CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA EM INSTALAÇÕES DE AMÔNIA
INTRODUÇÃO A contaminação da amônia causada pela presença de água nos sistemas de refrigeração industrial, é um problema freqüentemente menosprezado. O objetivo aqui é apresentar alguns problemas normalmente encontrados em instalações com amônia, e que podem estar relacionados com a contaminação por água, sem que esta causa seja percebida ou solucionada, acarretando um grande aumento nos custos de serviços e manutenção. AS FONTES DE CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA As fontes de contaminação por água em instalações de refrigeração industrial com amônia, podem ser divididas em dois grupos: • as fontes de contaminação durante a montagem e start-up, e • as fontes de contaminação durante o funcionamento da planta. Fontes de Contaminação Durante Montagem e Start-up 1. Água que permanece em vasos novos, que não são corretamente drenados depois do teste de pressão. 2. Água que pode penetrar na tubulação durante a montagem, através de aberturas e juntas soldadas. 3. Condensação que pode acontecer na tubulação durante montagem. 4. Condensação que pode ocorrer, quando o ar tiver sido utilizado nos testes de pressão da tubulação. 5. Água que permanece no sistema como resultado dos procedimentos de evacuação inadequados, durante o start-up. 6. O uso de amônia impura quando do carregamento do sistema. A contaminação por água durante a montagem e no start-up, pode e deveria ser evitada através da: • utilização de amônia anidra pura, assegurando-se que todos os vasos, evaporadores, condensadores, etc foram corretamente drenados antes da instalação; • correta aplicação dos procedimentos de montagem e testes: limpeza da tubulação (flushing) com nitrogênio seco e quente; • manutenção de vácuo satisfatório; • da utilização de tubos totalmente limpos e secos na operação de carga de amônia, etc. Fontes de Contaminação Durante a Operação Normal 1. Rompimento de tubos no lado de baixa pressão do sistema, especialmente nos resfriadores, 2. Procedimentos impróprios de drenagem de óleo ou refrigerante de vasos ou tubos, cheios de água abaixo da pressão atmosférica. 3. Na operação da instalação em que a pressão fique abaixo da pressão atmosférica: vazamentos na vedação nas hastes de válvula , mangueiras flexíveis, juntas de tubulações roscadas ou flangeadas, vedação de
compressores e bombas, e vazamentos nas serpentinas das unidades do evaporador. 4. Procedimentos impróprios na evacuação da planta ou partes da planta, durante a execução o serviço de manutenção. 5. Reações químicas complexas no sistema entre a amônia, oxigênio, água, óleos e lodo podem criar mais água livre no sistema. A contaminação por água depois da planta ser posta em operação normal, pode ser muito difícil de evitar. Freqüentemente, esta ocorrerá sem ser notada pelo pessoal que opera a planta, ou pela engenharia de manutenção. É importante lembrar que, a menos que alguns procedimentos sejam efetuados para drenar a água que entra na instalação, esta ficará lá, e a concentração aumentará com o passar do tempo. Então vamos ver como a água entra em uma planta, e especialmente como isto pode acontecer sem ser notado. PROCEDIMENTOS PARA A VERIFICAÇÃO DA QUANTIDADE DE ÁGUA O teste da garrafa é um exemplo muito útil para mostrar a forte afinidade entre amônia e a água. Se uma garrafa é virada de cabeça para baixo, cheia de vapor de amônia retirado da planta e é colocada em um balde de água, a água será aspirada lentamente para dentro da garrafa até alcançar um certo nível. A razão disto, é que o vapor de amônia se dissolve na água resultando numa diminuição na pressão, o que faz com que a água seja aspirada para dentro da garrafa. COMO DETECTAR A CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA Como a