar é uma edição limitada da Educa Borras, de 2 mil peças, com a estampa de uma gueixa, intitulado ‘Las Colinas del Silêncio’, cujo desenho foi desenvolvido pela artista de quadrinhos e escritora espanhola Cris Ortega. “O marcante dessa montagem foi o momento em que estagnei e não conseguia mais sair do lugar. Foi então que resolvi escrever para a Cris. Fiquei surpresa quando obtive uma resposta dela. Trocamos algumas mensagens e conseCosmopolitas, da gui finalizá-lo”, destaca. Grow, de 500 peças Aldy revela que essa é a única coleção que possui. “Antes de começar a colecionar os quebra-cabeças, era do tipo que não gostava de juntar coisas. Por isso, esse é o único tipo de item que coleciono. Hoje, tenho um quarto para os meus jogos, em que reservo um espaço para me dedicar à montagem. Monto um pouco a cada dia, mas quando estou de folga, passo a maior parte do tempo praticando. É mais do que um

prestigiada. Avaliada em cerca de US$ 170 milhões, é composta por raridades de nomes como Pablo Picasso, Diego Rivera e Frida Khalo, esta última de quem é grande admiradora e vem adquirindo pinturas desde a década de 80. Inclusive, a artista é dona de um dos cinco quadros que a pintora mexicana desenvolveu quando morava em Detroit, nos Estados Unidos.

COLEÇÃO EM JOGO

De um ex-amor veio o incentivo para se tornar uma colecionadora de quebra-cabeças. Na verdade, mais do que desenvolver uma coleção, a consultora de relacionamento Aldy Frigulha passou a nutrir paixão pelos puzzles, alcançando a marca de mais de 100 unidades – tendo emoldurado 18 deles - e levando o hobby para um outro universo: o da internet. Ela é a criadora do perfil @puzzle_aldy_brasil, o maior do Brasil relacionado ao segmento, com mais de 10 mil seguidores e está há mais de um ano apresentando novidades nacionais e internacionais. O começo de tudo? “É uma história engraçada, na verdade”, lembra ela. O primeiro

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HISTÓRIAS DE VIDA EM FORMATO DE COLEÇÃO

Uma coleção que une não uma sequência de objetos do mesmo tipo, mas variados, com algo em comum entre eles: histórias e valor sentimental agregado que dispensam altos investimentos. Um

dos adeptos dessa modalidade é o empresário e publicitário Gian Zucoloto, que atua em uma galeria de arte e emolduramento localizada na Praia do Canto. Aliás, é nela que estão expostos destaques de seu acervo, objetos da trajetória pessoal e profissional em formato de quadros. Segundo ele, o interesse por guardar coisas que fossem memoráveis e importantes existe desde a infância. “Quando criança, tinha uma coleção de chaveiros dada pelo meu pai. Foi quando tudo começou. Na minha mudança de São Paulo para Vitória, no entanto, acabei perdendo esse acervo. Esse foi um dos motivos para que começasse a colecionar itens importantes da minha vida, seja de viagens, visitas ou acontecimentos marcantes. Isso faz eu me recordar sempre de quem eu sou, do meu esforço e o que me trouxe até o atual momento”, lembra. Um dos maiores orgulhos de Gian é o disco original, raro – e icônico - Abbey Road dos Beatles, adquirido por seus pais na década de 70, época de lançamento. “É uma herança de família. Todo conhecimento musical e ensinamentos que recebi dos meus pais são representados por esse vinil, que fiz questão de emoldurar. No verso dele está gravado o nome dos dois. Uma grande recordação”, destaca. Objeto que marcou a infância de muitas pessoas, a pipa tem um significado especial para Gian, sendo um dos primeiros quadros produzidos por sua galeria. O processo artesanal e handmade do brinquedo sempre encantou o empresário e marcou os bons tempos de criança, em que dedicava um tempo para confeccioná-lo. Um dos pontos altos da atuação de Gian como publicitário foi a participação no 60° Festival de Cannes, em que foi premiado. A caneta usada durante a premiação virou um quadro, presente de sua antiga equipe, quando ainda atuava em São Paulo. Junto com ela

está a lapiseira que marca o início da atuação como redator, em 1998. “Como não atuo mais na área, essas lembranças se tornam ainda mais especiais e significativas”, pontua. Gian pode se orgulhar de ter acumulado muitas premiações na carreira que, claro, não poderiam ficar sem um espaço na parede. Além de formado em Publicidade, ele também é graduado em Sistemas de Informação pela FIAP, considerado o centro de excelência em tecnologia mais respeitado do Brasil. Foi ao apresentar seu projeto final do curso que recebeu o reconhecimento máximo, representado por um shape de skate. “Desenvolvi um projeto especial de emolduramento para ele, que conta com uma iluminação de LED”, explica. O interesse por arte começou pelas charmosas e inspiradoras ruas de Saint Paul de Vence, no Sul da França, vilarejo medieval europeu, que poucas pessoas conhecem e ouvem falar, mas, segundo ele, que tem um potencial artístico enorme, vivendo em função dele. “Foi ali que me vi imerso na apreciação da arte e decidi que seria o momento de investir em algo neste segmento”, lembra. Obviamente, ele não poderia deixar de marcar essa nova etapa com um item colecionável. Desenvolveu um quadro com o quebra-cabeça cujo desenho representa o local e a moldura é tratada a ouro 18k. Em uma boa coleção, geralmente não podem faltar artigos que representem viagens marcantes. Por isso, Gian também guarda com carinho as edições especiais dos bonecos Super Mario e Walter White, da série Breaking Bad, adquiridos na Comic Con, em San Diego, na Califórnia. “Passei um tempo conhecendo a região e tive a oportunidade de participar da conferência, que é um marco para quem curte entretenimento. Na época, esses bonecos foram vendidos especialmente para o público presente

MEMÓRIAS

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passatempo, é uma forma de exercitar o cérebro e mantê-lo sempre ativo, prevenindo doenças mentais. É algo que recomendo para todos”. Em novembro de 2020, a colecionadora se tornou uma das primeiras pessoas do Brasil a ser convidada para visitar uma fábrica de quebra-cabeça. O destino foi Aparecida do Tabuado, Mato Grosso. Na lista para este ano, Aldy incluiu adquirir o maior quebra-cabeça do mundo, com 52.110 peças, e realizar a montagem de um com 24 mil peças, já comprado em uma loja do México.

Gian Zucoloto com dois itens de sua coleção, entre eles o prêmio da FIAP.

por um valor simbólico. Hoje, acredito que eles possam custar em torno de U$S 300 dólares (aproximadamente R$ 16.00,00)”. Uma coleção das coleções. É assim que Gian Zucoloto define um dos quadros que melhor exemplifica o seu atual status profissional. “Nós criamos um emolduramento especial e exclusivo que reúne quinas de molduras já desenvolvidas para clientes. É como se a minha história se entrelaçasse com as histórias de todas as pessoas que passam pela galeria. Não há nada mais especial do que saber que, de alguma forma, contribuímos para que elas eternizem momentos inesquecíveis da vida”, celebra.

Gian Zucoloto com o raro disco dos Beatles e boneco adquirido na Comic Con

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INFORME PUBLICITÁRIO

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ocê acaba de chegar ao seu novo lar e quer deixá-lo com a sua cara? Ou está cansado do visual do seu apê e deseja repaginar os espaços? Pois é possível decorar ou redecorar cada cantinho usando apenas tinta e cor! Essa é a forma mais simples, fácil e rápida de mudar completamente a sua casa. “Com os avanços da tecnologia na indústria de tintas, hoje o consumidor tem a sua disposição um grande leque de produtos. Há tipos específicos para cada ambiente da casa, sendo muito importante fazer a escolha certa para manter a pintura mais bonita e preservada”, orientou o diretor-executivo da Politintas, Vinicius Ventorim. Selecionamos alguns produtos da Suvinil para ajudar você a dar um up no visual do seu imóvel. Confira! Suvinil Criativa se você é daqueles que gosta de colocar a mão na massa, essa solução é perfeita! Muito fácil de aplicar, a Suvinil Criativa já vem pronta para pintar e não precisa ser diluída na água, além de ter baixo respingamento e garantir sua parede seca em seis horas. Suvinil Limpeza Total essa tinta superlavável é ideal para quem tem crianças ou pets em casa, pois apresenta ótima resistência à

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limpeza. Perfeita para a aplicação em ambientes internos e externos, ela tem acabamento fosco suave que disfarça imperfeições da parede e permite a remoção de sujeiras mais facilmente, sem deixar nenhuma mancha na pintura. Suvinil Cimento Queimado o efeito cimento queimado continua super em alta na decoração, sendo ideal para quem curte um visual urbano e industrial. O produto tem acabamento fosco e rústico em diversas opções de cores. Aposte no poder das tintas e das cores para repaginar os ambientes e renove as energias da sua casa. E conte com a Politintas para encontrar tudo o que você precisa na hora de pintar ou reformar!


EMPRESAS SE ADAPTAM À

Era Digital Impulsionados pela pandemia, empresários criaram novo sistema de gestão

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chegada da pandemia trouxe mudanças não só para a saúde pública, mas também para a economia, educação, cultura, lazer, trabalho e para a sociedade de forma geral. No mundo dos negócios, a Covid-19 fez com que muitos empresários saíssem da zona de conforto e buscassem novas possibilidades para manter produtos e serviços competitivos e disponíveis no mercado. Durante o começo da pandemia, os edifícios de escritórios do mundo todo ficaram vazios de pessoas e cheios de incertezas. Com o isolamento social, os funcionários migraram para o sistema de home office, negócios foram acordados pelo sistema de e-commerce e reuniões foram feitas pelas plataformas digitais. Agora, em 2021, as empresas começam a funcionar normalmente, mas algumas ainda mantêm o sistema de home office ou até mesmo o híbrido. Algumas práticas como reuniões on-line e o e-commerce foram mantidas e o virtual continua com força nesse novo cenário.

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TECNOLOGIA

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Segundo a especialista em Comunicação e Marketing Digital, Juliana Cost, a pandemia sacudiu o mercado empresarial. “Os empresários tiveram um desafio de flexibilidade e tolerância. Primeiramente, eles tiveram que se adaptar a uma realidade nunca vivenciada. Comparo a situação a um tsunami e para lidar com ele não se pode usar um rodo. É preciso pegar uma prancha e aprender a surfar. Isso requer habilidades de inovação, flexibilidade de negócios, conexão com o mercado e, principalmente, estar sereno para mudanças. E o ser humano, geralmente, não gosta de mudanças”, esclarece Juliana. Muitas empresas, que não conseguiram se adaptar à nova realidade, fecharam as portas e perderam seus clientes. Na contramão da crise, no entanto, algumas empresas tiveram oportunidades de crescer e de entregar mais produtos/serviços ao mercado. “O mercado brasileiro é grande demais. Quem entender o tamanho dessa oportunidade e conseguir estabelecer qual é o seu público-alvo, seu nicho de mercado e em quais locais pode atender bem vai crescer muito. Estar antenado com as redes sociais, entender o que é um marketplace, entender como é uma logística de entrega e preparar a empresa para atuar em grande escala pela internet faz parte desse processo. Os empresários têm que ter essa visão de futuro para planejar o crescimento ou retomar os negócios. Quem romper as fronteiras da incerteza e tiver o raciocínio digital necessário vai conseguir encarar esse novo mundo. Afinal, nós podemos estar em todo lugar desde que a logística nos permita chegar lá”, garante. Esse novo cenário tornou-se mais evidente na era digital, com o desenvolvimento acelerado de ferramentas como lives, uso de plataformas como zoom, google meet, uso de IGTV, e-commerce e até mesmo WhatsApp bussiness. “Temos muitos negócios sendo intermediados pelo WhatsApp e o aplicativo evoluiu demais com ferramentas que vão desde carrinho de

Juliana Cost, especialista em Comunicação e Marketing Digital

compra, gerenciamento de tarefas, respostas rápidas, recurso como catálogos e etiquetas até a organização da informação, mensagens de ausência e a produtividade do dia a dia. E, o melhor, é uma ferramenta gratuita”, diz Juliana.

TECNOLOGIAS AJUDAM EMPRESÁRIOS A EXPANDIR NEGÓCIOS

Atualmente, além do WhatsApp, plataformas como Teams, Zoom, Google Meet e Join.me têm sido usadas à exaustão para conectar funcionários, clientes e as empresas entre si, além de fechar negócios. O uso de um sistema de Customer Relationship Management – CRM – é um dos investimentos intensificados pelos gestores na pandemia para obter informações, gráficos e registros sobre o cliente e estreitar o relacionamento. “Os empresários precisam ter em mente algumas ferramentas básicas nos negócios. Eles devem, por exemplo, escolher uma boa rede social e fazê-la funcionar de forma clara, de modo que haja informações e mecanismos para encontrar a empresa; devem buscar um marketplace para expor os produtos/serviços

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dez reuniões por dia. Temos que respeitar o tempo com disciplina, limitar as reuniões, fazer pausas para descanso, intervalos entre uma reunião e outra e até respeitar a ergonomia na hora da reunião. A Webcam deve estar na altura dos olhos e a mesa e as cadeiras devem ser adequadas. A fadiga do zoom ocorre porque não há a energia do ser humano no ambiente online. Não há aperto de mão”, pontua Juliana. Aliado a isso, os empresários devem ter um plano de negócios dos seus clientes, produtos, preços de venda e custos para planejar o negócio em grande escala. Outra praticidade e inovação para os gestores é investir nas plataformas de eventos e encontros virtuais. Os empresários, nesse contexto, devem compreender e aceitar uma mudança fundamental de paradigma: nesse novo modelo, a empresa deixa de ocupar o papel de protagonista da comunicação e passa a ser a moderadora de uma rede de diálogos que reverberam as paredes de um escritório.

SKYPE

O aplicativo da Microsoft permite que o organizador convide até 50 pessoas, sem que elas precisem criar uma conta no Skype, e tem funções de moderação e colaboração. Pode ser usado tanto no computador quanto no celular.

MICROSOFT TEAMS

O Teams possibilita reuniões de grupos de 10 a 10 mil pessoas. Durante os encontros, o aplicativo permite acessar, compartilhar e editar arquivos de Word, Excel e Power Point em tempo real. O serviço é gratuito, mas oferece recursos adicionais para assinantes do Office 365, cujos planos custam a partir de R$ 23,60 mensais.

MESSENGER ROOMS

Os convidados, até 50 por reunião, são selecionados a partir da lista de amigos no Facebook. Uma vez criada a sala, o organizador tem algumas opções como compartilhar a tela e trancá-la para que mais pessoas não entrem.

