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PAINEL FLEXÍVEL para exercitar e organizar a atenção
puc-rio departamento de artes e design
DSG1002 Projeto Planejamento Ana Branco, Luciana Grether, Socorro Calhau e Vicente Barros Escola Municipal Desembargador Oscar Tenório margarida laurinda da conceição
margaridaconceicao@rioeduca.net 21 99496-2788 lucas luz
lucasolyluz@gmail.com 21 99460-1000 marina marrocas
marinabarrocas@live.com 21 98828-2323
PUC RIO
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sumário
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observação da atividade
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identificação do objetivo
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experimentos
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partido adotado
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geração de alternativas
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alternativa adotada
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construção do protótipo
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desenho técnico
96
experimentacão final
100
conclusões e avaliações
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INTRODUÇÃO Escolhemos fazer o projeto com a Professora Margarida Laurinda da Conceição, que leciona todas as matérias em duas turmas, uma pela manhã e outra na parte da tarde na Escola Municipal Oscar Tenório (Gávea). Uma das turmas é destinada a crianças do projeto de aceleração, esses alunos tem idades entre 9 e 14 anos. Gostamos muito da aula da professora Margarida, e sentimos um grande comprometimento e responsabilidade por parte dela. A turma também conta com menos alunos, permitindo que mais atenção seja prestada a cada um deles, e que as atividades sejam mais proveitosas e menos caóticas. A classe que acontece no período da tarde é para uma turma regular de 5o ano. A professora Margarida também é muito respeitada pelos alunos, e isso traz uma estabilidade à aula. Para nós se tornou muito evidente que a rigidez da professora Margarida vem de uma enorme preocupação que ela tem com os alunos, e isso chamou atenção deles e nos fez decidir que gostaríamos de trabalhar com ela.
Turma da tarde da Margarida Margarida Laurinda em uma de suas aulas
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OBSERVAÇÃO DA ATIVIDADE 1º encontro Quando chegamos, a professora havia distribuído uma folha contendo o “Samba do Avião” de Tom Jobim, e chamava cada um pelo nome para ler um trecho. Os alunos estavam em silêncio, mas era difícil ouvi-los por conta do barulho que as janelas abertas traziam do pátio lá fora. As crianças liam lentamente e com muitas pausas. A professora guiava os alunos pela leitura, dizendo “segunda estrofe”, “Nathan, primeira” e quando uma aluna questionou qual deveria ler, a Margarida disse, “se ela parou na primeira, você vai ler qual?”. A turma estava bem calma, seguindo a atividade de acordo com as ordens da professora, que se mostrou muito organizada e responsável com a disciplina da turma. “Agora vocês vão enumerar os versos desse poema” disse a professora. “Gente, verso é a linha do poema” e começou a circular entre as mesas. “Você escutou o que era pra fazer?” disse a um aluno. “João Marcelo, já fez?” e, voltando ao quadro negro explicou: “O conjunto de versos é uma estrofe.” “No total são quantos versos?” perguntou. “Vocês vão enumerar os versos do poema” ordenou. “Todos já fizeram?” perguntou, olhando para as folhas dos alunos sobre as mesas. Em seguida, começou a fazer perguntas sobre alguns versos, como “Que adjetivo tem aí?” ou “Qual é o substantivo próprio do verso 15?” enquanto os alunos a respondiam em voz alta e ela escrevia a resposta no quadro. Ao ajudar uma aluna que estava com duvidas de enumerar uma linha, ela disse “De onde
tem esse intervalo de – minha alma canta – até – Copacabana, Copacabana”. Ao corrigir ela falou, “no total são 25 versos e 2 estrofes”. Quando terminaram de fazer a folha, a professora pediu:”Vamos agora pegar o livro”.”Todos estão com o livro?” “ Vamos começar”. Era a primeira vez que usavam o livro, por isso a professora explicou aos alunos como ele funcionaria. Ela explicou que o livro foi montado pela Fundação Ayrton Senna para o programa de aceleração e que existe um prazo para ser usado por eles, por se encaixar em um cronograma semestral junto com outros volumes da mesma série. Explicou também que cada aula corresponde a um capítulo, e se um aluno faltasse, ele perderia o capítulo, etc. Em seguida, pediu para que cada aluno escrevesse seu nome em caneta na primeira página junto com o nome da escola, para que caso seja perdido, possa ser retornado. Ao ser perguntada por um aluno se esta poderia escrever o nome com caneta rosa, a professora respondeu “Não, criança amada! Azul ou preta!”. “É a 3a vez, Alan!” disse, chamando a atenção de um aluno. “Esse livro tem muita historinha, né, gente?” falou, folheando o livro. “Se não tem caneta me fala que eu te empresto” disse, se dirigindo a um aluno que não encontrava uma caneta. O primeiro capítulo do livro ensinava como preencher um formulário, e cada um tinha que preencher seu próprio, que pedia o nome completo, data de nascimento, nome dos pais, nome dos irmãos etc. . Margarida aos poucos foi ditando os passos para concluir o formulário dizendo, “vamos colocar na pagina
observação da atividade
4”, “Lembrando que o nome começa com a letra maiúscula”, “embaixo o nome do pai” e “local de nascimento e depois a data de nascimento”. Ela pediu para que os alunos não escrevessem o endereço de casa, apenas o nome da escola, falando, “não coloque o endereço, só a escola”. “Quem não convive com um dos pais e não souber o nome completo pode botar só o primeiro nome” orientou, pelo visto, o caso de alguns alunos da sala. “Pode preencher de lápis, se errar pode apagar” orientou mais uma vez. Uma menina perguntou “ Ô tia, tem que botar o nome dos meus irmãos todos? Não vai caber não” e ela respondeu, rindo “Bota só o primeiro nome”. Durante a explicação ela disse, “muitos deveres de casa nós vamos fazer na escola”. A primeira seção do livre falava sobre o reconhecimento das diferenças físicas, ela explicou para a turma da seguinte forma, “Nessa primeira parte do livro nos iremos falar sobre as nossas características físicas”. No primeiro exercício, as crianças deveriam escrever um pequeno formulário com informações pessoais A professora interrompeu a atividade para falar sobre a vacinação contra o HPV explicando, “HPV é uma doença que dá câncer de colo de útero”, para as meninas, e ao final da explicação um aluno
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perguntou se teria também para os meninos, ela disse com tom de brincadeira, “você tem útero?”, toda a turma deu risadas e completou dizendo, “eu acabei de falar, as meninas de até 13 anos”. Voltando a atividade, agora era necessário marcar no livro as opções das características físicas de si mesmo através das figuras. Foi um momento bem engraçado pois ao se identificarem ou não com os exemplos dados pelo livro faziam comentários, a professora conduziu essa parte com bastante naturalidade até brincando, como quando disse, “o seu é outra opção, chapinha”, “para vocês deveria ter outras opções, mexas, reflexo” e ao dizer “uns tem orelha presa outros de abano”. Uma menina se aproximou de nossas mesas e, ajoelhando-se, perguntou o que estávamos fazendo aqui, em um tom amigável. Explicamos o projeto e ela respondeu com um sorriso sincero: “Gostei! Legal!” e desceu para o recreio. Em seguida, os mandou descer para o lanche.
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gratidão lucas luz
Agradeço a Professora Margarida por mostrar uma grande naturalidade ao tratar das diferenças com os alunos, como quando disse “uns tem orelha presa outros de abano”, isso me fez aprender a não tratar a diferença como algo pesado e amargo e sim como uma coisa mais divertida e interessante. Essa situação me fez lembrar de quando era criança que brincavam comigo por eu ter orelha de abana e eu sempre ficava irritado. gratidão marina barrocas
Agradeço a professora Margarida por ter se dado ao trabalho de explicar aos alunos como funcionaria o esquema dos livros didáticos, através da frase “Vou explicar como o livro vai funcionar, gente” assim, os tornando agentes de sua própria educação, cientes do processo que o material sofreria. Aprendi que quando conhecemos os meios pelos quais estudamos, podemos ter um melhor aproveitamento destes. Muitas vezes nos meus tempos de escola (ensino fundamental) eu nunca abria um certo livro, durante o ano todo, por não conhecê-lo, e não o utilizando como meio de estudo, gerando um enorme desperdício.
Margarida trabalha as características físicas através do livro do Senninha.
observação da atividade
2º encontro O segundo encontro aconteceu no mesmo dia da 1o, à tarde. Chegamos na escola às 13 horas do dia 11 de março. Antes de começar a aula, tivemos a oportunidade de conversar com a professora, já que não tínhamos tido tempo de explicar o projeto com detalhes desde que decidimos trabalhar com ela. Para isso, o Lucas levou o relatório de seu primeiro projeto para mostrar os passos do processo, a documentação e o resultado. Ela sorria e dizia “legal, muito legal”. Depois, tomaram seus lugares e os alunos foram chegando. Ela levantou, foi até o quadro, e escreveu “ Estou sem voz”. Ela já estava sem voz de manhã, em nossa primeira observação, e agora estava bem pior. Inicialmente, levamos um susto, pois ficamos preocupado com a possibilidade de não poder anotar nenhuma frase. Porém, depois de alguns minutos de acomodação, a aula começou. A professora Margarida recolheu as tarefas que tinham sido passadas para casa e deu continuidade ao tópico: “Eu pedi a página 4 para casa. Hoje vamos fazer o restante”. Então, pediu que os alunos pegassem a apostila dizendo, “apostila de LP” (LP é a sigla utilizada para “Língua Portuguesa”). E então ela disse “vamos começar gente”.A sala estava muito quente e os alunos em relativo silêncio, como de costume. As crianças estavam sentados em duplas, distribuídas em quatro fileiras. “Pesquise no dicionário ou discuta com seu colega o significado dos seguintes termos” disse a professora,acompanhando a atividade no livro. Durante o exercício ela perguntou, “vocês estão fazendo a correção?” e explicou o significado de alguns ter-
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mos, como, entrada franca, censura e patrocínio. Sobre este último ela disse, “faz de conta, vocês vão dançar, mas não tem dinheiro, então ele vai te ajudar financeiramente em um evento”. Foi então que duas meninas entraram na sala com pressa. “Onde você estavam? Porquê não subiram mais cedo?” perguntou a professora. “A gente tava lá embaixo na capoeira” respondeu uma das meninas. A professora as levou até a porta, falando baixinho com elas, que pareceram indignadas. Saíram da sala e, depois de alguns minutos, Margarida voltou sozinha. As crianças cochicharam entre si e a professora continuou a aula. Continuou a explicar alguns termos “reticências dão ideia de continuação”. Alguns alunos conversavam durante a explicação e foram censurados indiretamente “Essa sala aqui está uma maravilha” disse ela ironicamente. Quando acabou de explicar os termos, começou a corrigir uma apostila de português, de gramática e interpretação de texto. “Mais alguma coisa para interromper a aula?” disse rispidamente a uma aluna. Foi então que as alunas atrasadas voltaram para a sala. Uma delas parecia bem chateada, e a outra entrou chorando, bateu a porta e jogou a mochila na mesa. Aparentemente elas tinham ido para a direção. Margarida falou para a menina que chorava “Desaforo você leva pra sua casa. Eu não tenho que aguentar o seu, não aguento isso nem da minha filha” falou, em um tom calmo. Continuou a aula, e repetiu, ironicamente “Hoje o dia tá bem produtivo”. Pudemos reparar que o clima dessa aula estava bem tenso, e a professora
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estava com dificuldade de dar a aula, até mesmo por estar rouca. No segundo exercício outros assuntos referentes a língua foram tratados, como o uso da reticências, quando ela disse, “a reticências da ideia da continuação” e a semelhança de sonoridade de algumas palavras, como, verão, quando ela explicou, “a mesma palavra escrita da mesma forma e o mesmo som, podem ter significados diferentes”. Perguntas sobre interpretação também foram feitas, como sobre o que o poema falava, sendo respondida por ela mesmo, dizendo, “o poema fala das lindas praias”. Sobre o significado de – mar de gente – dizendo, “o mar de gente seria muitas pessoas” e ao explicar o significado de – mar de rosas – “um mar de rosas seria uma vida boa”. Durante a tarefa ela perguntou “todos já copiaram?” e alertou “lembrando a vocês que o inicio de frase é com letra maiúscula”. No final do exercício ela perguntou sobre o que a mãe natureza poderia oferecer na praia, e pediu para as crianças responderem e ela foi anotando no quadro. Já com algumas palavras ela disse, “o que a mãe natureza pode oferecer é areia, o mar, o sol e a água” e completou, “as conchas, quem falou conchas ai?” Pediu para um aluno identificar um verbo em uma das frases, e ao ouvir a resposta certa, respondeu “Perfeito.” Começou a circular entre as mesas, falando com os alunos “Porquê não tá copiando o exercício?”. Depois disse “Quero que vocês deixem a apostila só em cima da mesa”, para que ela pudesse as recolher. Neste ponto, a aluna que estava chorando já tinha voltado ao normal e já conversava com outros colegas.
Margarida usa a apostila para realizar atividade de português
observação da atividade
gratidão lucas luz
Agradeço a Professora Margarida por mesmo com dor de garganta e quase sem voz nenhuma manter o mesmo nível de aula se empenhando para dar o melhor para os alunos, soube do problema assim que entrei na sala e vi escrito no quadro negro “Boa tarde, estou sem voz”. Isso me fez aprender que mesmo em situações que há dificuldades eu posso continuar, como há pouco tempo, quando eu cheguei a pensarem trancar uma matéria online da faculdade, por que eu achei que seria difícil. Isso me fez lembrar também de quando eu desisti de fazer um curso importante de fotografia no centro por que achei que seria muito longe. gratidão marina barrocas
Agradeço a professora Margarida por, apesar de estar com a voz muito danificada, ainda ter dado seu máximo para que a aula fosse a melhor possível, expresso através da frase “ Estou sem voz”. Meu respeito pela professora cresceu, pude perceber que ela é uma excelente profissional, e aprendi que os que fazem os melhores trabalhos são os que amam o que fazem. Isso gerou em mim uma identificação com a professora, pois também amo o que faço, e assim pude entendê-la melhor.
