Viver Edição 1 » 2018
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A FORÇA ECONÔMICA DE ITUPEVA Agronegócio consolidado, localização privilegiada e incentivos municipais atraem investidores e moradores
ARTE, ESPORTE E LAZER Tarsila do Amaral e trilhas de ciclismo para descobrir já! »
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PASSEIOS PARA TODOS Café na fazenda e bebidas premiadas são ótima pedida para sair da rotina
1. Alexandre de Jesus, da Reckitt Benckiser; 2. e 5. Roberto e Rinaldo Foga, da BuonoGel; 3. e 4. Nobuo e Marco Kobayashi, do Sítio Kobayashi 6. Fernando César Tonoli, do Alambique JP; 7. e 8. Fernando Borelli Editore e Damião Vicente, da Casa do Pão de Queijo. Foto produzida no Parque da Cidade de Itupeva.
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LOCAL - DIGITE NO SEU WAZE: Gran Ville São Venâncio Estrada Municipal Duílio Sai, s/n São Venâncio – Itupeva – SP
4 » CARTA DA EDITORA ÍNDICE
Viver Itupeva
Você conhece Itupeva? Muita gente passa pela região do Outlet Premium e Wet’n Wild às pressas, sem se dar conta da riqueza cultural, industrial, rural, comercial, agrícola, esportiva e histórica do município de pouco mais de 57 mil habitantes. Fazer essa primeira edição foi uma delícia, especialmente para quem ama descobrir “mundos novos”. Na seção “Causos Ilustres”, você confere histórias sobre a infância da artista Tarsila do Amaral na cidade. Entre trilhas, aventuras e qualidade de vida, dê uma passadinha em “Saúde em Movimento”, e descubra lugares espetaculares para pedalar só ou em boa companhia. Entre uma pedalada e outra, desvende os segredos dos Kobayashi, que são referência no cultivo de uva e outros alimentos, em “Crescer com Itupeva”. As seções “Cultura” (Casa da Cultura) e “Sabores de Itupeva” (Sítio Sassafraz) estão recheadas de opções para você trabalhar os seus talentos artísticos ou passear com as crianças e fazer compras de alimentos fresquinhos, colhidos direto do campo. Quer conhecer a cidade sob a ótica de um engenheiro que ajudou a construir obras importantes no município? Então, corra já para o “Nossa Gente” e aprecie os relatos de Romeu Wakabayashi. Para fechar a edição com chave de ouro, a “Capa” traz as histórias, os desafios, as superações, os investimentos e a garra de empreendedores que estão no município há quase 60 anos, como Alambique JP e BuonoGel, e marcas conhecidas pelo grande público, como Casa do Pão de Queijo e Reckitt Benckiser, todas importantes para o desenvolvimento local. Chegamos para Viver Itupeva e descobrir um mundo de possibilidades junto com os nossos leitores. Divida o que você sabe sobre a cidade com a gente. Viva Itupeva conosco!
Diretoria: Luana Garcia Produção e publicação: Fontpress Comunicação Av. Pavão, 955, cj. 85, Moema São Paulo, SP – CEP 04516-012 Tels.: (11) 5044-2557 e 5041-4715 Jornalista responsável: Luana Garcia (MTB 43.879) Editora-chefe: Luana Garcia Reportagem: Sônia Santos Fotografia e imagem da Capa: Mariane Melo Colaboração: André Soares Projeto Gráfico: Fontpress Comunicação Direção de Arte e Diagramação: Caio Cesar Financeiro: Greyce Vitorino Comercial: Francisco Farias Fernandes Junior, Rebeca Deodato e Vlademir Maia
Para anunciar: Tels.: (11) 5044-2557 e 5041-4715 fontpress@fontpress.com.br Impressão: Nywgraf Publicação semestral, custeada integralmente por anunciantes. É proibida sua reprodução total ou parcial sem autorização por escrito da editora. A Fontpress Comunicação não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios, mensagens e informes publicitários, bem como dos textos inclusos nesta edição.
Um abraço, Publisher Viver Itupeva
Viver
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MEMÓRIA AFETIVA
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CAPA CAUSOS ILUSTRES NOSSA GENTE
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CRESCER COM ITUPEVA FESTA DE TODOS SAÚDE EM MOVIMENTO SABORES DE ITUPEVA CULTURA
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Viver Itupeva
MEMÓRIA AFETIVA « 5
O QUE É QUE
ITUPEVA TEM? Foto: Mariane Melo/Fontpress
De bairro de Jundiaí a cidade independente, o município se destaca no interior paulista. Descubra o início dessa história
Itupeva tem 53 anos, mais de 57 mil habitantes e lugares que muitos brasileiros conhecem bem, como Wet’n Wild, Outlet Premium, turismo rural e de aventura, fazendas para quem deseja viver experiências únicas com a família e os amigos, grandes indústrias nacionais e internacionais, setores do agronegócio que são referência para outros países, pontos turísticos imperdíveis, partes importantes da história do Brasil, como fazendas da artista Tarsila do Amaral, quilombos desativados, restaurantes com comida da roça e gostinho de quero mais, condomínios de alto padrão, grutas, trilhas, parques, espaços de eventos, cultura, entretenimento e muita gente hospitaleira. É tanta história interessante e lugares deslumbrantes para descobrir que a Revista Viver Itupeva criou a seção “Memória Afetiva”, destinada a preservar toda essa riqueza cultural. A cada edição, ela apresentará um ponto histórico. Na estreia, você descobre como Itupeva se transformou em município amado e visitado por gente de todo o Brasil e do exterior. Colecione as nossas descobertas e “sente-se porque que lá vem história”!
