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Índice #246
13 a 26 de março de´12
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Ficha técnica
Destaque Monstra 2012| Pág. 2 Homeagem a José Abel | Pág. 6 Edição: CML | Direção Municipal de Cultura Departamento de Ação Cultural | Divisão de Promoção
Efemérides Dia Mundial da Poesia | Pág. 8
e Comunicação Cultural Editor: Frederico Bernardino Redação:Frederico Bernardino, Raquel Antunes,
Entrevista Tónan Quito - Histórias dos Bosques de Viena | Pág. 10
Sara Simões Designer: Ana Filipa Leite Capa: cena de Koya, filme integrado no Monstra 2012 Contactos: Rua do Machadinho, 20, 1249-150 Lisboa | Tel. 218 170 900 lisboa.cultural@cm-lisboa.pt
Teatro A Morte de Danton | Pág. 14 Noites no Teatro | Pág. 15 Música La Bohème | Pág.16 Exposições Bienal de São Tomé e Príncipe | Pág. 18 Curtas | Pág. 20 Em Agenda | Pág. 22
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Destaque/Capa A Monstra invade Lisboa //
A grande festa do cinema de animação está de regresso
“Um festival não deve ser apenas um curriculum de obras
à cidade. Na sua 12.ª edição, a Monstra – Festival de Ani-
organizadas dentro de uma grelha.” As palavras são de
mação de Lisboa celebra o cinema alemão – com a exibi-
Fernando Galrito, diretor artístico da Monstra, que uma
ção de mais de uma centena de filmes e uma fabulosa
vez mais traz a Lisboa o melhor cinema de animação do
exposição de Marionetas de Animação provenientes
mundo inteiro. Por isso, mais do que uma mostra de fil-
do estúdio de animação DEFA, da ex-RDA –, e traz no-
mes, o Festival de Animação de Lisboa é um espaço de reflexão
vidades, nomeadamente, o reconhecimento do cinema
sobre o cinema que, este ano, se debruça sobre uma das
de animação feito em Portugal, através do Prémio SPA
mais influentes e arrojadas cinematografias mundiais na
/ Vasco Granja que vai distinguir, pela primeira vez,
área da animação: a alemã. Dos anos 20 do século passa-
o melhor filme de animação de produção nacional. A
do à atualidade, mais de 100 filmes revisitam a história, as
Monstrinha para os mais jovens passa também a levar
tendências e as vanguardas artísticas do cinema alemão e
o cinema de animação às escolas de Lisboa, e na área
propõem um olhar sobre o modo como a arte interpreta e
dos workshops e masterclasses, destaca-se a presença em
pensa o indivíduo e a sociedade. Lotte Reiniger, Bruno Böt-
Lisboa do norte-americano Ron Diamond e do cana-
tge e Raimund Krumme, três dos mais sonantes nomes do
diano Pierre Heber. De 19 a 25 de março, abram alas
cinema de animação germânico, são alvo de retrospetivas,
para a Monstra.
estando o último presente em Lisboa no dia 19, na sessão de abertura do festival. Mas, para a Monstra e para o cinema de animação produzido em Portugal, este é um ano marcante. Com o patrocínio da Sociedade Portuguesa de Autores, o festival institui pela primeira vez um prémio (no valor de cinco mil euros) para o melhor filme produzido no país no ano transato.
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Simultaneamente, o prémio é uma homenagem a Vasco
Ao público mais jovem está reservada a já habitual Mons-
Granja, um dos nomes maiores do cinema de animação em
trinha, que leva a diversos espaços o melhor da animação
Portugal, não pela criação mas pelo papel exemplar
infanto-juvenil. Este ano, para além de sessões para esco-
que teve na divulgação do género ao longo de décadas,
las nos auditórios do Agrupamento de Escolas de Telheiras,
tanto que há quem garanta ter sido o maior divulgador
Escola Rainha D. Leonor e Escola Secundária D. Dinis, a
do cinema de animação nas televisões europeias.
Monstrinha vai andar à solta no Cinema São Jorge, Cinema City Alvalade, Museu de Etnologia e Teatro Meridional.