3º encontro O terceiro encontro se deu no dia 12 de março, às 16hs. Quando chegamos na sala da professora Margarida, os alunos estavam terminando de realizar uma colagem de animais no caderno e logo iriam para o recreio.A folha era separada em colunas, como, mamíferos, peixes e etc. Eles deveriam achar em revistas ou jornais gravuras para completarem cada quadro. Enquanto a atividade se finalizava, a professora escreveu no quadro: Sem recreio – e, abaixo uma lista de 5 nomes de alunos que haviam conversado em aula, e por isso ficariam sem recreio. Ela também escreveu que eles teriam que copiar a frase: “Não devo conversar na aula” na frente e no verso de uma folha em branco. Quando os alunos voltaram do recreio, a professora chamou a atenção dos alunos, que ainda se encontravam muito agitados “Já acabou o recreio, tá gente?” e escreveu no quadro os deverem que eles teriam para o resto da semana. “Quem copiou quero ver a agenda” assim, todos os alunos teriam que ir deixar a agente em sua mesa para que ela checasse se todos copiaram, depois ela as distribuiria, chamando seus donos pelo nome. Depois disso feito, foi distribuído um texto de 4 parágrafos para cada um, em uma folha solta, que narrava um dia no riacho, com sua respectiva flora e fauna animadas. “Vou fazer a leitura, vocês vão acompanhar e depois vão ler” disse a professora. “Quantos parágrafos tem o texto? Quero que vocês botem o número do lado” comandou. Depois de ler o texto em voz alta para todos, disse “Vou escolher alguns alunos
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para ler, com um tom alto” e selecionou alguns alunos para realizarem a leitura. Os alunos liam muito baixo, por serem tímidos ou por não serem muito confiantes ainda em relação à leitura, e a professora entendeu e não ficou insistindo que lessem mais alto. “Presta atenção na leitura do amigo” disse a alguns alunos que estavam distraídos. “Quer ficar de pé para ler?” perguntou a uma menina que balançou a cabeça negativamente com determinação. Quando um menino foi pedido para continuar a leitura e não soube qual era o parágrafo que previamente havia sido lido, foi repreendido pela professora “Porquê você não acompanha a leitura quando o pessoal tá lendo?” e depois foi informado do parágrafo. Uma aluna pediu para ler, porem ela estava lendo muito baixo e alguns colegas de turma reclamaram, Margarida explicou, “não ia nem mandar ela lê, então vamos dar um desconto”, “ela quem pediu”, nesse momento os alunos que haviam ficado na sala durante o recreio estavam conversando novamente, quando a professora disse, “fizeram cópia e nem aprenderam”, “eu fui interrompida pelo Alan” e perguntou “por que você não acompanha a leitura”. Uma aluna estava dormindo e foi abordada pela Margarida que perguntou, “você está acompanhando tudo?”. Depois que muitos haviam lido, a professora pediu “Essa folha vocês vão colar agora na pasta de LP Começou a movimentação de pegar a pasta, pegar a cola emprestada e conversar com o colega, e a professora pediu para que os alunos levassem a folha até sua mesa para que ela pudesse checar que todos tivessem
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feito corretamente, e depois estariam liberados. Após esta frase, todos os alunos arrumaram o material rapidamente e desceram para o pátio. Após a aula, conversamos com a Margarida, e ela nos disse que acha que acha que o projeto seria mais proveitoso na turma da manhã, que tem menos alunos e um horário menos rígido. Ela pareceu confiar em nós e no projeto, o que foi muito recompensante para nós dois.
A professora propõe leitura em voz alta
observação da atividade
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter incentivado uma de suas alunas a ler em pé, dizendo “Quer ficar em pé para ler?”, apesar da aluna não ter de fato ficado de pé, essa atitude me tocou, e me fez querer estar no lugar da menina para poder ficar de pé. Esse incentivo gerou em mim mais vontade de não ter medo ou vergonha de falar na frente de muitas pessoas. Eu sempre senti um certa aflição em situações como essa, e com o tempo venho melhorando. gratidão marina barrocas
Agradeço a professora Margarida por ter se dedicado a aula, escrevendo no quadro “Sem recreio”, o que me fez aprender que há um período em que os alunos permanecem na sala sendo penalizados por terem conversado, e me fez pensar sobre futuros experimentos que possam fazê-los reaproveitar esse tempo de um modo diferente e produtivo. Isso gerou em mim o conhecimento de que todas as atividades observadas nos encontros são oportunidades, por mais que me pareçam de mau gosto.
4º encontro Chegamos na escola às 7:30 do dia 13 de março, e como sempre, sentamos no fundo da sala para assistir à aula começar. A professora escrevia no quadro enquanto os alunos se acomodavam em silêncio. . Já haviam alguns exercícios no quadro com indicação para casa, os alunos precisavam copiar os exercícios no caderno. Tais exercícios eram de português, e abordavam adjetivos, pronomes, substantivos, etc que deveriam ser feitos em casa. Enquanto ela escrevia, alguns alunos iam chegando, e pra eles ela dizia “Quem chegou agora copia os exercícios 2 e 3 e depois pega o caderno com o colega para copiar o exercício 1 (que ela já havia apagado)”. Depois de terminar de escrever, ela caminhava entre as mesas, censurando os alunos que não haviam terminado de copiar e estavam conversando: “Você já acabou de fazer, Jonathan?” “Já acabou, Christian?” e depois sentou-se em sua mesa. Depois de alguns minutos, disse “Quem acabou traz o caderno aqui, não espera eu ficar chamando não, tá?”, como costuma fazer. Enquanto os alunos estavam copiando Margarida alertou, “tem mais 7 minutos pra terminar em gente” e perguntou “Quem ainda está copiando?” prestes a apagar o quadro negro. Quando todos tinham acabado de copiar, ela disse, mudando a matéria (de português para matemática): “Eu vou dar essa folha pra vocês, dobrem ela ao meio”. Após distribuir uma folha em branco para cada um, prosseguiu: iria passar alguns exercícios de cálculo que seriam copiados na parte superior e resolvidos na parte inferior do papel. “Vou levar
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pra corrigir em casa, então vocês têm que terminar agora” “Vamos lá, prestando atenção”. “Arme e efetue”disse, enquanto escrevia no quadro negro com um giz várias contas de soma e subtração. “Não é pra fazer tudo solto não, uma conta em cada lugar da folha. É uma do lado da outra! Vocês têm que aprender a ser organizados! Vamos aprender a organizar”. “Nada de usar régua pra não perder tempo” disse Margarida, enquanto supervisionava a atividade. “Botando nome e sobrenome” pediu, já que levaria para casa para corrigir e teria que devolver depois. “Copia, Pedro, anda!” falou para um aluno distraído. “Tem gente que não sabe montar conta ainda”, disse, enquanto explicava no quadro alguns exemplos de números desenhados recorrentemente de forma errada pelas crianças, como o 4 e o 9. “Em vez de discutir coisa inútil, copia o quadro” disse a um dos meninos, que conversava. Nesse momento ela disse “copiando os números completos”. Durante a cópia da tarefa no caderno ela pediu para uma aluna aumentar a letra dizendo, “aumenta essas letras, estão microscópicas.” Logo após ela deu um tempo para os alunos concluírem os exercícios. Poucos minutos depois ela os liberou da sala para o recreio dizendo, “gente, descendo para o lanche” e também disse, “deixa a folha dentro do caderno para não voar”. Quando a turma voltou do recreio ele deu um tempo extra pra eles concluírem a tarefa dizendo, “só mais 5 minutos pra quem não terminou”, e em seguida disse, “quem já acabou me dá”.
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Margarida pediu para a turma abrir o livro para explicar e mostrar mais sobre o Ayrton Senna, “vocês vão ver a foto do Ayrton Senna”, “esse era um corredor de formula 1”, “a Irmã dele criou o instituto Ayrton Senna” disse ela. Um dos alunos falou que deveria ser muito caro ter um instituto desses e a professora disse, “não é questão de muito dinheiro, é querer dar educação para os jovens”. Ao continuar a correção de outra tarefa que havia passado para casa, ela disse, “teve gente que disse que não sabe fazer o jogo de 7 erros” ao perceber que muitos alunos não tinham feito esse exercício. Prosseguindo na correção ela partiu para uma tarefa onde havia varias figuras com pessoas de diferentes partes do mundo e a turma deveria reconhecer as diferenças entre elas, ela comentou, “gente característica do local, não é onde foi fotografado” Ao continuar com a aula, Margarida relembrou alguns pontos importantes como, “escreva o numero não é escreva por extenso” e completou, “não foi em só um caderno que eu vi isso aqui”. No momento de escrever a resposta discursiva ela comentou
com a turma “lembrando que inicio de frase é com letra maiúscula”, “pode substituir o nome pelo pronome” e por fim deu a resposta correta do exercício trabalhado, “Senninha tem 22 carinhos”. A escola conta com apenas um inspetor, que fica no pátio. Por conta disso, o corredor é bem barulhento, com alunos conversando e correndo. Porém, nesse dia particularmente, o corredor estava um verdadeiro caos. Crianças passavam correndo o tempo todo, gritando, podia-se ouvir portas (de metal) sendo chutadas e cadeiras sendo jogadas no chão. Alguns alunos vinham até a porta e gritavam alguma coisa dentro da sala, para atrapalhar a aula. Teve uma ocasião em que a professora pedia a resposta dos alunos e passava alguém no corredor e gritava algo para provocar. Foi realmente uma aula estressante. Margarida estava explicando a matéria e tentando chamar a atenção dos alunos, o que era uma tarefa difícil “Já tem zona lá fora, aqui dentro não, pelo amor de deus”, e continuou a aula, tendo que aumentar seu tom de voz para competir com o barulho.
gratidão lucas luz
Agradeço a professora Margarida por ser bastante organizada com as tarefas da turma e incentivar os alunos a fazerem o mesmo quando ela diz, “vocês têm que aprender a serem organizados”. Isso me fez aprender ser organizado com as minhas coisas em casa. Isso faz bastante sentido para mim, pois não sou uma pessoa muito organizada para todas as áreas da minha vida, apesar de conseguir ser organizado na faculdade, em casa eu não sou nem um pouco, principalmente com meu quarto, que normalmente está bagunçado. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida pela perseverança e dedicação em continuar a aula, expressas pela frase “Já tem zona lá fora, aqui dentro não, pelo amor de deus”. Com essa situação, pude aprender que situações como esta existem, já que não havia contato com nada parecido. Muitas vezes, as situações que ocorrem nas escolas desfavorecem o processo de ensino, e tomar conhecimento disso gerou em mim um senso maior de entendimento do lugar que eu moro e das condições do meu país.
observação da atividade
A turma realiza atividade de portuguĂŞs, depois corrigida pela professora
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IDENTIFICAÇÃO DO OBJETIVO jogo de palavras
Ao chegarmos à escola, no dia 18 de março, abordamos a professora perguntando se ela tinha um tempo para fazer uma atividade conosco. Ela pediu para esperarem até o fim da aula. Faltando 15 minutos para a aula acabar, ela pediu para que todos os alunos ficassem conversando baixo e arrumassem o material que ela iria realizar uma atividade conosco. À partir da observação dos quatro encontros, foram destacadas das frases anotadas 200 palavras, escritas em pequenos pedaços de papel de 10cm por 7cm. Então, pedimos para a professora arrumar as palavras escritas em cartões brancos do jeito que ela quisesse. Sentamos no chão perto da mesa dela, e observamos enquanto ela espalhava as palavras. Primeiro tentou espalhar todas, para poder lê-las antes de organizar. Porém, a área disponível não permitiu, então ela pegou o bloco de palavras e foi passando na mão. No início parecia hesitante e confusa. Perguntou se teria que usar todas as palavras, e respondemos que ela usaria quantas quisesse. Porém, conforme ia lendo as palavras, separava algumas, de modo decidido, como se fosse óbvio para ela. Algumas crianças curiosas chegaram mais perto, lendo as palavras e perguntando “Vocês escreveram tudo isso?”e “O que vocês tão fazendo?”. Algumas crianças também iam até ela entregar um dever feito.
Margarida perguntou se poderia formar frases, e com nosso consentimento, agrupou algumas palavras. Quando terminou, nos explicou que primeiro havia selecionado aquelas que acredita serem muito usadas em sua aula, e as arrumou em ordem de importância. Assim, obtivemos “Pessoal” no topo (ela explicou que é uma palavra que ela usa muito para chamar as crianças) e algumas em ordem de decrescência, como “Perfeito”, “Aprender”, “Atenção”, “Palhaçada”, entre outras. Em outra área, ela juntou as frases, obtivemos “Desaforo”, “Significado Palavra”, “Copiar Exercício”, “Ler Corretamente”, entre outros. Em uma frase, adicionou a palavra “Ler” mais uma vez para construir outra frase, Ficamos muito felizes com sua dedicação e atenção, e satisfeita ao ver a professora rindo, já que é sempre tão rígida com os alunos. Durante a arrumação ela foi interrompida algumas vezes por alunos que estavam fazendo bagunça. Ao total para completar o jogo de palavra foi necessário cerca de 30 minutos, 15 minutos com os alunos em sala e depois outros 15 já com eles liberados.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por se empenhar bastante na organização das palavras. Teve um momento que ela disse “nossa são muitas” e mesmo assim teve paciência para fazer todo o jogo. Com isso aprendi a ter paciência mesmo em coisas que no primeiro momento não são tão interessante para mim, como quando tenho que tomar conta dos meus sobrinhos e logo fico entediado. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter tomado a iniciativa de criar frases, através da frase “Posso fazer frases?”. Senti que ela estava fazendo a atividade com vontade, procurando modos de expressar a linguagem de sua aula da melhor maneira possível. Aprendi que ela preza muito pelos alunos e pela aula, sendo extremamente dedicada ao que faz. Isso gerou em mim uma confiança crescente na professora.
identificação do objetivo
Marina, Lucas e Margarida realizam o Jogo de Palavras
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frase-objetivo
Depois de fazer o jogo de palavras com a professora Margarida, montamos um mural de papel, com mesma organização que a parceira fez no momento do jogo. Em seguida, o levamos para sala de projeto na faculdade e junto com os outros colegas de turma montamos várias frases. As seguintes frases foram levadas para Margarina no período de intervalo de sua aula: “A educação é um saber pessoal”, “A leitura é um saber pessoal”, “A organização da letra e da leitura é pessoal”, “Absurdo não fazer os deveres”, “Aprender corretamente ajuda na educação”, “Aprender o exercício dá atenção”, “Atenção no trabalho e na aula ajuda no saber”, “Atenção: vou interromper a palhaçada”, “Copiar o exercício corretamente ajuda a aprender”, “Desaforo é um perfeito absurdo”, “Educação se aprende em questão de minutos”, “Interromper a aula é um absurdo”, “Minutos de Leitura são perfeitos”, “Não acabou pessoal”, “O exercício da leitura trabalha o saber”, “O parágrafo começa com letra maiúscula”, “O significado da organização é o saber”, “Organização pessoal, ajuda a aprender”, “Para aprender a ler perfeito é preciso exercitar a leitura”,“Perfeito é aprender”, “Perfeito é saber educar”, “Pessoal, interromper a aula é palhaçada” ,“Quem copiou o exercício acabou o trabalho perfeitamente”, “Trabalho completo, educação perfeita” e “Trabalho organizado e perfeito para aprender”.
