Revista WSN

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O SER

IMORTAL


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EDITORIAL W'SN What's new “O que há de novo?”. Ou melhor, “O que é novo?”. Uma ideia? Um conhecimento? O que define o novo? Aquilo que eu não sabia? Ou aquilo que, projetado a velocidade da luz, trás vida aquilo que todos desconhecem? Pode ser um novo repertório para a sua conversa em grupo, ou talvez aquela informação antiga da qual todos conhecem, menos você... Ou até mesmo uma nova ótica daquilo que você já conhece! Afinal, o novo não pode ser velho? Uma coisa é certa, nós adoramos o novo, em todas as suas facetas! Nós somos a informação, a curiosidade, a novidade, mas também somos o questionamento e o imparcial... Atual ou não, mas sempre necessária! Somos o seu novo conhecimento, a nova descoberta. Somos o lúdico, mas também somos sérios! Somos além do tempo e espaço. Somos a tecnologia, a ciência e a razão. Mas também somos a fé, o desconhecido e a nova esperança. Somos a frente. Somos a criatividade da informação. A arte de fazer o novo. Somos a W'SN. E você é bem-vindo ao nosso novo mundo! Ufa... Agora só resta uma pergunta: “O que há de novo?”

Wendy Lima São Paulo, SP. Estudante de comunicação visual, almeja se tornar uma publicitária no futuro, viajar e conhecer o Oriente Médio e a Europa. Afeiçoada pela cultura coreana e pelos ideais judaicos, comumente está em ligação com o velho através da música, da história, dos livros e das coisas. #RENASCI

Luciano Vieira Suzano, SP. Estudante de comunicação visual que tem como obejtivo se tornar um Designer Gráfico reconhecido. Um grande fã de séries e filmes de terror principalmente, uma pessoa que gosta muito de observar.


SUMÁRIO

CURIOSIDADE

CULTURA

MUNDO

LANÇAMENTO

IMORTAL

CINEMA

FUTEBOL

VIAGEM

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CAPA

O SER

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CURIOSIDADE

ELISABETH

BATHORY Iustração Editada de MelkabaArts

A CONDESSA DE SANGUE

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A INSACIAVÉL BUSCA PELA

JUVENTUDE ETERNA A História

E

lizabeth era filha da nobreza, nascida em uma influente família da Hungria do século 16. Ainda criança, sofria de convulsões, seguidas de mudanças de humor e ataques de raiva. Aos 15 anos, teve o casamento arranjado com o conde Ferenc Nádasdy e foi morar no castelo de Cachtice. Embora fosse muito bem-educada (falava húngaro, latim e grego), a condessa não era nada polida com a criadagem. Enquanto o maridão estava longe de casa em missões militares, ela torturava os servos. Ao ficar víuva, em 1604, o comportamento sádico se agravou. Cansada de maltratar e ferir empregados, a condessa começou a sequestrar pessoas em vilarejos próximos ao castelo. Pelos depoimentos de testemunhas, estima-se que a sanguinária tenha matado mais de 600 pessoas. As principais vítimas da condessa Báthory eram meninas adolescentes virgens, vindas de famílias que prestavam serviços a ela. Especula-se que sua predileção por garotas tenha raízes em sua própria adolescência – época em que convivia com uma tia bissexual. Na lenda mais famosa, a condessa teria espancado uma serva e “descoberto” que o sangue derramado reduzia os sinais de envelhecimento da pele. Daí teria surgido o hábito de se banhar em sangue das adolescentes – história jamais confirmada por testemunhas. Além do “tratamento de beleza”, Elizabeth mantinha garotas acorrentadas para serem torturadas com porretes e açoites farpados. Para finalizar, ela arrastava as adolescentes nuas pela neve e derramava água sobre elas até morrerem congeladas. Os criados que escaparam das torturas caíram nas garras da lei. Entre os cúmplices julgados com a condessa estavam a babá de seus filhos, o servo aleijado Ficzko, outra serva chamada Dorka e uma camponesa que muitos acreditavam ser bruxa.

Que fim levou? No início do verão de 1610, tiveram início as primeiras investigações sobre os crimes de Elisabeth Bathory. Todavia, o verdadeiro objetivo das investigações não era conseguir uma condenação, mas sim confiscar-lhe os bens e suspender o pagamento da dívida contraída ao seu marido pelo rei Matias II. Elisabeth foi presa no dia 26 de dezembro de 1610. O julgamento teve início alguns dias depois, conduzido pelo Conde Thurzo, um primo de Isabel a quem muito convinha a condenação da condessa. Uma semana após a primeira sessão, foi realizada uma segunda, em 7 de janeiro de 1611. Nesta, foi apresentada como prova uma agenda encontrada nos aposentos de Isabel, a qual con-

Cópia de um retrato de 1585 perdido na década de 1990

tinha os nomes de 650 vítimas, todos registrados com a sua própria letra. Castelo de Csejte, o local de prisão e morte da Condessa. Elisabeth não esteve presente em nenhuma das sessões do julgamento. Seus cúmplices foram condenados à morte, sendo a forma de execução determinada por seus papéis nas torturas: Ficzko foi decapitado e queimado; Dorka, Helena e Erzsi viram seus próprios dedos serem cortados e foram atiradas para a fogueira ainda vivas. Apenas Katarina foi ilibada e sua vida poupada, provavelmente devido a esta se ter envolvido amorosamente com um dos juízes. Isabel foi condenada à prisão perpétua, em solitária. Foi encarcerada em um aposento do castelo de Čachtice, sem portas ou janelas. A única comunicação com o exterior era uma pequena abertura para a passagem de ar e de alimentos. A condessa permaneceu aí os seus três últimos anos de vida, tendo sido encontrada morta em 21 de agosto de 1614, não se sabendo ao certo a data da sua morte, já que foram encontrados no aposento vários pratos de comida intactos. Foi sepultada nas terras dos Bathory, em Ecsed. No julgamento de Elisabeth não foram apresentadas provas sobre as torturas e mortes, baseando-se toda a acusação no relato de testemunhas. Foi encontrado um diário no quarto da condessa, no qual estavam registrados os nomes de cada vítima de Bathory com sua própria letra. É de destacar, também, que as confissões dos cúmplices de Báthory acerca dos crimes desta foram obtidas sob tortura. Após sua morte, os registros de seus julgamentos foram lacrados porque a revelação de suas atividades constituiriam um escândalo para a comunidade húngara reinante. O rei húngaro Matias II proibiu que se mencionasse seu nome nos círculos sociais. Fonte: Texto editado do Site Mundo Estranho e Rainhas Trágicas

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CINEMA

MACUNAÍMA

MAIS QUE UM FILME, O RETRATO DA FORMAÇÃO CULTURAL DE UM PAÍS

Cena Do Filme Macunaíma (1969) de Joaquim Pedro De Andrade

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SINÓPSE

SOBRE

O FILME

Macunaíma é um herói preguiçoso, sem caráter e safado. Nasceu em meio à mata, já grande, e só começou a falar aos seus seis anos de idade, prova cabal de sua preguiça. Esse personagem, durante o filme, representa o brasileiro. Seus jeitos e trejeitos, suas expressões e seus diálogos cômicos, suas atitudes e confissões. Macunaíma, de negro, se transforma em branco e do sertão migra para a cidade com os irmãos, buscando um compêndio de todas as vivências e aventuras possíveis no país. Macunaíma vive várias aventuras na cidade de forma zombeteira, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Cada personagem na obra e sua relação com o protagonista se identifica a uma metáfora de alguma das estruturas socias do Brasil. O filme, homônimo da obra textual de Mário de Andrade – Macunaíma -, resgata a obra que, por excelência, representa a construção - ou até mesmo forjação - de uma identidade cultural brasileira.