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e o site precisa estar organizado para as pessoas acharem sua empresa no Google. O próprio Google pode ser uma ferramenta de ajuda aos empresários, pois oferece, até mesmo, criação de sites gratuitos. Investir em um bom sistema de CRM e escolher o aplicativo de reunião certo para as reuniões são outro caminho para ajustar o seu negócio”, frisa Juliana. Segundo pesquisa da Google, realizada em 2020, plataformas de videoconferência também tiveram aumentos expressivos de uso. O Microsoft Teams, por exemplo, teve um salto de 500% no número de reuniões virtuais. Já o Slack (concorrente do Hangouts Meet e do Hangouts Chat) divulgou um aumento de uso de 350% para o recurso de videochamadas – que pode agora usar as plataformas rivais Zoom e Teams. Já de acordo com os pesquisadores do Laboratório de Interação Humana Virtual da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, o uso desses aplicativos provocam a chamada "fadiga do zoom". “Não dá para agendar

FERRAMENTAS DE REUNIÕES VIRTUAIS IDEAIS PARA SUA EMPRESA ZOOM

Permite encontros com até 100 pessoas, com recursos como compartilhamento de tela e salas simultâneas. No entanto, cada reunião tem duração máxima de 40 minutos. Os planos pagos, voltados para equipes pequenas, médias e grandes, custam a partir de R$ 14,99 e comportam até mil participantes.

WHATSAPP

Realiza videochamadas com até 50 participantes através do Messenger Rooms (aplicativo do Facebook). Basta criar uma sala e enviar o link aos convidados que não precisam ter perfil no Facebook para participar.

GOOGLE MEET

O aplicativo do Google para videoconferências permite criar reuniões para até 250 pessoas e está disponível também em versões para celular. Uma das vantagens do Google Meet é que ele utiliza um número de telefone para discagem, possibilitando o acompanhamento da reunião mesmo sem acesso a wi-fi ou dados. Dados coletado em meados de 2021.

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TECNOLOGIA

WEBEX MEETINGS

Oferece serviço de organização de eventos e webinars, treinamentos e cursos online e suporte remoto com alto grau de personalização. A versão gratuita não conta com esses recursos, mas permite reuniões com até 100 participantes e 50 minutos de duração.

SLACK

É uma plataforma de comunicação interna para empresas. Ele cria um ambiente profissional virtual onde é possível estabelecer canais de conversa sobre assuntos específicos, organizando a rotina de trabalho e tornando-a mais funcional. As chamadas de vídeo, porém, têm limite máximo de 15 participantes e, para utilizá-las, é necessário ser assinante (os planos custam a partir de US$ 4 mensais).

GOTO MEETING

O GoTo Meeting oferece soluções para organizar reuniões com até 3 mil pessoas. Entre as vantagens oferecidas pela empresa estão a facilidade para iniciar reuniões, a partir de ferramentas como Microsoft Office, e-mail e aplicativos de mensagens, alta qualidade de imagem em HD e de áudio. O serviço é pago e custa a partir de US$ 12 mensais.

JOIN.ME

O aplicativo funciona de forma integrada com outras ferramentas e traz uma série de recursos como o quadro branco, que leva para o ambiente virtual a possibilidade de escrever, desenhar e expressar visualmente as ideias.

VENDA

LOCAÇÃO

MANUTENÇÃO

ZOHO MEETING

Além de reuniões, o Zoho Meeting é uma ferramenta eficiente para realização de webinars. Oferece recursos para apresentação com vídeo, áudio e compartilhamento de tela.

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ECEDO N

ACOMPANHE NOSSO INSTAGRAM R e v i s t a G a l w a n • 57

instagram.com/lojalrlocacoes


TURISMO

TURISMO

ADMIRÁVEL

MUNDO NOVO

Se abrir para a simplicidade significa colher as bonanças que o processo de autoconhecimento e maturidade proporcionam

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Thaís Tomazelli

m convite e tanto para desbravar novos lugares: assim são Austrália e Nova Zelândia. Em comum, ambos os países têm sua maior e mais conhecida cidade internacionalmente fora da capital do País. A Austrália tem Sydney como a mais famosa, embora a capital seja Camberra, mais ao Sul. A Nova Zelândia, por sua vez, é bem menor, composta por duas ilhas ao Norte e ao Sul, separadas pelo estreito de Cook. A cidade mais conhecida é Auckland, mas a capital é Wellington, localizada ao Sul da ilha Norte.

O que estes dois admiráveis mundos novos têm em comum? Uma forte integração com a natureza. A Nova Zelândia e a Austrália possuem muita tradição em esportes, incluindo os radicais, e uma qualidade de vida que nem mesmo os países europeus conseguem bater. Para se ter ideia, no auge da crise da Covid, os países conseguiram controlar a crise mundial e foram os primeiros a comemorar. A Austrália fez um show com a banda Midnight Oil para cerca de 13 mil pessoas para comemorar seis meses sem nenhum caso da doença. Um feito invejável.

Bondi Beach, Sydney, Austrália

Bungee jump, Nova Zelândia

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Cerca de 30% do território da Nova Zelândia é ocupado por florestas nativas, mas curiosamente não existem cobras ou animais peçonhentos. Isso acontece pois a região é muito fria e tem muita água, o que afugenta estas espécies. Em compensação, possui uma população de animais maior que a de humanos. Ovelhas, por exemplo, são, em média, sete delas para cada um habitante. É um país que cultiva cordialidade, receptividade, igualdade e preservação. A Nova Zelândia foi pioneira na legalização do voto feminino, em 1893, e foi lá também que foi criado um dos esportes mais radicais do planeta, o bungee jump. A Cidade de Queenstown é reconhecida internacionalmente como a capital dos esportes radicais. Bom, mas por que ir para a Austrália e para a Nova Zelândia, se pelo menos 20 horas de viagem separam estes países do Brasil? Além da natureza exuberante, dos cangurus e ovelhas, um dos motivos que mais tem levado brasileiros e turistas de todo o mundo para estes lugares da Oceania é basicamente um: desenvolvimento com sustentabilidade. A Austrália é o terceiro maior país com índice de desenvolvimento humano do mundo. Se a Austrália possui uma americanização mais forte com seu dólar australiano, sua gastronomia, que é muito parecida com a dos americanos, até mesmo em virtude de sua cultura ser uma colcha de retalhos de influências. Já a Nova Zelândia possui uma preocupação visível em manter suas raízes. Apesar da colonização inglesa, a Nova Zelândia mantém idioma, culinária e hábitos em Maori, sua colonização original indígena, oriundo dos povos da Polinésia. Mas isso é um resumo, porque os dois países já possuem excelentes referências gastronômicas de culinária contemporânea. Tanto que uma das sobremesas mais famosas do mundo é originária da Austrália, a Pavlova, uma espécie de suspiro recheado com marshmalow decorado com frutas.

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Pavlova, uma das sobremesas mais famosas do mundo tem origem australiana

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Atração turística da Nova Zelândia: Salto de bungee jump da Sky Tower, em Auckland

Restaurante Brick Bay, em Matakana, Nova Zelândia

Horizonte de Auckland a partir do Monte Eden

Fauna - Austrália

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indo pela Europa com stop em Dubai ou, ainda, com parada na África do Sul. Outra dica é acompanhar as estações do ano do Brasil, já que os países também estão abaixo da linha do Equador, mas com variações mais bruscas entre inverno e verão. “Na Nova Zelândia pode nevar no inverno, inclusive sendo destino para esquiar, caso o passageiro tenha o perfil para este esporte. O ideal para o brasileiro é procurar a meia estação”, alerta Luiza, especializada em roteiros personalizados.

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Segundo a consultora de viagens Ivana Ruy, da Click Mundi, os pontos altos do turismo nestes dois países, além da beleza natural e das belas cidades de Sydney e Auckland, são a segurança aliada à qualidade de vida com exuberância natural. “Na Austrália são mais de 70 praias com destinos incríveis e a Nova Zelândia é procurada mundialmente para turismo de aventura” revela Ivana. Já operadora de viagens Luiza Breda explica que na Nova Zelândia é muito comum o turista experimentar passeios de bike, caminhadas, paraquedismo, escaladas, montanhismo, voo livre, rafiting, jet rafiting, mergulho, exploração de cavernas e não esquecer que estão lá os bungee jumps mais altos do mundo, em vales profundos, verdes, entrecortados de rios e cachoeiras. “A natureza grita na Nova Zelândia assim como na Austrália, mas de formas totalmente diferentes”, ressalta Luiza. Apesar de estarem do outro lado do mundo, os passageiros estão usando este argumento da longa distância para fazerem escalas de dois ou três dias e fragmentar a viagem com paradas no Chile, indo pelo Pacífico, ou

Luzes noturnas de Sydney Harbour Bridge, Austrália

ESPORTES RADICAIS

Se a Nova Zelândia é a terra do Bungee Jump, saiba que esta prática não reina sozinha. Os esportes mais populares por lá são o Rugby, cuja seleção nacional é chamada de All Blacks e rivaliza com a seleção australiana, conhecida como Wallabies. Outra paixão dos neozelandeses são os barcos. Para cada três famílias, uma possui barco. Isso se explica pela proximidade do mar de qualquer ponto do país. A maior distância do mar é de 128 quilômetros. Portanto, Rottnest Island, Austrália

Antigos armazéns em Campbell's Sydney Austrália, Nova Gales do Sul

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dá para se chegar ao mar até fazendo bate e volta no mesmo dia, em pouco mais de uma hora de carro. Na Austrália a tradição esportiva é ainda mais variada. Entre as paixões nacionais com campeonatos de parar o país estão o futebol australiano e sua seleção Wallabies; a corrida de cavalos, que toda primeira terça-feira de novembro para a nação com o evento Melbourne Cup e o Cricket, praticado com bolas e tacos lembrando o beisebol, mas com regras próprias. Mas o que faz muito sucesso mesmo na Austrália é o surf, o que seria difícil ser diferente, com suas mais de 70 praias, a maioria com ondas perfeitas como Byron Bay, Cactus Beach, Noosa e Gold Coast. São locais que abrigam várias etapas de campeonatos mundiais de surf. A elite do surf hoje se divide entre Brasil e Austrália. É lá onde nomes internacionais do surf e da surf music mantêm casas e fazem trabalhos voluntários como ativistas de preservação da natureza.

Para completar a lista dos esportes queridinhos australianos, está o tênis, seja como esporte de competição ou de lazer. Todos os anos ocorre o grand slam Australian Open Tênis, em Melbourne. Fato é que os esportes estão na veia deste povo issue, como carinhosamente são conhecidos os australianos. E eles são praticados na Gold Coast, nos parques de Sydney, nas baías e mares da costa, onde tudo termina em um barbie, gíria usada para se referir a um barbecue, ou churrasco.

A passagem em Doze Apóstolos, Austrália

VINHOS, UM CAPÍTULO À PARTE

Conhecidos como os vinhos da Oceania, tanto a Nova Zelândia como a Austrália têm chamado a atenção do mundo por sua produção, principalmente voltada para as uvas como Chardonnay e Sauvignon Blanc. A Nova Zelândia possui mais de 700 vinícolas distribuídas por 15 regiões

Pico do Istmo, Nova Zelândia

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Praia Piha e Lion Rock, Nova Zelândia

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vitivinícolas, sendo atrativa pelo Sauvignon Blanc, como Maborough, zona mais soalheira do país, considerada a capital do Sauvignon Blanc. A primeira vinícola da Nova Zelândia foi plantada por um missionário inglês em 1819, mas foram os imigrantes da antiga Iugoslávia (atual Croácia) os verdadeiros pioneiros do vinho comercial na Nova Zelândia, na virada do século passado, na região de Kumeu, na Grande Auckland, Ilha do Norte. Já a Austrália produz tintos como Pinot Noir, Cabernet Sauvignon e Shiraz, este último com uma identidade muito própria. O país tem sete grandes zonas de produção, sendo elas: Victória e New South, no Sudeste; Queensland ao Nordeste, e logo acima New South Weles. Para o Oeste está a macrorregião de South Austrália (centro sul do país) e a Nortthen Territory, acima. Por último, Western Austrália, a maior de todas. A ilha da Tasmânia também produz vinho.

A produção na Austrália também começou no século XVIII, mas por muito tempo foi utilizada para consumo interno, o que mudou bastante a partir da década de 80, com distribuição principalmente para o mercado inglês. Hoje, todo o mundo consome os vinhos da Oceania, muito deles premiados mundialmente. Falar em Nova Zelândia e Austrália sem falar de sua produção de vinhos é impossível e viajar para estes países sem incluir visitas a pelo menos vinícolas próximas aos grandes centros é improvável. Portanto, faça as malas rumo a este admirável mundo novo em todos os sentidos e descubra porque a Nova Zelândia é muito mais que suas ovelhas e a Austrália vai bem além do salto de seus cangurus e como eles conseguem dialogar tão bem com vinhos e esportes. Vida ao ar livre e boa mesa; altos índices de civilização com desenvoltura e descontração.

Moai - Nova Zelândia

Sydney, Austrália

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ECONOMIA

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exemplo, é importante para uma boa decisão de alocação do portfólio de investimentos. Por falar em investimentos, historicamente a taxa de juros de curto prazo no Brasil sempre trouxe comodidade a quem possuía um “pé de meia”. Ironicamente, o juro de curto prazo teimava em afrontar o trilema dos investimentos: baixo risco, alto retorno e muita liquidez. Risco, retorno e liquidez revelam que um investimento sempre terá que abrir mão de uma dessas três características. O curioso é que tal tripé era zombado pelo CDI, que teimava em superar os indicadores mais conhecidos do investidor. Afinal, quem nunca ouviu falar que a bolsa perde para o CDI? Hoje, não é mais assim. Nos últimos cinco anos, tanto o IBX (índice composto pelas 100 maiores ações negociadas em bolsa) quanto o IBOV superaram o CDI em aproximadamente 11% ao ano. Uma diferença e tanto, que teve como pano de fundo a queda consistente da SELIC e do CDI. Como a maioria das empresas carrega dívida indexada ao CDI, é de se esperar que o custo da dívida tenha caído. Também, a demanda por seus produtos aumentou em consequência do crédito mais barato. Mais receita e menos custo é igual a mais lucro para as companhias. A taxa de juros real de curto prazo (Selic Inflação), que costumava oscilar entre 2,0% e 4,0% ao ano, acabou cedendo para patamares negativos nos últimos meses. Isso decorre do aumento da inflação na margem, trazendo uma mensagem bem clara: o Banco Central do Brasil estava tentando dar o máximo de estímulo possível para nossa economia.

