NOTÍCIAS Ovar | Santana (Sesimbra) Viseu | Ação de Formação DIN
Família
MAIO 2020 · Nº 928 · MENSAL · ANO 77 · DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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EDIÇÃO ESPECIAL
Dia Internacional da Família | Casados para sempre? Famílias Diferentes | Famílias Restauradas Filhos de Deus por adoção NA2020_MAI.indd 1
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nesta edição viver
NACIONAL | Ação de formação DIN
6 boas notícias | “Todos os caminhos vão dar a Roma?” 8 testemunho | Paula Rodrigues (Sotavento Algarvio) 10 mensagem à consciência | Um coração companheiro 11 reflexão | Fé: o lugar tranquilo no meio da tempestade 12 efemérides | Dia da Mãe - O pedido de uma mãe 13 testemunho | Rute Azeitão (Vila Franca de Xira) 14 sociedade| As desculpas para a interrupção da vida 16 atualidade | Não sei; Acreditamos e defendemos que a vida é uma dádiva de Deus!
p.44 em foco 21 Especial Família
SOCIEDADE | As desculpas para a interrupção da vida
22 Casados para Sempre 24 Famílias Restauradas 26 Famílias Diferentes; Dia Internacional da Família 32 Adoção
olhares 34 perspetiva | O Valor da Cruz 36 fundamentos | Supremo exemplo do termo “graça” na Bíblia 40 reflexo | Negação - crise - ação Maio é um mês de festa. Celebra-se o Dia da Mãe e o Dia Internacional da Família. Além de assinalarmos a primeira efeméride damos amplo destaque às questões da família (EM FOCO, páginas 21 a 33). Convidámos os especialistas em aconselhamento familiar, Drs. Osmar e Linda Silva, para falar dos desafios do casamento. Depois, temos uma ampla reportagem acerca de três famílias bem distintas e com experiências especiais, mas todas focadas em Deus. A não perder ainda a reflexão bíblica da missionária Paula Marcos Teixeira acerca da restauração na família e um texto do pastor Miguel Cartaxo acerca de como podemos pertencer à maior das famílias – a família de Deus.
p.15 notícias 42 local | Ovar; Verónico Vargues (Homenagem) 44 nacional | Ação de Formação DIN 45 local | Santana (Sesimbra); Noémia Gomes Farias (Homenagem) 46 local | Viseu
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Não perca também vários testemunhos de transformação de vida, notícias de atividades locais e nacionais. Encontre ainda, ao longo da revista, artigos acerca de temas da atualidade e do seu dia-a-dia numa perspetiva cristã. maio2020NA3
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editorial Samuel R. Pinheiro
Diretor de Publicações www.jesus-o-melhor.com
“Deixa o homem pai e mãe…” “(…) deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Génesis 2:24, ARA) Desde toda a eternidade que Deus é três, numa unidade indissolúvel, numa relação e intimidade de mor absoluto – Pai, Filho e Espírito Santo. Não será uma família como a conhecemos em termos humanos – pai, mãe e filho; mas é uma triunidade de pessoas distintas que se amam de modo absoluto. É também o nosso modelo porque fomos criados segundo Ele, somos IMAGO DEI. Foi assim que Deus disse e o transmitiu para nós logo no início da Bíblia Sagrada: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Génesis 1:26a, ARA). Não é demais repetir que somos IMAGO DEI. Logo mais, ainda no Jardim do Éden, Deus constatou que “Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idónea” (Génesis 2:18, ARA). Não é que Deus não o soubesse, desde sempre, na Sua omnisciência. Mas Ele é que sabe o que faz e como faz, e vislumbro aqui a pedagogia divina na Sua revelação, para que tenhamos o apreço que devemos ter pela criação da relação conjugal, e do modelo que criou heterossexual, na relação de respeito com base na dignidade de que somos portadores Nele, homem e mulher. Não existimos para competir, vivermos como antagónicos, querermos ser o que não somos. Apreciarmo-nos nas nossas diferenças sem fazermos delas um trampolim para disputas e quezílias. Foi assim que Deus fez e foi assim que Ele decidiu comunicar-nos o que fez. Para mim numa narrativa e linguagem únicas. Se Deus assim viu e falou, assim passou à ação e extraiu do homem a sua companheira do peito sem dor (com anestesia total – em forma de sono profundo), que do coração mais perto não podia ser. Uma pessoa que não havia como rejeitar nesse ambiente fantástico de harmonia porque olhando para ela ele se via, e olhando para ele ela se via. Tudo perfeito e muito, muito bom, como é apanágio divino. Adão acordou acompanhado e ao primeiro olhar apaixonado pela parte de si com que o Criador o presenteou. A sua respiração e o bater do seu coração pertenciam a ela, e os dois pertenciam ao Deus que na Sua pluralidade disse “façamos”. E a descrição breve que o homem faz traduz toda a enlevação do seu respirar e do seu coração: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porque do varão foi tomada.” (Génesis 2:23, ARA). E só um tempo à frente o nome de Eva acaba por surgir: “E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos.” (Génesis 3:30). Conhecedor do futuro e do que haveria de acontecer, Deus incluiu na Sua narrativa pela mão de Moisés, o princípio que nos serve de título e que é válido até ao fim dos tempos, por muito que a nossa imaginação na transgressão e desobediência, e nos argumentos que habilidosamente também conseguimos produzir e arquitetar, a ignore. Este era e não deixou de ser o que Deus quer que seja a vida de todas as relações conjugais, pese o facto de que a desobediência entrou e borrou a escrita divina, mas não a comprometeu, porque Deus Pai,
Filho e Espírito Santo continuam a ser o mesmo. O pecado corrompeu homem e a mulher. As consequências, Deus não deixou ficar por mãos alheias porque desse modo elas seriam irreversíveis. A morte física e espiritual entrou: destituição da glória, vergonha, medo, culpa, acusação, expulsão do jardim. Mas Deus anunciou a redenção ao instigador desta tragédia que já estava decidida desde a eternidade no seio da Trindade: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” (Génesis 3:15, ARA). Jesus nasceu entre nós como Deus feito Homem e pela Sua morte e ressurreição cancelou o escrito de dívida contra nós. Nele e por Ele somos salvos do pecado para uma nova vida. O que a desobediência adâmica provocou, Jesus reverteu pela Sua obediência. Ao aceitarmos esse sacrifício, através do arrependimento, passamos a fazer parte da Igreja, a família de Deus. A Bíblia é um livro de famílias. Mesmo considerando todos os estragos que o pecado originou é possível viver em família de um modo ajustado, principalmente se Deus faz parte da mesma. Mas Jesus veio estabelecer uma família espiritual que é a Igreja, constituída por todos os filhos de Deus. A Igreja é uma família de famílias e uma família para quem a não tem!
Não existimos para competir, vivermos como antagónicos, querermos ser o que não somos. maio2020NA5
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BOAS NOTÍCIAS
“Todos os caminhos vão dar a Roma” … mas será que todos nos levam à felicidade? Quando queremos indicar que todas as alternativas de que dispomos nos levam para o mesmo lugar, ou têm o mesmo resultado, dizemos muitas vezes: “Todos os caminhos vão dar a Roma.” Esta é uma expressão que remonta ao século 1. No século I da era cristã, o Império Romano, cuja capital era Roma, era o “umbigo” do mundo, e ia da Bretanha (atual Inglaterra), à Pérsia (atual Irão), chegou a ter 80 mil quilómetros de estradas. Estas estradas, chamadas de “cursus publicus”, não eram como as que temos hoje, pelo que serviam mais como um meio de comunicação, do que de transporte, sendo por isso, usadas por mensageiros, os quais levavam ordens de um lado para o outro do Império.1 Mas quando pensamos na questão da felicidade, a verdade é que todos sabe-
mos que nem todas os caminhos nos levam à verdadeira felicidade. Alguns são mesmo uma ilusão. Por isso a própria Bíblia nos alerta, dizendo: “Há caminhos que ao homem parecem certos, mas os fins deles conduzem à morte.”2 A verdade é que todos nós queremos encontrar a tão sonhada felicidade. O problema está na forma disso acontecer. O mundo ensina-nos que se quisermos ser realmente felizes, precisamos comprar o último modelo de telemóvel, ser elegantes, viver num bairro chique, ou vestir roupas de marca. No entanto, aquilo que temos que entender é que, para sermos verdadeiramente felizes não precisamos “ter”, mas “ser”. É um conceito completamente diferente daquilo a que estamos habituados, mas que, satisfaz mais que qualquer outro. Embora seja diferente, este conceito
não é novo, até porque o próprio Senhor Jesus, há muitos anos atrás, e estando diante de uma grande multidão, explicou-o, dizendo: “Felizes os que, no seu espírito, são como pobres, porque a eles é dado o reino dos céus.”3 Seremos verdadeiramente felizes quando reconhecermos que precisamos de Deus em todas as áreas da nossa vida, porque só a Sua graça e misericórdia nos podem transformar. “Felizes os que se lamentam, porque serão consolados.”4 Seremos verdadeiramente felizes quando entendermos que embora, neste mundo, possamos passar por momentos de dor e tristeza, Deus está sempre disponível para nos consolar. “Felizes os bondosos e modestos, porque o vasto mundo lhes perten-
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viver também nós não somos perfeitos, e que, se não fosse a misericórdia de Deus, não seríamos o que somos hoje. Devemos ter o mesmo sentimento de Jesus, quando Ele orou: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.”8 “Felizes aqueles cujo coração é puro, porque verão Deus.”9 Seremos verdadeiramente felizes quando buscarmos Deus com um coração de criança, cheio de fé e de amor, e quando olharmos para os outros semelhantes a nós, mas também diferentes, sem lhes apontarmos o dedo, de forma despreconceituosa e sem julgamentos. “Felizes aqueles que se esforçam pela paz, porque serão chamados filhos de Deus.”10 Seremos verdadeiramente felizes quando optarmos por deixar a violência, a calúnia, a murmuração e a facciosidade11, e passarmos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ter “… paz com todos…”12 “Felizes os que são perseguidos por cumprirem a vontade de Deus, pois é deles o reino dos céus.”13 Seremos verdadeiramente felizes quando nos lembrarmos que, da mesma forma que Jesus sofreu e que esse sofrimento Lhe auferiu uma recompensa eterna, também nós, se estivermos a sofrer por obedecermos a Deus, isso resultará em glória na eternidade com Ele.14
(…) para sermos verdadeiramente felizes não precisamos “ter”, mas “ser”.
E por fim, quando vocês “… forem maltratados, perseguidos e caluniados por serem meus seguidores, felizes serão por isso.”15
Estimado leitor, como pode ver nem todos os caminhos vão dar à felicidade, mas apenas um, aquele que coloca Deus como ponto de partida e de chegada. Ele é, não só, o Autor da verdadeira felicidade, como o Agente consumador dessa felicidade. Ao ler este texto, Deus está a mostrar-lhe que, afinal, “ser” é bem mais fácil que “ter”, tudo depende da sua decisão. Experimente hoje mesmo SER VERDADEIRAMENTE FELIZ, deixando que Jesus faça parte da sua vida, perdoe os seus pecados, e ce.”5 Seremos verdadeiramente felizes quan- encha o seu coração de alegria, paz e amor. do confiarmos que Deus é a nossa única fonte de força e provisão.
na sua rádio
EM TODO O PAÍS Programa “A Luz das Nações”
Antena 1
3ª e 6ª feira: 22h45 3º Domingo: 6h
NA SUA REGIÃO Chaves Rádio Larouco Sábado: 8h30
· Entroncamento, Alijó, Sabrosa Rádio Voz do Entroncamento Sábado: 18h30 4ª feira: 19h30
· Estremoz
Rádio Borba 4ª feira (quinzenalente): 17h
· Faial - Açores Antena 9 Sábado: 9h10 2ª a 6ª feira: 13h40
· Lages do Pico Açores Rádio Montanha 2ª feira: 18h
· Miranda do Corvo Rádio Dueça Sábado: 9h; 3ª feira: 20h
· Pico - Açores Rádio Pico Sábado: 10h
· Pinhel
Rádio Elmo Domingo: 10h
· Reguengos de Monsaraz
Rádio Voz de Reguengos Sábado: 13h15
· S. Jorge - Açores Rádio Lumena Sábado: 16h
· S. Miguel - Açores RDP Açores (N. Alegria) Domingo: 7h05
· Seia
Rádio Beira Alta 4ª feira: 19h15
· Trancoso
Rádio Bandarra 3ª e 5ª feira: 7h30
· Valença
“Felizes os que anseiam pela justiça, porque decerto a alcançarão.”6 Seremos verdadeiramente felizes quando escolhermos fazer o que está certo, mesmo que isso implique “remar contra a maré”, não enganando os outros ou alegrarmo-nos com aquilo que sabemos que está errado. “Felizes os misericordiosos, porque a eles será mostrada misericórdia.”7 Seremos verdadeiramente felizes quando perdoarmos aos outros como Deus nos perdoa. Isto quer dizer que, quando vemos alguém a fazer algo que não está correto, devemos lembrar-nos, que
Esperança
Ângela Paiva
Missionária Moimenta da Beira
https://www.paiquere.com.br/qual-a-origem-da-expressao-todos-os-caminhos-levam-a-roma/, consultado a 18 de fevereiro de 2020; 2 Provérbios 14:12, NTLH; 3 Mateus 5:3, OL; 4 Mateus 5:4, OL; 5 Mateus 5:5, OL; 6 Mateus 5:6, OL; 7 Mateus 5:7, OL; 8 Lucas 23:34, ARA; 9 Mateus 5:8, OL; 10 Mateus 5:9, OL; 11 Facciosidade = tomar partidos, criar grupos, contribuir para a desunião; 12 Romanos 12:18; 13 Mateus 5:10, OL; 14 2 Coríntios 4:17; 15 Mateus 5:11, 12, OL 1
Rádio Valença; Rádio Minho e Ecos da Raia Sábado: 11h; Domingo: 13h30
· Vila Nova de Poiares RSA 2ª feira: 7h30; 6ª feira: 22h
· Viseu
Emissora das Beiras 4ª feira: 14h15; 23h
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TESTEMUNHO
Paula Rodrigues, sotavento algarvio
(…) desfiz-me de todo o tipo de coisas que me ligaram ao mundo obscuro do espiritismo e Nova Era. O meu nome é Paula Rodrigues, tenho 45 anos e vivo em S. Brás de Alportel. “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.” (Salmo 37:4-5, ARA) E como faz! Há cerca de dois anos a minha vida estava mergulhada nas mais profundas trevas. A escuridão e tristeza reinavam em todas as áreas da minha vida: família, trabalho, saúde. Desde pequena que passei por muitas situações complicadas. A minha infância foi marcada por um relacionamento complicado com o meu pai, o qual sofre de stress pós-traumático, por causa de ter estado na guerra colonial, dificultando o relacionamento familiar. Fui crescendo revoltada, magoada e cheia de ressentimentos, sem amor e carinho, não para com a minha mãe, pois via-a como uma vítima que muitas vezes eu tentava proteger. Acabei por me tornar uma criança, adolescente e adulta rebelde e desobediente que usava a violência para resolver os meus problemas. Por volta dos 20 anos comecei a ter dores neuro musculares, da cintura para baixo, que ninguém da parte médica soube explicar. Estas dores passaram pouco tempo depois e regressaram em 2006 até ao presente. Nenhum exame médico revelou a origem dessas dores. Por causa delas deixei de conseguir andar e estive muitos meses sem trabalhar. Sem meios para me sustentar, tive que entregar a minha filha ao pai, do qual me separei em 2013, para cuidar dela e a levar à escola. Por causa deste problema que a medicina não resolvia, comecei a procurar outro tipo de soluções, tal como o meu pai fez relativamente ao stress pós-traumático: bruxaria, médiuns,
curandeiros, etc. Além de procurar a cura também procurava algo mais, que saciasse a fome e sede de sentia na minha alma. Assim, comecei com o Reiki em 1999. Experimentava tudo o que dizia respeito à dita Nova Era e às chamadas novas energias. Os anos foram passando o meu envolvimento neste tipo de coisas foi aumentando. Frequentei uma casa espírita e, um ano depois, convidaram-me para fazer parte da mesa de médiuns. Exerci
Experimentava tudo o que dizia respeito à dita Nova Era e às chamadas novas energias. o papel de médium, recebendo todo o tipo de espíritos imundos, pensando que estava fazendo a obra de Deus, ajudando “almas a irem para a luz”. Em outono de 2017, aquelas dores vieram de tal forma que, mais uma vez, não conseguia andar. Aflita, liguei ao pai da minha filha, pois continuámos amigos. Ele, que já tinha aberto o coração ao Senhor Jesus, reuniu vários irmãos, os quais vieram a minha casa para orar por mim e também para testemunhar acerca de Jesus. Eu não
estava nada recetiva, pois para mim a Bíblia era só mais um livro escrito por homens. Mas Deus usou um dos irmãos, que leu uma porção da Santa Palavra de Deus, que tocou no meu coração: “Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos” (Deuteronómio 18:10-11) Ora, eu que sempre amei a Deus e tive temor, como achava que estava servindo ao Senhor, aqueles versículos foram um alerta para mim e levaram-me a abrir o meu coração para Jesus. Naquela noite entreguei a minha vida ao Senhor Jesus e arrependi-me dos meus pecados. Entreguei-me totalmente ao Senhor. Chorei na presença do Senhor, derramando o meu coração. Deus não apenas fez algo naquela noite. Ele continuou a trabalhar em mim. No dia seguinte desfiz-me de todo o tipo de coisas que me ligaram ao mundo obscuro do espiritismo e Nova Era. Livros, objetos, roupas, imagens, símbolos, quadros, objetos decorativos - foi tudo parar ao lixo. Estava desempregada e como tinha bastante tempo, comecei a orar e ler a Palavra do Senhor, todos os dias, várias vezes ao dia. O inimigo tentou de várias maneiras que eu voltasse à vida antiga, desanimando-me e enviando para a minha mente pensamentos suicidas dizendo “mata-te que não fazes cá nada e não vales nada,” mas eu respondia também em pensamento “Não! Deus tem algo mais para mim.”
