De Brasília a Montevideo/ Fotos Luiz Frederico Nascimento
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Aconteceu 16 Ago 2007, Evento: De Brasília a Montevideo. Confira as mais de 119 fotos enviadas por Luiz Frederico Nascimento!
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O INEMA partiu de uma idéia e foi evoluindo até se concretizar em um portal com mais de 150 áreas, milhares de visitas diárias, milhões de fotos e mais de 30 mil colaboradores. Nestes quase seis anos de trajetória tivemos o prazer de conhecer muitas pessoas, divulgar as mais emocionantes aventuras e saber sobre uma variedade imensa de modalidades esportivas. Tudo isso, movido pela dedicação de esportistas conscientes, que desejam mostrar ao mundo o melhor daquilo que praticam, do evento que organizam, das provas onde estão. Pessoas como Luiz Frederico Nascimento que sabem da importância de simples gestos, para se levar suas paixões ao crescimento.
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No De Brasília a Montevideo, o INEMA teve o prazer de contar com a colaboração de Luiz Frederico Nascimento, que com sua sensibilidade captou os melhores momentos deste evento. E, não satisfeito, compartilhou de sua história com todas as pessoas que acessam o portal para saber e principalmente ver o que acontece no mundo dos esportes. Chamamos então, COLABORADORES, todas estas pessoas que como Luiz Frederico Nascimento de alguma maneira fazem parte da história do INEMA e, portanto, da história do esporte. É um colaborador, aquele que apenas assistiu a uma prova, mas captou muitas imagens e contou para o INEMA. Também o competidor, o aventureiro, o apaixonado por algum esporte, atividade de lazer, enfim, qualquer pessoa que valorize os prazeres da vida e queira compartilhar conosco.
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Motoviagem de Brasília à Montevidéu - Preparação
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Do dia 29 de dezembro de 2006 até 26 de janeiro de 2007, Luiz Frederico Nascimento esteve viajando. Leia como foi a preparação dessa viagem que saiu de Brasília rumo à Montevidéu!
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O sucesso da viagem feita à Caraguatatuba, em 2005, incentivou Luiz Frederico Nascimento e Carlos Rosa a fazerem uma nova viagem. E Montevidéu foi o destino escolhido. A viagem que partiu de Brasília, iniciou em 29 de dezembro de 2006 e terminou em 26 de janeiro de 2007. Sobre a viagem, Luiz explica: "a idéia veio com a mudança de meus pais para Camboriú, SC, e uma esticada para Argentina, eventualmente. Com a amizade de novos amigos em Balneário, em janeiro de 2007, ficamos conhecendo outras opções como a Serra do Rio do Rastro. Daí as dicas foram sendo incorporadas e planejadas com a ajuda deles". A escolha de cidades com suporte, a manutenção das motos, o planejamento de percursos diários, horários de viagem apenas durante o dia e a qualidade das estradas foram alguns dos cuidados tomados na preparação. É importante não deixar nenhuma pendência na manutenção da moto. Luiz acredita que se alguma coisa for dar errado, dará na pior hora possível.
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Os cuidados com a alimentação ficaram restritos ao controle da quantidade de comida ingerida e pela hidratação contínua. Como Luiz e Carlos realizavam, regularmente, trajetos de até 600km em apenas um dia, em alguns finais de semana, o preparo físico estava de acordo. E, para que nada der errado quando for viajar, Luiz diz que: "É preciso pensar no que pode dar errado e ter sempre um plano B à mão. Quando tudo dá errado, o dinheiro ajuda muito a resolver. É bom ter uma boa poupança e bom seguro saúde. Telefones de amigos e parentes nas mãos do companheiro, contatos prévios por internet, que seja, com outros motociclistas das cidades por onde se vai passar ajuda, também".
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Ter em mente quanto você está disposto a gastar e qual o tipo de tratamento que deseja receber, são conhecimentos indispensáveis para se preparar uma viagem. Luiz optou por uma viagem mais espartana, mais simples. Ele escolheu esse tipo de viagem para ter contato com pessoas simples, conversadeiras, dispostas, atenciosas. Pessoas essas que passaram muitas lições de suas vidas, de suas culturas. Como foi o caso do Uruguai: "Se tivéssemos ficado em hotéis de porte, certamente não conheceríamos a galleta, um pão local e muito de sua cultura e alimentação, uma vez que hotéis utilizam alimentação padrão internacional". Luiz acredita que os cuidados que devem ser tomados com o dinheiro são os mesmos que tomamos ao botar o pé para fora de casa, no nosso dia-a-dia. Pessoas ruins e desonestas são encontradas em todos os lugares, todos os dias. Mas, nessa viagem, ele teve a sorte de só encontrar pessoas boas.
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Para ele, a preparação psicológica aconteceu o tempo todo: "Na saída a empolgação e o nervosismo têm que ser controlados. Durante, sangue frio, cabeça fria com os problemas. Procurar soluções rápidas e práticas diante do objetivo da viagem. Manter a concentração na estrada e arredores, posto que as paisagens são excepcionais e há sempre movimentação de veículos, pessoas e animais. Esquecer que se é um ser cosmopolita. Sentar no chão, deitar na relva, necessidades fisiológicas no mato. Viver o que a vida está lhe oferecendo no momento sem stress nem traumas. Relaxar e aproveitar. Ta na chuva? Procura uma poça pra pular nela e se divertir! (rssss)"
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Luiz diz que o grau de importância da preparação é tão importante quanto à viagem. "Até pra comprar pão na esquina planeja-se se vai de tênis, chinelo ou descalço. O que vai comprar e quanto vai gastar", acrescenta. Para Luiz, pessoas muito exigentes, perfeccionistas, com dificuldades para lidar com frustrações, teriam problemas em fazer viagens como esta e, caso fizessem, talvez não aproveitariam o trajeto como se deve. Ele acredita que "aventura é aventura, mesmo que nem chegue à tanto diante de tantas super-aventuras que já realizaram por aí. A aventura é a nível pessoal. Os primeiros passos de um bebê, são sua primeira aventura".