Em Macunaíma, filme produzido em 1969 por Joaquim Pedro de Andrade, temos a expressão cinematográfica da obra de Mário de Andrade. O filme retrata com ardente fidelidade cenários, mitos, passagens, diálogos, costumes e representações. Todos elementos foram retirados e inspirados da obra textual do poeta modernista brasileiro. O filme alcançou logo em sua estréia um sucesso indiscutível em todos os âmbitos. Sucesso de público, de crítica e de realização pessoal do cineasta Joaquim Pedro, Macunaíma é fruto de uma nova manifestação que o cinema do Brasil passa a trabalhar: foi um dos primeiros filmes do Cinema Novo (caracterizado pela preocupação temática e pela pesquisa de linguagem) e pilar estrutural de toda uma retórica de obras fílmicas que será produzida na década de 70 no Brasil. Por trás da “comédia bufa” - se escondem, ou brilham de forma intensa, personagens que representam uma crítica a todo o universo social e cultural do Brasil.

O longa metragem adaptado da obra de Mario de Andrade, um dos principais nomes Modernistas do Brasil está entre os 100 melhores filmes brasileiros segundo rankig da Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Principais prêmios e indicações: •Festival de Brasília 1969: Venceu nas categorias de melhor ator (Grande Otelo), melhor melhor cenografia e figurinos (Anísio Medeiros), melhor roteiro ( Joaquim Pedro de Andrade) e melhor ator coadjuvante ( Jardel Filho) •Festival Internacional de Mar del Plata 1970 (Argentina): Venceu na categoria de melhor filme.

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Direção: Joaquim Pedro de Andrade Roteiro: Joaquim Pedro de Andrade – Baseado no romance de Mário de Andrade. Assistente de Direção: Carlos Alberto Prates Correia. Elenco: Grande Otelo, Paulo José, Jardel Filho, Milton Gonçalves, Dina Sfat, Rodolfo Arena, Joana Fomm. Fonte: Texto editado do Blog Resenha-REJ


CULTURA

1OO MODERNISMO ANOS DE

NO BRASIL

EM 2017 COMEMORA-SE O CENTENÁRIO DO MOVIMENTO MODERNISTA NO BRASIL

A

pintora Anita Malfatti (1889-1964), há cem anos dava o pontapé necessário para que o movimento modernista começasse no Brasil com a Exposição de Pintura Moderna. Em cartaz durante um mês (entre 12 de dezembro de 1917 e 11 de janeiro de 1918), a mostra apresentava o resultado de suas viagens dos últimos anos para a Alemanha e para os Estados Unidos, onde flertou fortemente com o expressionismo alemão e com um estilo de pintar desprendido dos padrões acadêmicos. A elite cafeeira paulistana da época não recebeu bem este novo olhar, já que detinha uma sensibilidade artística restrita à fiel representação da realidade, não reconhecendo nos traços grossos e cores vibrantes de Anita uma expressão digna de levar o título de arte. Também pudera, São Paulo vivia um momento muito diferente das capitais européias: a independência de Portugal havia acontecido há apenas cem anos, período

curto historicamente falando. De acordo com Maria Inês Santos Duarte, professora de história da arte na PUC-SP, não se conhecia muito sobre arte porque não havia onde expor as obras. “Não havia nada muito organizado no sentido de poder conhecer uma coisa diferente. Não tinha infraestrutura. E por isso a exposição da Anita foi interessante, porque apresentou um conjunto de obras que foram muito radicais do ponto de vista da linguagem que se estava acostumado aqui, de uma maneira muito intensa”. Ao mesmo tempo que este estranhamento pairava no ar, culminando em telas vendidas sendo devolvidas e a famosa crítica negativa de Monteiro Lobato (18821948) - o artigo “Paranoia ou mistificação?” escrito para O Estado de São Paulo, foi como se os artistas inquietos levassem um chacoalhão e passassem a se articular para deixar florescer a arte moderna no Brasil. A exemplo de Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954), que frequentaram a exposição diversas vezes e foram firmes no contraponto às duras críticas de Lobato. Segundo Maria Inês, tal embate foi significativo para que artistas que não tinham oportunidade de mostrar seus trabalhos dialogassem, se organizassem e, cinco anos depois, realizassem a icônica Semana de Arte Moderna de 22. A Semana explorou as mais diversas linguagens artísticas e lançou expoentes como Di Cavalcanti (1897-1976), Menotti del Picchia (1892-1988), Manuel Bandeira (18861968) e Villa-Lobos (1887-1959), entre outros. Inicialmente marcado para acontecer entre 11 e 18 de fevereiro, o evento ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo apenas nos dias 13, 15 e 17 do mês, explorando, em cada um deles, uma vertente: pintura e escultura, literatura, e música, respectivamente. Por: Rafaela Piccin - Site Catraca Livre

VOCÊ SABIA QUE A ALEMANHA NAZISTA FOI CONTRA A ARTE MODERNA NA EUROPA? Os nazistas organizaram, em 1937, a exibição da Grande Arte Alemã, na recém-criada Casa da Arte Alemã.Para além da concepção e produção de uma arte nazista, o regime hitlerista passou a perseguir o que considerava uma arte degenerada, ligada aos movimentos vanguardistas modernos, que então se difundia pela Europa. Vários artistas foram perseguidos na Alemanha, como os pintores Otto Dix, Emil Nolde e Erich Heckel. Outros foram retirados de seus postos de direção de instituições culturais, e milhares de obras de arte foram destruídas. A Bauhaus, principal centro de difusão das vanguardas nas

artes visuais e na arquitetura, foi fechada. O resultado prático desta perspectiva de perseguição ao modernismo se deu com a realização da exposição Entartete Kunst - em português, Arte Degenerada. Realizada em Munique, em 1937, o objetivo da mostra era defenestrar a arte moderna, apresentando os trabalhos confiscados em toda a Alemanha de modo desordenado, alternando obras de artistas consagrados com fotos de doentes mentais, apresentando-as com comentários políticos moralizantes e títulos alterados. Fonte: Texto editado do Site Brasil Escola

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FUTEBOL

SORTE NO

JOGO,

AZAR NO

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AMOR

Estudo de imagem cerebral de torcedores revela que paixão pelo futebol corresponde a forma de amor tribal

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“Jogar, ganhar, lutar como o melhor, Porque sempre os torcedores Tremem com paixão, Quando fica entre todos os campeões” Trecho do hino do Atlético de Madrid

É sabido que a paixão pelo futebol desperta emoções, por vezes irracionais, que atravessam as fronteiras entre o amor tribal e o fanatismo. Esta tensão entre amor e fanatismo, que implica simultaneamente o sentimento de pertencimento a um grupo e de rivalidade com outros grupos, é que define o amor tribal. Um estudo pioneiro, realizado no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra (UC), vem agora lançar alguma luz sobre este assunto.