Autonomia
Dados oficiais e informações públicas atestam que, em 1953, o povoado de Itupeva passou a ser um bairro de Jundiaí. A palavra Itupeva significa “Cascata Pequena” em Tupi-Guarani, ou “Pato Incandescido” em Aruaque, derivado do Tupi. Em 1957, foram instalados ali o Distrito e o Cartório de Registros Civil e Anexos, fruto do trabalho do vereador José Poli, representante na Câmara Municipal de Jundiaí. Em 1957, a população e as lideranças locais se organizaram para conseguir a autonomia do bairro. Foi criada, então, a Comissão de Emancipação, encarregada de elaborar a documentação para justificar o Projeto de Lei na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo, tendo o deputado Salvador Julianelli como autor. No mesmo ano, sob a coordenação de Luiz Poli, foi realizado um plebiscito e 90% dos eleitores apoiaram o projeto. Em 31 de dezembro de 1963, pela Lei Estadual 8.050, Itupeva ganhou a condição de município. A instalação oficial aconteceu em 21 de março de 1965. A Lei Estadual 8.092/64 estabeleceu as divisas do município de Itupeva com os seus vizinhos. Luiz Poli foi o primeiro prefeito, nos anos de 1965 a 1968.
6 » CAPA
Viver Itupeva
ÍNDICES E SETORES QUE IMPULSIONAM A ECONOMIA DE ITUPEVA Agricultura, turismos rural e de aventura, centro de compras, Lei de Incentivo e acesso a importantes estradas, rodovias e aeroportos fazem do município um filão para investidores
Foto: Divulgação/Jafo Fotografia
Itupeva, localizada no interior de São Paulo, atrai 7 milhões de visitantes todo ano. Depois de Aparecida do Norte, é a 2ª cidade do estado a receber mais turistas, devido à grande quantidade de opções disponíveis no município e na região, como Shopping Outlet Premium, Wet’n Wild, fazendas centenárias, pontos turísticos e históricos, romarias, eventos e competições esportivas, rota do Circuito das Frutas e outras atrações, que lhe conferiram o apelido de “Orlando Paulista”. Investidores têm demonstrado cada vez mais interesse em transferir suas companhias para a cidade ou morar no município, que tem 53 anos e pouco mais de 57 mil habitantes. Estar em um lugar estratégico conta pontos a favor da cidade, localizada a 70 km de São Paulo, situada entre grandes polos de desenvolvimento - faz divisa com Jundiaí, Louveira, Vinhedo, Valinhos, Campinas, Indaiatuba, Itu e Cabreúva -, com fácil acesso a importantes rodovias, como Bandeirantes, Anhanguera,
Dom Gabriel Bueno Paulino Couto, Hermenegildo Tonoli, Miguel Melhado Campos e proximidade com o Aeroporto Internacional de Viracopos. Além da quantidade de atrações e acesso privilegiado, o município é o 16º no ranking de desenvolvimento de cidades pequenas-médias, segundo estudos da Consultoria Urban Systems, em 2017. A mesma consultoria traz Itupeva entre as 50 mais seguras do estado de São Paulo, ocupando o 42º lugar. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2010 o município tinha um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,762, considerado alto. Em 2017, o mesmo instituto verificou que a cidade tem uma área territorial de 200,816 km². Uma Lei de Incentivo (Lei Inovação Itupeva 413/2017), editada pela Prefeitura em 2017, também vem atraindo a atenção dos empresários. Descubra histórias de empresas brasileiras e multinacionais que apostaram na cidade, têm prosperado e contribuem com a economia local e nacional.
Reckitt Benckiser
O novo Hub industrial da RB (Reckitt Benckiser), empresa de consumo para saúde e higiene, foi inaugurado em março em 2018, em Itupeva. Esse é o 3º galpão da companhia, que tem sede na Inglaterra e operações em mais de 60 países, no estado de São Paulo. A cidade foi escolhida pela multinacional em razão da Lei Incentivo “Inovação Itupeva 413/2017” e por sua localização estratégica, próxima das principais rodovias do estado de São Paulo. Com o novo centro de distribuição, a empresa pretende contratar mais de 100 colaboradores diretos e indiretos. Embora não abra dados de investimento no Brasil, a empresa diz ter realizado seu maior investimento logístico do ano. “A inauguração representa mais um importante passo na história da RB no Brasil e reforça seu comprometimento em investir no país”, explica Alexandre de Jesus, gerente de logística industrial da RB. No Brasil, a empresa tem um portfólio com 33
Foto: Divulgação/Reckitt Benckiser
marcas, como Veja, Vanish, SBP, Sustagen, Strepsils, Naldecon, Olla, Jontex, Luftal, Veet, Amopé, Dettol, Harpic, Destac, Poliflor, Finish e Air Wick Bom Ar. Com uma área de 24 mil m², o galpão aumentará o nível de serviço do grupo no Brasil, possibilitando melhor acesso aos produtos. A nova entidade comercial da RB se encarregará da recepção e do abastecimento dos clientes nos principais centros de distribuição da empresa.
Fotos: Mariane Melo/Fontpress
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Casa do Pão de Queijo
Em constante crescimento, Itupeva tem atraído grandes empresas, como a Casa do Pão de Queijo, que atua no mercado brasileiro há mais de 50 anos e, numa decisão planejada, veio para o município. “A construção da fábrica foi fundamental para acompanhar o crescimento da rede, tanto na parte de demanda de fabricação, quanto na necessidade de logística e distribuição, visto que a localização fica num ponto bastante estratégico”, explica o advogado Damião de Bozano Rocha Vicente, gerente de Recursos Humanos da empresa. Inaugurada em 15 de setembro de 2001, a fábrica concentra a produção de seus principais produtos: pão de queijo, folhado, pastel de forno, sanduíche e “O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo”. “Com capacidade de produção de 7 mil toneladas por ano, a unidade também une o recebimento, a armazenagem e a distribuição de produtos comercializados com a marca, fabricados por
outras empresas e exclusivos da Casa do Pão de Queijo. Itupeva também concentra o centro de distribuição para todo o território nacional”, detalha Fernando Borelli Editore, diretor industrial e engenheiro de alimentos. A estrutura abrange um terreno de 40 mil m², prédio industrial de 6 mil m² e um prédio administrativo de 750 m². “Atualmente, temos 600 pontos de venda com atuação exclusiva no mercado brasileiro”, enumera Vicente. Em 2010, adquiriram a marca “O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo”. A produção e o faturamento devem crescer na ordem de 5% em 2018 em relação ao ano de 2017. Desde 2001, o número de colaboradores diretos passou de 90 para 570. Indiretos chegam a 5.050, distribuídos em diversos setores, cidades e estados do país.
