revista REVISTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS - ANO 26 - SET/OUT/NOV/DEZ - Nº 117
REVISTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS - ANO 26 - SET/OUT/NOV/DEZ/ 2019 - Nº 117
Questão de tempo Doenças crônicas prejudicam qualidade de vida e colocam pacientes em risco Abordagem personalizada pode fazer a diferença na preservação da saúde
EDITORIAL ESPAÇO DO EMPREENDEDOR
revista
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO GESTÃO 2018-2019 Presidente: Adolfo Moacir Cabral Filho (SC) Vice-presidentes: Ademir Valério da Silva (SP) e Augusto César Queiroz de Carvalho (PE/AL/PB) Secretário: Carlos Alberto Pinto de Oliveira (DF) Andrea Kamizaki Lima (MG) Claudia Cristina Silva Aguiar (BA/SE) Cybele Moniz Figueira Farias Santos (MT/AC/RO) Denise de Almeida Martins Oliveira (ES) Elpidio Nereu Zanchet (SP) Evandro Tokarski (GO) Gelza Rúbia Rigue De Araújo (RJ) Ivan da Gama Teixeira (ad hoc) José Elizaine Borges (GO/TO) Marcelo Brasil do Couto (PA/AP/AM/MA/RR) Márcia Paula Ribeiro Arão (MS) Marco Antônio Perino (SP) Marina Sayuri Mizutani Hashimoto (PR) Rogério Tokarski (DF) Sílvia Muxfeldt Chagas (RS)
Adolfo Cabral Filho Presidente do Conselho de Administração da Anfarmag
DIRETOR EXECUTIVO Marco Fiaschetti
REVISTA ANFARMAG
Rua Vergueiro, 1855 - 12o andar 04101-000 - São Paulo - SP contato@anfarmag.org.br www.anfarmag.org.br 4003-9019 CONSELHO EDITORIAL TÉCNICO Ana Lúcia Povreslo, Ivan da Gama Teixeira e Paula Renata Carazzato CONTATO COMERCIAL Simone Tavares relacionamento@anfarmag.org.br SECRETARIA DE PROJETOS E ESTUDOS Vagner Miguel COORDENADORA DE SERVIÇOS TÉCNICOS Lúcia Gonzaga EQUIPE DE FARMACÊUTICOS Jaqueline Watanabe, Luciane Bresciani, Tatiane Berbert e Valéria Faggion GERENTE DE COMUNICAÇÃO E MARKETING Taís Ahouagi
REPORTAGEM E REDAÇÃO Jáder Theóphilo, Luiz Otávio Pires, Patrícia Prado, Raquel Ayres, Silvânia Arriel REVISÃO Melissa Marques
ARTE E DIAGRAMAÇÃO Caio Cesar e Denis Siqueira Cardoso FOTOS Shutterstock.com e Divulgação
Saúde ao nosso alcance O que mais mata não são acidentes de carro, epidemias ou a violência urbana. De evolução lenta e progressiva, as doenças crônicas são responsáveis por 63% das mortes do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde – e 74% no Brasil. Antes de encerrarem a vida de forma prematura, essas doenças podem trazer uma série de prejuízos para a qualidade de vida das pessoas. Prevenção, tratamento e recuperação da saúde estão ao nosso alcance e a abordagem individualizada e multidisciplinar é, de longe, o melhor caminho. Somado às inúmeras possibilidades de fórmulas que podemos preparar sob medida nas farmácias de manipulação desde a fase da prevenção, temos que lembrar que acompanharemos esses pacientes por muitos anos – o que nos gera oportunidades de atenção farmacêutica, ajustes de doses, busca pelas melhores formas farmacêuticas. A farmácia de manipulação brasileira é um estabelecimento de saúde e é nele que mostramos, todos os dias, nosso valor essencial para a sociedade. Que, em 2020, possamos potencializar esse valor cada vez mais. Saúde, Brasil!
IMAGEM DA CAPA: Shutterstock IMPRESSÃO: Meltingcolor Revista da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag) destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal. Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. É PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL DO CONTEÚDO DA REVISTA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Periocidade: Quadrimestral Circulação: Nacional Tiragem: 7.000 exemplares Distribuição dirigida
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28 03 Editorial 06 Na estante
Guia Tributário da Farmácia de Manipulação: comparativo entre Simples Nacional, Lucro Real e Lucro Presumido
O outro lado da longevidade
08 Osteoporose 12
Veterinária
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Colesterol
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Quando começa o declínio
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Encarte técnico • Como elaborar um site (aspecto estrutural) • Calibração de válvulas e spray • Interação medicamentosa • Orientações para aquisição de insumos • Padronização de excipientes • Plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (PGRSS) • Tipos de emulsões • Medicamentos inapropriados para idosos • Furosemida solução oral: importância do pH e pKa para estabilidade
O controle está no hábito
20 Doenças Musculoesqueléticas Alerta para os males
Alívio na dor
A vida na balança
24 Fibromialgia 28 Obesidade 34
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Hipertensão
Tratamento a longo prazo
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Sobrevivência ao câncer
44 Doenças Neurodegenerativas
Síndrome de Cushing requer atenção especial no tratamento de animais idosos
Paciente oncológico
62 Fluxograma
Algoritmo para escolha de excipientes para cápsulas
itens
Entre embalagens pláticas, vidros e metálicas, para os setores dos mercados farmacêuticos, cosméticos, alimentícios e químicos.
Embalagens fracionadas em packs, que são com 25 ou 50 unidades
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Em pouco mais de 30 anos, desde a Constituição Federal de 1988, foram aprovadas 16 emendas constitucionais tributĂĄrias, sendo criados inĂşmeros tributos, como CPMF, Cofins, Cides, CIP, CSLL, PIS Importação, Cofins Importação e ISS Impotação. Nesse mesmo perĂodo, foram majorados praticamente todos os tributos, sendo esse um cenĂĄrio complexo para o empresĂĄrio acompanhar.
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AlĂŠm disso, muitas vezes por desconhecimento das leis, empreendedores recolhem muito mais impostos do que seria obrigatĂłrio devido a uma opção inadequada de regime tributĂĄrio. Por isso, a Anfarmag, em parceria com o IBPT, criou o Guia TributĂĄrio da FarmĂĄcia de Manipulação. A publicação tem o objetivo de fornecer uma orientação focada no setor magistral, apresentando os subsĂdios necessĂĄrios para a escolha do regime tributĂĄrio mais adequado ao porte de cada empresa. Ela ĂŠ ainda mais Ăştil neste começo de ano, sendo uma ferramenta importante para que as farmĂĄcias de manipulação preparem o planejamento contĂĄbil de 2020.
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1° CONGRESSO
OSTEOPOROSE
O outro lado da
longevidade Doença que acomete pelo menos 10 milhões de brasileiros pode exigir suplementação
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ESPAÇO DO EMPREENDEDOR
A osteoporose atinge pelo menos 10 milhões de brasileiros, de acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF). Com o aumento da expectativa de vida, doenças relacionadas à idade tendem a se tornar mais comuns. Segundo a IOF, após os 50 anos a condição atinge uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens. “Para 2050, a projeção é que esse número aumente seis vezes”, comenta o ortopedista Rodrigo Abreu de Oliveira, do Núcleo de Ortopedia e Traumatologia de Belo Horizonte (MG), especializado em Coluna. A osteoporose dificilmente traz sintomas, mas é a principal causa de fraturas na população acima de 50 anos. O processo de desmineralização óssea é irreversível, mas, diante do diagnóstico, é possível adotar o uso de medicamentos que retardam essa perda. E, se não há cura, há prevenção com ingestão de cálcio, essencial para a renovação óssea, e de vitamina D, pois sem ela a absorção mineral fica prejudicada. Tudo associado a exercícios físicos que favoreçam o fortalecimento muscular. Segundo o ortopedista, os bifosfonatos como alendronato de sódio, risedronato de sódio e ibandronato de sódio são medicamentos que podem melhorar a resistência dos ossos, incentivar a reconstrução e o aumento da massa óssea da coluna e do quadril. A farmacêutica Evelyn Castro, de Belo Horizonte (MG), explica que a suplementação com cálcio por meio de manipulação auxilia tanto no tratamento da osteoporose, da osteomalácia e do raquitismo, quanto da hipocalcemia, e atua também na prevenção. Segundo ela, a ingestão normalmente sugerida é de uma cápsula
CAUSAS SECUNDÁRIAS COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS
Lúpus Artrite reumatoide Hipertireoidismo Hiperparatireoidismo FATORES DE RISCO PARA A OSTEOPOROSE Genética
Menopausa
Idade
Baixo peso
Diabetes Uso de corticoide, metotexatro e anticonvulsivantes
Embolia pós-operatória de uma prótese Diminuição da mobilidade por fratura de fêmur
ALIMENTAÇÃO Rica em cálcio, com leite e derivados Verduras verde-escuro
Referência: Cristina Costa Duarte Lana, preceptora da residência médica em Reumatologia do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte. N117 - SET/OUT/NOV/DEZ 2019 9
OSTEOPOROSE
de 500 mg/dia de cálcio elementar, mas a avaliação da dose deve levar em conta o histórico do paciente. Por isso, a farmácia de manipulação tem papel fundamental na personalização dos tratamentos. “A ingestão pode ser de longo prazo; entretanto, de três em três meses o paciente deve passar por avaliação com o especialista para saber se precisa mudar a dose.” Preceptora da residência médica em Reumatologia do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte (MG), Cristina Lana afirma que há um debate sobre a melhor dose: “Numa fase anterior, a gente fazia uma suplementação quase que completa de 1.000mg/dia de cálcio, que é a recomendação diária da ingestão. Para as gestantes, pessoas com osteoporose e adolescentes, 1.500mg/dia. Mas trabalhos recentes levantaram a possibilidade de essa dose levar à deposição de cálcio nas paredes das artérias, favorecendo eventos cardiovasculares”, afirma. No caso da vitamina D, a necessidade diária, segundo a reumatologista, gira em torno de 1.000 UI, com variações até que os níveis no exame de sangue estejam entre 30 e 40 nanogramas por decilitro. “Vitamina D em excesso também é um problema. Não se pode fazer suplementação de doses altas por longo tempo sem acompanhamento. Para pessoas saudáveis, acima de 20 nanogramas já é considerada uma faixa adequada”, afirma Cristina Lana.
REUMATISMO X OSTEOPOROSE Patologias que estão ligadas por doença inflamatória crônica comprometendo as articulações podem levar à osteoporose pelo uso de corticosteroides medicação anti-inflamatória que tem como efeito colateral a diminuição da massa óssea. A abordagem é fazer a avaliação da osteoporose por exames laboratoriais, densitometria óssea e radiografia, e iniciar suplementação e tratamento, tanto preventivo quanto acrescentando as medicações curativas como o bifosfonato e o denozumabe. Fonte: Daniel Abreu de Oliveira, ortopedista especializado em Coluna.
O QUE FORMULAR? Aspartato de magnésio..................................................................................................................200mg Carbonato de cálcio...................................................................................................500mg (elementar) Vitamina D3 (colecalciferol).............................................................................................................200UI Excipiente qsp...........................................................................................................................1 cápsula Posologia: a critério do médico prescritor, 1 cápsula via oral de 1 a 2 vezes ao dia. Indicações: profilaxia da osteoporose.