PAULO HENRIQUE CORRÊA é economista, é pós-graduado em Finanças Corporativas pela FGV/ RJ e mestre em Gestão Empresarial pela FGV/RJ. É agente de investimentos autorizado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e sócio da Valor Investimentos.

MUDANÇAS DE

paradigmas

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udanças de paradigmas costumam gerar certo desconforto. Apesar de compreensível, não deveria. O novo amplia possibilidades e permite novas alocações de recursos. As trajetórias econômicas, por exemplo, são cíclicas, comprovando como o mundo é dinâmico. Há uma percepção generalista que diz: “o momento em que vivemos está cada vez mais complexo”. Embora os incessantes avanços tecnológicos contribuam para esta nova realidade, é possível vê-la por outro prisma. Pelo viés histórico, imagine se tivéssemos nascido na França em fins do século 18, ou seja, no momento de insubordinação aos monarcas. Agora, na Inglaterra: virada do século 19 para

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o 20, época da Revolução Industrial, disrupção no modelo de trabalho e nova gestão do capital. Isso sem falar no século 20 pelo qual muitos passaram por duas grandes guerras, crash da Bolsa de Nova York, etc. A complexidade é relativa. Hoje, há muitas possibilidades. Vamos abordar o novo! O cenário e a velocidade das trocas constantes têm feito muitas empresas repensarem estratégias com o intuito de atrair e desenvolver líderes com habilidades em criar novos modelos digitais, mobilizar as pessoas e, claro, promover a transformação cultural necessária com agilidade. Analisar o perfil da liderança de uma empresa, por

Assim, a tomada de risco faz sentido diante do "status quo" do mercado. Reside aí as oportunidades derivadas na diversificação de portfólio via mercado acionário, fundos multimercado, fundos imobiliários, maior acessibilidade e opções em investimentos internacionais como as BDR’s (Brazilian Depositary Receipts), ou seja, uma prateleira de produtos sob medida para cada perfil de investidor. A manutenção da Selic também provocou a retomada do mercado imobiliário, derrubando ainda mais as taxas do financiamento habitacional e atraindo quem desejava financiar um imóvel. As taxas de juros do crédito caíram quase pela metade nos últimos quatro anos. Permanecer diversificado tem permitido aos investidores a participarem de ganhos de tendência e ainda gerenciar o risco. Portfólios de empresas com ativos associados à sustentabilidade e à temática ESG (Environmental, Social, Corporate Governance) estão em plena expansão. Mudanças de paradigmas não devem gerar desconforto algum. Antes, devem ser a força para as transformações essenciais em nossa sociedade.

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riado na Itália entre as décadas de 80 e 90, o beach tennis é um esporte que une referências do tênis tradicional e do vôlei de praia. A modalidade chegou ao Brasil em 2008, no Rio de Janeiro. Desde então, o beach tennis vem crescendo a passos largos, principalmente em outras cidades litorâneas brasileiras, incluindo Vitória, capital capixaba, onde conquista cada vez mais adeptos. Além do pé na areia e do clima de praia, que tornam qualquer atividade mais leve, o esporte é bem dinâmico e democrático, permitindo várias idades em quadra. Para jogar, é preciso raquete, bolinha, rede e disposição. O convívio saudável entre os adeptos é um dos pontos fortes do esporte. José Luiz Moreira Martins, também conhecido como Zé Luiz "Endorfinado", é formado em Comércio Internacional, mas resolveu mudar de rumo e se dedicar full time ao esporte. Atualmente, ele é atleta master de beach tennis, além de ensinar quem está chegando agora na atividade. “Conheci o BT (Beach Tennis) em Barcelona, na Espanha. Eu tinha uma empresa na área de Comércio Exterior com mais de 50 funcionários, mas em 2015, quando os negócios começaram a declinar, resolvi apostar no Beach Tennis. Tinha certeza de que daria certo. Foi um trabalho de formiguinha, mas logo no primeiro ano de aposta, cheguei a 160 alunos/sócios no meu point, a Arena Endorfinado”, conta Zé Luiz. Ele lembra que, no início, quando o esporte ainda era menos conhecido, o público capixaba era um tanto desconfiado. “Passava no calçadão perto da Arena, paravam para olhar, mas não tomavam iniciava. Minhas primeiras alunas foram minha esposa e algumas amigas, daí o boca a boca e minha rede social foram trazendo novas pessoas querendo conhecer o BT”. O Beach Tennis faz parte da vida do atleta que se dedica a inspirar outros adeptos. “Me exercito todos os dias, treino seis dias por

ESPORTE CONQUISTOU CAPIXABAS

Carolina Salarioli

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Foto: Marcos Carvalho

Nova queridinha das praias do ES, a modalidade vem ganhando cada vez mais adeptos com o clima de amizade e pé na areia

Foto: Marcos Fotografia

Cássia Rocha

A febre do Beach Tennis:

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Evandro Rosindo em jogo

semana, tenho disciplina alimentar por conta do esporte e tento ser exemplo para as pessoas e para os meus alunos e seguidores”, afirma.

ESPORTE VICIANTE

Além de proporcionar um alto gasto energético – a estimativa é de cerca de 600 calorias por hora -, com exercícios que trabalham músculos do corpo inteiro, o ciclo de amizades que se forma com os outros praticantes do esporte também é um convite para que os adeptos se envolvam cada vez mais com o beach tennis. A empresária Thaíssa Pinheiro conheceu o esporte através de uma amiga e o pratica desde meados do ano passado. Ela conta que o envolvimento das pessoas é um super diferencial da atividade. “Nós acabamos criando um clã, uma família mesmo, as pessoas só falam disso,

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ESPORTE

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gostam muito do esporte, vivem isso. Então, a gente se envolve muito no esporte”, diz. “Além de ser saudável, por conta do exercício, da endorfina liberada e do contato com o sol que mantém a vitamina D em dia, o ciclo de amizades é muito enriquecedor. Todo mundo pode jogar beach tennis: minha mãe, meu pai, meu irmão, alguém gordinho e alguém magrinho, um atleta e alguém que não é atleta”, complementa. Apaixonada pela modalidade, Thaíssa já participou de vários torneios e conta que o esporte faz parte do seu lifestyle. “É um vício. Se eu pudesse praticava todos os dias da minha vida”, destaca. O gestor de marcas, Marcos Carvalho, já era um praticante de tênis, squash e frescobol, mas foi no beach tennis que descobriu um novo desafio. “Eu já praticava esportes com raquetes e, conversando com amigos, ouvi falar dessa nova modalidade e que pode ser praticada ao ar livre. Não pensei duas vezes para experimentar

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e não teve jeito: me apaixonei”, lembra. De atleta para fotógrafo foi um pulo. A ideia de fotografar sempre foi um desejo, mas Marcos não sabia por onde começar. Foi no beach tennis que viu a oportunidade de colocar o sonho em prática. “Ali fiquei à vontade, entre amigos. As jogadas, as pessoas felizes, o mar como fundo e o céu ensolarado me inspiraram. Fui postando nos grupos e depois criei uma conta no Instagram onde compartilho os cliques. Foi um sucesso e minhas fotos são bastante repostadas. Até da Inglaterra já me pediram fotos”, comemora. O hobby se tornou profissão. Inclusive, boa parte das fotos que ilustram essa matéria são da autoria de Marcos.

PARTIDAS E EQUIPAMENTOS

Foto: Marcos Fotografia

Evandro, que joga todos os dias, já esteve no Ranking Mundial de Beach Tennis e, atualmente, está entre os 115 melhores atletas do mundo. Ele conta que a vivência das competições é bem especial. “A experiência de torneios é única. Um ambiente muito bacana onde as pessoas, além de jogar, se divertem e conhecem novos lugares”, salienta o atleta. Para ele, o esporte é promissor e deve conquistar cada vez mais adeptos nos últimos anos. “Atualmente, o beach tennis é um dos esportes que mais crescem no mundo, por ser um esporte simples de começar a jogar. O Brasil é referência na modalidade e acredito que em breve será o esporte mais jogado na areia”.

Evandro Rosindo e sua dupla, Álvaro Campanharo

Thaíssa Pinheiro

A partida pode ser disputada com o melhor de três sets, divididos em games, como no tênis. Um jogador ou dupla tem que vencer dois sets para vencer. Quanto às melhores ferramentas, a escolha é relativa, já que as raquetes devem atender ao nível do atleta. Para um iniciante, o ideal é contar com um equipamento que permita maior controle dos golpes. No beach tennis, as raquetes devem contar com pequenos furos para a passagem ideal de ar, que, por sua vez, colabora com o amortecimento dos golpes e precisão dos movimentos.

LIFESTYLE

Empresário e atleta, Evandro Rosindo pratica beach tennis há 10 anos e considera que o esporte caiu como uma luva em seu estilo de vida. “Eu vim do tênis e sempre amei praia. Então, foi a combinação perfeita”, destaca.

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TORNEIOS

Segundo dados da Confederação Brasileira de Beach Tennis (CBBT), são mais de 200.000 atletas espalhados pelo país que disputam diversos torneios, entre competições regionais e nacionais. Carolina Monteiro já participou de alguns deles. A servidora pública pratica o esporte há um ano, tempo suficiente para colecionar vitórias. “Fui primeiro lugar no Tribuna Beach Tennis nas categorias mista e feminina, além de campeã no Circuito Royal de Beach Tennis na categoria mista e bicampeã na feminina. Todos os torneios foram importantes, porque eu e minhas respectivas duplas tivemos que nos superar cada vez mais. É sempre um desafio novo”, conta. Ela acredita que o ambiente descontraído, típico da atividade, colabora bastante para o apego e desenvolvimento dos adeptos. “O esporte melhora minha qualidade de vida e isso reflete em todas as áreas, tanto no meu

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ESPORTE

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Além disso, é preciso levar em conta o peso: as raquetes mais leves podem garantir mais velocidade, mas será preciso um esforço maior na hora de dar os golpes. Já as que são um pouco mais pesadas permitem maior potência no ataque. Como nas demais atividades físicas, as roupas devem ser leves e confortáveis, de modo a não limitar os movimentos dos atletas. Não existem regras. A palavra de ordem é o conforto. Inclusive, por ser praticado majoritariamente na areia da praia, muita gente joga com roupas de banho. O horário pode ficar à critério da disponibilidade de tempo do praticante, mas adeptos indicam o início da manhã ou o fim da tarde, já que o esporte é praticado ao ar livre, com exposição ao sol.

Renato Grijó, Zé Luiz Endorfinado e Renata França a frente das vencedoras de uma das categorias do Circuito de Beach Tennis Track & Field

uma estrutura para promover experiências aos atletas, famílias e clientes do Shopping e da Track&Field”, conta entusiasmada. Foram cerca de 190 atletas de todo o Brasil e as inscrições foram feitas por aplicativo. Os participantes concorreram em 8 categorias em 120 partidas, reunidas por mais de 50 horas de jogo. “O evento foi melhor que o esperado e marcou um novo momento na história do beach tennis capixaba. Somos muito gratos aos atletas e às 28 empresas que acreditaram nesse novo formato e viveram esta experiência com a gente”, finaliza Renata.

CONHEÇA OS 7 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DO BEACH TENNIS

desenvolvimento pessoal quanto profissional”, acrescenta Carolina. Carolina também garantiu o terceiro lugar feminino no Circuito de Beach Tennis Track & Field Shopping Vitória, promovido pela administradora de empresas Renata França, que conheceu o esporte através de Zé Luiz Endorfinado. “Eu sempre gostei de frescobol, até que um belo dia me rendi ao convite dele de experimentar o esporte e me encantei”, conta Renata. Em fevereiro de 2021, a administradora, à frente da Track&Field Vitória, com o apoio de Renato Grijó na produção do evento, reuniu centenas de atletas no Circuito que nasceu de uma parceria entre marcas. Endorfinado também contribuiu com sua expertise e participando da concepção do torneio. “No desejo de fazer realmente algo inusitado, topamos dar o play juntos e montamos duas arenas com mais de 160m2 de areia no estacionamento do Shopping Vitória, além de

Para quem está pensando em aderir ao esporte que Zé Luiz chama de “Tsunami do bem”, o atleta master e instrutor listou algumas vantagens da atividade:

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Alto gasto de energia e calorias; Práticas em locais diversos; Trabalha o corpo inteiro; Melhora o desenvolvimento físico e motor; Aumento da agilidade e movimentações; Tomada rápida de decisões; Ambiente divertido e descontraído.

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HOME OFFICE

1.

SEM FIO

O modelo sem fio da Philips funciona como headset por ter microfone embutido, podendo ser usado mais amplamente em videochamadas. Também oferece um bom isolamento acústico devido ao seu formato e material focados na ergonomia. Assim, é possível conseguir maior conforto sonoro ao trabalhar em casa ou no coworking, por exemplo. A bateria consegue garantir até 12 horas de funcionamento e ele conta com controles de uso para chamadas, músicas e volumes do áudio e do microfone.

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home office veio para ficar. E quem trabalha em casa sabe a importância de alguns itens para garantir a qualidade na rotina de trabalho e agilidade nas tarefas. Pensando nisso, a Revista Galwan separou uma lista com opções que facilitam as atividades diárias e reuniões online, como fones sem fio, impressora, roteador, além de móveis ergonômicos.

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Para quem gosta de modelos mais discretos, o fone sem fio Xiaomi Redmi Airdots pode ser ideal. Ele é intra-auricular, ou seja, se encaixa dentro dos ouvidos. A conexão é via bluetooth e o design é bastante discreto, quase imperceptível durante o uso. A bateria tem autonomia de 12 horas e a qualidade sonora é alta. Também é resistente à água, o que pode ser um atrativo para quem gosta de utilizar os fones em outros momentos.

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5.

2.

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8.

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10.

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A cadeira YOU, da Marelli, foi projetada combinando estética e personalidade. O modelo é ideal para quem passa horas sentado, pois possui dimensionais embasadas em estudos ergonômicos, que atende às normativas vigentes para este tipo de produto. A linha dispõe de diferentes mecanismos de reclinação, além de inúmeras combinações de cores para se adaptar ao estilo de cada um.