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viver
Numa madrugada, às 4 da manhã, acordei para orar. Deus, através do Seu Espírito, trabalhou no meu coração para que eu pedisse perdão ao meu pai, naquele momento. Ainda tentei resistir, mas o apelo de Deus era muito forte. Liguei-lhe e ele veio muito preocupado e amoroso. Embora o meu pai já me tivesse pedido perdão e eu tinha dito que o perdoava, não tinha sido sincera. Então, naquela noite, pedi perdão ao meu pai, pela mágoa, ódio e rancor que senti por ele durante todos aqueles anos. A partir daquele momento, tudo mudou. O Senhor “arrancou” definitivamente toda a mágoa que existia no meu coração e foi trabalhando o meu relacionamento com o meu pai. Deus capacitou-me para lidar com o meu pai cada vez que estávamos juntos. Antes de nos encontrarmos, eu orava sempre para o Espírito Santo me dar sabedoria para falar e agir com ele. Tudo no nosso relacionamento se foi ajustando, pela graça de Deus. O meu pai cedeu-me a casa onde vivo com a maior bênção que Deus me deu, a minha filha. Graças dou ao Senhor que deu condições ao meu pai para me ajudar e tenho um sítio para morar. Afirmo com toda a certeza que esta
(…) só o Senhor mesmo para fazer, pois por mim própria nunca seria capaz de perdoar o meu pai de verdade (…) obra só o Senhor mesmo para fazer, pois por mim própria nunca seria capaz de perdoar o meu pai de verdade, e agora é com grande prazer que estou em sua companhia e sinto grande compaixão pelos meus pais. Só Deus sabe o quão difícil foi também para eles. Só o nosso Deus consegue restaurar e curar almas feridas. Que Ele me possa usar para ganhá-los para Jesus.
uma família na Assembleia de Deus em Olhão, onde fui muito bem recebida pelo pastor Carlos Salgado e sua mulher, que muito me apoiam, e por todos os irmãos. Desci às águas em outubro do ano passado, sendo batizada de acordo com o mandamento de Jesus, nesta casa de oração e hoje sou membro assídua. O Senhor também me abençoou com um trabalho onde sou muito feliz e o Senhor também está trabalhando na minha saúde. Embora não esteja totalmente curada creio que o Senhor está a agir a meu favor, Ele é um Deus fiel, que tudo pode, tudo sabe, e tudo é feito no Seu tempo, conforme o Seu santo querer. Agradeço, a cada dia, tudo o que o Senhor nosso Deus já fez e o que ainda vai fazer na minha vida e na vida de todos nós. Que tudo seja para Sua honra e glória, que só Ele merece. Eis-me aqui! Que o Senhor me use na Sua obra conforme o Seu querer e seja feita a Sua vontade. Paula Rodrigues Sotavento Algarvio
Estou muito feliz de me ter convertido ao Senhor e de ter encontrado
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MENSAGEM À CONSCIÊNCIA
Um coração companheiro Andava-se à procura de um coração (físico), e nessa procura viajou-se de Honolulu até Los Angeles, Califórnia. Procurava-se um coração que fosse confinante ao de uma criança, adaptável ao seu próprio sangue. A necessidade era urgente porque o seu coração já não funcionava normalmente.Tratava-se de Jason Pacheco, um menino de dois anos de idade. O pequeno sofria de um mal congénito. O seu coração morria dentro dele. E se não encontrasse outro para o transplante, certamente Jason faleceria. Desde o primeiro transplante de coração algumas décadas atrás, a ciência dos transplantes progrediu de forma assombrosa. Milhares de vidas têm sido resgatadas das garras da morte por causa de um transplante.
samente o engano. É que a atração física, por si só, não é suficiente para assegurar largos anos de matrimónio feliz. Quando se casar tenha por certo que há pelo menos três elementos necessários para um longo e ditoso matrimónio. Primeiro, não só ame o corpo do seu cônjuge, como também a sua alma, o seu coração, o seu ser interior. Essa classe de amor assegura a absoluta e eterna fidelidade.
(…) todos necessitamos de um coração companheiro. Um coração que simpatize connosco (…) e especialmente a mesma fé.
Segundo, aceite o casal tal qual é. Não trate de mudar o seu cônjuge. Ele (ou ela se o leitor for um jovem) será como é, por toda a vida. No caso de Jason, teria de ser mais ou menos da sua idade, isto é, de uns dois anos, e do mesmo Terceiro, renda-se de matipo de sangue. A raça do doador e a cor da sua neira absoluta (junto com pele não importavam. O essencial é se possuía um o seu cônjuge) ao senhorio coração compatível, um coração que se adaptasse de Jesus Cristo. O egoísao corpo de Jason, e fosse implantado a tempo no mo, que é o maior destruiseu peito. Desgraçadamente o menino não resistiu dor de casamentos, não à espera. prevalece quando Cristo é Senhor absoluto. AsseDo mesmo modo que Jason (embora em sentido físico), todos necessitamos de um coração companheiro. Um coração gure o êxito do seu matrimónio, principiando que simpatize connosco, que tenha os nossos próprios sentimentos e com Cristo Jesus no seu coração. A motivação ideais, e especialmente a mesma fé. Um coração não apenas compatí- espiritual é a mais forte de todas! vel, porém que nos ame; que nos ame com um amor eterno. Permita-me, jovem leitora, que me dirija especificamente a si. Talvez esteja à procura dum coração. A primeira atração ao sexo oposto é uma atração física, e isso é normalíssimo. Mas nisso consiste preci10NAmaio2020
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Hermano Pablo
Colaboração internacional conciencia.net
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viver REFLEXÃO
Fé: o lugar tranquilo no meio da tempestade Tudo está bem. O Sol surge no horizonte, o despertador toca, levantamo-nos e começamos a nossa rotina diária. O relógio avança no seu ritmo, lá fora escuta-se a agitação de um dia normal. Tudo está igual aos outros dias. Quando de repente, sem qualquer aviso ou previsão o céu muda de cor, ventos tempestuosos se levantam, o cenário calmo transforma-se num cenário negro e perturbador. Chegou o dia mau, o momento da tempestade. Não podemos evitá-lo, não podemos prevê-lo. Ele vem sempre de forma inesperada e sem pedir permissão. Nunca sabemos a sua intensidade. Só podemos estar certos que ele vem.
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Talvez agora poderei desiludir alguém, mas não é a vida cristã que nos livrará das tempestades. Pelo contrário por vezes elas até virão com mais força por sermos cristãos. E o objetivo é destruir tudo o que puder. As tempestades não terão um cuidado especial connosco por sermos frágeis, tal como fazemos com as nossas loiças de casa que protegemos e temos especial cuidado porque são frágeis. Não. Não existe especial cuidado ou preocupação. A tempestade cria danos, traz destruição, ceifa vidas. Talvez estejas a passar por uma, talvez não. Mas cuidado ela: vai chegar. Quando ela chegar vai fazer-te lembrar o quão fraco és, o quão impotente, o quão vulnerável. Quando ela chegar, vai mostrar-te que tipo de fé tens, em que Deus confias, em que lugar estás firmado. A tua fé será questionada e nesse momento perceberás em que condição te encontras. O que te preservará durante a tempestade não é a tua personalidade forte ou o teu otimismo, nem sequer é a tua longa experiência em tempestades. A tua única garantia de sobrevivência é a presença de Deus, o Pai Poderoso, o Filho Intercessor e o Espírito Consolador. Desculpa dizer-te mas mesmo assim vais sentir o impac-
Sara Rosa Vila Chã
to da tempestade. Parafraseando as palavras de Paulo na sua segunda carta aos Coríntios capítulo 4:8,9: "Serás pressionado, mas a presença do Pai não permitirá que sejas encurralado num beco sem saída, poderás ficar num encruzilhada de dúvidas mas o Pai proteger-te-à do desespero total, poderás ser perseguido, mas a presença do Pai jamais te abandonará, poderás até ser deitado a baixo, mas nunca o Pai deixará que sejas destruído, o Pai te preservar-te-á no meio da tempestade". Adversidades avassaladoras podem surgir do nada sobre as nossas vidas. Se apenas dependermos de nós mesmos não prevalecemos, pois somos demasiado frágeis. Mas pelo poder de Deus que em nós opera, somos capacitados a reagir de forma sobrenatural, por causa da sua presença. O maior milagre do qual podemos ser testemunhas é de como o poder de Deus nos capacita a enfrentar as tempestades. Esse milagre ninguém pode recriar ou inventar, ou vives pelo poder de Deus e superas, ou não vives pelo poder de Deus e és destruído. Na verdade, a maior tempestade que enfrentamos não são as circunstâncias tenebrosas que repentinamente nos cercam, mas sim aquela tempestade que se levanta dentro de nós e que quer pôr em causa tudo aquilo em que acreditamos. É no meio da tempestade que o Pai nos quer levar a experimentar a tranquilidade e paz além de qualquer entendimento, é no meio da tempestade que Ele fortalece a nossa fé, é no meio da tempestade que Ele nos quer ensinar a descansar e a repousar. É no meio da tempestade que as Suas palavras nos questionam: “Como está a tua fé em mim?”
O maior milagre do qual podemos ser testemunhas é de como o poder de Deus nos capacita a enfrentar as tempestades. maio2020NA11
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EFEMÉRIDE
O pedido de uma mãe No mês em que se celebra, no primeiro domingo, o Dia da Mãe em Portugal, deixamos uma reflexão acerca de “O pedido de uma mãe”, talvez representante de muitas outras mães. Às mães que nos leem, desejamos as maiores bênçãos de Deus. (N. da R.) A Bíblia não regista o seu nome, mas o do seu marido e filhos. Ela foi discípula de Jesus e talvez O tenha acompanhado em algumas das Suas viagens, juntamente com outras mulheres que ajudavam nas coisas práticas do grupo itinerante. Era uma mãe sincera. Tão sincera que chegou a ser inconveniente certa vez. Ela expôs ao Mestre o desejo de que os seus filhos se tornassem proeminentes, que fossem pessoas destacadas das demais. Não é verdade que, lá no fundo, as mães têm esse tipo de desejos para os filhos? E mais sincera ainda foi a resposta de Jesus. Ele disselhe que, na verdade, ela não sabia o que estava a pedir. Estariam os seus filhos dispostos a beber o cálice? Esta mãe não deve ter compreendido toda a profundidade destas palavras. Pelo menos naquela altura. Mas, anos depois, talvez se tenha lembrado delas quando um dos filhos foi martirizado por causa da sua fé. Tiago foi decapitado. O corte da cabeça de Tiago não deve ter sido maior do que o rasgo no coração desta mãe. Que dor! O outro filho não ficou muito tempo na vida pública. João escreveu cinco livros da Bíblia, o último deles na prisão em Patmos, onde deve ter terminado os seus dias, preso por causa da sua fé. Sim, os seus dois filhos beberam o cálice do sofrimento de Jesus. Heroicamente. Eles
também se tornaram líderes proeminentes – mas nesta terra, e líderes-servos. Talvez nada disso fosse compreensível para a mãe de Tiago e João quando Jesus lhe deu aquela resposta sincera. Mas, ao longo da sua própria caminhada de fé, ela aprendeu muitas coisas. Aprendeu a amar mais ao Senhor Jesus do que a seus próprios filhos. Ela estava ao pé da cruz quando Ele derramou o Seu sangue. Ela estava na comunidade de fé quando Ele apareceu ressurreto. Ela sabia que valia a pena seguir este Senhor, mesmo que a vida na terra tivesse um final tão sinistro como o do seu filho Tiago. Neste Dia da Mãe, eu aprendo com esta mãe. Com o coração sincero, reentrego a minha vida a Ele, e a vida dos meus filhos. Numa época de tantas necessidades, eu os entrego para os propósitos do meu Senhor e Mestre – que a Sua glória seja conhecida em toda a Terra, até que Ele venha instaurar o Seu reino. Délnia Bastos Brasil Fonte: Ultimato Online, adaptado
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viver TESTEMUNHO
“Hoje (…) tenho paz no meu lar (…)” Rute Azeitão, Vila Franca de Xira
Desde que me lembro, vivia num lar dominado pelo álcool, drogas e violência doméstica, o que levou a minha mãe a encontrar ajuda na AD de Sacavém. Comecei por ir lá à Escola Dominical. Mais tarde, dada a mudança de residência, passei a ir à igreja em Alhandra, concelho de Vila Franca de Xira. Por volta dos meus 20 anos, saturada do ambiente que se vivia no meu lar, resolvi não só sair de casa como também abandonar os caminhos do Senhor. Fui construindo a minha vida sempre ciente de que Deus me amava, mesmo eu estando longe Dele. À medida que os anos passavam, a minha vida era edificada em desilusões, umas atrás das outras. Os anos passavam e eu desejava voltar aos caminhos de Deus, mas não tinha coragem para isso. Enquanto isso, as minhas escolhas e consequências eram desastrosas, mas cuidadosamente encobertas para que ninguém desconfiasse do inferno em que vivia. No dia em que realmente percebi que estava perdida, orei, pedi a Deus que me ajudasse a voltar qual filho prodigo. Em poucos dias Deus enviou dois amigos e irmãos aos quais confidenciei que tinha saudades dos caminhos que abandonara. No domingo seguinte fui com eles até à igreja em Vila Franca. Tinham passado 15 anos, mas a sensação que tive, foi como se me tivesse ausentado só desde o domingo anterior, senti que aquela era a minha casa: senti-me em casa!
tra pessoa, e no meu trabalho recebi a notícia que teria que ser transferida para mais longe de casa. Se me revoltei? Não, mas perguntei inúmeras vezes a Deus “PORQUÊ?”. Sem o meu pai, sem o pouco apoio do pai da minha filha ficou muito difícil suportar a vida do meu lar, mas lembrava-me da promessa de Mateus 6:26-34, de como Deus cuida e sustenta os Seus filhos, e acreditava que um dia tudo iria ficar bem… O tempo passou e aos poucos, com muita dificuldade, fui superando cada etapa. Hoje posso testemunhar que tenho paz no meu lar, e sou completamente autossuficiente a todos os níveis. Sinto que o Senhor me chamou para a Sua obra e o batismo foi o primeiro passo de coisas grandes que acredito que Deus tem para a minha vida! Cumpri o mandamento do Senhor e estou à Sua disposição para O servir. Sei que a verdadeira felicidade vem do Senhor e neste mundo só estará completa quando nos envolvemos verdadeiramente com Deus e a Sua obra. Que o Senhor vos possa abençoar como a mim e a cada dia nos deixemos envolver neste compromisso com Deus.
O tempo passou e aos poucos, com muita dificuldade, fui superando cada etapa.
Algum tempo passou, e a minha vida continuava afundando, mas orava e confiava em Deus, pois conhecia as Suas promessas. O meu lar era constituído por mim, o meu filho, o pai da minha filha e a minha filha. Todos os dias era um tormento chegar àquele lar. Orava a Deus pedindo resolução e libertação de tudo o que era tóxico. Nessa altura perdi o meu pai. Já o esperava, mas nunca estamos preparados para perder quem amamos. O meu pai era quem sustentava uma boa parte das despesas de minha casa. Três dias depois, o pai da minha filha deixou o lar para estar com ou-
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SOCIEDADE
Ana Ramalho Rosa
Diretora-adjunta de Publicações Coordenação AD.J – Departamento Juvenil Convenção das Assembleias de Deus em Portugal
As desculpas para a interrupção da vida Ou como matar sem peso na consciência
Somos peritos em inventar desculpas. É assim desde o princípio. Quando Deus chamou por Adão no jardim, após o primeiro ato de desobediência, este apareceu e logo que confrontado, largou as culpas para ‘a mulher que Tu me deste’. E Eva, perante a questão, passou a ‘batata quente’ para a serpente... e esta, em consequência, ficou literalmente de rastos. Não havia nada que justificasse aquela desobediência. Desculpas, sim, havia muitas. Curiosidade, beleza à vista, etc. Aqui e agora, ainda temos o mesmo vírus, uma pandemia que não precisa de declarações oficiais da ONU. Racionalizamos as nossas misérias com desculpas e argumentamos um utilitarismo escapista conforme nos apetece.
