Newsletter Lisboa Cultural 225

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índice 29 de AGOSTO a 4 de SETEMBRO de´11

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Em destaque Entrevista ao escultor Jorge Marín (exposição O Corpo Como Paisagem) | Pág. 3 Siga-nos em http://twitter.com/lisboa_cultural http://www.facebook.com/lisboacultural http://itematicoslisboa.blogspot.com

Lisboa na Rua Fitas na Rua e OutJazz | Pág. 6

Ficha técnica

Itinerários Itinerários Temáticos para Estudantes | Pág. 8

Curtas | Pág. 9 Em Agenda | Pág. 10

Edição: CML | Direcção Municipal de Cultura Departamento de Acção Cultural | Divisão de Promoção e Comunicação Cultural Editor: Sara Ferreira Redacção: Tomás Collares Pereira Designer: Rute Figueira Foto de Capa: Francisco Levita - Exposição O Corpo Como Paisagem Contactos: Rua Manuel Marques, 4F, Edifício Utreque - Parque Europa, 1750-171 Lisboa | Tel. 218 170 600 lisboa.cultural@cm-lisboa.pt


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destaque

O escultor mexicano Jorge Marín vê Lisboa como “um segredo muito bem guardado”. Para os lisboetas, o seu trabalho, até aqui praticamente desconhecido, é um segredo por desvendar. No Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras, local que para o artista tem uma personalidade única, “há um espírito solto no meio das esculturas que lhes dá uma luz especial.” Depois de Madrid e Barcelona, O Corpo Como Paisagem chegou a Lisboa. Uma exposição itinerante, e retrospectiva, composta por 21 esculturas em bronze que têm em comum a figuração do corpo humano. Não obstante, e apesar de representar corpos físicos, o escultor pretende expressar corpos não físicos, convidando os visitantes a uma auto-reflexão, “para que, num efeito de espelho possam revisitar o seu próprio interior e estabelecer um diálogo interno revelador e conciliador.”

O Corpo com Paisagem Até 16 de Setembro Reservatório da Mãe d´Água das Amoreiras

© Francisco Levita

Asas são para voar


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entrevista Nasceu em Uruapan, México, em 1963, sendo actualmente um dos artistas plásticos mexicanos com maior projecção na arte contemporânea mundial. Jorge Marín veio a Lisboa para a inauguração da sua primeira exposição entre nós e falou com a Lisboa Cultural. É fascinado pelo corpo humano. Como surgiu esse encantamento? Começou em miúdo. O meu pai era arquitecto e recordo-me de ver muitos livros de arquitectura e de escultura. Isso sempre me marcou, pois descobri a harmonia e a completude que tem o corpo humano como um símbolo. Um símbolo que, bem utilizado, pode falar de qualquer tema. É o meu elemento forte, o favorito para trabalhar, e creio que será por muito tempo. Qual dos corpos prefere trabalhar: o do Homem ou da Mulher? Tenho usado mais a imagem do corpo masculino, mas o meu novo projecto é justamente investigar a figura feminina. Estou a trabalhar com modelos e bailarinas, para saber mais sobre as possibilidades iconográficas do corpo feminino. Sempre pensei que o ideal seria nascermos com um sexo e a meio da vida mudar para o outro, porque poderíamos compreender melhor o ser humano. Teremos sempre uma dúvida sobre quem serão esses seres com uma sexualidade distinta da nossa, e creio que assim faríamos, de ambos os lados, um esforço para nos entendermos melhor.

Jorge marín Wadada Leo Smith

As suas peças, com as asas, levam-nos para um plano divino, mítico. Como é aliar o corpo humano a algo que não nos é tão acessível? Represento corpos físicos, mas a minha intenção é falar de corpos não físicos, do corpo emocional, intelectual, espiritual, onde, evidentemente, as asas são uma forma de insinuar que temos a possibilidade de voar. Fisicamente já o fazemos com os aviões, mas emocional e intelectualmente ainda nos falta muito. Quero, com o meu trabalho e com estas asas, convidar as pessoas a descobrirem as suas possibilidades de voar. Voar noutros planos, pois ainda estamos muito imaturos nestes aspectos da nossa completude humana. Há que trabalhá-los, pois que melhor experiência para o ser humano que poder voar em todos os sentidos? Que se olhem melhor a si mesmos e descubram que têm grandes asas. Que se pode voar, sempre.