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FUTEBOL

Ao longo de três anos, os investigadores Catarina Duarte, Miguel Castelo-Branco (coordenador) e Ricardo Cayolla estudaram o cérebro de 56 torcedores, cujo nível de paixão foi avaliado através de scores de avaliação psicológica. Os participantes da pesquisa, 54 homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre 21 e 60 anos, foram expostos a vídeos emocionalmente intensos, quer positivos (por exemplo, o gol de Kelvin contra o Benfica no caso dos torcedores do FCP) quer negativos ou neutros. No estudo, já publicado na SCAN, uma das revistas de neurociências das emoções mais prestigiadas a nível mundial, “foi observada a ativação de circuitos cerebrais de recompensa que são semelhantes aos que são ativados na experiência do amor romântico. Em particular, os circuitos de memória emocional são mais recrutados pelas experiências positivas do que pelas negativas”, afirma Miguel Castelo-Branco. “Isto significa”, esclarece o coordenador do estudo, “que a paixão tende a prevalecer sobre os conteúdos mais negativos como, por exemplo, de derrota com o rival, que tendem a ser suprimidos da memória emocional. O estudo coloca por isso em relevo os aspectos positivos desta forma de amor tribal, e de que o cérebro dispõe de mecanismos para suprimir conteúdos negativos. O cérebro parece, por essa razão, ter mecanismos de proteção contra memórias suscetíveis de levar ao ódio tribal”. “Curiosamente, quanto maior o score de paixão clubística medida psicologicamente maior é a atividade em certas regiões do cérebro associadas a emoções e recompensa, algumas semelhantes às envolvidas no amor romântico”, salienta o também docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal. Ao longo de três anos, os investigadores Catarina Duarte, Miguel Castelo-Branco (coordenador) e Ricardo Cayolla estudaram o cérebro de 56 torcedores, cujo nível de paixão foi avaliado através de scores de avaliação psicológica. Os participantes da pesquisa, 54 homens e duas mulheres, com idades compreendidas entre 21 e 60 anos,

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foram expostos a vídeos emocionalmente intensos, quer positivos (por exemplo, o gol de Kelvin contra o Benfica no caso dos torcedores do FCP) quer negativos ou neutros. No estudo, já publicado na SCAN, uma das revistas de neurociências das emoções mais prestigiadas a nível mundial, “foi observada a ativação de circuitos cerebrais de recompensa que são semelhantes aos que são ativados na experiência do amor romântico. Em particular, os circuitos de memória emocional são mais recrutados pelas experiências positivas do que pelas negativas”, afirma Miguel Castelo-Branco. “Isto significa”, esclarece o coordenador do estudo, “que a paixão tende a prevalecer sobre os conteúdos mais negativos como, por exemplo, de derrota com o rival, que tendem a ser suprimidos da memória emocional. O estudo coloca por isso em relevo os aspectos positivos desta forma de amor tribal, e de que o cérebro dispõe de mecanismos para suprimir conteúdos negativos. O cérebro parece, por essa razão, ter mecanismos de proteção contra memórias suscetíveis de levar ao ódio tribal”. “Curiosamente, quanto maior o score de paixão clubística medida psicologicamente maior é a atividade em certas regiões do cérebro associadas a emoções e recompensa, algumas semelhantes às envolvidas no amor romântico”, salienta o também docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Portugal.

OS JOGADORES MAIS ODIADOS NO MUNDO DA BOLA Zlatan Ibrahimovic

um dos jogadores mais convencidos do mundo e frequentemente menospreza outros jogadores. Luiz Suarez

deu uma mordida no braço do defensor do Chelsea, Ivanovic. O atacante é, de longe, o jogador mais odiado pela imprensa inglesa. Cristiano Ronaldo

O português é vaidoso, individualista e até provocador. Mas talvez o que mais irrite seus críticos é o fato dele jogar tão bem e sempre responder às críticas com mais e mais gols. Sergio Busquets

O espanhol é odiado por atletas e torcedores por um único motivo: é um jogador que mais parece um ator dentro de campo. W’SN

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MUNDO

CHINA E A VIAGEM NO TEMPO Autoridades chinesas de mídia proíbem filmes com o tema “viagem no tempo” e exigem que produtores e escritores lançem “produções realistas da Revolução Chinesa”. Falta aos chineses abandonar a truculência estalinista para compreender os sutis mecanismos hollywoodianos de controle onde se é capaz de ofere14

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cer uma grande liberdade temática, porém confinada pelas rígidas normas de forma e conteúdo. Mecanismos sutis que convergem para o mesmo objetivo das preocupadas autoridades chinesas: evitar que a experiência fílmica produza no espectador uma ruptura com o princípio de realidade.


CENA DO SERIADO “JADE PALACE LOCK HEARTH”

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o ano da comemoração do 90°aniversário do Partido Comunista da China, as autoridades de mídia do país resolveram proibir quaisquer filmes ou seriados que tenham como tema viagens no tempo. Em um país com a maior audiência de televisão do mundo e o mercado de cinema em franca expansão, a decisão foi justificada pelo “desrespeito histórico” que esse tema de ficção científica mostraria. Um dos maiores sucessos na China, o seriado “Jade Palace Lock Heart” (onde oa protagonista volta à época da China antiga onde encontra o amor e a felicidade - veja imagem acima) é avaliado pela Administração Estadual de Rádio, Filme e Televisão como uma representação da história “frívola e que não pode ser mais encorajado”. E transmitiu a seguinte mensagem para os produtores e escritores do país: “Sigam o espírito do Partido Comunista para celebrar o seu 90o aniversário. Todos os níveis devem se

preparar para lançar reproduções realistas da Revolução Chinesa.” Em outras palavras, as autoridades cobram das produções audiovisuais e cinematográficas maior realismo, seja no campo ficcional ou documentário. Encontramos nessa notícia ecos do chamado realismo socialista de orientação comunista ortodoxa e de inspiração stalinista que dominou a arte e estética soviéticas onde as produções deveriam ser instrumentos de exaltação do regime ao representar de forma “realista” o heroísmo proletário. Por exemplo, diretores russos como Tarkovsky com temas metafísicos e espirituais dentro do gênero sci fi em filmes como “Solaris” (1972) e “Stalker” (1979) sofreram forte repressão do Estado, obrigando o diretor a sair da URSS em 1983. Mas há algo a mais nessa proibição sobre “viagens no tempo” no cinema e audiovisual chineses. Acredito que a justificativa do “desrespeito histórico” é um mero pretexto para exercer um