“NÃO ERA ISTO QUE TINHA PLANEADO” Este é um argumento aceitável quando se fala de trocar dias de férias porque a entidade patronal assim o exige. Mas o mesmo argumento pode ser usado para interromper a vida de um ser que ainda não viu a luz do Sol (porque matar é uma palavra muito forte). “MAIS VALE ACABAR COM ISSO DE VEZ” Esta desculpa é válida quando falamos de arrancar um dente infetado até à raiz, por exemplo. Mas também pode ser usada para ‘justificar’ o ‘oferecer’ a possibilidade de alguém escolher ter ‘uma morte digna’ como se a dignidade de uma morte natural não existisse, nem os cuidados paliativos fossem uma via para a dignificação do final de vida de pessoas que valem tanto como eu, mesmo que não contribuam financeiramente para o todo. Não estou a relegar o sofrimento para a frieza de um discurso bonito, mas a verdade e os factos que conhecemos dos países em que se banalizou a eutanásia "ativa" são horrorosos e intragáveis. Não estamos a falar de "desligar a máquina" para que as coisas sigam o seu curso natural, mas de puxar o gatilho com medicação - e, agora, à distância de um comprimido. Como sempre, maquilhamos as terminolo-
gias para aligeirarmos a consciência... o ato de abreviar a vida de uma pessoa, ou a gravidez interrompida são exemplos disso. Sai-nos do bolso cuidar de quem deu tanto na vida (especialmente ao Estado) .... então vamos escutando frases bonitas sem saber bem o que temos em frente, muitas desculpas que resultam em poupança de dinheiro para o todo, com uma capa de suposta boa vontade e misericórdia.
Jesus é a nossa Esperança. Aliás, Ele é a única Esperança. É esta Esperança que o mundo precisa conhecer e experimentar. “O QUE ELE(A) FEZ NÃO TEM DESCULPA” Pode dizer-se isto num comentário aceso, na discussão acerca de um jogo de futebol. Tudo bem, desde que com respeito e moderação. Mas há quem use este mesmo argumento para trazer à baila novamente a pena de morte. E é verdade que há crimes contra a Humanidade, contra crianças, etc., que são chocantes, atrozes, horrorosos. É preciso haver justiça, mas linchamentos?! Sim, eles andam aí... para já nas redes sociais, mas o assunto ‘real’ está em cima da mesa. Não me julguem inocente ou mais
moralista do que os outros. Não sou, mas não posso arranjar desculpas. Não digo que o sofrimento alheio é fácil de suportar. Já vivi bem perto de situações em que hoje muitos diriam, perante uma doença prolongada e sem um ‘final feliz’: “uma ‘morte digna’ e está tudo resolvido”. E males que mereciam, na boca da justiça popular, ‘acabar com eles’ também não me são desconhecidos. Há coisas discutíveis em que não temos preto ou branco, mas cinzento. No entanto, como é possível sermos tão rápidos a classificar preto ou branco, quando a ideia é livramos-nos daquilo que nos pesa ou pensamos que pesa aos outros?
A GRANDE QUESTÃO Observando a sociedade em que vivemos, encontramos alguns aspetos que são o pano de fundo para esta diluição ética: como, teoricamente, viemos do nada e vamos para o nada, o melhor é vivermos ao máximo o aqui e agora, independentemente daquilo que os outros pensem. E como não há nenhuma autoridade acima de nós, porque Deus não existe, ou se existe não está presente, importa o que me dá jeito, me dá prazer e me é útil. Como cristã, como seguidora de Jesus, dou por mim tantas vezes a falhar naquilo que deveria ser e fazer! Estou no processo de aprender, dia-a-dia. Aprender a diminuir para que Ele possa crescer, a negarme a mim mesma (esta parte dói!), a identificar-me com Ele, e a segui-Lo. A verdade é que, por mais que custe ao meu ego, preciso reconhecer o que Ele, de facto, deseja de mim. Uma das coisas que Ele pede de nós para com a sociedade que nos rodeia, tem a ver com o Seu alvo: a redenção da Humanidade. Jesus quer usar-nos como veículos de reconciliação
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viver
(2 Coríntios 5:11-19). Ele disse, preto no branco, que devemos amar os nossos inimigos e orar pelos que nos maltratam, que quando no nosso coração deixamos que o ódio contra outra pessoa ganhe espaço é como se o estivéssemos a matar (leia o Sermão do Monte em Mateus 5 a 7). Ele veio para dar vida, e vida com abundância (João 10:10). Mandou-nos levar as boas notícias do Evangelho ao mundo inteiro - porque Ele é o único que pode mudar a vida do pior criminoso (Marcos 16:15; Mateus 28:18-20; 2 Coríntios 5:17). Ele veio para dar uma nova oportunidade aos excluídos e desprezados (Lucas 5:30-32; Mateus 11:28-30). Ele prometeu que cuida de nós. A Sua Palavra está cheia de princípios onde o cuidado pelos mais necessitados é presente (Êxodo 22:2224; Isaías 1:17; Zacarias 7:9-10; Tiago
Precisamos trocar o peso da vida alheia pela celebração e suporte dessa vida. 1:27, 2:14-17; Filipenses 2:4; 1 João 3:17). Já para não falar do valor da vida humana, incluindo quando ainda está em gestação (Génesis 9:5-6; Êxodo 20:13, 21:22-23; Levítico 19:9-37,
24:17; Salmo 8:4-8; Mateus 6:25-34). Jesus é a nossa Esperança. Aliás, Ele é a única Esperança. É esta Esperança que o mundo precisa conhecer e experimentar. Sim, parece loucura alguém dar a vida por aqueles que O traíram. Alguém levar sobre si todos os crimes e pecados dos outros. Parece mentira... mas é verdade. E para a vivermos e termos não precisamos arranjar desculpas. Basta crer Nele e querer que Ele seja o Rei de amor, perfeito e justo, da nossa vida. Precisamos trocar o peso da vida alheia pela celebração e suporte dessa vida. E isso só se consegue se virmos a vida do outro como Jesus a vê. “Deus amou tanto o mundo que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16, OL)
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Não sei “Do ponto de vista da procura, este é um bom momento para um colunista ter certezas do que não sabe. Pode escolher uma de duas teses. A primeira é que há uma histeria mundial e isto não é nada. A segunda é que isto tem dimensões nunca vistas e estamos impreparados. Não sou negacionista nem alarmista. Não sei. E este é daqueles momentos em que olho para quem sabe e acredito que me está mesmo a dizer a verdade. Não tenho outro remédio. Felizmente, o vírus do ceticismo absoluto ainda não me atingiu” (Expresso, 2020 março 05, Daniel Oliveira)
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NÃO SEI - Ora aí está uma atitude que devíamos ter em muitas situações da nossa vida sem qualquer incómodo e com toda a humildade. Diante de Deus há muito que não sabemos, mas sabemos o suficiente para acreditarmos e confiarmos, colocarmos a nossa vida em conjugação com a Sua vontade.
Olhamos para Jesus e ficamos a saber muito mais porque é Deus entre nós. Mas somos muito mais ignorantes do que o que julgamos saber. Nunca poderemos dizer que Deus não existe! Olhamos para Jesus e não temos outra opção senão afirmar humildemente que Ele existe. E se Ele existe o que devemos fazer é pautar a nossa vida pelo que Ele nos ensina pela Sua vida e pelos Seus ensinos em temas como o aborto, a eutanásia, a homossexualidade, o suicídio assistido, a ideologia de género. E há tanto, tanto, para fazermos de explícito no que Ele continua a requerer dos Seus seguidores. O assunto do texto referido é o COVID-19. No momento em que escrevemos este apontamento ainda não sabemos o que irá acontecer. Mas pelo que já sabemos a dimensão pode ser apocalíptica. Já sabíamos que as potências mundiais têm armazenado armas biológicas
como forma de estabelecer o seu equilíbrio pelo medo. Vimos agora que um morcego e um pangolim são suficientes para desencadear um processo em que a globalização se encarrega do resto. Esperamos sinceramente que as proporções não venham a ser catastróficas. A economia já cambaleia como um ébrio e quem sofre é quem menos tem em tudo, desde o acesso à saúde até aos bens alimentares. Fica-nos a todos reforçada a ideia de que a nossa vida é bem frágil nesta trajetória terrena e que precisamos estar preparados a cada momento para partir e nos encontrarmos com Deus. Ora aí está algo que no meio dos NÃO SEI, nós podemos afirmar com o apóstolo Paulo: “SEI EM QUEM TENHO CRIDO!” (2 Timóteo 1:13a, ARA, destaque em maiúsculas do autor) SRP
(…) no meio dos NÃO SEI, nós podemos afirmar com o apóstolo Paulo: “SEI EM QUEM TENHO CRIDO!”
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viver
ATUALIDADE
Acreditamos e defendemos que a vida é uma dádiva de Deus! O país incompreensivelmente foi sujeito a uma violência parlamentar com a aprovação de uma lei que visa a despenalização da eutanásia e que ainda está sujeita ao veto ou não do Presidente da República. Os nossos olhos estão em Deus e oramos para que dê sabedoria e coragem política na abordagem deste tema ao mais alto magistrado da nação. Lamentamos que a democracia não tenha sido respeitada porque o tema não foi objeto de debate durante o período eleitoral. Os nossos olhos continuam colocados em Deus intercedendo pelas autoridades, e na observância da Sua Palavra que estará sempre acima dos ditames humanos. A Associação Cristã Evangélica de Profissionais de Saúde no que foi apoiada pela Aliança Evangélica Portuguesa, pronunciou-se sobre o assunto que passamos a reproduzir. A Associação Cristã Evangélica de Profissionais de Saúde manifesta o seu pesar e preocupação pela aprovação da despenalização da eutanásia em Portugal. Acreditamos e defendemos que a vida é uma dádiva de Deus e que todo o ser humano tem valor e dignidade, desde a conceção até à morte natural, sejam quais forem as circunstâncias.
Médicos, na Ordem dos Enfermeiros, e na Ordem dos Médicos Dentistas, defendemos a necessidade de um cuidado humanizado a cada doente, esteja ou não em estado terminal, de acordo com as melhores práticas profissionais. Acreditamos que a eutanásia ou o suicídio assistido não são a melhor opção em nenhuma situação clínica, por mais complexa que seja. Não aliviam o sofrimento, mas matam a pessoa que sofre.
Acreditamos que a eutanásia ou o suicídio assistido não são a melhor opção (…)
A decisão tomada por maioria parlamentar no passado dia 20 de fevereiro, contra a constituição da República Portuguesa, que refere categoricamente no seu artigo 24.º que “a vida humana é inviolável”, e com os pareceres desfavoráveis da Ordem dos Médicos, da Ordem dos Enfermeiros, do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e de muitas outras entidades, nacionais e internacionais, é um enorme retrocesso civilizacional. O nosso país, um dos pioneiros na abolição da pena de morte, pretende juntar-se à triste minoria dos países do mundo onde a eutanásia é legal. Como profissionais de saúde, inscritos na Ordem dos
A despenalização da eutanásia é apresentada como uma solução de último recurso, em circunstâncias excecionais, mas o exemplo de países como a Holanda ou a Bélgica, que permitem estas práticas, confirmam que o Estado não tem capacidade de regular a atuação dos médicos que as executam e de impedir que muitas pessoas sejam mortas contra a sua vontade ou sem terem formulado qualquer pedido nesse sentido. Enveredar pela eutanásia parece ser a solução mais fácil para o alívio da dor e sofrimento insuportáveis, que desresponsabiliza o Estado e os serviços de saúde de cuidarem do paciente de uma forma global, tendo em conta a sua dimensão física, mas também a mental, a social e a espiritual.
Qualquer mudança legislativa que venha a permitir aos médicos terminarem intencionalmente com a vida de doentes, mesmo após o pedido voluntário e reiterado destes últimos, põe em risco a missão e propósito da medicina e das ciências da saúde, e a própria ética e deontologia profissionais. Levará também, inevitavelmente, a uma degradação da relação médico-doente, do SNS e dos cuidados paliativos, que tanto carecem de investimento e apoio. A Associação Cristã Evangélica de Profissionais de Saúde tudo fará para se opor a uma lei injusta e iníqua e apela ao veto presidencial. SRP maio2020NA17
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IGREJA
Cristina Carvalheiro
Coordenação DIN - Departamento Infantil Nacional CADP Coordenação Curso de Formação de Professores de Escola Dominical - MEIBAD Evangelista - Infantado
A importância do ministério infantil “Ensina ao menino o caminho que deve seguir, e assim, mesmo quando for velho, não se afastará dele” (Provérbios 22:6). Esta é uma instrução assertiva da parte de Deus para ensinarmos as crianças nos Seus caminhos desde o seu nascimento e providenciarmos todos os meios para que desenvolvam e maturem esse conhecimento. No entanto, os ministérios infantis continuam ainda hoje a ser desvalorizados no meio evangélico, remetendo os mais novos para espaços pouco atrativos, acompanhados de pessoas com pouca ou nenhuma formação e sem condições apropriadas para o ensino saudável da Palavra de Deus. Numa sociedade repleta de atrativos espiritualmente pouco saudáveis que afastam de Deus (nas redes sociais, na televisão, no ambiente escolar onde a desconstrução dos valores morais são uma realidade diária) e que conquistam facilmente os mais novos, pais e igreja devem contrapor e investir na formação espiritual das crianças.
pais cristãos, podemos constatar que existe uma crescente desvalorização da importância da fé das crianças. O ensino bíblico é passado como mero conhecimento intelectual, sem tentar fixar alicerces para edificar vidas comprometidas e conscientes da necessidade espiritual inerente a todos os seres humanos. No texto de Mateus 18:6, podemos verificar a grande preocupação de Jesus com as crianças que creem Nele. Jesus mandou-nos pregar o Evangelho a todos (Marcos 16:15), isto infere de todas as idades. Não devemos excluir as crianças do grupo dos que podem crer em Jesus.
em Jesus. Deus ama as crianças incondicionalmente e protege-as. Este facto confere-lhes dignidade e valor (Salmo 139:13-16). As crianças são sinal de bênção de Deus (Salmo 127:3). A Bíblia demonstra que as crianças são extremamente percetivas na compreensão dos assuntos de Deus e da forma de O servir. São adoradoras por excelência (Salmo 8:2). A proeminência das crianças em todo o relato bíblico tem sido fortemente ignorada pela estrutura eclesial hodierna cuja vivência é pautada por uma insaciável sede de resultados que criem visibilidade (os resultados do investimento nas crianças só é visível a longo prazo).
Quando voltamos o nosso olhar para as igrejas de hoje e para muitos dos
A condição para se ser filho de Deus é arrepender-se dos seus pecados e crer
Ao longo da Bíblia podemos perceber como as crianças são preciosas para
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viver
Deus: as crianças são sinal de bênção (Salmo 127:3); a atitude das crianças e a sua disponibilidade para aprenderem, ilustram o que Deus pretende no Seu relacionamento com os homens (Oseias 11:1; Mateus 18:2-3); tal como Deus valoriza as crianças, assim as famílias e comunidades devem valorizá-las e ensiná-las nos caminhos de Deus (Deuteronómio 6:1-8, 17-25; 11:2, 19-22, 32); as crianças têm um sentido inato para saber como servir a Deus. As crianças são adoradoras (Salmo 8:3; Mateus 21:15). Jesus abençoou as crianças que Lhe eram trazidas sem condições nem exigências (Mateus 19:13-15), Ele valorizou-as. O princípio para as crianças amarem a Deus, terem um conhecimento profundo Dele e desejarem ter Jesus como Salvador começa no lar. Deus responsabilizou o seu povo para instruírem os seus filhos (Deuteronómio 6:6-8); os pais devem educar e ensinar os seus filhos (Provérbios 6:20), devem promover neles a responsabilidade de ter desejo pelos assuntos espirituais (Provérbios 22:6), e aproveitar todos os momentos para ensinarem as crianças (Deuteronómio 6:7). Os pais devem encaminhar os seus filhos para Jesus (Mateus 19:1314). No início da igreja os pais também eram encorajados a educar os seus filhos com respeito e amor (Efésios 6:4). A quem deseja envolver-se no serviço dos ministérios infantis, é fundamental que tenha uma chamada de Deus para este ministério, uma profunda paixão e
As igrejas devem valorizar e investir nos obreiros dos ministérios infantis, criar estruturas na própria igreja para receber as crianças (…) amor pelas crianças, conhecimento de Deus e da Sua Palavra, ser uma pessoa de oração e disponibilidade constante para aprender. Os obreiros de ministérios infantis devem sentir este peso e esta responsabilidade de aproveitar todos os momentos para ensinar as crianças nos caminhos do Senhor e providenciar todos os meios para que se desenvolvam nesse conhecimento. Este ministério é de vital importância para igreja pois investe na formação do carácter e personalidade de indivíduos em formação, com repercussões para a eternidade. O momento mais memorável para os pais, professores de ministérios in-
fantis e de toda a igreja deve ser ver o despertar da fé nas crianças. Deus quer que as crianças assumam o compromisso de um relacionamento com Ele. Sabemos que a fé cresce num processo irregular com paragens e recomeços, momentos de reflexão, oração e persistência, lágrimas e dor. Muitos dos momentos de tristeza podiam ser evitados tanto para crianças como para pais e sociedade se o processo bíblico fosse colocado em prática em todos os lares. Ensinar o caminho da obediência e compromisso com Deus transforma a vida do individuo, do lar, da família, da igreja e da comunidade onde se está inserido. As igrejas devem valorizar e investir nos obreiros dos ministérios infantis, criar estruturas na própria igreja para receber as crianças, e promover ações que envolvam as crianças e os seus pais. Os pais devem participar nas atividades do ministério infantil e estar atentos ao desenvolvimento espiritual dos seus filhos e envolver-se ativamente no ensino dos preceitos bíblicos no lar. Os professores dos ministérios infantis devem ter espaço, criatividade e liberdade para investir na evangelização das crianças, promover tempos acolhedores e atrativos, proporcionar o ensino correto e completo da Palavra de Deus, pois cada criança salva é um evangelista natural no meio familiar, comunidade que o cerca e para a sociedade onde está inserido.