Fontes: BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M. e ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico, 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2015. CRESPO, M. S e CRESPO, J. M. R. e S. Formularium: compêndio de fórmulas magistrais, Volume 1. São Paulo: LCM Livraria, 2002
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VETERINÁRIA
SÍNDROME DE
CUSHING REQUER ATENÇÃO ESPECIAL NO TRATAMENTO DE ANIMAIS IDOSOS Efeitos colaterais de medicamentos exigem ajustes constantes de doses
Assim como no ser humano, o envelhecimento traz, para os animais, uma ampla possibilidade de doenças. No caso de alguns cães, como os das raças poodle, yorkshire, dachshund, boxer e terrier, a síndrome de Cushing – ou hiperadrenocorticismo – é comumente diagnosticada e pode ser percebida quando o animal altera seu fluxo urinário e passa a beber mais água que o habitual. Também evidenciam sinais da doença: queda bilateral e simétrica de pelo e alterações na pigmentação da pele, além de gordura na região inferior do abdome e na altura do pescoço. “O hiperadrenocorticismo é uma disfunção hormo12
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nal caracterizada por excesso de produção e secreção do hormônio cortisol, cujas causas são tumor hipofisário ou tumor adrenal, principalmente”, explica a veterinária especialista em endocrinologia e metabologia, Marina Moreira Faria Madeira, de Belo Horizonte (MG). Segundo ela, o tratamento depende da origem da doença. No caso de tumor na glândula adrenal, é recomendado o adrenolítico mitotano, na impossibilidade cirúrgica. O medicamento, no entanto, requer atenção, pois promove necrose ou atrofia da glândula adrenal e tem como efeitos colaterais a irritação gástrica, vômitos, diarreia, ataxia,
ESPAÇO DO EMPREENDEDOR letargia, anorexia, hipoadrenocorticismo iatrogênico, além do risco de morte súbita. “Os efeitos colaterais vêm da redução do cortisol a níveis muito baixos. É fundamental, após a prescrição, acompanhar o animal para adequar a frequência e a dose, caso os sinais de intoxicação comecem a surgir”, explica Marina. Já quando a síndrome de Cushing ocorre em decorrência de tumor hipofisário, trata-se majoritariamente com trilostano. A droga tem menos efeitos colaterais associados, é não-citotóxica e o efeito é totalmente reversível. O fármaco inibe seletivamente a enzima 17 hidroxidesidrogenase, que participa da conversão enzimática na cascata de produção de hormônios esteroides. O medicamento inibe a conversão enzimática e, dessa forma, diminui a produção de cortisol, aldosterona e andrógenos adrenais. No entanto, o uso em pacientes com tumor adrenal pode estimular o crescimento do tumor e diminuir a expectativa de vida pós-diagnóstico. Também não elimina efeitos colaterais como vômito, diarreia e inapetência. Normalmente é necessário realizar ajustes de doses, sendo primordial o uso do medicamento manipulado. “Fazemos ajustes a cada quatro meses, em média, dependendo do valor de cortisol dosado”, pontua a veterinária. Para a acupunturista e médica veterinária Lígia de Morais Gomes, que atua em Belo Horizonte (MG), uma das vantagens do trilostano é a possibilidade de ser manipulado ou transformado para adequar a dose ao peso do animal. “Ele controla muito bem os sinais por períodos prolongados. Porém, como todo medicamento e protocolo terapêutico, as indicações e aplicações variam de acordo com cada caso”, adverte.
SINTOMAS Polidipsia Poliúria Polifagia Abdome pendular Pele fina Rarefação pilosa Dermatopatias Atrofia muscular Letargia Hiperpigmentação Fonte: Veterinária Lígia de Morais Gomes
O QUE FORMULAR? Trilostano......................................................................................................................................5mg/ml Óleo de fígado de bacalhau* qsp.......................................................................................................1ml Mande frasco contendo ... ml. *Saiba mais no material on-line Posologia: a critério do médico veterinário. Dose para cães: 2mg a 10mg/kg/24 horas/via oral. Dose para gatos: 6mg/kg/24 horas/via oral, e aumentar gradualmente (se necessário) para 10mg/kg/24 horas. As doses devem ser ajustadas com base nas mensurações de cortisol. Indicações: tratamento de hiperadrenocorticismo. Esteroide sintético que inibe a síntese de cortisol, aldosterona e andrógenos adrenais. Fonte: GABARDO, C. M.; PIAZERA, R. D´A. F. e CAVALCANTE, L. Manual da Farmácia Magistral Veterinária, 1ª edição. Cambé: Segura Artes Gráficas, 2019.
Saiba mais on-line: Encontre sugestões de formulações e dicas farmacotécnicas em www.anfarmag.org.br/revistas-anfarmag > Conteúdo on-line N 1 1 7 - S E T / O U T / N O V / D E Z 2 0 1 9 13
COLESTEROL
O controle está no
hábito Dieta adequada, exercício físico habitual e suplementação são fundamentais para melhorar os níveis do HDL e LDL
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O controle do metabolismo das gorduras, especialmente do colesterol LDL, tem de ser sistemático e permanente. Isso porque a deposição de colesterol na parede das artérias é o mecanismo central da lesão das artérias coronarianas. Ao obstruir o vaso, essa lesão provoca a necrose do músculo cardíaco que é alimentado pela a artéria (infarto), e a consequência é a morte. Nas pessoas saudáveis, as lipoproteínas HDL, LDL e VLDL distribuem e reciclam o colesterol, mas quando existe um desequilíbrio, o acúmulo de LDL pode ser fatal. Existem medicamentos eficazes que ajudam a manter os níveis do colesterol total abaixo de 200 LDL e a elevar o nível de sua fração protetora, o HDL. Eles só são adotados, porém, quando as medidas não farmacológicas se mostram insuficientes, principalmente dieta e exercício físico, além do emprego
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COLESTEROL de suplementos, como explica a endocrinologista Anelise Impelizieri Nogueira, de Belo Horizonte (MG). Segundo ela, a suplementação com óleo de peixe, que contém ácidos graxos Ômega-3 eicosapentaenóico (EPA) e o ácido docosahexanóico (DHA), pode fazer parte do manejo da hipertrigliceridemia. “A recomendação atual é que se empreguem doses de EPA e DHA acima de 4 gramas/dia”, diz. A médica cita também certas fibras solúveis, incluindo psyllium, pectina, dextrina de trigo e aveia, como eficazes na redução dos níveis de colesterol total e do LDL: “Podem ser adicionadas à alimentação como um complemento ou substituindo os carboidratos processados por grãos integrais”. A médica explica que, entre as suplementações, tem sido muito estudado para aumento do HDL o resveratrol – composto fenólico encontrado na uva, vinho tinto e amendoim. Devido à necessidade de individualização do tratamento, a farmácia magistral pode ser de grande valia – seja associando substâncias, de acordo com a recomendação médica, preparando suplementos coadjuvantes, ou, ainda, realizando o acompanhamento farmacológico. Afinal, cuidados crônicos demandam acompanhamento constante de doses, efeitos colaterais e eventuais interações medicamentosas. Mudança no estilo de vida já De acordo com os arquivos da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, algumas substâncias têm sido investigadas quanto ao potencial na redução do risco cardiovascular. Entre eles os principais
são ácidos graxos da série ômega 3, como o ácido ALA, de origem vegetal (soja, canola e linhaça) e os ácidos EPA e DHA provenientes de peixes e crustáceos de águas muito frias dos oceanos Pacífico e Ártico. No caso do EPA e DHA, os benefícios incluem a queda de marcadores inflamatórios e da agregação plaquetária, melhora da função endotelial, redução da pressão arterial e redução da trigliceridemia. A publicação explica que, normalmente, como adjuvante no tratamento da hipertrigliceridemia, existe o uso da suplementação de ômega 3 (EPA e DHA) entre 2g a 4g ao dia. Como adjuvantes ao tratamento das hiperlipidemias há também os fitoesterois, proteínas de sojas e fibras solúveis. Em associação com as estatinas, esses agentes promovem maior redução do LDL colesterol. O documento da Sociedade Brasileira de Cardiologia afirma ainda que o psyllium é a fibra solúvel mais estudada na redução do colesterol, e que doses de 7g a 15g ao dia podem auxiliar na redução de LDL e de colesterol total. “O farelo de aveia é uma fibra solúvel que também pode auxiliar”, acrescenta o texto. Diz o documento que, na hipercolesterolemia isolada, os medicamentos recomendados são as estatinas, que podem ser administradas em associação à ezetimiba, à colestiramina e, eventualmente, aos fibratos ou ao ácido nicotínico. Já no tratamento da hipertrigliceridemia isolada, são indicados os fibratos e, em segundo lugar, o ácido nicotínico ou a associação de ambos. “Pode-se ainda utilizar, nesta dislipidemia, os ácidos graxos ômega 3, isoladamente ou em associação com outros fármacos”, complementa o texto. Existe também a possibilidade da hiperlipidemia
Tipo de medicamento
Fármaco (dose usual diária)
Ação predominante
Estatinas
Atorvastatina cálcica tri-hidratada (10mg-80mg) Pravastatina sódica (10mg-40mg) Ação predominante nas taxas séricas Rosuvastatina cálcica (5mg-40mg) de colesterol. Sinvastatina (10mg-80mg)
Sequestradores de sais biliares
Colestiramina (4g-24g)
Ação predominante nas taxas séricas de colesterol.
Fibratos
Bezafibrato (200mg-600mg) Ciprofibrato (100mg) Gemfibrozila (600mg a 1200mg). Fenofibrato (160mg-250mg)
Ação predominante nos triglicérides.
Inibidor de absorção do colesterol
Ezetimiba (10mg)
Ação predominante nas taxas séricas de colesterol.
Fonte: FALUDI, A. A., IZAR M. C. O., SARAIVA J. F. K., CHACRA A. P. M., BIANCO H. T., AFIUNE NETO A. et al. Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arquivo Brasileiro de Cardiologia 2017; 109 (2 Supl.1): 1-76. Disponível em: www.arquivosonline.com.br. Acesso em 03 de abril de 2018.
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COLESTEROL NUTRIÇÃO mista. Se as taxas estiverem acima de 500 mg/dL, deve-se iniciar o tratamento com um fibrato, adicionando-se, caso necessário, ácido nicotínico e/ou ômega 3. A meta prioritária, nesse caso, é a redução do risco de pancreatite. Após reavaliação, caso haja a necessidade de redução adicional da colesterolemia, pode-se adicionar uma estatina ou outros redutores da colesterolemia. Nesses casos, o uso do genfibrozila deve ser evitado nas associações de fibratos e estatinas. Caso as taxas de TG estejam abaixo de 500 mg/dL, deve-se iniciar o tratamento com uma estatina isoladamente e, se necessário, associando-se a ezetimiba, priorizando-se a meta de LDL-c ou não HDL-c. Primordial para o corpo humano Desde que em níveis controlados, o colesterol é primordial para o funcionamento do corpo humano, explica o médico Marcello Bertullucci, membro do Departamento de Dislipidemia e Aterosclerose da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia. Esse tipo de gordura faz parte da estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. “É importante para a formação de hormônios, de vitamina D e até de ácidos biliares”, explica. De acordo com o médico, o excesso de colesterol ocorre por fatores genéticos e alimentares. Cerca de 70% do colesterol no sangue vem do fígado, e apenas 30% da alimentação. Depois de passar pela circulação sanguínea, o colesterol precisa ser removido novamente pelo fígado para formar bile. Os níveis de colesterol no sangue dependem
principalmente, portanto, da capacidade do fígado de removê-lo – o que varia de pessoa para pessoa. O excesso de LDL (colesterol ruim) causa doenças vasculares porque se deposita, sem dar sintomas, na parede interna das artérias, e gradualmente vai formando uma placa chamada ateroma. Os ateromas obstruem gradualmente as artérias e podem causar infarto agudo do miocárdio e AVC. O médico explica que quanto mais avançada a idade, maior o risco. É muito importante, então, manter também os outros fatores de risco tradicionais bem controlados. “Além dos níveis de LDL, é preciso controlar a glicose, a pressão, parar de fumar e reduzir o peso, quando excessivo”, afirma.