contaminação com água é detectada, e o que pode ser feito para drenar a planta, está bem descrito no Boletim 108 do IIAR (International Institute of Ammonia Refrigeration), solicite este Boletim para obtenção de informações adicionais sobre este assunto. É recomendado que seja tomado como procedimento normal, a realização de testes com amostras de amônia para obter a quantidade de água contaminada, na época dos serviços periódicos e os trabalhos de manutenção da planta. Quando uma amostra de amônia é colhida e é detectada a presença de água, é muito importante entender o que está sendo analisado. Esta amostra corresponde a uma porcentagem de água contaminada, num determinado lugar na planta, numa determinada hora. Quando os resultados forem avaliados será necessário considerar o projeto da planta , as exatas condições de operação na hora que a amostra foi colhida. Uma planta de amônia contaminada com água, comporta-se como uma grande destilaria onde, devido à grande diferença na pressão de vapor entre água e amônia, a água se concentrará onde quer que haja evaporação. É importante saber a carga total de amônia no lado de baixa pressão quando a amostra de água é retirada do sistema. Em muitos sistemas de circulação por bombas, mais de um terço do total da carga do sistema pode ser armazenado nos reservatórios de líquidos no lado de alta pressão, em algumas condições de operação. A mesma planta, pode ter situações onde o reservatório no lado de alta pressão funcione quase vazio. Como quase toda água se concentra no lado de baixa pressão, a porcentagem medida nos evaporadores e reservatórios existentes no lado de baixa pressão sofrerá grande influência.
INFLUÊNCIA DO PROJETO DA PLANTA NA CONTAMINAÇÃO DA AMÔNIA Alguns sistemas têm evaporadores com degelo por gás quente, onde durante descongelamento, o líquido é drenado para o lado de alta pressão do sistema. Estes sistemas drenarão a água dos evaporadores para o lado de alta pressão do sistema, toda vez que for efetuado o degelo. Isto significa também, que nestas plantas uma grande quantidade de água será encontrada no reservatórios de alta pressão,. Estes tipos de plantas são muito sensíveis à contaminação por água, quando são utilizados compressores com sistemas de injeção de líquidos para resfriamento de óleo, ou trocadores de calor para resfriamento do refrigerante. Os sistemas de injeção alimentarão a amônia contaminada diretamente dentro dos compressores, e uma vez em contato com o óleo do compressor dissolverá rapidamente este, criando grandes quantidades de lodo. Este tipo de incidente deste tipo foi verificado em uma instalação, onde foi efetuada uma ampliação da planta velha que estava muito poluída. Foram utilizados nesta ampliação, compressores alternativos de duplo estágio com injeção de líquido, sendo que uma quantidade adicional de amônia foi adicionada na parte velha e poluída do sistema. Depois de um tempo, os compressores funcionavam apenas 3 dias com o novo óleo mineral, antes que o mesmo se tornasse totalmente ensaboado e escorregadio, entupindo os filtros de óleo e fazendo com que caísse a pressão de óleo do compressor. Plantas com amônia contaminada com água e separadores de líquidos insuficientes, podem fazer a água voltar para os compressores, acarretando problemas de corrosão ou com óleo. Grandes quantidades de água livre foram encontradas, "presas" em válvulas ou pontos baixos na linha de sucção "seca" nestes tipos de sistemas. Em sistemas inundados com separadores de líquidos junto ao evaporador, e evacuação em conexão com degelo com água ou, a água sempre ficará retida no evaporador. Em tal sistema, a quantidade de água nestes evaporadores pode alcançar níveis muito altos, enquanto a quantidade de água no resto da planta é muito mais baixa. Uma vantagem deste tipo de