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Casados para sempre? | Famílias Restauradas Famílias Diferentes | Dia Internacional da Família A Família de Deus NA2020_MAI.indd 21
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Casados para sempre Hoje em dia um grande número de casais está a decidir não se casar, e optam por viverem juntos. Outros, infelizmente decidem viver juntos para ver se dá certo, e só então fazerem o compromisso de uma vida a dois. Ainda temos os que defendem de que ter um papel assinado não significa nada e que ser casado(a) não é um requisito para demonstrar a alguém que se ama. Por último, temos os que se casam sem entenderem a responsabilidade que traz o casamento. Casados para sempre, é quando duas pessoas se casam, e juntos trabalham diariamente nessa relação, fazendo com que o seu casamento siga avante e se torne muito mais forte. Apesar de muitos afirmarem de que o casamento está em vias de extinção, isso não é verdade. O que está em decadência é o compromisso e a moralidade. Dói genuinamente ouvir casais, até bons amigos nossos, que simplesmente desistem do seu casamento porque não querem trabalhar juntos para o manterem. Parece estar morrendo a habilidade de manter um relacionamento de longo prazo. Hoje, os casais não querem ter o cuidado de investir no seu casamento; alguns nem têm ideia de como o fazer. A sociedade está a tornar-se progressivamente mais egoísta, desvalorizando o relacionamento, a lealdade e o compromisso e fazendo apenas tudo o que lhes parece mais fácil e que dá mais prazer. A vida é feita de lutas, dor, alegria e diversão; tudo misturado. Quando a dor chega, há um equívoco de que é hora do compromisso terminar. Embora os casamentos dos nossos pais e avós também tivessem problemas, as famílias podiam sempre contar com a estabilidade e a lealdade desses relacionamentos. Não eram perfeitos, mas a nossa segurança era saber que eles sempre estariam lá. Um pedaço de papel assinado por duas pessoas, é só o começo, pois, o que define um casamento é o nosso compromisso diante de Deus, em que nos amemos com o amor incondicional como diz a Palavra de Deus na Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 13.
O casamento é o compromisso em que duas pessoas publicamente declaram que vão honrar, proteger, amar, e sacrificar tudo o que têm por amor um ao outro. O casamento deve ser uma experiência gratificante e enriquecedora, um local de segurança, transparência, e compromisso, no qual haja edificação mútua. É como uma fortaleza que juntos constroem para manter de fora qualquer coisa ou pessoa que possa vir a ser uma ameaça à sua união. O casamento também deve ser um “oásis”, onde os dois podem e devem encontrar segurança, renovação e refrigério sem reservas. O casamento é uma instituição pública, e não apenas um compromisso privado, pois esta instituição traz valores de vida fundamentais, que a sociedade precisa, os casais precisam, e os filhos precisam. Existe um universo de diferenças entre uma promessa privada e uma promessa pública. O casamento é um voto público feito pelo homem à mulher, e a mulher ao homem, através do qual eles se tornam marido e mulher. Manter uma perspetiva piedosa do propósito do casamento, fornece-nos a base para termos um relacionamento matrimonial bem-sucedido. Então, o casamento passa a ser um ato espiritual, em vez de ser meramente um empreendimento humano, ou seja, financeiro, gerar filhos ou garantir uma posição social. Ser capaz de cumprir o padrão e o propósito de Deus para o casamento, deve motivar homens e mulheres sábios a desenvolverem um caráter semelhante a Cristo. Deus pretendia que o relacionamento matrimonial fosse a marca registada do lar cristão. O relacionamento de amor entre marido e mulher mostra a imagem
mais clara do amor de Cristo. O modelo que Ele dá ao mundo atrai efetivamente os outros ao amor de Cristo. Como podemos ter um casamento para sempre, bem-sucedido e onde ambos sejam felizes e satisfeitos? Aqui ficam cinco passos a seguir. 1 - SEJA GRATO PELO SEU CÔNJUGE O seu cônjuge é um presente de Deus tão certo quanto Eva foi um presente para Adão (Génesis 2: 20-24) - criado para ajudar a atender às suas necessidades como parceiro na vida. Sabemos que as exigências da vida, família e trabalho podem obscurecer a sua atitude. Por isso, agradecer a Deus muitas vezes pelo seu cônjuge é uma maneira prática de se concentrar no que é bom e admirável. É útil refletir ocasionalmente nos seus primeiros dias e lembrar o que os atraiu, o que vos fez comprometerem-se um com o outro, e agradecer. 2 - PRATIQUE UMA BOA COMUNICAÇÃO É vital comunicar autenticamente nos momentos bons e difíceis do casamento. À medida que crescem juntos, aprenderá mais sobre como e quando comunicar bem com o seu cônjuge; portanto, preste atenção ao que funciona e ao que não funciona. A conversa transparente, onde se corre o risco de revelar pensamentos, ideias, medos, esperanças e sonhos mais profundos, cria a base sólida de um casamento duradouro. As Escrituras enfatizam que ser aberto e vulnerável na comunicação é benéfico. O apóstolo Paulo modelou a transparência quando escreveu as cartas às Igrejas, mesmo sabendo que muitos não eram exatamente seus admiradores, ele não tinha medo de chorar ou dizer: “Eu te amo”.
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em foco
Apesar de muitos afirmarem de que o casamento está em vias de extinção, isso não é verdade. O que está em decadência é o compromisso e a moralidade. 3. SEJA ÍNTIMO Da intimidade relacional surge a intimidade sexual. O casal torna-se “uma só carne” na intimidade sexual, na qual existe a segurança de se ser conhecido e aceite. O sexo é um presente no casamento; é onde expressamos uma unidade completa e sem vergonha (Génesis 2: 24-25). A intimidade relacional e sexual impede que o casamento se deteriore e se torne apenas uma parceria legalmente estabelecida. Lembre-se, é preciso tempo e atenção para nutrir um relacionamento com intimidade.
do-nos uns aos outros, como Deus em Cristo nos perdoou (Efésios 4:32). Existe um grande poder em perdoar; pois até casamentos fracassados poderão vir a ser reavivados através do perdão. 5. SEJA ENSINÁVEL Os casamentos são sempre um trabalho em progresso. Cada cônjuge está em constante mudança e desenvolvimento, o que significa que há coisas novas para aprender seja qual for a fase da vida. Às vezes, os casamentos têm problemas que precisam da ajuda de terceiros. Se isso acontecer no seu casamento, encontre alguém que possa ajudar com a verdade, e não apenas concordar com as suas queixas. Certifique-se de que essa pessoa esteja comprometida com Cristo e convosco. Oramos para que o seu coração se encha de gratidão por esse presente que é o seu cônjuge - alguém que seja alvo do seu amor, mas que também o(a) ame - criado pelo Criador especialmente para si. Oramos para que Deus lhe mostre maneiras de expressar o seu coração abertamente ao seu cônjuge, para que vocês dois se aproximem ainda mais. Oramos para que vocês os dois desfrutem da intimidade da alma e do corpo, e que a sua paixão se torne mais plena e profunda a cada dia. Oramos para que o amor no seu casamento seja tão real, tão vibrante, tão duradouro que todos ao seu redor saibam que Deus é o Autor desse amor e compromisso para sempre.
4. PRATIQUE O PODER DO PERDÃO Por sermos seres humanos imperfeitos e quebrantados, falharemos repetidamente para com o nosso cônjuge. Vamos Casados para sempre significa, até que a morte os separe! muitas vezes concentrar-nos em falhas, deixar de nos comunicar e ofender-nos um ao outro, mesmo sem querer. Um Osmar e Linda Silva casamento só permanecerá saudável quando for sustentado Licenciados em Aconselhamento Bíblico pela prática de um perdão diário. A Bíblia diz-nos para serMissionários EUA – AD Almada osmarlinda@gmail.com mos gentis uns com os outros, de coração terno, perdoan-
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Família restauradas
Paula Marcos Teixeira Missionária Clermont-Ferrand (França)
No seio da família têm-se constatado grandes mudanças, as quais sem dúvida têm conduzido à sua destruturação e fragilização.Ver famílias restauradas é sem dúvida uma grande necessidade nos tempos em que vivemos. A evolução da nossa sociedade tem introduzido novas formas de relacionamento dentro da família, que diferem grandemente daquelas que eram habituais numa família tradicional há algumas décadas. O tempo é algo que se tornou muito limitado nos relacionamentos, o que muitas vezes faz com que dentro do mesmo teto coabitem estranhos, pois qualquer relacionamento precisa de tempo para estarem juntos, para se conhecerem, para partilharem, interagirem. Os filhos passam grande parte do seu tempo na escola; os pais passam grande parte do seu tempo no trabalho e o tempo que têm para estarem juntos não é, muitas vezes, bem aproveitado porque cada um só pensa no seu próprio descanso, bem-estar, e normalmente em frente de um ecrã... O que será que é necessário restaurar dentro das famílias? Certamente não teríamos espaço neste artigo para tocar em cada uma das áreas que estão fragilizadas, contudo, eu gostaria de tocar num ponto que considero ser basilar e que pode mudar por completo a vida dentro da família: a restauração do verdadeiro significado do amor, à luz da Bíblia! Acredito verdadeiramente que, atualmente, dentro dos relacionamentos, aquilo que chamamos de amor, é na realidade, grande parte das vezes uma expressão do nosso egocentrismo. O grande anseio, muitas vezes é suprir as nossas próprias necessidades, e para isso usamos tudo à nossa volta para chegar a esse fim, incluindo os relacionamentos. O nosso bem-estar passou a ganhar um lugar maior do que o amor puro e sacrificial. Deus não ama como o mundo ama! E Deus deseja que os Seus filhos amem cada vez mais como Ele ama, e cada vez menos como o mundo ama. Para percebermos melhor como é o amor aos olhos de Deus, gostaria de observar convosco a forma como ele é descrito em 1 Coríntios 13. Nos primeiros versículos o apóstolo Paulo, falando num contexto de dons espirituais, diz que podemos fazer grandes coisas aos outros, através dos dons que Deus nos dá, ou através do nosso sacrifício pessoal, chegando mesmo ao extremo, ao ponto de entregar a nossa vida pelos outros, no entanto, tudo isso seria inútil e sem valor algum, se não tivesse sido feito por amor. Acredito que o mesmo acontece dentro da família: podemos fazer tudo pelos nossos filhos, pelos nossos cônjuges, quer seja trabalhar duramente para dar uma boa casa, boas condições de vida, bons estudos, fazer tudo o que de mais nobre possamos pensar... no entanto, se o mesmo não é feito motivado pelo verdadeiro amor, tudo isso será vão e não será isso que irá unir a família e torná-la forte. A verdadeira restauração dentro da família dá-se quando a forma de amar reflete o amor de Deus, isto é, quando “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não
se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha.” (1 Coríntios 13:4-8, ACF) O amor que Deus deseja fazer florescer em nós produz vida e nunca morte! O verdadeiro amor deve deixar de estar centrado em nós, porque ele não busca os próprios interesses, mas sim os interesses daqueles que amamos. Este amor está disposto a suportar os outros (o que implica que os outros irão ter atitudes que por vezes não serão as mais agradáveis, por isso o precisarmos de suportar!), mas ao mesmo tempo é um amor que sabe ser firme, e que não deixa que a injustiça passe sem ser exposta e que zela para que a verdade seja reposta! O amor não é oposto à firmeza, à disciplina, ao falar franco, pois quando isso é feito em amor, nunca tem como objetivo destruir o outro, mas sim ajudá-lo. O nosso amor deve ser à prova do tempo, deve saber esperar mesmo sem ver o fruto nos outros que desejávamos, acreditando que não é em vão, porque o amor nunca falha. Agora, uma coisa é lermos o que é o verdadeiro amor e outra coisa é amarmos desta forma! Quantos de nós já não ficámos frustrados connosco mesmos e tentámos sinceramente mudar a nossa forma de amar os outros, mas sentimos que é muito difícil pois vez atrás de vez voltamos a cometer os mesmos erros com os outros? Há algo que precisamos compreender, este tipo de amor não é fabricado por nós mesmos, por muito boas que sejam as nossas intenções e o nosso empenho! Este amor vem do coração do nosso Pai Celestial e é produzido em nós pelo Espírito Santo (Romanos 5:5; Gálatas 5:22). Precisamos estar próximos de Deus, passar tempo com Ele, com a Sua Palavra, para que o nosso coração seja transformado por Ele! É no nosso relacionamento com Deus que nós vamos ser capacitados para viver os nossos relacionamentos com os outros. É conhecendo o amor extravagante de Deus e recebendo-o continuamente na nossa vida, que irá fluir de nós um amor genuíno, que não precisa ser alimentado pelos elogios dos homens ou pela recompensa deles, porque é totalmente alimentado por Deus. Passamos a amar os outros, porque somos amados por Deus e queremos refletir a Sua imagem, e Deus é amor! Já não amamos os outros na busca desesperada de sermos amados de volta. Deixamos de ser prisioneiros de um amor egocentrista e destrutivo, que tanto tem prejudicado as famílias e passamos a amar com um amor que produz vida nos relacionamentos e onde Deus é glorificado!
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Famílias diferentes Somos diferentes? Não e sim. Somos apenas nós. Todas as famílias têm um quê de diferente, porque as características individuais de cada um evidenciam-se e por isso não há casais iguais nem fórmulas perfeitas para atingir o sucesso no casamento. 26NAmaio2020
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em foco O amor tem destas coisas. Duas pessoas totalmente diferentes – mesmo com muitas afinidades – decidem unir as suas vidas e enfrentar os desafios que a própria vida se encarregar de colocar. É assim todas as vezes que alguém se casa, tenha disso ou não consciência. É para viver a dois. Alto após alto; baixo após baixo. Sem desistir. Em amor e por amor. Sabemos que as dificuldades por que uns passam são (pelo menos aparentemente) mais fáceis de ultrapassar do que as de outros. Uns mudam de cidade, de país ou continente, outros enfrentam doenças graves e ainda há quem tenha de lutar contra preconceitos. Seja como for, o amor é a solução de tudo. Aquele que inicialmente os uniu em matrimónio, os fez sonhar com uma família, filhos, um futuro é Aquele que agora os conduz pelas dificuldades na esperança de que sejam passageiras e tenham um fim. Com a certeza de que a felicidade não se ganha, é uma conquista trabalhada diariamente. Com muito amor. É isto que faz as famílias, com quem falámos, diferentes. Únicas. Especiais. São pessoas que enfrentaram – e ainda enfrentam – cada desafio com coragem, garra e determinação. Que têm em Deus um aliado sem reservas, que os ajuda a abastecer o coração, as emoções e até o corpo de amor, o combustível que permite fazer a viagem pela vida com toda a segurança. FAMÍLIA NORINHA Começamos por falar da Família Norinha (Covilhã), que deixou o conforto do seu país natal para partir em busca de um futuro melhor noutro lugar. O primeiro a “sair” de casa foi Tiago, que deparando-se com o desemprego e perante uma proposta de trabalho em Inglaterra, decidiu arriscar.
Mudar de país para uma nova realidade, uma nova língua e novas tradições, formas de comunicar e de viver não foi, ainda assim, um processo difícil. “Depressa nos habituámos”, recorda Cátia Norinha, assinalando que o maior presente que receberam como família aconteceu naquele país, o nascimento do seu filho. Foi na Huddersfield Christian Fellowship que a família Norinha encontrou o suporte espiritual. “Lá conhecemos gente maravilhosa, que nos ensinou imenso. Ficámos impactados com a organização, diligência, compromisso e respeito pelo próximo e pelos líderes”, regista Cátia, que recorda as conferências anuais da igreja, onde teve oportunidade de conhecer pessoas “excecionais com testemunhos grandiosos”. Para quem a fé é uma área importante da sua vida, integrar uma igreja e servir era um aspeto relevante nesta nova fase das suas vidas. Nesta igreja, no Norte de Inglaterra, encontraram um novo sentido de serviço. Cátia traduzia cultos para visitantes portugueses e brasileiros, foi assistente na livraria e ajudou na equipa de acolhimento; Tiago trabalhava com a equipa de som; e ambos foram voluntários na equipa de evangelismo de rua e participaram nos grupos de casa que reuniam semanalmente.