Incontornável em qualquer festival de cinema de anima-
Mas, também fora de portas, com uma ida a Troia, no sá-
ção é a presença do Japão. Este ano, para além de uma
bado, dia 24, numa sessão comemorativa dos 70 anos de
grande retrospetiva dedicada ao cineasta Isao Takahata,
Bambi. A boa notícia: para aqueles que queiram ir de Lisboa
um dos fundadores dos estúdios Ghibli, destacam-se as
a Troia, assistir ao clássico produzido por Walt Disney, a or-
exibições de Ghost in the Shell II, inspirado numa manga de
ganização garante transporte gratuito.
influência cyberpunk dirigido por Mamoru Oshii, e Winter Days, do recentemente falecido Kihachiro Kawamoto. Entretanto, a realizadora e performer Noriko Morita, antiga colaboradora de Kawamoto, estará em Lisboa para apresentar uma performance que liga a animação às artes performativas, com acompanhamento ao vivo pelo músico irlandês Tom Selleck.
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Frederico Bernardino
MONSTRA Cinema São Jorge, Fundação Calouste Gulbenkian, FNAC Chiado, Museu da Marioneta, Cinema City Alvalade Programação integral em www.monstrafestival.com MONSTRINHA Para mais informações contacte monstrinha@monstrafestival.com
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HOMENAGEM A JOSÉ ABEL Em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG),
dos da América, José Abel foi uma das figuras maiores da
a Monstra homenageia este ano o cineasta português José
animação portuguesa, tendo trabalhado em filmes tão co-
Abel com uma exposição que vai ocupar as vitrinas do Ci-
nhecidos como Os 12 Trabalhos de Ásterix (1973), Heavy Metal
nema São Jorge e o átrio da fundação. A ocasião será ain-
– Universo em Fantasia (1981) ou Poltergeist – O Fenómeno (1982),
da enriquecida pela exibição de Opéra Imaginaire (1993), no
aqui enquanto técnico de animação da Industrial Light and
âmbito de uma programação especial sobre Música e Ani-
Magic, de George Lucas. Para além do cinema, Abel passou
mação, incluída no programa Descobrir da FCG. Em Opéra
também pela banda desenhada, tendo feito ilustração para
Imaginaire (sexta, 23 de março), conjunto de curtas-metra-
a editora Humanoides Associés. O Cinenima – Festival Interna-
gens de animação inspiradas em óperas bem conhecidas
cional de Animação de Espinho atribui, anualmente, um pré-
do repertório clássico, figura o último trabalho do cineasta,
mio que distingue o melhor filme de produção europeia ao
já estreado após a sua morte, E lucevan le stelle, a partir de
qual foi dado o nome do cineasta.
Tosca, de Puccini. Formado na La Cambre, de Bruxelas, com uma carreira praticamente toda feita em França e nos Estados Uni-
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Frederico Bernardino
E lucevan le stelle, de JosĂŠ Abel, fragmento de OpĂŠra Imaginaire 7
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Efemérides
Dia Mundial da Poesia //
Numa altura em que a crise se instalou por todo o país,
guitarra flamenca. Ainda no dia 21, desta feita na Bibliote-
agarramos no poema Não pode tirar-me as esperanças, de um
ca Quiosque Jardim da Estrela, alunos e professores come-
dos maiores poetas portugueses, Luíz Vaz de Camões, para
moram não só o Dia da Poesia como também o da Árvore,
lhe dar a conhecer as iniciativas de mais um Dia Mundial
com sessões de histórias, ateliês de escrita criativa, artes
da Poesia (21 de março) e assim mostrar que ainda temos
plásticas, reciclagem e inglês.
motivos para sorrir. Já no dia 24, criadores e ilustradores juntam-se no Largo
Olhai de que esperanças me mantenho! Vede que perigosas seguranças! Pois não temo contrastes nem mudanças, Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Camões, das 11 às 18 horas, num Mercado de Texturas e Cores, onde, entre outras atividades, pode aproveitar para comprar alguns livros de literatura infantil das livrarias Gatafunho e Cabeçudos. Nesse mesmo dia, a partir das 17h30, a atriz Dalila Carmo, que protagoniza o último filme de Vicente Alves do Ó, Florbela, vai estar na Biblioteca Camões a
A abrir as comemorações, que se prolongam entre os dias 19 a 24 de março, a Casa Fernando Pessoa organizou a Feira do Livro de Poesia, aberta ao longo destes seis dias, entre as 10 e as 20 horas. No dia 21, a partir das 21h30, o auditório da Biblioteca Mu-
declamar poemas de Florbela Espanca. Para conhecer as restantes propostas para o Dia Mundial da Poesia, visite o sítio das Bibliotecas Municipais de Lisboa, http://blx.cm-lisboa.pt, ou da Casa Fernando Pessoa em http://casafernandopessoa.cm-lisboa.pt.