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A preparação de uma viagem, para Luiz, é uma etapa muito gostosa: são horas e mais horas de reuniões, encontros e muita cerveja. Encontros esses que devem ser bem aproveitados e discutidos. A preparação faz parte da viagem, e é uma parte muito importante. "Planejamento, segurança, treinamento e preparação são vitais". .
Motoviagem de Brasília à Montevidéu - Dicas
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Menos é mais. Essa é a frase que você precisa ter guardada em sua mente se quiser fazer uma motoviagem. Mas sem exageros na economia da bagagem, pois alguns utensílios são indispensáveis. Luiz Frederico Nascimento dá algumas dicas para quem pretende viajar. Ele saiu de Brasília em 29 de dezembro de 2006 rumo à Montevidéu. A viagem foi até o dia 26 de janeiro de 2007. A beleza e a qualidade das estradas do sul foi um fator decisivo na escolha do trajeto. Para quem quer fazer uma viagem como a de Luiz, ele diz ser necessário planejamento, muita leitura sobre os lugares que irá passar e pé na estrada. È necessário levar algumas ferramentas, documentos, endereços de parentes, de hotéis, de oficinas para emergência e pouca bagagem, o mínimo possível.
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O valor da viagem foi de cerca de R$3.000,00. O planejamento do custo previsto foi indispensável para que o valor levado fosse o suficiente. É bom informar-se sobre as leis e a documentação necessária nos países do trajeto. E é bom se informar também sobre outras aventuras nos consulados e também no portal INEMA. Cuidar da velocidade nas estradas também é importante. Assim como escolher bem o local para acolher a moto. Luiz acredita que três pessoas seriam a melhor escolha para fazer uma viagem como essa à Montevidéu. Por ser um número pequeno de pessoas, as escolhas são acertadas com mais facilidade. É necessário cuidar o que se vai levar de bagagem, pois tem que se levar em consideração que se pode aproveitar a viagem para comprar uma coisa ou outra. Mas não pode faltar um estojo de primeiros socorros, com remédios para eventuais distúrbios gastro intestinas. Além de inflador de pneus, água, pano para limpeza e algum pedaço de sabão. Cuide com a quantidade de roupas. "Muitas vezes é melhor levar e não usar que precisar e não ter. Cada caso é um caso e precisa haver um planejamento baseado no destino", acrescenta.
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Quanto ao clima ele conta: "No maior calor que passei na vida, tive que usar jaqueta, calça e bota de couro pra não sentir mais calor, que vinha do asfalto quente nas estradas do RS. Passar frio em cima de uma moto pode ser fatal, pelo alto incômodo e perda da concentração". "A melhor coisa que tem é conhecer seu equipamento. Comprar zero e viajar é complicado. Estradas de terra com uma custom, não é aconselhável. Pequenas cilindradas para grandes velocidades também não. Cada equipamento tem a sua finalidade a ela deve ser limitada", aconselha sobre as motos.
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Para pedir informações ele recomenda que pare e pergunte em postos de gasolina. Luiz não teve nenhuma preparação-física especial antes da viagem, mas recomenda que se faça uma bateria de exames e uma consulta a um especialista para cuidar dos principais grupos musculares. Quando perguntado sobre o melhor lugar para guardar a moro, ele responde: "Sempre respeitando-se a lei de Murphy. O mais perto possível, o mais abrigada possível, o mais escondida possível. Ela pode ser roubada até na porta de casa, mas no meio de uma viagem é complicado e desastroso.".
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Em casos de chuva o plano é usar capas, botas, luvas impermeáveis. Além de uma análise situacional do estado da estrada, quando a chuva for muito intensa, parar sempre que possível em um local seguro, abrigado e longe do trânsito. Luiz encerra a entrevista agradecendo ao portal INEMA: "A vocês pelo trabalho essencial para o turismo nacional e nossa segurança".
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Motoviagem de Brasília à Montevidéu - Dicas Gerais
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Entre 29 de dezembro de 2006 à 26 de janeiro de 2007, Luiz Frederico Nascimento viajou de Brasília à Montevidéu. Veja as dicas para realizar uma aventura como esta!
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Aprender é uma constante na vida de todas as pessoas. O aprendizado está em todos os lugares, principalmente nas pequenas coisas. Luiz Frederico Nascimento, 46 anos, aprendeu essa lição e muito mais. Como? Viajando de moto. Luiz e seu amigo, Carlos Rosa, partiram de Brasília rumo à Montevidéu no dia 29 de dezembro de 2006. A viagem durou até o dia 26 de janeiro de 2007. A primeira idéia de destino foi a Argentina, mas devido à problemas políticos trocaram para Montevidéu, mesmo assim Luiz não se arrependeu. O único erro talvez tenha sido levar apenas a carteira de motorista e ter deixado em casa o passaporte e a identidade oficial, mas como não aconteceu nada grave, continuemos com o relato dessa incrível viagem. "Aprendi a apreciar pequenas coisas, momentos, visuais. A não me aborrecer com pequenas frustrações. A conversar mais com outras pessoas e, principalmente respeitar seus pontos de vista culturais", conta. É importante vermos o quanto uma viagem pode melhorar um homem, pois não é apenas trancado em uma sala ou paralisado em frente à televisão ou computador que iremos adquirir os maiores ensinamentos.