Começamos por falar da Família Norinha (Covilhã), que deixou o conforto do seu país natal para partir em busca de um futuro melhor noutro lugar.
Os restantes membros da família seguiram os seus passos e pouco depois estavam a viver em West Yorkshire, uma região no Norte de Inglaterra, perto de Manchester, onde estiveram durante cerca de seis anos. Cátia arranjou trabalho como tradutora, desenvolvendo atividade na tradução jurídica e de manuais, para além de interpretação no Conselho de Refugiados e nos hospitais. Ainda trabalhou num armazém de vendas online de uma empresa de logística, onde também estava a trabalhar o marido. Depois de algum tempo, conseguiu emprego como professora assistente de Português numa escola de línguas.
“Numa altura recebemos na nossa casa um casal de pastores mexicanos e ainda hoje nos falamos através do Facebook”, aponta Cátia com alguma saudade, lembrando ainda que o melhor de toda a experiência num outro país foram precisamente os relacionamentos estabelecidos. “Deus unia-nos a outras vidas de uma forma intensa”.
Apesar das “surpresas” que esta “aventura” trouxe, de que o filho é a maior, e apesar da integração profissional, social e religiosa, Cátia e Tiago começaram a sentir um desconforto imenso que não conseguiam explicar. “Deus começou a mostrar-nos que estava a preparar caminho para o nosso regresso. Um dia orávamos juntos na sala e estava sempre a vir à minha mente um versículo e na versão em inglês dizia mesmo que Deus nos traria para casa. Guardámos isso no nosso coração. Progressivamente, fomos encontrando respostas em relação a saídas profissionais em Portugal. Na mesma altura, a nossa casa que estava alugada em Portugal ficou vazia. Tudo se complementou e vimos Deus cuidar de tudo como um Pai que providencia exatamente o que precisamos”, relata Cátia.
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Apesar da direção espiritual, recorda que adaptarem-se a Portugal e aos portugueses foi mais difícil do que a Inglaterra. “Já não parecíamos pertencer aqui. Sofri na escola onde fui lecionar com a falta de empatia e reconhecimento. O meu marido sofreu com os mexericos e confusões no local de trabalho. Sentimos falta da cordialidade, apreciação”, conta Cátia Norinha. Ainda que o desalento e as emoções começassem a tomar conta da situação, esta família resolveu sempre os seus assuntos como família, unidos e na dependência de Deus. “Precisámos deixar Deus cuidar e ajudar-nos a apreciar o melhor do nosso país. Pouco a pouco e com algumas mudanças profissionais, fomos estabilizando e praticando a gratidão por este retorno. Estamos exatamente onde devemos estar agora”, conclui. O facto de estarem sozinhos em Inglaterra, podendo contar apenas um com o outro, uniu de uma forma muito especial este casal. “Criámos muito companheirismo e união face à dificuldade”, aponta Cátia, reiterando que vivem “literalmente na dependência de Deus”. Deus teve e tem um papel decisivo na vida desta família. “No tempo de deserto, Ele enviou corvos e a Sua palavra. A Sua voz foi audível e tudo se cumpriu como Ele disse. Guiou cada detalhe”, afiança, com a certeza da experiência vivida, cheia de exemplos que denunciam o cuidado de Deus. “Acreditam que eu nunca procurei trabalho na minha área pois sabia que o Português não fazia parte do currículo esco-
Pode dizer-se que a família Branco Viola (Almada) também é diferente. Muito. Cheia de valores e princípios. Ligada a Deus. E não há circunstância que abale isso. Nem mesmo um cancro. lar britânico? Um dia, fui contactada por uma moça que não conhecia. Resolveu enviar-me uma mensagem via Facebook para me dizer que havia uma vaga numa escola de línguas. Ela procurou quem pudesse preenchê-la pois ela não podia. Eu fiquei abismada. Deus trouxe esta oportunidade que mudou completamente a nossa história”, relata Cátia. Histórias e exemplos que tornaram esta família mais forte. Unida e disponível para as aventuras e desafios que Deus lançar. Trouxeram para Portugal, em 2017, uma “bagagem composta pelas experiências das várias circunstâncias” que viveram e que os definem hoje, sabendo que o futuro, esse desconhecido, não os assusta, porque sabem “que o mesmo Deus está ao nosso lado”. Diferente?
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em foco FAMÍLIA BRANCO VIOLA Pode dizer-se que a família Branco Viola (Almada) também é diferente. Muito. Cheia de valores e princípios. Ligada a Deus. E não há circunstância que abale isso. Nem mesmo um cancro. Rosa Branco é a alegria em formato de pessoa. Contagia quem está à sua volta, até mesmo quem a ouve do outro lado da linha, numa conversa telefónica. Animada, nem parece que está em fase de recuperação de um cancro na mama. Nem parece que já teve uma doença crónica e debilitante e até que arriscou ficar numa cadeira de rodas para o resto da vida. Não parece nada.
A oração em família também deixa a sua marca e Rosa recorda um dia em que o filho mais velho apanhou um vírus e o mais novo se ajoelhou no carro, com 7 anos, orando para que Deus o curasse. Um pedido que surge da rotina da oração, mas também da confiança num Deus que cura. Porque esta criança já tinha visto a cura em casa. A sua mãe havia sido curada de uma colite colagenosa de que sofria há mais de dez anos, facto que é comprovado clinicamente e com relatórios médicos. “Cá em casa Deus tem sempre a última palavra sobre a nossa vida, em todas as decisões e em tudo o que fazemos”, declara Rosa Branco.
A sua voz é clara e animada. Se o som se expressasse por imagens era um sorriso imenso o que eu veria e os olhos a brilharem de contentamento. Esta é a história – verdadeira, real – de mais uma família diferente. Rosa casou aos 24 anos com Sebastião Viola e de Aveiro parte para Lisboa.
Mais recentemente, a “dor” que bateu à porta desta guerreira foi o cancro da mama. Escrevi dor entre aspas, porque mais uma vez a alegria de Rosa é definidora do seu caráter que foi forjado no amor de Deus. “Deus sempre me deu muita força e uma alegria explicável para eu conseguir transmitir muita paz e confiança”, sublinha Rosa, que continuou a cantar no grupo de louvor da igreja (Assembleia de Deus de Almada), bem como a trabalhar na secretaria da igreja e ainda servindo como membro da direção da ACEDA (Associação Cristão Evangélica de Apoio Social).
Desde sempre, com o marido, habituaram-se a depender de Deus para todas as decisões das suas vidas. “Sempre pedimos a Deus que dirigisse os nossos passos, os nossos pensamentos e que houvesse sintonia e união entre o casal no que decidíssemos”, algo que Rosa Branco aponta como essencial para o sucesso de um relacionamento. Recorda uma situação em que os médicos “disseram que não pensasse em ter o segundo filho, porque com os problemas de coluna que tinha, o mais certo era ficar numa cadeira de rodas”. Um alerta que levou a família a uma confrontação. O pai queria um outro filho, o filho queria um mano e a mãe, apesar de desejar uma nova vida para cuidar, não queria ser um fardo para o marido. “Decidimos que não era pelo que os médicos diziam, mas iríamos orar e colocar nas mãos de Deus para que eu pudesse ter o filho, mas desfrutar dele”. E a resposta? “Deus concedeu-nos o segundo filho, foi uma gravidez maravilhosa, temos um filho que é uma bênção, um exemplo de jovem na igreja e na universidade; já passaram 20 anos e a cadeira de rodas nunca foi precisa”, relata Rosa Branco, argumentando que “vale a pena avançar em fé, colocando sempre tudo nas mãos de Deus”. Deus é pilar e guia em todas as decisões, que são tomadas em família, em união. Rosa conta que sempre conduziram os filhos “a fazer o culto familiar, levando em oração tudo o que os preocupava”, investindo na comunicação, um aspeto que considera “essencial entre pais e filhos”.
“O meu lema de vida é: em tudo dai graças”, referiu, lembrando que apesar de o corpo mudar “a fé é inabalável”. Diagnosticada e operada há quatro anos, Rosa está a tomar a medicação dos cinco anos, algo que a deixa débil e com dores nos ossos, mas garante que transformou toda a “dor” em alegria, esta dificuldade em oportunidade. Isto porque sempre que teve tratamentos para fazer, levou revistas Mulher Criativa para distribuir por outras
(...) a alegria de Rosa é definidora do seu caráter que foi forjado no amor de Deus. “Deus sempre me deu muita força e uma alegria explicável para eu conseguir transmitir muita paz e confiança”, sublinha Rosa.
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15 de maio Dia Internacional da Família O Dia Internacional da Família celebra-se a 15 de maio, uma data escolhida pela ONU, que foi celebrado pela primeira vez em 1994 e que tem como propósito realçar a importância da família na estrutura do núcleo familiar e o seu relevo na base da educação infantil. É ainda objetivo desta efeméride assinalar a importância da mensagem de união, amor, respeito e compreensão como base de um bom relacionamento entre todos os elementos que constituem a família. A família é um núcleo vital para Deus. Deus criou o homem e a mulher, e o conceito de família: “Assim, o homem deve deixar o pai e a sua mãe, para se unir com a sua mulher, e serão os dois como um só” (Génesis 2:24). Na Palavra de Deus descobrimos como Ele deseja que a família funcione, e de que modo Ele planeou esta instituição, quer o relacionamento entre marido e mulher, quer entre pais e filhos, etc.
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Além disso, a igreja é uma família de famílias, a família de Deus. “Mas vocês são uma família escolhida por Deus (...)” (1 Pedro 2:9, OL). É o amor de Deus estendido aos homens, porque “a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome” (João 1:12).
mulheres, distribuindo mensagens de amor e de Deus aos outros. “Para mim o problema não é ter um cancro ou outra doença, o problema seria não ter Deus na minha vida”, afirmou, agradecendo ainda o apoio da família em todo o processo, bem como da igreja. “Senti uma onda de amor muito grande”, referiu, acrescentando que tem uma família muito grande, a carnal e a espiritual. Hoje com 51 anos, Rosa afirma que a fase da enfermidade foi “a mais grave, mas a mais feliz olhando a tanto amor que recebi”. Diferente? FAMÍLIA SILVA O amor é o mais importante da vida. Sempre e em tudo. Filipe e Azenaide Silva, de Sacavém, começaram a construir esse amor há sete anos. Casados e com dois filhos, uma de 4 e um de 2 anos, conheceram-se num retiro de jovens no Monte Esperança, em Fanhões. São uma família, unida e com tudo igual a tantas outras. O que a difere, pelo menos ao primeiro olhar, é terem cor de pele diferente. Mas isso é ser diferente? “Somos únicos, com personalidades, caráter e uma visão diferente da vida”, refere o pastor Filipe Silva. Apenas isso. “Quando olhávamos um para o outro, o foco não era o tom de pele, mas o interior de cada um, porque na verdade é isso que nos define”, sublinhou, salientando que “quando nos focamos no exterior das pessoas perdemos a riqueza, a essência do ser humano, os valores”. Sendo uma família multiracial, andar de mãos dadas na rua já chegou a chamar a atenção de outros, “algumas pes-
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São uma família, unida e com tudo igual a tantas outras. O que a difere, pelo menos ao primeiro olhar, é terem cor de pele diferente. Mas isso é ser diferente? “Somos únicos, com personalidades, caráter e uma visão diferente da vida”, refere o pastor Filipe Silva. Apenas isso. soas olham com admiração, outras com indiferença”, mas apesar do “espanto”, nunca receberam qualquer comentário discriminatório. Filipe Silva argumenta que o amor, como linguagem universal que é, “não escolhe idades, cor de cabelo, peso, cor dos olhos, mas como a pessoa é no seu íntimo”. Os filhos são o resultado deste amor, “uma mistura muito bem feita”, como já lhes disseram.
frisou, acrescentando que se “dizem que o ser humano tem de evoluir em tantas áreas, esta era uma delas”, porque “ninguém pode definir quem quer que seja pela nacionalidade que tem”, devendo a atuação e postura de cada um ser marcada “pela diferença, como educação, respeito, comunicação e principalmente o amor”. Este, o amor, é o que “vai transformar vidas e mudar mentalidades”.
Cristo em todo o lugar” onde vão.
A questão racial e a forma constante como tem sido abordada nos vários meios de comunicação social é, para Filipe Silva, algo que tem sido aproveitado pela área política, mas que não corresponde à realidade. “Por vezes, trocamos abusos de autoridade com racismo e, por outro lado, a cidadania por falta de respeito e vitimizações”,
A base desta família é, assegura, Deus e os valores da Sua Palavra: “o respeito, amor, união, paz, alegria, altruísmo e saber o papel de cada um”, enumera, apontando que desejam, como família, “agradar a Deus acima de tudo”, bem como “olhar às necessidades dos que nos estão próximos, levar a salvação aos que estão longe e deixar o cheiro de
Todas estas famílias são diferentes, mas têm algo em comum, o amor e a sua ligação a Deus. É essa a diferença que os torna tão únicos.
Sabendo que as famílias estão desestruturadas, cujo resultado é “um enfraquecimento da sociedade ao nível dos valores éticos, morais e comportamentais”, o pastor Filipe Silva defende que a família tem que marcar pela diferença, conscientes de que “famílias fortes formam uma sociedade forte”. Diferente?
Ana Sofia Pinheiro Assessora de Imprensa Aveiro
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A Família de Deus
Somos filhos de Deus por adoção Não temos dúvida alguma que através da aceitação de Cristo como nosso Salvador e Senhor, recebemos um poder de sermos feitos filhos de Deus. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.” (João 1:12) Todo o ser-humano é criatura de Deus, mas somente aqueles que creem em Jesus são elevados à posição de filhos de Deus. Não havendo esta crença e decisão não faz sentido a filiação. Jesus veio a este mundo para nos reconciliar com Deus, o Pai, dando-nos a conhecer o caminho de acesso a Ele e a forma como podemos caminhar com Ele e para Ele. “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” (1 Timóteo 2:5-6) A forma legal como Deus nos recebe é através da adoção, isto em razão do ser humano por natureza não se identificar com Deus, apesar de por Ele ter sido criado. A Bíblia diz-nos, que todos se afastaram de Deus por causa dos seus pecados e só através da morte redentora de Jesus é possível a reconciliação do Homem com o Seu criador. Quando alguém confessa Jesus como seu Salvador, está a aceitar uma mudança transformadora para todo o seu ser, que lhe permite através do Espírito Santo, começar a identificar-se com Deus como seu Pai e a ser moldado de acordo com os Seus princípios e valores. “(…) mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos; Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito, que somos filhos de Deus.” (Romanos 8:15-16) A nossa adoção por intermédio de Jesus, leva-nos a pensar no grande Amor de Deus, que ao comtemplar a condição errante e depravada da Humanidade, decidiu, sim porque adotar é uma escolha, acolher-nos como Seus filhos. A condição de sermos filhos de Deus, traz-nos os seguintes privilégios: 1. O filho fica para sempre na casa do Seu Pai. Por isso Jesus disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Há uma morada no Céu para todos aqueles que são filhos de Deus. 2. O filho come à mesa do seu pai. 3. O filho é ensinado, guiado, protegido e corrigido diretamente pelo seu pai.
4. O filho tem a autoridade que advém de ter o nome do seu pai. 5. O filho tem a mesma missão que o seu pai. Quando falamos de filiação, estamos a falar sobre família. Ao tornarmo-nos filhos de Deus, tornamo-nos parte da Sua família, a Igreja. Devemos ter um olhar especial para aqueles que já fazem parte desta família, os nossos irmãos, aqueles que passam pelo mesmo processo, e que hoje estão como nós a serem moldados de acordo com a imagem de Cristo para se tornarem mais parecidos com Deus, o nosso Pai. Nós não escolhemos aqueles que fazem parte da nossa família biológica, nem escolhemos aqueles que fazem parte da família de Deus. Isto é importante realçar, porque assim como Deus através do Seu amor que não faz aceção, recebeu a todos, também nós devemos acolher como família aqueles que também receberam Jesus e se tornaram filhos de Deus. Jesus disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (João 13:35) Acreditamos que família é um grupo, uma comunidade de pessoas que estão ligadas entre si, pela filiação, crenças, valores e amor fraternal. Daí que hoje seja muito difícil conciliar o conceito de família, com o conceito de liberdade individual. Ser família é viver unidos através da comunhão (as coisas que temos em comum), e é por esta razão que não é possível ser-se família de Deus sem comunhão e sem uma identificação com Deus o nosso Pai. Deus criou-nos para vivermos em família, recebendo e transmitindo amor, ajudando-nos mutuamente, a fim de usufruirmos do nosso Pai tudo o que Ele preparou para nós. Encontramos nas palavras do apóstolo João, muito ensino sobre o amor de Deus e sobre o amor que devemos ter para com os nossos irmãos: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e aborrece o seu irmão, é mentiroso. Pois, quem não ama o seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem
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Se a adoção nos tornou filhos de Deus e nos deu acesso a todos os privilégios que daí resultam, também nos confiou a responsabilidade de ajudarmos outros, através da partilha do Evangelho, a conhecerem e a receberem Deus como Pai. não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame, também, o seu irmão.” (1 João 4:20-21) “Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” (1 João 3:16-18) Se a adoção nos tornou filhos de Deus e nos deu acesso a todos os privilégios que daí resultam, também nos confiou a responsabilidade de ajudarmos outros, através da partilha do Evangelho, a conhecerem e a receberem Deus como Pai.
“Porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai, em um mesmo Espírito. Assim que, já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e da família de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual, todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual, também, vós, juntamente, sois edificados para morada de Deus em Espírito.” (Efésios 2:18-22)
Miguel Cartaxo Pastor evangélico Alverca do Ribatejo
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PERSPETIVA Alfredo R. Machado
O Valor da Cruz
Pastor evangélico (1914-2013)
Torná-lo inútil ou precioso? Tudo quanto era necessário realizar para o pecador ser salvo já foi, de uma vez, concluído. Na Cruz, Jesus bradou: “Está consumado!”. Mas, de facto, é muito fácil diluir a força dessa verdade. O valor do sacrifício de Jesus da Cruz pode ser deturpado e tornado inútil. É por isso, absolutamente, indispensável possuir-se um conceito correcto quanto às verdades que aquela Cruz proclama. A Bíblia foi escrita não para dar resposta aos “inquiridores deste século”, que, à semelhança dos filósofos de Atenas só se preocupam em saber de alguma novidade, satisfazendo a sua curiosidade. A Bíblia foi escrita para mostrar o plano de Deus, ou seja: revelar a redenção planeada ainda antes da eternidade1. Pois bem, toda a graça superabundante e toda a profundidade de sabedoria que provém da Cruz, podem vir a tornar-se vãs, sem efeito, sem valor, nem propósito redentor. De que maneira? UM CAMINHO MAIS FÁCIL Os primeiros cristãos tinham entre si uma forte presença judaica. O povo hebreu tinha na sua Lei a obrigatoriedade de circuncidar os elementos do sexo masculino2. O que era a circuncisão? Um sinal no corpo que distinguia Israel
dos outros povos. Sinal do concerto de Deus com Abraão. Era nesse facto que o povo judeu se gloriava – numa mera prática religiosa. As pessoas não se dispõem a pagar o preço. Preferem executar algo pelas suas próprias mãos do que simplesmente crer em Cristo. É mais compatível com o orgulho humano o fazer algo, do que depositar a sua confiança em Cristo. É mais fácil adaptarmo-nos a cerimónias ou a satisfazer a nossa curiosidade quanto, por exemplo, ao peso da Cruz, ao seu tamanho, etc. ... mas, de facto, toda esta curiosidade torna vão o verdadeiro propósito e valor da Cruz de Cristo. PALAVRAS OCAS O apóstolo Paulo, ao escrever à igreja em Corinto, aconselha que aqueles cristãos – e nós por consequência – colocassem a sua fé unicamente na Pessoa de Deus e não
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olhares em sublimes palavras3. A mensagem deve ser pregada por crentes cheios do Espírito Santo4 e não apelar apenas às emoções. Paulo, ao pregar acerca de Cristo, procurava arrancar as pessoas das trevas para a luz, da perdição para a salvação... valorizava a Cruz e não a inutilizava com discursos vazios.
A MENSAGEM DA CRUZ Contar ao mundo a história da Cruz, é o dever de cada irmão. Ao fazê-lo estamos a trazer à tona o valor imensurável do sacrifício de Jesus. Devemos pregar fielmente, cheios do Espírito Santo e do amor de Deus, a notícia que mais voltas tem dado ao mundo. Essa mensagem diz que Cristo tira o nosso pecado. Que Ele foi à Cruz para nos salvar, vencer Satanás, conquisDESUNIÃO O valor da Cruz pode ser diluído e enfraqueci- tar a sepultura e o inferno. Conta que é apenas do pela falta de harmonia dos próprios cris- pela Sua graça que o pecador pode ser salvo. tãos. A cruz une, reconcilia, desfaz a inimizade entre o Homem e Deus, e também entre Deus conhece a limitação do homem e a sua todos os homens que se entregam a Cristo4. tendência natural para pecar. Tanto nas palaSe a nossa mensagem não derruba a parede vras, como nos atos. Tanto nos pensamentos de separação entre nós e Deus; se não torna, a como nos seus caminhos, marcados pela corcada um, membro do corpo de Cristo e mem- rupção, a violência e a ruína. Deus sabe como o homem acha inútil seguir o Seu caminho. Pebros uns dos outros, torna-se vã5. rante estes factos, conhecidos pelo Juiz Supremo9, como nos atrevemos ainda a acrescentar DILUIR VERDADES ESSENCIAIS A Cruz pode tornar-se inútil por substituir à nossa desmedida culpa alguns méritos que verdades essenciais, ou saltar por cima delas, julgamos ter?! Não são os nossos preceitos religiosos que nos salenquanto se dá relevo a vam, nem as nossas boas pormenores secundários. intenções. Não há distinTer demasiada atenção, ção, pois todos pecaram e por exemplo, ao número estão separados da glória de golpes de martelo com de Deus, sendo justificaque pregaram as mãos e os dos gratuitamente apenas pés de Cristo; a cor do Seu pela Sua graça, por meio manto ou o tipo de tecido da redenção que há em de que era feito, etc., tudo Cristo Jesus, consumada isto, nos faz contemplar na Cruz10. Jesus como um mártir, em vez de contemplarmos o verdadeiro valor da Cruz. Portanto, a Cruz é o sinal “mais” de Deus, para a Outro aspeto é distorcer insuficiência completa essas verdades. Por exemdo “menos” do Homem. plo, o baptismo de crianJesus pode agora salvar ças: estas não se podem completamente11 todo o arrepender nem crer na que, arrependido, crer e obra salvadora da Cruz. O mesmo em relação O aceitar como seu Salvador. Quando isto sua pessoas que não se converteram verdadeira- cede, somos limpos de todo o pecado do nosmente a Cristo, morrendo para o pecado, mas so passado, salvos do seu poder e influência. apenas têm o “título” de crentes6. A essência e Esta salvação da morte eterna, do diabo e do a mensagem do baptismo é a nossa identifica- inferno, foi comprada com o sangue de Cristo e assegurada pela Sua ressurreição. Uma salção “com” Cristo na Sua morte na Cruz. vação livre, como o ar que respiramos. Salvação gozada na terra, pela paz que ela nos traz PASSOS ESSENCIAIS Para que o valor da Cruz não seja perdido, e que excede todo o entendimento. Que nos cada pessoa deve seguir alguns passos. Antes abre a porta para que o Espírito Santo habite de mais, arrepender-se da sua vida contrária em nós. Que nos dá acesso à comunhão com à vontade de Deus, exercendo a fé no sacrifí- todos os que creem no valor da Cruz e que, cio de Cristo nessa Cruz, para pagar o preço do como nós, são salvos. pecado. Depois, renunciar ao pecado7, através de uma vida separada no meio de um mundo Este é o Evangelho que tem de ser pregado12. com valores e ambientes contrários à Palavra Fora deste conceito, qualquer ideia torna vã a de Deus. Esse estilo de vida santo, resultado Cruz de Cristo – enfraquece o precioso valor da transformação que o Espírito de Deus ope- da Cruz. ra tornando-nos novas criaturas, é suporta1 2 3 4 Efésios 2:15; 5 do por uma vida consagrada a Deus e ao Seu Apocalipse 13:18; Génesis 6:12;6 1 Coríntios 2:4,13; Colossenses 3:10,11; Efésios 4:6; Romanos 6:3; 7 Marcos 8:34-38; 8 2 8 serviço . Coríntios 5:14,15; 9 Romanos 3:9-18; 10 Romanos 3:22-26; 11 Hebreus
Portanto, a Cruz é o sinal “mais” de Deus, para a insuficiência completa do “menos” do Homem.
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FUNDAMENTOS
Fernando Martinez Pastor evangélico Lisboa
Supremo exemplo do termo “graça” na Bíblia Antes de analisarmos o que declara a Bíblia acerca da graça divina, apresentemos vários significados do vocábulo graça no sentido filológico, na linguagem do povo, realidade que nos fornecem os dicionários do nosso idioma. Citemos alguns exemplos: a) “Favor que se dispensa ou recebe: fez-me a graça de me receber. Agrado, atrativo daquele ou daquilo que é gentil, amável, insinuante: a graça de uma criança; a graça de um sorriso. Dito agudo e gracioso: escrever com graça. Gracejo: dizer graças. Estar na graça ou nas graças de alguém: ter a sua amizade ou proteção. Expressão popular: O nome de uma pessoa: Como é a sua graça? [Qual é o seu nome? Como se chama?] Estado de inocência: estado de graça.” (Dicionário Prático Ilustrado). b) Outros significados de graça: “Mercê; estima; benevolência; agrado; expressão ou forma atraente; elegante; airosidade.” De graça quer dizer gratuitamente; grátis; sem pagar nada. Por exemplo: dar um ar da sua graça refere-se ao ato de sorrir.” [Dicionário de Português - Editora]. c) Mais sentidos do termo graça utilizados na nossa linguagem: “Remissão; perdão; relevamento [ou relevação: o mesmo que perdão]. Cair em graça: obter benevolência [tolerância]. Ano de graça: o ano que se conta a partir da Era Cristã. Dar graças: agradecer. Em particular, graças a Deus significa o agradecimento que damos à Divindade para indicar que consideramos ser, por intervenção divina, o bem que conseguimos [através das nossas orações]. Ação de graças: ato, cerimónia, com o fim de agradecer o sucesso feliz.” A expressão graças a quer dizer: “por motivo; por causa de; em virtude; em razão de; mercê de; em consequência de.” d) Notem-se ainda mais alguns significados do vocábulo graça: “Atrativo, agrado por causa pessoa ou coisa; en-
canto, enlevo (…) [Em sentido figurado graça é sinónimo de] elegância, gentileza, garbo (…). Não ser para graças: ser um mau génio; ser irascível; não aturar brincadeiras. De boa ou de má graça: de boa ou má vontade; de bom ou mau grado (…). Ter graça: modo de manifestar que alguma coisa nos espante, nos
se sucede com outros termos da Bíblia como espírito, alma, coração, água, etc. Isto estuda-se, por exemplo, na disciplina teológica da hermenêutica nas Faculdades Teológicas e Institutos Bíblicos. A hermenêutica é a ciência ou arte da interpretação das palavras dos textos bíblicos e não só. Vejamos seis exemplos.
admira, nos diverte; que a achamos interessante, original, inesperada, etc. (…). [Grande Dicionário da Literatura Portuguesa.]
I) “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído.” (Gálatas 5:4) “Alguns dos gálatas tinham substituído a sua fé em Cristo pela fé na obediência a todos os preceitos da lei [mosaica]. O apóstolo Paulo declara que os tais caíram da graça divina. Cair da graça é estar alienado de Cristo”, como se lê na Bíblia de Estudo Pentecostal. Jesus Cristo é a Videira (no sentido figurado), e nós os ramos ou varas, como se encontra escrito no Evangelho de João 15:4 a 6: “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim, nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.”
SENTIDO DE GRAÇA NO ASPETO BÍBLICO Agora notemos a diversidade de significados da palavra graça, na Bíblia Sagrada, de acordo com o contexto da Palavra de Deus, para nossa completa elucidação. É evidente que o mesmo
II) “Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedónia.” (2 Coríntios 8:1) Neste versículo bíblico graça refere-se ao privilégio de dar, por parte dos crentes (NVI), [expressão sinónima, portanto], refere-se a altruís-
(…) notemos a diversidade de significados da palavra graça, na Bíblia Sagrada, de acordo com o contexto da Palavra de Deus
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mo, beneficência, filantropia, caridade. Leiamos agora o que escreveu Paulo, cognominado apóstolo dos gentios, na 2ª Epístola aos Coríntios 8:7: “Portanto, assim como em tudo abundeis em fé, e em palavra, e em ciência [ou conhecimento bíblico], e em toda a diligência, e na vossa caridade para connosco, assim também abundeis nesta graça.” [Evidentemente que o pedido de S. Paulo]: “abundeis nesta graça” não se pode comparar com a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que “se entregou a si mesmo por nós”, como está escrito em Efésios 5:2, aonde se lê: “E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave.” Na 2ª Epístola aos Coríntios 8:9 consta outrossim: “Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis.” III) Na 2ª Carta aos Coríntios 13:13 lê-se: “A graça do Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos! Amém.” Na Bíblia de Estudo Pentecostal (secção de Estudos Doutrinários) consta o seguinte texto: “A bênção
“… para aqueles que, com humildade, se chegam a Deus, o Senhor dá-lhes abundância de graça, de misericórdia e ajuda em todas as situações da vida …”
impetrada por Paulo dá testemunho da crença na Trindade [Divina] mantida pela igreja do Novo Testamento. S. Paulo ora [a Deus] para que os coríntios tenham continuadamente a experiência: 1 - da GRAÇA de Cristo [o eterno Filho de Deus], da Sua presença, poder, misericórdia e consolo; 2 - do AMOR paternal de Deus [Pai], com todas as suas bênçãos; e 3 - da COMUNHÃO cada vez mais profunda com o Espírito Santo. Sendo esta tríplice realidade uma bênção sempre presente na nossa vida, a nossa salvação está garantida.” IV) Está escrito na Epístola de Tiago 4:6: “Antes dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos; dá porém graça aos humildes.” Ainda na Bíblia de Estudo Pentecostal reproduz-se o seguinte comentário às palavras de Tiago: “Deve ficar gravado nos nossos corações e mentes o quanto Deus aborrece o orgulho. O orgulho nas nossas vidas faz Deus rejeitar as nossas orações e reter a Sua presença e graça para connosco. O exaltado em si mesmo (o que busca a honra e a estima dos outros a fim de satisfazer o seu orgulho) afasta de si a ajuda de Deus. Mas para aqueles que, com humildade, se chegam a Deus, o Senhor dá-lhes abundância de graça, de misericórdia e ajuda em todas as situações >>
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>> da vida, como está escrito em Hebreus 4:16: “Cheguemo-nos, pois, com confiança, ao trono da graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” V) Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo ordenou aos Seus discípulos: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demónios: de graça recebeste, de graça dai.” (Mateus 10:2) No livro bíblico de Atos dos Apóstolos 8:1824 Simão (o mago) ofereceu dinheiro aos apóstolos para adquirir o dom espiritual dos mesmos, mas Pedro opôs-se severamente a tal coisa.
Termino este artigo sobre a graça de Deus com a publicação de dois trechos do Novo Testamento, a segunda parte da Bíblia. O primeiro diz assim: “E, despedida a sinagoga, muitos dos judeus e dos prosélitos religiosos seguiram Paulo e Barnabé, os quais, falando-lhes, os exortavam que permanecessem na graça de Deus.” (Atos 13:43) No segundo texto exarado no Evangelho de João 1:15-17 consta o seguinte: “João [Batista] testificou dele [de Cristo] e clamou dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem depois de mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu. E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça. Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.”
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VI) Na 2ª Epístola aos Coríntios 12:9 escreve o apóstolo Paulo: “E disse-me [isto, o Senhor]: a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. [E acrescenta Paulo]: De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo.” [Deus declarou mais ao seu apóstolo:] “A minha graça te basta.” A graça de Deus é, digamos, uma janela celeste através da qual se vislumbra o estado espiritual do ser humano
A graça de Deus é, digamos, uma janela celeste através da qual se vislumbra o estado espiritual do ser humano sem Cristo, separado do seu Criador, destituído da vida divina, a quem é proposto misericordiosamente a salvação.
sem Cristo, separado do seu Criador, destituído da vida divina, a quem é proposto misericordiosamente a salvação. Com efeito lê-se nas Sagradas Escrituras: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
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Haverá áreas da sua vida nas quais esteja em negação? Estará a dirigir-se para uma crise? Será melhor tomar uma atitude agora mesmo?
