O LABIRINTO - Uma vida à procura da felicidade

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O LABIRINTO UMA VIDA À PROCURA DA FELICIDADE

O LABIRINTO UMA VIDA À PROCURA DA FELICIDADE



EMANUEL VIEIRA

O LABIRINTO UMA VIDA À PROCURA DA FELICIDADE


FICHA TÉCNICA TÍTULO: O Labirinto SUB-TÍTULO: Uma vida à procura da felicidade AUTOR: Emanuel Vieira EDITOR: Edições Novas de Alegria Av. Almirante Gago Coutinho, nº158 1700-033 Lisboa | Tel.: 218 429 190 SITE: www.capu.pt IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Rainho e Neves, Lda COORDENAÇÃO EDITORIAL: Ana Ramalho Rosa DESIGN GRÁFICO E PAGINAÇÃO: Adilson Morais IMAGEM CAPA: © Isoga - Shutterstock EDIÇÃO E REVISÃO TEXTUAL: Ester Carvalho ISBN: 978-972-580-132-1 DEPÓSITO LEGAL: 454743/19 CATEGORIA: 929 Autobiografia

A tradução base usada nesta obra é a Almeida Revista e Corrigida. A Nova Tradução para a Linguagem de Hoje está identificada com a abreviatura NTLH junto da respetiva citação. Esta obra respeita o novo acordo ortográfico. As Edições NA, uma marca da Casa Publicadora da Convenção das Assembleias de Deus em Portugal, são uma editora de cariz denominacional. Neste âmbito, procuram produzir literatura cristã de língua portuguesa, em diversos formatos e tendo em vista diversos públicos-alvo, com o cuidado de que os conteúdos apresentados se coadunem com o ensino da Bíblia Sagrada, não endossam necessariamente os pontos de vista particulares dos autores. © Edições NA - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações, com indicação da fonte.


PREFÁCIO

Sinto-me honrado pela oportunidade que o Emanuel me deu, para escrever o prefácio do seu livro. Além de estar, de alguma forma a participar neste livro, a minha satisfação vem do facto de ter participado, num determinado momento da história e da vida do Emanuel, como seu pastor, durante cerca de 9 anos. E é por essa razão, que hoje ao escrever estas palavras, posso testemunhar que o conteúdo desta obra literária, contada na primeira pessoa, foi de facto real e pode ser inspiradora e transformadora para todos aqueles que a lerem. Relembro que, no ano 2007, o Emanuel chegou à igreja Addlux, no Luxemburgo, onde eu era pastor, com uma grande determinação de voltar para Deus e de voltar a servi-Lo, e desde logo também com

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vontade de partilhar o seu testemunho, de como Deus tinha sido bom para com Ele e de como Jesus tinha iniciado um processo de mudança e transformação na sua vida. Uma das primeiras atividades em que o Emanuel participou na Addlux, foi de um retiro de adolescentes, e lembro-me que falámos durante muitas horas, sendo esta experiência marcante na sua vida, ao ponto de, passado algum tempo, vir a integrar a liderança do grupo de adolescentes (United4Jesus- Addlux). Nada melhor, para ficar a conhecer a história do Emanuel, do que a leitura deste livro. Sem dúvida que a vida é como um labirinto. Nem sempre sabemos para onde ir e nem sempre sabemos qual a saída. O importante é acreditarmos e confiarmos que Deus está a visualizar o nosso viver, numa perspetiva de cima, ou seja, Ele conhece-nos e conhece o “labirinto” e sabe perfeitamente como nos conduzir a uma saída de vitória para a nossa vida. Acredito que este livro vai ser de bênção para muitas vidas e o meu desejo é que o mesmo possa ser divulgado para que um maior número de pessoas possa ser alcançado pelo mesmo. Parabéns Emanuel, pelo livro, pela partilha e pela coragem de contares o teu testemunho. Um abraço para todos e Deus vos abençoe. Miguel Cartaxo

Pastor evangélico Alverca do Ribatejo

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ÍNDICE

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INTRODUÇÃO

Sem a vida, a graça e a presença de Deus, a vida do ser humano não passa de um perpétuo labirinto, vazio, triste e escuro! O Labirinto – uma vida à procura da felicidade, é um livro que conta a história de um homem que passou por um trauma pessoal, ao presenciar a morte do seu irmão mais novo, carbonizado num trágico acidente doméstico. Foi então que buscou em Deus o alívio para a sua dor. No entanto, alguns anos depois, perdeu a paciência e afastou-se de Deus, procurando refúgio nas drogas para preencher o vazio interior e a solidão. Emanuel queria sentir-se desinibido e alegre, contudo, o contrário e o pior aconteceu. Os efeitos das drogas conduziram-no ao desequilíbrio mental, tendo sido internado por duas vezes em clínicas psiquiátricas, a fim de receber os tratamentos adequados. Depois da incrível recuperação, Emanuel buscou nos automóveis e nos

