Entre o Paraíso e o Inferno: As Múltiplas Manifestações da Divina Comédia

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COLETIVO PUBLISHING HOUSE

ENTRE O PARAÍSO E O INFERNO AS MULTIPLAS MANIFESTAÇÕES DA DIVINA COMEDIA

São Paulo 2015


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COLETIVO PUBLISHING HOUSE

Amanda Leite Joyce Paixão Luca Weingärtner Lucas Fagundes Sarah Yoshida Tais Petrosino Thais Maestrello

ENTRE O PARAÍSO E O INFERNO AS MULTIPLAS MANIFESTAÇÕES DA DIVINA COMEDIA

Monografia apresentada como conclusão do terceiro semestre da graduação em Produção Editorial com Ênfase em Multimeios, da Universidade Anhembi Morumbi, especificamente para a docência de Projeto em Produção Editorial em Hipermídia.

São Paulo 2015


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 04 2 DANTE ALIGHIERI ...................................................................................................... 05 2.1 Biografia: Dante Alighieri ................................................................................................05 2.2 A Importância Social, Cultural e Histórica das Obras de Dante Alighieri....................... 07 2.3 Analise da Obra ‘A Divina Comédia’ de Dante Alighieri e Seu Impacto na Sociedade. 09 2.4 Adaptações da Obra ‘A Divina Comédia’ de Dante Alighieri.........................................12 3 DOMENICO DI MICHELINO....................................................................................... 15 3.1 Biografia: Domenico Di Michelino..................................................................................15 3.2 Analise da Obra ‘La Comedia Ilumina Firenze’ e Suas Relações com a Obra ‘A Divina Comédia” de Dante Alighieri ................................................................................................ 16 3.3 ‘La Comedia Ilumina Firenze’ A Sinestesia e Ironia Presentes na Obra......................... 18 4 CONCLUSÃO................................................................................................................... 20 5 REFERÊNCIAS................................................................................................................ 21


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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, em nossa sociedade é extremamente importante conhecermos a nossa cultura, mas do que isso é importante conhecer a cultura exposta pelo mundo. Conhecer a cultura não é somente ter acesso a mesma, de nada adianta conhece-la se não podemos entende-la. Quais as intenções do autor, suas referências, artistas que o inspirou, qual a época em que ele vivia, tudo tem impacto nas obras, por isso a importância de conhecermos os artistas antes de tentar entender a sua obra. O primeiro passo para conseguir entender a arte é conhecer a sua essência. Assim como antigamente, os artistas continuam a usar como referência outros artistas que os agradam para guiar seu trabalho. Depois de muitas gerações chegamos em uma época onde todo o tipo de arte é bem definido e apreciado por certo grupo, depois de algum tempo de apreciação das obras e conforme passão os anos, as obras, mesmo que ainda levem temas atuais precisam receber uma nova roupagem para o melhor entendimento de seu conteúdo e aproveitamento de sua obra. Nos dias atuais podemos ver uma grande variedade e quantidade de adaptações de obras clássicas, tanto nacionais quando internacionais, as releituras são um meio para que as obras continuem vivas e conhecidas, principalmente pelos jovens. É valido lembrar que as adaptações não substituem ou roubam os lugares dos clássicos, e sim, atraem maior público para os mesmos, tornando as obras palpáveis. Este trabalho tem como objetivo mostrar a importância de uma adaptação, no caso, da obra de Dante Alighieri ‘A Divina Comedia’ que foi adaptada em forma de quadro pelo artista plástico Domenico di Michelino. Queremos com isso mostrar a importância da adaptação e como ela, mesmo sendo derivada de outra obra, tem seu próprio valor e carga histórica e artística para nos ensinar.