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TURISMO - ES

TURISMO - ES

Baleias VISITAM O LITORAL CAPIXABA Secretária de Turismo, Lenise Loureiro, explica que embora o Espírito Santo seja dividido em várias regiões turísticas, o governo está trabalhando em etapas

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mar do Espírito Santo ganha em beleza e encanto nos meses de junho e novembro quando as baleias, que buscam pelas águas quentes do Nordeste a fim de se reproduzirem, saem da Antártida e passam uma temporada aqui no Estado. A passagem das baleias jubarte atrai, todos os anos, pesquisadores e turistas para o mar do Espírito Santo e tem um forte potencial turístico. Muita gente sonha em ver de perto a aparição delas no mar. A secretária de Turismo do Governo do Espírito Santo, Lenise Loureiro, explica que o Estado pretende colocar em prática o projeto Observatório das Baleias, para incentivar o turismo local. “Fizemos uma pesquisa que mostrou que o turismo regional cresceu muito

Foto: LeonardoMerçon

com a pandemia. O raio de distanciamento está girando entre 400 e 500 quilômetros de distância, na hora de escolher um destino”, explica a secretária. Nesse sentido, a costa do Espírito Santo possui pouco mais de 400 quilômetros e o turismo interno está bem aquecido. Para a realização do passeio, em pouco mais de uma hora partindo de Vitória ou Vila Velha mar adentro por lancha rápida (os passeios devem ser feitos através de empresas cadastradas), já é possível presenciar este espetáculo da natureza do processo de acasalamento desta espécie. Famosas pelos seus saltos, elas podem ser vistas de 10 a 20 milhas náuticas (entre 20 a 40 quilômetros) de distância do litoral. Os animais que passam pela costa capixaba chegam a medir 16 metros e a pesar até 50 toneladas. Por serem animais migratórios, elas estabelecem diferentes lugares para reprodução e, geralmente, chegam da Antártida, em busca de águas quentes e tropicais.

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TURISMO - ES

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O maior berço reprodutivo ainda é a região de Abrolhos, no Sul da Bahia, mas a cada ano as baleias têm atraído mais turistas e estudiosos para a costa do Espírito Santo, por sua ampla presença também nesta região por ser uma costa protegida, relativamente rasa e de águas confortáveis para a procriação. Além das jubartes, outros cetáceos também podem ser observados, como o boto-cinza (mais comum na costa), golfinho pintado do atlântico, golfinho pantropical, baleia minke e cachalote (mais raros). “Fizemos uma pesquisa que mostrou que o turismo regional cresceu muito com a pandemia. O raio de distanciamento está girando entre 400 e 500 quilômetros de distância, na hora de escolher um destino”, explica a secretária. Bom, como toda a costa do Espírito Santo possui pouco mais de 400 quilômetros, o turismo interno está bem aquecido. Lenise conta que já visitou a região do Caparaó, municípios como Dores do Rio Preto e Iúna, onde fica Hidrolândia, e ressalta que, realmente, a região é belíssima e possui um circuito de águas e cachoeiras de grande potencial turístico. Agora, o foco será fortalecer destinos como as Três Santas, formada pelas cidades serranas de Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa e Santa Leopoldina. A região é rica em referências que marcam a colonização europeia no Estado, como a italiana e alemã. A secretária também tem contado com o apoio do Sebrae para fortalecer o trade, melhorando a forma de receber o turista e reforçando os novos protocolos de prevenção do Covid 19 nesta retomada do turismo. Entre os lançamentos, há o Instagram @descubraoespiritosanto e um e-book com todas as dicas da região das Três Santas, como hospedagem, culinária e principais pontos turísticos.

VISITE TAMBÉM A região do Caparaó, que engloba municípios como Dores do Rio Preto e Iúna, onde fica a Hidrolândia, possui um circuito de águas e cachoeiras de grande potencial turístico local. Outro destino como as Três Santas, formada pelas cidades serranas de Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa e Santa Leopoldina merece uma visita. A região é rica em referências que marcam a colonização europeia no Estado, como a italiana e a alemã.

Para fomentar o turismo interno, a Secretaria de Turismo do Estado conta com o apoio do Sebrae para fortalecer o trade, melhorando a forma de receber o turista e reforçando os novos protocolos de prevenção do Covid 19 nesta retomada do turismo. Entre os lançamentos, há o Instagram @descubraoespiritosanto e um e-book com todas as dicas da região das Três Santas, como hospedagem, culinária e principais pontos turísticos.

Foto: Alexandre Bizinoto

Cachoeira da Farofa, no Parque Nacional Caparaó

Lenise Loureiro, Secretária de Turismo do Governo do Espírito Santo,

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INSTITUCIONAL

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GALWAN LANÇA

JAZZ RESIDENCE Empreendimento alia requinte, itens de lazer cobiçados, em endereço nobre de Vila Velha

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onhecido pelo swing e improviso, o Jazz, estilo musical nascido no início do século XX, nos Estados Unidos, batiza o mais novo empreendimento da Galwan: o Jazz Residence. Um condomínio clube completo a 100 metros da Praia de Itapuã, próximo à melhor infraestrutura do bairro: perto de shoppings, escolas, bares, restaurantes, farmácias, supermercados, padarias e diversas facilidades. Imóvel de alto padrão, o Jazz Residence tem duas torres exclusivas: New Orleans, em homenagem ao berço do ritmo musical, e New York, cidade de grandes artistas do Jazz, com múltiplas opções de lazer e conveniência. O empreendimento oferece várias opções para o morador ter momentos de diversão e relaxamento sem sair de casa. É só acordar, descer e pronto: para os pequenos há home cinema, lazer infantil, playground com pergolado, brinquedoteca, sala de jogos, quadra recreativa, piscina infantil, etc. Tudo isso sem se preocupar com trânsito ou assaltos.

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Lazer

Nossa proposta é de empreendimentos de alto padrão completos, que atendem a toda a família, com soluções que se adaptam ao estilo de vida dos moradores” Revista

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Hall

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Mini Market Autônomo

Portaria

Para os adultos, as comodidades incluem: sala de massagem, espaço mulher, espaço delivery, sala de repouso, sauna a vapor, duchas, fitness, lounge social, varanda coberta de uso diverso, piscina adulto com spa, bangalô com jardim e deck. Também há salão gourmet/multiuso, salão de festas e churrasqueiras com forno de pizza, que oferecem a possibilidade de receber amigos e organizar eventos em um condomínio planejado para as famílias, criando momentos de alegria e diversão. As plantas contemplam 2, 3 ou 4 quartos, 1 ou 3 suítes e 2 ou 3 vagas de garagem. “Nossa proposta é de empreendimentos de alto padrão completos, que atendem a toda a família, com soluções que se adaptam ao estilo de vida dos moradores”, afirma José Luís Galvêas Loureiro, diretor-presidente da Galwan.

Suíte Pet Play

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A LIBERDADE

de viver o simples

QUANDO TUDO SE ENCAIXA

Hoje psicóloga que segue a linha humanista e atende de adolescentes a idosos, Alice Lima se viu em meio ao caos emocional quando seguia uma vida que, segundo ela, não era a que a realizava. Trabalhando na área da engenharia e com um relacionamento de 8 anos, decidiu simplificar e abrir mão do que, para muitos, era a vida ideal. “Foi então que me mudei do Rio de Janeiro para o Espírito Santo. Mudei o rumo da trajetória. Me permiti dar uma pausa de 1 ano nos estudos e, em uma conversa cotidiana com uma colega de trabalho, tive o insight da psicologia. Pesquisei sobre o curso e defini que aquela seria minha nova vida. Foi aos 27 anos, o que para muitos é tardio. Para mim, foi no tempo exato, foi quando decidi absorver de verdade os benefícios do autoconhecimento e mudar o que tanto me incomodava”, lembra. E, pelo conhecimento herdado de sua avó, passou a aceitar que “tudo vai se encaixando em seu devido tempo”. Ao ser questionada sobre sua definição atual após tantas reviravoltas, Alice ressalta: “Realizada pessoal e profissionalmente”. Ao transformar sua vida, passou a rever também o seu conceito de felicidade e do que te faz bem. “Moro próximo da praia, porque, hoje, é algo que não vivo sem. No meu tempo livre, me permito viver o ócio e não fazer nada. Tenho momentos comigo mesma, respiro, reflito e também faço terapia, porque até os psicólogos precisam disso na rotina, além de ser adepta da medicina oriental através da acupuntura”, revela. Se tem algo que a psicóloga aprendeu em tempos, não só de atuação profissional, como

Se abrir para a simplicidade significa colher as bonanças que o processo de autoconhecimento e maturidade proporcionam Thaís Tomazelli

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er simples tem a ver com prezar pela espontaneidade e deixar que o corpo obedeça aos comandos que vêm do coração, afinal, quem melhor do que ele para saber quem somos e o que realmente queremos. É descomplicar. Saber tranquilizar a alma quando todos os pensamentos se movimentam de forma tão efervescente que descompassam o funcionamento de tudo que o compõe e o rodeia. É conexão que traz leveza. Se há um conselho a ser compartilhado e absorvido para a vida, ele pode ser definido por uma palavra: simplifique. A rotina, os problemas, os caminhos que te levam até o seu objetivo. Aliás, é justamente quando optamos pelo simples que expandimos o olhar para as soluções. Viver é passar pelas dubiedades, com a certeza de que uma infinidade de ensinamentos está prestes a surgir, bastando dar voz a si mesmo e aos seus desejos. Estar livre para optar pelo sim ou pelo não e confiar que, não importa a escolha, se a resposta vem de dentro, a vida tende a prosperar. Já pensou em como abraçar as oportunidades que um momento de ócio pode nos proporcionar? Se preciso, medite, ore ou apenas sente-se em silêncio e procure ‘domesticar’ os barulhos que lhe causam conflitos. Observe, mas

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SIMPLICIDADE

SIMPLICIDADE

No momento em que vivemos um turbilhão de informações e redes sociais mostrando formas diferentes de viver, é preciso ter consciência de que as respostas se encontram dentro de nós. Lições que só quem tem a humildade de ouvir a si mesmo pode aprender.

tente não encontrar justificativa para tudo que acontece. Há coisas que apenas estão. Portanto, preze pelo momento presente, mesmo que lhe traga dor. Assim inicia-se um belo e inspirador processo de autoconhecimento e maturidade. O simples ficou ainda mais evidente quando pessoas se viram impotentes diante de um vírus desconhecido. A pandemia não criou novos seres humanos, mas abriu precedentes para que cada um expandisse sua consciência e repensasse seu lugar no mundo. Rotina, propósito. O verdadeiro sucesso e o real valor do fracasso. Não à toa, o hábito de cultivar plantas e pássaros atingiu o seu ápice. Pontos verdes em meio ao concreto ou o refúgio no campo. Era o momento de se entregar à solitude e pensar. Quando tudo em que as pessoas se apoiavam, especialmente o consumo, foi retirado delas, perceberam-se esvaziadas de si. Quando a escassez de tempo deu lugar ao excesso dele, grande parte dos indivíduos não soube o que fazer. A agenda toda preenchida de compromissos e atividades é, muitas vezes, o reflexo de alguém que não quer viver um luto ou mergulhar profundamente nas sombras e também nas luzes, parte do que somos. Neste caso, o medo de se encarar de frente não paralisa, pelo contrário, incita a acelerar.

também de sua busca interior, foi a relacionar o simples com a forma de tratamento que nos damos. “Há pessoas que não se permitem lidar com o processo de autoconhecimento. Gosto de pensar em emoções e sentimentos como água: quanto mais guardamos, mais eles se acumulam. É como se ficassem represados, podendo chegar ao ponto de transbordar, e o resultado pode ser uma catástrofe, como já assistimos aqui no Brasil, duas catástrofes ambientais. Só que no sentido emocional, vem como uma crise de ansiedade, por exemplo. É importante estarmos seguros de que, se tivermos vontade de chorar, que choremos. Devemos nos dar a permissão para sentir tudo o que vier”, reflete. Alice destaca que a dificuldade que muitas pessoas têm em dizer não para o outro, do estar lá disponível para ele a todo momento, do ouvir mais ao outro e não a si mesmo, priorizando-o, não dando voz às suas próprias vontades e necessidades, tem a ver com se negligenciar, se deixando para depois. Só que isso tem um preço, que pode ser o adoecimento, uma dificuldade - mesmo que momentânea - de lidar consigo mesmo, com seus sentimentos, emoções, desejos. Enfim, a vida simples consiste na maior escuta de si mesmo, do maior contato com a natureza e a verdadeira conexão com o sagrado, a essência do ‘eu’.

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PARCEIROS

PARCEIROS

Sr. Geraldo e filhos no Início da empresa

Sr. Geraldo e Afonso, Funcionário com 26 anos de empresa

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Rose Frizzera

orridente, amante da poesia e da família, que ele coloca em primeiro, segundo e terceiro lugares, apesar de ter se dedicado pesadamente ao trabalho, Carlos Geraldo Machado Casasco completou 80 anos em 2021 e 26 anos de sua empresa, a Perfil Alumínios, que está presente em todos os estados brasileiros, além do Chile, Uruguai e Paraguai. A história deste simpático senhor e sua empresa familiar em nada lembra os carrancudos executivos de testa franzida. Ao contrário, o bom-humor é sua marca registrada e o que ele mais gosta de fazer na empresa é circular entre os funcionários, dar conselhos, contar piadas e bater um bom papo, embora seja o responsável por toda a área financeira. Ele chegou em Vitória aos 40 anos, como sucateiro, vindo de Santos (SP), para dar cabo a materiais recicláveis não ferrosos de empresas como Chocolates Garoto, CST, CVRD, entre outras. Vendia as sucatas de alumínio para uma empresa de Belo Horizonte, cujo responsável, um dia, sugeriu que trabalhasse com alumínios para servir às construtoras. “Não era brincadeira não. Trabalhava muito. Sábado, domingo, feriado, das 7h às 22h, mas em cinco meses já era o maior sucateiro do Estado”, conta seu Geraldo. Em parceria com uma empresa do Rio de Janeiro começou a trabalhar com a indústria de perfis de alumínio. Os três filhos não demoraram a entrar na empresa: Alexandre Perez Casasco, Carlos Eduardo Perez Casasco, o Casé, e Denise Perez Casasco se juntaram ao seu Geraldo. Hoje, a empresa já está na terceira geração, com a participação dos netos Vitor, 20 anos, e Matheus, 19 anos. Sim, aqui todo mundo começa cedo. Com 52 anos de casado com dona Elisa, espanhola que chegou ao Brasil aos 4 anos, ele gosta mesmo é de ficar ao lado dela. “Para mim em primeiro lugar é a família, em segundo a família e em terceiro a família”, conta. Realmente,

DOS MATERIAIS RECICLÁVEIS

A trajetória de Carlos Geraldo Machado Casasco, fundador da Perfil Alumínio, presente em todos os estados e em três países