Viver Itupeva
Fotos: Mariane Melo/Fontpress e Divulgação/BuonoGel
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BuonoGel
Outra marca forte que está em Itupeva desde 1960 é o Grupo BuonoGel, da Fazenda Ouro Verde. Renato Foga começou plantando café. Quando tinham por volta de 15 anos, os filhos Roberto Foga e Rinaldo Foga já acompanhavam o pai na lavoura. Nos anos 1980, os irmãos analisaram o mercado em busca de alternativas para sustentar suas famílias. Optaram pelo cultivo de brócolis e couve-flor. A mudança de direção surtiu efeito e eles se tornaram pioneiros nesse tipo de cultivo no município. Graças ao resultado positivo, surgiu, há 17 anos, a BuonoGel, indústria de alimentos congelados. A companhia possui uma produção verticalizada (faz desde a muda dos brócolis e da couve-flor até o congelamento) e emprega, direta e indiretamente, em torno de 300 profissionais. Agricultura, pecuária, indústria de alimentos, armazenagem e transporte são as principais áreas de atuação da BuonoGel.
Produtos e clientes
Embora os carros-chefes da companhia sejam brócolis, couve-flor e mandioca especial (triturada sem a adição de nenhum ingrediente), ela também comercializa vegetais congelados e in natura, como espinafre, seleta de legumes, entre outros, chegando a 30 itens diferentes, além de produzir a maior parte da matéria-prima que utiliza. Na agricultura, a empresa possui mais de 500 hectares de plantio. Na fábrica, produzem, aproximadamente, 300 toneladas por mês. Para aprimorar ainda mais o modo de plantar, colher, armazenar e transportar, a companhia tem investido cada vez mais em tecnologias. Os principais clientes são os distribuidores, mas já há planejamento para atingir o consumidor final. “Vender para o exterior também faz parte dos nossos planos. Já enviamos produtos para Miami e Curaçao”, comemoram Roberto e Rinaldo Foga, proprietários da BuonoGel.
Fotos: Divulgação/Outlet Premium São Paulo
Outlet Premium São Paulo
O Outlet Premium São Paulo, instalado em Itupeva, tem papel fundamental no desenvolvimento econômico da cidade e da região. Em 2016, o centro de compras recebeu 6 milhões de visitantes, interessados em adquirir produtos de grifes nacionais e internacionais. Inaugurada em 2009, pela General Shopping Brasil, pioneira no Brasil e na América Latina, a rede já chegou ao Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. O espaço instalado em Itupeva tem 113 lojas. Ao definir as estratégias que trariam retorno financeiro para os investidores da General Shopping Brasil e para os lojistas, além de economia para os clientes e expansão turística ao setor de compras, os especialistas optaram por começar as operações em Itupeva. Isso porque Itupeva tem vocação turística, fácil acesso aéreo e terrestre e está próxima a grandes centros econômicos, como São Paulo, Campinas e Jundiaí. Como o sucesso da proposta de um Outlet pede que ele seja construído fora dos grandes centros urbanos, para reduzir os custos de operação, a cidade caiu como uma luva. No Outlet Premium, os lojistas conseguem praticar preços até 80% menores do que em suas principais lojas de coleção.
Sucesso de público e de resultado
O empreendimento atrai público de todo o Brasil. Muitas pessoas vêm comprar no lugar e acabam passando alguns dias extras na cidade, encantadas com a cultura e variedade de atrações. O conceito de Outlet caiu nas graças dos brasileiros e já conquistou vários prêmios. Em 2012, o centro de compras de Itupeva recebeu o troféu de ouro na categoria “Novo Projeto e Desenvolvimento” da International Council Shopping Centers e recebida pela ICSC, a principal entidade que representa o setor. Em 2017, a unidade foi eleita “Melhor Outlet Center do Brasil”, no Prêmio Abrasce 2017, e é o maior mall da Rede, com 21.570 m2 de ABL (área bruta locável), aproximadamente 100 mil
Foto: Mariane Melo/Fontpress
Alambique JP
Em 2018, o Alambique JP, primeira indústria de Itupeva, completa 70 anos. Há muito a comemorar pela família Tonoli, uma das fundadoras da cidade. Os anos de produção de bebidas alcoólicas populares e premium renderam diversos prêmios à empresa. Em 2017, foram dois: medalha de ouro (Concurso Mundial de Bruxelas) e melhor alambique do estado de São Paulo (Concurso Estadual de Cachaça) concedido pela APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios). Em 2014, melhor cachaça Prata do Brasil (Concurso de Qualidade da Cachaça de Alambique), concedido pela Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”). Com produção anual de 40 mil litros por ano e capacidade para chegar a 200 mil litros, o principal mercado da companhia é o regional. De olho no crescimento, já exportaram para Miami e estão em negociação para vender a cachaça Prata para Los Angeles, Portugal e Inglaterra. Também há investimento em turismo rural a caminho. “Hoje, o consumidor quer fazer suas compras “direto na fonte”. Vemos isso como oportunidade para aumentar as vendas e agregar valor aos nossos produtos”, explica o engenheiro agrônomo Fernando César Tonoli, mestre em microbiologia e responsável técnico da empresa. Para ele, os compradores do engenho querem conhecer o processo de fabricação das bebidas. “Quando têm essa curiosidade atendida, passam a confiar mais na marca”, diz Tonoli.
