Na trilha do macaco prego

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Na trilha do Macaco-prego Macaco prego

Ordem Primata Família Cebidae Nome científico: Sapajus cay (Illiger, 1815) Nome regional : Macaco - prego Nome em inglês: Black-Striped Striped Capuchin Comprimento: adulto entre 80 a 110 cm. Peso: em média 3 Kg. Status local: comum nas matas de galeria mais bem preservadas, na maior parte do município.

Sapajus cay é uma espécie de macacomacaco prego que ocorre no sul do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e extremo sudeste de Goiás, no Brasil; sudeste da Bolívia, leste do Paraguai e norte da Argentina. Apesar disso, não ocorre no Chaco boliviano. O macaco -prego prego é uma espécie écie de primata muito inteligente e bastante curioso. Devido à sua astúcia, são muito admirados pelas pessoas que contam muitas estórias a seu respeito.

© Thomaz Lipparelli / Hotel Cabanas (2016)

Status de conservação (IUCN):

Dessa forma, aspectos do seu comportamento são bem difundidos entre agricultores e outras pessoas que têm contato com os pregos. Sua gestação é de aproximadamente 180 dias. Geralmente nasce apenas um filhote e o nascimento de gêmeos é um evento raro nesta espécie.


Sapajus cay Assim como outros primatas neotropicais, outros membros do grupo ajudam a mãe a carregar e cuidar do filhote, que só desmama aos oito meses de vida e atinge a maturidade sexual aos quatro anos de idade, no caso das fêmeas, e aos sete, no caso dos machos. Um macaco-prego pode viver até 45 anos de idade. Os pregos comem principalmente matéria vegetal como frutos, sementes, algumas folhas e palmito, e também podem se alimentar de insetos, ovos, aves, pequenos mamíferos, lagartos e pererecas. Os macacos-prego são muito hábeis com as mãos, o que os torna capazes de usar ferramentas para algumas tarefas, como pedras e paus para quebrar sementes duras. Esta espécie é freqüentemente acusada de atacar roçados, porém isso se deve à redução de seu hábitat natural e da oferta de alimento.

São diurnos e vivem em bandos que não ultrapassem 20 indivíduos, apesar de haverem registros de grupos com até 40 animais. Costumam usar sentinelas quanto se alimentam, ou seja, um dos indivíduos do bando fica de guarda enquanto outros comem e soa o alarme ao sinal de qualquer perigo. Por serem tão inteligentes, são muito procurados como animais de estimação. As pessoas se encantam com a capacidade destes bichos de resolver problemas e sair de situações complicadas, mas ao atingir a maturidade sexual, muitas vezes estes bichos tornam-se agressivos e chegam a atacar seus donos. A compra de animais silvestres, além de trazer sérios danos às espécies, também traz riscos e prejuízos a quem os adquire.


Sapajus cay Taxonomia

Habilidades

De acordo com a antiga classificação taxonômica, os macacos - pregos e caiararas compunham um único gênero, Cebus. O macaco-prego de Bonito (MS) era anteriormente conhecida como Cebus apela. Atualmente, de acordo com recentes revisões, as espécies de macaco-prego foram agrupadas em um novo gênero, Sapajus, e as espécies de caiararas mantidas no gênero Cebus. A presença de tufus e uma anatomia corporal mais robusta são as principais características anatômica do gênero Sapajus que permite distingui-los do gênero Cebus. Além das características anatômicas que os separam em grupos distintos, com base em dados moleculares, confirmaram a divergência entre os dois gêneros e estimaram a sua ocorrência há cerca de 6,2 milhões de anos.

As palmeiras produzem cocos de vários tipos, ricos em nutrientes e que exigem perícia de quem deseja consumi-los: o uso de ferramentas é um comportamento comum em Sapajus cay na região. Podem utilizar-se de pedras que erguem e abatem sobre o coco apoiado em uma pedra plana. Podem utilizar-se de ferramentas para cavar o solo em busca de raízes e aranhas que vivem em ninhos subterrâneos. Além de serem exímios na confecção e uso de varetas para tirar mel de colméias e desentocar mamangabas e outros insetos em ocos de árvores. Podem inserir estas varetas para expulsar lagartos de fendas entre rochas.