nicipal Orlando Ribeiro serve de palco a Palavras Cantadas, com Canto Hondo. Um espetáculo em que cantos de autores inquietos, tradicionais e romanceiros de outrora, surgem encostados clandestinamente às cordas de uma
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Sara Simões
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Entrevista Tónan Quito Histórias dos Bosques de Viena //
Dois anos depois do grande sucesso de Ivanov, a Truta regressa ao Maria Matos Teatro Municipal, novamente sob direção de Tónan Quito. Uma vez mais, a opção recaiu numa peça de repertório, raramente encenada em Portugal: Histórias dos Bosques de Viena, de Ödon Von Horváth. A poucos dias da estreia, a Lisboa Cultural encontrou Tónan Quito no Centro Cultural de Belém, e desafiou o responsável pela direção do espetáculo – já que recusa intitular-se encenador – a desvendar um pouco daquilo que se vai passar em palco já a partir de 17 de março.
Mas, apesar de ser possível traçar esse paralelismo com Ivanov, esta é uma peça diferente… Sobretudo se pensarmos que Ivanov se centrava muito no espaço doméstico. Aqui, tudo se abre para o exterior. A ação decorre quase toda na rua e essa passagem do privado para o público interessava-me bastante explorar. É preciso sublinhar que a intenção do Horváth era espicaçar a consciência do público para a sua própria condição. Para isso, ele constrói personagens que incorporam a mesquinhez e o conservadorismo subjacente aos valores da época. Até que há uma personagem, a Mariana,
Depois de Tchekhov, a Truta regressa ao Maria Matos que tenta romper com esse estado de coisas. com Ödon Von Horváth, um dramaturgo muito pouco conhecido em Portugal. Porquê esta escolha? Em Ivanov, tínhamos Tchekhov ao som de música klezmer; agora, iremos ter Horvath ao som de valsa? A razão mais óbvia, mas talvez a menos relevante, é que alguns dos membros da Truta já tinham trabalhado este
No Ivanov foi uma sorte ter tido os Melech Mechaya em
texto no Conservatório e sempre desejaram fazê-lo pro-
palco, introduzindo a música onde originalmente ela
fissionalmente. Depois de Ivanov, achámos que devería-
não existia. Agora, nas Histórias dos Bosques de Viena tudo
mos escolher uma peça que tivesse alguma relação com
é diferente. Esta peça tem muita música, e até o título
o retrato de uma sociedade decadente, falha de valores
que nos remete para uma célebre valsa de Strauss com o
morais, em que o dinheiro e as ambições parecem co-
mesmo nome. Mas, isso é num sentido de desconstrução
mandar a vida das personagens. No fundo, esta peça en-
daquele mito de sumptuosidade que rodeava a vida dos
caixa naquilo que podemos considerar um mini ciclo,
vienenses. Por isso, a nossa abordagem musical ao texto
onde se propõe uma reflexão sobre a crise e as pessoas em falência financeira e moral. 10
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fotografia de Humberto Mouco
vai ser feita através da “destruição” das próprias valsas,
Nestes difíceis dias de austeridade, este é um teatro que com o pianista Simão Costa a fazer a manipulação ele- pretende intervir socialmente? trónica da música da época, reforçando ainda mais a intemporalidade do próprio texto.