controle que há muito tempo Hollywood já fez ao enquadrar suas produções desde o final da fase dos filmes “slapstick”: a imposição da verossimilhança ou “realismo cinematográfico” na narrativa para impedir que a experiência cinematográfica possa produzir o “acontecimento comunicacional”, isto é, uma experiência que produza a transformação do espectador, a transcendência ou a possibilidade de ruptura psíquica com a rotina do dia-a-dia após sair do cinema. Proibir “viagens no tempo” pode ser um instrumento pelo qual produtores e escritores evitem que o cinema produza uma experiência que possa ser perturbadora para a adaptação tranquila dos chineses aos seus papéis sociais, certamente marcado por uma rotina de trabalho massacrante em uma economia que mais cresce no mundo às custas da exploração, inclusive de trabalho infantil.

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Fonte: Texto editado do Blog Cinegnose

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LANÇAMENTO

KATY PERRY APOSTA EM “POP CONSCIENTE” E FAZ ÁLBUM SEM HITS ÓBVIOS

Em ‘Witness’, quinto álbum da cantora, ela se afasta do pop chiclete e colorido de seus trabalhos anteriores.

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“SE EU PERDER TUDO HOJE, VOCÊ AINDA FICARIA?”

Bon Appétit ft. Migos

uando Katy Perryanunciou que seu novo disco seria um “pop com propósito” muita gente segurou a respiração. A intenção é boa e o álbum está longe de ser um desastre, mas “Witness”, o quinto álbum da cantora, deixa a desejar. Falta um hit. Como “Work” foi para o “Anti” de Rihanna. Um álbum completamente diferente de tudo que Riri já tinha feito e que não emplacou muitos hits, mas foi sucesso de crítica porque tinha força para “viver” longe das paradas. Não é o que “Witness” entrega. Katy se arrisca bastante fora do seu universo pop mainstream, com parcerias inusitadas como a feita com o duo eletrônico Purity Ring, que aparece em três faixas, mas falta fôlego ao álbum.

Chained To The Rhythm ft. Skip Marley

Curiosamente, os principais produtores do álbum, Max Martin (o fazedor de hits do mundo pop), Ali Payami e Shellback são os mesmos de “1989”, que marcou a virada de Taylor Swift do country para o pop de vez de maneira acertada. A impressão é que o mundo esperava neste momento que Katy fosse o “sonho adolescente” confiável em vez da cantora com propósito. Talvez as pessoas quisessem que ela fosse justamente a distração colorida que ela diz não querer mais. Logo na abertura do álbum, na faixa que dá nome ao disco, Katy diz: “Se eu perder tudo hoje, você ainda ficaria?”. Talvez seja uma espécie de pedido de paciência aos fãs e críticos. Se esse não der certo, será que vocês ficam para o próximo?

Witness

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VIAGEM

UMA VIAGEM POR

PARANAPIACABA Paranapiacaba, é uma vila charmosa no alto da Serra do Mar, onde história e natureza andam juntas. Foi lá que os ingleses construíram o fantástico sistema funicular para condução dos trens nas subidas e descidas da serra, entre o planalto paulista e o porto de Santos. A vila, além das construções históricas, possui inúmeras trilhas e cachoeiras que também fazem a festa dos turistas. Logo ao chegar todos podem ver que ela está cercada de morros verdejantes, onde no verão florescem os lindos manacás-da-serra.

NOME DE PARANAPIACABA Em 1907, a Vila foi chamada de Paranapiacaba, mas até 1945 a estação continuou a ser chamada de Alto da Serra. .

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CONSTRUÇÃO NA SERRA Pela instabilidade do terreno, a construção foi quase artesanal, sem uso de explosivos por medo de desmoronamento. As rochas foram cortadas com pregos e pequenas ferramentas manuais. W’SN




CAPA

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O SER

IMORTAL A ERA DOS HOMENS IMORTAIS Pesquisador afirma que o progresso tecnológico permitirá acabar com o envelhecimento, classificado por ele como uma ‘doença curável’. José Luis Cordeiro, professor e assessor da Singularity Universirty, instituição acadêmica do Vale do Silício, EUA, criada em 2009 pela Nasa e financiada pelo Google, afirmou que no ano de 2045 a espécie humana será imortal. A declaração foi dada durante o encontro “Inteligência artificial e o futuro da espécie humana”, da Universidad Internacional Menéndez Pelayo, localizada em Santander, Espanha.

Segundo Cordeiro, nem a AIDS, nem o câncer e nem a fome poderão acabar com a espécie humana, porque “o envelhecimento é uma doença curável”. Para fazer tais afirmações, Cordeiro se baseou em uma corrente cada vez mais difundida – e que fez eco na revista Time -, chamada “singularidade tecnológica”. Essa corrente ideológica aponta que o progresso tecnológico e inteligência artificial são as ferramentas que >>

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CAPA

Mente Humana vs. Inteligência Artificial Entender estas diferenças torna-se importante para compreender o mundo que separa a inteligência artificial da humana antes de conhecermos as propostas dos cientistas para a longevidade humana.

Diferença 1: Cérebros são analógicos, computadores digitais Basicamente dentro de cada neurónio há um circuito integrado isolado, composto por uma variedade de canais de iões e a sua membrana variada.

Diferença 2: O cérebro usa memória endereçada a conteúdo Em computadores a informação é gravada em determinados endereços. Mesmo quando desejamos recuperar uma informação é necessário que tenhamos um índice ou façamos uma busca sequencial em todos os dados armazenados. Em contraste, o cérebro organiza a nossa memória com base no seu conteúdo, assim aquela informação que desejamos pode ser recuperada através de conceitos ou lembranças próximos.

22 >> ferramentas que acabarão com a “idade humana” e originarão a “idade pós-humana”. Com tais declarações, Cordeiro reafirma o que havia dito o inventor americano Ray Kurzweil, diretor de engenharia da Google e fundador da Singularity University. Kurzweil previu várias vezes que, em um determinado momento na história da humanidade, as máquinas seriam dotadas de consciência. Segundo Kurzweil, em 2029, teremos dispositivos do tamanho de um computador, capazes de superar o nível de inteligência de um ser humano e, em 2045, algum software será capaz de assumir a inteligência combinada de todos os homens, bem como a complexidade de seus pensamentos.

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Diferença 3: A velocidade de processamento do cérebro não é fixa, não existe um temporizador do sistema A velocidade de processamento neural é sujeita a uma variedade de constantes, incluindo tempo para transmissão electroquímica de sinais. Não parece haver nenhum “relógio” central no cérebro, ou algo que sincronize o período de transmissão e recepção de impulsos.

