Oração e a vida cristã_primeiro capítulo

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©2016, John Knox e João Calvino Compilação das obras originalmente publicadas em inglês com os títulos: Treatise on Prayer (John Knox) & On the Christian Life (João Calvino).

Editora Vida

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Editor responsável: Gisele Romão da Cruz Santiago Tradução: Carlos Caldas Revisão de tradução: Rogério Portella e Josemar de Souza Pinto Revisão de provas: Josemar de Souza Pinto Projeto gráfico e diagramação: Claudia Fatel Lino Capa: Arte Peniel

Todos os direitos desta tradução em língua portuguesa reservados por Editora Vida. Proibida a reprodução por quaisquer meios, salvo em breves citações, com indicação da fonte.

Scripture quotations taken from Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional, NVI ®. Copyright © 1993, 2000, 2011 Biblica Inc. Used by permission. All rights reserved worldwide. Edição publicada por Editora Vida, salvo indicação em contrário. Todas as citações bíblicas e de terceiros foram adaptadas segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990, em vigor desde janeiro de 2009.

1. edição: set. 2016

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Knox, John, 1513-1572. Oração e a vida cristã / John Knox e João Calvino ; [tradução Carlos Caldas]. -- São Paulo : Editora Vida, 2016. Compilação das obras originalmente publicadas em inglês com os títulos: Treatise on Prayer (John Knox) & On the Christian Life (João Calvino). 1. História da Igreja 2. História eclesiástica - Período moderno, 1500- 3. Igreja Reformada 4. Oração - Ensino bíblico 5. Reforma protestante 6. Tratados 7. Vida cristã I. Calvino, João. II. Título. 16-05307

CDD-284.2 Índices para catálogo sistemático: 1. Igreja reformada : Tratado : História   284.2


Sumário Parte 1

Tratado sobre a oração John Knox

Apresentação.......................................................................................................................9 Nota do Editor................................................................................................................. 11 Um tratado sobre a oração, ou Uma confissão e declaração de orações adicionadas............................................................................................................... 13 Segue-se uma confissão [ou oração].......................................................................... 45 Parte 2

Sobre a vida cristã João Calvino

Esboços.............................................................................................................................. 49 Capítulo I – Argumentos bíblicos de exortação à vida cristã................................ 59 Capítulo II – Um sumário da vida cristã. Do negar a si mesmo........................... 67 Capítulo III – Do carregar a cruz — uma possibilidade do negar a si mesmo...........83 Capítulo IV – Da meditação na vida futura.............................................................. 97 Capítulo V – Como viver a vida atual, e seus confortos....................................... 107 Parte 3

Índices Índice de referências bíblicas..................................................................................... 117 Índice de palavras e frases em francês...................................................................... 119



Parte 1 Tratado sobre a oração John Knox (1514-1572)

K

nox compôs este tratado por ocasião da morte de Eduardo VI, rei da Inglaterra. A rainha católica Mary Tudor, conhecida na História como “Mary, a Sanguinária”, o sucedeu. Nesta obra, Knox pede às pessoas que orem pela rainha Mary, por seu bem-estar e para que ela cumpra sua promessa de não perseguir os protestantes. Infelizmente ela não cumpriu o que prometeu, e Knox teve de fugir para a Europa continental para salvar sua vida. Contudo, suas orações demonstram grande maturidade e compaixão e servem para instruir os cristãos que estão sob tirania.

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Apresentação Um tratado sobre a oração, ou Uma confissão e declaração de orações adicionadas Por John Knox

Ministro do mui sagrado evangelho de Cristo, por ocasião da morte do mui famoso e virtuoso rei Eduardo VI, rei da Inglaterra, França e Irlanda, em confissão na qual o citado John acusa apenas as suas próprias faltas, não as faltas dos outros, como a causa de ter sido levado aquele príncipe tão piedoso, agora reinando com Cristo, enquanto nós sofremos pragas por causa da nossa ingratidão. 1553

Extraído de Selected Writings of John Knox: Public Epistles, Treatises and Expositions to the Year 1559 —9—



Nota do Editor O

rei Eduardo VI morreu em 6 de julho de 1553. Knox estava em Londres naquela época, e o reformador recebeu as notícias preocupantes da morte de Sua Majestade com firmeza e resignação diante da vontade soberana dos céus. O evento não o encontrou despreparado, pois ele havia muito o antecipara, com suas prováveis consequências. Knox permaneceu em Londres até o dia 19 de julho, quando Mary foi proclamada rainha. Imediatamente depois disso, ele saiu de Londres e se refugiou no norte da Inglaterra, estando apreensivo quanto às medidas que poderiam ser tomadas pelo novo governo. “Para induzir os protestantes a que se submetessem pacificamente à sua autoridade, Mary os agradou durante certo tempo com afirmações nas quais prometia não violentar a consciência deles. Ainda que consciente da intolerância da rainha e do espírito da crença à qual ela era devotada, os ministros protestantes reconheceram que era sua obrigação fortalecer a trégua. No mês de agosto, Knox retornou ao Sul e retomou suas atividades. Parece que foi — 11 —