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amores falhados a solução para elevar a sua autoestima e, assim, buscar algum prazer na vida. Com carro e dinheiro, começou a sair à noite aos fins de semana, a consumir bebidas alcoólicas de forma exagerada e a embriagar-se. Isso só fez piorar ainda mais a situação e a vida do jovem Emanuel. Sofreu vários acidentes de viação e endividou-se ao ponto de ficar com apenas um terço do seu salário. Depois de várias relações falhadas com as pessoas que mais amava pensou que o melhor seria pôr termo à sua vida. Porém, um encontro poderoso com Deus foi providencial, a sua vida iria mudar para sempre!

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CAPÍTULO

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A TRAGÉDIA E A LUTA CONTRA A SOLIDÃO

“POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE QUE ME FORTALECE” FILIPENSES 4:13

É triste dizer isto, mas como expressei no princípio do livro, a vida é um misto de diversas coisas, e, sem que ninguém espere, ela reserva-nos situações que nunca imaginamos. Assim, a dor bateu à nossa porta. Era uma noite de verão, a minha mãe alimentou os meus irmãos, como de costume, e deitou-os. Em seguida, jantámos e quando acabámos o meu pai e eu fomos até à rua conversar com um vizinho nosso amigo. A minha mãe ficou a arrumar a cozinha. Os meus irmãos dormiam no primeiro andar da casa e a cozinha ficava no rés do chão. A minha mãe fechou a porta da cozinha para que o barulho não acordasse os meus irmãos. Logo a seguir avistámos o fumo a sair pela janela do quarto onde estava o meu irmão Daniel. Em desespero corremos para ver o que se passava. Ao entrarmos em casa deparámos com a minha mãe muito aflita e sem compreender nada. O meu pai e o vizinho tentaram

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subir as escadas, mas o fumo tóxico impedia-os de respirar e tiveram que voltar para trás. Mesmo sendo incapaz de ajudar, fui molhar um pano para o meu pai colocar à frente da cara para o ajudar a respirar no meio daquele fumo. Depois de várias tentativas, o meu pai conseguiu entrar no quarto onde se encontrava o meu irmão Daniel. As chamas circundavam a sua cama. Ele estava completamente encurralado pelo fogo. De forma corajosa, o meu pai conseguiu virar a cama com as próprias mãos para retirar o meu irmão e levou-o para o exterior da casa. Angustiado e desalentado ao ver o filho cheio de queimaduras graves, começou a chorar! Ainda assim, correu de novo para dentro de casa para salvar a minha irmã que se encontrava no quarto ao lado. Quando a minha mãe viu o meu irmão, no chão, queimado, ficou aterrorizada e angustiada. Desatou a chorar e a gritar! Rapidamente, a minha irmã foi retirada sem nenhuma lesão, mas o meu querido irmão estava gravemente queimado. Tinha ficado cego dos dois olhos e gemia, em grande sofrimento. Apesar disso peguei-lhe ao colo, abracei-o, beijei-o e pedi à minha mãe para orar comigo a Deus, a fim de que ele não morresse. Ainda falei com o meu irmão e disse-lhe que estava com ele e que Deus o ajudaria, mas as lesões graves que tinha deixaram-no num estado crítico e inconsciente. Aquele momento acabaria por ser o último entre nós. Poucos minutos depois, vieram as autoridades civis e fomos levados para o hospital, enquanto o meu irmão era transportado de helicóptero para Nancy (França). Durante aquela fatídica noite, não cessei de pedir a Deus para poupar o meu querido irmão, mas o pior aconteceu! Infelizmente, ele não resistiu aos ferimentos e faleceu às quatro da manhã. Quando recebi a notícia, tentei imaginar como seria a minha vida sem ele, mas não fui capaz . Tudo aquilo parecia um filme de terror