Crises superadas
Vindos da Itália por volta de 1900, os Tonoli chegaram ao Brasil para trabalhar nas lavouras de café. Em 1925, o bisavô comprou o sítio, na época Fazenda Nova Era. O lugar tinha um engenho, construído pelo antigo proprietário, em 1890. Como a paixão do patriarca dos italianos era o café, mandou destruir as plantações de cana-de-açúcar e, no lugar, abriu espaço para a cafeicultura. Logo no início da produção, veio a crise do café e ele perdeu todo o patrimônio que tinha, exceto a fazenda. Em busca de outras atividades, Danilo Tonoli, avô de Fernando e na ativa até hoje, e seus irmãos reativaram o antigo engenho, em 1948, e retomaram a produção de cachaça, com o nome de Aguardente de Cana JAPI. Hoje, Fernando, seu avô (Danilo) e o pai (Cyrineo Tonoli) trabalham juntos, unindo tradição e inovação. Também passaram a produzir bebidas personalizadas para outras empresas.
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14 » CAUSOS ILUSTRES
Viver Itupeva
Portrait of Tarsila do Amaral in profile, mid-1920s. Gelatin silver print. Pedro Corrêa do Lago Collection, São Paulo.
É difícil encontrar um morador de Itupeva que não mencione, com orgulho, que Tarsila do Amaral (1886-1973) e sua família tinham propriedades na cidade e que, quando criança, a artista passava dias de descanso no município. Os causos são muitos. Para descobrir mais detalhes sobre essa instigante e ilustre visitante-proprietária, fomos atrás de detalhes, fatos concretos e histórias de habitantes da cidade que a conheceram.
MENINICES DE
TARSILA DO AMARAL Brincar entre árvores e paisagens, dar nome a pedras com os amigos e, na fase artística, eternizar as belezas do interior em muitas de suas obras são algumas das memórias da artista sobre Itupeva
Tarsila do Amaral. Setting Sun (Sol poente), 1929. Oil on canvas. 21 1/4 x 25 9/16 in. (54 x 65 cm). Private collection, Rio de Janeiro. © Tarsila do Amaral Licenciamentos.
Infância em meio a pedras e à natureza
É impressionante a quantidade de pedras que se tem a oportunidade de ver ao passar pelas estradas de terra do município. Muitas fazendas e estabelecimentos comerciais têm em seus terrenos exemplares colossais. As pedras gigantes aguçavam a imaginação de Tarsila do Amaral. Olhálas a cada dia era ter um mundo repleto de possibilidades, à disposição da criatividade, habilidade que ela sabia bem como usar. A futura artista e os amigos brincavam entre as pedras e a bela paisagem da cidade. Chegavam a dar nomes às rochas. “Cada criança tinha sua pedra, davamlhe nomes....”, descreve Aracy Abreu Amaral, no livro Tarsila, Sua obra e seu tempo (Editora Perspectiva, Edusp). A crítica, curadora de arte, pesquisadora, escritora e professora traz registros sobre a relação de Tarsila com Itupeva e região. “Minha meninice foram as correrias e as brincadeiras de uma pedra a outra”, diz o livro.
Fazenda Santa Teresa do Alto
Nascida em Capivari, interior paulista, e filha de José Estanislau do Amaral Filho e de D. Lydia Dias de Aguiar, Tarsila passou boa parte da infância entre sua cidade natal, São Paulo, e Itupeva,
mais precisamente na Fazenda Santa Teresa do Alto, região de Monte Serrat. Já na fase adulta, desenvolvendo técnicas artísticas que, no futuro, a tornariam mundialmente reconhecida, preservou as riquezas do interior em sua obra. “Ao pôr do sol, essa multidão reflete bem o universo de Tarsila, suas figuras recortadas, os volumes irreais arredondados, as formas contra um fundo liso. A devoção pela paisagem de sua infância ela não abandonou nunca”, descreve a pesquisadora Aracy Abreu Amaral. Tarsila foi próxima de muitos dos colaboradores da fazenda. Não havia melindres ou frescuras. Quando chegava à cidade, encontrava João Batista Correa, administrador da propriedade, que a buscava de carro ou charrete, em Monte Serrat. Certo dia, ao saber que João seria pai de uma menina, pediu que ele desse ao bebê o nome de Tereza. A filha de João, Tereza de Jesus Correa Souza, estava sempre agarrada ao pai. Por isso, tinha contato constante com a patroa. Tereza não se lembra, ao certo, se foi colega de Tarsila até completar 12 ou 15 anos. Como tinha os cabelos compridos, a filha do administrador ganhava fitas de Tarsila para prendê-los de um jeito charmoso. “Eu a achava linda e muito batalhadora”, afirma Tereza.
16 » CAUSOS ILUSTRES
Viver Itupeva
A família Souza convivia muito com a artista. Benedito Correa, irmão de Tereza, concluiu o ensino até o 4º ano. Na época, quem conseguia esse feito era visto com admiração. Como valorizava o conhecimento, foi convidado pela filha de Estanislau para ser o professor das crianças da fazenda. Tereza não chegou a concluir a escola como o irmão, mas isso não foi empecilho para receber elogios. “A Tereza não vai precisar estudar muito porque vai vencer. Ela trabalha com os olhos”, dizia Tarsila. Por volta de 1965, a filha do administrador abriu um salão de beleza em Jundiaí, passando a atender muita gente, inclusive parentes, amigas e cunhadas da patroa dos pais. Até hoje, o espaço funciona. Em 1997, Tereza e o marido, Ângelo Pinto de Souza, abriram a Parada do Quilombo, hoje sob o comando do filho, Laerte Pinto de Souza. Há 5 anos, administram o “Cantinho da Tereza”, restaurante localizado em Itupeva. Aos 76 anos e cheia de vida e histórias para contar, ela diz que, assim como a ilustre colega previu, conquistou muito do que desejou. A cozinha da propriedade ficava sob os cuidados de Olária Maria de Jesus, mãe de Tereza, e de Zilda Correa Bianchi, cunhada da garota. As duas eram as responsáveis pelas delícias que davam água na boca de muita gente. “Minha mãe usava o fogão a lenha para fazer lombo de porco. O cheiro tomava conta da casa”, entrega. A cozinheira jamais deu um pedaço da iguaria à filha. “Até hoje sinto o cheiro do lombo que não comi”, conta aos risos. Os Souza trabalharam com a família Amaral por mais de 20 anos. Para encerrar a conversa, Tereza faz uma pausa e pondera: “bem que a gente poderia ter pedido uns dois, três quadros para Tarsila. Pena não sabermos que ela ficaria famosa no mundo todo”.