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Faça o que fez o aventureiro Luiz, preste atenção nos pequenos detalhes e ouça, de verdade, as pessoas. Talvez você aprenda mais com as pessoas mais simples, do que com pessoas que julgamos mais importantes por seu nível de estudo ou pelo valor de sua conta bancária. Abrir os olhos para a vida é um passo indispensável para a felicidade. Ver quem realmente te faz bem e pode ser a tua companhia em uma viagem, na vida, "amizade, principalmente. Afinidade pessoal nos projetos, meios e objetivos. É muito importante saber o quanto se tem ou se quer gastar, o tipo de comida e hospedagem que cada um está disposto a se expor", esses foram os critérios usados por Luiz na escolha de Carlos como sua companhia de viagem. É necessário superar dificuldades para realizar uma grande aventura como esta. Na viagem, as dificuldades encontradas foram hospedagens ruins ou muito caras, péssimas condições no trecho sul da BR 101. A má iluminação de alguns trechos também esteve presente. Quando se é um adorador de viagens, escolher um lugar mais bonito ou o melhor momento torna-se a mais difícil das tarefas. Mas Luiz conseguiu escolher alguns dos melhores momentos: "São tantos que não dá pra ressaltar um. As paisagens mudando a cada curva, o calor do sol, as lindas estradas do sul, as serras maravilhosas, o vento no rosto, a chuva, as pessoas, é tudo lindo demais". Ele acredita que poderia ter tido mais cuidado na preparação, deveria ter feito uma pesquisa
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mais detalhada sobre os países que passaria, sobre a documentação necessária, sobre a cultura dos países, sobre alimentação e hospedagem.
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As viagens feitas de carro com a família, foram um grande incentivo na descoberta da paixão de Luiz. Essa não é a primeira viagem dele. Fá fizeram outra de Brasília a Caraguatatuba, SP. Para ele a explicação do que significa viajar é simples e verdadeira: "Significa sair da cadeira, do marasmo, da mesmice. Significa se expor ao mundo, às pessoas, à vida. A vida é muito mais que horas e horas enfurnado em uma sala, ou na frente da TV. A vida é um conjunto de sentimentos e sensações que somente a variação de ambiente, situações e pessoas podem nos trazer". Na memória de Luiz ficaram guardadas várias imagens lindas da viagem. "As curvas da serra de Paranapiacaba, as interpraias de Balneário Camboriú, as serras de Sta Catarina e as estradas maravilhosas, os lindos visuais de Urubici e o alto do Morro da Igreja em São Joaquim, com toda a sua neblina, as planícies da estrada para Chuí, a comida do restaurante Mirim à beira da lagoa Mirim, no RS, o amanhecer refletido na lagoa dos patos, na cidade de Rio Grande, RS, as paisagens da serra do Pinto no RS, a fantástica descida da Serra do Rio do Rastro", relata. E os planos para um próxima viagem já estão sendo arquitetados por Luiz: "Dezembro vou pra Campo Grande, MS, passar o Natal com familiares, parando e fotografando todas as cidades do caminho para fazer um arquivo pessoal. Pretendo passar em Mundo Novo, MS, para rever parentes e passar ano novo em Balneário Camboriú com meus pais. Depois certamente voltaremos por São Paulo para rever os parentes do meu amigo que, novamente, irá comigo. Essa viagem será mais para descanso e turismo que aventura".
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O apoio veio por parte de todos os amigos e familiares que, depois dos relatos, também ficaram com vontade de cair na estrada. A saudade durante a viagem foi apaziguada por conversas ao telefone e por msn. "Revisões na moto, equipamento de rádio comunicação, planejamento financeiro, hospedagem, cidades a serem visitadas, estradas a serem percorridas, planejamento de gastos com as motos, consumo, distâncias a serem percorridas diariamente e um testamento, por via das dúvidas", foram os cuidados necessários na preparação da viagem.
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Luiz termina a entrevista dizendo: "Qualquer que seja o motivo da viagem, seja descanso ou aventura, a segurança deve vir em primeiro lugar. Planejamento é fundamental, juntamente com pesquisa, principalmente para o exterior".
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De Brasília a Montevideo - Parte 1
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De 29 de dezembro de 2006 a 26 de janeiro de 2007, Luiz Frederico realizou sua motoviagem de Brasília-DF rumo a Montevideo, no Uruguai. Confira como foi a primeira parte desta aventura!
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Dia 29 de dezembro de 2006 (Sexta) Saída às 6 horas da manhã.... Ainda escuro. Um pouco ansiosos pela nova aventura, tentamos algumas fotos para marcarmos nossa saída, mas as fotos não ficaram lá essas coisas. Passamos por Luziânia com o dia raiando e assim pudemos negociar com as ondulações feitas pelos caminhões nesse trecho. Após ultrapassarmos Cristalina, a Bruta, moto do Rosa, começou a falhar em alta rotação. Ao pararmos em um posto para abastecermos, notamos que ela perdia gasolina por uma das mangueiras do carburador.
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Seguimos até Catalão para a autorizada Yamaha e fomos muito bem atendidos pelo Onça, mecânico de bons recursos técnicos na oficina. A manutenção durou cerca de duas horas. De volta à estrada, pegamos algumas nuvens rápidas de chuvas localizadas, mas nada assustador. .
