Guia de preparo psicológico infantil

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de preparo psicológico infantil O apoio dos pais neste tipo de procedimento é de extrema importância, servindo como um vínculo de confiança e porto seguro da criança.

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A punção venosa (coleta de sangue) pode causar medo, calafrios e até desmaios por se tratar de um procedimento na maioria das vezes hostil, invasivo e que envolve agulhas e sangue – que acabam sendo uns dos fatores que desencadeiam estas reações nas pessoas.

Se em adultos o processo já é complicado, que dirá em crianças. A realização da coleta de sangue acaba por ser aterrorizante para as crianças e estressante para os pais. Mais cedo ou mais tarde, as crianças necessitam de exames para um check-up anual ou até mesmo para situações emergenciais. E quando este momento chega, é bem provável que elas se sintam assustadas com a situação. As dicas presentes no guia servirão para que os pais passem segurança e informações que irão amenizar a hostilidade do procedimento e fazer com que a criança fique no controle da situação quando chegar a hora, proporcionando assim uma melhor experiência no Laboratório.

Após a demanda gerada na consulta médica, deve-se procurar um laboratório de confiança para a realização dos exames. É de extrema importância (em caso de atendimento eletivo) entrar em contato com o laboratório antes da realização do procedimento para adquirir as orientações de coleta, os frascos para a realização dos exames e o agendamento do serviço de acordo com sua agenda. Este primeiro contato assegura uma coleta mais preparada (seguindo as restrições alimentos a serem ingeridos, de jejum, abstinências etc.) e evita quaisquer transtornos que poderiam alterar os resultados ou traumatizar a criança.

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Para esclarecer alguns questionamentos a respeito da coleta de sangue infantil e todos os aspectos que envolvem o procedimento a Psicóloga Walkíria Linard profissional responsável representante da equipe do NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) programa do SUS (Sistema único de Sáude) responde algumas perguntas a respeito do assunto.

VERDADE OU CONSEQUÊNCIA Devo contar a verdade sobre o procedimento? A relação de confiança entre os pais e o filho deve ser mantida, evitando ser quebrada caso ocorra alguma mentira. Enganar a criança, não dizendo aonde ela irá, como será o procedimento, se haverá dor ou não, só irá piorar a situação a tornando mais hostil, complicada e duradoura. Devido a isto explique a ocorrência com calma e com um linguajar adequado para a faixa etária de sua criança ou forma que ela entenda como e o quê irá acontecer, por exemplo: “Filho, iremos realizar um exame de sangue. A enfermeira irá colocar uma agulha no seu braço. Você irá sentir uma picadinha igual à de uma formiga, irá doer por um minutinho, mas será rápido. Estarei com você a todo o momento.”. Responda a quaisquer perguntas que ele tiver. Explique por que este procedimento é necessário. Diga que o corpo dele tem muito sangue e que quantidade que for retirada logo será substituída com a produção de mais sangue. Lembre-se de nunca enfatizar o procedimento pela dor, mas sim pela necessidade de ser realizado. Por ser um procedimento que será realizado por mais vezes durante a vida há a importância do entendimento do mesmo.

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ANSIEDADE EM PAUTA Quando devo informar meu filho sobre a realização dos exames? A criança diferente do adulto não consegue reter as informações por muito tempo, então seria adequado avisá-la um ou dois dias antes da realização do procedimento. Evite falar com muita antecedência, pois pode causar uma ansiedade desnecessária.

BRINCAR PARA APRENDER A utilização de brinquedos, brincadeiras, dramatização do procedimento ajuda no processo de coleta? A brincadeira é uma ferramenta para descarregar a tensão da criança podendo diminuir a ansiedade e libertar a raiva. Com a utilização do brinquedo a criança pode receber informações sobre os procedimentos a que devem ser submetidas, visualizando as situações e manuseando os instrumentos que serão utilizados, gerando assim a compreensão da necessidade do procedimento e o controle da situação. O treino é uma ferramenta que pode ser realizada em casa, fazendo o teste com bonecos e mostrando o passo a passo de forma didática e simples. Outra dica é levar objetos de consolo, como um brinquedo favorito, um livro ou algo que ajude na distração da criança.

RELAÇÃO X COMUNICAÇÃO Como deve ser a minha relação com os profissionais do laboratório? A relação deve ser amistosa. Procure, analise e confie no laboratório que você escolheu para a realização dos exames. Os profissionais que realizam este

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procedimento costumam ser bem compreensivos e ter as próprias estratégias para aliviar o medo dos pacientes. Tire todas as dúvidas e converse com a equipe para gerar um vínculo entre vocês. Tente estar sempre disponível para ajudar, e verifique o passo a passo junto ao enfermeiro, por exemplo, fale com seu filho que enfermeiro está limpando o braço dele com o álcool e que o mesmo sentirá um sensação de frio e que isto fará com que os germes/bichinhos que estão no local morram.Evite falar com muita antecedência, pois pode causar uma ansiedade desnecessária.

CHORAR PITANGAS Como devo agir com o choro da criança? Devo permitir? É normal? A maioria das crianças chora durante a punção venosa. E isto é perfeitamente normal por ser um procedimento invasivo que pode causar dor. O choro é uma manifestação de expressão importante, então deixe que a criança manifeste seus sentimentos.