O QUE FORMULAR? Sinvastatina....................................................................................................................................10mg Coenzima Q10...............................................................................................................................90 mg Excipiente qsp..........................................................................................................................1 cápsula Posologia: a critério do médico prescritor, 1 cápsula via oral ao dia, após o jantar. Indicações: hipocolesterolêmico. As vastatinas diminuem a biossíntese endocelular do colesterol e incrementam o catabolismo do LDL. A sinvastatina é contraindicada em pacientes com doença hepática ativa ou elevações persistentes e inexplicadas das transaminases séricas, na gravidez e lactação. O uso simultâneo de sinvastatina com drogas que inibem o citocromo P-450, derivados do ácido fíbrico ou niacina aumenta o risco de rabdomiólise. A associação com coenzima Q-10 visa minimizar os efeitos adversos hepáticos, ao promover uma redução dos níveis endógenos dessa coenzima Fontes: BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M. e ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico, 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
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Alerta para os males Enfermidades relacionadas ao trabalho crescem no Brasil, mas podem ser cuidadas antes de se tornarem crônicas
As doenças musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho crescem e aparecem nas estatísticas. O estudo Saúde Brasil 2018, do Ministério da Saúde, mostra aumento de 184%, de 2007 a 2016. O resultado acende o alerta para um problema que pode ocasionar a incapacidade funcional. Antes chamadas de LER (Lesão por Esforço Repetitivo) e Dort (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), essas doenças se caracterizam pelo esforço repetitivo, uso excessivo do sistema osteomuscular e falta de tempo para a recuperação, além de ergonomia inadequada no processo de trabalho. O fisiatra Diego Toledo, membro titular da Associação Brasileira de Medicina Física e Reabilitação e médico assistente do serviço de saúde ocupacional do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP) explica que, primeiro, vem a dor localizada, fadiga e sensação de peso. “Os pacientes sentem incômodos no fim do trabalho, mas melhoram até o dia seguinte. Depois, essas dores e cansaços passam a ser sentidos também durante o expediente e interferem no sono”, relata. “Em estágios mais avançados, a pessoa pode ter inchaço, alteração de coloração da pele com vermelhidão na região acometida relacionada ao processo inflamatório.” As dores ficam persistentes o dia todo, comprometendo a vida do trabalhador.
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SAÚDE MENTAL O fisiatra afirma que o melhor tratamento é o multidisciplinar, com envolvimento de médico, psicólogo e fisioterapeuta. “A medicação é coadjuvante. Ajuda na melhora da condição do paciente que, se não for tratado, vai se machucando.” Na terapia medicamentosa, os pacientes precisam ser bem orientados quanto à forma correta de uso e o que esperar dos medicamentos. Analgésicos, relaxantes musculares e anti-inflamatórios são úteis no combate à dor aguda e à inflamação. Usá-los isoladamente nos casos crônicos não é efetivo. “Se a pessoa sente dores o tempo todo, com perda de força e de qualidade de vida, tem conflitos de depressão e ansiedade, a gente leva em conta os moduladores de dor (antidepressivos tricíclicos, fenotiazínicos e analgésicos mais potentes)", afirma Diego Toledo. A associação dos psicotrópicos proporciona efeito analgésico e ansiolítico, estabiliza o humor e promove alteração na simbologia da dor. O tratamento é sempre individualizado, pois está ligado ao momento de vida de cada pessoa. O médico aponta a contribuição das farmácias de manipulação no preparo de géis transdérmicos para aplicação desses fármacos diretamente na região da dor. “Geralmente, a resposta é muito boa.” Podem ser preparados medicamentos tópicos com relaxantes musculares, anti-inflamatórios, analgésicos e opioides, a exemplo da amitriptilina cloridrato. Os cuidados devem ser reforçados para evitar os ciclos em que a doença melhora e depois retorna. “A pessoa fica mais sensível a ter esse problema novamente, como uma memória de dor”, relata o fisiatra. O anestesiologista Francisco Carlos Obata Cordon, professor de pós-graduação em Dor do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, acrescenta que “as dores musculoesqueléticas indicam que algo está errado, mas nem sempre há percepção desse problema, que acaba por evoluir e se cronificar”. Por isso, ressalta a importância das terapias complementares, como a acupuntura. “Há a possibilidade de manipulação para conforto, individualização e adequação do tratamento de indivíduo para indivíduo”, diz. “Tudo dependerá do paciente. Ele precisa entender que é o agente do tratamento e que deve se empenhar para a melhora.”
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Tratamento farmacológico
Os analgésicos podem ter ação central (opioides) ou predominantemente periférica. Os agonistas opioides (fosfato de codeína e cloridrato de tramadol) agem sobre os receptores opioides do sistema nervoso central e são utilizados em dores moderadas a severas. Já os analgésicos não opioides têm ação predominantemente periférica e agem diminuindo as concentrações de prostaglandinas, trombociclanos e prostaciclinas, que são mediadores do processo da dor. São representados pelo paracetamol e pelos anti-inflamatórios não hormonais. Estes últimos incluem: derivados da pirazolona (fenilbutazona, oxifenilbutazona); derivados do ácido ácetico (aceclofenaco, diclofenaco potássico e sódico, fentiazaco, indometacina e sulindaco); derivados do ácido propiônico (cetoprofeno, ibuprofeno, naproxeno sódico); oxicams (meloxicam, piroxicam, tenoxicam) e outros como ácido mefenâmico e nimesulida. Normalmente faz-se uso também de uma associação com miorrelaxantes, como o cloridrato de ciclobenzaprina. Alguns analgésicos de uso tópico também podem ser utilizados, como as loções contendo cânfora, mentol, salicilato de metila, tintura e extratos de arnica e alecrim.
O QUE FORMULAR? Piroxicam...........................................................................................................................................5mg Gel transdérmico PLO* qsp................................................................................................................1ml Mande...sachês monodose ou em frasco dosador calibrado (1ml). *Saiba mais no material on-line. Posologia: a critério do profissional habilitado, aplicar 1ml do gel no local dolorido ou da lesão, 3 a 4 vezes ao dia. Uso transdérmico e adulto. Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos ligados a condições musculoesqueléticas e reumatológicas (artrite e artrose).
Fontes: BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M. e ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico, 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2015. ALLEN JR., L. V. (editor). Formulations – Piroxicam 0,5% in Pluronic Lecithin Organogel. International Journal of Pharmaceutical Compounding. 1999 Mar/Apr; 3(2):133. FERREIRA, A. O.; BRANDÃO, M. A. F. e POLONINI, H. C. Guia Prático da Farmácia Magistral, 5ª edição, Volume 2. Juiz de Fora: Editar, 2018.
Saiba mais on-line: Encontre sugestões de formulações e dicas farmacotécnicas em www.anfarmag.org.br/revistas-anfarmag > Conteúdo on-line
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FIBROMIALGIA
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Alívio na dor Especialistas apontam que tratamento envolve terapia multidisciplinar, exercícios físicos e fármacos sob medida
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FIBROMIALGIA PROBIÓTICOS
Dor crônica, espontânea, difusa, que migra pelo corpo, atinge um lado, o outro, a coluna vertebral. Traz fadiga, sono não reparador, dificuldade de memória e raciocínio, cefaleia, ansiedade, depressão e alterações intestinais – além de redução da força, rigidez e estresse elevado. A fibromialgia acomete 3% das pessoas no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, com prevalência de 0,2% a 6,6% na população mundial − a maioria mulheres em áreas urbanas. É uma doença crônica que tem como principal sintoma dor constante por todo o corpo, devido a uma disfunção do sistema nervoso central em que os mecanismos supressores da dor se tornam insuficientes. “O tratamento consiste em uma abordagem multimodal que combina intervenções farmacológicas e não-farmacológicas. As recomendações atuais para o tratamento da fibromialgia envolvem a educação, ou seja, aprender continuamente a lidar com a síndrome tem um papel essencial”, diz a professora Amélia Pascoal Marques, do Departamento de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
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Ela explica que é necessário levar o paciente a buscar informação, resistir a deixar os sintomas dominarem, manter atividades prazerosas na rotina, fazer parte de redes sociais e grupos de apoio e adotar o hábito de planejar as atividades, com uma rotina que favoreça o bem-estar. “É fundamental tornar-se consciente do próprio padrão de sintomas, ‘ouvir’ o corpo, obter informação acerca da síndrome e aceitar perdas decorrentes da afecção”, diz. Também são opções de intervenções não-farmacológicas os exercícios físicos (fortalecimento, alongamento e aeróbico) e terapia cognitivo-comportamental para adaptar comportamentos. “Por exemplo, há pacientes que realizam muitas tarefas nos dias em que se sentem bem e, como consequência, surgem dias com sintomatologia exacerbada devido ao excesso de atividade anterior”, diz Amélia Pasqual. A médica Viviane Angelina de Souza, presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, explica que o tratamento depende da intensidade de sintomas. “Tem que individualizar a assistência, identificar depressão, transtornos de ansiedade e distúrbios do sono para direcionar o tratamento, e até pedir ajuda ao psiquiatra”, afirma. Com base nesse diagnóstico é feita a recomendação de medicamentos. “O carro-chefe é a pregabalina, em seguida vêm os antidepressivos. Temos o cloridrato de duloxetina, os tricíclicos cloridrato de amitriptilina e cloridrato de nortriptilina, e os inibidores de recaptação de serotonina como o cloridrato de fluoxetina”, diz. Segundo ela, também podem ser usadas gabapentina, naltrexona e cloridrato de tramadol. Juntamente a esses fármacos, a reumatologista sugere o uso de relaxantes musculares, como cloridrato de ciclobenzaprina. “Às vezes o paciente não dorme bem e é necessário também o uso de medicação que atue no sono, como os benzodiazepínicos”, diz Viviane Angelina de Souza. Ela lembra que a fibromialgia tem um curso benigno por não envolver estruturas articulares, mas sim as partes moles, musculatura e tendão. O setor magistral contribui com os pacientes de fibromialgia porque oferece opções de formas farmacêuticas alternativas, como o gel transdérmico, que pode ser usado para veicular alguns anti-inflamatórios (cetoprofeno e piroxicam), relaxantes musculares (cloridrato de ciclobenzaprina) e antidepressivos (cloridrato de amitriptilina). Entre as preparações orais, existem as opções de xaropes e suspensões para incorporação de gabapentina quando o paciente não conseguir ingerir cápsulas. A vantagem consiste também na forma individualizada, nas adequações de doses e nas associações de relaxantes musculares, anti-inflamatórios e antiulcerosos em uma mesma formulação, respeitada a viabilidade, caso a caso. Há, ainda, a opção de alguns analgésicos de uso tópico para alívio da dor localizada, como o ibuprofeno e o diclofenaco em gel.
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O QUE FORMULAR? Cetoprofeno....................................................................................................................................100mg Cloridrato de ciclobenzaprina...........................................................................................................10mg Gel transdÊrmico PLO* qsp................................................................................................................1ml Mande....sachês monodose ou em frasco dosador calibrado (1ml). *Saiba mais no material on-line. Posologia: a critÊrio do profissional habilitado, aplicar 1ml na região afetada, 3 a 4 vezes ao dia. Uso transdÊrmico e adulto. Indicação: tratamento de processos inflamatórios dolorosos ligados a condiçþes musculoesquelÊticas, fibromialgia e processos reumatológicos. Fontes: BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M. e ETO, Y. Formulårio MÊdico Farmacêutico, 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2015. Oberlander K. Fibromyalgia. International Journal of Pharmaceutical Compounding. 2000 Jan/Feb; 4(1):21-23. ALLEN JR., L. V. (editor). Formulations – Ketoprofen 10%, Cyclobenzaprine 1% and Lidocaine 5% in Poloxamer. International Journal of Pharmaceutical Compounding. 1998 Mar/Apr; 2(2):154.
