Histórias de crianças... para crianças

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Histórias de crianças… para crianças


Ficha Técnica: Título: “Histórias de crianças… para crianças” Autores e Ilustradores: Beatriz Amaral, Iara Lopes, Manuela Rita, Maria Inês Pinto, Mariana Mendes, Mariana Simões, Micael Almeida, Pedro Costa, Rita Amaral, Salomé Pais, Simone Pereira e Simão Julião. Edição: Turma EBCRB4 Coordenação: Professora Marília Produção: EBCRB4 Ilustração da capa: Rita Amaral Contracapa: Desenho da fachada da escola, a carvão, por um dos alunos, e foto do grupo do 4º Ano/ 2020-2021

Depósito Legal: Tiragem: 40 Exemp. Impressão e Acabamento:

Tipografia Oficinas S. Miguel - Telef. 271 238 197 - Guarda

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Histórias de crianças… para crianças

“Põe quanto és No mínimo que fazes...” Ode de Ricardo Reis Fernando Pessoa


Sumário: Textos Narrativos: • André, o menino concha • Uma aventura numa tarde de Outono • O sonho mágico • No jardim zoológico • Uma aventura no oceano Atlântico • Um Acampamento Misterioso • O Baú Mágico • O “TeamX” dentro de um jogo • Ida ao dentista • Uma ventura na floresta • Da minha janela • O Lugar secreto na biblioteca • Uma aventura na praia • Uma aventura no “portal” da casa assombrada • o meu primeiro distintivo • Uma noite diferente Outros textos • Aprendemos uns com os outros • Uma carta em tempo de pandemia Poesias • Os Planetas • Joaninha • Explosão de cores • Seara • Tesouro • Mãos • O Espantalho • A Noite • O verão • o Hamster • A noite colorida • A Manhã • A florzinha apaixonada Final • Adeus, escola

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Prefácio/ Apresentação Neste ano letivo (2020/2021), nas aulas da disciplina de Oferta Complementar, muito ligada às tecnologias de informação e comunicação, criámos o projeto: “Vamos escrever um livro”. Com este projeto, queríamos criar o gosto pela escrita, recorrendo a algumas ferramentas digitais, que facilitavam o processo de escrita e eram inovadoras e motivadoras. E, na verdade, deu os seus frutos: começámos a ter mais interesse pela escrita e pelo enriquecimento dos textos. Desenvolvemos também a capacidade de trabalhar em grupo… partilhando ideias e integrando as dos outros, procurando cada um dar o seu melhor. Neste pequeno livro, consta apenas uma pequena amostra do nosso trabalho: alguns dos textos elaborados individualmente ou em grupo, posteriormente enriquecidos com ideias de todos, e algumas das nossas poesias. O primeiro texto é uma história que criámos juntos para participação num concurso nacional das Bibliotecas Escolares, um texto que lembra o respeito pela diferença e a inclusão. Este ano letivo, foi um ano cheio de novidades, tanto pelos desafios que a pandemia nos colocou como pelas solicitações em termos de trabalhos, atividades e envolvência em projetos variados. Multiplicaram-se os trabalhos em grupo, muitos deles em reuniões online, e a participação em concursos também nesta versão “à distância”. E aqui, também fomos bem sucedidos. Estivemos representados pela Beatriz, no Concurso

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LEVA (Leitores em Voz Alta), que obteve o 1º lugar na classificação para os alunos do 4º Ano, e pelo Pedro, no Concurso Nacional de Leitura, que levou o nome da nossa escola até à fase Intermunicipal. Estão os dois de Parabéns e encheram-nos de orgulho. Também demos o nosso melhor nas atividades artísticas: utilizámos diversas técnicas e cooperámos em vários desafios, dos quais também aqui ficam alguns registos. Brevemente, vamos seguir caminhos diferentes: vamos para escolas diferentes… faremos novos amigos, mas… um pouco de nós (o que somos, pensamos e sonhamos) e deste caminho que fizemos juntos, vai ficar eternizado neste livro.

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André, o menino concha

André era um menino muito tímido, muito triste…… com pouca vontade de ir para a escola, pois gozavam muito com ele. – Olha quem lá vem!… – É o An-dr-dre-e… - Parece um CD riscado! ...e todos desatavam a rir. Quando se aproximava dos colegas que brincavam, nunca era aceite… e ficava sozinho durante todo o intervalo. Devido a esta tristeza que o acompanhava dia após dia, o seu rosto era carregado, (nunca se lhe vira um sorriso); o seu olhar estava quase sempre fixo na ponta das suas sapatilhas… e os ombros encolhidos. Um dia, os seus pais perderam os empregos na grande cidade onde viviam e foram obrigados a regressar à casa dos seus avós, no interior do país. André teve também de mudar de escola. Na sua nova escola, conseguia ver no horizonte, lá ao longe, as serras da Estrela e do Caramulo. E isso inspirava-o e enchia-o de esperança. A turma que o acolheu era uma turma interessante! Tinha meninos altos… e baixos; gordos… e magros; louros... e morenos; claros... e escuros; meninos que gostavam de ouvir… e outros que gostavam de falar; uns que tinham os pés na terra e outros que gostavam de voar ao sabor da imaginação.

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Mal chegou, perguntaram-lhe: – Como te chamas? – A-a-a-an-dré-é-é. - respondeu timidamente. E ouviu outras vozes: – Vem brincar! – Gostas de futebol? – Queres ser da minha equipa? – Vem conhecer a nossa escola…. …. E ninguém mencionou o facto de André gaguejar. Quando foram para a sala de aula, foram fazer um trabalho de grupo. André ficou um pouco preocupado: colocou-se num canto, cabisbaixo, contraído... “fechado na sua concha”. Os colegas do seu grupo chamaram-no e, quando começaram a distribuir tarefas, tentaram perceber as potencialidades do novo colega. Depois de o envolverem, perceberam que ele era um artista: tinha muita criatividade e desenhava na perfeição. A partir desse dia, André nunca mais ficou sozinho e triste. Os colegas ajudaram-no a descobrir o seu dom… a pérola que tinha dentro de si. (Texto escrito para participação no concurso “Conta-nos uma história”, das Bibliotecas Escolares, numa animação em “stop motion”)

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Uma aventura numa tarde de Outono Era uma tarde de outono em que o sol dourava a paisagem. Estava eu a varrer as folhas no meu quintal quando vi um esquilo, a brincar com uma bolota. Tentei apanhá-lo mas não consegui, porque ele era muito veloz. Voltou a esconder-se entre as folhas secas que estavam no montinho que eu tinha varrido. Era a minha oportunidade de o apanhar, mas não consegui. Não desisti; por isso, voltei a segui-lo, vi-o a entrar num pequeno buraco de um velho carvalho e fui lá espreitar… era uma família de esquilos muito fofinha! Comecei a pensar… a pensar… qual seria a melhor forma de os convencer a sair? Então, lembrei-me!... Se lhe fosse dando comida aos poucos, ele iria ganhar a minha confiança. E foi isso mesmo que eu fiz. Fui até casa e perguntei à minha mãe se me podia dar nozes. Ela concordou com o meu pedido mas, primeiro, questionou-me sobre o objetivo daqueles frutos secos. Eu expliquei-lhe o que tinha acontecido, com todos os pormenores e ela… teve uma ótima ideia!... Lembrou-se que eu podia aproveitar e fazer o trabalho da escola, sobre os animais. Fui buscar a câmara de filmar e desatei a correr, muito entusiasmada, até à árvore onde tinha visto a família de esquilos. Quando lá cheguei, coloquei algumas nozes próximas do buraco do tronco do carvalho, afastei-me um pouco até um arbusto muito denso e escondi a câmara já ligada para filmar.

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Passado um bocado, os esquilos começaram a sair da toca e a comer as nozes, muito satisfeitos. Entretanto, ao fim de comerem as nozes, um deles veio ter comigo e deixou-me fazer-lhe uma festinha e brincar com ele. Como já era noite, e tinha de ir para casa, fui buscar a câmara e ver a filmagem. Estava incrível!!!! Nem queria acreditar!!!! Iria ficar uma apresentação fantástica! Na verdade, no dia seguinte, apresentei o trabalho à minha turma e tive a nota “Excelente” e todos os meus colegas ficaram interessados em visitar o velho carvalho do parque ao lado da minha casa.

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O sonho mágico Numa bonita tarde de final de verão, quase outono, ainda não tinha começado a escola, Daniela e o seu primo Daniel estavam no jardim da casa dos avós, a tentar decidir a que haviam de ir brincar. De repente, veio uma ventania que os levou pelos ares. Voaram, voaram… até que foram parar a um sítio desconhecido. Afinal, naquela tarde, a aventura seria descobrir onde estavam e como podiam voltar para casa. A Daniela olhou… era tudo tão estranho...começou a ficar preocupada. Então, perguntou a medo: - Como se chamará este sítio? E em que parte do Planeta se situa? O Daniel, que também estava a ficar preocupado, mas não o queria demonstrar, respondeu: - Na verdade eu também não sei. Mas... tem calma, pois tudo se vai resolver. Entretanto, o Daniel reparou que trazia algum dinheiro no bolso das suas calças. Como já estavam a ficar com fome, tentaram encontrar um lugar onde pudessem comprar comida. Então, encontraram uma pequena mercearia e reparam que as pessoas falavam Inglês. - Good afternoon!- Disse-lhes a senhora da loja. E eles lá responderam na melhor pronúncia que conseguiram. O Daniel, tentou recordar-se da aula de Inglês e pediu: - Two sandwiches and two orange juices, please.