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que me consumia a alma. Não culpei Deus, mas questionei-O muito! Passado algum tempo fui ver como estava o meu pai. Quando o encontrei, chorava compulsivamente, as suas mãos estavam queimadas, fiquei perdidamente frustrado e triste. Pedi para ver a minha mãe e a minha irmã. Quando entrei no quarto onde estavam vi a minha mãe com o rosto desolado e fiquei ainda mais triste. Naquele mesmo dia eu e meus pais fomos para casa de uns familiares. Poucos dias depois a Câmara cedeu-nos um pequeno estúdio para vivermos enquanto a casa CHEGAVA A ESCONDER-ME dos meus pais não estivesse NAS CASAS DE BANHO DO LICEU pronta a habitar. Entretanto, PARA FUGIR ÀS PERSEGUIÇÕES chegaram de Portugal alguns familiares para nos apoiarem naqueles momentos difíceis. Foi até estranho a presença deles, pois apenas costumávamos vê-los na época do verão, em Portugal. No dia do funeral, eu ainda tinha dificuldade em aceitar a morte do meu irmão. Ainda não imaginava como seria viver sem nunca mais o poder abraçar. Não queria assistir à cerimónia fúnebre, mas acabei por ceder. Quando vi o caixão com o corpo do meu irmão, um misto de saudade e dor vieram ao meu coração e chorei compulsivamente. Foi horrível! Durante todo o funeral, fiquei abraçado a um tio meu, pois a dor que sentia apertava o meu coração até à exaustão. Dois dias depois, fui para Portugal com os familiares que tinham vindo ao Luxemburgo. Durante o período em que estive de férias, tentei não pensar muito no meu falecido irmão, mas era impossível! No entanto, em momentos tão difíceis, foi bom sentir-me amado pelos meus avós e familiares. Foi nesta altura que comecei a detestar viver no 31


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Luxemburgo. Em setembro passei a frequentar uma nova escola, mas, infelizmente e mais uma vez fui alvo de bullying por parte de rapazes mais velhos. Chegava a esconder-me nas casas de banho do liceu para fugir às perseguições, era deprimente. Felizmente, como tudo na vida, fui sendo esquecido por aqueles que me perseguiam e tudo passou. Contudo, a minha mente estava sob constante pressão, esforçava‑me por estudar, mas a tristeza que sentia tirava-me a concentração. A imagem do meu irmão e das queimaduras que sofrera não me saía da mente. Quando a imagem do incêndio me vinha à mente, ficava muito perturbado. O clima familiar tornou-se bastante hostil. Os meus pais zangavam-se por tudo e por nada e culpavam-se mutuamente pelo falecimento do meu irmão. Eu assistia a tudo calado e ficava ainda mais infeliz. Parece que não, mas devido ao ambiente pesado, o espaço exíguo de um estúdio dificultava ainda mais a relação familiar. Fiz de tudo para superar esta fase difícil da minha vida, confesso, não foi um período fácil, buscava a paz, mas não a encontrava! Apesar de conhecer alguns jovens da igreja, não era capaz de fazer grandes amizades e sentia-me só e incompreendido. Já cansado da solidão, em casa e sem amigos, inscrevi-me num clube de futebol. A partir dali comecei a conviver mais com os jovens da minha idade e, ao mesmo tempo, o futebol ajudou-me a acreditar em mim e a pensar menos na morte do meu irmão. Alguns meses depois, voltámos para a casa onde tudo acontecera, e não foi nada fácil adaptar-me àquele lugar sem a presença do meu irmão Daniel. No princípio, devido à morte do meu irmão, tive muitos pesadelos, tinha medo que voltasse a haver outra tragédia. Por isso, durante vários meses, só adormecia com a luz do meu quarto acesa. Cheguei a pensar em contar aos meus pais, mas preferi ficar calado para não criar mais problemas aos que eles já tinham.

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Com o tempo, aprendi a gostar do meu quarto. Nele refugiava-me nas minhas ideias e sentimentos e, ao mesmo tempo, criava um mundo à minha maneira. Naquela altura, eu era muito pensativo, e por isso idealizava regressar a Portugal logo que fizesse dezoito anos de idade. Naquele verão, os meus pais não puderam ir de férias porque a minha mãe estava grávida do meu irmão Filipe, por isso, vim sozinho para Portugal. Durante as férias, a presença dos meus familiares fez com que raramente pensasse no meu irmão Daniel. Em setembro de 1997, tinha eu 14 anos de idade, quando nasceu um novo membro da família, o meu irmão Filipe. Pensávamos e imaginávamos que ele poderia ser parecido com o Daniel, mas quando o vimos percebemos que não, “ninguém substitui ninguém.” Por um lado, fiquei desiludido por não ser parecido com o Daniel, mas por outro, fiquei muito feliz por ter outro irmão. Ainda me lembro da alegria da minha irmã Sara que tinha apenas um ano e meio de idade e mesmo assim queria pegar no Filipe ao colo. Os meses passaram, mas a paz e a felicidade que ansiava não batia à porta. Em casa o ambiente era igual, não existia muita alegria e os meus pais tentavam esconder a tristeza que ambos sentiam. Apesar de tudo, eu continuava a ter esperança em Deus e acreditava que um dia iria descobrir a verdadeira felicidade. Quando ia à igreja, saía sempre de lá com mais forças para lutar. Aos sábados, gostava muito de ir ao grupo de adolescentes e de cantar e tocar percussão com o grupo de jovens da igreja. Certo dia, o pastor convidou-me para entrar para o grupo de louvor da igreja e eu aceitei. Foi, sem dúvida, uma das melhores coisas que me aconteceu na minha adolescência. Cantar para Deus foi motivo de grande alegria, foi neste tempo que comecei a aprender a tocar percussão. Naquele verão fui de férias a Portugal com a família, e numa 33