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OBESIDADE
A VIDA NA BALANÇA Doenças associadas à obesidade podem levar à morte Uma pesquisa publicada pelo Ministério da Saúde em julho de 2019 aponta que mais da metade da população brasileira tem excesso de peso e que o número de pessoas obesas aumentou para 19,8% – maior índice já registrado. Para o médico e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Durval Ribas Filho, é necessária uma mudança na forma como se enxergam as alterações na balança. “A maioria das pessoas acredita que a obesidade é uma questão estética, e o tempo vai passando sem que se perceba a exata dimensão do problema.” O médico explica que, se não for tratada, a obesidade leva ao desenvolvimento das chamadas comorbidades: pressão alta, ácido úrico elevado, hipercolesterolemia, triglicérides elevados, diabetes e até alguns tipos de câncer. “São graves e podem levar o paciente a óbito”, afirma. A síndrome metabólica é uma das doenças associadas. O diagnóstico é realizado quando três ou mais dos seguintes sintomas ocorrem: obesidade abdominal, hipertrigliceridemia; baixa concentração de HDL-colesterol; pressão sistólica igual ou superior a 130 mmHg e pressão diastólica superior a 85mmHg; e hiperglicemia em jejum. A síndrome metabólica é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e ateroscleróticas. Nesses casos, a mudança da composição corporal se torna primordial e a farmácia de manipulação pode auxiliar o paciente na recuperação da saúde. A nutricionista, fitoterapeuta e fundadora da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva, Vanderli Marchiori, elucida a importância do acompanhamento interdisciplinar: “O trabalho em conjunto do médico, nutricionista, psicoterapeuta, educador físico e farmacêutico facilita a adesão a
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um novo estilo de vida com mais atividade física e menos comportamento compulsivo ou inadequado na alimentação” . Durval Ribas Filho ressalta que a maneira como a família lida com a doença é um fator definitivo para o tratamento. “Não adianta pressionar, porque isso pode ter um efeito contrário e levar o paciente à compulsão. A melhor maneira de ajudar é trazer para dentro de casa uma rotina mais saudável, em que todos da família estejam dispostos a ter uma alimentação balanceada.” Não havendo resposta terapêutica suficiente com mudanças de estilo de vida, o patamar seguinte é a farmacoterapia, que também é recomendada quando o paciente já apresenta alguma doença associada. A escolha do tratamento farmacológico varia muito de acordo com cada paciente, sendo fundamental uma avaliação médica criteriosa, a individualização do tratamento e o acompanhamento durante todo o período de uso de medicamentos. De acordo com o critério do profissional que acompanha o paciente, pode ser necessário, inclusive, lançar mão de antidepressivos no caso de adultos, por exemplo, cloridrato de bupropiona, cloridrato mono-hidratado de sibutramina, cloridrato de fluoxetina e cloridrato de sertralina. Outros princípios ativos que eventualmente são usados, necessariamente sob supervisão médica, são chitosan, orlistate e topiramato. A farmácia de manipulação auxilia o paciente neste momento com fármacos individualizados para uma melhor resposta. “A escolha do medicamento varia caso a caso, já que a obesidade, assim como outras doenças crônicas, deve ser tratada com plurifarmacoterapia. Utilizamos as menores doses possíveis e temos, dessa forma, menos efeitos colaterais”, afirma Durval Ribas Filho.
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OBESIDADE
Suplementos
O uso de suplementos visa auxiliar sobre todos os sintomas da síndrome metabólica, que envolve doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemia. A suplementação com PUFA ômega 3 é coadjuvante na redução das inflamações, dos níveis de colesterol total e triglicerídeos, além de auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares. A nutricionista Vanderli Marchiori complementa com outros suplementos importantes nesse processo: “O silício é excelente na formação de fibras musculares, portanto fundamental na melhora de massa magra para quem está buscando redução de gorduras corporais. A vitamina B3 é vital no processo de metabolismo de glicose celular. A vitamina E é necessária para o equilíbrio dos hormônios sexuais e, quando o estrógeno e a testosterona estão equilibrados, há mais controle de peso e redução de gordura. O selênio é essencial para o bom funcionamento da tireoide e controle de hormônios tireoidianos. As antocianinas são anti-inflamatórias e diuréticas, muito importantes para desinchar e desinflamar. O ubiquinol ativa
Suplementos hipolipemiantes e cardioprotetores (uso adulto)
PUFA’s ômega-3
Atua sobre os fatores de riscos para doenças cardiovasculares: • redução dos níveis de triglicérides; • aumento dos níveis de HDL-colesterol; • atividade antiaterosclerótica. • redução da ativação plaquetária;
Astaxantina
Carotenoide antioxidante. Redução de marcadores do estresse oxidativo e processo inflamatório.
Fibras
Substâncias não digeríveis isoladas de vegetais, animais, ou ainda substâncias sintéticas têm sido utilizadas no tratamento coadjuvante, como suplemento na melhora da hipertensão, diabetes e dislipidemias.
Fosfatidilcolina (fosfolipídeos)
Redução da peroxidação lipídica em pacientes com insuficiência cardíaca.
Fitoesteróis
Redução da inflamação sistêmica em indivíduos hiperlipidêmicos.
Silício
Apresenta a capacidade de assegurar a integridade das fibras elásticas e a impermeabilidade da parede arterial à infiltração de lipídeos e à deposição de cálcio.
Vitamina E
Vitamina lipossolúvel tradicionalmente utilizada como antioxidante e anti-inflamatório.
Selênio
Está envolvido na síntese de selenoproteínas protetoras do sistema cardiovascular. Selênio é um elemento imprescindível para a atuação da enzima antioxidante glutationa peroxidase.
Antocianinas
Redução dos riscos cardiovasculares, dos marcadores inflamatórios e do estresse oxidativo em pacientes pré-hipertensos.
Ubiquinol
Na forma reduzida, é capaz de atuar como antioxidante das lipoproteínas plasmáticas, auxiliando na proteção cardiovascular.
Fonte: RUIZ, K. Nutracêuticos na Prática – Terapias Baseadas em Evidências, 2ª edição. São Paulo: Medfarma, 2017.
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o funcionamento de todas as células”. Outros suplementos nutricionais que podem ser usados como coadjuvantes no tratamento da obesidade são: triptofano e 5-hidroxitriptofano. Vanderli Marchiori, explica que, de modo adicional, pode-se utilizar fitoterápicos. A erva mate (Ilex paraguaiensis) tem ação lipolítica. A carqueja (Baccharis trimmera), além de lipolítica, é diurética e hipoglicemiante. O café verde (Coffea robusta) é rico em ácido clorogênico, reduz a absorção de glicose e ativa a lipólise e, por isso, também auxilia no processo de emagrecimento. “Todos eles devem ser usados em complementação à dieta e à atividade física, sob supervisão, com o objetivo de auxiliar a redução de peso e ou gordura corporal total”, explica a profissional.
Também são exemplos de fitoterápicos auxiliares no tratamento da obesidade: Griffonia simplicifolia, Cassialamina, Citrus aurantium, Faseolamina, Gymnema sylvestre, Camellia sinensis. Ela lembra a importância do trabalho da farmácia magistral: “O farmacêutico é fundamental no trabalho do nutricionista habilitado que prescreve fitoterapia, pois ajustar os produtos de origem vegetal em qualidade, dose e acesso é o seu papel” . Ela reforça a necessidade de individualização: “cada indivíduo tem uma causa diferente para o excesso de peso, e o tratamento conjunto garante as melhores estratégias para melhorar significativamente o estilo de vida do paciente e, assim, garantir resultados perenes.”
O QUE FORMULAR? Citrus aurantium extrato seco.........................................................................................................150mg Camellia sinensis extrato seco.......................................................................................................250mg Excipiente qsp...........................................................................................................................1 cápsula Posologia: a critério do profissional habilitado, tomar 1 cápsula via oral 2 vezes ao dia, meia hora antes da refeições. Uso adulto. Indicação: fitoterápicos auxiliares ao tratamento coadjuvante da obesidade, de acordo com critério e avaliação médica. Fonte: BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M. e ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico, 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
Saiba mais on-line: Encontre sugestões de formulações e dicas farmacotécnicas em www.anfarmag.org.br/revistas-anfarmag > Conteúdo on-line N 1 1 7 - S E T / O U T / N O V / D E Z 2 0 1 9 31
Agenda Consulfarma 20
020 • s2
Evento
entos 20 Ev
Local
31 de Janeiro 6 de Fevereiro 7 de Fevereiro 7, 8 e 9 de Fevereiro 9 a 13 de Março 12 de Março 13 de Março 26 de Março 27 de Março 28 e 29 de Março
Sabores Magistrais Consulfarma On The Road Gestão Consulfarma On The Road Científico Imersão em Veterinária 5ª Edição Cosmetic Week Consulfarma On the Road Gestão Consulfarma On the Road Científico Consulfarma On The Road Gestão Consulfarma On The Road Científico Formação Intensiva de Manipuladores
Campinas - SP Porto Alegre - RS Porto Alegre - RS Campinas - SP Campinas - SP Curitiba - PR Curitiba - PR Cuiabá - MT Cuiabá - MT Campinas - SP
23 de Abril 24 de Abril 18 a 22 de Maio
Consulfarma On The Road Gestão Consulfarma On The Road Científico 6ª Edição Cosmetic Week
Brasília - DF Brasília - DF Campinas - SP
Data
Evento
1o Semestre
Evento
Local
9 a 11 de Julho 31 de Julho a 2 de Agosto 17 de Setembro 18 de Setembro 21 a 25 de Setembro 25 de Setembro 9 a 11 de Outubro 22 e 23 de Outubro 12 de Novembro
15º Congresso Consulfarma Imersão em Veterinária Consulfarma On The Road Gestão Consulfarma On The Road Científico 7º Edição Cosmetic Week Sabores Magistrais Formação Intensiva de Manipuladores 6º Empreenda Magistral Consulfarma On The Road Gestão
São Paulo - SP Campinas - SP Belo Horizonte - MG Belo Horizonte - MG Campinas - SP Campinas - SP Campinas - SP São Paulo - SP Vitória - ES
13 de Novembro 23 a 27 de Novembro
Consulfarma On The Road Científico 8º Edição Cosmetic Week
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HIPERTENSÃO
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ESPAÇO DO EMPREENDEDOR
Tratamento a longo prazo Melhora na posologia pode simplificar rotina do paciente hipertenso
Em silêncio, a hipertensão faz grande estrago. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a pressão alta – como é conhecida – atinge cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo. No Brasil, cerca de 35% da população sofre com a enfermidade, mas metade nem sabe que vive com a doença, que é capaz de causar acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. “A percentagem vai se agravando até os 70 anos, quando 70% da população já pode apresentar sinais de hipertensão”, explica o cardiologista e nutrólogo Rodrigo Risegato, que atua em São Paulo (SP). Filhos que têm um dos pais hipertenso apresentam 25% mais chances de desenvolver a doença. Se o pai e a mãe são hipertensos, a probabilidade sobe para 60%. Dieta rica em sódio é outro agravante, pois o sal faz com que o corpo retenha líquido, podendo gerar uma carga aumentada para o coração. O médico lembra que a idade provoca o enrijecimento dos vasos do coração, o que tende a fazer com que a pressão vá aumentando gradativamente. Além disso, fumo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, estresse, pouca atividade física e colesterol alto se acumulam como fatores de risco. Sabe-se também que a incidência da hipertensão é maior em pessoas negras e em diabéticos. Os sintomas costumam aparecer somente quando a pressão sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. Uma vez diagnosticada, é necessário tratamento medicamentoso contínuo, começando com uma dose menor e um tipo de classe farmacêutica, para depois, se não houver o controle eficaz, paulatinamente aumentar as doses e classes farmacológicas. “O risco de associar logo na primeira medicação é causar hipotensão, que é a
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HIPERTENSÃO
pressão baixa. Em idosos, isso pode levar à queda, traumatismo e até piorar o quadro geral”, adverte o médico. O medicamento manipulado pode ser útil especialmente para os ajustes de dose ao longo do tratamento, além da possibilidade de associação de anti-hipertensivo com diurético, dependendo do critério do médico. Medicações de primeira linha, como maleato de enalapril, são indicadas para iniciar o tratamento. A seguir, medicações de segunda e terceira linha, como diuréticos em doses baixas, podem se associar à primeira. No caso de resistência à dupla terapia, podem-se prescrever três ou mais drogas e, nessa situação, diuréticos são fundamentais. As classes de anti-hipertensivos para uso clínico são os inibidores da ECA (captopril, lisinopril di-hidratado, maleato de enalapril e ramipril; antagonistas dos receptores de angiotensina II (losartan potássio e valsartana); antagonistas do canal de cálcio (besilato de anlodipina; cloridrato de diltiazem, nifedipina; antagonistas alfa-adrenérgicos de ação cental (cloridrato de clonidina e metildopa; depletor periférico de catecolaminas (reserpina); betabloqueradores (atenolol, carvedilol, cloridrato de propranolol, nadolol, pindolol e tartarato de metoprolol). Deve-se dar preferência aos diuréticos tiazídicos ou similares (clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior tempo de ação, reservando-se os de alça (furosemida e bumetanida) aos casos de insuficiência renal e situações de edema. Entre as classes farmacológicas para tratamento, Rodrigo explica que depende de pessoa para pessoa para o médico escolher a melhor classe para indicação: idade,
como está a função do rim, se o paciente tem ou não diabetes e seu histórico de doenças. Também por isso, o acompanhamento farmacêutico é fundamental; afinal, é comum que esses pacientes acumulem mais de uma doença crônica e sejam polimedicados. Nesse caso, o profissional magistral, além de sugerir ao médico associações ou formas farmacêuticas que facilitem o tratamento (quando for o caso), ajuda a prestar assistência contínua a essas pessoas.