Diferença 5: Memória de trabalho não é igual a RAM Diferente da RAM, a nossa capacidade para uma memória de trabalho, isto é, aquela que utilizamos para trazer assuntos da memória e ligá-los com outros, raciociná-los, difere em tempo de processamento tal como com experiência e familiaridade.

23 Nesse ponto, um software poderá exceder a sofisticação do cérebro humano e provocar “a morte das mortes”. “Entre 2029 e 2045, o número de transistores nos computadores superará o de neurônios em nosso cérebro. Esse será o início da singularidade tecnológica, quando a inteligência artificial alcançará a inteligência humana” afirma Cordeiro. José Luis Cordeiro prevê ainda que nos próximos 10 anos, qualquer homem poderá ter acesso ao sequenciamento de seu genoma, por US$ 10. Dessa forma, prevenirá doenças como o câncer e o Alzheimer e “moldará” seus próprios descendentes evitando tais condições. A veracidade de suas alegações dependerá do progresso da ciência e da tecnologia.

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CAPA

>> Um exemplo dado pelo pesquisador de que “a vida nasceu para viver e não para morrer” vem de uma das realizações da Methuselah Foundation, instituição que, na última década, conseguiu prolongar a vida saudável dos ratos até cinco anos. “O cérebro é a estrutura mais complexa do universo e também o único órgão que ainda não foi criado artificialmente. Entretanto, os cientistas estão começando a estudá-lo sistematicamente. Teremos uma explosão de inteligência artificial”, prevê Cordeiro.

A ERA DOS HOMENS IMORTAIS

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Recursos como próteses para substituir neurônios, máquinas que constroem DNA, coração e até um outro cérebro permitirão que a próxima geração viva pelo menos até os 150 anos - e as sucessoras, ainda muito mais. O ano será 2045. Ele marcará o início de uma era em que a medicina poderá oferecer à humanidade a possibilidade de viver por um tempo jamais visto na história. Órgãos que não estejam funcionando poderão ser trocados por outros, melhores, criados especialmente para nós. Partes do coração, do pulmão e até o cérebro poderão ser substituídos. Minúsculos circuitos de computador serão implantados no corpo para controlar reações químicas que ocorrem no interior das células. Estaremos a poucos passos da imortalidade. Esta é a previsão de um grupo muito especial de cientistas conhecidos por ocupar a vanguarda de pesquisas que permeiam temas como a ciência da computação, a bio-

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Uma substância desenvolvida por biólogos russos permite viver até 120 anos sem envelhecer.

logia e a biotecnologia. Entre eles, estão George Church, professor da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o gerontologista e biomédico especializado em antienvelhecimento Aubrey de Grey e o engenheiro Raymond Kurzweil, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), que profetizou o surgimento da internet. Eles são os líderes de uma espécie de nova filosofia, batizada de Singularidade. Na astronomia, singularidade nomeia um lugar no espaço onde um corpo não envelhece. Na medicina, os arautos da imortalidade afirmam que ela nada mais é do que uma consequência real de uma revolução em curso que já faz disparar em velocidade sem precedentes a expectativa de vida humana. “Considerando a rapidez das inovações, uma pessoa nascida em 2050 terá 95% de chance de viver mil anos”, disse o inglês Aubrey de Grey. . “Bactérias unicelulares que viviam há milhões de anos não envelheciam”. “Nossas células germinativas também não envelhecem. Óvulos e espermatozoides vivem in-

definidamente quando congelados”, afirma José Luís Cordeiro, apontando um dos fatores que levam a ele e a seus companheiros a acreditar no maior prolongamento da vida humana. Tanta certeza está sustentada nos avanços já obtidos e naqueles que certamente virão. Só para se ter uma ideia, a partir do que se tem hoje, acredita-se que uma criança que acaba de nascer tem grandes chances de ultrapassar os 130 anos. “Com base nos recursos que temos atualmente, ela poderá viver pelo menos até os 150 anos”, afirmou Steven Austad, diretor do Instituto Barshop, fundação para estudos de longevidade ligada à Universidade do Texas, nos Estados Unidos. “Isso é perfeitamente factível, basta analisar os recentes progressos.” Um dos campos nos quais os avanços foram mais notáveis é o das células-tronco, estruturas versáteis capazes de gerar diferentes tecidos do organismo. A substituição de órgãos inteiros doentes


FILME “EX MACHINA” ABORDA RELAÇÃO ENTRE HUMANO E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

por outros, sadios, é outra das razões apontadas pelos cientistas para justificar a crença em uma vida espetacularmente longa. Nos últimos anos, os avanços na medicina regenerativa – responsável por esse campo – impressionam. Tanto é que, segundo pesquisa realizada pela consultoria OThink, de São Paulo, 59% de cerca de mil entrevistados dizem acreditar que, em 2050, será possível produzir órgãos em laboratórios. De fato, já se conseguiu criar e implantar em seres humanos traqueia, bexiga, uretra e vasos sanguíneos. E há experiências de criação de mais órgãos, entre eles o coração e o fígado. Um dos fatores mais importantes associados ao tempo de vida de um homem é sua genética. Seu DNA aponta

qual será sua vida média e também pode trazer alterações que o predispõe a doenças. Por isso, boa parte dos esforços está concentrada em inventar recursos que interfiram no material genético de cada um. Um dos mais fantásticos é uma máquina que lê e muda a estrutura do DNA. O cientista George Church, de Harvard, por exemplo, criou um DNA artificial com um aparelho feito por ele, chamado Mage. O equipamento fabrica cerca de quatro milhões de genomas por dia. Com o invento, Church diz que é possível mudar a formados genética e os órgãos e tecidos que são constituídos a partir dela, promovendo a cura de enfermidades. “O DNA pode criar qualquer coisa biológica”. Invenções como essa podem fazer

com que a terapia gênica, cujo objetivo é corrigir defeitos genéticos, dê um salto e se firme como boa opção para estender a vida.

SEREMOS TODOS CIBORGUES?

O filme Ex_Machina: Instinto Artificial aborda o tema inteligência artificial.

Os ciborgues são humanos com peças de robô, uma combinação de partes orgânicas, mecânicas e até eletrônicas. Fato é que, apesar de parecerem algo surreal, muitos ciborgues já estão entre nós. Pense bem: uma pessoa que utiliza uma prótese mecânica, por exemplo, faz uso da tecnologia para melhorar a sua própria biologia. Seguindo essa ideia de “aprimoramento corporal” está o conceito chamado de biohacking. São pes

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“A VIDA NASCEU PARA VIVER E NÃO PARA MORRER”

soas que adotam fórmulas, aplicativos, suplementos e, o mais radical de tudo, gadgets subcutâneos capazes de melhorar a qualidade de vida e tornar o ser humano mais inteligente, produtivo e saudável.