sistema é a possibilidade de efetuar uma evacuação dos evaporadores e em seguida drenar a água deles. Deste modo, os evaporadores podem ser usados como retificadores de água, e a planta pode ser mantida sem de água. Em sistema de expansão seca, normalmente a água será "pulverizada" pela amônia evaporada, sendo dirigida de volta aos compressores, como água livre em conjunto vapor superaquecido em alta velocidade. Se o acumulador de sucção é montado como recomendado, a água se estabelecerá lá. Se não for utilizado nenhum acumulador de sucção, a água irá até os compressores, onde parte da água irá se misturar com o óleo. Uma parte da água passará pelo condensador e pelo reservatório de alta pressão, chegando na válvula de expansão e de novo ao evaporador. A contaminação da amônia com água, aumentará o desgaste em todos os tipos de dispositivos de expansão devido ao aumento de cavitação, erosão, e corrosão na área do orifício de expansão. Se a água tiver oportunidade de se acumular nos evaporadores, em sistemas utilizando válvulas de expansão termostáticas para regular o super aquecimento, nós enfrentaremos outro problema. Este poderia acontecer, por causa de uma baixa velocidade do gás na sucção, operação com carga parcial, ou em um evaporador inundado com uma válvula de expansão usada como reguladora do nível de líquido. O problema acontecerá devido à mudança de temperatura saturada da mistura de águaamônia (esta mudança será descrita posteriormente). A válvula de expansão
termostática sentirá este super aquecimento, e não será capaz de controlar o evaporador corretamente. O mesmo problema acontecerá, tanto nos sistemas de válvulas de expansão termostática mecânica, quanto eletrônica. Em algumas situações, isto conduziria a uma super-alimentação do evaporador e possível arrastamento do líquido para a linha de sucção, mesmo com um sistema de válvula de expansão termostática funcionando perfeitamente.. Se essas reações não são conhecidas, os sistemas de válvulas freqüentemente acabam sendo culpadas por estes problemas de água no sistema QUANTA ÁGUA REALMENTE, É ENCONTRADA NAS PLANTAS Uma grande investigação, efetuada em mais de cem plantas com amônia, vem sendo feita na Dinamarca, Suíça e Noruega, de forma a determinar a quantidade de água encontrada nestas instalações. O método usado para determinar a quantidade de água na amônia é uma versão simplificada da técnica habitual. Quando a amostra é tirada em temperaturas de evaporação mais alta que -33 ºC, este método mostra um pequeno exagero no conteúdo da água, porque o gás de flash criado quando a mostra é retirada, não é levado em conta. Dos dados levantados, pode ser concluído: 1. Muitas plantas possuem uma de quantidade de água muito maior do que o máximo recomendado de 0.3%. 2. Algumas destas plantas possuem a contaminação tão grande que comprometem a capacidade, o valor do COP, e reações químicas nos sistemas. 3. Nenhuma das plantas envolvidas na investigação tinham qualquer conhecimento sobre a contaminação da água, e dos problemas que esta contaminação pode causar. 4. Verificações para constatar se existe contaminação com água, deveriam ser feitos regularmente juntamente com os serviços de manutenção. EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA NA CAPACIDADE DA PLANTA E NO CONSUMO DE ENERGIA Quando amônia é contaminada através da água, as propriedades termodinâmicas e físicas da solução mudam. É preciso ter uma menor pressão nos evaporadores para manter a mesma temperatura de evaporação. Haverá uma penalidade para o sistema em termos de redução na capacidade e um aumento no consumo de energia nos compressores. Exemplo: Se um chiller com 500 KW (142 TR), composto por um trocador de calor a placa (como evaporador) é projetado para trabalhar a 3 bar abs. a temperatura de evaporação com 100% de amônia pura, será de -9.23 ºC. Freqüentemente, chillers com trocadores de calor a placa têm uma alta capacidade com uma carga de amônia muito pequena, e uma diferença de temperatura entre a temperatura evaporação e o líquido resfriado de 3 a 4ºC (5.40 a 7.20ºF). Se falarmos sobre um trocador de calor a placa que funciona como um evaporador inundado, a carga no evaporador e no separador de líquido seria de aproximadamente