Ao chegar, esperamos o recreio e foi até a sua mesa com as frases escritas nos pedaços de papel. Explicamos que havia montado frases com as palavras que ela tinha escolhido, e a pedimos para escolher o que interessa a ela. Ela foi passando os papéis nas mãos e lendo com cuidado cada frase. Depois de ler, as depositava em cima da mesa. Ela olhou todas as frases se prolongando por alguns minutos. Durante esse período, Margarida foi interrompida algumas vezes por alunos que ficaram na sala ou que estavam voltando do recreio, ficamos observando. Depois que todas as frases estavam na mesa, ela separou, com muita clareza e determinação, quatro frases que ela acreditava serem as mais importantes em sua aula: “Trabalho organizado é perfeito para aprender”,”Aprender corretamente ajuda na educação”, “Atenção no trabalho e na aula ajuda o saber” e “Para aprender a ler perfeito é preciso exercitar a leitura”. Explicamos que teríamos que juntar essas frases em uma só, para que fosse formada a frase-objetivo do projeto. Então, juntos, selecionamos algumas palavras importantes nas frase e montamos uma nova. O recreio terminou e no final da aula, levamos para a Margarida uma frase que sintetizava essas 4:
“Para aprender perfeitamente, é preciso ler, exercitar, ser organizado e ter atenção. Tudo isso ajuda na educação”
Ela disse que adorou e que se encaixa bem com a forma que gosta de trabalhar. Pedimos para que relacionasse a frase com cada desenho que havíamos feito durante os 4 encontros, e Margarida foi vendo cada desenho e apontando nas atividades representadas onde cada trecho da frase se encaixava. O desenho do primeiro encontro no qual representava uma atividade em que a professora estava ensinando sobre as diferenças físicas das pessoas, Margarida disso que se relaciona no ponto da atenção, pois muitas crianças não prestam atenção nas próprias características. No segundo encontro havíamos desenhado a turma enquanto lia um poema e distinguia estrofes de versos, etc. Ela disse que para realizar a atividade era necessário ler e exercitar, para que se pudesse aprender. No desenho do terceiro encontro, mostrava uma atividade de colagem, em que os alunos deveriam colar na posição corretas as diferentes figuras. Margarida disse que ali foi trabalhado com os aluno as questões de, organização, pois deveriam colar na parte certa referente no caderno, e atenção, pois eles tinha que diferenciar os animais nas imagens. O desenho do quarto encontro mostrava a professora explicando no quadro a forma correta de escrever os números e a explicação do jeito que deveria ser feito o trabalho de matemática. Ela disse que ness¬a atividade foi ensinado a ter atenção na forma dos números e a organização correta dos cálculos no caderno para evitar erros.
identificação do objetivo
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gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por mesmo com várias distrações durante a escolha das frases manter o foco e se empenhar em concluir a tarefa. Como quando uma mãe de uma aluna chegou na sala e ela disse “Senta aí Mãe”, e continuo a ler as frases. Eu aprendi a me concentrar e ter mais foco quando estou fazendo. Isso acontece bastante comigo, começo a fazer um trabalho da faculdade e acabo me distraindo com outras coisas e nem percebo que parei de fazer a tarefa que eu realmente precisava. Mesmo conseguindo terminar a tarefa perco muito tempo, e esse tempo poderia ser aproveitado para outra coisa. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter se dedicado à escolha das frases, expresso pela frase “Espera um pouquinho que eu to fazendo uma atividade com eles” dita a um aluno. Aprendi que se distrair enquanto realiza uma atividade pode levar à perda do foco, comprometendo o rendimento da mesma. Isso gerou em mim um sentimento de identificação, pois eu tendo a me distrair e perder o foco com frequência, e vi que é necessário ter mais atenção e me colocar mais presente no que faço, porque, às vezes, por conta da minha experiência com a escola no passado, meu subconsciente tende a me dizer que trabalhar é chato, isso acaba me auto-sabotando para buscar prazer em algo que não é trabalho, o que nunca dá certo.
Margarida está escolhendo a frase que mais representa seu trabalho.
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EXPERIMENTOS “Para aprender perfeitamente, é preciso ler, exercitar, ser organizado e ter atenção. Tudo isso ajuda na educação.”
experimento
1 – gravuras
material ▪ As Gravuras foram desenhadas com
aquarela em pedaços de papel canson 220gr.
oficina na qual foi feito ▪ Oficina de aquarela. oficineiro ▪ André Côrtes. uso pensado ▪ Pensamos que essas imagens poderiam ser usadas em alguma atividade de produção textual. como a intercessora usou ▪ Margarida pegou as figuras, que eram 5: o Corcovado, o Jardim Botânico, um homem, uma mulher, um livro, um lápis e um cachorro, todos pintados com aquarela no papel Canson. Ela usou as figuras para incitar a criatividade das crianças: As colocou, com fita crepe (antes nos pedindo permissão) na parte superior do quadro branco. Então, chamou a atenção das crianças e disse “Hoje vamos fazer uma produção de texto diferente” distribuiu uma folha para cada um e explicou que os alunos teriam que escrever uma redação com base nas figuras do quadro. “Vocês terão que usar a criatividade de vocês para fazer esse texto” disse, e lembrou todas as
regras de produção textual, como o uso de parágrafos, pontuação, etc. Quando um aluno perguntou se teria que usar todas as figuras ela respondeu: “Quanto mais figura melhor, que mais criativa fica a história”. Quando ela descreveu a atividade, instantaneamente as crianças começaram a gritar ideias “Uma história de amor!!” “Um cachorro no Jardim Botânico”e isso foi muito bom de assistir, como as crianças se empolgam com o fato de terem que imaginar. Teve um silêncio de uns 15 minutos, enquanto as crianças escreviam, e, quando foram entregar as redações para a professora, ela perguntou se queríamos ler. Dissemos que sim e fomos lendo uma por uma. As redações eram cheias de criatividade. Um dos alunos até contou a história de seus pais através dos personagens. Outro associou o homem com um ator de tv. Foi muito gratificante ver as crianças pegando algo que nós demos para elas e transformando em algo seu, apropriando-se do que fizemos para elas. A professora comentou conosco a diferença na habilidade de escrita de cada um:”Se você observar, vai de 8 a 80”, falou. Depois, ela pediu que alguns alunos recolhessem os desenhos do quadro e as nos devolveu com cuidado. Pediu para que voltássemos na segunda-feira para que pudéssemos experimentar o resto dos objetos, pois ela teria mais tempo para nós. Agradecemos e fomos embora.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter usado esse experimento como auxiliar do exercício de produção de texto dizendo para a turma “vocês vão ter que criar uma historia com essas gravuras”, isso me fez aprender que a Margarida usa imagens para auxiliar os alunos a produzirem texto. Isso já gerou ideia de produção de outros experimentos. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter o maior cuidado com nossos experimentos, dizendo “Posso colar com fita crepe?”. Aprendi que ela se importa muito com o que levamos para ela, e tenta aproveitar de melhor maneira possível, respeitando o nosso trabalho. Isso gerou em mim maior confiança e cumplicidade para levar para ela mais experimentos.
experimentos
Os alunos jogam a peteca de sementes, citando caracterĂsticas de suas personalidades
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experimento
2 – peteca de sementes
gratidão lucas luz
oficineiro ▪ Ana Branco.
Agradeço a Margarida por ter usado o experimento nesse momento da aula, logo no inicio antes de começar as atividades de fato dizendo “hoje, vamos fazer algo diferente para vocês acordarem”, isso me fez aprender que existe esse momento no começo da aula, possibilitando outras experimentações que usem esse tempo.
uso pensado ▪ Pesamos em usá-la em alguma ativi-
gratidão marina barrocas
material ▪ A Peteca foi feita com sementes envoltas
por um pano transparente.
oficina na qual foi feito ▪ Questões ambientais.
dade didática ou recreativa, onde um aluno jogaria para o outro o experimento.
como a intercessora usou ▪ A professora Margarida pegou o experimento e antes de fazer qualquer outra atividade com a turma, formou um círculo com os alunos na parte da frente da escola e disse que faria uma dinâmica para eles acordarem. Primeiramente ela perguntou se os alunos conheciam o material o qual era feito a peteca, os alunos deram alguns palpites, como, comida de passarinho, hamster e logo acertaram do que realmente era feito, sementes de girassol. A Parceira passou a peteca de mão em mão para que pudessem ver o material, e depois que todos viram ela disse que eles deveriam jogar a peteca um para o outro e dizer uma qualidade. Foi bem engraçado ver a resposta dos alunos pois não esperava ouvir algumas qualidades que foram ditas. As respostas foram as seguintes: Nadador, abusada, baixinho, muito irmão, preguiçosa, inteligente e gostoso. Depois disso todos voltaram aos seus lugares.
Agradeço a Margarida por ter chamado a atenção para as sementes de girassol, dizendo “Vamos passando pra sentir”. A maioria das crianças não tem tanto contato com materiais não industrializados na hora de brincar, Margarida percebeu isso e pediu para que eles sentissem as sementes. Isso gerou em mim uma maior confiança na professora, que sempre usa nossos experimentos da melhor maneira possível. Aprendi que não devo ter receio ao levar materiais diferentes.
gratidão lucas luz para o oficineiro
Agradeço a Ana Branco por ter me mostrado esses materiais, especificamente as sementes, pois o experimento se tornou mais interessante para parceira e gerou outra possibilidade de uso graças ao uso de sementes de girassol. gratidão marina barrocas para o oficineiro
Agradeço a Ana pela disponibilidade que nos oferece de trabalhar com sementes como material de experimentação, pois, assim como os experimentos, elas são potências, coisas que virão. Isso gerou em mim uma reflexão sobre o futuro dos experimentos e uma vontade maior de usar materiais naturais.
experimentos
Os alunos jogam a peteca de sementes, citando caracterĂsticas de suas personalidades
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experimento
3 – palco
material ▪ Confeccionamos um pequeno palquinho
de madeira com quatro apoios, do tamanho aproximado de um A3.
uso pensado ▪ Pensamos que as crianças poderiam subir e ler algum texto do livro, já que tinham dificuldade de ler em voz alta para a turma. Funcionaria mais como algo representativo, um encorajamento para as crianças. como a intercessora usou ▪ A professora pegou o palquinho nas mãos e mostrou para a turma “Adivinhem a finalidade disso aqui”, e ouvimos “Tábua de bolo!”, “Para malhar”, “madeira”, etc. Margarida então esclareceu: “À partir de agora, quando tiver que ler algum poema ou algum texto, vai ter que vir aqui e subir na plaquinha. A plaquinha que tira a vergonha.” As crianças reclamaram da ideia de ter que ir até a frente da sala para ler, mas a primeira que foi chamada foi, sem hesitar e leu a frase que lhe foi designada. Depois dela, todas as crianças chamadas foram tranquilamente e leram corretamente. “Silêncio, acompanhando a leitura!”disse a professora aos que conversavam. Quando ouvimos uma aluna no fundo da sala dizer “Lê mais alto!”tivemos certeza de que o experimento dera certo.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por propor para os alunos a leitura de textos em cima do experimento para que perdessem a vergonha, ao dizer “essa vai se a nossa plaquinha que tira vergonha”. Isso me fez aprender que a parceira além da matéria gosta de ensinar para os alunos outras áreas, como nesse caso, perder a vergonha de ler em publico. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter incitado a participação das crianças através da frase “Adivinhem a finalidade disso aqui”. As crianças logo responderam, e tenho certeza que se divertiram tentando imaginar para que servia o experimento, além de nos dar ideias que nunca iríamos pensar. Aprendi que a Margarida preza pela curiosidade dos alunos, o que me fez ter novas ideias para outros experimentos.
experimentos
Um aluno faz a leitura proposta no palquinho, que, de acordo com a professora, “tira a vergonha�
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experimento
4 – garrafa de 2 bocas
material ▪ CA garrafa de duas bocas consiste em
duas garrafas pet cortadas na metade e suas bocas juntadas. Entre as garrafas colocamos um pedaço de filó, para que o espaço interno fosse dividido em dois. Em um deles colocamos pequenas bolinhas de isopor contendo números de 0 a 9, e no outro as quatro operações, soma, subtração, multiplicação e divisão.
oficina na qual foi feito ▪ Oficina de bonecos. oficineiro ▪ Eduardo Andrade. uso pensado ▪ Pensamos que ela poderia sortear as bolinhas para fazer contas, e foi assim mesmo que foi usado. como a intercessora usou ▪ A professora Margarida usou a garrafa como um tipo de bingo: em um lado continham números de 0 a 9, e do outro lado as operações. Dois números seriam sorteados, junto com uma operação, que os relacionaria. Para isso ela também se utilizou da caixa de sorteio e dos cartões letra que havíamos confeccionado, que usou para sortear os alunos que viriam realizar a atividade. A professora também disponibilizou o pequeno quadro branco com a caneta para que as crianças pudessem escrever a conta, se organizando melhor. Depois de terminada, a conta era mostrada aos outros colegas da turma.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter usado esse experimento em sua aula de cálculo para sortear números e operações dizendo aos alunos, “aqui vocês vão tirar números e aqui a operação”, ao explicar como funcionaria a atividade. Isso me fez aprender que o elemento de surpresa em suas aulas é interessante pois estimula os alunos a participarem. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter trazido um caráter descontraído para a atividade, através da frase “Próxima vítima!” dita quando estava prestes a sortear o próximo aluno que realizaria a atividade. Aprendi que as crianças gostam de atividades que as desafiam, desde que recebam acompanhamentos e incentivos apropriados.
gratidão lucas luz para o oficineiro
Agradeço o Eduardo por ter ensinado várias técnicas de preparação de materiais plásticos. A Técnica de arredondar as pontas de uma garrafa PET cortada ajudou na construção desses experimentos, pois trouxe mais sustentação. gratidão marina barrocas para o oficineiro
Agradeço ao professor Eduardo Andrade pelo panorama que ele nos deu em relação aos plásticos, seus tipos e seus modos de reutilização. Isso gerou em mim uma vontade enorme de aprender mais sobre no que podemos transformar o que já conhecemos.
experimentos
A garrafa de duas bocas ĂŠ usada para sortear os nĂşmeros que seriam depois usados para montar uma conta
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experimento 5 – cartões letras maiúsculas e minúsculas material ▪ Cada cartão possuía uma das letras do
alfabeto na sua forma maiúscula e minúscula. Eles foram impressos de forma negativa com a cor verde em uma folha branca, e depois colados em um papel craft para não deixar o material muito mole. Eles foram construídos devido as nossas observações feitas, em que a Margarida mostrou que valorizava muito a forma correta de escrever as letras.
uso pensado ▪ Pensamos que talvez esse experimento
poderia ser usado pelos alunos para consultar quando tivessem duvida quanto a forma correta de escrever a letra maiúscula.
como a intercessora usou ▪ Contrariando as minha
expectativa, Margarida, usou esse experimento para sortear os nomes que participariam da atividade de cálculo que usava também outros 3 experimentos, a Garrafa de duas bocas, a Caixa de embaralhar e o quadro branco. Como havia apenas uma letra nos cartões, ela botou todas dentro da caixa de embaralhar e relacionoua letra nos carões com a primeira letra do nome de cada aluno. Quando mais de um aluno possuíam a mesma letra na inicial do nome, a parceira escrevia no quadro o nome e se necessário o sobre nome para ver qual estava, de acordo com a ordem alfabética, antes.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter usado esse experimento como parte do sorteio do aluno que faria parte da atividade contrariando minha expectativa de uso. Ele me perguntou, “vocês têm letras ai?” e levou esse experimento para frente para ser usado. Isso me fez aprende que nem sempre os experimentos que eu levo serão usados como pensei, a parceira pode dar uso completamente inesperados. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter incorporado a “ordem alfabética” à experimentação, através da frase “Vamos usar a ordem alfabética para escolher”, assim, usou nosso experimento da melhor maneira possível, ensinando muitas coisas aos alunos através dele. Aprendi que nossos experimentos não atrapalham a aula, pelo contrário, na mão da professora se transformam em veículos de informação para os alunos.
