Crônicas reunidas1

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Alegrando o dia

Estava eu descendo a ladeira para pegar o ônibus com as amigos, chegando perto, os amigos pegam seu destino e eu outro. Continuo indo quando avisto duas jovens garotas, aparentavam ter entre 10 a 12 anos, uma estava com um violão e outra com a viola, estavam sorrindo toda hora e continuo andando passo por elas no mesmo momento em que começaram a cantar, uma voz rara e preciosa para idade delas, aguda e sertaneja, naquele momento chegou até arrepiar, paro no mesmo momento e começo a ver as duas cantando e tocando em um bonito tom, rapidamente se aglomera várias pessoas para ver e ouvir de onde vinha aquelas vozes, impressionadas as pessoas nem chegava a piscar o olho. O melhor de ver aquilo é que elas tocavam ali não só para ganhar um trocado mas sim com alegria e um sorriso de ponta a ponta sem se importar com o que acontece no mundo. Ao acabar a música foi uma grande salva de palmas para elas, todos ali sorrindo e elogiando as garotas e alguns poderiam está passando por algum momento difícil mas tenho certeza que aquelas duas meninas alegraram o dia de algumas pessoas. Danilo Oliveira


Rotina

Dia de semana, só mais um dia normal como qualquer outro. Me levantei cedo pela manhã, olho pelas portas dos fundos por entre as grades e vejo um sol já querendo vir com aquela força descomunal de todos os outros dias, retorno ao meu quarto pegando a toalha, tomo aquele banho não tão longo e não tão curto já sofrendo com o momento de encarar meu quarto ainda gelado do ar condicionado, visto-me, pego minha bolsa e fico esperando minha avó decidir sair do quarto que no caso só se arruma depois de fazer o café da manhã apenas do meu avô, já que não tomo café e meu irmão que dorme até a hora que bem entende muito menos, então ela sempre se atrasa, o que resulta que se ela está sempre atrasada, eu também estou sempre atrasada. Chegando ao colégio vejo os mesmos rostos, o da a amiga de exatas e mesmo que negue também de humanas, que sempre tira boas notas e sempre reclama insatisfeita, o do amigo que costumamos chamar de falso por se juntar com outros amigos e nos largar, mas que está sempre no meio das nossas zoeiras, a amiga quietinha que é a mais paciente do grupo, e a revoltadinha, que se irrita conosco facilmente mas que é uma ótima amiga. De início é uma manhã normal, mas temos nossos momentos de risadas altas e umas vergonhas de leve, como a amiga gritar o nome do garoto que você observa de longe, e sinceramente, gosto desses momentos, eles fazem eu me esquecer de que estou em uma constante e longa rotina. Mas será mesmo que estamos em uma constante rotina? Ou só apenas imaginamos uma rotina? Bom, isso só saberemos se dermos o devido valor a tudo que nos rodeia. E você, caro leitor, tem dado esse valor? Tayla Rebeca


Bruna

Garota loira, de apenas dezesseis anos com olhos cor de mel, corpo violão, unhas cor de céu. Ela se preocupava muito com a escola, mas não com os estudos e sim com a popularidade que possuía lá; muitas atenções, muitos amigos, tudo muito superficial. Era visível seu orgulho por ser o que era por fora, mal percebia que estava enganando a si mesma com tudo o que achava que tinha; afinal, qual a verdadeira beleza? A verdadeira amizade? Quais os verdadeiros bens possuídos?. Era uma época de hormônios a flor da pele, tempo de curiosidades mais fogosas, más influências e frases vindas de amigas, como: “O que você tem a perder? É só ir lá e fazer sem se preocupar com o que vai acontecer”. Então aconteceu, não consegui deter seu ato, eu era a opinião que infelizmente ela nunca escutou. Diagnóstico: Aids; desespero familiar,tristeza grupal. Sempre achei que depois disso ter acontecido, ela tinha ficado abalada de forma muito grande por conta de seus amigos que a abandonaram, sua popularidade que acabou, sua beleza que diminuiu com os efeitos da doença, tudo que tinha perdido que era visivelmente importante para ela. Mas não foi isso que a deixou triste, foi apenas o fato de não ter pensado melhor, de não conhecer verdadeiramente quem estava ao seu redor, de não ver o que se tornou e ter usado de forma melhor. Fiquei um pouco confusa com o que à tinha deixado realmente triste, então ela me explicou: “ Não deixei isso me abalar porque percebi que não se perde o que nunca se teve de verdade”. E então foi nesse período que tudo mudou, onde tudo que era realmente bom se tornou constante na vida de Bruna, tempo em que as sinceras amizades foram encontradas, a real beleza foi descoberta e os bens possuídos foram realmente dignos e palpáveis.

Maria Eduarda e Ana Beatriz


Tortura adolescente Às 06:00 da manhã o celular desperta, eu levanto pra mais um dia de tortura na escola. Andando, de ônibus, de carro, bicicleta, na chuva ou sol eu vou para o colégio. Entrando em sala de aula a cadeira me espera, fico ali aguardando a primeira frase de quase todo professor: Bom dia! ; alguns às vezes entram já falando o assunto do dia, enquanto isso, nossa boca não pode falar, nosso corpo é estátua e nosso ouvido e coração são os únicos órgãos que parecem funcionar nessa primeira fase da manhã. No término disso com o tédio já tomando conta é lançado o comando de trabalho, máquinas de escrever começam a funcionar, escreve, escreve até depois de cansar. O descanso é dado quando o sino toca, os guepardos despertam, velocidade a mil para sair e desfrutar por minutos uma liberdade ainda não total; come, brinca, conversa... Tudo isso acaba na segunda vez que o sino toca – Poxa, não poderia ter tocado só uma vez? - E assim voltamos para a cadeira que sempre nos espera. As coisas se repetem de segunda à sexta, sempre a mesma rotina, os mesmos dois órgãos a funcionar, as mesmas máquinas a escrever... O que nos alegra é o fato de que isso tudo valerá a pena. Maria Eduarda


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