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Quando iam para pagar, ficaram descansados porque a senhora da caixa lhes pediu “euros”. Assim, não havia problema. Saíram da loja mais aliviados e, logo a seguir, encontram um banco onde se sentaram para comer. Começaram então a pensar juntos: estavam num país onde se falava Inglês, mas a moeda usada era o “Euro”. Então, não estavam no Reino Unido, nem no Canadá, nos Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália ou na África do Sul. - Onde é que nós podemos estar? - questionou a Daniela em voz alta. - Pois eu também não sei, mas vamos perguntar! afirmou o Daniel. - Hello! Cumprimentou a Daniela. - Can you tell me in what country are we? - Perguntou o Daniel para uma senhora que por ali passava - Hello! We are in Dublin, in Ireland. - respondeu a senhora, delicadamente . - Estamos na Irlanda?!- Questionaram os primos, olhando um para o outro, estupefactos. - Vocês são portugueses!!!- exclamou a senhora com um sorriso gigante. E explicou: - Quando eu tinha 18 anos vim cá tirar o meu curso e depois os meus pais compraram cá uma casa e, hoje em dia, venho cá por vezes, passear nesta linda cidade e visitar os meus amigos. Continuaram a conversar durante muito tempo e os primos Daniela e Daniel explicaram o que lhes tinha

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acontecido. No final da conversa, a senhora, que se chamava Sandra, concluiu: - Mas, olhem, hoje é sábado e amanhã eu vou para Portugal, para Coimbra. Posso-vos levar. Onde é que vocês vivem? - Nós vivemos em Viseu ! - disseram os primos - Olhem que bela oportunidade para ir ver o meu afilhado Diogo, que já não vejo há um ano. - referiu a Sandra. Na manhã seguinte, acordaram felizes mas ao mesmo tempo ansiosos pois iam voltar para suas casas e iam voltar a ver a família!!! No regresso a casa, como iam de avião, avistaram paisagens maravilhosas, de verde e mar. - Que lindo!... Esta paisagem é tão bonita! - Daniela! Daniela! Que estás tu a dizer?…. Estás a sonhar?! Era a voz da mãe da Daniela. Afinal, tudo tinha sido um sonho ...

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No Jardim Zoológico A turma da Telma recebeu um convite do jardim zoológico para fazerem uma visita grátis e... claro que aceitaram, pois com toda a certeza seria uma viagem interessante. Os alunos ficaram muito ansiosos e decidiram fazer as malas pois iriam passar a noite numa pensão, em Lisboa. Nas suas mochilas levavam: o pijama, uma garrafa de água, uma câmara fotográfica, bolachas (se no meio do caminho tivessem fome...) e uma lanterna para à noite pregarem sustos aos seus colegas. O sol estava a nascer por detrás da serra… mas a Telma e os seus amigos já estavam acordados há muito tempo, pois a excitação era grande. Quando chegaram à escola, o autocarro já lá estava. Todos se despediram dos pais e a viagem começou. No autocarro não paravam de cantar e rir das piadas do Joaquim. Foi uma viagem muito animada! Quando chegaram à pensão, foram distribuídos pelos quartos: as meninas foram para um quarto e os meninos para outro. E lá arrumaram as suas coisas. A seguir, foram diretamente para o jardim Zoológico e, quando lá chegaram, ficaram boquiabertos ao ver todos aqueles animais: uns perigosos, uns lentos, outros mais rápidos e claro não podiam faltar os mais engraçados. Começaram por ir ver os leões, depois as preguiças e a seguir os macacos. Enquanto estavam a tirar fotografias aos macacos, a Teresa reparou numa

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coisa estranha e chamou a Telma e o Joaquim: no chão havia pele de cobra. Então, foram imediatamente dizer aos auxiliares, que depois foram avisar os seguranças do jardim Zoológico. Os seguranças do parque disseram para os meninos ficarem calmos e ordenaram que os visitantes saíssem do parque calmamente, pois o veneno daquela cobra era fatal. As portas do Zoo foram fechadas e a Teresa, o Joaquim e a Telma ficaram presos lá dentro. Os meninos ficaram com muito medo e tentaram encontrar um sítio onde não pudessem ser atacados por nenhuma cobra. Eles não estavam a encontrar nenhum sítio seguro, pois aquele espaço estava cheio de animais selvagens. Entretanto o Joaquim tropeça numa pedra e cai para o meio de uns arbustos que o levam a uma sala secreta. Os amigos, preocupados, entram no meio dos arbustos e descem para ver o que se estava a passar. Pelo que parecia, era uma sala secreta e, dentro dessa sala, estavam computadores com muitas pesquisas sobre um líquido que iriam injetar em todos os animais para que eles ficassem hipnotizados e fizessem o que a mulher que estava a produzir o produto mandasse. Eles ficaram chocados e a Telma em pânico pois não gostava de estar em lugares fechados. A Teresa decidiu ligar à auxiliar mas por azar não havia rede naquele lugar. Entretanto apareceu a “investigadora” que os prendeu com cordas a umas cadeiras. O que ela não sabia é que os meninos conseguiam comunicar uns com os outros apenas com o olhar. Então, criaram um plano:

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enquanto a mulher estivesse distraída com as suas pesquisas eles iriam calmamente desamarrar as cordas; depois, a Teresa iria tirar a sapatilha e mandá-la para o botão que iria parar com o lançamento do produto e só depois iriam fugir. Cumpriram o plano e estava tudo a correr bem, mas... quando iam a fugir, a Teresa escorregou, pois não tinha a sapatilha, e foi apanhada pela investigadora. De repente, apareceu a tal cobra perigosíssima e mordeu a investigadora. As crianças correram para sair daquela sala e, quando já estavam seguras, ligaram para a polícia e para a ambulância pois a mulher estava em estado grave. Quando a ambulância chegou, levaram a mulher diretamente para o hospital e depois apanharam a cobra, pois era um perigo enorme ela estar solta. Ao fim desta aventura toda os meninos e o resto da turma foram para a pensão contar aquela história assustadora aos seus colegas e só depois foram pregar sustos uns aos outros com as lanternas!

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Uma aventura no Oceano Atlântico Os alunos da escola de Carvalhal Redondo participaram num concurso de leitura a nível nacional, cujo prémio era uma viagem de barco para conhecer o Oceano Atlântico… no Arquipélago dos Açores! E qual não foi o seu espanto, quando receberam um e-mail a comunicar que um grupo de cinco alunos tinha ganho o prémio que todos desejavam. Chegou o grande dia! Estava uma bela manhã de sol e tudo apontava que seria uma grande aventura!… Os alunos estavam muito excitados, pois no cartaz que anunciava o prémio podiam ver golfinhos, cachalotes e muito mais. Entraram no autocarro, que os levaria ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, num misto de alegria, ansiedade e muita curiosidade…. E lá seguiram até ao Porto numa viagem que lhes pareceu muito longa. Depois de algumas peripécias, incluindo a cena em que a Mariana ficou presa na casa-de-banho de uma estação de serviço da autoestrada ou em que a Beatriz deixou cair o almoço e teve de petiscar da comida dos colegas, tinham, finalmente, chegado ao aeroporto, onde iriam iniciar a primeira viagem de avião de todos eles. E quanto nervosismo!… Felizmente, o guia turístico que os acompanhava era muito simpático e paciente (para dar resposta às inúmeras questões que colocavam com vozes excitadíssimas de curiosidade ). Mal chegaram a Ponta Delgada, na ilha de S.Miguel, nos Açores, foram logo encaminhados para as

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docas onde iriam iniciar a viagem que os trouxera ali e que já fazia parte dos seus sonhos há uns dias. Foram encaminhados por um senhor já com alguma idade, com uma postura muito elegante e um sorriso encantador, que logo os cativou e os deixou mais calmos. Era o comandante daquele barco turístico. Quando entraram no barco, ficaram boquiabertos! Era espetacular!… Um barco muito luxuoso, com uma bonita sala de jantar, alguns quartos e até uma piscina. Parecia um pequeno Cruzeiro. Depois de conhecerem aquele magnífico barco, aproximaram-se do comandante, que estava na proa e a Rita, que às vezes se assumia como porta-voz do grupo, perguntou: - Sr. Comandante o que vamos conhecer? E o comandante, a sorrir, com a ingenuidade da pergunta, respondeu: - Depende!… Podemos ver algum golfinho… algum cachalote… - Cachalote?!… - Atalhou a Beatriz muito entusiasmada. - Sim...- afirmou o Comandante, - querem que vos explique como eles são? -Sim! – disseram os cinco amigos Então, o comandante começou por dizer: - Sabiam que o cachalote é um animal muito grande, que pode medir cerca de 12 metros de comprimento?…. Ah… e quando adulto, pode pesar 35.000 a 57.000 quilogramas! - Uau!!!- Exclamaram eles, estupefactos.

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E o Comandante continuou a explicar muitas coisas ao grupo de amigos que o ouviam, fascinados . O barco foi-se afastando da costa e, entretanto, um dos amigos reparou que lá ao longe se via uma bruma, e gritou: - Vejam!…. Há além qualquer coisa!… A Beatriz gritou amedrontada: - É um tsunami!!!! O Comandante soltou uma gargalhada e disse: - Não! Vão ter oportunidade de ver um cachalote! Os cinco amigos ficaram vibrantes de alegria. Entretanto, parou os motores do barco, para não assustar os cetáceos e ficaram a aguardar. Estiveram parados em alto mar durante toda a tarde. Viram golfinhos, viram o cachalote por diversas vezes, e toda a beleza grandiosa do vasto Oceano azul, numa maravilhosa tarde de sol. E ainda usufruíram de um delicioso lanche! Quando regressaram a terra, parecia que tinham vivido um sonho! Não cabiam neles de contentamento! Agradeceram toda a simpatia e generosidade do Comandante e foram para o Hotel na companhia do guia turístico. Ali, iriam descansar para no dia seguinte iniciarem a viagem de regresso ao continente. Estavam maravilhados com tudo o que tinham visto… e ao mesmo tempo, ansiosos por voltar a casa e contar a todos a aventura espetacular que tinham vivido.