O QUE FORMULAR? Losartana potássica................................................................................................................................25mg Dióxido de silício coloidal.........................................................................................................................0,5% Amido pré-gelatinizado 75%/celulose microcristalina 25%*qsp ............................................................100% *Saiba mais no material on-line. Posologia: a critério do médico prescritor. A dose usual na hipertensão é 50mg, uma vez ao dia. A dose pode ser aumentada para 100mg uma vez ao dia, se necessário. Uma dose inicial de 25mg, uma vez ao dia, é sugerida para idosos acima de 75 anos e para pacientes com insuficiência renal moderada a severa. Uso adulto. Indicação: tratamento da hipertensão arterial. Fonte: Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. Formulário Magistral Anfarmag, 1ª ed. São Paulo: Anfarmag, 2018.
Saiba mais on-line: Encontre sugestões de formulações e dicas farmacotécnicas em www.anfarmag.org.br/revistas-anfarmag > Conteúdo on-line 36
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PACIENTE ONCOLÓGICO
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Sobrevivência ao câncer Avanços nos tratamentos médico e farmacológico cronificam a doença e aumentam o bem-estar
Se antes o câncer era quase uma sentença de morte, aos poucos se torna uma doença crônica. Há como impedir seu avanço, melhorar o bem-estar do paciente, passar pelo tratamento sem tantos efeitos colaterais e continuar a vida. Entram nesse status as neoplasias de mama, cólon, reto, tumores neuroendócrinos (originários nas células do sistema endócrino difuso) e do estroma gastrointestinal (que se desenvolve ao longo do tubo digestivo – esôfago, estômago, intestino delgado e grosso até o reto). “Isso foi possível graças a uma revolução no diagnóstico precoce e no tratamento farmacológico, cada vez mais complexo e personalizado”, diz o médico oncologista Lucianno Santos, da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. Entre os avanços, ele cita a possibilidade de caracterizar melhor as neoplasias a partir da genética e da biologia molecular. “Temos terapias mais eficazes e menos tóxicas, colaborando com a cronificação das neoplasias de forma inédita,” afirma. “O uso da genética no combate ao câncer tem propiciado vitórias relevantes, com ganhos de sobrevida nunca vistos. Temos pacientes oncológicos vivendo mais e melhor”, diz. Há a terapia alvo, que atinge partes específicas do tumor, com resultados promissores. “A maior parte é oral e de uso domiciliar. Podemos citar algumas classes, como a terapia endócrina (hormonioterapia) utilizada no câncer de mama (tamoxifeno, anastrozol) e próstata (bicalutamida) .”
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PACIENTE ONCOLÓGICO
Tratamento complementar
Durante a quimioterapia, não só as células cancerígenas são afetadas, mas também as normais e saudáveis, o que pode provocar efeitos colaterais sobre medula óssea, folículos capilares, revestimento da boca, trato digestivo e sistema reprodutivo. Alguns quimioterápicos podem também causar danos em células de outros órgãos, como coração, rins, bexiga, pulmões e sistema nervoso. Muitos efeitos colaterais cessam com o fim do tratamento; outros levam meses, e até anos, para desaparecer. Também são comuns manifestações clínicas como fadiga, perda de cabelo, hematomas, infecção, anemia, náuseas e vômitos, perda do apetite, diarreia ou constipação, inflamação na boca, problemas de deglutição, e alterações da pele e unhas, como pele seca e alteração na cor, e perda de peso. “O farmacêutico magistral tem, junto aos oncologistas, uma oportunidade muito especial de contribuir com a saúde do paciente oncológico, tanto na manipulação de produtos de uso interno como tópicos, atendendo às necessidades individuais de cada paciente”, diz o farmacêutico Gerson Appel, de Florianópolis (SC). Segundo ele, formulações com associações de vitaminas, aminoácidos e fitoterápicos e outras substâncias, em dosagens específicas, avaliadas caso a caso, podem fazer uma grande diferença na saúde do paciente. “Pacientes em tratamento de radioterapia e quimioterapia, que apresentam rápida perda de peso devido a vômitos e diarreias constantes, necessitam de reposição de nutrientes, como vitaminas e minerais, quando não atingem 60% de sua necessidade basal energética diária por mais de 10 dias”, explica. O QUE FORMULAR? O setor magistral pode contribuir com o preparo de formulações sob medida, que vão desde antieméticos na forma transdérmica (que facilita a administração durante os vômitos) até o uso de cremes hidratantes para peles mais sensíveis, corticoides e antibióticos para gargarejos e aplicações locais em feridas na boca. Nesse sentido, há ainda o uso de pasta de dentes mais suaves, o que tende a trazer conforto
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para o paciente. “Na quimioterapia, o paciente pode ter mucosite (inflamação na parte interna da boca e da garganta), xerostomia, e na radioterapia, osteorradionecrose”, diz o dentista Sérgio Migliorini, de São Paulo (SP). Ele recomenda o uso de salivas artificiais, laser, corticoides (dexametasona) e gluconato de clorhexidina a 0,12% sem álcool para evitar ressecamento da mucosa. Para as afecções intestinais, uma opção é individualizar formulações com fibras e probióticos. Para o enfraquecimento das unhas, bases fortalecedoras. Para eventual anemia, uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos e nutricionistas, pode demandar o uso de vitaminas e fármacos específicos, mas sempre com muito acompanhamento, para evitar interações. As vitaminas A, E e C atuam como antioxidantes, o que significa que podem reduzir a formação de radicais livres que danificam o DNA. “A alimentação adequada ajuda muito durante o tratamento. Produtos gelados aliviam as náuseas, os sem leite reduzem a diarreia”, explica a nutricionista Paula Pratti, do Centro de Excelência Oncológica, do Rio de Janeiro. Ela reforça a importância da ingestão de ovo e carne no caso de anemia, e a reposição de vitamina D. A especialista afirma que também se pode prescrever
ESPAÇO DO EMPREENDEDOR
whey protein, creatina, ômega 3, própolis e glutamina: “A recomendação de suplementos tem que ser feita com muita parcimônia para pacientes oncológicos, principalmente os antioxidantes” . Quando se fala de radioterapia, os efeitos colaterais são localizados, dependendo da área do corpo tratada, da dose administrada e da capacidade das células saudáveis em reparar o dano. Principalmente a partir da terceira semana de tratamento, pode começar a se instalar um processo inflamatório. São exemplos de reações as irritações causadas na pele. A aplicação de géis ou loções calmantes contendo Aloe vera, camomila, alfa bisabolol ou calêndula após o procedimento pode levar alívio ao paciente. “No tratamento, a imunidade fica comprometida e o cuidado com a pele é essencial para não agravar o comprometimento”, explica o farmacêutico Gerson Appel, que vê a necessidade de tratos preventivos. Ele argumenta que a pele ressecada tem menos flexibilidade e resistência, sendo que qualquer agressão pode causar machucados. “As lesões são a porta para entrada de microrganismos (fungos, bactérias e vírus), podendo comprometer o sistema imunológico, já prejudicado pelo câncer e pelo tratamento.” Ele sugere que se dê preferência a hidratantes que mantenham a saúde, estrutura, resistência, viço e cor ideal. Ele exemplifica: fluídos suaves, com equilíbrio entre água e substâncias gordurosas de origem vegetal para manter a proteção e o nível hídrico ideal. “Óleos de semente de uva, ca-
lêndula e manteiga de karité têm boa aceitação por parte dos pacientes, quando compõem a parte lipídica de uma emulsão suave. Oposto a isso, óleos minerais são oclusivos e podem comprometer a transpiração e a saúde da pele”, explica. No caso da hormonioterapia, um efeito colateral pode ser o enfraquecimento dos ossos, e o médico pode avaliar o uso de medicamentos específicos para combater esse fim. Já quando o paciente tem dificuldade de engolir, o setor magistral prepara formas farmacêuticas que facilitam a administração do tratamento, como preparações orais líquidas, pastilhas, tabletes sublinguais e filmes orodispersíveis, sendo essa avaliação necessariamente feita caso a caso.
O QUE FORMULAR? Ondansetrona cloridrato di-hidratado*..........................................................................................................8mg Água purificada.............................................................................................................................................20% Gel transdérmico PLO** qsp..........................................................................................................................1ml *Ondansetrona: usado na forma de cloridrato di-hidratado, em doses equivalentes à base (Feq=1,25). Mande seringas calibradas com 10ml ou em sachês monodose, ou em frasco dosador calibrado (1 ml). **Saiba mais no material on-line. Posologia: a critério médico, aplicar 1ml por via tópica três vezes ao dia, nos pulsos e atrás das orelhas. Indicações: náuseas e vômitos após quimioterapia. Fontes: BATISTUZZO, J. A. O.; ITAYA, M. e ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico, 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2015. ALLEN JR., L. V. (editor). Formulations - Ondansetron Hydrochloride 8mg/ml in PLO.International Journal of Pharmaceutical Compounding. 2000 Jul/Aug;4(4):305
Saiba mais on-line: Encontre sugestões de formulações e dicas farmacotécnicas em www.anfarmag.org.br/revistas-anfarmag > Conteúdo on-line N 1 1 7 - S E T / O U T / N O V / D E Z 2 0 1 9 41
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DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
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Quando começa o declínio Parkinson e Alzheimer são males ainda sem solução, mas tratamento faz toda a diferença para retardar o avanço das doenças
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DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
Segundo o National Cancer Institute, as doenças degenerativas são condições em que a função ou estrutura dos tecidos afetados piora gradativamente ao longo do tempo. Entre as principais doenças neurológicas temos a doença de Parkinson e a de Alzheimer. Um dos grandes desafios é a incidência do declínio cognitivo, que provoca a redução de habilidades intelectivas como memória, capacidade de comunicação, atenção, orientação no tempo e no espaço e percepção visual. É o que explica Marcos Eiró, paliativista do Hospital Villa Lobos da Rede D'Or São Luiz, de São Paulo (SP): “Além do Alzheimer, há várias doenças que causam demência, inclusive a doença de Parkinson na fase tardia. Mas é importante entender que essas doenças podem ocorrer juntas, o que torna o diagnóstico um desafio” . O especialista explica que a doença de Alzheimer acontece devido ao acúmulo da proteína beta amiloide no cérebro. “O local onde a doença começa geralmente é onde são formadas as memórias de curto prazo. Com o tempo, esse acúmulo leva à destruição dessa e de outras áreas.” A geriatra Júlia Lassance, responsável pelo setor de Geriatria do Residencial Santa Cruz, em São Paulo (SP), esclarece que a doença de Parkinson é neurodegenerativa, progressiva, crônica, causada pela perda de neurônios dopaminérgicos do estriado e caracterizada pela tríade: tremor em repouso, bradicinesia e rigidez muscular. “Instabilidade 46
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postural, distúrbios da marcha e depressão têm sido reconhecidos como os principais determinantes de perda de qualidade de vida. O paciente também pode vivenciar sintomas não motores como a constipação intestinal, disfunção sexual, declínio cognitivo e distúrbios do sono”, diz. Não há prevenção ou cura para essas doenças. Entender os desafios que elas impõem ao paciente e aos cuidadores amplia os horizontes terapêuticos, que está longe de ser apenas farmacológico, diz Júlia Lassance: “Cuidados não medicamentosos são de extrema importância para melhorar a qualidade de vida do idoso ao longo do curso da doença”. A terapia medicamentosa entra como suporte para o controle de sintomas, de acordo com a necessidade e de forma individualizada. Nesse contexto, atenção especial deve ser dada ao risco de polifarmácia, uma condição bastante rotineira em prescrições de idosos multimórbidos, mas que aumenta o risco de cascatas iatrogênicas e potencializa o efeito colateral de medicações. “O uso racional deve incluir a avaliação por meio de critérios objetivos como os critérios de Beers”, complementa Júlia. A Portaria nº 1.298, de 21 de novembro de 2013, que aprova o protocolo clínico e diretrizes terapêuticas da Doença de Alzheimer, estabelece o uso de cloridrato de memantina, donepezila, bromidrato de galantamina e rivastigmina. Como antiparkinsoniano, faz-se uso de cloridrato de biperideno na inibição da hiperatividade colinérgica central e de cloridrato
ESPAÇO DO EMPREENDEDOR de selegilina como inibidor da degradação de dopamina, IMAO-B. Outros fármacos incluem levodopa, carbidopa, benserazida, bromocriptina, pramipexol, amantadina, triexifenidil, tolcapona, entacapona, clozapina e rasagilina. Durante o tratamento, o paciente pode utilizar suplementos e fitoterápicos, com função coadjuvante na melhora da qualidade de vida. O aumento dos níveis de homocisteína no sangue pode influenciar na incidência de doenças neurodegenerativas. Há indícios de que o composto seja responsável pelo processo inflamatório e oxidativo em pacientes com Alzheimer e Parkinson, e o aumento de sua concentração está associado à redução dos níveis de ácido fólico e das vitaminas B6 e B12. “Sabemos que a deficiência dessas vitaminas pode gerar alterações nas funções cerebrais, inclusive, é rotina dosarmos B12 na investigação inicial”, afirma Marcos Eiró. O médico lembra que qualquer reposição deve ser feita, idealmente, por meio de dieta e/ou suplementação adequada. Oberdã Moreira elucida que há um estudo de Bakeberg que associa níveis elevados de homocisteína à piora dos sintomas motores e cognitivos. “Outra revisão sugere benefício significativo do ácido fólico sobre o placebo em algumas medidas de cognição, em um estudo de longo prazo que recrutou idosos com altos níveis de homocisteína em uma população geral. Além disso, há um estudo piloto, no qual o uso de ácido fólico foi associado com melhora significativa na resposta comportamental aos inibidores de colinesterase em pessoas com doença de Alzheimer. Júlia Lassance destaca que, ainda que o assunto pre-
cise de mais aprofundamento, há estudos que parecem apontar de maneira promissora na doença de Parkinson a suplementação de vitamina E, glutationa e creatina. Em relação à doença de Alzheimer, acredita-se que a ação antioxidante de alguns suplementos (cúrcuma, luteína, licopeno, turmerina, betacaroteno) possam auxiliar como coadjuvantes contra o desenvolvimento de demência. Marcos Eiró afirma que o arsenal terapêutico farmacológico para o tratamento dessas doenças, infelizmente, ainda é limitado. Entretanto, a combinação do que existe disponível com as medidas não farmacológicas (exercício físicos, escolarização e desenvolvimento de novas habilidades cerebrais – como aprender uma nova língua, aprender a tocar um instrumento) é, sim, eficiente na prevenção e no manejo dessas doenças.