CIENTISTAS RUSSOS DESCOBRIRAM SEGREDO DA ETERNA JUVENTUDE

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Uma substância desenvolvida por biólogos russos permite viver até 120 anos sem envelhecer. Na Universidade Estatal de Moscou (MGU) foi testado um novo antioxidante capaz de retardar consideravelmente os processos de envelhecimento e de prolongar a juventude. Matusalém, uma personagem bíblica do Antigo Testamento, viveu 969 anos. É pouco provável que tal longevidade seja possível para pessoas comuns. Hoje, o recorde de longevidade limita-se a 122 anos. Contudo, afirmam os autores do novo medicamento, não nos devemos orientar por esse indicador. Maxim Skulachev, colaborador científico da Faculdade de Bilogia da MGU, explica-nos o processo: “Pequenos danos que se acumulam no nosso organismo com a idade são provocados em resultado de processos casuais – nós mesmos estamos causando danificações a

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nós com substâncias venenosas que sintetizamos. Essas substâncias são radicais livres que se conhecem há muito e, como foi considerado, entram no organismo do exterior. Mas agora está provado que nós próprios estamos a formá-los”. Os radicais livres são formados nas mitocôndrias, um dos elentos das células onde as substâncias alimentares se queimam em oxigênio fornecendo-nos energia. Mas as mitocôndrias têm o seu lado obscuro – elas gastam uma parte de oxigênio para sintetizar radicais livres, contra os quais está voltada a ação do novo preparado, ressalta o cientista. “Desenvolvemos uma substância que penetra com uma precisão de até um nanômetro na mitocôndria e “apanha” no interior os radicais livres e os neutraliza. Essa substância foi batizada de SKQ, que sintetizamos pela primeira vez em 2005 e estudamos desde então”. O preparado foi testado em ratos, ratazanas e cachorros. As experiências deram resultados idênticos. Nos animais em que essa substância foi introduzida, o desenvolvimento de sinais de velhice tornava-se mais lento e não apareciam as chamadas doenças da velhice: a catarata, o glaucoma e até a doença de Alzheimer. Embora até hoje não haja uma opinião generalizada sobre as causas da demência senil, biólogos da MGU não duvidam que os radicais livres também são responsáveis por dela. Por isso, o antioxidante por eles de-

senvolvido pode servir, no mínimo, como meio profilático protegendo contra danos das células nervosas. Contudo, nem tudo o que é bom para animais serve para os humanos. Em palavras de Maxim Skulachev, em todos os medicamentos testados com êxito em animais ajudam as pessoas. A substância elaborada pela sua equipe deve ser ensaiada clinicamente em humanos em 2015. Só esses testes irão mostrar se está desenvolvida uma poção mágica – o antioxidante será produzido em forma de solução bebível. Entretanto, as farmácias já propõem uma versão oftalmológica do preparado – gotas para ol-


A TURRITOPSIS VAI VIVENDO, SEM PRAZO DE VALIDADE

hos. O remédio foi aprovado pelo Ministério da Saúde e testado com sucesso em pacientes com cataratas e outras doenças etárias dos olhos. Os cientistas assinalam que tiveram por objetivo não apenas prorrogar a juventude e adiar a velhice. “Se os primeiros sinais de velhice aparecerem aos 90-100 anos, será perfeito”, aponta Maxim Skulachev.

O ÚNICO ANIMAL IMORTAL DO PLANETA.

Normalmente quando uma criatura tem um nome sugestivo de ‘imortal’, é sempre algo interpre-

tado de forma não-literal. Mas não é bem assim no caso das regras biológicas dessa água-viva. Essa água viva, chamada Turritopsis nutricula, simplesmente não consegue morrer de causas naturais. Sua capacidade de regeneração é tão alta que ela só pode morrer se for completamente destroçada. Como a maioria das águas-vivas, ela passa por dois estágios: a fase de pólipo, ou fase imatura, e a fase medusa, na qual pode se reproduzir de forma assexuada. A água-viva imortal foi descoberta por acaso pelo estudante alemão de biologia marinha Christian Sommer em 1988, enquanto ele passava suas férias de verão na Riviera Italiana. Sommer, que coletava espécies de hidrozoários para um estudo, acabou capturando a pequena criatura misteriosa, ficando espantado com o que observou no laboratório. Após examiná-la durante alguns dias, Sommer percebeu que a água-viva simplesmente se recusava a morrer, regredindo ao seu estado inicial de desenvolvimento até reiniciar o seu ciclo de vida outra vez, sucessivamente, como se sofresse um envelhecimento reverso. Os pesquisadores já descobriram que ela inicia seu incrível rejuvenescimento quando se encontra em uma situação de estresse ou ataque, e que durante esse período o organismo passa por um processo conhecido como transdiferenciação celular, ou seja, um evento atípico no qual um tipo de célula se transforma em

outro, tal como ocorre com as células-tronco humanas. É a natureza nos surpreendendo mais uma vez, nos mostrando sua grande capacidade de inovação mediante as adversidades naturais e do homem. A imortalidade existe na natureza. Não tem nada de utopia. Ao longo do tempo, nosso corpo se deteriora. Perdemos os melanócitos que dão cor aos cabelos, o colágeno da pele, a cartilagem dos ossos – ficamos grisalhos, enrugados, com dores nas juntas. Velhos. Numa sucessão de baixas, células e órgãos vão deixando de cumprir funções cruciais para o corpo. Até que tudo isso culmina numa pane geral. E nós morremos. Para impedir que o corpo definhe desse jeito, o homem já tentou de tudo: de mumificação, no Egito antigo, a injeções feitas a partir de testículos de animais, na França do século 19. Só que agora estamos mais próximos do que nunca do sonho da imortalidade. Por causa dessas espécies highlanders, cientistas do mundo todo acreditam que nós também podemos ser imortais. E já têm propostas para isso: remédios – feitos para aprimorar nossa defesa contra a morte – e inovações tecnológicas que nos tornarão quase robôs. “Em 50 anos não vai mais existir definição para expectativa de vida. Teremos um controle tão completo do envelhecimento que as pessoas viverão indefinidamente”, diz Aubrey de Grey, geneticista. >>

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O TEMPO PASSA DIFERENTE NO ESPAÇO? Em algum momento você já deve ter ouvido falar que o tempo passa diferente no espaço ou que os astronautas sentem o tempo passar de maneira diferente. Então, será que o tempo passa diferente no espaço?

TECIDO ESPAÇO-TEMPO E RELATIVIDADE

Para entender melhor como o tempo funciona, primeiro precisamos compreender o que a teoria mais famosa da humanidade, criada por Einstein, dizia. A Teoria da Relatividade Geral fala que o tempo e o espaço, apesar de serem coisas diferente, estão totalmente interligadas, formando uma espécie de tecido, chamado espaço-tempo. E, mesmo que esteja parado enquanto lê esse texto, você ainda está viajando no tempo, pois ele está sempre fluindo. Para completar, o tempo é relativo, sendo diferente para cada pessoa. Mas como assim?