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Um Acampamento Misterioso Havia um grupo de amigos que se denominavam "Aventureiros do Medo". O Bruno era o líder do grupo e era bastante corajoso; o João era trapalhão (até rima, mas é verdade) e também era medroso; o David era o mais responsável; e, por último, mas não menos importante, o Rodrigo que era aquele que os conseguia animar com as suas piadas, mesmo quando o grupo estava em sarilhos. Os "Aventureiros do Medo" decidiram passar as férias grandes, do verão, num acampamento, que, naquele ano, tinha um projeto chamado "Conheces a floresta?" No dia da abertura do Acampamento, lá estavam eles, às sete em ponto, cheios de ansiedade para entrar, pois tinham feito uma aposta com um grupo de “mauzões” (os rufias lá da escola) em que, quem ganhasse mais desafios, podia gerir o recreio da escola durante o 1º Período do ano seguinte (escolher os jogos, dinamizar atividades, escolher vídeos, etc). - Então? Prontos para darmos um bailinho àqueles mauzões? - perguntou o Bruno. - Claro que sim! Eles não têm qualquer hipótese contra nós - respondeu o Rodrigo com toda a confiança do mundo. -E se eu ficar cá fora? - perguntou o João. -Nem pensar! Estás doido? Por acaso sabes que nós fizemos uma aposta e sabes contra quem foi, não sabes!? - interveio o David.

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- Meninos, estão prontos para entrar no "Conheces a Floresta?"? - ouviu-se uma voz forte, ao longe. - Claro que não. - respondeu o João entre dentes. - Sim, estamos! - exclamou o Bruno entusiasmado. - Ainda bem, porque vai já começar uma prova de escalada! - continuou um dos monitores do Acampamento. -Venham daí seus medrosos! O último a chegar é uma cabeça de abóbora! - gozou o Rodrigo. Não houve nenhum “cabeça de abóbora” pois chegaram todos ao mesmo tempo. Depois de o monitor explicar a prova de escalada, com todas as regras de segurança, o Rodrigo desafiou todos os meninos do acampamento: -Quem chegar ao cimo primeiro ganha e logo à noite vai ter um prémio e quem ficar em último, como é óbvio, é um “cabeça de ovo” e terá de ajudar a Equipa da cozinha a lavar a louça do jantar. Todos deram o seu máximo na prova e o vencedor acabou por ser o Simão (um dos “mauzões” da escola) e o “cabeça de ovo” acabou por ser o próprio Rodrigo, que ficou um pouco embaraçado e pensava de si para si: “deveria ter estado calado!”. A tarde acabou por ser bastante divertida, com um jogo da caça ao tesouro que incluiu um lanche numa das pistas. Os “Aventureiros do medo” superaram todas as provas, mas não sabiam como estava a correr a tarde aos seus rivais.

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Entretanto, chegou a hora do jantar. Foi um jantar animado para todos, que estavam já a fazer novos amigos, menos para o Rodrigo, pois sabia que tinha de ir ajudar a lavar a louça e arrumar todo o espaço. Por seu lado, o Simão, como prémio recebeu um saco de gomas enorme, que distribuiu pelos seus amigos do grupo dos “mauzões”, no meio de muitas risadas. Todos os outros meninos do acampamento ficaram aborrecidos com aquele gesto de egoísmo. Depois do serão, em que os monitores dinamizaram uns jogos e ensinaram umas canções, foram todos para as suas tendas. Já todos estariam a dormir, mas o Bruno ainda estava a pensar naquele dia e, de tão excitado que estava, não conseguia dormir. Enquanto olhava para o teto escuro da sua tenda, o Bruno ouviu uns passos cada vez mais perto e ficou com um pouco de medo. Entretanto, também ouviu umas vozes a sussurrar e alguns “risinhos abafados”. Pegou no seu telemóvel, rastejou até à porta da tenda e abriu cuidadosamente um bocadinho do fecho. O suficiente para espreitar e ver os “Mauzões a fazerem das suas: andavam de tenda em tenda a trocar os calçados e todos os objetos que estavam do lado de fora das tendas… e a despejar lixo pelo chão. Como estava uma noite de luar, com alguma claridade, o Bruno conseguiu filmar a diversão dos “mauzões”, sem que ninguém reparasse. Na manhã seguinte, o Bruno acordou muito cedo para ir ter com os outros “Aventureiros do Medo”, para

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lhes contar o que tinha acontecido na noite anterior, enquanto eles dormiam. Entretanto, os monitores foram acordar todos os meninos do acampamento e viram a confusão. Ninguém encontrava os seus calçados e alguns dos seus pertences e havia muito lixo espalhado pelo chão. O responsável do acampamento convocou uma reunião de emergência com todos os participantes do acampamento, para resolver a situação. Quando o monitor-responsável questionou todos os meninos sobre a noite anterior, o Simão tentou deitar as culpas para o Francisco, que era um menino muito tímido e muito calado. O Rodrigo não podia continuar a ouvir tal injustiça e gritou: - Isso é mentira!… Bruno, mostra o vídeo! O Bruno mostrou o vídeo, onde não havia dúvidas sobre quem eram os responsáveis. O Simão tentou discutir com o Bruno, dizendo que não era permitido fazer filmagens no acampamento... e começou a disparatar. Os monitores terminaram a reunião e obrigaram os “mauzões” a limpar todo o acampamento. Depois, reformularam as equipas, de forma que aqueles meninos não ficassem juntos. Nos novos grupos, eles transformaram-se: procuravam dar o seu melhor para ganharem as competições e foram fazendo novas amizades. No final do acampamento, eram todos amigos, respeitavam as diferenças uns dos outros e ajudavam-se quando necessário. Afinal, já não era preciso “pagar a

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aposta”; no ano letivo seguinte. De certeza que iriam partilhar as brincadeiras e todos teriam oportunidade de propor atividades e lançar desafios nos intervalos da escola.

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O Baú mágico Era uma vez um grupo de aventureiros: o Nuno, o líder do grupo; o Pedro, o inteligente pois safava o grupo de todas as embrulhadas, a Mariana era brincalhona mas responsável, a Beatriz era preocupada (ela relembrava as tarefas que o grupo tinha de fazer), o Max era o “ inspetor” do grupo e por fim o Bonifácio o mais engraçado. Este era o TEAM X. Um dia, os cinco amigos decidiram ir jogar futebol no campo que tinha uma relva muito fofinha. Quando o Bonifácio chutou a bola... "zás!" a bola foi parar a um lugar estranho e o Bonifácio disse: -Isto é um tosque? A Mariana corrigiu: - Ó seu tolo, isto não é um tosque é um bosque. O Nuno era o mais corajoso e, por isso, disse: -Vamos buscar a bola ou têm medo do "tosque"? - ria com ar gozão. Viram a bola e foram a correr para a apanhar, mas, de repente, caíram numa gruta subterrânea escondida por entre as folhas. Os óculos do Pedro caíram e ele não via nada sem eles. Começou a procurá-los, às apalpadelas, e encontrou um pergaminho que a Mariana leu: - “Bem vindos! Vocês foram os poucos entre muitos que entraram neste enigma. Esta aventura vai ter coisas boas e coisas más; se conseguirem completar as missões terão um prémio. Aceitam esta aventura?”

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O Bonifácio, mal ouviu isto, disse: - Claro que não! Mas o Nuno, como adora aventuras, discordou: - Ó seu “lingrinhas” pára de ser medroso! Vamos é viver esta aventura! Depois do Nuno falar, o Bonifácio acabou por aceitar. Continuaram o percurso, muito atentamente, e depararam-se com um pequeno papel no chão, que a Beatriz apanhou e leu: - “Parabéns! Encontraram a primeira pista: andem 100 metros em frente e deem meia volta para a esquerda. Aí irão encontrar alguma pista!” O Max começou a cheirar até que encontrou a segunda pista, que deu à sua dona, a Mariana. Ela ficou um um pouco apreensiva e leu: - “Muito bem! Já percebi que vocês são inteligentes. Abram o baú que está à vossa frente e ponham-me à prova. O Bonifácio, armando-se em esperto, abre o baú e… - Socorro!!! Socorro!!! Aquele baú era mágico, pois levava as pessoas a outro lado do mundo. O Nuno estava a tentar ajudar o Bonifácio mas, de repente, "zás!"... as mãos do Nuno escorregam e o Bonifácio cai “no outro lado do mundo”. O Nuno estava-se a sentir muito culpado; então, os outros amigos deram-lhe um abraço. O Pedro reconfortou-o:

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dali.

-Calma, amigo, vamos conseguir tirar o Bonifácio

A Mariana, pensativa, afirmou: - Amigos, só temos uma opção: temos de entrar dentro do baú. Por muito arriscado que seja, tem de ser! Eles aceitaram a solução proposta e "zás!" os quatro amigos entraram no baú. A viagem foi demasiadamente rápida, por isso, os quatro amigos ainda estavam um pouco “zonzos”. Quando se recompuseram, o Nuno disse: - Esperem!... Nós estamos ao lado de D.Nuno Álvares Pereira! Quer dizer que estamos na batalha de Aljubarrota!? - Sim... - diz a Beatriz com cara de preocupada – também me parece. O Nuno gritou: -Escondam-se atrás desta rocha grande, para nos protegermos daquelas flechas que vêm em direção a nós!!! O Bonifácio estava a fazer um barulho estranho e o Pedro comentou, indignado: - Ó Bonifácio, não me digas que vais “soltar um gás"!. O Bonifácio esboçou um sorriso tímido e disse: - Não! Estou a pôr o baú fora daqui pois está a ocupar muito espaço! Os amigos exclamaram em conjunto, assustados: - Ó patetinha, nós precisamos desse baú para voltarmos para “casa”!!! -Aí é? Então, peguem nele!