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entrevista

Cada escultura conta uma história ou cabe ao visitante descobri-la? Eu construí uma história, mas essa história é só para Jorge Marín, porque ninguém é igual a mim. Os ingredientes estão aí, como numa boa sopa, e há apenas que saber combiná-los, dependendo das necessidades de cada um. Há pessoas que terão histórias maravilhosas, outras histórias de terror, mas no final é sempre a tua própria história. É essa história que vai dar pistas para saberes onde és forte ou fraco e onde deverás trabalhar, intimamente, para te tornares num ser humano mais equilibrado. Nas suas esculturas, os rostos são velados por uma máscara. Qual o seu significado? Não quero que os corpos contem a sua própria história, são apenas um símbolo para gerar histórias. É esse o significado das máscaras. Tapei-lhes os rostos porque não quero que as pessoas lhes atribuam uma identidade específica, mas as vejam como um espelho que reflecte um ser ideal dentro de si próprias. Voando conseguimos encontrar o nosso equilíbrio? Sim, é um tema recorrente nas imagens: a busca do equilíbrio, pois esse é um ponto muito importante para cada pessoa. Vejo que a sociedade contemporânea está muito ansiosa, atormentada, e necessita encontrar esse equilíbrio, para viver em paz. Às vezes há coisas que parecem insignificantes mas praticamente tudo tem importância na vida e há que pô-las todas a girar. Para si, o que é o mais importante na vida? Quero desfrutar a vida e não sofrê-la, e é preciso equilíbrio para saber desfrutá-la. Tal como na comida, se não tivermos um equilíbrio de sabores, a refeição será desagradável. Se tivermos tempo para saborear cada ingrediente podemos afirmar que foi uma experiência grata. Sara Ferreira

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Lisboa ao ar livre

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© Humberto Mouco

Verão está a acabar e as férias grandes também. Mas, enquanto o calor aperta, a cidade oferece uma boa programação para nos fazer sair de casa e apreciar espaços urbanos emblemáticos ou inesperados, ao som de jazz ao vivo, cinema ao ar livre ou intervenções artísticas nas ruas de Lisboa. Graças ao programa Lisboa na Rua / Com’Out Lisbon, cuja segunda edição se prolonga até 11 de Setembro, temos ainda 15 dias de espectáculos para amenizar o regresso ao trabalho. Nesta semana destacamos as Fitas na Rua e o OutJazz. A primeira constitui uma oportunidade única para ver filmes especiais projectados ao ar livre em locais seleccionados de Lisboa. Recriando o ambiente de festa dos cinematógrafos ambulantes do século passado, apresenta longas-metragens variadas e sempre precedidas de curtas nacionais. A segunda já se transformou na melhor maneira de passar o domingo (e agora também a sexta-feira) em reconciliação com os jardins da nossa Lisboa, desfrutando de uma banda sonora de jazz e de uma selecção cuidada de DJ’s nacionais.


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ar livre No sábado, dia 3, a partir das 22 horas, podemos visitar a esplanada do Parque Eduardo VII para apreciar Fuera del Cuadro, um documentário de produção argentina e portuguesa que, através das memórias do filho da pintora argentina Alicia Boffi, nos remete para um outro olhar sobre a obra da artista. Logo de seguida, o prato forte da noite é a oportunidade de rever o surpreendente Happy Together (na foto) de Wong Kar-Wai. Lançado em 1996, assume contornos de road movie e retrata as peripécias de dois amantes vindos de Hong-kong, que atravessam a Argentina com o objectivo de chegar às cataratas de Iguaçu. Já no domingo, 4 de Setembro, à mesma hora, no Jardim de Campolide, projecta-se a curta Mercúrio, de Sandro Aguilar, premiada em diversos festivais internacionais, seguida do clássico imperdível de Jacques Tati, Playtime – Vida moderna, onde podemos reencontrar por momentos o inesquecível Sr. Hulot.