RELATIVIDADE DO TEMPO

Imagine que você conseguiu uma passagem para viajar em um espaçonave durante 5 anos e que ela voaria quase a velocidade da luz. Depois de voltar, você notaria algo muito estranho, pois na Terra teriam passado 100 anos! Isso mesmo, para você o tempo na Terra teria se acelerado e para as pessoas na Terra o tempo teria desacelerado para você. Exatamente pelo tempo ter passado de uma maneira para você e de outra para as demais pessoas, ele é chamado de relativo, pois dependendo de sua posição ele passa de uma maneira diferente.

ENTÃO, O TEMPO PASSA MAIS RÁPIDO NO ESPAÇO?

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Não! O tempo não passa de maneira diferente no espaço. O que faz ele passar mais rápido ou devagar é a velocidade. Ou seja, se você estiver andando em um carro na Terra, o tempo estará passando mais devagar para você do que para uma pessoa caminhando, mas como a diferença de velocidade não é muito grande, se comparada a velocidade da luz, a diferença de tempo é tão pequena que se torna praticamente impossível de perceber, mas ela existe. Resumindo: o tempo e o espaço são coisas que andam juntas. O tempo é relativo a velocidade em que você se descola no espaço. E Einstein era um gênio, afinal quem mais poderia imaginar tais coisas?

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A teoria de Einstein pôde ser provada pelos satélites, pois eles se movem a altas velocidades em volta da Terra. Sendo assim seus relógios tem de ser acertados diariamente, pois eles se atrasam alguns milionésimos de segundos em relação ao tempo na Terra Uma ilusão temporal é uma distorção na percepção do tempo que ocorre por várias razões, como, por exemplo, diferentes tipos de estresse. Nesses casos, uma pessoa pode momentaneamente perceber o tempo como parando, acelerando, ou mesmo andando para trás. Quando dizemos que o tempo fica mais lento, o que realmente significa é que o nosso relógio interno acelera, o que dá a impressão de que o tempo no resto do mundo está devagar. A percepção subjetiva do passar do tempo tende a acelerar à medida que envelhecemos. As pessoas mais velhas muitas vezes se queixam de que os anos (e até os dias) passam mais rápido do que era de costume. A explicação mais popular para isto é a de que as pessoas mais jovens ainda estão vivendo através de novas e interessantes experiências (em vez de repetir a rotina), o que exigem mais recursos neurais e inteligência. Isso também explicaria porque a viagem de ida a algum lugar novo “demora mais” do que a da volta.

O tempo passa mais devagar para os astronautas na ISS, pois eles estão voando muito rápido ao redor do planeta. Infelizmente em seis meses eles ficam menos de um segundo mais jovens que a gente, devido a sua velocidade ainda estar muito abaixo da velocidade da luz; Segundo a teoria de Einstein, se conseguíssemos atingir a velocidade da luz, o tempo simplesmente pararia.


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Segundo a teoria de Einstein, se conseguĂ­ssemos atingir a velocidade da luz, o tempo simplesmente pararia.

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SINGULARIDADE

O termo “singularidade” foi emprestado da física. Lá, ele designa fenômenos tão extremos que as equações não são mais capazes de descrevê-los. Um exemplo são os buracos negros, lugares de densidade infinita, que levam as leis da ciência ao absurdo. Ou seja, a singularidade é um nome bonito que exprime tudo o que está além da nossa capacidade de cognição e previsibilidade. A idéia surgiu em 1950, com o matemático húngaro John von Neumann, um dos criadores do computador e um dos maiores cientistas do século, que disse que as tecnologias poderiam chegar a um ponto além do qual “os assuntos humanos, da forma como os conhecemos, não poderiam continuar a existir”. A nanotecnologia, a genética e a robótica têm evoluído em ritmo parecido, fornecendo umas às outras ferramentas para progredirem ainda mais. O resultado disso? “Por causa da taxa explosiva de desenvolvimento, o crescimento tecnológico no século 21 será equivalente a 20 mil anos de progresso na velocidade atual”, diz o inventor e empresário Ray Kurzweil, autor do livro The Singularity is Near (“A Singularidade Está Próxima”)

OS BURACOS NEGROS SÃO AS CENTRAIS DE ENERGIA DO UNIVERSO

Os buracos negros, chamados assim por que nem sequer a luz pode escapar de sua força gravitacional, só podem ser detectados através de sua influência sobre a matéria a sua volta. Embora os próprios buracos negros sejam invisíveis, as regiões que os rodeiam são governadas por campos magnéticos de potência extrema e forças gravitacionais que aceleram e aquecem a matéria circunvizinha e criam radiações mais luminosas jamais vistas.

INFINITAMENTE DENSOS 30

Os buracos negros são massas extremamente densas compactadas e pontos individuais do espaço. Em seu núcleo, toda a matéria es compactada em uma densidade que tende ao infinito dentro de um volume espacial que tende a zero, conhecido como singularidade gravitacional. Ali, a força da gravidade se mostra infinitamente potente curvando (deformando) o espaço-tempo até o infinito. Ainda assim, para todas as coisas estranhas que acontecem no interior dos buracos negros, se você está suficientemente afastado deles, eles atuam como qualquer outra quantidade agrupada de matéria comum. Isto significa que se o Sol fosse substituído ‘por mágica’ por um buraco negro com a mesma massa, todos os planetas e objetos do Sistema Sol continuariam orbitando ao seu redor do mesmo modo de sempre segundo os cientistas, mas, por outro lado, a Terra deixaria de ser habitável devido à falta da luz solar. Crê-se que os buracos negros se formam durante a morte explosiva de estrelas muito massivas.

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O QUE ACONTECE SE CAIRMOS EM UM BURACO NEGRO?

Bem para esta pergunta não se tem uma resposta exata, mas sim teórica, feita por Stephen Hawking, em 2016. De acordo com Stephen Hawking, todo corpo ou ser vivo que cair em um buraco negro não é destruído completamente, pois o tempo é dilatado, impedindo que o corpo é destruído. Mas que ao cair em um buraco negro, oque estiver caindo entrará em um outro universo ou em uma


ONDE O TEMPO E O ESPAÇO DEIXAM DE EXISTIR.

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realidade paralela. Com isso cada buraco negro poderia conter outro universo ou outra realidade diferente da nossa. Dando continuidade a teoria, pode-se dizer que os buracos negros menos massivos seriam as entradas para universos mais próximos ao nosso, pois os buracos negros menos massivos criam distorções menores no espaço-tempo, enquanto os buracos negros mais massivos seriam as entradas para universos mais distantes ao nosso, pois eles criariam distorções maiores no espaço-tempo.