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Unidade Vila Velha

Unidade Viana

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Sr. Geraldo e Sra. Elisa no Prêmio Líder Empresarial

mesmo se recuperando da Covid-19 e tendo passado por um câncer no ano passado, a alegria de estar ao lado da esposa é impressionante. “Nunca brigamos, é uma paz. Estamos há quase um ano isolados num apartamento e é uma maravilha. Fomos feitos um para o outro”, reforça. Destes 26 anos da Perfil Alumínios, 16 deles são de uma parceria que definiu a entrada da empresa no mercado de construtoras. “No começo, não trabalhávamos com construtoras porque não achávamos que fôssemos dar conta, mas a confiança e a seriedade da Galwan praticamente nos colocou neste mercado e hoje trabalhamos com todas as construtoras”, explica seu Geraldo, lembrando que a primeira obra para Galwan foi o Mar das Antilhas. Hoje, com 340 funcionários e uma produção de cerca de 800 toneladas/mês, a Perfil está em fase de duplicação da fábrica de Viana, para 2022. Eles também estão investindo em um parque fabril ainda mais moderno. “A pandemia mexeu com o mercado da indústria e comércio. As pessoas estão produzindo mais e de forma mais econômica. O crescimento na venda de imóveis cresceu 27%, o que é bastante coisa”, reforça seu

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Geraldo, com otimismo. Para ele, o segredo do crescimento é a liderança. Tem que ter equipe. “Temos uma equipe maravilhosa. Para ser líder tem que dar o exemplo. Se você der um bom exemplo do seu trabalho o seu funcionário quer te seguir”, opina seu Geraldo. Sobre o tamanho da empresa ele o compara a um filho. “A gente não percebe quando um filho cresce. Na empresa talvez a gente perceba pelo número de funcionários. Temos funcionários que têm o mesmo tempo da empresa. E tem um ditado que diz: ‘Trate bem as pessoas quando estiver subindo, pois encontrarás as mesmas quando estiver descendo’”, ressalta ele. Apreciador de poesias, as de Judas Isgorogota, pseudônimo do poeta e jornalista Agnelo Rodrigues de Melo, estão entre as preferidas de seu Geraldo. Mas ele cita uma que muito diz sobre o trabalho, de Francisco Otaviano: “Quem passou pela vida em branca nuvem e em plácido repouso adormeceu, foi um espectro de homem, e não homem. Só passou pela vida. Não viveu!” Família Casasco


GASTRONOMIA

GASTRONOMIA

Cozinheira de formação ítalo-francesa, Cleuza Costa tem preferência pelos pratos quentes e pelos produtos frescos. Ela aprecia a mistura e de saber a procedência de onde vieram os alimentos. “Sou da cozinha quente, gosto de produtos frescos, da mistura, de saber a procedência de onde veio, pois acredito que os alimentos têm uma energia surreal. Quando o produtor rural colhe e leva até a mim o alimento, imagino o quanto de energia emanada não vem daquilo. É dali pra mesa do cliente”, acredita a chef. Para Cleuza, o alimento sente e o amor transforma qualquer legume cozido na melhor refeição do mundo. “Eu acredito nessa lição de alma que é transformar alimento em amor. A experiente chef de cozinha, defende que os melhores momentos estão em volta de uma boa mesa e que toda comemoração nos remete

Cozinha NO QUINTAL DE CASA

"C Cínthia Ferreira

Foto: Marcelle Louback

ozinhar é um ato de amor”. Assim define a Chef Cleuza Costa, mineira de São Miguel do Anta, Zona da Mata Mineira, que há 27 anos escolheu o Espírito Santo para viver. Na área da gastronomia há 17 anos, Cleuza diz que sempre gostou de cozinhar e de estar envolvida nesse universo. Para ela, o cozinheiro já nasce cozinheiro e só aprimora. “A minha alma sempre foi de cozinha e eu só aprimorei”, conta a chef. A sua trajetória começou como estagiária no restaurante Aleixo, na Praia do Canto, em Vitória, onde permaneceu por 8 anos, sendo que durante cinco anos atuou como chef da casa. Em seguida, junto com Felipe Albani, conduziu a Cantina Villa Vecchia, na Praia da Costa, em Vila Velha por dois anos. E em 2013, abriu e comandou o seu Bistrô francês, Della, por seis anos, no mesmo município.

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a presença da comida. Partindo dessa concepção, ela optou por não ter mais restaurantes na forma tradicional, e durante um ano e meio resolveu ter um experiência intimista recebendo poucas pessoas no quintal da sua casa, em Vila Velha. “A ideia foi fazer com que as pessoas tivessem um momento gastronômico. A gente conhecia os clientes e os gostos de cada um. Eu tive esse privilégio de dar total atenção ao cliente”, explica a chef. Na busca cada vez mais de um equilíbrio espiritual e emocional, Cleuza considera que a conexão entre coração, alma e alimento é uma coisa só. “O meu conceito de cozinha hoje não é só alimentar, é nutrir corpo e alma. O ato de cozinhar é um ritual sagrado e ali vai muito do que emano no produto e o respeito a toda grandiosidade que é participar do momento de refeição das pessoas”, disse Cleuza.

CEVICHE DE MELANCIA E CASTANHA DE CAJU Rendimento: 4 porções

INGREDIENTES

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600g de melancia 100g de cebola roxa 2 ramos de coentro 2 pimentas dedo de moça fresca 1 limão siciliano 80g de castanha de caju

MODO DE PREPARO

Corte a melancia em cubos a cebola em finas fatias e a pimenta dedo de moça (se preferir menos picante retire a semente). Misture tudo em um bowl, esprema o limão, tempere com um pouco de pimenta do reino e uma pitada de sal, regue com azeite, salpique o coentro e as castanhas cortadas grosseiramente e sirva.

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GASTRONOMIA

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SPAGHETTI COM CAMARÕES E TOMATE FRESCO Rendimento: 4 porções

INGREDIENTES

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500g de spaghetti de grano duro 800g de camarão vm fresco sem casca 2 tomates italiano sem pele picados 350g de tomate cereja 1 colher de sopa de cebola Azeite Manjericão 1 cálice de vinho branco Sal e pimenta do reino

MODO DE PREPARO

Cozinhe a massa e reserve. Em uma frigideira, aqueça bem com azeite e coloque os camarões em fogo alto. Tempere os camarões com sal e pimenta do reino, vire e coloque perfume com o

vinho branco. Acrescente a cebola e os tomates italianos picados. Por último, acrescente a massa já cozida e os tomates cereja em rodelas, corrija o sal e acrescente o manjericão fresco.

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INSTITUCIONAL

INSTITUCIONAL

Galwinho: o novo amigo da Galwan Q Luciana Coelho

uem se lembra de Galwinho, o papagaio? Pois ele voou para sua casa na floresta e deixou um novo amigo para as crianças na Galwan: um boneco inspirado no Lego, um brinquedo conhecido há várias gerações e que continua atual. O novo Galwinho apareceu pela primeira vez em outubro, no Dia das Crianças, participando de um giro pelos empreendimentos da Galwan, com picolés, distribuição de brindes, brincadeiras e pipoca. “Foram quatro horas de evento em Vitória e Vila Velha e a criançada amou o Galwinho. As crianças queriam tocar, abraçar, tirar foto”, conta Lize Barros, gerente de Marketing da construtora. A ideia surgiu em um piquenique no condomínio Mar do Caribe. “Senti falta da interação do papagaio com as crianças. Fui buscar um personagem que tivesse mais identificação

Inspirado nos brinquedos Lego, o mascote já é sucesso entre as crianças 98 •

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com o público infantil e comecei a pesquisar para saber como poderia ser o boneco. Vi muita coisa do Lego e busquei um traço mais futurista, moderno. Foi assim que surgiu a ideia de trocar de mascote. A aceitação está sendo maravilhosa”, afirma Lize. A comprovação do sucesso do novo Galwinho veio em novembro durante a realização do TriKids, o 1º triathlon infantil realizado na praia de Camburi, em Vitória. Galwinho estava lá para receber as crianças nas provas e entregar as medalhas. “A interação foi a mesma percebida no Dia das Crianças, o carinho foi o mesmo”, disse Lize, informando que tem uma réplica do personagem na recepção da Galwan Imobiliária. “Sempre que a Galwan tiver um evento, ele vai estar presente também”, garante. O carinho da Galwan com as crianças e das crianças com a Galwan é antigo. “As crianças estão no DNA dos nossos empreendimentos residenciais, mas só percebemos isso lá atrás, há mais de 20 anos, quando notamos que uma criança sabia mais o que a Galwan oferecia que o corretor de imóveis que conversava com os pais dela. Tudo isso por causa das nossas áreas de lazer”, recorda José Luís Galvêas Loureiro, diretor-presidente da Galwan. O objetivo, segundo José Luís, é intensificar essa proximidade. “Sabemos que coisas que envolvem crianças são delicadas, mas tudo que pudermos fazer, faremos com alegria. Queremos mais eventos com as crianças, sem oferecer produto. Criamos o Galwinho e a revistinha do Galwinho para colorir. Tudo com a participação da garotada. Isso dá uma satisfação enorme para nós adultos”, diz.

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Casa Nengeta

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conceito de sustentabilidade, tão distante há alguns anos, se mostra mais forte e importante do que nunca e se tornou uma realidade em diversos segmentos, inclusive na construção civil. São engenheiros, designers e arquitetos pensando, juntos, ideias que possam contribuir com um mundo mais equilibrado. E quando o assunto é sustentabilidade em moradias, as casas modulares e em contêineres, tão comuns na Europa e em regiões inóspitas, também começam a conquistar o Brasil por conta de dois principais atrativos: rapidez e custos reduzidos.

sustentáveis

O futuro já chegou: e a utilização de módulos pré-fabricados e de contêineres como moradia veio para ficar e promete revolucionar a construção civil e a arquitetura

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ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO

ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO

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O modelo de construção modular é baseado em módulos pré-fabricados em ambiente controlado fora do canteiro de obras. Eles podem ser justapostos ou acoplados, formando uma residência completa – com sala, quarto, cozinha e banheiro -, seja de forma vertical ou horizontal. Estes módulos podem ser feitos de madeira, vidro, concreto, aço/steel frame e outras matérias-primas utilizadas na construção pré-fabricada. Além de ser mais rápida na construção, a moradia modular é versátil e flexível, pois permite que a planta se adapte à necessidade do morador. Por exemplo, caso haja necessidade de se acrescentar outro cômodo, basta comprar módulos para erguê-lo, sem investir em reformas que demandam tempo e geração de resíduos e poluentes. O contrário também pode acontecer: é possível se desfazer das partes que compõem um cômodo e reciclá-las. Ela também agride menos o meio ambiente, pois os módulos retirados podem ser reutilizados, evitando desperdício de material, diferente do que acontece em uma reforma de uma habitação em alvenaria.

CONFORTO E DESIGN

Referência no Brasil em arquitetura modular, o arquiteto e urbanista mineiro Felipe Savassi acredita que a construção modular/industrializada/off-site veio para ficar: “Eu tenho certeza, assim como todos os institutos de pesquisa na área da construção civil, de inovação e

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Chalés Casa Nengeta

de tecnologia, que a construção industrializada/off-site é o melhor caminho a ser seguido. Não é mais “se”, mas sim “quando” esse sistema tomará conta de todo o mercado”, profetiza. Para ele, é perfeitamente possível aliar sustentabilidade, estética, funcionalidade e design neste modo de construção. E luxo também. “Há diversas medidas que podem ser implementadas para transformar uma residência mais sustentável, e nem todas impactam em sua estética. Diminuição de consumo de energia e adoção do reuso de água são alguns exemplos de como pequenas alterações podem impactar positivamente na edificação. Outro ponto importante são as tecnologias que quando bem utilizadas podem trazer mais sustentabilidade e agregam valor à construção”, pontua. Entre os projetos feitos por ele, Felipe destaca a Casa Nengeta, um complexo modular alto padrão, localizado em meio às montanhas de Lapinha da Serra, Minas Gerais, que foi pensado para ser um refúgio em meio à natureza. Além da casa para os proprietários, foram projetados

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ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO

Entrada Casa Joca

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Fachada Casa Joca

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ARQUITETURA E CONSTRUÇÃO

Casa Mais Sustentável - Casa Cor

mais 6 chalés para hospedagem. O complexo será desenvolvido com um sistema construtivo painelizado com uso de madeira engenheirada (CLT e MLC). Outro queridinho é a Casa Joca, um ambiente aconchegante e elegante para a família da Sabrina, Edu e Joca. Um lugar para se criar novas memórias de convivência e alegria. O terreno possui uma área total de 778,87m² e está localizado no Condomínio Residencial Três Ribeirões, em Criciúma, Santa Catarina.

contêineres já é bem popular, nosso Estado está começando a utilizar esta ousada tecnologia do bem. Tenho certeza que vamos avançar bastante”, acredita. Pioneiro, ele já projetou cafés, lojas e até casa no lago. Tudo em contêiner. Porém, dentre seus xodós, ele destaca o projeto “Casa mais Sustentável”, apresentado em uma das edições da Casa Cor ES. “Projetei e construí em um contêiner de 40 pés, que recebeu centenas de visitantes. Instalamos energia solar, energia eólica, aquecimento de água solar, telhado verde, dentre outras tecnologias verdes. Após a mostra, o contêiner se transformou em estúdio de TV, depois estande de obra, e hoje é uma loja. Esta tecnologia mostra a mobilidade sustentável de uma obra com contêineres”, conta, entusiasmado.

CONTÊINER: CASAS DE AÇO

Assim como as modulares, as casas contêineres são versáteis e permitem inúmeras possibilidades criativas. Sim, elas são feitas de aço. Após cruzarem os setes mares transportando mercadorias, os gigantes baús podem ser aproveitados após sua aposentadoria para serem transformados em casas, lojas, serviços, entre outras funções. Mas o material não impede que falte sofisticação ao visual do lar. É só combinar materiais, revestimentos e outros elementos arquitetônicos que é possível ter uma casa sofisticada e aconchegante. Heliomar Venâncio, arquiteto e urbanista com mais de 30 anos de atuação, autor do livro “Minha Casa Sustentável”, umas das primeiras publicações sobre o tema no país, tem diversos projetos sustentáveis, inclusive em contêiner. “A criatividade dos arquitetos se transforma em surpreendentes soluções para o uso humano. No sul do Brasil o uso de

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SOLUÇÕES VERDES EM MORADIAS TRADICIONAIS

As moradias tradicionais também podem ser sustentáveis. A construção verde, além de amenizar os impactos à natureza, reduz os resíduos e utiliza com eficiência os materiais e bens naturais, como água e energia, gerando menos manutenção e também valorizando o imóvel.

Casa Mais Sustentável - Casa Cor

“Uma construção sustentável depende muito do quanto o proprietário quer a sua obra verde, pois são vários itens que podem ser implementados a partir do projeto. Desde uma implantação com o mínimo de impacto com movimentação de terra no terreno e transtornos ao entorno, destinação correta de resíduos durante e após a obra, eficiência bioclimática no interior da edificação integrada ao verde, até eco eficiência de água e energia. Portanto, é possível em todo tipo de construção”, esclarece Heliomar Venâncio.