O objectivo confesso do Horváth é fazer inventar uma vida coletiva. Nesse caso, faz sentido falar num teatro
Para muitos, Histórias dos Bosques de Viena (escrito em 1931) é uma peça que anuncia o triunfo do nazismo numa Europa em crise. De que maneira esta peça faz rever hoje essa época tão trágica para a humanidade?
que intervém socialmente, tanto ontem como hoje. Voltando ao Ivanov, o Tchekhov dizia “somos tão poucos e há tanto por fazer.” Eu acredito nisso, e o que o Horváth aqui sugere é que cada um de nós, individualmente, possa romper com este mau viver e depois, coletivamente,
O nosso objectivo não é retratar a Viena de 1930, mas sim
seja possível fazer algo novo e transformador.
procurar naquele ambiente um olhar sobre o hoje. Não quero propriamente pensar o nazismo, mas sim o pen-
Mesmo sendo Histórias dos Bosques de Viena uma samento nacionalista que surge com um preocupante tragédia? facilitismo em épocas de crise. Isso fecha-nos no nosso próprio casulo, torna-nos cada vez mais individualistas
Se bem que o Horváth considerasse que as suas peças
no sentido de apenas pensarmos em nós. Apesar de não
eram tragédias, elas tornavam-se comédias porque eram
acreditar que estamos perante uma ameaça como a que
muito humanas… E aqui, de facto, quase parece não ha-
pairava na Europa naquele tempo, sinto que a estupidez
ver esperança – a peça acaba com a morte trágica de uma
e a ignorância triunfam mais facilmente quando uma
criança. Apesar disso, ele acredita que cada pessoa é ca-
sociedade está em decadência. E, Horváth abre precisa-
paz de mudar e nós, na Truta, ao pegarmos neste autor e
mente esta peça dizendo “nada reproduz melhor o senti-
nesta peça, queremos acreditar também que é possível.
mento de infinitude do que a estupidez.” E isso é preocupantemente atual. Frederico Bernardino
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HISTร RIAS DOS BOSQUES DE VIENA Maria Matos Teatro Municipal De 17 a 27 de marรงo (excepto dia 21) segunda a sรกbado | 21h30 domingo | 18h www.teatromariamatos.pt
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T
Teatro A morte de Danton
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Parece haver no texto de A Morte de Danton o presságio da
abate sobre a jovem república, esse homem que adivinha
própria morte do autor, Georg Büchner, que o escreve por
a morte não consegue entender como a Revolução pode
volta de 1835, apenas dois anos antes de falecer com ape-
ser virtuosa se quem se deveria libertar não a entende. E
nas 33 anos. Jorge Silva Melo, o encenador que cumpre “o
conclui, na tranquilidade do regaço da prostituta Marion
desejo profundo” de o levar à cena, sublinha mesmo que
(Sylvie Rocha): “a Revolução é como Saturno, devora os
esta é “a peça sangrenta de um rapaz olhando a morte.” Tal
próprios filhos.”
como o seu protagonista, Danton (Miguel Borges) – um dos líderes das forças revolucionárias antimonárquicas que, ao
Ao olhar nos olhos a morte, Danton, logo a abrir a peça,
erguer-se contra o poder da “virtude” encarnado por Ro-
declara à mulher, Julie (Rita Brütt) “eu amo-te, como amo
bespierre (Pedro Gil) e seus correligionários, é condenado
a sepultura.” Parece uma observação insólita, mas é como
à guilhotina –, se assemelha ao jovem Büchner, esse “rapaz
que se a vertigem de morrer se perfilasse como o mais pre-
perplexo perante a morte.”
zado e ansiado dos prazeres. E, é por toda essa busca funesta que o seu destino se confunde com o da própria Re-
A história, “um pesadelo noturno”, acompanha o conflito
volução. O mesmo que, auguram os seus defensores, está
estabelecido entre o prazer e a virtude em plena era do Ter-
a “afogar a República em sangue.” Conta a História, não
ror, durante a Revolução Francesa. Se Robespierre simbo-
Büchner, que, poucos meses depois de Danton padecer na
liza a “virtude”, mesmo que à custa da guilhotina, Danton
guilhotina, também o “príncipe da virtude”, Robespierre,
é o homem que “defende a vida no limite do prazer”, como
a enfrentou.