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Mas o Pedro, como estava a estudar a segunda dinastia na escola, quis esperar que a Batalha de Aljubarrota acabasse, para conhecer D. Nuno Álvares Pereira, pois admirava-o muito. Quando a batalha acabou, o Pedro foi falar um pouco com D. Nuno. A Beatriz estava a ficar preocupada e disse ao grupo que os pais já deviam estar em casa... por isso, o Pedro tinha de se despedir do D.Nuno Álvares Pereira. Então ele deu-lhe um baú mas disse-lhe que só o podia abrir quando chegasse a casa. O Pedro concordou, mas ficou muito curioso, tal como todos os elementos do TEAM X. Por isso, foram diretos ao baú mágico para chegarem o mais depressa possível a casa. Quando o TEAM X chegou outra vez perto do campo de futebol, onde tudo tinha começado, decidiram ir todos para casa do Pedro pois era ele que tinha o presente que D. Nuno Álvares Pereira lhes deu. Quando chegaram perto da casa do Pedro, já não aguentavam mais aquela ansiedade toda. Por isso, mal chegaram ao jardim do Pedro abriram logo aquele baú e… Que surpresa!!! Não queriam acreditar! A Beatriz, estupefacta, perguntou: - Isso é a espada de D.Afonso Henriques?! O Pedro, que era o melhor aluno a História de Portugal, respondeu, muito, mas muito espantado: - Sim... mas... não percebo. A Mariana, com o seu poder de observação, reparou: - Olhem, está aqui um bilhete, diz que… O Bonifácio tirou-lhe o bilhete da mão e disse:

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- Diz que D.Nuno Álvares Pereira já esteve em 2021, conheceu-nos, gostou de nós, e deixou-nos este presente. – Pedro, já realizámos o teu sonho: tivemos uma aventura contra os castelhanos. E, Bia, tens material para o teu trabalho da escola.- disse o Nuno muito feliz. E assim terminou mais uma das aventuras do TEAM X, que os pôs em primeiro lugar na disciplina de História de Portugal (até mesmo ao Bonifácio!).

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O “Team X” dentro de um jogo Numa tarde de verão, alguns dos amigos do “Team X” estavam na piscina, em casa da Beatriz. Desta vez, só estava metade do grupo, pois o Bonifácio ficou na explicadora e o Nuno foi de férias, com a sua família, e com o Max, para o Algarve. Deitados nas espreguiçadeiras, ao lado da piscina, estavam: a Mariana, o Pedro e, claro, a Beatriz. Entretanto, a mãe da Beatriz chamou-os para lanchar. Ao fim de comerem, enquanto faziam a digestão, antes de entrar para a piscina, decidiram entreter-se com alguma coisa. Estavam a pensar no que fazer… quando a Mariana (a melhor amiga da Beatriz), disse, com alguma excitação: - Amiga, eu nunca vi o teu sótão. Posso ver? Talvez nos dê ideias para uma brincadeira diferente. - Ok!- Aceitou a Beatriz, encolhendo os ombros. Quando a Beatriz chegou ao sótão mostrou-o aos seus amigos, dando algumas pequenas explicações sobre o que ali estava guardado. De repente, o Pedro reparou num disco onde estava gravado: “MINI WORLD” e disse à Beatriz, em tom de gozo: - Bia, como tens este jogo?!… Esta é a versão mais antiga! Estás mesmo fora de moda! Apesar desses reparos, concluiu: Bem...mas... para descontrair, vamos experimentar ligá-lo à televisão. De repente, “PLAFT”!... “PLUS”!... Os três amigos caem dentro do jogo.

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Mariana, com medo, pergunta à Bia entre dentes: - Bia tu sabes jogar este jogo?!… A Beatriz, com cara de quem estava a ficar bastante preocupada diz: - Não, amiga! Eu nunca joguei. Quem costumava jogar era o meu irmão. Mas para solucionar o problema tinham o Pedro, pois ele sabia jogar aquele jogo “de cor e salteado”. O Pedro apercebeu-se de que tinha uma bracelete no braço e, apontando para as amigas, perguntou: - Meninas, vocês também têm uma bracelete? - Sim!- responderam em conjunto as amigas, começando a ficar preocupadas com o que estava a acontecer. Naquele momento, a bracelete do Pedro ligou e ouviu-se uma voz grave, como a de um robô: - Preparem-se, pois irá aparecer um javali neste preciso momento. De repente, aparece uma espada na mão de cada um dos amigos e começou o jogo (ou seja, a luta contra o javali). Depois do Javali ser derrotado, a Beatriz sentiu qualquer coisa a tocar no braço e viu que a bracelete tinha uma mensagem: “Têm de alcançar todos os níveis!”. Pelos vistos, a próxima missão era construir uma casa, pois tinham de se abrigar em algum sítio. Os três amigos vão “pé ante pé” apanhar alguma madeira para construir a casa. Entretanto, o Pedro recebeu uma mensagem na sua bracelete a dizer que tinha de seguir

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o caminho em frente e encontrariam alguns materiais para construírem o seu abrigo. A Mariana ficou encarregue de ir buscar lenha pois eles estavam no inverno e precisavam de alguma coisa para se aquecerem. Já a Beatriz tinha de encontrar umas pedras preciosas... mas, para isso, precisava de um avião, pois era muito longe. De repente, apareceu um avião e logo de seguida um mapa e uma pá para encontrar as pedras preciosas. Então, começaram a construir a casa com madeira de carvalho e tijolo. - Olhem - disse a Mariana - já está de noite! Isso não quer dizer que os “Green Eyes” vão aparecer?!…. - O que são os “Green Eyes"?-inquiriu a Beatriz a medo. - São “só” monstros com uma lança enorme. Nada de mais! - Interveio o Pedro com ar irónico. -M...m... monstros?!!! Com lanças enormes?!!! questionou, assustadíssima, a Beatriz. - Sim, infelizmente! - disse o Pedro. E continuou, agora mais ansioso: - Estavas a perguntar o que era... porque não vês um “ao vivo”?!… - Ao vivo?!!! - perguntou a Mariana, quase em choque, e logo, apontou: -Ah!!! é aquilo ali ao fundo?! - Bem mm...mm...sim, isso. - disse o Pedro Salve-se quem puder!!!! -Pedro, a tua skin é o “lancelot”, certo? Então, tens duas espadas! - lembrou a Beatriz.

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- Ok, mas ele tem uma lança enorme! Mas… tu não és a “Mini S”?…. - reparou o Pedro. Então, teve uma ideia: - E se o fizéssemos juntos?…. - Está bem. - concordaram as meninas Então, a Mini S disparou; o Lancelot deu-lhe um golpe na cabeça e a Mecha Gato lançou raios de luz. Finalmente ,derrotaram o Green Eyes! De madrugada, continuaram a apanhar madeira e alguns tijolos….E concluíram a sua tarefa. - Ufa! Finalmente conseguimos acabar esta casa!.- disse a Beatriz, muito cansada. - Pois... a minha bracelete está com uma mensagem a dizer que passámos a segunda parte… continuou a Beatriz. -Boa!!! - interrompeu Mariana. - Calma aí, ainda falta uma ronda mais difícil: temos de combater um hipopótamo! - interrompeu a Beatriz – Olhem... aquilo que vem em direção a nós!!! Nesse preciso momento apareceu uma lança na mão de cada um e começou a batalha. A Mariana era “magrinha” e estava em grandes sarilhos pois o hipopótamo com o seu corpo forte deitou-a ao chão. Como a Beatriz estava preocupada com a Mariana levou-a para a casa que construíram, enquanto o Pedro estava a tentar lutar com o hipopótamo. Quando a Mariana já estava segura, a Beatriz foi ajudar o Pedro, pois ele não conseguia safar-se sozinho, até que... “zás.. trás... pás...” o hipopótamo foi se embora pois o Pedro e a Beatriz deram uma liçãozinha àquele grande animal.

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Ao fim da luta, os meninos foram ter com a Mariana e viram que ela tinha uma nódoa no seu joelho. A Beatriz lembrou-se que, quando foi buscar as pedras preciosas, viu um pequeno rio. Então, tirou a fita que tinha no seu cabelo e foi até ao rio molhá-la e colocou-a na perna da Mariana para ver se aquela nódoa desaparecia. E a Mariana ficou bem melhor! O Pedro, que já estava a bocejar, disse: - Meninas, estou com sono. Podemos ir dormir? Amanhã temos um longo dia! - Ok! - concordaram elas. Na manhã seguinte, o Pedro foi o primeiro a acordar... e, quando a Mariana e a Beatriz acordaram, disse-lhes: - Bom dia! Temos de ir procurar alguma coisa para comermos ao pequeno almoço, não acham? A Mariana e a Beatriz concordaram, e começaram a caminhar até que encontraram um bosque cheio de laranjeiras, macieiras, pereiras, figueiras…aquilo parecia um mundo de frutas, com muito bom aspeto. Os amigos pegaram nas frutas que mais gostavam e começaram a comer, deliciados. Depois de saciarem a fome, resolveram ficar por ali, a brincar, até que... “tlim”! A bracelete tinha uma mensagem: “Olá! Têm mais duas provas; uma é de luta com um bando de avestruzes e a outra é de luta entre vocês. Por isso, vão até ao mapa número 121022631. - O quê?! - indignou-se a Beatriz - Mas agora temos de lutar uns com os outros?!

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- Infelizmente sim. Mas ainda temos três vidas cada um; por isso, não se preocupem. Só têm que dar o vosso melhor. - descansou-as o Pedro. - Eu estou-me a passar!... Quero sair daqui!!! - grita a Beatriz. A Mariana e o Pedro entreolharam-se, preocupados, e, com um gesto acalmaram a Beatriz. -Tem calma, vamos voltar! Já vivemos uma grande aventura! Os amigos deram as mãos, fecharam os olhos e deram um salto sincronizado. Quando abriram os olhos, estavam de novo no sótão da Beatriz. Ela sorriu, olhouos com um olhar cúmplice, começou a correr e exclamou: - Vamos até à piscina!!!! o último a chegar é uma avestruz cansada!!!! E desataram todos a rir às gargalhadas.