O QUE FORMULAR? Suplementação com ácido fólico e vitamina B12, como coadjuvantes nos estados de declínio cognitivo. Ácido fólico...........................................................................................................................400mcg (microgramas) Vitamina B12........................................................................................................................100mcg (microgramas) Posologia: a critério do profissional habilitado, 1 cápsula via oral ao dia. Indicação: deterioração da função cognitiva em idosos. A suplementação de ácido fólico e vitamina B12 pode auxiliar na melhora da recuperação da memória, podendo reduzir o risco de declínio cognitivo. Fontes: BATITUZZO, J. A. O.; ITAYA, M. e ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico, 5ª edição. São Paulo: Atheneu, 2015. WALKER, J. G., et al. Oral folic acid and vitamin B-12 supplementation to prevent cognitive decline in community-dwelling older adults with depressive symptoms – the Beyond Ageing Project: a randomized control trial. Am J Clin Nutr. 95(1): 194-203.
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PROBIÓTICOS
ESPAÇO DO EMPREENDEDOR
ENCARTE TÉCNICO 52
Como elaborar um site (aspecto estrutural)
53- Calibração de válvulas e spray 54
Interação medicamentosa
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Orientações para aquisição de insumos
56- Padronização de excipientes 57- Plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (PGRSS) 58- Tipos de emulsões 59- Medicamentos inapropriados para idosos 60- Furosemida solução oral: importância do pH e pKa para estabilidade 62- Fluxograma: Algoritmo para escolha de excipientes para cápsulas N 1 1 7 - S E T / O U T / N O V / D E Z 2 0 1 9 51
NOTAS TÉCNICAS
É LEGAL SABER
Como elaborar um site (aspecto estrutural)
Um site, além de ser uma ferramenta para divulgação do contato e localização da farmácia, também pode ser útil para informação da visão, missão, valores e política de qualidade da empresa, bem como para descrever o histórico ou trajetória da farmácia. Ainda pode conter sugestões e dicas de bem-estar, qualidade de vida, notícias ou eventos voltados para a área de saúde e benefícios dos produtos manipulados (tratamento ou atendimento individualizado, adequação de dose ou forma farmacêutica, associações). Segundo as normas vigentes, um site de farmácia ou drogaria deve conter: domínio “com.br.”; informações sobre a razão social e nome fantasia da farmácia ou drogaria responsável pela dispensação remota; CNPJ; endereço completo; horário de funcionamento e telefone; nome e número de inscrição no Conselho do Farmacêutico Responsável Técnico; Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão estadual ou municipal de Vigilância Sanitária segundo legislação vigente; Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela Anvisa; Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias quando aplicável; e link direto para exibir informações adicionais, como nome e número de inscrição no Conselho do Farmacêutico; mensagens de alerta e recomendações sanitárias determinadas pela Anvisa; condição de que os medicamentos sob prescrição só serão dispensados mediante a apresentação da receita e o meio pelo qual deve ser apresentada. Essas informações podem estar presentes em todas as páginas, no rodapé do site. Outra ideia é manter uma área do cliente ou prescritor (acesso restrito), possibilitando o contato direto do paciente/prescritor com o farmacêutico responsável, a disponibilização de materiais exclusivos ou o envio de receitas pelo paciente para orçamento. Vale lembrar que é vedada a oferta de produtos em sites que não pertençam a farmácias autorizadas e licenciadas pelos órgãos de vigilância sanitária competente (a solicitação remota deve ocorrer apenas pelo sítio eletrônico pertencente à farmácia). Na imagem de divulgação dos produtos não podem ser utilizadas designações, nomes, símbolos, figuras, desenhos ou quaisquer indicações que possibilitem interpretação falsa, erro ou confusão quanto à origem, procedência, natureza, composição ou qualidade, que atribuam ao produto finalidades ou características diferentes daquelas que realmente possua. É vedada, ainda, a comercialização de medicamentos sujeitos a controle especial solicitado por meio remoto e divulgação de imagens de produtos manipulados “prontos” (potes ou frascos com o nome do produto e logo da empresa). Os produtos classificados como alimentos permitidos e cosméticos não podem ostentar indicação ou propriedade terapêutica. Deve-se sempre descrever as substâncias pela denominação comum brasileira (DCB) ou classificação botânica e referências bibliográficas utilizadas para divulgação das informações.
Referências:
1. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. 2. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 96, de 17 de dezembro de 2008. Dispõe sobre a propaganda, publicidade, informação e outras práticas cujo objetivo seja a divulgação ou promoção comercial de medicamentos. 3. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. 4. Brasil. Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1976 – configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. 5. Brasil. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 − Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
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DOSE CERTA
Calibração de válvulas e spray
Medicamentos administrados na forma de gotas requerem calibração do conta-gotas ou do frasco gotejador para adequação da dose ao número de gotas. A calibração é realizada por meio da contagem do número de gotas requeridas para transferir 2ml do frasco gotejador ou conta-gotas para uma proveta graduada de 5ml ou 10ml. Em seguida, o número de gotas é dividido por 2 e a relação número de gotas/ml é estabelecida. A calibração deve ser feita para cada embalagem que for utilizada. Exemplo: Se para um determinado líquido temos 40 gotas em 2ml, quantos ml teríamos em uma gota? 40 gotas------------------------------2ml 1 gota-------------------------------(x)ml X= 0,05ml Resposta: 1 gota tem 0,05ml. As gotas destinadas à administração oral têm geralmente maior concentração de substâncias ativas do que as outras soluções, exigindo maior precisão na medida das doses, sobretudo quando destinadas a crianças. Por essa razão, deve-se utilizar somente o conta-gotas do próprio frasco para a medida, e nunca o substituir por um de outro frasco. As gotas podem ser diluídas em um copo de água antes da ingestão. No caso de crianças pequenas pode ser necessário, eventualmente, administrar as gotas diluídas em água na mamadeira. Na utilização de embalagem com válvula spray, a dispensação da dose posológica correta é estabelecida em função do volume dispensado em cada jato. Portanto, é importante a calibração da válvula utilizada em função da preparação que será dispensada, de forma a averiguar o volume e a dose equivalente por jato. A calibração da válvula spray pode ser facilmente realizada por meio da pesagem do recipiente com a solução dispensada. Considerar e manter constantes as seguintes variáveis: a pressão realizada nas paredes do recipiente, o tempo de pressão que é aplicado, a posição correta do recipiente em função do modo de aplicação etc. Em uma balança analítica, pesar o recipiente spray com a solução que será dispensada e anotar o valor. Segurar o recipiente na posição correta de uso e acionar 10 jatos em um saco plástico. Pesar novamente o recipiente, subtrair esse peso do peso inicial e dividir por 10. Esse procedimento fornecerá o volume aproximado dispensado por cada jato spray, levando em consideração uma densidade específica de 1,0. Para compensar as diferenças na densidade específica e viscosidade, uma alternativa seria preparar uma solução “branco”, contendo todos os ingredientes da formulação, exceto o ativo. Exemplo de cálculo Supondo que o volume dispensado em 10 jatos seja equivalente a 1,5ml de uma solução spray: 10 jatos------------------------------1,5ml 1 jato---------------------------------x X = 0,15ml
Referências:
1. FERREIRA, A. O.; BRANDÃO, M. A. F. e POLONINI, H. C. Guia Prático da Farmácia Magistral, 5ª edição. Juiz de Fora: Editar, 2018. 2. FERREIRA, A. O. e SOUZA, G. F. Preparações Orais Líquidas - Formulário, procedimento e prepara, 3ª edição. São Paulo: Pharmabooks, 2011.
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NOTAS TÉCNICAS
ATENDIMENTO FARMACÊUTICO
Interação medicamentosa No atendimento farmacêutico coletam-se as informações relevantes do paciente, estuda-se o caso e identificam-se os problemas relacionados à farmacoterapia. Na elaboração do plano de cuidado ao paciente, pode-se definir as metas terapêuticas e implantar as intervenções necessárias. Conciliação de medicamentos, revisão junto ao prescritor, educação sobre o uso correto e manejo autolimitado de problemas de saúde são exemplos de intervenções que devem ser documentadas e acompanhadas. Na conciliação de medicamentos, um dos pontos críticos é o risco de interação medicamentosa. O uso concomitante de vários medicamentos recebe a designação de associação medicamentosa. Uma associação medicamentosa pode propiciar o aparecimento de prováveis interações medicamentosas com consequências clínicas importantes. Seguem alguns exemplos: Fármacos
Interação com
Consequência Aumento do risco de hipotensão e parada cardíaca.
Haloperidol (antipsicótico)
Propranolol
Risperidona (antipsicótico)
Sinvastatina
Risco aumentado de desencadeamento de miopatia e/ou rabdomiólise.
Diazepam (benzodiazepínico)
Omeprazol, fluoxetina (1)
O uso concomitante pode aumentar os níveis séricos de diazepam ou prolongar seus efeitos.
Escitalopram (2) (antidepressivo ISRS)
AINEs, salicilatos.
Risco aumentado de sangramento.
Fluoxetina (1) (antidepressivo ISRS)
Metroprolol, propranolol
Podem ocorrer hipotensão, bradicardia, dificuldade respiratória.
Sertralina (3) (antidepressivo ISRS)
Propranolol
Pode desencadear dor no peito.
(1) Fluoxetina: administrado na forma de cloridrato, em doses equivalentes à base (FEq=1,12) (2) Escitalopram: administrado na forma de oxalato, em doses equivalentes à base (FEq=1,28). (3) Sertralina: administrado na forma de cloridrato, em doses equivalentes à base (FEq=1,12). A tabela demonstra um pequeno universo de interações possíveis entre alguns ativos. É imprescindível, portanto, que o farmacêutico se aprimore continuamente nessa área temática, base da dispensação segura e do uso racional de medicamentos.