experimentos
É realizado um sorteio para escolher as crianças que realizariam a atividade, baseando-se na primeira letra de seus nomes
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experimento
6 – quadro branco
material ▪ O Quadro Branco foi feito de MDF de
1mm de espessura, com medidas próxima de uma folha A4. na parte traseira foi feito um pequeno apoio que poderia servir para segurar na mão ou inclinar a peça na mesa. Por cima colamos uma placa de PVC branca para poder escrever com caneta e depois ser possível apagar.
uso pensado ▪ Pensamos em que ele poderia ser usado pelos alunos, um por vez, em alguma atividade, de cálculo para montar as contas, ou de produção de texto para escrever frases. como a intercessora usou ▪ O quadro branco foi utilizado durante a atividade do “bingo” de números e operações, junto com a caixa de embaralhar, os cartões de letras e a garrafa de duas bocas, quando serviu para que fossem efetuadas as contas, na mão de cada um e corrigido pela professora antes que fossem mostradas à turma. Gostamos muito de seu resultado por permitir às crianças privacidade enquanto realizavam a conta, sem que seus colegas ficassem interferindo e corrigindo antes que fosse terminada.
gratidão lucas luz
Agradeço a parceira por ter usado esse experimento individualmente com cada aluno ao fazer a atividade. Ele explicou isso a turma dizendo, “vocês vão fazer a conta nesse quadrinho com a caneta”. Isso me fez aprender que ela não gosta de expor o erro do aluno, pois dessa forma, caso ele tivesse dificuldades em montar e desenvolver a conta, ela poderia ajudá-lo sem a turma ver. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter, assim que havia visto o quadro, pensado em um aluno que poderia beneficiar-se de seu uso, através da frase “Esse é bom pro Luan”. Isso mostra que a professora olha para nossos experimentos e vê não objetos que ela tem que dar um fim, mas sim o seu uso junto com os alunos e como cada um pode beneficiá-los. Isso gerou em mim um sentimento de confiança à Margarida, pois sei que não devo hesitar em levar nada para sua aula, pois ela sempre verá o útil em cada coisa, na maior boa vontade.
experimentos
Os alunos realizam as contas no quadro branco, para depois mostrar Ă turma
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experimento
7 – caixa de embaralhar
material ▪ A Caixa foi feita a partir de dobras em
papel paraná, colada com cola quente. No meio havia um furo redondo com diâmetro maior que o de uma mão. Para acompanhar, foram feitos dois jogos números de papel craft que iam de 1 à 45.
uso pensado ▪ Pensamos que esse experimento pode-
ria ser usado para sortear algum dos alunos para fazer uma atividade especifica. Um conjunto de número seria distribuído para os alunos e o outro ficaria dentro da caixa para a professora poder sortear.
como a intercessora usou ▪ A Caixa de embaralhar
foi usada em uma atividade de cálculo junto com outros 3 experimentos, a Garrafa de 3 bocas, os Cartões maiúscula e minúscula e o quadro branco, a Caixa serviu para que a Margarida pudesse embaralhar e sortear os cartões que seriam usados para escolher o aluno que faria a atividade. Antes a caixa possuía dois jogos de números, que foram removidos e deixados de lado, sendo substituídos pelo experimento dos Cartões de maiúscula e minúscula.
gratidão lucas luz
Agradeço a parceira por ter retirado desse experimento os números que estavam dentro e ter usado outros experimentos para compor a atividade. Ela disse “vou sortear o nome de vocês aqui, depois vocês vão pegar as bolinhas na garrafa”. Isso me fez aprender que os experimentos podem ser usados em conjunto para formar uma única atividade. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter incorporado o sorteio à atividade através da frase “Aqui eu vou sortear quem vai fazer a atividade”, atribuindo uma função a cada um dos experimentos em uma atividade só. Essa atitude nos ajudou muito, pois nosso tempo estava curto, e usando vários experimentos de uma vez, conseguiu bolar um jogo super rico, que trouxe várias experiências novas aos alunos. Aprendi que a Margarida gosta de fazer atividades complexas e com várias etapas, que mexem com a desenvoltura e o raciocínio dos alunos, o que me deu idéias para novos experimentos.
experimentos
A caixa de embaralhar ĂŠ utilizada para sortear os cartĂľes com as letras
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experimento
8 – casarão
material ▪ O Casarão foi desenhado em uma car-
tolina branca, nele haviam várias divisões clássicas de uma casa, quarto, sala, cozinha, banheiro entre outras. O desenho foi colado em um papel paraná para poder sustentar a folha.
uso pensado ▪ Pensamos em usar esse experimento
nas aulas de produção textual, para as crianças montarem algum tipo de história com a figura da casa.
como a intercessora usou ▪ Utilizamos o desenho da casa no momento em que as crianças realizam a produção textual, em que elas têm que produzir um texto à partir de algum material apresentado pela professora. Margarida colocou o desenho apoiado no quadro branco, e pediu para que os alunos fizessem um breve texto sobre a casa, contando sua história, apresentando seus cômodos e seus habitantes. O entusiasmo das crianças com essa atividade foi muito gratificante: Logo que a professora disse o que era pra fazer eles começaram a derramar idéias, como “casa mal assombrada”, entre outras. No momento de desenhar a casa não nos ocorreu colocar nenhum personagem, o que foi uma sorte, pois Margarida nos chamou a atenção dizendo que deste jeito foi bem melhor, pois estimulou ainda mais a imaginação das crianças, que teriam que inventar quem morava ali através das dicas que demos pelas características do lugar.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter incentivado os alunos a criarem personagens ao montar o texto. Ela disse, “tem que criar personagens” para os alunos. Isso me fez aprender que quando mais abstratas as imagens que auxiliam a produção de textos mais ricos e diversificados vão ser os resultados produzidos pelos alunos. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por, antes de começar a atividade, perguntar para a turma “Que quarto é esse aqui? E esse?” para ter certeza que as crianças reconhecessem cada quarto. Pode parecer bobo, mas para mim foi gratificante ver que eu havia conseguido me comunicar, através do desenho, de forma clara a ponto das crianças pudessem reconhecer cada quarto. Isso gerou em mim um senso de confiança em relação ao meu desenho, e me deu vontade de querer experimentar mais, junto com as crianças, com a linguagem visual.
experimentos
As crianรงas produzem um texto criativo tendo como base o desenho da casa
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experimento
9 – rampa de pregos
material ▪ A rampa é feita de madeira com alguns
pregos e divisões no fundo contendo números.
uso pensado ▪ Nossa ideia de uso foi usar bolinhas de isopor para serem jogadas, e ao passarem pelos pregos, serem sorteadas nas divisões, resultando em números, que poderiam ser somados. como a intercessora usou ▪ Assim como a ativi-
dade do “bingo” de números, a rampa de pregos foi utilizada com outros dois experimentos: Os números romanos e a fita de enrolar. A atividade foi feita assim: A professora dividiu a turma em 9 grupos de 4 alunos, e separou um espaço para cada um no quadro branco; depois ela explicou como deveria ser realizada a atividade: “ Aqui temos 5 bolinhas, um aluno do grupo irá jogá-las na rampa, e elas cairão em 5 números, que deverão ser somados por outro aluno, que o fará no quadro branco. Depois disto feito, um terceiro aluno irá representar o resultado nesses números romanos que se encontram aqui. Enquanto isso, para vocês não ficarem a tarde toda fazendo isso, eu vou contar o tempo enrolando essa fita aqui.” Então a atividade começou: as crianças corriam para conseguir somar tudo e representar depois em algarismos romanos, só poucos grupos conseguiram. Dois grupos foram privados de participarem por mal comportamento.
gratidão lucas luz
Agradeço a parceira por ter feito a atividade que esse experimento sugeria, que era uso em grupos, dizendo, “se organizem em grupos” Isso me fez aprender que acontecem atividades em grupo durante as aulas da Margarida. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter organizado as crianças em grupos, dizendo “Se organizem em grupos”, o que os fez trabalhar como time, tendo cada um uma função específica. Aprendi que a professora gosta de trabalhar com grupos, e com isso pude ter novas ideias para experimentos futuros.
experimentos
Os alunos usam a rampa de pregos para realizar o sorteio dos nĂşmeros a serem utilizados na conta
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experimento
10 – números romanos
material ▪ Cortamos alguns algarismos romanos em
cartolina vermelha e colamos em um papel paraná para aumentar sua resistência. Escolhemos fazer o experimento pois vimos que se relacionava com o que a professora estava abordando na matéria.
uso pensado ▪ Não tínhamos pensado em nenhum uso específico, apenas quisemos levar os números grandes e recortados para que as crianças pudessem manuseá-los, e talvez fazerem uma atividade que fixasse mais a matéria. como a intercessora usou ▪ Os Números Romanos
foram utilizados em uma atividade de cálculo montada pela Margarida. Junto a ele outros dois experimentos foram usados, os A Rampa de pregos e a Fita de enrolar. A função dos números começava quando o grupo já havia terminado de sortear os números na rampa de pregos e concluído o cálculo no quadro. A partir do resultado, um dos alunos que fazia parte do grupo representava o número obtido em algarismo romanos. O experimento ficou espalhado em duas mesas próximas ao quadro. Em uma das mesas ficavam as peças necessárias e em outra os alunos montavam o número.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter explicado que esse experimento é funcional, mas serve apenas para uma matéria especifica dizendo “Eu usei eles porque já tinha dado essa matéria, mas agora ela já passou e não devo usar de novo”. Isso me fez aprender que certos experimentos servem apenas uma vez pois são muito específicos. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter explicado para as crianças que não eram letras, sim números, através da frase “não são letras, são números”. Algumas crianças têm dificuldade em entender que as letras representam números, e foi importante a Margarida ter enfatizado. Aprendi não basta desenvolver um material didático e entregar para as crianças, é necessário que exista um intercessor que saiba apresentá-lo à elas.
experimentos
As crianças usam os números romanos para representar o resultado da conta
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experimento
11 – fita de enrolar
material ▪ A fita de enrolar foi feita a partir de uma
lata de achocolatado, a qual foi furada nas suas duas extremidades para poder encaixar e prender uma manivela feita de madeira. Uma fita de material sintético, imitando couro, foi presa na manivela e passada por um buraco no meio da lata.
uso pensado ▪ A fita poderia ser enrolada conforme o giro da manivela. Pensamos que esse experimento poderia ser usado em alguma atividade tanto de português quanto de matemática para marcar tempo. como a intercessora usou ▪ A fita de enrolar foi usada para contar o tempo da atividade descrita acima, junto com a rampa de pregos e os números romanos. A professora ia girando a manivela, fazendo a fita diminuir de tamanho, e as crianças viam que o tempo estava acabando. A professora conversou conosco que gostou muito de ter feito a atividade com tempo marcado, pois assim os alunos trabalhavam o raciocínio rapidamente, e ela estava tentando desenvolver isso neles.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter me contado que apesar de ter usado experimento, estava complicado devido a alguns problemas de construção dizendo “até deu pra usar mais essa coisa de enrolar não funcionou muito bem”. Isso me fez aprender que contar o tempo da forma como foi feito não funciona bem, principalmente porque a contagem é irregular e varia de acordo com a pessoa que está enrolando a fita. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por nos ter informado que não conseguira desenrolar a fita da latinha, dizendo “me ajuda aqui pra enrolar”. Aprendi que o experimento não estava funcionando do jeito que era, porque era realmente difícil conseguir enrolar a fita após desenrolada, além de demorar muito tempo. Com essa dificuldade tivemos a idéia de fazer a ampulheta.
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A professora usa a fita para contar o tempo da atividade
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experimento
12 – placa do dia
material ▪ A Placa do Dia foi feita com papel paraná
e as placas que continham o nome de cada atividade foram impressas em um papel craft. Tiras de velcro foram adicionadas ao longo da placa para que fosse possível grudar as placas.
uso pensado ▪ Pensamos que a professora poderia
usar para organizar, como um diário, as atividades que aconteceriam em um dia, e que fosse possível que os alunos a vissem. como a intercessora usou ▪ Mostramos o experimento para Margarida, e ela disse que poderia ser usado para organizar as tarefas que aconteceriam no dia, assim como esperava, porém, ela nos falou que estava faltando plaquinha de “produção de texto” e “recreio”, providenciamos a produção das peças que faltavam e no dia seguinte a Placa do dia foi usada pela parceira assim que começou a aula. Ela perguntou se poderia grampeá-la no mural que fica ao lado do quadro, mais uma vez respondemos que ela poderia fazer com o experimento o que bem entendesse. Margarida grudou na placa todas as atividades que
aconteceriam naquele dia. No primeiro momento não interagiu com a turma em relação ao experimento. Fiquei aguardando até o final da aula, quando ela ficou de pé bem em frente da placa. A Parceira foi retirando as atividades e perguntando a turma uma a uma se eles conseguiram terminar todos os exercícios que foram propostos em cada tempo, a resposta para todas as perguntas foi unanime, “não”, logo depois a turma foi liberada par ir embora.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter usado o quadro para organizar as tarefas que aconteceriam no dia. Ela disse para turma “hoje nos tivemos esses aulas” Isso me fez aprender que ela valoriza e gosta que a sua turma veja o planejamento diário. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter ligado o nosso experimento com sua necessidade de ensinar às crianças a serem organizadas e fazerem um planejamento dos estudos, através da frase “A gente conseguiu realizar todas as atividades?”. Aprendi que mesmo que não déssemos tanto valor a esse experimento, ele foi muito útil para Margarida e sua turma. O valor dos experimentos não depende de seu material, e sim de sua função.
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A professora usa o experimento para organizar as atividades do dia
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experimento
13 – mural de frases
material ▪ O Mural foi feito com duas tiras grande
de papel paraná na horizontal presas por duas fina tiras madeira na vertical por trás. Colamos pedaços de velcro em sua extensão. Foram confeccionadas pouco mais de 30 placas na cores verde, rosa e azul, elas também possuíam velcro na parte traseira.
uso pensado ▪ Pensamos que o mural poderia ser usa-
do para montar frases usando as placas com palavras.
como a intercessora usou ▪ A professora Margarida pendurou o mural em um prego acima do quadro negro, e dispôs todas as palavras que havíamos escrito em uma mesa. Então pediu que a turma se dividisse em duplas e que cada dupla escolhesse 3 palavras. Depois, pediu que a dupla grudasse as três palavras no mural e com elas formasse uma frase, que seria escrita no quadro com todos os tempos verbais e os conectivos. Por exemplo: uma dupla escolheu as palavras “carro”, “rua” e “escola”, que foram grudadas no mural. No quadro escreveram a frase “O carro enguiçou na rua da escola.”
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter improvisado uma atividade quando viu que o experimento não funcionaria perfeitamente devido a falta de conectivo nas plaquinhas dizendo “Vai dar pra fazer, peraí”. Isso me fez aprender que a Margarida está disposta a improvisar, caso necessite. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter dado um jeito de usar o material, (mesmo que não fosse tão fácil) dizendo “Vai dar pra fazer, peraí”. No início não sabíamos como ela usaria o material, portanto escrevemos palavras aleatórias nos cartõezinhos. Como ela os usaria para formar frases, teoricamente não seria possível sem os conectivos, mas ela teve a ideia de fazer com que os alunos escrevessem as frases ao lado, o que foi bem mais proveitoso, porque eles não recebiam o material já pronto, e sim tinham que elaborar a frase na cabeça, pensando nos conectivos e sua grafia correta. Aprendi que posso confiar na professora para levar algum material que não tenha certeza de como usar, pois ela sempre cria uma atividade muito rica e que claramente atende suas necessidades.