» MoMA
Nova York recebe, de 11 de fevereiro a 3 de junho de 2018, a mostra Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil, realizada no MoMA (Museum of Modern Art). Desenhos, pinturas, fotografias, cadernos e outros documentos de sua obra, no período de 1920 aos anos 1930, poderão ser apreciados pelo público, que terá o privilégio de conferir coleções vindas da Europa, América Latina e Estados Unidos.
Installation view of Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil, The Museum of Modern Art, New York, February 11–June 3, 2018. © 2018 The Museum of Modern Art. Photo: Robert Gerhardt
Foto: Mariane Melo/Fontpress
Estudo, comida e amizades
Como os visitantes do restaurante e de Itupeva sempre perguntam sobre a vida de Tarsila do Amaral na cidade, Laerte Pinto de Souza, da Parada do Quilombo, faz questão de manter a biografia da artista no estabelecimento para comprovar a informação
Restaurante Parada do Quilombo Tels.: (11) 94220.0825 e (11) 94743.1915 Funcionamento: sex., das 11h às 14h. Sáb. e dom., das 11h às 15h30. Feriados sob consulta. www.paradadoquilombo.com.br
NOSSA GENTE « 17
DESDE
1959
O crescimento de Itupeva passou pelas mãos e pelo trabalho do engenheiro civil Romeu Hiroyuki Wakabayashi
Os bailinhos de fim de semana, a época em que o futebol era sinônimo de diversão em Itupeva, famílias que começaram do zero, vindas de outros países com perspectiva de refazer a vida no interior paulista, poucos habitantes, a estrada de ferro Sorocabana em pleno funcionamento e muitas outras lembranças estão registradas na memória e no coração do engenheiro civil Romeu Hiroyuki Wakabayashi. Colaborador da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Manutenção de Itupeva, Romeu mora na cidade desde 1959, quando tinha apenas 2 anos. De lá até 2018, ele acompanhou, ativamente, o crescimento do município. Seu currículo é carregado de obras realizadas e histórias fresquinhas, muitas na ponta da língua. Conversar com ele é ter o privilégio de fazer um passeio cheio de descobertas por toda a região.
Foto: Romeu Wakabayashi/Acervo Pessoal
Talento para fazer crescer
Ainda garoto, Romeu viu Itupeva sair da condição de distrito de Jundiaí para cidade, lá na década de 1960. Também testemunhou o povoado que vivia, predominantemente, da atividade rural, plantação de café, uva e a criação de gado receber grandes empresas nacionais e internacionais e comércios. O conhecimento e a experiência do engenheiro deram vida à pavimentação asfáltica, à manutenção de ruas e estradas de terra, à construção de pontes de madeira e de concreto, galerias de águas pluviais, redes de água e esgoto, à construção de unidades habitacionais, escolas, creches, praças, jardim, Concha Acústica da Pedreira, Ginásio do Trabalhador, Pista de Skate do Ginásio de Esportes, postos de saúde, Casa do Idoso, entre muitos outros projetos. Depois de tantos anos dedicados à cidade, Wakabayashi elege alguns de seus lugares prediletos: Parque Municipal, restaurantes Parada do Quilombo e o da família Menegon, o café da manhã do Sítio Sassafraz, Cervejaria Rofer, Pesqueiros Peixe Vivo e Tia Emília, Gruta do Quilombo, Centro de Lazer do Trabalhador e Ginásio de Esportes.
Foto: Mariane Melo/Fontpress
Viver Itupeva
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20 » CRESCER COM ITUPEVA
Viver Itupeva
CORAGEM PARA
PLANTAR, COLHER E SE DESENVOLVER
Há quase 60 anos, a família Kobayashi cultiva uva, pêssego, couve-flor, arroz, feijão, algodão e outros produtos agrícolas. A trajetória é marcada pela chegada a um Brasil desconhecido, trabalho em várias cidades, arrendamento de terras, aprendizado, planejamento, busca e compartilhamento de informações, parcerias com instituições renomadas, prêmios e continuidade dos negócios da família, uma vez que a gestão encontra-se na terceira geração, com Nabuo Kobayashi e o engenheiro agrônomo Marco Kobayashi à frente do negócio.