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Negação - crise - ação Durante alguns anos, reparei que a minha tensão arterial estava constantemente a subir. De cada vez que eu a media, estava ligeiramente mais elevada do que na vez anterior. Eu sempre associei isso a outras fontes: demasiado café, cansaço ou alguma outra razão facilmente explicável e descartável. Finalmente, o meu médico foi direto ao assunto e disse-me: “A sua pressão sanguínea está muito elevada. Vou prescrever-lhe uma medicação para isso.” A medicação funcionou e a minha tensão voltou a um nível normal e saudável. Eu tinha passado por um estado de negação; o médico forçou-me a admiti-la e prescreveu um plano de ação. Noutra ocasião, o meu endividamento estava a aumentar. Comecei a pisar terreno escorregadio na primeira ocasião em que não consegui pagar o saldo total do meu cartão de crédito. Pensava sempre que, no mês seguinte, iria cobrir o débito, mas nunca conseguia. Rejeitei que aquilo fosse um problema até que tudo se transformou numa crise, alcançado um valor que eu não podia tolerar. Estabeleci um plano de ação e liquidei todos os meus débitos num período quase igual àquele que me demorara a acumulá-los. Tenho andado a ganhar um pouco de peso a cada ano da minha vida adulta. Convenci-me a mim mesmo de que isso era normal e, além disso, eu conhecia muitas pessoas muito mais obesas do que eu. Também calculava que a minha balança estivesse descalibrada, que eu estivesse a usar sapatos pesados ou que tivesse acabado de tomar uma grande refeição e, além do mais – dizia eu – o meu peso variava com a hora do dia. Por fim, alcancei um peso que ultrapassava a minha zona de conforto relativamente àquilo que eu queria pesar. Aquilo transformou-se numa crise pessoal. Comprei uma nova balança digital e comecei a fazer um gráfico com o meu peso, todos os dias à mesma hora; não queria que houvesse qualquer variável para me fazer racionalizar. Mais uma vez, estava em negação, entrei numa crise de confiança e desenvolvi um plano de ação. Há muitos anos, eu estava à deriva em termos espirituais. Tinha frequentado a igreja quando era jovem, e até tinha tido uma “experiência religiosa”. Olhei em
retrospetiva para aquela experiência, convenci-me a mim mesmo de que estava bem com Deus, mas de alguma forma cheguei à conclusão de que não estava. Por fim, entrei numa crise de fé, através da qual reconheci que precisava de mudar a minha vida. Comecei a frequentar a igreja novamente e juntei-me a um grupo de estudo bíblico. Ali tomei consciência de que a minha visão de Deus era a de uma criança – era a perspetiva que eu adquirira na Escola Dominical há várias décadas. Depois de um período de profunda introspeção, decidi tornar-me um seguidor de Cristo devoto – desta vez, na condição de um adulto com um plano. Assim como tinha acontecido com a minha tensão arterial, com o meu endividamento e com o meu excesso de peso, eu estivera em negação a respeito da minha falta de fé. Tive uma crise de fé em que eu sabia que as coisas deveriam mudar e aquela crise levou-me a uma nova e mais madura fé em Jesus Cristo. Ao longo dos anos, tenho visto este mesmo padrão na vida de muitas outras pessoas, numa grande variedade de assuntos. Para alguns, a capacidade de viver em negação é maior do que para outros; esses parecem nunca chegar à fase da crise, em que reconheceriam a necessidade de tomar uma atitude. Outros confrontam a realidade e adotam os passos necessários antes que surjam grandes crises. Haverá áreas da sua vida nas quais esteja em negação? Estará a dirigir-se para uma crise? Será melhor tomar uma atitude agora mesmo? Sugiro que peça ajuda, consultando a Deus e outros amigos fiáveis. “E buscar-me-eis, e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o Senhor (...)” (Jeremias 29:13-14). “Um varão sábio é forte, e o varão de conhecimento consolida a força. Porque com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros.” (Provérbios 24:5-6). Por Jim Mathis, in Reflexões da Semana, ASPEC - Associação de Profissionais e Empresários Cristãos, em colaboração com “CBMC International”. Usado com permissão. Adaptado.
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LOCAL
Ovar comemora Bodas de Ouro
50º aniversário da Assembleia de Deus em Ovar Foi há 50 anos que o casal Cecília e Verónico Vargues começou a testemunhar sobre o Evangelho em Ovar. Quando saíam de motorizada com um acordeão e um bébé ao colo despertaram a curiosidade da vizinhança. Depois de esclarecerem as dúvidas dos moradores, explicando que eram crentes evangélicos e que iam assistir a um culto, onde se orava a Deus e se lia a Bíblia, o casal Teixeira lembra que as suas vidas se modificaram completamente. Outros vizinhos também quiseram conhecer mais sobre este Deus maravilhoso. E foi assim que foram dados os primeiros passos para ser aberta a Casa de Oração da Assembleia de Deus em Ovar, no dia 22 de fevereiro de 1970. A igreja Assembleia de Deus de Ovar comemorou o seu 50º aniversário no dia 1 de março, pelas 16 horas. O salão estava cheio, com mais de 200 pessoas, para assistir ao culto de celebração que foi organizado pelo pastor Samuel e mulher Rute Antunes. E
nada melhor que a entrada do jovem casal Tiago e Patrícia de moto, com um acordeão e um bebé, para recordar como os pioneiros Verónico e Cecília iniciaram o trabalho em Ovar. Seguiu-se uma mímica elaborada pela jovem talentosa Joana Antunes que contou com a participação de Alexandre, Rodrigo, Joana, Eunice, Carina, Rita, Patrícia e Tiago. Através do texto escrito pelo pastor Samuel, os adolescentes e jovens contaram a história que tem sido escrita ao longo destes 50 anos e que não acabou, pelo contrário, continuará até à vinda do Senhor Jesus. De seguida o pastor Manuel Joana, presidente da Assembleia de Deus de Aveiro, deu as boas-vindas ao Sr. Alexandre Rosas, vereador da Câmara
Municipal de Ovar, e ao Dr. Nuno Sampaio, da Junta de Freguesia. O vereador partilhou que frequentou uma igreja evangélica e assume-se como crente. Também referiu que como autarca tem uma tarefa difícil, mas dá o seu melhor, realçando que o facto de conhecer Jesus lhe permite ter paz interior. Depois foi a vez do Presidente da Direção Nacional da Convenção das Assembleias de Deus em Portugal, pastor Paulo Branco, tomar a palavra. O servo do Senhor começou por recordar que o movimento pentecostal foi iniciado em Portugal em 1913. Atualmente existem cerca de 500 lugares de culto. Também mencionou o trabalho feito em países africanos. Paulo Branco defendeu que “temos a missão de levar a paz aos lugares que necessitam’’ e acabou a sua inter-
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notícias venção a dizer que “somos um povo que obedece às autoridades. Os valores estão a perder-se, mas na igreja não’’. O programa festivo continuou com a participação do grupo de louvor da igreja. A palavra do Senhor foi ministrada pelo pastor Paulo Branco, que relembrou “o tempo na prisão’’ passado com o pastor Policarpo Serrano, ou seja, o trabalho voluntário em evangelizar reclusos. Na perspetiva do orador, a Assembleia de Deus deve cumprir os propósitos da sua missão e foi mais além ao frisar que “a igreja não é uma instituição humana, mas divina’’. Também lembrou a perseguição que os cristãos passaram e o bullying que sofreram ao serem chamados de "protestantes’’. Na sua intervenção, sublinhou que ouvir a palavra produz fé nos corações e que ninguém tem o direito de alterar a Bíblia, “o manual’’ do crente. De seguida tiveram lugar as homenagens aos pastores e irmãos que frequentam a Assembleia de Deus de Ovar há 50 anos. Em nome de Verónico Vargues, falecido recentemente, e da sua esposa Cecília, que estava hospitalizada, a filha Raquel recebeu uma medalha comemorativa e um livro elaborado para esta ocasião especial, por Rute Antunes com a colaboração de vários irmãos na fé, que relata testemunhos dos primeiros servos, os pastores e famílias que serviram a igreja de Ovar, bem como o trabalho desenvolvido ao longo destas cinco décadas. A filha do casal Vargues estava muito emocionada por recordar as muitas dificuldades que os pais enfrentaram por amor a Cristo. As homenagens aos pastores que assumiram o trabalho em Ovar e freguesias locais continuaram. O pastor José Garcia e sua mulher Lurdes, que aqui serviram ao Senhor entre 1976 e 1977. O pastor Policarpo Serrano e a sua mulher Odete que serviram durante 17 anos. O "pronto-socorro’’ como o pastor Joana apelidou o pastor Policarpo por estar sempre disponível para colaborar na obra de Deus, mesmo estando reformado, continua a ser uma mais-valia em Ovar e S. João da Madeira, auxiliando o pastor Samuel. Entre 1999 e 2002 o pastor Wilson e mulher, Elenilza, continuaram o trabalho em Ovar. Até 2010, a igreja foi coordenada pelo pastor Pina e mulher Maria. Depois foi a vez do pastor João Paulo e mulher Isabel, durante oito anos, exercerem o seu ministério por terras vareiras. Durante este período, deu-se lugar à construção do novo templo que foi inaugurado em setembro de 2016. Por fim, em 2018, o pastor Samuel Antunes e esposa Rute tomaram posse na igreja de Ovar. As homenagens prosseguiram aos irmãos Agostinho e Otília Teixeira, Joaquim e Alice Fonseca, Fátima Conceição, Goreti Valente e Aurora Farelo. Após o grupo de louvor para enaltecer o nome do Senhor, com “a Deus toda a glória’’, a irmã Rute Antunes aproveitou para fazer alguns anúncios, como o horário dos cultos e da Escola Dominical em Ovar e S. João da Madeira e para os interessados acederem às redes sociais para ficarem atualizados sobre as atividades da igreja de Ovar. E como não há festa de anos sem bolo, foram todos convidados para comerem uma fatia e beberem um chá na cafetaria da igreja. A Deus toda a glória por estes 50 anos! Sónia Patrícia Pinto Ovar
Homenagem Verónico José da Palma Vargues (1939-2020) Na madrugada de 30 de janeiro partiu para estar com o Senhor o pastor Verónico José da Palma Vargues. Natural de Loulé, Faro, nasceu a 13 de janeiro de 1939. Converteu-se na AD em Lisboa, em 1961 e foi batizado na mesma cidade no ano seguinte. Casou com Maria Cecília Valente de Abreu Freire, que lhe deu 4 filhas: Raquel, Isabel, Claudia e Ana Elisabete. Serviu na igreja local como músico. Foi residir para Ovar e dali saiu para o Instituto Bíblico em 1973, sendo o fundador, juntamente com a sua mulher da Igreja em Ovar, a qual comemora 50 anos em 2020. Iniciou o ministério a tempo integral em 1973. Trabalhou nas seguintes igrejas: Chaves (1973-1977), S. Miguel, Açores (1977-1978), Ovar (1978-1981), Tomar (1981-1985), Silves (1985-1990), Castelo Branco (1990-1995), Muge (1995-1999) e Viana do Castelo (1999-2008). Reformou-se em 2008 e foi viver para Leiria, onde colaborava com a Assembleia de Deus Local A cerimónia fúnebre realizou-se no dia 31 de janeiro. Na Casa Mortuária, junto ao Cemitério Municipal de Leiria, onde estiveram além de familiares, colegas de ministério e irmãos na fé para lhe prestar homenagem. A cerimónia foi dirigida pelo pastor presidente da Assembleia de Deus em Leiria, Bruno Malheiro e pelo pastor auxiliar, João Estevão. Dentro das várias intervenções, participaram tecendo algumas palavras os pastores Dionildo Vidal, em representação da igreja no Porto; Samuel Antunes, Vice-presidente da Direção Nacional da Convenção das Assembleias de Deus em Portugal, em representação da mesma; Alexandre Carvalho, Presidente da Região de Obreiros Ribatejo/Oeste, em representação da mesma; e João Martins, amigo da família. A pregação da Palavra de Deus esteve a cargo do pastor Paulo Gomes, que quando jovem, em Tomar, foi pastoreado pelo pastor Verónico. Em nome da Convenção das Assembleias de Deus em Portugal damos os nossos mais sentidos pêsames e o desejo que o Senhor console a irmã Cecília, filhas, genros e netos e demais familiares. Dados biográficos: pastor Paulo Branco; Dados da Cerimónia: pastor Samuel Antunes Foto: pastor Bruno Malheiro
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Fotos: Sónia Paiva
NACIONAL
“Pescadores de Crianças” 240 na Formação do Departamento Infantil Nacional “Deixai vir a mim os pequeninos…” disse, um dia, Jesus. É esta a frase que tem movido aqueles que estão envolvidos no ministério infantil. Professores de Escola Dominical, superintendentes, entre outros, fazem o seu melhor para que as crianças possam vir a Jesus tendo um encontro real com Ele. Fazia já, contudo, muito tempo, que estes sentiam necessidade de adquirir novos conhecimentos e estratégias para melhor servir O Mestre. Assim sendo, o DIN (Departamento Infantil Nacional da CADP) escolheu o dia 15 de fevereiro do presente ano para a primeira formação de professores e superintendentes de Escola Dominical, com o tema “Pescadores de Crianças”. Logo pela manhã, às 10h, a Assembleia de Deus em Coimbra estava preparada para receber os 240 professores, de todo o país, inscritos na formação. Todos com o mesmo objetivo: melhorar as suas práticas sem perder o foco da mensagem de Deus. A irmã Tânia Pinto, coordenadora do departamento, deu as boas-vindas a todos os presentes, transmitindo toda a felicidade e entusiamo que sentia, e com uma pequena dinâmica relembrou a cada um a importância de remarmos todos para o mesmo lado como professores e filhos de Deus. Logo de seguida, a irmã Joana Simões dirigiu o tempo de louvor de caráter também infantil. Ao longo do dia, cada formador, de forma alternada, teve a missão de partilhar duas temáticas escolhidas previamente, através de um inquérito, pelos professores. A Dr.ª Miriam Leite, psicóloga clínica no Lar de Betânia,
focou-se na Psicologia do Desenvolvimento, onde abordou as principais caraterísticas de cada faixa-etária dos alunos da Escola Dominical. Por sua vez, o irmão Samuel Gonçalves, presbítero na Assembleia de Deus de São Miguel (Açores) e professor do 1º Ciclo do Ensino Básico, atravessou o Oceano Atlântico, e com o auxílio de diversificados recursos didáticos, colocou em prática o Evangelismo Criativo. No final do dia, todos os professores sentiram que foi um dia repleto de (abençoada) aprendizagem, fortalecendo as suas redes de pesca que a seu tempo darão frutos em cada aluno de Escola Dominical. Foi possível perceber que existe, em Portugal, um grande número de “pescadores” com desejo de aprender, crescer e inovar para conseguirem, deste modo, alcançar as crianças, dentro e fora das paredes das casas de oração, para Jesus. O DIN ainda acrescentou que está ao dispor das igrejas e ministérios locais para ajudar, fornecendo recursos e/ ou formação na área da evangelização e discipulado infantil. Também um novo desafio foi lançado para o qual, cada leitor, está convidado – um novo encontro no próximo dia 12 de setembro na AD Azambuja. Para ter acesso a todas as novidades e iniciativas do DIN, siga-nos através do Facebook (fb.me/DIN.CADP ou m.me/ DIN.CADP), Instagram (@din_cadp) e contactar por email para: departamentoinfantil.cadp@gmail.com Ana Raquel Serafim Porto
Dr.ª Miriam Leite
Equipa DIN e evangelista Maria Paulino (DN)
Professor Samuel Gonçalves
Equipa AD Coimbra (Louvor)
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notícias Homenagem Noémia Gomes Farias (Sotavento Algarvio) Quero aproveitar as páginas da revista Novas de Alegria para testemunhar acerca da nossa irmã Noémia Gomes Farias que partiu para estar com Jesus no passado dia 6 de novembro de 2019. A nossa irmã nasceu na freguesia de Querença, conselho de Loulé, distrito de Faro, era a crente mais antiga da Assembleia de Deus Pentecostal no Sotavento Algarvio. A irmã Noémia teve o privilégio de aceitar o evangelho no ano de 1942 com apenas 9 anos de idade, através do pastor Alfredo Rosendo Machado que era pastor em Portimão, veio à casa da referida irmã e sua família, falar deste maravilhoso Jesus, que aceitaram com alegria e júbilo. Logo após a conversão da nossa irmã Noémia, embora ainda nova, Deus batizou-a com o Seu Santo Espírito e foi com 12 anos de idade que a referida irmã desceu às águas do batismo, no dia 19 de janeiro de 1946, pelo prezado pastor Alfredo Rosendo Machado em Querença, Loulé.
LOCAL
Inauguração da Casa de Oração em Santana (Sesimbra) No sábado, 29 de fevereiro, a Igreja evangélica Assembleia de Deus de Almada inaugurou mais uma casa de oração, desta vez na zona de Sesimbra. As portas foram abertas pelas 19:30h para um culto de ação de graças. Culto este que contou com a presença de alguns membros do ministério AD Almada, inclusive, o pastor Paulo Branco ao qual coube a missão de partilhar a Palavra neste culto memorável. Foi, também, possível relembrar a perseverança, a longanimidade e a persistência mantidas pelos crentes ao longo do tempo. Na parede encontravam-se algumas fotografias ilustrativas de como tudo começou, como a primeira evangelização feita na região pela altura do Natal em que alguns irmãos de diferentes faixas etárias se uniram num único propósito: Anunciar o nascimento Daquele que veio para salvar a todos. Essa ação de evangelismo abriu caminho para que se iniciassem cultos familiares na casa de uma irmã residente nesse mesmo local. Estes cultos, ao fim destes três anos, cheios de histórias e testemunhos, deram o seu fruto refletido nesta nova casa de oração na freguesia de Santana, em Sesimbra.