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As crianรงas formam frases com as placas e depois as escrevem no quadro
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experimento
14 – dado de madeira
material ▪ O dado foi montado com madeira e de-
pois lixado para não espetar ou soltar farpas.
uso pensado ▪ Pensamos que ele poderia ser usado na aula para sortear ou números ou operações matemáticas. como a intercessora usou ▪ Inicialmente fizemos
um cubo de madeira sem ter pensado em nenhum uso específico, talvez como um futuro dado. Levamos para a Margarida e ela pediu que escrevêssemos alguns números neles. Como o dado tinha 6 faces, algumas delas continham dois números, já que escrevemos de 0 a 9. No dia seguinte, ao levarmos o dado com os números, ela pediu que colocássemos em cada face um sinal de multiplicação, para que os alunos tivessem que fazer uma operação entre os dois números da face que caísse para cima. E foi assim que foi usado. Margarida formou uma roda com as crianças no chão e distribuiu uma folha em branco para cada um. Em seguida, explicou que jogaria o dado duas vezes, e eles teriam que escrever no papel o resultado das duas multiplicações e somá-las. A tarefa foi um pouco difícil para as crianças, que não tinham a tabuada muito
fixada ainda. Por algum motivo o dado caiu várias vezes no mesmo lado, o que deduzimos ser um problema de anatomia, mas que não poderia ser corrigido por o cubo ser compacto. Depois, ao conversarmos com a parceira, ela nos disse ter gostado bastante do jogo, por trabalhar com a tabuada e o raciocínio rápido dos alunos, porém, como o dado estava “viciado”, a brincadeira não deu tão certo como ela esperava.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter organizado a atividade em um local diferente do que estava acostumado a ver atividades dizendo “Sentem aqui na frente”. Isso me fez aprender que a parceira usa outros espaços das sala que não as mesas, como nesse caso o chão. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter tirado os alunos das carteiras, dizendo “Sentem aqui na frente”. Acho que quebrar com o costume de deixar os alunos todos virados para a professora e sentados iguais nas carteiras sempre é uma experiência legal. Quando os alunos estão sentados no chão eles se fazem mais confortáveis, além de poderem olhar uns para os outros e aliviar a pressão da sala de aula, como se tivessem brincando no recreio. Essa atmosfera ajudou bastante na experimentação. Isso gerou em mim uma vontade de fazer mais experimentos em grupo.
experimentos
Os alunos realizam as contas indicadas no dado
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experimento 15 – peças de unidade, dezena, centena e milhar (madeira) material ▪ As pecinhas foram feitas de madeira, e
lixadas para não furar a mão com farpas.
uso pensado ▪ Pensamos que pudessem representar
as unidades, dezenas e centenas que os alunos trabalham no livro e no caderno em forma de desenho. Os cubinhos representam as unidades, as barrinhas as dezenas, as placas as centenas e os cubos grandes os milhares. Achamos uma boa ideia fazer as peças em 3D, já que eles só trabalhavam com elas em 2D, e muitas vezes tinham dificuldade em visualizar um cubo, ou entender a diferença entre uma unidade e um milhar(ambas representadas pelo cubo). Tínhamos pensado que talvez ela pudesse fazer um jogo no qual as crianças tivessem que relacionar um número com as peças.
como a intercessora usou ▪ Pensamos que pudes-
sem representar as unidades, dezenas e centenas que os alunos trabalham no livro e no caderno em forma de desenho. Os cubinhos representam as unidades, as barrinhas, as dezenas, as placas as centenas e os cubos grandes os milhares. Achamos uma boa ideia fazer as
peças em 3D, já que eles só trabalhavam com elas em 2D, e muitas vezes tinham dificuldade em visualizar um cubo, ou entender a diferença entre uma unidade e um milhar(ambas representadas pelo cubo). Tínhamos pensado que talvez ela pudesse fazer um jogo no qual as crianças tivessem que relacionar um número com as peças.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter usado o experimento praticamente da mesma forma que passava esse tipo de exercício no quadro, ao dizer “Vou dar 2 números e vocês vão montar unidade, dezena, centena e milhar.” Isso me fez aprender que os alunos não têm muitas dificuldades em transportar os conhecimentos do 2D para o 3D. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter censurado os alunos, dizendo “Não dá pra fazer nada com vocês! Vocês não ouvem”, pois os alunos estavam dispersos e realizavam a tarefa diferentemente do modo que ela havia instruído. Aprendi que é importante que os alunos ouçam a professora, e isso me deu ideias para outros experimentos que pudessem trabalhar esse aspecto.
experimentos
As crianças representam o número proposto através das peças de madeira
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experimento
16 – ayrton senna
material ▪ Imprimimos em folha A3 uma foto do
Ayrton Senna e depois colamos em duas folhas de papelão.
uso pensado ▪ O livro didático das crianças da turma de aceleração é produzido pela fundação Ayrton Senna, e o personagem “Senninha” está muito presente no livro. Porém, muitas crianças não sabem quem ele foi, então tivemos a ideia de levar uma foto grande para apresentá-lo à turma, e talvez fazer alguma atividade com ele. como a intercessora usou ▪ Margarida colocou a foto no apoio de giz do quadro negro e informou à turma :”Para quem não conhece o Ayrton Senna, é esse aqui. O jeito que ele mais gostava de correr é com a pista molhada, ninguém ganhava dele. Dia 1º vai fazer 20 anos que ele morreu. Se tem 20 anos que ele faleceu, qual foi o ano de sua morte?” A professora então, junto com a turma, fez a conta no quadro cujo resultado seria o ano de sua morte (1994). Um aluno até alegou ter assistido algumas de suas corridas, mas depois o resultado da conta confessou que deveria ter sido outro corredor, arrancando muitas risadas da turma, já que ele tem 14 anos.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter acrescentado uma atividade de matemática dentro da experimentação, dizendo: “Se tem 20 anos que ele faleceu, qual foi o ano de sua morte?”. Isso me fez aprender que ela não tem problemas com a interdisciplinaridade. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter feito a conta do ano da morte do atleta, dizendo “Se tem 20 anos que ele faleceu, qual foi o ano de sua morte?”. No início estávamos apreensivos com o uso que seria feito da foto, já que ela não é muito interativa. Mas Margarida conseguiu unir a foto com a matéria da turma, e isso foi muito surpreendente. Aprendi que a professora gosta de relacionar duas disciplinas diferentes, e isso me deu ideias para outros experimentos.
experimentos
A professora explica às crianças quem foi Ayrton Senna, que dá nome ao personagem Senninha, presente no livro didático
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experimento 17 – peças de unidade, dezena, centena e milhar (argila) material ▪ As peças foram feitos com argila. oficina na qual foi feito ▪ Questões ambientais. oficineiro ▪ Ana Branco. uso pensado ▪ Pensamos que elas poderiam ser uma representação 3D de uma atividade de representação matemática que já era feita em sala de aula. Uso pensado: com isso seriam usadas da mesma forma, representando números através das unidades, dezenas e centenas. como a intercessora usou ▪ Tivemos a ideia de fazer as peças primeiro em argila, para apresentar às crianças um material não muito visto em sala de aula. Porém, como fizemos o material na barraca e não tínhamos as referências, fizemos as representações erradas (para o milhar , por exemplo, fizemos uma bola, que no livro deles é um cubo) e Margarida disse que seria melhor não usar como atividade matemática para não confundir as crianças. Porém, ao ver os cubos de argila, quis apresentá-los às crianças. Foi passando de mão em mão os cubos e barras de argila, e disse “Isso aqui – passa pra vocês verem – é argila,
um tipo de terra que os índios usavam para fazer os instrumentos deles. Cuidado, não joga no chão. Dá pra fazer qualquer coisa com isso aqui, moldando”. Eu expliquei que a terra é maleável, e depois de posta para secar fica dura, como uma massinha de terra. As crianças ficaram maravilhadas com a argila, e o resultado da experimentação foi super legal e diferente.
gratidão lucas luz
Agradeço a Professora Margarida por te mostrado e passado para os alunos a peça de argila dos experimentos, dizendo “Esse aqui, passa pra vocês verem: é de argila, uma terra que os índios usavam pra fazer os instrumentos deles”. Isso me fez aprender que ela também valoriza materiais não convencionais. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida que incitou a imaginação das crianças, dizendo “Dá pra fazer qualquer coisa com isso aqui, moldando”. Vi os olhos das crianças brilharem e uma vontade grande de moldar suas próprias esculturas de terra. Aprendi que nem todas as experimentações são iguais, e nem todas precisam ser atividades relacionadas à matéria. Experimentações podem ser encantamentos para as crianças, que aprendem algo com isso do mesmo jeito que aprenderiam com uma atividade na aula.
experimentos
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gratidão lucas luz para o oficineiro
Agradeço a Ana Branco por ter explicado que a argila ficaria dura com um certo tempo e ficaria assim ainda mais rápido graças ao calor que estava fazendo naquele dia. Isso me fez aprender que a argila fora do plástico fica dura sozinha sem precisar aquecê-la. gratidão marina barrocas para o oficineiro
Agradeço a Ana por nos apresentar a oportunidade de trabalhar com materiais não convencionais, como a argila e as sementes – que nos parecem “não convencionais”, mas na verdade são os mais convencionais, os que mais se relacionam conosco, ao contrário do plástico, por exemplo, que é tão conhecido pelas crianças. Fiquei preocupada com as crianças não quererem mexer na argila, mas elas adoraram manuseá-la. Aprendi que as crianças gostam de trabalhar com materiais naturais.
As crianças são apresentadas à argila
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experimento
18 – adedanha
material ▪ Esse experimento foi desenhado com
tinta preta em uma folha A4.
uso pensado ▪ Tivemos a ideia de fazer uma tabela
relacionando algumas imagens (um menino, um galo, um gato, um cachorro) e a matéria que as crianças estavam aprendendo em gramática (feminino, masculino, aumentativo, diminutivo) para que eles pudessem preencher com a palavra correta. Acabamos fazendo uma “adedanha” (ou “stop”) para que a atividade pudesse ser um jogo divertido para as crianças.
como a intercessora usou ▪ Levamos uma folha A4 com essa tabela, porém, como não tínhamos tempo de tirar cópias para as crianças, Margarida se dispôs a fazê-lo, deixando um exercício para os alunos. Ela então distribuiu as folhas enquanto dizia “Vocês já brincaram de adedanha?” e explicou como se jogava o jogo, fazendo um exemplo no quadro. Disse que quem terminasse falaria “stop” e iria até sua mesa para que ela corrigisse. Enquanto isso, todos paravam de escrever. Se estivesse errado, todos continuariam e o aluno corrigiria o erro. Porém, acertando ou errando, todos os outros continuavam a escrever, o que foi bom, pois ninguém “ganhou” o jogo.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter proposto um tipo de jogo com a turma ao dizer “Quando o 1º falar stop todo mundo para e eu corrijo, se tiver algum erro continuamos”. Apesar da brincadeira não ter funcionado muito bem, isso me fez aprender que a parceira gosta de criar jogos com a turma. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter se preocupado que todos começassem ao mesmo tempo, dizendo “Vou entregar a folha virada e vocês viram juntos pra todo mundo começar junto!”. Aprendi que a Margarida quer que todos tenham a mesma oportunidade de fazer os exercícios.
experimentos
As crianças preenchem o quadro de “adedanha” que contém elementos trabalhados em sala
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experimento 19 – jogo das características material ▪ O experimento, na verdade, era um
conjunto de características físicas feitas a partir de desenhos e replicadas no computador, bocas, narizes, olhos, orelhas e cabelos faziam parte. Também havia 4 “cabeças”feitas de papel paraná.
uso pensado ▪ Como havíamos visto uma atividade
onde a professora Margarida pedia para descrever as próprias características aos alunos, decidimos montar esse conjunto para que de alguma forma a parceira desenvolvesse uma atividade em que os alunos montassem um personagem ou a si próprio a partir das peças oferecidas.
como a intercessora usou ▪ Ao chegarmos à esco-
la, de manhã, a professora estava conversando com a turma sobre a prova. Depois de terminada a conversa, nos deu atenção e mostramos a ela os experimentos novos que havíamos trazido. Ela pareceu gostar de todos, e escolheu o ‘jogo das características’ para realizar uma atividade na parte da manhã da aula. Em seguida, ela chamou a atenção da turma e perguntou quantos grupos de 4 poderiam ser formados com os 15 alunos presentes. Após pensarem um pouco, os alunos concluíram que não seria possível fazer times iguais, então um dos alunos sugeriu que o Lucas se juntasse a seu time, para conseguir formar 4 grupos. Lucas ficou super contente de ir e se divertiu com as crianças, que gostam muito dele. Margarida sorteou o
nome dos alunos para formar os grupos, e em seguida distribuiu as peças do jogo em 3 mesas para que as crianças pudessem as ver. A professora então explicou que cada grupo teria que pegar uma cabeça e colar em uma folha branca A4, que seria a base. Depois, cada grupo teria que escolher, entre as peças todas, apenas algumas para montar um rosto, que seriam escolhidas pelo grupo e coladas no papel. As crianças se divertiram e adoraram fazer o jogo. Foi engraçado ver como elas interpretaram os desenhos, como por exemplo, a maioria não colocou sobrancelhas por acreditar que a pálpebra que eu havia desenhado já era uma sobrancelha. Quando o rosto já estava finalizado, a professora pediu que as crianças escolhessem um nome para a personagem, idade e uma coisa que gostasse de fazer. Também foi engraçado observar que a maioria tinha acima de 20 anos e era algum tipo de atleta. Todos os personagens foram masculinos, apesar de termos oferecido características femininas. Esse, para nós, foi um dos experimentos mais divertidos, por mexer muito com a criatividade das crianças. Um dos personagens se chamava “Ayrton Senna”.
gratidão lucas luz
Agradeço a professora Margarida por organizar as características em cima das mesas, ele explicou para a turma durante a organização “Gente vou botar aqui as características, para vocês pegarem” isso me fez aprender que ela usa as mesas como apoio para expor sua atividade, isso me fez aprender que posso fazer experimentos e variação que se utilizem desse recurso. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter tornado a atividade divertida e pessoal para as crianças, deixando-as usarem toda sua criatividade, dizendo “Escrevam algo que o personagem gosta de fazer, uma atividade”. Eu me senti com vontade de montar o personagem, e acho que as crianças também adoraram, muitas vezes se projetando nos personagens. Aprendi que todos os experimentos que mexem com a criatividade das crianças são mais divertidos.
experimentos
As crianças fazem uma colagem, montando um personagem à partir das características físicas estudadas
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experimento
20 – ampulheta
material ▪ O experimento foi feito com duas garrafas
PETs cortadas e depois coladas para diminuir o tamanho. Elas foram grudadas boca com boca uma a outra com areia dentro.
uso pensado ▪ Pensamos em usar o experimento como
uma ampulheta, para marcar um determinado tempo que poderia ser usado para estipular um prazo de conclusão em alguma atividade dada pela Margarida.