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Ida ao dentista Era o dia do Rui ir ao dentista. Como ele não queria ir, mal acordou, disse à mãe: - Mãe, estou doente… não me posso levantar. A mãe ficou preocupada, pôs-lhe a mão na testa para ver se ele tinha febre e disse: - Não tens temperatura. Levanta-te, vais à escola e logo, às 17 horas, vais ao dentista. O Rui ficou preocupado … mas tinha que fazer o que a mãe mandou senão ficava de castigo. Tal como combinado, lá foi com a mãe ao dentista mas… Mal viu o letreiro do dentista, fincou os pés no chão e começou a gritar: - Mãe!!!! Não vou entrar! Prefiro ter dor de dentes!!!! A mãe ficou muito envergonhada, puxou o Rui pelo braço com muita força e ordenou: - Tu vais! Ou então ficas sem computador todo ano letivo! - Ok!... Mas promete-me que não vai doer!... pediu o Rui, quase a chorar. A mãe, ainda mais envergonhada, respondeu: - Não sejas pateta! Olha que me estás a envergonhar. - Pronto, pronto, vamos lá. Quando a assistente Luísa o chamou ele começou a tremer mas a mãe tranquilizou-o e murmurou: - Porque é que tens medo? Não vai doer nada, a nossa dentista é a melhor dentista do país. 41


Finalmente ele aceitou...mas com um pouco de receio. -Olá! Tu deves ser o Rui. - cumprimentou a dentista. O Rui ficou mais confiante e respondeu: - O meu dente tem de ser arrancado porque está com uma cárie muito avançada. Vejo que sim!… Tens sido pouco cuidadoso! Como ainda é dente de leite, vou arrancá-lo. Mas tens de tratar melhor os teus dentinhos!!! O Rui concordou. A dentista estava prestes a injetar a anestesia, mas de repente o Rui grita: -Pare! Pare! isso é uma agulha?! - Sim... - respondeu a Dra. Marta - mas não custa nada! É apenas uma pequena picada. O Rui já não aguentava mais aquele pânico; então, ”glu”!... O Rui tinha vomitado para o chão. A dentista deu um pouco de água ao Rui para ver se ele se acalmava e disse: - Oh... então Rui?… A mãe, chateada e envergonhada com a situação, só queria ralhar:«Rui estás de castigo!!! És uma vergonha!!!!» mas parou a tempo. - Desculpe Sra. Dentista...é...é que…é que eu sou um medricas com medo de agulhas... - choramingou o Rui, arrependido - Eu depois ajudo a limpar. Prometo. A dentista com ar risonho respondeu: - Não faz mal, isso acontece e não é preciso limpar o chão, a assistente Luísa trata disso.

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O Rui, tentando remediar a sua asneira ia sentarse de novo na cadeira mas teve de sair porque a assistente Luísa ia limpar o chão. Saíram por um pouco e a mãe sussurrou ao ouvido para ninguém escutar: - Rui, vais ficar de castigo! - Mas mãe é que… O Rui ia começar a desculpar-se quando a dentista os chama. O menino sentou-se mais uma vez naquela cadeira assustadora, mas ia decidido a ser corajoso. Fechou as mãos com força, e o olhos, e tentou abstrairse, pensando noutra coisa. - Já está. Agora não sentes nada, pois não? perguntou a Dra. Marta. Mas, por mais que ele quisesse responder, não conseguia, pois estava com a boca aberta no máximo possível. A médica foi bastante cuidadosa e lá lhe arrancou o dente. Quando saíram do consultório, a mãe do Rui perguntou-lhe se tinha doído e ele respondeu que não. Apenas estava esquisito pois parecia ter a boca de lado. No dia seguinte, contou aos seus colegas que arrancou um dente e não lhe doeu nada. Já na aula, que era sobre as profissões, o professor perguntou o que queriam ser quando fossem grandes e o Rui respondeu sem hesitação: “DENTISTA”. Quando à tarde chegou a casa, a mãe disse ao Rui que a sua dentista tinha ligado a dizer que ele tinha

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de ir de novo a uma consulta. E o Rui disse logo que queria ir. Nunca a mãe pensou que fosse possível ouvir aquelas palavras entusiasmadas vindas do Rui...relativamente ao dentista!

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Uma aventura na floresta O Bruno leu um panfleto que dizia que na floresta verde havia um animal que era muito raro de encontrar e quem o encontrasse iria ganhar um prémio. O panfleto tinha uma pequena descrição (onde referia que tinha o pelo volumoso e fofinho) e também dizia que era difícil de apanhar. O Bruno ficou todo entusiasmado com aquele desafio. Começou a procurar no Google: “animais raros na floresta verde”. Encontrou muitos, mas nenhum como na descrição que estava no panfleto. Quando andava a fazer a pesquisa na internet, encontrou um animal que era um coelho com uma coleira dourada. E pensou: “Faz todo o sentido!” Quando chegou à floresta tentou chamar o coelho mas… nada! A sua avó Marília tinha um truque!: fez um barulhinho pouco forte com sua bengala e foi um sucesso: apareceram vários coelhos. No entanto, não eram como os anunciados no panfleto. Por isso, foi caminhando pela floresta fora à procura… mas o não encontrou-o. Passado algum tempo, encontrou um animal meio aleijado. O Bruno pensou que era o coelho que ele andava à procura. Correu atrás dele e apanhou-o. Quando o apanhou disse-lhe: - Coelhinho, calma eu não te faço mal. Não tenhas medo de mim! Tu tens a patinha magoada então vou-te levar para a casa da avó pois lá podemos tratar da tua ferida.

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Quando o Bruno chegou a casa de sua avó Marília foi buscar um pano, alguns algodões e um copo bem pequenino cheio de água. Depois de a avó ter cuidado bem do pequeno coelhinho foi tratar de uma cama, alguma comida e mais algumas coisas para o pequeno coelho ficar melhor. Como a avó Marília estava a ficar preocupada com o pequeno coelho decidiu ligar à sua filha Maria (tia do Bruno), que era veterinária. Quando a tia do Bruno chegou, foi ver o coelho e examinou-o ao pormenor. Depois, receitou-lhe umas vitaminas e uns analgésicos para o coelho não ter tantas dores. Depois de o Bruno ter ido à farmácia comprar os medicamentos, deram-nos ao coelho para que pudesse melhorar. Passado umas horitas verificaram se o coelhito já estava melhor da sua pata e poderia ver-se que sim pois o pobre coelho já conseguia ficar de pé. Quando o Bruno se ia dirigir ao local para entregar o coelhito e receber o seu prémio parou para pensar e disse para si próprio: Não sou capaz! Vou-te levar para casa e vais ser o meu novo amigo. E, a partir desse dia, havia um novo membro na família!

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Da minha janela Hoje acordei muito cedo e fui à janela admirar o que acontecia na natureza. O sol começava a aparecer entre as montanhas, brilhando cada vez mais. Lá ao longe, conseguia ver a neve branca que estava no topo da Serra da Estrela. O céu estava limpo apenas se via uma ou outra nuvem lá ao longe. Aqui, perto da minha casa as ervas, os arbustos e as árvores estavam brancas por causa da geada que se formou durante a noite. Alguns cães passavam na rua e pareciam ter bastante frio. Provavelmente não têm um sítio quentinho para dormir pois andam pelas ruas. Nesse instante, em que contemplava tudo isto, vi chegar uma carrinha: era a distribuição do pão da padaria onde nós somos clientes. O condutor saiu, muito agasalhado e, mostrando claramente que sentia frio, foi à carrinha buscar um saco e veio colocá-lo à nossa porta. Eu ainda acenei um “Adeus”, em forma de agradecimento, mas ele não reparou, pois deveria ir focado no seu trabalho. Fui até à cozinha, onde o meu pai já tinha colocado o pão na mesa. Disse “Bom dia”, com um sorriso, sentei-me e comecei a saborear o meu pão com manteiga e o meu leite quente, agradecida por tanto: Pela noite que deu lugar ao dia; pelo Sol que quis brilhar; pela neve que embeleza as montanhas; pelo aquecimento que tenho em casa que me permitiu usufruir deste momento; pelo padeiro que trabalhou de

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noite para eu comer pão quentinho; pelos pais que tenho e que me mimam tanto…. Tomei o pequeno-almoço e senti-me preparada para este dia que estava a começar…. E que tinha tantas maravilhas para eu aproveitar.

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O lugar secreto na biblioteca Certo dia a Ana, o Rui e o João decidiram ir à biblioteca requisitar um livro, mas não o estavam a encontrar. Todos procuravam nas prateleiras mas não encontravam nada... quando, de repente, cai um livro na cabeça do Rui! O Rui, muito zangado, cai no chão e diz: – Au! Caiu um livro na minha cabeça! Os seus amigos perguntam: – Está tudo bem! Não te magoaste? – Estou bem, mas…. Que estranho... vi um buraco debaixo da prateleira. Ana, muito curiosa, pergunta: – Querem arrastar a prateleira, para ver o que é que está lá de baixo? – Sim, mas empurrem com força. –diz João muito empolgado. – Pensas que não temos força?! – questiona, a Ana, muito irritada. – Sim, tenho quase a certeza. E o Rui responde: –Então, estás muito enganado! Queres apostar? Eu e a Ana vamos empurrar esta prateleira sozinhos e verás que nós somos muito fortes. – Ok! Podem começar a empurrar. Eles empurraram com tanta força que os bíceps do Rui já estavam a começar a doer. João, vendo aquilo, disse: 49


– Desculpa por te ter subestimado, Ana, mas quanto ao Rui já não posso dizer a mesma coisa. O Rui estava muito desiludido com os seus bíceps. Olha para o lado e diz: –Olhem! Olhem! O buraco que está no chão… e... os “burra-assados” que estão dentro do buraco! – Em primeiro lugar, não se diz “burros-assados” e sim rebuçados, em segundo, acho que os rebuçados é um rasto para seguirmos. – Sim, concordo contigo, Ana. Já vi isto nos filmes de terror. É igualzinho, mas com outros objetos Rui, com um pouco de medo, pergunta a Ana: – Não achas que é melhor virmos cá amanhã cedo? E Ana responde: - Claro que não, seu medroso, vamos hoje... e agora! João concorda, e os dois empurram Rui para o buraco. Quando entraram estava tudo escuro e, como o Rui tinha medo do escuro, disse: – Amigos, estou com algum medo e também com algumas cólicas. – Para de ser lingrinhas! - Interveio o João. O Rui, que não aguentava mais com aquelas cólicas “libertou um gás” (deu uma bufa!) sem ninguém perceber. Passado um bocado, a Ana começou a sentir um cheiro um pouco esquisito e incomodativo e disse: –Não sentem um mau cheiro? E o João responde:

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vem.