O que realmente assustou foi quando, em uma curva mal sinalizada em um dos desvios em Uberaba, Rosa, "perdeu o ponto" e só não aconteceu o pior por conta de um capinzal às margens da rodovia, onde ele deixou uma "picada" de uns 20 metros de extensão... rsrsrs... Fisicamente uma torção no punho direito e mais nada. A Bruta perdeu o pára-brisa (bolha), que ficou em pedaços, o guidão um pouco torto e mais nada. Pela preocupação, nem fotografamos esse fato. Essa foto do local foi feita em nosso retorno. Em torno das 20 horas e 800km rodados, chegamos em Pirassununga. Ficamos no Hotel Rosim, 30 reais cada. Espartano, mas limpo, à beira da rodovia sentido norte. Após jantarmos em uma churrascaria ao lado, nada melhor que um bom banho e uma ótima cama.
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De Brasília a Montevideo - Parte 2
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Dia 30 de dezembro de 2006 (Sábado) Após o simples café da manhã, estrada novamente com destino a Balneário Camboriú mas, novamente, a Bruta apresentou os mesmos problemas anteriores e, quilômetros à frente, entramos em Leme, noutra autorizada Yamaha, onde fomos muito bem atendidos pelo mecânico Hélio. Excelente profissional. Duas horas depois, lá vamos novamente, desta feita com a Bruta andando forte. O sol era insuportável, mas mesmo assim, estávamos usando as roupas de couro e botas de cano longo... Sei lá, vai que tem outro matagal pra ser aparado por aí... A Anhanguera é ótima estrada, mas muito chata. Havíamos, então, planejado cortar caminho, evitando a Régis. Saímos por Limeira passando em Sta Bárbara D' oeste, Capivari, Porto Feliz e Sorocaba e ainda Votorantim, onde nos confundimos no anel viário, sendo orientados por um motociclista local. Passamos por Piedade, Tapirai e saímos em Juquiá, na Régis. Foi um passeio muito bonito pela serra de Paranapiacaba. Afinal, a viagem era para passear, ver coisas bonitas, conhecer gente, lugares. Na serra chuvosa, usamos nossas capas de chuva Pantaneira. E assim foi debaixo de água e andando devagar, que entramos em Curitiba, por volta de 22 horas. Lá, já nos esperava Lúcia, uma querida amiga que nos recepcionou no Babilônia, restaurante fino e bem freqüentado, tendo ainda se preocupado em nos reservar hotel onde gentilmente nos deixou, algum tempo e alguns pratos depois. Foi muito gostoso. Obrigado, Lú. No hotel, quase duas da manhã, banho prolongado e caminha!
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Dia 31 de dezembro de 2006 (Domingo) Após um farto e prolongado café da manhã (as fotos mostram isso..rsrs...) seguimos viagem sob fina garoa, mas a Serra do Mar, que separa Curitiba de Balneário, nos recebeu com tanta chuva que fomos obrigados a parar em Garuva, por segurança, pois trafegávamos bem mais devagar que os carros e é grande o trânsito para as praias por conta da virada do ano.
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Após a serra.....muuuuito sol forte e por volta de 16 horas chegamos à casa de meus pais, com muita alegria na recepção. A virada do ano foi em família. Muita festa, alegria, fogos e tudo que tínhamos direito.Na semana que se seguiu, fizemos alguns ajustes nas motos, com o Rosa comprando uma nova bôlha e afinando a Bruta. Durante essa semana, conhecemos vários amigos, pontos de encontros motociclísticos, tivemos conselhos e orientações de outros colegas que já haviam passado por essa aventura. Ainda nessa semana visitamos Blumenau, Brusque, Pomerode, Porto Belo, Bombas, Bombinhas (o Rosa adorou...) e as interpraias. Tudo lindo demais.
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De Brasília a Montevideo - Parte 3
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Dia 08 de Janeiro de 2007 (Segunda - Feira)
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Nosso roteiro de viagem foi elaborado com conselhos e orientações do nosso grupo de amigos feitos em Bal. Uma raça de motociclistas com muitos km de praia que se reúne para um bom papo quase todos os dias no posto BR da Avenida Brasil. Saída de BC com destino a Montevideo, Uruguai. O amigo Tony nos acompanhou até Urubici, para visitarmos o Morro da Igreja, pois ele conhece bem a região e nos serviu de Guia, uma gentileza sem tamanho. A Serra da Boa Vista faz frio, não chegou aos níveis da época de inverno, mas tivemos que colocar nossas balaclavas. Almoçamos na churrascaria Amorim em Urubici, 1000m acima do nível do mar. Ótima a comida. Visitamos a cascata Véu de Noiva, de 65m. Tava fraquinha devido às poucas chuvas nessa época. Altitude: 1375. O Morro da Igreja tem 1827 metros de altitude (eu medi rsss) e é o ponto mais frio do Brasil. Tem uma estação de radar do Cindacta II. Pela altitude é comum o morro estar enevoado, e não pudemos apreciar a vista, Tony se despediu de nós por lá. Mais à frente encaramos uma das mais lindas experiências pelas quais já passamos: descemos a Serra do Rio do Rastro. Deslumbrante conjunto de curvas fechadíssimas nas quais descemos 1500 metros em apenas 13 km.