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Igreja Evangélica na Figueira da Foz conheci uma jovem. Não nos conhecíamos, mas mesmo assim ficámos perdidamente apaixonados um pelo outro. Foi a minha primeira vez que me senti verdadeiramente atraído e apaixonado por alguém. Depois de tanto insistir, acabei por convencê-la a dar um passeio comigo e a partir dali começámos a namorar. Quando estava com ela esquecia-me da infelicidade e sentia-me bem por ter alguém que me dava carinho, mas durou pouco tempo, ela deixou de gostar de mim, e eu passei vários dias fechado no meu quarto a chorar. Enfim, coisas de adolescente, mas que doem! A partir daquele dia deixei de ter vontade de estar com os meus familiares e as férias deixaram de fazer sentido. Ao regressar ao Luxemburgo, a melancolia aumentou e passei a ter crises de choro todas as noites. Perdi a vontade de ir à escola e de aprender as matérias que nos eram ensinadas. Nem o facto de ir à igreja e de cantar no louvor me ajudaram a superar aquele sentimento de tristeza. Nunca disse nada à minha família porque queria mostrar-me forte e porque no fundo achava que só Deus me poderia compreender. Nesta fase da vida, eu pensava, que não era feliz no Luxemburgo, e que logo que chegasse à idade adulta iria viver em Portugal. Todo este vendaval de coisas prejudicou o meu aproveitamento escolar e os resultados escolares pioraram, então decidi deixar o liceu, neste caso o ensino secundário, para fazer um curso profissional. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que trabalhar, mas o sonho de ir viver para Portugal aos 18 anos era mais forte, por isso não pensava em mais nada. Naquele verão voltei a ir de férias mais cedo que os meus pais e como sempre fui para casa dos meus avós. Nesta altura tinha dezasseis anos e como acontece com muitos adolescentes, tinha muita curiosidade e vontade de conhecer o mundo da noite, por isso fui passar uns dias com meus tios para estar com os meus primos, Sofia e Ricardo.

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Passados alguns dias voltei à casa dos meus avós, e sem amigos e sem nada para fazer, ficava na varanda a observar as pessoas que por ali passavam. Um certo dia, passou por ali um grupo de jovens, vizinhos dos meus avós, que me chamaram para me juntar ao grupo para conversarmos. Não hesitei e fui na expectativa de ter companhia e de fazer amizade. A partir dali, reuníamo-nos na rua todas as noites depois do jantar. Numa daquelas noites, quando já todos haviam ido para casa resolvi ficar só, sentado nos NAQUELE VERÃO VOLTEI A IR degraus da escada da casa DE FÉRIAS MAIS CEDO QUE dos meus avós, quando fui OS MEUS PAIS E COMO SEMPRE surpreendido por um homem FUI PARA CASA DOS MEUS AVÓS que me apontou uma arma de fogo à cabeça. Ele não pronunciou uma única palavra, depois desistiu e foi-se embora repentinamente. A cena causou-me tanto medo que corri para casa sem olhar para trás, e a partir dali deixei de conseguir sair sozinho à noite. Vinha-me sempre à mente aquele momento de horror. Depois das férias comecei a fazer o curso profissional de eletricista. Frequentava a escola à terça-feira e o resto da semana trabalhava. A turma era, na sua maioria, formada por rapazes mais velhos que eu, mas sentia-me bem. Todos fumavam, no entanto, como era contra o tabaco não entrava na prática deles. Fazia parte do grupo de louvor na igreja e queria agradar a Deus, de certo modo, portanto o melhor que tinha a fazer era afastar-me de tudo o que afetasse a minha comunhão com o Criador. Ainda que fosse posto de parte por parte dos colegas de turma não queria ser um mau exemplo, tinha alguns valores morais e sabia que se seguisse pelo mesmo caminho iria acabar por me arrepender. No emprego, a maioria dos meus colegas consumiam bebidas 35


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alcoólicas e fumavam. À hora do almoço ingeriam grandes quantidades de bebida, embriagavam-se e depois iam “chatear-me” para o local de trabalho, mas como não gostava de confusões nunca fui capaz de dizer a verdade ao meu patrão.

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