Hábitos alimentares Como todas as espécies do gênero, Sapajus são primatas essencialmente frugívoro-insetívoro, mas podem ser considerados como generalistas, possuindo hábitos alimentares extremamente flexíveis. Durante períodos de escassez de frutos e artrópodes, sua dieta pode ser complementada com sementes, folhas, como bromélias, pecíolos de palmeiras e alimentos do meio antrópico, como milho, mandioca, batata e cana-deaçúcar. Graças a sua grande habilidade manipulativa, são capazes de explorar, por exemplo, cerne de palmeiras.

Organização Social A espécie apresenta uma organização social do tipo multi-machos, com um sistema de acasalamento que pode ser caracterizado como poligínico, pois o macho dominante monopoliza a maioria das cópulas. Embora certas circunstâncias demográficas possam levar a uma diminuição na possibilidade desta monomopolização. Durante o período reprodutivo, as fêmeas de macaco-prego solicitam e copulam preferencialmente com o macho dominante. Este período é caracterizado pela exibição de comportamentos exteriotipados pela fêmea , como a exibição de expressões faciais e posturas corporais, e emissão de vocalizações para o macho, além de constantemente o seguir.


Sapajus cay Dispersão Em estudos com espécies sociais, dispersão normalmente se refere à saída de indivíduos do seu grupo social e, filopatria à permanência de indivíduos no seu grupo natal. No processo de dispersão da espécie, pode envolver não somente a saída de indivíduos de seu grupo social, mas também a saída de indivíduos de sua área de vida familiar. O padrão de dispersão de Sapajus é tradicionalmente descrito pela filopatria de fêmeas e dispersão de machos de seus grupos natais, sendo que ocasionalmente fêmeas podem dispersar. A evitação de endocruzamento tem sido proposta como a principal causa de dispersão de fêmeas. Machos jovens saem em busca de outros grupos ao tornarem-se adultos. Comportamento São bastante ativos ao longo do dia, forrageando em grupos pelas árvores e ás vezes no chão. São territoriais, demarcando áreas centrais de seus territórios e as defendendo de invasores. Passam à noite em florestas densas, normalmente no topo de árvores altas. Gestação Fêmeas atingem maturidade sexual com 3 a 4 anos, e machos com 7 a 8 anos. Normalmente nasce apenas 1 filhote após 160 a 180 dias de gestação.. Filhote nasce com pouco mais de 200g e é carregado nas costas pela mãe nos primeiros meses de vida, sendo alimentado até os 9 meses.

Nascimentos concentram-se no período com maior disponibilidade de alimentos Predadores Sofrem predação principalmente de Harpias, mas também eventualmente de grandes felinos e cobras como as jibóias. Conservação Sua principal ameaça é a perda de habitat e a fragmentação das florestas, que tem isolado populações. Grau de ameaça de extinção é considerado como "pouco preocupante", principalmente devido a sua alta distribuição e por serem altamente adaptáveis a áreas modificadas pelo homem.


Sapajus cay NÃO OS ALIMENTE. SAIBA PORQUE. Lixeiras e lanchinhos humanos tem tamanho atrativo sobre eles e sobre tantos outros animais: Açúcar, gordura e sal. As mesmas coisas que torna os alimentos saborosos para nós, torna-o irresistível para os macacos-prego e outros animais. Porém, da mesma forma que esses alimentos ricamente gordurosos e calóricos são ruins para a saúde humana, são ainda mais para a saúde dos animais. Os animais entram nas lixeiras em busca de embalagens e restos de alimentos e bebidas. Existem casos de pressão alta, diabetes, cáries, problemas renais e hepáticos e muitos outros. O excessivo consumo de açúcar causa dezenas de problemas, alguns bem conhecidos, outros mais sérios, como a hiperatividade, baixa imunidade que favorece infecções causadas por fungos, vírus e bactérias, câncer e uma espécie de vício por açúcar que faz com que o consumo aumente exponencialmente. Nesse frenesi açucarado, os animais se tornam mais agressivos com quaisquer elementos que os separem de seu doce objetivo, alterando comportamentos que estabeleciam limites de convivência e que culminam no ataque a pessoas. O sal e gordura excessivos também são cruéis com o organismo dos animais, potencializando todos os problemas. Isso sem falar em corantes, acidulantes, conservantes e tantos outros “antes” que consumimos nesses alimentos industrializadamente doces ou salgados demais.