TENDÊNCIAS EM DESTAQUE NO SETOR

Alguns recursos verdes para uma construção sustentável incluem painéis solares, descargas com fluxo duplo, captação e reaproveitamento de água de chuva e de chuveiros. Também podem ser usados materiais como madeira plástica, solo cimento, concreto reciclado, entre outros. Destaque para os telhados verdes, técnica para o plantio de árvores e plantas em coberturas de residências ou prédios. Além de embelezarem as cidades, eles absorvem o calor até 90% a mais do que os sistemas convencionais, e ainda é possível criar um local com múltiplas possibilidades de uso.

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Entre os eventos mais emocionantes está a apresentação da banda capixaba Clube Big Beatles, comemorando o aniversário da Galwan, no dia 28 de novembro. Num ônibus vermelho estilo inglês, Edu Hening e demais integrantes da Big Beatles entoaram clássicos da banda britânica de Liverpool como “Here comes the sun”, “All We Need Is Love”, “Imagine”, levando mensagens de esperança e fé, no melhor estilo paz e amor. O percurso começou na Avenida da Praia, em frente ao stand do Jazz Residence, mais novo lançamento da Galwan, passando por

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riar experiências únicas para os clientes, colaboradores e a comunidade é um dos pilares que move a Galwan em seus quase 40 anos de trajetória. Além de entregar sonhos, a empresa realiza ações para agradecer todo carinho e confiança depositados na construtora. “Nossa história é feita de pessoas e oferecer bons momentos que se tornarão boas memórias é um prazer para a Galwan”, destaca José Luís Galvêas Loureiro, diretor-presidente da Galwan.

Galwinho no carretão no dia das crianças Vista aérea do Carretão em Vila Velha

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Sempre preocupada com seus clientes, colaboradores e comunidade, a Galwan promove eventos que alegram o coração e criam boas memórias

Apresentação da Banda Clube Big Beatles, no aniversário da Galwan

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Dia das crianças

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algumas avenidas como a Estudante José Júlio de Souza, Antônio Gil Veloso, Hugo Musso, terminando no local onde embarcou. E a recepção não poderia ter sido melhor: acenos, sorrisos e gritos das varandas de prédios, de quem caminhava pelas ruas, além de buzinadas e faróis piscando dos carros que cruzavam com o ônibus vermelho durante o percurso, confirmaram que a apresentação foi um sucesso. Outro evento que deu o que falar foi o Dia das Crianças, promovido pela Galwan, marcando a apresentação do novo mascote da Galwan, o Galwinho, um boneco inspirado no Lego, brinquedo conhecido há várias gerações e que continua atual. A ação aconteceu em Vitória e Vila Velha, no dia 17 de outubro. Ele desfilou em seu divertido carretão visitando empreendimentos

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da Galwan e fez a alegria da criançada distribuindo picolés, brindes, pipoca e promovendo brincadeiras por onde passou. “Foram quatro horas de evento em Vitória e Vila Velha e a criançada amou o Galwinho. Elas queriam tocar, abraçar, tirar foto”, lembra Lize Barros, gerente de marketing da construtora. E, para incentivar suas funcionárias a manterem os exames e consultas de rotina em dia, incluindo a mamografia, no mês de Outubro, foram feitas camisas personalizadas especialmente para elas com o tema de “Outubro Rosa”. “A mamografia continua sendo o principal meio de prevenção contra o câncer de mama e a mulher deve ter esse autocuidado com a saúde. Incentivar essas ações é uma forma de estimular as mulheres a fazerem exames periódicos”, frisa Lize.

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Locação por aplicativo

NOVAS CONTROVÉRSIAS RAFAEL TEDESCO é mestre em Direito e sócio do Escritório RODRIGO LOUREIRO MARTINS ADVOGADOS ASSOCIADOS e membro associado ao IBRADIM – Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário

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asta abrirmos o smartphone que temos um mundo de opções a nosso dispor e o Direito é sempre desafiado a se adaptar, regular novos comportamentos e resolver os conflitos que surgem. Com isso, recentemente, em 20 de abril de 2021, o Superior Tribunal de Justiça, analisando sobre a possibilidade, ou não, da “locação” por aplicativo em determinado caso concreto, entendeu, por estreita maioria de votos, ser possível a imposição de limites a essa modalidade de “locação” em unidade condominial com destinação residencial para fins de hospedagem remunerada, com múltipla e concomitante locação de aposentos existentes nos apartamentos, a diferentes pessoas, por curta temporada, embora a referida decisão não deva configurar precedente para situações que, embora parecidas e referentes ao Airbnb, não possuam as mesmas particularidades. Mais ainda recentemente, o mesmo Superior Tribunal de Justiça se debruçou novamente

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sobre este tema para decidir se condomínios podem proibir o aluguel por curta temporada por meio de plataformas digitais, havendo manifestação da 3ª Turma permitindo ao condomínio a proibição dessa prática, desde que prevista na convenção, respeitando o quórum de votação de dois terços para a sua alteração. Ocorre que algumas análises precisam ser realizadas sobre essa hipótese, alertando, desde já, aos leitores que, embora o tema tenha ganhado ampla repercussão, especialmente porque toca em questões sensíveis das relações condominiais, principalmente no que se refere ao sossego, à segurança e à salubridade dos condôminos, cada caso deve ser interpretado segundo suas condições peculiares. Num primeiro momento, poder-se-ia levar a confronto o direito de propriedade de um lado e a segurança de outro para, então, debater-se acerca se seria possível, ou não, haver a cessão da posse das unidades imobiliárias em condomínios residenciais por diária.

contrato de hospedagem (contrato atípico de hospedagem), cabe-nos analisar a possibilidade da sua realização quando o seu objeto diz respeito a um “contrato de hospedagem atípico em condomínio com destinação residencial”. Para tanto, é preciso analisar a constituição e, sobretudo, a atribuição da finalidade do condomínio edilício, porquanto a possibilidade ou não de se disponibilizar unidades imobiliárias para hospedagem por diárias através do uso de plataformas digitais encontrará guarida na destinação do condomínio edilício prevista na convenção, sem que isso represente afronta ao direito de propriedade do condômino. Novamente segundo Rodrigo Toscano, as tradicionais vedações sobre a impossibilidade de se ter, por exemplo, uma loja, um consultório médico, uma clínica de beleza em um apartamento, não suscita a mesma discussão que vemos agora com o contrato atípico de hospedagem? A obrigatoriedade de se observar as regras de destinação da edificação não afronta o direito de propriedade, não havendo

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Porém, seguindo o pensamento do professor Rodrigo Toscano, torna-se relevante analisarmos se estaríamos diante de um “contrato de locação por diária” ou de um “contrato de hospedagem” ou de um modelo contratual atípico. Para Rodrigo Toscano, a natureza jurídica desse tipo contratual que envolve, ao menos, três relações jurídicas (entre o anfitrião e o prestador de serviço pelo aplicativo; entre o hóspede e o prestador de serviços pelo aplicativo, e; entre o anfitrião e o hóspede), transcende a locação, bem como ao contrato de hospedagem previsto na Lei 11.771/2008, embora esteja mais aproximado deste. Sendo assim, conclui tratar-se, na verdade, de uma atividade complexa, cuja natureza jurídica do contrato envolvendo a plataforma Airbnb e assemelhadas é híbrida ou mista, traduzindo-se num contrato "sui generis" por envolver aspectos da locação e da hospedagem, com preponderância desta última. O Min. Raul Araújo entendeu tratar-se de “um contrato atípico de hospedagem, que expressa uma nova modalidade, singela e inovadora de hospedagem de pessoas, sem vínculo entre si, em ambientes físicos de padrão residencial e de precário fracionamento para utilização privativa, de limitado conforto, exercida sem inerente profissionalismo por proprietário ou possuidor do imóvel, sendo a atividade comumente anunciada e contratada por meio de plataforma digitais variadas”. Sendo assim, ou seja, partindo da natureza jurídica de um contrato atípico, aproximando-se mais de um

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O cumprimento desses preceitos é sua obrigação – devendo ser repassado aos hóspedes – sendo ele, condômino, o responsável por eventuais sanções previstas na convenção por mau exercício da posse por parte de hóspede. Como pôde ser notado por essas breves anotações, a questão está longe de ser resolvida. Desse modo, recomenda-se aos condomínios e às construtoras que adequem (para aqueles condomínios já formados) ou elaborem (para os condomínios ainda em formação pelas construtoras/incorporadoras) as convenções conforme essa nova realidade, a fim de que já deixem clara a permissão, ou não, desse tipo de atividade, e, se acaso permitirem, a regulamentem de forma específica a fim de preservar a segurança, o sossego e a salubridade dos demais condôminos, bem como permitindo que o futuro adquirente daquela unidade condominial tenha ciência prévia dessa atividade comercial ou, então, acerca de sua proibição, o que poderia, por exemplo, inibir a aquisição por parte de alguns investidores.

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inconstitucionalidade, pois se está observando as normas de natureza convencional autorizadas pela lei e, dentro das quais, deve se desenvolver o exercício do direito de propriedade. Por outro lado, o Des. Marco Aurélio Bezerra de Melo entende que a natureza jurídica deste contrato seria de locação por temporada nos moldes previstos pela Lei nº 8.245/91, que, por sua vez, defendeu a tese de que os condôminos/proprietários não poderiam ser proibidos de realizar a locação de curta temporada via Airbnb, por afronta ao direito de propriedade, não obstante possa o condomínio adotar medidas para regular o seu funcionamento, como o cadastramento dos anfitriões na portaria, dentre outras. O seu posicionamento é justificado sob o pálio de que as restrições previstas na convenção condominial e regimento interno devem ser razoáveis e não podem obstaculizar o exercício legítimo do direito de propriedade, com a declaração de nulidade de cláusula que proibia a utilização de área comum por condômino inadimplente, ou, ainda, a determinação cega de proibição de animais no interior das unidades autônomas, ou seja, estes somente serão proibidos se colocarem em risco o sossego, a segurança ou a salubridade dos demais condôminos. Portanto, a proibição ofenderia o direito de propriedade, colocando em risco a segurança jurídica, a livre iniciativa e com ela a própria liberdade econômica, devendo os casos eventuais de abuso de direito por parte dos condôminos e possuidores eventuais ser corrigidos pontualmente, não se esquecendo de que o anfitrião continua a ser condômino, tendo assim, que respeitar todas as regras de saúde, sossego e segurança que regem a vida condominial.

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PLANTAS ALIMENTÍCIAS

Diversos estudos etnobotânicos apontam que essas PANCs são consumidas há séculos, e estudos laboratoriais reforçam que de fato são comestíveis e, muitas vezes, mais nutritivas do que as hortaliças consideradas convencionais”, explica Galvêas. Há ainda uma grande diversidade de plantas consideradas “daninhas”, mas que são comestíveis, como a beldroega, a capiçoba, os carurus (amarantos), os carirus (talinum), as serralhas, as alfaces silvestres, o almeirão-roxo, a guasca (botão-de-ouro), o dente-de-leão, a labaça, a tanchagem, o mastruz, a rúcula silvestre (lepidium), o picão-preto, a buva, o trevo (azedinha) e a couvinha-cravo, os camapus (fisális), o pepinículo e o melão-de-São-Caetano. “Elas ocorrem nas calçadas, quintais e hortas, mesmo que não sejam plantadas, porque criamos as condições perfeitas para seu desenvolvimento e dispersão. A situação de desuso da maioria das PANC pelos segmentos da sociedade acarreta em fragilidade com relação ao risco de perda desses materiais genéticos rico em nutrientes”, alerta o agrônomo.

Não Convencionais surpreendem pelo valor nutricional Elas ocorrem nas calçadas, quintais e hortas e são indicadas até mesmo na substituição da carne

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Thaís Tomazelli

lantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) são plantas com potencial alimentício e desenvolvimento espontâneo, não consumidas em larga escala ou utilizadas apenas em determinada região. Um exemplo de PANCs é a ora-pro-nóbis, uma planta muito conhecida por ser um alimento altamente nutritivo. Seu nome popular, ora-pro-nóbis, tem a origem associada a orações dos padres. Conta-se que as pessoas colhiam esta erva em terrenos de igrejas, enquanto padres entoavam orações em latim “Orai por nós”. Com alto teor de proteínas, a ora-pro-nóbis é um dos alimentos mais indicados para a dieta de vegetarianos, funcionando como substituta da carne. É popularmente chamada de "carne dos pobres", justamente, pelo alto teor das proteínas que são fundamentais para a saúde dos músculos, ajudam na composição da pele, dos cabelos e são importantes para a imunidade. Segundo Fabiana Ruas, bióloga do Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a ora-pro-nóbis é uma planta muito vigorosa e resistente à seca. “As flores são pequenas e brancas e nos ramos apresenta falsos espinhos semelhantes aos da roseira. Os frutos são pequenas bagas espinhosas de cor amarela. A planta é originária das Américas ocorrendo

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espontaneamente dos EUA até o Brasil. É uma planta rústica e não tolera terrenos encharcados. Devido à sua rusticidade, a planta adapta-se a diversos tipos de solo, sendo pouco exigente em fertilidade”, explica. As folhas da ora-pro-nóbis são encontradas, principalmente, em algumas regiões de Minas Gerais onde é consumida de diversas formas, seja refogada, em sopas, no feijão ou em recheios de tortas e salgados. A ora-pro-nóbis é um dos tipos de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) que podem e devem fazer parte de uma alimentação saudável. Conforme explica o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, Pedro Arlindo Galvêas, dentre os “matos comestíveis”, há também hortaliças tradicionais da culinária brasileira. “Incluem-se nessa lista a major-gomes ou cariru, no Norte e Nordeste; os carurus ou bredos, nas áreas rurais do Brasil todo; a capiçoba, no Centro-Oeste e Sudeste.

Produção em vasos

São feitas covas rasas, ou sulcos, quando se faz o plantio para cerca viva.

O solo pode ser adquiro em casas de produtos agropecuários. Importante usar vasos no mínimo 10 litros, pois esta planta perdura por anos. O plantio é feito pelo enraizamento de estacas de caule com 15 a 20 cm, dos quais a metade (parte basal) será enterrada. A muda precisa ser regada diariamente, mas após estar plenamente enraizada, torna-se tolerante à seca. Por se tratar de planta muito vigorosa, sugere-se podá-la periodicamente no plantio em vasos. A orientação é fazer a primeira poda a 20 cm do solo quando a planta tiver cerca de 1,0 m de altura, lembrando que a poda já é uma colheita.