- Sim! Já sei do que se trata, de quem é e de onde

A Ana não estava a perceber nada e diz: - Explica-te melhor. Não estou a perceber! – O que eu estou a tentar dizer é que este cheiro vem do Rui! – Eeee! Que nojo, Rui! Não podias dar noutro sítio?! – queixa-se a Ana, tapando o nariz com a mão. Rui, muito envergonhado, responde: – Desculpem, mas a minha barriga estava a começar a doer. No meio desta conversa toda, o João encontra um botão e carrega nele duas vezes. De repente, liga-se uma luz e o Rui, muito assustado, pula para o colo da Ana. Esta, não aguenta com o peso e deixa-o cair no chão. –Estás maluco pensas que eu sou o quê? Pareces um bebé! - diz, aborrecida. E o Rui reage: –Desculpa, mas não era preciso deixares-me cair ao chão! – Querias que eu te pegasse ao colo? Pensas que sou tua mãe?!… - Refila a Ana. João, já cansado de os ouvir, diz: – Estejam calados! Olhem para o livro que está naquela estante de pedra! Todos muito confusos agarram no livro e começam a ler. No livro dizia para eles darem 10 passos em frente, 8 à direita e mais 15 em frente.

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Apesar de sentirem algum receio, fizeram o que o livro "mandou", e encontraram uma porta. Rui, a tremer de medo diz: – Parece que vos vou abandonar no meio desta aventura. – Claro que não! Assim perderíamos um elemento e ninguém melhor que tu para levantar o ânimo! –Ok! Mas já sabem que, se me acontecer alguma coisa, quero ir para uma campa com o desenho do Homem- Aranha. Os amigos riram-se e disseram: –Não sejas tolo! Nós vamos atravessar aquela porta juntos e saímos juntos. – OK! Ok! Talvez esteja a ser um pouco dramático. João concorda e diz: – Vai correr tudo bem, vais ver. – Como tens tanta certeza? - Pergunta o Rui. – Eu não sei, só entrando por aquela porta é que saberemos. - Respondeu o João. A Ana e o Rui concordaram com o João, por isso, deram as mãos, abriram a porta, e, ao primeiro passo que deram caíram num buraco. Eles começaram a ouvir vozes de homens que se aproximavam. Ouvindo aquilo, eles ficaram muito assustados, pois aqueles homens metiam medo. – Pessoal, vem aí alguém… escondam-se atrás dessas caixas!- Sussurra o Rui. E todos se esconderam. Nem sequer respiravam!

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Depois de os homens se irem embora, eles saíram de trás das caixas e foram andando em frente até que encontraram uma porta. Ana, sempre muito curiosa abriu a porta. Eles nem queriam acreditar!… milhares… milhões de euros estavam mesmo à sua frente. O Rui, esperto, pegou logo num diamante. Mas, passado algum tempo, percebeu que aquele diamante tinha sido roubado duma joalharia. Os três meninos chegaram à conclusão que aqueles homens eram ladrões. Eles ainda nem estavam a acreditar. João começou a analisar bem aquelas notas e verificou que eram falsas. O Rui, ainda muito chocado com aquilo tudo, e bastante assustado, disse: – Amigos, acho que é melhor ligarmos à polícia! Ana e João concordam e digitam o número no telemóvel da Ana. Por azar, a polícia não atendia... mas não desistiram e voltaram a ligar. Passado algum tempo atenderam e contaram tudo que sabiam. A polícia veio a correr e levaram-nos para casa, pois estavam a correr um grande risco. No dia seguinte, fizeram questão de agradecer aos meninos pois a polícia já andava atrás daqueles bandidos há muito tempo. Ao fim desta aventura arriscada e perigosa eles aprenderam uma grande lição: "Não meter o nariz onde não se é chamado". Pois, se não fosse a ajuda dos polícias, podiam correr um grande risco de vida!

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Uma aventura na praia Era uma vez um grupo de amigos: a Ana, o Tomás, a Maria e o Rodrigo Eles viviam muitas experiências juntos. Eram mesmo muito amigos! Neste dia, tinham combinado ir à praia. Chegaram e ficaram encantados com a praia porque ela estava muito limpa, com a água brilhante. Eles foram correr à beira mar, jogaram às apanhadas fizeram um jogo de raquetes e, a seguir, foram brincar na areia… e decidiram fazer um castelo de areia. O castelo tinha ficado encantador! Cheio de pormenores! Entretanto, o Tomás disse: - Que tal darmos um mergulho? A água parece estar uma delícia! E eu estou cheio de calor. A Maria, entusiasmada, respondeu: - Que ótima ideia! Vamos! - Vamos lá! - respondeu o Rodrigo. - A Ana desafiou, com uma grande risada: - O último a chegar à água, paga os gelados! Ha...Ha...Ha!… Todos chegaram ao mesmo tempo, por isso, cada um terá de pagar o seu gelado. De repente, caiu algo de um avião e eles saíram do mar e foram a correr ver de que se tratava, pois eram muito curiosos e aventureiros. - Olhem... isto parece um mapa!- gritou a Ana. -É verdade. - concordou o Tomás. A Maria sugeriu, muito entusiasmada: -Vamos seguir as pistas.

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O mapa levou-os ao outro lado da praia onde encontraram uma velhota numa cabana tradicional. Aproximaram-se, cumprimentara-na e pediram -lhe a segunda pista. - Olá, Boa tarde! A senhora pode-nos dar a segunda pista? Nós estávamos na praia e de repente caiu um mapa do avião que passava no céu e tinha uma pista que nos trouxe até aqui. - contou a Ana A velhota respondeu: -Olá, jovens. Sim, eu tenho a vossa segunda pista. Vou buscá-la. Mas, entretanto, os rapazes já estavam a deitar o olho para dentro… e a querer entrar. E o Tomás sussurrou: - Não temos tempo a perder... A velhota percebeu a sua ansiedade e mandou-os entrar. Estavam lá umas cadeiras muito antigas, que chamavam a atenção. A Maria olhou, olhou e, de repente, gritou: - Encontrei-a terceira pista! E começou a ler: - “Bom... estão quase a chegar ao fim; só falta mais esta pista. Vão dar um mergulho e, quando voltarem, vão ter uma surpresa. A Ana estava a ficar muito curiosa… - Vamos, eu estou ansiosa para saber qual é a surpresa! O Tomás também disse o mesmo e todos estavam curiosíssimos. Eles foram dar o mergulho e quando voltaram em cima da mesa da senhora estava uma caixa, que dizia:

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“Esta é a última pista. Será que gostaram de descobrir o mapa?” E eles já pulavam de contentamento!. Não esperaram mais. Abriram a caixa e ficaram chocados porque eram os bilhetes de entrada na Disneylândia de Paris, e da respetiva viagem de avião. O único problema é que…. Era já para amanhã!!!! Não havia tempo a perder!

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Uma aventura no “portal” da casa assombrada O Camilo era um menino muito corajoso e popular nas redes sociais. Ele acreditava em extraterrestres, em “zombies” e em várias coisas que não existiam na vida real. Como ele era fanático por esses seres imaginários, ele prometeu aos seus seguidores que iria investigar a “casa assombrada” da sua terra. Ele queria ir sozinho mas como os seus amigos Mia, Tatiana e Nuno naquele fim de semana iriam estar “no tédio”, convidou-os e eles aceitaram, mas com algum receio. Então no sábado cada um preparou a sua mochila com algumas coisas essenciais: toalhetes, uma garrafa de água, um pacote de bolachas e, claro, os seus telemóveis. A Mia também levou um “lgloss”, pois era muito vaidosa… e o Nuno levou vários pacotes de pastilhas, porque gosta de andar sempre a “mascar”; diz que “alivia o stress”. Eles tinham combinado encontrar-se no parque e foi isso mesmo que aconteceu. Levantaram-se cedinho e, às sete em ponto já lá estavam. Sem grandes demoras, foram para a “casa assombrada'' e, quando lá chegaram, nem queriam acreditar! A casa estava pior do que eles pensavam: as plantas estavam mortas, as paredes quase sem tinta e as que tinham tinta, estavam imundas. Quando entraram, o Camilo começou a gravar e a explicar como a casa estava horrível e começou a

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descrevê-la. Ao fim de a descrever “pausou” o vídeo porque os seus amigos aperceberam-se de uma coisa estranha: nos primeiros degraus das escadas estava um bocado de um pó branco pegajoso. Decidiu continuar a gravar enquanto subia as escadas que faziam muito barulho. A Tatiana assustou-se com um rato e, logo de seguida, o Nuno. Na verdade, todos se assustaram mas alguns contiveram os gritos. Continuaram a subir até que encontraram uma porta fechada. Como a Mia tinha muito medo, disse que era melhor não abrirem. Mas o Camilo era muito destemido… e abriu sem nenhum receio. “PLUS!” abriuse um portal e eles caíram lá para dentro. Foram para um mundo totalmente diferente, naquele mundo não havia sol, só havia nuvens escuras quase a rebentar de tanta água que tinham; não havia pessoas, simplesmente extraterrestres e outros seres nem sequer imaginados. Eles ficaram muito assustados e decidiram aproximar-se de um extraterrestre e perguntar-lhe em que ano estavam, mas o extraterrestre não sabia falar português por isso só disse -Glupanuigludoglu. - eles ficaram sem perceber nada. Nesse momento o Nuno lembrou-se de ter assistido a uma série sobre extraterrestres e reparou que o E.T. da reportagem tinha falado da mesma forma. Ele disse que aquelas palavras esquisitas significavam que naquele mundo não havia tempo e que a vida deles nunca acabava.

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Entretanto, Mia encontrou um mapa que os levou a um túnel que parecia ter uma barreira azul luminosa. Eles ficaram com muito receio de atravessar mas provavelmente iriam voltar ao mundo normal. Como poderiam nunca mais regressar àquele lugar estranho, decidiram levar uma recordação. A Tatiana tinha um “saquinho de pesquisa” e cada um meteu lá dentro alguns grãos de areia daquele “mundo” pois era uma areia luminosa e muito especial, ao ponto de ser única. Quando atravessaram o túnel voltaram diretamente para o lugar onde tinham começado esta aventura, ou seja, a “casa assombrada” e saíram dali a sete pés (ou melhor dizendo, a 10 pés)! Quando se sentiram em segurança, resolveram ir com o Camilo até sua casa, para assistirem ao vídeo que o Camilo tinha gravado.