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2 DANTE ALIGHIERI 2.1 Biografia: Dante Alighieri. Dante Alighieri nasceu na cidade de Florença na Itália em 1265. Deu início aos seus estudos no convento de Santa Cruz, Padres Franciscanos e na Escola do Mestre Brunetto Latini. Aprofundou-se em literatura, retórica e filosófica, seguiu seus estudos na Universidade de Bolonha e na Universidade de Paris. Também desenvolveu habilidades em desenho, música e manejo de armas. Dante casou-se com Gemma Donati, mesmo sendo apaixonado pela sua amiga de infância Beatrice Portinari, e tiveram três filhos. Dante foi prometido aos 12 anos a Gemma, a mesma situação aconteceu com Beatrice que foi prometida ao banqueiro Simone dei Bardi. Beatrice era sua musa inspiradora, tanto em sua obra "Divina Comédia" quanto para ‘Vida Nova’. Em sua carreira política, pertenceu ao Conselho dos Cem. Por conta de uma disputa de famílias, dividiram-se entre Guelfos² brancos e Guelfos negros. Ao meio deste confronto, Dante teve de agir e providenciou o exilio dos chefes das duas casas, em nome da concórdia na cidade. Nesta lista havia seu grande amigo Guido Cavalcanti e um parente de sua esposa. O Papa, para pacificar a cidade e arrebatar o poder, condenou Guelfos brancos ao exílio. Dante estava entre os exilados. Com uma grandiosa multa estabelecida para os exilados, Dante não pode voltar a sua terra natal, caso voltasse sem ter quitado a mesma, seria condenado à morte. Dante vagou pelas cidades da Itália sobrevivendo de favores, nesse período conquistou a admiração de nobres pela sua arte como o Bartolomeu Della Scala, Duque de Milão e o Senhor de Verona. Entre 1310-1321 Dante escreveu sua obra-prima nomeada de "Comedia". O poema é composto por três partes onde a primeira chama-se "Inferno", a segunda de "Purgatório" e a terceira de "Paraíso". São 100 cantos no total, cada um com uma média de 120 versos, em forma de tercetos de versos decassílabos e de rima alternada. Pelo motivo de começar pela tristeza, no caso o Inferno, e terminar com alegria, o paraíso, e por utilizar uma linguagem mais simples e popular em oposição à tragédia que costumava ser escrita em Latin, o título “Comédia” foi criado. Autores que mostraram influência do poema de Dante em suas próprias obras foram: Geoffrey Chaucer, Percy Bysshe Shelley, Dante Gabriel Rossetti, William Butler Yeats, James Joyce, Ezra Pound, T. S. Eliot, Jorge Luis Borges, Samuel Beckett e Giovanni Boccacio. Esse último, autor de Decamerão³, acrescentou no século XIV o adjetivo “divina” ao título "Comédia" se transformando para "Divina Comédia".

_______________________ 1 Conselho que governava a cidade. 2 Facções politicas do século XVII- XVII 3 Novelas escritas em 1348-1353 por Giovanni Bocaccio


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Dante faleceu na cidade de Ravena em 14 de Setembro de 1321. Além da ‘A Divina Comedia’ também escreveu "Convívio", "Vita Nuova" e "De Monarchia" Depois de sua morte, os cidadãos de Florença deram início a tentativa de sepultar o maior escritor e poeta italiano de todos os tempos, mas os cidadãos de Ravena não concordaram. O luxuoso túmulo florentino permaneceu vazio.


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2.2 A Importância social, cultural e histórica de Dante Alighieri. Dante Alighieri é considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido muito da época como ‘il sommo poeta’4. Dante foi muito mais do que apenas um literato; em uma época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico; que se tornou a base da língua italiana moderna e expõe modo medieval de entender o mundo. Durante os dez últimos anos da sua existência 1310-1321, que Dante escreve ‘A Divina Comédia’. O longo poema tem sua estrutura composta de três partes (Inferno, Purgatório e Paraíso), cada qual com 33 cantos, com exceção do Inferno, que tem 34 cantos, sendo o primeiro uma introdução a toda a obra. São cem cantos no total, com uma média de 120 versos cada um, na forma de tercetos de versos decassílabos de rima alternada. O título Comédia deveu-se a duas razões: por se tratar de uma narrativa que inicia na tristeza (Inferno) e termina com alegria (Paraíso) e por utilizar um estilo simples e uma linguagem popular, que na época era o italiano, em oposição à tragédia, normalmente escrita em latim. Nesta obra considerada não só a mais importante do autor, mas de toda a literatura italiana, Dante coloca a si próprio como personagem e lança mão da narração em primeira pessoa. Exilado, peregrino, faz de si uma espécie de cidadão do mundo, representante do homem medieval, espremido entre a cultura clássica e a cultura do cristianismo, em busca da excelência moral e espiritual e da justiça social. Levado pela mão do poeta latino Virgílio, autor da epopeia do povo latino, a Eneida, Dante atravessa o mitológico Estige na barca de Caronte e é levado a conhecer o Inferno, onde se depara com pecadores sendo castigados, em ordem progressiva de gravidade de pecado cometido. No Purgatório, local de purificação, pessoas pagam penitência por dívidas morais que são, no entanto, saldáveis. Ao final da jornada no Purgatório, a amada e católica Beatriz substitui o pagão Virgílio e torna-se o guia e ajuda divina do poeta, acompanhando-o até o Paraíso, onde repousam pessoas que pagaram a devida penitência de seus pecados, governantes justos, estudiosos da teologia e praticantes do bem, entre outros. Os cantos d’A Divina Comédia eram publicados e difundidos à medida que eram escritos. Dante povoou o Inferno, o Purgatório e o Paraíso com personagens históricos, conhecidos seus e homens públicos de Florença; desse modo a difusão da obra teve também um caráter de acerto de contas. O poema mostra, de fato, a vida do povo italiano no final da Idade Média, dividido em várias cidades-estado, em contínua luta pela sobrevivência política, recorrendo á aliados estrangeiros, ou ao poder Papal. Por ser um painel completo da vida e dos vícios da Itália da época, a ‘A Divina Comédia’ é considerada, também, um compêndio,

