Frio terá Normas Técnicas ABNT e Abrava estão às vésperas de formar o Comitê Brasileiro de Normas Técnicas para a Cadeia do Frio. O Comitê será responsável por normatizar o setor. A ação vai resolver um problema urgente em tempos de globalização: exportar com mais facilidade e importar produtos com qualidade garantida. As empresas brasileiras do Frio que desejam exportar enfrentam as barreiras técnicas, ou seja, têm que oferecer produtos que estejam totalmente em acordo com as regulamentações e Normas Técnicas do país e do mercado em questão. Já os empresários estrangeiros não enfrentam dificuldades para ingressar no mercado brasileiro do Frio, pois não há restrição técnica aos produtos importados. Resultado, perde o consumidor, que fica órfão de uma garantia da qualidade do equipamento em questão, e perde o empresário brasileiro que enfrenta dificuldade para exportar e acaba concorrendo internamente com um produto de baixa qualidade. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) vai criar um Comitê Brasileiro (CB) para a Cadeia do Frio. A função deste Comitê será elaborar e aprovar Normas Técnicas para reger o mercado do Frio, abrangendo equipamentos, instalação, manutenção e qualidade do ar. A ABNT tem cerca de 54 Comitês, atualmente as questões do Frio são tratadas no CB 4 de Máquinas e Equipamentos Mecânicos, mas devido a demanda do setor, a partir de dezembro, o CB do Frio será implantado oficialmente. “Geralmente, quando um setor não tem Normas é porque ele não esta suficientemente organizado, pois a ABNT atende a demanda dos setores, são as entidades representativas que nos procuram e, em conjunto, iniciamos o trabalho de normatização técnica, com poder delegado pelo Governo Federal. Portanto, o fato da Cadeia do Frio estar a um passo de ter seu CB - a divulgação oficial disso acontece em dezembro deste ano - e de suas Normas - as primeiras normas já devem sair em meados do ano que vem - significa que o Frio está organizado”, avalia Valter Pieracciani, diretor geral da ABNT. A Abrava, enquanto órgão representante dos setores de ar-condicionado, ventilação e aquecimento, esta trabalhando junto com a ABNT na fundação do CB do Frio. A entidade já vem estudando o caso há dois anos, tanto que possui a Renabrava, um conjunto de recomendações normativas que indicam regras para o setor. A tendência é que as Normas Técnicas da ABNT para o Frio sejam um aperfeiçoamento das recomendações da Renabrava. “É fundamental para o setor o estabelecimento das Normas Técnicas. Essa ação vai nos posicionar melhor no mundo globalizado e evitar que aventureiros coloquem qualquer produto no mercado brasileiro”, avalia Pedro Evangelinos, presidente da Abrava. A Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e também opina. “No mercado internacional está havendo grande preocupação com a qualidade do produto e garantia para o consumidor final. Esse procedimento está bem mais evidenciado no mercado americano, europeu e japonês, com regras rígidas. No Brasil, está sendo ampliada a preocupação do Inmetro com o produto nacional etiquetando suas características. Os industriais brasileiros, vinculados à Abinee e outras entidades de classe, estão cientes das exigências do mercado internacional e agem com toda cautela e responsabilidade para poder ampliar sua participação no comércio exterior, tanto nas importações como nas exportações. No entanto, para evitar uma concorrência desleal e predatória e a comercialização de produtos que não atendam as normas técnicas, por conseqüência sem qualidade, a Abinee é favorável à exigência no Brasil da avaliação de conformidade compulsória, mediante as modalidades de certificação ou etiquetagem. Este processo tem sido debatido pela Abinee com o Inmetro e com os fabricantes nacionais”, afirma Ruy de Salles Cunha, diretor da área de utilidade doméstica da Abinee . Frio globalizado As empresas do setor de refrigeração e ar-condicionado são exportadoras. Segundo dados da Abrava, no ano de 2000, o setor exportou R$ 395 milhões e importou R$ 198 milhões. Com as Normas esse quadro pode melhorar ainda mais. “No Brasil as Normas Técnicas, que são para adesão voluntárias,