como a intercessora usou ▪ A Professora Margari-
da usou o experimento da ampulheta como marcador de tempo em uma atividade de cálculo. No exercício os alunos deveriam jogar 5 bolinhas de durex em um outro experimento, o quadro de arremesso, anotar os 5 números no quadro, fazer a soma e escrever o resultado antes do tempo terminar, ou seja toda areia que estava em uma parte da garrafa descer para outra parte. A Margarida ficava responsável pelo controle. Durante a atividade algumas vezes a areia que estava dentro das garrafas prendeu na boca e impediu que caísse, porém não atrapalhou muito a atividade, pois com uma breve chacoalhada tudo voltava ao normal.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter demonstrado preocupação com o funcionamento do experimento, dizendo “Tem que peneirar a areia”, já que às vezes a passagem da areia era impedida por grãos maiores. Aprendi que devamos testar melhor os experimentos antes de levar para a experimentação, já que seu mau funcionamento pode prejudicar as atividades. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por dizer, quando foi questionada por um aluno o porquê de a areia parar de cair, ela disse “é por que a areia não está peneirada”, isso me fez aprender que da próxima vez que eu for fazer uma ampulheta, peneirar a areia, pois isso ajuda a fazer com que o movimento de passar, de uma parte para outra, funcione melhor.
experimentos
A ampulheta é usada para contar o tempo da experimentação
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experimento
21 – quadro de arremesso
material ▪ O quadro foi feito com tiras de madeira
coladas com durex para formar um grande quadrado, quadro tiras de papel couro foram trançadas no meio, formando um espécie de jogo da velha e numero foram colados aleatoriamente em cada “casa”formada. Por fim uma bola de papel e durex foi montada.
uso pensado ▪ Pensamos que esse experimento pode-
ria ser usado como uma cesta de basquete na qual os alunos arremessassem a bolinha para acertar um dos números em alguma atividade de cálculo.
como a intercessora usou ▪ Na mesma atividade em que usou a ampulheta, Margarida usou o quadro de arremesso, que colocou entre duas cadeiras, para que embaixo do experimento houvesse um espaço. Então, delimitou uma distância de arremesso, para que fosse difícil mirar, e pediu para que os alunos formassem uma fila para arremessarem bolinhas de durex nos espaços do quadro, tendo alguns números. Os números mais altos poderiam escolher o grupo. Como dois alunos tinham tirado o mesmo número, ela fez uma nova rodada para o desempate. Com os grupos formados, a professora deu início a atividade. Margarida entregou então 5 bolinhas de durex, uma
para cada grupo, que teria que arremessá-la em um dos espaços. Enquanto isso, outro aluno anotava os números e os somava, tudo isso no tempo em que a areia escorria da ampulheta. Como o tempo era curto, muitos grupos não conseguiram terminar, apenas dois. E como estes estavam empatados, foi realizada uma nova rodada para o desempate: quem conseguir acertar o maior número.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por pedir para fazer mais bolinhas durante a atividade que o experimento estava sendo usado, falando, “vocês têm mais bolinhas ai?, tem como fazer”. Isso me fez aprende que mesmo que o experimento não esteja perfeito para atividade, é possível improvisar na hora. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter comentado que seria interessante usar um material menos frágil (o quadro era feito de papelão) dizendo “Só tem que tomar cuidado com o papel, gente, qualquer coisa pode rasgar”. Isso me fez aprender que os experimentos têm que ter uma certa resistência, por serem manuseados por crianças.
experimentos
Os alunos se revezam para acertar as bolinhas de durex nos espaรงos do quadro
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PARTIDO ADOTADO quente
Depois de realizadas as 21 experimentações, chamamos a Margarida para realizar a dinâmica do Quente-Frio, após sua aula. No fundo da sala, colocamos todos os experimentos no chão. Em um canto da sala a palavra “quente” foi escrita em uma folha, e no lado oposto da sala, outra folha foi posicionada, com a palavra “frio”. Do lado da palavra “quente” colocaram outra folha com a frase-objetivo, ,“Para aprender perfeitamente é preciso ler, exercitar, ser organização e ter atenção. Tudo isso ajuda na educação”. Então, explicamos para Margarida o que queríamos que ela fizesse: Ela teria que colocar em uma ordem crescente, do experimento que ela acha que tem mais a ver com a frase e com a sua aula para o que ela acha que tem menos a ver. Margarida ficou aterrorizada, pois não queria desmerecer nosso esforço, tinha gostado de todos os experimentos, e valoriza muito nosso trabalho em sua sala de aula. Além disso, nos disse que acha que os experimentos funcionam em segmentos diferentes, pois cada um aborda um aspecto. Porém, ao insistirmos, conseguimos que ela colocasse os experimentos todos em uma fila só. Após alguns reajustes, a disposição final foi :
Experimento 12 – Placa do Dia, Experimento 13 – Mural de Frases, Experimento 5 – Cartões letras maiúsculas e minúsculas, Experimento 18 – Adedanha, Experimento 8 – Casarão, Experimento 1 – Gravuras, Experimento 2 – Peteca de sementes, Experimento 15 – Peças de unidade, dezena, centena e milhar (Madeira), Experimento 17 – Peças de unidade, dezena, centena e milhar (Argila), Experimento 21 – Quadro de Arremesso, Experimento 20 – Ampulheta, Experimento 9 – Rampa de Pregos, Experimento 4 – Garrafa de 2 bocas, Experimento 19 – Jogo das características, Experimento 16 – Ayrton Senna, Experimento 7 – Caixa de Embaralhar, Experimento 10 – Números Romanos, Experimento 14 – Dado de Madeira, Experimento 6 – Quadro Branco, Experimento 3 – Palco e Experimento 11 – Fita de Enrolar. Depois da organização, pedimos que ela nos explicasse o motivo da disposição dos experimentos do jeito que estavam. Antes de tudo ela disse que de forma geral considerava dois grandes grupos os quentes
“Para aprender perfeitamente, é preciso ler, exercitar, ser organizado e ter atenção. Tudo
”
isso ajuda na educação
partido adotado
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frio
e os frios, sendo que os quentes iriam do Experimento 12 – Placa do Dia atéo Experimento 20 – Ampulheta e os frio de Experimento 9 – Rampa de Pregos até o Experimento 11 – Fita de Enrolar, pois disse que os materiais categorizados como “quentes” eram muito ricos, que ela considera que acrescentaram mais a sua aula e a matéria que estava dando. Sobre o experimento mais quente, a “placa do dia”, ela disse que tinha gostado muito porque, em sua opinião, é o que mais se relaciona com a frase, por se tratar essencialmente da organização e da atenção para conseguir aprender. Ela disse que uma das coisas que ela tem a maior dificuldade em ensinar é a organização do tempo, e que se as crianças conseguissem aprender pelo menos isso com ela, ela ficaria muito feliz. Disse também que este era o último ano que os alunos teriam apenas uma professora, pois no ano seguinte, o sexto, eles já teriam vários professores, um para cada matéria, portanto o tempo das atividades seria mais demarcado, já que eles terão uma rotina de aulas que não pode ser modificada ou atrasada. E como o experimento também lida com a organização e a atenção, Margarida disse que, se as crianças con-
seguirem ser organizadas e atentas, conseguirão também usar todos os outros experimentos. Apesar de sua escolha ter sido surpreendente para nós, após ouvir ela falar, conseguimos entender muito bem o caminho do projeto e relacioná-lo diretamente com a frase. O Experimento 13 – Mural de Frases, de acordo com a parceira é importante de estar ali pois ela valoriza muito a questão da criação de frase e o desenvolvimento da criatividade para isso, se relacionando com a frase nos quesitos de atenção e organização. O Experimento 5 – Cartões letras maiúsculas e minúsculas, se conecta a frase pois a parceira disse que acredita que ter atenção para a forma correta de escrever as letras é muito importante, e apesar de não ter usado esse experimento dessa forma ele estaria nessa posição devido essa importância. O Experimento 18 – Adedanha se conecta a frase nos quesitos de atenção e leitura, pois estimula através das imagens aos alunos completares as caixas de maiúsculo, diminutivo e etc. O Experimento 8 – Casarão e Experimento 1 – Gravuras de acordo com a Margarida são importantes pois trabalham a imaginação e estimulam a produção
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textual dos alunos, se conectando com a frase pois são exercícios que melhoram a leitura. Ela disse que o Experimento 8 vinha antes do Experimento 1 pois o Casarão não tinha personagens, gerando textos mais ricos, pois exigiam mais o uso da criatividade. Experimento 2 – Peteca de sementes se conecta, pois na atividade que foi feita serviu como ferramenta para estimular a atenção dos alunos nos questionamentos feitos pela parceira, além de representar a importância da atividade em grupo. O Experimento 15 – Peças de unidade, dezena, centena e milhar (Madeira) e o Experimento 17 – Peças de unidade, dezena, centena e milhar (Argila), como a parceira disse se relacionam com a questão do exercício e na atenção para escolher a peça, o motivo do Experimento 15 vir primeiro é por que ele estava com as referências de unidade, dezena, centena e milhar corretas, assim como era estudado na sala. Para terminar essa parte dos mais quentes vem o Experimento 21 – Quadro de Arremesso e o Experimento 20 – Ampulheta, eles são importantes, pois trabalham o raciocínio rápido, exigindoatenção para concluir o exercício. O Experimento 20 em especial também seria importante, pois delimita um tempo para atividade.
Após de todas essas observações serem feitas, levamos essas informações para a sala de aula na faculdade e remontamos, em uma bancada, a mesma sequência montada pela parceira. Então, explicamos para os professores e colegas de turma o processo de montagem da dinâmica. Os professores fizeram algumas observações e destacaram alguns experimentos com os mais importantes. São eles Experimento 12 – Placa do Dia, Experimento 13 – Mural de Frases, 18 – Adedanha, Experimento 2 – Peteca de sementes, Experimento 21 – Quadro de Arremesso e Experimento 20 – Ampulheta, pois de acordo com eles uma repetição de MALHAS foi observada em alguns desses, essas malhas podem significar organização e isso pode ser um ponto de partida para construção e evolução dos experimentos. Experimentos que possibilitem dentro de uma malha números e palavras, demarcadas com um tempo – vindo do experimento 20.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter explicado a importância do experimento 12 – Placa do Dia está próximo ao quente dizendo: “Com organização todos os outros são possíveis”. Isso me fez aprender que só foi possível experimentar e usar todos os outros experimentos na aula da Margarida, pois ela teve organização para fazer as atividades. Gerou em mim mais interesse em produzir outros experimentos e variações que explorem a organização. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter se preocupado em demonstrar que não desvaloriza nenhum de nossos experimentos, dizendo “Não vou conseguir fazer isso, todos que vocês trouxeram são muito bons!”. Aprendi que ter o trabalho reconhecido é a melhor sensação do mundo.
Os expe mais ent placa aded
erimentos s quentes, tre eles as a do dia, a danha e o casar達o
partido adotado
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GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS “Para aprender perfeitamente, é preciso ler, exercitar, ser organizado e ter atenção. Tudo isso ajuda na educação.”
variação 1 – quadro do dia com espaços brancos material ▪ O experimento era composto por placas
de papel craft com o nome das atividades impressas, cada placa tinha um pequeno pedaço de PS para que pudesse ser escrito nele. No conjunto também havia uma placa feita completamente de PS.
uso pensado ▪ A partir do uso observado na experi-
mentação, decidimos acrescentar espaços nas placas para que a parceira pudesse adicionar informações extras nelas que descrevessem as atividades que aconteceriam no dia. como a intercessora usou ▪ Margarida começo a aula usando o experimento, ela pegou as placas que correspondiam a cada atividade as prendeu no suporte, de inicio elas inclinaram, pois não havia muito velcro de fixação. Pensamos que a parceira iria usar as partes brancas que adicionamos para escrever algum tipo de informações extra porem ela não fez isso.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarina por ter nos contado que seria necessário mais velcro para suportar as plaquinhas no suporte, dizendo “Aqui tem que ter mais velcro”. Isso me fez aprender que para segurar as placas é necessário ter mais velcro, pois eles não suportam tanto peso. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por nos ter indicado uma forma melhor de elaborar o experimento, dizendo “Adorei essa plaquinha toda branca, todas poderiam ser assim, já que as atividades são bem diversificadas”. Aprendi que a professora gosta de mudar suas atividades e didática, logo é mais eficiente trabalhar com espaços em branco do que já levar objetos prontos, para que ela possa ter maior autonomia em relação ao experimento.
geração de alternativas
Margarida usa o quadro do dia para indicar as atividades realizadas em cada dia
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variação
2 – quadro azul
material ▪ O quadro azul foi feito com tiras de 60
centímetros de papel paraná, formando 9 espaços. Em cada espaço havia uma placa de PS para que a parceira pudesse personalizar as sinalizações de cada área, escrevendo nelas.
uso pensado ▪ Planejamos experimentar com placas
vazias, nas quais a parceira poderia escrever nelas, pois isso daria maior autonomia para decisão das atividades a serem feita com o quadro.
como a intercessora usou ▪ Ao começar o uso da
variação, Margarida perguntou se teria como pendurá-lo na parede, como não havíamos construído uma alça, improvisamos uma na hora com durex e amarramos no quadro. A parceira o pendurou em cima do quadro branco e deu inicio a uma atividade de matemática e português, ela escreveu contas de dividir, de vezes e palavras nas plaquinhas. Primeiramente o aluno jogava a bolinha de semente no quadro e dependendo do espaça que fosse acertado ele deveria ou resolver a conta matemática ou montar uma frase com a palavra. Conforme os espaça iam sendo usados ela usava a caneta e marcava um X no próprio quadro da sala.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter usado o experimento pendurado, soube disso quando ela perguntou, “Não tem como pendurar, não?”. Isso me fez aprender que a parceira usa o quadro para fazer atividades pendurado. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter tido a ideia de usar o quadro branco atrás do nosso quadro para marcar os espaços que já tinham sido usados, o que nos fez aprender que não era necessário que o quadro tivesse um espaço atrás para as bolinhas caírem, já que já é possível observar onde elas batem só de olhar.
geração de alternativas
Margarida escreve várias contas e palavras no quadro, que têm que ser desenvolvidas por um aluno ao serem acertadas.