Fotos: Divulgação/Sítio Kobayashi
Chegar a um país desconhecido, trabalhar em várias cidades, plantar frutas, verduras e legumes e construir um negócio familiar premiado são algumas das conquistas dos Kobayashi, produtores em Itupeva desde 1960
Chegada ao Brasil
Nobuo Kobayashi tem 81 anos. É imigrante, assim como toda a sua família (10 filhos, sendo ele o mais velho, e os pais). Vieram de Ibarakiken, Japão, em 1933, direto para São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, onde prestaram dois anos de serviço para um fazendeiro, que era colono, nas plantações de café. Depois, foram para Orlândia e os progenitores passaram a arrendar terras. Plantaram arroz, mamona e outros alimentos. Em 1960, vizinhos avisaram que havia um loteamento à venda em Itupeva (Fazenda São Pedro), na época bairro de Jundiaí. Nobuo, o pai e um cunhado visitaram o lugar, gostaram do que viram e optaram por mudar de região e de ramo. A palma (flor) foi o primeiro produto plantado por eles no município, seguida de tomate e fruticultura. No bairro, até então, só havia plantação de um tipo de uva: a Niágara branca, importada dos Estados Unidos. A Niágara rosada surgiu mais tarde, no sítio dos Carbonari. Segundo Marco Kobayashi, ela era uma mutação natural da branca. Depois de mais ou menos três anos instalados na nova propriedade, foram procurados por equipes do Instituto Agronômico de Campinas para produzir variedades de pêssegos. Aceitaram experimentar. Felizmente, funcionou e os novos frutos se adaptaram à região. Grande parte da produção do sítio era vendida para feirantes de cidades vizinhas, como Valinhos, Jundiaí e Louveira, que revendiam para os frequentadores das feiras livres. Para atender à demanda, eles faziam as encomendas com antecedência. No dia seguinte, encostavam os caminhões no sítio e retiravam os produtos. Isso começou a mudar há uns 12 anos, graças ao aumento dos mercados, interessados em vender alimentos frescos aos seus clientes, pois sabem que os Kobayashi colhem no dia, processam e plastificam. Os compradores buscam à tarde para entregar de madrugada. Logisticamente, a produção dos agricultores está a 45 km de Campinas e a 70 km de São Paulo, seus dois principais mercados.
Sem parar
Marco Kobayashi e o tio são os responsáveis por comandar os negócios, junto com outros funcionários. Antes, a função era exercida por Nobuo e pelo pai de Marco, que faleceu. “A variedade de pêssegos que eles tinham no mercado é mérito dos dois”, comenta Marco. Já aposentado, Nobuo diz sentir necessidade de se movimentar diariamente. São dele as responsabilidades de subsolar, gradear e passar a encanteradeira.
22 » CRESCER COM ITUPEVA
Viver Itupeva
Solo bom e produtividade
Com 18 hectares, solo fértil e condições climáticas favoráveis ao plantio diversificado, os Kobayashi são diretos: “É ter coragem para plantar e acabou”, encoraja Marco. Bem-humorado, o engenheiro agrônomo diz que ele e o tio já têm tudo planejado para dois meses de serviço. Toda essa organização é fundamental para não depender apenas de uma safra. “Não dá. É preciso alta rotação hoje”, ensina Marco, acrescentando que a fruta, hoje, demora dois anos para dar retorno. Como o solo já está preparado, eles plantam outras culturas entre as frutas. Conhecidos pelo cultivo de uvas, os agricultores dizem que o carro-chefe da produção é a uva Itália, embora a Niágara rosada seja a mais consumida. O pêssego também vem ganhando destaque. Em 2017, produziram 62 toneladas de uva. Em 2016, 45 toneladas, o que demonstra que estão numa curva de crescimento.
A experiência e o conhecimento aprendidos, testados e aperfeiçoados são fontes de inspiração para muita gente, como estudantes de graduação e pós-graduação e agricultores de diferentes regiões e lugares do Brasil. “Na semana passada, recebemos a visita de um produtor de Petrolina (PE)”, conta Marco. Os Kobayashi estão sempre em busca de novas descobertas. Por isso, testam muitas possibilidades na propriedade. Segundo Marco, ninguém produzia uva de vinho na região, pois havia dificuldade de chegar ao nível ideal de doçura de, no mínimo, 16 graus. Mudando o manejo, Nobuo e o sobrinho conseguiram chegar a 22 graus. Há outros casos parecidos com esse no currículo dos agricultores. Para chegar ao objetivo que deseja, a dupla planeja cada detalhe: tipo de adubo para cada clima. É assim com as frutas, verduras, feijão, couveflor e demais produtos.
Balanço, prêmios e mudanças econômicas em Itupeva
De acordo com o engenheiro, que trabalha na propriedade da família e presta auxílio a outros agricultores, o estímulo aos produtores melhora a qualidade de vida, gera emprego e renda, além de movimentar a economia local. Os agricultores receberam muitos prêmios ao longo desses quase 60 anos de trabalho. “Quem gostava de prêmio era o meu pai. Recebia de todas as exposições”, diz Nobuo. Numa das organizações feitas por uma das irmãs, encontraram um quarto cheio deles, com prateleiras carregadas. Avaliando a trajetória da família e a de outros agricultores, Marco espera que o negócio tenha continuidade e sobreviva a muitas gerações, diferentemente do que aconteceu com famílias até mais antigas do que a deles. “Tem um pouco de sangue misturado com terra”, conclui Marco, sobre a tradição dos Kobayashi.
Foto: Mariane Melo/Fontpress
Compartilhando o conhecimento
Viver Itupeva
FESTA DE TODOS « 23
DIVERSÃO E ARTE A Revista Viver Itupeva cobriu dois eventos importantes na cidade: o carnaval e a festa de aniversário do município. Vamos conferir? Para comemorar os 53 anos de Itupeva, a Prefeitura organizou uma festa no Parque da Cidade, em 18 de março, com shows, atrações culturais, brinquedos para a criançada se divertir e muita informação. Tendas sobre diversos assuntos foram montadas na parte interna do parque. Profissionais experientes esclareceram dúvidas da população sobre higiene bucal, saúde, exames médicos, utilização correta da cadeirinha para crianças e uso consciente da água. A Fundação Procon também marcou presença, tirando dúvidas sobre os direitos do consumidor. O prefeito da cidade, Marcão Marchi, e outros gestores prestigiaram o evento, que contou com uma estrutura de segurança especial para garantir tranquilidade à população. Um dos destaques, o Grupo Evolution deu um show de Hip Hop sob a orientação de André Ramalho, professor da Casa da Cultura e atuante em projetos sociais há mais de 14 anos. Formado por 12 pessoas, o grupo conta com a participação de crianças e jovens.