Plantio

Colheita e pós-colheita

PRODUÇÃO NO CAMPO/ JARDIM DA ORA-PRO-NÓBIS: Preparo de solo

A propagação da planta é vegetativa, feita pelo enraizamento de estacas. O material proveniente da região intermediária do caule, nem muito verde nem muito lenhoso, é o que apresenta melhor pegamento. As estacas devem ter de 15 a 20 cm de comprimento, dos quais a metade (parte basal) será enterrada no solo.

Tratos culturais

Em períodos de seca é necessário irrigar pelo menos uma vez por semana. A primeira poda, deve ser feita a 20-30 cm do solo, com 75 a

90 dias após o plantio e a planta estiver com cerca de 1,0 m de altura. Deve-se buscar estabelecer um formato de “taça” para as plantas, deixando-se desenvolver somente os galhos bem orientados, voltados para cima, deixando duas ou três gemas viáveis para rebrota. Deve-se, portanto, retirar os galhos baixeiros ou malformados (muito finos ou horizontais), sem deixar gemas viáveis, o que se faz podando-os bem na base, na inserção do galho principal.

SAÚDE

SAÚDE

Pedro Arlindo Galvêas, Engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa

A colheita inicia-se com cerca de 75 dias após o plantio, junto com a poda de formação. As folhas devem apresentar de 7 a 15 cm de comprimento. Na colheita deve-se retirar a de hastes (poda), efetuando-se a retirada das folhas à sombra. Recomenda-se o uso de luvas para evitar ferimentos nas mãos. A conservação pós-colheita das folhas da ora-pro-nóbis é relativamente boa, principalmente se forem embaladas em sacos plásticos e colocadas na geladeira, o que amplia em, pelo menos, cinco dias seu período de conservação.

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SAÚDE

PÃO DE ORA-PRO-NÓBIS INGREDIENTES

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xícaras (100g) de 2 ora-pro-nóbis folhas frescas inteiras 1 xícara de grão de bico pré-cozido 1 xíc. de farinha de arroz integral 3/4 de xic de polvilho doce

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/4 de xícara de 3 farinha de aveia 1 colher de sopa de fermento seco biológico instantâneo 1 colher de chá de sal 1/2 colher de chá de bicarbonato

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1 /2 colher de chá de goma xantana 1/4 de xic de azeite 3 ovos 1/2 xícara + 2 colheres de sopa de água morna

MODO DE PREPARO

Junta todos os ingredientes a seco, bata os ingredientes no liquidificador com a água, azeite,ovos, ora-pro-nóbis. A massa não fica seca, para conseguir o ideal pode acrescentar uma a duas colheres de água, se necessário. Nivela na forma com os dedos molhados e salpique sementes de abóbora. Dica importante: antes de ir ao forno deixa crescer dentro do forno desligado com uma caneca de água quente ao lado. >> Sugestão de Da. Maria José – Instituto Amor e Vida – Cariacica-ES.

Um novo lugar para viver bem na

Praia da Costa EM BREVE

ESCONDIDINHO PANC INGREDIENTES

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4 kg de Cará, Inhame ou Batata doce 2 litros de leite integral 500g de cebola 30g de alho 3 maços de Ora-pro-nóbis 3 maços de Capeba

MODO DE PREPARO

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1 maço de folhas de Capuchinha 4 kg de carne bovina em cubos 400g de requeijão cremoso 500 ml de óleo Sal a gosto

Cortar a cebola e o alho em cubos pequenos e reservar. Cozinhar o cará, inhame ou batata doce com casca em água com um pouco de sal até ficar macio. Retirar as cascas e amassar formando um purê. Reservar. Temperar a carne e reservar. Para o recheio: Aquecer o óleo e dourar a carne aos poucos. Reservar a car[1] ne. Na mesma panela, refogar a cebola e o alho. Retornar com a carne e me[1]xer bem. Colocar as PANC e misturar cuidadosamente até apurar. Se necessário, acrescentar sal em pouca quantidade para corrigir o sabor. Em uma panela, colocar o purê, acrescentar o leite e envolver bem deixando bem liso. Finalizar com requeijão e acertar o sal. Em uma assadeira de alumínio, colocar o recheio, cobrir com o purê e levar ao forno pré-aquecido a 180°C até dourar (cerca de 20min). Servir em seguida. Obs: Utilizar as PANC que tiver disponíveis, sendo talos, raízes, castanhas, folhas e flores.

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GANHA GÁS NA CRISE PANDÊMICA

José Luís Galvêas Loureiro, diretor-presidente da Galwan, considera que 2020 e 2021 foram anos redentores para a construção civil. Já 2022 pede cautela e equilíbrio

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Flávia Varela

construção civil quando estava retomando as atividades se deparou, a princípio, com um mercado instável em 2020/2021. Diante de um cenário pandêmico, muitas empresas, indústrias, bares, restaurantes e diversos outros setores ficaram sem rumo com relação a como atuar, faturar, manter os negócios e, principalmente, sobreviver ao caos gerado pela proliferação do vírus da Covid-19. No setor da construção civil, que sofria uma baixa desde 2014, essa nova realidade veio com diversas indagações. Como ficaria o mercado imobiliário, o canteiro de obras, as questões trabalhistas, o que poderia ser liberado para fazer ou não, como seria o transporte desses funcionários, como seria a relação entre os fornecedores, entre outras incógnitas.

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também ganhou gás. “Houve uma série de acontecimentos que colaboraram para aumentar as vendas de imóveis. Houve a baixa da taxa Selic. As pessoas saíam menos de casa e tinham menos gastos com lazer. Além disso elas viram na aquisição de imóveis uma oportunidade em termos de segurança e rentabilidade. O mais interessante era ter uma garantia real para seu investimento”, reforça Galvêas. Nesse contexto, as vendas de lotes e casas aumentaram enquanto que as de salas e lojas ficaram prejudicadas justamente porque não era mais preciso sair de casa. Uma pesquisa feita pelo portal Imovelweb mostrou que houve um aumento expressivo na procura por terrenos com saldo positivo de mais de 200% na compra de lotes. Vale salientar, conforme explica Galvêas, que as empresas tinham empreendimentos na gaveta na época da estagnação. “Em um primeiro momento aumentou os custos de materiais na construção civil por causa desse aumento de demanda. A indústria aproveitou o "boom" para recuperar sua rentabilidade que estava sacrificada”, relembra.

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Mercado imobiliário

Segundo o diretor-presidente da Galwan, José Luís Galvêas Loureiro, em Vila Velha, o quadro econômico era ainda pior. Desde 2012, a cidade estava com grande insegurança jurídica devido a inconstitucionalidade de 13 artigos do Plano Diretor Municipal (PDM) decretada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo. “No Brasil, o setor estava estagnado desde 2014, exceto no Rio de Janeiro, em função das Olimpíadas que demandou muitas obras e, por isso, adiou o início da crise para depois das Olimpíadas”. A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) de 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforça esse parâmetro. Segundo os dados, em 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 1,4%, o terceiro valor positivo seguido após a retração observada em 2015 e 2016. A construção havia retraído em 2017 e 2018 e voltou a crescer em 2019, alcançando 1,5%, conforme a pesquisa. A criação de empregos no setor também voltou a crescer, após vários anos de queda ou estagnação. Dentre os 12 setores analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a construção civil foi o que teve a maior queda no Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, encolhendo 5%. Para Galvêas, foi somente em 2020 que, surpreendentemente, veio a melhora do mercado. “O ano de 2020 foi um ano redentor para o mercado imobiliário. Foi um ano em que saímos de uma crise em plena pandemia”, disse. Esse paradoxo, de sair da crise da construção civil em plena crise pandêmica, pode ser explicado por alguns motivos. Durante a quarentena, as pessoas passaram a ficar mais tempo em suas casas e perceberam como é importante morar bem. A aquisição de imóveis ganhou força e, por isso, o mercado imobiliário

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O preço do imóvel, consequentemente, também aumentou, mas de forma sustentável. “O custo para produzir um imóvel no início de 2021 teve um índice de aumento quatro vezes maior que o da inflação no mesmo período. Digo que o aumento do imóvel foi sustentável porque o preço da mão de obra e dos insumos também aumentaram, inclusive pelos efeitos cambiais que privilegiam as exportações”, explica. Com todas incertezas do mercado, 2021 termina com a valorização do mercado imobiliário, seja pela procura por um investimento seguro, valorização de Fundos Imobiliários, ou pela própria geração de ganhos em cadeia pelos projetos sociais de distribuição de renda. Segundo Galvêas, a construção civil é um dos setores cuja cadeia produtiva mais emprega a mão de obra não especializada, irriga financeiramente os bairros mais carentes e faz a economia circular. “O setor da construção civil foi um setor privilegiado na pandemia e felizmente uma âncora para a manutenção de empregos e desenvolvimento social”, afirma.

MERCADO TORNA-SE INCERTO PARA 2022

Em 2022, a ordem é a busca pelo equilíbrio e a manutenção do setor da construção civil. Segundo o diretor-presidente da Galwan, José Luís Galvêas Loureiro, setores como o de tecnologia da informação, agropecuária e a própria construção civil conseguiram passar por 2021 de forma estável, todos com forte ênfase em inovação. Em contrapartida, segundo ele, 2022 deverá começar com novas incertezas. “Os juros já começaram a subir novamente e podemos ter um problema com relação à oferta e à demanda por produtos. Temos pessoas com dinheiro que desejam comprar imóveis ou fundo de ações imobiliárias, mas podem voltar para o mercado financeiro. Há também, por enquanto, falta de

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produtos, mas muitas previsões de lançamentos e esse é o risco, se a indústria não conseguir se planejar”, acredita. Além disso, 2022 vem com uma polarização política de situações antagônicas como reformas legislativas, questões cambiais e econômicas que podem gerar insegurança no mercado. O avanço da vacinação contra a Covid-19 e a normalidade desejável a todos são outros pontos importantes que o mercado imobiliário precisa observar no planejamento das ações futuras. “Com as pessoas imunizadas e o isolamento social extinto, setores como o de turismo tendem a se fortalecer e as pessoas tendem a voltar a viajar e a gastar dinheiro com outras prioridades”, reforça. Para se manter competitivo, o setor produtivo tem que observar com atenção ao equilíbrio da oferta de produtos com a demanda. “Acredito que depois desse evento pandêmico, o porto seguro das pessoas para investir vai continuar sendo a compra de um bem imóvel”. Galvêas afirma ainda que as empresas que trabalharem de forma fidedigna com as propostas alinhadas e bem definidas têm mais chances de alavancar seus negócios. “Devemos ter uma preocupação com o que apresentamos ao cliente e com aquilo que realmente entregamos, afinal o imóvel muitas vezes é um investimento de uma vida toda e é nossa responsabilidade encantar as pessoas com um marketing ilustrativo e verdadeiro e entregar o prometido sem causar frustrações ou descontentamento”, finaliza.


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grande, a perfeita solidão exige uma companhia ideal”, Nelson Rodrigues

Por MARIA SANZ MARTINS, é advogada, escritora e designer. Autora do livro “A Vida Secreta da Gente”.

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Você sabe, o amor é um dos acontecimentos mais maravilhosos possíveis. Mas, isso não significa que ele não seja complexo... Ao contrário, dependendo da configuração, ele também pode envolver inúmeros tipos de frustrações. Fazer o quê? Nos relacionamos para nos tornarmos maiores, para amplificarmos a existência, para experimentarmos a sensação de unidade. E fazendo isso desde que nascemos, logo aprendemos que a criação dos laços, ou o cultivo da gosma que nos mantém unidos, dependem das emoções. E como das emoções, o amor é mesmo o maior, o mais plumoso, o mais importante de todos, ele então precisa estar sempre acompanhado, escoltado por uma dupla imprescindível: a inteligência e a vontade. Porque sem isso, sem este cuidado, que também podemos chamar de aprendizagem, o amor pelo outro bem pode tornar-se perigoso. Ou seja, no lado sombrio do amor, que se dá quando ele se perde da inteligência ou da vontade, podem surgir sentimentos de vibrações muito baixas, como a insegurança, o ciúme, a posse, a carência... E quando isso acontece, a energia vital que nos sustenta, vai ladeira abaixo. Ou você não conhece alguém que tenha caído em depressão por conta de um amor mal sucedido?

Na falta do amor-próprio o outro se transforma num encarregado, num condenado a suprimir essa falta. Bem, aí é batata! Nesse caso o enlace vira nó cego, e o abraço, o do afogado: aquele que leva todos ao fundo do poço. De modo que ter uma vida interior rica e sadia é única forma de fazer elos sadios com os outros. Atente, vida interior rica significa cultivar motivações íntimas que nos guiem para um horizonte de realizações materiais e espirituais. Buscando a constante nutrição de um sentido, de um propósito ou de um caminho evolutivo. Ou em português claro, o que estou dizendo é que para se relacionar com o outro, é preciso primeiro se relacionar consigo. Ponto. Criar e sustentar o amor-próprio. Amar e suportar a solidão – essa, existencial; essa que não tem a ver com sofrimento, mas sim com a consciência de que chegamos e partiremos sós deste mundo; essa que no fim das contas é o que nos define; essa que diz do nosso caminho espiritual, que é sempre individual, ainda que tenhamos irmãos gêmeos; essa em que somos nós, nossas bênçãos, nossos carmas e nossos botões. Enfim, como bem disse Nelson Rodrigues, essa grande, perfeita solidão, precisa, deseja, procura, anseia por uma companhia ideal. E assim voltamos ao ponto inicial: como podemos nos relacionar, sem ter amor de sobra? Amor com escolta, amor como escola, amor como propósito, amor como revolução? Então cultivar a vida é cultivar a força da vontade para realizar, cultivar a inteligência para aprender e transformar, cultivar todas as formas possíveis de se nutrir de dentro pra fora. Finalmente, o outro pode caminhar ao meu lado; o outro pode ser um companheiro, marido, parceiro, esposa, namorado; pode ser um elo que nos deixa mais felizes, mais fortes. Mas para isso há uma premissa irrevogável: sermos todos inteiros.

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Da perfeita

E se isso acontece é porque na ausência da “vontade” estagnamos, perdemos o poder de ação. E na falta da “inteligência”, ilusionamos, caímos na fantasia, no medo, na distorção da realidade. Portanto, não por outra razão, amar a si próprio é das principais providências para que o elo com o outro seja sadio, seja potente e mantenha o equilíbrio.