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O tempo fechado com densa neblina suava nossas motos, molhava nossas roupas e, claro, impedia nossa visão da paisagem que, segundo dizem, chega ao mar...eu não via nem o Rosa. Abastecemos em Bragança e a Bruta fez 30,6 km/l contra 26 da Aparecida. Tiramos fotos em Urussanga. Pernoitamos em Criciúma. Dia 09 de Janeiro de 2007 ( Terça - Feira) Pela manhã, na hora da partida, a chave da Bruta havia sumido. Perdemos algum tempo num chaveiro, mas utilizamos o tempo para pagar a Carta Verde, um seguro-obrigatório para rodar no Mercosul. Almoçamos em Sta Rosa do Sul no restaurante Lagos de Pedra, de comida boa e ambiente muito agradável à beira de um lago. Em seguida enfrentamos os ventos laterais e os caminhões da BR101. Um incômodo e delicioso desafio. Incômodo pelo vento, delicioso pela tocada forte para ultrapassagens. Mais gostoso ainda foi pilotar na nova rodovia Rota do Sol, na serra do Pinto. O dia estava lindo e tiramos muitas fotos da paisagem. Atingimos Santa Cruz Do Sul em torno das 20 horas, dia claro com pelo menos uma hora de sol pela frente e na cara, literalmente.
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Ao jantarmos numa lanchonete, Sérgio, um motociclista da cidade nos abordou e conversamos. Poucos minutos depois chegaram Chico e Adriana, um casal de médicos, muito mais que simpáticos, que foram avisados da nossa presença, pelo Sérgio. Este casal nos conseguiu Hotel, oficina, restaurante, nos levou a um tour pela cidade em seu carro com um maravilhoso ar refrigerado. Transcenderam a já conhecida simpatia motociclista. Dia 10 de Janeiro de 2007 ( Quarta - Feira) Deixamos a manhã para manutenção preventiva nas motos. Saímos às 15 h e chegamos a São Lourenço do Sul, às margens da Laguna dos Patos, ainda com claridade. Passamos a noite numa deliciosa pousada estalando de nova, frente à Praia da lagoa após jantar numa churrascaria.
De Brasília a Montevideo - Parte 4
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Dia 11 de Janeiro de 2007 (Quinta- Feira) RODOVIÁRIA DA QUINTA. Paramos para regular a agulha do carburador da minha moto que estava muito alta e consumindo demais. Para testes, coloquei-a na mínima. Lá, conhecemos Valério, dono do restaurante Capilia, pouco antes da reta final para Chuí. Entramos no retão e 60 km depois almoçamos um PF delicioso no Restaurante Mirim. Realmente a comida é muito saborosa e o lugar acolhedor. Aproveitamos para visitar a vila e conhecer a igreja Nossa Senhora da Conceição, a mais antiga da região.O almoço deu sono e a reta que já é chata por sí só, ficou mais ainda. Foi complicado: a retona tem pouca paisagem, aliás, de Porto Alegre pra baixo, é uma planície só, com poucas alterações significativas na paisagem.
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Fomos a 80 e 90km/h para economizar combustível, pois nos falaram que não havia posto nos 240km da reta (Tem, sim. Dois, pelo menos.), e durante o trajeto de 3 horas, além do sono e dos poucos motivos para virar o pescoço para os lados, tinha o forte vento frontal-lateral-esquerdo que nos empurrava para o lado e nos socava na passagem de caminhões. Mesmo com bolhas, tínhamos que nos abaixar um pouco. Esse incômodo nos acompanhou desde Porto Alegre. Esse vento cansa, incomoda e aumenta o consumo das motos. Troquei meu capacete aberto pelo fechado nas duas vezes que passamos por lá.Pouco antes do Chuí, paramos em Santa Vitória do Palmar para um descanso e conhecimento da região e, mais uma vez, devido às nossas placas e bandeiras (também devido à imagem de Nossa Senhora que o Rosa leva na
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fivela do cinto), conhecemos alguns brasilienses que têm parentes em Chuí. Chegamos a Chuí por volta das 17 horas e fomos cuidar das motos: abastecimento, lubrificação e solda no mata-cachorro da Bruta. Cambiamos alguns reais (1 real = 10 pesos). Chui é uma cidade comercial com muitas lojas, muitas pessoas, meio que popular. Apesar de pessoas até que bem vestidas, senti-me numa rodoviária. Apesar disso, nosso estilo "roupas de couro nesse calorão", chamou muito atenção, inclusive nossas motos, placas e as bandeiras que o Rosa levava. Chui e Chuy são separadas por uma avenida (fronteira seca), mas as lojas de importados estão do lado uruguaio. Tudo em dólar, nada caro ou barato demais, são os mesmos preços da Feirinha dos Importados de qualquer lugar. Encontramos um hotel confortável no lado uruguaio e lá ficamos, mas o jantar foi, ainda, brasileiro, pois nos assustamos com o sistema deles de tudo ser separado e o preço acumulado acabava sendo meio alto. Como era nossa primeira incursão na área alimentar, preferimos pesquisar um pouco mais nos próximos dias.
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Durante nossos momentos num bar uruguaio, dois garotos bem vestidos, bonitos, tentaram nos pedir, em castelhano, nossas luvas meio-dedo de presente. A negociação iniciou-se em espanhol e culminou em inglês comigo recusando gentilmente, uma vez que "we need them to drive our bikes, sorry!" Na próxima vou levar alguns souvenirs de Brasília para essas situações.