Fitas na Rua Até 11 de Setembro Vários locais Entrada livre OutJazz Até 30 de Setembro Entrada livre www.egeac.pt

Também no domingo, aquele dia que deixou de ser sorumbático desde que o OutJazz nos convidou para reencontrar os jardins de Lisboa, é altura de rumar à belíssima Tapada das Necessidades para ouvir The Zany Dislexic, seguido pelos sets do DJ Net Assassin. Mas se já tem programa para domingo, antecipe a saída e aproveite a extensão deste programa para as sextasfeiras, indo até ao renovado jardim do Campo dos Mártires da Pátria no dia 2 de Setembro, a partir das 17 horas, para assistir ao espectáculo oferecido pelo Lencastre/Fernandes Trio. Enquanto as crianças se deslumbram a perseguir os patos, gansos e galinholas que povoam o jardim, pode ouvir alguns dos melhores intérpretes do jazz nacional. Tomás Collares Pereira


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itinerários

pensar no regresso às aulas, a Divisão de Promoção e Comunicação Cultural alargou a sua oferta de Itinerários Temáticos para Estudantes, tendo desenvolvido oito novos percursos: Lisboa de Fernão Lopes, José Saramago e o Memorial do Convento, A Lisboa de Wenceslau de Moraes, Lisboa e a Inquisição, Lisboa do Limoeiro ao Aljube, Lisboa e o Estado Novo, Lisboa Barroca e Lisboa Aromas e Eruditismo.

© Francisco Levita

Na vertente literária, destaque para Lisboa de Fernão Lopes, um percurso que dá a conhecer a vida e obra do historiador que descreveu às gerações vindouras os principais acontecimentos da segunda metade do século XIV e do início do século XV. Nome maior da literatura portuguesa, uma referência dentro dos cronistas lusos, Fernão Lopes apresenta-nos personagens históricas como D. Pedro I, D. Fernando I, D. João I ou D. Nuno Álvares Pereira. Com início no Largo das Portas

do Sol, este percurso, que termina no Largo do Carmo, passa ainda pelo Martim Moniz e Largo do Arco Escuro. Numa vertente histórica, destacamos Lisboa e a Inquisição, um itinerário com início no Largo de São Domingos, em frente ao Palácio da Independência, e término na Praça do Comércio que conta como, em 1536, o rei D. João III instituiu em Portugal a Inquisição para a defesa da religião católica. Dirigidas a estudantes do ensino pré-escolar ao secundário, as visitas decorrem diariamente, de manhã e à tarde, necessitando de marcação prévia que pode ser feita através do e-mail itinerários.tematicos.estudantes@cm-lisboa.pt ou do telefone 21 817 06 00. Sara Ferreira

© Francisco Levita

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história e Literatura pelas ruas da cidade


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curtas

Arte urbana portuguesa entre as melhores do mundo Uma obra do artista português Alexandre Farto (também conhecido como Vhils) feita em Londres em 2008 e um graffiti pintado na Avenida Fontes Pereira de Melo (na foto) pelos brasileiros Gémeos, o espanhol Sam3 e o italiano Blu estão no top 10 das melhores intervenções de street art do mundo, numa lista elaborada pelo designer e especialista em arte urbana Tristan Manco, para o jornal britânico The Guardian. A intervenção no edifício da Fontes Pereira de Melo foi criada em Maio de 2010 no âmbito do projecto Cronos, que convidou artistas estrangeiros e nacionais a dar cor a prédios devolutos de Lisboa.

Fonoteca Municipal muda de instalações Abriu as suas portas em Maio de 1994, constituindo-se como a primeira infra-estrutura cultural dedicada à música. Falamos da Fonoteca Municipal de Lisboa, equipamento que procura satisfazer as necessidades de informação na área da música em geral e da portuguesa em particular, desenvolvendo programas de animação cultural em colaboração com agentes públicos e privados e apoiando a divulgação de novos compositores, obras e intérpretes portugueses, entre outros. Até aqui sedeada na Praça Duque de Saldanha, a partir de 1 de Setembro, a Fonoteca muda de instalações, podendo ser encontrada na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, sito no Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras, 146. Candidaturas abertas para participação em Atlas Por ocasião do 42.º aniversário do Teatro Maria Matos, Ana Borralho e João Galante contaram com 100 pessoas de diferentes profissões em palco, lançando agora novamente o desafio a quem queira integrar o elenco da performance Atlas, em regime de voluntariado. Com ou sem experiência em palco, os participantes deverão estar disponíveis para cinco ensaios, em horário pós-laboral, para além dos dias de espectáculo. As inscrições podem ser feitas até 22 de Setembro pelo e-mail casabranca.ac@gmail.com ou pelo n.º 91 834 05 42. Mais informações em: www.casabranca-ac.com.