______________________ 4 O Sumo Poeta 5 Poema épico romano escrito por Virgilio


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rigidamente estruturado, sobre a civilização medieval, uma suma poética da Idade Média, tendo como fonte doutrinária as sumas teológica e filosófica de São Tomás de Aquino, possuindo fonte estética a Eneida Virgiliana. A maestria e o gênio do poeta superam e ressaltam os truques poéticos estruturais, tornando menos perceptível a rigidez formal da obra; a força transformadora da arte de Dante fez com que ele conseguisse expor problemas específicos de sua época e da sua cidade. Do ponto de vista mais transcendental, a jornada do personagem é uma peregrinação para alcançar os ideais cívicos da união, justiça e do amor. Dante, vivendo em um mundo que considerava imerso em pecados e injustiças sociais, escreveu uma obra tão didática quanto repleta de beleza poética, apontando a culpa e os pecados humanos como estando ligados a bens materiais, alienantes. Por outro lado, aponta a valoração de bens espirituais como a única maneira de se atingir a redenção moral do indivíduo (a primeira célula da sociedade), condição necessária para a perfeição social, isto é, a harmonia da vida comunitária e a excelência das instituições políticas e sociais. A obra é polêmica e agressiva, assumindo o que Harold Bloom descreve como “função de um terceiro Testamento, de maneira nenhuma subserviente ao Velho e ao Novo”. Dante estava convencido de que sua obra correspondia à mais elevada verdade, daí o caráter educacionalmente positivo da mesma. Além da Divina Comedia, Dante escreveu também as obras: De Vulgari Eloquentia 6 - escrita, curiosamente, em latim 

Vita Nova7 - onde insere sonetos, comentados, narrando a história do seu amor por Beatriz. A língua utilizada é o Italiano da Toscana, tanto para os poemas, sem grande novidade, já que muitas obras líricas tinham sido escritas em língua vulgar como para os comentários que, pelo seu carácter mais teórico, já inovam ao prescindir do latim. Le Rime8 - também chamadas de Canzoniere (Cancioneiro), onde aparecem vários textos de cariz lírico (sonetos, canções, baladas, sextinas...), onde, novamente, canta o amor idealizado por Beatriz, bem como a Ciência, a Filosofia e a Moral; Il Convivio 9- de carácter filosófico, é apresentado pelo poeta como um banquete com 14 pratos (simbolizando as canções), acompanhados do pão (os comentários). Faz parte das obras que pretendem dignificar a língua vulgar, tanto mais que Dante chega a citar autores tão importantes como Aristóteles ou São Tomás de Aquino; Monarchia ¹0 - onde ocorre a exposição das suas ideias políticas.

____________________________ 6 Sobre a linguagem vulgar 7 Vida nova 8 As rimas 9 O convívio 10 Monarquia


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2.3 Analise da obra ‘A Divina Comédia” de Dante Alighieri e seu impacto na sociedade. A ‘Comédia’ é a síntese da era medieval traduzida em poesia, além do seu relevo cultural e poético, foi com ela que Dante Alighieri ajudou a dar forma a própria língua italiana. Dado seu caráter universal, ler esta obra significa conhecer o que fomos e o que ainda somos. Ler a Divina Comédia é reencontrar-se com Dante, no meio do caminho da vida e descobrir com maior profundidade os sentidos do amor. O amor em sua multiplicidade de objetos, dentre os quais a arte. A leitura é o exercício de amar um texto, de deixar o intelecto envolver-se e emocionar-se com a obra escrita. Dante nomeou a obra como Comédia, tendo o adjetivo Divina sido introduzido em uma edição de 1555 por Bocaccio¹¹. Em seu artigo, Delcumeu descreve que “a obra trata de amor, de política, de culturas e imaginários, de religião. Dante Alighieri a concluiu em 1321, ano também de sua morte, após 14 anos de trabalho. Podemos situá-la no contexto das filosofias escolásticas, dos grandes tratados demonológicos, do medo do Demônio e de suas manifestações” já Le Goff , faz questão de ressaltar como a obra retratada as mudanças da época, seu renascimento como Alta Idade Media e a reorganização burguesa. Esse regime dualista pressupõe o alinhamento social em um dos lados, tendo em vista o sofrimento e dor eternos daqueles que forem seduzidos pelas promessas terrenas do Maligno e do Paraíso, oferecidas aos fiéis seguidores da Igreja e seus mandamentos. Embora Dante Alighieri coloque em sua obra esses traços comuns do imaginário medieval, ele não se abstém de tratar a sua realidade florentina do início do século XIV. Em seu exílio em Pádua ¹², Dante, imaginou uma viagem ao reino do eterno na qual os dilemas de sua existência se confundem com os do povo italiano. A inspiração vinha de fontes diversas: das narrativas de Luciano, na Descida de Menipo ao Inferno e de Virgílio, na Eneida, bem como das narrativas das relações entre os mundos dos vivos e dos mortos que faziam parte de uma tradição conhecida por todo o continente europeu, como a do Purgatório de São Patrício e a lenda Tundale ¹³. Esta última descrevia detalhadamente os domínios dos reinos do inferno, Purgatório e Paraíso. ‘A Divina Comédia’ inicia-se com Dante, perdido em uma “selva escura”, encontrarse acossado por três feras: uma pantera, um leão e uma loba. Dante percebe, com uma dor profunda, a sua morte civil – política, diríamos hoje – acossado, de acordo com Cristiano Martins, pelos símbolos da luxúria, o governo de Florença, da violência, a Casa de França e da avareza, a Cúria papal. Terá de vivenciar esta morte para lograr a recuperação do sentido da vida, do que move a vida, o amor. O grande motivo da “A Divina Comédia” é o amor. Dante termina o poema com os versos ‘O Amor que move o sol, como as estrelas.’ ____________________________ 11 Poeta italiano especialista nas obras de Dante Alihieri 12 Cidade que fica no nordeste da Itália 13 Lendas sobre cavaleiros medievais