frisa Silva Melo. Nessa fantasmagoria da “liberdade” que se
A MORTE DE DANTON Produção Artistas Unidos Teatro Nacional D. Maria II 15 de março a 22 de abril Quarta a sábado | 21h Domingo | 16h 12
fotografia de Francisco Levita
Frederico Bernardino
Noites no Teatro
A iniciativa da Direção Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Lisboa Noites no Teatro volta esta quinzena com novos espetáculos gratuitos para estu-
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dantes dos ensinos secundário e superior. Para marcares presença basta ligar o número 218 170 593, e indicar o nome, estabelecimento de ensino que frequentas e o número do cartão de estudante. Não percas tempo e sê bem-vindo ao teatro…
O Homem que não está lá Integrado no ciclo Try Better, Fail Better, organizado pelo Teatro da Garagem anualmente no sentido de promover os novos criadores e as novas experiências artísticas, O homem que não está lá parte da revisitação de O Tio Vânia, de Anton Tchekhov, para contar a história de Ivan e Sofia (ele russo, ela portuguesa) que se conhecem pela internet,
O último rapaz da fila
via skype; e se encontram na internet, via skype. Uma comédia sobre a existência e a
Um professor de literatura, que nos tempos
não existência que depende de se estar, ou
de juventude acalentou o sonho de trans-
não, online. Uma criação de Patrícia Carrei-
mitir aos outros o seu amor pelos livros,
ra, com Ivan Karpenko e Sofia Ferrão.
desafia os alunos a escrever uma redação sobre o que fizeram no fim de semana. Por
Teatro Taborda | 17 de março | 21h30
entre a mediocridade reinante nos resultados, uma redação destaca-se na forma e conteúdo. Pertence ao rapaz que ocupa o lugar na última fila, “aquela de onde vê todos os outros sem ser visto.” Da autoria de Juan Mayorga, O rapaz da última fila é a mais recente produção dos Artistas Unidos. António Filipe e Pedro Gabriel Marques lideram o elenco. Teatro da Politécnica | 15 de março | 21h30 15
M
Música O amor em tempos de crise //
Já se passaram mais de 100 anos desde que foi escrita,
Com direção musical de Jeff Cohen, direção cénica de Mi-
mas mantém-se tão atual quanto o era em 1896. Afinal,
chel Dieuaide e a interpretação a cargo de Catarina Molder,
instale-se a crise que se instalar, o amor é um dos senti-
Diogo Oliveira, Eduarda Melo, João Cipriano, João Olivei-
mentos que continua a fazer o mundo girar. Composta
ra, Nuno Dias e Rui Baeta, esta proposta da Companhia de
por Giacomo Puccini, La Bohème conta a história de Mimi,
Ópera do Castelo surge no seguimento do seu trabalho de
uma florista, e Rodolfo, um poeta parisiense que se apai-
difusão deste género musical, levando-o a mais pessoas e
xona por Mimi. Esta ópera chega agora à sala principal do
em locais inesperados. La Bohème é assim apresentada num
São Luiz Teatro Municipal pela mão da Companhia de
formato mais íntimo e numa nova versão em português.
Ópera do Castelo, que revela ir “mais fundo do drama de
Adaptada ao mundo contemporâneo, esta versão intensi-
Mimi e Rodolfo, pondo de parte cenários inúteis ou efeitos
fica a verdade gritante da sua história, que reflete o mun-
cénicos supérfluos.” Fica então “a banalidade de mulheres
do de hoje, com as suas profundas interrogações em todas
e homens que vivem a incerteza do dia seguinte e do amor,
as áreas sociais e humanas. Este trabalho apresenta ainda
mas que, apesar do frio, da fome, das dívidas e da doença,
uma forma possível de elevar a ópera a uma outra escala,
atravessam os seus verdes anos com simplicidade, humor
mais dramática e humana. Afinal, também Mimi, Rodol-
e verdade.”
fo, Museta (jovem namoradeira que ama Marcello, mas a quem está sempre a fazer ciúmes) e Marcello (pintor que partilha o quarto com Rodolfo) vivem tempos de crise e lutam pela sobrevivência. Sara Simões
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LA BOHÈME São Luiz Teatro Municipal 16 a 18 de março www.teatrosaoluiz.pt
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Exposições De São Tomé para Lisboa //
BIENAL DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Pavilhão Preto e Pavilhão Branco Museu da Cidade Até 20 de abril 18
Integradas na 6.ª edição da Bienal de Arte e Cultura de São
Da autoria dos arquitetos Duarte Pape e Rodrigo Rebelo
Tomé e Príncipe (BSTP), que se realizou em novembro últi-
de Andrade, Inventar(iar) as Roças possibilita a descoberta
mo, chegam agora a Lisboa, ao Museu da Cidade, a expo-
de um novo olhar sobre as roças de São Tomé e Príncipe,
sição internacional de residências artísticas Património(s) /
património arquitetónico único no mundo. Organizada
Arte Contemporânea e a exposição de arquitetura Inventar(iar)
em três momentos – conhecer, compreender e percorrer –,
as Roças de São Tomé e Príncipe. Patentes no Pavilhão Branco e
a exposição incide sobre as antigas estruturas agrárias
Pavilhão Preto, respetivamente.