Referências:
1. Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Resolução nº 596, de 21 de fevereiro de 2014. Dispõe sobre o Código de Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de aplicação das sanções disciplinares. 2. Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Resolução RDC nº 586, de 29 de agosto de 2013. Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências. 3. Brasil. Conselho Federal de Farmácia. Resolução RDC nº 585, de 29 de agosto de 2013. Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. 4. Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Fascículo XI: Consulta e Prescrição Farmacêutica. São Paulo: CRF-SP, 2016. 5. MARTINDALE: The Complete Drug Reference, 38th Edition, 2014. 6. RANG, H.P., DALE, M.M., RITTER, J. M. et al. Farmacologia, Guanabara Koogan, 4ª ed., Rio de Janeiro, 2001. Psicotrópicos. Conteúdo extraído e traduzido a partir da base de dados Lexi-DrugsR. Consultor editorial: Marcelo Polacow Bisson. Tradução de Fabina Buassaly Leistner e Marcos Ikeda. Barueri: Manole, 2012. Título original: Lexi-Comp on-line. 7. DOS SANTOS, L.; TORRIANI, M. S.; BARROS, E. (orgs.). Medicamentos na Prática da Farmácia Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2013. 54
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QUALIDADE
Orientações para
aquisição de insumos O processo de aquisição de insumos pela farmácia compreende uma gama de atividades que têm por objetivo assegurar sua correta aquisição para uso nas preparações magistrais. Ele compreende desde a definição e qualificação dos fornecedores, passando pela especificação dos insumos, com finalização no controle de qualidade. A Resolução RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007, estabelece que os insumos devem ser adquiridos de fabricantes e/ou fornecedores qualificados. Para esse processo, o farmacêutico deve estabelecer critérios de avaliação considerando os documentos legais, relatório de auditoria, controle de qualidade e histórico. As especificações técnicas devem ser autorizadas, atualizadas e datadas pelos responsáveis, devendo possuir, no mínimo: • nome usual e nome químico; • DCB, DCI e/ou CAS, quando aplicáveis; • no caso de matéria-prima vegetal - nome popular, nome científico, parte da planta utilizada; • fórmula molecular; • data de validade; • requisitos quantitativos e qualitativos, com os respectivos limites de aceitação; • condições de armazenamento e precauções; e • referência de monografia farmacopeica (na ausência desta, utiliza-se referência e especificação estabelecidas pelo fabricante). A partir da ficha de especificação, o farmacêutico pode elaborar a especificação de compra com informações técnicas simplificadas (porém, que demonstrem ao fornecedor exatamente o insumo de interesse e suas características) que facilitam ao comprador – farmacêutico ou não – efetuar a compra com segurança. Após cotação/orçamento, cabe ao farmacêutico avaliar se os insumos comercializados pelo fornecedor atendem ou não à necessidade desejada, ou seja, se atendem às especificações requeridas (ex.: referência, padronização, metodologia). Ao adquirir um insumo pela primeira vez, é importante solicitar ao fornecedor os dados físico-químicos e microbiológicos para análise prévia e, assim, estabelecer a ficha de especificação para aquisições futuras. No momento do recebimento de cada insumo, a farmácia deve avaliar a integridade, a quantidade e a identidade do material recebido. Enquanto se aguarda o controle de qualidade, a ser executado conforme disposto na Resolução RDC nº 67/2007, o insumo deve permanecer com o status de quarentena até a liberação final para uso. Por fim, os insumos aprovados devem ser armazenados conforme procedimento operacional da farmácia, de forma a preservar as características definidas pelo fornecedor/fabricante.
Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias.
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NOTAS TÉCNICAS
FARMACOTÉCNICA
Padronização de excipientes
O Sistema de Garantia da Qualidade para a manipulação de fórmulas deve assegurar que a padronização dos excipientes das formulações seja embasada em critérios técnico-científicos. Uma sugestão para a padronização de excipientes seria por meio da classificação biofarmacêutica. Trata-se de um sistema elaborado em 1995 por Amidon e colaboradores, com o objetivo de classificar os fármacos destinados à administração por via oral, baseado nas propriedades de solubilidade em meio aquoso e permeabilidade intestinal. Com base nessas características, os fármacos foram divididos em quatro classes: Classe I (alta solubilidade/alta permeabilidade); Classe II (baixa solubilidade/alta permeabilidade); Classe III (alta solubilidade/baixa permeabilidade) e Classe IV (baixa solubilidade/baixa permeabilidade). O SCB relaciona a solubilidade e a permeabilidade através das membranas biológicas à biodisponibilidade do fármaco. Fármacos cardiovasculares, como cloridrato de amilorida, atenolol, captopril e losartan potássio pertencem à Classe III; já a amiodarona pertence à Classe II; e maleato de enalapril pertence à Classe I. Na escolha do excipiente mais apropriado para cápsulas, avalie: • estabilidade entre o fármaco e a preparação (higroscopia, suscetibilidade à degradação físico-química). Verifique se o ativo é higroscópico e/ou se é suscetível à degradação físico-química; • avalie a necessidade de formação de matriz coloidal (ação mais prolongada), ou a necessidade de revestimento entérico (gastrorresistência); • verifique a classificação biofarmacêutica do fármaco e escolha o excipiente mais adequado (http://www.ddfint.org/bcs-database/); • após a escolha do excipiente mais apropriado, verifique se os componentes do excipiente não apresentam incompatibilidades com o fármaco; • avalie também se o excipiente proporciona adequado deslizamento e fluxo da mistura de pós; • os insumos classificados como I e III são solúveis e requerem um excipiente mais simples, não havendo a necessidade de agentes molhantes. Geralmente esses excipientes são compostos de agentes deslizantes, lubrificantes e diluentes; • os insumos classificados como II e IV são de baixa solubilidade e requerem um excipiente mais elaborado, composto por agentes molhantes, desintegrantes, deslizantes e diluentes; • os diluentes mais usados são compostos a partir de celulose, amido, amido pré-gelatinizado, lactose e, em menor uso, manitol. Já os diluentes, caulim, fosfato de cálcio dibásico e tribásico, são usados para insumos mais higroscópicos; • alguns fármacos são oxidáveis e requerem a incorporação de um agente estabilizante. Como exemplo, temos estatinas que degradam facilmente; e, por fim, • o excipiente escolhido vai depender das características do fármaco. Se a formulação for uma associação de fármacos com características diferentes, deve ser escolhido o excipiente que atenda ao insumo mais crítico.
Referências:
1. VILLANOVA, J. C. O. e SÁ, V. R. Excipientes: Guia Prático para Padronização, 2ª edição. São Paulo: Pharmabooks, 2009. 2. FERREIRA, A. O.; BRANDÃO, M. A. F. e POLONINI, H. C. Guia Prático da Farmácia Magistral, 5ª edição. Juiz de Fora: Editar, 2018. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias.
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R E V I S TA A N FA R M AG
REGULAMENTAÇÃO
Plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (PGRSS)
O plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (PGRSS) é o documento que aponta e descreve todas as ações relativas ao gerenciamento dos resíduos, observadas suas características e riscos, contemplando os aspectos referentes à geração, identificação, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, destinação e disposição final ambientalmente adequadas, bem como as ações de proteção à saúde pública, do trabalhador e do meio ambiente. O PGRSS se aplica às farmácias com atividades alopáticas e homeopáticas, conforme as determinações contidas na Resolução RDC nº 222/2018, que regulamenta as boas práticas de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e dá outras providências. Para abranger todas as etapas − geração, classificação, segregação, acondicionamento, armazenamento, transporte, destinação até a disposição final adequada –, o planejamento com descrição de operações e cuidados deve incluir: • classificação dos resíduos que a farmácia gera; • definição dos locais para o armazenamento temporário dos resíduos (internamente e externamente ao estabelecimento); • definição das operações (procedimentos) sequenciais que vão da geração até a disposição final dos resíduos; • definição dos produtos a serem utilizados na limpeza e sanitização em cada área; • definição das responsabilidades e prazos para cada ação; • definição do plano de contingência, ou seja, ações a serem tomadas quando houver falha em alguma parte ou momento dos procedimentos descritos, que possa gerar riscos ao estabelecimento, aos trabalhadores ou ao meio ambiente; • pesquisa e contratação de empresa terceirizada para coleta e transporte dos resíduos; • treinamento de pessoal interno e, quando necessário, externo, nos procedimentos envolvidos que vão da geração até a disposição final dos resíduos; • pesquisa do local onde os resíduos da farmácia serão depositados pelo terceiro, sua documentação de aprovação pelo órgão competente, bem como os processos de destinação final; • definição das ações de supervisão e conferência final; • descrição, em documento próprio, de todo o plano de gerenciamento dos resíduos, incluindo modelos de relatórios e registros adequados; e • aprovação do PGRS pelo farmacêutico responsável. A Anfarmag disponibiliza ainda o Guia Prático de Gerenciamento de Resíduos em Farmácias na área do associado, em que há uma exemplificação do referido plano a ser seguido pelas farmácias de manipulação.
Referências:
1. Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. Guia Prático de Gerenciamento de Resíduos em Farmácias, 1ª edição. São Paulo: Anfarmag, 2018. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 67, de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 222, de 28 de março de 2018. Regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências.
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NOTAS TÉCNICAS
NO LABORATÓRIO
Tipos de emulsões
As emulsões podem ser classificadas em iônicas (aniônicas e catiônicas) e não iônicas, sendo que essa classificação depende da existência ou não de cargas elétricas na estrutura dos emulsionantes. A essência do processo de emulsificação consiste em dividir uma das fases de um sistema heterogêneo contendo dois líquidos imiscíveis em pequenos glóbulos, cujo resultado é um extraordinário aumento das respectiva superfície ou interfase. Tal objetivo, porém, é contrariado pela tensão superficial que os líquidos possuem. O emprego de emulsificantes facilita a obtenção da fase dispersa e a estabilidade nas emulsões. Os emulsionantes aniônicos se dissociam em solução aquosa, formando íons carregados negativamente. São emulsionantes muito utilizados, mas podem ser mais irritantes para a pele; a exemplo temos o uso de álcool cetoestearílico e cetil estearil sulfato de sódio, comercialmente conhecido como Lanette N. São exemplos de emulsões obtidas com aplicações de emulsificantes aniônicos os cremes evanescentes, emulsões cremosas de limpeza. Os emulsificantes catiônicos, por exemplo o cloreto de cetiltrimetilamônio, tendem a formar emulsões de pH ácido, apresentam propriedades antiestáticas e são mais irritantes que os emulsificantes aniônicos e não iônicos. São usados no preparo de cremes condicionadores e rinses. Os emulsionantes não-iônicos não possuem carga específica (carga ionizável), apresentando um equilíbrio entre as porções hidrofóbicas e hidrofílicas das moléculas. As substâncias lipossolúveis geralmente emulsionam sistemas A/O, e as hidrossolúveis, os sistemas O/A. Como exemplo, temos o estearato de polioxietileno 40; álcool cetílico, estearílico e cetoestearílico; monoestearato de glicerila; monoestearato de sorbitano e polissorbato 80. O comercial Polowax é uma junção de álcool cetoestearílico e monoestearato de sorbitano polioxietileno 20 OE. Como as emulsões estão representadas por duas fases, a água e o óleo, elas podem ser classificadas também de acordo com a natureza das respectivas fases dispersas. Assim, se o óleo constitui a fase dispersa, estamos face a uma emulsão óleo em água (O/A), sendo a emulsão do tipo água em óleo (A/O) se o inverso se verificar. Uma emulsão de fase extrema aquosa (O/A), por exemplo creme não iônico, creme Lanette, é recomendada para aplicação superficial de ativos que não devem penetrar na pele, como cremes e loções de limpeza, cremes evanescentes e cremes protetores. Emulsões tipo (A/O), como o cold cream, são apropriadas para cremes nutritivos, emolientes, hidratantes e medicamentosos. As emulsões aniônicas podem possuir capacidade detergente e por isso são utilizadas como emulsões de limpeza, demaquilantes e para fins medicamentosos, uma vez que apresentam maior permeação cutânea em relação às não-iônicas. Normalmente são emulsões incompatíveis com ácidos. As emulsões não iônicas têm baixa toxicidade, menos problemas de compatibilidade com ativos e são menos sensíveis a mudanças de pH. A principal diferença entre esses dois tipos de emulsões é a presença de carga, sendo que a não-iônica é mais estável, e a aniônica, mais permeável. Para a manutenção da estabilidade da emulsão é importante que a característica iônica do ativo adicionado seja compatível com a dos emulsionantes empregados na manipulação da emulsão.