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O No Canto XVII do Purgatório, Virgílio define para ele tratar-se da tendência humana para fazer o bem aos outros. O ser humano tende natural, espontaneamente ao bem, é uma afirmação ousada que se afasta radicalmente do preceito cristão, pois para este, o homem nasce em pecado porque se separou de Deus. Dada por Deus às criaturas, o amor é da ordem natural, mas seu desenvolvimento depende da vontade humana. O amor é, assim, uma “pulsão” que tende ao seu objeto (o bem real ou imaginado) ora com exagerada força, ora com a falta dela. O amor se corrompe, por excesso ou limitação. Assim, há quem por elevar-se mais, almeja do próximo à desgraça. Um dos momentos mais sublimes de expressão desse amor excessivo ‘Amore d’animo’ ¹4 é o encontro de Dante com Francesca e Paola, no Canto V do Inferno, círculo no qual os condenados pela luxúria ficam incessantemente submetidos à ventania. A piedade manifesta pelo sofrimento do casal que gira eternamente junto, sem poder comunicar-se, é uma piedade infinita, projeção de um amor perdido. Então se entende o sentido da inscrição no portal do Inferno. Mais do que ameaça, uma advertência. A travessia do Inferno é a parte mais pungente da Divina Comédia porque o poeta se defronta com seus próprios sentimentos, muitas vezes sente compaixão e deixa-se tomar pelo sofrimento dos condenados daquela prisão sempiterna, sem saída. Dante que não cometera pecados mortais, mas capitais, adentra na esfera onde o purga. O anjo fere-lhe na testa a letra P sete vezes, para indicar os sete pecados capitais: a negligência, a soberba, a inveja, a ira, a avareza, a gula e a luxúria. Deve-se lembrar a recepção de Dante no Purgatório feita por Catão. Virgílio pede-lhe o acolhimento do poeta. Ao pedir-lhe que o acolha, lembra a unidade de propósitos que une Dante a Catão, a liberdade moral. É Catão quem deve admitir a sua entrada no Purgatório. Já no Purgatório ali estão os seres destinados a libertar-se dos pecados e do sofrimento por sua própria vontade: a liberdade moral é o seu valor supremo. Dissemos a travessia poética do mundo eterno por Dante Alighieri tem o sentido de representar uma interrogação e busca de resposta aos dilemas individuais e coletivos do homem. Autores como Skinner situam o poeta no medievalismo, sob os pressupostos agostinianos do primado divino da Fortuna sobre a Virtú, o destino natural sobre a vontade humana. Ao indivíduo, porém, atribui o livre-arbítrio, a vontade de poder escolher e fazer ou deixar de fazer. Exercitar a dúvida permite ao poeta questionar os rumos da Igreja junto a teólogos como São Tomás de Aquino, afirmar os princípios do franciscaníssimo, resgatar a contribuição dos antigos culpados de paganismo e discernir a sabedoria e a fé. Dante Alighieri ao antever o fim de sua época, vislumbra o nascimento de outro mundo no qual o ser humano tem o poder, em certas circunstâncias, de agir conforme sua vontade.

____________________________ 14 Humor de amor


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A provação, o moralismo de Dante colocando-se como alguém em destaque no meio de sua confusão aos 35 anos, e o leitor representando a humanidade, numa metalinguagem edificante. Todo aquele que pecar deve procurar a redenção de seus pecados, esse é o objetivo escondido nas palavras. Não basta dizer que se arrependeu, é preciso ter fé e ser racional, na sociedade do dogma. A Obra é interessante por estabelecer uma hierarquia de pecados para condenação final, fica definido que as almas que estão no Inferno não têm mais salvação. Já as que se encontram no Purgatório podem ascender, aceita a expiação transitória que as libertará no final com a premiação suprema, Deus no paraíso. Alguns consideram a obra um marco da Cultura da Idade Média, uma enciclopédia viva com termos e expressões específicas. Retrata a natureza filosófica, científica, poética, política e histórica do mundo antigo - romano, grego, ocidental e religioso.