UMA MÃOZINHA Como posso ajudar para tornar este momento menos traumatizante? Cada criança, dependendo da faixa etária necessita de um apoio diferente, mas no geral tente manter-se firme, ser o porto seguro dela. O apoio é primordial neste momento, então é necessário conversar e distrair a criança deixando o ambiente menos pesado. Os pais devem utilizar palavras que reconfortem as crianças. Com a ajuda do profissional, faça com que a criança tenha certa autonomia podendo escolher qual o melhor braço, a cor do garrote, ou do adaptador. Contar histórias, cantar músicas contribui para a que a experiência seja melhor.

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TAL PAI, TAL FILHO Tenho que passar segurança? Tenho sempre que estar firme mesmo que eu também tenha medo? Isto Influencia? A reação dos pais reflete muito na reação da criança. Se o pai se sente apreensivo durante a manipulação dos itens que serão necessários na coleta, (como a agulha ou o sangue) esta apreensão irá passar para a criança, fazendo que ela faça a exacerbação da sensação de medo por exemplo. Portanto para passar segurança é necessário estar seguro. De nada adianta tentar tranquilizar a criança quando se está em pânico. Então é necessária a calma durante o processo e manter a atenção do filho focada nos pais. Caso os pais não conseguirem manter o controle, se retire da sala e solicite a ajuda do parceiro ou outro profissional para auxiliar este momento.

COLINHO OU DISTÂNCIA Devo ficar perto ou longe? Qual meu papel na hora da punção? A criança precisa encontrar um ambiente tranquilo e acolhedor na hora do exame. Existem algumas técnicas para a acomodação da criança que a realização do procedimento as deixando seguras e confortáveis. Solicite informações ao profissional.

VOCÊ BRILHOU A utilização da gratificação pela coleta como os ‘Certificados de Coragem’ ajudam neste processo? É importante parabenizar a criança? A gratificação pela realização do procedimento é importante. Então parabenize a criança na finalização do processo, mesmo ela tenha chorado

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e tido medo, demonstre satisfação pelo ato de coragem dela. Alguns laboratórios disponibilizam um certificado de coragem que também ajuda neste processo. Deixe que a criança o leve para a escola, mostre aos familiares e amigos, para que ela entenda a necessidade do procedimento e fique orgulhosa por ter enfrentado o medo. Lembre-se que a relação entre pais e filhos não pode ser à base de ‘barganha’ (transferência mútua de coisas, troca), mas sim pelo respeito, obediência e compreensão. Logo a criança tem que entender a necessidade da realização do exame. O procedimento será realizado várias vezes durante a vida e a gratificação será pela compreensão e comportamento (não um ato de troca –‘faça isto que eu te dou aquilo’).

Este guia faz parte de uma série de três cadernos criada para que todas as partes envolvidas colaborem em vista de uma punção venosa de sucesso.

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REFERÊNCIAS BEZERRA, A.R, et al. Minha punção venosa periférica: um material didático. Instrucional no preparo da criança para o procedimento. Revista Soc.Bras. Enferm. Ped. São Paulo, v.9, n.2, p.77-81, dez. 2009. CONCEIÇÃO, C.M, et al. Brinquedo terapêutico no preparo da criança para punção venosa ambulatorial: percepção dos pais e acompanhantes. Esc Anna Nery. Rio de Janeiro, v.15, n.02, p.346-353, abril-jun. 2011. CORREIA, H.A.O; RIBEIRO, C.A; BORBA R.I.H; Realizando punção venosa ou arterial: significado para a equipe de enfermagem da UTI Pediátrica. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre, RS, v.30, n.03, p. 558-60, set. 2009. GOMES, A.V.O, et al. A atuação do enfermeiro frente aos sentimentos e atributos das crianças hospitalizadas submetidas a punção venosa periférica. Rev .Enferm UFPE. Pernambuco, p.371-76, jan-mar. 2011. GOMES, A.V.O, et al. Punção venosa pediátrica: uma análise crítica a partir da experiência do cuidar em enfermagem. Rev eletrônica trimestral de enfermeria, Universidad de Murcia, n. 23. 2011. KISHIMOTO, T. M. Brinquedos e Brincadeiras: Uso e Significações dentro de contextos culturais. apud SANTOS, S. M. P. (org.). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. Petrópolis, RJ: Vozes 1997. MARTINS, M.R, et al. Protocolo de preparo da criança pré-escolar para punção venosa, com utilização do brinquedo terapêutico. Rev Latino-am Enfermagem. [s. l.], v.9, n.2, p.76-85, mar. 2001. MEDEIROS, G; MATSUMOTO, S; RIBEIRO, C.A; BORBA, R.I.H. Brinquedo terapêutico no preparo da criança para punção venosa em pronto socorro. Acta Paul. Enferm. [s. l.], v.22, p.905-15. 2009. MORETE, M.C, et al. Avaliação da dor diante da punção venosa periférica. Rev. Dor. v.11, n.2, p.144149. 2010. RIBEIRO, Patrícia de Jesus; SABATES, Ana Llonch; RIBEIRO, Circéa Amalia. Utilização do brinquedo terapêutico, como um instrumento de intervenção de enfermagem, no preparo de crianças submetidas à coleta de sangue. Revista Esc Enferm USP. São Paulo, v.35, n.4, p.420-8. 2001.

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