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O meu primeiro distintivo Olá! Eu chamo-me Joana e hoje a minha prima Lola veio passar o dia comigo, para brincarmos, porque a escola já terminou. Mas há um problema! Os meus pais tinham que ir trabalhar e nós não podíamos ficar sozinhas em casa. Então a minha mãe levou-me a mim e a minha prima para o trabalho dela. Quando lá cheguei, fiquei muito ansiosa para ver como era o espaço, pois a minha mãe era polícia. A minha mãe começou por me apresentar os colegas de trabalho, que por sinal eram muito engraçados e gentis, a seguir mostrou-me as armas, depois o escritório das câmaras de segurança logo a seguir as celas e por fim o que eu mais queria ver, o carro da polícia. Ao fim de me apresentar o local onde ela trabalhava pediu, para eu e a minha prima nos sentarmos nuns bancos e nos entretermos. Como não tínhamos nada para brincar decidimos ir ver “tiktoks”, mas nesse preciso momento a minha mãe recebeu uma chamada a dizer que uma casa tinha sido assaltada. Chamou outros polícias e foram para o local. Antes de irem para o carro, a minha mãe pediu a um dos seus colegas se podia ficar connosco e ele aceitou. Mas o que eles não sabiam era que aquilo era um “álibi” falso (isto é, “falso alarme”) para conseguirem assaltar o banco perto da polícia. Quando os policias chegaram à casa que supostamente tinha sido assaltada, perceberam que era

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uma partida e voltaram para o quartel general. Mas, quando se aproximaram, viram um grande ajuntamento à entrada do banco. Começaram a correr e repararam que eu estava a algemar o ladrão, uma vez que o polícia com quem nós estávamos tinha ficado magoado na luta que antecedeu aquele momento e que evitou o assalto ao banco. Poupo-vos aos pormenores da detenção do assaltante do banco…. Porque, o que realmente interessa, é que a minha mãe ficou muito orgulhosa de mim, da minha coragem e sangue frio a ajudar a solucionar o caso. Os colegas da polícia, para me agradecerem, a mim e à minha prima, deram-nos um distintivo especial. Que grande aventura vivi com a Lola! Quando chegar a casa, vou mostrar o meu distintivo a toda a família… e quando a escola recomeçar, vou mostrá-lo aos meus colegas!

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Uma noite diferente Naquela tarde, a Leonor estava a ler um jornal que dizia que, na noite seguinte, iria haver uma estrela que brilhava mais do que as outras. À hora do jantar, a Leonor perguntou aos seus pais se era verdade, mas os pais não lhe souberam explicar. Para o descobrir, ela quis aventurar-se a acampar no jardim de sua casa. E pediu aos pais. Como tinham algum receio (podia passar frio, sentir medo, etc), os pais quiseram ir com ela; por isso, seria uma divertida noite de família. Sabendo isso, a Leonor ficou ansiosa e decidiu dar tarefas a cada um dos seus pais para no dia seguinte, à noite, já estar tudo preparado. Começou por dizer à sua mãe que era ela que iria cozinhar, pois a mãe da Leonor esmerava-se muito na cozinha. Já o pai tinha de tratar da tenda e rever muito bem as instruções pois com a pandemia nunca mais foram acampar e já estava um pouco esquecido. A Leonor não podia ser muito ambiciosa nos preparativos. Começou por ir buscar uma manta, algumas almofadas,um telescópio,um jogo de Quiz (do que estava a aprender na escola, para não esquecer a matéria)… e foi ainda buscar a camisola do seu animal de estimação, pois a família não é completa sem ele. Enquanto a mãe fazia o jantar, ela levou as coisas que tinha preparado para a tenda, que já estava pronta. Quando já estava tudo preparado, a Leonor foi verificar ao jornal onde tinha lido a que horas a estrela

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iria passar pois era uma informação muito importante. Então, apercebeu-se que ainda faltava algum tempo; para se entreter; começou a imaginar o que iria acontecer. De tanto imaginar, começou a ficar sonolenta e o pai disse-lhe: - Filha, é melhor ires dormir pois amanhã será uma noite diferente! Amanhã já não vais dormir na tua cama confortável... tens de aproveitar hoje uma bela noite de sono! Até amanhã ! Sonhos cor-de-rosa! A Leonor estava tão animada! Seria difícil adormecer! No dia seguinte, levantou-se mais cedo do que o habitual para se preparar para o dia que tinha pela frente! Depois de se ter preparado foi fazer os trabalhos que a professora lhe tinha mandado pelo "classroom" (se não fizesse os trabalhos não podia acampar). Quando acabou de fazer os trabalhos, foi ao ”Google” pesquisar que estrela seria aquela… e saber mais sobre ela. No Google dizia que aquela estrela era uma estrela muito rara, chamada “Estrela de Belém”, e é um fenómeno que acontece quando Júpiter e Saturno, (os dois maiores planetas do sistema solar) se alinham e aparecem no céu como um único ponto brilhante, refletindo a luz do sol. Quando chegou a hora de almoço, a Leonor contou aos pais as informações que tinha encontrado no “Google” e os pais ficaram orgulhosos com a filha que tinham.

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À tarde a Leonor e o pai foram compor melhor a tenda para terem uma boa noite no jardim de sua casa. Quando a Leonor estava a ver a tenda reparou que tinha um pequeno furo que podia causar problemas caso chovesse durante a noite. - Pai, temos aqui um problema: a tenda está rota! Como não podia ficar assim, a mãe da Leonor foi buscar uma agulha e uma linha forte e coseu a tenda. Quando terminaram, a Leonor foi andar de bicicleta para ver se o tempo passava mais rápido. Finalmente, o sol escondeu-se e a Leonor ajudou o pai a acender uma fogueira para se aquecerem. Enquanto isso, a mãe trazia a comida e alguns marshmallows . Depois de terem comido, deitaram-se na manta que a Leonor trouxe para verem as estrelas…. E aguardaram pacientemente. Quando se aproximou a hora que dizia no jornal, o pai da Leonor ligou a câmara de filmar e: - A Estrela de Belém passou!!! - gritou, alegremente, a Leonor - A estrela passou!!!- continuava a Leonor aos saltos. Na verdade, a Leonor só tinha motivos para estar contente: viveu um momento raro (parecido com o dos Reis Magos); aprendeu conhecimentos de uma forma mais cativante e até ficou famosa nas redes sociais, pois publicou o vídeo do seu pai, que foi visto por milhares de pessoas e ganhou muitos seguidores na sua conta.

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Aprendemos uns com os outros Sabem que podemos aprender uns com os outros? A maior parte das pessoas vai à Internet procurar informações sobre assuntos que desconhece; mas, na verdade, temos muito a aprender uns com os outros. Às vezes, pensamos que os analfabetos, os idosos, as pessoas portadoras de deficiência ou as crianças não têm nada para nos ensinar… mas isso é mentira! Os nossos avós e outros idosos, mesmo que tenham pouca escolaridade, têm muita sabedoria, que vem da experiência do muito que já viveram. Um bom exemplo tem a ver com as receitas: haverá algo melhor do que a comida das nossas avós?… (Para além de que elas fazem quase sempre as nossas comidas preferidas!) E nós sabemos bem qual é o truque! Fazem tudo com muito amor, carinho e paciência sem fim!!! Se nós dermos tempo aos nossos avós, se formos capazes de parar as nossas brincadeiras e traquinices por alguns momentos, e tivermos disponibilidade interior, podemos viajar no tempo e no espaço com eles: conhecer outras realidades e valorizar as comodidades que temos. Por outro lado, nós temos também muito a ensinar: temos à vontade com a as tecnologias… temos muitos sonhos e vontade de mudar o mundo. Na nossa sociedade há, por vezes, algum preconceito: achamos que os mais frágeis e com

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algumas limitações são menos capazes. Felizmente, recebemos lições de que não devemos julgar os outros, muito menos pela aparência. Mas nós já descobrimos: todos temos algo para ensinar e todos temos muito, muito a aprender!

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Uma carta em tempo de pandemia

Nelas, 29 de março de 2021 Minha querida avó: Nem imaginas as saudades que tenho de ti!… As saudades que tenho dos teus abraços!… Aqueles bem apertadinhos, que terminam com muitos beijinhos na minha cabeça… e em que afagas os meus caracóis. Também tenho saudades do teu cheiro… e do cheiro da tua casa, que não sei explicar, mas que me provoca sensações boas… reconfortantes. Apesar de irmos falando por videochamada, hoje resolvi escrever esta carta para tentar pôr por palavras o que vai no meu coração. É que, quando estou mais só, penso muito em ti, e nos momentos que passámos juntas e das nossas conversas intermináveis (continuo assim, uma tagarela). Há precisamente um ano, começou esta realidade estranha, por causa do Coronavírus. Ainda me lembro do início da pandemia: estávamos a jantar e ouvimos nas notícias que havia um novo vírus, um tal “SARS-COV 2”, que estava a provocar muitas mortes. Pareceu estranho, mas não liguei muito. Passado pouco tempo, todas as notícias falavam desse vírus e da doença COVID 19 que estava a deixar muitos países num caos… e como se propagava facilmente. Comecei a ficar mais preocupada. Entretanto, o vírus também chegou ao nosso país… e

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pronto, foi aquilo que todos temos acompanhado, com as consequências que todos temos vivido. Começámos por saber que tínhamos que lavar muito bem as mãos e desinfetá-las com um gel alcoólico, que tínhamos de ter cuidados ao tossir e espirrar; depois, começámos a manter-nos afastados uns dos outros…. e hoje sabemos que fora de casa temos de usar sempre máscara. Tanto que mudou nos nossos hábitos e nas nossas rotinas, não foi?.... O que me custou mais, e continua a custar muito, é não podermos fazer as nossas festas familiares. Tão animadas que elas eram!.... Principalmente aí em vossa casa, quando nos juntávamos todos! Também tens saudades, não tens, avó? Quando paro e fico a refletir sobre estes acontecimentos, sinto que estamos a viver um momento histórico, que um dia há de constar nos manuais escolares: a pandemia de 2020 a 2021, que quase parou o Planeta. Também consigo perceber um pouco melhor o que é viver sem liberdade, pois há um ano que não posso fazer à vontade coisas de que gosto. E penso, com muita angústia, nas pessoas que vivem em países sem liberdade ou países onde há guerra. Há tempos, estávamos na escola e passou um daqueles carros com altifalante a ordenar: FIQUE EM CASA!… Nós olhámos uns para os outros, um pouco assustados, como se estivéssemos a viver num cenário de guerra em que há recolher obrigatório. Bem… na verdade, estamos quase a viver uma guerra contra um inimigo invisível, mas bastante assustador!