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2.4 Adaptações de “A Divina Comédia” Dante é, essencialmente, um criador de formas, um poeta-inventor, um pesquisador incansável da linguagem. Em suma: um poeta experimental. Um poeta de vanguarda. Cuja modernidade e cuja ousadia não foram amenizadas pela pátina do tempo, nem pela canonização das Histórias Literárias, mas permanecem em toda a sua agressiva originalidade, atravessando os séculos (Haroldo de Campos). Um poeta que ficaria para a posteridade: assim se reconheceu o escritor italiano Dante Alighieri (1265-1321) na sua opera singolare e unica (Croce, 1948, p.3), a Divina Commedia. O poeta florentino jamais foi coroado na pia batismal de San Giovanni, mas sua obra atravessou séculos, carregando consigo uma síntese enciclopédica do conhecimento filosófico e científico da Idade Média. A obra, que pode ser considerada imortal, possuí diversas adaptações que abrangem literatura infanto-juvenil, quadrinhos, obras de arte, jogos de vídeo game e filmes. A Importância destas adaptações é trazer a essência da “Commedia” para o mundo contemporâneo, visando, assim, atrair diversos tipos de leitores e espectadores para a atmosfera da obra que revolucionou a literatura mundial. “A Commedia é uma alegoria de condenação, arrependimento e beatitude, e como tal pode ser aplicada igualmente à convicção cristã e ao comportamento humano, assim como à própria salvação de Dante; ou então algo como um grande sermão com acréscimos visuais e efeitos sonoros. Mas também é uma diatribe contra Florença e outras cidades, contra o papado, contra a monarquia da França e contra imperadores negligentes, que permitiram que a Itália se degenerasse em discórdia.” (Barbara Reynolds 2011, p. 203). Veremos a seguir algumas das adaptações da obra A Divina Comédia de Dante Alighieri. Nos quadrinhos: A Divina Comédia de Dante Nessa versão do designer americano Seymour Chwast para o poema épico renascentista, Dante e seu guia Virgílio vestem seus chapéus de feltro e vagam pelos domínios de um Inferno, um Purgatório e um Paraíso em estilo noir. No caminho, eles deparam com inúmeros pecadores e santos — muitos deles pessoas reais às quais Dante designa uma punição horrível ou prazeres indescritíveis — e ficam frente a frente com Deus e Lúcifer. Chwast cria uma fantasia visual a cada página, e suas ilustrações criativas resgatam a complexidade delirante desse clássico do cânone ocidental. A Divina Comédia Em Quadrinhos - Série Clássicos Em HQ Esse grande clássico renova-se nas aquarelas de Piero Bagnariol, que se esmerou na tradução em imagens da obra reconhecida como a mais rica fonte da cosmovisão medieval, retratada por mestres como Botticelli, Doré e Dalí. Enquanto se dedicou à pesquisa iconográfica, Piero contou com a parceria de seu pai, Giuseppe Bagnariol, para elaborar roteiros de passagem entre trechos do texto original. Trechos que, por sua vez, foram


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escolhidos pela dupla com o suporte da especialista na obra dantesca Maria Teresa Arrigoni, que também orientou a escolha das traduções - Jorge Wanderley para o Inferno e Haroldo de Campos para o Paraíso. A tradução do Purgatório é de Henriqueta Lisboa, autora cuja obra está nas mãos da Editora Peirópolis. Um grande encontro de talentos e esforços para oferecer aos leitores a melhor tradução d'A Divina Comédia, em todos os sentidos. No cinema: A Divina Comédia, 1991, Manoel de Oliveira Manoel de Oliveira apresenta-nos uma parábola sobre a humanidade, sobre o bem e o mal, sobre Cristo e o anti-Cristo, com base no 5º evangelho ainda não revelado. Tendo por base as fortes raízes tradicionalistas e ocidentalizadas da ideologia cristã, este é um filme de reflexão sobre o ser humano, enquanto agente da comédia humana ou “Divina Comédia”: o bem e o mal, num mundo de tentações. Será esta dualidade a origem da doença mental e consequente alienação? O discurso entre crenças e descrenças cujo radicalismo recai na perca de razão, com excelentes interpretações, pelos mais famosos atores de cinema e de teatro português, numa peça em que a verossimilhança para com a realidade é intencionalmente substituída por um dramatismo exacerbado e teatralizado na representação dos personagens. Falando de estilos, é inevitável referir o fator tempo na obra de Manoel de Oliveira. Discurso que parece ter saído da literatura descritiva ou da filosofia, de autores como José Régio, Dostoievsky e Nietzsche e imagem que parece ter sido criada com tempo, para que possa vir a ser contemplada. Planos interessantes como por exemplo, o plano de corpo inteiro sem cabeça, o plano de reflexo de Maria João Pires (pianista portuguesa) no piano, e em homenagem, nesta banda sonora, e algumas influências de filmes de suspense e de expressionismo alemão. Imagem cinematográfica também com influência da literatura bíblica. O filme venceu um Prémio Especial do Júri no Festival de Veneza. No teatro e televisão: Tutto Dante, Roberto Benigni É um espetáculo teatral, baseado na obra A Divina Comedia de Dante Alighieri, acompanhado de sátira. Durante o espetáculo Roberto Benigni interpreta e recita trechos da obra. As 13 performances do espetáculo foram transmitidas pelo canal de TV RAI, ganhando posteriormente uma versão em DVD. Após o sucesso do show na Itália, Roberto Benigni também realizou suas performances internacionalmente. Nos games: Dante´s Inferno Dante's Inferno é um jogo eletrônico do gênero ação-aventura e Hack and slash. O jogo foi desenvolvido pela Visceral Games foi publicado pela Eletronic Arts para Xbox 360 e PlayStation 3. No jogo Dante’s Inferno, a Divina Commedia não apenas encena, mas está em cena, em jogo, em ação. O tema, como o próprio título do jogo já evidencia, diz respeito à primeira parte da Divina, o Inferno, onde o poeta/personagem, em sua peregrinação, encontra