De Brasília a Montevideo - Parte 5
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Dia 12 de Janeiro de 2007 ( Sexta - Feira)
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O café da manhã (50 pesos) é, normalmente, cobrado à parte da diária , pois os uruguaios tomam apenas o chimarrão, normalmente. Conhecemos a GALLETA (gagêta), um pão alto e quadrado de uns 10 x 10 cm, não é ruim, mas desce melhor passando algo nele. Eles têm um bóiler de 20 litros que limita o tempo dos banhos. Eles parecem ser muito preocupados com o consumo dágua. Bem, muita adição cultural para apenas algumas horas de estrangeiro, né? Finalmente a aduana e imigração. O Rosa, por estar com a Identidade desatualizada (ele ainda estava de fraldas, na foto...), e eu, por estar sem identidade (apenas nossa carteira de motorista), fomos convidados a discutir o assunto em ambiente privado. Minha ignorância e descaso me custaram caro. Rocha fica cerca de 150 km da fronteira, onde lanchamos um verdadeiro almoço em sanduíche. É uma cidade antiga e que me lembrou as
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mexicanas dos filmes, com casas coladas umas nas outras e quase sem árvores nas ruas. Lembra o Cruzeiro Velho, em Brasília. Me senti bem rodando por lá. Aliás, digo isso, pois existem lugares que sente-se oprimido, com medo de entrar, parar, conversar com alguém. Em momento algum, no Uruguai, me senti assim, coisa que ocorreu em São Paulo uns dias depois. Chegando em Montevideo: cidade antiga numa parte e moderna em outra. O centro é repleto de árvores frondosas que sombreiam e e refrescam as ruas. Entramos sem medo de ser feliz e descobri uma coisa interessante: é extremamente agradável dirigir por uma cidade desconhecida sem ter ou saber aonde ir. Vira-se à esquerda ou à direita sem preocupação de se perder, pois VC está, mesmo, completamente perdido, não tem a menor idéia de onde está e pra aonde vai. Vou te dizer, é gostoso. Curti muito andar por Montevideo desse jeito.
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Finalmente resolvemos parar e perguntar por hotel nas proximidades de onde estávamos. Após verificarmos um conjjunto de pousadinhas baratinhas, fomos "aborbebadados" por um senhor que nos ofereceu um hotel do qual fazia distribuição de folhetos, Hotel Balfer, aconselhado, inclusive por alguns brasileiros que fazem mestrado e encontramos por lá buscando roupas na lavanderia. Jantamos num restaurante chamado El Fogón, muito bom. .
Dia 13 de janeiro de 2007( Sabádo) Resolvemos não ir à Argentina por questões documentais, por causa do preço da balsa e pelas confusões na fronteira por conta de uma pendência dos dois países na implantação de uma fábrica de celulose. Subimos o Uruguai pela orla. Sol forte, céu claro e algum vento. Chegamos a Maldonado, colado a Punta Del Leste, e fomos almoçar numa lanchonete, onde nos apaixonamos por Patrícia, uma cerveja muito leve e deliciosa. .
Até eu, tomei dois copos dela. Ali perto, troquei o pneu traseiro, já careca, de Aparecida, minha moto, por 100 dólares (metade do que se paga aqui). As mansões e arquitetura de Punta impressionam. É uma cidade muito bonita, moderna e cara. No trajeto, uma forte ventania nos pegou, derrubou barracas dos bares e nos envolveu numa tempestade de areia que chegou aos nossos ouvidos apesar dos capacetes. A areia doía na pele do rosto. As motos dançavam na pista. Resolvemos seguir em frente e deixar Punta del Leste para trás, mesmo com trocadilho. Passamos em La Paloma e resolvemos trocar o óleo das motos e conseguir uma pousada. Tudo Lotado. A cidade é muito disputada por argentinos e uruguaios em temporada e ainda acontecia um encontro de jovens. Sem jeito, fomos a Rocha, 22 km dali, onde pernoitamos.
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De Brasília a Montevideo - Parte 6
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Dia 14 de Janeiro de 2007 (Domingo) Fazia frio, apesar do sol. Trocamos os óleos, nós mesmos num posto e seguimos para Castilho, de passagem e Punta del Diablo, um povoado, digamos alternativo. Casas de madeira, ruas de terra, parecia uma cidade do velho oeste. Jovens e mais jovens de mochila zanzavam pra lá e pra cá. Rosa quase morreu de rir quando um rapaz me pediu fogo para acender seu cigarro de maconha. Logo após me pediu para tirar uma foto com minha moto e o mesmo fez sua namorada. Uma senhora argentina nos abordou curiosa e foi fotografada em cima das nossa motos, sob protesto do Rosa. Ela era uma ortodontista aposentada que escolhera aquele lugar para viver. Deu-me um conselho sobre meu aparelho e foi-se feliz. Seguindo o passeio, fomos ao parque Nacional Santa Teresa onde costuma-se acampar e depois ao Forte Santa Teresa, um museu militar. Chegando a Chuy, encontramos um triciclo que mais parecia um monte de cacos juntados aleatoriamente, com um botijão de gás entre o garfo e o piloto e um caixão de defunto à reboque. Fotografei a curiosidade. Mais adiante, entrando numa loja, vi um motocilcista equipado como nós num calorão daqueles e puxei assunto. Era o companheiro do dono do triciclo. O dono se chama Maykon, é dono de uma danceteria em floripa e seu triciclo é o mais rápido do Brasil, segundo o Paulão, de Lages, SC. Os novos amigos nos ofereceram pousada em floripa, muito sincera e gentilmente, mas não pudemos ficar, sequer visitar o local. Foi uma pena. Nem nas férias podemos escapar de nossos compromissos.
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Pernoitamos em Rio Grande após atravessar os 240 km da estrada e darmos uma paradinha no outro posto para confirmar seu funcionamento para avisar os amigos. Batemos um papinho com o pessoal e soubemos de várias viagens feitas por aquelas bandas que postaram adesivos em suas portas de vidro. Tinha viagem à patagônia de bicicleta e até ciclomotor. A nossa, de 250s, nem parecia tão aventureira assim depois destas... Rio Grande tem só 4 hotéis. É uma cidade antiga que está se modernizando muito rápido, mas ainda lhe falta certa infra-estrutura. Tem vários prédios antigos e bonitos. 55 contos por cabeça em dinheiro. Jantamos numa ótima e farta churrascaria ali perto e dormimos feito pedra. Dia seguinte acabei com o café da manhã do hotel...Aliás, comer e rodar é tudo o que temos feito...As barrigas já têm que ser encolhidas para as fotos.