Uma nave se aproxima de um ponto específico no Universo e... BAM! Lá se foi alguém para outra região da Galáxia, ou até do Universo. Viagens através de buracos de minhoca são muito comuns em filmes de ficção científica, e a teoria ganhou popularidade com o filme Interestelar, que mostra um buraco de minhoca ao lado do planeta Saturno. É uma visão fantástica. Buracos de minhoca são uma solução válida para as equações da Relatividade Geral de Einstein, que é a fundação da nossa visão moderna da gravidade

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UM ANO NO

ESPAÇO E NA TERRA Ele passou um ano inteiro na Estação Espacial Internacional, enquanto seu irmão gêmeo era monitorado em Terra. Objetivo: descobrir o que o espaço faz com o corpo humano - e o que faz cada pessoa ser como é A Nasa topou mandar o astronauta Scott Kelly, 52, passar um ano inteiro na Estacão Espacial Internacional (ISS), e ao mesmo tempo monitorar o irmão gêmeo dele, o ex-astronauta Mark Kelly, em Terra. “Ele é uma cobaia no espaço e eu sou uma cobaia na Terra”, resumiu Mark. Como os dois têm o mesmo DNA, é possível identificar exatamente o que o espaço fez com Scott (porque são coisas que não acontecerão com Mark). E isso promete trazer respostas para uma das grandes questões da ciência, que afeta todo mundo: o que é determinado pela nossa genética e o que é causado pelo ambiente em que vivemos? A Nasa planejou dez estudos, para avaliar desde o desgaste mus-

cular até alterações na flora intestinal e no cérebro dos dois irmãos. Os resultados ainda vão demorar um pouco, porque Scott já voltou à Terra, no dia 2 de março, mas suas amostras biológicas – saliva, sangue, urina e fezes, que o irmão também coletou – ficaram lá em cima, na ISS. Só virão na próxima missão de carga (acontecem dez por ano). Mas a Nasa já começou a divulgar coisas surpreendentes. A primeira: Scott viajou no tempo.

PARADOXO DOS GÊMEOS

A experiência de Scott e Mark Kelly remete ao chamado paradoxo dos gêmeos. É uma experiência que envolve a dilatação do tempo, um dos principais elementos da Teoria da Relatividade. Einstein mostrou que a velocidade pode deformar o tempo. Se um gêmeo viaja pelo espaço, a grandes velocidades, e o outro fica na Terra, o tempo passa mais devagar para aquele que está no espaço. A Estação Espacial Internacional se desloca a 27 mil km/h (relativos a um ponto fixo na Terra). Isso significa que, ao longo de 342 dias, tempo que ele passou no espaço, Scott ficou 8,6 milissegundos mais jovem. Tecnicamente, viajou no tempo – mesmo que apenas um pouquinho. Em compensação, seu organismo envelheceu bem mais que o do irmão. Tudo por causa da exposição aos raios cósmicos. Você está protegido pelo campo magnético e pela atmosfera da Terra, que absorvem boa parte deles. Os astronautas, não. Eles são bombardeados por radiação. E ela, além de aumentar o risco de câncer, tem outro efeito ruim:

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“O OBJETIVO É SABER SE A PERFORMANCE COGNITIVA É AFETADA PELA PERMANÊNCIA PROLONGADA EM AMBIENTE ESPACIAL, E APÓS O RETORNO À TERRA”,

O ASTRONAUTA CRESCEU 4CM gista Francis Cucinotta calculou que a viagem de um astronauta até Marte poderia reduzir sua expectativa de vida em 15 a 24 anos.

MAIS ALTO E MAIS MÍOPE

acelera o envelhecimento do corpo, porque danifica os telômeros do organismo.

O QUE UM ANO FAZ

Os telômeros são as pontinhas dos cromossomos, e têm a função de mantê-los inteiros. Conforme você vai vivendo, as suas células vão se reproduzindo, para repor as que ficam danificadas. O problema é que, cada que vez que isso acontece, os telômeros dão uma encurtadinha minúscula. Até que, depois de muitos anos, chega uma hora em que eles ficam pequenos demais. Aí, o seu corpo não consegue mais repor as células direito. E você envelhece até morrer. Nos astronautas, esse processo é mais rápido, porque a radiação faz com que os telômeros encurtem mais depressa. Não se sabe o quanto – o estudo com Scott e Mark será o primeiro a tentar medir isso com exatidão. Mas acredita- se que o efeito da radiação seja forte. Em um estudo publicado pela Universidade de Nevada, o oncolo-

Quando Scott chegou à Terra, estava mais alto que o irmão: cresceu quatro centímetros. Sem a pressão da gravidade terrestre, a coluna dele esticou e ficou com mais espaço entre as vértebras. Mas esse efeito durou pouco: em menos de dois dias, Scott recuperou a altura normal. Ao mesmo tempo, ele parecia bem mais gordinho. É que o corpo humano é 60% água – e, no espaço, essa água vai mudando de lugar. Como há pouca gravidade, ela tende a se concentrar na parte superior, principalmente no tórax e na cabeça. Para tentar evitar isso, os astronautas usam um traje especial de borracha, o “chibis” (nome russo para um tipo de passarinho), que foi inventado nos anos 1970. O astronauta enfia as pernas numa calça de borracha, que bombeia o ar para fora e diminui a pressão nas pernas, puxando os líquidos do corpo para baixo. É desconfortável, e não adianta muito. Tanto que quem passa períodos prolongados no espaço sofre do chamado “efeito Charlie Brown”: os astronautas sempre parecem ficar com o rosto mais arredondado, como o do personagem. A concentração de fluidos na cabeça também faz com que os astronautas tenham a sensação constante de nariz entupido, o que leva à perda de paladar – como quando estamos resfriados. Por isso, os astronautas geralmente gostam de comer comida apimentada no espaço (mesmo

aqueles que normalmente não apreciam pimenta). Porque a ardência da pimenta se torna um dos únicos sabores que eles conseguem sentir. A redistribuição da água no corpo também tem consequências mais sérias. Causa efeitos fortes, e possivelmente irreversíveis, sobre a visão. Até hoje, mais de 300 astronautas foram analisados nesse quesito. 23% dos que estiveram em missões curtas e 49% dos que participaram de missões médias (de seis meses) ficaram com problemas para enxergar de longe ou de perto. Em vários casos, a mudança foi permanente. Durante seu ano no espaço, Kelly reclamou de dificuldades para enxergar. Os cientistas da Nasa acreditam que isso seja causado por um aumento na quantidade de líquido que rodeia o cérebro, o que exerce uma pressão adicional sobre o nervo óptico, deformando os globos oculares. O coração também atrofia. Como todo astronauta, Scott se exercitou bastante no espaço, em média 2 horas por dia (correndo numa esteira, preso por cordas que simulam a força da gravidade, e numa espécie de bicicleta ergométrica). Mesmo assim, acredita-se que ele tenha ficado com o coração menor. Não se sabe qual a consequência desse efeito, que já foi observado em outros astronautas (quando eles voltaram à Terra, o coração recuperou o tamanho e o formato normais depois de algum tempo). Mas há o receio de que astronautas possam sofrer algum tipo de disfunção cardíaca em missões ultralongas – como uma viagem a Marte.

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