22 kg em uma unidade de 500 kW (142 TR). Neste sistema, 2,2 kg de água significa 10% de contaminação da amônia com água, e 4,4 kg de água corresponderiam a 20% de contaminação. Uma unidade com expansão seca terá uma carga de 5 litros no evaporador em uma unidade de 500 kW (142 TR). Neste caso, 0.5 kg de água significa 10% de contaminação da água, e 1 kg de água significa 20% de contaminação da água. Com 10% água no evaporador, a temperatura de evaporação na pressão de sucção de 3 bar abs (43.5 psia), será de -6,69 ºC (19.96 ºF). Com 20% de água no evaporador, a temperatura de evaporação à uma pressão de 3 bar abs, será de -3,16ºC (26.31ºF). Este chiller já não será capaz de manter a capacidade ou a temperatura para qual foi projetado, e freqüentemente o engenheiro de assistência técnica é chamado para resolver o problema. Se o engenheiro não estiver familiarizado com a temperatura de saturação induzida pela água, ele facilmente deduzirá que a unidade está operando com super aquecimento no evaporador . Na procura por razões para o que parece ser um problema de super aquecimento, muitas coisas podem ser antecipadas como causas do problema: válvulas, filtros, transferência de calor no evaporador, temperatura e sensor de pressão, etc. Nestes situações, é muito importante entender que a pressão que pode ser lida em um manômetro com uma escala de temperatura, necessariamente não é mais uma verdade, para o para as condições atuais do refrigerante . Nota! Em sistemas controlados por válvulas de expansão termostáticas, a contaminação da amônia com água poderia ocasionar um fluxo do líquido para a linha de sucção, já que a válvula de expansão tentará compensar o que parece ser um aumento no super aquecimento, injetando mais e mais líquido. A penalidade em termos de consumo de energia e perda de capacidade será pior em baixas temperaturas de evaporação, uma vez que o valor do COP dos compressores será mais afetado na condição de pressão de sucção baixa. Para se ter uma idéia de como a situação pode ficar ruim, apresentamos o exemplo a seguir: Uma planta está operando a uma temperatura de evaporação de -42 ºC e uma temperatura de condensação de 30ºC com compressores de parafuso, o que acontecerá com o consumo de energia e a capacidade se a contaminação da água nos evaporadores é de 10% ou de 20%? Os resultados a seguir, foram levantados para um compressor parafuso, tendo sido em um programa de cálculo computadorizado: (Nota: as mais baixas pressões que o compressor tem que manter, de forma a possibilitar uma temperatura de evaporação constante, foram consideradas no cálculo computadorizado, como sendo uma perda de pressão da sucção, de forma a se poder avaliar o desempenho do compressor parafuso. As propriedades termodinâmicas e físicas foram obtidas na referência 5) 100% NH3 e 0% H2O nos evaporadores: ET = -42ºC EP = 0,64 bar (abs) CT = 30ºC Capacidade: 361,7kW (311.062 kcal/h) Consumo de energia: 252,6 kW COP = 1,43