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personagens históricos, figuras da mitologia antiga, do imaginário cristão e, inclusive, personalidades de seu próprio tempo. O Inferno é composto por nove círculos que vão se estreitando até o centro da Terra; cada um deles corresponde a um tipo de pecado que, no jogo, Dante-personagem-jogador deve ultrapassar para seguir para a próxima fase. O objetivo do jogo é salvar Beatriz, que foi raptada por Lúcifer. Para que isso aconteça, o jogador (Dante) deve ultrapassar os obstáculos dos nove círculos do Inferno e enfrentar a criatura diabólica no centro gelado do Inferno.


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3. DOMENICO DI MICHELINO 3.1 Biografia: Domenico di Michelino Domenico Di Francesco foi um pintor italiano da Escola De Florença, mesma cidade onde nasce e morreu 1417-1491. Na época Florença era a cidade mais importante para a classe artística da Europa, pioneira em diversas técnicas e reveladora dos maiores talentos que conhecemos e estudamos até hoje. Seguidor do estilo de Fra Angelico¹5, após sua entrada para o mundo artístico, ainda jovem, Domenico trocou seu sobrenome para Di Michelino, em homenagem a seu professor. Seu primeiro trabalho documentado data-se entre os anos de 1440-1446, denominado ‘Ospedale Degli Innocenti’¹6, que retrata a inocência sob o manto da Virgem Maria. Sua importância para a época do Renascentismo da qual pertencia pode ser observada por suas participações em diversas associações de grande renome, como a Compagnia di San Luca¹7, da qual foi eleito para participar em 1442 e a Arte dei Medici e degli Speziali¹8, a sétima maior corporação de artes de Florença. Ele realizava diversas esculturas e pinturas para artistas parceiros, principalmente arquitetos, de tal forma que diversas obras e participações suas podem ser encontradas em diferentes prédios de Florença. Sua reputação é baseada na criação de trabalhos com grande poder, emoção e qualidade, em que suas criações fantasiosas transcendem o mundo imaginário e se tornam quase reais. Sua principal obra se encontra na Catedral de Santa Maria del Fiore em Florença, denominada “La Commedia illumina Firenze”¹9, na qual retrata Dante Alighieri e sua principal obra escrita,‘A Divina Comédia’ . Apesar de o trabalho ser a arte mais reconhecida do artista, até o século passado se pensava que esta era de autoria de Mariotto di Nardo logo depois foi encontrado o contrato de contratação de Domenico para o trabalho. Tal arte foi pintada e realizada no ano de 1456, no qual Domenico Di Michelino casou com Marsilia, irmã de outro artista de renome, o Domenico di Guido. O casal teve dois filhos no matrimônio. Suas últimas obras são datadas no ano de 1484 e retratam São Lucas. O pintor encontra-se enterrado na igreja de Sant’Ambrogio, em Florença.

____________________________ 15 Pintor italiano, trabalha principalmente com cenas impactantes de origem bíblica. 16 Hospital dos Inocentes 17Companhia de São Lucas 18 A arte de médicos e boticários 19 A comedia ilumina Florença


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3.2 Analise da obra ‘La Comedia Ilumina Firenze’ e suas relações com a obra ‘A Divina Comedia’ de Dante Alighieri. La commedia illumina Firenze encontra-se na parede oeste da Cattedrale de Santa Maria del Fiore na cidade de Florença, Itália. A pintura foi encomendada para ser uma homenagem ao autor e poeta Dante Alighieri e foi finalizada em apenas cinco meses em 1456, apesar de seus diversos detalhes.

La Comedia Ilumina Firenze ( Domenico di Michelino, 1456)

Anteriormente, nenhum pintor havia feito obras em homenagem a Dante; a pintura se espelha na obra mais famosa de Alighieri, ‘A Divina Comédia’. A tela foi dividida em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Como pode ser visto, Dante se encontra no centro da obra, vestindo um manto e um chapéu vermelho, sendo o último um típico adereço dos homens da época do Renascimento que viviam em Florença. Este está em sua mão esquerda segurando uma publicação de seu famoso poema e com a direita, ele aponta a procissão dos pecadores pelos nove ciclos do Inferno criados pela queda de Lúcifer, que podem ser vistos no canto esquerdo do quadro. Observa-se na parte de baixo, centro-esquerda do quadro, o próprio Lúcifer. Entende-se que a procissão inicia-se pelo Portal do Inferno, em que Virgílio acompanhou Dante, logo no inicio de sua obra, no Canto III, e o qual o poeta descreve:


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“No existir, ser nenhum a mim se avança, Não sendo eterno, e eu eternal perduro: Deixai, ó vós que entrais, toda a esperança!” Estas palavras, em letreiro escuro, Eu vi, por cima de uma porta escrito.” ALIGHIERI, Dante. 1321 D.C.