Oração e a vida cristã nessa ocasião que ele escreveu Confissão e oração, usado por ele nas congregações nas quais pregou. Enquanto pregava na região de Buckinghamshire, grandes multidões se reuniam para ouvi-lo, e tanto sua popularidade quanto a crise alarmante cresciam, especialmente em Amersham, vila famosa pela recepção às doutrinas de Wycliffe, o precursor da Reforma na Inglaterra, e a semente que foi plantada por seus seguidores nunca foi erradicada. Aonde Knox ia, ele exortava fervorosamente o povo ao arrependimento, anunciando o desagrado divino e que eles se apegassem com firmeza à fé que haviam abraçado. Ele continuou a pregar em Buckinghamshire e Kent durante os meses da colheita, ainda que as medidas tomadas pelo governo a cada dia tornassem sua segurança mais precária; no início de novembro, ele retornou a Londres, onde residiu com o sr. Locke e o sr. Hickman, dois respeitáveis mercadores do seu círculo de amizades” (M’Cries, Life of Knox [Edinburgh, 1855], p. 55-56). Logo o governo inglês restaurou a religião papista, e depois de dezembro de 1553 os protestantes começaram a ser perseguidos como hereges. Knox não pôde mais pregar sem se colocar em risco e aos que o abrigavam. Assim, atendendo aos apelos de seus amigos, o reformador relutantemente saiu da Inglaterra e chegou a Dieppe1 no começo de março de 1554. Tratado sobre a oração foi publicado em julho daquele ano.

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Dieppe é uma pequena cidade localizada no litoral norte da França. [N. do T.] — 12 —


Um tratado sobre a oração, ou Uma confissão e declaração de orações adicionadas

Uma declaração sobre o que é a oração verdadeira, como e pelo quê devemos orar, apresentada por John Knox, pregador da santa Palavra de Deus.

Ao pequeno e disperso rebanho de Jesus Cristo.

Q

uão necessária é a correta invocação do nome de Deus, chamada de oração perfeita; não é algo que nenhum cristão não entenda, pois a oração flui da verdadeira fé (Romanos 10.10-13).1 Portanto, se um homem não tem a verdadeira fé, não importa que outras virtudes possua, na presença de Deus ele não é de modo algum reputado como cristão.2 Este é um sinal manifesto, que aqueles que são negligentes na oração não entendem nada da verdadeira fé; se existisse fogo sem calor ou se uma lamparina ficasse acesa sem óleo, então a verdadeira fé existiria sem 1 2

A oração flui da verdadeira fé. Homens negligentes na oração não são perfeitos na fé. — 13 —


Oração e a vida cristã oração fervente. Mas porque, em tempos passados, isso foi (e ainda é, ai de nós, em não pequeno número) considerado como sendo oração, que à vista de Deus foi e nada é, tenho a intenção de, doravante, tocar nas circunstâncias. O QUE A ORAÇÃO É Quem vai orar precisa saber e entender que oração é uma conversa fervorosa e familiar com Deus, a quem declaramos nossas misérias, cujo apoio e auxílio imploramos e desejamos em nossas adversidades, e a quem louvamos e exaltamos pelos benefícios recebidos. Então que a oração contenha a exposição das nossas dores [tristezas], o desejo da defesa de Deus e o louvor de seu nome magnífico, como os salmos de Davi claramente ensinam. O QUE DEVE SER OBSERVADO NA ORAÇÃO3 A consideração daquele em cuja presença estamos, a quem falamos e o que desejamos deve fazer que a oração seja realizada com muita reverência; permanecer na presença do onipotente Criador do céu e da terra, e de tudo que eles contêm, aquele a quem milhares de anjos assistem e servem, obedecendo à sua majestade eterna; falar com aquele que conhece os segredos do nosso coração, diante de quem toda dissimulação e mentira são odiosas; e pedir o que é para a glória dele e para o conforto da nossa consciência (Daniel 3.25,28). Mas devemos ter atenção com diligência, pois tais coisas que podem ofender sua presença divina podem ser removidas ao extremo da nossa força. E, primeiro, que os cuidados mundanos e O que a oração contém.