90% NH3 e 10% H2O nos evaporadores: ET = -42 ºC EP = 0,59 bar (abs) CT = 30ºC Capacidade: 327.1 kW (281.306 kcal/h) Consumo de energia: 248,6 kW COP = 1,32 80% NH3 e 20% H2O nos evaporadores ET = -42ºC EP = 0.51 bar (abs) CT=30ºC Capacidade: 278,8 kW (239.768 kcal/h) Consumo de energia: 241,1 kW COP=1,16 Com o progresso da contaminação da amônia com água, os valores de capacidade e COP do compressor irão diminuir. Se a planta está operando com estes compressores 10 horas por dia, 300 dias por ano, nestas condições de funcionamento, quantos kWh adicionais serão necessários no consumo de energia elétrica, para se obter o mesmo efeito na refrigeração? Usando a definição de COP: COP = (efeito na refrigeração)/(consumo de energia) Com 100% NH3 e 0% H20 nos evaporadores: Para cada 1.000 kW (860.000 kcal/h) o consumo de energia para cada condição será: 1000/1,43 = 699,3 kW 10 x 300 x 699,3 = 2.097.900 kWh cada ano Com 90% NH3 e 10% H2O nos evaporadores 1000/1,32 = 757,6 kw 10 x 300 x 757,6 = 2.272.800 kWh Consumo de energia adicional: 2.272.800 - 2.097.900 = 174.900 kWh / ano por cada 1.000 kW Com um custo de $0,05/kWh teremos $8.750 por cada 1.000 kW Com 80% NH3 e 20% H2O nos evaporadores: 1000/1,16 = 862,1 kW 10 x 300 x 862,1 = 2.586.300 kWh Consumo de energia adicional: 2.586.300 - 2,097,900 = 488.400 kWh / ano por cada 1.000 kW Com um custo de $0,05/kWh teremos $24.420 por cada 1.000 kW Desconsiderando custo adicional, este é também um assunto ambiental, com o aumento no consumo de energia significa mais poluição. A RELAÇÃO DA ÁGUA COM AS REAÇÕES QUÍMICAS Amônia anidra pura não é muito reativa quimicamente em plantas de refrigeração, porém a amônia contaminada com água é bastante reativa. Na realidade, a amônia pura sem nada de água não atacará o cobre, mas logo que um pouco de água seja dissolvida na amônia, formará o hidróxido de amônia que é muito reativo. NH3 + H2O ←→ [NH4+ + OH-]
NH4+ é um íon de amônia e OH- é um íon de hidróxido. A solução que contém íons pode gerar corrente elétrica e criar uma célula galvanica com metais que possuem potenciais elétricos diferentes. Isto possibilita a ocorrência de corrosão galvanica em válvulas, tubos, etc., especialmente em áreas da planta, onde o óleo não está presente. Íons são quimicamente reativos e podem conduzir a reações químicas na planta. Algumas dessas reações químicas criarão mais água livre no sistema. Reações com ácido da oxidação de óleo: AMÔNIA + ÁCIDO ←→ AMÔNIA CARBOXÍLICA ←→ AMIDA + ÁGUA NH3 + RCOOH ←→ RCOONH4 ←→ RCONH2 + H2O RCOOH é um ácido criado pela oxidação do óleo. RCONH, é um amido que pode se transformar num lodo sólido e que se fixará em qualquer lugar no sistema. O ar atmosférico sempre contém CO2. Reações com ar que contém gás carbônico incluem: AMÔNIA + DIÓXIDO DE CARBONO← → AMÔNIA CARBÂNICA ← → UREA + ÁGUA 2NH3 + CO2 ← → H2NCOONH4 ← → H2NCONH2 + H2O HNCOONH4 é a Amônia Carbônica, uma substância corrosiva ao aço, e H2NCONH2 é urea (um lodo). O QUE ACONTECE COM O ÓLEO NO SISTEMA? O óleo é dissolvido na planta sobre influência da água e do oxigênio de três modos: oxidação, nitritação e a formação resultante de combinações de nitro. Oxidação é: ÁGUA + OXIGÊNIO + ÓLEO ← → PRECURSORES + ÁCIDOS ORGÂNICOS FRACOS Precursores são combinações muito complexas que colorem o óleo. Estes processos são ampliados pelo calor e pelos catalisadores (metais). Nitritação é: ÁGUA + NITROGÊNIO + ÓLEO ← → PRECURSORES + ÁCIDOS ORGÂNICOS FRACOS Estes processos também são ampliados por calor e catalisadores (metais). Os compostos de Nitro são: ÁCIDOS ORGÂNICOS + AMÔNIA← → COMPOSTOS DE NITRO (LODO, SAPONÁCEO) Os compostos de nitro só serão formados se a oxidação ou a Nitritação aconteceram. Os compostos de nitro criados têm um efeito catalisador e aceleram o processo de mais criação de compostos de nitro . Os compostos de nitro não são solúveis em óleo, mas parte é solúvel na amônia e pode escapar pelos separadores de óleo na planta. Devido a isto, o lodo das dos compostos de nitro será encontrado nos compressores, válvulas, tubos, vasilhas, filtros, e em qualquer lugar que o lodo pode se fixar ao longo do sistema causando problemas operacionais. Os composto de nitro dissolvidas dão a amônia uma cor amarela/marrom..