Carnaval
Fotos: Mariane Melo/Fontpress e Divulgação/Prefeitura de Itupeva (Carnaval)
Além das tradicionais marchinhas, a segurança veio em posição de destaque no carnaval de Itupeva, realizado de 9 a 12 de fevereiro, na Praça de Eventos da Pedreira. Crianças, jovens, adultos e idosos puderam aproveitar a folia e as demais atrações da festa, como banda Fuzuê, Cia Anddy Regis, o itupevense Emici Jeferson e outros artistas da região. Para garantir que a insegurança não entrasse de penetra na festa, a Prefeitura firmou parceria com a empresa GF Monitoramentos, que cedeu 20 câmeras, instaladas em pontos estratégicos, e profissionais para reforçar a proteção, feita também pela Guarda Civil Metropolitana, 11º Batalhão da Polícia Militar do Interior e Corpo de Bombeiros. Ambulâncias e agentes de trânsito reforçaram o apoio aos convidados e anfitriões. Para coibir a perigosa combinação de bebida e direção, foi colocada em prática a “Operação Direção Segura”.
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Viver Itupeva
NAS TRILHAS DO BEM-ESTAR
Ganhar condicionamento físico e qualidade de vida, inspirar crianças e jovens e representar a cidade em campeonatos no Brasil e no exterior são alguns dos caminhos proporcionados pelo esporte itupevense Aos sábados e domingos, logo pela manhã, é comum ver grupos de cliclistas saindo de muitas cidades em direção ao interior paulista. Itupeva é um desses destinos. Cada biker tem um objetivo: emagrecer, ganhar condicionamento físico, passear com a família, descobrir novas trilhas na companhia dos amigos, se preparar para mais uma maratona ou conhecer
pontos históricos. Independentemente da meta, não há dúvidas de que a atividade traz uma série de benefícios para quem a pratica, como condicionamento cardiovascular, redução do estresse, relaxamento, melhora o equilíbrio e a coordenação motora, ajuda a trabalhar a disciplina, entre outros ganhos para o corpo e para a mente.
Fotos: Divulgação / Michael Henrique de Almeida Alves
26 » SAÚDE EM MOVIMENTO
Para Amadores e profissionais
Os aficionados pelo ciclismo, amadores e profissionais, e esportes em geral encontram muitas opções em Itupeva. As trilhas São Venâncio, Fantasma, Santa Gertrudes, Limoeiro, Foga e Quilombo são algumas das indicações do atleta Michael Henrique de Almeida Alves, 27 anos, nascido e criado no município. A região do bairro do Quilombo é a predileta do ciclista. “É um lugar belo, com paisagens naturais e de muita riqueza histórica”, explica Alves. Quem o vê em ascensão nem imagina que a bike não foi seu primeiro esporte. Durante 10 anos, Michael aprimorou suas manobras e virou fera sobre o skate. Para treinar, usava a Pista Municipal de Skate de Itupeva. A magrela foi influência de um grupo de amigos apaixonados por colocar a bicicleta na estrada e desbravar lugares novos. “Daí para frente, me apaixonei”, avisa. O que era lazer virou vontade de aprender mais e mais. Ao competir pela primeira vez, o atleta percebeu que poderia superar seus limites. E superou. Hoje, coleciona diversos títulos.
Esporte e determinação
Chuva, sol escaldante, terrenos acidentados, quedas, sono cronometrado e busca por patrocinadores são alguns dos muitos obstáculos vencidos diariamente pelo atleta. Quer mais? “O maior desafio que estou passando (no ciclismo) são treinos fortes e alimentação regrada”, diz o ciclista. Superar desafios e treinar duro o transformaram em uma grande
inspiração para as crianças e os jovens interessados em seguir a carreira esportiva, que o param na rua pedindo orientações. O crescimento de diversas modalidades esportivas e mais espaços de lazer e treinamento ajudam os atletas a trazerem títulos nacionais e internacionais à cidade. Atualmente, Michael Treina para participar de competições em outros países, um de seus grandes sonhos. Entre uma pedalada e outra, trabalha como fotógrafo.
30 » SABORES DE ITUPEVA
Viver Itupeva
DE PORTEIRAS
ABERTAS Passeios de trem e a cavalo, colheita de frutas e verduras, café da manhã variado, pesca e contato com a vida rural são algumas das atrações do Sítio Sassafraz
Fotos: Mariane Melo/Fontpress
Estar em contato com a natureza é uma ótima alternativa para quem deseja esquecer, mesmo por um dia ou poucas horas, a correria cotidiana. Percorrer estradas cercadas por belas paisagens, ouvir o barulho dos pássaros, aprender sobre a vida de carneiros, vacas, cavalos, peixes, galinhas, patos e outras espécies, descobrir como são feitos produtos artesanais e colher frutas e legumes do pé parecem sonhos distantes para muita gente, principalmente para quem vive em grandes centros urbanos. A Revista Viver Itupeva percorreu a cidade e encontrou uma porção de lugares que oferecem experiências únicas para a família toda, dos idosos às crianças, passando pelos aventureiros, fãs de pesca e do contato com espécies variadas de animais, até pessoas dispostas a colherem frutas e legumes no pé. Também lembramos de quem prefere comprar delícias prontas em armazéns.
Vivência rural a 70 km de São Paulo
Um desses refúgios é conhecido como Sítio Sassafraz. As porteiras da propriedade são abertas ao público todos os dias. Lá, visitantes, turistas e moradores vivem experiências únicas e voltam revigorados para mais uma semana de trabalho. “O objetivo é que as pessoas possam se integrar ao meio rural”, explica a turismóloga Letícia Vanini, sócia do lugar, em funcionamento desde 2006. No início, o sítio possuía apenas uma loja, que vendia frutas, verduras e compotas. Os donos também recebiam clientes interessados em visitar os espaços, colher produtos do pé, pagar e ir embora. Em 2007, ampliaram a oferta de delícias servidas no café da manhã, de olho no aumento de visitantes.