Como descrito no poema, atrás de Dante, encontra-se o Monte do Purgatório, com Eva e Adão no topo, representando o Paraíso Terrestre ao que Dante se refere no trecho: “Esse ato, com que assim Beatriz procede, Meu se tornou nos olhos infundido, E o fitei mais que a um homem se concede. Muito do que é na terra defendido, No Paraíso é dado à humana gente, A quem fora por dote prometido.” ALIGHIERI, Dante. 1321 D.C.

Acima destes, encontra-se o Sol, a lua e os sete planetas representando o Paraíso por onde Beatriz guiou Dante no poema. O céu está dividido em diversas camadas, assim como o autor o dividiu na publicação, onde este descreve o Paraíso dividido em nove esferas e a última, o Empíreo. No lado direito do quadro, está a cidade de nascença de Dante Alighieri, Florença. Como pode ser visto, a própria Catedral onde se encontra a tela está representada no canto direito, assim como a Torre do Sino, o Batistério de São João, o Bargello e a Torre do Palácio Vecchio, os prédios mais icônicos e importantes da cidade de Florença. A cidade inteira está sendo iluminada pelo livro segurado pelo poeta, de tal forma, que esta ação originou o nome da pintura.


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3.3 ‘La Comedia Ilumina Firenze’ A Sinestesia e ironia presentes na obra. Domenico di Michelino retratou em sua obra "La Commedia Illumina Firenze" o sentido da "Divina Comédia" de Dante Alighieri em um só campo de visão. Retratando assim o inferno, purgatório e o paraíso presente na obra de Dante Alighieri, o mesmo segurando a "Divina Comédia." Na época em que Michelino terminou sua obra, em 1945, o livro impresso já completava pouco mais de 10 anos de existência. Este retrato ligou o público leitor na concepção da imagem com o manuscrito e o público da imagem era ligado aos frequentadores da igreja. O significado de Dante Alighieri aparecer no quadro segurando sua obra é o fato de que Dante se coloca como protagonista na "Divina Comédia" e que também ele é o criador do mundo representado por Michelino. Esse raciocínio está ligado a "Divina Comédia" que Dante esta segurando no "La Commedia Illumina Firenze" mostrando assim um único autor para o livro daquele mundo que pode ser comparado com a bíblia. Também a mão esquerda que realiza um gesto de convite para conhecer o mundo retratado na obra. Tudo isso se torna uma apresentação geral, pode se considerar um trailer da obra de Dante. No livro Dante é o protagonista, já citado no parágrafo anterior, onde realiza uma viagem entre o inferno, purgatório e o paraíso. O poeta, perdido no bosque, conhece as punições dos pecados e a plenitude das virtudes onde é resgato pelo espírito de Vírgilio que foi enviado pelas forças divinas para que Dante consiga atravessar o inferno até a salvação divina, o paraíso. Isso dificulta o nosso olhar contemporâneo, pois o mesmo sobre o mundo está grandiosamente diferente comparado com o tempo da teologia medieval que a imagem impõe. Pela ideia de Hugo de São Vítor em Didascalicon de 2001. A luminosidade presente na obra segue o conceito de iluminura. A visão distante dos féis. As tintas ouro, vermelho e azul brilhavam como uma luz própria pela luz precária das velas, e por essa luminosidade cada vez mais intensa que resgata sua bondade pela permissão de Deus. A "Divina Comédia" se torna popular desde o primeiro instante, pois sua linguagem é utilizada desde a história literal, da ética e da salvação, o divino. Uma leitura como uma bíblia. Assim, Dante é uma imagem de salvação realizada pela leitura. Michelino retratou os fatos presentes na " A Divina Comédia" com ironia e também com sinestesia. Podemos observarque o inferno, na "La Commedia Illumina Firenze" não é somente um lugar de punição, mas também é a poesia capaz de despertar aos humanos, em sua alma, para o senso do pecado. O pecado é o primeiro conhecimento do homem, nesse processo é aprendido o sofrimento e a escuridão.


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Já no segundo o purgatório, que é o encontro do poeta consigo mesmo quando encontra os soberbos que carregam pedras que matem os mesmos com uma postura dobrada. É o lugar onde Dante conhece o sofrimento e encontra a função da poesia em seu resgate. Por último o paraíso, é a expressão manifesta da luminosidade de Deus. Presente também o conhecimento teológico, onde o poeta só encontra depois do aprendizado dos percursos anteriores. Os pontos principais do poema de Dante estão fortemente presentes. “A Divina Comedia” e mostra uma obra de um poeta, capaz de despertar o sentimento mais profundo mas muitas vezes limitadas nas visões. O gesto de Dante está apontado para a entrada do inferno, onde a paixão e a punição em excesso é compreendida pela poesia. Esse caminho é ligado ao monte do purgatório. A visão é uma fileira das almas que estão a caminho até o Éden. Arcos coloridos marcados por planetas ligado ao paraíso presente no fundo da tela. Já citado no início, é utilizada desde a história literal, da ética e da salvação, o divino. Todos presentes na imagem. Por último, representado na tela está a cidade de florença em um espaço ético. Giulia Crippa diz que A "La Commedia Illumina Firenze" representação de Domenico di Michelino do livro "Divina Comédia" de Dante Alighieri é considerado um livro aberto para o público de narradores e decorações de igrejas. O destino individual e o destino coletivo se encontram na encruzilhada entre textualidade escrita e visualidade, entre leitura e narração, componentes inseparáveis da prática da leitura da época.