A RELAÇÃO DA ÁGUA COM OS PROBLEMAS NAS VÁLVULAS E CONTROLADORES. Ferrugem e lodo O ambiente agressivo criado pela amônia contaminada, conduz à formação de ferrugem em válvulas e tubos. A ferrugem, junto com o lodo, podem causar problemas com válvulas, controladores e dispositivos reguladores. Os filtros entopem, e as válvulas ficam sujas e enferrujadas, impossibilitadas de operar corretamente. As partículas sólidas no refrigerante, provenientes da ferrugem e lodo aumentarão os problemas de desgaste, devido a erosão em orifícios e válvulas de expansão. Corrosão acelerada (Fretting Corrosion) Definição: Corrosão acelerada é um fenômeno de desgaste que ocorre entre duas superfícies que possuem movimento oscilatório relativo de pequena amplitude. É um tipo de corrosão, na qual as reações químicas predominam. É caracterizado pela remoção de partículas e formação subseqüente de óxidos que freqüentemente são abrasivos e aumentam usualmente. A corrosão acelerada pode envolver produtos de outras reações químicas, que talvez não sejam abrasivas. Muitos lugares onde estão localizados válvulas e controladores, serão expostos a vibrações e pulsações. Aquelas montadas em compressores ou em conexão com outras máquinas serão expostas a vibrações. Válvulas e controladores em muitas linhas serão expostos a pulsações de pressão, principalmente em linhas de tubulação perto dos compressores. Estas vibrações ou pulsações podem causar muitos movimentos oscilatórios pequenos entre as partes. Estes movimentos pequenos, podem conduzir ao desgaste na superfície do metal e como resultado partículas pequenas se rompem. Quando isto acontece em um ambiente muito corrosivo, as partículas são atacadas através da corrosão que cresce maior e mais abrasivo. Isto aumentará a fricção, que aumentará o uso. Devido a tudo isto, válvulas e controladores emperram se tornam impossibilitadas de controlar a planta corretamente. As reações químicas envolvidas são: 2Fe + O2← → 2FeO preto 3FeO + ½ O ← → Fe3 O4 azul/preto 2FeO + ½ O← → Fe O vermelho/marrom, o uso é abrasivo Fe2O3 + H2O← → FeOOH vermelho/marrom (ferrugem) Se a corrosão acelerada acontece, um aumento gradativo na fricção e um desgaste severo, podem acontecer muito depressa. Para evitar a este tipo de corrosão, é necessário eliminar as vibrações e as pulsações ou o ambiente corrosivo. Considerando que as pulsações estarão sempre presentes numa planta a melhor proteção é tentar e evitar um ambiente corrosivo. CAVITAÇÃO, EROSÃO E CORROSÃO Em plantas com uma contaminação significativa por água, um aumento nos desgastes em todos os tipos de dispositivos de expansão serão notados. A razão exata para estes problemas são desconhecidas, mas algumas possibilidades descritas a seguir: 1. Mais erosão no orifício devido às partículas sólidas arrastadas pelo líquido. 2. A combinação da corrosão com a erosão e eventualmente cavitação na área do orifício.