Mesmo frutas e alimentos naturais são terrivelmente prejudiciais para os animais selvagens. Primeiramente pelo risco de doenças que podem ser transmitidas de nós para eles, como a herpes vírus, influenza, hepatites e doenças virais e bacterianas em geral. Cada espécie conta com um arsenal imunológico próprio, sucumbindo muitas vezes, facilmente, a doenças que não lhe são familiares. As doenças, por sua vez, contam com agentes com grande capacidade adaptativa, que podem sofrer mutações variadas e, uma vez que as tenham sofrido, retornar a contaminar o homem, agora com uma variante inovadora, que, sim, pode vir a ser letal. Mas também porque as frutas provenientes da agricultura humana possuem defensivos agrícolas. Além disso, existe a questão do condicionamento e do aprendizado. Animais que recebem alimento, seja “saudável” ou não, aprendem esse mecanismo e o integram em sua rotina. Os comportamentos naturais são alterados por essa fonte alimentar, forçando o animal a buscar mais e mais a alimentação facilitada. Animais alimentados dessa forma aprendem a conviver com o homem de forma a obter essa alimentação, passam a assaltar residências e lixeiras, diminuem o limiar de distância tolerado em relação ao ser humano e, ao se aproximarem dessa forma, abrem ainda mais as portas para todos os problemas citados anteriormente.


Sapajus cay Ao explorarem as lixeiras, os animais acessam as embalagens descartadas e querem seu conteúdo, levando-as para locais altos, considerados seguros para destruí-las. Algumas embalagens são especialmente perigosas, como latas e vidros. Os animais mordem essas embalagens e seus dentes poderosos conseguem destruí-las. Resíduos e pedaços de metal e vidro são ingeridos, podem ocorrer cortes nas mãos e na face, entre muitos outros acidentes. Uma vez que aprendem a assaltar pessoas e lixeiras, que sabem que aquele barulho de sacola plástica representa um lanche, toda vez que avistam um possível alvo, vão tentar toma-lo. Muitas vezes o conteúdo que conquistam não é o que eles acreditam. Podem roubar e consumir remédios, cigarros, bebidas alcoólicas, entre outras coisas inesperadas. Eles não conhecem a restrição àqueles itens, que são prontamente consumidos inúmeras vezes. E podem causar sérias conseqüências, como intoxicação, envenenamento e mesmo a morte do animal. Forragear, ou seja, movimentar-se de forma exploratória pelo ambiente, coletando alimento, é uma das principais atividades dos macacos-prego (e de muitos e muitos animais). Então, quando eles são alimentados ou obtém esse alimento de forma facilitada, diversos comportamentos são alterados e as relações hierárquicas são sabotadas.

A facilidade e abundancia de alimento aumenta a reprodução e essa quebra de regras comportamentais e hierárquicas desestrutura os grupos, aumentando episódios de agressão inter e intragrupais. A organização social do grupo é prejudicada, assim como a saúde dos animais. Alimentar os animais é ruim de todas as formas. Ao caminhar no Arboreto, não consuma alimentos nem descarte embalagens de alimentos e bebidas nas lixeiras para não estimular a coleta ou furto. Coopere e informe àqueles que o fazem, sobre os riscos e conseqüências dessa atitude. Muitas pessoas acreditam que estão fazendo um bem aos animais. Mas não estão.

Indivíduo jovem se alimentando de sementes de Embaúca (Cecropia pachystancha).

Projeto "FAUNA DE BONITO" Curso de Formação de Guias de Observação de Fauna / 2016. APOIO FUNDETUR Diagramação, texto e fotos Biólogo Dr. Thomaz Lipparelli.


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