126 anos de Guilherme Cossoul É uma das mais antigas sociedades de Lisboa, tendo sido fundada a 7 de Setembro de 1885 por 47 amadores de música e admiradores de Guilherme Cossoul, compositor e violoncelista português do século XIX. Falamos da Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul que, a 10 de Setembro, assinalará o seu 126.º aniversário. Velhos anos, novas histórias é o mote para a festa que começa às 18h30 com o lançamento do livro O Comportamento das Paisagens, de Pedro Tiago, prosseguindo com o espectáculo Capuchinho Blues, de Paulo Condessa e Afonso Azevedo. Os Voodoo Marmalade encerram o evento, com um concerto a partir das 22 horas.


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em agenda

Cinema

- Filmes das Nossas Vidas | Até 26 de Setembro | Segundas-feiras, 21h30 | Casa da Achada | www.centromariodionisio.org

Exposições - Pequenos Pessoas | Até 31 de Agosto | Casa Fernando Pessoa | http://mundopessoa.blogs.sapo.pt - A João Guimarães Rosa: fotografias de Maureen Bisilliat | Até 1 de Setembro | Casa Fernando Pessoa

:::Exposições:::

- Gestalt | Pintura de Taita Cunha | Até 2 de Setembro | Biblioteca-Museu República e Resistência | Estrada de Benfica, 419 21 771 23 10 - Avenida de Roma (1950-2011) | Até 2 de Setembro | Arquivo Municipal de Lisboa – Núcleo Fotográfico http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt - Resto | De Ramiro Guerreiro | Até 4 de Setembro | Pavilhão Branco do Museu da Cidade - O Começo de um Novo Ciclo | Até 12 de Setembro | Praça do Império, junto à entrada do Centro Cultural de Belém www.contentoresp28.com - Ecos do Fado na Arte Portuguesa Séculos XIX-XXI | Até 17 de Setembro | Sala do Risco do Pátio da Galé | Entrada livre www.museudofado.pt

Play Comissariado por Ana Anacleto e Bruno Marchand, e a partir do espaço, história e memória da Galeria Quadrum (Rua Alberto Oliveira, Palácio dos Coruchéus), o projecto Play apresenta-se em quatro momentos distintos, apresentando obras inéditas e convidando os artistas a pensar o contexto particular da própria galeria. Fugindo à simultaneidade e ao confronto associados às exposições colectivas, pode ainda acompanhar dois desses momentos: a 18 de Setembro, Tone Scientists (Rui Toscano e Rui Valério) e André Guedes (8 a 17 de Setembro).


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em agenda

- Ruin’Arte | Fotografia de Gastão de Brito e Silva | Até meados de Setembro | Museu do Teatro Romano Pátio do Aljube, 5 | 21 882 03 20

:::crianças:::

- Hemeroteca Municipal de Lisboa: História e Património Mostra documental | Até 24 de Setembro Átrio e escadaria da Hemeroteca Municipal de Lisboa http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt

O Caçador de Trolls O Museu da Marioneta, numa parceria especial com o MOTELx, promove um workshop para o público mais jovem. Uma oficina de terror onde os mais destemidos são convidados a entrar no universo sobrenatural dos trolls. Depois de assistirem ao filme O Caçador de Trolls, no Cinema São Jorge, os participantes serão convidados a descer até ao laboratório do Museu da Marioneta para recriarem estes arrepiantes seres mitológicos. O workshop realiza-se entre 6 e 9 de Setembro, das 14h às 17h, sendo necessária marcação prévia, que pode ser feita pelo n.º 21 394 28 10.

- M&M – MNAA/MUDE Artes e Design | Museu Nacional de Arte Antiga – até 2 de Outubro | MUDE – até 4 de Setembro www.mude.pt - A Voz das Vítimas | Até 5 de Outubro | Antiga Cadeia do Aljube | Rua Augusto Rosa, n.º 42, à Sé - Retratos em Barro | Até 23 de Outubro | Galeria do Museu Rafael Bordalo Pinheiro | Campo Grande, 382 Entrada livre | 218 170 671 - Duarte Pacheco – Do Técnico ao Terreiro do Paço Até 23 de Novembro | Instituto Superior Técnico de Lisboa Átrio do pavilhão central | Entrada livre | 218 417 622

Purga


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