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4 CONCLUSÃO A Divina Comédia de Dante Alighieri é considerada a obra-prima do autor e também de toda a literatura italiana. Um poema demasiadamente grande, escrito com uma linguagem simples, na época o italiano, onde Dante conseguiu mostrar a vida do povo italiano no final da Idade Media, tornando universal problemas exclusivos de sua época e de sua cidade; além de ser um marco literário, a obra é um grande divisor de águas para a língua Italiana, Dante se mostra um grande percursor da língua que anos mais tarde vem a ser conhecida com grande influência de sua escrita. O poema descreve uma viagem de Dante através do Inferno, Purgatório, e Paraíso, primeiramente guiado por um símbolo da razão humana, através do Inferno e do Purgatório lugares por onde as almas passam depois de sua morte , já no Paraíso, guiado por um símbolo da graça divina, onde só entram seres que alcançaram elevação divina de suas almas. Vale ratificar que o nome Comédia é dado devido a obra iniciar no inferno e terminar no paraíso e também ser escrita em uma linguagem simples, como já foi dito, o que opõe-se as tragédias, geralmente escritas em latim, ‘A Divina Comedia’ era acessível aos que queriam a consumir já que sua linguagem era conhecida por todos, por sua isso sua popularidade elevada para época. É importante ressaltar que a obra tem grande destaque cultural e poético, Dante conseguiu conflitar os problemas de uma sociedade e ainda expor seus sentimentos, a obra era única e ousada, o que influenciou muitos outros artistas a criarem representações para a obra ao longo dos séculos, como fez o pintor Domenico Di Michelino em ‘La Commedia illumina Firenze’. Pintura encomendada para ser uma homenagem a Dante, onde o pintor relatou o sentido “A Divina Comedia’ de Dante em um só campo de visão. Unindo Florença, o inferno, o purgatório, o paraíso e o próprio Dante segurando a divina comedia, o que tornou essa representação pioneira. Em virtude do que foi mencionado esperamos que, ao longo deste trabalho, tenha ficado clara a relevância que ‘A Divina Comedia’ de Dante tem até os tempos atuais, visto pelo número de releituras e adaptações feitas ao longo dos séculos. Uma obra que permanece viva até hoje e não só teve como em grande influência mundial em seu auge, mas, até os dias atuais.


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5 REFERÊNCIAS

A DIVINA COMEDIA, Artigo para estudo. Disponível em: < http://gnosisbrasil.com/artigos/a-divina-comedia-de-dante-alighieri > Acessado 27 de Maio de 2015. ALIGHIERI, Dante, A Divina Comedia. Editora 34, 1306-1321, 2º edição 2010. ALIGHIERI, Dante, A Divina Comedia – Paraiso-, Adaptação; disponível em: < http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/paraiso.html> acessado em 13 de Maio de 2015. BRITO, Emanuel de Franca, As Faces da Gula no Inferno da Divina Comedia, Monografia apresentada à disciplina Orientação Monográfica II como requisito parcial à conclusão do Curso de Bacharelado em Literatura Italiana, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes; Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Luiz Ernani Fritoli ,2005. BIOGRAFIA DANTE ALIGHIERI, Uol Educação; disponível em <http://educacao.uol.com.br/biografias/dante-alighieri.jhtm> acessado em 10 de Abril de 2015. CRIPPA Giulia; ALMEIDA, Marco Antônio, IMAGENS DE LEITURA E REPRESENTAÇÕES IDEAIS: uma análise de alguns retratos de livros e de leitores na arte e na literatura, 2014. PROJETO LEIA MAIS, Disponível em <http://www.setelagoas.com.br/component/content/article?id=3292:dante-alighieri-vida-eobra> acessado em 12 de Maio de 2015. SANTANA,Ana Lucia, Dante Alighieri, disponível em: <http://www.infoescola.com/biografias/dante-alighieri/> acessado em 21 de Abril de 2015. MOREIRA, Juliana Mena; ARAÚJO, Riene Maria da Silva. Uma Leitura Comparada de A Divina Comédia de Dante Alighieri e Purgatório, A Verdadeira História de Dante e Beatriz de Mário Prata, 2009. Disponível em: < http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rel/article/view/386 > Acessado em 19 de Março.


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Coletivo Publishing House Universidade Anhembi Morumbi S達o Paulo 2015


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