de cacau e café que, nos séculos XIX e XX, estiveram na base do desenvolvimento desta antiga colónia portuguesa,
Composta por criações inéditas, desenvolvidas em resi-
dando a conhecer não só a sua organização, programas e
dências artísticas que tiveram por objetivo não só a forma-
tipologias, mas aquilo que perdura no tempo: a memória,
ção em artes visuais, através de projetos que estimulassem
a herança e a identidade.
a experimentação como também contribuir para uma maior articulação entre artistas estrangeiros e a comuni-
Com curadoria de Adelaide Ginga, cuja entrevista pode
dade artística local, a exposição Património(s) / Arte Contem-
ler na próxima edição da Lisboa Cultural, a BSTP está ain-
porânea apresenta uma seleção de obras de artistas vindos
da representada com exposições paralelas em galerias de
dos cinco continentes. Destacam-se artistas como a fran-
referência da cidade. A saber: Africando, na gAD – galeria
cesa Amélie Bouvier, o cabo verdiano César Schofield ou a
Antiks Design; César Schofield Cardoso. Maimuna Adam. René
portuguesa Patrícia Corrêa.
Tavares, na Galeria Graça Brandão; e Mário Macilau – Taking Place Tomando o Lugar, na Galeria Influx Contemporary Art. Sara Simões
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Curtas
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CCB procura projetos artísticos Por iniciativa da Fundação CCB, estão abertas as
Campo Pequeno acolhe Festa do Forcado
candidaturas para um concurso de projetos artísticos que podem vir a ser incluídos na programação do Centro
A Praça de Toiros do Campo Pequeno recebe, nos dias 16
Cultural de Belém ao longo do triénio de 2013-2015.
e 17 de março, a V Festa do Forcado. Trinta e oito grupos de
Direcionado a todos os criadores culturais portugueses,
forcados mostram a sua valentia e paixão num evento
as propostas podem ser enviadas até 31 de março,
que pretende enaltecer os valores do companheirismo
devendo ser acompanhadas por uma estimativa de custos,
entre os amantes desta arte. Este ano, para além da
calendário, patrocínios e outros elementos que sejam
já famosa entrega do Troféu José Veiga Teixeira para a
úteis para a sua avaliação.
melhor parelha, vai ser apresentado um espetáculo sobre o forcado, da sua origem até aos dias de hoje. Destacam-se
Mais informações em www.ccb.pt.
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também as exposições e uma festa com dj´s.
Fonte Luminosa vai ser reabilitada A Fonte Luminosa da Alameda D. Afonso Henriques vai ser
Maria Matos recebe financiamento da Comissão Europeia
restaurada pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), com financiamento do PIPARU (Programa Prioritário em Ações de Reabilitação Urbana), devendo a obra estar concluída até ao próximo verão. De regresso vão estar os jogos de água que tornavam este monumento – inaugurado na
A candidatura do projeto internacional HOUSE on FIRE,
década de 40 do século XX para comemorar a entrada das
apresentada pelo Maria Matos Teatro Municipal, em
águas do vale do Tejo na cidade – num dos objetos mais
parceria com outros nove teatros e festivais europeus,
singulares de Lisboa. Segundo a CML, a intervenção vai
foi selecionada pela Comissão Europeia para receber um
permitir criar”uma plataforma na área central do espaço,
financiamento durante os próximos cinco anos. Foram
que funcionará como miradouro, e uma galeria com
apresentadas 54 candidaturas de onde o projeto português
exposições permanentes ou temporárias.”
saiu vencedor. HOUSE on FIRE propõe desenvolver uma série de atividades culturais entre 1 de junho de 2012 e 31 de maio de 2017.