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variação 3 – sementes de vários tamanhos e tipos material ▪ A variação era composta por um conjunto
de vários tamanhos de saquinhos transparentes de pano com sementes, com sementes de girassol, grão de bico e amendoim.
uso pensado ▪ Pensamos que as sementes pode-
riam substituir as bolinhas de durex que a parceira vinha usando durante as experimentações nos jogos propostos. Para isso levamos vários tamanhos e tipos com intuito de descobrir qual melhor se adequava.
como a intercessora usou ▪ A professora utili-
zou os saquinhos de sementes para fazer com que as crianças acertassem um espaço no quadro. As crianças se revezaram para arremessar, de acordo com a ordem de suas fileiras na sala.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter se preocupado com a funcionalidade do material em uso, dizendo “As sementes tem que ser as mais redondinhas” , eliminando a possibilidade do uso do amendoim, um dos recheios dos saquinhos. O amendoim, por ter algumas protuberâncias cortantes, acabou rasgando um dos saquinhos. Aprendi que temos que usar sementes com as extremidades arredondadas. gratidão marina barrocas
Agradeço a parceira por me explicar o motivo de ter usado somente as bolinhas de sementes pequenas e de girassol, ela disse, “esse outros são muito pesados” e brincando comentou “servem só pra um jogar na cabeça do outro”. Com isso aprendi o tamanho ideal para as bolinhas e que elas deveriam ser feitas de girassol, pois dentre as semente que experimentamos é a amais leve.
geração de alternativas
Os alunos utilizam os saquinhos de semente para acertar os espaços vazios do quadro
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variação
4 – cubo desmontável
material ▪ O cubo foi feito a partir de 6 quadros
de madeira com velcros que permitiam que fosse montado e desmontado. Além disso, na parte frontal dos quadros havia velcros que permitiam o encaixe de placas de PS.
uso pensado ▪ Pensamos que a parceira poderia utilizá-lo da mesma forma que vinha experimentando os quadros com as plaquinhas brancas, porém, dessa vez de forma diferente, podendo utilizar a forma de cubo ou com as partes separadas. como a intercessora usou ▪ A professora usou o cubo para fazer um exercício de matemática com as crianças. Primeiro, em cada face, grudou uma placa de ps que havíamos levado, em seguida escreveu nas placas uma conta de uma operação. Usando a ampulheta de água para contar o tempo, mostrava uma face por vez, e as crianças tinham que copiar a conta e efetuá-la no tempo determinado.
gratidão lucas luz
Agradeço a parceira por ter usado o cubo como forma de mostrar uma parte da expressão por vez, ao gira-lo. Ela disse que usaria dessa forma ao explicar: “Eu vou girando e vocês tem que anotar os números para depois montar a as expressões no tempo”. Com isso aprendi que mostrar a atividade por partes e pedir para turma copiar é uma das formar que a parceira usa durante as suas atividades. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter nos informado que gosta de trabalhar com materiais mais leves, dizendo “Prefiro que vocês tragam materiais mais leves que a madeira, que é difícil de manusear”. Assim aprendemos que a Margarida prefere trabalhar com materiais leves, já que normalmente ela os segura na mão ou pendura para mostrar às crianças.
geração de alternativas
A professora usa o cubo para indicar aos alunos as contas que deveriam fazer
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variação 5 – ampulheta de água de 30 segundos material ▪ Foi construída a partir de duas garrafas
de refrigerante de 600ml, que eram unidas por suas bocas por um cano de PVC. As tampas foram furadas para controlar a vazão de água. O líquido que passava de um lado para o outro era uma mistura de água com tinta guache verde.
uso pensado ▪ Vendo a necessidade de um objeto que marcasse o tempo para a execução das atividades, construímos essa ampulheta maior, para que toda a turma pudesse acompanhar o tempo. como a intercessora usou ▪ A professora usou a ampulheta para cronometrar o tempo da atividade com o quadro azul, que propunha a realização de contas e exercícios, girando a ampulheta duas vezes para que desse tempo dos alunos terminassem.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter me contado que seria ideal que a ampulheta ficasse de pé, dizendo “é melhor que fique em pé pra não ter que ficar segurando”. Com isso aprendi que a ampulheta que for produzir precisar ficar de pé. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter nos dito que a ampulheta não tinha estabilidade (não ficava em pé sozinha com facilidade). Assim, pudemos usar uma base na próxima ampulheta para conferir mais segurança à experimentação.
geração de alternativas
A ampulheta ĂŠ usada para contar o tempo da atividade
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variação
6 – quadro do dia dobrável
material ▪ O quadro foi feito com 5 cinco placas de
Eucatex laminado branco. Eles foram presos uns aos outros com tirar de elástico. Foram adicionados pedaços de velcro na traseira também.
uso pensado ▪ Percebemos que quanto mais personalizável fosse o objeto mais útil seria para a aparceira, pois dessa forma atividades especiais poderiam ser adicionadas ao mural de atividades do dia, além de outros tipos de informações. como a intercessora usou ▪ Margarida expôs o
quadro em um mural ao lado do quadro negro, que é revestido por tecido que gruda no velcro. Escreveu, em cada placa, uma atividade, tendo assim: “PROERD (um programa de educação com um policial), Atividade dia das mães”, “Lanche”, “Recreio”, “Matemática apostila” e “Matemática cálculos”. O quadro ficou exposto até o fim da aula.
gratidão lucas luz
Agradeço a Parceira por ter escrito no experimento, PROERD e Atividade dia das mães. Ela explicou para a turma as atividades que aconteceriam no dia dizendo “depois do tio Márcio vamos terminar a atividade das mães”. O Tio Marcio é quem dá a aula da PROERD. Com isso aprendi que é importante que o quadro do dia seja em branco, permitindo que a parceira escreva as atividades nele pois nem todos os dias há atividades convencionais. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter adicionado mais atividades ao quadro do que tínhamos previamente pensado. Assim, descobrimos que é mais eficiente levar espaços em branco do que o material já pronto, deixando a professora mais livre para escrever qualquer atividade.
geração de alternativas
Margarida expõe as tarefas do dia para a turma, que são escritas por ela e podem ser modificadas
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variação 7 com apoio
– quadro modular
material ▪ Quadro feito de madeira com 2 pés com
dobradiças. Tiras feitas com papel paraná. Em toda parte dianteira do quadro foram colocados velcros para permitir a alteração dos espaços criados. No conjunto também havia placas de PS com velcro na parte traseira.
uso pensado ▪ Pensamos em construir esse quadro para experimentar outras formas que a parceira poderia usar esse tipo de estrutura. Esse quadro, diferente dos outros, possuía tiras de separação dos módulos removíveis, isso permitia que a parceira pudesse escolher quantos e em qual posição ela os botaria, além disso essa variação também possuía pés que permitiam posicionar o experimento em pé, como uma mesa ou apoiado em somente um de seus pés, como um porta retratos. como a intercessora usou ▪ Margarida posicionou o quadro em cima de uma carteira, encostado na parede, usando um dos braços do quadro como apoio. Então, distribuiu folhas A4 brancas e pediu que as crianças as dividissem em 2 partes, português e ciências. Na parte de português, escreveu palavras nas plaquinhas, como “mesa”, “toalha”, etc, para que eles copiassem e escrevessem adjetivos para elas, no tempo
determinado pela ampulheta de um minuto. Na parte de ciências eles também teriam que copiar no caderno as palavras escritas nas placas (ovo, macarrão, alface) e indicar se eram de origem animal, vegetal ou mineral. No final do exercício, recolheu as folhas e corrigiu no quadro.
gratidão lucas luz
Agradeço a parceira por ter usado o experimento para várias matérias ao mesmo tempo, ‘A primeira parte é P de português, a segunda ciências e a última é Matemática”. Isso me fez aprender que a Margarida usa o quadro para todas as matérias. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por não ter usado os braços da maneira que tínhamos bolado (como uma mesa), nos provando que eles não são necessários para a experimentação, o que nos permitiu desenvolver o projeto sem eles.
geração de alternativas
O quadro modular é usado para uma atividade que engloba várias matérias, como português, e matemática.
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variação 8 – ampulheta de água de 1 minuto material ▪ Foi construída a partir de duas garrafas
de água mineral de 1,5 litros, as quais eram presas a um cano de PVC. As tampas foram furadas para controlar a vazão de água. O liquido que passava de um lado para o outro era uma mistura de água com tinta guache laranja. Uma base de plástico foi adicionada para manter o experimento em pé.
uso pensado ▪ Após experimentar a Variação 5 – Ampulheta de Água de 30 segundos, percebemos que seria interessante que a ampulheta pudesse ficar em pé e que demorasse mais para terminar, com isso aumentamos o tamanho das garrafas e adicionamos bases nelas para ficar em pé. Pensamos que a parceira em vez de rodar a ampulheta pudesse deixá-la escorrer em somente uma rodada devido ao maior tempo de duração. como a intercessora usou ▪ A ampulheta foi usada
para cronometrar a atividade realizada com o quadro modular com apoios, porém, apesar de contar com bases estabilizadoras, acabou caindo e se desmontando.
gratidão lucas luz
Agradeço a parceira por ter advertido a turma sobre o excesso de atenção na ampulheta, “Quer ficar olhando, fica admirando agora, olha que legal”. Isso me fez aprender que a ampulheta ou o objeto não deve chamar mais a atenção que a atividade. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter nos sugerido levar uma ampulheta menor, talvez que pudesse ser presa ao quadro. Assim, não precisaria ser tão grande para todos verem, mas, ao ser colocada em um local apropriado, poderia ser vista por todos.
geração de alternativas
A ampulheta de um minuto ĂŠ mais estĂĄvel, sendo usada para contar o tempo da tarefa proposta
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variação
9 – quadro modular sanfona
material ▪ Foram construídos 2 quadros de PVC,
em ambos foi acrescentadas tiras de velcro para que permitisse a modulação das tiras de papel Paraná, as quais também possuíam velcro para segurar as plaquinhas de PS. Dessa vez acrescentamos placas de PS de diferentes tamanhos.
uso pensado ▪ Ao conversar com a parceira, optamos em montar um experimento mais leve que possibilitasse mais tipos de uso, como pendurado. Dessa vez também levamos dois quadros, que através de um elástico poderiam ser presos uns aos outros, criando uma espécie de sanfona. como a intercessora usou ▪ Margarida apoiou os
quadros em forma de sanfona em uma mesa apoiada na parede, e usou apenas divisórias horizontais para formar os quadros. Nelas, colocou as plaquinhas de PS: na primeira vez com desenhos, que funcionaram como um tipo de ditado: ela desenhou um cadeado (por exemplo) e os alunos tinham que escrever a palavra “cadeado” corretamente na folha. Depois fez o mesmo com palavras, contas etc. Depois, como sempre, recolheu as folhas e corrigiu o exercício no quadro. Dessa vez não usou as sementes como “sorteio”. Todas as crianças tinham que fazer todas as atividades em seus cadernos.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter explicado quando perguntei qual o motivo de não ter usado o quadro em forma de sanfona, dizendo: “Dessa forma as crianças que estão do outro lado não veem”. Isso me fez aprender que a Margarida não gosta de usar o quadro apoiado em forma de sanfona, prefere usa-lo apoiado ou pendurado. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter nos informado que o formato de sanfona não a agradou muito, dizendo: “As crianças que sentam nas extremidades da sala não conseguiram enxergar muito bem”. Aprendemos que o ideal é pendurar o quadro na parede, facilitando sua visualização.
geração de alternativas
A professora faz alguns desenhos no quadro, que funcionam como um ditado para as crianças
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variação
10 – ampulheta de areia
material ▪ Foi construída a partir de duas garrafas
PET pequenas, as quais eram presas uma a outra pela tampa com durepox. As tampas foram furadas para controlar a vazão da areia peneirada. Uma tira de velcro foi adicionada ao longo das duas garrafinhas.
uso pensado ▪ Durante a experimentação da Varia-
ção 8 – Ampulheta de Água de 1 minuto, houve um acidente devido ao peso da água que estava dentro das garrafas, o experimento acabou caindo da mesa e molhando um pouco a sala, além disso aprendemos que uma ampulheta grande tira muita atenção da turma. Por isso optamos por construir uma pequena ampulheta de areia peneirada com um velcro ao longo. Pensamos que a parceira poderia usa-la pendurada no quadro de velcro. como a intercessora usou ▪ Margarida usou essa variação junto com a Variação 9 – Quadro modular sanfona, ela serviu para marcar o tempo determinado durante cada atividade.Inicialmente Margarida o prendeu a ampulheta com velcro no quadro modular, porém como o quadro estava apoiado na parede e inclinado, a areia não escorria perfeitamente de um lado para o outro, logo ela preferiu usar a variação em cima da mesa.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter parado de usar a ampulheta, nos fazendo perceber que ela não estava dando certo, por conta da inclinação do quadro. Aprendi que o quadro tem que ficar totalmente na vertical para que a areia da ampulheta possa cair. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter usado o experimento preso ao quadro, pois graças a isso eu aprendi que a ampulheta presa em um quadro inclinado não funciona tão bem. Ao começar a atividade ela explicou para turma sobre o tempo, “Vou botar aqui a ampulheta pra marcar o tempo”.
geração de alternativas
Margarida usa a ampulheta de areia para contar o tempo da atividade
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ALTERNATIVA ADOTADA quente
Após realizada a experimentação de todas as variações, retornamos à escola com todos os objetos para realizarmos a segunda dinâmica do quente-frio com a professora, que desta vez já conhecia sua lógica. Como da primeira vez, no fundo da sala posicionamos, em cada extremidade, uma folha de papel branco com a palavra “quente” e outra com a palavra “frio”. Ao lado da palavra “frio” também colocamos outro papel com a Frase-Objetivo :”Para aprender perfeitamente é preciso ler, exercitar, ser organização e ter atenção. Tudo isso ajuda na educação”. Margarida então analisou as variações, lembrando conosco e, voz alta seus usos e funções. Depois, começou a organização dos materiais .A ordem das 10 variações foi a seguinte de quente para o frio:Variação 9 – Quadro modular sanfona, Variação 6 – Quadro do dia dobrável, Variação 10 – Ampulheta de Areia, Variação 3 – Sementes de vários tamanhos e tipos, Variação 2 – Quadro Azul, Variação
1 – Quadro do dia com espaços brancos, Variação 5 – Ampulheta de Água de 30 segundos, Variação 8 – Ampulheta de Água de 1 minuto, Variação 7 – Quadro modular com apoio, Variação 4 – Cubo Desmontável. A parceira nos contou que os primeiros 4 foram escolhidos pois fazem parte de um mesmo grupo e que seu uso se dá juntos, e por isso está mais próximo da frase tema do projeto,“Para aprender perfeitamente é preciso ler, exercitar, ser organização e ter atenção. Tudo isso ajuda na educação”. Já os últimos mesmo tendo usabilidades parecidas se afastam pois alguns problemas que prejudicam o uso. Ela nos contou que seu critério de avaliação se baseia muito na praticidade e funcionalidade do material. As variações feitas de madeira por exemplo, por serem muito pesadas foram descartadas pela intercessora. O experimento mais quente, o quadro modular, foi escolhido como favorito por conseguir de melhor maneira englobar os
“Para aprender perfeitamente, é preciso ler, exercitar, ser organizado e ter atenção. Tudo
”
isso ajuda na educação
alternativa adotada
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frio
conceitos chaves do projeto, explorando aspectos de outros quadros que haviam funcionado, como as tiras mutáveis e seu modo de exposição. O quadro também solucionou alguns problemas presentes em seus antecessores, como o peso da madeira e a dificuldade de prender as plaquinhas brancas. Junto com o quadro modular, em um conjunto de variações mais quentes, Margarida também incluiu os saquinhos de sementes e a ampulheta de areia, que, de acordo com ela, juntos, formaram uma experimentação rica. O resto do gradiente que termina no frio está organizado deste modo por ser, em algum aspecto menos eficiente que o primeiro, por ter funcionado mal ou por ser menos completo. Junto com os professores Ana e Vicente, chegamos à conclusão que o protótipo final juntaria tudo o que a experimentação tinha provado eficiente e deixaria de lado o desnecessário. O protótipo final seria então um quadro modular que proporcionasse liberdade para a intercessora montar qualquer atividade ou jogo que julgasse apropriado. Por fim para construção de protótipos, definimos que o quadro seria feito de cano PVC com velcro em volta, para ser leve. Teria plaquinhas para escrever destacáveis que possibilitariam que a professora escrevesse qualquer tipo de conteúdo. Tiras de velcro para prender as placas, dando liberdade para Margarida organizar conforme a necessidade e uma ampulheta para marcar o tempo das atividades propostas pela parceira.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter deixado para o fim na linha do quente e frio os experimentos mais pesados dizendo ”Eles estão ali por que são meio pesados, ai fica mais difícil”. Isso me fez aprender que ela gosta coisas que sejam mais fáceis de manusear. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter escolhido quatro experimentos como o “mais quente”, pois assim soubemos melhor qual rumo tomar em relação ao protótipo final, incorporando esses quadro objetos em um conceito só.