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Dia 15 de Janeiro de 2007(Segunda - Feira) Fomos conhecer a praia do Cassino. 200 e tantos km de praia muito larga, areia socada e água
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marrom. Como praia em sí, não vi atrativos, a não ser por ser uma delícia dirigir por ela. Rodamos uns quilômetros, tirams umas fotos e fomos a POA, onde dormimos num hotel que mais parecia um pombal, próximo à rodoviária e cujo dono era um senhor de 80 anos, muito dinâmico e falso ranzinza de muito bom humor, do qual gostei muito.
De Brasília a Montevideo - Parte 7 .
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Dia 16 de Janeiro de 2007 (Terça - Feira) Saímos de Porto Alegre por volta das 10 horas da manhã, com sol forte Ainda passamos por uma autorizada Kasinski para mais uma olhada nas máquinas, mas sem qualquer negócio. Também visitamos a autorizada Garini, nova no mercado, e em vias de lançar a GR250V, semelhante às Mirage. Infelizmente ainda não estavam expostas e assim saímos de Porto Alegre em direção a Novo Hamburgo, por onde entramos, atravessamos a cidade e seguimos para Gramado e Canelas. Passeamos um pouco, fizemos fotos e seguimos em direção à Lajes. Estradas boas, fomos alcançando Nova Petrópolis, Caxias do Sul, Vacaria, São Marcos e Campestre da Serra, onde paramos e conhecemos a Inêz, com uma Lancheria à beira da rodovia.
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Em seguida atravessamos a ponte do Rio Pelotas, que divide RS e SC. Ali, fizemos fotos maravilhosas do Rio. Mais à frente, não resistimos às imensas plantações de maçãs, á beira da rodovia. Paramos "procuramos" os proprietários e como não os encontramos, tomamos a liberdades de nos saciarmos com algumas...rsrsr... Atingimos Lages já anoitecendo (21 horas) e como sempre os hotéis mais em conta eram nossa meta. E foi em um posto de gasolina que nos informaram sobre um colega motociclista de nome Paulo Todeschini, morador da cidade e muito ligado ao mundo das motos tendo inclusive um programa semanal de nome CIA LIBERDADE, aos domingos pela manhã (10:30h...) abrangendo Santa Catarina e Paraná pela REDE TV Sul. Com algumas informações em mãos, saímos a procura e não foi difícil localizá-lo através de familiares.
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Pouco depois, em uma animada roda de parentes e amigos, trocamos muitas informações e até acompanhei o Rosa em uma "amarelinha" que nos foi oferecida....rsrsrs... Dia 17 de janeiro de 2007 (Quarta - Feira) Pela manhã, com o Rosa furioso por não ter gostado do café da manhã (eu já tinha comido tudo...rsrsrs...),recebemos o Paulo que levou-nos até sua residência onde trocamos mais
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informações, conhecemos sua esposa Valda, assistimos um de seus programas, recebemos camisetas e adesivos do CIA LIBERDADE, babamos um bom tempo frente à sua Kawasaki Voyager ano 95, muito linda e que está a venda por módicos 35 mil( deixa minhas ações na bolsa subirem um pouco!), além de seu triciclo beberrão..rsrs..., sendo finalmente acompanhados pelo amigo até a saída da cidade, onde prosseguimos viagem agradecendo a Deus por ter colocado no mundo pessoas tão especiais como aquelas que deixávamos para trás e para frente. Seguimos viagem com o calor sempre presente! Uns 30km à frente, vimos uma Cagiva estacionada próximo à estrada, cheia de "bugigangas", garrafas dágua, sucos, madeiras, martelos, talhadeiras, etc...E foi assim que conhecemos Cacho ( catcho), um argentino aposentado que viaja pelo Brasil, vivendo de trabalhos artesanais feitos em madeira. Estava sem gasolina e cedí-lhe 2 litros. Como agradecimento, fui agraciado com uma de suas obras: o rosto de Cristo misturado com Che Guevara, entalhado em uma tábua. Arte é arte, quem sou eu... Na Serra Geral, que desce a Floripa, uniu-se a nós o jovem, Marcelo, motociclista/caminhoneiro, e nas curvas amenas da serra fiz questão de filmá-los no lindo balé das curvas (Veja filme no site). A menos de 20km de Floripa, paramos em um posto para um alongamento e líquidos quando se aproximou de nós um rapaz de nome Carlos. Conversa vai, conversa vem, ficamos sabendo que era também motociclista independente como nós, e após convite de sua parte, o acompanhamos (ele de carro...) até a oficina do Macedo, em Floripa, onde conhecemos Clotilde sua moto, uma CB 450 customizada e fizemos novos amigos. Prepararam-nos peixe e camarões fritos.
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Nessa vida boa, por ali ficamos até por volta de 23h e, quando pensávamos em seguir para Balneário, tinha mais. É um posto de abastecimento, point de motociclistas. E era o dia de encontro deles, quarta feira. E lá fomos nós, para o local. Lá fizemos mais alguns amigos, MCs e até um colecionador de carros antigos, proprietário do posto, que muitogentilmente nos exibiu suas relíquias, orgulhosamente. Por volta de meia noite e meia, após trocas de endereços, email e telefones, retomamos os últimos kms que nos separavam de Camboriú. Com tranquilidade, apesar de fina garoa que caía, chegamos em casa maravilhados pelo dia que passamos.