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Avó, estás quase a levar a vacina, não é?… Estou ansiosa!… Para poder ficar mais descansada com a tua saúde. Sabes qual tem sido o maior desafio com esta pandemia?… O Ensino à Distância, com as aulas online. Não imaginas a quantidade de progressos tecnológicos que fizemos neste ano!… É claro que percebo melhor a minha professora e concentro-me mais facilmente se estivermos presencialmente, na sala de aula, mas tenho já muito à vontade a fazer pesquisas e trabalhos, usando vários programas. Até fazemos mais trabalhos de grupo… à distância! E… bem… não me queria gabar… mas... já me conheces. Sou quase sempre eu a liderar os grupos!… (Não sou eu que me imponho; são os colegas que me escolhem!) Tens uma neta que é uma “líder”!… Eh, eh, eh... Já me fartei de falar, minha avó querida. Olha, iria adorar se respondesses a esta carta, mesmo que falemos todos os dias, como acontece habitualmente. É que, através deste meio de comunicação, como temos de refletir um pouco mais sobre o que dizemos, também podemos ser mais profundos. E eu quero saber o que realmente pensas e sentes. Continua a cumprir as regras de segurança (não deixes que os vizinhos se aproximem demasiado!) para que continues saudável. Muitos beijinhos e abraços apertadinhos desta neta que te adora

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PS: Diz ao avô que também gosto muito dele e sinto muitas saudades. Muitos beijinhos para ele.

(carta elaborada pela Beatriz para participação no concurso “A melhor carta 2021”, promovido pela Fundação Portuguesa das Comunicações)

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POESIAS

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Os planetas Os planetas fazem parte do sistema solar São astros sem luz própria Mas podem fazer-nos sonhar. Cada planeta é o único como a impressão digital ou a caligrafia de cada pessoa: não há outra totalmente igual Um mais frio, outro mais quente... um grande, outro pequeno... Cada um com a sua característica. Despertam em nós a veia artística. Mas só o planeta Terra tem a vida por nós conhecida Tem vida para ser vivida. Se todos os planetas tivessem vida para qual querias viajar, passear ou morar?

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Joaninha A joaninha amava a estrelinha que bonita no céu brilhava. Toda aflita, Ela chamava, Com ar de cabrita, Toda agitada. Ela agitada queria voar até ao céu estrelado Ao lado da sua amada ficar… a descansar.

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“Explosão de cores`` Vermelho laranja amarelo... Há uma explosão de cores pelo ar Flores Frutos Dias quentes de sol Em pleno verão Folhas Que o vento leva nas tardes frescas de outono embaladas por uma canção No inverno, Dias frios com lareira Brilham no escuro nesse aconchego que é a fogueira E na primavera chegados à janela ficamos encantados com o que o nosso coração sente perante a explosão de cores que desperta à nossa frente.

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Seara Vou numa viagem vejo uma seara decorada por garridas cores Que será? Serão flores? Aproximo-me da seara dourada Afinal, são papoilas. Fico deslumbrada! Laranjas, vermelhas com vestidos de seda e bem acompanhadas por espigas douradas. Espigas de centeio ou de trigo. Sigo o caminho mas levo-as comigo.

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Tesouro Um tesouro é algo precioso que todos nós procuramos Perseguimos sonhos… algo maravilhoso. No mundo há vários tesouros E cada um de nós quer o seu Há quem queira algo material Há quem queira um amor, Há quem fique à espera Há quem seja lutador Mas o tesouro que todos temos É a vida. Que cada um deve proteger Em cada dia, em cada momento, Para que possamos ver outras vidas a crescer! Um dia uma pessoa morre No outro uma pessoa nasce No mistério do princípio e do fim É por isso que temos de aproveitar Saber viver… Saber Amar... Porque um dia Será o fim da linha E brilhará mais uma estrelinha

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Mãos As mãos conseguem… as mãos ajudam… As mãos levantam... as mãos tocam… as mãos sentem… As mãos fazem e constroem Mas também desfazem E destroem. Que mãos tens? Que mãos queres?

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O Espantalho O Espantalho No meio das searas Gosta de cantar E os seus amigos sorriem A acompanhar. Passa todo o ano A espantar. Coitado! Faz aquilo Sem ninguém lhe pagar. No outono está preocupado. A época da caça já começou. Mas a fuga dos animais Ainda não acabou. Com a força do vento Está sempre a cair Mas tem de ser forte e tentar resistir. O Homem teve de o fazer Para evitar que as aves a seara vão comer.

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A Noite A noite tão escura cheia de estrelinhas Se há ruídos estranhos fico aconchegadinha no conforto do meu quarto deitada na minha caminha Quando vem a noite, começo a bocejar de tão cansada que fico Está na hora de descansar!

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O verão O verão chegou O calor vai apertar Bate à porta das pessoas Como que a convidar: É tempo de vir para a rua Que as noites são muito quentes É tempo de conviver De nos tornarmos presentes. O sol brilha lá ao fundo E faz brilhar todo o mundo. E em cada amanhecer A Natureza vai renascer É lindo ver o sol a brilhar e ver as crianças a brincar… a sorrir... E a sonhar.

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O Hamster O hamster é muito fofinho Na roda está sempre a brincar Com pelo suave e macio Focinho redondo, a cheirar Eles mordem, às vezes Cuidado”! O seu dente é bem afiado! Quando vão passear ficam animados Mas chegam a casa cansados. Eles odeiam “banhoca” Só querem “paparoca”. Depois da comida vir Ficam aconchegados a dormir

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A noite colorida A noite é colorida pelo céu estrelado e azul de brilhos dourados e a lua branquinha com raios prateados À noite, nas cidades, há luzes acesas de múltiplas cores, que piscam e brilham. Há janelas fechadas Há pessoas a dormir Há estradas vazias sem carros, sem nada, por alguns momentos. Daqui a pouco começa a agitação Apagam-se as luzes Apagam-se as cores Volta a confusão.

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A Manhã De manhã vem a claridade E brilha com toda a sua luminosidade. Vem o sol e faz brilhar a terra... Vem o sol e faz brilhar o mar. E apetece ficar a olhar o nascer de mais um dia... o nascer da esperança. E ver esse dia a crescer é como olhar para uma criança.

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A florzinha apaixonada Uma florzinha vivia junto a uma janela, de uma casa pequenina, Uma vez, um pássaro deu-lhe Uma pluma muito fininha.

Ea ficou apaixonada E quando a amiga lhe perguntou Até ficou atrapalhada.

A florzinha reparou Que aquela pluma Era linda Até a cheirou E tinha uma mensagem Que a emocionou.

Já no inverno O passarinho voltou, A dizer-lhe que ia emigrar Mas o seu amor por ela era eterno Não iria acabar.

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A florzinha Ficou muito triste ficou muito desapontada Afinal, estava apaixonada. Mas o passarinho consolou-a, dizendo que iria voltar breve assim que terminasse a neve. E disse à florzinha: Não te preocupes! Quando a primavera chegar Prepara o teu vestido Pois iremos casar!

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Adeus, escola Na quinta-feira, dia 8 de julho, acordei muito cedo, ainda de madrugada pois não conseguia dormir. Viravame para um lado, virava-me para outro lado mas por mais que tentasse não conseguia. Os nervos tomavam conta dos meus pensamentos. Afinal, não era um dia qualquer! Era o meu último dia aulas na escola do 1º ciclo (se passasse para o quinto ano, claro)! Quando cheguei à escola, senti-me uma rainha, pois recebi muitos carinhos das auxiliares, professoras e de todos os colegas. Mal entrámos na sala de aula, recebemos uma notícia fantástica: anunciaram que iríamos fazer uma festa de finalistas. Como a festa era para nós, teríamos que ajudar, nomeadamente nas decorações. Começámos por nos dividir em três grupos e começamos a trabalhar: um grupo enchia balões coloridos; outro grupo tratava de colocar fitas coloridas por toda a escola; e o terceiro grupo ficou com uma tarefa bastante interessante: a culinária (cortar fruta, fazer uns enroladinhos de salsicha e colocar sobre a mesa, com boa apresentação, todas as delícias que os nossos pais tinham oferecido para o lanche partilhado). Passado duas horas já tínhamos tudo pronto! A escola ficou linda! Até os pais iam ficar orgulhosos da escola onde colocaram os seus filhos. Entretanto, começámos a ouvir: “trrimm”… “trrimm”… Os pais estavam a chegar. Nesse instante, a nossa professora chamou-nos; disse para irmos para a nossa sala. Enquanto eu subia as escadas, senti os

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meus pés e as minhas mãos a ficarem dormentes e o meu coração a palpitar. Nós sentámo-nos... a professora também se sentou e começou a falar. Mas, como estava a falar lentamente (acho que estava emocionada!) ,e fez uma grande introdução, eu comecei a ficar nervosa. Sentia o meu coração a bater forte! Finalmente, disse os nossos nomes e concluiu: Parabéns!... Passaram para o quinto ano! Nesse momento, o meu coração explodiu de alegria para, logo a seguir, começar a sentir um sentimento esquisito de saudade... de nostalgia... por tanto que vivi naquela escola, ao longo de quatro anos! Tantas conquistas… Tanta aprendizagem... Tanto crescimento.. e tantas e tão grandes amizades. Vou, com certeza, sentir muitas saudades, mas estou preparada para os novos desafios que aí vêm.

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Uma escola e uma turma… Uma turma que deixa a marca na escola; Uma escola que deixa a marca em cada um dos alunos da turma.

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