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CONSTRUÇÃO DO PROTÓTIPO Depois de encaminhados pelos professores, comçamos a pensar na construção do protótipo final. O projeto estava todo encaminhado para a construção de um quadro modular, formado por canos de PVC e divisórias deslocáveis. Além disso, uma ampulheta de areia e saquinhos de sementes para serem usados no jogo de arremesso. Os primeiros materiais produzidos foram os dois quadros de PVC, formados por quatro pedaços de cano de 65 cm cada, unidos por “joelhos” também de PVC marrom. Era então necessário revestir os quadros com velcro para que neles pudessem ser grudadas e desgrudadas as divisórias, que definiriam a malha do quadro. Estudamos as possibilidades de cor para o velcro, e junto com a professora Ana, chegamos a conclusão que o velcro marrom dialogaria de melhor forma com a cor do PVC, e ao mesmo tempo seria discreto, desviando toda a atenção para a experimentação e o conteúdo propostos pela professora. O quadro então foi revestido por tiras de velcro costurados nele com a ajuda de uma máquina de overlock, que daria a resistência e o acabamento certos ao tecido. Enquanto às divisórias, primeiro foram usados tiras de madeira compensada, que seriam revestidas por bainhas de velcro (“macho” na frente e “fêmea” atrás), porém, visto a fragilidade de tal material, o mesmo foi substituído por tiras de alumínio, que, além de serem mais leves, são também incrivelmente resistentes.
As plaquinhas, durante a experimentação, consistiam em retângulos de um material chamado PS, que remete ao material do quadro branco, porém, ao ser rabiscado com uma caneta para quadro branco, dificilmente é limpo, uma vez que a tinta deixa vestígios permanentes no material. Logo, no protótipo final, foi usado como material o Eucatex laminado, que apresenta uma superfície que é facilmente limpa após o uso da caneta. Foram então produzidas 40 placas de Eucatex, de dois tamanhos distintos (30 retangulares e 10 quadradas) cortadas de uma placa grande no laboratório de volume. Para que possam ser grudadas no velcro das tiras e do quadro, colamos, com cola de contato, carpete no verso das placas. As bolinhas de sementes foram confeccionadas com sementes de girassol, que se mostraram as mais adequadas, por conta de sua anatomia arredondada que não rasga o tecido de voal, que as envolve, além de ser mais leve, própria para o arremesso. Aceitando a sugestão da professora Ana de atribuir uma cor a cada grupo de saquinhos, para que seu uso fosse enriquecido, produzimos duas bolinhas de cada cor de costura: azul, verde, vermelho, laranja e branco. Assim, a professora poderia atribuir às cores times, grupos, conceitos, classificações ou qualquer outro design que multiplicasse suas possibilidades de uso. A ampulheta que antes continha água agora contém areia, que permite melhor visualização do tem-
construção do protótipo
po que escorre. Após estudar diversos tamanhos e formas para o protótipo final, foi concluído que uma ampulheta menor apresentaria maior portabilidade e praticidade. Finalmente foi produzida uma ampulheta composta por duas pequenas garrafas PET arredondadas compradas em uma loja de embalagens e areia azul, que dialoga com as cores do quadro final. Suas duas bocas foram unidas por um segmento de cano PVC, vestindo-as perfeitamente após ser esquentado. A vazão da areia foi controlada por pequenos furos nas tampas. O protótipo final também conta com uma cordinha que serve para pendurar o quadro na parede, e duas tiras de velcro removíveis que a prendem na moldura.
gratidões lucas luz
Agradeço por ter experimentado diferentes formas de costurar os velcros; usando costura simples, costura simples virando do lado do avesso, usando viés e costura com máquina overlock. Isso me fez aprender que o melhor tipo de costura para cobrir os canos e as tiras com velcro era a com máquina overlock, pois já entregava um acabamento e é mais resistente. Agradeço por ter feito bolinha de semente com cores de linha de costura diferentes, isso me fez aprender que o uso das cores pode entregar mais possibilidade de uso com a parceira. Agradeço por ter construído as tiras removíveis recheados com madeira do tipo compensado. Isso me fez aprender que esse não é o material adequado pois com poucas tentativas de uso ela quebro. Com isso tive que buscar novas formas de preencher, e isso me levou até a escolha do alumínio, por ser leve e resistente. Agradeço por ter prendido a ampulheta com aquecimento do cano, usando somente a pressão gerada após o resfriamento. Isso me fez aprender a testar novas possibilidades, pois não estava muito crente que fazendo dessa forma funcionária. Somente testando pude perceber que essa é a melhor forma de unir as partes da ampulheta do nosso projeto.
gratidão marina barrocas
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Agradeço por ter que ter refeito as divisórias do quadro que eram antes de madeira compensada e agora são de alumínio. Percebi que, para ter um resultado perfeito, é necessário batalhar por ele, mesmo que pareça exaustivo ou mais difícil. A satisfação compensa.
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O painel em formato de sanfona, uma de suas possibilidades de uso
construção do protótipo
As divisórias que formam a malha do quadro são revestidas de velcro, essas divisórias que formam a malha do quadro são revestidas de velcro
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Os saquinhos de sementes, a ampulheta e as placas brancas, que, junto com o quadro formam o prot贸tipo final
construção do protótipo
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A ampulheta é feita de duas garrafas pet arredondadas, juntas por um tubo de PVC
Placa grande sendo escrita com caneta apropriada
Placa pequuena sendo escrita com caneta apropriada
Os 5 pares de saquinhos de semente de girassol, cada um de uma cor
As tiras de velcro permites juntar os dois quadros para o armazenamento e prender a corda que o pendura na parede
Tiras de velcro para unir e pendurar os dois quadros de PVC
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DESENHO TÉCNICO
corda ▪ corda azul
para pender o quadro na parede tiras removiveis ▪ régua de aluminio cobertas por velcro marom
painel ▪ canos de PV cobertos por
velcro marrom. costura overlock.
prendedores ▪ velcro azul, costurado por overlock, parte macho com fêmea
2X
65CM 70CM
68CM
21CM
160CM
5CM 4X
70CM
4CM 12X
1X
desenho técnico
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o
ampulheta ▪ duas garrafas PET presas por aquecimento de um cano PVC
bolinhas de semente ▪
feitas com tela transparente, costurada a partir desses quatro moldes.
placa grande ▪ feita com material próprio de quadro branco, com carpete colado com cola de contato na parte traseira
7CM 10X
19CM
3CM
placa pequena ▪ feita com material próprio de quadro branco, com carpete colado com cola de contato na parte traseira
30X 1X 8CM
10X
13CM
18CM
18CM
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EXPERIMENTAÇÃO FINAL DO PROTÓTIPO “Para aprender perfeitamente, é preciso ler, exercitar, ser organizado e ter atenção. Tudo isso ajuda na educação.”
A experimentação final foi realizada no dia 3 de junho, na parte da tarde. Depois de apresentada ao protótipo final, Margarida separou os dois quadros, pendurando um na parede e apoiando o outro em uma carteira encostada na mesma parede. No quadro branco, Margarida usou quatro tiras: duas na vertical e duas na horizontal, formando 9 espaços. Pegou, então, cinco placas quadradas e desenhou nelas as seguintes figuras: uma flor, uma casa, um quadro, uma árvore e um navio. Em seguida, indicou aos alunos como seria realizada a atividade: Eles formariam filas, de acordo com suas carteiras, para se revezarem e atirarem os saquinhos com sementes. O objetivo é acertar uma das imagens, e, depois, citar um possível adjetivo a ela. Porém, é necessário prestar atenção, pois não se pode repetir o mesmo adjetivo que algum colega já disse. A atividade foi bastante lúdica, pudemos perceber que as crianças se divertiram. Pudemos ouvir como adjetivos: Rosa, amarela, vermelha, branca, pequena, verde, grande, entre outros. O ambiente estava bastante descontraído, o que é incomum nas aulas da Margarida. A professora então trocou os desenhos de posição para que a brincadeira continuasse. Depois de mais algumas rodadas, Ela partiu para o outro quadro: pediu para que um aluno buscasse folhas brancas no armário e distribuísse para toda turma. Com o mes-
mo virado para ela e de costas para as crianças, dispôs três tiras na posição horizontal, e escreveu algumas contas em cada plaquinha, as grudando nas tiras. Informou aos alunos que teriam que copiar e realizar as operações na folha durante o tempo que a ampulheta oferecia. Em seguida, virou o quadro para as crianças e virou a ampulheta para dar início a atividade. A turma estava inquieta e apressada, e via-se pescoços se esticando para verificar a ampulheta enquanto mãos rápidas escreviam. Findo o exercício, a professora elaborou ainda mais um, semelhante ao de matemática, mas, em vez de contas, teriam que indicar a origem de alguns alimentos, os classificando em animal (A), vegetal (V) ou mineral (M), podendo também fazer combinações. Os alimentos eram os seguintes: Mamão, queijo, bolo, água, maçã, arroz, sal, sorvete, carne e salame. Finalmente, a parceira elaborou um último exercício, pedindo para os alunos organizarem as seguintes palavras, escritas uma em cada plaquinha, em uma frase: O/ filme/ agora/ vamos/ assistir. A ampulheta também foi usada para cronometrar a atividade.
gratidão lucas luz
Agradeço a Margarida por ter usado o protótipo final de diversas maneiras diferentes; para atividades de português, matemática e ciências. Isso gerou em mim uma grande satisfação por saber que o objeto poderia ser utilizado para vários fins e que a Margarida havia reconhecido isso. gratidão marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter, talvez inconscientemente, citado a frase-objetivo ao instruir claramente aos alunos, como regra-base do jogo “Prestem atenção no colega! Organizem a frase”. Quando ouvi as palavras da frase-objetivo (que havia recolhido de sua aula) voltarem para mim na experimentação do protótipo final, tive a certeza e o alívio de ter fabricado o material certo. Aprendi que se nos dedicamos ao processo, o resultado é garantido.
experimentação final do protótipo
Margarida troca a ordem dos desenhos, para que as crianças não acertem o mesmo duas vezes
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As crianรงas arremessam o saquinho de sementes para acertar um desenho
O momento em que o saquinho bate no desenho
experimentação final do protótipo
A professora escreve ou desenha com o quadro virado para si, o mostrando à turma depois, quando vira a ampulheta, a atividade se inicia
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Margarida aguarda enquanto a areia escorre na ampulheta e as crianças fazem a atividade
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CONCLUSÕES E AVALIAÇÕES lucas luz
No inicio do projeto estava com bastante medo do desconhecido, não tinha certeza sobre nada, com o caminhar do semestre superei esse temor e aprendi que é esse tipo de situação que gera as melhores e mais inesperadas repostas. Aprendi a me desapegar do meu ego e olhar para as soluções mais simples. Agora posso ver o quanto cresci desde o inicio desse projeto. Nele tive que tomar decisões, trabalhar com prazos, sair de minha zona de conforto e buscar soluções não somente em mim, mas principalmente na relação que estabeleci com a parceira. Além disso tudo, pude vivenciar um tipo de conexão com os colegas de turma que foi muito enriquecedora, compartilhando nossas aflições e alegrias durante esses meses.
gratidões lucas luz
Agradeço a Margarida por sempre se mostrar empenhada durante suas aulas, mesmo nos momentos em que a turma não colaborava muito, ela sempre mantinha a calma e dava aula da melhor maneira possível. Aprendi a ter a paciência e a organização que ela demonstrava durante suas explicações. Também aprendi a importância de trabalhar junto com a parceira para obter as respostas. Agradeço a Marina por, em todos os momentos, estar disposta a trabalhar e principalmente por manter a calma e a confiança no sucesso do nosso projeto. Aprendi com ela a manter a minha calma, acreditar que tudo vai dar certo e confiar nas pessoas. Não vejo momentos mais divertidos nesse período senão os momentos vividos durante o projeto com a Marina, seu bom humor sempre tornava as tarefas mais fáceis de serem concluídas.
Lucas Luz lucasolyluz@gmail.com
conclusões e avaliações
marina barrocas
Marina Barrocas marinabarrocas@live.com
Logo no início do semestre, ao ser perguntada “como está o projeto?”, sempre respondia a todos que a disciplina tinha aberto minha cabeça, e ao pensar no processo inteiro com os olhos de quem o conclui, posso afirmar que foi exatamente isso o que aconteceu. O ambiente novo da barraca (desafiador e sereno, ao mesmo tempo), pessoas novas e diferentes de mim, visões de mundo e pontos de vista novos, convivências nunca antes imagináveis, a oportunidade de conhecer e trabalhar com alunos e professores situados em uma realidade diferente de minha, tudo isso contribuiu para que eu alcançasse um certo desapego em relação ao meu passado, e ficasse de olhos completamente abertos para o presente. O ambiente quase terapêutico da barraca, onde se trocam sentimentos verdadeiros, lágrimas, abraços, confissões e gratidões (tudo isso em uma sala de aula, o que pode ser mais óbvio?) permitiu que eu pudesse buscar o conhecimento do outro através do meu autoconhecimento.
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gratidões marina barrocas
Agradeço a Margarida por ter sempre, com o maior cuidado, a maior atenção e a maior dedicação, usado nossos experimentos de todas as maneiras que encontrava, gerando uma experiência riquíssima com todos os materiais que compartilhamos. Agradeço por nos olhar com os olhos de um amigo que estava lá para ajudar e contribuir, nos dando confiança para participar de seu dia-a-dia. Aprendi que quando há confiança com que se trabalha, nunca é necessário se preocupar. Agradeço ao Lucas por ter me ensinado onde a dedicação e o perfeccionismo podem nos levar. Sempre um passo à frente, prudente e responsável, ele me ensinou que quando fazemos o que amamos e valorizamos o que fazemos, somos indestrutíveis. Não poderia imaginar dupla melhor para fazer um projeto.
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margarida laurinda
O trabalho desenvolvido dá para ser usado em todas as diciplinas. Ele torna a aula mais dinâmica e os alunos mais participativos. As Atividades propostas permitem avaliar se os alunos assimilaram os conteúdos trabalhados, já que trabalha também com o fator tempo. avaliação da intercessora para o projeto ▪ 10,0
Margarida Laurinda margaridaconceicao@rioeduca.net