3. O colapso do vapor da água proveniente do gás de flash, em pequenas gotas de água, com um efeito similar à cavitação na área do orifício. Nenhuma dessas idéias foram comprovadas, mas a explicação provavelmente é uma combinação do que foi exposto acima. Problemas desse tipo, serão verificados especialmente, em sistemas onde a água alcança o reservatório de alta pressão durante o descongelamento por gás quente, ou por causa do arrastamento do líquido proveniente dos reservatórios de baixa pressão, como já mencionado. COMO A ÁGUA PODE SER RETIRADA DO SISTEMA , E É ECONÔMICO? A água pode ser removida da planta esvaziando o sistema inteiro, secando com nitrogênio, mantendo vácuo, e recarregando com amônia anidra pura. Este procedimento pode ser recomendado para sistemas pequenos com uma carga limitada ,como as unidades chiller para resfriamento de líquidos com trocadores de calor a placa. O custo para recarregar tais sistemas e o tempo envolvido para fazer o trabalho é limitado. Um evaporador pode ser usado como um retificador de água e drenado regularmente. Isto só pode ser feito se há um evaporador satisfatório para esta função no sistema. Evaporadores satisfatórios apresentam as seguintes características: 1. Evaporadores com circulação por gravidade e separadores de líquidos em conexão com descongelamento elétrico ou descongelamento da água 2. Um chiller inundado com separador de líquido. 3. Refrigeradores intermediários capazes de serem evacuados. Aplicar um retificador de água no sistema, é freqüentemente, o único modo para limpar um sistema de circulação de bomba. Com um retificador de água, uma porção de líquido é capturado dos reservatórios de baixa pressão e/ou dos resfriadores intermediários, e evaporado cuidadosamente para que nenhuma gota de água volte com o vapor. Isto se repete muitas vezes, até que a concentração da água fique alta. Uma evacuação é feita, o vaso de retificador é esvaziado. Tal experiência mostra como é importante que o retificador seja controlado para evitar uma ebulição pesada. Este procedimento está descrito no Boletim IIAR 108, desde modo esta questão não será detalhada neste manual. As próximas questões que devem ser levadas em consideração na hora de decidir entre remover ou não remover a água do sistemas. 1. Qual é o custo da contaminação da amônia, em termos de capacidade perdida e consumo de energia de extra? 2. Qual é o custo do serviço de manutenção relacionado com a contaminação da amônia? 3. Os riscos do sistema entrar em pane aumentam por causa do problema da água e quais serão as conseqüências? 4. Qual é o custo da mudança de carga, incluindo o custo de paralização do sistema? 5. O evaporador existente pode ser usado como um retificador de água? 6. Qual é o custo para construir um retificador de água no sistema? 7. É possível alugar um retificador de água para limpar o sistema economicamente?
Para pequenas de amônia plantas, nós investigamos a possibilidade de fabricar filtros secos para amônia. Estas investigações não obtiveram resultados satisfatórios. O núcleo desses filtros que se encontram no mercado, não funcionam muito bem. As investigações sobre esse filtro cessaram pelas seguintes razões: Em sistemas de amônia muito pequenos (0 a 10 kg de carga), podem ser manufaturados e carregados, então tais sistemas são secos satisfatoriamente. Se esse sistema possui um filtro secador, seria necessário uma pessoa treinada para trocar o núcleo do filtro, bem como fazer a manutenção normal. O custo do núcleo desse filtro, isso se eles funcionarem, será provavelmente maior do que o custo de mudança de carga no sistema com amônia pura e seca. Outro problema é encontrar a evidência de que o sistema está "molhado", e determinar quando trocar o núcleo do filtro CONCLUSÃO Plantas de amônia possuem geralmente muito mais água do que é recomendado. A relação entre a contaminação da amônia com água e os problemas relacionados com essa contaminação vistas nos sistemas, não são muito conhecidas entre o pessoal da manutenção O projeto da planta apresenta um papel importante na determinação dos problemas relacionados com a água. Procedimentos impróprios durante serviço de manutenção contribuem para a contaminação da amônia com água. Purgadores de ar podem resolver os problemas de alta pressão, mas eles escondem vazamentos por anos aumentando assim a contaminação com água. Procedimentos para detectar a contaminação com água deveria fazer parte dos serviços normais de manutenção, levando em consideração o atual projeto da planta e as condições de funcionamento. A instalação de retificadores de água ou de outros métodos para drenar a água do sistema, prova ser um investimento muito atrativo