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A
Teatro
Música Tindersticks Os Tindersticks voltam a Lisboa no dia 26 de março, desta vez à sala do Cinema São Jorge, na Avenida da Liberdade. A banda britânica vem apresentar o seu último álbum, The Something Rain, e promete oferecer ao público português os sons melancólicos que tanto os caracterizam. Temas como This Fire of Autumn, A Night So Still e Medicine não serão certamente esquecidos. Bilhetes à venda nos locais habituais.
Ateliês Descobrir a Escrita O Padrão dos Descobrimentos recebe, durante os meses de março e abril, o ateliê de escrita criativa Descobrir a Escrita, orientado por Margarida Fonseca Santos e Leonor Tenreiro. Este ateliê, baseado nas influências dos Descobrimentos, pretende mostrar como as diferentes culturas e outras geografias trouxeram novas formas de escrever e ver o mundo. Inscrições pelo número 213 031 950 ou pelo e-mail padraodosdescobrimentos@egeac.pt
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Dia Mundial do Teatro No dia 27 de março comemora-se o Dia Mundial do Teatro, instituído em 1961, pelo Instituto Internacional do Teatro, no dia da inauguração do Teatro das Nações, em Paris. Em Lisboa, este dia será assinalado no São Luiz Teatro Municipal com uma série de iniciativas. No dia 26 de março há uma Maratona de Leituras, no Jardim de Inverno; dias 27 e 28, apresenta-se a peça Jôjô, o Reincidente, de Joseph Dama; e dia 27, o ciclo Ler Dom Quixote é dedicado ao teatro.
Cinema Florbela O mais recente filme de Vicente Alves do Ó, Florbela, já está em exibição em cinemas de todo o país. Inspirado em episódios da vida de Florbela Espanca, esta é uma história de inquietação, melancolia, tristeza e fantasia à medida da obra da poetisa alentejana. Com Dalila Carmo, Ivo Canelas e Albano Jerónimo nos principais papéis.
em Agenda
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Cinema - Em Câmara Lenta | de Fernando Lopes | em exibição
Conferências - Arquivo Municipal de Lisboa: Um acervo para a História | 23 de março | CIUL (Picoas Plaza) | 218 862 332 - Ciclo Grandes Escritores Prémios Cervantes e Camões | Juan Carlos Onetti | 29 de março | 18h30 | Livraria Bulhosa Campo Grande | www.casamericalatina.pt
Dança - 2.º Festival Tribal Lx | Comunidade Hindu de Portugal | 17 de março | 21h30 | Biblioteca Orlando Ribeiro | http://blx.cm-lisboa.pt - Desafinado | Grupo Dançando com a Diferença | São Luiz Teatro Municipal | 21 e 22 de março | 21h30 www.teatrosaoluiz.pt
Exposições - 00/00/00 | de Daniel Antunes Pinheiro | Até 16 de março | Arquivo Municipal de Lisboa – Núcleo Fotográfico | http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt - Solo Pictórico | Pintura de Carlos Barretto | Até 16 de março | Museu do Fado | www.museudofado.pt - Graça Caldas, Jorge Machado e Nuno Sousa Mendes – Trilogia latina | Até 22 de março | BibliotecaMuseu República e Resistência - Espaço Grandella - Geografia Singular | de Rodrigo Hernández Ramírez | Até 27 de março | Casa da América Latina www.casamericalatina.pt - Momentos de Vida | de Jindřich Štreit | Até 30 de março | Arquivo Municipal de Lisboa – Núcleo Fotográfico - Manuel da Fonseca | Até 30 de março | Biblioteca-Museu República e Resistência - Cidade Universitária | http://republicaresistencia.cm-lisboa.pt - Puppets in Films | Até 15 de abril | Museu da Marioneta | www.museudamarioneta.pt - Fernando Pessoa, Plural como o Universo | Até 29 de abril | Fundação Calouste Gulbenkian | www. gulbenkian.pt - Fernando de Azevedo e os Outros | Até 30 de abril | Sociedade Nacional de Belas-Artes
Teatro - Vermelho | Até 25 de março | Teatro Aberto | www.teatroaberto.com 23