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De Brasília a Montevideo - Parte 8 .
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Dias 18 e 19 de Janeiro de 2007( Quinta e Sexta - Feira) Nesses dois dias permanecemos em Balneário para descanso e as devidas manutenções preventivas de nossas meninas. Dia 20 de Janeiro de 2007( Sábado) Destino: Curitiba, São Paulo, São José dos Campos e finalmente Caraguatatuba, onde mora a mãe do Rosa. Saímos já com roupas de chuva, pois descia uma fina garoa e como já havíamos enfrentado a serra de Curitiba com muita água (lembram-se?), estávamos preparados, mas não caiu uma gota.
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E o tempo foi assim até Taboão da Serra, divisa com São Paulo, onde chegamos por volta de 18horas, sem problemas. Como alí é território do Rosa (ele é Paulista) foi ele quem nos encaminhou para casa de amigos(as). Assim conheci a Jô e Sebastian, Gilda, Neném, Janete e várias outras pessoas da família, todas maravilhosas. Jantamos e pernoitamos na casa da Jô, que gentilmente nos acolheu. O cansaço era tanto que a reza terminou em ronco....do Rosa....rsrsrs...
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Dia 21 de Janeiro de 2007( Domingo) Após um belo café da manhã, fotos, nos despedimos da família Santos e após mais algumas visitas rápidas do Rosa a alguns amigos, finalmente por volta de 15h, deixamos São Paulo debaixo de chuva com destino à Caraguatatuba, 180km à frente.
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Descemos a serra de Caraguá com forte neblina, mas sem chuva que ficara para trás. Entramos em Caraguá por volta de 18h cansados mas satisfeitos por mais uma etapa vencida e visto paisagens tão lindas na Serra do Mar, sem chuva.
De Brasília a Montevideo - Final
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Dias 22, 23 e 24 de Janeiro de 2007 (Segunda, Terça e Quarta - Feira) Em Caraguá fazendo pequenos passeios nas praias litorâneas, dormindo na casa da Dona Terezinha, mãe do Rosa, e em visitas à Luíza e João, irmã e cunhado dele, a quem escravizamos com nossa presença. Luiza não saía da cozinha, e nós, da mesa... Para nós foi um momento especial pois pudemos estar presente pela formatura de João e por visitar a sobrinha predileta do Rosa.
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Dia 25 de Janeiro de 2007( Quinta - Feira) Nossa última etapa dessa maravilhosa aventura.Tínhamos pela frente os últimos 1200km de viagem até chegarmos a Brasília. Esse último trecho seria dividido em dois dias para chegarmos na manhã da sexta, 26. E Tudo correria muito bem, não fosse (para revolta do Rosa....) mais um problema, dessa vez elétrico, da Bruta. E isso aconteceu com um grande estrondo, parecido com o estouro de um pneu de caminhão, exatamente na praça do pedágio, 4km após Limeira, já no km 152 da anhanguera. Pasmos, procuramos por uma sombra e iniciamos algumas averiguações como fusíveis, cabos velas, bateria...etc... Nada. O Rosa, como tem seguro, chamou um guincho e a Bruta rodou de boba pelos próximos 40km até Leme (novamente....), onde foi atendida pelo mesmo mecânico.Resumindo: era a bobina do motor que havia rompido um fio e outros estavam colados, em curto. Vibração, na certa.
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Após mais 80 irreais gastos e bom tempo perdido (o fato ocorreu às 11h40 e pegamos estrada novamente somente às 17h00). Seguimos viagem pisando fundo. Conseguimos chegar em Uberaba por volta das 21h. Conseguimos hotel à beira da estrada, lanchamos ali mesmo e cama para vencer os últimos km à frente no dia seguinte. Dia 26 de Janeiro de 2007( Sexta- Feira) Deixamos Uberaba por volta das 9h da manhã. Tranquilos, sem pressa, paramos em Catalão para almoçarmos e trocar o óleo das meninas pela última vez dessa viagem. Então, traçamos os últimos kms não respeitando nem algumas gotas de chuva que insistiam em nos perseguir. Quando, finalmente chegamos em Valparaíso de Goiás, o Rosa, que seguiria um caminho diferente do meu, sugeriu pararmos em uma movimentada lanchonete de um seu amigo e ali, felizes, cansados e realizados, fizemos o brinde e agradecimento a Deus por essa longa a adorada viagem.
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E assim foi! Nossos velocímetros marcavam 9.250km de estrada e 29 dias com vento na cara. Foram cerca de 20 hotéis diferentes, 22 camas diferentes, 22 chuveiros, 90 refeições(café, almoço, jantar), 50 abastecimentos, 5 trocas de óleo (das motos...) cada um... É mole....rsrsrs...???? Mais que um passeio de moto, essas viagens revelam-se um treinamento de superações constantes, pois em cada um dos itens acima, algo poderia não estar, e muitas vezes não estavam, de acordo com nossos caprichos. As paisagens são lindas, impagáveis e impossíveis de serem transmitidas da maneira que elas nos abordam intimamente. Fotos não chegam nem perto. Cheiros da mata, das flores, o toque da neblina em nossos rostos são sensações de cada um. Pensamentos, lembranças e mesmo a sensação de estar sozinho no meio do nada sem com quem conversar por horas. É meu Caminho de Santiago, de conhecimento, de sofrimento, de alegria e felicidade, de superação e humildade, de aprendizagem, reflexão e mudanças. Não, não é apenas um passeio de moto, é uma lição de vida. E que vida!
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