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emojis humanos. E embora essa mudança tenha superficialmente solucionado a questão de raça, ela possibilitou um outro problema: o blackface digital. O blackface digital é o ato de produzir, postar ou circular emojis, gifs, memes e outras imagens de negros para expressar várias reações emocionais on-line — é a prática de não-negros que reivindicam anonimamente uma identidade negra por meios tecnológicos. Usar um emoji muito mais escuro que o seu próprio tom de pele indica uma falta de autoconsciência. Essa ação, de experimentar uma raça diferente por diversão em suas interações digitais, é reservada para aqueles que já caminham pela sociedade com uma certa quantidade de privilégios. Embora isso não signifique que a pessoa seja necessariamente racista, isso indica uma falta de consciência do que pode representar para as pessoas dessa raça que recebem a mensagem do outro lado da tela. Ao experimentar a pele negra quando é divertido, seguro e conveniente, a pessoa não-negra banaliza as experiências e a luta histórica de pessoas negras. Por exemplo, um adolescente branco ao entrar em uma loja de artigos de luxo com certeza não teria vontade de se passar por um negro naquele momento. Ao contrário de pessoas brancas, os negros não podem escolher quando é conveniente invocar sua negritude. Quando entramos no mundo digital, é fácil sentir que podemos deixar nossas identidades da vida real para trás. Mas a dinâmica de poder que existe na vida real não desaparece

DAVID NEMER é professor na Universidade da Virgínia, PhD em Computação, Cultura e Sociedade, mestre em Antropologia e Ciência da Computação. É autor do livro "Tecnologia do Oprimido" e “Favela Digital: o outro lado da tecnologia”.

Emojis

E BLACKFACE DIGITAL

O

s emojis fazem parte do Unicode, um vasto e importante padrão usado em quase todos os sistemas de computação. Unicode é o que garante que um “a” na minha tela se pareça com um “a” na sua, e que um emoji de estrela permaneça uma estrela em todos os lugares. Os emojis na verdade antecedem os smartphones

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modernos, pois emergiram do caótico ecossistema de telefones do Japão. Mas foi somente em 2010, com o apoio da Apple e do Google, que o Unicode padronizou o emoji. O Unicode é um consórcio cujos membros são personalidades atuantes no mundo tecnológico, assim como as gigantes do Vale do Silício como Apple, Facebook, Google e Huawei. Não é de se surpreender que os emojis disponíveis na coleção fossem um reflexo da falta de diversidade e representatividade na composição do conselho. Porém, desde 2012, quando as críticas se intensificaram em relação aos emojis serem "brancos" e voltados para costumes e culturas do Norte Global, o Unicode vem expandindo a diversidade na sua coleção. No início de 2015, o Unicode disponibilizou diferentes tons de pele para que o usuário pudesse escolher nos

apenas porque estamos escondidos atrás de uma tela. Nossos espaços digitais são tão impactados pela raça quanto os físicos. Portanto, seja racialmente honesto. Represente-se como você é. Como pessoas brancas, reconhecer o privilégio racial pode ser desconfortável. Mas esse entendimento é o primeiro passo — o primeiro passo para resistir há séculos de violência racial sistêmica, o primeiro passo para combater a supremacia branca e o primeiro passo para construir comunidades atenciosas e interseccionais — que levem em consideração questões de raça, gênero, e classe. É preciso que sejamos honestos sobre a cor da nossa pele enquanto ouvimos as necessidades das pessoas negras, para que soluções tecnológicas não ofereçam mais um canal para se reforçar o racismo.

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UM SESSENTÃO

TURISMO - ES

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Portaria do Parque Nacional do Caparaó

EM PLENA FORMA O Parque Nacional do Caparaó é composto pelo Pico da Bandeira e cercado por cidades mineiras e capixabas chegando aos 60 anos com desafios e crescimento

a de Minas Gerais, pelo Alto Caparaó (distante 253 quilômetros de Vitória), e a do Espírito Santo, pelo distrito de Pedra Menina, em Dores do Rio Preto (distante 274 quilômetros de Vitória). Se o turista der o azar de uma das entradas estar fechada em função da pandemia, tem grande chance de ter

Rose Frizzera

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fazendas de cafés premiados nacionalmente abertas à visitação, um parque de cachoeiras chamado Hidrolândia (compostas pelo Rio Braz e Iúna), roteiros de caminhadas como o Poço da Anta (Rio Claro), cachoeiras de tirar o fôlego como a do Segredo, do Egito, do Rogério, das Andorinhas e ótimos hotéis como o veterano Hotel Parque Caparaó, que fica a apenas um quilômetro da entrada do Pico e está completando 43 anos de fundação. Apesar da pandemia e de estar em constante abre e fecha, o Parque Nacional e seu Pico da Bandeira possuem hoje duas entradas,

Foto: Sairo Guedes

Q

uem desbravou o Parque Nacional do Caparaó, cuja principal atração é o Pico da Bandeira, há 30 anos ou mais, sabe que as opções de lazer eram acampar no Vale Verde, passar muito frio numa barraca, se preparar para subir os 2.892 metros do pico a pé, cozinhar sua própria comida e se preparar para um roteiro bem roots. Sequer existia o acesso pelo Espírito Santo, que foi criado há cerca de 20 anos. Mas o Parque chega em 2021, aos 60 anos, em plena forma. A Região do Alto Caparaó (MG) e municípios adjacentes, tanto de Minas Gerais quanto do Espírito Santo, ganharam ares de cidades de inverno com bistrôs, cafés, pizzarias,

sorte da outra entrada estar aberta, já que são dois estados diferentes e com mapas de riscos distintos. O atual chefe do Parque Nacional do Caparaó é Fábio Luiz Velozzo de Mello e ele tem uma política de dar mais acessibilidade ao espaço e facilitar ao máximo a vida do turista. O Parque possui inúmeros atrativos, como cerca de 32 hectares de Mata Atlântica intocada, pontos de observação como o Mirante Zé Pedro, a Tronqueira (1.970 metros de altitude, com ponto de acampamento e o último ponto a se chegar de carro) e o Terreirão (com 2.370 metros).

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TURISMO - ES Circuito Gourmet do Alto Caparaó

para a vila depois do pôr do sol (o que demora menos de meia hora de carro ou um pouco mais de um hora de caminhada), ou acampar no Terreirão e dar continuidade à caminhada até o cume no dia seguinte. Uma coisa é certa, além da grandiosidade do parque, é muita beleza e uma avalanche de atrações para uma só viagem. Além da caminhada e dos variados mirantes com vistas deslumbrantes, as cachoeiras são um atrativo e tanto no Parque – e fora dele também - e se não estiver muito frio, na maioria das vezes, dá para se banhar nelas, seja na do Vale Encantado, na Cachoeira Bonita ou na Cachoeira do Vale Verde. A do Vale Encantado ficou muito famosa e colocou o Pico da Bandeira de volta ao “mapa turístico” de outros estados depois de uma foto feita por drone de uma moça boiando no Poço verde esmeralda do Vale Encantado. Pronto, a foto viralizou nas redes e o que era quase exclusivo de mineiros e capixabas começou a receber turistas do Rio de Janeiro, São

Ronald Santos Gripp

Caparaó Parque Hotel

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Paulo, Brasília e outros pontos mais distantes. Quem descobriu o motivo destas “visitas” inesperadas foi Ronald dos Santos Gripp, do Hotel Parque Caparaó, que fica quase na entrada do parque. “Comecei a ver no estacionamento do hotel placas de carros de cidades nunca vistas por aqui nestes 40 anos de hotelaria e comecei a perguntar como aquelas pessoas chegaram até o parque. A maioria dizia que tinha visto uma foto da cachoeira Vale Encantado na Internet ou que alguém tinha vindo e falado. Fui pesquisar e estava lá o motivo da nova onda de turismo: uma bela foto viralizada na internet”, conta Ronald. Há 43 anos ele luta por mais união e melhorias na região, sendo um verdadeiro incentivador das belezas e riquezas do Caparaó, cuja palavra significa exatamente o que o lugar mais encanta: águas cristalinas que descem as montanhas.

R Re ev vi si st ta a GGa al lwwa an n •

Foto: Weverson Rocio

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Da Tronqueira em diante só a pé. Ou seja, a metade do caminho é possível fazer de carro, dando acessibilidade a todas as idades e condições físicas. A partir da Tronqueira torna-se um roteiro de aventura, mas plenamente possível até para quem não tem muito condicionamento físico. Precisa, contudo, estar com calçados e roupas apropriadas para evitar hipotermia e munido de água e alimentos calóricos e ricos em bons carboidratos. Tomados estes cuidados, é devagar e sempre que se chega lá! Ainda há a possibilidade da Travessia, cruzando de Minas Gerais para o Espírito Santo atravessando os três picos: da Bandeira, do Calçado e do Cristal. Ao todo são 11,5 quilômetros de caminhada entre vales, montanhas e cachoeiras. Mas se a opção for fazer o percurso de carro são 30 quilômetros de estrada de chão para se chegar de Alto Caparaó, que todos dizem ter a melhor estrutura para acessar o Parque, até Pedra Menina, distrito capixaba que permite acesso ao Parque pelo lado do Espírito Santo. Guia do Parque há 20 anos, Sairo Guedes é recorde de cume do Pico e ressalta que antes da pandemia o Parque recebeu, em 2019, 125 mil pessoas e observa que há uma demanda reprimida, pelo tempo que esteve fechado, no auge da pandemia. “O passeio mais procurado é o que sai às 14 horas para ver o pôr do sol do Terreirão, que é a metade do caminho até o Pico”, explica o guia Sairo. Aí, há a possibilidade de a pessoa descer

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Ribeirão do Braz e Cachoeira da Lage é muito comum, nome de santo é o que mais tem em cachoeira. Pensei nas minhas iniciais, mas como tem vários pontos de queda resolvi batizar de Hidrolândia, que também tem um tom celestial”, diz seu José Carlos. Os pontos mais conhecidos da Hidrolândia são: Poço da Lage, Poço do Perdido, Poço da Gruta, Poço do Pilão, Cachoeira Hidrolândia, Poço do Martelo e Portal do Céu, o ponto mais alto. Além da Hidrolândia, há as quedas formadas pelos rios que descem do parque, como o rio Zé Pedro e dá vida à cachoeira das Andorinhas, a do Rogério, a do Egito e Poço da Anta, que une uma caminhada de cerca de duas horas num vale de rara beleza e uma poço da água mais verde da região. Depois de um dia nas cachoeiras, há o charme da vila. Além do hotel Parque Nacional Caparaó, há um pequeno complexo gastronômico no entorno, gerenciado pelo proprietário Ronald Santos Gripp, formado pelo café Cacau Bandeira, Pizzaria e Forneria All Forno. Há, também, o restaurante de gastronomia contemporânea

Fotos: Tadeu Bianconi

Cachoeira da fumaça, Alegre/ES

Todas as cachoeiras da região têm uma cor especial, um tom esverdeado e águas realmente cristalinas, talvez pela presença intensa de pedras e praticamente ausência da terra. Este é o verdadeiro significado da palavra de origem Tupi, Caparaó. Mas bom mesmo é ver e viver o Caparaó, que além das belezas naturais, está se tornando uma região cada vez mais cheia de charme!

Poço do Egito, Iúna

Pico da Bandeira

O CHARME DE UM ROTEIRO DE INVERNO E VERÃO

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com toques regionais mineiros Estância Gourmet, comandado pelo chef Eliacir Fernandes, natural de Alto Jequitibá, mas que morou 15 anos na Holanda, onde se formou em chef de cozinha. Entre os pratos autorais que ele criou está o Tornedor com molho de café servido com purê e lascas de grana padano. Quem circula pela região percebe a originalidade do prato. O café é o principal, senão o único produto agrícola comercial de toda a região do Caparaó. E nos últimos dez anos, as fazendas de café da região passaram por processos de modernização de plantio, colheita, seleção de grãos e torrefação que os colocou entre os mais premiados do Brasil. Fazendas como Ninho da Águia, de seu Aídes Gomes Monteiro, é uma propriedade

Foto: Weverson Rocio

No entorno do Caparaó Parque Hotel, no Alto Caparaó, há uma pequena vila de inverno com todos os atrativos que um turista possa imaginar, com noites que podem variar de 5º a 12º no inverno e de 15º a 20º no Verão sim o Parque Nacional do Caparaó tem sido cada vez mais procurado também no verão, por seus complexos turísticos complementares ao parque como os circuitos das águas, serras e cafezais. O circuito aquático tem como principal ponto a Hidrolândia, localizada em Iúna, no Espírito Santo, com quedas vindas do Rio Braz e fundada pelo senhor José Carlos Gomes, há 10 anos. Ele conta que demorou para encontrar um nome para batizar o local. “Formada pelo

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Poço do Egito, Iúna

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Wilians Valério Junior pratica agricultura sintrópica no Recanto dos Tucanos

Casal Rosangela Monteiro e Clayton Barrossa Monteiro

adesivos, selantes e impermeabilizantes

www.poxpur.com.br

LINHA CONSTRUÇÃO

Selantes e Adesivos Cafés premiados e presentes na França, Alemanha e Austrália

Inovação e Comprometimento

de 120 anos, referência absoluta em cafés de qualidade, com seus produtos já presentes nas cafeterias da França, Alemanha e Austrália, Desde que o filho Clayton Barrossa Monteiro, nascido e educado em São Paulo, assumiu o processo de produção, o café do Ninho da Águia já venceu como o melhor café do Brasil em 2014 e 2015 e, em um evento internacional promovido pela fazenda, levou ao Caparaó 16 países para um evento internacional. Entre a menina dos olhos do Ninho da Águia está o Catuí Vermelho, um grão de arábica campeão de altíssima qualidade produzido em processo agroecológico. “Agora estamos construindo uma torrefação aberta à visitação com degustação de um cardápio dos cafés mais premiados”, conta Clayton. E o que é melhor: é possível sair dali com os produtos fresquinhos, torrados em grãos ou moídos diariamente. Outra visitação obrigatória é o Recanto dos Tucanos, que fica a 1.400 metros de altitude, praticamente na encosta da cidade Alto Caparaó. Lá alia-se uma bela vista do pôr do sol com degustações dos grãos de arábica de frutas vermelhas e frutas amarelas produzidos em nano lotes dentro dos conceitos da agricultura sintrópica, pelo agricultor Wilians Valério

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ANÚNCIO Chef Eliacir Fernandes e sua criação: tornedor ao molho de café

IMPERMEABILIZANTES Junior. O Recanto dos Tucanos ficou em primeiro lugar como o melhor café do Brasil em 2019 e em 2020 ficou entre os Top 10 com o Frutas Vermelhas (2º lugar) e o Frutas Amarelas (6º lugar).

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Elegância e personalidade A arte nos inspira para que possamos fazer peças únicas, capazes de transformar sonhos em ambientes encantadores.

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