Referências:
1. RIBEIRO, C. Cosmetologia Aplicada à Dermoestética, 2ª edição. São Paulo: Pharmabooks, 2010. 2. SOUZA, V. M; ANTUNES JR, D. Ativos Dermatológicos – dermocosméticos e nutracêuticos. 9 volumes. São Paulo, Pharmabooks, 2016. 3. CORRÊA, M. A. Cosmetologia, ciência e técnica. São Paulo: Livraria e Editora Medfarma, 2012. 4. BARROS, C. Entenda a diferença entre um creme aniônico e um não iônico. Acesso disponível em: cleberbarros.com.br. 5. BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira, 2ª edição Rev. 02. Brasília: Anvisa, 2012. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259372/FNFB+2_Revisao_2_COFAR_setembro_2012_atual.pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741 Acesso em outubro de 2019.
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA
Medicamentos
inapropriados para idosos Existem determinados medicamentos que são potencialmente prejudiciais quando prescritos para pacientes idosos. Esses medicamentos apresentam características farmacológicas que são modificadas ou potencializadas diante de algumas situações clínicas ou fisiológicas; nesses casos, os riscos associados superam os benefícios terapêuticos. Normalmente são fármacos que guardam como características comuns o risco elevado de reações adversas graves, evidência insuficiente de benefícios e a existência de opções terapêuticas tão ou mais efetivas e com menos risco. Descrição dos critérios de alguns medicamentos que devem ser evitados em idosos, independentes de condição clínica. A exemplo temos: • Doxazosina, Prazosina, Terazosina, bloqueadores alfa-1 para tratamento da hipertensão. Uso associado ao alto risco de hipotensão ortostática. Não recomendado para tratamento de rotina de hipertensão. • Amiodarona. Está associada a doenças da tireoide, distúrbios pulmonares. • Aspirina em dose > 150mg/dia. Aumento do risco de hemorragia digestiva, sem evidência de aumento da eficácia. • Bumetanida, Furosemida, como monoterapia de primeira linha para hipertensão. Há alternativas mais seguras e eficazes. • Nifedipino, cápsula de liberação imediata. Potencial para hipotensão, risco de isquemia miocárdica. • Espironolactona > 25mg/dia (pacientes com insuficiência cardíaca. Risco de hipercalemia em pacientes com insuficiência cardíaca, especialmente com uso concomitante de anti-inflamatórios não esteroides, Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor da angiotensina. • Clorpropamida. Meia-vida prolongada em idosos. Pode causar hipoglicemia e síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético. • Glibenclamida. Maior risco de hipoglicemia prolongada grave em idosos.
Referências:
1. OLIVEIRA, M. G; AMORIM, W. W; OLIVEIRA, C. R. B. et al. Consenso Brasileiro de Medicamentos Potencialmente Inapropriados para Idosos. Geriatrics, Gerontology and Aging, Rio de Janeiro, v.10, n.4, p. 1-14, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5327/Z2447-211520161600054. Acesso em outubro de 2019. 2. American Geriatrics Society. Beers Criteria Update Expert Panel. American Geriatrics Society. Updated Beers criteria for potentially inappropriate medication use in older adults. J Am Geriatr Soc. 2012; 60(4): 616-31. 3. American Geriatrics Society. Beers Criteria Update Expert Panel. American Geriatrics Society, 2015. Updated Beers Criteria for potentially inappropriate medication use in older adults. J Am Geriatr Soc. 2015; 63(11): 2227-46.
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NOTAS TÉCNICAS
FARMACOTÉCNICA
Furosemida solução oral: importância do pH e pKa para estabilidade
O pH impróprio em preparações orais líquidas pode ocasionar perdas significativas de teor e atividade terapêutica, podendo ocorrer reações de hidrólise e oxidação. É necessário o ajuste do pH final em preparações orais líquidas, abaixando ou elevando a valores desejáveis apropriados para solubilizar determinado fármaco e para garantir estabilidade, absorção e eficácia. Para isso é necessário ter conhecimento sobre o pH ideal de estabilidade de cada fármaco, assim como sobre o respectivo valor de pKa. Quando houver necessidade de manter o pH de uma formulação em valores inalteráveis durante o período de armazenamento, faz-se necessário o uso de um sistema tampão. Tampões são definidos como soluções aquosas geralmente constituídas por um ácido fraco e um sal desse ácido, ou então por uma base fraca e um sal dessa base. Por exemplo, o fármaco furosemida possui um pH de maior estabilidade entre 8,0 e 9,5. Ou seja, se mantivermos um pH final entre 8,0 e 9,5 na preparação oral, teremos a solubilidade do fármaco e, consequentemente, a estabilidade. Lembre-se que é importante também ter conhecimento do valor do pKa do fármaco. O valor do pKa da furosemida é 3,9, e é por isso que é necessário um pH final da formulação mais básico (8,0 a 9,5) para garantir a estabilidade e evitar a precipitação da furosemida. Veja: Furosemida: caráter ácido, pKa = 3,9 Em uma preparação oral líquida ácida, temos: pH 4,0 (exemplo): pH – pKa =4,0 - 3,9 = 0,1 (pouco solúvel) Em uma preparação oral líquida básica, temos: pH 8,5 (exemplo): pH – pKa = 8,5 - 3,9 = +4,6 (solúvel). Nesses casos, o ideal é fazer uma preparação oral contendo um sistema tampão. No caso da furosemida, o ideal é fazer uso do tampão fosfato. Por exemplo: solução oral furosemida 2mg/ml. Furosemida...................................................................................................................2mg/ml Tampão fosfato pH 8,0.................................................................................................70ml
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Veículo apropriado para uso pediátrico qsp..................................................100ml Modo de preparo do tampão fosfato pH 8: Solução A (fosfato monopotássico 1/15M): Fosfato monopotássico anidro (KH2PO4).....................................................4,54g Água purificada qsp......................................................................................500ml Solução B (fosfato dissódico 1/15M): Fosfato dissódico monoidratado (Na2HPO4.H2O)........................................5,94g Água purificada qsp......................................................................................500ml Tampão fosfato pH 8: Solução A (fosfato monopotássico 1/15M) ..................................................3,7ml Solução B (fosfato dissódico 1/15M)...........................................................96,3ml
Referências:
1. FERREIRA, A. O.; BRANDÃO, M. A. F. e POLONINI, H. C. Guia Prático da Farmácia Magistral, 5ª edição. Juiz de Fora: Editar, 2018. 2. FERREIRA, A. O. e SOUZA, G. F. Preparações Orais Líquidas - Formulário, procedimento e prepara, 3ª edição. São Paulo: Pharmabooks, 2011. 3. THOMPSON, J. E.; DAVIDOW, L. W. A Prática Farmacêutica na Manipulação de Medicamentos, 3ª edição. Porto Alegre: Artemed, 2013. 4. AULTON, M. E. Delineamento de Formas Farmacêuticas, 2ª ed. São Paulo: Artmed, 2005
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NOTAS TÉCNICAS
Algoritimo para escolha de excipientes para cápsulas Fármaco
Não Estável? Sim
Fármacos higroscópico/deliqu escente/mistura eutética
Excipiente absorvente
Fármacos susceptíveis da degradação química
Adição de estabilizantes no excipiente
Excipiente para fármacos Classe I
Sim
Não
Alta permeabi lidade?
Sim Alta solubilida de?
Não
Excipiente para fármacos Classe II
Sim Alta solubilida de?
Excipiente para fármacos Classe III
Não
Excipiente para fármacos Classe IV
Referências:
1. Brasil. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 67, de 08 de outubro de 2007. Dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficiais para Uso Humano em Farmácias. 2. Villanova, J.C.O. e Sá, V.R. Excipientes: Guia Prático para Padronização, 2ª edição. São Paulo: Pharmabooks, 2009. 3. Ferreira, A. O.; Brandão, M. A. F. e Polonini, H. C. Guia Prático da Farmácia Magistral, 5ª edição. Juiz de Fora: Editar, 2018.
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EMPRESAS SÓCIAS COLABORADORAS
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ENDEREÇOS DAS REGIONAIS DA ANFARMAG REGIONAIS
CENTRAL ANFARMAG DE ATENDIMENTO:
4003-9019 | atendimento@anfarmag.org.br | www.anfarmag.org.br REGIONAL BAHIA / SERGIPE
Presidente: Claudia Cristina Silva Aguiar Av. Tancredo Neves, 2227 - Sala 1006 - Edif. Salvador Prime Caminho das Árvores Salvador - BA - 41820-021 regional.base@anfarmag.org.br
REGIONAL DISTRITO FEDERAL
REGIONAL PARÁ/ AMAZONAS/ AMAPÁ/ RORAIMA/ MARANHÃO
Presidente: Marcelo Brasil Couto Av. Senador Lemos, 2965 - Centro Belém - PA - 66120-000 regional.norte@anfarmag.org.br
REGIONAL PARANÁ
Presidente: Carlos Alberto Pinto de Oliveira SIG - Quadra 04 - Lote 25 - Zona Industrial Brasília – DF - 70.610-440 regional.df@anfarmag.org.br
Presidente: Marina Sayuri Mizutani Hashimoto R. Silveira Peixoto, 1040 - 9° andar - Sala 901 - Água Verde Curitiba - PR - 80240-120 regional.pr@anfarmag.org.br
REGIONAL ESPÍRITO SANTO
REGIONAL PERNAMBUCO/ ALAGOAS/ PARAÍBA
Presidente: Denise de Almeida Martins Oliveira Av. Nossa Senhora da Penha, 1495 - Sala 608 Torre BT - Edif. Corporate Center - Santa Lucia Vitória - ES - 29056-905 regional.es@anfarmag.org.br
REGIONAL GOIÁS/TOCANTINS
Presidente: José Elizaine Borges Av. R11, 870 - Sala 206 - Quadra L17 - Lotes 02/04 - Setor Oeste Goiania - GO - 74125-100 regional.goto@anfarmag.org.br
REGIONAL MATO GROSSO/ ACRE/ RONDÔNIA
Presidente: Augusto César Queiroz de Carvalho R. Bernardino Soares da Silva,70 - Sala 101 - Espinheiro Recife - PE - 52020-080 regional.pe@anfarmag.org.br
REGIONAL RIO DE JANEIRO
Presidente: Gelza Rúbia Rigue Araújo R. Conde do Bonfim, 211 - Sala 401 - Tijuca Rio de Janeiro - RJ - 20520-050 regional.rj@anfarmag.org.br
REGIONAL RIO GRANDE DO SUL
Presidente: Cybele Moniz Figueira Farias Santos Av Historiador Rubens de Mendonça,1756 - Sl 1206 Sl 1206 - Edif SB Tower Alvorada – Cuiabá – MT - 78050-000 regional.mt@anfarmag.org.br
Presidente: Sílvia Muxfeldt Chagas Av. Mauá, 2011 - Sala 607 - Centro Porto Alegre - RS - 90030-080 regional.rs@anfarmag.org.br
REGIONAL MATO GROSSO DO SUL
Presidente: Adolfo Moacir Cabral Filho R. Lédio João Martins, 435 - Sala 409 - Kobrasol São José - SC - 88102-000 regional.sc@anfarmag.org.br
REGIONAL MINAS GERAIS
Presidente: Ademir Valério da Silva R. Vergueiro, 1855 - 12º andar - Vila Mariana São Paulo - SP - 04101-000 regional.sp@anfarmag.org.br
Presidente: Márcia Paula Ribeiro Arão Rua da Paz, nº 17, Sala Tereré - Centro Campo Grande – MS – CEP 79002-190 regional.ms@anfarmag.org.br
Presidente: Andrea Kamizaki Lima Av. do Contorno, 2646 - Sala 1104 - Floresta Belo Horizonte - MG - 30110-014 regional.mg@anfarmag.org.br
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REGIONAL SANTA CATARINA
REGIONAL SÃO PAULO
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Compras coletivas
Como funciona? Descontos progressivos quanto maior o volume de vendas, maior é sua economia
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