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Tratado sobre a oração

– John Knox

as cogitações carnais (que nos afastam da contemplação do nosso Deus) sejam expulsas de nós, para que possamos livremente, sem interrupção, invocar Deus. Mas quão difícil é fazer isso em oração; ninguém sabe melhor como nas orações deles eles não estão contentes em permanecer nos limites de sua própria vaidade, mas intencionam [se esforçam] alcançar uma pureza concedida por Deus, não pedindo aquilo que a razão tola do homem deseja, mas o que é agradável e aceitável na presença de Deus. Nosso adversário, Satanás, que está o tempo todo ao nosso redor (1Pedro 5.8), nunca está tão ocupado do que quando nos ajoelhamos e oramos. Oh, quão secreta e sutilmente ele se arrasta entre nós e, nos chamando para longe de Deus, nos faz esquecer o que temos de fazer, de modo que, frequentemente, quando (com toda a reverência) deveríamos falar com Deus, nos vemos conversando com as vaidades do mundo ou com as imaginações tolas da nossa própria prepotência. COMO O ESPÍRITO INTERCEDE POR NÓS Sem o Espírito de Deus nos apoiando em nossas fraquezas (poderosamente intercedendo por nós com gemidos inexprimíveis, que não podem ser expressos em palavras, Romanos 8.26), não há esperança que desejemos algo que seja de acordo com a vontade de Deus. Não quero dizer que o Espírito Santo lamenta ou ora, mas que ele agita nossa mente, dando-nos desejo ou ousadia para orar, e nos faz lamentar quando somos pressionados. Com tais coisas a conceber, nenhuma força do homem é suficiente, nem ninguém é capaz por si mesmo; mas está claro que, ao não entender pelo que oram, ou não expor nem declarar o desejo do seu coração claramente na presença de Deus, e no tempo de oração, dentro das — 15 —


Oração e a vida cristã possibilidades [tanto quanto conseguem] e ao não expor as vãs cogitações de sua mente, não trazem nenhum proveito à oração. POR QUE DEVEMOS ORAR E TAMBÉM ENTENDER O QUE ORAMOS Mas os homens farão objeção e dirão: “Ainda que não entendamos o que oramos, Deus entende, pois ele conhece os segredos do nosso coração, ele sabe também o que precisamos, ainda que não exponhamos [expliquemos] nem declaremos nossas necessidades a ele”. Esses homens declaram que eles nunca entendem o que oração perfeita quer dizer, nem com que finalidade Jesus Cristo nos ordenou a orar; ou seja, em primeiro lugar, que nosso coração seja inflamado com contínuo temor, honra e amor a Deus, em quem buscamos apoio e ajuda sempre que for necessário por causa de um perigo ou necessidade; para que aprendamos a notificar [tornar conhecido] nossos desejos na presença dele, que ele possa nos ensinar o que devemos e o que não devemos desejar. Segundo, que nós, sabendo que nossas petições são concedidas por Deus apenas (o único a quem devemos render graças e dar louvores), tendo sua bondade infinita fixada em nossa mente, podemos constantemente perseverar para receber aquilo que desejamos e expressamos por meio de orações fervorosas. POR QUE DEUS DEMORA EM ATENDER ÀS NOSSAS ORAÇÕES Algumas vezes, Deus atrasa em atender às nossas orações para exercitar e testar nossa fé. Não que ele durma ou esteja em qualquer tempo ausente de nós, mas para que com maior alegria possamos — 16 —


Tratado sobre a oração

– John Knox

receber o que, com grande expectativa, temos pedido [esperado], e que nós, seguros de sua eterna providência (tanto quanto nos é possível por conta de nossa natureza corrompida e fraca), não duvidemos, e que sua mão misericordiosa nos alivie em nossa necessidade mais urgente e na tribulação mais extrema. Por isso tais homens nos ensinam que não é necessariamente exigido que entendamos o que oramos, porque Deus sabe o que precisamos, e também nos ensina que nós nem honramos a Deus nem damos a ele graças pelos benefícios recebidos. Pois como o honraremos e louvaremos, aquele cuja bondade e liberalidade não conhecemos? E como saberemos, a não ser que recebamos e tenhamos experiência? E como saberemos que recebemos, a não ser que saibamos exatamente o que pedimos? Na oração perfeita, a segunda coisa a ser observada é que, ao estar na presença de Deus, devemos ter reverência à sua santa lei, nos arrependendo sinceramente das nossas iniquidades passadas e tendo o propósito de assumir uma nova vida, pois de outro modo todas as nossas orações são em vão, como está escrito: “Se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações serão detestáveis” (Provérbios 28.9). De igual maneira, Isaías e Jeremias também dizem: “ ‘Quando vocês estenderem as mãos em oração, esconderei de vocês os meus olhos; mesmo que multipliquem as suas orações, não as escutarei! As suas mãos estão cheias de sangue!’ ” (Isaías 1.15; cf. Jeremias 11.14; 14.12). Também o Espírito de Deus diz pela boca do cego (a quem Jesus Cristo iluminou) com as seguintes palavras: “ ‘Sabemos que Deus não ouve pecadores’ ” (João 9.31), isto é, querer a glória e continuar na iniquidade. Então, por necessidade, o verdadeiro arrependimento precisa acontecer, antes que aconteça a oração perfeita, ou a invocação sincera do nome de Deus. — 17 —