Claro que naquele tempo não era fácil seguir Jesus, não muito depois de ter sido batizada nas águas começaram a sofrer perseguições pela vizinhança, ameaças com palavras nada abonatórias, mas apesar de todas essas ameaças continuavam muito alegres e felizes e muito abençoadas servindo ao Senhor Jesus. A nossa irmã veio mais tarde a contrair matrimónio no dia 19 janeiro de 1957, com o irmão José Rodrigues Nunes, presbítero da Assembleia de Deus Pentecostal no Sotavento Algarvio, na congregação em Loulé. Esse casamento foi abençoado por Deus com dois filhos, Ana Maria Farias Nunes, casada com Emanuel Goela, com três filhos, e Filipe Manuel Farias Nunes, casado com Inês Domingues Nunes, com dois filhos. Quero expressar os nossos mais sentidos pêsames e desejar a consolação do Senhor nosso Deus ao nosso irmão José Rodrigues Nunes, aos filhos, genro, nora, netos, bem como aos restantes familiares. Carlos Salgado Pastor evangélico Faro
A sua inauguração contou com cerca de 70 pessoas presentes e muita gratidão por um novo capítulo que se inicia em Sesimbra e que se espera vir a dar, também este, muitos mais frutos para honra e glória de Deus. Os cultos realizam-se todas as quartas-feiras pelas 20:30h e domingos pelas 10h, na Praceta da Chaminé Nº4, com possível entrada pela Rua Augusto Machado Nº1, em Santana (Sesimbra). Para qualquer dúvida ou informação adicional basta visitar o site adalmada.org. Ana Catarina Torres Almada
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notícias
LOCAL
Concerto e batismos em Viseu Viseu, “linda cidade museu …” como diz a letra do hino da cidade, continua em movimento por isso não podemos deixar de compartilhar com todos vós, o que de bom aconteceu, nesta cidade, durante o mês de setembro 2019. Para além das muitas atividades que a igreja desta cidade tem levado a efeito queremos realçar a realização do grande concerto gospel, que ano após ano, e sempre com a grande abertura que a Câmara Municipal de Viseu nos tem dado, no dia 1 de setembro no grande palco da centenária Feira de S. Mateus. Este concerto foi aberto com a participação especial do grupo de mímica da igreja local seguindo-se a atuação do grupo ADITUDE do Porto. Centenas de pessoas assistiram a este grandioso concerto onde o principal motivo da sua realização era anunciar a pessoa real de Jesus como Salvador e Senhor (fotos ao lado). Se o dia 1 foi muito bom o dia 22 foi especial. 11 novos irmãos desceram às águas do batismo cumprindo, assim, o que está escrito no Evangelho de S. Marcos capítulo 16 e versículo 16: “Quem crer e for batizado será salvo …”. O apóstolo Paulo em 1 Tessalonicenses 5:18 diz: “Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” por isso a nossa alegria e a nossa gratidão para com Deus é enorme pois este grupo era totalmente constituído por jovens (foto de cima). Adelaide Nogueira Secretária - Viseu
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informativo Enviar notícias e testemunhos
é muito fácil!
Escreva as notícias, reportagens, testemunhos ou entrevistas com, no máximo, 1 página A4 Arial 12 pt, ou cerca 400 a 500 pa1 lavras. Selecione várias fotografias originais, nunca dentro do documento word, nem retiradas do Facebook, pois perdem qualidade ao 2 imprimir (ficam desfocadas). Envie tudo para o email (na.revista@gmail.com), através do site www.wetransfer.com. Receberá um comprovativo de receção do 3 material. Caso não tenha Internet, envie para a nossa morada, escrito de forma legível e com fotos de boa qualidade.
PRAZOS Habitualmente publicamos as reportagens e testemunhos 2 a 3 meses após a sua chegada à redação, por isso, quanto mais depressa enviar, mais depressa será publicado. ATUALIZAÇÕES As atualizações de contactos, horários e outros, relacionados com os programas nas rádios locais e Cafés Convívio, devem ser enviados para os contactos da Novas de Alegria. Para mudanças no prontuário, relativas a obreiros e igrejas, contacte a CADP.
Contactos Novas de Alegria (Redação)
Correio Av. Almirante Gago Coutinho, 158; 1700-033 LISBOA - Portugal Tel. (+351) 218 429 190 Fax (+351) 218 409 361 Email na.revista@gmail.com Facebook www.facebook.com/NA.revista
CAPU Livraria Cristã
Correio Av. Almirante Gago Coutinho, 158; 1700-033 LISBOA - Portugal Tel. (+351) 218 429 190 Fax (+351) 218 409 361 Tlm. (+351) 915 699 908 Email lojaonline@livrariacapu.com Site www.capu.pt Facebook www.facebook.com/LivrariaCAPU
Convenção das Assembelias de Deus em Portugal
Correio Av. Almirante Gago Coutinho, 158; 1700-033 LISBOA - Portugal Tel./Fax (+351) 218 464 317 Tlm. (+351) 910 010 074 Site www.cadp.pt Email geral@cadp.pt Facebook www.facebook.com/CADPortugal
FICHA TÉCNICA Ano 77 - Nº 928 · Publicação mensal - maio 2020 · Publicação mensal doutrinária de expansão nacional. Órgão oficial da Convenção das Assembleias de Deus em Portugal. Registada na Secretaria-Geral do Ministério da Justiça sob o n.º 101 458. :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: PROPRIETÁRIO E EDITOR Assembleia de Deus Pentecostal; R. Neves Ferreira, 13, 3º; 1170273 Lisboa. REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Av. Almirante Gago Coutinho, 158; 1700-033 Lisboa; Apartado 8129; 1802-001 Lisboa; Tel. 21 842 91 90; Fax 21 840 93 61; e-mail: na.revista@ gmail.com REDAÇÃO Diretor: Samuel R. Pinheiro. Diretora-adjunta: Ana Ramalho Rosa. Revisão textual: Ester Carvalho; Cristina Frade; Dina Abrantes; Ana Patrícia Rosa. Digitação e Pesquisa: Ana Maria Rodrigues; Cilinha Gonçalves; Paulo Pimenta; João Borges. Colaboraram neste número: Adelaide Nogueira; Alfredo R. Machado; Ana Catarina Torres; Ana Raquel Serafim; Ana Sofia Pinheiro; Ângela Paiva; Carlos Salgado; Cristina Carvalheiro; Fernando Martinez; Hermano Pablo; Miguel Cartaxo; Osmar Silva; Linda Silva; Paula Marcos Teixeira; Paula Rodrigues; Rute Azeitão; Sara Rosa; Sónia Patrícia Pinto; Design Gráfico: Ana Ramalho Rosa; Ilustração: Christina Rebouço; Paginação: Christina Rebouço; :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: POLÍTICA EDITORIAL Todos os originais devem ser enviados à Redação, a qual se reserva o direito de os editar, adaptar, publicar e reproduzir em quaisquer das suas plataformas ou suportes, e em qualquer altura, sem aviso prévio aos autores. Os artigos submetidos devem respeitar as boas práticas de redação e respeito pelos direitos de autor, colocando as fontes e notas correspondentes às citações. Para salvaguardar a integridade da revista, os artigos podem ser verificados usando um software/portal para o efeito. A redação publicará apenas a matéria que se coadune com o ensino da Bíblia Sagrada, não endossando necessariamente os pontos de vista particulares dos autores. A redação tem liberdade para utilizar as imagens que melhor se adequem à paginação, sem aviso prévio aos autores. A Direção da revista é responsável perante a Lei pelos artigos publicados; diante da Igreja, os textos assinados são da responsabilidade dos seus autores. Não é permitida a reprodução parcial ou integral das páginas da revista (incluindo logótipo, imagens e ilustrações) sem autorização escrita da Direção de Publicações e sempre com menção da fonte. À exceção das notícias, os autores têm liberdade para reproduzir ou autorizar, após a sua publicação na revista, a reprodução dos seus artigos em quaisquer outras plataformas ou suportes, preferencialmente com menção da fonte. Os textos desta revista estão redigidos conforme o novo acordo ortográfico. :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: ABREVIATURAS A tradução bíblica corrente desta publicação é a Almeida Revista e Corrigida (ARC). As restantes traduções ou paráfrases bíblicas estarão identificadas junto dos versículos, em abreviatura. Traduções: A Bíblia para Todos (BPT), Bíblia Viva (BV), Almeida, Edição Corrigida e Revisada Fiel ao Texto Original (ACF),), Almeida Atualizada (AA), Almeida Revista e Atualizada (ARA), King James Atualizada (KJA), Nova Almeida Atualizada (NAA), Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), Nova Versão Internacional (NVI), Nova Versão Transformadora (NVT). Paráfrases: O Livro (OL) e A Mensagem (MSG). :::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: VENDA E ASSINATURAS A revista Novas de Alegria encontra-se à venda nos Departamentos de Literatura das Igrejas e Livrarias Evangélicas ao preço de avulso 1,5€. Assinatura Anual - Portugal Continental €17; Portugal Ilhas €20; Resto da Europa €28; Guiné Bissau, S. Tomé e Príncipe, Timor Lorosae €23; Resto do Mundo €29,50. Sites: www.assinaturascapu.com e www.capu.pt
COMUNICADO A TODOS OS COLABORADORES, PARCEIROS, IGREJAS, ASSINANTES E LEITORES Damos graças a Deus por todo o apoio dado às nossas revistas, BSteen, Boa Semente e Novas de Alegria, pelos nossos colaboradores, parceiros, assinantes, leitores e as igrejas. Devido ao tempo excepcional que vivemos, e para que possamos continuar mensalmente a estar junto de todos vós, informamos que, não sendo possível uma edição em papel, colocámos à disposição de todos os leitores as três revistas da edição de maio - podendo aceder às mesmas através das páginas do Facebook (na caixa ao lado). De forma a colmatar a ausência das revistas em formato impresso, iremos: - Ao longo das edições seguintes à interrupção da impressão das revistas, quando for possível, iremos publicar os artigos, notícias e testemunhos que tenham sido publicados em formato digital. - Relativamente aos assinantes, vamos prolongar a validade das assinaturas por mais um mês. Continuamos a orar e a trabalhar para que os melhores conteúdos possam chegar a crianças, adolescentes, jovens e adultos. Que Deus possa ajudar a todos neste tempo de desafios. Esperamos nas próximas edições poder fazer chegar as revistas impressas às vossas mãos. Contamos com o vosso apoio e orações, para que a esperança que este mundo precisa continue a chegar por todos os meios àqueles que ainda não conhecem Jesus, e a todos os que O seguem - inclusive através da página impressa. A Direção de Publicações
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Agenda de Eventos 2020 Data
9 a 12 junho
Evento 60ª Assembleia Geral Ordinária CADP seguida pela Formação "Evangelizar para crescer" (precedido do Conselho Geral, a dia 8 de junho)
Departamento
Dirigido a
Local
Informações
Assembleia Geral: Direção Nacional CADP e Mesa da Assembleia Geral Formação: Departamento de Ensino e Departamento de Evangelismo
Assembleia Geral: Sócios individuais e coletivos da CADP Formação: Todos os membros dos ministérios locais e cônjuges
Monte Esperança
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17 a 22 agosto
Retiro CB Verão
AD.J Departamento Juvenil
Adolescentes e jovens a partir dos 12 anos
Monte Esperança
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12 setembro
Encontro Nacional de Professores de Escola Dominical
DIN Departamento Infantil Nacional
Superintendentes de Escola Dominical e Professores de ED
AD Azambuja
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9 a 11 outubro
ENJUV - Encontro Nacional de Jovens
AD.J Departamento Juvenil
Adolescentes e jovens a partir dos 12 anos; Profs. ED e Líderes de Adolescentes e Jovens; Comissões juvenis
Monte Esperança
www.adj.cadp.pt www.fb.com/ad.jnacional
Direção Nacional CADP e Mesa da Assembleia Geral
Sócios individuais e coletivos da CADP
Monte Esperança
www.cadp.pt www.fb.com/cadportugal
20 a 23 outubro
61ª Assembleia Geral Ordinária CADP (precedido do Conselho Geral, a dia 19 de outubro)
2021 Data
Evento
Departamento
Dirigido a
Local
Informações
23 janeiro
9º Encontro Nacional de Liderança Juvenil
AD.J Departamento Juvenil
Profs. ED e Líderes de Adolescentes e Jovens; Comissões juvenis
AD Évora
www.adj.cadp.pt www.fb.com/ad.jnacional
13 a 16 fevereiro
Retiro CB Carnaval
AD.J Departamento Juvenil
Adolescentes e jovens a partir dos 12 anos
Monte Esperança
www.adj.cadp.pt www.fb.com/ad.jnacional
Direção Nacional CADP e Mesa da Assembleia Geral
Sócios individuais e coletivos da CADP
Monte Esperança
www.cadp.pt www.fb.com/cadportugal
(evento evangelístico)
DIN Departamento Infantil Nacional
Crianças
Local a designar
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16 a 21 agosto
Retiro CB Verão
AD.J Departamento Juvenil
Adolescentes e jovens a partir dos 12 anos
Monte Esperança
www.adj.cadp.pt www.fb.com/ad.jnacional
9 outubro
10º Encontro Nacional de Liderança Juvenil
AD.J Departamento Juvenil
Profs. ED e Líderes de Adolescentes e Jovens; Comissões juvenis
Local a designar
www.adj.cadp.pt www.fb.com/ad.jnacional
Direção Nacional CADP e Mesa da Assembleia Geral
Sócios individuais e coletivos da CADP
Monte Esperança
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25 a 28 maio
62ª Assembleia Geral Ordinária CADP (precedido do Conselho Geral, a dia 24 de maio)
26 junho
26 a 29 outubro
Celebração do Dia da Criança
63ª Assembleia Geral Ordinária CADP (precedido do Conselho Geral, a dia 25 de outubro)
IMPORTANTE Datas e locais dos eventos mencionados sujeitos a confirmação ou alteração. Saiba informações atualizadas em www.cadp.pt e em www.fb.com/cadportugal Restantes eventos serão publicitados conforme a sua marcação.
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partilhar Ana Ramalho Rosa
Diretora-adjunta de Publicações Coordenadora AD.J Departamento juvenil Convenção das Assembleias de Deus em Portugal
Birras, fraldas e leitinho Ter um filho pré-pré-pré-adolescente é uma experiência fantástica (uma palavra que agora anda na moda!), mas que por vezes contrasta com aquela bela deixa “mãe à beira de um ataque de nervos” (expressão menos em voga, claro está!). Todas as crianças têm a sua personalidade. Algumas mais vincadas do que outras, mas todas (mais ou menos, e em ocasiões diferentes) têm aquela dificuldade em ser contrariadas e, por consequência, fazerem birra. O que é menos normal acontecer com adultos… pelo menos, é suposto. Ao amadurecermos, desenvolvemos mecanismos para lidar com as contrariedades da vida. Há dificuldades e situações limite, mas para as coisas que ocorrem no dia-a-dia que são pequenos contratempos, é estranho fazer-se birra, não é?
Paulo deixou o aviso a Timóteo no sentido de ajudar os seus irmãos na fé a terem uma alimentação espiritual saudável para um crescimento são. “Por isso, insisto solenemente, diante de Deus e Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, quando vier outra vez para estabelecer o seu reino aqui na Terra: que anuncies a palavra de Deus; que insistas nessa pregação, não só nas ocasiões consagradas, mas também fora delas; que corrijas e repreendas, que encorajes com toda a paciência os que são fracos, dando-lhes o ensino de que necessitam. Porque há de vir uma época em que as pessoas não hão de querer mais ouvir a sã doutrina e procurarão rodear-se de mestres que lhes ensinarão apenas aquilo que vai ao encontro dos seus desejos e que seja agradável aos seus ouvidos. Recusando-se a ouvir a verdade, voltarão a seguir tradições supersticiosas.” (2 Timóteo 4:1-4, OL)
Hoje, cada vez mais procura-se o superficial, o emocional e egocêntrico, em vez do profundo, do equilibrado e Teocêntrico.
Como cristãos, seguidores de Jesus, é suposto também crescermos, ganharmos maturidade. Deus usa várias formas para que tal aconteça. No Novo Testamento temos um alerta para casos em que isso não aconteceu. O escritor da carta aos Hebreus fala de crentes que queriam continuar a ser “levados ao colo”. Pessoas que tinham anos de igreja, mas que não queriam crescer. Em vez de serem maduros o suficiente para ajudarem outros a caminhar na fé ainda estavam na época das birras, das fraldas e do leitinho… “Porque ao tempo que são cristãos deviam até poder já ensinar outros. Mas ao contrário precisam de quem vos ensine as primeiras coisas da revelação de Deus. Vocês fizeram-se como criancinhas que só podem beber leite, e não alimento sólido. Ora, quando uma pessoa ainda se alimenta só de leite, é como um bebé e ainda não está capaz de ter experiência de coisas que a justiça de Deus exige. Mas o alimento sólido é para os que adquiriram maturidade, e que em resultado do exercício das suas faculdades são capazes de distinguir o bem do mal.” (Hebreus 5:12-14, OL)
Paulo não aconselha Timóteo a pregar o que as pessoas querem ouvir, nem como querem ouvir, mas a não parar de partilhar nas mais variadas circunstâncias a sã doutrina. Parece que os dois textos estão ligados… e estão de facto, inspirados pelo Espírito Santo, para nosso aviso. Hoje, cada vez mais, procura-se o superficial, o emocional e egocêntrico, em vez do profundo, do equilibrado e Teocêntrico. E, na verdade, se não tivermos cuidado (porque somos de carne e osso) podemos cair no facilitismo… que Deus me ajude, nos ajude, a realmente sermos maduros, e que essa maturidade seja visível em “fruto do bom” – fruto do Espírito, resultado do Seu trabalho na nossa vida – levando outros a entrar no Caminho de Deus.
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