Personalizado
Quem aprecia frutas e legumes frescos pode colher frutas e verduras na horta e no pomar à vontade, pagar pelos alimentos e levá-los fresquinhos para casa. A pescaria também está liberada no sítio. Peixes da região ficam à disposição dos visitantes. Se você é da turma que prefere tudo pronto, encontrará sardela, tomate-seco, verduras, frutas, artesanatos e outros produtos no armazém. Para receber tanta gente mantendo a qualidade dos produtos, serviço e atendimento, o sítio conta com 30 colaboradores diretos e diaristas, uma prova de que o turismo rural está cada dia mais profissional. “Por meio do turismo rural, preservamos uma história que temos muito orgulho de contar”, diz Letícia. Como surpresa nunca é demais, aos domingos, pessoas de todas as idades podem passear de trenzinho pela propriedade. As crianças têm como cortesia o passeio a cavalo. Eles também organizam passeios pedagógicos, casamentos e outros tipos de eventos no local.
Sítio Sassafraz Tel.: (11) 4496-2201 Funcionamento (sítio e armazém): seg. a sex., das 8h às 17h; sáb. e dom.: das 8h às 14h; feriados sob consulta. Café da manhã: sáb. e dom., das 8h às 13h; feriados sob consulta. www.sitiosassafraz.com.br
32 » CULTURA
Viver Itupeva
MODO DE CULTIVAR Balé, teatro, danças, piano, viola, artes plásticas e outras atividades artísticas são promovidas pela Casa da Cultura de Itupeva Fotos: Mariane Melo/Fontpress
A cultura, entre tantas definições oferecidas pelos dicionários renomados, traz “modo de cultivar” como um dos mais interessantes. Vamos à teoria: ajuda a fazer amigos, traz uma infinidade de benefícios para o corpo e para a mente, desperta a curiosidade e, consequentemente, faz pesquisar e descobrir assuntos, lugares, artistas, conceitos, um mundo desconhecido ou pouco explorado. O cultivar é o arriscar-se em uma atividade ainda não praticada. Aos poucos, conhecendo as notas, os gênios da música, as peças e as técnicas, o aluno se descobre em cima de um palco, um grande motivo de orgulho e inspiração para os amigos, a família e os moradores da cidade. Itupeva oferece oportunidades para crianças e jovens que desejam dar o primeiro passou ou aprimorar o que já sabem sobre cultura e arte. A Casa da Cultura, localizada em frente à antiga estação de trem da Via Sorocabana, no centro, é o melhor lugar para descobrir se a aptidão é o balé, teatro, danças variadas (dança de rua, ventre e salão), piano, viola, coral adulto e infantil, artes plásticas, sertanejo universitário, desenho à mão livre, dança contemporânea, balé power, condicionamento físico, inicialização musical, karatê e violão. Ficou interessado? Ligue para (11) 4591-8505 para saber todas as informações. As aulas de todas as atividades são gratuitas e realizadas de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 17 horas. As oficinas funcionam até às 21 horas ou 22 horas, dependendo do dia da semana.
Arte na cidade
Obras de arte também são encontradas ao ar livre em diversos pontos de Itupeva, como em praças e no Parque da Cidade. Eventos como Salão de Artes Plásticas e Festivais de música, bandas e fanfarras fazem parte do calendário municipal de atrações a serem apreciadas por moradores e turistas de todos os perfis. Para democratizar o acesso às artes cênicas, está em andamento um projeto para dar vida ao Cine Teatro Municipal, que atrairá munícipes e população da região.
POSTE DA PAZ
Foto: Mariane Melo/Fontpress
Iniciativa popular traz para Itupeva monumento internacional focado na paz mundial e na união de povos de todas as crenças e religiões Com a frase “Que a paz prevaleça na terra” escrita em Português, Italiano, Yurubá e TupiGuarani, povos que deram origem à Itupeva, a cidade recebeu o “Poste da Paz” em 24 de março de 2018. O projeto, de iniciativa popular, partiu de Beatriz Esteves, professora de Yoga e focalizadora das Danças Circulares Sagradas. Ela teve contato com o monumento em 2015, quando acompanhou uma inauguração na cidade de Itu, interior paulista. Como mora em Itupeva há apenas 5 anos e foi muito bem recebida, diz que essa era a oportunidade ideal para agradecer pela hospitalidade. O monumento está presente em mais de 200 mil cidades e 180 países e foi idealizado pelo filósofo japonês Misahisa Goi, em 1955, logo após o bombardeio nuclear de Hiroshima, em Nagasaki, no Japão. O objetivo era que ele fosse o símbolo da paz mundial. Por isso, em todas as cidades em que é instalado, leva os idiomas dos povos que deram origem ao lugar. O local escolhido para receber o monumento em Itupeva foi a Praça da Bíblia, até então ocupada por moradores de rua e usuários de drogas. Segundo Beatriz, que atua em projetos sociais para pessoas em situações de vulnerabilidade social, a intenção é que o lugar seja um ponto de encontro de gente de todas as crenças e religiões e de ressocialização, fazendo com que as pessoas se sintam responsáveis pela manutenção e preservação do ambiente. “Pedimos para que o espaço receba o nome de Praça da Paz para ser um monumento de todos”, explica. Sem custos para o município, a iniciativa contou com a contribuição de apoiadores, que transformaram matérias-primas sem uso, como um poste de eucalipto que já havia servido como suporte para uma ponte da cidade. Beatriz também doou os materiais para a confecção das letras. De acordo com a moradora, a obra tem 6 metros de altura e é a maior da América Latina. A inauguração contou com apresentações artísticas africanas e a participação de pessoas de diversas religiões e crenças. “Nossa ideia é unir todas as pessoas em torno de um único objetivo: a paz”, conclui Beatriz.
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