Oração e a vida cristã QUANDO OS PECADORES NÃO SÃO OUVIDOS POR DEUS A esses dois antecedentes deve ser somado um terceiro, que é o desânimo de nós mesmos na presença de Deus, recusando completamente a justiça própria [retidão], lançando-a fora, com todas as suas cogitações e opiniões. E não pensemos que devemos ser ouvidos por qualquer coisa que proceda de nós mesmos, pois Deus repele esse orgulho e dependência da própria justiça e os expulsa da presença da sua misericórdia, como fez com o fariseu orgulhoso (Lucas 18.9-14). Por causa disso, encontramos os homens mais santos em oração humilde, não confiando neles mesmos. Davi diz: “Não cobres de nós as maldades dos nossos antepassados; venha depressa ao nosso encontro a tua misericórdia, pois estamos totalmente desanimados! Ajuda-nos, ó Deus, nosso Salvador, para a glória do teu nome; livra-nos e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome” (Salmos 79.8,9). Jeremias diz: “Embora os nossos pecados nos acusem, age por amor do teu nome, ó Senhor! Nossas infidelidades são muitas; temos pecado contra ti” ( Jeremias 14.7) e Isaías: “Vens ajudar aqueles que praticam a justiça com alegria, que se lembram de ti e dos teus caminhos. Mas, prosseguindo nós em nossos pecados, tu te iraste. Como, então, seremos salvos? Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniquidades nos levam para longe” (Isaías 64.5,6). E Daniel, grandemente elogiado por Deus, faz em sua oração a mais humilde confissão com as seguintes palavras: “nós temos cometido pecado e somos culpados. Temos sido ímpios e rebeldes, e nos afastamos dos teus mandamentos e das tuas leis. — 18 —


Tratado sobre a oração

– John Knox

[...] Inclina os teus ouvidos, ó Deus, e ouve; abre os teus olhos e vê a desolação da cidade que leva o teu nome. Não te fazemos pedidos por sermos justos, mas por causa da tua grande misericórdia. Senhor, ouve! Senhor, perdoa! Senhor, vê e age! Por amor de ti, meu Deus, não te demores, pois a tua cidade e o teu povo levam o teu nome” (Daniel 9.5,18,19). Observem que nessas preces não há menção da justiça própria deles, ou de sua satisfação ou mérito, mas a mais humilde confissão, que procede de um coração triste e penitente, que não depende de nada, a não ser da livre misericórdia de Deus, que prometeu ser o Deus deles (isto é, seu ajudador, confortador, defensor e libertador), como ele já nos fez por Jesus Cristo, em tempo de tribulação, e para que não nos desesperemos, mas que, depois de admitirmos nossos pecados, clamemos por misericórdia e a obtenhamos. Ainda que isso esteja claro, há homens que em suas orações só têm respeito por qualquer virtude que proceda deles mesmos, pensando por conseguinte que suas orações são aceitas, e eles nunca oram de maneira certa. O QUE SÃO O JEJUM E A ORAÇÃO, COM A ORAÇÃO Embora junto com a oração fervorosa sejam acrescentados jejuns, vigílias e doações de esmolas, nada disso faz que Deus aceite nossas orações, mas essas coisas são como esporas que nos ajudam a perseverar na oração, e isso a misericórdia de Deus aceita. Deve ser lembrado que Davi orou, dizendo: “Guarda a minha vida, pois sou fiel a ti. Tu és o meu Deus; salva o teu servo que em ti confia!” (Salmos 86.2). Ezequias também disse: “ ‘Lembra-te, Senhor, como tenho te servido com fidelidade e com devoção sincera. Tenho feito o que tu aprovas’ [...]” (2Reis 20.3). Essas palavras não — 19 —


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